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segredos e virtudes das plantas medicinais

SELECÇÕES DO READERS DIGEST

Selecções do Reader's Digest
CONSULTORES DA EDIÇÃO PORTUGUESA

J. A. Borralho da GRAÇA, professor catedrático de Farmacognosia da 
Faculdade de Farmácia de Lisboa. 
Luís Filipe M. AIRES, assistente responsável pela cadeira de Botânica 
Farmacêutica da Faculdade de Farmácia de Lisboa.

REDACTORES DA EDIÇÃO ORIGINAL

Prof. Pierre DELAVEAU, Universidade René­Descartes,
Paris V, Faculdade >de Ciências Farmacêuticas e Biológicas: pp. 337­348.
Michelle LORRAIN, professor­assistente de Fisiologia
Vegetal e Farmacognosia, Instituto Europeu de Ecologia, Metz: pp. 11­15,
349­360. 
François MORTIER, Faculdade de Ciências Farmacêuticas
e Biológicas, Nancy I: pp. 8­10. 
Caroline RiVOLIER: pp. 43­46, 48­53, 55­60, 63­74,
76­84, 88­90, 92­95, 98, 99, 103, 106­108, 110,
112­114, 116, 117, 120­125, 128, 129, 131, 133­135,
137­140, 144­146, 148­166, 168­171, 173­182,
184­189, 192­196, 199­201, 203, 204, 216­218, 223,
227, 228, 231­234, 236­240, 242­252, 254­267,
269­282, 284, 286­290, 294, 299, 301, 303, 304. Doutor Jean RiVOLIER e 
Caroline RiVOLIER: pp. 362­441. 
Abade Rene SCHWEITZER, engenheiro­agrónomo: pp.
20­40, 47, 54, 61, 62, 67, 75, 185­87, 91, 96, 97,
100­102, 104, 105, 109, 111, 115, 118, 119, 126,
127, 130, 132, 136, 141­143, 147, 167, 172, 183,
190, 191, 197, 198, 202, 205­215, 219­222, 224­226,
229, 230, 235, 241, 253, 268, 283, 285, 291­293,
295­298, 300, 302, 442­453.

CONSULTORES DA EDIÇÃO ORIGINAL

Pierre BosSIaRDET, desenhador artístico, Centro Nacional
de Investigação Científica. 
Renê H. DELÉPINE, professor­assistente, Universidade
Pierre­et­Marie­Curie, Paris VI, director da equipa de biogeografia e 
ecologia bentónica. 
Michel GuÉDÈS, professor­assistente, Museu Nacional de
História Natural, Paris, laboratório de fanerogân­kas. Prof. Paul JOVET,
director (honorário) do Centro Nacional de Investigação Científica, 
Paris. Prof. René PARIS, Universidade René­Descartes, Paris
V, Faculdade de Ciências Farmacêuticas e Biológicas.

ILUSTRAÇõES

David BAXTER:  pp. 67, 72, 143, 209. FranÇoise BONVOUST: pp. 95, 96, 
115, 132, 150, 159,
192, 198, 269, 284, 286, 295. Luc BOSSERDET: Pp. 92, 107, 110, 120, 126,
138, 146,
149, 151, 154, 163, 164, 230, 245, 265, 268Pierre BROCHARD: p. 50. Jean 
COLADON: pp. 63, 70, 113, 148, 174, 205, 210,
211, 214, 226, 242, 252, 292, 442­452. François COLLET: Pp. 93, 158. 
Philippe COUTÊ PP, 82, 106, 121, 157, 176, 237, 267,
278. FrançoiSC DE DALMAS: Pp. 103, 119, 156, 170, 183. Maurice 
ESPÉRANCE: pp. 20­35, 47, 54, 61, 86, 87, 96,
111, 118, 132, 188, 197, 216, 219, 223, 227,     253,
289. lan GARRARD: pp. 53, 59, 79, 89,     122, 153, 171, 173,
184, 201, 271, 287. Odette HALMOS: pp. 177, 178, 229, 246,    276, 298. 
Madeleine HUAU: pp. 73, 147, 161,    162, 169, 172, 238,
279, 281, 304. Mette IVERS: pp. 49­51, 69, 97, 99,  109, 112, 124, 125,
129, 131, 141, 165, 166, 185, 186,     189, 200, 236,
239, 244, 255, 277, 305­336. Josiane LARDY: pp. 45, 57, 71, 77, 100, 
114, 117,   143,
167, 175, 182, 187, 196, 202, 208,     218, 248, 251,
258, 260, 263, 273, 296, 299, 300. Annie LE FAou: pp. 43, 44, 56, 90, 
108, 123,  130,  139,
144, 155, 190, 194, 207, 228, 254,     256, 264, 266,
272, 294. Yvon LE GALL: P. 102. Nadine LIARD: Pp. 193, 220, 222, 283. 
GUy MICHEL: pp. 60, 66, 91, 128, 133, 140, 142,     152,
168, 212­213, 232, 291, 297, 301, 302. Daniel MONCLA: Pp. 94, 134, 241, 
274. Marie­Claire Nivoix: pp. 64, 78, 116,     160, 203, 215,
217, 258. Alain d'ORANGE: p. 101. Charles PICKARD: pp. 75, 98, 221, 233.
Robert Rousso: pp. 48, 52, 180, 181. Jean­Paul TURMEL: pp. 58, 104, 141,
191, 195, 204,
206, 240, 243, 247. Denise WEBER: capa e   pp. 46, 55, 62,    65, 74, 
76, 80,
81, 83­85, 88, 127, 135, 179, 199,     224, 225, 231,
234, 249, 250, 257, 259, 261, 262,     269, 275, 280,
282, 288, 290, 303.

SEGREDOS E VIRTUDES DAS PLANTAS MEDICINAIS

uma edição de Selecções do Reader's Digest

 1983, Selecções do Reader's Digest, SARL.

Rua de Joaquim António de Aguiar, 43 ­ Lisboa

Reservados todos os direitos. Proibida a reprodução, total ou parcial, 
do texto ou das ilustrações, sem autorização, por escrito, dos editores.

Composição: Fototexto, Lda. ­ Lisboa Impressão: Lisgráfica, SARL. ­ 
Queluz de Baixo Encadernação: AMBAR ­ Porto
1.a edição, Maio de 1983. Depósito legal n.I 2130/83

PRINTED IN PORTUGAL
Índice

Prefácio

O reino dos simples
As plantas medicinais A fábrica vegetal Identificar, colher, conservar
Guia das plantas a conhecer
As plantas espontâneas As plantas cultivadas As plantas tóxicas As 
plantas exóticas
Os benefícios das plantas
O emprego do simples Dicionário da saúde
Os usos veterinários
Glossário

índice alfabético
Ao leitor

O aumento do consumo individual de medicamentos que se observa por todo 
o Mundo tem originado nos últimos anos um interesse renovado pelas 
plantas medicinais, um retorno às fontes naturais para o tratamento de 
doenças. Este fenómeno poderá explicar­se pelo facto de grande parte dos
medicamentos ter tido origem precisamente em espécies vegetais, pelo 
desejo de regressar à Natureza que se observa no homem moderno e por uma
certa desconfiança em relação aos medicamentos de origem sintética de 
produção industrializada.

Esta obra, que não pretende substituir a medicina tradicional, foi 
realizada sob a orientação de autores especializados que souberam pôr os
seus profundos conhecimentos nos campos da botânica e da farmacognosia 
ao alcance e ao serviço do grande público. Nela se explicam as 
possibilidades reais das plantas medicinais, se estimula a sua colheita 
no meio natural e, simultaneamente, se desmistificam as especulações 
pseudocientíficas que ensombram a divulgação séria da medicina pelas 
plantas.

A identificação e a colheita das plantas adequadas constituem um 
primeiro problema. Para o solucionar, recorreu­se a ilustrações de 
grande qualidade e a descrições morfológicas minuciosas que permitem 
distinguir as espécies benéficas das neutras e das nocivas. Oferecer 
mapas exactos com a localização dos lugares de colheita de cada planta 
seria pretensão irrealizável; mas o leitor encontrará descritos os 
habitats característicos das diferentes espécies. A obra assinala ainda 
em que altura e época devem ser colhidas as plantas espontâneas e 
cultivadas e quais são as suas partes úteis. E, uma vez colhidas e 
preparadas, ensina a conservar as substâncias vegetais com propriedades 
medicinais.

Atitudes menos cuidadas quanto à colheita e preparação e menos prudentes
quanto à dosagem podem conduzir a riscos que deverão ser evitados, para 
que, em vez de benefícios para a saúde e bem­estar, se não colham antes 
prejuízos. Assim, ficando um tanto à mercê do discernimento do leitor a 
maneira como aproveitar, com a maior utilidade, o conteúdo da obra, os 
editores não poderão ser responsabilizados pelas consequências que 
advenham da má utilização das informações ou da negligência em relação a
recomendações insistentemente referidas ao longo do livro.

SELECÇõES Do READER,s DIGEST
Prefácio

Para a importação de novas drogas medicinais oriundas do Oriente, há 
muito mantida pela Europa, deram os Portugueses uma contribuição 
notabilissima, tornando­a mais variada e abundante à medida que as foram
procurando nas regiões africanas, asiáticas e sul­americanas a que pela 
primeira vez aportavam.

Para além de quanto a África ia oferecendo de novidade, foi na índia que
se
encontrou maior variedade e riqueza desses produtos, os quais, 
comercializados pelos Portugueses, passaram a ser quer conhecidos pela 
primeira vez na Europa, quer mais abundantes e acessíveis.

Havia produtos que serviam de mezinhas, outros designados por 
especiarias, conjunto na quase totalidade de origem vegetal, embora os 
houvesse de origem animal ou mista, utilizados como condimentos, 
masticatórios, excitantes, estupefacientes, perfumes, unguentos e 
corantes, com propriedades exclusivas ou polivalentes.

Na preocupação que sempre existiu de ir descrevendo tudo quanto de útil 
se descobria, foram enviados boticários nas naus que partiam a caminho 
do Oriente, aos quais competia não só o desempenho das suas funções 
durante as viagens e nos locais onde as tripulações se instalassem, mas 
também a averiguação das mezinhas usadas nas diversas zonas visitadas ou
onde fosse possível obter notícia fidedigna, e ainda descrever a 
natureza e origem das *drogas e cousas medicinais+, as suas propriedades 
e aplicações. 
Distinguiram­se nessa tarefa, em grande parte original, em primeiro 
lugar Simão Alvares, boticário de profissão que chegou à índia em 1509, 
e Tomé Pires, feitor de drogas, que ali chegou em 1512 por mandato do 
rei D. Manuel I e que seguiu mais tarde para a China como embaixador, 
com a incumbência de procurar reconhecer as plantas daquela região úteis
para a medicina.

Mas foi Garcia de Orta quem mais se notabilizou no estudo das espécies 
medicinais e de outros produtos semelhantes da índia, para onde partiu 
em 1534, onde se fixou e onde morreu. Tendo nascido em Elvas, Garcia de 
Orta tirara o curso de Medicina nas Universidades de Salamanca e Alcalá,
tendo ainda regido uma cadeira na Universidade de Lisboa em 1530 antes 
de partir para o Oriente.

O seu livro Coloquios dos simples, e drogas he cousas mediçínais da 
Indía publicado em 1563 em Goa, adquirefama internacional, nomeadamente 
depois de ter sido traduzido em latim, francês e italiano. Nesta obra se
consignam, sob a forma de diálogo, todos os conhecimentos científicos e 
práticos que o autor conseguiu reunir sobre tais produtos e sua 
utilização.

O cientista francês Jules Charles de l'Écluse (Clúsio) publicou uma 
edição latina simplificada, com o título Aromatum et Simplicium Aliquot 
Medicamentorum Apud Indos Nascentium Historia, enriquecendo com notas 
pessoais e desenhos a obra original. 

Depois do que se ficou devendo a árabes, gregos e romanos, surge assim a
partir desta tão notável obra de Garcia de Orta a divulgação escrita, em
diversas línguas eformas, de quanto mais se passou a conhecer depois da 
chegada dos Portugueses ao Oriente.

Entretanto, nasce em África, em local não conhecido, mas possivelmente 
no Norte desse continente, um outro português, Cristóvão da Costa, o 
qual, depois de estudar Medicina na Universidade de Coimbra, parte para 
a índia, desembarcando em Goa em 1568, ainda a tempo de conviver com 
Garcia de Orta, de cujo saber muito aproveitou certamente. Regressando à
Europa, Cristóvão da Costa fixou­se em Burgos, onde foi médico e 
cirurgião e escreveu e imprimiu o seu Tractado Delas Drogas, y medicinas
de las Indias Orientales, con sus plantas debuxadas aí biuo por 
ChristouaI A Costa medico y cirujano que Ias vio ocularmente. En el qual
se verifica mucho de lo que escrivio el Doctor Garcia de Orta 
...,publicado em 1568, obra baseada na de Garcia de Orta que apresenta 
desenhos de todos os produtos, alguns dos quais mais
ricamente pormenorizados e documentados que no livro em que se 
fundamentou. Também a obra de Cristóvão da Costa foi traduzida em latim,
italiano e francês.

Entretanto, descoberto o Brasil, inicia­se também nos vastos territórios
sul­americanos uma primeira tentativa de inventário e descrição das 
plantas medicinais da região, em relação às quais, porém, não foi 
publicada qualquer obra em especial.

Sobre estudos de tal natureza no século XVII pouco haverá a dizer, para 
além do notável trabalho do médico alemão Gabriel Grisley intitulado 
Desingano para a Medícina ou Botica para todo o pai de família (1656), 
onde o autor refere a flora médica portuguesa, além de um outro, 
Viridarium Grísley Lusitanicum ... (1661), que constitui a primeira 
lista das plantas de Portugal. Tendo­se estabelecido em Portugal no
tempo do rei D. João IV, Grisley foi pelo monarca encarregado de 
organizar um horto botânico em Xabregas.

À mesma época pertence o boticário francês João Vigier, também radicado 
no
nosso país, autor da História das Plantas da Europa ... (1718).

São vários os nomes daqueles que no século XVIII se dedicaram à botânica
e deixaram obra com interesse para o estudo das plantas medicinais de 
África e do Brasil, embora englobadas em trabalhos menos especializados.
De destacar em relação ao Oriente o jesuíta João de Loureiro, que em 
1735 seguiu como missionário para a China, onde a necessidade de 
utilizar essas plantas no combate às doenças lhe despertou o interesse 
pelo seu estudo, de que resultou a célebre Flora Cochinchinensis, 
publicada em 1790 em Lisboa, onde são referidas plantas da Cochinchina, 
China e África, obra reeditada em Berlim em 1793.
Notabilizou­se sobretudo entre todos os botânicos portugueses do século 
XVIII o abade Correia da Serra, nascido em Serpa em 1750, que emigrou 
para Itália aos 6 anos com seu pai, fugido à Inquisição. Aí adquiriu 
conhecimentos científicos e relacionou­se com o duque de Lafões, com o 
qual, uma vez regressado a Portugal depois da morte de D. José, fundou a
Academia Real das Ciências.

Considerado pelo intendente Pina Manique como homem perigosíssimo, Já   
que dera guarida em sua casa a um francês jacobino, viu­se de novo 
obrigado a abandonar o País, passando parte da sua vida em Inglaterra, 
França e por fim na América do Norte. Em todos esses países o seu nome 
era altamente prestigiado pelas maiores celebridades científicas da 
época ligadas à botânica, nomeadamente em França, onde sempre recorriam 
ao seu conselho.

Mas foi na América que esse prestígio atingiu o expoente máximo, como 
raramente terá acontecido com qualquer outro cientista português. O 
desempenho da sua actividade pedagógica, os trabalhos científicos 
realizados e a ajuda prestada ao presidente Jefferson, de quem era 
íntimo amigo, na fundação da Universidade da Virginia valeram­lhe ser 
considerado * o estrangeiro mais esclarecido que jamais visitara os EUA 
+.

Surgira, entretanto, outro botânico português, Félix da Silva Avelar 
Brotero, nascido em Santo Antão do Tojal em 1744, e que da mesma maneira
fora obrigado a emigrar para França, fugindo à perseguição 
inquisitorial. Convivendo com os mais notáveis naturalistas franceses da
época, visitando a Holanda, Alemanha, Itália e Inglaterra, só regressa 
ao País em 1790, depois de terminado o período pombalino. A rainha D. 
Maria I nomeia­o professor da Faculdade de Filosofia da Universidade de 
Coimbra e encarrega­o da regência da cadeira de Botânica e Agricultura.

Todavia, em relação às plantas medicinais, as obras destes dois últimos 
botânicos portugueses, notáveis embora, não suscitam grande interesse, 
ao contrário de outras publicadas já no século XIX, da autoria do lente 
da Universidade de Coimbra Jerónimo Joaquim de Figueiredo, intitulada 
Flora Farmacêutica e Alimentar Portuguesa (Lisboa, 1825), do médico e 
lente da Universidade de Coimbra Francisco Soares Franco, Matéria Médica
(1816), e do professor da Universidade do Porto Agostinho Albano da 
Silveira Pinto, Código farmacêutico lusitano (1835).

Retomando o tema das plantas úteis do ultramar, o conde de Ficalho, 
professor de Botânica da Universidade de Lisboa, publica a célebre obra 
Plantas úteis da África Portuguesa (1884), culminando assim a lista das 
contribuições de carácter histórico dos cientistas portugueses para o 
conhecimento das plantas medicinais.

De então para cá têm sido publicados muitos outros estudos, de conjunto 
ou contribuições de extensão e valor variados, mas já sem a prioridade e
o cunho de originalidade daqueles outros que no século XVI nos colocaram
em posição ímpar no mundo da ciência no respeitante ao conhecimento dos 
produtos naturais aproveitados pela medicina.
O reino dos simples

As plantas medicinais                            8

A fábrica vegetal                               11

Identificar, colher, conservar                  16
As plantas medicinais

*O Senhor produziu da terra os medicamentos; o homem sensato não os 
desprezará+, aconselha o Eclesiástico, 38, 4; no entanto, muito antes 
desta alusão no texto sagrado à fitoterapia, ou medicação pelas plantas,
já fora criado, divulgado e transmítido, entre as mais antigas 
civilizações conhecidas, o hábito de recorrer às virtudes curativas de 
certos vegetais; pode afirmar­se que se trata de uma das primeiras 
manifestações do antiquíssimo esforço do homem para compreender e 
utilizar a Natureza, como réplica a uma das suas mais antigas 
preocupações: a que é originada pela doença e pelo sofrimento.

É admirável que todas as civilizações, em todos os continentes, tenham 
desenvolvido, a par da domesticação e da cultura das plantas para fins 
alimentares, a pesquisa das suas virtudes terapêuticas. Mas é talvez 
ainda mais admirável que este conjunto de conhecimentos tenha subsistido
durante milénios, aprofundando­se e diversificando­se, sem nunca, porém,
cair totalmente no esquecimento.

A utilização das propriedades do ópio obtido da dormideira, 4000 anos 
antes de se conhecer o processo de extracção da morfina, é, sob este 
ponto de vista, bem significativa da perenidade destes conhecimentos, 
que durante muito tempo permaneceram empíricos e que, desde há alguns 
séculos, o progresso das ciências modernas tornou mais rigorosos.

Mesmo actualmente, apesar do espectacular desenvolvimento da 
quimioterapia, a fitoterapia continua a ser muito utilizada, 
readquirindo até um certo crédito desde que foram divulgadas as 
consequências, por vezes nefastas, do abuso dos compostos químicos.

Para se ter uma visão de conjunto do progresso dos conhecimentos humanos
referentes às plantas medicinais, devem distinguir­se três grandes 
períodos. Durante as Antiguidades Egípcia, Grega e Romana acumularam­se 
numerosos conhecimentos empíricos que serão transmitidos, especialmente 
por intermédio dos Árabes, aos herdeiros europeus destas civilizações 
desaparecidas.

A partir do Renascimento, estes sábios ocidentais aproveitarão utilmente
a renovação do espírito científico e o surto das viagens dos 
Descobrimentos para desenvolver consideravelmente estes conhecimentos 
adquiridos e dar início a uma ordenação rigorosa de todos os elementos 
saídos da experiência do passado.

Finalmente, e sobretudo desde o final do século xviIi, o progresso muito
rápido das ciências modernas veio enriquecer e diversificar em 
proporções extraordinárias os conhecimentos sobre as plantas, os quais 
actualmente se apoiam em ciências tão variadas como a paleontologia, a 
geografia, a citologia, a genética, a histologia e a bioquímica.
Em 1873, o egiptólogo alemão Georg Ebers comprou um volumoso rolo de 
papiro; após ter decifrado a introdução, Ebers foi surpreendido por esta
frase: *Aqui começa o livro relativo à preparação dos remédios para 
todas as partes do corpo humano.+ Provou­se que este escrito era o 
primeiro tratado médico egípcio conhecido. Compunha­se de uma parte 
relativa ao tratamento das doenças internas e de uma longa e 
impressionante lista de medicamentos.

Actualmente, pode afirmar­se que, 2000 anos antes do aparecimento dos 
primeiros médicos gregos, já existia uma medicina egípcia, organizada 
como conjunto de conhecimentos e de práticas distintas das crenças 
religiosas. 
Duas das receitas incluídas no rolo de papiro de Georg Ebers são, 
efectivamente, consideradas como remontando à 6. a dinastia, ou seja a 
cerca de 24 séculos antes do nascimnento de Cristo! Sabe­se hoje que, na
época do antigo Império Egípcio, o palácio do faraó mantinha um corpo de
médicos, entre os quais se esboçavam já especializações como a 
odontologia e a oftalmologia. 

Muito tempo depois, em 450 a. C., Heródoto diria que *no Egipto cada 
médico só trata de uma doença, pelo que constituem uma legião ... +. 
Aproximadamente na mesma época, o Templo de Edfu desenvolveu uma escola 
de medicina e mantinha um importante jardim de plantas medicinais.

De entre as plantas mais utilizadas pelos Egípcios, é indispensável 
citar o zimbro, as coloquíntidas, a romãzeira, a semente do linho, o 
funcho, o bordo, o cardamomo, os cominhos, o alho, a folha de sene, o 
lírio e o rícino. Um baixo­relevo proveniente de Akhetaton ostenta uma 
planta medicinal que posteriormente desempenhou um papel fundamental na 
farmacopeia da Idade Média: a mandrágora. Os Egípcios conheciam també m 
as propriedades analgésicas da dormideira, utilizada na preparação do 
*remédio contra as
crises anormalmente prolongadas+.

Mais notável ainda é o conhecimento progressivamente adquirido das 
regras de dosagens específicas para cada droga; esta prática ampliou­se 
ao fabrico e à administração de todos os remédios e pode afirmar­se que 
nasceu assim a receita médica e a respectiva posologia.

Estes conhecimentos médicos iniciados no antigo Egipto divulgaram­se 
nomeadamente na Mesopotâmia. Em 1924, o Dr. Reginald
Campbell Thompson, do Museu Britânico, conseguiu identificar 250 
vegetais, minerais e substâncias diversas cujas virtudes terapêuticas os
médicos babilónios haviam utilizado, especialmente a beladona, 
administrada contra os espasmos, a tosse e a asma; os pergaminhos da 
Mesopotâmia mencionam o cânhamo indiano, ao qual se reconhecem 
propriedades analgésicas e que se receita para a bronquite, o reumatismo
e a insônia.

Foram sobretudo os Gregos, e mais tarde, por seu intermédio, os Romanos,
os herdeiros dos conhecimentos egípcios, desenvolvendo­os até um elevado
nível. 
Aristóteles, espírito universal, estudou história natural e
botânica; 

Hipócrates, frequentemente considerado *o pai da medicina+, reuniu com os
seus discípulos a totalidade dos conhecimentos médicos do seu tempo no 
conjunto de tratados conhecidos pelo nome de Corpus Hippocraticum: para 
cada enfermidade descreve o remédio vegetal e o tratamento 
correspondente. 

Catão, o Antigo, no século II a. C., mencionou no seu tratado De Re 
Rustica 120 plantas medicinais que cultivava no seu próprio jardim.

No início da era cristã, Dioscórides inventariou no seu tratado De 
Materia Medica mais de 500 drogas de origem vegetal, mineral ou animal; 
à semelhança dos seus predecessores, esforçou­se por ter em conta o 
maravilhoso e separar o racional do irracional. Esta preocupação 
científica nem sempre foi seguida por Plínio, o Antigo, cuja monumental 
História Natural contém por vezes descrições de algum modo fantasistas. 

Finalmente, o grego Galeno, cuja influência foi tão duradoura como a de 
Hipócrates, ligou o seu nome especialmente ao que ainda se denomina a * 
escola galénica+ ou *farinácia galénica+. Efectivamente, distingue­se o 
emprego das plantas *ao natural+, ou seja sob a forma de pós, das 
*preparações galénicas+, em que solventes como o álcool, a água ou o 
vinagre servem para concentrar os componentes activos da droga, os quais
serão utilizados para preparar unguentos, emplastros e outras formas 
galénicas.

O longo período que se seguiu, no Ocidente, à queda do Império Romano, 
designado universalmente por Idade Média, não foi exactamente uma época 
caracterizada por rápidos progressos científicos. Os domínios da 
ciência, da magia e da feitiçaria tendem frequentemente a confundir­se; 
drogas como o meimendro­negro, a beladona e a mandrágora serão 
consideradas como plantas de origem diabólica.

Assim, Joana d'Arc será acusada de ter *atormentado os Ingleses pela 
força e virtude mágica de uma raiz de mandrágora escondida sob a 
couraça+. Contudo, não é possível acreditar que na Idade Média se 
perderam completamente os conhecimentos adquiridos durante os milénios 
precedentes. Os monges, devido aos seus conhecimentos do latim e do
Grego, foram os detentores do saber da Antiguidade; grande número de 
mosteiros vangloriava­se dos seus *jardins dos simples+, onde cresciam as
plantas utilizadas para o tratamento dos doentes. 

Ainda actualmente se conserva a memória de Santa Hildegarda, a *santa 
curandeira+ , cujos tratados, conhecidos pelo nome de Physica, além de 
respeitarem os conhecimentos antigos, trazem à luz, pela primeira vez, 
as virtudes de algumas plantas como a pilosela ou a arnica. 

No entanto, a medicina da Idade Média foi sobretudo dominada pela Escola
de Salerno; os eruditos que ali trabalhavam deram a conhecer, por 
intermédio de sábios (Avicena, Avenzoar e lbn­el­Beithar) e dos textos 
ára bes, grande número de obras da medicina grega. 

Rogério de Salerno, no início do século XII, contribuiu para os 
consideráveis progressos da medicina do seu tempo.

Foi, no entanto, o Renascimento, com a valorização da experimentação e 
da observação directa, com o surto das grandes viagens para as índias e 
a América, que deu origem a um novo período de progresso no conhecimento
das plantas e das suas virtudes. 

No início do século XVI, o médico suíço Paracelso tentou descobrir a * 
alma+, a <quirita­­essência+ dos vegetais, de onde irradiam as suas 
virtudes terapêuticas. Não dispondo, evidentemente, dos meios de análise
que mais tarde seriam oferecidos pela técnica moderna, tenta aproximar 
as virtudes das plantas das suas propriedades morfológicas, da sua forma
e cor: é a chamada *teoria dos sinais+. 

O italiano Pier Andrea Mattioli, seu contemporâneo, comenta a obra de 
Dioscórides e descobre as propriedades do castanheiro­­da­índia e da 
salsaparrilha­da­europa e descreve 100 novas espécíes. 

Surgem os jardins botânicos: em 1544, Luca Ghini, professor em Bolonha, 
funda o de Pisa; em 1590, Veneza confia a Cortuso o de Pádua. Olivier de
Serres reforma a agricultura francesa no reinado de Henrique IV, criando
também, na sua propiiedade de Pradel, em Vivarais, um admirável jardim 
de plantas medicinais, imitado algum tempo depois por Luís XIII, que 
funda em
Paris o Jardim do Rei, predecessor do actual Museu Nacional de História 
Natural. 

É também nesta época que têm cátedra em Mont.pellier todos os grandes 
botânicos: MatIfias de Lobel, Guillaume Rondelet, Charles de l'Écluse, 
Jean e Gaspard Bauliiii, os quais impulsionam os grandes progressos da 
classificação sistemática dos vegetais, que se tornou cada vez mais 
indispensável pelo grande conjunto de conhecimentos adquiridos.

O desenvolvimento das rotas marítimas, abertas a partir do final do 
século XV, coloca efectivamente a Europa no centro do Mundo; os produtos
dos países longínquos abundam e, de entre eles, as plantas até aí 
desconhecidas, com virtudes por vezes surpreendentes; os conquistadores 
suportaram eles próprios a experiência das propriedades mortais do cura.
; a casca de quina é utilizada para fazer baixar a temperatura nas 
febres palúdicas muito antes de se ter conhecimento de como dela extrair
a quinina; a América dá ainda a conhecer as virtudes anestésicas e 
estimulantes da folha de coca. No encalce dos descobridores prosseguem 
os exploradores, missionários como o padre Plumier, botânicos como 
Tournefort, que, em 1792, regressa do Oriente com 1356 plantas então 
desconhecidas na Europa.

Finalmente, os esforços de classificação culminam em 1735 com a 
publicação do Systema Naturae, de Lineu. O grande naturalista sueco 
adopta como princípio de distinção e classificação a distribuição dos 
órgãos sexuais nas flores e as características dos órgãos masculinos, os
estames. Para ele, os dois grandes ramos em que se divide o reino 
vegetal são o das Criptogâmicas, em que os estames e o pistilo são 
invisíveis a olho nu, e o das Fanerogâmicas, em que estes são visíveis. 
Dentro destas últimas, por sua vez, estabelecem­se 23 classes, segundo 
critérios morfológicos. Depois de Lineu, os trabalhos dos irmãos 
Jussieu, Joseph, Antoine e Bernard, bem como os do seu sobrinho, Antoine
Laurent de Jussieu, desenvolveram ulteriormente a botânica descritiva e 
contribuíram para o aperfeiçoamento da classificação sistemática, sem 
terem esgotado todas as suas possibilidades.

Se se fizer uma retrospectiva do caminho percorrido desde as primeiras 
receitas conhecidas da época da 6.1 dinastia egípcia, verificar­se­á que
foi uma longa caminhada; contudo, comprovar­se­á que ela sempre se 
desenvolveu na mesma direcção, sem mudanças radicais. O catálogo das 
plantas medicinais enriqueceu­se, a descrição das características dos 
simples e a indicação das suas utilizações foram aprofundadas, a 
classificação das suas espécies foi feita com base científica. Todavia, 
nessa época continuam a desconhecer­se as leis da sua evolução e, o que 
é mais importante ainda, a sua estrutura íntima e os princípios que as 
fazem actuar no tratamento das doenças: sabe­se que têm determinados 
efeitos e pouco mais.

Esta revolução radical ­ o aprofundamento dos conhecimentos ­ vai 
realizar­se nos dois últimos séculos. O estabelecimento das grandes 
classificações, pondo em relevo as semelhanças que existem entre as 
várias espécies, apenas separadas por uma característica distinta, 
sugeria a ideia de uma evolução.

A paleontologia vegetal, ou estudo das floras antigas mercê dos restos 
fósseis, contribuiu, no início do século XIX, para numerosos 
conhecimentos de apoio a esta tese, conduzidos, nomeadamente, por 
Adolphe Brongniart. 

No final do século XIX, Gustave Thuret observava o processo da 
fecundação numa alga, a bodelha. Pouco tempo antes, ao fazer observações
na ervilheira, o monge Mendel descobrira as leis das transmissões e das 
mu­
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tações hereditárias; os seus trabalhos foram esquecidos, e as leis que 
têm o seu nome voltaram a ser descobertas no início do século XX: 
nascera a genética. 

Todas estas matérias esboçavam uma história do reino vegetal e das suas 
espécies, enquanto Alphonse de Candolle e Henri Lecoq lançavam as bases 
de uma geografia dos vegetais, ou fitogeografia.

A utilização de microscópios desde meados do século XVII proporcionava 
um melhor conhecimento da complexa estrutura dos vegetais. Porém, os 
seus progressos, desencadeando um aprofundamento das observações, vão 
possibilitar, no início do século XIX, a determinação da noção de 
célula, o elemento fundamental de todos os tecidos, animais ou vegetais;
são os primórdios da histologia, ou ciência dos tecidos. A partir de
1800, Lamarck passou a usar uma palavra nova ­ biologia ­, aplicando­a 
ao estudo dos processos vitais dos reinos animal e vegetal. Nomeadamente
os progressos da química, e em especial os da química da matéria viva, 
ou bioquímica, iriam possibilitar a identificação e isolamento dos 
componentes activos das plantas medicinais. Redescobrem­se a dormideira 
dos Egípcios e a quina dos Incas, mas conhecendo­se agora o segredo da 
sua acção sobre o corpo humano.

Assim, no começo do século XIX, o químico alemão Sertilrner isola a 
morfina do ópio extraído da dormideira; em 1817, os farmacêuticos Pierre
Joseph Pelletier e Joseph Bienaimé Caventou extraem a emetina da raiz da
ipeca; em 1818, a estricnina da noz­vómica, e, finalmente­­­em 1820, a 
quinina da quina. A partir de então, aprende­se a reconhecer as virtudes
terapêuticas de uma planta em função dos compostos químicos que contém, 
e não das semelhanças que Paracelso julgara ter notado.

Muitos destes compostos podem actualmente ser reproduzidos 
artificialmente por síntese. Quererá isto dizer que as plantas, ao 
perderem o seu mistério, perderam também a sua utilidade? Será crível 
que os esforços do Dr. Cazin, no século XIX, ou do Dr. Leclerc, no 
século xx, para defender e tornar célebre a fitoterapia, estão 
condenados ao malogro? Assim não será, por diversos motivos. Por um 
lado, determinados compostos químicos descobertos nas plantas e 
utilizados em medicina não podem, por vezes, ser reproduzidos por 
síntese; por outro, alguns produtos de síntese só podem ser obtidos por 
meio de *precursores+ vegetais. Assim, por exemplo, as plantas exóticas 
como o sisal e o inhame fornecem a matéria­prima básica indispensável 
para fabricar depois, por semi­síntese, algumas hormonas como a 
cortisona e os seus derivados. Finalmente, a droga vegetal é um produto 
vivo, de onde se deve concluir que esta *terapêutica suave+ é mais bem 
tolerada pelo organismo do que as substâncias inteiramente sintéticas.

A medicina pelas plantas: um longo percurso que não está ainda próximo 
do fim ...
A fábrica vegetal

As plantas verdes utilizam a água do solo, a energia solar e o gás 
carbónico (Co2) do ar para fabricar glúcidos (açúcares). Esta 
transformação de compostos orgânicos sob a acção da energia solar chama­
se fotossíntese e dá­se ao nível das folhas, nos cloroplastos, que 
contêm a clorofila. A partir dos glúcidos, formam­se as reservas 
energéticas e os compostos secundários: lípidos, essências e 
heterósidos.

A célula vegetal, como qualquer célula
viva, respira, absorvendo oxigénio (o2) e expelindo dióxido de carbono 
(Co2). Durante o dia estas trocas gasosas são mascaradas pelas da 
fotossíntese. Desta actividade resulta, de dia, uma forte emissão de 
oxigénio e, durante a noite, uma ligeira libertação de dióxido de 
carbono.

Por um outro processo, as plantas verdes utilizam sais minerais e 
nitratos, que absorvem pela raiz, para sintetizar prótidos e alcalóides.
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Os componentes activos das plantas

O metabolismo da planta verde produz principalmente glúcidos (açúcares) 
e prótidos. Uma fracção dos glúcidos é seguidamente transformada em 
diversos compostos, sendo os lípidos os mais importantes para a planta. 
Contudo, o metabolismo fornece também vários corpos secundários 
utilizados pelo homem para fins terapêuticos; trata­se dos heterósidos, 
dos alcalóides, dos óleos essenciais e dos taninos. Os vegetais fornecem
também vitaminas, oligoelementos e antibióticos.

Os heterósidos. Estes compostos são formados pela associação de um 
glúcido e de um corpo não açucarado chamado genina, ou aglícona. Pensa­
se que as geninas são meros produtos de excreção e, nesse caso, podem 
ser tóxicas para a planta, pelo que os glúcidos se lhes associariam para
as neutralizar, formando um heterósido não tóxico. Deste modo, o 
loureiro­cereja produz heterósidos cianogenéticos. A genina destes 
heterósidos, o ácido cianídrico, é um veneno violento para o ser humano 
e do qual se deve recear. Grande número de heterósidos tem aplicações 
medicinais: é o caso da digitalina, um cardiotónico muito eficaz, ou do 
salicósido, precursor da aspirina. Os heterósidos classificam­se segundo
a natureza da sua genina, como se indica no quadro a seguir.

Os alcaloides. São compostos azotados cuja função na planta está mal 
esclarecida, pois pensa­se que se trata de produtos de excreção. A sua 
química é complexa e classificam­se, segundo a composição do seu núcleo,
em cerca de 15 grupos diferentes. Encontram­se em diversas partes, 
consoante a planta: a nicotina é sintetizada nas raízes da planta do 
tabaco, mas acumula­se somente nas folhas. A dormideira contém os 
alcalóides no fruto, os da quina estão na casca e os do cafèzeiro na 
semente. Desde que se isolou a morfina do ópio, no início do século XIX,
os alcalóides (então chamados álcalis vegetais) suscitaram o interesse 
da medicina,pois a sua acção no organismo humano tem um efeito 
importante: actuam em doses reduzidas e de um modo muito específico 
sobre uma determinada função do organismo. Actualmente, conhecem­se mais
de 1000 e calcula­se que 15 a 20% das plantas com flores ,contêm 
alcalóides. Só o látex que escorre da cápsula imatura da papoila do ópio
contém mais de 25 de diversos tipos. Os alcalóides são frequentemente 
amargos. O seu forte efeito torna o seu uso perigoso, e a posologia deve
ser muito cuidadosa. Alguns gramas de folha de cicuta podem provocar a 
morte. Não deve esquecer­se a taça que foi fatal a Sócrates! Da 
estricnina à efedrina, da teofilina à emetina, os alcalóides constituem 
a mais importante fonte dos medicamentos naturais.

Os óleos essenciais. São também resíduos do metabolismo da planta. Podem
surgir como essências propriamente ditas ou misturadas com as resinas. 
Estas apresentam­se sob a forma de emulsões que tendem a formar pequenas
gotas. Frequentemente, a planta escoa­as para o exterior por meio de 
canais excretores. As essências, que são voláteis, difundem­se através 
da epiderme das folhas e das flores. Estas emanam por vezes um aroma 
muito forte e são responsáveis pelos perfumes dos vegetais. As essências
são compostos terpénicos, sendo os terpenos longas cadeias de um 
hidrocarboneto dietilénico, o

ALGUNS HETERóSIDOS E SUA CLASSIFICAÇÃO

Tipo de heterásido

Heterósidos cianogenéticos

Heterósidos fenólicos

Heterósidos cumarínicos

Heterósidos esteróides

Heterásidos flavónicos

Exemplo de heterásido

Amigdalósido

Salicásido

Melilotósido

Digitoxina

Quercetósido

Genina, ou aglícona

Nitrilo mandélico

Saligenina

Cumarina

Digitoxigenina

Quercetol

Origem >vegetal

Amendoeira (amêndoa amarga)

Salgueiro­branco (casca)

Meliloto (parte aérea)

Dedaleira (folhas)
Carvalho (casca)

isopreno. Como os isoprenos podem combinar­se uns com os outros de 
diversos modos, a variedade de essências é considerável. Quanto às 
resinas, estão normalmente dissolvidas nas essências e apenas aparecem 
sob a
forma de resíduo viscoso ou sólido quando estas se volatilizam. Por esta
razão, quando os óleos essenciais que exsudam naturalmente do tronco do 
pinheiro atingem o exterior, as essências volatilizam­se e deixam um 
resíduo viscoso ­ a resina. O haxixe é uma resina extraída do cânhamo 
indiano. Os óleos essenciais têm uma acção anti­séptica que retarda a 
putrefacção da madeira. São muito utilizados em farmácia, como, por 
exemplo,
os rebentos de pinheiro impregnados de resina, com acção eficaz na 
desinfecção das vias respiratórias. 

Os taninos. São compostos fenólicos bastante diversos que coram de 
castanho­avermelhado os órgãos que os contêm. Pensa­se que se trata 
também de resíduos do metabolismo. Algumas espécies acumulam grande 
quantidade de taninos: mais de 20% do peso seco do lenho de quebracho, 
árvore originária da América do Sul, são constituídos por taninos que, 
aliás, são utilizados na indústria de curtumes, pois têm a propriedade 
de tornar imputrescíveis as peles de animais. O tanino utiliza­se como 
reagente químico e, em medicina, como adstringente e antiveneno. Existem
outros corantes vegetais com propriedades medicináis. É o caso dos 
flavonóides, pigmentos amarelos afins dos taninos, utilizados para 
tratar a fragilidade dos vasos capilares. 

Vitaminas, elementos minerais, antibióticos. As plantas fornecem os 
catalisadores bioquímicos indispensáveis que o organismo humano não pode
sintetizar ­ as vitaminas. Encontram­se em misturas equilibradas nos 
frutos e legumes frescos.

Dos vegetais pode extrair­se também um grande número de elementos 
minerais indispensáveis ao organismo: azoto, cálcio, potássio, sódio, 
etc. Alguns destes elementos encontram­se em quantidades tão pequenas no
organismo humano, sem deixarem no entanto de ser necessários, que se 
chamam oligoelementos: é o caso do zinco, ferro, cobalto, cobre, 
manganés, lítio, césio, níquel, molibdénio, flúor, etc. Um homem que 
ronde os 70 kg de peso tem aproximadamente 4,2 g de ferro, dos quais 3 g
na hemoglobina, 2,2 g de zinco e O,28 g de manganés. As plantas fornecem
misturas equilibradas de quase todos os oligoelementos. Existem também 
diversos vegetais que produzem antibióticos: a penicilina extrai­se de 
um fungo. As essências sulfuradas do alho, alguns heterósidos da 
mostarda e alcalóides do golfão, também possuem propriedades 
antibióticas.

As partes das plantas utilizadas em terapêutica

As substâncias activas não se encontram uniformemente distribuídas pelas
diferentes partes da planta. As que são utilizadas designam­se por 
fármacos vegetais. A folha, base de todas as sínteses químicas, é a 
parte mais utilizada, pois produz os heterósidos e a maior parte dos 
alcalóides. O caule é apenas uma via de circulação entre as raízes e as 
folhas, podendo conter componentes activos, especialmente na casca. O 
alburno, parte do caule situada entre o cerne e a casca, tem normalmente
propriedades terapêuticas: é o caso da tília, em que tem uma acção 
hipotensora. O lenho também pode ser útil: o da bétula produz carvão 
vegetal. O caule termina numa gema onde se localizam todas as 
potencialidades vegetativas da planta, sendo esta um caule completo em 
miniatura. Algumas gemas são anti­sépticas, como, por exemplo, as do 
pinheiro. Ao nível do solo existem também caules especializados em 
armazenamento. São os rizomas, os tubérculos e os bolbos. A sua missão 
essencial é assegurar a sobrevivência das gemas durante o Inverno, após 
o desaparecimento das folhas. Os tubérculos das batatas aumentam de 
volume devido às moléculas glucídicas, o amido. As essências sulfuradas 
acumulam­se nos bolbos do alho e da cebola. A raiz absorve no solo a 
água e os sais minerais que envia para as folhas. Armazena com mais 
frequência açúcares, e também vitaminas, podendo ainda conter 
alcalóides. A flor possui a nobre missão de transmitir a mensagem 
hereditária. Como está frequentemente repleta de componentes activos, é 
muito apreciada em fitoterapia. As pétalas coloridas são ricas em 
pigmentos: a corola da giesta contém flavonóides, e a rosa­vermelha, 
taninos. As flores de alfazema são muito ricas em essências. Geralmente,
colhem­se as inflorescências terminais. A mistura das pequenas folhas e 
dos pedúnculos florais forma as sumidades floridas. Os pedúnculos 
florais também se chamam pés: os de cereja e os estiletes do milho sã o 
diuréticos. O pólen é rico em vitaminas e em oligoelementos. Se as 
flores não são colhidas, transformam­se em frutos. Os frutos das 
umbelíferas, os aquénios, contêm óleos essenciais. Além de outros, são 
normalmente utilizados os aquênios do funcho, do anis e do cominho. Os 
frutos carnudos constituem uma reserva de vitaminas, de ácidos orgânicos
e de açúcares. A cor violeta do arando, por exemplo, deve­se a um 
pigmento próximo dos flavonóides, com forte actividade de vitamina P. É 
também um antidiarreico com acção sobre certos bacilos intestinais. A 
semente é um reservatório autónomo que contém os alimentos necessários à
futura planta, e nela se distribuem harmoniosamente os glúcidos, os 
lípidos e os prótidos. A semente fornece o amido e a maior parte dos 
óleos vegetais. As plantas primitivas, que não têm flores, produzem 
esporos para se multiplicarem. Estes são pequenos grãos amarelados 
semelhantes ao pólen. Os esporos do licopódio, por exemplo, são 
utilizados em pomada para tratar as irritações da pele.

Nem sempre as drogas vegetais são plantas ou partes delas; podem ser 
secreções como as resinas e as gomas. A secreção viscosa alojada sob a 
casca do azevinho ­ o visco ­ usa­se na confecção de cataplasmas para 
produzir a maturação dos abcessos e dos furúnculos.
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Léxico das propriedades medicinais das plantas

Absorvente. Nome dado ao medicamento que absorve os líquidos ou os gases
tanto em uso interno (tubo digestivo) como externo (feridas 
supurativas). 

Adípógeno. Propicia a acumulação de gorduras e, consequentemente, o 
aumento do tecido adiposo. 

Adsorvente. Que fixa à superfície uma substância líquida ou gasosa, 
propiciando assim a sua eliminação. 

Adstringente. Contrai os tecidos, os capilares, os orifícios e tende a 
diminuir as secreções das mucosas. As plantas adstringentes são 
frequentemente anti­hemorrágicas e podem provocar obstipação. 

Afrodisíaco. Aumenta a potência e o desejo sexuais. Nenhuma planta é 
efectivamente afrodisíaca. 

Alérgeno ou alergénio. Susceptível de provocar reacções alérgicas. 

Amargo. Estimula o apetite e activa as funções gástricas. As chamadas 
plantas amargas também são aperitivas, tónicas e frequentemente 
febrífugas. Devem o nome ao gosto que possuem. 

Anabolizante. Promove o aumento de peso corporal por acréscimo do 
anabolismo proteico. 

Analéptico. V. Estimulante. 

Analgésico. Calmante da dor. 

Anestésico. Suprime a sensibilidade. A sua acção pode ser local ou 
geral; neste caso, a consciência enfraquece, podendo mesmo ser anulada. 

Anorexigénio. Que reduz o apetite. 

Antálgico. Combate a dor, quer ao nível do órgão dorido, quer do sistema
nervoso central. 

Antianémico. Combate a anemia mediante um fornecimento de vitaminas e 
minerais (ferro) que ajudam o sangue a reconstituir o seu teor em 
glóbulos vermelhos. 

Antidiabético. V. Hipoglicemiante. 

Antidiarreico. Combate a diarreia devido a uma acção adstringente, 
adsorvente, desinfectante ou moderadora do trânsito intestinal. 
Antiescorbútico. Combate o escorbuto por meio de vitaminas, 
especialmente a vitamina C. 

Antiespasmódico. Descontrai certos músculos doridos. Ao actuar sobre o 
influxo nervoso que comanda o ritmo da contracção muscular, acalma 
espasmos e convulsões. 

Antiflogístico. Reduz as inflamações, opondo­se às reacções naturais do 
organismo. 

Antigaláctico ou antilactagogo. Reduz a secreção do leite. 

Antigotoso. Combate a gota, impedindo a formação de ácido úrico ou 
baixando o seu teor sanguíneo. 

Anti­helmíntico. V. Vermífugo. 

Anti­hemorrágico. Impede a hemorragia,
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facilitando a contracção dos capilares sanguíneos ou favorecendo a 
coagulação do sangue. 

Anti­infeccioso. V. Anti­séptico. 

Anti­inflamatório. V. Antiflogístico. 

Antilitiásico. Impede a formação de cálculos nas vias biliares ou 
urinárias ou facilita a sua dissolução. 

Antinauseoso. V. Antivomitivo. 

Antinevrálgico. Combate as dores produzidas no trajecto dos nervos 
sensitivos. Existem antinevrálgicos específicos, como, por exemplo, a 
essência de cravinho, que, em aplicação externa, alivia as dores de 
dentes. 

Antipirético. V. Febrífugo. 

Anti­séptico. Destrói os germes ou inibe o seu desenvolvimento, pelo que
evita o contágio; serve para desinfectar as feridas e certos órgãos. O 
eucalipto e o pinheiro, por exemplo, são anti­sépticos das vias 
respiratórias. 

Anti­sudorífico. Diminui a secreção do suor. 

Antitérmíco. V. Febrífugo. 

Antiffissico. V. Béquico. 

Antiulceroso. Melhora o estado das úlceras digestivas, quer baixando o 
teor de acidez, quer protegendo a mucosa. 
Antivomitivo. Combate as náuseas de origem nervosa ou espasmódica. 

Aperitivo. Contém princípios amargos que estimulam o apetite e preparam 
as operações digestivas. 

Aromático. Contém óleos essenciais muito odoríferos. Os aromáticos são 
tónicos, estimulantes e algumas vezes também estomáquicos. 

Bactericída. V. Anti­séptico. 

Balsâmico. Contém bálsamos que suavizam as mucosas respiratórias. 

Béquico. Acalma a tosse e as irritações da faringe. 

Calicida. Em aplicação externa, amolece e
facilita a extirpação dos calos. 

Calmante. V. Sedativo. 

Cardiotónico. Reforça, retarda e regulariza os batimentos do coração. 

Carminativo. Favorece a expulsão de gases do tubo digestivo. As plantas 
carminativas são também geralmente aromáticas e estimulantes, 

Cicatrizante. V. Vulnerário. 

Colagogo. Contrai a vesícula biliar, estimulando a evacuação da bílis do
canal colédoco para o intestino. 

Colerético. Estimula a secreção da bílis pelo fígado, facilitando assim 
a digestão dos corpos gordos. 

Cordial. Activa a circulação do sangue e estimula as funções digestivas.

Depurativo. Purifica o sangue, facilitando a eliminação dos resíduos 
mediante uma acção diurética, laxativa ou sudorífica.

Desodorizante. Encobre ou remove os cheiros desagradáveis. 

Detersivo. Limpa as feridas e as úlceras, facilitando assim a sua 
cicatrização. 

Diaforético. V. Sudorífico. 

Digestivo. Auxilia a digestão, facilitando a actividade do estômago. 

Diurético. Favorece a depuração do sangue, eliminando as toxinas que 
este contém. Alguns diuréticos aumentam a excreção dos cloretos e são 
úteis em caso de edema, outros a da ureia e outros ainda podem 
simplesmente aumentar, durante algumas horas, o volume de urina. 
Drástico. Provoca contracções enérgicas do intestino, com forte 
evacuação de fezes. 

Emenagogo. Facilita ou aumenta o fluxo menstrual. 

Emético. Provoca vómitos, possibilitando o esvaziamento do estômago em 
determinados casos de envenenamento. 

Emoliente. Exerce um efeito calmante sobre a pele e mucosas inflamadas. 

Esternutatório. Provoca espirros. 

Estimulante. Excita a actividade nervosa e vascular. Há estimulantes 
específicos de certos órgãos, como, por exemplo, do tubo digestivo ou do
coração. 

Estomáquico. V. Digestivo, 

Eupéptico. V. Digestivo. 

Eupneico. Regulariza a respiração e desobstrui as vias respiratórias, 
Expectorante. Facilita a expulsão das secreçõ es brônquicas e faríngeas.

Febrífugo. Combate a febre ou evita os seus acessos. 

Fluidificante. Torna as secreções brônquicas menos espessas e, portanto,
mais fáceis de expelir. Alguns fluidificantes têm uma acção depurativa 
do sangue. 

Galactagogo. Facilita ou activa a secreção do leite durante a lactação. 

Hemolítico. Destrói os glóbulos vermelhos, provocando por vezes 
icterícia e anemia. 

Hemostático. Faz parar as hemorragias, quer por uma reacção 
vasoconstritora, quer por meio de factores coagulantes (vitaminas K e 
P). 

Hepático. Auxilia as funções digestivas do fígado e da vesícula biliar, 
especialmente a secreção e a evacuação da bílis. 

Hipertensor. Provoca a elevação da pressão sanguínea nas artérias, 
frequentemente devido a um efeito estimulante. 

Hipnótico. Causa sono, quer por acção directa sobre o hipotálamo, quer 
por uma acção sedante geral do organismo. 

Hipocolesterolemiante. Baixa o teor de colesterol no sangue, reduzindo 
os perigos da arteriosclerose. 
Hipoglicemiante. Faz baixar o teor de glicose no sangue. 

Hipotensor. Provoca um abaixamento da tensão arterial. 

Insecticida. Mata determinados insectos. Geralmente, os componentes 
activos estão contidos em óleos voláteis.

Laxativo. Facilita a evacuação, das fezes, quer aumentado o seu volume, 
quer estimulando o movimento peristáltico do intestino. 

Lenimento. V. Emoliente. 

Lenitivo. V. Emoliente. 

Mucilaginoso. Contém glúcidos que intumescem com a água, formando uma 
solução viscosa, a mucilagem. 

Narcótico. Provoca um sono pesado e artificial que frequentemente é 
acompanhado de um entorpecimento da sensibilidade. 

Oftálmico. Utilizado para tratar algumas afecções dos olhos e das 
pálpebras. 

Parasiticida. Que destrói parasitas (insectos, ácaros, vermes). 

Peitoral. Exerce uma acção benéfica no aparelho respiratório. As plantas
béquicas e expectorantes são peitorais. 

Purgante. Laxante forte que acelera o peristaltismo e irrita, por vezes,
a mucosa intestinal. 

Refrescante. Acalma a sede e baixa a temperatura do corpo. As plantas 
ácidas, que têm propriedades antiflogísticas, são também refrescantes. 

Relaxante muscular ou miorrelaxante. Descontrai os músculos, acalmando 
as contracções por acção revulsiva e antiespasmódica. 

Remineralizante. Que permite, pelo fornecimento de sais minerais e 
oligoelementos, reconstituir o equilíbrio mineral do organismo. 

Resolutivo. Facilita a resolução das tumefacções e inflamações, 
possibilitando que os tecidos do organismo regressem ao seu estado 
normal. 

Revulsivo. Em uso externo, provoca a vermelhidão da pele acompanhada de 
calor. Em uso interno, contribui para o descongestionamento dos órgãos. 

Rubefaciente. Produz a irritação e vermelhidão da pele. 

Sedativo. Acalma e regulariza a actividade nervosa. 
Sonífero. V. Hipnótico. 

Sudorífico. Estimula a transpiração. 

Tonicardíaco. V. Cardiotónico. 

Tónico. Exerce uma acção fortificante e estimulante sobre o organismo, 
diminuindo a fadiga. 

Tranquilizante. V. Sedativo. 

Vasoconstrítor. Provoca a contracção do calibre dos vasos sanguíneos. 
Vasodilatador. Dilata os vasos sanguíneos, provocando a turgescência dos
tecidos irrigados. 

Vermífugo ou vermicida. Expulsa os vermes do intestino. Utilizam­se 
diferentes espécies de plantas, consoante o tipo de verme que é 
necessário combater (áscaris, oxiúros ou ténia). 

Vesicante. V. Rubefaciente. 

Vomitivo. V. Emético. 

Vulnerário. Contribui para a cicatrização das feridas, bem como para o 
tratamento das contusões.
15
O reino vegetal compreende uma infinita variedade de formas, o que pode 
fazer supor que o seu surpreendente capricho impede qualquer 
classificação. Contudo, apesar da sua prodigalidade, a Natureza actua 
segundo determinados modelos: o conhecimento destes e a descoberta das 
suas relações mútuas são produto do estudo de gerações sucessivas de 
cientistas, cuja preocupação comum foi "compreender a ordem oculta sob a
aparente diversidade e interpretar a exuberante riqueza do reino 
vegetal.

Descartes, considerado, sob diversos aspectos, como o iniciador do 
progresso das ciências modernas, escreveu: *As longas cadeias de 
raciocínios, todos simples e fáceis, de que os geómetras costumam 
servir­se para efectuar as mais difíceis demonstrações haviam­me 
convencido de que todas as coisas que podem ser objecto do conhecimento 
dos homens se interligam do mesmo modo." 

A botânica seguiu a via indicada por Descartes para todas as ciências do
pensamento. O resultado deste longo esforço de classificação e de 
correlação pode resumir­se a um quadro classificativo.

Cada planta é considerada como pertencente a um certo número de 
categorias subordinadas hierarquicamente e em que a espécie constitui a 
unidade básica. As principais categorias são as seguintes: espécie, 
género, família, ordem, classe e divisão. Estas unidades podem definir­
se, dizendo que cada uma delas é um conjunto de unidades imediatamente 
inferiores. Exemplo: um gênero é um conjunto de espécies; uma família é 
um conjunto de géneros. Se nos limitarmos às plantas incluídas neste 
livro, não encontraremos mais do que uma centena de famílias: Labiadas, 
Umbelíferas, Compostas, Liliáceas, etc. A espécie, último termo da 
escala de classificação, estabelece a identidade de um vegetal, 
impedindo qualquer confusão com outra espécie. Os géneros de unia 
família têm um aspecto muito diferente, enquanto as espécies de um mesmo
género se assemelham, pelo que pareceu lógica a attibuição a cada planta
de dois nomes: um que define o género, e outro, a espécie.

Para saber efectuar estas classificações, isto e, identificar 
correctamente cada uma das plantas encontradas, é ainda necessário 
éstudar e saber distinguir as suas partes constituintes: raiz, caule, 
folha, flor, inflorescência e, finalmente, o fruto. As caracterís~ ricas
de cada uma destas partes, a sua disposição relativa, a eventual 
inexistência de uma ou de várias, possibilitarão o reconhecimento de 
cada espécie. Os fetos não têm nem flor nem fruto; as folhas da gíesta­
de­

16

­espanha são tão pequenas e dispersas que, à primeira vista, parecem não
existir; a cuscuta não lança as raízes no solo para se alimentar, 
implantando os sugadores noutros vegetais que parasita; uma determinada 
planta pode apresentar um caule oco e uma outra um caule maciço. há 
plantas com flores isoladas e outras com cachos, espigas e umbeIas. É 
necessária uma atenção extremamente minuciosa, embora, para além disso, 
e deva estar familiarizado com os segredos da organização vegetal.

Satisfeitas estas condições, será então possível ir para o campo, onde 
se fará uma vez mais a descoberta de que o acaso não é positivamente uma
lei do mundo vegetal. Não é por acaso que se realiza a distribuição 
geogr4fica das diferentes espécies, não é o acaso que controla a 
distribuição aparentemente infinita das formas, De facto, cada planta 
necessita, para se desenvolver, de condições de solo e de clima muito 
especiais. Se umas necessitam de sombra, outras, pelo contrário, 
procuram a luz. Não existe, aliás, nenhuma região do Mundo, tórrida ou 
fria, seca ou húmida, de planície ou de montanha, que não constitua o 
habitat privilegiado de qualquer espécie vegetal, e as substituições são
a maioria das vezes inviáveis. Assim, seria impossível transplantar para
regiões mais hospitaleiras espécies que procedem de zonas aparentemente 
áridas e hostis. Deverá, portanto, apreender­se os princípios rigorosos 
que regem a implantação geográfica das espécies e as suas migrações. 
Descobrir­se­ii que, tal como acontece

com as espécies animais, as espécies vegetais têm um habítat específico 
e rigorosamente circunscrito. Seria um erro supor       1

primeira vista que uma planta deixou o seu próprio habitat para escolher
outro. Seguindo estes princípios, evitar­se­ão graves confusões.

Cada espécie tem urna época própria colheita. Assim, determinados 
períodos d ano são propícios à recolha e outros não pelo que se inclui 
nesta obra um calendári de colheita que indica as estações mais fav 
ráveis, o qual poderá ser consultado nas pp
38­39.

0 estudioso pode agora situar uma plan não só no reino vegetal, pela 
determinaçdo seu gênero e espécie, como também

a n espaço geográfico, pelo conhecimento d seu biótopo, e até no tempo, 
utilizando calendário. Finalmente, deverá conhecer técnicas elementares 
de colheita e conseri, ção e os utensílios, tão simples, necessári para 
a colheita. Poderá então começar   o s trabalho.
16
As 100 famílias

Esta lista, baseada na classificação precedente, reagrupa por famílias 
as plantas espontâneas, cultivadas e tóxicas segundo o nome popular mais
conhecido.

O sinal a indica as plantas tóxicas
*//* deverá ser visto com o livro, a lista que se segue.
Abietáceas

Abeto­brart o Pinheiro­bravo Pinheiro­silvestre Acantáceas

Acanto Amarilidáceas

Narciso­trombeta Anacardiáceas
O Fustete Apocináceas
O Loendro

Pervinca Aquifoliáceas

Azevinho Aráceas

Cálamo­aronlâtico Diefenbáquia
O Jarro Araliáceas

Hera­trepadora Aristoloquiáceas

Aristolóquia Ásaro

Berberidáceas

Uva­espim Betuláceas

Armeiro Aveleira Bétula (vidoeiro) Borragináceas

Aljôfar Borragem Buglossa Cinoglossa Consolda­maior Não­me­esqueças 
Pulmonária Buxáceas

Buxo

Campanuláceas

Rapúncio Canabináceas

Cânhamo Lúpulo Caparldáceas

Alcaparreira Caprifoiláceas

Engos Madressilva Noveleiro Sabugueiro Viburno Carioffiáceas
Arenária Morugem Saboeira Celastráceas

Evónimo Cetrariáceas

Líquen­da­islândia Compostas

Abrotano Abrotano­fêmea Açafroa Alcachofra Alface Alface­brava­maior 
Almeirão Arnica Artemísia Arternísia­dos­alpes Avoadinha Baisamita 
Bardana Bonina

Cardo­de­santa­maria Cardo­estrelado Cardo­santo Carlina Çersefi Enula­
campana Escorcioneira Estragão Eupatória Fidalguinhos Girassol Lapsana 
Losna Maccia Maravilhas Matricária Milfálio Pé­de­gato Petasite­oficinal
Pilosela Piretro Santónico Tanaceto Taráxaco Tasneirinha Tupinambo 
Tussilagem Vara­de­ouro Convolvuláceas

Bons­dias Crassuláceas

Conchelos Erva­dos­calos Saião­curto Crticíferas

Agrião Bolsa­de­pastor Colza Couve Eruca Erva­alheira Erva­das­colheres 
Erva­de­santa­bárbara Erva­sofia Goiveiro Juliana Mastruço Mostarda­
negra Rabanete Râbano Rábano­rústico Rinchão Cucurbitáceas

Abóbora Coloquíntida Melão Norça­branca Pepino Pepino­de­são­gregório 
Cupressáceas

Cipreste Sabina Tuia­vulgar Zimbro Cuscutáceas

Linho­de­cuco

Dioscoreáceas

Norça­preta Dipsacáceas

Cardo­penteador Morso­diabólico Droseráceas

Rorela

Efedráceas

Éfedra Eleagnáceas

Hipofaé Equisetáceas

Cavalinha Ericáceas

Arando Arando­de­baga­vermelha Medronheiro Urze Uva­ursina 
Escrofulariáceas

Becabunga
O  Dedaleira

Escrofulária­nodosa Eufrásia Graciosa Verbasco Verónica Euforbiáceas
O Ésola­redonda

Eufórbia­marginada Mercurial Poinciana Rícino

Fagáceas

Carvalho Castanheiro Faia Fucáceas

Bodelha Fumariáceas

Fumária

Gencianáceas
Fel­da­terra Genciana Geraniáceas

Erva­de­são­roberto Gigartináceag

Musgo­da­irlanda Ginkgoáceas
O Ginkgo Globulariáceas

Globulária Gramíneas

Arroz Aveia Centeio Cevada Grama Milho Milho­miúdo Trigo

Hipericáceas

Hipericão Hipocastanáceas

Castanheiro­da­íridia,

Iridáceas

Açafrão Lírio­amarelo­dos­pântanos Lírio­ florentino

Juglandáceas

Nogueira

Labiadas

Agripalma Alecrim Alfazema Basílico Betónica Búgula Carvalhinha Dictamo­
de­creta Erva­cidreira Erva­férrea
Escórdio Estaque Galeopse Hera­terrestre Hissopo Hortelã Hortelã­pimenta
Manjerona Marroio Marroio­negro Melissa­bastarda Néveda Nêveda­dos­ 
gatos Orégão Salva Salva­esclareia Segurelha Serpão Tomilho Urtiga­
branca Larninariáceas

Laminárias Lauráceas;

Loureiro Leguminosas

Acácia­bastarda Alcaçuz Alfarrobeira
0Codesso

Cornichão Ervilha Fava Feijão Feno­grego Galega Gatunha Giesteira­das­
vassouras aGiesteira­de­espanha

Lentilha Meliloto Sene­bastardo Soja Tremoço Vulnerária Lentibulariáceas

Pinguícula Licopodiáceas

Licopódio Liliáceas

Açucena Alho Alho­porro Cebola Ceboleta Cebolinha
0Cólquico

Espargo­hortense Gilbarbeira Lírio­dos­vales
0Pariseta

Salsaparrilha­indígena Selo­de­salomão Veratro Lináceas

Linho Litráceas

Salgueirinha Lorantáceas

Visco

Malváceas

Alicia Malva Menjantáceas

Trevo­d'água Mirtáceas

Eucalipto Murta Moráceas

Amoreira Figueira

Ninfeáceas

Golfão

Olcáceas
Alfenheiro Freixo Jasmineiro Lilás Oliveira Onagráceas (Enoteráceas)

Epilóbio Onagra Orquidáceas

Satirião­macho osmundáceas

Feto­real Oxalidáceas
Aleluia

Papaveráceas

Celidónia Dormideira Papoila Passifloráceas

Passiflora Peoniáceas

Peónia Plantagináceas

Tanchagens Zaragatoa Poligaláceas

Polígala­aniarga Poligonáceas

Azedas Bistorta Labaçoi Pimenta­d'água Ruibarbo Sempre­noiva Trigo­
sarraceno Polipodiáceas

Avenca Escolopendra Feto­macho Polipódio Portulacáceas

Beldroega Primuláceas

Erva­dos­escudos Lisimáquia o Morrião

Primavera Punicáceas

Romãzeira

Quenopodiáceas

Acelga Armoles Beterraba Erva­formigueira Espinafre Quenopódio­bom­
henrique

Ranináceas

Armeiro­negro Espinheiro­cerval Ranunculáceas
0Acónito

Acteia Adónis­vernal Anémona­dos­bosques onsolda­real Erva­pombinha 
Ficária Hepática Malmequer­dos­brejos
0Poinciana

Pulsátila
0Ranúnculo­acre
Vide­branca Rodomeláceas (Algas)

Musgo­da­córsega Rosáceas

Abrunheiro­bravo Agrimónia Alperceiro Arneixoeira. Amendoeira Argentina 
Cerejeira Cerejeira­brava Cinco­em­rama Drias Erva­benta Erva­ulmeira 
Framboeseiro oLoureiro­cerejeira

Macieira Marmeleiro Morangueiro Nespereira Pé­de­leão Pereira 
Pessegueiro Pilriteiro Pimpinela Rosa­pálida Rosa­vermelha

Sanguissorba Silva Silva­macha Türmentila Tramazeira Rubiáceas

Amor­de­hortelão Aspérula­odorífera Erva­coalheira Ruiva­dos­tintureiros
Rutáceas
Arruda Bergamota Dictamo­branco Laranjeira­azeda Laranjeira­doce 
Limoeiro

Salicáceas

Choupo­negro Faia­preta Salgueiro­branco Saxifragáceas

Groselheira Groselheira­ negra Groselheira­vermelha Quaresmas Solanáceas

Alquequenje Batateira
0Beladona

Beringela Dulcamara
0Erva­moura
0Espinheiro­alvar
0Estramónio
0Mandrágora
0Meimendro­negro

Pimentão QTabaco

Tomateiro

Taxáceas
O Teixo Tiliáceas

Tília Timeicáceas G Lauréoia­macha
O Mezereão Tropeoláceas

Chagas

Ulmáceas

Ulmeiro Uinbelíferas

Aipo Aipo­silvestre Alcaravia Âmio Angélica Anis­verde Canabrás Cardo­
corredor Cenoura Cenoura­brava Cerefólio
0Cicuta QCicuta­menor

Coentro cominho
0Embude

Endro Funcho Funcho­marítimo Imperatória Levístico Pastinaga Pimpinela­
magna Salsa Sanícula Urticáceas

Parietâria Urtigão

Veticrianáceas

Alface­de­cordeiro Valeriana Verbenáceas

Lúcia­lima Verbena Violáceas

Amor­perfeito­bravo Violeta Vitáceas Videira
IDENTIFICAR, COLHER, CONSERVAR

O baptismo de uma planta

Os cientistas tentaram desde a Antiguidade classificar as diversas 
espécies vivas. Lineu, naturalista sueco do século XVIII, determinou a 
noção de espécie e de género; o género é formado por espécies que 
possuem características comuns e agrupam­se em famílias. As famílias 
foram em seguida reunidas em ordens, as ordens em classes, as classes em
subdivisões, as subdivisões em divisões, formando o conjunto o reino 
vegetal. Para a
nomenclatura, Lineu adoptou um sistema binário em que cada planta é 
definida pelo nome do género e da espécie.

A nomenclatura

No decorrer de numerosos congressos de botânicos foi elaborada uma 
nomenclatura, depois adoptada universalmente. Esta tem progressivamente 
vindo a substituir as designações locais, pouco concisas, permitindo uma
classificação dos vegetais susceptível de ser usada nas permutas 
internacionais. Adoptou­se o latim, que, sendo uma língua morta, não 
está sujeito a deformações. Assim, cada planta tem, actualmente, o seu 
nome erudito, possivelmente pouco express ivo, porém mais estável do que
as designações que lhe são atribuídas nas diferentes regiões pelos que 
assistem ao seu crescimento. Mesmo que se denomine, por exemplo, 
Arctosiaph ­vIos uva­ursi L. ou Taraxacum officinale Web., estes termos 
não perturbarão o vulgar caminhante, e nos meios rurais continuarão a 
chamar­lhe uva­ursina ou dente­de­leão. Porém, a designação dente­de­
leão não atravessa as fronteiras do território nacional, enquanto 
Taraxacum é reconhecido em todo o Mundo.

Ao nome latino da planta segue­se, em abreviatura, o nome do naturalista
que pela primeira vez a descreveu. Neste livro figura uma lista das 
abreviaturas dos nomes dos botânicos nele citados (v. p. 19).

Paralelamente aos nomes científicos, existem inúmeros nomes populares ou
vernáculos, possivelmente mais expressivos em relação à imaginação e à 
sensibilidade que o nome latino, uma planta pode ter um ou
mais nomes vernáculos em cada região e vários na mesma região, 
acontecendo ainda que um mesmo nome seja atribuído a várias plantas. Um 
erro ou uma confusão, a própria devoção popular, o arrebatamento de um 
doente confortado no seu sofrimento ou as semelhanças mesmo superficiais
estão frequentemente na origem de grande número de nomes vernáculos. O 
alquequenje é também conhecido em França por amor­prisioneiro, por ter o
fruto encerrado no cálice. À dedaleira também se chama luva­de­nossa­
senhora, porque a corola tem a forma do dedo de uma luva. Ao cornichão 
foi dado o nome de sapatos­do­menino­jesus, porque o seu botão floral é 
delicadamente curvado e bicudo. A Salvia sclarea L., outrora considerada
como uma panaceia, recebeu dos franceses o nome de boa­para­tudo; há, 
porém, outras plantas botanicamente muito diferentes, como, por exemplo,
espécies do género Chenopodium, que possuem a mesma designação. Por 
vezes, o humor também interfere: a norça­preta, Tamus comniunis L., foi 
baptizada com o nome de erva­das­mulheres­açoitadas, pois a sua raiz 
amassada curava as equimoses. Frequentemente, o nome popular é pouco 
específico. Por exemplo, chama­se erva­do­carpinteiro a
algumas plantas em que se reconheceram propriedades hemostáticas, porque
este artesão era muitas vezes ameaçado por golpes e
hemorragias. Com este nome são simultaneamente designados a erva­de­
santa­bárbara e o milfólio.

Algumas desilusões terapêuticas podem ser atribuídas a confusões 
provocadas pelos nomes populares. Para a erva­de­são­roberto, Geranium 
robertianum L., têm sido propostas diferentes origens. Segundo alguns 
estudiosos, o nome deriva da palavra latina ruber, vermelho, pois o 
caule e os pecíolos, uma parte da folhagem e as flores são avermelhados.
Na Idade Média, chamava­se herba rubra e mais tarde herba rubertiana; o 
u transformou­se em o, de onde herba robertiana, que depois se tornou 
erva­de­roberto e erva­de­são­roberto, em homenagem ao santo que no 
século XI fundou a Ordem de Cister. Na vida do santo atribui­se­lhe uma 
cura milagrosa, e a devoção popular deduziu que só com o Geranium 
poderia ter realizado tal prodígio. Assim, só por acaso e capricho da 
História esta planta pôde ser considerada como verdadeiramente 
medicinal.

Um outro ponto importante que merece uma explicação é o da origem do 
género gramatical ­ masculino ou feminino ­ dos nomes das plantas. Esse 
género não tem qualquer relação com o sexo das plantas, porque a maioria
possui estames e pistilo, sendo, pois, hermafroditas. No entanto, por 
antropomorfismo, tornou­se hábito atribuir o género masculino às 
espécies de aspecto sólido e maciço e o feminino às de aparência 
delicada e frágil. É, por exemplo, o caso dos
17
fetos: o feto­macho, Eiryopterisfilix­mas (L.) Schott., e o feto­fêmea, 
Athyrium filix­femina Roth. O erro é flagrante devido a uma outra razão,
pois um feto adulto não tem sexo; só os gametófitos (protalos) 
resultantes da germinaçáo dos esporos são sexuados. O aspecto das folhas
da segunda espécie citada, mais delicadamente recortadas que as da 
primeira, provocou esta atribuição do género feminino, e a nomenclatura 
latina, como frequentemente sucede, perpetuou este equívoco.

O modo científico de definir uma planta é atribuir­lhe o nome latino, 
que pode ter as mais diversas origens. Uma personagem da mitologia 
inspirou o nome do cardo­estrelado, Centaurea calcitrapa L., que, 
segundo uma lenda, teria curado o centauro Quíron dos seus ferimentos. A
carvalhinha, Teucrium chamaedrys L., evoca um homem da Antiguidade, 
Teucro, príncipe troíano a
quem se atribui a descoberta das virtudes medicinais da planta. Ao 
baptizar as plantas do género Bartschia L., Lineu decidiu imortalizar o 
nome do botânico holandês Bartsch, morto na Guiaria aos 28 anos, em 
1738. Lineu escolheu uma planta triste para expressar a sua mágoa. 
Algumas vezes, o nome actual de uma planta deriva directamente de um 
antigo nome vulgar. Ceterach officínarum Wil]. provém da palavra árabe 
ceterach. O nome destaca por vezes uma particularidade morfológica: o 
funcho, Foeniculum vulgare (Mili.) Gacrtn., vem da palavra latinafoenum,
feno, ou defuniculus, fio delgado, numa alusão às suas folhas 
filiformes. O nome pode também referir­se às virtudes medicinais: a 
tussilagem, Tussilagofarfara L., por exemplo, deriva do latim tussis, 
tosse, e ago, eu expulso. Uma infusão de flores de tussilagem acalma a 
tosse.

A classificação

Que espécie de planta é esta? Estas duas flores serão da mesma espécie? 
Eis duas perguntas que qualquer pessoa pode fazer. Para
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exemplificar, escolhemos uma planta bastante conhecida, o lírio­dos­
pântanos, com flores amarelas. Se colher alguns ramos, notará que não 
são todos exactamente iguais: alguns têm mais 15 cm do que outros; uns 
têm três flores abertas e dois botões, e outros têm apenas uma flor. 
Excluindo estas diferenças individuais, trata­se irrefutavelmente da 
mesma planta, também denominada ácor( ­bastardo. Estas variedades 
pertencem à mesma espécie, designada em latim por iris pseudacorus L., 
sendo Iris o nome do género epseudacorus o da espécie.

Ao percorrer outros locais húmidos ou, ao contrário, colinas áridas, e 
nas proximidades de locais habitados, encontram­se outras plantas com o 
mesmo aspecto geral, o mesmo porte, as mesmas folhas, a mesma curvatura 
para cima das três pétalas da flor. Porém, a cor das flores é diferente:
na espécie florentina é branca; violeta na Iris germanica; azul, violeta
e esbranquiçada na Iris spuria, e azul­clara na Iris pallida. Na 
totalidade, existem 17 espécies européias com mais semelhanças entre si 
do que com os
gladíolos, Gladiolus L., ou com o açafrão, Crocus L. A fim de reunir 
estas 17 espécies, constituiu­se o géneroIris L., que será definido o 
melhor possível pelos pontos comuns de semelhança ou pelo conjunto das 
características, sem, claro, mencionar a cor, visto que esta é um mero 
elemento específico. Deve frisar­se que a noção de semelhança tende cada
vez mais a ser encarada pelos especialistas num sentido lato, 
vinculando­a não apenas à morfologia externa, mas também a grande número
de características químicas.

O mesmo raciocínio é válido em relação a géneros próximos. Assim, 
atende­se a características de semelhança menos precisas entre os 
géneros Crocus L., Iris L. e Gladiolus L. para poder reuni­los 
logicamente numa só família, as lridáceas. Poderá supor­se que teria 
sido possível associar­lhes também os cólquicos, Colchicum L., que se 
confundem facilmente com os Crocus L.; porém, essas aparencias são 
ilusórias. Por outros motivos, os cólquicos estão agrupados na família 
das Liliáceas. Contudo, as lridáceas e as Liliáceas têm em comum um 
número suficientemente grande de características, o qual permite a sua 
reunião na ordem das Liliales. Subindo assim na escala da classificação,
da ordem para a classe, da classe para a subdivisão e desta para a 
divisão, poder­se­á estabelecer a ficha sistemática do lírio­amarelo­
dos­pântanos:

Espécie: pseudacorus L. (ácoro­bastardo, ou lírio­amarelo­dos­pântanos).
Género: Iris. 
Família: lridáceas. 
Ordem: Liliales. 
Classe: Monocotiledóneas. 
Subdivisão: Angiospérmicas. 
Divisão: Espermatófitas ou, segundo a designação antiga, Fanerogâmicas.
Para identificar uma planta desconhecida com a ajuda de uma obra de 
botânica ou de flora, é indispensável proceder em ordem inversa, isto é,
determinar primeiro a Adivisão, atendendo às características que a 
definem, seguidamente a classe, a ordem, a família e, por fim, no género
Iris L., escolher entre as 17 espécies existentes nas nossas regiões 
para encontrar o lírio­ amarelo­
dos­pântanos.

Lista dos nomes dos principais botânicos e suas abreviaturas

A, Br.                     BRAUN Alexandre, 1805­1877.

Alemanha. Ali.                       ALLIONI Carlo, 1725­1804. Itália. 
Andrz.                     ANDRZEIOWSKi Anton, 1785­1868.

Polónia. Aschers.                   AsCHERSON Paul Friedrich August,

1834­1913. Alemanha. Batsch                     BATSCH Auguste Johann 
Georg

Karl, 1761­1802. Alemanha. Beauv.                     BEAUVOIs Ambroise 
Marie François Joseph PALISOT DE, 1755­
1820. França. Benth.                     BENTHAmGeorge, 1800­1884. GB. 
Berrili.                   BERNHARDI Johann Jacob, 17741850. Alemanha. 
Boi kh.                    BORKHAUSEN Moritz Balthasar,

1760­1806. Alemanha. Br. R.                     BROWN Robert, 1773­1858.
GB. Burgsd.                    BURGSDORF Friedrich August Ludwig von, 
1747­1802. Alemanha. Chaix                      CHAix Dominique, 1730­
1800. Fr. Crantz                     CRANTz Heinrich Johann Nepom

von, 1722­1797. Áustria. Cronq.                     CRONQUIST Arthur 
John, nascido

em 1919. EUA. DC.                        DE CANDOLLE Augustin Pyramus,

1778­1841. Suíça. Desf.                      DESFONTAINES, Renê Louiche,

cognominado, 1750­1833. Fr. Duch.                      DUCHESNE Antoine 
Nicolas, 17471827. França. Ehrh.                      EHRHARTFriedrich, 
1742­1795. AI. Endi.                      ENDLICHER Stephan Ladislaus,

1804­1849. Áustria. Foslie                     FoSLIE Mikal Heggelund, 
18551909. Noruega. Gaertn.                    GAERTNER Joseph,          
1732­1791.

Alemanha. Gilib.                     GILIBERT Jean Etrimanuel, 17411814.
França. Guim.                      GUNNERUS J. E., 1718­1773. Nor. Haw. 
HAWORTH Adrian Hardy, 17681833. Grã­Bretanha. Hayek                     
HAYEK August, 1871­1928. Áust. Herm.                      HERMANN 
Johann,                 1738­1800.

Alemanha. Hili                       HILLJohn, 1716­1775. G13. Hoffin.  
HOFI`MANN Georg Frariz, 17611826. Alemanha. Houtt.                     
HOUTTIJY1,1 Martinus, 1720­1798.

Hotanda. Huds.                      HUDSON Williarti, 1730­1793. GB. 
Hull                       HULL John, 1761­1843. G13. kicci.            
JACQUIN Nicolaus Joseph, 17271817, Áustria. Koch       ou K.           
KOCH Karl Heiririch, 1809­1879. ou K.      Koch               Alemanha. 
Kth.                       KUNTH Carl Sigismund,                   
17881850, Alemanha. Kuntzc                     KUNTZE OttO, 1843­1907. 
AI. Kuitz                      KURTz Fritz, 1854­1920. AI.

LINNÉ Carl von, vulgarmente conhecido por Lineu, 1707­1778. Suécia. 
Libill.                    LABILLARDIÈRE Jacques                  Julien

HoUTTON DE, 1755­1834. Fr. Lam. ou Lamk.              LAMARCK, Jean 
Baptiste Antoine

Pierre de MONNET, cavaleiro de,
1744­1829. França. Larrix.                    LAMOUROUX Jean Felix 
Vincent,

1779­1825. França. Latouiette                 LATOURETTE Marc Antoine 
Louis

CLARET DE, 1729­1793. França. Leci s                     LEERS Johann 
Damel, 1727­1774.

Alemanha. L'Hérit.                   L'HÉRITIER DE BRUTELLE Charies

Louis, 1746­1800. França. Lindi.                     LINDLEY John, 1799­
1865. G13. Unk                        LINK Johann Heiririch Friedrich,

1767­1851. Alemanha.

Loisel. ou Lois,

Lyngb.

Maxim.

Med. ou Medik.

Merr.

Mili. Moench Murr.

Murray
Mue11. Neck.

Osbeck Pall.

P. B. Peis.

Poir.

Poit. Poli.

Pres1

Raeusch.

R. Br. Rchb. Reichb. ou

Rchb. Rich. Reci. R@ss. Roth

Rotimi.

S. F. Gray

S. e Sm.

Salisb.

Schricid.

Schrad.

Schott

scop.

Sibth. Sieb. e Zucc.

Stri.

Soland.

Somm. Spreng. Trev. Tul.

Vahl viii.

Vis. Web. Willd.

LoiSELEUR­DESLONGCHAMPS Jean

Louis Auguste, 1774­1849. Fr. LYNGBY1E Hans Christian, 17821837. 
Dinamarca. MAximowicz Karl Johann, 18231891. URSS. MEDIKUs Friedrich 
Casimir, 17361808. Alemanha. MERRILL Elmer Drew, 1876­1956.
EUA. MILLER Philip, 1691­177 1. GB. MOENcH Konrad, 1744­1805. AI. MURRAY
Johann Andreas, 17401791. Alemanha. MURRAY Ivan J­ cerca de 1898.

EUA. MUELLER 1., 1828­1896. Suíça. NECKER Joseph Noêl de, 17291793. 
França. OSBECK Pehr, 1723­1805. Suécia. PALLAS Peter Simon, 1741­1811.

Alemanha. V. Beativ. PERSOON Christian Hendrich, 17551837. Alemanha. 
POIRET Jean Louis Marie, 17551834. França. POITEAU Antoine, 1766­1854. 
Fr. POLLARD Charles Louis, 1872­­EUA. PRESI, Karl Boriwog, 1794­1852.

Checoslováquia. RAEUSCHEL Errist Adolpit, cerca de

1772. Alemanha. V, Br. R. V. Reichb, REICHENBACH Heiririch Goulieb

Ludwig, 1793­1879. Alemanha. RiCHAP,D Achille, 1794­1852. França. 
REQUIEN Esprit, 1783­1851. Fr. Pisso J. Antoine,tem 1889.França. ROTH 
Albrecht Wilhelra, 17571834. Alemanha. ROTHMALER Werner, 1908­1962.

Alemanha. GRAY Samuel Frederik, 1766­1828.

Grã­Bretanha. SIEiTHORP John, 1758­1796, e SMITH James Edward,         
1759­
1828. Grã­Bretanha. SALISBURY Richard Anthony,     17611829. Grã­
Bretanha. SCI1NEIDER Camillo Kari,       18761951. Alentanha. SCHRADER 
Heiririch Adolf,      17671836. Alemanha. SCHoTT Heiririch Wilheim,     
17941865. Áustria. SCOPOU Giovanni Antonio,       17231788. Itália. 
SIBTHORF, John, 1758­1796. G13 SIEBOLD Philipp Franz von, 1741866, e 
ZUCCARINI Joseph Gerhard, 1798­1848. Alemanha. SMITH James Edward, 1759­
1828.

Grã­Bretanha. SOLANDER Daniel Carl, 1736­1782,

Grã­Bretanha. SOMNIER Stefano, 1848­1922. It. SPRENGEL Kurt, 1766­1833. 
AI. TREVIRANus L. C., 1779­1864. Ai, TuLASNE Edmond Louis Rene,

1815­1885. França. VABI, Martin, 1749­1804. Din. VILLARs Dominique, 
1745­1814.

França. VISIANI,Roberto de, 1801­1878. lt, WEBER Friedrich, 1781­1823. 
AI. WILLDENow Karl Ludwig, 17651812. Alemanha.

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Zona de crescimento

A raÍz

É a principal parte subterrânea do vegetal. Tem como funções essenciais 
a fixação ao solo e a absorção da água com as substâncias minerais 
exigidas pelo metabolismo vegetal. Muitas vezes acumula reservas 
alimentares. Em certos casos, pode constituir a parte activa da planta 
medicinal. Seguem­se as diversas formas que uma raiz pode apresentar:

Sistema axial: raiz principal que emite raízes secundárias.
1. Raiz aprumada, em que se distinguem nitidamente uma raiz vertical 
mais importante do que as outras, a principal, ou mestra, que prolonga o
eixo do vegetal, e raízes secundárias, emitidas lateralmente e 
ramificadas em radículas. O colo é o ponto de união da raiz com o caule.
A coifa é a parte terminal das raízes e das radículas. A água e as 
substâncias minerais penetram na planta através de pêlos absorventes.
2. Raiz aprumada tuberosa ou tuberculosa, isto é, repleta de reservas 
alimentares, Ex.: a cenoura, o rabanete.
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3. Raiz aprumada velha. Ex.: o carvalho.

Sistema fasciculado ou fibroso: conjunto de raízes, todas mais ou menos 
do mesmo calibre, que partem do colo e se dividem em feixes.
4. A maioria das raizes das Gramíneas, cereais ou plantas forrageiras, 
são do tipo fasciculado. Ex.: o trigo. 
5. Algumas raízes fasciculadas acumulam matérias de reserva (raizes 
tuberosas). Ex.: a ficária, a dália.

Raízes adventícias: estas raizes desenvolvem­se directamente num caule 
subterrâneo ou aéreo, lateralmente, e não no prolongamento do caule ou 
sobre outra raiz.
6. Ao longo de um caule prostrado, as raízes adventícias desenvolvem­se 
ao nível de cada um dos nós. Ex.: o serpão, a verónica.
7. Num caule subterrâneo horizontal ou rizoma, as raizes desenvolvem­se 
nos nós. Ex.: a urtiga­branca, a grama, o selo­de­salomão.
8. As raizes adventícias desenvolvem­se numa estaca cravada na terra. 
Ex.: o salgueiro.
21
O caule

Suporte das folhas, o caule contém os vasos condutores, sendo 
essencialmente uma via de circulação através da qual se efectuam a 
subida e a descida da seiva na planta. Apresenta­se sob duas formas: 
aéreo e subterrâneo.

Caules aéreos: são o prolongamento da raiz acima do colo.
9. O caule aéreo erecto pode ser herbáceo e, portanto, flexível, frágil 
e efémero, ex.: o trigo, o milho; ou lenhoso e, portanto, rígido, 
robusto e perene como os das árvores, ex.: a faia, o castanheiro.
10. O caule aéreo trepador não tem por vezes resistência suficiente para
se manter sem apoio. Prende­se então de diversas formas, por gavinhas (a
videira), por raízes laterais (a hera) ou pelos pecíolos das folhas (a 
vide­branca).
11. O caule aéreo volúvel agarra­se a um suporte, enrolando­se à sua 
volta. Ex.: a madressilva.
12. O caule aéreo rastejante, ou estolho, alonga­se rente ao solo e 
enraíza nos nós, de onde nascem folhas, pedúnculos e inflorescências. 
Emite outros estolhos, os quais se desenvolvem do mesmo modo. Ex.: o 
morangueiro, a violeta, a búgula, a erva­de­são­lourenço.
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caules subterrâneos: são os rizomas horizontais ou oblíquos que todos os
anos produzem novos caules numa das extremidades e se extinguem na 
extremidade oposta. Podem ser tubérculos, partes dilatadas do caule 
repletas de reservas nutritivas, ou bolbos, cujo caule está reduzido a 
um núcleo fibroso (prato). Tanto uns como outros possuem as 
características que seguidamente se indicam.
13. O caule subterrâneo, também chamado rizoma, rasteja à superfície do 
solo. Ex.: a urtiga­branca.
14. No rizoma são visíveis as cicatrizes dos caules aéreos do ano 
anterior e o botão que dará origem aos caules do ano seguinte, os quais 
terminarão em inflorescências. Ex.: o selo­de­salomão.
15. Caule subterrâneo dilatado e transformado em tubérculos (a). Não 
confundir com raízes. Apresentam botões e pequenas escamas que são as 
folhas transformadas (b). Ex.: a batateira.
16. Bolbo sólido, não apresentando escamas carnudas (a). Corte de um 
bolbo (b). Ex.: a túlipa.
17. Bolbo com escamas carnudas. Ex.: a cebola.
23
A folha (1)

A folha é um órgão fundamental da planta, geralmente de forma laminar e 
de cor verde, que está intimamente ligado ao caule ao nível do nó. 
Devido ao seu pigmento verde, chamado clorofila, capta as radiações 
vermelhas do espectro solar, acumulando assim energia para a síntese dos
hidratos de carbono, ou glúcidos, e ainda dos prótidos o dos lípidos.

Os componentes activos das plantas medicinais são muitas vezes 
sintetizados pela folha. Todas as outras partes verdes da planta, caules
jovens, bainhas, estípulas e brácteas, participam nesta função foliar, 
mas em
menor proporção.

A folha pode apresentar­se sob diversos aspectos, entre os quais são 
ainda possíveis formas intermédias.

Para classificar uma folha, devem ter­se em consideração diversos 
aspectos como: situação, disposição sobre o caule, posição, 
diferenciação, divisão, forma do limbo, forma da base e do vértice, 
nervação, consistência, presença ou ausência de indumento.

A gema: é a origem de um rebento; contém um caule com folhas no estado 
rudimentar, protegido ou não por escamas.
19. A gema terminal está situada na extremidade do caule. o rebento ou a
inflorescência que o caule produz na Primavera prolongarão esse caule. A
gema axilar está situada no ângulo superior do pecíolo e do caule, isto 
é, na axila da folha. chegando a Primavera, tornar­se­á um ramo axilar 
folhoso ou transformar­ se­á num esboço de botão floral ou de 
inflorescência. Ex.: macieira, pereira.
Limbo
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Ligação da folha ao caule:
20. Tipo de folha inteira, simples, com um

pecíolo que a liga ao caule, o limbo e a sua face dorsal.
21. A folha já não é simples, mas trifoliada, isto é, composta por três 
folíolos. A base do pecíolo tem dois folíolos simplificados chamados 
estípulas.
22. Na folha invaginante das Gramíneas não existe pecíolo. Uma parte do 
limbo envolve o caule, ou colmo, numa extensão variável: é a bainha.
23. A folha sem pecíolo denomina­se séssil (a): o limbo pode prolongar­
se à volta do caule, formando uma espécie de orelhas ­

auriculada (h), ou ao longo do caule ­ decorrente (c).
24. 0 pecíolo da folha peltada une­se num

ponto central da face dorsal do limbo. Ex.: conchelos.

Nervação: o limbo é percorrido por nervu­

ras, prolongamentos e ramificações do pecíolo, mais ou menos salientes, 
que formam simultaneamente o seu esqueleto e o sistema de condução da 
seiva. A disposição das ner­

vuras é geralmente constante num género ou

numa família.
25. Disposição das nervuras mais ou menos paralelas (folhas 
paralelinérveas). Ex.: a tanchagem, plantas das famílias das Liliáceas e
das Gramíneas.
26. Uma só nervura no limbo, que ficou reduzido a uma agulha (folhas 
uninérveas). Ex.: o pinheiro, o zimbro, o abeto.
27. As nervuras estão dispostas como os

dentes de um duplo pente (folhas peninérveas). Ex.: a faia, o 
castanheiro.
28. As nervuras estão dispostas como os
dedos de uma mão aberta (folhas palminérveas). Ex.: a malva, o rícino.
25
A folha (2)

A forma do limbo e dos seus recortes serve de base à seguinte 
classificação:

Folhas simples: a folha comporta um só limbo, cuja margem pode 
apresentar recortes mais ou menos acentuados.
29. Limbo inteiro; bordo sem recortes. Ex.: o lilás.
30. Limbo dentado; margem apresentando recortes pontiagudos Ex.: o 
castanheiro, a urtiga.
31. Limbo crenado; margem com recortes arredondados. Ex.: o choupo­
negro.
32. Limbo lobado; margem com largos recortes que não atingem metade da 
aba da folha. Ex.: o carvalho.

As folhas simples penatipartidas e penatissectas distinguem­se pela 
maior ou menor profundidade dos recortes do limbo.
33. A folha penatipartida é peninérvea e os recortes ultrapassam metade 
do limbo.
34. Na folha penatissecta, o recorte atinge a
nervura central.
35. Esquema de uma folha com recortes triplos (tripenatissecta).

Folhas compostas: a folha diz­se composta quando cada um dos recortes, 
transformado

26
em folíolo, se mantém nitidamente individualizado em forma de uma 
pequena folha frequentemente provida do seu próprio pecíolo (peciólulo).
36. Diz­se penaticomposta quando os folíolos estão dispostos de cada um 
dos lados da nervura, à semelhança das barbas de uma pena de ave. Ex.: a
galega.
37. Diz­se palmaticomposta quando os folíolos se dispõem como os dedos 
de uma mão aberta. Ex.: o castanheiro­da­índia.

A disposição das folhas: as folhas podem estar dispostas ao longo do 
caule de diferentes modos: opostas, alternas e verticiladas.
38. Folhas opostas: dispostas aos pares ao nível de cada um dos nós em 
face umas das outras. Ex.: o buxo e plantas da família das Labiadas.
39. Folhas alternas: uma em cada nó, isoladas e dispersas pelo caule. 
Ex.: a tília.
40. Folhas verticiladas: dispostas em cada um dos nós em grupos de mais 
de duas folhas em volta do caule. Pode haver num mesmo verticilo três ou
mais folhas inseridas ao mesmo nível, formando uma coroa. Ex.: a 
aspérula.
41. Folhas em roseta: dispostas em círculos próximo da base ao nível do 
solo. Ex.: a pinguícula, a primavera.
27
Estigma

A flor (1)

Corola

Cálice

Calículo

Peciúriculo

A flor, espécie de botão muito especializado, é o órgão de reprodução 
sexuada de uma planta; é o principal meio, mas não o único, de perpetuar
a espécie. Provida de estames, órgãos masculinos, e de um pistilo, órgão
feminino, é hermafrodita, se bem que por vezes contenha apenas os órgãos
de um só sexo. Uma flor denomina­se completa quando é formada por 
cálice, corola, estames e um pistilo; se a flor não possui um destes 
elementos, denomina­se incompleta. Na base do seu suporte, o pedúnculo, 
encontra­se uma pequena folha, a bráctea, diferente das outras folhas. A
flor denomina­se séssil se não tem pedúnculo. Finalmente, uma flor 
denomina­se regular se a sua simetria é radial’ou irregular se a sua 
simetria é bilateral. As flores podem ser solitárias ou agrupadas, 
formando então inflorescências de formas variadas.

Flor completa:
42­43. Uma flor completa está provida de perianto, constituído pelo 
cálice e pela corola, de androceu, ou conjunto dos estames, e de 
gineceu, ou pistilo, composto pelo estigma, o estilete e o ovário.
44. A flor vista da parte inferior apresenta o perianto, conjunto 
formado pelo cálice, constituído por sépalas, e pela corola, formada por
pétalas, além do pedúnculo, ramo ou caule que lhe serve de suporte.

O cálice: invólucro mais externo da flor, é formado por uma ou várias 
sépalas, geralmente de cor verde, sendo por vezes reforçado por um 
calículo, ou epicálice. As sépalas da açucena são da mesma cor das 
pétalas, razão por que são denominadas petalóides.
28
45. Cálice dialissépalo: as sépalas apresentam­se livres em relação umas
às outras. Ex.: a morugem.
46. Cálice gamossépalo: as sépalas unem­se
num ponto do seu comprimento, formando um tubo. Ex.: a erva­saboeira.
47. Cálice em que uma das sépalas tem a
forma de capacete. Ex.: o acónito.

A corola: invólucro interno da flor, é formada pelo conjunto das 
pétalas. O papel da corola é importante: a coloração viva das pétalas, o
perfume que exalam e o açúcar dos nectários da base das diversas pétalas
atraem os insectos, que propiciam a fecundação. No entanto, os nectários
podem também situar­se nas folhas ou nos pecíolos.
48. Corola dialipétala: as pétalas apresentam­se livres. Ex.: a 
tormentila, a erva­benta.
49. Corola gamopétala: as pétalas estão unidas em todo o seu 
comprimento, constituindo uma corola em forma de funil. Ex.: os 
bons~dias, o lírio­ dos­vales.
50. Corola com uma pétala munida de esporão. Ex.: a ancólia, a violeta.

Flor regular: a que possui um eixo de simetria, isto é, todos os planos 
que passam por esse eixo dividem a flor em duas partes iguais (48). Ex.:
a erva­benta.

Flor irregular: apresenta uma simetria bilateral, isto é, em relação a 
um plano. Assim, apresenta um lado esquerdo e um lado direito (51, 52). 
Ex.: o amor­perfeito­bravo, o morrião­d'água.
53. Vista de frente, apresenta uma simetria bilateral.
54. Flor irregular com corola bilabiada, da qual duas pétalas formam o 
lábio superior e três o lábio inferior. Ex.: a urtiga­branca.
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A flor (2)
*//* esta página deve ser refeita
O androceu e o gineceu são os órgãos, respectivamente, masculino e 
feminino de reprodução da flor.
55. Corte de uma flor do abrunheiro­bravo. Vêem­se as sépalas, as 
pétalas, os estames e o pistilo. Os estames, cujo conjunto forma 
androceu, são formados por um filete e uma antera. No centro da figura 
observam­se o pistilo, ou gineceu, formado pelo ovário (parte 
arredondada que contém os óvulos), estilete e o estigma. Este androceu e
esta corola são perigínicos, porque os estames e as pétalas estão 
inseridos em volta do ovário, sobre o cálice (a). Se o cálice e o ovár 
estão soldados, o ová rio denomina­se ínfer( sendo as restantes peças 
florais epigínic@ (b).
56. O androceu e a corola são hipogínico porque os estames e as pétalas 
estão inser dos abaixo do ovário, que se denomina súper(

O androceu: os estames contém o pólen, o seu número é geralmente 
característica é uma família ou de uma ordem, Assim, m Dicotiledóneas, 
os números mais frequente são 2 e 5 e os seus múltiplos, enquanto m

Monocotiledóneas predominam o 3 e os seu múltiplos.
57. Um androceu é monadelfo quando c

filetes dos estames estão unidos quer na bas (a), quer em todo o seu 
comprimento (b).
58. Um androceu é diadelfo quando em 1 estames 9 estão unidos pelos seus
filetes e permanece livre. Ex.: o cornichão.
59. Um androceu é designado por poliadel fo quando os estames se 
encontram agrupa

30
dos em vários feixes. Ex.: o hipericão.
60. Um androceu é sinantérico quando os filetes estão livres e as 
anteras se unem, formando um invólucro que é atravessado pelo estilete. 
Flor ligulada do taráxaco (a); flósculo da bonina (b).
61. O androceu é didinâmico se apresenta 4 estames, dos quais 2 são 
pequenos e 2 grandes. Ex.: a dedaleira.
62. Diz­se que um androceu é tetradinâmico quando em 6 estames 4 são 
grandes e 2 pequenos. Ex.: plantas da família das Crucíferas.

O gineceu, ou pistilo, é um órgão mais variável e complexo que o 
androceu. Possuí, pelo menos, um carpelo (55), constituído por um 
ovário, um estilete e um estigma; porém, na generalidade, tem vários 
carpelos, livres ou unidos entre si.
63. Pistilo composto por numerosos carpelos livres como na ficária (a); 
na anémona (b), cada um deles termina por um longo estilete plumoso.
64. Pistilo composto por 5 carpelos, livres no vértice e unidos na base.
Ex.: o acónito (a), o heléboro­negro (b).
65. Pistilo composto por 5 carpelos com ovários soldados e 5 estiletes 
livres. Ex.: o linho­bravo.
66. Pistilo composto por 3 carpelos inteiramente unidos, como na 
açucena. O ovário com 3 lóculos prolonga­se por um estilete único que 
termina por um estigma globuloso trilobado Ex.: a túlipa.
67. Pistilo com estigmas radiantes sobre um disco séssil, chamado 
estigmatífero, que coroa o ovário. Ex.:+a a papoila ordinária.

Anteras soldadas
64 b

31
A inflorescência

A parte floral da planta é composta quer por flores solitárias, quer por
uma ou mais inflorescências. Este último termo designa um conjunto de 
flores suportadas por um pedúnculo comum. Se existir uma só flor na 
extremidade do pedúnculo, a inflorescência diz­se solitária; se houver 
várias, toma o nome de grupada. Alguns autores, porém, consideram 
inflorescências somente as gruPadas, Quanto ao tipo, as inflorescências 
podem ser definidas, ou cimeiras, e indefinidas. No primeiro caso, 
trata­se de uma

cujo eixo termina por uma flor, que é a primeira a abrir. No segundo, 
pode haver ou

não um eixo. Os tipos principais de inflorescências indefinidas são o 
cacho, a espiga, a umbela e o capítulo,
68. Planta com uma flor solitária.

0 cacho é uma inflorescência formada por um determinado número de flores
cujos pedúnculos são sensivelmente de igual comprimento e estão fixados 
sobre um eixo, ou caule, que prolonga o pedúnculo do cacho. Geralmente, 
não existem flores terminais.
69. Esquema do cacho (a). Exemplo de cacho com caule e pedúnculo: a 
groselheira­vermelha (b).
70. No cacho composto, os pedúnculos laterais podem apresentar­se também
ramificados em cachos e presos ao caule (pedúnculo ramificado) do cacho 
primário. Ex.: a videira.
71. Uma panícula é um cacho composto com pedúnculos muito compridos e 
desiguais, em forma de pirâmide. Ex.: a artemísia.

A espiga é formada por um grupo de flores sésseis, isto é, directamente 
unidas ao eixo,
72. Esquema de uma espiga simples.
73. Esquema de uma espiga composta.
74. A espiga pode ser densa, longa e pendente, chamando­se amentilho. 
Ex.: a aveleira.

0 corimbo é uma falsa umbela. Cacho cujos pedúnculos florais são de 
dimensões diferentes, sendo os da base mais compridos, mos­
trando as flores à mesma altura.
75. Esquema de uma inflorescência em corimbo simples, ex.: a pereira 
(a), e com corimbo composto, ex.: o milfólio (b).
32
A umbela é uma inflorescência em que todos os pedúnculos de igual 
comprimento se inserem num mesmo ponto do eixo principal. Por vezes, 
existe um invólucro na base.
76. Esquema de uma inflorescência com umbela simples. Ex.: a cerejeira 
(a), a hera (b).
77. Existem também umbelas formadas por umbelas mais pequenas 
(umbélulas), como na maioria das Umbelíferas. Ex.: o canabrás.
78. Na inserção dos pedúnculos da umbela, uma coroa de brácteas forma o 
invólucro. Ex.: a cenoura­brava.
79. A cúpula da glande do carvalho é um
invólucro formado por escamas resistentes situado na base do fruto para 
protecção.

Um capítulo é um grupo de pequenas flores, geralmente sésseis, reunidas 
numa dilatação do pedúnculo, o receptáculo.
80. Esquema de um capítulo (a); se a compararmos com a violeta (68), a 
bonina (b) apresenta­se não como uma flor solitária mas como um grupo de
flores: cada uma das lígulas brancas periféricas é uma flor, cada uma 
das papilas amarelas do centro é também uma flor. Só as amarelas têm 
estames, formando um androceu sinantérico (60 b).
81. Outra forma de capítulo: o dos fidalguinhos. Sob o capítulo, está 
uma folha de dimensões reduzidas ­ a bráctea. O invólucro do capítulo é 
formado por outras brácteas.

O espadice (82) é uma espiga com eixo carnudo, terminada no jarro por 
uma clava estéril e envolvida por uma bráctea membranosa, a espata.

A cimeira é uma inflorescência cujos eixos principais terminam numa 
flor, ramificando­se em um, dois ou mais ramos laterais.
83. Uma cimeira é unípara quando do eixo principal nasce um único 
secundário que termina numa flor e origina novo eixo que floresce. Se o 
desenvolvimento sucessivo dos eixos se faz sempre do mesmo lado, a 
cimeira é escorpióide. Ex.: não­me­esqueças.
84. Se o desenvolvimento se efectua alternadamente de ambos os lados, a 
cimeira é helicóide. Ex.: os lírios.
85. Uma cimeira é bípara quando cada uma das flores tem dois ramos 
laterais terminados por uma flor. Ex.: a morugem­vulgar.

Flores femininas

82

81

33
O fruto

0 fruto é o resultado final da maturação do ovário fecundado; contém os 
óvulos transformados em sementes aptas a germinar, pelo menos após algum
tempo, para dar origem a outra planta da mesma espécie. Há duas 
categorias de frutos: carnudos e secos.
Fruto carnudo: as sementes estão geralmente encerradas numa polpa 
suculenta rodeada por uma pele fina. A semente pode igualmente estar 
encerrada num caroço, por sua vez também situado no interior da polpa. 
Atingido o estado de maturação, o fruto desprende­se e cai.
86. Estes dois esquemas apresentam o core de dois frutos carnudos: são 
drupas, pois a
semente está inclusa no endocarpo, ou caro­

ço; este está por sua vez imerso no mesocarpo, ou polpa, e o fruto está 
rodeado por u epicarpo, ou pele. Ex.: a azeitona (a), a cereja (b).
87. Por vezes, o caroço tem uma parede dura. Ex.: o pêssego.
88. 0 endocarpo pode, em vez de apresentar­se duro, ser coriáceo. Ex.: a
maçã.
89. Quando as sementes, ou pevides, estão directamente incluídas na 
polpa, os frutos são bagas. Ex.: a uva.

Nos frutos secos, as sementes não estao geralmente imersas na polpa. 0 
invólucro seco e frequentemente duro protege o fruto e pode ou não 
abrir­se espontaneamente.

Fruto seco indeiscente: o fruto não se abre para libertar as sementes; 
desprende­se, por vezes, com a ajuda do vento, e cai ao solo. Após a 
deterioração do invólucro, surge uma plântula resultante da germinação 
da semente.
90. No aquênio, a semente única não adere à parede. 0 aquénio é, neste 
caso, como em muitas Compostas, encimado por um papilho que facilita a 
sua dispersão pelo vento.
91. Nas Labiadas, produzem­se quatro frutos por flor, formando um 
tetraquénio.
34
92. Nas Umbelíferas, os frutos são muitas vezes dois aquénios gemulados,
os diaquénios, provenientes de uma só flor.
93. A cariopse é um fruto cujas paredes aderem solidamente à semente 
única, como nas Gramíneas.
94. A sâmara é um aquénio rodeado por uma asa membranosa. Ex.: o 
ulmeiro.
95. Por vezes, duas sâmaras provenientes de uma só flor são gemuladas 
(dissâmara). Ex.: o bordo­comum.

Fruto seco deiscente­ abre­se espontaneamente na maturação para libertar
as sementes.
96. A vagem é um fruto seco deiscente proveniente de um só carpelo (a); 
na maturação, abre­se por duas fendas longitudinais (b); as sementes 
estão inseridas em cada um dos bordos da valva. Ex.: a ervilheira.
97. A síliqua tem no meio um falso septo que contém as sementes. A 
deiscência faz­se geralmente por quatro fendas longitudinais, duas de 
cada lado. Ex,: o goi v eiro­ amarelo.
98. A cápsula é um fruto seco que deixa sair as sementes quer por 
válvulas (a), ex.: a violeta, quer por poros (b), ex.: a papoila­
ordinária.

Frutos múltiplos: provêm de flores com carpelos livres que dão origem ao
mesmo número de frutos secos ou carnudos.
99. Corte da framboesa onde se distinguem as drupéolas ligadas ao 
receptáculo.
100. O morango tem um grande receptáculo com polpa espessa e suculenta 
quando maduro, sobre a qual afloram numerosos aquénios.

Infrutescências: provém de ovários mais ou menos concrescentes das 
flores de uma inflorescência.
101. Drupéolas da inflorescência da amoreira­negra.
102. Frutos unidos entre'si e com as suas brácteas. Ex.: o ananás.
103. O figo tem um receptáculo carnudo e suculento cuja cavidade está 
interiormente revestida de flores.

35
Onde encontrá­la?

As plantas estão estreitamente ligadas ao seu biótopo, ou meio ambiente;
por meio das raízes, utilizam os recursos do solo, e através dos caules 
e folhas, os da atmosfera. Existe um considerável número de factores com
grande influência no desenvolvimento da planta.

A natureza física do solo e a sua riqueza em elementos fertilizantes são
condições primordiais. Efectivamente, além do ar com o oxigénio e o dió 
xido de carbono, o solo é a fonte nutritiva da planta, que nele encontra
a água e os elementos minerais indispensáveis à sua vida. Assim, o 
regime das águas tem interesse essencial, devido às suas diversas fases,
como as precipitações (chuva e neve), a evaporação, a humidade 
atmosférica e o orvalho. A temperatura do ar é o outro ponto essencial, 
pois está sujeita a modificações consoante a exposição solar e a 
luminosidade, a duração dos dias e a acção do vento.

As plantas são, indubitavelmente, mais dependentes do meio ambiente do 
que os animais, pois estes podem deslocar­se para regiões mais propí 
cias quando a sua evolução biológica é dificultada por condições 
desfavoráveis. Contudo, a planta compensa quase sempre os inconvenientes
do seu imobilismo devido a uma grande capacidade de adaptação.

Quando necessita de resistir à aridez e pobreza do solo, as raízes 
desenvolvem­se a maior profundidade e ramificam­se mais, possibilitando 
assim a exploração de vastas camadas de terra e de subsolo. Se, pelo 
contrário, o solo tem um excesso de água, a planta reage por uma 
abundante transpiração e exsudação. A luta contra os ventos áridos e o 
frio traduz­se por uma diminuição do seu porte. Nas regiões onde o Verão
é curto e a neve permanece por longos períodos, como na zona alpina, há 
um encurtamento do ciclo vegetativo, que se completa mesmo sob a neve. 
Finalmente, algumas plantas lutam para evitar a sua extinção, produzindo
uma grande quantidade de sementes. Mesmo assim, há muitas espécies que 
desaparecem devido a biótopos demasiado ingratos, e por vezes é a 
presença do homem que contribui grandemente para acelerar este 
desaparecimento. Assim, os fidalguinhos, que cresciam nas searas e eram 
considerados uma erva daninha, foram sistematicamente combatidos com 
herbicidas, do que resultou a sua evidente rarefacção.

Para o desenvolvimento das plantas medicinais são necessárias condições 
de crescimento extremamente propícias, se bem que um crescimento muito 
intenso seja susceptível de conduzir a uma diminuição do teor de 
componentes activos.

As plantas medicinais devem ser procuradas e colhidas nos locais onde 
crescem espontaneamente e em abundância, apresentando todas as 
características de uma grande vitalidade. Citam­se alguns exemplos de 
biótopos: a calta, ou mal mequer­dos­brej os, adapta­se sobretudo às 
margens dos pântanos e aos prados muito húmidos, encontra do­se os seus 
caules quase sempre parcialmente imersos; a tussilagem procura os 
terrenos argilosos, como as bermas das estradas e as valas. As margens 
dos regatos tranquilos e dos pântanos são as zonas escolhidas pelo 
ácoro­bastardo. A Dryas octopetala encontra­se junto dos rochedos 
calcários das montanhas da Europa. A orvalhinha é uma planta carnívora 
das turfeiras e dos pântanos, onde encontra facilmente os insectos 
necessários ao seu desenvolvimento. 0 alecrim só se dá nas charnecas e 
nos matagais da região mediterrânica, pois é a aridez que mantém as suas
propriedades aromáticas, cultivando­se, no entanto, facilmente nos 
jardins de países tais como a França, Espanha, Portugal e Itália. Outras
plantas, como o visco, só se encontram nas árvores que parasitam.

A frequência de plantas medicinais nos diversos meios que habitam é 
variável. Em alguns casos é esporádica, sendo difícil prever a sua 
migração, como, por exemplo, o aljôfar, o licopódio e o feto­real. Estas
plantas povoam quase sempre abundantemente o
seu novo biótopo. Pelo contrário, há outras plantas que são’ 
sedentárias, como a parietária, o taráxaco e as tanchagens. A 
distribuição geográfica da planta pode ser um indicador do clima mais 
propício ao seu desenvolvimento. Se determinada planta apenas se 
encontra nas regiões mediterrânicas, pode concluir­se que este clima é 
necessário à sua sobrevivência, e seria inútil procurá­la no estado 
espontâneo num meio ambiente co o o da serra da Estrela; é possível que 
ali exista, mas cultivada.

Há climas locais mais favoráveis que o clima regional onde se manifesta 
uma ligeira diferença fenológica ou florística, isto >, uma antecipação 
da floração para as plantas da região ou o aparecimento de algumas 
espécies pouco frequentes que procuram beneficiar de um aumento de calor
e humidade.

0 teor em componentes activos nas plantas medicinais pode variar com 
diversos factores, como, por exemplo, o local, a natureza do solo, o 
perí odo de vegetação. É, assim, muito importante uma leitura atenta`dos
textos em caixa, a observação das fotografias do biótopo de cada uma das
plantas espontâneas estudadas nesta obra e uma
consulta cuidadosa do calendário da colheita: *As estações favoráveis+ 
(pp. 38­39). Se o leitor tomar em consideração todas estas indicações e 
características, ser­lhe­ão evitadas muitas hesitações.
36
Colheita, secagem e conservação

Em primeiro lugar, dever­se­á determinar quais os simples, as plantas 
medicinais que se desejam colher. A escolha da maioria das pessoas 
recairá sobre as plantas necessárias ao uso doméstico. Quem não prefere 
fazer
os seus próprios abastecimentos de tília, de hortelã­pimenta ou de 
macela e deixar de comprar os saquinhos de aroma duvidoso e de conteúdo 
suspeito?

Não seria lógico colher plantas sem utilidade e das quais algumas, para 
cúmulo, fossem perigosas. É necessário ainda prever as
possíveis alterações provocadas pelo tempo, se bem que uma conservação 
de vários anos se revele por vezes benéfica e quase indispensável, como,
por exemplo, a do amieiro­negro.

Assim, deverá colher todos os anos a quantidade a utilizar durante o 
Inverno e destruir o que restar do ano anterior. Convém saber se os 
simples que normalmente utiliza crescem perto da sua residência, pois 
poderá também aproveitar as férias para alargar a zona de colheita.

A colheita ­­ Após a escolha da colheita, é conveniente tomar um certo 
número de precauções, confirmadas pela experiência. É necessário 
identificar a planta sem hesitação quando esta ainda se encontra no 
solo. Determinados erros em que se incorre no campo da fitoterapia podem
ter graves consequências.

Para evitar o apodrecimento, é essencial escolher um dia de bom tempo e 
uma hora em que o orvalho esteja praticamente dissipado e as flores 
abertas, por exemplo cerca das 9 ou 10 horas da manhã, ou no fim do dia.

No desenvolvimento da planta há um período mais ou menos exacto em que 
cada uma das partes contém o teor máximo de princípios activos 
perfeitamente desenvolvidos.

De um modo geral, os caules colhem­se no Outono e os botões na 
Primavera; a colheita das folhas faz­se no período que precede a época 
da floração, altura em que são mais activas; as flores e as sumidades 
floridas devem ser colhidas no início do seu desabrochar, antes que as 
pétalas murchem e o
ovário dê origem ao fruto; os frutos carnudos e secos colhem­se na 
maturação; quando a planta está seca, colhem­se as sementes; as raízes 
desenterram­se fora do período de plena vegetação, isto é, no Outono ou 
na Primavera; a casca retira­se durante quase todo o ano.

A floração é um período extremamente flutuante de espécie para espécie. 
Assim, a tussilagem floresce entre Fevereiro e Abril, surgindo em 
seguida as folhas e os frutos, e não dá mais nenhum capítulo até ao 
Inverno seguinte, excepto em regiões de grande altitude.

Para se orientar, consulte o calendário da colheita, que indica os 
períodos favoráveis ou as *estações propícias+; podem ocorrer variações 
de um mês, consoante a latitude e a altitude a que as plantas se 
encontram.

Quando tiver identificado e referenciado a planta, é necessário não 
cometer erros quanto à parte do vegetal a utilizar. Por vezes, usa­se a 
planta inteira, mas geralmente apenas uma parte, como a raiz, o caule, 
as folhas, as flores, a casca ou os frutos.

Finalmente, antes de ir para o campo, deverá munir­se de uma boa faca de
lâmina de aço, de uma pequena tesoura de podar, de fio e de um cesto de 
vime sem tampa ou, em seu lugar, de um ou dois caixotes.

Simultaneamente à colheita, é necessário preparar a secagem em condições
apropriadas. As plantas que podem ser atadas em molhos, por exemplo os 
caules folhosos da hortelã­pimenta e da erva­cidreira, deverão ser 
preparadas do seguinte modo: atam­se cerca de 20 caules pela base com um
fio, deixando livre um pé que tenha pelo menos cerca de 20 cm. Deverá 
colocar cada um dos molhos no caixote, de preferência ao sol, pois é 
extremamente vantajoso acelerar o emurchecimento, primeira etapa da 
dessecação. Realizado rapidamente, este emurchecimento diminuirá os 
perigos de fermentação se for seguido de uma boa ventilação à sombra. 
Não é demais insistir que a acção do sol, frequentemente preciosa nesta 
primeira fase, deverá ser evitada, pelo menos no caso das plantas ricas 
em essências, como as Umbelíferas ou as Labiadas, que, expostas ao sol, 
perderiam muitos dos seus componentes.

A secagem ­­ À colheita sucede­se a secagem, que possibilita a 
eliminação de uma certa quantidade de água retida pela planta. É uma 
operação importante que deve ser realizada imediatamente. Assim, antes 
ainda de dar início a
uma colheita, é necessário procurar um local apropriado e preparar os 
meios para a secagem.

No decorrer desta operação, as espécies não devem ser misturadas; por 
exemplo, uma planta aromática como a hortelã­pimenta não deve juntar­se 
a uma planta sem perfume como o azevinho. As plantas tóxicas não devem, 
sob nenhum pretexto, ser guardadas em casa. É possível que um molho de 
plantas necessite de uma lavagem devido ao pó ou à lama na folhagem; 
nesse caso, deverá proceder­se imediatamente a uma seca
37
gem com ar quente, pelo menos até à fase do primeiro emurchecimento. As 
próprias raízes devem, indispensavelmente, ser lavadas com muito cuidado
antes de serem postas a secar e, enquanto ainda estão frescas, ser 
cortadas em fragmentos de 1 ou 2 cm. Esta operação deve ser executada 
por dois motivos: os troços secarão mais rapidamente que a raiz inteira 
e esta, depois de seca, seria muito difícil de cortar.

A secagem, após um emurchecimento rápido, far­se­á à sombra, num local 
bem arejado e seco. Um velho sótão, mesmo parcialmente repleto de 
mobílias, ou um celeiro são óptimos locais de secagem. Se pelas janelas 
ou frestas penetrarem na divisão alguns raios de sol, é conveniente 
colocar, a certa distância, algumas serapilheiras formando uma cortina 
que permita a circulação do ar, mantendo, no entanto, as plantas à 
sombra.

Os molhos de plantas ou os ramos de árvores e de arbustos devem ser 
pendurados, com a parte inferior para cima, em cordas ou arames 
estendidos através da divisão à altura de um homem. As folhas e as 
flores devem ser separadas do caule; os troços de raiz colocados, sem os
misturar, evidentemente, em caixotes cujo fundo foi previamente forrado 
de juta. Ao mesmo tempo que deixa circular o ar fresco vindo de baixo, 
este tecido segura os fragmentos, que facilmente passariam pelos 
interstícios das tábuas do caixote. E essencial que as camadas sejam 
finas; apenas devem ter 1 ou 2 cm de espessura.

As bagas poderão ser colocadas numa grande caixa de cartão pouco funda e
de bordos muito direitos. Na altura da colheita, ficaram certamente 
misturadas com restos de folhas; é fácil separá­las inclinando 
adequadamente a caixa para que as bagas rolem para a parte mais baixa e 
os detritos permaneçam no seu lugar. As bagas e os frutos esféricos não 
necessitam, geralmente, de ventilação inferior, pois a sua forma 
possibilita uma boa circulação do ar fresco em redor. No decurso da 
secagem, todos os dias devem remover­se levemente as camadas para que os
elementos colocados a maior profundidade entrem em contacto com ar 
renovado. A ventilação deve ser suave, não sendo indicada uma corrente 
de ar muito forte. As partes utilizáveis dos ramos deverão ser separadas
logo de seguida, especialmente no caso da tília, pois, devido às 
reservas de seiva contidas nos ramos, a flor poderá transformar­se em 
fruto em vez de murchar, o que seria desastroso, uma vez que a parte 
utilizada é a flor seca. O mesmo sucede com a tasneirinha, que, se for 
colhida antes de os capítulos estarem abertos e colocados em molhos 
invertidos, pode cobrir­se de pequenos penachos brancos, as sementes, 
que amadurecem rapidamente durante a agonia da planta. Depois de formado
o fruto, o vegetal perde grande parte do seu valor.

A secagem permite, portanto, eliminar uma certa quantidade de água. Uma 
planta de habitat terrestre contém cerca de 75 a
85% de água. Uma planta aquática pode ultrapassar os 90%. Evidentemente 
que não é possível eliminar toda esta água. De facto, mesmo quando se 
pensa que a planta está bem seca, contém ainda 10 a 12% de água, 
denominada de constituição, que só poderia ser eliminada por meio de 
forte aquecimento. Há que contar, em média, com uma perda de 50 a 90% em
relação ao peso inicial. Por exemplo, 10 kg de plantas frescas das 
espécies a seguir indicadas dão, após a secagem:

Golfão: 520 g; Borragem: 950 g; Tília: 3,200 kg; Sabugueiro: 3,300 kg; 
Verbena: 4,100 kg; Hipericão: 5 kg.

Além disso, a mesma planta colhida na Primavera perderá mais peso do que
se for colhida no Outono.
O tempo de secagem deve assim depender da quantidade de água a eliminar 
e também da resistência da planta à evaporação. Nas melhores condições, 
a secagem faz­se em 6 dias, e mais frequentemente entre 10 e 12. Se o 
arejamento for suave, o único inconveniente de prolongar a secagem é o 
perigo de acumulação de pó nas plantas, pelo que é preferível não 
ultrapassar as três semanas. Para avaliar o grau de dessecação das 
folhas e das flores, é necessário que, ao tocar­lhes, não se sinta 
qualquer humidade e que estejam rígidas, mas não quebradiças.

A conservação ­­ Quando estiverem bem secas, as plantas podem ser 
conservadas, ao abrigo do ar, da luz, da humidade e do pó, em caixas de 
**laU bem fechadas, em sacos de papel grosso fechados com uma fita 
adesiva ou em saco de plástico. Se adoptar este último modo de 
conservação, deverá ter muito cuidado e oito dias após a embalagem das 
plantas observá­la com atenção. O mínimo depósito de vapor na parte 
interna do saco indica que a dessecação não foi suficiente e terá de ser
concluída. Em cada uma das embalagen deverá colocar uma etiqueta bem 
visível com o nome da planta e a data da colheita.

Não é conveniente cultivar os simples em sua casa. No entanto, se tiver 
uma pequena horta, pode semear algumas plantas simultaneamente 
condimentares e medicinais, como o cerefólio, a cebolinha, o estragão, a
manjerona, a salva, a salsa e o tomilho. É ainda possível cultivar a 
macela, a hortelã­pimenta, e a erva­cidreira, além dos legumes 
medicinais e de muitas outras plantas que, embora menos activas do que 
as suas afins espontâneas, são de grande utilidade.
40
Guia das plantas a conhecer

As plantas espontâneas

As plantas cultivadas

As plantas tóxicas

As plantas exóticas

43

305

337

349
As plantas espontâneas

Como utilizar o dicionário

As plantas espontâneas são apresentadas, por ordem alfabética, pelo seu 
nom
vernáculo mais vulgarmente utilizado.

Sob esta designação figura, em itálico, o nome latino, seguido da 
inicial do botânico que descreveu e deu o nome à planta.

Seguidamente, indicam­se os nomes vernáculos mais frequentemente 
utilizados em Portugal e no Brasil.

A família a que a planta pertence está impressa a negro. Se quiser saber
quais as plantas afins de uma planta, consulte a lista de *As 100 
famílias>, (p. viI e viii >

A gravura representa a planta descrita ou uma parte desta, se as suas 
dimensões não permitem representá­la totalmente. A algumas ilustrações 
foi acrescentado um pormenor, folha, flor, floração, caule, semente, 
quando qualquer destes elementos constituía uma informação importante 
que facilitasse a identificação.

A fotografia representa o biótopo, ou habitat geográfico da planta, que 
possibi lita a sua procura e a sua identificação no meio onde é mais 
frequente. O texto refere­se à história da relação homem­planta.

No texto em caixa, na parte inferior da página, insere­se o *cartão de 
identidade+ da planta, onde poderá encontrar todas as informações úteis 
para a sua identificação e utilização, apresentadas do seguinte modo:

* Componentes: consultar, nas pp.
e 13, *A fábrica vegetal+ para suas funções e definição.
* Propriedades: consultar nas pp. 14
15 as suas definições. U.l.: uso interno. UX.: uso externo. + 
=utilização farmacêutica. V =utilização cosmética.
O =utilização veterinária. Ver: consultar, nas pp. 371­435,
termos inseridos no *Dicionário da saúde+.

O = Perigos, partes tóxicas, não confundir com ... Identificação: 
descrição botânica do vegetal, dimensões, descrição do caule, das 
folhas, das flores (cujo período de floração é indicado entre 
parênteses), do fruto, da raiz, cheiro e sabor. Para as explicações dos 
termos botânicos, consultar as pp. 20­35 do capítulo
"identificar, colher e conservar,> e, pp. 443­453, o *Glossário@>.
O Partes utilizadas: enumeração das partes utilizadas em fitoterapia (o 
período da colheita é indicado entre parênteses).

Se, na presença de um vegetal, tiver dificuldades em identificá­lo, 
deverá consultar em primeiro lugar o quadro dicotómico *As chaves da 
classificação+ (pp .    ), que, da morfologia da planta à família, lhe 
possibilitará orientar a sua pesquisa. Em seguida, será conveniente 
consultar o quadro *As 100 famílias+ finalmente, os dicionários das 
plantas espontâneas, cultivadas e tóxicas.

Para facilitar a utilização dos dicionários, foi estabelecido um índice 
(pp. onde se apresentam, por ordem alfabética, os nomes das plantas, os 
nomes latinos e ainda os outros nomes vernáculos de todas as plantas 
descritas ou citadas nestas três rubricas. As siglas empregadas nesta 
parte são comuns ao conjunto da obra.
Abeto­branco

Abie.@ alba Mili.

Abeto­pectinado

Abietáceas

O abeto­branco já povoava a terra há 55 milhões de anos, e, 
ultrapassando os formidáveis movimentos geológicos da era quaternária, 
de descendência em descendência chegou até aos nossos dias. Planta 
longeva que pode atingir os 800 anos, é uma magnífica conífera. Pelo seu
porte majestoso, o abeto­branco é sem exagero o rei das florestas, 
perfeitamente piramidal, com enormes
ramos opostos regularmente abertos, estreitando­se para o vértice. Estes
grandes abetos formam frequentemente nas vertentes sombrias dos maciços 
montanhosos cerradas florestas com sombras rectilíneas que se estendem 
pelas encostas sem contudo atingir as planícies. Outrora, os médicos 
utilizavam a terebintina com cheiro a limão extraída da sua resina, mas 
actualmente esta substância foi posta de parte, sendo substituída pela 
do pinheiro. Os fitoterapeutas mantiveram­se fiéis não só à resina 
recente do abeto, mas também às agulhas e aos gomos ainda fechados. 
Estes últimos, muito pequenos e tão activos como os do pinheiro, são 
bastante difíceis de secar e conservar, se bem que as suas importantes 
propriedades justifiquem as precauções necessárias e uma atenta 
vigilância durante a colheita. Têm cheiro levemente limonado e sabor 
ligeiramente acre.

Habitat: Europa Central e Meridional, montanhas; de 400 a 2000 m. 
Identificação: até 50 m de altura. Árvore; tronco erecto, casca lisa, 
esbranquiçada, seguidamente escurecida, ramos escalonados em plano 
horizontal, concentrando­se no vértice com o decorrer dos anos; gomos 
resinosos, agulhas simples, achatadas, dispostas em duas filas, verde­
escuras, lustrosas na página superior, persistindo entre 8 e 11 anos; 
flores (Abril­Maio), monóicas, amentilhos masculinos fixados na face 
interior dos ramos, amentilhos femininos primeiramente vermelhos e 
depois
verdes e castanhos, formando em seguida longas pinhas erectas (16 cm), 
com brácteas acuminadas que caem com as sementes. Partes utilizadas: 
agulhas, resina fresca, gomos (Primavera); secagem em camadas finas.
O Componentes: óleo essencial, terebintina, provitamina A O 
Propriedades: antiescorbútico, antiespasmódico, anti­séptico, diurético,
expectorante, revulsivo, sudorífico. U. L, U. E. + Ver: banho, 
bronquite, cistite, enfisema, frieira, leucorreia, menstruação, pé, 
sudação, úlcera cutânea, varizes.
43
Abrótano­fêmea

Santolina chama ecyparissus L. Guarda­roupa, pequeno­limonete, roquete­
dos­jardins

Bras.: santolina

Compostas

O aroma penetrante e intenso do abrótano­fêmea, a delicadeza do seu 
aspecto aveludado e a harmonia dos seus caules finos encimados por 
pequenos capítulos amarelos contribuíram para que os jardineiros o 
elegessem como flor ornamental. No estado espontâneo, prefere o sol 
mediterrânico, os rochedos e as encostas áridas, colonizando também as 
campas e a terra dos cemitérios. Os etimologistas encontraram para o seu
nome duas origens possíveis: da palavra italiana santo, santo, devido às
suas múltiplas virtudes, ou da palavra grega xanthos, amarelo, evocando 
a cor das suas flores. As sumidades floridas, que se colhem em Julho, 
possuem uma acção estimulante, estomáquica e emenagoga; são ainda 
antiespasmódicas, podendo também ser utilizadas em infusão para as 
cólicas de estômago. Além disso, a planta tem grande procura devido à 
acção vermífuga das suas sementes, que podem substituir o sémen­contra, 
ou santónico, medicamento obtido da variedade stechemanniana Besser de 
Artemisia maritima L., das estepes do Turquestão Russo. Cazan receitava 
o abrótano­fêmea para tratar a tinha. A denominação de guarda­roupa foi­
lhe atribuída porque, pendurado em ramos nos roupeiros e armários, 
protege a roupa e o vestuário das traças.

Habitat: Europa, região mediterrânica, rochedos, colinas áridas e 
calcárias; subespontâneo em algumas zonas da Beira Litoral, Estremadura 
e Alentejo litoral; até 1000 m. Identificação: de O,20 a O,50 m de 
altura. Vivaz, caule lenhoso na base, espesso, com numerosos ramos 
erectos e pubescentes; folhas vilosas, esbranquiçadas, pequenas, 
estreitas, penatifendidas, com dentes obtusos; flores amarelo­douradas 
(Junho­Agosto), tubulosas, em capítulos solitários, globosos, na 
extremidade dos ramos, receptáculo vestido de brácteas interflorais; 
aquénio calvo com 4 ângulos, dos quais 2 são mais salientes. Cheiro 
intenso, sabor amargo, acre e aromático. Partes utilizadas: sumidades 
floridas, sementes e folhas (antes da floração); secagem errramos 
suspensos.
O Componentes: óleo essencial, resina, tanino, principio amargo O 
Propriedades: antiespasmódico, emenagogo, estimulante, vermifugo@ LI. L,
U. E. + Ver: fadiga, insectos, parasitose.

44
Abrunheiro­bravo

Prunus spinosa L.

Ameixeira­brava, acácia­das­alemãs
Rosáceas

Os abrunheiros­bravos formam, a partir de Março, nas falésias marítimas,
magníficas moi tas cor de neve repletas de ninhos de ave, Plantas 
rústicas e invasoras, podem, se não forem controladas, anexar 
vastíssimas áreas. Como o fra mboesei ro­selvagem, o seu tempo de vida é
aproximadamente igual ao do homem.

Os abrunhos, pequenas drupas redondas e azul­escuras, quando maduras 
cobertas de uma pruína cerosa, são dotados de um encanto irresistivel. 
Estes frutos não são comestiveis, mas raramente alguém deixa de os 
provar, ao menos uma vez por ano, no Outono, para saborear a sua 
aspereza. É necessário esperar que as primeiras geadas moderem este 
gosto antes de colhê­los para a preparação de licores ou aguardentes; as
suas propriedades, adstringentes são utilizadas em medicina, sendo 
indiferente que os
frutos estejam verdes, frescos, secos ou maduros. As flores, cujo sabor 
a amêndoa amarga resulta da presença de uma substância geradora de á 
cido cianídrico, são também utilizadas. A casca e as folhas contêm 
igualmente esta substância; por esta razão, é conveniente respeitar as 
doses indicadas. As folhas secas deste arbusto são apreciadas por alguns
fumadores de cachimbo. As flores são colhidas em botão.

O Não ultrapassar as doses indicadas de cascas, flores e folhas. 
Habitat: Europa, sebes, bermas; até 1600 m. Identificação: de 1 a 3 m de
altura. Arbusto espinhoso; ramos patentes, vilosos quando jovens, depois
de um preto­brilhante; ramos espinhosos com folhas e grande número de 
raminhos patentes (em ângulo quase recto), folhas verde­escuras, 
pequenas, ovadas, serradas, pubescentes e em seguida glabras, com 
pecíolo curto e estipulas vilosas; flores brancas matizadas de cor­de­
rosa (Março­Maio), antes das folhas, numerosas, pequenas, pedunculadas, 
5 sépalas campanuladas, 5 pétalas brancas, 1 estilete, numerosos 
estames, drupa azul­escura, glabra, recoberta de uma camada cerosa 
(pruína), com caroço globoso quase liso; toiça com turiões. Cheiro 
agradável; sabor áspero. Partes utilizadas: casca, folhas, flores e 
frutos.
O Componentes: tanino, heterósidos, cianogenéticos, vitamina C O 
Propriedades: adstringente, depurativo, diurético, laxativo, sudorífico,
tónico. U. I., U. E. kyj Ver: acrie, boca, crescimento, cura de 
Primavera, fadiga, furúnculo,

45
Acácia­bastarda

Robinia pseudacacía L. Falsa­acácia, acácia­de­flores­brancas, robínia

Leguminosas

Em 1601, Jean Robin, jardineiro do rei Henrique IV de França, que 
tratava das plantas medicinais, recebeu, vinda dos montes Apalaches, na 
América do Norte, uma semente que enterrou na Praça Dauphine, em Paris. 
Trinta e cinco anos depois, a árvore nascida dessa semente foi 
transplantada para o Jardim Botânico de Paris. Lineu baptizou a planta 
com o nome de Robinia, em homenagem a Robin. Mais tarde, a árvore 
tornou­se espontânea e difundiu­se por toda a Europa, exceptuando o 
Norte, pois não suporta o frio, a humidade e sobretudo os ventos, que 
quebram facilmente os seus
ramos e agitam com violência a sua bela copa. Tem preferência pelos 
solos bem drenados, os quais, aliás, consolidam as suas raízes. As 
abelhas têm uma preferência especial pelo rico néctar das flores da 
acácia­bastarda. Com os cachos floridos podem preparar­se xaropes, uma 
agradável água de toilette e um vinho tónico obtido pela maceração de 15
a 20 g de flores em 1 1 de vinho tinto. As sementes e a casca não devem 
ser ingeridas. A raiz é tóxica, não obstante ter um sabor doce, pelo que
deve ser proibida às crianças.

O Utilizar as sementes, a casca e a raiz apenas com receita médica; 
cumprir as doses. Habitat: zonas temperadas da Europa, solos ricos e 
profundos: em Portugal, cultivada como planta ornamental; até 700 m. 
Identificação: de 10 a 30 m de altura. Árvore; tronco grosso, 
ramificando­se bastante em baixo, ramos patentes, casca profundamente 
gretada, ramos lisos; folhas grandes, imparipinuladas, com 9 a 25 
folíolos ovais, inteiros, tenros, com estipulas transformadas em 2 
espinhos persistentes entre os quais se dissimula a gema; flores brancas
(Maio­Junho), em cachos pendentes, cálice com 5 dentes, corola 
papilionácea vagem castanha, pendente, glabra, com 10 a l@ sementes 
duras; raizes vigorosas, que se prolon gam horizontalmente, invasoras, 
com nodosidades. Cheiro penetrante e aromático; sabor docE Partes 
utilizadas: flores (Maio­Junho) e folhas.
O Componentes: heterásido, óleo essencial, enzima, compostos cetónicos, 
tanino, pigmen tos flavónicos O Propriedades: antiespasmódico, colagogo,
emoliente, tónico. U. 1. + LN Ver: anemia, cefaleia, estômago, fígado, 
indigestão.

46
Açafroa

Carthamus tinetorius L,

Aç afrão­ bastardo, saflor, açafrol

Compostas
Planta tintorial tão importante como o índigo, esta espécie de cardo com
flores amarelo­alaranjadas, profusamente rodeadas de brácteas, foi 
progressivamente abandonada desde a descoberta dos corantes químicos. 
Originária do Oriente, subsiste no estado subespontâneo nas searas do 
Alentejo, do Algarve e da Madeira.

A palavra Carthamus deriva do árabe kurthum, que, por sua vez, deriva do
hebraico kartami, tingir. Das flores resulta um primeiro corante amarelo
que não é apropriado para a tinturaria; segue­se­lhe a cartamina, ou 
vermelho vegetal, que ainda é utilizado actualmente pelos pintores e, na
Argélia, para o fabrico de cosméticos. Sob a designação de açafrão­
bastardo, as flores da açafroa já foram utilizadas em falsificações de 
açafrão. As sementes, muito amargas, são, contudo, apreciadas pelos 
papagaios, pelo que são também conhecidas por sementes de papagaio. As 
folhas e as sementes contêm uma enzima que provoca a coagulação do 
leite. Das sementes extrai­se um óleo que em algumas regiões é utilizado
para a iluminação e como purgativo, Largamente cultivada na Índia, 
Hungria e Etiópia, é bastante rara no estado espontâneo.

Habitat: Europa Mediterrânica, cultivada no Sul de França; taludes e 
terrenos baldios. Identificação: de O, 10 a O,60 m de altura. Anual ou 
bienal, caule glabro, ramificado; folhas serradas, espinhosas, sésseis, 
ligeiramente amplexicaules, com rede de nervuras visível na página 
inferior; volumosos capítulos isolados amarelo­alaranjados (Julho­
Setembro), emergindo de numerosas brácteas terminadas por um apêndice 
celheado; aquénio escamoso­rugoso. Sabor amargo. Partes utilizadas: 
folhas, flores (Julho­Setembro), sementes (Outubro).

O Componentes: glúcidos, lípidos, prótidos, celulose, enzima, coagulante
do leite (sementes), vitamina C (folhas), duas matérias corantes, uma 
das quais a cartamina, ou vermelho vegetal (flores) O Propriedades: 
purgativo. U. 1. + o Ver: intestino.
Acanto

A(­anthus moffis L.

Erva­gigante, gigante, branca­ursina

Bras.: acanto

Acantáceas

Bastante raro no estado espontâneo, o acan­

to é muito cultivado nos jardins corno planta ornamental pela elegância 
das suas grandes flores brancas com veios apurpurados e das suas folhas 
grandes e profundamente fendidas. Diz­se que a forma das suas folhas, 
escuras e brilhantes, inspirou o escultor grego Calímaco quando criou os
motivos deco~ rativos do capitel coríntio. 0 acanto encon­

tra­se, aliás, em todo o litoral mediterrânico.
Os médicos da Antiguidade receitavam o

infuso da planta para numerosas finalidades. Dioscórides e Plínio 
consideravam­na diurética, eficaz contra as irritações das vísceras e 
até preventiva da tuberculose pulmonar. Na Idade Média, porém, o acanto 
parece ter caído no esquecimento. Actualmente, é muito utilizado para 
uso externo sob forma de banhos, cataplasmas, compressas e gargarejos. 
Para que as flores conservem a sua máxima eficácia, devem ser colhidas 
em plena antese e secas lentamente à sombra. Pelo contrário, as folhas e
as raízes devem ser secas em estufas bastante quentes.

Habitat: Europa Mediterrânica, solos rochosos, entulhos; até 300 m. 
Identificação: de 0,40 a 1,50 m de altura. Vivaz, caule florífero, 
erecto, robusto, com poucas folhas na base; folhas basais glabras, 
muiHabrtat’  Eur o’ entu’ h os,até Idenlifi caÇão vaz,  ca ulef1o cas f 
o 1has na to grandes, pouco rígidas, profundamente fendidas; flores 
brancas, frequentemente com estrias cor de púrpura (Julho­Agosto), de 5 
a 6 cm

de comprimento, sésseis, formando uma longa espiga de 4 a 6 fileiras 
verticais muito diferenciadas, providas de uma bráctea espinhosa e de 
duas bractéolas estreitas, cálice com 4 tobos desiguais, sendo o supe 
ior muito grande

e violáceo; corola com um lábio inferior,comprido, papiráceo, trilobado 
e 4 estames soldados à corola; cápsula castanha, lisa, de deiscência 
explosiva, com 2 a 4 sementes grandes, castanhas e brilhantes; toiça 
grossa com raizes grossas e esbranquiçadas. Partes utilizadas: folhas 
recentes, flores, raiz.
0 Componentes: sais minerais, mucilagem, giúcidos, tanino, substâncias 
amargas 0 Propriedades: aperitivo, colerético, emoliente, vulnerário. 
U . I., U. E. Ver: anginas, contusão, dartro, diarréia, digestão, 
picadas, queimadura.
Agrião

Nasturtium officinale R. Br.

Agrião­das­fontes, agrião­de­água

Para aproveitar ao máximo as importantes propriedades do agrião, é 
necessário Utilizá­lo muito fresco e verde e lavá­lo previamente, pois é
susceptível de transmitir ao homem uma doença parasitária, a 
distomatose. Se estas regras forem devidamente cumpridas, a planta 
merece indubitavelmente a designação de *saúde do corpo+, que lhe é 
atribuída nos meios rurais em França. É uma pequena planta vivaz, 
aquática, cujo cheiro picante determinou o seu nome científico 
Nasturtium, que deriva da expressão latina nasus tortus, nariz torcido.

O agrião é uma planta de grande valor medicinal, pois a sua riqueza em 
vitaminas e sais minerais confere­lhe propriedades de excelente 
estimulante e antiescorbútico. A espécie cultivada tem as mesmas 
propriedades. Para o encontrar em locais onde não é cultivado, são 
necessários longos percursos pelos prados húmidos, até conseguir colhê­
lo numa nascente, numa fonte ou num pequeno regato. É frequente 
encontrar próximo deste o falso­agrião, uma umbelífera afim do aipo 
(Heloscyadium nodiflorum) que não é venenosa, sendo, no entanto, 
aconselhável eliminá­la logo que identificada. As suas flores estão 
dispostas em umbelas, e os seus folíolos dentados adelgaçam­se 
progressivamente. Possui um sabor diferente do do agrião.

O Interromper a utilização se surgir uma irritação dolorosa da vesícula.
Habitat: Europa; em Portugal, nos locais húmidos, nascentes, regatos, 
valas; até 2000 m.

Identificação: de O,10 a O,80 m de altura. Vivaz, caule prostrado, 
redondo, carnudo, glabro, parte inferior rastejante na água; folhas 
verde­escuras, carnudas, glabras, pinuladas, com foHolos arredondados ou
ovais, sendo o terminal frequentemente maior; flores brancas (Maio­
Setembro), pequenas, em cacho denso, 4 sépalas iguais, 4 pétalas em 
cruz, 4 estames compridos e 2 curtos; síliqua curta contendo 4
fileiras de sementes; raizes adventícias nas zonas rastejantes dos 
caules. Cheiro picante; sabor picante. Partes utilizadas: caule com 
folhas (Maio­Setembro). * Componentes: fósforo, ferro, iodo, cálcio, 
heterósido sulfurado, vitaminas A, B2, C, E e PP O Propriedades: 
depurativo, diurético, estimulante, febrífugo. U.l., U.E. + O Ver: acne,
apetite, boca, bronquite, cabelo, convalescença, dermatose, escorbuto, 
fígado, pele, sarda.

49
AgrimÓNIA

Agrimonia eupatoria L. Eupatória, erv a­ dos­ gregos, erva­hepática
Bras.: agrimônia, eupatório

Rosáceas

Foram atribuídas ao nome do género várias etimologias gregas; de facto, 
esta palavra pode derivar de agros, campo, e monias, selvagem, em alusã 
o ao seu habitat, ou de argemone, mancha ocular, evocando as 
propriedades oftalmológicas da planta. A designação específica eupatoria
pode ser referente a Mitridates Eupator, rei do Ponto, que no
século 1 a. C. se supõe ter adoptado esta planta devido às suas virtudes
medicinais.

Conhecida desde a Pré­História, celebrizada na Antiguidade como curativa
dos venenos de serpente, das doenças de fígado, das perturbações da 
visão e das falhas de memória, a agrimónia foi, durante muito tempo, 
confundida nos textos escritos com a verbena. Foram, porém, 
diferenciadas no século XV. Progressivamente, a planta parece cair no

esquecimento, conservando, no entanto, até aos nossos dias os créditos 
dos europeus do Norte, que consideram a sua infusão como um tónico, e 
mantendo a reputação, entre actores e cantores, de ser o anjo­da­guarda 
das suas vozes. Uma planta afim, a Agrimonia odorata Mill., muito 
aromática, diferencia­se da agrimónia pela atracção por locais sombrios 
e por ser totalmente desprovida de propriedades medicinais.

Habitat: Norte da Europa, excepto nas regiões árcticas, solos argilosos 
expostos ao sol; até
1000 m. Identificação: de 0,30 a 0,70 m de altura. Vivaz, caule simples,
viloso, erecto e cilíndrico; folhas pubescentes e acinzentadas na página
inferior, com estipulas amplexicaules de 5 a 9 folíolos oval­ 
lanceolados, dentados, alternando com 5 a 10 mais pequenos; flores 
amarelas (Junho­Setembro), em espiga alongada, 5 pétalas, 10 a 20 
estames, 2 carpelos, cálice envolvido por um anel de sedas assoveladas e
gancheadas na extremidade, reunidas em vá~

rias ordens; 1 ou 2 aquénios cónicos; rizomas rastejantes grossos. 
Cheiro levemente aromático; sabor acistringente e amargo. Partes 
utilizadas: sumidades floridas, folhas mondadas (Junho­Agosto); secagem 
à sombra.
* Componentes: tanino, óleo essencial, goma
* Propriedades: acistringente, anti­inflarnatório, cicatrizante, 
diurético, resolutivo, vulnerário. LI. I., U. E. + o Ver: anginas, 
contusão, diabetes, diarréia, entorse, enxaqueca, ferida, greta, 
obesidade, rouquidão, voz.
Agripalma

Leonurus cardiaca L.

Cardíaca

Bras.: chá­de­frade, erva­rnacaé

Labiadas

O nome científico genérico da agripalma, Leonurus, é composto por uma 
palavra latina, leo, leão, e uma palavra grega, oura, cauda. Refere­se 
ao aspecto da sua inflorescencia. Quanto ao nome da espécie, cardiaca, 
deriva da sua muito antiga reputação como calmante das dores gástricas e
cardíacas. Supõe­se, no entanto, que a planta denominada kardiaca por 
Teofrasto não terá nada de comum com a agripalma. 

Oriunda, segundo se supõe, da Asia cerca do século Vii, a agripalma 
difundiu­se seguidamente por quase toda a Europa, com excepção da região
mediterrânica. Planta de óptima reputação, foi cultivada no século XV 
nos jardins dos mosteiros e mencionada por Ambroise Paré 100 anos 
depois; muito famosa e excessivamente louvada no século XVIII, caiu 
progressivamente no esquecimento. É, contudo, muito eficaz para 
perturbações cardíacas de carácter puramente nervoso como as 
palpitações. Planta vivaz que se desenvolve à sombra das sebes, tem 
porte erecto e piramidal e cresce nas casas em ruínas e até nas ruas das
aldeias, com as suas folhas verde­escuras escalonadas ao longo do caule.
O néctar das suas pequenas flores cor­de­rosa atrai as abelhas.

Habitat: Europa, rara em Portugal e nas regiões mediterrânicas, bermas 
dos caminhos, sebes, ruínas; até 1000 m. Identificação: de O,50 a 1,50 m
de altura. Vivaz, com caule rígido, de secção quadrada, muito ramificado
e folhoso; folhas verde­escuras por cima e acinzentadas por baixo, 
pecioladas, serradas, recortadas, possuindo as inferiores entre 5 e 7 
pontas e as superiores apenas 3; flores cor­de­rosa e púrpura (Junho­
Setembro), em verticilos densos ao longo de todo o caule, cálice com 5 
dentes, sendo os 2 inferiores curvados em forma de gancho, corola 
vilosa, com uma coroa interior de pêlos. Cheiro intenso e desagradável, 
Partes utilizadas: sumidades floridas (Junho­Setembro); devem ser 
utilizadas de preferência frescas, pois as folhas escurecem com a 
secagem, perdendo a eficácia.
O Componentes: óleo essencial, alcalóide, heterósidos, princípio amargo,
tanino O Propriedades: anti espasmódico, cicatrizante, detersivo, 
emenagogo, expectorante, tónico. U. L, U. E. Ver: bronquite, diarréia, 
ferida, menstruação, meteorismo, palpitações.
Aipo

Apium graveolens L.

A ipo­dos­ charcos, aipo­dos­pântanos, aipo­silvestre,

salsa­do­monte Bras.: aipo­do­rio­grande

Umbelíferas

0 aipo­silvestre, cultivado a partir do século XVI, deu origem a 
diversos produtos hortícolas conhecidos pelo nome de aipo e aipo­nabo. 0
nome latino do aipo, Apiuni, deriva da palavra celta apon, que significa
água; efectivamente, esta planta aclimata­se bem nos prados húmidos e 
nos solos impregnados de sal. Encontra­se na Europa nas

proximidades dos pântanos salgados do Mediterrâneo, do oceano Atlântico 
e no interior do continente próximo das fontes salinas. 0 aipo é 
conhecido desde a Antiguidade: os Egípcios, os Gregos, entre os quais 
Homero, que o cita na Odisseia, e os Romanos reconheciam as suas 
virtudes medicinais. Na Idade Média, foi progressivamente utilizado como
condimento, verdura e medicamento, pois acreditava­se que podia curar a 
melancolia, acalmar as dores de dentes e, sobretudo, beneficiar o 
funcionamento dos rins e do aparelho urinário. Ainda actualmente, é esta
a principal virtude atribuída à planta, sobretudo nos meios rurais. A 
sua raiz faz parte da composição de um xarope diurético, o xarope das 
cinco raízes, em associação com raízes de espargo, funcho, salsa e 
gilbarbeira.

0 Não consumir a planta fresca. Habitat: Europa, solos salgados e 
alagados até
100 m. Identificação: de 0,30 a 1 m de altura. Bienal, caule erecto, 
cilíndrico, profundamente sulcado, glabro, oco e ramoso; folhas verde­
escuras, brilhantes, sendo as basilares pecioladas, divididas em 5 
segmentos ovais, e as superiores sésseis, com 3 segmentos mais pequenos 
e estreitos; flores esbranquiçadas (Julho­Setembro), pequenas, em 
umbelas pouco apertadas desprovidas de invólucro, por vezes sésseis, com
6 a 12 raios desiguais, fruto cinzen­

to, glabro, com 5 costas filiformes; raiz aprumada, curta, castanha na 
parte exterior, esbranquiçada no corte. Cheiro intenso e característico;
sabor muito aromático. Partes utilizadas: raiz, folhas e frutos.
0 Componentes: óleo essencial, substâncias azotadas, oleorresina, 
açúcares, cumarina, vitaminas B e C 0 Propriedades: carminativo, 
depurativo, estomáquico, expectorante, febrífugo, resolutivo, tónico. U.
I., LI. E. + V Ver: albuminúria, artrite, contusão, lactação, litíase, 
meteorismo, tez, tosse.
Alcaçuz

Glyeyrrhiza glabra L. Regoliz, regaliz, regaliz4, pau­doce, raiz­doce

Bras.: madeira­doce, alcaçuz­ da­europa

Leguminosas

Muitas pessoas experimentaram já mastigar o chamado pau­doce, amarelo, 
fibroso e açucarado, obtido do alcaçuz. O género Glycyrrhiza é 
constituído por cerca de uma dúzia de espécies, distribuídas pelos cinco
continentes; o alcaçuz é, porém, uma planta mediterrânica, e os 
primeiros testemunhos da sua utilização medicinal remontam ao Egipto 
antigo. Os povos antigos chamaram­lhe raiz­doce, da palavra grega 
glukurrhidza, e apreciavam as suas propriedades calmantes e o seu gosto 
suave.

A partir de 1950, descobriu­se que o alcaçuz tinha uma acção benéfica 
nas úlceras do estômago. No entanto, os numerosos doentes que o 
ingeriram em doses elevadas por longos períodos foram vítimas de 
hipertensão arterial provocada pela planta. Para os grandes consumidores
de alcaçuz, geralmente os doentes de úlceras ou os fumadores e 
alcoólicos que desejam mitigar as suas carencias, existem comprimidos 
preparados em laboratório isentos da substância que provoca aquela 
acção, o ácido glicirrízico, Ingerido em doses moderadas, o alcaçuz não 
tem qualquer perigo.

O Não abusar do consumo. Habitat: Europa Meridional; em Portugal, Beira,
Estremadura e litoral do Alentejo; até 1000 m. Identificação: de O,30 a 
1 m de altura. Vivaz, caule erecto, estriado longitudinalmente, robusto 
e oco; folhas pecioladas, compostas por
9 a 17 folíolos ovais ou oblongos, inteiros, verdes, viscosos na página 
inferior; flores azul­claras ou lilás (Junho­Julho), em cachos 
espiciformes cilindricos, pedunculados na axila das folhas, cálice 
giboso, glanduloso, com 5 dentes, 2 lábios, corola papilionácea, quilha 
aguda,
10 estames, dos quais 9 soldados e 1 liberto, estigma oblíquo; vagem 
comprimida, linear, com 3 ou 4 sementes castanhas; rizoma tenhoso, com 
turiões espessos, raizes finas        > Partes utilizadas: raiz, rizoma 
(Outono do terceiro ano); secagem ao sol.
O Componentes@ glúcidos, tanino, flavonóides, glicirrizina, ácido 
glicirrízico, estrogéneos O Propriedades: antiespasmódico, béquico, 
depurativo, digestivo, diurético, emoliente, expectorante, peitoral, 
refrescante, tónico. U. I., U. E. + Lvi Ver: asma, boca, bronquite, 
cistite, conjuntivite, espasmos, estômago, obstipação, tosse.

53
Alcaravia
Caruin carvi L.

Alcarovia, alcorovia, cherivia, cominhos­dos­prados,

alchirivia, alquirivia

Umbelíferas

Pequena umbelífera branca a que os Gregos chamaram karon e os Árabes 
karwaia, e que na Idade Média era conhecida por carvi, encontra­se 
geralmente em climas frios. Conhecido na Antiguidade devido às suas 
virtudes carminativas, o fruto da alcaravia, de cheiro agradável, é 
muito usado nos países nórdicos para aromatizar produtos de pastelaria e
charcutaria, pão e queijos fermentados, especialmente a qualidade 
Munster. A planta inteira é uma boa forragem que deve ser incluída nos 
prados destinados a pastagens; quando seca, facilita a digestão e as 
secreções lácteas das vacas e das ovelhas; uma colher de sopa bem cheia 
de sementes misturadas, durante uma semana, à ração quotidiana de aveia 
é um tónico para os ca­

valos. Nociva para as aves pequenas, é tão apreciada pelos pombos que um
pouco de alcaravia adicionada à ração os conserva fiéis ao pombal. A 
alcaravia diferencia­se da cenoura­brava pelas suas flores brancas; as 
sementes são frequentemente confundidas com as dos cominhos.

0 A essência da alcaravia é tóxica para o homem. Habitat: Europa 
Setentrional e Central montanhas limitantes da Europa Mediterrânica, 
caminhos e prados; até 2100 m. Identificação: de 0,30 a 0,60 m de 
altura. Bienal ou plurianual, caule erecto, ramificado a partir da base,
glabro, canelado longitudinalmente; folhas recortadas em lacínias 
estreitas, sendo as inferiores pecioladas e as superiores sés@eis; 
flores brancas (Maio­Julho), em umbelas de 6 a 12 raios muito desiguais;
raiz fusiforme; fruto ovóide, acastanhado. Possui um

cheiro extremamente aromático; sabor picante. Partes utilizadas: fruto 
(Maio­Setembro, a partir do segundo ano), raiz; frutos colhidos na 
umbela e seguidamente secos.
0 Componentes: essência com carvona e limoneno, ácidos gordos, prótidos,
glúcidos, tanino, celulose 0 Propriedades: carminativo, digestivo, 
emenagogo, galactagogo. U. 1. + kli Ver: aerofagia, digestão, lactação, 
menstruação, meteorismo.

54
ALecrim

Rosmarinus officinalis L.

Alecrinzeiro

Bras.: alecrim­de­jardim

Labiadas

Os atributos do alecrim são tão importantes como os da a spéru 1 a­ 
odorífera; datam do século xvii e vêm da Europa Central. Diz­se que a 
rainha Isabel da Hungria, septuagenária e depauperada pela doença, 
recuperou a saúde e rejuvenesceu graças ao alecrim. A receita da água da
juventude, a água da rainha da Hungria, que ela própria preparava, está 
ao alcance de toda a gente, pois para a obter basta juntar e misturar os
alcoolatos de alfazema, alecrim e poejo.

Como muitas outras labiadas, o alecrim actua sobre o sistema nervoso, 
pois estimula os asténicos, fortalece as memórias enfraquecidas e eleva 
o moral dos deprimidos. A sua acção terapêutica inicia­se com a 
colheita, que pode ser efectuada em qualquer época do ano nas colinas 
meridionais. O estado espontâneo e a liberdade da planta conferem­lhe 
vigor; transplantado para um jardim, mantém­se bonito, conserva as suas 
características aromáticas, mas é menos eficaz que o alecrim espontâneo.
As abelhas que o visitam produzem um excelente mel, de gosto intenso, 
denominado mel de alecrim.

O Cumprir as doses e o tempo de duração dos

Habitat: Europa, litoral mediterrânico; charnecas e pinhais do Centro e 
Sul de Portugal; até 1500 m, Identificação: de O,50 a 1,50 m de altura. 
Arbusto; caules lenhosos e folhosos; folhas sésseis, coriáceas, 
estreitas, com bordos enrolados, e persistentes; flores azul­claras e 
esbranquiçadas (todo o ano), em pequenos cachos axilares, cálice curto, 
campanulado, com
3 dentes, corola longa, com 2 lábios, um com 2 lóbulos erectos e o outro
com 3 lóbulos, sendo o médio maior e côncavo, 2 estames. Cheiro a
incenso e cânfora; sabor aromático. Partes utilizadas: planta florida e 
folhas.
O Componentes: óleo essencial, ácidos orgânicos, heterósidos, 
saponósidos, colina O Propriedades: antiespasmódico, anti­séptico, 
colagogo, diurético, estimulante, estomáquico, tónico, vulnerário. U. 
I., U. E. + V IÍS Ver: asma, astenia, banho, cabelo, celulite, 
colesterol, convalescença, coração, dentes, depressão, edema, entorse, 
enxaqueca, fígado, frigidez, impotência, memória, nervosismo, pele, 
ruga, sono, torcicolo.
Aleluia

Oxalis acetosella L.

Bras.: três­corações, trevo­azedo, azeda­ de­três­ folhas

Oxalidáceas

Para encontrar a aleluia, é necessário procurar nos bosques húmidos ao 
nível do solo e identificá­la por comparação; as suas folhas, 
semelhantes às do trevo, Trifolium L.,
têm o sabor da azeda, e as flores, comparáveis às do linho­bravo, são, 
no entanto, cor­de­rosa. Desabrocham sempre pela Páscoa, parecendo 
querer celebrar a Aleluia! Aparentemente, a aleluia prevê as 
tempestades, pois afirma­se que à sua aproximação as folhas se erguem.

As utilizações domésticas e medicinais da aleluia são inumeráveis. Com 
esta pequena planta é possível preparar limonadas frescas e tisanas para
as pessoas febris. Adicionada às sopas, realça­lhes o sabor e substitui 
o sumo de limão para temperar as saladas. Como o ruibarbo, a azeda e o 
espinafre, a
aleluia contém ácido oxálico e está sujeita a idênticas regras de 
utilização. Outrora, era matéria­prima para a extracção do ácido 
oxálico, comercializado com o nome de sal de azedas, utilizado para 
tirar as nódoas de tinta e de ferrugem das roupas e também para limpar 
couros. É um mordente para as
tintas e óptimo para remover as incrustações dos radiadores dos 
automóveis, sendo assim inimaginável o efeito que produziria no estado 
puro sobre as paredes do estômago. No entanto, a posologia medicinal é 
muito inferior às doses tóxicas.

O Planta proibida aos doentes de gota e litíase; respeitar a posologia. 
Habitat: Europa, excepto na região mediterrânica, matas húmidas; em 
Portugal, a sua existência é assinalada no Minho, mais propriamente em 
Paredes de Coura; até 2000 m. Identificação: de O,05 a O,08 m de altura.
Vivaz, acaule; folhas verde­claras, todas basais, vilosas, pecioladas, 
com 3 folíolos cordiformes; flores brancas matizadas de cor­de­rosa, por
vezes de azul (Abril­Maio), apenas uma em cada pé, longamente 
pedunculadas, 5 sépalas curtas, 5 pétalas grandes, 10 estames e 5 
estiletes; cápsula ovóide acuminada, com sementes estriadas; rizoma 
delgado, rastejante, com escamas carnudas e vilosas. Sabor ácido. Partes
utilizadas: folhas e raízes frescas; perde as suas propriedades pela 
secagem.
O Componentes: oxalato ácido de potássio, vitamina C, mucilagem O 
Propriedades: antiescorbútico, depurativo, diurético, febrífugo, 
refrescante. U. L, U. E. Ver: boca, cura de Primavera, pele, sarna, 
sede.

56
ALFACE­BRAVA­MAIOR
*//* faltaM OS OUTROS NOMES)

Se bem que a maioria das pessoas conheça a alface cultivada, com 
interior frágil e tenro, o mesmo não sucede no caso da alface­brava­
maior. Em primeiro lugar, a alface­brava surpreende os que a não 
conhecem devido às suas dimensões, pois algumas variedades atingem 3 m. 
Seguidamente, porque esta planta robusta exala um cheiro algo 
desagradável. Caracteriza­se pelos seus capítulos amarelos bem elevados,
pelas grandes folhas ovais, recortadas e ligeiramente lobuladas, que 
crescem em todas as direcções. Se se quebrar um ramo ou uma folha, brota
das zonas feridas um leite branco, o látexI­ produto de sabor amargo que
contém todos os constituintes activos da planta. O suco extraído dos 
caules, que depois de seco se denomina lactucário, é conhecido desde a 
Antiguidade; faz parte, ainda actualmente, de algumas preparações 
daFarmacopeia Portuguesa, entre as quais um extracto e um xarope 
calmante onde é associado ao lúpulo. A alface­brava­maior pode ser 
substituída por uma outra espécie, a Lactuca scariola L., alface­brava­
menor, que apresenta propriedades terapêuticas idênticas. Esta espécie 
distingue­se pela original disposição das folhas, cujas faces estão 
orientadas para oeste­leste e cujos bordos têm a orientação norte­sul, 
engenhoso meio de protecção contra os efeitos do sol.

O Respeitar a posologia, pois em doses elevadas o suco é tóxico. 
Habitat: Europa Central e Meridional, solos calcários, terrenos incultos
e pedregosos, em Portugal, de Trás­os­ Montes ao Alentejo; até 1000 m. 
Identificação: de O,60 a 1,50 m de altura. Toda a planta contém um látex
branco. Bienal, caule verde, por vezes violáceo, erecto, robusto, 
ramificado; folhas verde­escuras, grandes, inteiras ou com lobos 
sinuosos, rodeando o caule por meio de 2 aurículas lanceoladas, com 
bordos dentados, providas de uma fila de acúleos sobre a nervura dorsal,
flores amarelas (Junho­ Setembro) em pequenos capítulos, agrupadas numa 
grande panícula frouxa; aquénio obovado­oblongo, de cor negro­púrpura 
com costas de bordos espessos, encimado por um rostro e por um papilho 
branco; raiz fusiforme. Cheiro desagradável; sabor amargo. Partes 
utilizadas: folhas, látex.
O Componentes: clorofila, sais minerais, vitaminas, ácidos, princípio 
amargo O Propriedades: balsâmico, hipnótico, sedativo. U. I., U. E. + V 
Ver: acne rosácea, insônia, nervosismo, pele, sono,tosse.

57
PLANTAS ESPONTÂNEAS

Alfazema

Lavandula officinalis Chaix

Lavândula

Labiadas

Os nomes botânicos Lavandula spica L. e Lavandula officinalis Chaix são 
sinónimos e indicam a mesma planta. A alfazema é uma das plantas mais 
raras e encantadoras da nossa flora. Perante a sua vitalidade, nas 
colinas calcárias é impossível deixar de admirar a sua resistência ao 
sol abrasador e à aridez da pedra. É preciso saber distingui­la do 
alecrim e do hissopo, além de outras plantas afins, muito susceptíveis 
de confusão. Nos Pirenéus, encontra­se uma variedade de alfazema mais 
pequena, com folhas mais estreitas e inflorescências maiores; nos 
terrenos siliciosos cresce a LavanduIa stoechas L., o rosmaninho, com 
flores cor de púrpura e aroma penetrante; subindo mais a norte, mas não 
ultrapassando 1000 m
de altitude, encontra­se a alfazema­brava, Lavandula latifolia Vill., 
maior, com folhas verdes, cheiro a cânfora e que floresce um
mês mais tarde do que as outras. As propriedades medicinais das 
alfazemas são, além da sua acção anti­séptica e insecticida, 
aproveitadas desde há séculos pelas donas de casa; as sumidades 
floridas, colhidas antes do desabrochar, constituem um dos mais 
preciosos componentes da farmácia caseira.

O Não ultrapassar as doses indicadas; incompatibilidade com o iodo e os 
sais de ferro. Habitat: Europa Mediterrânica, solos áridos, calcários, 
expostos ao sol; espontânea no Centro e Sul do País; até 1800 m. 
Identificação: de O,30 a O,60 m de altura. Subarbusto; frondoso na base 
com ramos nus, erectos, simples; folhas verde­acinzentadas, estreitas, 
lanceoladas, com bordos enrolados; flores azul­violáceas (Julho­Agosto) 
em espiga terminal de verticilastros, brácteas castanhas, largas, cálice
com 5 dentes, corola com 5 lóbulos de 2 lábios, 4 estames inclusos, 4 
carpelos;
aquénio com 1 semente preta, lisa. Cheiro penetrante, aromático; sabor 
ardente, amargo. Partes utilizadas: sumidades floridas, flores ripadas; 
secagem à sombra e ao ar livre.
O Componentes: princípio amargo, essência, cumarina O Propriedades: 
antiespasmódico, anti­séptico, carminativo, cicatrizante, colagogo, 
diurético, estimulante, insecticida, sudorífico. U. L, U. E. + V o Ver: 
acne, asma, banho, bronquite, cabelo, ferida, ftiríase, insectos, 
leucorreia, nervosismo, pulmão, reumatismo, tinha, tosse, vertigem.

58
Alfenheiro

Ligustrum vulgare L.

Santantoninhas, alferiu

Oleáceas

O alfenheiro é uma planta flexível com casca branda e cinzenta que os 
jardineiros talham e podam com facilidade. É também um arbusto rústico 
que cresce espontaneamente entre as sarças e nas orlas dos bosques. As 
folhas, verde­escuras, que se tornam víoláceas no Outono, permanecem nos
ramos durante todo o Inverno, bem como os frutos, pequenas bagas pretas 
cuja toxicidade implica a sua proibição às crianças. As flores 
desabrocham em Maio, amontoando­se em píramides brancas semelhantes às 
do lilás. Recém­cortada, a madeira do alfenheiro exala um cheiro 
intenso, o mesmo sucedendo com as flores, as folhas e os frutos quando 
esmagados entre os dedos.

us ramos são utilizados em cestaria; da casca obtém­se um corante 
amarelo, e as bagas possibilitam a preparação de uma tinta cor de 
violeta e um corante para os vinhos.

Os fitoterapeutas apenas utilizam as flores ou as folhas secas. 
Conhecido desde há séculos, o óleo de alfenheiro é ainda actualmente 
utilizado em fricções para as dores, especialmente as dores de celulite;
as folhas servem para preparar um gargarejo que trata as afecções 
crónicas da boca e da garganta, muito frequentes nos fumadores.

O Nenhuma parte da planta fresca é comestível, Habitat: Europa, matas; 
no Norte e Sul de Portugal surge espontâneo em sebes e bosques; 
cultivado como planta ornamental; até 800 m. Identificação: de 1 a 3 m 
de altura. Arbusto; lenho duro; ramos jovens, aveludados; folhas 
opostas, ovais, lanceoladas, inteiras, com pecíolo curto, glabras, 
verde­escuras e brilhantes na página superior, claras na inferior; 
flores brancas (Maio­Junho), em panículas, curtas, compactas, cálice 
pequeno com 4 dentes, corola tubulosa com 4 lóbulos côncavos, 2 estames 
inclusos e 1 estilete; baga globosa preta, persistente, Cheiro difícil 
de suportar e adocicado (flores); sabor amargo. Partes utilizadas: 
flores e folhas (Primavera); secagem à sombra.
O Componentes: tanino, resina, heterósido, invertase, açúcares, 
arsénico, vitamina C O Propriedades: adstringente, cicatrizante, 
detersivo, vulnerário. LI. I., U. E. + Ver: afta, anginas, boca, 
celulite, diarreia, escara, leucorreia, reumatismo, tabagismo,
59
PLANTAS ESPONTANEAS

Alforvas

Trigonella foenum­graecum L. Feno­grego, fenacho, ervinha, caroba, 
alforna, alfarva

Bras.: alforgas

Leguminosas

As alforvas são pequenas plantas anuais que se encontram nos campos, nos
rochedos e nas charnecas do Sul da Europa. A planta identifica­se pelos 
caules frágeis extremamente frondosos, pelas flores esbranquiçadas 
dissimuladas pelas folhas superiores e
pelas compridas e curvas vagens terminadas por uma ponta aguçada. No 
estado maduro, cada uma destas vagens abre­se em duas valvas, pondo a 
descoberto uma fileira de sementes comprimidas. O cheiro desagradável da
planta espalha­se em seu redor, e é tão persistente que se nota ainda em
plantas secas há um século conservadas em herbários. Para atenuar este 
cheiro nauseabundo, é necessário escaldar as sementes. A utilizaçã o da 
alforva como planta medicinal é conhecida desde a Antiguidade. Na Ásia 
Menor, de onde foi importada para a Europa cerca do século IX, as 
sementes são ainda utilizadas para conferir às mulheres um aumento de 
peso, muito apreciado; esta acção é determinada pela presença de uma
substância que actua sobre o metabolismo das gorduras. As sementes, 
aplicadas em cataplasmas, podem fazer desaparecer os abcessos e reduzir 
as placas de celulite.

Habitat: Europa Mediterrânica, campos; em Portugal, encontra­se em 
searas, terrenos incultos da Estremadura e do Alentejo. É também 
cultivada como forraginosa; até 1000 m. Identificação: de O,10 a O,50 m 
de altura. Anual, caule erecto e circular; folhas verdes, abundantes, 
erectas, com 3 grandes folíolos ovais, pecíolo curto; flores branco­
amareladas (Abril­Junho), sésseis de 1 a 2 na axila das folhas 
superiores, cálice pubescente, corola papilionácea, estames diadelfos; 
vagem muito comprida (de 8 a 10 cm), erecta, curva, terminada por uma 
ponta comprida de 2 a 3 cm, 1
fileira de 10 a 20 sementes comprimidas; raiz desenvolvida. Cheiro 
intenso e nauseabundo; sabor desagradável. Partes utilizadas: sementes 
secas, sumidades floridas (Abril­Junho).
O Componentes: substâncias azotadas e fosforadas, trigonelina, essência 
O Propriedades: aperitivo, emoliente, hipoglicerniante, laxativo, 
tónico. LI. I., U. E. + o Ver: anemia, apetite, astenia, celulite, 
convalescença, diabetes, frigidez, furúnculo, panarício.

60
Alga­perlada

Chondrus crispus Lyngb. Musgo­branco, musgo­da­ irlanda, botelho­crespo,

carragaheen

Gigartináceas

Sobre os rochedos dos litorais do canal da Mancha e do oceano Atlântico,
visível na maré baixa, encontra­se em grande abundância esta alga de cor
vermelha, muito
ramificada, com segmentos achatados e bordos crispos. É fácil de 
reconhecer devido à fronde, que pode medir entre 10 e 20 cm. O seu 
aspecto e coloração são extremamente polimorfos. A consistência 
cartilaginosa do talo conferiu­lhe o nome científico de género Chondrus,
que deriva do grego chondros, cartilagem.

As algas­vermelhas contêm nos seus tecidos corpúsculos clorofilinos como
os vegetais superiores, estando, no entanto, encobertos por células 
especiais, os cromatóforos, que encerram um pigmento, o qual, consoante 
a sua concentração e a intensidade da luz, modifica a coloração das 
algas, desde um vermelho intenso ao castanho­escuro.

Durante todo o Verão faz­se a colheita a bordo de embarcações, quando o 
tempo está húmido, utilizando ancinhos. Antes de utilizar a alga­perlada
é conveniente lavá­la na água do mar e deixá­la secar durante 24 horas 
ao sol. Esta operação deve ser repetida três vezes. A alga perde então a
sua linda cor, adquirindo um branco­acinzentado, quase translúcido. Como
muitas outras algas, a alga­perlada contém uma substância mucilaginosa 
que, após tratamento, é utilizada na indústria alimentar, especialmente 
no fabrico de chocolate de leite e cremes.

O Não consumir simultaneamente com plantas que contenham tanino. 
Habitat: costas da Mancha e do Atlântico, sobretudo Finisterra e ao 
longo da costa portuguesa. Identificação: de O,10 a O,20 m de altura. 
Talo homogéneo, achatado, cor de púrpura; disco basilar; fronde em forma
de leque, erecta, ramificada; ramificações dicotómicas, lobuladas, 
bordos crispados, sem nervura; lóbulo bífido; cistocarpos na face 
inferior e tetrasporângios na superfície do talo, alojados em 
protuberâncias ovóides.

Partes utilizadas: talo (Verão); secagem ao sol.
O Componentes: mucilagem, sais minerais, aminoácidos, iodo, provitamina 
D O Propriedades: béquico, emoliente, expectorante, laxativo. U. I., U. 
E. Ver: bronquite, conjuntivite, diarréia, obesidade, obstipação, 
raquitismo.

61
Aliária

Affiaria officinalis Andrz.

Erva­alheira, erva­dos­alhos

Crucíferas

A aliária parece não ter sido conhecida na Antiguidade. As suas flores, 
brancas, desabrocham na Primavera, invadindo as bermas dos caminhos e os
locais frescos. As flores são melíferas e muito apreciadas pelo gado, 
que ingere a planta completa. A aliária exala um cheiro a alho bastante 
intenso quando amachucada entre os dedos, devendo a este facto o nome do
género e alguns dos seus nomes comuns, visto que Alliaria deriva de 
allium, alho. As suas sementes substituem, por vezes, as da mostarda­
negra.

Não é essencialmente uma planta medicinal, podendo, no entanto, ser 
utilizada como anti­séptico, tanto para uso externo como interno. É 
preferível colher a planta no momento de utilizá­la, pois, como a 
maioria das crucíferas, perde as suas propriedades aquando da secagem. 
Para uso interno, recomenda­se sobretudo a decocção da planta fresca ou,
melhor, o seu suco recente. Porém, segundo H. Leclerc, os melhores 
resultados obtêm­se pela utilização de compressas de folhas esmagadas ou
alcoolatura de aliária.

Habitat: Europa, exceptuando a região mediterrânica, locais frescos, 
sebes, bermas dos caminhos; em Portugal, encontra­se em quase todo o 
País, excepto no Baixo Alentejo e Algarve; até 800 m. Identificação: de 
O,50 a O,80 m de altura. Bienal, caule erecto, simples, folhoso; folhas 
pecioladas, crenadas, sendo as basais reniformes e as outras 
cordiformes; flores brancas (Março­Junho) em cacho terminal que se 
alonga durante a floração, 4 sépalas, 4 pétalas, 6 estames, dos quais 2 
mais pequenos, 2 carpelos; síliqua comprida, erecta, sobre pecúriculos
espessos, abrindo­se por 2 válvulas com 3 nervuras, sementes estriadas, 
castanhas, dispostas em fileira. Cheiro a alho; sabor picante e aliáceo.
Partes utilizadas: planta inteira fresca ou seca, sem a raiz, o 
Componentes: um beterósido azotado, óleo essencial, enzimas O 
Propriedades: anti­séptico, detersivo, diurético, estimulante, 
expectorante, vulnerário. U. I., U. E. + Ver: boca, dentes, eczema, 
ferida, gengivas, pele.

62
Aljôfar

Lithospermuin offit­inale L.

Borragiináceas 

Segundo a tradicional teoria médica que atribuía aos vegetais virtudes 
de acordo com o aspecto ou cor que apresentavam, os frutos do aljôfar, 
nacarados e duros como pérolas, foram considerados durante muito tempo 
como as únicas partes úteis da planta, com propriedades para dissolver 
os cálculos.

No entanto, ao longo dos séculos, tanto o empirismo como os estudos 
sistemáticos foram insuficientes para confirmar as propriedades 
dissolventes destes frutos. A planta revelou­se, porém, verdadeiramente 
activa para outras perturbações renais e urinárias. Além disso, o estudo
de uma espécie exótica desta planta, Lithosperinum ruderale L., 
utilizada pelos índios como contraceptivo, permitiu detectar na planta 
substâncias inibidoras de determinadas hormonas hipofisárias.

Com as folhas e as sumidades floridas secas do aljôfar prepara­se um chá
refrescante que não deve ser confundido com o chá­da­europa, preparado a
partir de uma espécie próxima com grandes flores vermelhas que depois se
tornam azuladas, o Lithosperinum purpureo­caeruleuin L.

Habitat: Europa, solos calcários; em Portugal, surge espontâneo nos 
arredores de Bragança e Vimioso; até 1400 m. Identificação: de O,40 a 
O,80 m de altura. Vivaz, caule erecto, robusto, coberto de pêlos e 
ramoso; folhas verde­escuras na página superior, mais claras na 
inferior, alternas, sésseis, lanceoladas, ásperas, pubescentes, com 
nervuras laterais salientes na página inferior; flores branco­creme 
(Junho­Julho), pequenas, em compridos cachos folhosos em 2 filas, cálice
peludo com 5 divisões, corola tubular vilosa com 5 pregas pubescentes, 
ultrapassando ligeiramente o cálice, e 5 estames inclusos; tetraquénio 
branco­ nacarado, duro, brilhante, cor de pérola; raiz espessa, quase 
lenhosa. inodoro; sabor adstringente (planta) e adocicado (fruto). 
Partes utilizadas: frutos, folhas, sumidades floridas (Julho­Agosto). O 
Componentes: sais minerais, mucilagens, pigmentos O Propriedades: 
diurético. U. L, U. E. Ver: diurese, gota, olhos.
Almeirão

Cichorium int.\,bus L.

Chicória­do­café, chicória­brava Bras.: chicória­amarga, chicória

Compostas

Já conhecido em 4000 a. C., como refere o papiro Ebers, um dos mais 
antigos textos egípcios que chegaram até à actualidade, o almeirão 
permanece um remédio em que os médicos continuam a ter confiança. 
*Arnigo do fígado+, segundo Galeno, é absolutamente inofensivo, pelo que 
faz parte da composição de um xarope tradicional, frequentemente 
receitado às crianças. É uma planta vivaz cujas flores, de um azul muito
puro, se associam em belos capítulos que se abrem de manhã, cerca das 6 
horas, e se fecham durante a tarde. 0 almeirão contém um látex branco 
extremamente amargo, pelo que é conveniente colher as folhas antes da 
floração, apos o que deixam de ser comestíveis, A utilização alimentar 
desta chicória­brava data do século xvil; cultivada nas hortas, deu mais
tarde origem às inúmeras variedades hortícolas actualmente conhecidas, 
como as escarolas, ou endívias, as quais, devido a serem menos amargas, 
são também muito menos activas.

Habitat: Europa; Centro e Sul de Portugal, bermas dos caminhos, campos 
cultivados e incultos, solos secos, calcários e argilosos; é também 
cultivado; até 1500 m. Identificação: de 0,30 a 1 m de altura. Vivaz, 
caule rígido, anguloso, com numerosos ramos, hirtos, frequentemente 
divergentes na base; folhas inferiores profundamente divididas em dentes
agudos, folhas superiores pequenas, lanceoladas, semiamplexicaules, 
pubescentes, com lóbulos profundos; flores de um azul vivo (Julho­
Setembro), liguladas, em grandes capítulos; aquénio com curtíssimo 
papilho, coroado

por minúsculas escamas, raiz aprumada, látex branco. Sabor muito amargo.
Partes utilizadas: folhas (Junho­Setembro, antes da floração), raiz 
(Outono).
0 Componentes: sais minerais, glúcidos, lípidos, prótidos, vitaminas B, 
C, P e K, aminoácidos, inulina, heterósido amargo 0 Propriedades: 
aperitivo, colagogo, colerético, depurativo, diurético, estomáquico, 
febrífugo, laxativo, tónico. u, 1. + o Ver: anemia, apetite, astenia, 
cura de Primavera, diabetes, fígado, icterícia, obstipação, tez.
Alquequenje

Physalis alkekengi L. Erva­noiva, cerejas­dejudeu

Solanáceas

O alquequenje floresce a partir de Maio nos solos calcários e nas 
vinhas; durante o Verão, o cálice, inicialmente pequeno e verde, aumenta
de volume, adquirindo uma configuração semelhante à de uma lanterna de 
papel, e a sua cor torna­se simultaneamente vermelho­vivo. A esta 
característica se deve a designação do género, Physalis, que deriva do 
grego phusaô, eu incho. No interior destes leves invólucros, os frutos, 
que amadurecem em Setembro, assemelham­se a cerejas. Podem ser ingeridos
frescos, mas não mais de cerca de 30 por dia.

Conhecido de Dioscórides e Galeno, muito difundido na Ásia, Europa e 
regiões mediterrânicas, o alquequenje nunca deixou de ser utilizado para
o tratamento da gota, de cálculos e de alguns edemas. Actualmente, toda 
a planta, exceptuando a raiz, pode ser utilizada para preparar um vinho 
diurético. A conservação da planta, depois de colhida, é difícil, sendo 
necessário colocar as bagas em camadas finas num forno; as folhas devem 
ser secas, lentamente, à sombra. Depois de desidratadas, as bagas, que 
ficam muito enrugadas, devem ser colocadas em frascos de vidro 
hermeticamente fechados ou reduzidas a pó.

O Não confundir com a beladona, que é tóxica. Habitat: Europa 
Continental, Meridional, solos secos, vinhas, olivais; até 1500 m. 
Identificação: de O,20 a O,60 m de altura. Vivaz, caule erecto, simples 
ou ramificado, anguloso, ligeiramente pubescente; folhas glabras, aos 
pares, pecioladas, oval­ pontiagudas, com os bordos ondulados; flores 
esbranquiçadas (Maio­Outubro), isoladas, pêndulas, pequeno cálice 
pubescente; baga de um intenso vermelho­alaranjado, carnuda, lisa, com 2
lóculos e numerosas sementes, encerrada no cálice, que se desenvolve 
numa bolsa leve, com costela, que no Outono se cobre de uma ténue rede 
escarlate; rizoma rastejante. inodoro; a baga tem sabor ácido. Partes 
utilizadas: bagas libertas dos cálices, caules, folhas (Setembro­ 
Outubro). * Componentes: vitamina C, ácido cítrico, ácido málico, 
carotenóides, glúcidos, vestígios de alcalóides O Propriedades: 
depurativo, diurético, emoliente, febrífugo, refrescante, sedativo. U. 
1. + Ver: edema, gota, icterícia, litíase, reumatismo, ureia.

65
Alteia

Althaea officinalis L.

Malvaísco

Malváceas

A alteia é famosa pelas suas virtudes béquicas e emolientes. Assim, 
segundo algumas opiniões supera a malva nas suas virtudes. A designação 
de malvaísco sugere uma relação entre estas duas plantas. Efectivamente,
as utilizações medicinais da malva, que pertence também à família das 
Malváceas, são muito semelhantes às desta planta. Proveniente das 
estepes asiáticas muito antes da era cristã, a alteia aclimatou­se 
facilmente na Europa. Recenseada num dos capitulares de Carlos Magno, 
cultivada durante toda a Alta Idade Média, foi durante muito tempo 
aproveitada nos jardins dos mosteiros, de onde se evadiu, tornando­se 
espontânea, e sendo actualmente considerada como um dos simples mais 
apreciados. A malva­da­índia, Althaea rosea L., um dos parentes da 
alteia, é muito cultivada e conhecida; é a malva­real dos poetas, com 
folhas lavradas e grandes flores de cor intensa. As flores cor de 
tijolo­escura destas variedades podem substituir as flores da alteia; as
raízes e as folhas não são utilizadas.

O Incompatível com o álcool, o tanino e o ferro. Habitat: Europa, zonas 
costeiras, margens dos cursos de água; em Portugal, nos locais húmidos 
do Douro, Beiras e Estremadura; até 300 m. Identificação: de O,60 a 1,50
m de altura. Vivaz, caule robusto, cilíndrico, aveludado e pouco 
ramificado; folhas verde­esbranquiçadas, pecioladas, largas, espessas, 
lobadas, ovais, pontiagudas; flores brancas ou cor­de­rosa (Junho­
Setembro), em grupos de 3 na axila das folhas no cimo do caule, 
pedunculadas, cálice com 5 sépalas revestido de epicálice curto, corola 
com 5 pétalas cordiformes e numerosos estames; poliaquénio tomentoso 
( semente castanha; raiz aprumada, comprida e carnuda. Cheiro suave; 
sabor mucilaginoso. Partes utilizadas: raiz (Outono), flores (Julho 
­Agosto), folhas frescas ou secas (Junho) secagem à sombra ou em estufa.
O Componentes: mucilagem, sais minerais glúcidos e vitamina C O 
Propriedades: béqui co, calmante, emoliente. U. L, U. E. + V O Ver: 
abcesso, acne rosácea, afta, anginas, cisti te, dentes, diarreia, 
gengivas, obstipação, olhos, pele, sono, tosse.

66
Ami

Ammi majus L. Âmio­maior, âmio­vulgar

Umbelíferas

O ami é uma umbelífera bastante fácil de reconhecer devido às suas 
folhas, que são visivelmente diferentes umas das outras. As da base 
assemelham­se às folhas do trevo, e as da parte superior são recortadas 
em lacínias muito estreitas. O seu nome genérico, Ammi, deriva do grego 
ammos, areia, e indica a natureza dos solos de que a planta 
habitualmente necessita.
 
Ignora­se a origem desta planta, supondo­se que no século XVI se 
denominava assim a espécie egípcia afim, Ammi visnaga Lam., bisnaga, ou 
paliteira. Originária da índia e da Etiópia, encontrando­se actualmente 
muito difundida em Portugal, diferencia­se da anterior por apresentar 
todas as folhas em lacínias.

As sementes, quando maduras, constituem a parte activa do ami. O 
principal interesse desta planta, actualmente, consiste na sua acção 
fotossensibilizadora devida à amoidina. Esta propriedade da planta é 
especialmente utilizada pelos Árabes para tratar uma despigmentação 
cutânea, o vitiligo. O ami também é utilizado para um bronzeamento 
epidérmíco acelerado, sendo, no entanto, um processo arriscado.

O Ter em atenção as fotossensibilizações. Habitat: Europa Meridional e 
Ocidental, Centro e Sul do Continente e Madeira, locais arenosos, 
campos, culturas de luzerna e de trevo; até 800 m. Identificação: de 
O,20 a O,80 m de altura. Anual, caule glabro, glauco, esguio, florífero,
ramoso e estriado; folhas serradas, sendo as basais recortadas em 
segmentos bi ou trilobulados, ovais, as caulinares em segmentos 
estreitos, as superiores em lacínias; flores brancas (Julho­Setembro), 
em umbelas muito densas, com até 80 raios, com um enorme invólucro de 
brácteas recortadas em lacínias filiformes, 5 pétalas caducas, crenadas;
fruto    ovói  de e oblongo. Cheiro suave; sabor acre e picante. Partes 
utilizadas: sementes (quando maduras); secagem à sombra.
O Componentes: heterósido, composto cumarínico, amoidina O Propriedades:
carminativo, digestivo, emenagogo. U. 1. Ver: bronzeamento, digestão.
Amieiro

Alnus glutinosa (L.) Gaertn.

Amieiro vulgar

Betuláceas

O amieiro pertence à mesma família da bétula e da aveleira; todos têm 
flores masculinas e femininas que coexistem na mesma árvore. As raízes 
apresentam nodosidades que contêm bactérias, as quais possibilitam à 
árvore a fixação directa do azoto da atmosfera. Quando jovem, a árvore 
ergue­se direita, com casca cinzenta lisa. Ao envelhecer, estende os 
ramos, e a copa forma uma abóbada regular que se mantém verde até à 
queda das folhas. A madeira do amieiro geralmente não apodrece; nos 
países nórdicos, é utilizada para fazer tamancos. Com a serradura 
defumam­se peixe e carne; a casca, que serve para curtir os couros, 
produz, além disso, uma bela matéria corante cinzenta. Um ramo de 
amieiro colocado num galinheiro afasta os parasitas. As propriedades 
febrífugas da árvore conferiram­lhe a denominação de quina­indígena, e o
banho com folhas de amieiro, previamente aquecidas no forno, continua a 
ser um remédio popular eficaz para o reumatismo. Quanto à cataplasma de 
folhas frescas, já era apreciada no século xil por Santa Hildegarda como
remédio para activar a cicatrização das úlceras.

Habitat: zonas temperadas da Europa, bosques húmidos, margens de cursos 
de água; até 1200 m. Identificação: de 20 a 25 m de altura. Árvore; 
pernadas tortuosas com ramificações delgadas; folhas escuras na página 
superior, claras na inferior, dentadas, arredondadas, chanfradas no 
vértice, pecioladas; flores esverdeadas ou avermelhadas (Fevereiro­ 
Março), em amentilhos pedunculados, monóicos, os masculinos pendentes, 
caducos, com brácteas macias, apresentando 3 flores com 4 estames, os 
femininos ovóides, erectos, com brácteas apresentando 2 flores com 2 
estiletes cada uma;
fruto pequeno, achatado, monospérmico, castanho­avermelhado, com asa 
curta e coriácea; raiz com excrescências, as nodosidades de onde partem 
ramificações secundárias. Cheiro agradável; sabor acre, adstringente e 
amargo. Partes utilizadas: casca dos ramos jovens, folhas (Fevereiro).
O Componentes: tanino, lípidos, pigmentos O Propriedades: adstringente, 
cicatrizante, febrífugo, tónico. U. I., U. E. O Ver: anginas, boca, 
febre, ferida, lactação, úlcera cutânea.

68
PLANTAS ESPONTÂNEAS

Amieiro­negro

Frangula aInus Mili.

Sangui nho­de­ água, lagarinho, frângula, zangarinho,

zangarinheiro, sangarinheiro, sangurinheiro,

sanguinheiro, fúsaro

Ramnáceas

O amieiro­negro agrupa­se em formações pouco densas nas matas húmidas e 
próximo de pegos ou pântanos. Deve à fragilidade dos ramos o nome do 
género, do latimfrangere, partir. Esta planta apresenta semelhanças com 
o escambroeiro e o álamo. É, todavia, um arbusto fácil de reconhecer 
pelas suas folhas ovaladas, marcadas na página inferior por 8 a 12 pares
de nervuras salientes e paralelas, e pelos seus frutos vermelhos, do 
tamanho de ervilhas, que na maturação se tornam negros. Ignorado ou 
menosprezado na Antiguidade, o amieiro­negro é citado pela primeira vez 
num texto de Pietro Crescenzi, agrônomo italiano dos inícios do século 
Xiv. Dois séculos mais tarde, Mattioli codifica o seu uso com a 
indicação especial de não utilizar a droga fresca. A parte utilizada é a
segunda casca, outrora denominada casca interior, seca, reduzida a pó e 
tamisada. Se os modos de utilização e a posologia forem cumpridos, a sua
acção laxativa é constante e inofensiva.

Não comer a drupa; só utilizar a casca após um ano de secagem.

Habitat: Europa, solos ácidos, argilosos, siliciosos. Em Portugal, 
encontra­se do Minho ao Algarve, nas margens dos rios, locais húmidos e 
sebes; até 1000 m, Identificação: de 1 a 4 m de altura, excepcionalmente
6 m. Arbusto; tronco erecto; ramos horizontais flexíveis, alternos, não 
espinhosos; casca castanho­avermelhada quando jovem e mais tarde 
cinzento­escura com estrias brancas; folhas inteiras, membranosas, 
alternas, caducas, com 8 a 12 pares de nervuras salientes, paralelas, 
quase rectas; flores esverdeadas (Abril­Julho), hermafroditas, com 5 
sépalas, 5 pétalas ovais, 5 estames, estilete simples, reunidas de 2 a 
10 em cimeiras frouxas; drupa verde e depois vermelha, preta na 
maturação. Praticamente inodoro; sabor amargo e adstringente. Partes 
utilizadas: casca viva dos caules (Maio­Agosto) seca em pequenos 
pedaços,
O Componentes: tanino, heterósidos, antracénicos, mucilagem, goma 6 
Propriedades: cicatrizante, colagogo, laxativo, purgativo. U. I., U. E. 
+ O Ver: dartro, obesidade, obstipação, parasitose, sarna, 
vesícula.biliar.

69
Amor­de­hortelão

Galium aparine L.

Rubláceas

O amor­de­hortelão prende­se obstinadamente, por meio dos caules, das 
folhas e dos frutos, ao vestuário dos caminhantes desprevenidos e ao 
pêlo dos animais. Esta planta, graciosa, macia e leve, serve­se dos seus
acúleos recurvados para se erguer, agarrando­se aos arbustos próximos. É
uma planta anual, extremamente invasora, encontrando­se em todas as 
sebes e silvados, os quais cobre com as suas minúsculas flores brancas 
durante longos meses. Os povos da Antiguidade chamavam­lhe Apariné, que 
se agarra, palavra que se tornou o nome da espécie. Dioscórides explica 
nos seus textos como os pastores utilizavam os seus caules, atados em 
feixes, para clarificar o leite. Dos frutos faz­se um sucedâneo do café,
e a raiz torrada pode substituir a chicória. Da raiz extrai­se ainda um 
belo corante vermelho. Possui propriedades diuréticas e é eficaz nos 
problemas circulatórios das pessoas idosas.
O suco fresco ou uma cataplasma de folhas verdes esmagadas colocados 
sobre uma ferida, em caso de urgência, podem fazer parar uma hemorragia.

Habitat: Europa, orlas dos bosques, sebes, moitas; frequente em quase 
todo o território português; altitude média. Identificação: de O,20 a 
1,50 m de altura. Anual, caule delgado, ascendente ou trepador, 
quadrangular, com acúleos nas arestas, intumescido, viloso nos nós e 
ramoso a partir da base; verticilos de 6 a 8 folhas compridas, lineares,
com pontas rígidas, face superior e bordo providos de pêlos gancheados; 
flores brancas (Maio­Outubro), pequenas, em cimeiras pedunculadas na 
axila das folhas, corola com 4 pétalas, 2 carpelos unidos e com pêlos;
fruto de 3 a 4 mm, com pêlos, tuberculoso gancheado; raiz delgada. 
Cheiro suave. Partes utilizadas: planta fresca (Maio­Setembro) e seca, 
suco fresco; secagem rápida para evitar o enegrecimento das flores; 
conserva em lugar seco.
O Componentes: heterósidos (asperulósido) 4 Propriedades: anti­
inflamatório, aperitivo, cica trizante, diurético, sudorífico, 
vulnerário. U. L, U. E. + Ver: circulação, edema, icterícia, úlcera cutâ
nea.

70
Amor­perfeito­bravo

Viola tricolor L., ssp. arvensis Murr. Erva­da­trindade, amor­perfeito­
pequeno

Violáceas

O amor­perfeito­bravo, com as suas flores de tons escuros, é uma 
preciosidade dos terrenos baldios. Existe uma grande quantidade de 
espécies, às quais a infinita imaginação dos jardineiros acrescentou um 
grande número de híbridos. O amor­perfeito­bravo é uma violácea como as 
violetas, possuindo as
suas corolas cinco pétalas divididas em dois grupos; as quatro 
superiores apresentam­se erectas, e a inferior, esporoada. Colher o 
amor­perfeito revela­se uma operação delicada; é necessário colher as 
flores de manhã, logo que o orvalho desapareça, manipulá­las 
cuidadosamente e secá­las com rapidez para evitar que as flores murchem 
e as cápsulas amadureçam; o colorido das flores quando secas só se 
manterá se estas forem conservadas ao abrigo do ar.

A partir do Renascimento, o amor­perfeito, laxativo e depurativo, foi 
também utilizado para tratar doenças de pele, sendo da tradição tomar 
uma chávena de infusão e embeber uma compressa no mesmo preparado para 
passar pela pele. Os tratamentos com o amor­perfeito­bravo exigem 
perseverança, sendo ilusório esperar resultados antes de 15 dias.

O Fresco, proibido às crianças. Habitat: Europa; até 1800 m. 
Identificação: de O,05 a O,40 m de altura. Anual, caule erecto; folhas 
ovais ou lanceoladas, com bordos crenados, estipulas com 3 a 8 lóbulos, 
sendo o terminal foliáceo; flores brancas, amarelas ou cor de violeta 
(Abril­Outubro) com um comprido pedúnculo, pequenas, 5 sépalas verdes, 
desiguais, 5 pétalas, 4 erectas e 1 inferior, pendente, provida de um 
esporão curto, 5 estames com anteras amarelas, pistilo com estigma em 
forma de funil; cápsula glabra, abrindo­se por 3 valvas, e sementes 
castanhas. Cheiro suave; sabor amargo. Partes utilizadas: flores, suco 
fresco, planta florida (Abril­ Outubro); secagem rápida. * Componentes: 
ácido salicílico, tanino, sais minerais, saponinas, heterósidos 
flavónicos, mucilagem, vitamina C O Propriedades: antiespasmódico, 
cicatrizante, depurativo, diurético, emético, febrífugo, laxativo, 
sudorífico, tónico. U. I., U. E. Ver: acne, cura de Primavera, dartro, 
eczema, ferida, herpes, indigestão, pele, psoríase, reumatismo, tinha, 
urticária.
ANGÉLICA

Angelica archangelica L.

Erv a­do­espírito­ santo Bras.: jacinto­da­índia

Umbelíferas

É raro encontrar a Angelica archangelica em estado espontâneo, excepto 
em alguns vales dos Alpes e dos Pirenéus abrigados dos ventos, aquecidos
pelo sol e refrescados por um regato. Encontra­se com mais frequencia 
uma outra angélica, Angelica silvestris L., mais simples, menos 
perfumada, cujas folhas são verdes nas duas páginas. As propriedades das
duas especies são semelhantes; no entanto, não haverá possibilidades de 
erro se uma só vez se tiverem contemplado as magníficas umbelas amarelo­
esverdeadas da Angelica archangelica L. e aspirado o penetrante perfume 
almiscarado que exalam as suas folhas quando esmagadas entre os dedos.

Diz­se que teria sido o arcanjo Rafael quem deu a conhecer aos homens a 
angélica e as suas virtudes, enaltecidas pelos Antigos e consideradas 
outrora miraculosas. Segundo esta crença, a angélica afastava a peste, 
neutralizava o efeito dos venenos, prolongava a duração da vida. 
Actualmente, a angélica é considerada, com maior simplicidade, como um 
estimulante do aparelho digestivo e um anti­séptico.

O Não tocar com as mãos descobertas. Suco irritante para a pele e as 
mucosas. Habitat: Norte da Europa, Córsega, montanhas, solos pantanosos,
soalheiros; até 3000 m. Identificação: de 1,30 a 2,50 m de altura. 
Bienal, caule avermelhado, muito robusto, ramificado; folhas mais claras
na página interior com 2 ou 3 recortes em folíolos largos, dentadas; 
flores amarelo­ esverdeadas (Junho­Agosto), em largas umbelas 
hemisféricas, com 20 a 30 raios, vilosas na extremidade, estilete muito 
curto; diaquénio achatado com asas onduladas; raiz aprumada, volumosa, 
castanha, de fractura branca. Aromático; sabor acre. Partes utilizadas: 
folhas (Maio­Junho), caule (Junho­Julho), raiz (Outono), sementes 
(cortar as umbelas em Julho).
O Componentes: cumarina, ácidos, cera, tanino, glúcidos O Propriedades: 
anti­séptico, aperitivo, carminativo, digestivo, estomáquico, 
sudorífico, tó nico. U. L, U. E. + Ver: aerofagia, apetite, asma, banho,
cabelo, contusão, convalescença, coração, digestão, epidemia, fadiga, 
ferida, gravidez, gripe, magreza, menstruação, nervosismo, úlcera.

72
PLANTAS ESPONTANEAS

>

AntenÁria

Antennaria dioica (L.) Gaerm.

Pé­de­gato, griafálio

Compostas

Estas plantas dióicas, muito pequenas, formam por vezes nas montanhas 
enormes tapetes com flores cor­de­rosa e brancas. Tudo nelas evoca a 
graça e a suavidade, pois até o seu nome científico alude à extremidade 
dos seus pêlos florais, dilatados na ponta como as antenas das 
borboletas. As pequenas e fofas almofadas cor­de­rosa formadas pelos 
capítulos florais conferiram­lhe o nome de pé­de­gato. Estas plantas 
usufruíram outrora da reputação extraordinária ­ e totalmente imerecida 
­ de curar o cancro e os casos graves de tuberculose pulmonar. 
Actualmente, são consideradas menos eficazes e mesmo, segundo algumas 
opiniões, inactivas. Na realidade, a sua acção medicinal, como a sua 
imagem, é extremamente suave: lenitiva e emoliente, acalma a febre e a 
tosse e facilita a digestão. Apenas os capítulos cor­de­rosa, isto é, os
femininos, devem ser utilizados. A medicina homeopática utiliza a 
tintura da antenária e as suas flores, designadas por flores Pedis Cati.
Estas fazem ainda parte da composiçã o da tisana das quatro flores.

Habitat: Europa continental, montanhas, climas frios e temperados; de 
500 a 2800 m. Pouco frequente em Portugal. Identificação: de O,05 a O,20
m de altura. Vivaz, caule floral, simples, erecto e folhoso; folhas em 
numerosas rosetas basais, espatuladas, verde­esbranquiçadas na página 
superior, lanosas e acinzentadas na inferior, com bordos celheados, 
sendo as caulinares lanceoladas, aplicadas ao caule; flores (Maio­
Julho), em capítulos, dióicas, com brácteas brancas, obovadas nas 
masculinas, cor­de­rosa e lanceoladas nas femininas; aquénio glabro, 
liso, com 1 papilho
sedoso; toiça estolhosa que emite renovos formando extensos tapetes 
(Maio­Julho). Inodora; insulsa. Partes utilizadas: capítulos femininos 
secos (Maio­Julho); secagem rápida à sombra, em camadas finas.
O Componentes: tanino, resina, mucilagem, nitrato de potássio O 
Propriedades: anti­séptico, béquico, colagogo, emoliente, expectorante, 
febrífugo, vulnerário. U. L, U. E. + Ver: bronquite, febre, ferida, 
tosse, traqueíte, vesícula biliar.
PLANTAS ESPONTÂNEAS

AquilÉGía

Aquilegia vulgaris L. Erva­pombinha, aquilégia­vulgar, ancólia

Ranunculáceas

A aquilégia foi desde sempre alvo dos sonhos dos poetas, e nem Ronsard 
nem Chateaubriand conseguiram resistir ao sortilégio melancólico do seu 
nome. É uma planta romântica com folhagem delicada que se dá bem nos 
locais frescos e à sombra. Nos fins da Primavera, cobre­se de flores de 
cores suaves caprichosamente formadas por cinco peças, cada uma delas 
prolongada por um
esporão recurvado. Foi certamente este esporão que conferiu à aquilégia 
o nome do seu género, que deriva do latim aquila, águia, pois a 
extremidade dos esporões da aquilégia é recurvada, assemelhando­se ao 
bico e às garras dessa ave de rapina. Segundo outras opiniões, esta 
denominação deve­se à reputação que a planta tinha outrora de tornar o 
olhar mais penetrante.

A aquilégia foi utilizada intensamente e com sucesso, supõe­se, até ao 
século xix. Os fitoterapeutas procuravam obtê­la devido às suas 
numerosas propriedades; os homeopatas receitavam­na em alguns casos de 
desequilíbrios nervosos. Actualmente, a sua utilização é restrita, pois 
a planta, especialmente as partes aéreas e as sementes, contém uma 
substância prejudicial. Assim, excepto com indicação médica, só a raiz 
deve ser utilizada, e exclusivamente para uso externo.

O Uso interno exclusivamente sob prescrição médica. Habitat: Europa, 
bosques, prados, terrenos rochosos, sobretudo calcários; até 2000 m. 
Espontânea ou subespontânea na Beira Litoral Identificação: de O,60 a 
O,80 m de altura. Vivaz, caules erectos, pubescentes, ramificados, 
formando tufos; folhas ligeiramente glaucas na página inferior, sendo as
inferiores pecioladas, alternas, divididas em 3 a 9 folíolos lobulados, 
e as superiores sésseis; flores azul­violáceas, cor­de­rosa ou brancas 
(Maio­Julho), pedunculadas, em panícula pouco densa, 5 sépalas 
petalóides, 5 pétalas prolongadas por um esporão em forma de báculo, 
numerosos estames salientes; fruto com 5 volumosos folículos ventrudos, 
que se abrem pela face interior, numerosas sementes; rizoma subterrâneo,
espesso, oblíquo, raiz aprumada. Cheiro agradável. Partes utilizadas: 
sementes, flores, folhas, raiz.
O Componentes: heterósido cianogenético, lípidos, enzimas, vitamina C 4 
Propriedades: adstringente, anti­séptico, calmante, detersivo. U. L, U. 
E. + Ver: boca, sarna, tinha, úlcera cutânea.

74
Arando

Vaccinium myrtillus L. Uva­do­monte, mirtilo, erva­escovinha

Ericáceas

O arando, habitante dos terrenos siliciosos das florestas de montanha, 
desenvolve­se frequentemente em densas manchas, não deixando lugar para 
outras espécies vegetais. Os silvicultores consideram este arbusto, de 
bagas azuis e sumarentas, uma planta nociva, devido à rede formada pelos
seus caules subterrâneos e à densidade das suas partes verdes, que 
impedem o repovoamento das florestas. As bagas, ricas em vitamina C, 
colhem­se com um sedeiro, devem ser ingeridas aos punhados para melhor 
se apreciar o seu incomparável sabor e são utilizadas em pastelaria e em
compotas. Suportam bem a congelação, pois não sofrem alteração.

Nos Vosges obtém­se por destilação do arando uma bebida muito saborosa, 
o Heidelbeerwasser, semelhante ao kirsch. Outrora, extraía­se uma 
substância corante azul­escura desta planta que, aliás, deixa marcas
nos dentes e na língua dos seus apreciadores. Os Antigos não conheciam o
arando. Plínio fala de uma Vaccinia, que é uma planta diferente. Os 
autores da Idade Média referem­se­lhe, ignorando, no entanto, a sua 
principal acção, antidiarreica, que deve ter sido descoberta por 
empirismo popular e foi comprovada por análise científica.

Habitat: Europa; em França, Vosges, Alpes, Pirenéus; em Portugal, 
aparece nos pinhais e matos das montanhas desde o Alto Minho à serra da 
Estrela; entre 400 e 2500 m de altitude. Identificação: de O,30 a O,60 m
de altura. Subarbusto; caules ramosos verdes, ligeiramente angulosos, 
folhas caducas, ovais, serrilhadas e curtamente pecioladas; flores cor­ 
de­ rosa­ claras (Abril­Julho), com cálice reduzido a 5 dentes, corola 
gomilosa, caduca, solitária ou aos pares na axila das folhas; baga 
globosa, muito sumarenta, comprimida na extremidade, de cor negro­
violácea, pruinosa, erecta e sementes castanhas; rizoma enredado; sabor 
acidulado e açucarado (baga). Partes utilizadas: folhas frescas e secas,
bagas maduras (Julho a Setembro),
O Componentes: pigmentos antociânicos, sais minerais, tanino, vitamina 
C, provitamina A, ácidos (cítrico e málico) O Propriedades: 
adstringente, antidiarreico, anti­hemorrágico, anti­séptico, 
hipoglicemiante. U @ L, U. E. + V Ver: acne rosácea, afta, boca, 
circulação, cistite, colibacilose, diabetes, diarreia, eczema, 
hemorroidas, olhos, ureia.

75
Arando­de­baga­Vermelha

Vaccinium vitis­idaea L.

Arando­vermelho

Ericáceas

Este arando é uma pequena planta vivaz das montanhas que atapeta 
dispersamente o solo das florestas de coníferas, espalhando as suas 
manchas arbustivas pelos matagais e

campos de pastagem até ao limite das neves eternas. Assemelha­se à uva­
ursina, que pode, aliás, ser utilizada em seu lugar, sendo o arando 
facilmente reconhecível por uma pontuação existente na página inferior 
das suas folhas. Como o mirtilo, o arando pertence ao género Vaccinium. 
Segundo algumas opiniões, esta palavra deriva de vacca, vaca, pois estes
animais pastam a planta. Segundo outras, deriva de bacca, baga. De 
facto, os frutos são muito característicos; têm a forma e a cor de uma 
cereja pequena, mas são acídulos, farinhentos e muito refrescantes. As 
suas utilizações são inúmeras. Podem ser ingeridos frescos ou servir 
para fabricar um vinho muito agradável, conservados em vinagre e 
utilizados para fazer doce ou compota para acompanhar pratos de carne. 
As folhas são sobretudo utilizadas em medicina, apresentando, no 
entanto, em doses elevadas, alguma toxici­

a Em doses elevadas as folhas são tóxicas. Habitat: Europa, montanhas, 
solos ácidos, matagais, florestas, campos de pastagens; entre 300 e 3000
m. Identificação: de 0,10 a 0,30 m de altura. Subarbusto; caule 
prostrado arredondado, algo pubescente na planta jovem, ramos erectos; 
folhas verdes e brilhantes na página superior, esbranquiçadas e 
ponteadas na inferior, persistentes, coriáceas, com os bordos enrolados,
inteiras ou ligeiramente crenadas; flores brancas ou rosadas (Maio­
Julho), formando cachos terminais pendentes, pedunculados, cálice

com 5 lóbulos, corola campanulada com 5 pontas recurvadas; baga globosa,
vermelha, com várias sementes castanho­avermelhadas; rizoma ramificado. 
Inodoro; sabor ácido. Partes utilizadas: folhas (Maio­Agosto), fruto 
(Agosto­Setembro), planta inteira.
0 Componentes: ácidos orgânicos, vitamina C, provitamina A, tanino, 
heterósido 0 Propriedades: adstringente, aperitivo, anti­séptico, 
depurativo, diurético, hipoglicemiante. U. 1. + Ver: cistite, diarreia, 
gota, reumatismo.
Arenária

Spergularia rubra (L.) J. & C. Presi

Cariofiláceas

A Spergularia rubra, que pode encontrar­se em locais arenosos, mas não 
salgadiços, de algumas regiões de Portugal, é conhecida com o nome de 
arenária não só devido aos locais de crescimento, como também ao seu 
nome inicial, Arenaria rubra, dado por Lineu.

É uma planta anual ou bienal que se encontra disseminada nos solos 
arenosos de toda a Europa e, por vezes, nas costas marítimas. Os 
fitoterapeutas e os ervanários apreciam muito esta cariofilácea 
filiforme
com minúsculas flores vermelhas, que possui a importante virtude de 
acalmar as dores das vias urinárias. A planta inteira e seca é utilizada
numa infusão à qual se adicionam geralmente folhas de uva­ursina. Depois
de seca, reduzida a pó e incorporada em azeite, obtém­se uma pomada que 
atenua as manchas do rosto, nomeadamente as sardas.

Habitat: Europa, solos siliciosos e arenosos; até 2200 m. Identificação:
de O,05 a O,25 m de altura. Anual ou bienal, caule frágil, prostrado e 
seguidamente erecto; folhas lineares, pequenas, finas, estipulas 
prateadas, membranosas, soldadas umas às outras em cada um dos nós, 
flores cor­de­rosa (Abril­Setembro), pequenas, em cimeira frouxa, 
foliada, 5 sépalas obtusas, marginadas de branco, 5 pétalas um pouco 
mais curtas que as sépalas, com 7 a 10 estames e 3 estiletes; cápsula 
que se abre por 3 valvas, numerosas sementes negras não aladas. Esta 
planta tem um cheiro herbáceo e agradável. Partes utilizadas: planta 
inteira (Maio­Junho); secagem à sombra.
O Componentes: resina, sais minerais 6 Propriedades: diurético, 
sedativo. U. L, LI. E. + V Ver: cistite, gota, reumatismo, sarda.

77
Argentina

Potentilla anserina L.

Ansarinha

Rosáceas

Existem diversas espécies do género Potentilla; antes da frutificação, 
assemelham­se ao morangueiro, com o qual não devem, no entanto, ser 
confundidas. Apenas três possuem propriedades medicinais: o cinco­em­
rama, a tormentila e a argentina, que estão incluídas nesta obra. O nome
do género deriva da palavra latina potens, poderoso, pois a sua acção é 
extremamente enérgica. O nome específico, baseado na palavra latina 
anser, ganso, pode traduzir­se por erva­dos­gansos.

A argentina, pequena planta vivaz, vigorosa e sedosa, forma por vezes 
vastos tapetes prateadosà beira dos charcos, próximo das quintas. E uma 
erva daninha como tantas outras, muito resistente, que suporta sem

dano ser calcada pelos pés. Durante todo o

Verão as suas flores solitárias, de um arnarelo intenso, com cinco 
pétalas bem visíveis, abrem de manhã e fecham ao cair da tarde, 
mantendo­se fechadas quando está mau

tempo. Além dos gansos, todos os animais de capoeira e o gado a 
apreciam. A raiz mastigada faz bem às gengivas, pois facilita o 
nascimento dos dentes das crianças e protege os dos adultos da 
descarnadura.

O Não preparar ou conservar em recipientes de ferro. Habitat: Europa, 
excepto na região mediterrânica, solos ricos, terrenos baldios, húmidos,
bermas dos caminhos; assinalada em Portugal nas margens do rio Douro; 
até 1700 m. Identificação: de O,20 a O,40 m de altura. Vivaz, estolhos 
compridos e delgados; folhas radicais, por vezes verdes na face superior
e mais frequentemente prateadas, acetinadas em ambas as páginas, 
estipuladas, compridas, grandes, imparipinuladas, com 15 a 25 folíolos 
desiguais, serradas; flores de um amarelo intenso (Maio­Setembro), 
nascendo sobre as rosetas de folhas dos rebentos, pedunculadas, 
solitárias, cálice de 5 sépalas, calículo, 5 grandes pétalas patentes, 
numerosos estames e carpelos lisos; aquénio ovóide; rizoma lenhoso, com 
raízes adventícias. Inodora. Partes utilizadas: flores, folhas, raiz.
O Componentes: tanino, flavona, álcool, resina, amido, colina O 
Propriedades: acistringente, antiespas módico, estomáquico, tónico. U. 
L, U. E. + Ver: anginas, diarreia, estômago, ferida, hemorragia, 
leucorreia, menstruação, pulmão.
PLANTAS ESPONTÂNEAS

AristolÓquia

Aristolochia clematitis L.

Bras.: calungo, cipó­mil­homens

Aristoloqueáceas

Ao formar as flores amarelo­douradas da aristolóquia, a Natureza 
preparou uma perigosa armadilha. Logo que os insectos entram na corola, 
deslizam no revestimento ceroso que enche o seu interior e são impedidos
de voltar ao exterior por uma barreira de pêlos. Mais tarde, quando a 
flor murcha     > os pêlos secam e os prisioneiros, salpicados de pólen,
são libertados, podendo então garantir a fecundação. Planta vivaz que 
prefere o calor e os solos calcários, encontra­se frequentemente nas 
vinhas da região mediterrânica, onde é facilmente identificável devido 
às suas enormes folhas verde­claras em forma de coração e ao seu cheiro 
nauseabundo.

Várias espécies de aristolóquias, já descritas na Antiguidade, foram 
durante muito tempo utilizadas devido à sua pretensa acção estimulante 
do trabalho de parto. Deste facto lhe advém o nome de aristos, 
excelente, e lokia, parto. Além disso, as suas propriedades 
adstringentes e vulnerárias propiciaram a sua utilização em medicina até
ao século XVIII, e mesmo até aos nossos dias em alguns meios rurais. A 
sua raiz deve ser utilizada seca, pois é tóxica no estado fresco tanto 
para o homem como para os animais.

Habitat: Europa Central e Meridional; nos terrenos pedregosos do Centro 
de Portugal, vinhas, solos calcários; até 800 m. Identificação: de O,20 
a O,80 m de altura. Vivaz, caule erecto, simples; folhas grandes, com 
pecíolos compridos, cordiformes, com os bordos denticulados; flores 
amarelas (Maio­Junho), pediceladas, tubulosas, inchadas na base e 
linguiformes no cimo, de 2 a 8 na axila das folhas superiores, 6 estames
inclusos, anteras soldadas, 6 carpelos; cápsula pendente e carnuda; 
rizoma rastejante, profundo e frágil. Esta planta vivaz tem um cheiro 
nauseabundo; o seu sabor é acre. Partes utilizadas: folhas, rizorna 
(Outono); limpar o rizoma, deixar secar em troços.
O Componentes: alcalóide tóxico (aristoloquina), princípio amargo, óleo 
essencial, tanino, resina, glúcidos O Propriedades: acistringente, 
emenagogo, vulnerário. U. L, U. E. + Ver: artrite, ferida, gota, 
menstruação, prurido, reumatismo.
Arnica

Arnica montana L.

T abaco­ dos­ saboi anos, betónica­dos­saboianos,

dórico­da­alernanha, tabaco­dos­vosgos, tanchagem­dos­alpes, cravo­dos­
alpes, panaceia­das­quedas, quina­dos­pobres

Compostas

A origem do nome Arnica é bastante obscura. É possivelmente uma 
deformação da palavra grega ptarmica, que significa que faz espirrar. 
Desconhecida na Antiguidade, a planta foi pela primeira vez citada por 
Santa Hildegarda e mais tarde utilizada pela Escola de Salerno. No 
século Xvi, foi descrita e desenhada pelo médico e botânico italiano 
Mattioli. Seguidamente, os médicos começaram a receitá­la com critérios 
diversificados; simultaneamente, discutiam­se até à exaustão as suas 
virtudes e também os seus perigos. A planta, conhecida no século XIX

como a quina­dos­pobres devido às suas propriedades febrífugas, 
expressão maliciosamente deturpada pelos seus detractores em *pobre 
quina+ , é hoje considerada um tóxico violento que afecta quase todas as
vísceras e o sistema nervoso. Deste modo, a sua utilização deve limitar­
se ao uso externo, tanto para o homem como para os animais, excepto por 
indicação médica. A arnica é uma planta vivaz das montanhas cujas folhas
são de há muito fumadas pelos camponeses, sendo as­

sim um precioso auxiliar para uma cura de desintoxicação tabágica.

0 Excepto por receita médica, apenas uso externo. Habitat: Europa, 
montanhas, solos ácidos; em Portugal, nos prados e pauis de quase todo o
País; de 600 a 2800 m. Identificação: de 0,20 a 0,60 m de altura. Vivaz,
caule floral erecto, simples, pubescente, glanduloso; folhas basais em 
roseta, junto ao solo, ligeiramente consistentes, ovais, sendo as 
caulinares mais pequenas, lanceoladas; flores amarelo­alaranjadas (Maio­
Julho), em grandes capítulos isolados, que por vezes são completados 
inferiormente por 2 mais peque­

nos, opostos, com 15 a 20 flores liguladas na periferia, tubulosas no 
centro; aquénio papilhoso; rizoma oblíquo, castanho. Cheiro aromático; 
sabor muito amargo. Partes utilizadas: folhas secas, flores (Julho), 
raiz (Setembro); secagem rápida à sombra.
0 Componentes: óleo essencial, resina, tanino, ácido málico, cera, goma,
silício, pigmentos
0    Propriedades:    acistringente,    cicatrizante, esternutatório, 
sudorífico. U. L, U. E. + o Ver: acne, cabelo, contusão, entorse, 
ftiríase, tabagismo.
80
Artemísia

Artemisia vulgaris L.

Artemísia­verdadeira, artemísia­comum, flor­de­sãojoão, erva­de­fogo, 
erva­de­são­j.oão

Bras.: arternigem

Compostas

A artemísia cresce nas bermas dos caminhos florestais, ao longo dos 
regatos e das vias férreas, e até nas casas em ruínas. Esta planta vivaz
semelhante à losna distingue­se desta pelas folhas, pubescentes na 
página inferior. Supõe­se que a Artemisia, muito apreciada pelos médicos
da Antiguidade, não era a Artemisia vulgaris L.; na Idade Média, é 
realmente à artemísia que se referem o poeta Rutebeuf e, mais tarde, 
Ambroise Paré. A medicina oriental utiliza uma espécie de artemísia na 
moxibustão, técnica semelhante à acupunctura e que consiste em

atear pequenos montes de folhas colocados em pontos específicos do 
corpo. Durante muito tempo utilizada para tratar a epilepsia

e a dança de S. Vito, a planta é ainda actualmente usada nos meios 
rurais devido à sua acção no organismo feminino, propriedade comum a 
todas as plantas que têm como protectora a deusa Artemisa. No campo, 
suspensa em ramos nos estábulos e nas cavalariças, a artemísia atrai as 
moscas, protegendo assim os animais.

O Proibida às mulheres grávidas, tóxica em doses elevadas, o pólen é 
alergénico. Habitat: Europa, terrenos incultos. Em Portugal, sebes e 
bermas no Minho e Beiras; até 1600 m. Identificação: de O,50 a 1,50 m de
altura. Vivaz, caule avermelhado, herbáceo, ramoso; folhas recortadas em
lóbulos agudos, verde­escuras, glabras na página superior, tomentosas e 
esbranquiçadas na inferior; flores amareladas (Ju lho­ Outubro), 
tulbulosas, em pequenos capítulos erectos, com invólucro, reunidas em 
grandes panículas de espigas frouxas; aquénio glabro; toiça lenhosa, 
espessa, sem estolhos.

Cheiro a especiarias; sabor amargo. Partes utilizadas: folhas mondadas, 
sumidades floridas (Julho­Outubro), raiz (Outubro); reduzir a pó, 
conservar resguardada da luz (sumidades e folhas), secar no forno 
(raiz).
O Componentes: óleo essencial, resina, tanino, mucilagem, inulina. As 
folhas contêm vitaminas Al, B1, B2 e C O Propriedades: antiespasmódico, 
emenagogo, febrífugo, tónico, vermífugo. LI. L, U. E. + o Ver: apetite, 
epilepsia, febre, ferida, menstruação, parasitose, parto, pé, úlcera 
cutânea, vesícula biliar, vómito.
Artemísia­dos­alpes

a) Artemisia glacialis L. b) Artemisia mutellina Vill. c) Artemisia 
spicata Jacq.

Bras.: artemísia

Compostas

Existem várias espécies do género Artemisia que são anãs, vivem nas 
altas montanhas, onde servem de pastagem às cabras­monteses, e noutros 
locais. São espécies vivazes, com caules curtos e tomentosos, que 
florescem em pleno Verão e se assemelham muito, crescendo por vezes 
muito próximas nos entulhos e nos fragmentos de rochas desolados, 
formando manchas sedosas escondidas nas fendas das pedras. Aqui 
apresentam­se as três espécies que mais frequentemente se encontram nos 
Alpes. Como a maioria das plantas de alta montanha, estas artemísias 
foram, durante muito tempo, ignoradas na planície, só tardiamente sendo 
estudadas pelos botânicos, sempre ávidos de conhecer novas floras, que 
as descobriram em aldeias alcandoradas (uma delas atinge as altitudes 
mais geladas, por vezes até 3400 m nos Alpes), onde os camponeses as 
utilizavam para preparar licores e também, por vezes, com resultados 
funestos, como remédio para os resfriamentos. A sua acção, efectivamente
forte, impõe o cumprimento rigoroso das doses indicadas.

Actualmente, são muito pouco utilizadas, exceptuando nas suas regiões de
origem. São plantas raras, importantes e dispendiosas, que devem ser 
protegidas, se bem que, com muita facilidade e menor despesa, seja 
possível substituí­Ias por plantas mais vulgares, que produzem 
resultados idênticos.

O Seguir rigorosamente as doses. Habitat: rochedos; de 1800 a 3400 m. 
Identificação: de O,04 a O,15 m de altura. Três espécies herbáceas 
vivazes em pequenas moitas; caules floridos simples;  folhas laciniadas,
11S  eg  u,r r, g o'osamente asdo Habita   .   hed s  d e >800 a
1

tlf >’roco o 6 04 a   15 den      >caÇã de espé c@  es herbác ea  vvaz es
etas’ ca  u1es f1ondos  s,@p1es branco­acinzentadas, sedosas, em maior 
nú mero junto à base, e pecioladas; flores tulbulosas amarelas (Julho­
Setembro), em pequenos capítulos subglobosos. Cheiro intenso a absinto; 
sabor amargo. a) Rosetas de folhas com divisões trifurcadas; capítulos 
agrupados na extremidade superior dos caules curtos com raras folhas; 
invó lucro marginado de castanho;

b) folhas raras todas pecioladas, palmadas, com limbo curto; flores 
amarelo­claras em pequenos capítulos solitários, quase todos 
pedunculados; c) tufos isolados com 1 a 2 espigas compridas e curvas, 
unilaterais, com capítulos enegrecidos, pequenos e sésseis. Partes 
utilizadas: planta florida e raiz (Julho­Setembro); secagem à sombra.
O Componentes: óleo essencial, princípios amargos O Propriedades: 
aperitivo, emenagogo, estomáquico, sudorífico, tónico, vulnerário U. L, 
U. E. Ver: apetite, astenia, menstruação.

82
ÁZARO
*//* faltam os outros nomes

O ásaro é uma pequena e caprichosa planta, facilmente identificável 
entre as muitas

que atapetam o solo dos bosques de árvores frondosas. Floresce 
precocemente no fim do Inverno, dissimulando as suas flores campanuladas
solitárias sob as brilhantes folhas reniformes. Esmagada entre os dedos,
toda a planta exala um perfume semelhante à terebintina e o seu sabor 
acre provoca náuseas. A sua designação em francês, asaret, deriva de uma
palavra grega que significa desagradável. Outro dos seus nomes vulgares 
em

francês, cabaret, evoca a utilização que outrora lhe davam os ébrios 
para aliviar o estômago, dissipar a embriaguez e, por vezes, poderem 
continuar a beber.

Planta vivaz, o ásaro é conhecido desde tempos remotos devido à sua 
acção muito dinâmica, sendo classificado por Gilbert como *remédio que 
cresce em todos os canteiros+. Efectivamente, o ásaro é vomitivo, 
purgativo, diurético, expectorante e esternutatório. Para além das suas 
aplicações medicinais, que devem ser prudentemente vigiadas, o ásaro 
produz um corante de uma bonita cor verde­maçã que serve para tingir lã.

O Venenoso. Perde parte da toxicidade e da

eficácia após a secagem. Habitat: Europa Central, sobretudo nas 
montanhas, excepto na região mediterrânica, solos calcários, florestas 
de árvores frondosas; até

Venen oso ef"á',a após Hab tat. Eurol:

1700 m. Identificação: de O,10 a O,15 m de altura. Vivaz, caules 
rastejantes semi­subterrâneos, sendo os aéreos muito curtos e escamosos;
folhas verde­escuras, brilhantes, reniformes, com pecíolo comprido e 
viloso; flor castanha e cor de púrpura na parte interior (Março­Maio), 
solitária, pouco visível na base das folhas,

campanulada, Pubescente, pedunculada; cápsula rija, com 6 láculos 
contendo cada um 2 fileiras de sementes; rizoma castanho, sinuoso. 
Cheiro específico, apimentado, canforáceo; sabor acre e nauseabundo. 
Partes utilizadas: folhas (Verão), rizoma, fresco ou colhido há menos de
6 meses (Primavera ou Outono).
O Componentes: óleo essencial que contém asarona O Propriedades: 
emético, esternutatório, expectorante, purgativo. LI. L, U. E. + Ver: 
asma , bronquite, cefaleia.

83
Aspérula­odorífera

Asperula odorata L.

Rubiáceas

Esta graciosa planta dos frescos e sombrios bosques de faias tem, de 
certo modo, os seus pergaminhos. No século XVIII, Estanislau Leczinski, 
rei da Polónia, tomava todas as manhãs uma chávena de chá de aspérula e 
afirmava que a sua robusta saúde se devia a este simples hábito. Ainda 
hoje, na Alsácia, Bélgica e Alemanha o macerado de toda a planta serve 
para preparar um vinho reputado pelas suas virtudes tónicas e 
digestivas; é indispensável numa cura de Primavera para eliminar as 
toxinas acumuladas durante o Inverno. Misturadas com folhas de menta e 
de tussilagem, as folhas de aspérula proporcionam aos fumadores 
inveterados um agradável sucedâneo do tabaco que pode facilitar uma cura
de desintoxicação.

Nos bosques, a aspérula é pouco aromática, só se desenvolvendo o seu 
suave perfume após a secagem. Misturada com as forragens, a planta dá ao
leite das vacas um aroma delicioso. Os ramos de aspérula foram 
utilizados durante séculos para defumar os quartos, perfumar a roupa de 
casa e afugentar os insectos.

A a spéru 1 a­ odorífera é facilmente identificável: as suas folhas, 
opostas, formam estrelas com seis ou oito pontas, bastando fazer 
deslizar o dedo indicador ao longo dos bordos e sob a nervura central 
para sentir os finos relevos que inspiraram o seu nome; as pequenas 
flores brancas, têm a forma de campainhas.

Habitat: zonas temperadas da Europa, com excepção da região 
mediterrânica, bosques frescos, matas de faias, solos rochosos; até
1600 m. Identificação: de O,10 a O,30 m de altura. Vivaz, caule erecto, 
simples, quadrangular, liso, com um anel de pêlos sob os verticilos; 
folhas verde­escuras, lanceoladas, agudas, glabras, de 6 ou 8 em cada 
verticilo; flores brancas (Abril­Junho), pequenas, em corimbos 
terminais, em tubo curto com 4 lóbulos; fruto formado por 2 carpelos 
globosos, aderentes, eriçados de pêlos recurvados; parte subterrânea

delgada e rastejante. Cheiro aromático; sabor agradável e amargo. Partes
utilizadas: planta inteira (princípio da floração), excepto a raiz; 
fazer ramos e suspendê­los; escurece ao secar.
O Componentes: cumarinas, lípidos, vitamina C (folhas), pigmentos O 
Propriedades: anti­séptico, colagogo, depurativo, diurético, sedativo, 
tónico, vulnerário. U. L, U. E. + Ver: abcesso, cefaleia, cura de 
Primavera, digestão, insectos, litíase, nervosismo, palpitações, sono, 
tabagismo, vesícula biliar.

84
Aveleira

Corflus avellana L.

Avelaneira

Betuláceas

A aveleira é um dos vegetais mais antigos, pois já existia na era 
terciária, tendo sido encontrados numerosos fósseis de folhas; os povos 
pré­históricos ingeriam os seus frutos, que têm sido descobertos em 
alguns túmulos neolíticos. Este arbusto, que floresce em

Setembro e cujos amentilhos amarelos espalham, em pleno Inverno, o pó 
dourado do seu pólen, é muito conhecido.

A palavra Corflus deriva do grego corYs, elmo; a avelã está, com efeito,
encerrada numa bráctea verde, como uma cabeça dentro de um elmo.

Os médicos da Antiguidade tinham conceitos diversos sobre a aveleira. 
Dioscórides opinava que era nociva para o estômago, mas acalmava a 
tosse; Santa Hildegarda aconselhava­a como remédio para a impo~ tência; 
Mattioli receitava­a, depois de moída e misturada com gordura de urso, 
para o

repovoamento capilar; Amato Lusitano considerava­a infalível para curar 
a *doença da pedra+; Craton indicava­a para as cólicas nefríticas. Apesar
de tudo, há pelo menos

uma certeza: a avelã é extremamente nutritiva, estimulante e menos 
@ndigesta que a noz. A raiz com veios da aveleira é utilizada em 
trabalhos de embutidos, e dos seus ramos flexíveis faz­se uma vara 
bifurcada utilizada pelos vedores para descobrir veios de água, 
extremamente importante nos meios rurais.

Habitat: Europa, excepto no extremo norte, bosques, matas, sebes, 
jardins e parques, margens dos riachos; disseminada principalmente no 
Norte de Portugal; até 1500 m.

Identificação: de 3 a 5 m de altura. Arbusto, ou pequena árvore com os 
rebentos revestidos de pêlos glandulosos; folhas moles, ovais, 
terminadas em ponta, duplamente serradas, pubescentes quando jovens, 
alternas; amentilhos masculinos amarelo­dourados (Setembro), alongados e
pendentes, e amentilhos femininos (Janeiro­Fevereiro) apenas visíveis 
pelos estiletes salientes vermelhos; fruto seco indeiscente encerrado no
invólucro, cúpula foliacea, 1 semente e em alguns casos 2. InodoraPartes
utilizadas: amentilhos, casca dos ramos jovens, folhas, sementes.
O Componentes: flavon6ides, tanino O Propriedades: acistringente, anti­
hernorrágico, anti­sudorífico, depurativo, febrífugo, vasoconstritor. U.
I., U. E.   M Ver: circulação, edema, epistaxe, febre, ferida, flebite, 
obesidade, olhos, pele, varizes.

85
Avenca

Adiantum capiflus veneris L.

Capilária; avenca­de­montpellier Bras.: avenca­cabelo­de­vénus

Polipodiáceas

É um pequeno feto também conhecido por capilária devido aos seus 
pecíolos extremamente finos e ao seu suposto poder de impedir a queda do
cabelo. O nome popular de capilária foi também atribuído a outros fetos 
de pequeno porte, se bem que pertencentes a outro género. Quanto ao nome
científico Adiantum, deriva do grego adiantos, não molhado, pois as suas
folhas, quando mergulhadas em água, permanecem secas e as

gotas e c uva es izam so re elas sem as molhar. Em Portugal, encontra­se
nas fontes, poços e locais húmidos de quase todo o território.

Foi outrora tão obstinadamente admirada que, no século XVII, Pierre 
Formius a considerou *um segundo ouro+ que dominava todas as doenç as dos
pulmões; na realidade, é apenas um béquico ligeiramente diurético, 
próprio para crianças. Em França, no século XVIII, sob a Regência, 
popularizou­se uma

bebida, a bavaroise, feita com infusão de chá, xarope de avenca, leite 
quente e açúcar. Esta planta deve ser utilizada fresca, pois perde uma 
parte da sua eficácia quando seca.

Habitat: Europa Meridional, incluindo Portugal quase todo, Grã­Bretanha,
Sul de França, entrada de grutas, rochedos húmidos, nascentes, poços, 
solos calcários; até 1300 m. Identificação: de O,10 a O,40 m de altura. 
Feto em manchas pouco densas; pecíolos e respectivas ramificações muito 
finos, pretos ou castanho­escuros, lisos; frondes com folíolos 
triangulares, em forma de leque, chanfrados em lóbulos, na extremidade 
dos quais nascem os esporângios numa prega do bordo exterior, caules 
subterrâneos, cobertos de escamas. Cheiro suave; sabor ligeiramente 
amargo.

Partes utilizadas: frondes (Junho­Setembro).
O Componentes: tanino, mucilagem, açúcar, ácido gálico, vestígios de 
essência, capilarina, princípio amargo O Propriedades: béquico, 
diurético, emenagogo, emoliente. U. L, U. E. + Ver: anginas, bronquite, 
cabelo, tosse,
Avoadinha

Erigeron canadensis L. Bras.: cauda­de­raposa

Compostas Desconhecida na Europa até 1655, esta planta foi importada da 
América do Norte para um jardim botânico francês. Dali colonizou toda a 
Europa, pois encontra­se   muito disseminada, excepto nas florestas e 
nos prados naturais. Invade os terrenos e neles se instala, povoando­os,
por vezes, quase exclusivamente. Os seus pequenos capítulos, de um 
branco­baço, e o longo caule fusiforme não lhe conferem um aspecto 
agradável. Não obstante ser uma resinosa, a planta resiste 
admiravelmente às queimadas para limpeza dos terrenos.

Erigeron é o nome grego da avoadinha e

deriva de èr, Primavera, e de gêron, velho; é uma alusão à formação de 
penachos brancos nos indivíduos jovens logo que as flores murcham. Nos 
Estados Unidos e no Canadá, seus países de origem, a avoadinha é muito 
apreciada devido às suas virtudes medicinais, pois é um anti­hemorrágico
e um vermífugo; a planta é geralmente utilizada pelas suas propriedades 
diuréticas.

Habitat: Europa, extremamente vulgar, campos, terrenos baldios, areias 
das arribas, caminhos, vias férreas; frequente em Portugal, surgindo 
subespontânea nos campos cultivados, areias, entulhos e terrenos 
incultos, do Minho ao Algarve; até 1000 m. Identificação: de O,10 a 1 m 
de altura. Anual; caule erecto, único, peludo, muito ramoso; folhas 
alongadas, estreitas, inteiras ou serradas no vértice, verde­
acinzentadas; flores esbranquiçadas (Junho­Outubro), em longa panícula 
com grande número de pequenos capítulos, tulbulosas, amarelas no centro,
com lígulas curtas esbranquiçadas na margem; aquénio com papilho 
esbranquiçado, de pêlos unisseriados, Partes utilizadas: caule com 
folhas e flores e suco fresco.
O Componentes: tanino, resinas, ácido gálhico, óleo essencial O 
Propriedades: anti­inflamatório, diurético. LI. 1. + Ver: albuminúria, 
artrite, celulite, cistite, diarreia, gota, leucorreia.
Azedas

Rumex acetosa L.

Vinagreira Bras.: azedinha­da­horta

Poligonáceas

Aazeda pertence, como a bistorta e o labaçol, à família das 
Poligonáceas. Muito difundida nos campos, é familiar às crianças, que 
gostam de chupar as suas folhas ácidas, e nefasta para o gado, pois 
provoca­lhe diarreia. Existem várias espécies cultivadas, não ignorando 
os agricultores que as azedas que crescem ao sol são ainda mais ácidas 
do que as que se desenvolvem à sombra.

Devido às suas propriedades depurativas e digestivas, as azedas fazem 
parte da composição de um caldo de ervas, benéfico para pessoas febris 
ou após um período de purga, para o que basta ferver 40 g de folhas 
jovens de azeda, 20 g de alface e de alho­porro, 10 g de espinafres, 10 
g de cerefólio, 10 g de acelga e uma noz de manteiga. Apesar da sua 
grande utilidade, esta planta não é totalmente benéfica, pelo que não 
deve ser ingerida em excesso; os doentes de artrite, gota, litíase e 
reumatismo, além dos que sofrem de hiperacidez gástrica, não devem 
utilizá­la.

0 pólen produzido pelas azedas em grande quantidade é susceptível de 
causar alergias, podendo também provocar manifestações de polinose nas 
pessoas sensíveis.

0 Vedada aos doentes de artrite, gota, litíase e reumatismo; 
incompatível com as águas minerais; não utilizar recipientes de cobre. 
Habitat: Europa; em quase todo o País; até 2300 m. Identificação: de 
0,30 a 1 m de altura. Vivaz, caules avermelhados, estriados, ocos e 
ramificados; folhas grandes, verde­escuras na página superior, glaucas 
na inferior, lanceoladas, com aurículas acuminadas, estipulas soldadas 
formando bainha, folhas da base com pecíolos compridos; flores verdes ou
avermelhadas (Maio­ Setembro), em cachos compostos, pequenas, dióicas, 6
pétalas marcadas por estrias

vermelhas com 2 verticilos, 6 estames pendentes, 3 estiletes e estigmas 
em forma de pincel; aquénio trigonal e 1 semente; rizoma castanho­
escuro. Sabor ligeiramente ácido. Partes utilizadas: folhas e caule 
frescos e raiz.
0 Componentes: oxalato de potássio, ácido oxálico, ferro, clorofila, 
vitamina C 0 Propriedades: antiescorbútico, aperitivo, depurativo, 
digestivo, diurético, emenagogo, estomáquico, laxativo, refrescante, 
tónico. U. I., U. E. + o Ver: abcesso, acne, apetite, cura de Primavera,
obstipação, pele, picadas, sede.
Azevinho

flex aquifoflum L.

Pica­folha, visqueiro, azevinho­espinhoso, zebro,

pica­rato, aquifólio, espinha­ sempre­ verde

Aquifoliáceas 

Toda a gente conhece o azevinho, que normalmente ornamenta as decorações
das festas natalícias entrelaçado com o visco. É um dos arbustos 
ornamentais mais cultivados nos jardins e parques das regiões 
temperadas, onde, durante todo o Inverno, na axila das folhas coriáceas,
e parecendo encerados pela mão cuidadosa de uma dona de casa, brilham os
seus frutos maduros, semelhantes a pequenas bolas vermelhas. O azevinho 
parece sempre verde, pois as suas folhas, que têm mais de um ano de 
vida, não se renovam simultaneamente. Planta de crescimento muito lento,
pode tornar­se, em climas que lhe sejam propícios, como o da Córsega, 
uma bela árvore com cerca de 10 m de altura e viver até aos 300 anos. As
folhas das árvores jovens, sobretudo as dos ramos mais baixos, são 
terrivelmente agressivas e picantes; porém, com a idade, tornam­se 
macias e ovais e, à semelhança de todos os velhos, perdem os dentes. As 
bagas não devem ingerir­se, pois são um purgativo violento.

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O Não ingerir as bagas. Habitat: Europa temperada, matas; em todo o 
território português, em bosques, sendo mais abundante na zona norte; 
até 2000 m. Identificação: de 1 a 10 m de altura. Arbusto ou pequena 
árvore; caule com casca lisa, glabro e lenho duro; folhas verde­escuras 
na pá gina superior, mais claras na inferior, extremamente onduladas, 
dentado­espinhosas, brilhantes, cerosas, coriáceas e alternas, com 
pecíolo curto, persistentes, compridas, sendo as superiores 
frequentemente ovais, inteiras e planas; flores brancas ou cor­de­rosa 
(Maio­Junho), em corimbos na axila de folhas subsésseis, peças florais 
em grupos de 4 e mais raramente de 5; baga vermelha, madura em Setembro­
Outubro, contendo de 4 a 5 caroços triangulares. lnodoro; sabor amargo. 
Partes utilizadas: folha (todo o ano), casca (Primavera); secagem à 
sombra ou ao sol.
O Componentes: tanino, ilicina O Propriedades: antiespas módico, 
emoliente, febrífugo, tónico. U. L, U. E. + o Ver: bronquite, diarreia, 
febre.
PLANTAS ESPONTÂNEAS

Becabunga

Veronica beccabunga L.

Morrião­d'água Bras.: verónica

Escrofulariáceas

As espécies de Veronica distinguem­se facilmente de outras flores com 
quatro pétalas, principalmente das da família das Crucíferas, porque, ao
contrário destas, possuem duas pétalas de dimensões muito diferentes. 
Além disso, a sua cor azul ou lilás é a mais frequente.

Supõe­se que o nome do género é uma alusão à toalha com que Santa 
Verónica limpou o rosto de Cristo durante a sua Paixão e que conservou 
as marcas de um rosto humano; assim, com alguma imaginação, é possível 
observar, na corola bem aberta de certas espécies de Veronica, uma 
fácies humana.

A becabunga cresce nos regatos e em águas de fraca corrente. Os seus 
caules, primitivamente prostrados, tornam­se lentamente erectos. 
Considerada depurativa, pode substituir o agrião; aliás, o gosto das 
suas folhas frescas assemelha­se ao desta planta. Pode ser preparada em 
salada só ou misturada com beldroegas e agriões. Uma outra espécie 
aquática, a Veronica anagallis L., ligeiramente maior e com folhas mais 
pontiagudas, possui as mesmas propriedades.

Habitat: Europa, nascentes, regatos, valas, pântanos; em Portugal, surge
nos locais húmidos, fontes, ribeiros, lameiros, a norte do Tejo; até 
2400 m. Identificação: de O,10 a O,60 m de altura. Vivaz, caules 
prostrados, radicantes, seguidamente ascendentes, glabros, cilíndricos, 
maciços ligeiramente ramificados; folhas opostas, glaoras, com pecíolo 
curto, limbo carnudo, finamente crenadas, parte superior arredondada; 
flores azuJ­claras (Maio­ Sete m bro), em pequenos cachos frouxos na 
axila das folhas superiores, corola curta, 4 lóbulos desiguais, sendo

o superior formado pela união de 2 pétalas e o inferior mais pequeno que
os 2 laterais, 2 estames; cápsula arredondada, glabra, túrgida e 
chanfrada. Partes utilizadas: caule e sumidades floridas, folhas frescas
ou secas (início da floração); secagem à sombra.
O Componentes: tanino, heterósido, aucubósido O Propriedades: 
depurativo, detersivo, diurético, estimulante, resolutivo. U. I., LI. E.
+ V o Ver: dartro, hemorróidas, sarda, úlcera cutânea.

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Bérberis

Berberis vulgaris L. Uva­espim, espinheiro­vinheto

Berberidáceas

O gosto agridoce e acidulado das bagas da bérberis conferiu­lhe a 
designação de azeda­dos­bosques; é, no entanto, muito diferente da 
azeda, com os seus frágeis e débeis ramos, os seus cachos de flores 
amarelas que murcham rapidamente e as suas folhas pungentes que caem no 
Outono. Tal como a primavera, o epilóbio, a salva e outras, a bérberis 
faz parte do tipo de plantas que necessitam dos insectos para efectuar a
polinização; um leve atrito faz erguer os estames, colocando­os em 
contacto com o estigma. Qualquer pessoa pode fazer actuar este 
fascinante mecanismo com a ponta de um alfinete.

Este arbusto vivaz e ornamental era muito cultivado nos jardins até à 
descoberta do seu papel na transmissão de um fungo causador de uma grave
doença dos cereais, a ferrugem negra, ou alforra negra. Os seus usos 
dietéticos são variadíssimos, pois os frutos verdes, conservados em 
vinagre, consomem­se como as alcaparras e quando maduros servem para o 
fabrico de doces, geleias, pastilhas, antiga especialidade da cidade 
francesa de Dijon, muito apreciada por Voltaire, e xaropes.

Habitat: Europa, solos calcários, bosques, sebes, silvados; Norte de 
Portugal; até 1900 m.

Identificação: de 1 a 3 m de altura. Arbusto erecto, casca cinzenta; 
ramos canelados, lenho duro amarelo; folhas verde­claras rígidas, 
desiguais, obovadas, marginadas de cílios espinhosos, venadas na página 
inferior, reunidas em ramos ao nível de um espinho tripartido; flores 
amarelo­vivo (Maio­Junho), cada uma delas constituída por 6 sépalas, 6 
pétalas e 6 estames em volta de um carpelo encimado por um disco 
estigmatífero persistente, em cachos pendentes mais compridos que as 
folhas; baga

cor de coral, ovóide (5 mm), com 2 ou 3 sementes. Inodora; sabor 
extremamente ácido (baga) e amargo (casca). Partes utilizadas: fruto 
(Setembro), folhas (Maio­Junho), casca da raiz fresca (Outono).
O Componentes: alcalóides, vitamina C O Propriedades: aperitivo, 
colagogo, diurético, estomáquico, laxativo, tónico. U. 1. + Ver: 
apetite, astenia, circulação, escorbuto, fígado, gota, gravidez, 
hipertensão, litíase, menopausa, menstruação, obstipação, rubéola, 
varizes.
Betónica

Stachys officinalis (L.) T@ev.

Cestro

Labiadas

A betónica é uma graciosa planta vivaz cujo frágil caule está rodeado, 
na base, por folhas em forma de coração; a parte superior é guarnecida 
por uma espiga compacta de flores cor de púrpura. Encontra­se com 
frequência na Europa, exceptuando as regiões mediterrânicas.

Os Egípcios já lhe atribuíam virtudes mágicas. Os Gregos e os Romanos 
também a conheciam, e num texto atribuído ao médico de Nero enumeram­se,
pelo menos, 50 doenças que não resistiam à sua acção. Actualmente, de 
todas as virtudes que os nossos antepassados atribuíam à betó nica, 
muito poucas foram confirmadas. O uso interno da raiz, devido à 
violência da sua acção e às perturbações que pode provocar, ficou 
restringido a receita médica. No entanto, as cataplasmas de folhas 
frescas são muito eficazes para acelerar a cicatrização das úlceras. As 
folhas, fumadas em lugar de tabaco, podem facilitar uma cura de 
desintoxicação. hai ainda quem as coloque no forro dos chapéus para 
aliviar as dores de cabeça; para desencadear espirros benéficos para a 
desobstrução nasal, devem ser reduzidas a pó e inspiradas.

O A raiz provoca, por vezes, vómitos. Habitat: Europa, bosques claros, 
solos argilo~ sos, siliciosos; até 1700 m. Identificação: de O,30 a O,60
m de altura. Vivaz, caule erecto, delgado, quadrado, simples, pouco 
folhoso; folhas verdes nas duas faces, com nervuras nítidas, oblongas, 
as da base cordiformes, rugosas, recortadas, sendo as da roseta basal 
pecioladas, as caulinares espaçadas, progressivamente menos pecioladas, 
e as da espiga sésseis; flores cor de púrpura, por vezes cor­de­rosa 
(Junho­Setembro), espiga terminal densa, cálice curto, com 5 dentes,

corola tubulosa com o lábio superior longo e o inferior com 3 lóbulos; 
tetraquénio. Cheiro suave; sabor amargo e acre. Partes utilizadas: raiz,
folhas (Junho­Julho).
O Componentes: substância amarga, tanino, betainas, heterósido, 
saponósido O Propriedades: acistringente, aperitivo, emético, 
esternutatório, estomáquico, expectorante, purgativo, vulnerário. U. L, 
U. E. Ver: abcesso, constipação, ferida, gota, tabagismo, úlcera 
cutânea.
Bétula

Betula alba L.

Vidoeiro, bidoeiro, bédulo, vido

Betuláceas

A bétula é uma árvore muito conhecida, com cerca de 30 m de altura, 
folhagem pouco espessa e amentilhos flexíveis que se desenvolve nos 
terrenos frescos e arenosos entre outras espécies, das quais se 
distingue facilmente devido ao seu aspecto gracioso. Esta árvore, cuja 
origem remonta a mais de
30 milhões de anos, foi utilizada em todos os tempos para satisfazer as 
necessidades do homem. Inicialmente, foi alimento vegetal e, mais tarde,
satisfez as exigências da técnica; a sua madeira e a sua casca foram 
trabalhadas por tamanqueiros, carpinteiro@ carros, pedreiros, 
marceneiros, tinturei curtidores e perfumistas de todo o mu

ocidental. A sua ramagem é utilizada fabrico das varas com as quais se 
açoitar apreciadores de sauna. Apesar do seu @

quíssimo passado utilitário, as aplica( medicinais da bétula são mais 
recentes. ta Hildegarda, no século XII, citou pela meira vez a acção 
cicatrizante das suas

res. Actualmente, utilizam­se também as lhas, a casca, as gemas e a 
seiva. A seca

é realizada à sombra.

Habitat: Europa; até 2000 m. Identificação: de 20 a 30 m de altura. 
Árvore; tronco esguio, ramos flexíveis, sendo os jovens pendentes; casca
lisa castanho­dourada e mais tarde branca e acetinada; depois dos 20 
anos, abre gretas e desprende­se em lacínias na base; folhas glabras, 
brilhantes e escuras na página superior, triangulares ou romboidais, 
dentadas no ápice, com nervuras espaçadas, caindo a partir de Outubro; 
amentilhos masculinos (Abril­Maio), amarelo­alaranjados e compridos, 
amentilhos femininos pedunculados, curtos, com estigmas vermelhos, 
caducos na

maturação; aquénio pequeno e alado (a Cheiro levemente aromático e 
penetrant, Partes utilizadas: gemas, casca e seiva (Pr mavera), folhas 
(Junho­Setembro).
O Componentes: saponósido, tanino, resin óleo essencial, heterósidos O 
Propriedade anti­séptico, cicatrizante, colerético, depura] vo, 
diurético, estimulante, sudorífico. U. L, U. E. + V Ver: cabelo, 
colesterol, cura de Primavera, da tro, edema, ferida, gota, intoxicação,
litías obesidade, pele, reumatismo, sarda, sudaçã tez, ureia.
94
Bistorta

PolY,gonum bistorta L. Colubrina, serpentária­vermelha

Poligonáceas

A bistorta reconhece­se pelo caule simples e erecto, com nós bem 
marcados, típicos da família, e por longas espigas de flores cor­de­
rosa­pálidas. E uma planta vivaz em cujos maciços zumbem as abelhas. 
Abunda, a partir de 500 m de altitude, nas valas, nas margens dos pegos 
e dos pâ ntanos, ao longo dos rios e nos prados das montanhas. Procura 
os locais frescos e a sua própria presença indica a humidade destes. A 
bistorta é culti~ vada nas hortas devido às suas folhas, de gosto 
ligeiramente amargo, que são preparadas como os espinafres; porém, 
quando nascidas nos prados, o gado não as aprecia. As sementes 
constituem um alimento para as aves de capoeira.

As virtudes da planta são reconhecidas desde o Renascimento. O rizoma é 
utilizado em medicina; castanho e carnudo, muito difícil de arrancar, 
tem uma forma singular, sinuosa e, como indica o nome da espécie, duas 
vezes torcida, pois bistorta é uma palavra formada pelo prefixo bis, 
duas vezes, e torta, torcida. Antes da existência dos antibióticos, era 
utilizada como tónico preventivo e no tratamento da tuberculose. 
Arrancar o rizoma, lavar, cortar em rodelas; secar rapidamente ao sol.

O Não deve estar em contacto com o ferro. Incompatível com a quina e a 
cola. Habitat: Europa, excepto na região mediterrânica; próximo de 
Montalegre; de 500 a 2400 m. Identificação: de O,30 a 1 m de altura. 
Vivaz, caule simples, erecto, cilíndrico, estriado, nodoso, ligeiramente
folhoso; folhas basais verde­escuras e glabras na página superior, 
glaucas na inferior, grandes, oblongas ou lanceoladas, limbo com bordos 
ásperos, decorrente sobre o pecíolo, as folhas superiores são sésseis e 
invaginantes; flores cor­de­rosa­pálidas (Maio­Julho), em espiga 
terminal compacta, 5

divisões petalóides, 8 estames salientes, 3 es tiletes livres; aquénio 
trígono, castanho, liso; rizoma carnudo, profundo, bitorcido, castanho 
na parte exterior, avermelhado na interior. Inodoro; sabor ácido 
(folhas), amargo (rizoma). Partes utilizadas: rizoma (Outono).
O Componentes: tanino, glúcidos, vitamina C, ácido oxálico O 
Propriedades: acistringente, antidiarreico, tónico, vulnerário. U. L, U.
E. + o Ver: anginas, boca, diarreia, enurese, ferida hemorragia, 
hemorroidas, leucorreia.
Bodelha *//* refazer esta 

Fueus vesiculosus L.

Botelho, sargaço­vesiculoso, vareque­ve@

alga­vesiculosa, carvalho­rriarinhc carvalhinho­do­mar, botilhão­vesicul

Fucáceasp 

Euma alga castanha das baixas pri des marítimas, extremamente 
abun( rochedos, onde a sua acumulaçã vulgarmente de 15 a 20 cm de espe

Plínio descreveu a bodelha com de Quercus marina; era então utili2 as 
dores das articulações. Muito p( século Xviii para o tratamento dos 
escrofulosos, da asma e das doença@ o seu uso é abandonado nos inícios i

XIX, quando Courtois descobre o
1811. No entanto, em 1862, Duch parc apercebe­se de que a bodelha tc 
priedade de absorver as gorduras. mento faz­se por meio de pílulas, su: 
primeiros sintomas de emagrecin cabo de 15 dias, por meio de ba quais se
adiciona um grande pur bodelha,  ou ainda friccionando as z( das com   
um punhado de bodelha 1 Fucus é  arrancado aos rochedos pel cheias e de 
novo lançado sobre e populações anglo­saxónicas do litor@ vam­no na 
alimentação, e os Fr como adubo.

Habitat: costas do Atlântico e da Mancha; frequente nas praias de toda a
costa portuguesa. Identificação: de O,10 a 1 m de altura. Alga castanha;
talo achatado, foliáceo, regularmente dicotómico, com pequenas vesículas
repletas de ar dispostas ordinariamente aos pares e servindo de 
flutuadores; talo fixo ao rochedo por um disco basiliar provido de 
rizóides; quando se agitam os conceptáculos, situados nas extremidades 
dos talos, libertam uma mucosidade avermelhada ou amarelada, os 
anterídeos, elementos masculinos, e as oosferas, elementos femininos: a 
fusão faz­se na

água, produzindo uma germinação im Cheiro marinho; sabor salgado, 
insípido, laginoso. Partes utilizadas: talo inteiro (todo o an@ cagem ao
sol.
O Componentes: iodo, bromo, sais mi aminoácidos, oligoelementos, 
vitaminas E, provitamina A O Propriedades: depi. estimulante, laxativo. 
LI. I., U. E. + O Ver: arteriosclerose, banho, bácio, c obesidade, 
obstipação, psoríase.
Bolsa­de­pastor

Capsella bursa pastoris Moench.

Erva­do­born­pastor

Crucíferas

A bolsa­de­pastor floresce ao longo de todo o ano em todo o Mundo, 
exceptuando as

regiões áridas. Conhecida desde tempos muito remotos, as suas qualidades
foram mal definidas na Antiguidade e na Idade Média. No século XVI, 
Mattioli resumiu o juízo da época nesta afirmação: é um bom hemostático.
No decorrer da 1 Guerra Mundial, a medicina oficial interessou­se 
profundamente por esta planta, a fim de tentar substituir dois remédios 
clássicos: a cravagem do centeio e o hidraste. H. Leclerc cita o caso de
um pastor que curou uma jovem que sofria de hemorragias uterinas, dando­
lhe de hora a

hora uma colher de café de suco fresco de bolsa­de­pastor, o mesmo 
remédio com que tratava as ovelhas.

O nome de bolsa­de­pastor deve­se à forma dos seus frutos, que se 
assemelham à bolsa dos pastores, e Capsella deriva do latim e

significa pequeno cofre.

O Respeitar as doses. Habital: Europa; todos os terrenos não áridos, 
culturas, jardins, bermas dos caminhos, muros velhos, terrenos baldios, 
entulhos e interstícios do pavimento das ruas em quase todo o território
de Portugal; até 2300 m. Identificação: de O,08 a O,50 m de altura. 
Anual, caule florífero erecto, continuando a crescer durante a floração;
folhas da base em roseta junto ao solo; as caulinares quase inteiras, 
sésseis, amplexicaules; flores brancas (todo o ano, mesmo após a 
maturação dos frutos), pequenas, em cacho pouco denso; silícula 
triangular. Inociora; sabor ligeiramente salgado. Partes utilizadas: 
planta inteira sem a raiz, fresca ou seca (todo o ano).
O Componentes: saponósido, tanino, potássio, ácidos málico, acético, 
cítrico, fumárico, tiramina, colina O Propriedades: acistringente, 
hemostático, tónico. U. L, LI. E. + o Ver: epistaxe, ferida, hemorragia,
menopausa,

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Bonina

Bellis perennis L. Margarida, margarita Bras.: mãe­de­família, 
margaridinha,

malmequer­branco

Compostas

Pequena e omnipresente mesmo em pastagens a grandes altitudes, a bonina 
floresce a partir da Páscoa, muito antes das outras plantas e durante 
quase todo o ano. Apesar do seu pequeno porte e do seu aspecto frágil, 
suporta facilmente frios intensos, até aos 170C negativos; durante a 
noite, ou quando chove, pende e fecha­se; durante o dia segue o 
movimento do Sol, oferecendo­lhe os seus delicados capítulos brancos com
centro amarelo. 0 nome científico, tanto o genérico como o da espécie, 
descreve bem esta viçosa planta espontânea e as suas numerosas 
variedades cultivadas pelo homem: bela e graciosa, Bellis, e vivaz, 
perennis. Conhecida desde o Renascimento devido às suas virtudes 
medicinais, a bonina foi votada ao ostracismo na Alemanha no século 
XVIII e sistematicamente destruída, pois suspeitava­se, embora 
injustificadamente, dos seus efeitos abortivos. As flores e folhas 
frescas esmagadas aliviam as dores provocadas por contusões e entorses. 
A medicina homeopática utiliza, devido à sua acção tónica sobre a 
musculatura vascular, uma tintura preparada com a planta florida. Em 
casos de insuficiência hepática, utiliza­se uma mistura de bonina, 
taráxaco e fumária. 0 chá de bonina, tomado três vezes por dia, entre as
refeições, é óptimo para crianças débeis.

Habitat: Europa, bosques, taludes, relvados; frequente em Portugal; até 
2400 m. Identificação: de 0,04 a 0,20 m de altura. Vivaz, caule 
subterrâneo; folhas em roseta basal, pecioladas, largas, espatuladas, 
pouco e largamente serradas, com pêlos curtos e uma só nervura visível; 
flores amarelas e branco­rosadas (todo o ano), em capítulos solitários, 
gamopétalas, receptáculo cónico com flores tubulosas amarelas, rodeado 
por lígulas brancas matizadas de cor­de­rosa na página inferior, 
invólucro com brácteas ovado­oblongas e bisseriadas; aquénio oval seco, 
marginado,

isento de papilho, em que os da periferia são ligeiramente pubescentes; 
toiça vivaz, com numerosos rebentos. Sabor adocicado, tor­ nando­se 
amargo. Inodora. Partes utilizadas: folhas, flores (todo o ano).
0 Componentes: saponósido, óleo essencial, tanino, mucilagem, princípio 
amargo, ácidos orgânicos, resina 0 Propriedades: anti­infiamatório, 
depurativo, diurético, expectorante, sudorífico, tónico, vulnerário. U. 
L, U. E. + V o Ver: anginas, bronquite, edema, entorse, ferida, 
furúnculo, hipertensão, icterícia, sarda, rim.
Borragem

Borrago officinalis L.

Borrage

Borragináceas

O facto de esta planta não ser citada em qualquer texto da Antiguidade 
levou os historiadores a admitir que a borragem fora importada de África
na Idade Média. Alguns autores atribuíram­lhe uma etimologia árabe, de 
abou, pai, e rash, suor, devido ao

carácter sudorífico, das flores, mas esta fabulosa ideia não teve 
seguidores. Embora borragem proceda da palavra latina borrago, a sua 
origem permanece uma incógnita.

Planta anual, forma enormes manchas que apresentam durante todo o Verão 
as suas ingénuas flores azuis com estames escuros à beira dos caminhos, 
nos jardins abandonados, próximo de paredes velhas ou em ruínas.

A borragem é um remédio de acção­suave, muito apreciado na medicina 
popular. Activa quando fresca, deve colher­se apenas a quantidade 
necessária. As suas folhas podem ser ingeridas cruas em salada ou 
cozidas em sopas; trituradas juntamente com agrião e taráxaco, produzem 
um sumo depurativo excelente para a tez. Para aproveitar a acção 
calmante e emoliente das suas flores, fazem­se excelentes infusões para 
tratar a incómoda tosse das bronquites.

O Todas as preparações devem ser filtradas a fim de eliminar os pêlos; 
quando seca, a planta perde as suas propriedades. Habitat: Europa, 
escapada de jardins, terrenos incultos; frequente em quase todo o País; 
até 1800 m, Identificação: de O,20 a O,60 m de altura. Anual; eriçada de
pêlos, caule espesso, peludo, ramificado; folhas alternas ásperas e 
enrugadas, as basais pecioladas, as superiores amplexicaules; flores 
azuis (Maio­ Setembro), ligeiramente pendentes, com 5 pétalas soldadas 
dispostas em estrela, anteras em cone pontiagudo central cor de púrpura­
escura,

agrupadas em inflorescência cimeira frouxa; carpelo castanho e obtuso. 
Cheiro pouco intenso; sabor a pepino fresco. Partes utilizadas: flores, 
suco das folhas e dos caules (Junho­Agosto).
O Componentes: tanino, resina, mucilagem, saponósido, nitrato de 
potássio. O Propriedades: depurativo, diurético, emoliente, laxativo, 
sudorífico. U. I., + v IN Ver: cura de Primavera, edema, enfisema, 
febre, gota, gripe, herpes, litíase, reumatismo, rubéola, sudação, tez, 
tosse.
BugIossa

Anchusa officinalis L. Língua­de­vaca, oreaneta, borragern­bastarda,

erva­do­fígado, erva­sangue

Bras.: ancusa

Borragináceas

A palavra @<l3orragináceas+ sugere geralmente a @deia de plantas mais ou
menos guarnecidas de pêlos rígidos, corola em forma de tubo alargado nas
extremidades e lobulado em que se distinguem cinco pétalas e um cálice 
persistente que rodeia o fruto. As flores da bugIossa, ricas em néctar 
melífero, assemelham­se às da borragem, sendo, no entanto, extensamente 
tubuladas e pubescentes. A palavra *bugIossa+, de raiz grega, significa 
língua­de~vaca, aludindo assim à forma das folhas e à sua rugosidade. 
Quando ainda não existiam corantes químicos, extraía­se da raiz da 
buglossa uma tinta vermelha com a qual as mulheres pintavam o rosto. 
Deste facto deriva o nome de género Anchusa, da palavra grega ankousa, 
corar.

Esta planta com caule subterrâneo propaga­se em solos calcários ou em 
terrenos incultos, nas bermas dos caminhos ou nos entulhos, não se 
adaptando em altitudes. As suas folhas e flores possuem propriedades 
sudoríficas e emolientes.

Habitat: Sul da Europa; é frequente no Sul e Centro de Portugal, nas 
searas, vinhas, olivais, terrenos incultos; até 1800 m. Identificação: 
de 0,30 a 0,60 m de altura. Vivaz, áspera ao tacto, guarnecida de pêlos 
rígidos; caules floríferos ramosos; folhas oval­alongadas, sendo as 
superiores sésseis e as inferiores com ligeiro pecíolo; flores azuis 
(Junho­Agosto), cálice persistente, corola tubulosa do mesmo comprimento
do cálice; inflorescência escorpióide; carpelo negro, rugoso. Partes 
utilizadas: folhas, flores (Junho­Julho); secar com cuidado.

0 Componentes: mucilagem, colina, nitrato de potássio, alantoína, 
vestígios de alcalóides   o Propriedades: béquico, depurativo, 
diuréticI, emoliente, laxativo, sudorífico. LI. 1. + v kV@ Ver: cura de 
Primavera, diurese, gripe, nefrite. tez,tosse.
BTIGULA

Ajuga reptans L. Consolda­média, erva­de­são­lourenço, língua­de­boi,

erva­carocha

Labiadas

Esta pequena planta gozou de fama imerecida em relação às suas 
propriedades durante a Idade Média. Com efeito, nessa época era 
conhecida por esta frase: *Quem tem a btigula e a sanícula diz adeus ao 
cirurgião.+ Comparando este provérbio com os nomes ulgares, é fácil 
concluir que a btigula era

considerada como vulnerária e cicatrizante. De toda esta celebridade 
pouco resta actualmente. H. Lecierc considera­a como *a mais 
deliberadamente inerte das plantas+.

Na verdade, a btigula é ligeiramente tónica, acistringente e vulnerária,
propriedades compartilhadas por todas as plantas que contêm tanino. Uma 
espécie próxima, a Ajuga genevensis L., diferencia­se da btigula, Ajuga 
reptans L., por não possuir os estolhos compridos e estéreis fixados na 
base do caule. Planta melífera, tem ainda a propriedade de tingir o 
algodão de castanho na presença de sulfato de ferro.

Habitat: Europa; em Portugal, encontra­se nos locais húmidos, bosques de
toda a região norte; até 2000 m. Identificação: de O,10 a O,30 m de 
altura. Vivaz, estolhosa, com caules glabrescentes cilíndricos; caule 
florífico tetragonal, erecto, pubescente nas duas faces opostas, com 
alternância em cada um dos nós, pouco folhoso; folhas oblongas, 
arredondadas no cimo e crenadas, sésseis, sendo as inferiores pecioladas
e em roseta; flores azuis (Abril­Julho), com lábio superior muito 
reduzido, sendo o inferior trilobulado em

espiga interrompida na base, brácteas superiores azuladas, mais curtas 
que as flores. Partes utilizadas: planta inteira sem a raiz (Abril­
Julho).
O Componentes: tanino, saponósido, colina, heterósidos, sais minerais O 
Propriedades: acistringente, tónico, vulnerário. LI. L, LI. E. + Ver: 
anginas, diarréia, ferida, hemorragia, leucorreia.
Buxo

Buxus sempervirens L.

Buxo­arbóreo

Buxáceas

O buxo, planta muito conhecida, tem desde a Antiguidade uma óptima 
reputação, quer como planta ornamental, devido à sua bela folhagem 
persistente de cor verde­escura, quer pela sua madeira de fino grão, que
é utilizada na arte de gravar e no fabrico de objectos torneados.

As propriedades medicinais desta planta foram verificadas no século XII 
por Santa Hildegarda. No Renascimento, era considerada como remédio para
a calvície. Um autor da época citou o drama de uma jovem camponesa cujo 
crânio se tornou calvo como um ovo; a aplicação da loçã o de buxo 
devolveu­lhe a magnífica cabeleira, mas o rosto e o pescoço tornaram­se 
cabeludos como os de um símio. No século XVIII, um charlatão de 
nacionalidade alemã monopolizou os tratamentos com buxo, obtendo uma 
fortuna; José 11 comprou o seu segredo por 1500 fiorins e seguidamente 
divulgou­o, o que provou o total descrédito desta terapêutica.

Em doses elevadas, as preparações adquirem um gosto desagradável e a 
planta torna­se tóxica não só para o homem como também para alguns 
animais, como os camelos do Cáspio, que chegam a morrer em consequência 
da sua avidez por esta planta.

O Utilizar com muitas precauções; não ultrapassar a dose prescrita. 
Habitat: Europa Central e Meridional; charnecas e matagais de Trás­os­
Montes, Estremadura e Alentejo, cultivado em todo o País; até
1600 m. Identificação: de 1 a 6 m de altura. Arbusto de madeira dura, 
folhagem persistente; folhas sésseis, inteiras, cerosas, brilhantes e 
verde­escuras na página superior, verde­claras na inferior; flores 
amarelas (Março­Abril), pequenas, apétalas, pistiladas (a) ou 
estaminadas na axila das folhas; cápsula (b) trivalve, explosiva,

com 6 sementes (c) pretas e brilhantes. Sabor muito amargo. Partes 
utilizadas: casca da raiz, folhas.
O Componentes: alcalóides, vitamina C O Propriedades: colerético, 
depurativo, febrífugo, laxativo, sudorífico. U. I., U. E. + Ver: cabelo,
cura de Primavera, epilepsia, febre, fígado.

102
PLANTAS ESPONTÂNEAS

CÁLAMO­AROMÁTICO

Acorus calamus L.

Cana­cheirosa, ácoro­ verdadeiro, ácoro­cheiroso

Aráceas

Originário da Ásia, o cálamo­aromático foi introduzido na Europa 
Oriental no século XIII pelos Tártaros, que o utilizavam para 
desinfectar a água que bebiam. O cálamo adaptou­se e propagou­se 
seguidamente por toda a

Europa. É uma planta aquática semelhante à cana, como o indica o nome da
espécie, calamus, que deriva do grego kalamos, cana. O cálamo­ aromático
enraíza­se nos pegos ou nas margens das ribeiras de correntes 
tranquilas. É uma planta bastante rara, não devendo ser destruída. 
Efectivamente, nos climas europeus as sementes não conseguem atingir o

estado de maturação, pelo que a planta só pode reproduzir­se através das
ramificações do seu rizoma.

O cheiro agradável do cálamo­ aromático assemelha­se ao da tangerina, 
mas tem um sabor amargo e picante. Em alguns países, o

cálamo­aromático é utilizado para aromatizar a cerveja e a aguardente; 
também se faz doce com o rizoma. Crê­se que a planta afasta os 
percevejos e protege as peles de abafo. A sua

reputação medicinal é muito sólida, pois data dos mais remotos tempos e 
teve origem nos países mais longínquos, desde o Japão à índia e à região
siberiana.

O Em doses elevadas, o rizoma actua como emético. Habitat: Europa, 
pântanos, pegos, ribeiras; até
1000 m. Identificação: de O,50 a 1,50 m de altura. Vivaz, acaule; folhas
que partem da toiça, em forma de espada de dois gumes, compridas, 
estreitas, invaginantes, avermelhadas na face inferior; flores 
esverdeadas (Maio­Agosto), muito pequenas, em espadice lateral, 
implantadas na base de wma espata erecta semelhante a uma folha 
comprida, 6 estames e 1 estigma; cápsula pequena, em forma de pirâmide

invertida; rizOma rastejante verde­acastanhado e articulado. Cheiro 
agradável, semelhante ao

da tangerina; sabor picante e muito amargo. Partes utilizadas: rizoma 
(Setembro­Outubro); de conservação difícil, muito atacado por larvas.
O Componentes: amido, tanino, óleo essencial, heterósidos, colina, 
mucilagem, bases orgânicas, resina O Propriedades: aperitivo, 
carminativo, emenagogo, estomáquico, hemostático, sedativo, sudorífico. 
U.l., U.E. + O Ver: digestão, gengivas, gota, insectos, meteorismo, 
náusea, nervosismo, raquitismo, vómito, voz.
Camomila

Matricaria chamomilla L.

Camomila­vulgar, camomil a­dos­ alemães, camomila­alemã, margaça­das­
bolicas, mançanilha

Compostas

De entre as diversas plantas vulgarmente designadas por macelas e 
camomilas, e como tal utilizadas em farmacopeia familiar, são possiveis 
inúmeras confusões. Estas confusões não têm geralmente consequências 
graves, se bem que a camomila vulgar seja mais activa que as suas afins,
pelo que seria lamentável substituí­la por outra. É fácil distingui­la 
devido a três características: as lígulas brancas dos capítulos curvam­
se para baixo no final da floração; o receptáculo é cônico, oco e 
desprovido de brácteas entre as flores; as folhas são recortadas em 
finas lacínias. Muito divulgada em algumas regiões da Europa, é uma 
planta das searas, das bermas dos caminhos e dos terrenos baldios. Na 
Grécia, a camomila florescia abundantemente, distinguindo­se desde a 
Antiguidade pelo seu aroma peculiar. É curioso verificar que as 
descobertas empíricas de Dioscórides sobre a acção emenagoga desta 
pequena camomila foram confirmadas por trabalhos laboratoriais 19 
séculos mais tarde. As pessoas nervosas são susceptíveis de, ao ingeri­
Ia mesmo em doses pouco elevadas, sentir uma excitação generalizada e 
insônias.

O Só ingerir entre as refeições. Habitat: comum na Europa, campos, 
terrenos baldios, bermas dos caminhos; espontânea no Centro do País e 
arredores de Lisboa, nas searas, campos cultivados e bermas; até 160 m. 
identificação: de O,20 a O,50 m de altura. Anual, caule glabro, erecto, 
muito ramificado; folhas verdes, bipenalissectas, em delicadas lacínias 
lineares, lisas na página superior; flores brancas, amarelas no centro 
(Maio­Outubro), em capítulos pedunculados, tulbulosos no centro e 
ligulados na periferia, sobre um receptáculo cónico e oco; aquénio 
arqueado e pequeno, com 5 costas e encimado por uma coroa escariosa. 
Cheiro aromático e penetrante. Partes utilizadas: capítulos (Junho­
Julho).
O Componentes: óleo essencial com camazuleno, que se torna castanho com 
a luz, flavonóides, cumarina, álcool, ácidos gordos, heterósidos, 
potássio, vitamina C O Propriedades: antálgico, antiespasmódico, anti­
infiamatório, anti­séptico, emenagogo, eupéptico, sedativo, tónico. U. 
I., Li. E. Ver: boca, cabelo, cefaleia, ferida, gripe, insolação, 
menstruação, nevralgia, pele.
Canabrás

Heracleum sphondylium L. Brarica­ursina, esfondílio

Umbelíferas

Designado por variadíssimos nomes, o canabrás pode ser definido por cada
um deles. Pelo nome do género, a planta foi consagrada a Hércules numa 
evocação da sua robustez, da espessura do seu caule e das suas folhas. O
nome de espécie, sphondylium, que deriva de uma palavra grega que 
significa vértebra, refere­se à solidez do seu caule, semelhante à de 
uma coluna vertebral. O nome vulgar de branca­ursina por que também é 
conhecido, derivado do latim popular e do italiano, evoca a forma das 
suas folhas, semelhantes a uma pata de urso. É uma das umbelíferas mais 
fáceis de identificar. Os Polacos e os Siberianos fabricavam uma bebida 
ácida, o bartszcz, com semelhanças entre a cerveja e um caldo, fervendo 
e seguidamente deixando fermentar as folhas e as sementes. Pouco usado 
actualmente, mas muito famoso durante o Renascimento, em crises 
depressivas e nervosas o canabrás continua a ser utilizado nos países 
escandinavos. H. Leclere, em 1926, ao descobrir as suas virtudes 
excitantes, preparou a partir das suas sementes uma alcoolatura 
afrodisíaca. É, porém, necessário ter cuidado durante a colheita com os 
pêlos eriçados que cobrem o caule da planta e provocam reacções 
alérgicas.

O Evitar a exposição ao sol após o consumo da planta. Habitat: Europa, 
excepto na zona mediterrânica, prados, bosques húmidos; em Portugal, 
pode encontrar­se em locais húmidos desde o Minho ao Alto Alentejo; até 
1700 m. Identificação: de O,50 a 1,50 m de altura. Vivaz, caule erecto, 
rígido, canelado, oco, viloso; folhas verde­acinzentadas, grandes, 
recortadas em 5 a 9 segmentos, crenados e serrados; flores brancas 
(Junho­Setembro), em umbelas com 12 a 40 raios, invólucros e involucelos
reduzidos, pétalas maiores na margem das

umbélulas; diaquénio plano, chanfrado no vértice. Cheiro a formigas; 
sabor acre, picante e irritante. Partes utilizadas: raiz, folhas, 
frutos; secagem ao sol.
* Componentes: furocumarina, óleo essencial
* Propriedades: afrodisíaco, digestivo, emenagogo, estimulante, 
hipotensivo. U. 1. + o Ver: astenia, digestão, frigidez, hipertensão, 
impotência, menstruação.

105
Cardo­corredor

Eryngium campestre L. Bras.: gravatá­do­carripo, croatá­falso, caraguatá

Umbelíferas

0 cardo­corredor é uma planta estranha, pois, sendo uma umbelífera, 
assemelha­se a um cardo com umbelas brancas tão densas que mais parecem 
os capítulos das compostas. As brácteas rígidas, as folhas espinhosas, a
raiz profunda e comprida, a sua característica invasora e a tenacidade 
com que se

agarra aos solos despertam a inimizade dos agricultores.

Cardo rolante, cardo nómada, o cardo­corredor abandona, no Outono, os 
seus caules secos e leves ao sabor do vento, que os transporta para 
colonizar outros solos. É uma planta vivaz, muito apreciada pelos 
médicos da Antiguidade devido às suas múltiplas propriedades, de entre 
as quais apenas foram conservadas pelos modernos as acções aperitiva e 
diurética, confirmadas ao longo dos séculos pela experiência e mais 
tarde pela análise química das substâncias contidas nos seus tecidos.

0 cardo­corredor desempenha ainda um papel na alimentação, sendo também 
um condimento; dos jovens rebentos fazem­se saladas; as folhas jovens, 
conservadas em vinagre, têm uma utilização idêntica à do pepino e, 
conservadas em açúcar, são um manjar delicado. É muito pouco provável 
que o cardo­corredor possua as características afrodisíacas que lhe são 
atribuídas.

Habitat: Europa, planícies incultas, solos calcários, arenosos e áridos;
em quase todo o País, terrenos secos e incultos; até 1500 m. 
Identificação: de 0,30 a 0,50 m de altura. Vivaz, caule erecto, robusto,
muito ramoso; folhas verde­esbranquiçadas, coriáceas, onduladas, as 
basilares com o pecí olo comprido nu e os segmentos mais ou menos 
decorrentes fendidos ou partidos e dentado­espinhosos; flores brancas 
(Julho­Setembro), sésseis, em capítulos pedunculados, ovóides, globosos,
com invólucro espinhoso, de 3 a 6 brácteas abertas e pontiagudas, cálice
com dentes erec­

tos sobre o fruto, 5 pétalas chanfradas e 5 estames; diaquénio coberto 
de escamas pontiagudas; raiz comprida e rastejante. Cheiro a aimíscar; 
sabor primeiramente adocicado e depois amargo e acre. Partes utilizadas:
folhas (Julho­Agosto) e raiz (Pri mavera­ Outono).
0 Componentes: sais minerais (potássio, sódio e cálcio), óleo essencial,
saponósido 0 Propriedades: aperitivo, diurético, emenagogo. U. 1. + Ver:
albuminúria, apetite, diurese, edema, icterícia, ureia.
Cardo­de­santa­maria

Silybum marianum Gaertn. Cardo­leiteiro, cardo­mariano

Compostas

Vagabundo da Europa, o cardo­de­santa­maria, originário das regiões 
mediterrânicas, atingiu, através dos solos incultos e das bermas dos 
caminhos, as longínquas terras dinamarquesas. É uma planta robusta, com 
capítulos cor de púrpura, bem defendida pelas brácteas do seu invólucro,
curvadas em espinhos aguçados. Segundo a lenda, as manchas leitosas que 
assinalam as folhas junto das nervuras são vestígios de gotas de leite 
caídas do seio de Maria quando ocultava Jesus das perseguições de 
Herodes.

Desde tempos muito remotos, a planta é conhecida nos meios rurais pelo 
seu valor alimentar; das folhas jovens fazem­se saladas, e as raízes e 
os capítulos são preparados por cozedura em água; a planta inteira 
triturada serve de alimentação ao gado, e as aves de capoeira apreciam 
imenso as suas sementes. O e ardo­ de­ sant a­mari a, durante muito 
tempo preterido pelo cardo­santo, demonstrou recentemente o seu efeito 
benéfico no aparelho cardiovascular e na função hepática. Admite­se 
ainda que, ingerido oito dias antes de uma viagem, possui uma acção 
preventiva con   a os enjoos de transporte.

O Não usar as sementes sem indicação médica. Habitat: Europa Ocidental e
Meridional, solos secos e rochosos; frequente em quase todo o País, nos 
terrenos cultivados e incultos, sebes, entulhos, beira dos caminhos; até
700 m. Identificação: de O,30 a 1,50 m de altura. Bienal, caule erecto e
robusto; folhas grandes, brilhantes, verdes com manchas brancas ao longo
das nervuras, margens onduladas oriadas de espinhos e cílios; flores cor
de púrpura­violácea (Julho­Agosto), tulbulosas, em capítulos 
hemisféricos solitários, com brácteas coriáceas

terminadas em espinho; aquénio preto, brilhante ou matizado de amarelo, 
encimado por um papilho de pêlos denticulados; raiz aprumada e grossa. 
Inodoro; sabor a alcachofra. Partes utilizadas: folhas, raiz, sementes; 
secar e malhar os capítulos.
O Componentes: óleo essencial, princípio amargo, histamina, silimarina, 
tiramina O Propriedades: colagogo, colerético, diurético, hipertensor, 
tónico. U. 1. + o Ver: apetite, enjoo, fígado, hemorroidas, hipotensão.
Cardo­estrelado

Centaurea calcitrapa L.

Calcatripa, calcitrapa

Bras.: abrolho

Compostas

Os capítulos cor­de­rosa desta planta possuem espinhos longos e fortes, 
capazes de causar incómodas picadas aos passeantes que desprevenidamente
se aproximam das pequenas moitas que este cardo forma nos terrenos 
maninhos e nas bermas dos caminhos.

Os agricultores consideram­no, injustamente, uma planta indesejável; 
vive, pelo menos, dois anos, podendo ser útil por várias razões. A raiz 
e as finas escamas do seu invólucro, com gosto semelhante ao da 
alcachofra, são comestíveis; as folhas e as flores, com propriedades 
febrífugas e tó nicas, são medicinais, e as sementes, diuréticas, 
podendo ser incluídas na preparação de um vinho que se obtém pela 
maceração de 4 g de sementes por cada litro de vinho branco. A infusão 
das suas folhas adicionam­se, com frequência, angélica, losna ou casca 
de salgueiro.

Habitat: frequente em quase todo o País, à beira dos caminhos, muros e 
terrenos incultos; até 1000 m. Identificação: de 0,20 a 0,50 m de 
altura. Bienal; caule rígido, vigoroso, muito ramoso a partir da base; 
folhas verde­acinzentadas, ligeira­ mente vilosas, pendentes, rugosas, 
penatissectas; flores cor­de­rosa­violáceo (Agosto­Setembro), tubulares,
agrupadas em pequenos capítuios, subsésseis, solitários e numerosos, 
dispostos em cimeira bípara; brácteas do invólucro providas de um 
comprido e vigoroso espinho amarelo canaliculado e de 4 a 6 espínu­

Ias; aquénio esbranquiçado, glabro, marcado com pequenas linhas pretas; 
raiz robusta aprumada, Sabor das flores e folhas amargo, raiz adocicada.
Partes utilizadas: folhas, flores, fruto, suco (Agosto­Setembro); 
raizes.
0 Componentes: princípios amargos, resina, goma, potássio 0 
Propriedades: folhas e flores: aperitivas, febrífugas, tónicas, 
vulnerárias; raiz e fruto: diuréticos. U. 1. + Ver: febre.
Cardo ­pente ador­bravo

Dipsat us fullonum L.

Cardo­cardador

Dipsacáceas
O nome de cardo é vulgarmente atribuído às plantas com picos. O cardo­
penteador inclui­se nesse número. Esta planta possui grandes capítulos 
ovóides providos de brácteas com espinhos pontiagudos e curvos: o caule 
e as nervuras das folhas são espinhosos. O seu nome científico deriva 
das palavras gregas dipsan akeomai, mato a sede; as grandes folhas 
opostas que se soldam na base, formando um pequeno reservatório de água 
das chuvas, justificam esta designação

A floração do cardo­penteador tem uma particularidade interessante: as 
suas pequenas flores cor de malva surgem primeiro a meia altura do 
capítulo, abrindo­se em seguida, progressivamente, para cima e para 
baixo, pelo que a floração nunca é simultânea.

Outrora, os receptáculos dos capítulos de uma espécie cultivada, 
Dipsacus sativus (L.) Honck, eram utilizados para cardar, isto é, 
retirar o cardaço superficial dos tecidos e das lãs. Da utilização 
manual passou­se depois à industrial em máquinas de cardar; o cardo­
penteador, que apenas vive dois anos, foi então cultivado intensamente.

Habitat: Europa Central e Meridional; em Portugal, Minho, Trás­os­Montes
e Beiras, caminhos, valas, terrenos incultos, solos argilosos; até 800 
m. Identificação: de O,80 a 2 m de altura. Bienal, robusto, armado em 
toda a parte aérea de acúleos curtos, ramoso; caules erectos, pungentes,
terminados em cabeças eriçadas, ovóides, com invólucro de folíolos 
compridos; folhas inteiras opostas, nervuras com picos, soldadas à base 
pelo limbo, formando um recipiente que retém a chuva e o orvalho; flores
cor de maiva ou lilás (Julho­Agosto), curtas,

corola tulbulosa, 4 lóbulos, cálice muito reduzido; aquénio com 8 
costas. Partes utilizadas: raiz (fim do Verão); secar em fragmentos.
O Componentes: heterósidos, sais minerais O Propriedades: aperitivo, 
depurativo, diurético, sudorífico. U. 1. + o Ver: acne, eczema, pele.
Cardo­santo

Cnicus benedictus L.

Bras.: Cardo­bento

Compostas

Este cardo muito popular, importado da índia, no século XV, para tentar 
curar as terríveis enxaquecas de um imperador (Frederico 111 da 
Alemanha), possui uma estranha beleza que se revela nas enormes folhas 
recortadas e espinhosas.

À primeira vista, pode confundir­se com a

açafroa, à qual se assemelha; porém, o suco da açafroa é vermelho, as 
folhas, brandas e espinhosas, são mais pequenas, e as flores, douradas.

0 cardo­santo era outrora considerado *o refúgio dos doentes, o tesouro 
dos pobres, a panaceia dos pais de família+. Olivier de Serres, agrônomo
francês do século xvi, afirmava: *A semente do cardo­santo, em pequena 
quantidade em vinho branco, fortifica a memória.+ E Shakespeare 
celebriza­o na sua obra como calmante dos corações ansiosos. É ainda um 
excelente febrífugo e um anti­séptico para uso externo.

A planta, colhida em botão, deve ser reunida em ramos e suspensa em 
cordas ao abrigo da luz e do pó. As preparações são amargas e difíceis 
de beber; a mais aceitável é o vinho, do qual se pode tomar um copo 
antes das refeições principais.

0 Não ultrapassar as doses indicadas; interromper o tratamento em caso 
de náuseas ou de irritação do tubo digestivo. Habitat: Europa 
Mediterrânica; em Portugal, de Trás­os­Montes ao Alto Alentejo; até 1000
m. Identificação: de 0,10 a 0,60 m de altura. Anual, caule erecto e 
viloso; folhas verde­claras, compridas, lobuladas; flores       amarelas
(Abril­Julho), em capítulos solitários, providos de folhas e de brácteas
externas       foliáceas, sendo as interiores lanceoladas e amarelas, 
maiores que o capítulo e terminadas em espinho; aquénio castanho com 
costas finas e en­

cimadas por um curto papilho; raiz branca e aprumada. Cheiro suave, 
pouco agradável, desaparecendo com a secagem; sabor amargo. Partes 
utilizadas: sumidades floridas, folhas, caules descascados (no princípio
da floração); secar à sombra.
0 Componentes: princípio amargo, óleo essencial, mucilagem, sais 
minerais, tanino, vitamina B1 0 Propriedades: anti­séptico, digestivo, 
diurético, febrífugo, tónico. U. I., U. E. + Ver: apetite, 
convalescença, digestão, febre, ferida.
Carlina

Carlina acaulis L.

Compostas

Só é possível encontrar esta planta ao nível do solo, pois a carlina não
possui caule ou este mantém­se no estado embrionário. Os capítulos são 
rodeados por uma auréola prateada constituída pelas brácteas e 
enquadrados por folhas graciosamente recortadas e aderentes ao solo, que
lhes conferem o seu singular aspecto. Esta auréola permanece totalmente 
exposta ao sol quando o tempo está seco; porém, ao entardecer, ou quando
o tempo se torna húmido, as brácteas dobram­se em forma de tenda cónica 
sobre o capítulo. Deste fenômeno deriva o hábito, nos meios rurais, de 
observar a carlina para fazer a previsão do tempo, o que em adivinhação 
se denomina *botanomancia meteorológica+.

Esta planta foi tema das mais surpreendentes lendas: Carlos Magno, em 
algumas versões, ou Carlos V, noutras, teria sido avisado por um anjo de
que a carlina curaria da peste os seus exércitos. Admitia­se então que a
carlina transmitia uma força invencível, sendo utilizada em magia. 
Actualmente, apenas os burros comem a planta sem a arrancar, e a raiz é 
ingerida pelos porcos.

Habitat: Europa Central e Mediterrânica, bosques pouco densos, rochedos,
pastagens de montanha, de preferência solos calcários; de
400 a 2000 m. Identificação: O,05 m de altura. Planta plurianual 
reduzida a um grande capítulo de 6 a 12 cm de diâmetro, incluindo     as
brácteas, praticamente acaule; folhas     radiantes, extremamente 
espinhosas; flores   branco­ esverdeadas ou prateadas (Julh o­ Outubro);
aquénio coberto de pêlos amarelos prostrados, com papilho com o dobro do
comprimento; raiz arruivada, espessa, com látex. Raiz com cheiro 
repugnante.

Parte utilizada: raiz (Outono); secagem no forno.
O Componentes: óleo essencial, inulina, tanino, resina, substância 
antibiótica: o carlineno O Propriedades: cicatrizante, colagogo, 
detersivo, diurético, estomáquico, sudorífico. U. L, U. E. + Ver: acne, 
eczema, fígado, gripe.
CARVALHINHA
*//* FALTAM OS OUTROS NOMES
A carvalhinha deve o nome à semelhança das suas folhas com as do 
carvalho, sendo efectivamente esta característica, já assinalada pelos 
povos antigos, que exclui qualquer confusão com outras espécies do mesmo

género. A descoberta das suas propriedades é atribuída a Teucro, 
príncipe de Tróia.

Durante o Verão a carvalhinha cobre totalmente com as suas alegres 
flores cor de púrpura os montes de entulho e as fendas dos velhos muros.

Os povos antigos já lhe atribuíam propriedades febrífugas e digestivas. 
Faz ] da composição de um licor denomi, chartreuse, de vermutes e outros
lic digestivos, aperitivos e tónicos. Existe vinho tónico e depurativo, 
para ser ingi antes das principais refeições, obtido maceração, durante 
8 dias, de 50 g de c@

lhinha em 1 1 de vinho. Nas suas aplic­, medicinais a carvalhinha pode 
ser subs da pelo Teucrium inarum L., com c mentolado, que cresce nos 
rochedos do ral de algumas ilhas mediterrânicas.

Habitat: Europa, encostas calcarias, relvados, solos áridos; terrenos 
áridos da faixa marítima entre os cabos Mondego e Espichei; até 1500 m.

Identificação: de O,10 a O,30 m de altura. Vivaz, caule verde com 
estrias cor de violeta e

púrpura, prostrado e ascendente, delgado, lenhoso, ramoso e viloso; 
folhas muito verdes, coriáceas, brilhantes na página superior, vilosas 
na inferior, ovais, nervadas, crenadas e

com pecíolos curtos; flores purpúreas ou cor­de­rosa (Maio­ Setembro), 
agrupadas de 3 a 6 de um só lado, na axila das folhas em cachos 
terminais, cálice avermelhado, campanulado,

viloso, corola sem lábio superior, lábio inferi, com 5 lóbulos e 4 
estames salientes; fruto P piloso, castanho; caule rastejante. Cheiro an

mático e suave; sabor acistringente e amarg Partes utilizadas: sumidades
floridas, folh@ (Maio­Setembro); secagem à sombra. o Componentes: 
tanino, óleo essencial, pri cípios amargos O Propriedades: anti­séptic 
colerético, estomáquico, febrífugo, tónico, vi nerário. U. I., U. E. 
Ver: aerofagia, apetite, digestão, úlcera.

112
Carvalhos

Quercus robur L. (sensu lato)

Carvalho­comum, carvalho­alvarinho, roble,

carvalheira

Fagáceas

Os botânicos confundiram durante muito tempo, sob a designação de 
carvalho, duas espécies diferentes: o Quercus sessiliflora Salisti., com
folhas brilhantes e pecioladas, com os frutos sésseis aparentemente 
colados aos ramos, e o Quercus pedunculata Fhrh., cujas glandes se 
apresentam suspensas de um longo pedúnculo e com folhas baças e

quase sésseis, como o que é representado na

gravura. O seu tempo de vida é de, pelo menos, 500 anos, atingindo por 
vezes os

2000; a casca é extremamente dura, pelo que o visco, parasita de mais de
uma centena de árvores, só com enorme dificuldade consegue penetrá­la.

Os seus ramos eram utilizados na Roma antiga para coroar os cidadãos 
como reconhecimento dos seus méritos; houve épocas em que se fazia 
justiça sob a sua sombra. Mesmo na era do aço, a resistência da sua 
madeira continua a merecer confiança e esta

a ser utilizada em construções que suportam grandes pesos, nomeadamente 
em travejamentos na construção civil e em cascos de iates. Pertencem 
também ao género Quercus várias outras plantas frequentes em Portugal, 
algumas produtoras de frutos comestíveis, designadas não só por 
carvalhos, como o negral, Quercus toza Bosc., o português, Q. lusitanica
Lam., o anão, ou carvalhiça, Q. fruticosa Brot., mas também por 
sobreiro, Q. suber L., azinheira, Q. ilex L., e carrasqueiro, Q. 
coccifera L., quase todos com propriedades terapêuticas e aplicações 
semelhantes.

O Evitar o contacto com os recipientes de ferro; não misturar com o sal 
de cozinha, com plantas que contenham alcalóides ou com a alga­periada; 
utilizar a casca com prudência, pois é irritante para o tubo digestivo. 
Habitat: Europa, com excepção das regiões mediterrânica e norte, 
colinas, florestas. Identificação: de 35 a 40 m de altura. Árvore; 
tronco grosso, casca cinzento­acastanhada, escurecendo com a idade, 
fendas limitando escamas quadradas; folhas glabras, verde­escuras e 
brilhantes na página superior, mais claras na inferior, duras, obovadas 
com lóbulos

arredondados, caducas; amentilhos (Abril­Maio), sendo os masculinos 
agrupados, pendentes; cada uma das flores femininas possui um invólucro 
escamoso (Abril­Maio); glande ovóide encerrada numa cúpula escamosa. 
Partes utilizadas: casca dos ramos jovens (Primavera), folhas (Junho), 
giandes (Outono).
O Componentes: tanino * Propriedades: adstringente, anti­séptico, 
febrífugo, tónico. U. L, U. E. + V O Ver: alcoolismo, anginas, banho, 
cabelo, diarréia, epistaxe, frieira, gengivas, greta, hemorragia, 
hemorróidas, intoxicação, leucorreia, sudação.

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Castanheiro

Castanea saliva Miller

Castanheiro­comum

Fagáceas

Segundo se supõe, o castanheiro foi importado do Irão no século v a. C. 
Esta árvore propagou­se, por meio de cultura, através de toda a Europa, 
aclimatando­se principalmente nas montanhas siliciosas e em todos os 
locais onde as suas raízes encontraram um solo profundo e bem drenado, 
pois o solo calcário é funesto para esta árvore. O seu crescimento é 
primeiro lento, acelerando­se em seguida, e a

árvore adquire, por volta dos 50 anos, o seu

porte definitivo. Se estiver isolado, o tronco mantém­se baixo, a   copa
expande­se e a frutificação tem início aos 25 ou 30 anos. Se fizer parte
de uma floresta, cresce impetuosamente e dá frutos aos 40 ou 60 anos. As
castanhas, que surgem em grupos de duas ou

três no interior dos seus ouriços hirsutos, não devem ser confundidas 
com as castanhas­da­índia; comem­se assadas ou cozidas e têm um grande 
valor nutritivo. Um castanheiro pode viver muitos anos e em alguns casos

atingir 1000 anos de existência. Com o tempo, o tronco torna­se oco. Há 
alguns anos

existia ainda na Sicília, nas encostas do Etna, um castanheiro cujo 
tronco oco servia de abrigo a um rebanho de ovelhas e que, segundo os 
camponeses, devia ter 4000 anos.

G A castanha é contra­indicada aos diabéticos. Habitat: Europa 
Meridional, bosques, montanhas; em quase todo o País; até 1300 m. 
Identificaçã o: de 25 a 35 m de altura. Árvore, tronco maciço, madeira 
dura, casca jovem lisa e cinzenta, mais tarde castanha e gretada; folhas
pecioladas, compridas, de 10 a 25 cm, glabras, brilhantes, com nervação 
paralela; flores claras (Junho­Julho), perfumadas, dióicas; amentilho 
masculino, erecto; flores masculinas com 5 a 6 divisões, 8 a 15 estames;
flores femininas inseridas na base dos amentilhos masculinos superiores,
reunidas de 1 a 3

numa cúpula, cada uma com ovário com 6 1'culos e 7 a 9 estiletes, que 
evoluem em fruto (ouriço) espinhoso que se abre por 2 a 4 valvas. Partes
utilizadas: casca, folhas, amentilhos, frutos (Setembro­ Novembro). * 
Componentes: tanino (folhas, casca), glúcidos, lípidos, prótidos 
(fruto), sais minerais, vitaminas B1, B2 e C * Propriedades: 
acistringente, estomáquico, remi neralizante, sedativo, tónico. U. L, U.
E. + V O Ver: astenia, cabelo, convalescença, desmineralização, 
diarreia, esterilidade, faringite, tosse.
Castanheiro­da­Índia

Aesculus hippocastanum L.

Hipocastanáceas

Esta bela árvore, uma das primeiras a abrir as folhas e as flores na 
Primavera, é originária dos Balcãs, e não da índia. Bachelier importou­a
de Constantinopla, introduzindo­a em França em 1615. No decorrer do 
século xviii, difundiu­se intensamente pelas avenidas e parques, onde 
alguns exemplares têm actualmente mais de 250 anos de existência. É 
conhecido por hippocastanum, castanheiro­de­cav alo, porque os Turcos 
davam a comer as suas castanhas aos cavalos com afecções pulmonares; 
Aesculus é onome de um carvalho que produz glandes comestíveis. Apesar 
de ricas em amido, as castanhas frescas, de onde é possível extrair um 
óleo para iluminação e um álcool, não Nau comestíveis, devido ao seu 
intenso sabor amargo, apenas sendo apreciadas pelas cabras, porcos e 
alguns peixes; porém, quando libertas do seu constituinte amargo, 
fornecem um amido muito agradável. A farinha, obtida por moagem, é 
utilizada em cosmética, pois torna a pele brilhante, e a polpa, no

fabrico de sabões. Misturado na água das regas, o pó de castanhas afasta
as minhocas dos vasos de flores. Da casca da árvore obtém­se uma tinta 
vermelha.

Habitat: Europa, parques, avenidas; em Portugal, também como planta 
ornamental; até 800 m

identificação: de 10 a 30 m de altura. Arvore de copa regular; tronco 
relativamente curto, por vezes torcido, ramos principais geralmente 
horizontais; folhas opostas, com pecíolo comprido, palmadas, com 5 a 7 
folíolos oblongos e dentados; flores brancas manchadas de arnarelo e 
vermelho (Abril­Maio), grandes, em cacho composto, único, erecto, cálice
de 5 dentes desiguais, corola irregularmente enrugada com

4 pétalas desiguais, 7 estames e 1 estilete saliente, ovário com 3 
lóculos; cápsula com casca espinhosa abrindo­se por 3 valvas que contêm 
2 a 3 castanhas. Sabor amargo (castanhas). Partes utilizadas: casca, 
sementes (Outubro); secagem ao sol. o Componentes: tanino, saponósidos, 
flavonóides, heterósidos cumarínicos O Propriedades: acIstringente, 
anti­hemorrágico, anti­infiamatório, vasoconstritor. U. I., U. E. + O 
Ver: acne rosácea, banho, circulação, febre, frieira, hemorróidas, 
menopausa, obesidade, varizes.
Cavalinha

Equisetum arvense L.

Erva­carnuda, cauda­de­cavalo, cavalinha­dos­campos,

pinheirinha, rabo­de­asno, rabo­de­touro

Equisetáceas

Todaabiologia da cavalinha é surpreendente. Como os fetos e os 
licopódios, e por pertencer às criptogâmicas vasculares, possui raízes, 
nã o tendo flores e, consequentemente, sementes. A reprodução é 
assegurada por esporos contidos nos esporângios, situados na base de 
pequenos escudos agrupados numa espécie de espiga terminal. Os próprios 
esporos são dotados pela Natureza de um extraordinário sistema de 
propagação, pois o invólucro rasga­se em quatro faixas elásticas que, ao
deformarem­se por efeito do calor, provocam a dispersão dos esporos. Uma
outra particularidade da cavalinha é a sucessão na mesma planta de dois 
tipos de caules. Os primeiros, avermelhados e curtos, sem clorofila, 
brotam no início da Primavera e apresentam na extremidade a espiga 
produtora de esporos (estróbilo). Terminada a sua função, murcham e são 
substituídos por caules verdes canelados muito ramificados, mais altos e
divididos em segmentos separados por nós: são os caules estéreis, única 
parte da planta que possui propriedades medicinais. Devem ser colhidos 
na Primavera e secos ao sol ou no forno.

Habitat: Europa, bermas dos caminhos, solos siliciosos; Norte e Centro 
do País; até 2500 m. Identificação: de 0,20 a 0,65 m de altura. Vivaz; 
sobre o mesmo rizoma em Março e Abril, caules esporíferos de 10 a 25 cm,
simples, avermelhados, com bainhas castanhas, frouxas, com 6 a 12 
dentes, apresentando uma espiga obionga amarelo­acastanhada que 
desaparece no Verão; em seguida, de Maio a Julho, caules estéreis, 
verdes, sulcados, ocos, com verticilos de ramos delgados, simples, 
verde­claros, com 4 ângulos, ásperos e articulados; esporângios 
agrupados sob as escamas em

forma de escudo da espiga; esporos providos de elatérios, filamentos que
se desenrolam quando o ar está seco; rizomas profundos, até 2 m. Partes 
utilizadas: caules estéreis.
0 Componentes: sais minerais (silício), heterósidos, tanino, ácidos 
orgânicos, princípio amargo 0 Propriedades: acistringente, cicatrizante,
diurético, hemostático, remi neralizante. U. I., U. E. + V kvj Ver: 
aerofagia, afta, albuminúria, banho, cistite, dentes, desmineralização, 
epistaxe, estrias cutâneas, fractura, hemorragia, litíase, menstruação, 
panarício, pé, sudação, unha.
celidÓnia

Chelidonium majus L.

Erva­andorinha, erva­ da s­ verrugas, quelidónia, quelidónia­maior, 
grande­quelidónia, ceruda

Bras.: celidónia­maior

Papaveráceas

O género Chelidonium L. tem apenas uma espécie, que é a da celidónia, 
que cresce nas paredes velhas. O nome deriva da palavra grega chelidón, 
andorinha, pois a planta floresce na época da sua migração. É uma planta
vivaz que se desenvolve nas paredes, nos

entulhos e nos solos frescos. Nos meios rurais, todas as crianças a 
conhecem, designando­a por erva­das­verrugas, porque o seu suco faz 
desaparecer estas excrescências tão eficazmente como o poderoso azoto 
líquido, utilizado pelos dermatologistas, se

bem que mais lentamente. A celidónia já era

conhecida dos médicos da Antiguidade, que a consideravam salutar para as
doenças dos olhos. Foi muito utilizada na Idade Média, pois os 
alquimistas julgavam­na um dom do céu, coeli donum. Contudo, a planta 
não é inofensiva. Pertence à família das dormideiras e contém, como 
estas, alcalóides tóxicos, pelo que é absolutamente desaconselhável 
ingerir a planta, fresca ou seca, excepto por prescrição médica. Os 
homeopatas utilizam a raiz. O seu suco cáustico, ao queimar a verruga ou
o calo, pode atingir a

epiderme que o rodeia, pelo que não deve ser aplicado em chagas.

O Não utilizar para uso interno, excepto por prescrição médica. Habitat:
Europa, muros, entulhos, sebes, locais sombrios; do Minho ao Algarve, 
nos muros, sebes e caminhos; até 1500 m

Identificação: de O,20 a 1 m de altura. Vivaz, caule ramoso cilíndrico. 
viloso, frágil, quebradiço, nodoso, suco leitoso amarelo­alaranjado; 
folhas penadas, lobadas como as do carvalho, verde­claras na página 
superior, glaucas na inferior, moles; flores amarelo­douradas (Maio­
Setembro), 4 pétalas em volta do botão e

depois dispostas em cruz, agrupadas em umbelas paucifioras, com 
numerosos estames, 2 sépalas amarelas caducas; síliqua estreita (3 a
4 cm), abrindo­se de baixo para cima; rizoma grosso e numerosos caules. 
Cheiro nauseabundo; sabor acre e amargo. Partes utilizadas: folhas, 
raiz, látex fresco (antes da floração); a raiz escurece no decorrer da 
secagem.
O Componentes: 10 alcalóides, saponósido, pigmento O Propriedades: 
antiespas módico, cáustico, colerético, hipotensor, purgativo. U. I., U.
E. + Ver: calo, calosidade, verruga.
Cenoura­brava

Daucus carota L.

Umbelíferas

As Umbelíferas constituem uma família complexa, pelo que são possíveis 
algumas confusões. A cenoura­brava é fácil de distinguir devido à mancha
cor de púrpura que surge no centro das flores brancas, dispostas em 
umbela rodeada de brácteas. Esta flor central cor de púrpura impede que 
seja con­

fundida com a perigosa cicuta­menor Aethusa cynapium L. Após a 
fecundação das flores, quando os frutos ovais eriçados de acúleos 
amadurecem, os    raios das umbelas fecham­se em forma de ninho de ave. 
A raiz, branca, lenhosa, com   cheiro desagradável e

sabor acre, nada tem   de comum com a da cenoura cultivada, que se 
tornou comestível após um lento processo de aperfeiçoamento da espécie 
brava. Os povos antigos conheciam bem a cenoura e as suas virtudes 
diuréticas, atribuindo­lhe também propriedades de excitante; a palavra 
daucus deriva de daukos, nome dado pelos Gregos a algumas umbelíferas, 
que por sua vez parece derivar de daiô, eu excito. Plínio qualificou a 
sua raiz de pastinaca gaffica, alimento dos Gauleses, mas só na Idade 
Média foi considerada hortaliça comestível.

Habitat: Europa; em Portugal, em terrenos cultivados e baldios, excepto 
a grandes altitudes. Identificação: de 0,30 a 0,80 m de altura. Bienal, 
caule erecto; ramificado; folhas muito divididas, moles, mais compridas 
na base; flores brancas (Maio­Outubro), agrupadas em umbela, uma pequena
flor estéril cor de púrpura­escura sem estames nem pistilo no centro, 
invólucro com brácteas compridas e profundamente divididas; fruto com 
costas providas de picos assovelados; raiz aprumada fina, pouco corada. 
Cheiro pouco agradável (raiz). Partes utilizadas: raiz (fim do Verão), 
semen­

tes na maturação, folhas frescas.
0 Componentes: sais minerais, pectina, glúcidos, provitamina A, 
vitaminas B e C 0 Proprie~ dades: antidiarreico, carminativo, diurético,
emenagogo, galactagogo, hipoglicemiante, remineralizante. U. L, U. E. 
Ver: cólica, eczema, furúnculo, menstruação, meteorismo, prurido, 
queimadura.
Cerejeira

Prunus avium L.

Cerdeira

Rosáceas

A partir da cerejeira tem sido possível obter por selecção e enxerto 
numerosas variedades. Cresce espontaneamente nos bosques, pode atingir 
20 m de altura e viver 300 anos. As  suas flores são melíferas e as 
pequenas cerejas negras podem ser ingeridas cruas, em geléia ou em doce;
quando destiladas, utilizam­se no fabrico do kirsch. Se esta bebida 
alcoólica é natural, contém uma pequena quantidade de ácido cianídrico, 
pelo que não é tóxica em doses usuais. A sua madeira é utilizada pelos 
marceneiros e os torneiros; porém, a madeira clara, geralmente conhecida
como madeira de cerejeira, utilizada no fabrico de mobiliário rústico, 
é, na realidade, a madeira de uma outra espécie, Prunus mahaleb L. A 
casca, as folhas e as flores foram utilizadas em medicina doméstica, mas
apenas os pedúnculos dos frutos conservaram até aos nossos dias a sua 
reputação de diuréticos. A cerejeira é denominada em algumas regiões c 
erej eira­ brava; supôs­se durante muito tempo que a árvore era 
originária da Ásia Menor, mas numerosos factos demonstram a sua origem 
européia: efectivamente, têm sido encontrados em diversas estações 
neolíticas ocidentais alguns caroços intactos.

Habitat: Europa, excepto no extremo norte; florestas, sebes, colinas; O 
Prunus avium var. silvestris (cerejei ra­ brava) pode encontrar­se no 
Gerês, onde o fruto recebe o nome de agriota, e a variedade duracina 
(cerejeira­bical) é cultivada em várias regiões do País; até 1700 m. 
Identificação: de 10 a 20 m de altura. Árvore; tronco com casca 
acetinada, de cor castanho­brilhante, que se fragmenta em lacínias 
horizontais; folhagem pouco densa, ramos erectos; folhas verdes, baças, 
pubescentes na página inferior, serradas, elípticas, com pecíolos 
munidos de glândulas no cimo; flores brancas

(/Abril­Maio), pedunculadas, em cimeiras umbeliformes, 5 sépalas, 5 
pétalas; drupa pequena vermelha, tornando­se depois preta, monospérmica;
raiz desprovida de rebentões. Inodora; sabor doce, ligeiramente amargo. 
Partes utilizadas: frutos, suco, peclúnculo dos frutos (Junho­Julho); 
secagem à sombra.
O Componentes: ácidos orgânicos, tanino, enzima, provitamina A O 
Propriedades: diurético, laxativo, refrescante. U. 1. Ver: artrite, 
digestão, gota, obesidade, obstipaçao.

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Cersefi ­bastardo

Tragopogon pratensis L.

Compostas

O cersefi­bastardo reconhece­se nos solos húmidos pelas suas folhas 
compridas e estreitas, cujas bases rodeiam o caule, e pelas suas flores 
amarelas, que se abrem de manhã e se fecham à tarde. Era 
indubitavelmente conhecido pelos povos antigos, pois a sua raiz está 
representada num fresco de Pompeia; os Italianos foram os pioneiros da 
utilização da sua raiz castanho­clara na alimentação, tendo­lhe 
atribuído o nome de sassefrica, isto é, a que roça as pedras, pois a 
planta cresce nos solos pedregosos. A cultura do cersefi­bastardo data, 
sem dúvida, de 1500. No século XVII, Olivier de Serre, ministro do rei 
Henrique IV de França, distingue­a com o nome de sersifi. A planta não 
teve sucesso como legume comestível, sendo rapidamente substituída pela 
escorcioneira, Scorzonera hisparrica L. O cersefi­bastardo é uma planta 
depurativa, diurética e

sudorífica. A sua raiz faz parte de inúmeras e deliciosas receitas 
culinárias; a água da cozedura deve ser aproveitada, pois é uma

excelente base para sopa ou bebidas. O gosto das suas folhas preparadas 
em salada assemelha­se ao da endívida ou ao da chicória.

O Não usar as sementes. Habitat: Europa, prados húmidos, bermas dos 
caminhos; com o nome de cersefi, ou de barba­de­bode, ou barba­de­cabra 
cultiva­se em Portugal o Tragopogon porrifoluis L.; até 2000 m. 
Identificação: de O,30 a O,80 m de altura. Bienal, caule erecto, simples
ou ramificado e glabro; folhas ascendentes ao longo do caule, estreitas,
amplexicaules, mais ou menos dilatadas na base, muito pontiagudas; 
flores amarelas (Maio­Julho), liguladas, em capítulos solitários sobre 
pedúnculos, ligeiramente dilatados sob o invólucro, invólucro com 
compridas brácteas dispostas numa fila; aquénio praticamente liso, 
encimado por um papilho plumoso; raiz principal aprumada, fusiforme, 
grossa, casta­ nho­clara e látex branco. Inodoro; sabor agradável, 
ligeiramente amargo. Partes utilizadas: folhas, raiz, suco.
O Componentes: glúcidos, prótidos, lípidos, celulose O Propriedades: 
depurativo, diurético, sudorífico. U. L, U. E. V o Ver: astenia, 
crescimento, fígado, gota, pele, reumatismo, verruga.
PLANTAS ESPONTÂNEAS

Choupo­negro

Populus nigra L. Álaino­negro, olmo­negro, álamo­líbico

Salicáceas

Supõe­se que muitas pessoas conhecem o
longilíneo choupo­da­itália, Populus italica Moench, tradicionalmente 
plantado em alguns países quando nasce uma rapariga para lhe assegurar 
um dote. O mesmo não sucede talvez com o choupo­negro, que se aclimata à
beira de água, atingindo cerca de 30 m de altura, projecta os primeiros 
ramos para baixo e abre a ramagem para poder captar bastante luz. Planta
dióica, pelo que existem pés masculinos e femininos, pode viver 300 
anos. A sua utilização remonta à Antiguidade; a casca dos ramos jovens, 
pulverizada e misturada com a do carvalho e a do salgueiro­branco, 
constitui um excelente febrífugo, sendo, porém, as suas gemas, colhidas 
antes do desabrochar, no início dh­ Primavera, que têm maior número de 
aplicações. A madeira, da qual se obtém um carvão vegetal, é também 
utilizada na indústria de marcenaria e no fabrico de papel, nas 
indústrias de fabricação de celulose e de fósforos. O choupo­negro é, 
porém, uma árvore frágil, exposta a enfermidades provocadas pelo visco, 
por diversos cogumelos e por certos insectos que escavam galerias no 
interior do tronco e

nos ramos. Habitat: Europa, planícies, solos húmidos; encontra­se, quer 
espontâneo, quer cultivado, em quase todo o País; até 1800 m. 
Identificação: de 20 a 30 m de altura. Árvore; tronco grosso, ramagem 
esguia, irregular e aberta, casca gretada longitudinalmente, ge­ mas 
ovóides, curvas, com escamas viscosas e glabras; folhas alternas, 
pecioladas, glabras, brilhantes, mais claras na página inferior, 
delicadamente crenadas e limbo triangular; amentilhos (Março­Abril), 
dióicos, pendentes, tendo os masculinos estames vermelhos, 1 bráctea, e 
os femininos esverdeados, 1 bráctea; cápsuIa com 2 valvas, pequenas 
sementes com finos pêlos brancos. Cheiro baisâmico; sabor agridoce. 
Partes utilizadas: gemas (Março­Abril), casca dos ramos com 2 ou 3 anos;
secagem ao sol sobre caniços ou num local arejado.
O Componentes: heterósidos, tanino, cera, óleo essencial, derivados 
flavónicos O Propriedades: anti­séptico, digestivo, diurético, 
expectorante, febrífugo, sudorífico, tónico, vulnerário. U. L, U. E. + V
O Ver: bronquite, cabelo, dentes, fadiga, febre, greta, intoxicação, 
meteorismo, nevralgia, reumatismo, urina.

121
Cinco­em­rama

Potentilla reptans L. Potentila, quinquefólio

Bras.: cinco­folhas

Rosáceas

A pentaphy11on dos discípulos de Hipócrates e de Dioscórides era, sem 
dúvida, o vivaz cinco­ern­rama; esta erva daninha, inva­

sora e persistente, cobre os taludes e os canteiros mal protegidos com a
teia consolidada dos seus caules vermelhos. Muito vulgar, encontra­se em
toda a Europa, tendo prati­

ente colonizado o Mundo. Esta planta é considerada pelos botânicos do 
tipo 5, ou seja o calículo tem 5 divisões mais compridas que as 5 
sépalas do cálice e a corola é constituída por 5 pétalas amarelo­claras.
As folhas são também recortadas em 5 folíolos ovais e alongados. As 
flores persistem durante todo o Verão, por vezes até ao Outono, e 
pressagiam a chuva abrindo as pétalas.

Os fitoterapeutas utilizam sobretudo a raiz da planta, que pode ser 
colhida em qualquer estação do ano e utilizada fresca ou seca, 
indiscriminadamente para uso interno ou externo. É um excelente remédio,
dotado de propriedades adstringentes, podendo ser

associado à bistorta ou ao cardo­santo. A raiz, pulverizada e misturada 
com a gema de um ovo fresco até adquirir a consistência de

uma massa e seguidamente aplicada sobre um panarício, pode obstar ao seu
desenvolvimento.

0 Não preparar ou conservar em recipientes de ferro. Habitat: Europa, 
solos ricos; pode encontrar­se de norte a sul de Portugal, nos prados, 
locais húmidos e margens dos rios; até 1700 m. Identificação: até 1 m de
altura. Vivaz, caule prostrado, radicante, delgado, viloso, por vezes 
avermelhado; folhas longamente pecioladas, com 5 folíolos ovados ou 
lanceolados, ligeiramente vilosos, serrados, estipulas inteiras ou com 2
dentes; flores amarelo­claras (Junho­Outubro), solitárias, pedunculadas,
grandes, cálice com 5 sépalas, calículos com 5 grandes

lóbulos, 5 grandes pétalas cordiformes, numerosos estames, numerosos 
carpelos uniovulados; rizoma lenhoso, prostrado, castanho­escuro, 
radicante nos nós; raiz avermelhada em corte. Sabor azedo e 
acistringente. Partes utilizadas: rizoma, raiz (Outono); secagem à 
sombra.
0 Componentes: tanino, álcool (tormentol), glúcidos 0 Propriedades: 
adstringente, depurativo, febrífugo. U. L, LI. E. 0 Ver: afta, diarreia,
febre, ferida, panarício.
Cinoglossa

Cy,noglossum officinale L.

Língua­de­cão

Borragináceas 

Todas as cinoglossas possuem folhas moles, macias e compridas, às quais 
devem o nome de género; efectivamente, Cynoglossum deriva das palavras 
gregas kuón, cão, e glótta, língua. A cinoglossa distingue­se das 
espécies afins pelas suas cimeiras de flores cor de borras de vinho e 
pelos seus frutos unilaterais providos de espinhos recurvados. É uma 
planta bienal muito pouco comum e

mesmo rara em alguns locais; cresce nos entulhos, baldios e 
frequentemente próximo das tocas dos coelhos e das raposas, que não se 
interessam por ela, embora não pareça ser

tóxica para eles.

A cinoglossa era conhecida na Antiguidade; no século xvi, Ambroise Paré 
utilizava­a já como sedativo sob a forma de pílulas cuja utilização 
desafiou o tempo, pois contêm, além da cinoglossa, ópio, meimendro­
negro, açafrão, incenso e mirra.

Actualmente, a planta é vulgarmente utilizada para uso externo, devido 
às suas propriedades adstringentes, calmantes e emolientes. A raiz é 
utilizada fresca ou seca, e as folhas recentemente colhidas servem para 
preparar uma cataplasma que acalma as dores de queimaduras e de cieiro.

Habitat: Europa, excepto no litoral mediterrânico; Centro e Sul de 
Portugal, terrenos incultos e cultivados, margens dos campos e caminhos,
terrenos calcários, baldios, muros; até 2000 m. Identificação: de O,30 a
O,80 m de altura. Bienal, caule vigoroso, piloso, verde, ramificado na 
parte superior; folhas cinzento­esverdeadas, compridas, macias, pilosas,
sendo as inferiores ovais, grandes, pecioladas, com nervuras secundárias
distintas, e as superiores lanceoladas, semiamplexicaules; flores 
vermelhas cor de vinho (Maio­Julho), em cimeira espiralada, pedicelos 
curtos, cálice piloso com 5 divisões iguais, corola com tubo curto de 5 
lóbulos; tetraquénio coberto de espinhos curtos e recurvados; raiz 
preta, alongada e dura. Cheiro viroso; sabor fraco e depois amargo. 
Partes utilizadas: raiz (Outono do segundo ano), folhas frescas; secagem
rápida, conservação em frascos de vidro hermeticamente fechados.
O Componentes: 2 alcalóides, mucilagem, resina, tanino, óleo essencial O
Propriedades: adstringente, calmante, emoliente. U. L, LI. E. + Ver: 
boca, diarréia, greta, prurido, queimadura.
Cocleária

CochIearia officinalis L. Cocleária­maior, cocleária­oficinal, erva­das­
colheres

Crucíferas

Ao observar as folhas inferiores da cocleária, os botânicos do século 
Xvi estabeleceram o seu nome científico a partir da palavra latina 
cochIear, colher. Supõe­se que a planta não foi utilizada antes dessa 
época, não sendo possivelmente conhecida. E, no entanto, uma crucífera 
bastante difundida nas costas europeias e nas margens dos regatos de 
montanha, escondida no fundo dos ro­

chedos, onde, a partir de Março, se cobre de flores brancas, apesar dos 
aguaceiros e das rajadas de vento frio. Conhecem­se e utilizam­se várias
espécies, que apenas se distinguem por pequeníssimas características 
botãnicas. Os fitoterapeutas utilizam as partes aéreas da cocleária, 
sendo necessário colher diariamente a quantidade necessária, pois só 
devem ser consumidas frescas. 0 processo mais simples é mastigar todas 
as

manhãs uma folha de cocleária; também pode ser preparada em saladas, 
temperada com sumo de limão. A planta pode causar

surpresas, pois, quando amachucada, exala um cheiro intenso que provoca 
lágrimas e espirros.

Habitat: Europa Ocidental, costas rochosas do Atlântico e da Mancha, 
margens dos cursos de água de montanha, Pirenéus; até 1800 m. 
Identificação: de 0,10 a 0,25 m de altura. Bienal, caule erecto, glabro,
ramoso; folhas verde­escuras, carnudas, lisas, brilhantes, sendo as 
inferiores cordiformes, extensamente pecioladas, as da base em roseta e 
as superiores amplexicaules, com lóbulos irregulares; flores brancas ou 
cor­de­rosa (Março­Agosto), em cachos terminais curtos, 4 sépalas 
verdes, 4 pétalas em cruz, 6 estames, ovário globoso; silícula ovóide, 
quase esférica; raiz fina. Cheiro

irritante; sabor ardente, picante e acre. Partes utilizadas: planta 
inteira fresca (Março­Agosto).
0 Componentes: iodo, sais minerais, tanino, vitamina C, heterósido 
sulfurado 0 Propriedades: antiescorbútico, depurativo, detersivo, 
estomáquico, eupéptico, rubificante. U. L, U. E. + Ver: boca, dentes, 
digestão, escorbuto, úlcera cutânea.
124
Codesso­bastardo

Laburnum anagyroides Med. Codesso­dos­alpes, laburno, falso­ébano

Leguminosas

Os queijos outrora fabricados com o leite das cabras da ilha grega de 
Kithnos eram famosos pelo seu aroma e pela delicadeza do seu sabor, 
devidos, segundo se afirmava, aos codessos que abundavam na ilha. Se bem
que não haja a certeza de que o codesso celebrizado pelos Antigos 
corresponda ao actual codesso­dos­alpes, as cabras e os carneiros são 
sempre atraídos por ele, enquanto para outros animais, como os cavalos, 
que não o apreciam, é um veneno; a casca, as flores e as sementes são 
também perigosas para o homem. É necessário tomar precauções, pois o 
codesso, além de não ser raro na forma espontânea, é frequentemente 
cultivado nos jardins pela sua beleza e o seu perfume. As crianças, 
naturalmente destituídas do saber instintivo dos animais, confundem por 
vezes um ramo caído com um pau de alcaçuz; os adultos, por falta de 
atenção, não distinguem as suas flores depois de caídas das da 
giesteira­das­vassouras. Apenas as folhas secas são utilizadas em 
fitoterapia, embora com prudência, devido à sua acção sobre a vesícula 
biliar. Os médicos homeopatas receitam ainda o codesso para certos 
estados depressivos, sob a forma de uma tintura preparada a partir das 
flores e folhas frescas.

O Deve utilizar­se com prudência; toda a planta é venenosa, nomeadamente
as sementes, a casca e a raiz. Habitat: Europa Central e Meridional, 
solos calcários; até 2000 m. Identificação: de 3 a 10 m de altura. 
Arbusto; casca lisa, cinzento­esverdeada, lenho claro, tornando­se 
acastanhado com o tempo; ramos pendentes; folhas alternas com 3 folíolos
peciolados, ovais, pontiagudos, verde­escuros na página superior, verde­
glaucos e pilosos na inferior; flores amarelo­douradas (Abril­Junho), em
cachos multifioros pendentes, cálice campanulado e com 5 dentes 
desiguais, corola papilionácea com estandarte levantado, 2 pétalas 
inferiores soldadas, curvadas em bico, 2 pétalas laterais compridas, 10 
estames soldados pela base do filete; vagem castanha (5 a 6 cm), com a 
margem superior espessada contendo entre
2 e 7 sementes castanho­escuras. Cheiro suave; sabor adocicado. Partes 
utilizadas: folhas secas da árvore adulta.
O Componentes: alcalóides, sais minerais O Propriedades: colagogo, 
purgativo. U. 1. + Ver: vesícula biliar.

125
Coffitea

Colutea arborescens L.

Espanta­lobos, sene­bastardo, falso­sene

Bras.: cliantos

Leguminosas 

Quando se evocam recordações da infância, não deixará de pensar­se no 
estalido entre os dedos produzido pelas vagens ventrudas e
cheias de ar do espanta­lobos. Entre as espécies de Colutea, é a 
arborescens, como indica o nome, a que atinge maior altura, 4­5 m.

Nos meios rurais, a sua madeira é utilizada para fabricar cabos de 
ferramentas. A colútea é um belo arbusto muito decorativo devido às suas
flores amarelas, às suas vagens, que ao amadurecer passam da cor verde 
para o avermelhado, e às suas folhas compostas. Prefere os solos 
calcários expostos ao sol e cresce espontaneamente na Europa Central e 
Meridional.

A colútea não é mencionada nem na Antiguidade nem na Idade Média. Só em 
1554 o botânico Mattioli chama a atenção pela primeira vez para as suas 
virtudes. E difícil aproveitar os benefícios desta planta, pois as 
tisanas de folhas e sementes são difíceis de beber devido ao seu cheiro 
nauseabundo e sabor amargo. Para evitar este inconveniente, os médicos 
receitam o extracto da planta ou o pó da semente misturado com mel. A 
sua acção é relativamente fraca, pelo que pode ser facilmente 
substituída por outras plantas.

O Ingerir as sementes unicamente por receita médica. Habitat: Europa 
Central e Meridional; em Portugal, nos terrenos áridos, encostas 
calcarias, bosques expostos ao sol do Sul, proximidade de jardins e 
parques; pode encontrar­se espontânea ou como planta ornamental; até 
1500 m.

Identificação: de 1 a 5 m de altura. Arbusto; caule erecto; folhas 
imparipinuladas, baças, estipuladas; flores amarelas (Maio­Julho), em 
cachos, de 2 a 6 na extremidade de um pedúnculo comum, cálice curto com 
5 dentes desiguais; vagem vesiculosa; quando amadurece,

enche­se de ar contendo 2% de dióxido de carbono, pequenas sementes 
lisas. Cheiro nauseabundo; sabor amargo. Partes utilizadas: folhas, 
sementes (só com receita médica).
O Componentes: tanino, óleo essencial, ácido coluteico, sais minerais, 
vitamina C O Propriedades: laxativo. U. 1. Ver: obstipação.

126
PLANTAS ESPONTÂNEAS

Conchelos

Umbilicus rupestris (Salisbury) Dandy Sombreirinho­dos­telhados, umbigo­
de­vénus, orelha­ de­ monge, chapéu­dos­telhados, cauxilhos,

coucelos

Crassuláceas

Esta curiosa planta cresce em paredes velhas e em escarpas siliciosas e 
ensolaradas, onde pode constituir povoamentos bastante densos. O nome de
Umbilicus, ou umbigo­de­vénus, advém­lhe do aspecto singular das folhas,
que partem todas da base e cujo pecíolo se prende ao limbo pelo centro 
da face inferior. A folha apresenta­se encovada e

em forma de cratera, assemelhando­se a um

umbigo. O caule, erecto, é guarnecido em

quase todo o seu comprimento por flores e botões pendentes formando 
longos cachos branco­ amarelados; as flores, antes de desabrocharem, sã 
o horizontais; terminada a antese, ficam pendentes. A planta perpetua­se
mais pelos rebentos da raiz engrossada em tubérculo do que pelas 
sementes. Já utilizados como diurético, os conchelos revelaram­se no

século xix, segundo os autores da época, eficazes para certos casos de 
epilepsia rebeldes a outros tratamentos. Actualmente, a planta só é 
indicada para uso externo em feridas.

Habitat: Europa Meridional, Grã­Bretanha, paredes velhas, escarpas 
abruptas, fendas de rochas; muito vulgar em Portugal, nos muros, 
telhados e cascas de árvores; até 500 m. Identificação: de O,15 a O,50 m
de altura. Vivaz, planta suculenta, escapo floral praticamente sem 
folhas; folhas carnudas na base e extensamente pecioladas, peltadas, 
redondas, deprimidas, formando uma cratera central; flores branco­
brilhantes ou avermelhadas (Maio­Julho), pendentes, peclúnculo curto, em
longa espiga terminal, corola em tubo alongado com
5 dentes e 10 estames; toiça espessa, em tubérculo, perpetuando a planta
através dos rebentos. Inodoro. Partes utilizadas: folhas frescas, suco.
O Componentes: sais minerais (sobretudo de cálcio, de potássio e de 
silício), ferro, tanino, trimetilamina O Propriedades: detersivo, 
emoliente, resolutivo. U. E. Ver: calosidade, ferida, úlcera cutânea.
Consolda­maior

Symphytum officinale L. Grande­ consolda, con sólida­ maior, orelhas­de­
asno

Bras.: consól ida­ maior, língua­de­vaca

Borragináceas

Os caules vilosos e angulosos da consolda­Maior erguem­se à beira das 
valas, dos ribeiros, próximo dos pântanos e nos solos alagados.

O nome que lhe foi atribuído, Symphytum, deriva do grego symphuô, eu 
reúno, e alude à propriedade de consolidar e soldar os ossos fracturados
e os bordos das feridas, o que celebrizou a planta 20 séculos antes de 
Cristo. No entanto, só no século XX dois médicos ingleses, A. W. 
Thitherley e N, G. S. Coppin, procederam à sua análise, detectando no 
rizoma da consolda­maior a presença de alantoína, substância utilizada 
em dermatologia devido às suas propriedades cicatrizantes. O rizoma, que
contém uma mucila­ gem viscosa com propriedades emolientes, utiliza­se 
fresco, em cataplasma feita com a polpa, ou seco, em compressa para 
acalmar as dores das queimaduras e acelerar a cicatrização das feridas. 
Arrancados o rizoma e raiz, lavar, raspar, reduzir a fragmentos, secar 
rapidamente ao sol e conservar em caixas bem fechadas.

Habitat: Europa, excepto na região mediterrânica, solos húmidos; 
relvados e locais húmidos do Minho; até 1500 m. Identificação: de O,30 a
O,80 m de altura. Vivaz, caule robusto, erecto, quadrangular, ramoso; 
folhas ovais, longamente decorrentes, espessas, guarnecidas de pêlos 
ásperos, sendo as basais maiores; flores violáceas, rosadas ou 
amareladas (Maio­Julho), reunidas em cimeiras espiraladas e pendentes, 
corola campanulada com 5 dentes curtos, cálice com 5 sépalas 
lanceoladas; tetraquénio duro, brilhante, rodeado pelo cálice 
persistente; toiça grossa, carnuda, preta à superfície, branca e viscosa
em corte. Inodora, sabor adocicado, muito levemente acistringente. 
Partes utilizadas: rizoma e raiz (Primavera ou Outono), fresca ou seca.
O Componentes: tanino, mucilagem, óleo essencial, alantoína, glúcidos, 
alcalóide O Propriedades: acistringente, béquico, cicatrizante, 
emoliente, suavizante. U. L, U. E. + O Ver: anginas, dermatose, 
diarreia, entorse, estômago, greta, pele, psoríase, queimadura, úlcera 
cutânea.
Consolda­real

Consolida regalis S. F. Gray Consólida­real, espora­dos­jardins, 
papagaíto

Bras.: erva­do­cardeal, consólida

Ranunculáceas

Considerada pelos agricultores como uma erva daninha, a consolda­real é 
uma planta espontânea com um comprido esporão floral erecto, rica em 
néctar, originária da Ásia Menor, cuja variedade aperfeiçoada, a espora­
dos­jardins, é cultivada como planta ornamental.

Nas regiões mediterrânicas, existe no estado espontâneo o paparraz, 
Delphinium staphisagria L., planta perigosa e extremamente tóxica. A 
consolda­real foi outrora

utilizada como diurético e vermífugo; porém, a presença de alcalóides 
torna­a tóxica,

pelo que a fitoterapia clássica não a adoptou para uso interno; em 
homeopatia utiliza­se com uma certa prudência. As sementes e as

flores são ainda utilizadas como antiparasitários em uso externo. Esta 
consolda­real era

usada nas intervenções cirúrgicas de outrora, pois era considerada 
imprescindível para consolidar as fracturas e sarar as chagas; perdido o
hábito desta prática, a planta foi completamente abandonada, pois a sua 
toxicidade é elevada.

G Uso interno exclusivamente por indicação médica. Habitat: pouco 
frequente nas searas e campos d do Alentejo e do Algarve, mas muito 
cultivada nos jardins com fins ornamentais; até 1400 rn oUSo’n’ernoex cu
sivament’ mé dca Hab@tat poucofrequen te nass oAi enteloed’AIg  arve,mas
nos1ardnscomf,ns ornament’

a o  6 Identificação: de O,10 a O,60 m de altura. Anual, caule erecto, 
frágil, praticamente glabro e ramificado; folhas divididas em longas 
lacínias estreitas, brácteas simples e curtas; flores azuis (ju nho­ 
Outubro), longamente pedunculadas, agrupadas de 6 a 10 em cacho terminal
frouxo, 5 sépalas ovais e petalóides, corola com 4 pétalas soldadas e 
prolongadas Por um

esporão (2 cm); folículo glabro, simples, sementes pretas, enrugadas e 
escamosas;          raiz

sera’z
aprumada. Inociora; sabor acre e amargo. Partes utilizadas: flores, 
planta florida, sementes (Junho­Agosto).                          ^ @i;@
o Componentes: heterósidos, matéria gorda, alcalóides O Propriedades: 
anti­inflamatório, parasiticida. U. L, U. E. + Ver: ftiríase, olhos, 
sarna, urina.
Cornichão

Lotus corniculatus L.

Loto

Leguminosas

É uma das ervas mais vulgares nos nossos prados e uma das mais bonitas 
devido à sua simplicidade. As folhas são trifoliadas como

do trevo; as flores estão em verticilos amarelo­ alaranj ados; os 
frutos, em forma de vagem, terminam por um pequeno bico; este pormenor é
confirmado pelo seu nome latino: corni.culatus deriva do latim cornu, 
corno, ou chifre.

H. Leclerc descobriu por acaso as propriedades antiespas módicas do 
cornichão: aconselhou a uma camponesa que sofria de conjuntivite e 
simultaneamente de perturbações nervosas com insônias e palpitações o 
tratamento dos olhos com uma loção de meliloto. A doente, distraída, 
colheu o cornichão e fez uma tisana. Passados oito dias, tanto as 
perturbações nervosas como as insónias tinham desaparecido. Neste caso, 
foi um engano útil. 0 cornichão constitui uma óptima forragem e é muito 
alimentício, sendo frequentemente incluído nas misturas semeadas nos 
prados. É uma planta melífera quando cresce nas grandes altitudes; nas

planícies só excepcionalmente é procurada pelas abelhas.

/Z

>Q4

N@’

Habitat: Europa, terrenos cultivados, campos, bosques abertos, taludes, 
penhascos; em quase todo o território português, nos relvados, lameiros,
locais arenosos ou pedregosos, pinhais; até 3000 m. Identificação: de 
0,15 a 0,30 m de altura. Vivaz, caule ligeiramente prostrado ou 
ascendente, maciço, glabro, pouco ramoso; folhas trifoliadas, pecíolo 
curto, 2 grandes estípulas; flores amarelo­alaranjadas, por vezes 
manchadas de pú rpura (Maio­Agosto), de 3 a 6 em umbeIas mais ou menos 
pedunculadas; vagem alongada, terminada por um pequeno chifre;

abre­se e enrola­se em espiral quando está madura. Partes utilizadas: 
flores (Maio­Agosto).
0 Componentes: substâncias cianogenéticas, flavonóides 0 Propriedades: 
antiespas módico, sedativo. U. I., U. E. + Ver: angústia, depressão, 
nervosismo, palpitações, sono.
Drias

Drias <)<,topeiala L.

Rosáceas

A Dryas octopetala L. forma no Verão, na maioria das montanhas 
europeias, sobretudo nos Alpes, vastos tapetes brancos sobre a erva 
rasteira e os rochedos. É uma pequeníssima planta com raiz grossa e 
fibrosa, caules prostrados no solo, muito resistentes às baixas 
temperaturas, pois encontra­se desde as tundras boreais até às costas do
Árctico. Em

determinadas regiões tem uma duração de vida superior a 100 anos. As 
folhas verdes, coriáceas e dentadas, assemelham­se às dos carvalhos; as 
flores, se bem que muito diferentes, podem, vistas de longe, confundir­
se com as das anémonas; os frutos, que não se

abrem, são formados por numerosos carpelos, cada um deles encimado por 
um penacho branco e sedoso. As aldeias alcandoradas das montanhas de 
onde os primitivos apanhadores de plantas, nos meados do século XVI, 
trouxeram a drias legaram­nos ainda a utilização medicinal das suas 
folhas.

Estas são adstringentes e tónicas, e servem para preparar uma infusão 
denominada chá

suíço, com efeito benéfico nas cólicas.

Habitat: nas zonas elevadas, nos Alpes e Apeninos. Tem uma certa 
preferência pelos solos calcários a mais de 1200 m. ldentific@ção: de 
O,05 a O,15 nn de altura. Vivaz, caule prostrado, trepador, @enhoso, 
ramifi~ cado, folhas pecioladas, verdes na página superior, brancas e 
tomentosas na inferior, coriáceas, obiongas (de 2 a 3 cm), arredondadas 
na

base, regularmente crenadas, com estipulas soldadas no peciolo, flores 
brancas (Junho­Agosto), grandes (de 2 a 4 cm), solitárias no

vértice de compridos peclúnculos vilosos, cálice com 7 a 9 lóbulos, 
corola com 7 a 9 pétalas

ovais, numerosos estames, estiletes compridos, ovário livre; fruto seco,
composto Por numerosos carpelos, indeiscentes, terminado em aristas 
plumosas, reunidas em feixes num mesmo receptáculo; raiz grossa e 
fibrosa. Inodora, sabor acIstringente. Partes utilizadas: folhas (junho­
Agosto) o componentes: tanino, sais minerais O Propriedades: 
acistringente, digestivo, tónico U. L, U. E. Ver: afta, apetite, 
diarreia.
Dulcamara

Solanum dulcamara L.

Doce­amarga, uva­de­cão, erva­ moura­de­trepa, vinha­da­índia, vinha­da­
judeia, vide­da­judeia

Solanáceas

É natural que muitas pessoas tenham experimentado, pelo menos uma vez na
vida, mastigar um caule de dulcamara para sentir o seu inicial sabor 
adocicado, rapidamente substituído por um gosto amargo. A planta é 
lenhosa e trepadora. Apenas os ramos do ano são herbáceos. A dulcamara 
reconhece­se pelas suas flores cor de violeta em forma de estrela com um
centro amarelo e pelas bagas verdes, que se tornam vermelhas depois de 
maduras. Além da sua utilização como laxativo, vivamente recomendado 
desde a Antiguidade, as bagas eram muito apreciadas na Idade Média como 
produto de beleza; actualmente, porém, não são utilizadas, se bem que a 
sua toxicidade não esteja claramente definida. Os ramos jovens e as 
folhas secas há menos de um ano são vulgarmente utilizados. Devido aos 
alcalóides que contém, a planta pode tornar­se perigosa, sendo de toda a
conveniência não exceder as doses indicadas. Mantidas as devidas 
precauções, a dulcamara é um dos mais úteis remédios, eficaz sobretudo 
como depurativo.

G Não utilizar as bagas. Habitat: Europa, sebes, margens dos ribeiros, 
muros velhos; disseminada por quase todo o território português; até 
1700 m. Identificação: de 1 a 3 m de altura. Subarbusto; caule lenhoso, 
trepador, sem gavinhas, enrolando­se nos seus próprios suportes, folhas 
da base pecioladas, possuindo as superiores aurículas estipuliformes; 
flores violáceas (Junho­Setembro) em cimeira irregular, longamente 
pedunculadas, cálice com 5 dentes curtos, 5 pétalas maculadas em forma 
de estreia, estames com anteras amarelas soldadas: baga

ovóide, brilhan te, verde e mais tarde vermelha. Sabor doce e 
seguidamente amargo. Partes utilizadas: suco fresco, casca dos ramos 
jovens, folhas secas (Primavera e Outono); secagem ao sol.
0 Componentes: glúcidos, gluco­alcalóides, saponósidos 0 Propriedades: 
antigalactagogo, depurativo, diurético, laxativo, sudorífico. Li. I., J.
E. + V Ver: abcesso, acne, albuminúria, artrite, cura de Primavera, 
dartro, herpes, lactação, sarda.
Ébulo

Sambucus ebulus L.

Engos, sabugueirinho, erva­de­são­cristóvão

Bras.: sabugueiro

Caprifoliáceas

Existem na flora europeia três sabugueiros bastante diferentes, pois 
dois deles são árvores. O ébulo, se bem que vivaz, não é mais do que uma
planta herbácea alta; cresce na orla dos bosques, nos campos de solo 
fértil. Com efeito, quando da aquisição de um terreno, a presença do 
ébulo, denunciando a

excelência do solo, é tida tradicionalmente como indício de boa compra. 
O cheiro das folhas esmagadas do ébulo é intenso e nauseabundo, e o das 
grandes umbelas de flores brancas ou rosadas assemelha­se ao da amendoa 
amarga. Em Setembro, a planta cobre­se de bagas pretas matizadas de cor 
de púrpura, repletas de um suco vermelho­escuro do qual se pode extrair 
um corante conhecido desde a Antiguidade e citado por Virgílio como 
sendo utilizado na pintura do rosto do deus Pá. É necessário ter atenção
e

não confundir   as bagas do ébulo, extremamente nocivas, com as do 
sabugueiro­negro. Toda a planta é tóxica quando ingerida em doses 
elevadas ou tomada sistematicamente *I a posologia deve ser 
integralmente respeitada.

O Não consumir os frutos, respeitar as doses e a duração dos 
tratamentos. Habitat: Europa, solos argilo­calcários, frescos e húmidos;
até 1400 m. Identificação: de O,50 a 2 m de altura. Vivaz, caule 
herbáceo, simples, rígido, sulcado, medula branca; folhas verde­escuras,
opostas, grandes, com 7 a 11 folíolos lanceolados e serrados >flores 
brancas ou rosadas (Junho­Agosto), pequenas, em grandes corimbos, com 5 
sépalas curtas, 5 pétalas abertas, 5 estames com anteras cor de violeta,
ultrapassando as pétalas; baga preta, globosa, brilhante, com

suco corante, contendo 3 sementes; rizoma fibroso, rastejante, branco, 
extremamente invasor. Cheiro nauseabundo (toda a planta) a

amêndoa amarga (flores), sabor amargo. Partes utilizadas: raiz ou a 
casca desta fresca ou seca, flores (Junho­Agosto) e folhas secas.
O Componentes: óleo essencial, glúcidos, ácidos, tanino, enzimas, 
pigmentos antociânicos
O Propriedades: cicatrizante, purgativo, resolutivo, sudorífico. U. I., 
U. E. + Ver: contusão, edema, entorse, obstipação, olhos, rim, tosse.
133
Éfedra

Ephedra dista< h.va L. Bras.: morango­do­campo, cipó­da­areia

Efedráceas

Planta frágil, de aspecto singular e articulado, a éfedra, que se 
assemelha a uma pequena giesteira, prefere as dunas secas e os rochedos 
dos litorais atlântico e mediterrânico. Os amentilhos deste arbusto 
dióico não resinoso são amarelo­esverdeados e opostos dois a dois; os 
masculinos agrupam vários pares de flores, enquanto os femininos, 
compostos apenas por duas flores, se transformam no mês de Agosto em 
frutos vermelhos e globosos. Estas características confe~ riram­lhe o 
nome de espécie, distachya, que deriva do latim dis, duas vezes, e 
sta'chys, espiga. Em cada uma das suas articulações, o caule é rodeado 
por duas pequenas escamas opostas: são as folhas.

Existem em todo o Mundo várias espécies de éfedras, entre as quais a 
Ephedra, sinica, a célebre Ma Houang, droga utilizada pelos Chineses 
desde há milhares de anos para acalmar os ataques de asma e designada 
por efedrina.

Esta espécie exótica, importada para a Europa no século xVIII, satisfaz 
actualmente a maioria das necessidades da indústria farmacêutica. A 
efedrina natural, extraída dos seus ramos, é frequentemente utilizada em
medicina devido à sua acção, comparável à da adrenalina.

Habitat: lugares secos, areias do litoral mediterrânico e atlântico; em 
Portugal, em zonas litorais do Baixo Alentejo e Algarve, encon~ tra­se a
Ephedra fragilis Desf., conhecida vulgarmente por cornicabra, ou 
gestrela. Identificação: de O,40 a 1 m de altura. Arbusto: caule 
prostrado, ascendente; ramos verde­glaucos, opostos ou fasciculados, 
constituídos por artículos rígidos de 2 a 4 cm e estriados; folhas 
transformadas em 2 pequenas escamas opostas, situadas na articulação dos
ramos; flores amarelo­ esverd eadas (Maio­Junho), sem cálice nem corola,
mas com escamas florais

arredondadas, aglomeradas em amentilhos pedunculados, sendo o amentilho 
masculino ovóide com 4 a 8 pares de flores e o amentilho feminino com 1 
par de flores envolvido por escamas imbricadas; fruto carnudo e 
vermelho­vinoso, pseuclodrupa globosa que envolve uma semente nua. Sabor
ligeiramente ácido e aromático. Partes utilizadas: ramos.
O Componentes: efedrina, vitamina C O Propriedades: antiespasmódico, 
eupneico. U. I., LI. E. + Ver: asma, urticária.

134
Endro

Anethum graveolens L.

Aneto, funcho­bastardo

Umbelíferas

Originário da Ásia Menor, aclimatado e
cultivado em todo o Sul da Europa, o endro evadiu­se rapidamente das 
culturas para se disseminar e reproduzir. Prefere os solos áridos e 
soalheiros, as searas e bermas dos caminhos. É uma planta anual, muito 
aromática, cujo perfume se assemelha ao do funcho, com o qual é muitas 
vezes confundido. O endro floresce no Verão, sendo o seu néctar muito 
procurado pelas abelhas.

Conhecido desde a mais remota antiguidade, o endro figura na maioria dos
textos antigos e até no Evangelho segundo S. Mateus, onde se refere que 
durante o século 1 estava sujeito a um imposto, tal como o cominho e as 
mentas. Das suas sementes extrai­se um óleo essencial já conhecido pelos
gladiadores romanos, que com ele friccionavam os membros antes dos 
combates. Actualmente, para além das suas aplicações medicinais, 
semelhantes às do anis e do funcho, as sementes do endro são utilizadas 
como condimento nas choucroutes e nas marinadas; também servem para 
temperar os pickles em Inglaterra.

Habitat: Europa Meridional, pouco frequente em Portugal, surgindo em 
algumas regiões a sul do Tejo, terrenos baldios, secos, searas; até 600 
m. Identificação: de O,20 a O,50 m de altura. Anual, caule verde­escuro,
delgado, estriado e oco; folhas pecioladas, invaginando o caule, as 
superiores com bainha curta, divididas em lacínias filiformes; flores 
amarelas (Abril­Julho), em umbelas com 15 a 30 raios desiguais,
5 pétalas inteiras com a ponta curvada para o lado de dentro; diaquénio 
com 5 costelas de cada lado, 3 dorsais salientes e 2 marginais

mais claras em forma de asas, raiz delgada, aprumada e esbranquiçada: 
cheiro intenso, semelhante ao do funcho; sabor aromático e picante. 
Partes utilizadas: sementes (Setembro); secagem à sombra.
O Componentes: óleo essencial, matérias azotadas, mucilagem, resina, 
tanino O Propriedades: antiespasmódico, carminativo, estomáquico, 
resolutivo. U. 1. + o Ver: aerofagia, lactação, meteorismo, soluço, 
vómito.
Énula­campana

Inula helenium L.

Inula­campana Bras.: inula, inulina

Compostas

A énula­campana tem um passado maravilhoso. Teofrasto, Dioscórides e 
Plínio na Antiguidade, Alberto, o Grande, e Santa Hildegarda na Idade 
Média e Mattioli no Renascimento enalteceram os seus méritos, e a sua 
fama manteve­se até à actualidade. Apenas a raiz é verdadeiramente 
activa. Depois de colhida, é cortada em pedaços e seca ao sol. Outrora, 
na Alemanha, possibilitava o fabrico de um vinho de énula, também 
chamado *potio Paulina+, em memória da recomendação de S. Paulo a Timóteo
para beber um pouco de vinho a fim de curar a debilidade do seu 
estômago. Na Alsácia, o reps é ainda hoje obtido pela maceração da raiz 
de énula­campana em mosto.

O helenium deriva de helenion, nome grego da planta, que, por sua vez, 
parece derivar de Elené; segundo a lenda, a planta nascera das lágrimas 
de Helena, mulher de Menelau, causa da Guerra de Tróia.

A énula­campana é uma planta grande, outrora cultivada devido à sua raiz
medicinal; abandonou, porém, as antigas plantações, encontrando­se 
actualmente muito difundida, embora desigualmente distribuída.

Habitat: Europa, desigualmente distribuída, evadida das culturas 
antigas, valas, sebes; cultivada em Portugal como planta ornamental; até
800 m. Identificação: de 1 a 2 m de altura. Vivaz, caule robusto, 
erecto; folhas dentadas, espessas, esbranquiçadas na página inferior, 
sendo as caulinares sésseis, invaginantes, as da base muito grandes, 
pecioladas; flores amarelas (Maio­ Setembro), em grandes capítulos, 
invólucro com brácteas desiguais, lígulas compridas e numerosas; aquénio
castanho, com papilho simples, avermelhado; raizes grossas. Partes 
utilizadas: raiz.

O Componentes: inulina, matérias pécticas e resinosas O Propriedades: 
antiespasmódico, béquico, colerético, sedativo, tónico, vermífugo. LI. 
L, U. E. + O Ver: apetite, bronquite, dartro, estômago, tosse, ureia, 
vómito.

136
EpilÓbio

Epilobium angustiplium L.

Onagráceas

O epilóbio é uma planta histórica, pois em
1793 possibilitou ao botânico alemão Christian Conrad Sprengel enunciar 
a teoria da polinização das plantas pelos insectos, retomada por Darwin 
no século XIX. Nas regiões com clima temperado, existem cerca de 20 
espécies de Epilobium, além de numerosos híbridos. Todas dão flores de 
um cor­de­rosa intenso ou vermelho, ricas em néctar, e possuem frutos 
com 4 valvas, que ao abrirem libertam centenas de sementes leves 
encimadas por plumas sedosas. Plantas vivazes de extrema beleza, 
difundem­se nas areias húmidas e nas ravinas das montanhas, cujo frescor
apreciam.

A medicina popular utiliza esta planta para lavagens da boca e 
gargarejos, devido às suas propriedades adstringentes e tensoactivas.

Na Europa do Norte, os rebentos e a medula dos caules são utilizados em 
culinária para saladas ou cozidos como legumes. Com as folhas e flores 
secas preparam­se infusões doces, extremamente salutares.

Habitat: Europa, excepto na região mediterrânica, taludes, solos 
arenosos; até 2300 m. Identificação: de O,70 a 1,60 m de altura. Vivaz, 
caule simples, avermelhado, rígido; folhas sésseis, extensamente 
lanceoladas, inteiras, com nervuras salientes na face inferior; flores 
cor­de­rosa intenso (Junho­Outubro), pendentes, em comprida espiga 
terminal frouxa, cálice com 4 sépalas agudas, coradas, corola com
4 pétalas quase iguais, abertas num plano vertical, 8 estames e estilete
com 4 estigmas em cruz pendentes  > cápsula comprida e estreita, com 4 
valvas, que contêm várias centenas de

sementes providas de longos papilhos; toiça prostrada e longa. Sabor 
adocicado (raiz). Partes utilizadas: raiz, flores, folhas secas.
O Componentes: tanino, pectina, mucilagem O Propriedades: acístringente,
emoliente, hemostático, vulnerário. U. I., U. E. Ver: afta, diarréia, 
ferida.
Erva­coalheira

Galium verum L.

Erva­do­coalho, coalha­leite, galião

Rubiáceas

No leito de ervas espontâneas em que descansou Maria, mãe de Jesus, 
encontrou­se, segundo uma lenda, um pé de erva­coalheira; deste facto 
deriva um dos nomes da planta em língua inglesa, Lady's Bedstraw, palha 
do leito de Nossa Senhora. À planta são ainda atribuídos muitos outros 
nomes, geralmente ligados às suas propriedades: coalha­leite, porque 
coagula o leite e também o sangue; cardo­amarelo, devido aos seus cachos
erectos com flores douradas e aroma de mel. Planta vivaz, muito vistosa,
oscila ao

vento de Verão os finos caules floridos e os ramos de folhas estreitas e
brilhantes dispostas em estrela. Na Antiguidade, atribuíram­se à erva­
coalheira propriedades tintoriais; a raiz dava o vermelho, e as folhas, 
um amarelo­alaranjado. As sumidades floridas conferem ao queijo de 
Chester a sua apreciada cor e o seu sabor inimitável. Reabilitada no 
século XIX, após um longo período de abandono, a planta foi utilizada 
como remédio para as convulsões. Actualmente, reconhece­ se­ lhe menor 
número de propriedades, porém mais eficazes; a erva­coalheira é 
considerada acistringente e vulnerária para uso externo e 
antiespasmódica e diurética para uso interno.

Habitat: Europa, excepto na região mediterrânica, bermas das estradas, 
caminhos, campos, encostas; espontânea em Portugal, nos prados, campos, 
sebes, muros, de Trás­os­Monlés ao Alentejo; até 2500 m. Identificação: 
de O,20 a O,80 m de altura. Vivaz, caule erecto, frágil, circular, 
glabro e pouco ramificado; folhas estreitas, lineares, mucronadas, de 6 
a 12 em verticilos estrelados, brilhantes na página superior, 
pubescentes na inferior e com bordos enrolados; flores amarelas (Junho­
Setembro), numerosas e pequenas, em panículas densas erectas nas 
extremidades

superiores dos caules; fruto pequeno, liso, glabro; toiça grossa, 
horizontal. Cheiro pouco intenso e agradável (a mel); sabor muito 
particular, ácido. Partes utilizadas: sumidades floridas (Junho­
Setembro); secagem à sombra ou ao sol; a planta escurece rapidamente, 
perde o cheiro e as propriedades, pelo que deve ser conservada apenas 
algumas semanas.
O Componentes: ácidos, lípidos, vitamina C O Propriedades: adstringente,
anti espasmódico, colagogo, diurético, vulnerário. U. L, U. E. + Ver: 
dartro, diurese, epilepsia, nervosismo.
Erva­de­santa­bárbara

Barbarea vulgaris R. Br.

Erva­dos­carpinteiros 
Bras.: agrião­da­terra

Crucíferas

Esta planta foi consagrada ao culto de Santa Bárbara, padroeira dos 
artilheiros, dos mineiros e de todas as corporaçoes que se expõem aos 
perigos da pólvora e do fogo. Efectivamente, as suas folhas curam muito 
bem feridas, pelo que os carpinteiros antigos a utilizam frequentemente 
em cataplasma.

É uma crucífera vivaz, com pequenas flores am arelo­ douradas que 
desabrocham durante todo o Verão e se encontram em toda a

parte onde haja humidade e frescura. No Outono, a erva­de­santa­bárbara 
mantém­se verde, mesmo sob as primeiras neves, e até pelo menos ao dia 4
de Dezembro, festa da santa sua padroeira. O sabor da planta assemelha­
se ao do agrião, pelo que foi durante muito tempo cultivada nas hortas 
com o nome de agrião­da­terra. Deve ser utilizada

fresca, pois a secagem elimina a sua actividade. Com a erva­de­santa­
bárbara pode fazer­se uma salada de gosto levemente amargo ou um caldo. 
As suas folhas são consideradas medicinais, sobretudo devido ao seu 
elevado teor de vitamina C. As sementes, esmagadas e maceradas em vinho 
branco, produzem uma excelente bebida diurética.

Habitat: Europa; em Portugal, nos terrenos húmidos do Douro ao Mondego, 
bermas dos caminhos pedregosos, margens arenosas, solos argilosos, 
húmidos, azotados; até 1500 M.

Identificação: de O,30 a O,60 m de altura. BieHab tat’Eu >0 humdos do > 
camnho s p ed
1osarg,1os9s,
1dent fcaÇao

n       a nal, polimorfa, caule verde, erecto, canelado, quase glabro, 
folhoso; folhas lisas, brilhantes, oleosas, divididas em segmentos 
desiguais, tendo as inferiores lóbulo terminal arredondado, as 
superiores simples, fendidas, sésseis; flores amarelo­vivo (Abril­
Junho), em cacho terminal bastante grande, sépalas erectas e caducas; 
síliqua erecta, com 2 valvas contendo

cada uma 2 fileiras de sementes. Cheiro suave; sabor vagamente 
semelhante ao do agrião. Partes utilizadas: folhas frescas, sementes; 
quando seca, perde as suas propriedades.
O Componentes: vitamina C O Propriedades: aperitivo, detersivo, 
vulnerário. U. L, U. E. Ver: escorbuto, ferida, gota, litíase, úlcera 
cutân ea.
PLANTAS ESPONTÂNEAS

Erva­de­são­roberto

Geranium robertianum L.

Erva­roberta, bico­de­grou

Bras.: gerânio

Geraffiáceas

As plantas que habitualmente os jardineiros designam por gerânios 
pertencem, na realidade, ao género botânico Pelargonium, que, tal como o
Geranium, se integra na família das Geraniáceas. O género Geranium, da 
palavra grega geranos, grou, reúne na Europa cerca de 30 espécies cujas 
flores se assemelham muito, formando no centro um fruto composto por 5 
carpelos que sugerem o bico de um grou. A denominação robertianum é, 
segundo algumas opiniões, uma adulteração de rupertianum, evocando o 
nome de S. Roberto, bispo de Salzburgo no século vil, que teria 
descoberto as propriedades hemostáticas desta erva avermelhada; segundo 
outras, a origem da palavra deriva do latim ruber    > vermelho. No 
século Xii, fazia já parte dos remédios vegetais aconselhados pela 
erudita Santa Hildegarda, abadessa do Mosteiro Beneditino de 
Rupertsberg, próximo do Reno.

A erva­de­são­roberto não sobrevive à floração, secando em seguida. As 
suas folhas, de forma triangular e contorno profundamente recortado, não
devem confundir­se com as da cicuta. A parte aérea da planta (Maio­
Agosto), que tem cheiro intenso e acre e sabor amargo e adstringente, é 
seca em molhos pendurados em local coberto e arejado.

Habitat: Europa, terrenos baldios, matas, muros; frequente em quase todo
o País; até 1800 m. Identificação: de O,10 a O,40 m de altura. Anual, 
caule avermelhado, delgado, intumescido nos nós, sobretudo na base, 
viloso, ramoso e em moitas; folhas verde­claras, triangulares, palmadas,
com 3 a 5 segmentos lobados; flores cor­d e­ rosa­ maiva e violáceas 
(Abril­Setembro), 2 por cada pedúnculo, 5 sépalas erectas, 5 pétalas 
inteiras e estriadas, 10 estames com anteras alaranjadas, pistilo com 5 
carpelos, 5 estigmas cor de púrpura na extremidade de uma arista; fruto 
composto por 5 aquénios,

contendo cada um deles uma semente ejectada pela brusca divisão da 
arista    > raiz esbranquiçada, delgada e aprumada. Partes utilizadas: 
parte aérea, fresca ou seca.
O Componentes: tanino, óleo essencial, resina, substância amarga, 
vitamina C O Propriedades: acistringente, antiespasmódico, diurético, 
hemostático, hipoglicemiante, tónico, vulnerário. U. L, U. E. +   krJ 
Ver: afta, anginas, boca, cancro, dartro, diabetes, diarréia, ferida, 
hemorragia, nefrite, olhos, rouquidão, seio.
140
Erva­dos­escudos

LN,@iin,whia numinularia L.

Primuláceas

Para encontrar a erva­dos­escudos, é necessário procurá­la, pois todo o 
comprido caule rastejante desta pequena planta permanece colado ao solo 
e os pedúnculos florais não excedem 5 cm de altura. Cresce em locais 
frescos e húmidos, frequentemente ao abrigo de ervas de maior altura. 
Uma das suas particularidades botânicas consiste em que raramente produz
sementes, multiplicando­se por meio de estolhos. O nome de LNIsimachia 
advém­lhe provavelmente de Lysimachos, médico da Antiguidade, que, 
supõe­se, a descobriu e revelou as suas propriedades; numniularia, do 
latim numinula, pequena moeda, alude à forma das folhas, ligeiramente 
arredondadas como uma moeda. O nome vulgar, erva­dos­cem­males, que lhe 
é atribuído em França, lembra a fama

de panaceia de que a planta gozava na Idade Média e no século xvi. 
Votadas ao esquecimento no século XIX, as suas propriedades foram de 
novo reconhecidas por um

médico alemão. Os pastores dos arredores de Fleidelberga administravam­
na, depois de pulverizada, às ovelhas como preventivo da tuberculose. 
Esta planta possibilita aos fitoterapeutas a obtenção de curas 
espectaculares de doenças como a gota e o reumatismo.

Habitat: Europa, exceplo nas montanhas, prados húmidos, pomares, bosques
húmidos com clareiras, bermas de fossos; até 1200 m.

Identificação: de O,20 a O,70 m de altura. Vivaz. caule rastejante 
radicanie, folhas eliipticas, corditormes, opostas, subsésseis, 
dispostas horizontalmente, flores amarelo­douradas (Junho­Agosto), 2 em 
cada nó, grandes, pedunculadas, cálices com 5 sépalas cordiformes, 
corola de uma só peça com 5 lóbulos, 5 estames inseridos na corola, 
ovário unilocular, cápsu@a rara nas regiões do Sul, com numerosas 
sementes; multiplicação por fragmentação,

Partes utilizadas: planta inteira (Junho­Agosto), secagem à sombra.
O Componentes: anino, mucilagem, saponásido, enzima (primeverase), sais 
minerais, principalmente de silicio e de p1ótássio O Propriedades: 
acistringente, vulnerario. Li. I., LI. E. Ver: boca, diarréia, ferida, 
hemorragia, hemorróidas.
PLANTAS ESPONTÂNEAS

Erva­férrea

Brunella vulgaris L.

Bruncla, prunela

Labiadas

O género Brunella compreende várias espécies e subespécies muito 
semelhantes e que possuem as mesmas propriedades. Esta é uma planta 
pequena, de i5 a 25 em, com grandes flores labiadas azul­violáceas, cujo
excelente néctar atrai com frequência as abelhas. A erva­férrea 
confunde­se frequentemente com a búgula, de um género vizinho, se bem 
que se distingam por duas características essenciais: a búgula tem as 
flores verticiladas dispostas em vários planos, enquanto as da erva­
férrea se apresentam em cachos terminais; as folhas da búgula estão 
ligadas ao caule por um pequeno estreitamento do limbo, ao passo que as 
da erva­férrea são pecioladas. É possível que a origem do nome, do 
alemão Braun, castanho, se deva à cor castanha do cálice.

Esta planta foi sujeita a uma interessante experiência de adaptação à 
altitude. Exemplares da planície, levados para os Alpes e para os 
Pirenéus, produziram, ao fim de 20 anos, indivíduos mais fortes, com uma
cor mais viva e, sobretudo, anatomicamente mais bem organizados para 
intensificar a sua função clorofilina. As flores maiores possuíam cores 
mais intensas. A Antiguidade, a Idade Média e a época contemporânea não 
se interessaram pela sua função medicinal; porém, no século xvi foi 
largamente utilizada. Em alguns países, é hábito confeccionar saladas 
com os rebentos jovens.

Habitat: Europa; frequente em Portugal em

locais húmidos, pinhais, caminhos de quase todo o País; até 2000 m. 
Identificação: de O,05 a O,70 m de altura. Planta vivaz com poucos pêlos
> caule ascendente; folhas ovais, pecioladas, pouco recortadas; flores 
(Junho~Outubro), cálice castanho com 2 lábios distintos, corola azul­
violácea, 4 estames, o lábio superior em forma de elmo e o inferior 
trilobado, espigas providas na base de brácteas compridas e contíguas às
folhas superiores. Cheiro levemente aromático. Partes utilizadas: planta
inteira, sem a raiz

(Junho­Outubro); secagem à sombra em local

bem arejado.
O Componentes: tanino, vestígios de lípidos e

de essências, princípios amargos e resinosos
O Propriedades: acistringente, cicatrizante, detersivo, vulnerário. U. 
I., U. E. Ver: anginas, boca, diarreia, ferida, hemorróidas.
Erva­formigueira

Chenopodium ambrosioides L. (sensu lato) Ambrósia­do­méxico, chá­do­
méxico, quenopódio,

erva­formiga Bras.: erva­de­santa­maria

Quenopodiáceas

No século XVII, os Jesuítas importaram do México a erva­formigueira para
cultivá­la como sucedâneo do chá; algumas pessoas preferem­na ao chá 
verdadeiro. Pode associar­se à menta ou à quina. É uma planta muito 
aromática com perfume a cânfora e caule avermelhado. Sob as folhas 
encontram­se pequenas glândulas amarelo­douradas que exalam um agradável
perfume a erva­cidreira. Existe uma espécie americana afim, a

Chenopodium ambrosioides L., ssp. anthelininti(­u@n, com odor muito 
desagradável, que constitui um vermífugo poderoso. Devido à sua elevada 
toxicidade, é muito importante saber diferenciá­la da erva­formigueira. 
O seu caule é mais viloso, atingindo facilmente
1 m de altura; porém, a maioria das vezes basta cheirá­la para evitar 
qualquer confusão. Outrora, empregava­se a erva­formigueira para tratar 
as perturbações nervosas, histeria e algumas doenças de peito mal 
definidas.

No Sul de França, fabrica­se com a ambrósia um licor denominado moquine,
em homenagem ao sábio, poeta e naturalista occitano Alfred Moquin­
Tandon.

Habitat: zonas temperadas da Europa Meridional; em todo o território 
português, solos arenosos, entulhos; até 300 m. Identificação: de O,30 a
O,60 m de altura. Anual ou vivaz, caule erecto com estrias verdes, 
frequentemente vermelho e pubescente na base, ramificado; folhas 
obovadas inteiras ou com dentes irregulares e compridos, tendo na página
inferior glândulas com essência; flores esverdeadas (Julho­Outubro), em 
panículas, com folhas pouco visíveis, perianto com divisões e 6 estames;
fruto com 1 semente brilhante, castanha. Cheiro aromático e canforado.

Partes utilizadas: sumidades floridas, folhas secas.
O Componentes. óleo essencial que contém escaridol, saponósido O 
Propriedades: antiespasmódico, digestivo, emenagogo, tónico, vermífugo. 
U. 1. Ver: asma, menstruação, parasitose, pulmão.
Erva­sofia

Descurainia sophia (L.) Web.

Sofia­dos­cirurgiões

Crucíferas

Esta crucífera com um bonito nome cresce ao longo dos caminhos e entre 
os entulhos; necessita de grande quantidade de azoto, pelo que procura 
os locais habitados. Assim, é muito frequente observar a erva­sofia, que
se introduz no interior das povoações, nas

ruas, nas praças e nos pequenos jardins. Esta grande planta verde 
apresenta reflexos cinzentos devido aos pêlos curtos que a cobrem 
totalmente.

Muito apreciada outrora, com a designação de sofia­dos­cirurgiões, 
devido à acção eficaz das suas folhas frescas contusas na cicatrização 
das chagas e feridas de guerra, a erva­sofia tratava também as 
diarreias, as cólicas e os soluços. Era ainda muito apreciada pelas 
damas atenienses e romanas, pois tornava as peles sedosas e sem defeito.
A receita para obter o resultado desejado consistia na aplicação sobre o
rosto, durante quatro noites consecutivas, de uma máscara preparada com 
as folhas esmagadas. Actualmente, esta planta dos terrenos baldios foi 
suplantada por complexos tratamentos muito mais dispendiosos, mas nem 
sempre mais eficazes. As sementes têm um sabor acre e ardente, 
semelhante ao da semente da mostarda­negra.

Habitat: Europa, caminhos, terrenos baldios; espontânea em Portugal, em 
locais pedregosos e muros da bacia do Douro e alto Tejo; até
2000 m. Identificação: de O,30 a O,80 m de altura. Anual, caule erecto, 
descorado, verde­acinzentado, com pêlos estrelados, folhoso e ramoso; 
folhas verde­acinzentadas, profundamente divididas em lóbulos lineares 
muito finos; flores amarelo­claras (Abril­Setembro), pequenas, em cachos
terminais, 4 sépalas, 4 pétalas mais curtas e 6 estames; síliqua 
estreita, arqueada, erecta sobre os pedicelos afastados do eixo,

abrindo­se em 2 valvas trinérveas, sementes amarelas, lisas, 
unisseriadas e comprimidas. Inociora; sabor acre e picante. Partes 
utilizadas: planta sem a raiz e sementes.
O Componentes: derivados sulfurados O Propriedades: acistringente, 
vermífugo, vulnerário. U. L, U. E. V Ver: diarréia, ferida, pele.
escórdio *//* FALTAM OS OUTROS NOMES

Por vezes completamente submerso na água, o escórdio é uma planta 
herbácea e acetinada que enraíza no fundo dos pântanos e das valas, bem 
como nos prados húmidos. Teofrasto já o denominava Skordion, da palavra 
@_1reL,a skorodon, alho, devido ao cheiro aliáceo que as suas folhas 
exalam quando amachucadas entre os dedos. Muito famosa outrora, esta 
planta gozou da fama, provavelMente injustificada, de impedir a 
putrefacçao, fazia parte, juntamente com várias dezenas de outras 
plantas, carne de víbora e

Habitat: Europa Ocidental, Central e Meridional; valas, prados húmidos e
pantanosos; em Portugal, frequente nos locais húmidos do Minho ao 
Algarve; até 1000 m.

Identificação: de O,10 a O,20 m de altura. Vivaz, caule verde, matizado 
de uma cor violácea, viloso, acetinado, herbáceo e muito ramoso; folhas 
verde­ aci nzentadas, macias, vilosas, sésseis, oblongas e serradas; 
flores cor de púrpura ou violáceas (Ju nho­ Setembro), solitárias ou 
agrupadas de 2 a 6 na axila das folhas, ao longo do caule, cálice 
viloso, gilboso e com
5 dentes praticamente iguais; fruto castanho

Ossos de animais, da composição da famosa triaga de Veneza, que, segundo
se supunha, era um antídoto para grande número de doenças. Fracastório, 
no século xi, incluiu a planta no seu Electuário Diascordio, a qual, 
julgava­se, podia curar a peste. Presenteinente, a utilidade do escórdio
é muito mais

modesta. A planta deve ser utilizada fresca e

enquanto conserva o cheiro a alho. Em al­ ,,uns países serve para tingir
as lãs de verdecom a adição de sulfato de ferro consegue­se um belo 
verde­azeitona.

quando maduro, reticulado; estolhos que apresentam pequenas folhas, raiz
implantada no

lodo. Cheiro aliáceo; sabor aliáceo e amargo. Partes utilizadas: 
sumidades floridas (Junho­Setembro), folhas. o Componentes: princípio 
amargo, colina, tanino, essência O Propriedades: febrífugo, tónico, 
vulnerário. U. L, U. E. + Ver: astenia ,úlcera cutânea.

145
Escrofulária­nodosa

Scrophularia nodosa L.

Bras.: betônica­aquática

Escrofulariáceas

As escrofulárias pertencem à mesma família da graciosa e das belíssimas 
dedaleiras. Como estas plantas, contém substâncias que actuam sobre o 
coração; é, no entanto, conveniente não ultrapassar as doses. A planta, 
aliás, não estimula quaisquer excessos, pois, ao ser amachucada entre os
dedos, exala um cheiro repugnante; ingerida em doses elevadas provoca 
vómitos e violentas diarreias. A escrofulária­nodosa gozava outrora da 
fama de curar os tumores ganglionares crónicos da tuberculose. No século
XIX, ap,ós a descoberta da acção hipoglicemiante da raiz, a

planta foi incluída na lista dos medicamentos antidiabéticos. De entre 
as inúmeras escrofulárias medicinais outrora conhecidas, a flora 
portuguesa possui também a erva­das­escaldadelas, ou escrofulária, 
Scrophularia aquatica L. É uma planta vivaz, muito verde e robusta, com 
caule oco, glabro, com ângulos agudos e estreitamente alados, folhas com
bordos crenados e raiz desprovida de nós. Trata as mesmas doenças, 
aliviando­­as de modo semelhante, e a sua utilização deve ser igualmente
moderada.

­Habitat: Europa, excepto, na região mediterrânica, florestas húmidas; a
Scrophularia aquatica L. surge em quase todõ­o País; até 1800 m. 
Identificação: de O,60 a 1,50 m de altura. Vivaz, caule duro, compacto e
quadrangular; folhas simples, opostas, ovais, pontiagudas, cordiformes, 
truncadas na base, glabras, serradas; flores castanho­esverdeadas 
(Junho­Setembro), pequenas, em panículas terminais frouxas, 5 sépalas 
ovais com bordos frisados, coroIa bilabiada, sendo o lábio superior 
erecto com
2 lóbulos e o inferior mais curto, 4 estames e 1 estaminódio soldados à 
corola; cápsula ovóide,

pontiaguda, bivalve e sementes pequenas; rizoma volumoso, nodoso e 
castanho­acinzentado. Cheiro desagradável; amargo. Partes utilizadas: 
rizoma, sumidades floridas secas, folhas frescas. *Componentes: 
saponósidos, heterósidos, derivados antracénicos, ácidos paimítico, 
butírico e málico, vitamina C, alcalóide O Propriedades: cicatrizante, 
colerético, depurativo, diurético, hipoglicemiante, vulnerário. U. I., 
U. E. + V Ver: dartro, diabetes, diurese, edema, fígado, furúnculo, 
hemorroidas, sarda, sarna.

146
Espinheiro­cerval

Rhamnus cathartica L. Escambroeiro, espinha­cervina, espinha­de­veado,

espinheiro­cambra

Ramináceas

Este arbusto de porte irregular e frondoso, com ramos terminados em 
espinhos, desenvolve­se nas sebes e nos bosques. As folhas são opostas 
ou aparentemente opostas, largas e com nervuras arqueadas. As flores são
pouco visíveis devido às suas pequenas dimensões e à sua cor verde­
amarelada; os frutos são drupas negras quando maduros. Segundo uma 
antiga tradição, a coroa de espinhos de Cristo foi feita com ramos de 
escambroeiro; porém, segundo outras versões, tratar­se­ia de arbustos 
ainda mais espinhosos. Desconhecido na Antiguidade como

planta medicinal, o espinheiro­cerval é mencionado no século XVI como 
purgativo. Com as suas drupas fabrica­se, há muitos séculos, um xarope, 
medicamento purgativo, actualmente utilizado sobretudo em veterinária e

aconselhado por Alibert *aos homens robustos, difíceis de cornover+; é, 
na verdade, um medicamento violento ao qual se deve preferir uma planta 
da mesma família, o amieiro­negro. A sua madeira é utilizada no fabrico 
de pequenos objectos torneados e no trabalho de embutidos. Dos frutos, 
tratados com cal ou alúmen, extrai­se uma matéria corante.

O Respeitar as doses; não utilizar a casca antes de decorridos 2 anos de
conservaçao. Habitat: Europa, excepto no litoral do mar do Norte, 
florestas, matas, sebes, todos os terrenos; em Portugal, na Beira 
interior; até 1200 M.

Identificação: de 2 a 4 m, por vezes de 5 a
6 m, de altura. Arbusto; ramagem muito irregular, ramos espinhosos, 
cobertos por uma casca castanho­escura e lisa quando jovem, mais tarde 
fendida; folhas quase opostas, de 2 a

5 cm de largura e de 3 a 6 cm de comprimento, delicadamente serradas, 
com nervuras arqueadas e salientes, estipuladas; flores verde­amareladas
(Abril­Junho), pequenas, unissexuadas ou hermafroditas, na axila dos 
ramos jovens ou das suas primeiras folhas, 4 sépalas,
4 pétalas, 4 estames; drupas com 3 a 4 caroços enrugados. Cheiro 
nauseabundo (drupa); sabor adocicado e em seguida amargo (drupa). Partes
utilizadas: casca, fruto maduro (Setembro­Outubro), suco. o Componentes:
derivados antracénicos, heterósidos, vitamina C O Propriedades: 
depurativo, diurético, laxativo, purgativo, revulsivo. U. L, U. E. + O 
Ver: intestino.
Estaque

a) Stachys palustris L. b) Stachys silvatica L.

Labiadas

São plantas rústicas difundidas em toda a Europa. 0 nome de género, que 
alude à forma da sua inflorescência, deriva da palavra grega stakhy, 
espiga. Existem várias espécies de Stachys: algumas aclimatam­se nos 
pântanos e nas matas húmidas, como a Stachys palustris, com flores cor­
de­rosa manchadas de branco; outras, como a Stachys silvatica, com 
flores cor de púrpura e mau cheiro, preferem os terrenos mais secos. Em 
Portugal, encontram­se as duas espécies: a S. palustris, nos pântanos e 
vales da Beira Litoral; a S. silvatica, nas sebes e vales da região de 
Bragança.

São plantas pubescentes que atingem facilmente 1 m de altura e cujos 
caules angulosos apresentam na extremidade uma delicada inflorescência. 
Os carneiros e as cabras apreciam­nas como pastagem e são frequentemente
visitadas pelas abelhas.

Algumas delas têm propriedades alimentares devido às suas raízes 
carnudas e outras são medicinais. Efectivamente, a Stachys palustris é 
utilizada do mesmo modo que o marroio, pois tem uma acção 
antiespasmódica idêntica. É também um emenagogo, sendo geralmente 
aplicada no tratamento das perturbações da menopausa.

Habitat: a) Europa, excepto na região mediterrânica, locais húmidos; b) 
Europa, rara na região mediterrânica, bosques húmidos; em Portugal, 
existem as duas espécies; até 1400 m. Identificação: de 0,40 a 1 m de 
altura. Vivazes, caules com folhas pubescentes, folhas verdes: a) 
largas, cordiformes, pecioladas, b) dentadas, viloso­pubescentes, 
sésseis, tendo as inferiores um pecíolo curto; flores: a) cor­de­rosa­
claras salpicadas de branco, b) cor de púrpura­escura (Junho­Setembro), 
em espiga de verticilos folhosos: a) de 4 a 8 flores, b) de 3 a
6 flores, cálice viloso, a) 5 dentes iguais pican­

tes, b) glandulosos com dentes triangulares, corola com o dobro do 
comprimento, 4 estames; carpelos ovóides, pretos; toiça grossa, carnuda,
de onde crescem renovos. Cheiro: a) fétido, b) inodoro; sabor amargo. 
Partes utilizadas: sumidades floridas (Junho­Setembro).
0 Componentes: óleo volátil 0 Propriedades: a) antiespasmódico, 
diurético; b) antiespasmádico, emenagogo, sedativo. U. 1. + Ver: 
acufenos, espasmo, menopausa, menstruação.
Eucalipto

Eucalyptus globulus LabiII.

Bras.: eucaliptus

Mirtáceas

Existem no Mundo cerca de 600 espécies de eucaliptos, das quais 50 se 
aclimataram na bacia mediterrânica. Originário da Tasmânia, onde chega a
atingir 100 m de altura, o E. globulus foi introduzido na Europa nos
meados do século XIX com vista ao saneamento das regiões pantanosas. 
Efectivamente, as suas longas e sedentas raízes possibilitaram a 
drenagem destes solos. Além disso, esta árvore robusta é muito apreciada
devido

ao seu rápido crescimento, ao seu cheiro aromático e à aversão que a sua
presença provoca nos insectos.

As longas folhas falciformes dos ramos

mais velhos são de preferência utilizadas para fins medicinais, pois as 
folhas jovens são menos ricas em essência. De entre os componentes 
activos detectados nesta essência, um dos mais enérgicos é o euc­
aliptol, que faz parte de inúmeras preparações farmacêuticas, como 
pastilhas, xaropes, cál Ias, soluções injectáveis, supositórios e 
dentifrícios. Como a colheita das folhas se efectua no Verão, é apenas 
necessário, para que

as suas propriedades não se alterem, secá­las e conservá­las em frascos 
de vidro.

Habitat: bacia mediterrânica; cultivam­se em Portugal numerosas 
espécies; até 1000 m. Identificação: de 25 a 35 m de altura. Árvore; 
tronco direito, casca lisa acinzentada e lenho avermelhado; folhas das 
árvores jovens e dos rebentos da base oposta sésseis, claras e cerosas; 
folhas das árvores mais velhas alternas, falciformes, pecioladas, 
planas, pendentes, brilhantes; flores esbranquiçadas (Maio­Julho), 
cálice quadrangular encimado por um opérculo coriáceo que se destaca 
pela base após a fioração e numerosos estames formando um penacho; 
cápsula glauca, dura, angulosa, verrugosa, com 4 lóculos, que contêm 
numerosas sementes escuras. Cheiro activo extremamente aromático, sabor 
amargo e aromático. Partes utilizadas: folhas adultas (Junho­Setembro).
O Componentes: tanino, essência, resina O Propriedades: acIstringente, 
anti­séptico, aperitivo, bactericida, estimulante, febrífugo. U. I., LI.
E. + O Ver: asma, banho, boca, bronquite, cabelo, desinfecção, epidemia,
estômago, febre, feri­ da, gripe, insectos, sinusite.

149
Eufrásia

Euphrasia officinalis L. (sensu lato)

Consolo­da­vista

Escrofulariáceas

Existem numerosas espécies de eufrásias cuja maioria é tropical, se bem 
que se encontrem algumas nos climas europeus. De entre estas, destaca­se
a Euphrasia officinalis, conhecida por consolo­da­vista, que se 
desenvolve nas montanhas e nas pastagens até aos limites das neves 
eternas. A espécie E. officinalis subdivide­se, por sua vez, em diversas
variedades que se diferenciam pela forma do caule, pelo tamanho da flor 
e pela presença ou inexistência de glândulas; estas pequenas e delicadas
plantas cobertas de flores brancas raiadas de cor de violeta são 
parasitas de outras plantas, das quais se alimentam. Em grego, o nome 
genérico euphrasia significa alegria; assim, parece evidente que a 
utilização da eufrásia provoca júbilo. Como os fidalguinhos, é um 
*quebra­óculos+, já celebrado na Idade Média por Santa Hildegarda; o seu 
efeito analgésico e anti­inflamatório nos olhos irritados e 
lacrimejantes é incontestável. Toda a planta tem aplicações medicinais: 
além das infusões e decocções, existem numerosas preparaçoes 
laboratoriais, como a alcoolatura, o hidrolato e a tintura, sendo esta 
muito utilizada nos Estados Unidos, por deter o incómodo fluxo nasal 
provocado pelas constipações.

Habitat: Europa, prados, relvados, charnecas; em Portugal, nos lameiros 
da região de Vimioso encontra­se a E. hirtella Jord com pêlos 
glandulosos, os quais, segundo alguns autores, contêm os constituintes 
activos; até 3000 m. Identificação: de O,05 a O,30 m de altura. Anual, 
caule erecto, ramificado; folhas verde­acinzentadas, opostas, sésseis, 
ovadas, serradas e glandulosas; flores brancas maculadas de cor de 
violeta com o centro amarelo (Julho­Outubro), em cacho terminal, 
folhoso, corola com 2 lábios, tendo o inferior 3 lóbulos chanfrados e o 
superior em forma de elmo, tubo

que ultrapassa o cálice glanduloso e 4 estames; cápsula achatada, pilosa
e numerosas sementes; raiz provida de sugadores que se prendem às raizes
das plantas próximas. Sabor amargo e acre. Partes utilizadas: planta 
inteira (Julho­Outubro); secagem rápida.
O Componentes: óleo essencial, tanino, heterósido, resina, pigmento O 
Propriedades: adstringente, analgésico, anti­inflamatório. U. L, U. E. +
Ver: blefarite, boca, conjuntivite, constipação, faringite, oftalmia, 
olhos, terçolho.
evónimo *//* FALTAM OS PRIMEIROS NOMES

Constituído por minúsculas flores e folhas, que, no Outono, adquirem 
bonitas tonalidades vermelhas.

A toxicidade dos seus frutos parece ter sido conhecida pelos Antigos, 
pois, mesmo ignorando as suas virtudes medicinais, obstinaram­se em 
descrever os sintomas do envenenamento causado pela sua ingestão e o

modo de tratamento. Actualmente, o evónimo só é utilizado em uso interno
por receita médica. O uso externo restringe­se a uma fricção com frutos 
do evónimo para tratar a

sarna e a uma pomada caseira confeccionada

com o pó das sementes para matar piolhos. Da madeira carbonizada num 
recipiente fechado resulta o carvão para desenhar.

O Toda a planta é tóxica; utilizar apenas em uso externo. Habitat: 
Europa, sebes, matas, margens dos cursos de água; em Portugal, encontra­
se sobretudo em Trás­os­Montes. Identificação: de 2 a 4 m de altura. 
Arbusto; casca lisa, esverdeada, ramos jovens quadranguiares; folhas 
opostas, ligeiramente pecioladas, lanceoladas, serradas, azul­
esverdeadas na página inferior, amarelas ou vermelhas no Outono e 
caducas; flores verde­claras (Maio­Junho), reunidas de 2 a 5 em falsas 
umbelas com pedúnculo erecto na axila das folhas do

ramo florífero, de 4 a 5 sépalas, pétalas e estames; cápsula cor­ d e­ 
rosa­ coral, carnuda, com 4 a 5 lóculos que contêm de 4 a 5 sementes 
amarelo­alaranjadas. Cheiro nauseabundo e

desagradável; sabor acre. Partes utilizadas: sementes, folhas.
O Componentes: tanino, lípidos, ácidos orgânicos, pigmentos, vitamina C,
alcalóides O Propriedades: colagogo, detersivo, emético, insecticida, 
purgativo. U.E. O Ver: ftiríase, sarna, úlcera cutânea.

151.
Faia

Fagus silvatica L.

Faia­europeia

Fagáceas

As faias surgiram sobre a Terra na era terciária com o arrefecimento do 
clima e o desenvolvimento da humidade. Povoam as regiões temperadas 
frias do hemisfério norte, a cujas chuvas e brumas se aclimataram. Nas 
montanhas, crescem junto às coníferas ou ainda a maiores altitudes, 
formando então singulares bosquetes violentamente agitados pelos ventos.
Com grande frequência reunidas em florestas de altitude onde podem viver
três séculos, as grandes faias, de formas harmoniosas, abrem serenamente
a sua folhagem em copas ovóides e densas. A sua sombra refrescante foi 
cantada pelos poetas. *Feliz Títiro, assim deitado sob uma

grande faia, compões árias campestres com

a tua graciosa flauta pastoril+, escreve Virgílio no primeiro verso das 
Bucólicas; porém, esta sombra é fatal para toda a vegetaçao herbácea, e,
sob os seus ramos frondosos, a faia ocupa inequivocamente o seu

lugar, aniquilando rapidamente as anémonas, as primaveras e as aspérulas
que se

desenvolvam junto ao pé no início da Primavera.

O Não ingerir grande quantidade de frutos; não dar aos cavalos o bagaço 
dos frutos após a extracção do óleo. Habitat: Europa, excepto na regiã o
mediterrânica, solos frescos e profundos; até 1700 m. Identificação: de 
35 a 40 m de altura. Árvore; tronco erecto, cilíndrico até 20 m antes da
ramificação, casca lisa, verde­escura quando jovem e depois acinzentada;
folhas verde­claras, mais claras na página inferior, brilhantes, 
inteiras, ovais e pontiagudas, com nervuras rectilíneas e bordos 
ondulados providos de pêlos sedosos; amentilhos esbranquiçados

(Abril­Maio), monóicos, pedunculados, sendo

os femininos erectos, com 2 a 3 flores inseridas em 1 invólucro e ovário
com 3 lóculos; fruto trígono, oleoso, castanho, em grupos de 2 a
3 numa cúpula coriácea com espinhos flexíveis. Partes utilizadas: casca 
dos ramos com 2 a 3 anos (Fevereiro), lenho.
O Componentes: tanino (casca), creosota (lenho) O Propriedades: 
acistringente, anti­séptico, aperitivo, febrífugo. U. L, U. E. + o Ver: 
boca, desinfecção, febre, pulmão.
Faia­preta

Populus tremula L. Choupo­tremedor

Salicáceas

A faia­preta reconhece­se pelo seu tronco
claro e liso, pela sua copa graciosa, pelas suas folhas arredondadas que
vibram incessantemente ao menor sopro de ar. É uma espécie que dá 
preferência aos solos húmidos e às areias das planícies, mas suporta 
igualmente a aridez e os solos pedregosos. Nas montanhas, a árvore tem 
um desenvolvimento limitado em altura; as suas raízes penetram então 
profundamente nas fendas dos rochedos, e quando encontram um obstáculo, 
contornam­no ou elevam­se para se

expandir à superfície da terra.

Esta árvore multiplica­se e desenvolve­se rapidamente; porém, o tronco 
engrossa pouco, e cerca dos 50 anos torna­se oco. A madeira, desprovida 
de cerne, é macia e branda, sendo utilizada para o fabrico de fósforos e
papel; os pequenos roedores das florestas apreciam a sua saborosa casca.
A faia­preta suporta bem o frio, sendo possível encontrá­la nas 
proximidades do cabo Norte; a

árvore vive cerca de 100 anos.

A medicina recorre às propriedades adstringentes e anti­sépticas da 
casca e das folhas. Os Antigos já a conheciam. A faia­preta é o Cercis 
citado por Teofrasto, filósofo e

botânico grego do século iv a. C. Os Latinos, que a supunham originária 
da Líbia, chamavam­lhe choupo­líbio.

Habitat: Europa, florestas húmidas, margens dos rios; cultivada, 
subespontânea e espontânea, pouco frequente nas margens dos rios do 
Norte e Centro de Portugal; até 2000 m.

Identificação: de 20 a 30 m de altura. Árvore; tronco cilíndrico, casca 
cinzenta, lisa, fendendo­se depois em losangos; ramos patentes, gemas 
cobertas de escamas imbricadas e viscosas; folhas extremamente móveis, 
cinzento­esverdeadas, claras na página inferior, glabras, arredondadas, 
sinuosas, com pecíolo comprido, frágil e achatado; flores acinzentadas 
(Março­Abril), em grandes amentilhos dióicos, pendentes, formados por 
escamas incisas, celheadas, contendo os masculinos 8 estames vermelhos e
os femininos 4 estigmas cor de púrpura em cruz; cápsula glabra, ovóide, 
numerosas sementes com pêlos; raizes superficiais invasoras. Sabor 
amargo. Partes utilizadas: casca, alburno, folhas frescas.
O Componentes: heterósido, sais minerais, tanino, vitamina C O 
Propriedades: anti­inflamatório, anti­séptico, febrífugo. U. L, U. E. + 
Ver: cistite, escorbuto, febre, ferida.
Favária­maior

Sedum telephium L., ssp. purpureum Unk

Erva­dos­calos, favária­vulgar, teléfio

Crassuláceas

Cicatrizante, a bela favária­maior é uma planta suculenta com folhas 
carnudas repletas de um líquido transparente e insípido. Durante todo o 
Verão a planta exibe as suas pequenas flores de cores diferentes 
consoante as variedades: nesta página está representada a 
subespéciepurpureum, com flores cor de púrpura. A favária­maior utiliza­
se do mesmo modo que o saião.

As preparações destinadas a uso externo assemelham­se mais a receitas 
culinárias do que a fórmulas fitoterapêuticas; as folhas podem ser 
moídas com sal e vinagre, cozidas em leite ou ainda maceradas em óleo; é
o doce de favária dos ervanários. Da raiz, cozida em banha, faz­se um 
puré e sopas.

Existem outras espécies do género Sedum, entre as quais se salienta a 
pequena vermiculária, ou uva­de­cão, Sedum acre L., que cobre com o seu 
espesso manto os muros em

ruínas. Esta crassulácea identifica­se pelos caules folhosos, pelas 
flores em forma de estrela de um amarelo intenso e pelo sabor picante; o
seu suco destrói os calos e calosidades.

Habitat: Europa, especialmente nas regiões setentrional e central, 
terrenos baldios; surge nos locais áridos e pedregosos da Beira Alta e 
Estremadura; até 1800 m. Identificação: de O,30 a O,60 m de altura. 
Vivaz, caule erecto, duro, glabro, ligeiramente ramoso; folhas alternas 
ou opostas, sésseis, planas, polposas, ovais, ligeiramente dentadas; 
flores cor de púrpura nesta variedade, esbranquiçadas, amarelo­ 
esverdeadas ou rosadas noutras variedades (Ju nho­ Setembro), reunidas 
em corimbos, 5 sépalas curtas, 5 pétalas, 10 estames, 5 carpelos, 
sementes pequenas; rizoma robusto, curto, raizes frequentemente 
engrossadas. lnodora; sabor doce (folhas) e acre (raiz). Partes 
utilizadas: suco fresco, todas as partes da planta seca, folhas frescas 
ou conservadas em óleo; secagem difícil.
O Componentes: sais minerais, telefiósido, tanino, mucilagem, açúcares O
Propriedades: acistringente, detersivo, emoliente, vulnerário. U. E. 
Ver: calo, calosidade, contusão, dartro, ferida, greta, hemorroidas, 
queimadura, verruga.

154
Fel­da­terra

Erythraea centaurium Pers.

Centáurea­merior Bras.: chá­porrete

Gencianáceas

Ao considerar os nomes eruditos e vulgares do fel­da­terra, facilmente 
se deduzem as suas múltiplas aplicações: planta cicatrizante, ajudou, 
segundo a lenda, o centauro Quíron a curar a ferida de um pé, causada 
por inadvertência, a Hércules. Em uso interno é tónica e febrífuga. 
Conhecida por Dioscórides e Plínio, muito apreciada pelos Gauleses, 
cultivada durante toda a Idade Média, mantém­se extremamente popular nos
meios rurais, onde é com frequência utilizada como sucedâneo da 
genciana; entra na composição de alguns aperitivos; devido ao seu

acentuado sabor amargo, devem adicionar­se­lhe, nas tisanas, plantas de 
sabor mais agradável.

Nas regiões atlánticas é, por vezes, substituída pela centáurea menos 
perfolhada, Chlora perfoliata L., menos amarga, de porte mais humilde, 
flores de um amarelo intenso e folhas verde­claras aproximadamente do 
tamanho dos entrenós.

Para preservar a linda cor­de­rosa­clara das flores do fel­da­terra, 
estas devem ser

secas em pequenos sacos de papel. Conservadas depois em frascos de vidro
herméticos, mantém durante muito tempo o seu

aspecto agradável e as suas propriedades.

O Não exagerar: em doses elevadas é irritante p para o tubo digestivo 
Habitat: Europa, bosques, charnecas; frequente em Portugal, nos matos, 
bosques, pastagens, outeiros secos; até 1400 m. oNaoexag er a’aotubod 
Habital.Europ te emPortug gensoute,ros Identificação: de O,10 a O,50 m 
de altura. Biena], caule frágil, glabro, quadrangular, ramos erectos no 
vértice e muito floridos; folhas verde­claras, as basais em roseta, 
obovadas, as caulinares mais pequenas, opostas, oblongas, e as 
superiores lineares; flores cor­de_  rosa (J u nho­ Setembro), 
curtamente pediceladas, em corimbo denso, umbeliforme, cálice tulbuloso,

corola tubulada com 5 pétalas, 5 estames, anteras enroladas em espiral; 
cápsula com numerosas sementes. Cheiro suave; sabor muito amargo. Partes
utilizadas: caules, sumidades floridas (junho­Agosto). o Componentes: 
princípios amargos, resina O Propriedades: aperitivo, carminativo, 
colerético, depurativo, estomáquico, febrífugo, tónico, vermífugo. U. 
I., U. E. + Ver: apetite, cabelo, convalescença, diarréia, febre, ferida
Feto­macho

Dryopterisfilix­mas (L.) Schott

Dentebrura, fento­macho

Polipodiáceas

0 belíssimo feto­macho não pertence ao

sexo masculino, do mesmo modo que o feto­fêmea não é uma planta 
feminina. Distinguem­se nos bosques devido ao porte das frondes, 
vigoroso e viril no primeiro, elegante e delicado no segundo. 0 ciclo de
re­

rodução comum a todos os fetos realiza­se em duas fases. É surpreendente
ver surgir na Primavera ao nível do solo os tenros rebentos do feto­
macho em báculo e admirar a sua transformação em poucas semanas em 
feixes de admiráveis frondes. Seria difícil imaginar que as filas 
paralelas com manchas azuladas e salientes, visíveis em cada uma das 
divisões das folhas, são os reservatórios de esporos, sobre os quais se 
apoia todo o futuro da planta. Efectivamente, no fim do Verão, a 
membrana dos esporângios abre­se, espalhando milhares de esporos pelo 
solo. Se as circunstâncias são propícias, o esporo geriiiina, dando uma 
plântula portadora de elenientos sexuais aptos a dar origem a um futuro 
feto. 0 rizoma é utilizado em medicina desde a mais remota antiguidade 
como antiparasitário, pois contém uma substância que intoxica e paralisa
a ténia, facilitando a sua expulsão.

Q Não administrar a crianças; não ultrapassar as doses; não ingerir 
álcool durante o tratamento. Habitat: Europa, excepto nas montanhas a 
grande altitude, matas, em Portugal, no Norte e no Centro, em locais 
húmidos e sombrios; até
1600 m. Identificação: de 1 a 1,40 m de altura. Vivaz, frondes 
compridas, que atingem mais de 1 m, em tufo, e quando jovens em forma de
báculo, duplamente divididas em pínulas obtusas, ligeiramente dentadas, 
lanceoladas e terminadas em ponta; soros (Junho­Setembro), na página

inferior, alinhados em 2 fileiras, próximas da nervura; rizoma 
acastanhado, esbranquiçado no interior, horizontal, espesso, com raizes 
pretas. Cheiro característico. Partes utilizadas: rizoma, folhas (todo o
ano para utilização imediata e no Outono para conservação); limpeza sem 
água, secagem à sombra, ao ar livre.
0 Componentes: filicina 0 Propriedades: antiparasitário, detersivo, 
vermífugo. U. I., U. E. + kri Ver: ferida, gota, parasitose, pé, 
reumatismo.
Feto­real

Osmunda regalis L.

Fento­real

Osmundáceas

Apesar da designação de feto­florido que lhe é atribuída, o feto­real, 
como todos os outros fetos, não dá flores, merecendo, no entanto, a 
denominação de real devido ao seu magnífico porte. Da sua toiça, 
obliquamente implantada na turfa ou nas margens lodosas, nasce todos os 
anos, na Primavera, um pequeno feixe de croças claras, frágeis como fios
de vidro, que se desenrolam lentamente; porém, as frondes libertam­se 
progressivamente e algumas delas, depois de desenroladas, atingem 2 m de
comprimento, enquanto outras se curvam de novo delicadamente em direcção
ao solo. No fim do período de crescimento, surgem por vezes 
surpreendentemente, na extremidade de algumas delas, grandes espigas de 
cor bege­rosada, que se podem confundir com flores

e que são, no entanto, as folhas férteis; estas estão cobertas de 
esporângios que, no momento preciso, se abrem em duas valvas para 
libertar os esporos.

O rizoma do feto­real é adstringente, diurético, purgativo e vulnerário.
Em alguns meios rurais de França conserva­se o costume de encher com as 
magníficas folhas do feto­real os colchões das camas das crianças débeis
e dos doentes de reumatismo.

Habitat: Europa, pântanos e turfeiras; em Portugal, nos locais húmidos 
do Minho ao Algarve; até 1500 m. Identificação: de O,60 a 2 m de altura.
Vivaz, caule subterrâneo; frondes enroladas em báculo, robustas, verde­
avermelhadas, em seguida erectas, abertas, verdes, em moitas, pecíolos 
robustos, limbo glabro, duplamente dividido em folíolos inteiros ou 
delicadamente denticulados e praticamente opostos, arredondados no 
vértice, truncados obliquamente ou auriculados na base, pecíolos 
secundários com frondes férteis diferenciadas numa comprida panícula 
terminal castanha coberta por esporângios globulosos, tetraédricos, que 
se abrem em 2 vaivas iguais, e esporos globulosos; rizoma oblíquo, 
espesso, volumoso e provido de raizes. Partes utilizadas: rizoma e 
folhas; colher no fim do Verão, lavar, secar rapidamente no forno, 
conservar ao abrigo do ar.
O Componentes: tanino O Propriedades: acistringente, diurético, 
purgativo, tónico, vulnerário. U. L, U. E. Ver: diurese ,ferida, 
litíase, raquitismo, reuma tismo.

157
Ficária

Ficaria ranunculoides Roth.

Celi dónia­ menor, queledónia­rnenor, erva­hemorroidal, ervas ­das­
hemorrói das

Ranunculáceas

A ficária é muito vulgar na Europa, nos bosques e nos vales húmidos, 
onde se abriga frequentemente junto às sebes. É uma planta vivaz cujas 
flores estreladas, de um amare­

lo­brilhante, desabrocham a partir do mês de Março e cujas folhas se 
assemelham, se bem que mais claras e delicadas, às da hera. Os 
tubérculos asseguram a reprodução vegetativa, pois a maioria das flores 
é estéril. 0 nome da ficária deriva da palavra latinaficus, figo, 
provavelmente evocando o aspecto dos seus pequenos tubérculos de alguns 
centímetros de comprimento. Evoca possivelmente também a acção benéfica 
da planta sobre as volumosas verrugas dos bovinos, ou o seu efeito 
descongestionante sobre as

hemorróidas, conhecido desde o século Xvii. A ficária contém substâncias
venenosas, pelo que deve ser sempre utilizada com muita prudência; a 
raiz destina­se apenas ao uso

externo e, no caso de se ingerirem as folhas cruas, como é hábito em 
alguns meios ru­

rais, estas devem ser colhidas jovens, antes da floração.

0 Consumir apenas as folhas muito jovens e recentemente colhidas. 
Habitat: Europa, florestas, moitas, prados húmidos; frequente em 
Portugal, distribuída por quase todo o País, nos matos, sebes e campos; 
até 1600 m. Identificação: de 0,10 a 0,30 m de altura. Vivaz, caule 
prostrado, glabro, mole, oco, com folhas frequentemente com bolibilhos 
nos nós inferiores; folhas de um verde intenso, brilhantes, cordiformes,
inteiras, crenadas, nervadas, com compridos pecíolos invaginantes; 
flores amarelo­ brilhantes (Março­Abril), isoladas, pe­

dúnculo comprido, erecto e esbranquiçado, cálice com 3 sépalas verde­
amareladas, corola com 6 a 12 pétalas estreitas com nectários; aquénio, 
tubérculos alongados e intumescidos. Sabor acre e picante. Partes 
utilizadas: tubérculo (após a floração), suco fresco, folhas (antes da 
floração), secagem à sombra.
0 Componentes: óleo essencial, saponósido, vitamina C 0 Propriedades: 
analgésico, anti­inflamatório. U. L, U. E. + Ver: hemorroidas.
Fidalguinhos

Centaurea cyanus L. Locos­dos­jardins, saudades, loios, ambretas,

fidalguinhos­dos­jardins Bras.: escovinha, centáurea­azul, cinerária, 
centáurea,

sultana

Compostas

Os fidalguinhos pertencem ao género Centaurea, do qual apenas algumas 
espécies possuem propriedades medicinais. O nome
do género foi­lhe atribuído em homenagem ao fabuloso centauro Quíron, 
semi­hornem, semicavalo, sábio mestre de Aquiles e muito versado em 
medicina. Muito conhecidas, as suas flores, de um azul­forte, reservam 
frequentemente aos jardineiros a surpresa de se tornarem cor­de­rosa 
quando são cultivadas em canteiros. Esta planta tende a desaparecer 
devido à acção destruidora dos herbicidas.

Segundo a tradição, os fidalguinhos tratam os olhos azuis, enquanto a 
tanchagem é melhor para os olhos castanhos. Não caindo no exagero, é 
certo que a decocção das flores dos fidalguinhos é óptima para fazer 
recuperar a vivacidade e o brilho aos olhos cansados e cura a 
conjuntivite. Esta propriedade é partilhada com uma espécie próxima que 
cresce nas montanhas, a Centaurea montana L.

Habitat: Europa, campos de cereais, solos ricos e leves; em Portugal, 
aparecem subespontâneos nas searas; até 1800 m. Identificação: de O,30 a
O,80 m de altura. Bienal, caele erecto, estriado, ramoso, coberto por 
uma penugem cinzenta; folhas verde­acinzen­ tadas, vilosas­lanuginosas, 
sendo as superiores sésseis, inteiras, estreitas, e as inferiores 
pecioladas e divididas; flores azul­forte (Maio­Setembro), em grandes 
capítulos, com brácteas marginadas de celhas curtas, prateadas, 
tulbulosas, hermafroditas no centro, estéreis e dispostas em raios na 
periferia; aquénio claro,

com papilho curto e duro, de cor ruiva; raiz aprumada e delgada. Sabor 
amargo. Partes utilizadas: a planta inteira, flor, semente (Junho­
Agosto); secagem rápida ao ar livre.
O Componentes: tanino, heterósido, pigmento azul O Propriedades: 
acistringente, depurativo, diurético, emoliente, purgativo. U. L, U. E. 
+ V Ver: cabelo, conjuntivite, edema, gota, ol os, reumatismo, terçolho.
Framboeseiro

Rubus idaeus L.

Rosáceas

O framboeseiro é um arbusto de cuja toiça nascem todos os anos novos 
caules (turiões), os quais dão frutos no decorrer do segundo ano 
morrendo em seguida. Deste modo, é muito possível que, uma vez 
localizado um exemplar espontâneo, se consiga voltar a colher frutos 
regularmente na mesma moita. Existem, actualmente, várias centenas de 
variedades cultivadas, cujos frutos variam da cor vermelho­papoila ao 
branco.

A cultura do framboeseiro remonta à Idade Média, se bem que os nossos 
antepassados pré­históricos já apreciassem o seu fruto delicado.

As framboesas espontâneas, além de constituírem uma agradável sobremesa,
são refrigerantes e laxativas; muito utilizadas, servem frequentemente 
para aromatizar preparações farmacêuticas destinadas às crianças; fazem 
parte da receita de várias bebidas caseiras, como o vinho ou o vinagre, 
xarope ou licores. Confeccionam­se ainda com a framboesa excelentes 
doces e geleias. Como sucede com o morangueiro e as silvas, apenas as 
folhas e as flores desta planta são medicinais, se colhidas aquando da 
floração (Agosto­ Setembro). A secagem das folhas é feita à sombra.

Habitat: hemisfério boreal, florestas de planícies ou de montanhas; de 
400 a 2000 m. Identificação: de 1 a 2 m de altura. Arbusto com toiça que
emite estolhos e turiões bienais; caule azul­esverdeado, lenhoso, erecto
e provido de finos acúleos avermelhados; folhas verde intenso na página 
superior, brancas e tomentosas na inferior, imparipinuladas com 3 a 7 
folíolos dentados; flores brancas (Maio­Julho), pouco visíveis, em 
cacho, pedunculadas, com 5 sépalas separadas, 5 pétalas pequenas, 
erectas, numerosos estames e carpelos; fruto cor­de­rosa­ escuro, 
ovóide, composto de várias drupéolas aveludadas, destacando­se do 
receptáculo; toiça com estolhos subterrâneos. Cheiro agradável e 
penetrante; sabor adocicado e ácido. Partes utilizadas: flores, frutos, 
folhas.
O Componentes: ácido cítrico, vitamina C, açúcar, celulose, sais 
minerais O Propriedades: adstringente, antiescorbútico, aperitivo, 
depurativo, diurético, emenagogo, laxativo, refrescante, sudorífico, 
tónico. U. L, U. E. + o Ver: anginas, astenia, boca, menstruação, 
obstipação, olhos, pele, rim, seio.

160
Freixo

Fraxinus excelsior L.

Freixo­europeu

Oleáceas

O freixo cultivado pertence, como a oliveira, o lilás, o jasmineiro, o 
alfenheiro e o aderno, à família das Oleáceas, q@e é constituída por 
mais de 400 espécies. E uma bela árvore dos climas europeus, devido ao 
seu tronco esbelto, à sua casca branda e acinzentada, aos seus ramos 
frágeis e à sua folhagem graciosa. As folhas são características, isto 
é, dividem­se num número ímpar de folíolos não peciolados, e surgem 
tardiamente, no mês de Junho, muito depois das flores. É necessário 
colhê­las jovens, ainda recobertas pelo revestimento ligeiramente 
aderente e açucarado, e retirar o pecíolo antes de as secar; com as 
folhas prepara­se um chá considerado uma verdadeira bebida de 
rejuvenescimento. A casca e as sementes do freixo são adstringentes e 
febrífugas. Outrora, atribuía­se à sua madeira, aplicada sobre as 
mordeduras de serpente, o poder de evitar o envenenamento.

Eta madeira flexível e resistente serviu durante muito tempo de matéria­
prima para o fabrico de esquis; actualmente, é ainda muito utilizada em 
trabalhos de marcenaria.

Habitat: Europa, excepto na região mediterrânica, bosques húmidos, 
ravinas, solos férteis; em Portugal, existe em quase todas as regiões, 
sendo também cultivado; até 1400 m. Identificação: de 20 a 40 m de 
altura. Arvore; tronco erecto, nu, casca cinzenta e lisa que depois se 
fende, copa pouco fechada, ramos cinzentos, glabros, gemas negras, 
aveludadas, volumosas, quadradas; folhas pecioladas, imparipinuladas, 
com 7 a 15 folíoios sésseis, verde­escuras na página superior, mais 
claras na inferior, ovais e serradas; flores acastanhadas (Abril­Maio), 
em panículas; reduzidas a 1 estigma e 2 estames com anteras quase 
sésseis; sâmara simples, em feixes pendentes; raiz aprumada e robusta. 
lnodoro; amargo. Partes utilizadas: sementes, folhas, seiva, casca dos 
ramos entre 2 e 3 anos (Abril).
O Componentes: heterásidos, açúcares, resina, ácido málico, vitaminas C 
e P, tanino, sais minerais, pigmentos O Propriedades: acistringente, 
diurético, laxativo, sudorífico, tónico. U. I., U. E. + V O Ver: 
celulite, colesterol, dor, envelhecimento, gota, hálito, litíase, 
neviralgia, obesidade, obstipaçã o, reumatismo, ureia.
PLANTAS ESPONTÂNEAS

Fumária

Fumaria officinalis L. Erva­molarinha, erva­pombinha, moleirinha ­Bras.:
fel­da­terra, fumo­da­terra, molarinha, capnóida

Fumariáceas

É possível que o nome da fumária advenha da cor cinzenta e indistinta 
das  suas folhas, do seu sabor a fumo e fuligem     ou ainda da tradição
popular, que atribui o nascimento da planta não a uma semente,      mas 
a uma emanação da terra.

A planta é conhecida desde a Antiguidade devido às suas propriedades 
medicinais: Dioscórides, no século 1, e Galeno, no século li, citam a 
sua acçã o sobre a secreção biliar e a função hepática; no século x, os 
médicos árabes elogiam as virtudes da planta, e Mattioli, no século Xvi,
faz o seu panegí rico como remédio específico para as perturbações das 
vísceras abdominais. Porém, o seu mais importante segredo é que, além da
angélica e do freixo, é um dos simples que torna o homem centenário.

A fumária contém um alcalóide, a fumarina; é aconselhável usá­la sob 
controle médico, pois a sua acção varia com a intensidade e a duração do
tratamento. As folhas, que se partem facilmente durante a secagem, devem
ser guardadas em recipientes de cerâmica ou vidro.

O Evitar o contacto com o ferro. Habitat: Europa, terrenos baldios, 
taludes, campos, bermas dos caminhos; disseminada por quase todo o 
territó rio português; até 1700 m. Identificação: de0,1 5 a0,70 m 
dealtura. Anual, caule verde, frágil, glauco, erecto, ramoso; folhas 
cinzento­esverdeadas, 2­3 vezes divididas em segmentos delgados, 
glabros, peciolados; flores cor­de­rosa maculadas de cor de púrpura 
(Abril­Setembro), pequenas, alongadas, reunidas em epiga, 2 sépalas 
petalóides, pétalas irregulares prolongadas em esporão curto e 6 estames
em 2 feixes; fruto globoso, com vertice deprimido; raiz aprumada, de cor
branco­amarelada. Cheiro acre (suco); sabor muito amargo e salgado. 
Partes utilizadas: planta florida, excepto a raiz (M aio­ Setembro); 
secagem em cam ad as ou ramos. * Componentes: tanino, alcalóides, 
potássio, ácido fumárico O Propriedades: antiescorbútico, aperitivo, 
depurativo, detersivo, diurético, estomáquico, laxativo, tónico. U. L, 
U. E. + V Ver: arteriosclerose, astenia, cura de Primavera, dartro, 
eczema, obesidade, tez, urticária, vesícula biliar.
Funcho

Foeniculum vulgare (Mill.) Caertn.

Umbelíferas

Filho do sol, espontâneo nas colinas mediterrânicas, o funcho expandiu­
se com o decorrer dos séculos para oeste. Encontra­se geralmente nas 
bermas dos caminhos e próximo das povoações.

É uma grande umbelífera elegante e vivaz com largas folhas recortadas em
moles e finas lacínias e com pequenas flores amarelas agrupadas. As suas
características botânicas possibilitam a sua fácil identificação e mesmo
distingui­Ia do aneto, planta afim, cujos frutos são rodeados por uma 
margem alada e cujas folhas superiores estão providas de um limbo mais 
comprido que o pecíolo. Existem diversas variedades espontâneas de 
funcho com frutos ligeiramente doces, apimen tados ou amargos, e uma 
variedade cultivada, muito doce, da qual é comestível a base carnuda das
folhas. 0 perfume aromático e o sabor picante da planta devem­se a uma 
essência rica em anetol, substância estimulante e digestiva, existente 
sobretudo nas sementes. A sua utilização tornou­se clássica para 
aromatizar o peixe, as castanhas e as azeitonas. Nos textos da medicina 
antiga é citado como curativo.

0 Sementes: não ultrapassar as doses. Habitat: Europa Meridional, 
terrenos baldios, colinas secas; em Portugal, cresce especialmente nas 
regiõ es do Norte e Centro. Identificação: de 0,80 a 2 m de altura. 
Vivaz, caule ramoso, verde com estrias azuis, brilhante, compacto; 
folhas verde­ azul ado­ escuras, brilhantes, com bainha muito comprida e
limbo curto, divididas em lacínias filiformes; flores amarelas (Junho­
Agosto), pequenas, com grandes umbelas terminais; fruto cinzento­escuro,
fusiforme, estriado, glabro, 2 estiletes curtos; bainhas da base 
carnudas sobre uma toiça

grossa, lenhosa, vigorosa. Cheiro aromático; picante e amargo. Partes 
utilizadas: folhas frescas, raiz (fim do primeiro ano); frutos 
(Setembro­ Outubro). * Componentes: óleo essencial, sais minerais, 
provitamina A, vitaminas B e C 0 Propriedades: antiespasmódico, 
aperitivo, digestivo, emenagogo, expectorante, galactagogo, tónico, 
vermífugo, vulnerário. U. I., U. E. + o Ver: abcesso, aerofagia, 
bronquite,, diarreia, fadiga, frigidez, impotência, lactação, 
meteorismo, obesidade, olhos, rouquidão, tosse.
163
Funcho­marÍtimo

Crithmum maritimum L.

Perrexil­do­mar, funcho­marinho, funcho­do­mar,

bacila

Umbelíferas

O funcho­marítimo é uma pequena planta de caule estriado e carnudo cuja 
raiz penetra nas mais pequenas fendas dos rochedos, podendo atingir 5 m 
de comprimento. Necessita de grandes quantidades de humidade, ambientes 
salgados, bem como da suavidade dos climas marítimos, oceânicos ou 
mediterrânicos.

As suas folhas carnudas, espessas e brilhantes são utilizadas para fins 
medicinais; devem ingerir­se cruas para melhor beneficiar das suas 
acções aperitiva, tónica e antiescorbútica; porém, se os efeitos 
desejados são o depurativo e o diurético, a preparação mais indicada é o
infuso da planta fresca. No entanto, é mais agradável utilizar as folhas
deste funcho marinadas em vinagre e confeccionadas como os pepinos. Após
a

preparação, os boiões devem ser hermeticamente rolhados e conservados em
lugar seco. No século xix, comercializavam­se estas folhas em algumas 
aldeias mediterrânicas; os marinheiros levavam­nas para bordo, pois 
apreciavam o sabor ligeiramente amargo e salgado, mas extremamente 
agradável, do funcho.

Habitat: costas rochosas, ao alcance da brisa marítima; frequente sobre 
os rochedos de toda a costa portuguesa. Identificação: de O,20 a O,50 m 
de altura. Vivaz, caule prostrado ou ascendente, estriado e em 
ziguezague; folhas glaucas, difusas, carnudas, espessas, brilhantes, 
glabras, bi ou tripinuladas em folíolos lineares, erectas, pontiagudas; 
flores branco­esverdeadas (Julho­Outubro), em umbelas com peclúnculo 
curto, com 10 a 20 raios grossos, invólucro e involucelos com numerosas 
brácteas lanceoladas, pétalas arredondadas; fruto volumoso ovóide, 
esponjoso,

assinalado por 10 costas salientes e aquilhadas. Cheiro ligeiramente 
aromático; sabor amargo e salgado. Partes utilizadas: folhas. * 
Componentes: essência, óleo, sais minerais, iodo, bromo, vitamina C e 
Propriedades: antiescorbútico, aperitivo, depurativo, diurético, tónico.
U. L, U. E. Ver: apetite, escorbuto, obesidade, parasitose.
Galega

Galega officinalis L. Caprária, falso­anil

Leguminosas

O género Galega é constituído na sua totalidade por cerca de uma dezena 
de espécies cuja maioria se desenvolve na Europa e no Oriente; nas regiõ
es temperadas, apenas a

Galega offici,nalis se encontra no estado espontâneo. E uma bela planta 
vivaz, com

caule vigoroso, que forma volumosos maciços nos prados sombrios ou no 
fundo dos vales quentes, húmidos e bem abrigados. Os seus grandes cachos
floridos, ainda mais desenvolvidos do que as folhas muito recortadas, 
são cor­de­rosa, cor de malva ou azul­claros.

Desconhecida na Antiguidade, a galega parece ter sido utilizada no 
século xVI como remédio para diversas afecções; porém, os

resultados pouco concludentes da sua aplicação conduziram ao seu quase 
total descrédito. No entanto, um estudo sistemático empreendido no 
início do século XX detectou a sua acção estimulante sobre a glândula 
mamária e a secreção láctica, bem como o

efeito hipoglicemiante das suas sementes. Actualmente, a galega é 
utilizada racionalmente durante o aleitamento e mostra­se eficaz na 
redução do teor de açúcar nos diabéticos. Com a continuação, a planta 
provoca uma aversão difícil de superar.

O Não utilizar nenhuma parte da planta fresca, secar previamente. 
Habitat: Sudeste da Europa, solos profundos e húmidos; espontânea em 
Portugal, nas lezírias e locais húmidos do Centro e Sul; até 1000 m. 
Identificação: de O,50 a 1 m de altura. Vivaz, caule herbáceo, erecto, 
glabro, oco, tornando­se muito duro nas moitas; flores glabras, 
imparipinuladas, com 11 a 19 folíolos providos de uma pequena ponta fina
(mucromados), estípuIas livres e pontiagudas; flores azuladas ou, mais 
raramente, brancas (Junho­Agosto), em grandes cachos pedunculados na 
axila das folhas, cálice com 5 dentes finos, estandarte e quilha 
ultrapassando as asas; vagem muito estreita, com 2 a 3 cm de 
comprimento, estriada obliquamente e glabra; rizoma vigoroso. Cheiro 
aromático e desagradável; sabor doce, tornando­se acre. Partes 
utilizadas: planta florida seca, sementes (Ju lho­ Setembro). * 
Componentes: derivados flavónicos, alcalóide, vitamina C O Propriedades:
diurético, galactagogo, hipoglicemiante, sudorífico. U. 1. + o Ver: 
diabetes, lactação.
Galeopse

Galeopsis dubia Leers

Labiadas

O termo Galeopsis deriva das palavras gregas gale, lontra, e opsis, 
aspecto. Os povos antigos denominaram assim várias labiadas em cuja 
corola com dois lábios viam semelhanças com a boca aberta do pequeno 
carnívoro. Existem seis espécies do género Galeopsis na flora europeia. 
Todas elas são plantas anuais com flores cor­de­rosa ou cor de púrpura, 
por vezes amarelas e matizadas de branco, vermelho ou cor de violeta. A 
Galeopsis dubia Leers, uma das mais vulgares, reconhece­se pelo caule 
pubescente, que não apresenta intumescências ao nível dos nós, pelas 
folhas dentadas, sedosas e aveludadas, especialmente na página inferior,
e pela grande corola amarela manchada de verme­ lho no lábio inferior. A
espécie que mais se lhe assemelha é a Galeopsis ladanum L., cujo caule é
quadrangular e cujas folhas são estreitas e glabras. Uma outra espécie 
muito conhecida é a Galeopsis tetrahit L.; as suas corolas cor­de­rosa 
ultrapassam, por vezes, os cálices com dentes epinescentes, e o caule 
apresenta intumescências nos nós. Todas as galeopses possuem uma acção 
antianémica, remineralizante e acistringente, associada ao seu elevado 
conteúdo em sílica e tanino.

Habitat: Europa Ocidental e Central, solos siliciosos; a Galeopsis 
tetrahit L. surge em Portugal em algumas regiões      elevadas, 
especialmente no Minho; até 1300    m. Identificação: de O,10 a    O,50 
m de altura. Anual, caule pubescente,    com pequenos ramos ascendentes;
folhas opostas, pecioladas, lanceoladas, serradas, sedosas, com nervuras
muito salientes e próximas; flores amarelo­claras ou rosadas (Julho­
Outubro), em verticilos pouco densos, grandes, erectas, cálice 
aveludado, com 5 dentes espinescentes quase iguais, corola tubulosa 3 a 
4 vezes maior que

o cálice, lábio superior convexo ligeiramente abobadado, sendo o 
inferior provido de 2 dentes erectos. Cheiro intenso e pouco agradável. 
Partes utilizadas: planta florida seca (Julho­Outubro); a conservação 
dura no máximo 1 ano.
O Componentes: sílica, tanino, saponósidos O Propriedades: 
acistringente, antianémico, expectorante, remi n eralizante. U. 1. + 
Ver: anemia, bronquite.
Gatunha

ono@lis spinosa L. Unha­gata, resta­bOi, rilha­boi, gatinha

Leguminosas

A espécie O. spinosa é multiforme e agrupa@ pelo menos, seis 
subespécies, algumas das quais são desprovidas de espinhos. Esta planta 
cresce especialmente nas pastagens, nos taludes, nas encostas, nos 
diques marítimos, nos carreiros e nos terrenos incultos. Nas regiões 
alpinas e mediterrânicas, encontraril­se as outras subespécies. A 
gatunha é muito apreciada pelos burros, pelo que foi denominada Ononis, 
palavra que deriva do

grego onos, burro, e onimêmi, ser útil. Misturada com o feno seco, os 
seus espinhos ferem as mucosas da boca dos animais, Impedindo­os de 
pastar; as suas raizes, profundas e resistentes, bloqueiam as charruas, 
interrompendo o trabalho dos bois. Por esta , a planta é conhecida pelo 
nome de razão                      bois de trabalho resta­boi, se bem 
que os tenham praticamente desaparecido.     go do

Dioscórides, célebre botânico gre século i, escreveu a propósito da 
gatunha: *A

da raiz macerada em vinho aumenta as casca urinas, reduz as areias e 
limpa as margens das úlceras.+ Na Idade Média e no Renascimento, a 
gatunha foi também muito utilizada.
O pólen das suas flores é muito apreciado pelas abelhas.

Habitat: quase toda a Europa; preferentemente em solos argilo­calcários,
campos, planícies de montanha, encostas, Pastos áridos, bermas

dos caminhos e aeais  marítimos; frequente em

Portugal; até 1500 m  a O 80 m de altura SuIdentificação: de O,10    
­­barbusto; planta lenhosa na base; caules Prostrados ascendentes, 
ramosos, culos ramos

abortados se transformam em espinhos, que são geralmente geminadoS; 
folhas tdfoliadas, monofoliadas no cimo dos ramos; flores cor ­de­rosa 
(Abril­Setembro), isoladas na axila das folhas; vagem ovóide, Cheiro 
desagradável.

Partes utilizadas: flores, folhas, raiz (todo o

ano).                                 >do, hete­
9 Componentes: tanino    > resina, ami

rósidos anonina, onocol O propriedades: adstringen@e, anti­séptico, 
depuratiVO, diuréticO, sudorífico. W., U.E. Ver: anginas, cistite, 
eczerna, ederna, litíase.
Genciana

Gentiana lutea L.

Genciana­das­farmácias, argençana, argençana­dos­pastores, genciana­
amareia,

grande­genciana Bras.: genciana­dos­jardins

Gencianáceas

Afamília das Gencianáceas compreende várias centenas de espécies de 
Gentiana, das quais apenas cerca de 20 crescem na Europa. Crê­se que 
deve o nome a Gentius, rei da Ilíria, que, segundo a lenda, no século ti
a. C., teria revelado a acção benéfica da planta.

Esta genciana, uma das mais belas, é uma grande planta vivaz dos prados 
e das pastagens de alta montanha que cresce muito lentamente, dá a 
primeira flor aos 10 anos e pode viver cerca de 60, produzindo apenas, 
de 4 em 4 ou mesmo de 8 em 8 anos, um novo caule floral. É necessária 
uma extrema atenção, pois próximo da genciana, com folhas glabras e 
opostas, cresce uma liliácea Multo tóxica, o heléboro­branco, com as 
folhas alternas e vilosas na página inferior; é mais fácil distingui­Ias
na época da floração, pois as flores do heléboro são brancas. As suas 
propriedades medicinais, conhecidas desde tempos muito antigos, têm sido
consecutivamente confirmadas; a raiz seca (Setei­nbro­Novembro) é um 
poderoso febrífugo e um excelente estimulante das funções do aparelho 
digestivo.

O Não ultrapassar as doses indicadas ou o período recomendado para o 
tratamento. Habitat: Europa Central e Meridional, prados, pastagens; 
muito rara em Portugal, pode encontrar­se na serra da Estreia; de 700 a 
2400 m. Identificação: de O,50 a 1,30 m de altura. Vivaz, caule glauco, 
erecto, simples e oco; folhas verdes, opostas, largas e ovais, 
amplexicaules, com 5 a 7 nervuras convergentes; flores amarelas (Junho­
Agosto), pedunculadas, em grupos de 3 a 10 na axila das folhas, corola 
dividida em 5 a 9 lóbulos estreitos, abertos, cálice membranoso e 
estames com anteras vermelhas; cápsula ovóide, abrindo­se em 2 valvas, 
numerosas sementes aladas; raiz aprumada, robusta, comprida, ramificada,
amarela com casca cinzenta e enrugada longitudinalmente. Cheiro intenso 
e acre; sabor muito amargo. Partes utilizadas: raiz seca.
O Componentes: essência, alcalóide, pigmento, vitamina C, pectina, 
heterósidos amargos O Propriedades: aperitivo, estomáquico, febrífugo, 
tónico, vermífugo. U. I., U. E. + V O Ver: anemia, apetite, astenia, 
convalescença, digestão, fadiga, magreza, parasitose, sarda.

168
PLANTAS ESPONTÂNEAS

Giesteira­das­vassouras

Cytisus scoparius (L.) Link Giesta, giesta­ribeirinha, giesta­brava, 
giesteira­comum, retama, chamiça, maias

Bras.: codes so­ bastardo

Leguminosas

Para utilizar a giesteira­das­vassouras em aplicações medicinais, é 
indispensável saber identificá­la com exactidão. Para tanto é necessário
saber distingui­Ia de três plantas que pertencem à mesma família: são 
a,giesteira­de­espanha, o codesso­bastardo e o tojo­arnal, todos três 
tóxicos, embora em graus diferentes. Alguns pormenores, no entanto, 
permitem a sua distinção: as folhas do tojo (Ulex europaeus L.) são 
pontiagudas, o cálice das flores é bilabiado até à base, sendo o 
superior bifendido e o inferior trifendido; as folhas do codesso 
(Laburnum anagyroides Med.), descrito na p. 125, formam tufos na 
extremidade de compridos pecíolos e os cachos das flores são pendentes; 
a giesteira­de­espanha (Spartium junceum L.) dá pequenos ramos glaucos 
cilíndricos praticamente sem folhas e as vagens são desprovidas de 
pêlos.

A giesteira­das­vassouras não é totalmente inofensiva, pelo que apenas 
as flores ainda em botão podem ser ingeridas. As sumidades floridas 
fornecem à indústria farmacêutica a esparteína, substância tonicardíaca,
vasoconstritora e diurética, utilizada em medicina.

G Utilizar apenas as flores em botão antes do desabrochar. Não exceder 
as doses indicadas, Habitat: Europa, solos não calcários ou 
descalcificados; quase todo o País; até 500 m. Identificação: de O,60 a 
2 m de altura. Arbusto; caiWe verde, erecto, anguloso, estriado 
longitudinalmente, rijo, com ramos consistentes e flexíveis, folhas 
caducas, estipuladas, pequenas, pecioladas, trifoliadas, sendo as 
superiores sésseis e simples; flores amarelo­douradas (Maio­Junho), 
grandes, cálice glabro com 2 lábios curtos, corola papilionácea, 
estandarte largo, quilha pendente, 10 estames diadelfos;

vagem achatada, preta, hirsuta no bordo, com uma dúzia de sementes 
castanhas. Cheiro suave. Partes utilizadas: flores em botão, ramos 
jovens; secagem em forno tépido.
O Componentes: pigmentos flavónicos, alcaJóides, entre os quais a 
esparteína, sais minerais, óleo essencial O Propriedades: cardiotónico, 
depurativo, diurético, hipertensor, vasoconstritor. U. I., U. E. + in 
Ver: abcesso, albuminúria, edema, fígado, gota, hipotensão, litíase, 
mordedura, reumatismo, rim.
Gilbarbeira

Ruscus aculeatus L.

Gilbardeira, erva­dos­vasculhos, azevinho­rnenor

Liflúceas

Nas matas desoladas, distinguem­se ao longe, no Inverno, as manchas 
sombrias e brilhantes da gilbarbeira, animadas pelo vermelho intenso dos
seus frutos. É um arbusto vivaz que forma moitas espessas, 
frequentemente impenetráveis devido à rigidez dos seus ramos axilares 
foliáceos e espinhosos, em cujo centro se implantam as flores, aos quais
os botânicos chamaram cladódios. A planta adapta­se facilmente à aridez,
aos

solos calcários e pobres, não resistindo, porém, ao frio intenso.

A utilização medicinal da gilbarbeira já era conhecida de Dioscórides, 
que a denominava Ruscus. Os médicos clássicos, e também os 
fitoterapeutas, aproveitam as

propriedades terapêuticas da planta utilizando as folhas e especialmente
o rizoma. Este, oblíquo e nodoso, exala um cheiro pouco intenso a 
terebintina. É diurético, febrífugo e extremamente estimulante para o 
sistema venoso, sobre o qual exerce um efeito tónico ainda mais enérgico
que o do castanheiro­da­índia. Utiliza­se ainda na preparação do xarope 
das cinco raízes, do qual fazem parte também funcho, aipo, espargo e 
salsa.

Habitat: Europa Central e Meridional, solos calcários, bosques; em 
Portugal, cresce espontaneamente em quase todo o território; até 700 m. 
Identificação: de O,30 a O,90 m de altura. Arbusto; caule verde, erecto,
glabro, densamente provido de ramos foliáceos (cladódios) na 
extremidade, com folhas verde­escuras, coriáceas, alternas, sésseis, 
ovais, espinescentes; flores violáceas ou esverdeadas (Setembro­Abril), 
muito pequenas, de 1 a 2 na axila de uma pequena bráctea, situada no 
centro dos claciódios, dióicas, 3 sépalas, 3 pétalas livres e 
persistentes; flores masculinas com 3 estames

e femininas com 1 ovário de 3 lóculos; baga redonda, vermelha, com 1 a 2
volumosas sementes amarelas; rizoma oblíquo, rastejante, branco­
acinzentado, nodoso, guarnecido de raizes acastanhadas. Cheiro pouco 
intenso a terebintina; sabor adocicado e depois amargo. Partes 
utilizadas: rizoma e raiz (Outono), folhas.
O Componentes: óleo essencial, resina, saponósido, cálcio, potássio O 
Propriedades: aperitivo, diurético, febrífugo, vasoconstritor. U . I., 
U. E. + Ver: edema, flebite, gota, hemorróidas, icterícia, litíase, 
menopausa, varizes.
Globulária

Globularia vulgaris L.

Globulária­vulgar

Globulariáceas

Existem nas regiões europeias cerca de 15 espécies de globulárias, assim
denominadas devido às suas graciosas inflorescências em forma de globo 
azul. São plantas vivazes, com caules curtos e folhas glabras. De entre 
elas é útil saber identificar duas: a globulária­vulgar e a Globularia 
alypum L.; ambas dão flor de um azul forte, sendo no entanto plantas 
bastante diferentes do ponto de vista botânico. Porém, as suas 
propriedades medicinais são análogas, se bem que mais desenvolvidas e 
suaves no caso da primeira. A globulária­vulgar é uma planta herbácea 
cujo caule floresce entre Abril e Junho e se ergue no centro de uma 
roseta de folhas basilares de cor verde matizadas de vermelho.
O caule está envolvido por minúsculas folhas pontiagudas, apresentando 
na extremidade superior um capítulo azul característico do género. 
Prefere os solos calcários e áridos. A extensão geográfica da Globularia
alypum L., pelo contrário, é muito mais limitada: este pequeno arbusto 
encontra­se mais frequentemente nos rochedos mediterrimicos. As suas 
folhas, esparsas e mucronadas, persistem durante os meses frios e as 
flores, azuis, desabrocham no Inverno e na Primavera.

Foi erradamente denominada pelos povos antigos erva terrível, pois 
confundiam­na com uma outra planta com acção purgativa violenta, a 
Globularia turbith. A Globularia alypum L. é, todavia, muito menos 
activa que o sene, mas mais que a globulária­vulgar. Ao utilizá­la, é 
conveniente dosear moderadamente as preparações.

O Não exceder as doses indicadas. Habitat: Europa Central e Meridional, 
solos estéreis, calcários e rochedos; em Portugal, encontra­se na regiã 
o de Miranda do Douro; até 1500 m. Identificação: de O,05 a O,30 m de 
altura. Vivaz, caule floral erecto e simples, folhas verdes, em roseta, 
pecioladas, ovais, espatuiadas, chanfradas no vértice, sendo as 
caulinares numerosas, sésseis, pequenas, ovais ou lanceoladas; flores de
cor azul forte (Abril­Junho) em pequenos capítulos esféricos, terminais,
solitários, cálice hirsuto com 5 divisões, corola

tulbulosa com 3 divisões compridas e 2 curtas e 4 estames desiguais; 
aquénio incluso no cálice, 1 láculo e 1 semente; raiz aprumada, 
ligeiramente lenhosa. Cheiro intenso; sabor acre e muito amargo. Partes 
utilizadas: folhas.
O Componentes, heterósidos, tanino, resina, vitamina C O Propriedades: 
colagogo, estomáquico, purgativo, sudorífico. U. 1. Ver: obstipação.

171
Goiveiro­amarelo

Cheiranthus cheiri L.

Goivo­arnarelo

Crucíferas

O goiveiro­amarelo atapeta durante todo o
Inverno os cunhais dos velhos muros, e a partir do mês de Março surgem 
as suas flores douradas anunciando a Primavera. Muito abertas, as suas 
discretas corolas desenvolvem­se em cachos amarelos no cimo do caule, 
acinzentado, inteiramente revestido de finas folhas cinzentas. A partir 
desta espécie, os jardineiros obtiveram variedades com Ilores dobradas, 
muito ornamentais. O goiveiro espontâneo pode viver dois anos, devido às
gemas situadas na base dos seus numerosos caules lenhosos.

Se bem que muito utilizada na Grécia antiga e ainda pelos médicos árabes
como detersivo e emenagogo, supõe­se que a planta esperou séculos antes 
de encontrar o seu justo lugar na fitoterapia. Efectivamente, só no

limiar do século XX a análise química detectou a existência de uma 
substância cardiotó­ nica, a cheirotoxina, nas sementes, nas folhas e em
menor quantidade nas flores da planta. A presença desta substância impõe
a

maior prudência no consumo do goiveiro­amarelo, pelo que, excepto por 
receita médica, só devem ser utilizadas as flores.

O Conservar a planta ao abrigo da luz; não exceder as doses indicadas. 
Habitat: Europa Meridional e Central, solos áridos, muros, proximidades 
de casas; subespontâneo de norte a sul de Portugal, sendo também 
cultivado como planta ornamental; até 600 m. Identificação: de O,20 a 
O,60 m de altura. Bienal, caules angulosos, numerosos, cobertos de 
folhas com pêlos prostrados e ligeiramente lenhosos na base; folhas 
oval­ lan ceoladas, inteiras, verde­acinzentadas e vilosas com pêlos 
bipartidos; flores amarelas ou amarelo­alaranjadas a castanho (Março­
Junho), grandes

(2­5 cm), em cachos cimeiros, cálice com 4

sépalas verdes, erectas, livres, corola com 4 pétalas, 6 estames, dos 
quais 2 laterais mais curtos, com filete livre, estigma com 2 lóbulos 
arredondados; síliqua erecta, tetragonal, contendo sementes castanhas 
aladas. Cheiro suave e aromático; sabor picante. Partes utilizadas: 
sumidades floridas e frutos.
O Componentes: heterósido sulfurado, heterósidos cardiotónicos, vitamina
C * Propriedades: cardiotónico, diurético. U. 1. o Ver: diurese.

172
Golfões

ti) Nymphaea alba L, b) Nuphar luteum (L.) S. et Sm. a) GolTão­branco, 
golfo­branco, boleira, boleira­branca, lis­dos­tanques, nenúfar b) 
Golfão­amareio, golfo­amarelo, boleira­amarela

Ninfeáceas

As lindas flores brancas ou amarelas dos golfões que surgem à superfície
das águas dos lagos de quase todos os parques públicos são de extrema 
beleza. Embora pertencendo a dois géneros diferentes, Nymphaea e Nuphar,
têm propriedades comuns. Plantas de águas estagnadas de charcos e lagos,
o seu rizoma está mergulhado no lodo, sendo os pecíolos e os pedúnculos 
suficientemente compridos para que as folhas e as flores permaneçam à 
superfície das águas; as outras folhas, translúcidas, estão imersas e 
desaparecem durante o Verão. A palavra Nymphaea deriva de ninfas, 
divindades das águas; Nuphar, nenúfar, deriva de ninufar, o nome da 
planta em árabe. Os Turcos recolhem as flores do N. luteum na época da 
fioração, e com elas preparam uma bebida gelada a que chamam pufer. Os 
médicos da Antiguidade e da Idade Média deram muita importância à 
virtude anafrodisíaca do *golfão, amante da mansão húmida, destruidor 
dos prazeres e veneno do amor+. Mais tarde, ridicularizou­se este 
conceito; porém, actualmente, a maioria dos fitoterapeutas adoptou esta 
opinião, confirmada pelos estudos de Delphant e Balansard.

Habitat: Europa, charcos, lagos, ribeiras, águas paradas ou de corrente 
muito fraca; ambos são frequentes nas águas estagnadas desde o Minho ao 
Alentejo; (i) até 800 m, b) até 1100 m. Identificação: altura segundo a 
profundidade da água. Vivazes, aquáticas, caule subterrâneo, pecíolos 
muito compridos e cilíndricos; folhas cordiformes, abertas à superfície 
da água, carnudas, cerosas, de 10 a 30 cm; flores: ti) flor branca 
(Junho­Agosto), diâmetro de 10 a 12 cm,
4 sépalas curtas e verdes na parte superior; b) flor amarela (Abri I­ 
Setembro), muito aromática, de 3 a 7 cm de diâmetro, 5 sépalas grandes,

arredondadas, verdes na parte externa; fruto carnudo, indeiscente, 
maturescente: ti) no fundo, b) à superfície com numerosas sementes; 
rizomas mergulhados no lodo. Cheiro: b) intenso (flor). Partes 
utilizadas: a) flor (Junho­Agosto), rizoma; b) rizoma.
O Componentes: tanino, alcalóides O Propriedades: antiespasmódico, 
sedativo; b) antibiótico. U I., U. E.     LvJ Ver: acne rosácea, cabelo,
leucorreia, nervosismo, pele, sono, tosse.

173
Graciosa

Gratiola officinalis L. Gracíola, cinifólio, erva­do­pobre, pequena­
dedaleira

Escrofulariáceas

A graciosa é uma pequena planta vivaz cujo caule mergulha nas valas 
sombrias, onde aparece juntamente com grandes herbáceas, e também nos 
canaviais das margens dos pântanos.

É uma das muitas plantas espontâneas que devem ser utilizadas com 
prudência. Efectivamente, é um remédio muito violento, eficaz, mas 
perigoso, que em doses excessivas pode provocar envenenamentos mortais; 
não obstante, fazia outrora parte do arsenal farmacêutico com o nome de 
graç a­de­deus, indicativo de quanto era apreciada. No entanto, supõe­se
que nos séculos XVI e XVII, época áurea das sangrias, dos clisteres e 
das purgas, a planta tenha sido de algum modo responsável pela morte de 
um certo número de infelizes pacientes.

Nos meios rurais, a graciosa é conhecida por erva­do­pobre, pois outrora
apenas os pobres a utilizavam, por não poderem adquirir remédios mais 
caros. A graciosa, que, como as dedaleiras, pertence à família das 
Escrofulariáceas, contém substâncias que actuam sobre o coração.

O Utilizar apenas a planta seca; não ultrapassar as doses prescritas. 
Habitat: Europa Central e Meridional, à beira de águas paradas, costas, 
prados húmidos; em Portugal, surge nas margens dos rios e valas, 
sobretudo a norte do Teio; até 1500 m. Identificação: de O,20 a O,50 m 
de altura. Vivaz, caule erecto, oco, cilíndrico na base e anguloso no 
vértice; folhas verdes, opostas, sésseis, lanceoladas, mais ou menos 
serrilhadas, com 3 a 5 nervuras divergentes; flores amareladas, cor de 
maiva ou rosadas (Junho­Setembro), isoladas na axila das folhas, cálice

com 5 dentes, provido de 2 brácteas estreitas, corola vilosa no 
interior, lábio superior com 2 lóbulos e inferior com 3 lóbulos, 4 
estames; cápsula com 2 lóculos e numerosas sementes; rizoma estolhoso, 
rastejante e carnudo. Cheiro nauseabundo; sabor acre e amargo. Partes 
utilizadas: planta florida seca (Julho); secagem em estufa a 60'C.
O Componentes: heterásidos cardiotónicos O Propriedades: cardiotónico, 
diurético, emético, purgativo. ILI. I., U. E. + Ver: edema, intestino, 
úlcera cutânea.
PLANTAS ESPONTÂNEAS
GRAMA­FRANCESA *//* REFAZER todo o início da página, manualmente 
Habitat: todos os terrenos; até 2000 m. Identificação: de O,40 a 1,20 m 
de altura. Vivaz, caule rizomatoso, duro, glabro; folhas de um verde 
intenso e um verde­azulado, estreitas, planas, com nervuras, ásperas na 
página superior; longas espigas verde­claras, formadas por espiguetas 
sésseis, imbricadas, em 2 filas, alternas; flores verdes (Junho­
Setembro), de 4 a 6 por espigueta, cada uma delas encerrada no conjunto 
de 2 glumas, com 5 a 7 nervuras e de 2 glumelas e 3 estames; cariopse 
obionga, com vértice viloso, indeiscente; longos rizomas rastejantesÁ 
GRACIOSAPLANTA A SEGUIR , de cor branco­amarelada, coriáceos, providos 
de nós com raizes adventicias. Sabor adocicado. Partes utilizadas: suco 
da planta inteira, rizoma (Março­Abril ou Setembro­Outubro); lavar, 
secar ao sol e pequeno período de conservação.
O Componentes: sais minerais, óleo essencial, triticina (polissacárido, 
mucilaginoso) O Propriedades: depurativo, diurético, emoliente, 
suavizante. U. L, U. E. + kri Ver: celulite, cistite, eczema, icterícia,
litíase, menopausa, obstipação, rim.
PLANTAS ESPONTÂNEAS
GRANZA *//* REFAZER A PLANTA ANTES DA GROSELHEIRA ESPINHOSA

contido na raiz provocou a queda da sua

comercialização. Desde então, a planta deixou de ser cultivada, 
tornando­se progressivamente espontânea e difundindo­se por quase toda a
Europa.

Muito semelhante à granza devido à sua

acção medicinal, encontra­se nas regiões mediterrânicas uma planta 
próxima, a granza­brava, ou Rubia peregrina L., cujas folhas, providas 
de uma só nervura, persistem durante o Inverno. O conhecimento das 
virtudes medicinais da granza remonta à época de Hipócrates, que 
considerava a sua raiz diurética. Os Árabes utilizam­na actualmente para
facilitar o parto.

Habitat: Europa Meridional, subespontânea em França, solos calcários; a 
Rubia peregrina L. existe em quase todo o território português com os 
nomes de raspa­língua, ruiva­brava ou granza­brava; até 1000 m. 
Identificação: de O,60 a 1 m de altura. Vivaz, caule vermelho­
acastanhado, trepador, ramoso, quadrangular e provido nos ângulos de 
acúleos; folhas verticiladas em grupos de 6, gran­ des, lanceoladas, 
aculeadas nos bordos e na nervura central, nervuras secundárias formando
uma rede aparente; flores amarelas (Junho­Agosto), pequenas, dispostas 
em cimeira na

axila das folhas e na extremidade dos ramos, cálice com 5 dentes, corola
com 5 pétalas soldadas na base, 5 estames e 2 carpelos; baga 
arredondada, preta, do tamanho de uma ervilha; parte subterrânea, 
rastejante, vermelha, desprovida de renovos. Cheiro a losna; sabor acre.
Partes utilizadas: raiz.
O Componentes: heterásidos antraquinónicos
O Propriedades: acistringente, aperitivo, colerético, diurético, 
emenagogo, laxativo, tónico. U. 1. + Ver: menstruação, obstipação, 
parto, rim.
Groselheira­espiM

Ribes uva­crispa L.

Saxifragáceas

Jehan Froissart, nos alvores do século XV, falava já na *groselheira­
espinhosa+ e, efectivamente, a Ribes uva­crispa L. é a única planta 
desta espécie que possui espinhos. Outrora, na Suécia chamavam­lhe Rips 
e na Dinamarca Ribs, sendo a partir destas designações que, em 1584, lhe
foi atribuído o nome de género, Ribes. Arbusto de origem setentrional, 
inexistente na bacia mediterrânica, foi ignorado pelos gregos antigos. 

muito tempo que os horticultores diligenciam multiplicar as variedades 
hortícolas da planta. Assim, conseguiram obter frutos progressivamente 
maiores. Existe mesmo uma variedade denominada monstruosa com groselhas 
tão volumosas como as ameixas. É evidente que os frutos da planta 
espontânea são muito mais pequenos, aproximadamente do tamanho de uma 
ervilha. Devem procurar­se em Junho e Julho nos bosques, nas sebes e 
mesmo nas árvores ocas. Consomem­se frescos ou em sumo aquando de uma 
cura de Primavera. Podem ainda ser utilizados na preparação de óptimas 
geleias e compotas. Quando verdes, servem para confeccionar um molho 
muito apreciado para acompanhar cavalas. No entanto, a ingestão de bagas
não maduras é pouco aconselhável, pois podem provocar graves 
perturbações.

G Ingerir as bagas muito maduras. Habitat: Europa, rara na região 
mediterrânica, florestas, matas, sebes; até 1800 m. Identificação: de 
O,60 a 1,50 m de altura. Subarbusto; caule e ramos acinzentados e 
espinhosos; folhas largas, palmadas, com 3 a 5 lóbulos serrados, 
arredondados, que nascem na axila de espinhos tripartidos; flores 
esverdeadas ou avermelhadas (Março­Maio), solitárias, ou geminadas, ou 
em grupos de 3, cálice com sépaIas avermelhadas, corola com pétalas mais
pequenas que as sépalas, branco­amareladas,
5 estames; baga ovóicie, amarei o­ averm elh ada,

eriçada de Pêlos, contendo várias sementes; rizoma estolhoso. Sabor doce
(fruto). Partes utilizadas: folhas, raizes, frutos; secar em estufa e 
conservar em caixas.
O Componentes: sais minerais, vitaminas B e C, ácidos, glúcidos, 
lípidos, celulose, provitamina A O Propriedades: acistringente, 
aperitivo, depurativo, digestivo, diurético, laxativo, remi n 
eralizante. ILI. I., U. E. Ver: albuminúria, apetite, convalescença, 
cura de Primavera, diarréia, ferida, obesidade, obstipação, sede.

177
PLANTAS ESPONTÂNEAS

Groselheira­vermelha *//* REFAZER

Ribes rubrum L.

Groselheira­comum, groselheira­rubra,

groselheira­dos­cachos

Saxifragáceas

Pequeno arbusto desprovido de espinho com casca cinzento­clara, prefere 
os bo ques frescos. As groselhas vermelhas am

durecem geralmente nos fins de Junho, i dia de S. João, pelo que o seu 
nome popul na Alemanha é Johannisbeere, isto é, bag ­de­são­joão. São 
inúmeras as suas virtudi medicinais, conhecidas desde o século x'v 
Depurativas e refrescantes, podem, alé disso, ser consumidas pelos 
diabéticos, doe tes a quem são proibidos frutos muito doce Se forem 
secas num forno, conservam­: optimamente, podendo assim servir de bas no
Inverno, a infusões digestivas de agrad vel sabor. A geleia crua é uma 
iguaria de] ciosa e pouco vulgar que conserva qualid des idênticas às do
sumo fresco e que prepara do seguinte modo: esmagar suav

mente as groselhas vermelhas com um ga to, de modo a manter as sementes 
inteira peneirar e adicionar ao sumo obtido un quantidade de açúcar 
igual ao dobro do s( peso; colocar em boiões. No dia seguint, fechar 
hermeticamente; esta geleia deve s consumida rapidamente.

Habitat: Europa Continental e Setentrional; bosques frescos, abrigados, 
sebes e moitas; planta melífera cultivada em Portugal, embora com pouca 
frequência; até 2000 m. Identificação: de 1 a 1,50 m de altura. Arbusto;
caule desprovido de espinhos, casca cinzenta rasgada em lacínias nos 
troncos velhos; grandes folhas alternas, pubescentes na página inferior,
palmadas, com 5 lóbulos serrados, pecioladas e caducas; flores amarelo­
esverdeadas (Abril­Maio), em cachos pendentes, hermafroditas, cálice com
sépalas esverdeadas ou castanho­avermelhadas e com o dobro do

tamanho das pétalas; cachos com pequenas bagas vermelhas, brilhantes, de
polpa suculenta e contendo várias sementes; rizoma estolhoso. Cheiro 
suave; sabor ligeiramente ácido. Partes utilizadas: frutos (Julho­
Agosto).
O Componentes: vitamina C, ácidos málico, cítrico e tartárico, 
mucilagem, giúcidos O Propriedades: aperitivo, depurativo, digestivo, 
diurético, laxativo, refrescante, tónico. U. 1. Ver: apetite, 
artritismo, cura de Primavera, dartro, obesidade, obstipação, 
reumatismo, sede.
Hepática

Hepatica nobilis Mill.

A ném orta­ hepática

Ranunculáceas

A hepática é uma pequeníssima planta vivaz, muito rara nas planícies, um
pouco mais frequente nas montanhas cobertas de bosques, onde atapeta o 
pé das árvores frondosas, e na frescura das matas. Floresce logo que 
termina o Inverno, mas as suas graciosas corolas, de cor lilás­azulada, 
pendentes para o solo, só vivem oito dias. Esta planta é tão 
característica que não é possível confundi­Ia com qualquer outra.

Sem utilização e certamente desconhecida na Antiguidade, supõe­se que 
não foi considerada medicinal antes do século XV. Então,

a sua principal aplicação consistia no tratamento das doenças do fígado.
O nome de hepática advém­lhe desta qualidade, embora também possa ser 
devido à forma das folhas, que se assemelham aos lobos do fígado.

O Não utilizar nem a raiz nem a flor. Só utilizar a folha seca. 
Respeitar as doses. Habitat: Europa, excepio no extremo norte, sobretudo
em regiõ es montanhosas, solos húmidos, matas calcárias; entre 400 e 
2200 m. Identificação: de O,08 a O,20 m de altura. Vivaz, acaule; folhas
basilares, persistentes, com longo pecíolo, espessas, cordiformes, 
vilosas quando jovens e depois glabras, divididas em 3 lóbulos iguais 
não recortados; flores de cor lilás­azulada, por vezes cor­de­rosa ou 
brancas (Março­Abril), bastante grandes, isoladas, com invólucro em 
forma de cálice, 6 a 9 sépalas

petalóides, 20 estames, numerosos carpelos com rostro curto. Sabor 
amargo. Partes utilizadas: folhas (Maio­Julho).
O Componentes. heterósidos, enzimas, saponósido O Propriedades: 
acistringente, cicatrizante, diurético. U. I., U. E. + Ver: ferida, 
litíase.
Hera

Hedera helix L.

Aradeira, hereira, hedera, hedra, hera­dos­muros,

hera­trepadeira, heradeira

Araliáceas

À hera têm sido atribuídas as mais variadas designações, nomes populares
na sua maior parte femininos, como acontece em todas as línguas 
românicas, com excepção do francês, que deu à planta um nome masculino: 
lierre. Existem algumas pessoas que apreciam a hera, permitindo que 
adorne com o seu manto sussurrante os caramanchões, as grades ou as 
fachadas das suas casas; outras consideram­na uma planta prejudicial e 
destroem­na. É certo que a hera deteriora as paredes e que, quando 
invade o solo, nenhuma outra vegetação consegue encontrar o seu caminho 
para a luz. No entanto, não é parasita, pois, apesar de se agarrar às 
árvores, não se alimenta da sua seiva. Esta hera pode viver muito tempo:
conhecem­se alguns exemplares com 400 anos; então, por vezes o caule 
adquire a espessura de um tronco de árvore. Os frutos amadurecem na 
Primavera, aconselhando­se prudência, pois são tóxicos, não devendo ser 
consumidos.

Tradicionalmente, a hera escondia os duendes sob a sua folhagem, 
protegia as casas dos espíritos malignos e era tida como símbolo de 
fidelidade e longevidade. Juntamente com a vinha, associa­se ao deus 
Baco.

O Nunca consumir os frutos; quanto às folhas, respeitar sempre as doses 
indicadas. Habitat: Europa; frequente em quase todo o território 
portuguê s; até 1000 m. Identificação: de 3 a 50 m de altura. Arbusto, 
trepador ou rastejante; caule lenhoso, vigoroso, trepa aos muros e às 
árvores por meio de raízes laterais; folhas verde­escuras, brilhantes, 
coriáceas, alternas, pecioladas, persistindo cerca de 3 anos, de 
triangulares a palmatilobadas, ovais nas sumidades floridas; flores 
amarelo­esverdeadas (Setembro­ Outubro), em pequenas umbelas esféricas 
com numerosos

raios, cálice com 5 dentes curtos, soldados ao ovário, 5 pétalas 
lanceoladas, reflexas; fruto globoso, preto, com 4 a 5 sementes cor­de­
rosa. Cheiro aromático; sabor amargo. Partes utilizadas: folhas novas, 
frescas.
O Componentes: estrogéneos, hederina O Propriedades: analgésico, 
antiespasmódico, emenagogo. U. L, U. E. + V o Ver: banho, bronquite, 
cabelo, calo, celulite, edema, estrias, hipertensão, menstruação, 
queimadura, queimadura solar, reumatismo, tosse convulsa, traqueíte.
Hera­terrestre

Glechoma hederacea L.

Erva­de­sãojoão, malvela

Labiadas

bentos estéreis e igualmente prostrados. Espaçadamente, erguem­se ramos 
curtos providos de pares de folhas arredondadas e crenadas em cujas 
axilas desabrocham, a partir de Março, graciosas flores cor de violeta.

Conhecida desde a Alta Idade Média como planta medicinal, a hera­
terrestre foi muito apreciada por Santa Hildegarda, no século xii, 
devido a duas das suas actuais utilizações: peitoral e vulnerária. No 
século XVI, era utilizada para tratar feridas internas e externas e 
mesmo para combater a loucura. Cozida em leite, é ainda hoje um dos 
remédios utilizados nos meios rurais para as afecções dos brônquios.

A planta faz parte de uma preparação da Farmacopeia Francesa, o chá­
suíço, espécie de tónico fortificante, muito eficaz para recuperar de 
qualquer tipo de comoção.

Habitat: Europa, excepto na região mediterrânica; espontânea em locais 
húmidos e sombrios de Trás­os­Montes, Minho e Beiras; até 1600 m. 
Identificação: de O,05 a O,25 m de altura. Vivaz, caule prostrado, 
radicante, piloso, sendo os floríferos erectos, simples; folhas verdes, 
moles, crenadas, cordiformes,      arredondadas; flores azul­violeta 
maculadas de cor de púrpura, por vezes de cor­de­rosa (Março­Maio), 
unilaterais, entre 2 e 4 na axila das folhas superiores, cálice com 5 
dentes, tubuloso, corola com 2 lábios, sendo o superior chanfrado e o 
inferior trilobado, 4 estames, 2 maiores e 2

mais pequenos (didinâmicos), anteras com lóculos em ângulo recto; 
tetraquénio com aquénios ovóides, lisos, castanhos. Cheiro intenso, 
agradável; sabor quente, acre, amargo. Partes utilizadas: planta fresca 
ou seca, suco fresco, folhas (no princípio da floração).
O Componentes: princípio amargo, óleo essencial, tanino, glúcidos, 
potássio, resina O Propriedades: diurético, peitoral, tónico, 
vulnerário. LI. L, U. E. + o Ver: asma, bronquite, constipação, 
enfisema, estômago, furúnculo.

181
Hespere

Hesperis matronalis L.

Juliana, juliana­dos­jardins

Bras.: erva­alheira

Crucíferas

AHesperis matronalis L., de flores brancas, cor­de­rosa ou violáceas, é 
um habitante selvagem das clareiras, onde exala o seu perfume ao cair da
tarde. Cultiva­se nos jardins para fazer cercaduras nos canteiros, mas a
sua exuberância natural torna, por vezes, necessário limitar a sua 
propagação. Então, com a ajuda das abelhas que a procuram, ultrapassa 
facilmente as cercas e reconquista a sua liberdade ao longo dos 
caminhos. Na Antiguidade, os naturalistas confundiam­na

com o goivo, sendo, no entanto, bem descrita na Idade Média.

Introduzida na Áustria a partir da Turquia, passou no século XVII à 
França e depois à Itália.

No século XIX, o fitoterapeuta Cazin verificou as suas propriedades 
terapêuticas, confirmando que a planta é diurética, expectorante e 
sudorífica. O seu suco misturado com leite ou uma infusão das folhas ou 
o vinho em que estas foram maceradas são bebidas agradáveis. As cataplas
m as de folhas picadas aceleram a maturação dos abcessos. A sua eficácia
só é real quando utilizada no estado fresco.

Habital: Europa Central e Meridional, com excepção da região 
mediterrânica e da Córsega, solos calcários, sebes, moitas; até 1500 m. 
Identificação: de O,40 a O,80 m de altura. Bienal ou vivaz, caule 
erecto, cilíndrico, ramificado na parte superior; folhas simples, 
inteiras, lanceoladas ou oblongas, dentadas, hirsutas, rugosas, com 
pecíolo curto; flores branco­rosadas, cor de púrpura ou violáceas (Maio­
Setembro), agrupadas em grandes panículas, 4 sépaIas, 4 pétalas em cruz,
6 estames, estigma fendido em 2 lobos; síliqua comprida, erecta, glabra 
ou aveludada, abrindo­se em 2 valvas

contendo 1 fileira de sementes. Cheiro agradável, sobretudo à noite; 
sabor acre. Partes utilizadas: parte aérea da planta fresca (floração).
O Componentes: óleo, vitamina C O Propriedades: diurético, expectorante,
sudorífico. U. I., U. E. Ver: abcesso, gota, litíase, pele.

182
Hipericão

kypericum perforatum L.

Milfurada, erva­de­sãojoão

Hipericáceas

O hipericão cresce geralmente em maciços, e a densidade da sua floração 
é tão intensa que nas grandes extensões de terreno que ocupa faz surgir 
enormes manchas amarelo­douradas e avermelhadas. Na realidade, as flores
estão abertas apenas um dia e murcham no dia seguinte, adquirindo as 
pétalas sem viço a cor de ferrugem. Esta planta tem uma particularidade 
interessante: o parênquima das folhas está salpicado de pequenas 
glândulas de essência, translúcidas, que, observadas à transparência, se
assemelham a mil pequenos orifícios e às quais deve o nome de milfurada.
As flores contêm dois pigmentos, um amarelo e outro vermelho; este 
último, denominado hipericina, está encerrado em pequenos pêlos 
glandulosos presentes nas sépalas e pétalas. Tem a propriedade de tornar
a epiderme do animal que o ingere sensível à luz solar; as zonas 
despigmentadas do corpo expostas ao sol tornam­se um foco de pruridos. 
As folhas e sumidades floridas são secas em ramos a sombra.

O chamado hipericão­do­gerês, ou androsemo, é obtido de uma outra 
espécie, Hypericum androsaemum L., que pode ser encontrada nos locais 
húmidos e sombrios e margens dos rios do Minho, Beiras e Estremadura 
(Sintra).

Habitat: Europa, terrenos incultos, bosques pouco densos, clareiras, 
prados secos, muros velhos; presente em todo o País; até 1600 m. 
Identificação: de O,30 a O,80 m de altura. Vivaz, caule avermelhado, 
sub­roliço, com 2 linhas longitudinais salientes, abundantemente 
ramificadas; folhas opostas, sésseis, glaucas na página inferior, 
cobertas de numerosas pontuações transiúcidas e salpicadas de pontos 
negros; flores de um amarelo intenso (Junho­Setembro), grandes, em 
panículas corimbiformes, 5 sépalas, 5 pétalas assimétricas, com

ntuações negras que são glândulas com um

corante vermelho, estames em 3 feixes; cápsula ovóide, estriada e com 
vesículas; toiça com rebentos folhosos. Partes utilizadas: folhas, 
sumidades floridas.
O Componentes: óleo essencial, hipericina, resina, tanino, vitamina C O 
Propriedades: adstringente, anti­séptico, cicatrizante, diurético, 
sedativo, vermífugo, vulnerário. U. L, U. E. + V Ver: asma, banho, 
bronquite, cistite, entorse, enurese, ferida, frigidez, impotência, 
leucorreia, parasitose, pulmão, queimadura, queimadura solar, úlcera 
cutânea.
Hipofac

Hippophae rhamnoides L.

Eleagnáceas 

É um arbusto espinhoso a cuja vida a luz é tão indispensável que morre 
sob árvores de maior porte, e os seus ramos mais baixos definham à 
sombra das suas próprias ramificações superiores. Necessita de sol e de 
solos salgados, formando impenetráveis massas arbustivas nas costas do 
mar da Mancha e do mar do Norte, onde as suas raízes com numerosos 
rebentos se fixam no subsolo. É uma planta dióica, cujas flores 
masculinas e femininas são produzidas por pés diferentes. No Inverno, os
pés femininos reconhecem­se facilmente, pois os seus gomos florais são 
mais pequenos.

Na Antiguidade, devido à reputação tóxica dos seus frutos encarnados, 
tinha o nome de Hippophae, das palavras gregas hippo, cavalo, e phaó, eu
mato, mas, a partir da Idade Média, a inocuidade dos seus frutos foi 
reconhecida, descobrindo­se­lhes uma acção adstringente. A sua utilizaçã
o como remédio antiescorbútico e antigripal é muito mais recente, visto 
que só no século XX foi

escoberto o seu elevado teor em vitamina C. Com o fruto do hipofaé 
confeccionam­se compotas e doces caseiros, estando comercializado um 
xarope que se recomenda durante os meses de Inverno.

Habitat: Europa, dunas, solos arenosos, aluviões dos grandes cursos de 
água; até 1800 m. Identificação: de 1 a 3,50 m de altura. Arbusto; 
tronco espinhoso com ramos soltos, castanho­escuros; folhas alternas 
quase sésseis, aiongadas, verde­escuras na página superior, prateadas e 
salpicadas de escamas de cor ruiva na inferior; flores esverdeadas 
(Março­Maio), pequenas, dispostas na base dos ramos jovens, que aparecem
antes das folhas, dióicas, as masculinas em amentilhos laterais com
4 estames sésseis na axila das escamas e as femininas solitárias com 1 
estilete; fruto subgloboso, amarei o­ ala ranjad o, com 1 semente 
encerrada num cálice carnudo; estolhos subterrâneos com numerosos 
turiões. Sabor ácido (fruto). Partes utilizadas: frutos (Setembro­
Outubro).
O Componentes: ácidos orgânicos, heterásidos flavónicos, provitamina A, 
vitaminas B1, B2, B6, E e C O Propriedades: acistringente, 
antiescorbútico, anti­séptico, tónico, vermífugo. U. 1. + Ver: apetite, 
astenia, envelhecimento, escorbuto, gripe.
hissopo *//* refazer

áridas, tenha sido outrora tão venerada. O hissopo é, como a losna, uma 
planta ambivalente; simultaneamente benéfica e maléfica, bela e 
perigosa, está entre o número das plantas consideradas feiticeiras. De 
entre os

remédios mais divulgados em medicina popular, o hissopo era utilizado 
para tratar doenças como a asma e as afecções brônquicas e pulmonares. E
cultivado à escala industrial para uso farmacêutico. Serve ainda para 
aromatizar licores e aperitivos e, em

cosmética, para preparar uma loção refrescante para as pálpebras e 
tonificante para a

pele. Com 17 outras plantas, faz parte da composição do chá­suíço.

O As pessoas nervosas devem tomá­lo com precaução. Habitat: Europa 
Meridional, solos calcários, paredes expostas ao sol; em Portugal, 
cultiva­se como planta melífera e ornamental; até 2000 m. Identificação:
de O,20 a O,60 m de altura. Vivaz, caule ascendente e ramificado; folhas
pequenas, inteiras e com nervura saliente; flores azuis ou cor de 
violeta­escura (Junho­Setembro), em espiga unilateral folhosa, cálice 
com 5 dentes, corola com 5 lóbulos, 4 estames cor de violeta e 
salientes; tetraquénio contendo 1 semente preta e rugosa; raiz lenhosa.

Partes utilizadas: sumidades floridas, folhas mondadas (na época da 
florescência); secagem lenta à sombra; conservar em local seco em 
pequenos sacos de papel colocados em frascos bem rolhados.
O Componentes: óleo essencial, heterósido, tanino, colina O 
Propriedades: antiespasmódico, aperitivo, carminativo, depurativo, 
estimulante, estomáquico, resolutivo, vulnerário. U. L, U. E. + o Ver: 
asma, bronquite, contusão, cura de Primavera, digestão, meteorismo, 
olhos, pele, rouquidão, tosse.

185
Imperatória

Peucedanum ostruthium Koch. (= Imperatoria

ostruthium L.)

Umbelíferas

Aimperatória encontra­se nos caminhos de montanha, formando altas e 
espessas moitas extremamente aromáticas; o seu perfume assemelha­se ao 
do aipo e também vagamente ao da angélica. O próprio nome da imperatória
revela as suas importantes virtudes.
O nome de espécie advém, por sucessivas transformações, do termo alemão 
Meisterwurz, que foi traduzido para o latim medieval, magistrantia, de 
onde derivou astrantia, que se transformou em ostricium e finalmente em 
ostruthiuni.

No século xVII, a imperatória, então no

auge da sua fama, fazia parte da composição de uma das misturas mais em 
moda na Europa, o orvietão, ou orvietano, composto por 54 plantas 
diferentes amolecidas e amassadas com mel, ópio, vários óleos essenciais
e carne seca de víbora. Actualmente, a imperatória é um dos remédios 
populares mais utilizados na Suíça, onde a sua raiz cozida em vinho é 
considerada como um contraveneno e um tratamento eficaz para as 
mordeduras de cão. As suas propriedades aperitivas e expectorantes são 
indiscutíveis; mastigada, estimula a salivação. A planta, utilizada 
também em culinária, serve para aromatizar alguns tipos de queijo.

Habitat: Europa, montanhas, ravinas, prados húmidos, solos siliciosos; 
até 2000 m. Identificação: de O,30 a 1 m de altura. Vivaz, caule verde, 
erecto, cilíndrico, estriado, oco e folhoso; folhas verdes nas duas 
páginas, frequentemente mais claras e aveludadas na página inferior, 
moles, sendo as inferiores formadas por 3 a 9 segmentos compridos, 
triangulares, lobulados, serrados, e as superiores mais pequenas; flores
brancas ou cor­de­rosa (Junho­Agosto), em grandes umbelas planas, com
20 a 42 raios delgados, desiguais, sem invólucro de brácteas; fruto 
curto, extensamente alado, chanfrado em ambas as extremidades; rizoma 
anelado, castanho, estolhoso; suco leitoso. Cheiro aromático e 
penetrante; sabor acre. Partes utilizadas: folhas frescas, rizoma; na 
Primavera, secagem à sombra; no Outono, secagem ao sol.
O Componentes: óleo essencial, goma, resina, composto de natureza 
cumarínica O Propriedades: aperitivo, estomáquico, expectorante, 
sudorífico. U. L, U. E. Ver: apetite, bronquite, meteorismo, mordedura, 
picadas.

186
Labaçol

Rumex obtusifolius L. Labaça­obtusa, manteigueira, ruibarbo­seivagem,

erva­britânica, paciência­aquática

Poligonáceas

Parente das azedas com sabor desprovido de acidez, mas muito amargo, o 
labaçol espontâneo possui grandes folhas em forma de coração e pequenas 
flores com pétalas substituídas pelas três sépalas interiores do cálice;
as três sépalas exteriores, esverdeadas, formam o invólucro 
característico do fruto, que permite aos botânicos distinguir o labaçol 
das suas espécies próximas, dotadas de propriedades medicinais 
semelhantes. Além do labaçol espontâneo, podem encontrar~se nos jardins 
o Rumex patientia L. e nos cam~ pos o Rumex crispus L., cujos frutos 
estão aqui representados. São plantas vivazes, das quais se utilizam o 
suco fresco, as folhas e

as raízes secas, considerados remédios eficazes, só actuando, porém, a 
longo prazo; assim, é necessário suportar pacientemente, durante várias 
semanas, o repugnante sabor antes de sentir os seus efeitos. Os 
farmacêu~ ticos preparam cápsulas medicinais com o pó da raiz para 
engolir sem mastigar, destinadas às pessoas que não conseguem suportar o
sabor da planta. As folhas são depurativas, tónicas, diuréticas e 
ligeiramente laxativas; servem­se em salada ou cozidas.

Habitat: Europa, excepto certas regiões mediterrânicas, à sombra, bermas
dos caminhos; em quase todo o País; até 1600 m. Identificação: de O,50 a
1 m de altura. Vivaz, caule floral rígido, robusto, canelado, corado de 
vermelho; folhas inferiores alternas, pecioladas, de nervuras centrais 
avermelhadas, ovais e cordiformes; flores esverdeadas (Junho­Setembro), 
com pedicelos filiformes, reunidos em semivertici lastros, constituindo 
cachos interrompidos, 3 tépalas externas pequenas, 3 tépalas internas 
(valvas), incluindo o fruto, 6 estames e 3 estiletes com estigmas;

aquénio trigonal com 1 semente, protegido pelas valvas; raiz espessa, 
rugosa, castanha e amarela no corte. Cheiro acre; sabor amargo. Partes 
utilizadas: folhas, suco fresco, raizes secas (Outubro­Novembro); limpar
sem lavar e secar ao sol.
O Componentes: compostos de ferro e de fósforo, tanóides, heterósidos O 
Propriedades: acistringente, antianémico, depurativo, diurético, 
laxativo, tónico. U. L, U. E. + V o Ver: anemia, cura de Primavera, 
dartro, fígado, obstipação, pele, úlcera cutânea.
Laminárias

a) Laminaria saccharina Lam. b) Laminaria digitata (L.) Lam, c) 
Laminaria hyperborea (Gunner) Foslie a) rabeiro, c) folha­de­maio, 
chicote, taborro­de­pé

Laminariáceas

As laminárias surgem ao longo das costas da Europa, onde, na maré baixa,
é habitual vê­Ias brilhar sobre as rochas. Cientificamente, pertencem ao
grupo das algas­castanhas (feofíceas). Estas laminárias identificam­se 
facilmente ao examinarem­se os seus estipes, pseudocaules simples que se
ramificam na base, constituindo um órgão de fixaçao com aspecto de raiz,
e na parte superior se diferenciam dando uma fronde lamelar. O estipe da
Laminaria saccharina é curto e cilíndrico; a sua lâmina foliácea verde­
azeitona­escura, ondulada nos bordos, persiste e

cresce todos os anos ao nível da base. A Laminaria digitata possui um 
pseudocaule longo e flexível e uma fronde espessa verde­azeitona 
manchada de castanho. Na Laminaria hyperborea, o estipe é rugoso e 
espesso. Nenhuma destas três laminárias é perigosa; pelo contrário, a 
sua riqueza em sais minerais, em oligoelementos e em vitaminas justifica
as suas numerosas aplicações medicinais e a sua utilização na indústria 
farmacêutica e alimentar.

Habitat: Europa; na costa portuguesa há a L. hyperborea (Gunner) Foslie,
a L. ochroleuca De Ia Pylaie e a L. saccharina (L.) Lamour. 
Identificação: de 3 a 4 m de altura. Talo composto por um espique 
cilíndrico e por grande fronde, alongada, recortada consoante as 
espécies, contendo canais com mucilagem, cobertos por soros em 
determinadas épocas. Cheiro marinho; sabor salgado; a) estipe curto; 
fronde verde­azeitona­escura, comprida, achatada, apresentando à 
superfície uma fileira de soros; b) pseuclocaule comprido, flexível, 
coriáceo; fronde verde­azeitona manchada de

castanho, brilhante, espessa; apresenta soros ovais afastados uns dos 
outros; c) estipe volumoso, rugoso; fronde apresentando à superfície 
extensas fileiras de soros. Partes utilizadas: talo; arrancar e secar.
O Componentes: pigmentos, ácido algínico, alginatos, oligoelementos, 
vitaminas B, C e E
O Propriedades: anorexígeno, estimulante, remineralizante. U.l., U.E. V 
O Ver: arteriosclerose, banho, bócio, envelhecimento, fadiga, 
hipotireoidismo, menopausa, obesidade, pele, raquitismo.

188
Lapsana

Lapsana communis L.

Labresto

Compostas

A lapsana é uma erva daninha, vulgar à beira dos caminhos, que se apanha
nos campos, constituindo um óptimo alimento para os coelhos. Enorme 
planta anual, esbelta, as suas flores têm a característica fascinante de
abrir de manhã cerca das 6 ou 7 horas e de fechar ao entardecer. As 
folhas têm a forma de uma lira e o caule, viloso, contém um suco leitoso
de gosto inesperado, simultaneamente amargo e salgado, semelhante ao do 
taráxaco. Nos meios rurais, a lapsana é consumida crua, temperada como 
uma salada.

O nome da lapsana deriva do grego Iapadzô, eu purgo. Foram­lhe 
atribuídas propriedades emolientes. A planta é, de facto, utilizada em 
medicina popular para aliviar os seios encaroçados das mulheres que 
deixam de amamentar e também para curar as gretas cutáneas. Para este 
efeito, utiliza­se quer em pomada obtida pela mistura do suco fresco com
uma matéria gorda, quer numa cataplasma feita com folhas frescas 
picadas. A lapsana é utilizada num extracto fluido para fazer baixar o 
teor de açúcar no sangue.

Habitat: Europa, excepto na região mediterrânica, terrenos incultos ou 
cultivados, limites dos bosques, entulhos; bastante frequente em 
Portugal nos locais sombrios, sebes e campos cultivados; até 1800 m. 
Identificação: de O,20 a 1,20 m de altura. Anual, caule erecto, 
ramificado na extremidade superior, folhoso, com suco leitoso; folhas 
alternas, com dentes espaçados, as inferiores firadas, com grande lóbulo
terminal, as médias simples, ovais, pecioladas, e as superiores 
lanceoladas, sésseis; flores amarelo­claras (Maio­Setembro), de 8 a 12 
em pequenos capítulos, sobre pedúnculos delgados, dispostos em 
panículas, com 5 dentes; aquênio comprido, estriado, brilhante, 
arredondado no vértice, sem papilho; raiz aprumada, com raizes laterais.
Sabor amargo e salgado (suco). Partes utilizadas: folhas, suco.
O Componentes: princípio activo indeterminado O Propriedades: 
antidiabético, emoliente, laxativo, refrescante, vulnerário. U. L, U. E.
+ Ver: diabetes, fígado, greta, lactação, obstipação.
LevÍstico

Levisticum officinale Koch

Umbelíferas

Semelhante a um grande aipo­bravo devido ao seu aroma, dimensões e 
folhagem, o levístico é raro no estado espontâneo; geralmente evadido 
das suas antigas culturas, aclimatou­se nas montanhas, nas sebes, nas 
lixeiras e nos prados. Outrora célebre pelas suas virtudes medicinais, 
como indica o seu nome, Levisticum, que deriva do latim levare, aliviar,
esta planta foi provavelmente introduzida na Europa Central pelos monges
beneditinos. Cerca de 800, encontrava­se já nos jardins imperiais de 
Carios Magno, embora alguns autores suspeitassem que era

prejudicial à visão. Na Idade Média, atribuíam­se­lhe virtudes 
estomáquicas e calmantes e utilizava­se em preparados cosméticos. No 
século Xvi, a Escola de Salerno elogia as suas propriedades emenagogas. 
Actualmente, parece ter caído no esquecimento, a não ser nos países 
anglo­saxónicos, onde é uma hortaliça muito apreciada, e a raiz, 
reduzida a pó, substitui a pimenta.

Na Suíça e na Alsácia, o caule oco do levístico é utilizado como 
palhinha para beber leite quente para aliviar as afecções da garganta.

Habitat: raro na Europa, semiespontâneo nos Alpes e nos Pirenéus, solos 
incultos, sebes, planícies; até 1800 m. Identificação: de 1 a 2 m de 
altura. Vivaz, caule erecto, robusto, oco; folhas verdes, brilhantes, 
grandes, na base dos ramos, triangulares, 2 a 3 vezes recortadas em 
folíolos romboidais incisos; flores amareladas (Julho­Agosto), em 
umbelas de 8 a 15 raios, com invólucro e involucelos retroflectidos; 
fruto oval, com 10 costas aladas; raiz cinzento­acastanhada, casca 
espessa. Cheiro intenso a aipo. Partes utilizadas: raiz (Primavera), 
sementes,

por vezes as folhas (Setembro).
O Componentes: óleo essencial, cumarina, gomas, resinas, tanino, amido, 
vitamina C O Propriedades: carminativo, digestivo, diurético, emenagogo.
U. 1. + Ver: edema, enxaqueca, fígado, menstruação, meteorismo.
LicopÓdio

Lycopodium clavatum L.

Enxofre­vegetal

Licopodiáceas

As licopodiáceas são criptogâmicas, isto é, plantas sem flores que se 
reproduzem por esporos, os quais são provenientes de esporângios que 
surgem em forma de espiga terniinal num pedtInculo delgado e nu. 
Frequente na Europa Central, o licopódio raramente se desenvolve no 
litoral mediterrânico. No entanto, não é fácil encontrá­lo, pois 
esconde­se entre as urzes, os arandos e por vezes entre o musgo, apenas 
emergindo deste meio os esporângios, de uma bela cor amarelo­clara. O 
crescimento da planta é extremamente lento, podendo o caule rastejante 
atingir 1 m de comprimento. O nome de Lycopodium deriva das palavras 
gregas pus e lycos, que significam, respectivamente, pé e lobo, numa 
alusão ao aspecto dos ramos

jovens; clavatum deriva do latim clava, moca, pois os esporângios têm, 
nas sumidades dos caules férteis, a forma de mocas. O pó dos esporos é 
utilizado em farmácia como hidrófugo e em medicina para o tratamento de 
algumas dermatites causadas pela humidade. Recentemente, era ainda 
utilizado nas embalagens de pílulas para evitar a sua aglutinação.

Se um pouco deste pó for lançado sobre uma chama, deflagra, emitindo um 
clarão vivo; esta reacção é devida ao óleo essencial que contém. Por 
esta razão, é utilizado pelos pirotécnicos no fabrico de peças de fogo­
de­artifício com chama colorida.

O Não aproximar o pó de uma chama. Habitat: Europa Central, vulgar em 
França, bosques de solos siliciosos; em Portugal, na serra da Estrela; 
até 2500 m. Identificação: pode atingir 1 m de comprimento. Vivaz, caule
ramoso, rastejante, radicante, com ramos ascendentes, espaçados; folhas 
assoveladas, comprimidas, pequenas, irregularmente imbricadas, 
terminando por um comprido pêlo hialino; ramos férteis, folhosos, 
erectos, terminados por 1 a 3 compridas espigas de brácteas triangulares
que contêm os esporângios, amarelo­claros (Julho­Outubro),

reniformes, encerrando inúmeros esporos; raiz vigorosa, bifurcada. 
Partes utilizadas: esporos (Agosto­Setembro); peneirar o pó, conservar 
em lugar seco.
O Componentes: celulose, prótidos, glúcidos, lípidos, sais minerais O 
Propriedades: emoliente. U. E. Ver: eritema.

191
LÍNGUA­CERVINA *//* VER SE TEM OUTROS NOMES

A língua­cervina é um feto das paredes deterioradas, das abóbadas em 
ruínas e das sombrias entradas das grutas que expelem cheiros 
bolorentos. Esta planta, que deve ser protegida, mantém durante todas as
estações do ano as suas frondes, que no Verão se enchem de soros. Os 
Antigos, que muito apreciavam a língua­cervina, consideravam­na um

remédio para as obstruções intestinais e as

afecções do fígado e do baço; com os progressos da medicina, outros 
remédios, mais convenientes, foram postos em prática. Por esta

razão, actualmente a planta é sobretudo utilizada devido às suas 
propriedades emolientes, expectorantes e adstringentes. Os homeopatas 
receitam uma tintura preparada a partir da planta ­fresca e os 
fitoterapeutas aconselham uma infusão das folhas, frescas ou secas, em 
água ou, preferen temente, em leite. A língua­cervina faz parte, com 16 
outras plantas, todas espécies vulnerárias, da composição do chá­suíço e
é utilizada na preparação de um xarope de chicória composta.

Habitat: Europa, ruínas; em Portugal, encontra­se, durante todo o ano, 
nos locais húmidos e sombrios, poços, desde o Minho à Estremadura; até 
1800 m. Identificação: de O,20 a O,90 m de altura. Vivaz, frondes em 
moitas inteiras, grandes, serradas, verde­brilhantes, mais claras na 
página inferior, ligeiramente onduladas, cordiforme­auriculares na base,
com bordos lisos e pecíolos escamosos; soros lineares na face inferior 
(Junho­Setembro), paralelos entre si, obliquamente alinhados em relação 
à nervura média, cobertos por indúsios; rizoma subterrâneo, avermelhado,
espesso, escamoso, fibroso e vertical. Cheiro herbáceo, tornando­se 
aromático após a secagem; sabor doce. Partes utilizadas: folhas frescas 
e secas (todo o ano para utilização imediata, ou em Setembro para 
conservação).
O Componentes: mucilagem, tanino, glúcido, vitamina C, colina 6 
Propriedades: acistringente, antilactagogo, béquico, diurético, 
emoliente, expectorante, resolutivo, vulnerário. U. L, U. E. + Ver: 
boca, bronquite, diarreia, fígado, lactação, reumatismo.

192
Linho­bravo

Linum angustifoliuiv Huds.

Linho­galego­silvestre

Bras.: linho

Lináceas

A cultura do linho data dos primórdios da Humanidade. Desde então e até 
meados do século XIX, época em que foi enormemente suplantado pelo 
algodão, o homem cultivava o linho devido às suas fibras têxteis, que 
eram fiadas, tingidas e tecidas. No século vi a. C., o linho fazia parte
da alimentação, e

no século v a. C. foi citado como remédio por Teofrasto na sua História 
das Plantas.

Na Idade Média, os pintores substituíram uma parte do ovo, então 
utilizado na composição da têmpera, por óleo de linhaça cozido e 
decantado ao sol; este processo tornava as cores mais brilhantes e mais 
fáceis de

usar.

A água de linho conheceu grande voga no

século XVIII como bebida para conservar a saúde. Este linho de múltiplas
aplicações foi denominado pelos botânicos Linum usitatissimuin L., que 
quer dizer linho muito usado. Embora muito cultivado, não suplantou o 
espontâneo, o Linum angustifolium Hucis. Há ainda uma terceira espécie 
de linho medicinal, o linho­purgante, Linum (­atharticum L., que é uma 
pequena planta com minúsculas flores brancas.

O Nunca utilizar a farinha pouco fresca, bolorenta ou rançosa para 
cataplasmas. Habitat: Europa Meridional; frequente em quase todo o País;
até 800 m. Identificação: de O,30 a O,60 m de altura. Vivaz, caule 
erecto ou ascendente, sem nós, glabro, com bastantes rebentos basais, 
folhosos, estéreis; folhas verde­claras, lanceoladas, estreitas, 
alternas, assinaladas por 1 a 3 nervuras; flores azul­claras (Maio­
Julho), grandes, com pedicelo comprido, fechadas se está mau tempo, 5 
sépalas ovais, pontiagudas, com 3 nervuras, 5 pétalas denticuladas, 2 
vezes mais compridas, caducas, 5 estigmas, estreitos, capitados, 5 
estames férteis e 5 abortados sem antera; cápsula acastanhada, com 
septos ciliados vilosos libertando 10 sementes alongadas, castanhas, 
brilhantes e lisas. Partes utilizadas: sementes (Julho­Agosto).
O Componentes: mucilagem, pectina, lípidos, enzimas, heterósido, 
vitamina F O Propriedades: diurético, emoliente, laxativo, suavizante, 
vermífugo. U. I., U. E. + O Ver: abcesso, bronquite, congestão, 
furúnculo, obstipação, parasitose, pele.
Linho­de­cuco

Cuscuta epith@Imum Murr. Linho­de­raposa, cabelos, cabelos­de­nossa­
senhora

Bras.: cipó­chumbo

Cuscutáceas

O linho­de­cuco é uma planta parasita que, embora desprovida de 
clorofila, possui uma enorme vitalidade. No início do seu desen­ 
volvimento, uma minúscula raiz assegura as primeiras necessidades e, 
seguidamente, a planta recém­nascida procura um suporte, fixando­se 
fortemente e emitindo na direcção do sistema vascular do hospedeiro um 
fino sugador nutritivo. A partir daí, o seu desenvolvimento é rápido, os
caules filiformes crescem, esgotando e asfixiando algumas vezes a vítima
na sua rede funesta. De entre as 100 espécies do género Cuscuta 
existentes no Mundo, a Europa possui cerca de uma dezena. A espécie 
representada ao lado parasita a giesteira­das­vassouras, o

serpão e a urze. Todas as cuscutas são anuais, mas a Natureza dotou­as 
de milhares de sementes que garantem a continuidade de inumeras 
geraçoes. Os povos da Antiguidade confundiam várias espécies de cuscutas
sob a designação global de Epithvmon (epi, sobre, e thymon, serpão) e 
utilizavam­nas acireditando que elas absorviam as propriedades 
medicinais dos hospedeiros. Actualmente, há conhecimento de que o linho­
de­cuco possui as suas próprias virtudes.

Habitat: Europa; todo o território português; até 200 m. Identificação: 
altura indefinida. Anual, caule avermelhado ou amarelado, filiforme, 
liso, trepador, afilo, provido de sugadores com ramos entrelaçados; 
flores brancas ou rosadas (Junho­Setembro), pequenas (5 mm), dispostas 
em glomé rulos ou corimbos na axila de uma bráctea, cálice com 5 
divisões, corola campanulada com 5 lóbulos, com o tubo fechado por 
escamas, 5 estames curtos, 2 estigmas; cápsula arredondada contendo 4 
pequenas sementes esféricas; raiz reduzida que morre logo que

a planta começa a ser afimentada pelo seu hospedeiro. Cheiro pouco 
intenso; sabor amargo. Partes utilizadas: planta inteira; secagem à 
sombra.
O Componentes: heterósido, resina, tanino, goma, enzima O Propriedades: 
acistringente, carminativo, colagogo, detersivo, laxativo. U. L, U. E. +
Ver: abcesso, ferida, meteorismo, obstipação.
Líquen­da­islândia

Cetraria islandica L.

Musgo­da­islândia, musgo­amargo, musgo­islândico

Parmeliáceas

Se bem que alguns autores tenham escrito que o líquen­da­islândia não 
cresce no país cujo nome usa, encontra­se ali, bem como em toda a Europa
Setentrional até à Gronelândia e às Spitzberg. É uma pequena planta 
franzina, sem raiz nem folhas, com lâminas encarquilhadas, secas ao 
tacto e apresentando nas extremidades minúsculos discos; forma no solo, 
nos rochedos e nas árvores coberturas espessas, elásticas e resistentes.
Supõe­se que a palavra *líquen,> deriva do grego leikhô, eu roço; 
efectivamente, esta planta roça a terra ou qualquer suporte, ao

qual adere sem parasitar. Necessita apenas de um pouco de água, de ar e 
de luz. Extremamente robusta, respira e assimila mesmo a temperaturas 
muito afastadas das do seu

óptimo vital. Fica assim cada vez mais enrugada devido à aridez; um 
líquen pode permanecer em estado de vida latente durante cerca de um 
ano.

Desconhecido na Antiguidade, o líquen­da­islândia é considerado 
substância medicinal desde o século xvii. Hoje, pode ser utilizado no 
tratamento de diversas doenças, pois as suas propriedades curativas 
diferem consoante se eliminou ou não, por ebulição, o seu princípio 
amargo.

O Contra~indicado para pessoas que sofrem de úlceras. l Europa 
Setentrional, turfeiras, florestas, penhascos, árvores; em Portugal, 
principalmente na serra da Estreia; até 2600 m.

Identificação: de O,03 a O,12 m de altura. Talo erecto que se divide em 
lâminas achatadas, por sua vez divididas em numerosos lóbulos, 
fimbriados nos bordos; lóbulos desde a cor verde­azeitona à verde­
acastanhada na parte superior, verde­prateada ou verde­acastanhado­clara
na parte inferior, com manchas esbranquiçadas, base e bordos com 
tonalidade

parda; nos lóbulos terminais notam­se, na face superior, pequenos corpos
arredondados, amarelados, chamados apotécias, Cheiro suave a algas; 
sabor amargo. Partes utilizadas: talo seco, desprovido ou não dos seus 
componentes amargos (todo o ano).
O Componentes: ácidos, glúcidos, princípio amargo, mucilagem O 
Propriedades: antiemético, antiespasmódico, anti­séptico, emoliente, 
expectorante, tónico. U.1 + o Ver: convalescença, diarreia, enjoo, 
fadiga, náusea, pulmão, tosse, tosse convulsa, vómito.
195
Lírio­amarelo­dos­pântanos

Iris pseudacorus L. Ácoro­bastardo, lírio­bastardo, lírio­dos­charcos

Bras.: lírio­amarelo

lridáceas

O lírio­amarelo­dos­pântanos é uma belíssima planta espontânea que 
povoa, juntamente com outras ervas mais modestas, as margens dos 
charcos. O seu caule, alto e rígido, coberto de folhas cortantes como 
lâminas de espadas, orna­se a partir de Junho com, flores amarelas que 
florescem umas após outras, reflectindo no espelho das águas a sua 
beleza efémera. No seu habitat natural, esta planta não se confunde com 
nenhuma outra, supondo­se, no entanto, que outrora os médicos e os 
farmacêuticos a identificaram com o cálamo­aromático, do qual apenas 
conheciam a droga seca. Assim, a reputação medicinal deste lírio foi 
constituída a partir de um erro, aliás actualmente reconhecido, pelo que
a sua utilização é extremamente reduzida. O rizoma da planta, quando 
fresco, é de facto fortemente emético e purgativo; só deve ser utilizado
por receita do médico, pois este deverá adaptar as doses à constituição 
física do doente. O lírio­amarelo­dos­pântartos foi também utilizado nas

montanhas para tratar a tinha. O rizoma, fervido com limalha de ferro, 
fornece um excelente corante para tingir tecidos de preto e também para 
curtir couros.

G Não utilizar o rizoma fresco sem receita médica. Habitat: Europa, 
margens dos cursos de água; frequente em todo o território português, em
rios e pântanos; até 800 m. Identificação: de O,50 a 1,20 m de altura. 
Vivaz, caule erecto, duro, ramificado; folhas dísticas, rijas, quase tão
compridas como o caule, ensiformes, dobradas no sentido da nervura 
média; flores amarelas (Junho­Julho), em grupos de 2 ou 3 na axila das 
espatas, 3 grandes sépalas petalóides e pendentes, 3 pétalas estreitas, 
erectas, 3 peças estigmáticas escondendo 3 estames, cápsula volumosa 
abrindo­se por 3 valvas e contendo 6 séries de sementes castanhas; 
rizoma horizontal, vigoroso, carnudo, de fractura amarela, provido de 
numerosas raizes. Inodoro; sabor acre. Partes utilizadas: rizoma 
(Outono); torna­se vermelho ao secar.
O Componentes: tanino, lípidos, prótidos, glúcidos O Propriedades: 
emético, esternutatório, purgativo, rubefaciente. U. L, U. E. + Ver: 
cefaleia, ú lcera cutânea.
Lírio­dos­vales

Convallaria majalis L.

Convalária, lírio­de­maio, lírio­convale

Bras.: convalária, flor­de­rnaio

Lifiáceas

No 1.O de Maio, dia do trabalho, é tradição em França levar para casa um
pé ou um pequeno ramo de lírio­dos­v ales, símbolo da felicidade. Pode 
encontrar­se quer em grandes manchas, quer disperso, quase isolado. Se 
as condições de luz não são suficientes, não floresce, produzindo apenas
uma grande quantidade de folhas. O nome de Convallaria deriva da sua 
antiga designação latina, Lilium convallium, lírio­dos­vales­profundos. 
Lineu chamou­lhe majalis porque floresce no mês de Maio. Esta planta não
é citada nem pelos Gregos nem pelos Romanos; as suas flores são desde 
tempos muito remotos utilizadas pelos Russos como rernédio para 
determinadas afecções cardíacas, em França, até ao século XIX, apenas se
conheciam as suas propriedades esternutatórias e antiespasmódicas. O 
lírio­dos­vales contém uma substância que diminui e reforça o ritmo 
cardíaco, sendo vulgarmente utilizada na terapêutica moderna. O perfume 
desta planta pode causar perturbações; não introduzir na boca as flores 
nem ingerir as bagas.

O Não consumir as bagas; respeitar as doses. Habitat: toda a Europa, 
bosques frescos, matas de carvalhos e de faias; até 2000 m. 
Identificação: de O,10 a O,30 m de altura. Vivaz, com rizoma rastejante;
2 folhas inteiras, alongadas, agudas no vértice, largas, com nervuras 
não ramificadas, com pecíolo comprido e rodeado na base do caule por 
bainhas membranosas encaixadas umas nas outras; flor de um branco 
imaculado (Abril­Maio), dispostas num escapo em cacho unilateral, 
campanuladas, muito perfumadas; baga arredondada verde e mais tarde 
vermelha. Cheiro almiscarado,

adocicado e intenso. Partes utilizadas: as folhas e sobretudo as flores 
(Abril­Maio), no início da floração; secagem à sombra.
O Componentes: saponósidos, heterósidos (convalatoxósido) O 
Propriedades: antiespas~ módico, cardiotónico, diurético, emético, 
purgativo. U. 1. + Ver: cefaleia, hipotensão, palpitações.

197
Lisimáquia

LYsimachia vulgaris L. Lisimáquia­vulgar, erva­moedeira, grande­
lisimáquia

Primuláceas

A lisimáquia­vulgar prefere os locais húmi dos; misturada com as grandes
plantas qu( habitualmente vivem nos solos lodosos, seu aspec o imponente
é extremamente de corativo. O caule, consistente e erecto, é enci mado 
no Verão por uma inflorescência ama rela em panícula piramidal, como uma
man cha luminosa nos locais húmidos. Algumw espécies de Lysimachia são 
frequentement@ cultivadas como plantas decorativas nos jar dins e 
crescem à beira dos lagos. Supõe­s( que os povos da Antiguidade não a 
conhe ciam; Plínio, ao falar da lisimáquia, refe re­se na realidade à 
salgueirinha, Lythrun salicaria L. Sem utilização na Idade Média foi 
mais tarde empregada no tratamento da! febres e do escorbuto.

Todos os seus elementos são úteis aos tin tureiros: da raiz pode 
extrair­se uma bonffi tinta castanha; as folhas e o caule serverr para 
tingir de amarelo os tecidos de lã. @ semelhança da camomila, uma 
infusão mui to densa das suas flores é utilizada para acla rar os 
cabelos. As espécies de Lylsimachi(, cultivadas nos jardins distinguem­
se não s@ pelo porte herbáceo ou arbustivo, mas também pelas várias 
cores das suas flores.

Habitat: Europa, beiras dos pegos, charcos, ribeiros, fossos; de Trás­
os­Montes ao Alentejo, nas margens dos cursos de água e locais húmidos; 
até 1200 m. Identificação: de O,50 a 1,50 m de altura. Vivaz, caule 
erecto, pouco ramificado, folhoso, de secção quase quadrangular; folhas 
grandes, ovais ou oblongas, subsésseis, opostas ou verticiladas em 
grupos de 3 a 4; flores amarelas (Junho­Agosto), em panícula piramidal, 
5 sépaIas agudas, rodeadas de pétalas vermelhas soldadas na base, com 5 
lóbulos bem abertos, estames unidos pela base dos seus filetes e,

cada um deles, à base de cada uma das pétalas; 1 ovário súpero, sem 
divisões, 1 estilete,
1 estigma; parte subterrânea rastejante. Partes utilizadas: folhas e 
flores secas (Junho­Agosto); secagem à sombra e ao ar.
O Componentes: tanino, heterósidos, saponósido, enzima (primaverase), 
vitamina C, açúcares O Propriedades: acIstringente, vulnerário. U. I., 
U. E. Ver: afta, diarreia, hemorragia, leucorreia.
Losna

Artemisia absinthium L.

Absinto, sintro, grande­absinto, acintro, losna­maior,

citronela­maior Bras.: absíntio

Compostas

Planta vivaz que pode viver 10 anos, a losna é famosa desde tempos muito
antigos pelas suas virtudes medicinais. Efectivamente, é citada num 
papiro eg!pcio que data de
1600 a. C. Os Celtas e os Arabes aconselhavam o seu uso, e os médicos da
Antiguidade celebrizaram­na como panaceia. Em 1588, na sua obra Novo 
Herbário Completo, Tabernaemontanus, médico e botânico alemão, 
aconselhava­a até como remédio contra o mau gênio. No entanto, a losna é
de tal modo amarga que na Sagrada Escritura é citada como símbolo das 
dificuldades e tristezas da vida. O seu nome, traduzido do grego, 
significa *privado de doçura+, e, na

realidade, só com muita fé na sua eficácia é possível suportar o seu 
desagradável sabor.

O licor de absinto, outro nome da losna, era uma bebida muito em voga no
século XIX, como se pode verificar pelo quadro de Manet, pintado em 
1876, O Absinto. Porém, a losna contém um óleo essencial que, ingerido 
em doses elevadas, é um veneno cujo abuso provoca graves intoxicaçõ es. 
Manifestam­se convulsões tetânicas e perturbações psíquicas com 
alucinações. Por essa razão, o fabrico e comercialização deste licor são
proibidos em vários países europeus.

O Torna amargo o leite das mulheres que amamentam. A maioria das pessoas
não a tolera. Nunca prolongar o seu uso. Habitat: Europa, excepto no 
Norte; espontânea em Portugal, no Minho, Trás­os­Montes e Alto Douro, 
sendo também cultivada. Identificação: de O,40 a 1 m de altura. Vivaz, 
caule verde­prateado, pubescente, erecto e canelado; folhas cinzento­
esverdeadas na página superior, brancas na inferior, sedosas, 
pecioladas, profundamente fendidas em segmentos obtusos; flores amarelas
(Julho­Setembro), tubulosas, em capítulos pequenos,

globosos, pendentes, agrupados em panículas; aquénio liso. Cheiro 
aromático; amargo. Partes utilizadas: sumidades floridas, folhas.
O Componentes: óleo essencial, muito activo e tóxico, absintina, 
resinas, tanino, ácidos, nitratos. A absintina revelou ser uma mistura 
de, pelo menos, quatro substâncias com acção amarga O Propriedades: 
anti­séptico, digestivo, emenagogo, estimulante, tónico, vermífugo. U. 
I., U. E. + V o Ver: apetite, convalescença, digestão, dor, enjoo, 
febre, ferida, gripe, insectos, magreza, menstruação, parasitose, pele, 
picadas.
199
Loureiro

Laurus nobilis L.

Louro, sempre­verde, loureiro­comum,

loureiro­vulgar, loureiro­dos­poetas

Lauráceas

Oriundo da Ásia Menor, o melancólico e belo loureiro, ao passar pela 
Grécia, criou uma história e uma lenda: dedicado a Apolo, ele coroava os
heróis gloriosos. A partir do Peloponeso invadiu a Europa, e actualmente
encontra­se em quase todos os jardins, desde o Mediterrâneo às costas da
Mancha e do Atlântico. O loureiro é sobretudo conhecido pelo papel que 
desempenha na culinária, sendo conveniente não confundir as suas folhas 
com as do loureiro­rosa e do loureiro­cerejeira, que são plantas muito 
venenosas. Com o alho, a salsa e o tomilho constitui o chamado ramo de 
cheiros, ignorando­se por vezes que esta planta culinária é dotada de 
outras virtudes, para além da de estimular agradavelmente as papilas 
gustativas dos gastrónomos.

O loureiro é considerado um estimulante e um anti­séptico: as folhas em 
infusão facilitam a digestão. O óleo extraído das suas bagas, denominado
manteiga de loureiro, produz um efeito benéfico nas dores articulares. 
Em medicina veterinária é utilizado em fricções para o mesmo fim. Uma 
ligeira camada deste óleo aplicada sobre o pêlo de um animal protege­o 
das moscas.

Habitat: Europa, ravinas das montanhas da região mediterrânica; no 
Centro e Sul de Portugal, espontâneo e subespontâneo nos locais sombrios
e margens dos cursos de água; cultivado em quase todo o País; até 1200 
m. Identificação: de 2 a 10 m de altura. Arvore; caule glabro, de casca 
lisa e preta, madeira amarelo­pálida, ramos erectos; folhas verde­
escuras, brilhantes na página superior, baças na inferior, coriáceas, 
lanceoladas, onduladas nos bordos, alternas, persistentes; flores 
branco­amareladas (Abril­Maio), 4 a 6 por umbela na axila das folhas, 
pequenas, pedunculadas, 4

sépalas petalóides, dióicas, masculinas, 8 a 12 estames, femininas, 1 
carpelo com estilete curto; baga negra do tamanho de uma cereja contendo
1 semente. Cheiro aromático (flores); sabor aromático (folhas), acre, 
picante (fruto). Partes utilizadas: folhas sem pecíolos (Verão), fruto 
(Outubro­ Novembro). * Componentes: tanino, princípio amargo, lipidos O 
Propriedades: anti­séptico, estimulante, sedativo, sudorífico. U. I., U.
E. + o Ver: astenia, desinfecção, digestão, dor, fadiga, insectos, 
menstruação, reumatismo, sono.

200
Lúpulo

Humulus lupulus L. Vinha­do­norte, engatadeira, lúpulo­trepador,

pé­de­galo

Canabináceas

O lúpulo espontâneo é chamado em alguns países europeus pau­do­díabo 
devido à forma rápida como trepa às árvores, sempre em sentido inverso 
ao dos ponteiros do relógio. Prefere solos húmidos e sombrios e a 
proximidade dos amieiros. A raiz, vivaz, emite todos os anos um novo 
caule que, agarrando­se aos seus suportes, se eleva até 5 ou
6 m, murchando depois no fim do Verão. As folhas do lúpulo, ásperas ao 
tacto, assemelham­se muito às da videira, sendo o seu pecíolo mais fino,
a base menos chanfrada e desprovida de gavinhas. Apenas as 
inflorescências femininas desta planta dióica, os

cones, são utilizadas em medicina, além do pó dourado e resinoso que as 
cobre, a lupulina. O lúpulo foi introduzido nas regiões europeias no 
século xiii, passando a ser utilizado no fabrico da cerveja após 
pesquisas realizadas pelos monges. A lupulina é um sedativo poderoso. 
Aconselha­se às pessoas que sofrem de insônias a utilização de uma 
almofada bem cheia de cones de lúpulo. Em certas regiões, os jovens 
rebentos de lúpulo são servidos às refeições na Primavera preparados 
como os espargos.

O Na época da colheita, as pessoas sensíveis podem sentir sonolência ou 
cefaleias. Habitat: Europa, sebes, florestas, em culturas para a produçã
o de cerveja; em quase todo o País; até 1500 m. Identificação: de 5 a 7 
m de altura. Vivaz, caule volúvel, sinistrorso (enrolando da direita 
para a esquerda), anguloso e áspero; folhas verde­claras, opostas, 
pecioladas, estipuladas, recortadas em 3 a 5 lóbulos, ásperas, palmadas,
bordos serrados; flores verde­amareladas, dióicas, tendo as masculinas 5
tépalas, 5 estames, erectos em panícula na axila das folhas, e as 
femininas numerosas brácteas foliáceas, imbri   ca das, envolvendo cada 
uma delas 2 pistilos e formando cones pendentes cobertos por um pó 
amarelo­dourado e resinoso, a lupulina. Cheiro intenso e aromático; 
sabor amargo. Partes utilizadas: cones, lupulina (Setembro­Outubro); não
conservar durante muito tempo.
O Componentes: alcalóides, lupulina, estrogéneos O Propriedades: 
antálgico, antiespasmódico, anti­séptico, aperitivo, digestivo, 
sedativo. LI. L, U. E. + V N Ver: apetite, digestão, magreza, 
nervosismo, nevralgia, pele, sono.
Macela *//* PARA REFAZER

Anthemis nobilis L.

Macela­dourada, riríacela­galega, macelão, macela­flor, camomila­romana,
camomila­de­paris, falsa­carriomila, marcela

Compostas 

Com um aspecto muito diferente da can mila, os caules desta planta, 
primeiro pr, trados, erguem­se seguidamente, formar numerosas 
ramificações que se dispõem s rigidez e terminam em capítulos solitár 
brancos, muito odoríferos. Desconhece­s, sua origem. Não é mencionada 
pelos auto da Antiguidade nem pelos da Idade MéiÈ No século Xvi, em 
Londres, é referenci; como erva daninha.

Para corresponder a necessidades med nais, é cultivada em Anjou, França,
uma riedade de flores duplas, todas liguladas que conferiu celebridade à
região e aos h@ tantes de Chemillé, os quais asseguram ti a produção 
francesa.

Após a colheita, que deve ser feita c tempo seco, no início do Verão, e 
à med que os capítulos se entreabrem, deve prc der­se imediatamente à 
secagem à soni em lugar arejado; se esta é mal executada flores 
escurecem e perdem as suas proprie des estimulantes.

Habitat: Europa Ocidental, campos cultivados, relvados, margens arenosas
de rios, sobretudo siliciosas; frequente em Portugal, do Minho ao 
Algarve, nos campos cultivados e incultos arenosos; até 1000 m. 
Identificação: de O,10 a O,30 m de altura. Vivaz, vilosa, com aspecto 
verde­esbranquiçado; caules prostrados ou erectos; flores amarelas 
(Junho­Setembro), lígulas brancas, capítulo solitário na espécie 
espontânea, receptáculo cónico provido de pequenas brácteas entre as 
flores; folhas verde­esbranquiçadas, uma ou duas vezes divididas em 
lóbulos curtos e ostreitos; aquénio pequeno com 3 costas filiformes. 
Cheiro penetrante; sabor amargo. Partes utilizadas: capítulos, caules 
com folhas e flores (Junho­Setembro); secagem rápida.
O Componentes: óleo essencial, colina, enxofre, fósforo, ferro, ácidos 
gordos, inositol, esteroi O Propriedades: antiespasmódico, digestivo, 
emenagogo, estomáquico, febrífugo, vulnerário e, em doses elevadas, 
vomitivo. U. I., U. E. + o Ver: apetite, cefaleia, cólica, conjuntivite,
depressão, digestão, dor, irritabilidade, menstruação, nervosismo, 
olhos, pele, prurido.
Madressilva

Lonicera periclymenum L.

Madressilva­das­boticas Bras.: madressi Iva­ dos­j ardi n s

Caprifoliáceas

Amadressilva pertence à mesma família do sabugueiro e do noveleiro. É 
uma planta vivaz, cujos ramos volúveis se enrolam solidarnente em redor 
dos seus suportes e que pode viver 40 anos. A Lonicera é já citada nos 
textos de Dioscórides. Os Gregos designavam­na por periclymenon, do 
vocábulo perikIeio, eu agarro­me, com evidente referência à sua natureza
de arbusto trepador de ramos flexíveis que podem atingir 5­6 m.

Cresce na periferia dos bosques ou nas sebes de montanhas de baixa 
altitude, cujas imediações são, a partir de Junho, perfumadas pelas suas
flores. Durante toda a Antiguidade Egípcia, Grega e Romana, a sua casca 
foi utilizada, mas com o decorrer dos séculos perdeu importância, já não
sendo empregada na Idade Média. Actualmente, atríbuem­se às folhas e 
flores propriedades anti­sépticas e díurétícas. Em todas as suas 
utilizações, a madressilva pode ser substituída pela madressilva­dos­
jardins, Lonicera caprifolium L., que se evade frequentemente das 
culturas e floresce mais cedo que a espontânea, perfumando o ar, 
sobretudo ao entardecer.

G Não utilizar as bagas. Habitat: toda a Europa, extremidades dos 
bosques, solos argilosos, sebes; em Portugal, de Trás­os­Montes ao 
Alentejo; até 1000 m. Identificação: de 1 a 5 m de altura. Arbusto; 
caule volúvel; ramos jovens com extremidades pubescentes; folhas 
opostas, curtamente pecioladas, sendo as superiores sésseis, caducas, 
ovais, mais claras na página inferior; flores cor de marfim, estriadas 
de vermelho (Junho­Setembro), sésseis, agrupadas em glomérulos 
pedunculados; cálice curto com 5 dentes, coro~ Ia tulbulosa, bilabiada, 
com o lábio superior com

4 lóbulos curtos e o inferior inteiro, com 5 estames; baga vermelha, 
ovóide, com várias sementes; raiz com rebentos adventícios. Cheiro 
agradável. Partes utilizadas: folhas, flores (Junho­Julho); secagem à 
sombra.
O Componentes: ácido salicílico, mucilagem, essência, heterásido O 
Propriedades: acistringente, anti­séptico, detersivo, diurético, 
sudorífico. U. L, U. E. Ver: anginas, colibacilose, parto, tosse.

203
Malmequer­dos­brejos

Caltha palustris L. Calta, calta­dos­pântanos

Ranunculáceas

O malmequer­dos­brejos é uma planta vivaz, brilhante, mas nociva para os
prados, cujos caules, muito verdes, parcialmente imersos nos pântanos, 
nas margens dos cursos de água e nos solos alagados, florescem no início
da Primavera. Nos meios rurais, é frequentemente utilizado na alimentaçã
o; as folhas são utilizadas em saladas ou cozidas do mesmo modo que as 
hortaliças; as flores em botão, conservadas em vinagre, substituem as 
alcaparras. Os agricultores utilizam, por vezes, as flores, cor de ouro,
para corar a manteiga. O malmequer­dos­brejos pertence, como as 
anémonas, as clematites e os ranúnculos, à bela e perigosa família das 
Ranunculáceas e contém substâncias venenosas, pelo que não é 
conveniente, apesar das opiniões das pessoas dos meios rurais, ingeri­lo
fresco. Os homeopatas receitam­no para uso interno sob a forma de 
tintura, reservando­o a medicina tradicional para uso externo. Uma 
cataplasma de folhas secas provoca uma revulsão local que pode minorar 
algumas dores de origem reumática; no entanto, a sua mais importante 
propriedade é a de, como a arnica e a tussilagem, facilitar as curas de 
desintoxicação, como sucedâneo do tabaco.

O Uso interno apenas com receita médica. Habitat: toda a Europa, 
pântanos, bosques húmidos; em Trás­os­Montes e Minho, nos regatos e 
pauis; até 2500 m. Identificação: de O,20 a O,30 m de altura. Vivaz, 
caule carnudo, sulcado, glabro, oco, prostrado, ascendente, por vezes 
parcialmente imerso; folhas verde­escuras, grandes, brilhantes, 
carnudas, cordiformes ou riniformes, cenadas, pecioladas, sendo as da 
inflorescência sésseis; flores de um amarelo luminoso (Março­Junho), 
grandes, solitárias, muito abertas em forma de taça, 5 grandes sépalas 
petalóides, apétalas, numerosos estames, carpelos erectos e arqueados; 5
a 10 folículos membranosos, livres, verticilados, comprimidos, pros 
trados, enrugados transversalmente e conten    do cada um deles várias 
sementes; toiça curta e vertical. Cheiro ténue; sabor ardente. Partes 
utilizadas: folhas secas.
O Componentes: protoanemonina, flavonas, saponósidos O Propriedades: 
revulsivo. U. L, U. E. + Ver: reumatismo, tabagismo.

204
malvas *//* refazer

As malvas reconhecem­se pelas suas flores com cinco pétalas afastadas, 
estreitas na base, largas e chanfradas na parte superior, e pelos seus 
frutos rugosos, dispostos em

coroa no cálice persistente. A malva­silvestre, uma das mais comuns, 
desenvolve­se nos solos abundantemente azotados dos jardins, de antigas 
estrumeiras e nos baldios.

Esta planta é apreciada como hortaliça e

como remédio desde o século v111 a. C. Os rebentos, a parte comestível, 
provocaram indigestão a Cícero, que muito os apreciava; Marcial 
utilizava­os para uma dieta depois

das orgias, e, segundo Plínio, uma poção à base de suco de malva evita 
as indisposições durante todo o dia. Os pitagóricos consideravam­na uma 
planta sagrada que libertava o

espírito da escravatura das paixões; Carlos Magno não a dispensava como 
planta ornamental nos seus jardins imperiais. Em Itália, no século Xvi, 
denominava­se omnimorbia, isto é, remédio para todos os males. A tisana 
das quatro flores é constituída por sete espécies: a papoila, a 
tussilagem, a borragem, o verbasco, a alteia e a violeta, além da malva.

Habitat: comum na Europa, caminhos, lixeiras, solos ricos em azoto; 
frequente em Portugal do Minho ao Alto Alentejo; até 1300 m. 
Identificaçã o: de O,20 a O,70 m de altura. Bienal, caule parcialmente 
erecto, que se expande a partir do pé central, pubescente; folhas com 
longos pecíolos, palmatilobadas, serradas, com pêlos ásperos; flores cor
de malva com nervuras mais escuras (Maio­Agosto), grandes, em grupos de 
2 a 4, cálice com 5 lóbulos, epicálice com 3 folíolos estreitos, 5 
pétalas bilobadas no vértice, numerosos estames soldados pelos seus 
filetes, 12 estigmas; 12 carpelos que se

transformam em 12 aquénios reniformes. Sabor quase nulo. Partes 
utilizadas: raiz, folhas, flores (antes da abertura); secagem ao ar e à 
sombra, conservação difícil, tornando­se azuis com a secagem e 
descorando por acção da luz.
O Componentes: mucilagens, antocianinas O Propriedades: calmante, 
emoliente, laxativo. U. I., U. E. + V o Ver: abcesso, acne rosácea, 
afta, asma, banho, boca, bronquite, dentes, faringite, furúnculo, 
hemorróidas, nervosismo, obesidade, obstipação, olhos, picadas, tosse.

205
Marroio

Marrubium vulgare L. Marroio­branco, marroio­vulgar, marroio­de­frança,

erva­virgem Bras.: bom­homem, herva­virgem

Labiadas

Esta labiada apresenta grandes analogias com o marroio­fétido, que 
igualmente se desenvolve em tufos densos, por vezes quase arbustivos, 
nas ruas das povoações e nas encostas áridas. Necessitando de luz 
intensa, o marroio tem um aroma semelhante ao do tomilho. O seu sabor 
amargo determinou o nome científico, visto que a palavra marrubium 
deriva do heloreu inar, amargo, e rob, suco. O marroio é apreciado desde
épocas muito remotas devido às suas diversas virtudes medicinais; os 
antigos egípcios criam que era um remédio para as perturbações 
respiratórias; no século IV a. C., Teofrasto cita­o também, confundindo­
o, no entanto, com a Ballota foetida Lam., também denominada marroio­
negro. Dioscórides descobriu mais tarde as suas virtudes emenagogas, bem
como o perigo que representa em

caso de lesões renais. No século ix, Estrabão cultivou­o no jardim da 
Abadia de Reichenau, considerando­o *prodigiosamente forte+. Mattioli 
aconselhava­o em pomada para a desobstrução dos canais dos seios. Desde 
então, o

marroio não deixou mais de ser apreciado, utilizando­se a sua infusão 
como expectorante.

Habitat: Europa, ruas das povoações, terrenos baldios, esgotos, encostas
áridas; frequente em quase todo o território português; até 1500 m.

Identificação: de O,30 a O,80 m de altura. Vivaz, caule erecto, lanoso, 
ligeiramente ramoso; folhas esbranquiçadas, arredondadas, pecioladas, 
crenadas, bolhosas na página superior e lanosas na inferior; flores 
brancas (Junho­Agosto), em verticilos globosos, compactos na axila das 
folhas superiores, cálice tomentoso, com 10 dentes gancheados, 
bractéoIas assoveladas, corola com lábio superior ligeiramente chanfrado
e lábio inferior trilobado,

com 4 estames inclusos. Cheiro intenso e pouco agradável; sabor picante 
e amargo. Partes utilizadas: sumidades floridas (Julho­Agosto), folhas, 
secagem à sombra.
O Componentes: princípio amargo, colina, óleo essencial, saponósido, 
glucósido, tanino, potássio, cálcio, vitamina C O Propriedades: 
emenagogo, estomáquico, expectorante, febrifugo, sedativo, tónico, U. 1.
+ IN Ver: apetite, asma, bronquite, celulite, coração, enfisema, febre, 
menstruação, nervosismo, obesidade, paludismo, pulmão, sono, tosse.

206
Marroio­fétido

Ballotafoetida Lam.

Labiadas

Segundo alguns autores, o marroio­negro e o marroio­fétido são a mesma 
espécie; segundo outros, o marroio~fétido é uma subespécie do marroio­
negro. Na realidade, estas duas plantas apenas diferem em pequenos 
pormenores. No entanto, basta cheirá­las para as distin­uir. Muito 
intenso, mesmo a alguns passos de distância, no caso do marroio­fétido, 
esse cheiro a bolor e fuligem só é perceptível Do marroio­negro se for 
amachucado. Como todas as labiadas, as flores do marroio oferecem às 
abelhas um excelente néctar.

As duas plantas têm as mesmas propriedades terapêuticas. O marroio é 
especialmente um notável antiespasmódico, outrora utilizado contra a 
epilepsia e a hipocondria. É geralmente consumido em infusão, sendo, no 
entanto, uma experiência muito difícil abeirar­se dele e colhê­lo, 
quanto mais bebê­lo! Por vezes, para evitar o gosto e o odor 
desagradáveis, prepara­se uma alcoolatura. Sem dúvida devido a estas 
características, o marroio­fétido não é geralmente apreciado pelo gado.

Habitat: Europa, vulgar em França, sebes, ruas das aldeias, entulho, na 
parte inferior dos muros, todos os solos; frequente em Portugal; até 
1500 m. Identificação: de O,60 a O,80 m de altura. Vivaz, caule 
ascendente, ramificado, com muitas folhas; folhas pecioladas, rugosas, 
pubescentes, serradas; flores cor­de­rosa ou cor de púrpura (Maio­
Setembro), em verticilos nos nós das folhas, entremeadas por bractéolas 
curtas, cálice viloso, dilatado na fauce, com 5 dentes largos, corola 
com lábio superior aveludado. Cheiro a mofo de cave húmida; sabor acre e
amargo.

Partes utilizadas: sumidades floridas (Julho­Agosto).
O Componentes: tanino, saponósido, fitosterol, colina, lectona, sais 
minerais O Propriedades: antiespasmódico, colerético, sedativo. U. L, U.
E. Ver: acufenos, angústia, menopausa, nervosismo, sono, tosse convulsa.
Matricária

Chrysanthemum parthenium Bernh.

Arternísia­dos­ervanários, artemísia­bastarda­dos­ervanários, 
rnatricária­vulgar

Compostas
O nome do género, Chrysanthemum, que significa flor de ouro, não se 
aplica à matricária, cujas lígulas são de um branco imaculado; apenas o 
centro dos seus capítulos é amarelo. Originária da Ásia Menor, foi, em

épocas remotas, introduzida na Grécia, onde, sob o nome de parthenion, 
de parthenos, virgem, os Antigos a utilizavam para tratar as doenças 
tipicamente femininas. Na Idade Média, atribuíram­lhe propriedades de 
febrífugo, e desse facto deriva o seu nome em língua inglesa feverfew.

A matricária é frequentemente confundida com a macela e com a camomila 
devido à semelhança das suas flores; esta confusão pode ser evitada pelo
estudo das folhas da matricária, que se apresentam divididas em lóbulos 
largos, têm textura branda e perfume forte; as outras duas plantas, que 
pertencem aos géneros Anthemis e Matricaria, têm folhas delicadamente 
recortadas em lacínias estreitas.

O cheiro desagradável da matricária determina possivelmente a 
preferência que actualmente se dá à macela, cuja acção medicinal é 
análoga.

Habitat: Europa; em Portugal, desde Trás­os­Montes ao Alto Alentejo, nas
margens dos rios e nos rochedos. Identificação: de O,30 a O,80 m de 
altura. Vivaz, herbácea, erecta, formando manchas; folhas tenras 
recortadas em segmentos largos, sendo estes lobados, pecioladas, verde­
claras ligeiramente amareladas; flores centrais amarelas, tulbulosas, 
sendo as da periferia liguladas, brancas (Julho­Agosto), em capítulos de
12 a
15 mm de diâmetro, dispostos em corimbos com folhas; aquénio castanho 
quando maduro,
5 a 7 costas brancas longitudinais com coroa

membranosa crenada. Cheiro penetrante e desagradável. Partes utilizadas:
sumidades floridas (Junho­Agosto)
O Componentes: óleo essencial rico em borneol (cânfora de matricária), 
lípidos, glúcidos, sais minerais O Propriedades: antiespasmódico, anti­
séptico, emenagogo, febrífugo, insecticida, tónico. W., U.E. Ver: banho,
digestão, febre, insectos, raquitismo, sono.

208
Medronheiro

Arbutus unedo L.

Ervodo, ervedeiro, ervedo Bras.: árvore­de­ morangos

Ericáceas

Os Romanos chamaram ao abrunheiro Arbutus unedo. Virgílio, nas 
Geórgicas, chama a esta pequena árvore, muito frequente em Itália, 
arbustus; Plínio e alguns dos seus contemporâneos designam o 
medronheiro, unedo, por unum edo, eu como um só, fazendo assim 
referência ao gosto desagradável dos frutos. Abundante na região 
mediterrânica, incluindo Portugal, onde se encontra em todas as regiões,
estende­se para a Europa Central e dissemina­se até à Irlanda. Nas zonas
protegidas, pode atingir 6 e até 10 m de altura, mas a exploração e os 
incêndios das florestas mantêm­no entre 2 e 3 m, pois o seu crescimento 
é lento. O medronheiro é uma planta muito decorativa, apesar da sua 
silhueta tortuosa, devido à sua folhagem persistente e, sobretudo, aos 
seus frutos globosos de cor intensa, que produz durante quase todo o 
ano; os mais jovens são verdes, os mais maduros, vermelhos, e os 
intermédios, amarelos ou alaranjados, surgem ao mesmo tempo que as 
flores.

Os médicos interessam­se pelo medronheiro devido, sobretudo, ao seu 
elevado teor em tanino. Os seus frutos, considerados também diuréticos, 
servem para preparar bebidas caseiras tão agradáveis como úteis,

doces e saborosas compotas. A sua fina madeira é fácil de trabalhar e 
polir; é utilizada no fabrico de objectos torneados, para embutidos e 
marcenaria; além disso, é uma

óptima madeira para aquecimento e produz um excelente carvão de lenha. 
As abelhas retiram das suas flores um néctar de excelente qualidade.

Habitat: Europa Meridional; em quase todo o continente português, 
bosques, matas, solos áridos, siliciosos; até 600 m. Identificação: de 3
a 6 m de altura. Arbusto; caule tortuoso, erecto; ramos jovens 
avermelhados; folhas serradas, simples, persistentes, coriáceas; flores 
brancas e verdes (Outubro­Janeiro), em cachos pendèntes, corola gomilosa
com 5 dentes; fruto esférico, carnudo, denominado medronho, provido de 
saliências piramidais, vermelho no estado maduro, contendo de 20 a 25 
sementes; raizes profundas. Sabor farináceo, ligeiramente ácido e 
agradável

(frutos).

Partes utilizadas: raizes, folhas, casca, frutos.
O Componentes: tanino, arbutósido O Propriedades: acistringente, anti­
infiamatório, anti­séptico, depurativo, diurético. U. 1. Ver: 
arteriosclerose, diarreia, fígado, rim.

209
Meliloto

Me1i1otu,@ offi< inalis (L.) Pail.

Trevo­de­cheiro, coroa­de­rei

Leguminosas

O meliloto distingue­se facilmente das outras leguminosas. É uma planta 
herbácea que vive nos entulhos e nos terrenos cultivados, sendo comum em
solos calcários e arenosos; as folhas têm três folíolos serrados e as 
pequenas flores amarelas erguem­se em

extensos cachos; a floração é contínua, prolongando­se por um largo 
período. O nome

da planta deriva das palavras gregas mêli, mel, e Iótos, loto; na 
realidade, o meliloto é uma das plantas espontâneas mais procuradas 
pelas abelhas. Hipócrates e Teofrasto referem­se a um meliloto, 
desconhecendo­se se se trata desta planta. Na Idade Média não foi 
inventariada. Mais tarde, as opiniões dividem­se: enquanto, segundo 
algumas, o meliloto seria tóxico, segundo outras é considerado eficaz no
tratamento de cólicas e nefrites. Foi ainda reputado como remédio para a
embriaguez. A sua propriedade antiespasmódica deve­se ao seu teor em 
cumariria, mais elevado na planta fresca; a planta pode tornar­se 
perigosa para o gado se, quando deteriorada, for misturada com a 
forragem. O meliloto, tal como os fidalguinhos e a tanchagem, tem tido 
larga aplicação ocular; uma infusão quente da planta é benéfica para a 
vista cansada.

Habitat: Europa. solos calcários, campos, bermas dos caminhos, terrenos 
baldios, vinhas, vias férreas; até 600 m, Identificação: de O,50 a 1 m 
de altura. Bienal, caules erectos, muito ramificados, folhas com
3 folio@os serrados, sendo o central peduncWacio, com estipulas 
aderentes na base ao pecíolo, flores amarelas (Junho­Setembro), em 
longos cachos axilares. frouxos, cálice curto, com 5 lóbulos, corola 
papilionácea, asas mais compridas do que a carena pequena vagem curta, 
glabra, castanho­clara, @nrugada, pendente; raiz vigorosa e aprumada. 
Cheiro agradável,

Partes utilizadas: sumidades floridas (Junho­Setembro), secagem rápida 
ao ar livre e à sombra.
O Componentes: cumarina, heterósidos, resina, flavonóides, vitamina C O 
Propriedades: acistringente, antiespasmódico, anti­inflamatório, 
diurético, sedativo. U. I., U. E. + Ver: Wefarite, bronquite, cólica, 
conjuntivite, nervosismo, nevralgia, olhos, sono, varizes.

210
Melissa

Melissa officinalis L.

Erva­cidreira, limonete, chá­de­frança,

eitronela­menor

Labiadas

Amelissa, cujo nome evoca o mel, é efectivamente uma das melhores 
plantas melíferas. Cresce em tufos nos jardins ou nos seus arredores. 
Tem flores bastante pequenas de cor branca, que mais tarde se torna 
rosada. Exala, enquanto nova, um aroma suave semelhante ao do limão, que
depois se torna desagradável, desaparecendo com a secagem. Porém, após a
secagem, a planta apenas

conserva o aroma primitivo durante um ano    >

É mencionada pelos autores da Antiguidade, que aparentemente não 
apreciaram as

suas virtudes. Os Árabes, no século X, elogiaram a sua acção como 
cordial e remédio para a melancolia; este conceito é retomado por um 
fitoterapeuta nos inícios do século xx, que reconhece à melissa 
qualidades para fazer desaparecer as <@crises de mau humor nas jovens e 
nas mulheres débeis+. A essência de erva­cidreira pode ser considerada

como um estupefaciente ligeiramente tóxico; em pequenas doses provoca 
torpor e diminuição das pulsações. A melissa faz parte da composição de 
licores (chartreuse e beneditino) e da água de melissa dos Carmelitas.

V. Melissa ­bastarda, p. 214.

Habitat: Europa Meridional, escapada das culturas, sebes, próximo de 
muros; no continente e Madeira, disseminada nos locais sombrios e 
húmidos, sendo também cultivada; até 1000 m. Identificação: de O,20 a 
O,80 m de altura. Vivaz, caules em tufo, ramiticados a partir da base, 
erectos; folhas grandes, ovais, pecioladas, serradas, com nervuras 
salientes, reticuladas na página inferior; flores amareladas, tornando­
se brancas ou rosadas (Junho­Setembro), de 6 a 12 em verticilos ao nível
das folhas, cálice revestido de pêlos, com 2 lábios, sendo o superior 
plano com 3 dentes e maior, corola bilabiada e 4 estames; tetraquénio. 
Cheiro agradável, limonado; sabor ligeiramente amargo. Partes 
utilizadas: caule florido, folhas (Junho), secagem rápida,
O Componentes: óleo essencial, citroneial, tanino, resina, ácido 
succínico O Propriedades: antiespasmódico, carminativo, colerético, 
estomáquico, eupéptico, tónico. Li. I., U. E. + O Ver: acufenos, anemia,
apetite, asma, banho, estômago, fígado, gravidez, hálito, indigestão, 
lipotimia, memória, picadas, pulmão, sono, vertigem.
Mentas

a) Mentha rotundifolia L.

Mentastro, mentrastro b) Mentha viridis L.

Hortelã­vulgar b’) Mentha crispata Schrad.

Hortelã­crespa c) Meniha longifolia (L.) Hucis.

Hortelã­silvestre d) Mentha pulegium L.

Poejo e) Mentha arvensis L. f) Mentha aquatica L.

Hortelã­d'água

Labiadas

Apalavra *menta+ deriva de Mintha, nome de uma ninfa que a deusa grega 
Perséfone, por ciumes,   transformou em planta. Supoe­se que os povos da
Antiguidade utilizavam o poejo,  Mentha pulegium L., entrançando­o para 
fazer coroas que usavam em cerimônias e para fins medicinais. Outrora, 
os Chineses faziam a apologia das proprieHabital: Europa, Ásia, 
geralmente a baixas altitudes; não ultrapassam 1800 m. Identificação: 
vivazes, locais permanentemente húmidos; folhas planas, grandes e 
irregularmente serradas; numerosas flores cor­de­rosa (Verão), em 
verticilos, pequenas, cálices com 5 dentes, corola regular com 4 lóbulos
iguais ou praticamente iguais, 4 estames erectos, iguais, divergentes, 
salientes, 4 carpelos ovóides e lisos; parte subterrânea estolhosa. 
Mentas com espiga: até 1800 m; ultrapassam
1 m de altura. Caules erectos; folhas sésseis; flores em espiga de 
verticilastros terminais não folhosos, corola sem anel de pêlos no 
interior. a) Mentha rotundifolia L. Valas, caminhos; folhas oval­
arredondadas, espessas, enrugadas, bolhosas, ligeiramente serradas, com 
pêlos crespos, septados e ramificados; flores claras em espiga comprida,
estreita e pontiaguda, com grandes brácteas e cálice com dentes 
triangulares; estolhos folhosos. Cheiro intenso e desagradável. b) 
Mentha viridis L. Espontânea e rara nas montanhas, cultivada noutros 
locais; planta com poucos pêlos (glabrescente); folhas verdes nas duas 
páginas; flores em espigas frouxas e cálice glabro com dentes estreitos.
Cheiro suave e muito penetrante. b’) Mentha crispata Schrad. Híbrida da 
precedente; espécie cultivada; folhas curtas com bordos recortados, 
formando dentes curvos, acinzentados na página inferior. c) Mentha 
longifolia (L.) Hucis. Sebes e campos; folhas esbranquiçadas, 
tomentosas, lanceoladas, agudas; flores em espiga compacta com 
bractéolas estreitas e lanuginosas; cálice viloso com dentes compridos e
estreitos.
212
dades calmantes e antiespasmódicas das mentas. Hipócrates considerava­as
afrodisíacas e Plímo apreciava a sua acção analgésica. Actualmente, a 
menta é, além da verbena e da tília, um dos chás mais apreciados para 
terminar uma refeição.

O género Veniha é um dos mais complexos do reino vegetal devido aos 
inúmeros híbridos resultantes do cruzamento espontâneo das espécies, os 
quais podem sumariamente distinguir­se do seguinte modo: as

mentas em espiga, com flores dispostas numa espiga terminal não folhosa,
e as mentas rasteiras, com flores dispostas em verticilos, escalonados 
na axila das folhas pecioladas.

Na prática, todas as mentas têm virtudes medicinais semelhantes, as 
quais se devem c

sencialmente ao álcool extraído da essên­ %, cia, o nientol, que parece 
ter sido obtido pela primeira vez na Holanda nos finais do .século 
xviii. O mentol é um óptimo estimulante e,,tomáquico, um anti­séptico e 
um

analgésico; porém, em doses elevadas põe em perigo o sistema nervoso, 
pois pode causar a morte ao agir sobre o boibo raquidiano.

Mentas rasteiras: comuns em regiões de baixa altitude; até 1000 m; 
caules prostrados ou ascendentes, folhosos, não atingindo 1 m de altura;
flores em verticilos na axila das folhas pecioladas. d) Mentha pulegium 
L. Vales fluviais, locais inundados durante o Inverno; caule curto, 
ramos floridos praticamente desde a base até à extremidade; folhas 
pequenas, vilosas, acinzentadas, ligeiramente serradas e subsésseis; 
cálice bilabiado, muito viloso internamente, corola que se alarga 
bruscamente, gibosa de um lado, sem anel de pêlos. Cheiro agradável.

e) Meniha arvelisis L. Espécie polimorfa, ramos não floridos nas 
extremidades; folhas vilosas e largas; flores em pequenos verticilos 
compactos mais curtos que as folhas; cálice pubescente, campanulado, com
dentes iguais, largos e curtos; anel de pêlos na corola. J) Mentha 
aquatica L. Solos alagados; polimorfa, caules com pêlos eriçados, bem 
como as folhas ovais muito pecioladas; flores em verticilos pouco 
numerosos, globoso­capitados, cálice multinérveo pubescente com dentes 
estreitos e anel de pêlos na corola; carpelos verrucosos. Partes 
utilizadas: folhas e sumidades floridas (Julho­ Outubro); secagem em 
ramos.
O Componentes: mentol, tanino, d) carvona, mentona, pulegona O 
Propriedades: analgésico, anestésico, anti espasmódico, anti­séptico, 
carminativo, digestivo, estimulante, tónico. U. I., U. E. + o Ver: 
apetite, asma, banho, boca, convulsão, digestão, enxaqueca, hálito, 
insectos, lactação, nervos, nevralgia, pé, pele, pulmão, soluço, 
tabagismo, tosse.

213
Melissa­bastarda

Melittis melissophy11um L.

Betónica­bastarda

Labiadas

Os nomes dos géneros Melittis e Melissa derivam ambos do grego e 
significam abelha. Todavia, a melissa­bastarda e a erva­cidreira, embora
sejam duas plantas melíferas, poucas semelhanças apresentam sob o
ponto de vista botânico. Efectivamente, as

flores da primeira são bonitas, grandes, de um intenso cor­de­rosa, e 
agrupam­se duas a duas; as flores da melissa são pequenas, brancas e em 
verticilos. A melissa­bastarda desenvolve­se em bosques pouco densos, 
isolada ou em pequenos grupos, mas raramente em manchas como a melissa. 
É uma

lindíssima planta labiada expressamente cultivada para ornamentar 
jardins. As flores, ricas em néctar, são mais dificilmente atingíveis 
pelas abelhas do que pelas borboletas nocturnas, as quais, devido ao seu
extenso órgão sugador, conseguem ter acesso à tão apelecida reserva.

Os médicos da Antiguidade ignorara          m

esta planta, sendo mencionada pela primeira vez em 1542 pelo escritor 
Léonard Fuchs. Mais tarde, em 1715, Garidel tece­lhe enormes elogios, 
pois considera­a com poderes para restabelecer a secreção urinaria. A 
melissa­bastarda foi durante muito tempo um dos remédios mais utilizados
para o tratamento da gota e dos cálculos das vias urinarias.

Habitat: Europa meridional e Central, solos calcários, bosques pouco 
densos, ravinas, cotinas arborizadas, sebes do Minho ao Alto Alentejo, 
locais sombrio@ e húmidos, principaimente nas montanhas; até 7/00 m. 
Identificação: de O,20 a O,50 m de altura. Vivaz, caule erecto, viloso, 
simples, folhas pecioladas. serradas, grandes, com nervuras muito 
salientes, fiores de um cor­de­rosa intenso e brancas (Mato­Julho), 
muito grandes, unilaterats, de 2 a 5 por nó na axila das folhas, cálice 
amplo campanulado com 3 a 4 dentes largos, corola bilabiada, com tubo 
saliente, 4 eslames

paralelos, anteras em cruz, tetraquénio globoso arredondado no cimo; 
parte subterrânea rastejante. Cheiro intenso e desagradável sabor acre e
aromático. Partes utilizadas: toda a planta sem as raizes (início da 
fioração).
O Componentes: cumarina O Propriedades anti­séptico. diurético, 
emenagogo, sedativo. U. I., LI. E. Ver: angústia, conjuntivite, 
digestão, menstruação, sono, vertigem.
214
Mercurial

Mercurialis annua L.

Urtiga­morta, urtiga­bastarda

Euforbiáceas

Existem na Europa duas mercuriais muito vulgares: a mercurial­dos­
jardins­e­dos­campos, a única que é fármaco, e a mercurial­vivaz, 
Mercurialis perennis L., que habita as

matas. Ambas são dióicas e tóxicas. Distinguem­se do seguinte modo: a 
mercurial­vivaz tem uma toiça rastejante e o caule não é ramificado; a 
parte subterrânea da outra não se

estende horizontalmente e o caule é ramificado a partir da base. Exala 
um cheiro repugnante, pelo que Olivier de Serres afirmava que, quando a 
planta abundava nas vinhas, podia transmitir um aroma desagradável ao 
vinho. Outrora provavelmente cultivada como

hortaliça, evadiu­se progressivamente das culturas, tornando­se 
espontânea. No tempo de Hipócrates, a mercurial já era conhecida como 
laxativa e atribuíam­se­lhe, erradamente, propriedades ginecológicas. 
Dioscórides afirmava que a planta masculina, em decocção, facilitava a 
procriaçã o de meninos,

e a planta feminina, a de meninas. Porém, além de confundir as plantas, 
esqueceu­se de indicar qual dos cônjuges devia beber a tisana. Devido às
suas propriedades purgativas, esta planta deve ser utilizada com 
moderação e prudência.

O Não ultrapassar a dose prescrita. Habitat: Europa Central e 
Meridional, campos, jardins, vinhas, terras removidas, frequente em 
quase todo o território portugues, nos campos incultos, entulhos, muros 
e sebes; até 500 m. Identificação: de O,10 a O,50 m de altura. Anual, 
caule herbáceo, ramificado e com folhas a partir da base, nós bem 
marcados; folhas opostas com pecíolos curtos, oval­ lanceoladas, crenad 
o­ serradas; flores esverdeadas (Abril­Novembro), dióicas, cálice com 3 
sépalas, as flores masculinas em glomérulos formando uma espiga 
pedunculada, 10 estames, as femininas solitárias e subsésseis; ovário 
bilocular; cápsulas com 2 lóculos guarnecidos de pêlos, mais espessos na
base, e 2 sementes ovóides ci nz ento­ claras. Cheiro repugnante; sabor 
amargo e salgado. Partes utilizadas: a planta inteira fresca, com 
excepção da raiz, e o suco; secagem rápida.
O Componentes: óleo essencial, heterósido flavónico, sais de potássio O 
Propriedades: antilactagogo, diurético, purgativo. U. L, LI. E. + Ver: 
intestino, lactação, menopausa.
MilfÓlio

Achillea millefolium L.

Milfolhada, mil­folhas, mil­em­rama, erva­das­cortadelas, erva­
carpinteira, erva­dos­militares, erv a­dos ­soldados, erva­dos­golpes, 
erva­do­bom­deus, erva­de­sao­joao,

pêl o­de­ carneiro, prazer­das­damas,

salvação­do­mundo Bras.: botão­de­prata, mil­folhas

Compostas

Os múltiplos recortes das suas grandes folhas conferiram a esta planta o
nome de milfólio, e as suas propriedades medicinais são conhecidas desde
há muitos séculos. Deve o nome latino ao herói grego Aquiles, que, tendo
sido informado pelo centauro Quíron das virtudes terapêuticas da planta,
a utilizou, no decorrer de uma batalha, para curar

as feridas do rei Telefo. Era também conhecida pelos Celtas, que 
acompanhavam a sha colheita com ritos religiosos. Os caules de uma outra
espécie, que é esternutatória, a Achillea ptarmica L., outrora 
considerada medicinal, mas pouco utilizada actualmente, produzem os Che 
Pu, ou sejam as 50 varas utilizadas num método divinatório praticado na 
China há mais de 3000 anos.

O milfólio é uma das mais importantes plantas da Farmacopeia. Nos meios 
rurais, é utilizada não só devido às suas numerosas propriedades 
medicinais, mas ainda para conservar o vinho, introduzindo no tonel um 
pequeno saco com sementes.

o Evitar a acção do sol nas zonas da epiderme em contacto com o suco da 
planta fresca. Habitat: Europa, prados, bermas dos caminhos e das vias 
férreas; espontâneo no Norte e Centro de Portugal; até 2500 m. 
Identificação: de O,30 a O,70 m de altura. Vivaz, caule erecto, duro, 
folhoso; folhas pubescentes, compridas, tenras, com segmentos 
delicadamente divididos; flores brancas ou cor­de­rosa (Maio­Outubro), 
em corimbos densos, flores centrais tubulosas, entre 4 e 5 líguIas 
largas e curtas; aquénio esbranquiçado. Sabor acistringente e amargo.

Partes utilizadas: sumidades floridas, folhas, sementes (Ju nho­ 
Setembro).
O Componentes: óleo essencial, resina, tanino, alcalóide, heterósido, 
ácidos orgânicos, fósforo, potássio, matérias azotadas O Propriedades: 
acistringente, antiespasmódico, anti­séptico, carminativo, cicatrizante,
diurético, emenagogo, hemostático, tónico, vulnerário. U. I., U. E. + V 
o Ver: acne, banho, cabelo, celulite, circulação, ferida, greta, 
hemorroidas, menopausa, menstruação, pele, reumatismo, sarna, seio, 
varizes.
MoranGueiro

Fragaria vesca L.

Moranga, fragária Bras.: morango

Rosáceas

Antes da frutificação, esta planta é susceptível de ser confundida com 
uma outra rosácea, um falso morangueiro, Potentilla fragariastrum Ehrh.,
com folhas azuladas mais vilosas, pequenas pétalas brancas cordiformes e
que não produz frutos comestíveis. No entanto, toda a gente conhece os 
morangos, desde as variedades cultivadas até à mais delicada de todas, 
com cheiro debar e de rosa, o morango­silvestre. Em todos os tempos, as 
poesias, as canções populares e até os filmes homenagearam os morangos 
inspirando­se nos símbolos que estes representam. Os testemunhos das 
suas virtudes benéficas são imensos, pois os nossos antepassados pré­
históricos já os apreciavam; Fontenelle, que viveu 100 anos, adorava­os;
o célebre botânico Lineu utilizou­os no tratamento de uma gota dolorosa.
No entanto, do ponto de vista medicinal utilizam­se principalmente os 
rizomas e as folhas da planta; ricos em tanino, fazem parte de inúmeras 
preparações, pois têm'propriedades diuréticas e adstringentes. Com a 
infusão das folhas confecciona­se um chá muito agradável e refrescante.
 âm0 Não consumir os morangos logo que surjam sintomas de intolerância. 
Habitat: Europa, bosques, bermas dos caminhos; todo o território 
português; até 1600 m. Identificação: de O,05 a O,25 m de altura. Vivaz,
caule curto e viloso; folhas verde­claras, brilhantes na face superior, 
mais claras e pubescentes na inferior, trifoliadas, serradas e 
pecioladas; flores brancas (Maio­Junho), cálice de 5 sépalas, alternando
com os folíolos do epicálice, 5 pétalas obovadas, numerosos estames 
amarelos; carpelo cobrindo o falso fruto (morango) num receptáculo 
carnudo, vermelho

e ovóide rizoma castanho, estolhoso. Ch,,iro agradávei e suave 
(morango); sabor acIstririgente (rizoma e folha). Partes utilizadas: 
folhas (Primavera), frutos e rizomas (antes do aparecimento das folhas).
O Componentes: vitamina C, sais minerais, glúcidos, proteínas, tanino O 
Propriedades: acistringente, calmante, depurativo, diurético, tónico. U.
I., LI. E.  O Ver: acne rosácea, anginas, astenia, convalescença, 
dentes, diarreia, ferida, greta, leucorreia, litíase, pele, rim, sede, 
tez.

217
Morso­diabólico

Succisa praemorsa (Gilib.) Aschers.; sin.: Succisa

pratensis Moench

Morte­do­diaho, roída­do­diabo, morso­do­djabo,

escabiosa­mordida

Dipsacúceas 

Segundo conta uma lenda, o Diabo, enraivecido por ser obrigado a 
reconhecer as propriedades medicinais da planta, cortou­lhe a

raiz com uma dentada, dotando assim o morso­diabólico de um rizoma 
aparentemente seccionado a alguns centímetros do caule. Quanto ao nome 
de escabiosa que por vezes se lhe atribui, que deriva da palavra latina 
scabies, sarna, justifica­se pela utilização da planta na Idade Média 
para curar afecções da pele ou manifestações cutâncas de doenças mais 
genéricas, como a peste ou a sífilis. Desconhecido dos Antigos, o morso­
diabólico era no século XVI muito apreciado por Olivíer de Serres, que 
considerava úteis todas as suas partes. Actualmente, é receitado pelos 
homeopatas, sob a forma de tintura, para tratar certas dermatoses. Os 
fitoterapeutas utilizam as propriedades expectorantes e

fluidificantes das flores e folhas para o tratamento de bronquites e 
afecções das vias respiratórias. A raiz, depurativa e digestiva, pode 
servir de base a um excelente licor. O morso­diabólico é uma planta 
vivaz com

belas flores azuis que cresce nas pastagens húmidas, por vezes em 
grandes quantidades, sendo apreciado pelo gado quando tenro.

Habitat: Europa, solos húmidos; espontâneo em Portugal, nos arreivados e
solos húmidos do Minho, Beiras, Estremadura e litoral do Alentejo; até 
2000 m. Identificação: de O,30 a 1,25 m de altura. Vivaz, caule com 
ramos verticais, glabro ou pubescente; folhas opostas, ovaJ­oblongas e 
inteiras; flores azul­violáceas (Julho~Outubro), todas semelhantes, em 
capítulos solitários, globosos, com as brácteas do invólucro herbáceas e
receptáculo guarnecido por bractéolas interflorais, cálice com limbo com
4 ou 5 dentes aristados, corola tubulosa com 4 lóbulos e

4 estames  > aquénio; rizoma truncado junto do colo, escuro, não 
estolhoso. Cheiro fraco e agradável. Insípido. Partes utilizadas: suco 
fresco, capítulos, folhas e raiz seca.
O Componentes: heterósido (escabiósido), amido, sais minerais, 
saponósidos, tanino O Propriedades: acistringente, depurativo, 
estomáquico, expectorante, sudorífico, tónico, vulnerário. U. I., U. E. 
+ Ver: afta, asma, bronquite, dartro, pele, prurido.
Morugem­vulgar

Stellaria media (L.) Vill.

Morugerri­branca, morugem­verdadeira,

orelha­de­toupeira

Carriofiláceas

O nome desta planta é revelador de algumas das suas características: 
Stellaria deriva da palavra latina stella, estrela, pois as flores têm a
forma de estrelas brancas.

A morugem caracteriza­se pelos seus caules tenros, que permanecem rentes
ao solo se este não tiver outra vegetação, só se tornando erectos se a 
grande densidade da vegetação que os rodeia os comprime, forçando­os a 
procurar a luz. As flores são por natureza pouco visíveis, devido ao seu
pequeno tamanho, facto que é acrescido pela queda prematura das pétalas 
brancas, restando apenas o cálice verde confundido entre a folhagem; 
além disso, as flores fecham~se ao crepúsculo e em tempo chuvoso. A sua 
enorme vitalidade torna possível a

existência de cinco gerações instaladas no

mesmo pé no decorrer do ano.

Os autores da Antiguidade e da Idade Média desconheciam certamente a 
morugerri, pois não lhe fizeram qualquer referência; no século xix, o 
fitoterapeuta bávaro Kneipp considerou­a um calmante para as

afecções das vias respiratórias. Outrora, era muito utilizada nos meios 
rurais para saladas ou cozida como sucedâneo dos espinafres.

Habitat: vulgar na Europa, solos húmidos, campos, jardins, bermas dos 
caminhos, frequente em quase todo o território português; até 2000 m. 
Identificação: de O,10 a O,40 m de altura. Anuai, caules tenros, em 
tufos, rastejantes ou ascendentes, com nós bem definidos; folhas 
gialbras, inteiras, geralmente pecioladas e opostas; flores brancas 
(Fevereiro­Novemb@o), pedunculadas, na axila das folhas da extremidade 
do caule, em forma de estreia, 5 pétalas curtas, 3 estiletes, cápsula 
com 6 valvas. Sementes reniformes.

Partes utilizadas: planta fresca ou seca, suco fresco (todo o ano), 
secagem à sombra e ao ar.
O Componentes: sais minerais, principalmente de silício e de potássio O 
Propriedades: antilactagogo, diurético, tónico, vulnerário. U. I., U. E.
+ V O Ver: anemia, contusão, convalescença, estômago, hemorragia, 
hemorróidas, lactação, pele.
219
Mostarda­negra

Brassica nigra (L.) Koch (= Sinapis nigra L.)

Mostarda­preta, mostarda­ordinária

Crucíferas

Amostarda é um condimento muito conhecido e apreciado na culinária 
moderna; é obtida de uma grande planta crucífera actual~ mente muito 
vulgar no estado espontâneo em toda a Europa. Porém, em épocas 
anteriores à intervenção do homem na expansão da sua cultura só existia 
nos países mediterrânicos e no Oeste da Ásia. Teofrasto alude à sua 
cultura no século IV a. C.; é a mostarda do Evangelho; Columela refere­
se à sua

utilidade como condimento, que era então constituído pelas folhas 
conservadas em vinagre. O emprego da massa condimentar obtida pela 
trituraçã o das sementes em agraço ou em mosto de uvas difundiu­se cerca
do século XIII, e a palavra *mostarda+, mosto ardente, isto é, picante, 
surgiu pela primeira vez num texto datado de 1288. A mostarda é 
actualmente um dos mais divulgados condimentos no Ocidente; a espécie 
próxima Sinapis alba L., mostarda­branca      > com sabor menos intenso,
é cultivada para abastecer a indústria alimentar.

Em doses moderadas, este condimento estimula a digestão; deve ser 
excluído da alimentação dos dispépticos, pois é irritante.

C Não deve ser usada por doentes com infla~ mações das vias urinarias e 
do tubo digestivo, sendo proibida a dispépticos; a temperatura da água 
destinada à preparação dos sinapismos não deve ser superior a 50'C; 
conservar a farinha em local seco. Habitat: Europa Central, Ocidental e 
Meridional; em Portugal, além de cultivada, surge espontânea no Minho, 
Estremadura e Alentejo; até 1000 m. Identificação: de O,20 a 1 m de 
altura. Anual, caule erecto, ramos patentes; folhas pecioladas, liradas;
flores amarelas (Abril­Junho) em

cachos terminais em corimbo, abrindo­se uma a uma e precedendo o 
crescimento do escapo floral, que imediatamente se cobre de síliquas com
rostro curto e que contém várias sementes castanho­escuras. Partes 
utilizadas: sementes (maturação).
O Componentes: heterósido azotado (sinigrásido), mucilagem, alcalóides, 
enzima O Propriedades: mostarda­negra: revulsivo, vomitivo; mostarda­
branca: purgativo. U. L, U. E. + O Ver: banho, bronquite, congestão, 
intestino, nevralgia, pé, pulmão, reumatismo.
Murta

Myrtus communis (L.) Herm.

Murta­ordinária, murta­dos­j ardi n s, murteira

Mirtáceas

A murta é um arbusto muito glosado pelos poetas; é o myrtos dos Gregos, 
que o ofertavam aos seus mortos e que Electra reclamava para os manes de
seu pai, Agamémnon: *Nem libações nem ramos de murta ... +

Símbolo da glória e do amor feliz, com a

murta se entrançavam as coroas para os heróis que recebiam o ovatio e 
para as desposadas. É ainda a murta do Antigo Testamento, usada em 
grinalda nas bodas pelas jovens de Israel.

A madeira dos seus caules incensou inúmeras cerimônias religiosas. Das 
suas folhas e flores destiladas fazia­se uma água famo­ sa, a água­de­
anjo, utilizada como produto de beleza. Na Córsega, onde a murta cresce,
como em todas as regiões do Mediterrâneo, em matas ou em charnecas, é 
muito vulgar um licor com virtudes estomáquicas obtido pela maceração 
das bagas.

Este arbusto sempre verde desenvolve­se em moitas fechadas, cobertas de 
folhas brilhantes e aromáticas que, observadas à transparência, revelam 
a existência de pequenas glândulas; a partir de Maio, as flores brancas 
desabrocham, formando pequenas borlas perfumadas, e no Outono amadurecem
as bagas escuras.

Habitat: litoral da Europa Mediterrânica, matas, charnecas; espontânea 
nos matos, sebes, charnecas do Centro e Sul de Portugal; também é 
cultivada; até 800 m. Identificação: de 2 a 3 rn ou mais de altura. 
Arbusto; caule muito ramificado; folhas persistentes, coriáceas, 
brilhantes, opostas 2 a 2, raramente 3 a 3, lanceoladas, inteiras, 
subsésseis, providas na espessura do limbo de glândulas de essência, 
visíveis à transparência; flores brancas (Maio­Julho), pedunculadas, 
solitárias na axila das folhas, 5 pétalas e 5 sépalas, estames numerosos
e compridos, estilete saliente; baga negra. Cheiro aromático, apimentado
(flores); sabor desagradável e resinoso (bagas). Partes utilizadas: 
folhas (Agosto), frutos (Setembro­Outubro), essência, flores.
O Componentes: tanino, óleo essencial, resina, ácidos (cítrico, málico),
vitamina C O Propriedades: acistringente, anti­séptico. U. L, U. E. + 
Ver: banho, bronquite, constipação, contusão, ferida, hálito, 
hemorroidas, leucorreia, psoríase, sinusite, tosse.
Musgo­da­córsega

Alsidium helminthocorton (Latourette) Kurtz

Alga­da­córsega

Rodomeláceas

O homem dedicou­se desde os mais remo­ tos tempos à pesquisa de 
antiparasitários, nomeadamente para os vermes intestinais. O

reino vegetal forneceu­lhe um determinado número, como, por exemplo, a 
artemísia, o santónico, o tanaceto, alguns fetos e algas, de entre as 
quais o musgo­da­córsega, designação absolutamente errada, pois esta 
planta nada tem de comum com os musgos. A designação corresponde, na 
realidade, a um conjunto de 22 pequenas algas­vermelhas. Cresce em 
grande abundância nas costas mediterrânicas e tem o aspecto de uma 
almofada com filamentos delgados e emaranhados; a colheita deve ser 
feita, de preferência, com um ancinho, sendo conveniente em seguida 
libertar as algas de todas as conchas que a ela se prendem.

Já conhecido por Teofrasto, muito utilizado na Idade Média, este 
vermífugo parece ter caído no esquecimento no decorrer dos séculos 
seguintes, e só em 1775 um médico grego, Stephanopoli, chama de novo as 
atenções para o Alsidium helmiiithocortoti (Latourette) Kurtz e o 
divulga com o nome actual. Rico em iodo, é um óptimo estimulante para o 
funcionamento da tireóide. Segundo a tradição, era frequentemente 
utilizado por Napoleão.

O musgo­da­córsega é usado actualmente sob as mais diversas formas: em 
decoeção, em pó ou em leite vermífugo, sendo muito bem tolerado pelas 
crianças.

Habitat: rochedos das costas da Provença e da Córsega. Identificação: de
O,02 a O,04 m de altura. Alga, talo vermelho­escuro, ramificado em 
filamentos rastejantes, entrelaçados, e mais tarde erectos, frágeis, 
dicótomos, cilíndricos, carnudos; raros cistocarpos, subglobosos, 
colocados nas extremidades dos talos; provido de rizóides. Cheiro 
intenso a iodo; sabor salgado. Partes utilizadas: talo (todo o ano); 
secagem rápida ao sol; conservar seco em caixas de madeira.
O Componentes: substâncias mucilaginosas e

resinosas, iodo, ferro, cálcio, sódio O Propriedades: vermífugo, U. L, 
U. E. + Ver: bácio, parasitose.
Não­me­esqueças

Myosotis scorpioides (L.) HilI, ssp. palustris (L.)

Herm,

Bras.: miosótis

Borragináceas

Uma lenda persa narra que um anjo expulso do Paraíso por estar 
apaixonado por uma mortal teve como penitência a tarefa de semear o 
encantador não­me­esqueças em

todo o Mundo. Cumprida a penitência, regressou com a companheira coroada
com as mesmas flores que haviam espalhado pela Terra, e junto dela, 
tornada por sua vez imortal, reencontrou a paz eterna do Paraíso. E é 
certamente nesta lenda que se encontra a explicação para o nome vulgar 
da planta, comum a muitas línguas em todo o Mundo, evocação do amor fiel
e eterno: *Ame­me; não me esqueça. @> Ao longo de todo o Ve~ rão, o azul
singelo pontilhado do amarelo das suas corolas invade os solos húmidos. 
Muitos poetas cantaram esta flor pela sua beleza e pelo símbolo de amor 
que representa.

Além disso, o não­me­esqueças é útil sob outros aspectos; seco, revela­
se um excelente sucedâneo do meliloto para as inflamações dos olhos; nos
anos 60, o Prof. Léon Binet, da Faculdade de Medicina de Paris, 
recomendou­o como antiasténico eficaz nas manifestações funcionais de 
atonia, devido à sua riqueza em sais de potássio.

Habitat: comum na Europa, arribas e taludes, prados alagados; até 2000 
m. Identificação: de O,15 a O,40 m de altura. Vivaz, caule anguloso, 
muito folhoso; folhas tenras, obiongas, lanceoladas, com pêlos duros, 
extremidade obtusa, envolvendo o caule, flores azuis (Maio­Agosto), 
agrupadas em espigas terminais espiraladas, corolas com iimbo plano, com
5 lóbu@os. de 5 a 8 mm de largura, cálice coberto de pêlos curtos 
encostados, esWete comprido; ovário com 4 carpelos livres, trígonos 
lisos >torça oblíqua, rastejante, esbranquiçada, estolhosa. Cheiro 
herbáceo.

Partes utilizadas: folhas, sumidades floridas (Maio­Agosto), secagem em 
ramos suspensos.
O Componentes: potássio O Propriedades: anti­infiamatório, sedativo, 
tónico. U . L, U. E. Ver: astenia, conjuntivite, olhos, ouvido.
Narciso­trombeta

Narcissus pseudo­narcissus L.

Narciso­bravo Bras.: narciso­dos­prados, narciso

Amarilidáceas

O narciso­trombeta é uma flor primaveril e

das mais populares nas regiões onde cresce; a maioria das vezes o 
entusiasmo da colheita impede que se pense na toxicidade do seu

bolbo, que não deve ser arrancado com as mãos desprotegidas, pois é de 
facto um perigo real. O perfume das flores provoca também uma espécie de
sonolência que a

própria palavra *riarciso+ evoca, pois deriva do grego narkè, sono. 
Narciso é ainda o fascinante jovem que, ao contemplar­se na

água de uma fonte, se apaixonou pela sua própria imagem; desesperado por
não poder apoderar­se de si próprio, entristece e morre

de desgosto (só ressuscitando nas palavras dos poetas e nos conceitos 
dos psiquiatras e

dos psicanalistas).

Dioscórides foi, de entre os autores antigos, o primeiro a assinalar o 
poder vomitivo do bolbo do narciso; simultaneamente, aconselhava a sua 
utilização para tratar queimaduras, luxações e abcessos. Esquecido em 
seguida até ao século xix, o narciso entrou, embora tardiamente, na 
farmacopeia francesa devido às suas propriedades antiespasmódicas. 
Planta não melífera, cultivada para ornamentação, o seu esplendor 
decora, no estado natural, os prados e as matas.

O Não utilizar o bolbo, nem tocar­lhe com as mãos desprotegidas. 
Habitat: Europa Central e Meridional, prados e matas pouco densos; 
existe em Portugal em vários locais, desde o Minho ao Alentejo; até
2000 m. Identificação: de O,20 a O,40 m de altura. Vivaz, buiboso, 2 a 4
folhas em lacínias muito compridas, obtusas no vértice; flor amarela 
(Abril­Maio), solitária, grande, pendente, espata invaginante, cálice e 
corola soldados em tubo com a forma de um funil (infunclibuliforme), de 
cuja base irradiam 6 divisões petalóides, com coroa longa crenada, 
ovário ínfero; cápsula globosa­trigonal; boibo ovóide, liso. Inodoro; 
sabor amargo e acre (boibo). Partes utilizadas: flores secas (Março); 
secagem em tempo seco para não perder as propriedades.
O Componentes: matéria gorda, cera, caroteno, óleo essencial O 
Propriedades: antidiarreico, antiespasmódico, sedativo. U. 1. + Ver: 
asma, diarréia, nervosismo, paludismo, tosse convulsa.
Nespereira­da­europa

Mespilus germanica L.

Rosáceas

Não sendo o orgulho dos pomares, a nespereira é uma árvore de fruto, 
outrora muito apreciada, embora actualmente cresça apenas nas sebes. Não
deve ser confundida com a nespereira­do­japão, ou magnólio, Eriobotrya 
J.aponica L., que pertence à mesma

família botânica e de cultura mais frequente em Portugal. As suas flores
brancas são grandes e os seus frutos assemelham­se a pequenas maçã s 
castanhas encimadas por uma larga coroa de sépalas persistentes. Quando 
maduros, não são comestíveis, sendo necessário esperar que estejam 
sorvados, pois adquirem então um sabor agradável.

Muito pouco se sabe das utilizações da nespereira­da­curopa na 
Antiguidade, pois a árvore foi motivo de inúmeras confusões. A partir da
Idade Média. os seus frutos foram utilizados para tratar febres e 
diarreias; devido às suas propriedades acistringentes, são eficazes para
regularizar as funções intestinais; os frutos frescos são bem digeridos 
mesmo pelos estômagos delicados. Preparam­se com os frutos compotas e 
xaropes.

Habitat: Sul e Sudoeste da Europa, rara nas regiões mediterrânicas, 
florestas, bosques pouco densos, sebes; é uma planta pouco cultivada em 
Portugal; até 800 m.

Identificação: de 3 a 6 m de altura. Arbusto; tronco sinuoso, ramos com 
pêlos e espinhos; folhas grandes, simples, inteiras ou ligeiramente 
dentadas, com pecíolos curtos, baças e glabras na página superior, 
ligeiramente pubescentes na inferior; flores brancas (Maio­Junho), de 3 
cm de diâmetro, solitárias, subsésseis, rodeadas por folhas grandes nas 
extremidades dos ramos, 5 sépalas compridas, persistentes, e 5 pétalas 
onduladas, numerosos estames, ovário ínfero; pomo bronzeado, achatado na
extremidade, coroado pelas sépalas, 5 caroços com 1 semente ovóide e 
comprimida. Partes utilizadas: frutos (após as primeiras geadas), 
caroços, folhas, casca; apanhar os frutos sorvados.
O Componentes: tanino, ácidos (acético, cítrico, fórmico, málico, 
tartárico), matérias pécticas, açúcar, vitamina C O Propriedades: 
adstringente, diurético. U. L, U. E. V Ver: afta, boca, diarreia, 
estômago, ferida, pele.

225
Nieveda

Calaminiha officinalis Moench. Erva­das­azeitonas, calaminta

Labiadas

Da mesma família das mentas e dotada de um aroma semelhante, foram 
durante muito tempo confundidas; no entanto, as flores da nêveda são 
muito maiores e mais separadas umas das outras. Esta confusão é ainda 
justificada pela palavra Calamintha, que deriva do grego kalé, belo, e 
minthê, hortelã. A planta, muito conhecida na Antiguidade e na Idade 
Média, era usada como remédio para os zumbidos do ouvido, as eructações,
os soluços, as dores abdominais e os espasmos de origem nervosa, sendo 
também utilizada como tónico, digestivo e estimulante. Aemilius Macer, 
em 1477, louvava ingenuamente o efeito curativo da nêveda contra a 
elefantíase, <espécie de lepra que excede qualquer doença@, do mesmo 
modo que o elefante sobressai entre os outros animais, Em 1890, Cadéac 
nota que os animais que pastam a

nêveda *têm um aspecto animado e inteligente, parecem felizes com a sua 
vitalidade, deslocam­se com prazer, passeiam com orgulho, têm um porte 
altivo e domínador, A análise química da planta não revela qualquer 
substância susceptível de produzir tão espectaculares resultados.

Habital: Sul de Inglaterra, Europa Central; em Portugal, é frequente nos
locais secos e áridos; até 1500 m. Identificação: de O,15 a O,30 m de 
altura. Vivaz, ramificada; caule herbáceo; folhas pecioladas, finamente 
serradas; flores cor de púrpura (Julho), de 10 a 12 mm, pediceladas 
sobre um pedúnculo comum, cálice erecto com dentes desiguais, celheados,
corola mais comprida, com o lábio inferior trilobulado. Cheiro 
semelhante ao da hortelã e da erva­cidreira. Partes utilizadas: caule 
com folhas e flores (Julho); secagem à sombra.

O Componentes: essência, enzimas O Propriedades: antiespasmódico, 
estomáquico, tónico. U. 1. + Ver: acufenos, aerofagia, digestão, 
espasmo, estômago, fadiga, soluço.

226
Nêveda­dos­gatos

Nepeta caiaria L. Ervd­clos­gatos, erva­,­ateira, catéria

Bras.: mentrasto

Labiadas

A planta ­ cujo nome de espécie botânica, cuiaria, deriva do latim 
catus, gato ­ exerce uma irresistivel atracção sobre estes felinos, e, 
ao contrário da valeriana, que é dotada do mesmo poder, mas tem um 
cheiro desagradável, a nêveda­dos­gatos exala um perfume a hortelã muito
agradável.

Esta planta vivaz, originária do Mediterrâneo Oriental, foi durante 
muito tempo cultí~ vada para usos medicinais; mais tarde, escapou­se dos
jardins, disseminando­se caprichosamente por diversos locais. Encontra­
se facilmente nos entulhos, nas bermas dos cami:nhos. sebes e nos 
arredores dos cemitérios. A nêveda­dos­gatos assemelha­se à melissa, ou 
erva­cidreira, diferenciando­se, no entanto, facilmente devido às suas 
flores cor­de­rosa com cachos terminais e ao lábio inferior, concavo e 
trilobado das suas corolas. É uma planta calmante e digestiva, com a 
qual se preparam óptimas tisanas. Para aliviar uma dor de dentes, podem 
mastigar­se algumas folhas frescas de nêveda­dos­gatos. Em medicina 
popular, emprega­se em casos de bronquite crónica e para a diarreia. E, 
evidentemente i

se houver um gato em casa, é aconselhável esfregar com a planta o pedaço
de madeira onde se pretende que ele afie as unhas.

Habitat: Europa, excepto em altitude; em Por~ tuga), de Trás­os­Montes 
ao Alentejo; terrenos baldios, bermas, locais pedregosos. Identificação:
de O,50 a 1 m de altura. Vivaz; caule viloso, acinzentado, erecto, 
ramoso; folhas pecioladas, largas (2 a 5 cm), crenado­ ­serradas, verde­
acinzentadas na página superior, esbranquiçadas na inferior, cordiforme­
ovadas; flores brancas pontuadas de cor de púrpura (Junho­Setembro), em 
verticilos densos, cálice viloso quase recto quinquedentado ou 
quinquefundido, corola ultrapassando levemente o cálice, com lábio 
superior chanfrado,

lábio interior côncavo, trilobado, 4 estames, dos quais 2 mais 
compridos; 4 aquénios trigonos, castanhos, lisos. Cheiro forte; sabor 
amargo, picante e acre. Partes utilizadas: sumidades floridas (Junho­
Setembro), planta inteira (Verão).
O Componentes: carvacrol, timol, lactona, ácido nepetálico O 
Propriedades: antiespasmódico, carminativo, emenagogo, estomáquico, 
tónico, vulnerário. U. L, U. E. + o Ver: dentes, estômago, ferida, 
menstruação, nervosismo, soluço, sono, tosse, tosse convulsa.
Norça­preta

Tamus communis L.

Uva­de­cão, arrebenta­boi, ramo, baganha

Dioscoriáceas

Seria difícil imaginar, ao observar o frági caule da norça­preta 
enrolado em volta da árvores ou revestindo os pilares dos cara

manchões, que é a única planta europei aparentada com os inhames 
tropicais; as rai zes de ambos, semelhantes a volumoso nabos, são 
extremamente parecidas. Pc vezes muito carnudas, podem atingir várie 
quilos de peso. Como a raiz do inhame, muito tóxica quando crua; no 
entanto, é po@ sível ingeri­Ia sem consequências graves apé demorada 
cozedura em várias águas. D ponto de vista medicinal, apenas o uso ex

terno da planta foi mantido. O rizoma, mo

do, amassado, fervido e aplicado em cat@ plasma sobre as contusões, faz 
desaparece o rubor e os hematomas. Celso, médic latino contemporâneo do 
imperador Augustc

secava a planta, obtendo um pó insecticid@

Obedecendo ao princípio de tratar o m, com o mal em doses 
infinitesimais, os hc meopatas receitam por vezes, para as insc lações, 
uma tintura extraída da norça­pret@

Os frutos são pequenas bagas brilhante muito apreciadas pelos tordos e 
melros. absolutamente necessário avisar as crianç@ de que estas bagas, 
facilmente confundi& com groselhas, são venenosas e muito per gosas.

O Não engolir. Habitat: Europa Central e Meridional, orlas dos bosques, 
moitas; em quase todo o território português, nas margens dos campos e 
sebes; até 1200 m. Identificação: de 2 a 4 m de altura. Vivaz, caule 
herbáceo, cilíndrico, delgado, volúvel, sinistrorso, ramoso, desprovido 
de gavinhas; folhas alternas, pecioladas, simples, ovado­cordiformes, 
com a ponta para baixo, verdes, brilhantes, finas, com 5 a 7 nervuras; 
flores verde­claras (Março­Julho), dióicas, em espigas frouxas, na axila
das folhas, sendo as femininas curtas e as

masculinas compridas; baga vermelha e brilhante; raiz volumosa e 
tuberosa, napiforme, carnuda, escura externamente e de fractura 
esbranquiçada. Cheiro suave; sabor acre, amargo (raiz), acídulo e depois
ardente (baga). Partes utilizadas: rizoma (Dezembro); conservar no 
estado fresco, mergulhado em areia, ou cortado em rodelas e seco no 
forno.
O Componentes: oxalato de cálcio, substância de tipo histamínico, 
mucilagem, glúcidos O Propriedades: hemolítico, resolutivo. U. E. + Ver:
artrite, contusão.
Noveleiro

Vibiít­tití@?i opulus L.

Bola­de­neve, rosas­de­gueldres

Bras.: espinhei ro­ negro

Caprifoliáceas

Este arbusto de 3 a 4 m de altura reconhece­se facilmente devido às suas
flores desiguais, dispostas numa falsa umbela; as da periferia são 
bastante grandes, brancas e estéreis; as restantes são pequenas, porém 
completas e fecundas. Existe uma variedade hortícola de noveleiro cujas 
flores são todas grandes, estéreis e agrupadas numa inflorescência 
esférica: é o Viburnum opulus L., var.

sterile DC., cultivado nos jardins e parques.

Viburnum deriva da palavra latina vincio, eu entranço, eu ligo, e de 
facto certos ramos desta planta, extremamente flexíveis, podem ser 
utilizados como os do vimeiro. Opulus é o nome latino do ácer, existindo
na realidade uma analogia entre as folhas destes dois arbustos. Os 
frutos, que amadurecem em Setembro, de cor vermelha intensa e do

tamanho de ervilhas, são venenosos para o homem, sendo ingeridos pelas 
aves apenas em épocas de escassez. No entanto, em alguns países 
balcânicos são preparados em compota e utilizados como condimento. A sua
madeira só serve para aquecimento; os caules são utilizados no fabrico 
de tubos para cachimbos. O noveleiro não ocupa lugar de relevo na 
história da medicina. Apenas a casca e muito raramente a flor são 
utilizadas.

Habital: Europa, excepto na região mediterrânica, locais frescos, sebes,
bosques abertos, especialmente solos calcários; cultivado em Portugal; 
até 1400 m. Identificação: de 3 a 4 m de altura. Arbusto; casca 
cinzento­clara e seguidamente amarelo­acastanhada, fendida 
longitudinalmente; ramos frágeis e glabros; folhas opostas, pecioladas, 
com estipulas delicadas e 3 lóbulos dentados; flores brancas (Maio­
Junho), em falsa umbela, com 6 a 7 raios, sendo as exteriores estéreis e
as centrais pequenas e férteis; baga globosa com 1 semente vermelha 
quando

madura. Inodoro. Partes utilizadas: casca seca e, por vezes, as flores.
O Componentes: resina, ácidos, açúcares, tanino, heterásido, 
antocianina, princípio amargo
O Propriedades. antiespasmódico, sedativo. U. 1. Ver: menopausa, 
menstruação.

229
Onagra

Oenothera biennis L.

Erva­dos­burros, zécora, canárias

Bras.: minuana

Enoteráceas

Originária da América do Norte e importada da Virgínia, a onagra surgiu 
na Europa em 1619 num jardim de Pádua. A partir de então, difundiu­se 
por todo o continente, onde se adaptou tão bem como qualquer das plantas
indígenas. O seu único caule, erecto, ligeiramente ou nada ramificado, é
guarnecido por folhas alternas e possui longos escapos florais amarelos,
em forma de funil, que se abrem ao entardecer, assim permanecendo 
durante duas noites consecutivas, pelo que os Ingleses lhe chamam 
evening star, estrela da tarde. O pólen é transportado pelas abelhas e 
pelas borboletas nocturnas. A raiz, carnuda e avermelhada, é por vezes 
cozinhada do mesmo modo que a do cersefi; segundo um antigo provérbio 
alemão, uma

libra (cerca de 500 g) de raiz de onagra alimenta mais do que um quintal
de carne de vaca! A origem do nome Oenothera pode explicar­se de 
diversos modos: das palavras gregas onos, asno, e thera, presa, 
correspondendo assim ao nome vulgar de erva­dos­burros, ou ainda de 
oinos, vinho, e thèi­, anirinal selvagem, pois uma infusão da raiz em 
vinho amansava as feras. Os caracteres genéticos particulares da onagra 
tornaram­na útil para a investigação das leis da hereditariedade.

Habitat: Europa, jardins, escarpas, vias férreas, terrenos baldios, 
ribanceiras; cultivada e subespontânea em várias regiões de Portugal; 
até 1000 m. Identificação: de O,40 a 1,50 m de altura. Bienal, caule 
erecto, quase simples e folhoso; folhas pubescentes, ovais, aiongadas, 
pontiagudas, sé sseis, sendo as da base pecioladas; flores amarelas 
(Junho­Setembro), grandes, em espiga erecta de floração nocturna, 4 
pétalas em taça, chanfradas no vértice, 4 sépalas estreitas, 
permanecendo frequentemente soldadas pela ponta, 8 estames em forma de T
e 4

estigmas em cruz; cápsula espessa, erecta, séssil, 4 valvas, numerosas e
pequenas sementes; raiz carnuda e avermelhada. Cheiro suave (flor) a 
vinho (raiz); sabor agradável (raiz). Partes utilizadas: raiz e folhas.
O Componentes: mucilagem, tanino O Propriedades: antiespasmódico, 
depurativo. U. 1. Ver: espasmo.
Orégão­vulgar

Origanum vulgare L. Manjerona­brava, m anjerona­selv agem

Bras.: orégano

Labiadas

No estado espontâneo, o orégão é uma planta da montanha, como indica o 
nome, derivado das palavras oros, montanha, e ganos, esplendor; o orégão
chegou à actualidade através da história dos simples, porém sempre 
acompanhado de uma certa imprecisão científica; os textos médicos 
antigos fazem efectivamente numerosas referências a um oregão com flores
brancas cujas corolas são cor­de­rosa­púrpura, que não corresponde ao 
orêgão­vulgar. Além disso, é frequentemente confundido com a manjerona, 
que, no

entanto, só sobrevive nos climas europeus quando cultivada. Porém, as 
propriedades medicinais do orégão contidas nas sumidades floridas são 
irrefutáveis; os fitoterapeutas utilizam­nas, estando a maioria das suas
importantes virtudes ligada a uma acção estimulante sobre o sistema 
nervoso. Possuem ainda uma acção antálgica; uma pequena almofada feita 
com as sumidades floridas recentemente colhidas e aquecidas durante um 
breve momento numa frigideira alivia qualquer torcicolo. Destas 
sumidades floridas também se pode obter uma bebida doce, aperitiva, 
digestiva e béquica pela maceração de 50 g em 1 1 de vinho durante 10 
dias. Cheiro aromático, sabor amargo.

superior erecto e chanfrado, sendo o inferior trilobado, e 4 estames 
divergentes; tetraquénio, sendo cada uma das partes ovóide e lisa; 
rizoma rastejante, escuro e com raízes fibrosas. Partes utilizadas: 
folhas, sumidades floridas.
O Componentes: óleo essencial, tanino, resina, goma O Propriedades: 
antálgico, antiespasmódico, anti­séptico, emenagogo, estomáquico, 
expectorante, parasiticida, tónico. U. I., U. E. + V O Ver: aerofagia, 
apetite, boca, cabelo, celulite, dentes, epilepsia, estômago, ftiríase, 
menstruação, nevralgia, torcicolo, tosse, traqueíte.

231
Papoila

Papaver rhoeas L.

Papoila­ordinária, papoi 1 a­das­ searas, papoila­vermelha, papoila­
rubra, papoila­brava

Bras.: papoula

Papaveráceas

Os herbicidas selectivos expulsaram­na das searas, onde as suas frágeis 
pétalas de um vermelho intenso estremeciam entre as espigas douradas. 
Actualmente, a papoila acolhe­se ao longo das estradas e das vias 
férreas. Planta anual, tem uma vida curta e não tardará a tornar­se 
rara, como muitas outras ervas daninhas infestantes das searas.

Originária do Mediterrâneo Oriental, a

papoila parece ter sido introduzida na Europa com a cultura dos cereais.
Utilizada desde os mais remotos tempos, esta flor peitoral faz parte 
actualmente da mistura das sete plantas que constituem a *tisana das 
quatro flores, É conveniente respeitar as doses prescritas, pois em 
doses elevadas pode tornar­se tóxica.

Se bem que a atraente cor destas frágeis flores incite a colhé­las em 
ramos, é necessário identificar com exactidão as suas características 
distintivas, pois para fins terápétiticos não são indicadas as flores de
cor mais desmaiada e mais pequenas com cápsula pilosa ou estrangulada no
vértice.

O Respeitar as doses indicadas. Habitat: Europa; frequente em quase todo
o País; até 1700 m. Identificação: de O,25 a O,80 m de altura. Anual, 
caule erecto, piloso, ramoso, com látex esbranquiçado; folhas vilosas, 
recortadas em lóbulos lanceolados triangulares, sendo as inferiores 
muito recortadas; flores vermelhas, frequentemente maculadas de preto na
base (Maio­Julho), solitárias na extremidade de um comprido pedúnculo, 
efémeras, cálice com 2 sépalas, corola com 4 pétalas, com pré­floraçao 
enrugada, estames preto­azulados, cápsuIa curta, ovóide, glabra, 
deiscente por poros abertos sob o disco estigmatífero, numerosas 
sementes pretas. Cheiro pouco intenso, viroso; sabor amargo. Partes 
utilizadas: pétalas (na floração), dispor em camadas finas, conservar em
seco.
O Componentes: vestígios de alcalóides, pigmentos antociânicos O 
Propriedades: antiespasmódico, emoliente, hipnótico, peitoral, sedativo,
sudorífico. LI. I., LI. E. + V UZ Ver: anginas, bronquite, cólica, 
nervosismo, ruga, sono, tosse.
Parietária

Parietaria officinalis L.

Alfavaca­de­cobra, erva­das­muralhas, erva­fura­paredes, erva­dos­muros,
erva­de­santa­ana,

erva­de­nossa­senhora, erva­das­paredes, helxina,

cobrinha, pulitaina, pulitária

Bras.: erva­de­santa­ana

Urticáceas 

É uma planta vivaz, de origem mediterrânica, que seguiu o homem até ao 
extremo norte da Europa, vagueando de povoação em povoação e instalando­
se em moitas nas paredes deteriorada@. Em fitoterapia, são utilizadas 
duas variedades: uma delas com caules grandes e inflorescências densas e
uma outra com caules mais difusos e glomérulos pendentes. As suas 
propriedades medicinais são idênticas e ambas podem provocar 
manifestações de polinose. As virtudes da parietária são conhecidas 
desde a Antiguidade; no

século 1, Plínio relata a eficácia desta planta no tratamento de um 
escravo que caíra do cimo de um muro. Emoliente e diurética, é mais 
activa quando utilizada no estado fresco; seca, conserva apenas algumas 
das suas propriedades se for guardada num frasco hermeticamente fechado.
Adicionando à parietária a cavalinha, a urtiga­branca, a urze e

a barba de milho, prepara­se uma infusão de sabor desagradável, 
utilizada no tratamento da cistite. A planta tem cheiro insípido e

sabor a erva, ligeiramente salgado.

Habitat: Europa; em todo o País; até 700 m Identificação: de O,10 a O,30
m de altura. Vivaz, caule avermelhado, erecto ou difuso (isto é, com os 
ramos dispostos sem ordem e bastante abertos), por vezes pendente, 
pubescente; folhas alternas, pecioladas, inteiras, ovais ou em forma de 
losango, finas, com 2 ou
3 nervuras guarnecidas na página inferior de pêlos aderentes; flores 
esverdeadas (Junho­Outubro), com glomérulas em grupos de 5 a 6 na axila 
das folhas, pequenas, acompanhadas de brácteas inteiras ou celheadas, 
hermafroditas ou unissexuadas, estando as femininas sempre

situadas no centro, 4 sépalas, 4 estames, 1 ovário unilocular, 1 
estilete terminado por 1 estigma plumoso, aquénio pequeno, preto, 
brilhante e comprimido; toiça vivaz e robusta. Partes utilizadas: parte 
aérea da planta, folhas mondadas, suco; secagem rápida à sombra.
O Componentes: nitrato de potássio, cálcio, pigmentos flavónicos, 
enxofre, mucilagem O Propriedades: depurativo, diurético, emoliente, ref
rescante. U. L, U. E. + V o Ver: albuminúria, cistite, dentes, edema, 
hemorróidas, litíase, sarda.

233
Pé­de­leão

Alchemilla vulgaris L. (sensu lato)

Rosáceas

A abundância de orvalho que as grandes folhas do pé­de­leão retêm 
durante a noite torna­o facilmente reconhecível. Este orvalho era 
outrora muito apreciado pelos alquimistas, que o utilizavam com a 
designação de água celeste, além de muitos outros ingredientes, na sua 
infatigável procura da pedra filosofal. Actualmente, considera­se de 
grande requinte secar estas folhas sem quaisquer precauções e, 
juntamente com algumas folhas de primavera, adicioná­las ao chá da China
para lhe dar um paladar leve e refinado.

O pé­de­leão, pequena planta vivaz das zonas frescas e húmidas, não 
aparece na região mediterrânica. Encontra­se em Portugal, principalmente
no Alto Alentejo. Outrora considerado sagrado na Islândia, teve durante 
todo o Renascimento a fama de restituir a virgindade e devolver a beleza
aos seios flácidos devido à idade ou à maternidade. Embora seja 
improvável que o pé­de­leão produza estes resultados, a sua utilizaçao 
foi reconhecida pela medicina moderna para a solução de grande número de
problemas relacionados com a saúde e a beleza femininas.

Habitat: Europa, sobretudo nas montanhas, prados e clareiras; entre 100 
e 2600 m. Identificação: de O,10 a O,30 m de altura. Vivaz, caule verde­
claro raiado de vermelho, delgado; folhas grandes, quase circulares, de 
7 a
11 lóbulos serrados, plicados e com estipulas; flores verde­claras 
(Maio­Outubro), minúsculas, em cimeira corimbiforme difusa, apétalas, 
cálice com 4 sépalas simulando a corola, epicálice com 4 dentes, 4 
estames curtos e 1 estilete; fruto encerrado no cálice e 1 semente; 
rizoma enegrecido, forte, dando origem a vários caules. lnodoro; sabor 
ligeiramente azedo e acre.

Partes utilizadas: toda a planta (Junho­Agosto).
O Componentes: ácidos orgânicos, tanino, lilu nho­Ag  os3’ tann O,  lio 
p pidos, glúcidos, saponósidos, resina O Pro­ ;          ropriedades: 
acistringente, anti­inflamatório, cicatrizante, estomáquico, sedativo, 
vulnerário. U. I., U. E. + V O Ver: anginas, arteriosclerose, 
conjuntivite, contusão, diabetes, diarreia, enxaqueca, estrias cutâneas,
ferida, leucorreia, menopausa, menstruação, meteorismo, obesidade, 
parto, prurido, seio.
Pepino­de­são­gregÓrio

Fcbaliffim elaierium A. Rich.

Momórdica, pepino­selvageni

Cucurbitáceas

O Ecballium é citado nos manuais de botânica como exemplo da deiscência 
brusca de um fruto. Não é fácil imaginar uma cápsula verde, com o volume
de uma bolota grande, que bruscamente se separa do pedúnculo e

projecta ruidosamente a longa distância uma

substância mucilaginosa que contém as sementes, lançando simultaneamente
o invólucro vazio na direcção oposta, a 1 m de distância; este 
surpreendente fenômeno é causado pela pressão do gás contido no 
interior. Planta dos países mediterrânicos, era já utilizada pelos 
Egípcios, Gregos e Romanos como purgante drástico. O uso interno e mesmo
externo desta planta tem alguns riscos; assim, um certo Dr. Dickson 
relata, em
1888, que, por ter colocado um fragmento de pepino~de­são­gregório 
fresco entre a cabeça e o chapéu, foi acometido de fortes enxaquecas, 
seguidas de cólicas e diarreia, durante um dia; e não consumira, no 
entanto, a mínima parcela da planta! Actualmente, os fitoterapeutas 
raramente receitam esta planta, sendo, no entanto, utilizada, 
especialmente na Grã­Bretanha, numa preparação oficinal à base do fruto 
denominada Elaterium.

O Não ingerir sem indicação médica, nem lhe tocar sem as mãos 
protegidas. Habitat: Europa Mediterrânica, terrenos incultos, limites de
campos; Centro e Sul de Portugal em terrenos próximos de habitações, 
entulhos e muros; até 400 m. Identificação: de O,20 a O,60 m de altura, 
Vivaz, caule prostrado ou ascendente, glauco, coberto de pêlos ásperos, 
ramos floríferos erectos; foffias espessas, triangulares, sinuosas; 
flores amareladas, raiadas de verde (Maio­Setembro), monóicas; fruto 
esverdeado, verrugoso­híspido, alongado, pendente da extremidade do 
pedúnculo erecto, que expulsa as sementes ao desprender­se; raiz 
carnuda, comprida. Cheiro repugnante; sabor acre. Partes utilizadas: 
suco do fruto, raiz fresca, cozida ou seca.
O Componentes: elaterina, cucurbitacina, ácidos gordos O Propriedades: 
emético, purgativo, resolutivo, rubefaciente. U. I., U. E. + Ver: 
nevralgia, sarna.

235
Pervinca

Vinca ininor L.

Congossa, vinca

Apocináceas

Apervinca forma frequentemente Dos bosques vastos tapetes perpetuamente 
verdes de onde surgem, a partir de Fevereiro, curtos ramos sustentando 
flores solitárias com corolas de um raro azul. É a flor dos feiticeiros 
e dos poetas e, na Idade Média, fazia parte da composição dos filtros de
amor. A sua utilização em medicina é também muito antiga: Agricola, em 
1539, aconselhava­a para o tratamento de anginas, e Mattioli, em 1554, 
para as hemorragias nasais. Durante muito tempo acreditou­se na sua 
eficácia para o tratamento das doenças pulmonares. Efectivamente, a 
pervinca é um óptimo tónico amargo, justificando­se o seu uso para o 
tratamento de anemias vulgares, convalescenças difíceis ou falta de 
apetite. Modernamente, as investigações detectaram a acção de um 
alcalóide extraído da pervinca, a vincamina, que faz baixar a tensão 
arterial e dilata os vasos, pelo que foi imediatamente incluída no 
arsenal terapêutico. Além disso, certas substâncias extraídas de uma 
espécie exótica de Vinca demonstram actualmente grande utilidade na luta
contra diversas formas de cancro.

Habital: Europa Central e Meridional, florestas, sebes, solos argilosos 
ou calcários; em Portugal, sebes, margens dos rios, campos de Bragança, 
Buçaco, Fundão; cultivada também como planta ornamental; até 1300 m. 
Identificação: de O,15 a O,20 m de altura. Vivaz, caule prostrado de 1 a
3 m e radicante; folhas opostas, elípticas ou ovado­oblongas, brilhantes
e persistentes; flores azul­violáceas (Fevereiro­ Maio, por vezes uma 
segunda floração no Outono), solitárias, pedunculadas na axila das 
folhas, 5 sépalas pontiagudas, 5 pétalas cortadas obiiquamente, 5 
estames, 1 estilete, 1

estigma liso; raramente frutifica, folículo duplo com várias sementes. 
Partes utilizadas: folhas mondadas (todas as estações do ano, Março para
a conservação).
O Componentes: glúcidos, sais minerais, ácidos orgânicos, vitamina C, 
pectina, tanino, flavonõides, alcalóide (vincamina) O Propriedades: 
acistringente, antidiabético, antilactagogo, hipotensor, vasodilatador, 
vulnerário. U. L, U. E. + In Ver: anemia, anginas, apetite, contusão, 
convalescença, diabetes, hipertensão, indigestão, lactação, paludismo, 
vertigem.
Petasite

Petasites hybridus (L.) Gacrtri.

Compostas

A petasite forma grandes colónias junto dos regatos, à beira dos 
pântanos ou no lodo das valas, geralmente locais onde a sua vigorosa 
raiz encontra solos profundos e a humidade de que necessita. Esta planta
prefere os locais sombrios. O caule, oco, é guarnecido por escamas de 
cor ruiva e as flores, temporãs e cor­de­rosa, desabrocham em cachos no 
início da Primavera. São, porém, as enormes folhas, semelhantes às do 
ruibarbo e que surgem após a floração, que conferem à planta o seu 
aspecto característico e às quais deve o nome genérico: petasos, já que 
para os Gregos era o nome de um enorme chapéu.

Os fitoterapeutas utilizam diversas partes da planta para vários fins: a
infusão de folhas e flores secas alivia as irritações dos brônquios; as 
cataplasmas de folhas frescas acalmam algumas dores articulares e 
facilitam a cicatrização das feridas; a raiz é dotada de propriedades 
antiespasmódicas, sendo utilizada pelos homeopatas sob a forma de 
tintura para combater diversas formas de nevralgia. Também se atribuem 
ao extracto inúmeros sucessos no tratamento da gaguez.

Com o nome de sombreiro, aparece subespontáneo nas margens dos ribeiros,
charcos e matas das Beiras, Estremadura e Ribatejo o Petasites fragrans 
(Villars) Presl., que possui flores com cheiro a baunilha.

Habital: Europa, à beira de água, aterros; até
1400 m. Identificação: de O,20 a O,50 m de altura. Vivaz, escapo floral 
viloso, oco e guarnecido de escamas de cor ruiva; folhas basilares, 
surgindo após a floração, enorme limbo em forma de coração invertido, 
verde­acinzentado e lanoso na parte inferior, longo pecíolo em forma de 
goteira; flores cor­ de­ rosa­vi oláceas (Março­Maio), tubulosas, em 
capítulos agrupados em tirsos terminais, alguns pés com flores 
hermafroditas, outros com flores hermafroditas no centro e flores 
femininas na margem, receptaculo nu; aquénio encimado por um papilho 
sedoso; rizoma espesso, rastelante e raiz carnuda. Cheiro suave (raiz) e
repugnante (pecioto)’sabor amargo. Partes utilizadas: folhas e flores 
(Março­Maio) e raizes.
O Componentes: inulina, resina, mucilagem, tanino O Propriedades: 
adslringente, diurético, emenagogo, expectorante, sudorífico, 
vulnerário. U. L, U. E. + Ver: ferida, pele, tosse.

237
Pilosela

Hiera(ium pilosella L.

Pilosela­das­farrriácias, orelha­de­lebre Bras.: orelha­de­ lebre, 
orelha­de­rato, murugem

Compostas

O género HieraCium compreende mais de
100 espécies, subespécies e variedades muito difíceis de distinguir umas
das outras, todas plantas vivazes com flores amarelas. Apenas cerca de 
uma dezena de espécies possui propriedades medicinais, de entre as quais
a mais pequena é a frágil pilosela. Nos solos pedregosos e nos prados de
altitude, forma frequentemente enormes tapetes aveludados salpicados de 
capítulos amarelos, cujas flores são substituídas no Outono por frutos 
encimados por sedosos e macios papilhos. Esta planta, à qual nenhum 
texto antigo se refere, surge num documento do século xil escrito pela 
abadessa Santa Hildegarda, provavelmente a primeira mulher médica. A 
partir de então, a pilosela não mais deixou de ser utilizada, embora 
prudentemente devido à sua extrema adstringencia. Nos meios rurais, é 
hábito utilizar o

seu suco fresco para fortalecer a vista e curar as feridas. O nome do 
género . que pertence refere­se a esta virtude, pois Hieracium deriva de
hierax, gavião; segundo uma

crença popular, estas aves bebiam o suco da planta para fortalecer a 
visão. A planta fresca tem uma acção muito eficaz no tratamento da 
brucelose, tanto no homem como nos animais, e especialmente da febre de 
Malta. Reduzida a pó, detém as hemorragias nasais.

Habital: Europa, excepto na região mediterrânica, solos áridos, 
charnecas, aterros; em Portugal, encontra­se em terrenos secos, arenosos
ou pedregosos das zonas montanhosas de Trás­os­Montes, Minho e Beiras; 
até 3000 m. Identificação: de O,10 a O,15 m e excepcionalmente O,30 m de
altura. Vivaz, acaule, pedúnculo floral viloso e sem folhas; folhas em 
roseta, unidas ao solo, inteiras, oblongas, acinzentadas na página 
inferior, coroadas de pêlos setiformes e compridos; flores amarelo­
claras (Maio­Setembro), liguladas, em capítulo solitário e erecto e 
invólucro viloso; aquénio encimado por um papilho de sedas iguais, 
simples, cinzento­ esbranqu içado, com estolhos aéreos e folhosos. Sabor
amargo. Partes utilizadas: toda a planta fresca e suco fresco (Junho­
Outubro).
O Componentes: substância antibiótica, umbeliferona, mucilagem, tanino, 
flavona, resina, manganésio O Propriedades: acistringente, anli­
infeccioso, colagogo, diurético. U. L, U. E. + Ver: albuminúria, 
brucelose, celulite, convalescença, diarreia, edema, enurese, epistaxe, 
fadiga, hemorragia, hipertensão, ureia, urina.
Pimenta­d'água

Pol)Igonum hYdropiper L. Persicária­ mordaz, pensicária­urente Bras.: 
potincoba, erva­de­bicho, pimenta­aquática

Poligonáceas

A pimenta­d'água é, como a bistorta e a sempre­noiva, uma poligonácea; o
vínculo familiar reconhece­se facilmente devido aos caules nodosos e às 
folhas alternas e inteiras, providas, no ponto de inserção, de pequenas 
bainhas celheadas; as folhas são semelhantes às do pessegueiro. As 
minúsculas flores sem corola e inodoras da pimenta­d'água são picantes e
queimam a língua, aliás como toda a planta, que, seca e pulverizada, 
pode substituir para fins culinários a pimenta. Supõe­se que os homens 
da Pré­História já utilizavam as sementes para condimentar os alimentos.
Dioscórides e Galeno aconselhavam a sua utilização como revulsivo; no 
Renascimento, a medicina considerava que as manchas cor de ferrugem das 
folhas eram indicadoras de uma propriedade hemostática, curiosamente 
confirmada aquando de um estudo sistemático que detectou também uma 
acção vasoconstritora. A pimenta­d'água deve ser utilizada fresca. Para 
uso externo, as espécies Poly,gonum persicaria L. e Polygonum 
miteschrank, ambas insípidas, podem substituir a espécie acre.

O Em uso interno respeitar as doses. Habitat: Europa temperada, 
ribanceiras, à beira de água quase todo o País; até 1200 m. 
ldentific@ção: de O,20 a O,80 m de altura. Anual, caule florífero, 
erecto ou ascendente, avermelhado e nodoso; folhas alternas, lisas, 
verdes, por vezes manchadas de cor de ferrugem, lanceoladas ou lineares,
atenuadas na base, bainhas (ócreas) glabras com celhas curtas; flores 
branco­ esverdeadas ou rosadas (Julho­Outubro), pequenas, espigas 
delgadas, axilares, frouxas, arqueadas, inclinadas, 5 sépalas cobertas 
de pontos amarelos transparentes (glândulas), sem corola, com 6 a 8 
estames; fruto escuro, rugoso, ovóide ou trígono, pontuado, cálice 
persistente e 1 semente; raiz fibrosa. Sabor apimentado. Partes 
utilizadas: toda a planta, fresca (Verão).
O Componentes: tanino, óleo essencial, heterásidos, ácido gálico, ferro 
O Propriedades: acistringente, depurativo, diurético, hemostático, 
revulsivo, vasoconstritor. U. I., U. E. + Ver: bronquite, edema, ferida,
hemorragia, hemorróidas, litíase, menopausa, menstruação, reumatismo, 
varizes.

239
Pimpinela

Sanguisorba minor Scop. Pimpinela­hortense, pimpinela­menor

Rosáceas

Apimpinela foi desde sempre alvo de uma
certa confusão devido em parte às sucessivas designações que lhe foram 
atribuídas no decorrer dos séculos. Os Romanos já denominavam esta 
pequena rosácea Pimpinella, em alusão ao seu papel condimentar, de 
piper, pimenta. Mais tarde, Lineu retirou­lhe este nome, que destinou à 
Pimpinella magna (uma umbelífera), e chamou­lhe Poterium sanguisorba L.,
nome que conservou durante um determinado período. Tempos depois, 
pareceu lógico reunir no género Sanguisorba as duas espécies de 
pimpinelas, a menor e a

oficinal, tendo esta última adoptado o nome

de Sanguisorba officinalis L., enquanto a

menor conservava o de Sanguisorba minor scop.

Esta última, aqui representada na gravura, é uma planta espontânea e 
graciosa com as suas pequenas inflorescências compactas, verdes do lado 
da sombra e tornando­se púrpuras no lado virado ao sol; não tem néctar 
ou perfume. A pimpinela detém as hemorragias, sendo também diurética e 
muito útil em perturbações do aparelho digestivo.

Habitat: Europa, excepto no extremo norte, prados, solos incultos e 
áridos; frequente em quase todo o País; até 1800 m. ldentificaçâo: de 
O,20 a O,70 m de altura. Vivaz, caule anguloso, erecto, por vezes 
prostrado e frequentemente avermelhado; folhas verde­claras, compostas, 
com 9 a 25 folfolos ovais, e serradas; flores esverdeadas (Maio­Junho), 
monóicas, sem corola, com capítulos compactos, ovóides, terminais: num 
mesmo capítulo, flores superiores femininas, com 2 a 3 carpelos e 2 a 3 
estigmas plumosos cor de púrpura, sendo as médias bissexuadas, com 4

estames, e as inferiores masculinas, com 15 a
30 estames muito salientes; fruto indeiscente, com superfície enrugada, 
contendo 2 ou 3 sementes; toiça sublenhosa. Cheiro herbáceo e suave; 
sabor a pepino salgado. Partes utilizadas: planta inteira.
O Componentes: tanino, óleo essencial, vitamina C O Propriedades: 
adstringente, carminativo, digestivo, diurético, hemostático, 
vulnerário. U. L, U. E. + úy Ver: diarréia, ferida, hemorragia, 
hemorroidas, menopausa, meteorismo, queimadura.
Pimpinela­magna

Pimpinefia magna L.

Umbelíferas

O género Pimpinella é bastante complexo e

compreende dois grupos de espécies: as que possuem o vértice do caule e 
os frutos g    Iabros, como a Pimpinella magna L. e a Pinipinella sa­
vifraga L., e as que os apresentam cobertos de pêlos, como o anis­verde,
Pimpinella anisum L., que é uma planta cultivada devido às suas 
numerosas propriedades.

São plantas bastante frágeis, mas que se mantêm erectas, com umbelas 
brancas ou rosadas. As folhas são recortadas em lobos largamente 
dentados. com bainhas dilatadas e ligeiramente invaginantes. Uma roseta 
basal de folhas (v. gravura ao lado) subsiste no Inverno até à eclosão 
das novas folhas. A raiz torna­se azul em contacto com o ar e tem um 
característico cheiro a bode.

A pimpinela­magna foi mencionada pela primeira vez como planta medicinal
no século XVI, época em que gozou de uma grande faina, imerecida se 
tivermos em conta as suas reais propriedades terapêuticas; na Alernanha,
foram­lhe mesmo atribuídos, durante ai,gum tempo, poderes mágicos.

ra e Outono), sumidades floridas.
O Componentes: tanino, resina, óleo essencial, saponósido, princípio 
amargo O Propriedades: aperitivo, emenagogo, emoiiente, expectorante, 
galactagogo, sedativo, sudorífico, vulnerário. U. I., U. E. Ver: 
anginas, boca, diarreia, olhos, palpitaçóes, rouquidão, tosse.

241
Pingulicula *//* para refazer

Pinguicula vulgaris L.

Lentibulariáceas

Muito pequena, frágil e brilhante, oculta frescura das nascentes e das 
cascatas, a pi guícula faz lembrar a violeta pela sua c violeta e 
púrpura; no entanto, é uma plai carnívora, armadilha fatal para todos os
i sectos que consegue capturar.

Efectivamente, como a rorela, esta piar pode digerir, por meio das 
enzimas segre@ das pelas glândulas das folhas, os inseci que caem na sua
armadilha viscosa. Ao ( bater­se, a vítima despoleta o lento me( nismo 
do enrolamento das folhas; em horas fica encerrada e ao cabo de 3 dias e
saparece. Quando as folhas se desenrok pelo mesmo processo lento, do 
prisionei apenas restam as asas e as patas.

Um exame microscópico das folhas pinguícula possibilitou o cálculo do 
núme de glândulas digestivas, tendo revela
25 000 por centímetro quadrado. Agressi para os insectos no estado 
natural, a pingi cula é urna planta medicinal dotada das m: pacíficas e 
calmantes virtudes. Além dis@ o seu suco contém uma enzima análoga 
renina do estômago dos jovens ruminam( que tem uma acção coagulante 
sobre o lei

Habitat: Europa, prados húmidos, pântanos, turfeiras, nascentes de 
montanha; locais húmidos e margens dos cursos de água de Trás­os­Montes;
de 500 a 2300 m. Identificação: de O,05 a O,15 m de altura. Vivaz, caule
subterrâneo, curto, com escapos florais finos e frágeis; folhas 
amareladas ou verde­claras, em rosetas basilares, aplicadas ao solo, 
sésseis, ovais, viscosas, com a margem enrolada para a parte superior; 
flor cor de violeta e púrpura (Maio­Julho), solitária, quase horizontal,
cálice com 5 sépalas, bilabiado, corola bilabiada com fauce vilosa 
prolongada por um

esporão frágil e comprido, arqueado para a base, com 5 pétalas soldadas 
em 2 lábios, dos quais o superior tem 2 lóbulos e o inferior 3, 2 
estames e 2 carpelos; cápsula com 1 lóculo, piriforme, abrindo­se em 2 
valvas com numerosas sementes. Partes utilizadas: folhas frescas ou 
secas.
O Componentes: mucilagem, tanino, sacarose, enzimas O Propriedades: 
antiespasmódico, béquico, cicatrizante, emoliente, febrífugo. LI. L, U. 
E. + V O Ver: cabelo, nervosismo, tosse convulsa, úlcera cutânea.
Pinheiro­bravo

Pinus pinaster Soland. Pinheiro­marítimo, pinheiro­das­landes

Pináceas

O género Pinus, que faz parte da grande família das Pináceas, é o que 
conta maior número de espécies na Europa, pois existem cerca de uma 
dezena, incluindo os híbridos, cujas características bem distintas 
possibilitam identificá­las mediante alguma atenção. Apenas o pinheiro­
bravo e o pinheiro­silvestre possuem propriedades medicinais.

O primeiro, que cresce espontaneamente em todo o litoral mediterrânico, 
adapta­se a

solos pobres, necessitando, porém, de luz e

um mínimo de calor. Em tempos de D. Dinis passou­se à sementeira do 
pinheiro­bravo na mata de Leiria, onde até então predominava o pinheiro­
manso, de vegetação espontânea. Quer se deva a este rei, quer a seu pai,
D. Afonso 111, este famoso pinhal ocupa actualmente uma extensa área do 
litoral (cerca de 11 000 ha). É explorado para extracção da terebintina,
uma oleorre­ ,,iria localizada nos canais secretores do lenho que é 
recolhida por meio de incisões. Das gemas, frescas ou secas, preparam­
se, além de infusões, xaropes, pastilhas, muito utilizadas no Inverno 
para tratar as bronquites, e também banhos medicinais relaxantes. A 
secagem é feita sobre caniços, durante um ou dois meses, ou em forno 
tépido.

Habitat: Europa, litoral mediterrânico e atlântico; frequente em solos 
não calcários, até 1600 m.

Identificação: de 30 a 40 m de altura. Arvore, tronco direito, esguio, 
copa grande e arejada, folhas acerosas muito aiongadas (agulhas), 
rígidas, verde­esbranquiçadas, de 20 cm de comprimento, iigeiramente 
curvadas, aos pares, com base inclusa numa bainha membranosa; amentilhos
(Abril­Maio), monóicos, sendo os masculinos amarelados, com estames 
escamiformes, em espiga densa, e os femininos com escamas avermelhadas 
ou violáceas, cada uma delas contendo 2 óvulos; pinha castanho­
avermeihada­briihante, de 12 a 18 cm de comprimento, escudos das escamas
salientes e piramidais; semente grande e ovóide, com uma asa 4 ou 5 
vezes mais comprida. Partes utilizadas: agulhas (todo o ano), gemas 
(antes do desabrochar), seiva e lenho.
O Componentes: óleo essencial, resina, heterósidos, vitamina C O 
Propriedades: anti­séptico, baisâmico, diurético, excitante, 
expectorante, rubetaciente. U. I., U. E. + IN Ver: banho, bronquite, 
cabelo, cistite, fadiga, gota, pé, reumatismo, @udação.

243
Pinheiro­silvestre *//* para refazer

Pinus silvestris L.

Pinheiro­selvagem, pinheiro­de­riga, pinheiro­de­casquinha, pinheiro­
vermelho­do­báltic(

pinheiro­flandrês, pinheiro­da­escócia

Pináceas

O pinheiro­ silvestre é considerado o m@ importante de todos os 
pinheiros. Além i

oleorresina que dele se pode extrair, embo não seja explorada 
industrialmente, a mad< ra produz um alcatrão, as pequenas agulh 
perfumam, purificam e tratam e as gem são ricas em constituintes 
activos. Com( cialmente, foi­lhes erradamente atribuído nome de turiões,
renovos ou gomos. É n cessário arrancá­las dos ramos no mês Abril, antes
do desabrochar, colocá­las e caniços numa única camada fina e deixá­l 
secar, removendo­as com frequência, dura te um a dois meses. A secagem é
mais rá1 da quando efectuada num forno tépido. 1 tas gemas têm 
utilizações diversas: em ml são, em macerações, em vinho ou cerve       
>

decocção, inalação, fumigação, gargarejo@ em banhos, misturadas com 
casca de salgu ro­branco e de carvalho e folhas de nogu, ra. O pinheiro­
silvestre é uma bela e r@ árvore cultivada nas planícies, desenvolve do­
se espontaneamente nas montanhas, at( orla das florestas. Muito 
resistente às secz ao calor e ao frio, não suporta a carência luz, 
sobretudo quando jovem, pois mesm( sombra de outras ramagens lhe é 
prejudici

Habitat: Europa, nas montanhas espontâneo; no Geres; de 800 a 2100 m. 
Identificação: de 20 a 45 m de altura. Árvore; tronco erecto, copa 
jovem, cónica, desenvolvendo os ramos verticilados quando o ápice deixa 
de crescer, agulhas reunidas aos pares, curtas, de 4 a 6 cm de 
comprimento, verde­glaucas; amentilhos (Maio­Junho), monóicos, sendo os 
masculinos em espiga na base dos ramos nascidos no próprio ano e os 
femininos arredondados, violáceos, isolados nas extremidades dos 
rebentos  > pinha pequena de 3 a
6 cm, ovóide, baça, pendente; escudos das

escamas convexos com mamilos obtusos, maturação ao fim do 3.’ ano; 
semente pequena, com uma asa 3 vezes mais comprida; raiz aprumada, 
robusta, sendo as secundárias mais compridas. Partes utilizadas: seiva, 
lenho, agulhas, gemas (Abril).
O Componentes: óleo essencial, resina, heterósidos O Propriedades: anti­
séptico, baisâmico, diurético, estimulante, expectorante. U. I., U. E. +
V k"J Ver: asma, banho, bronquite, cabelo, cistite, gota, pé, 
reumatismo, rouquidão,
Pirliteiro

a) Crataegus monogyna Jacq. b) Crataegus oxyacantha L. Pifiriteiro, 
espinheiro­alvar, escambrulheiro, cambrocira, espinheiro­branco, 
abronceiro, espinheiro­ordinário, espinha­branca, estrepeiro,

escalheiro

Rosáceas

As duas espécies são belas plantas celebradas por poetas e romancistas 
sob os mais diversos nomes. Estes arbustos, apesar da idade avançada que
podem atingir ­ por vezes 500 anos ­, dos seus espinhos e da sua madeira
dura como o ferro, continuam a ser o símbolo da delicadeza e da mais 
viçosa beleza. Contudo, era da sua madeira dura como o ferro que outrora
se cortavam os cepos dos suplícios. As duas espécies aqui representadas 
desenvolvem­se nos mesmos

locais e possuem propriedades medicinais idênticas. Alimento para os 
homens da Pré­História, como o comprovam os vestígios de

caroços encontrados nas ruínas das cidades lacustres, os frutos 
vermelhos do pirliteiro são, desde há muito, utilizados pelas suas 
aplicações diuré ticas e acistringentes. Recentemente, médicos 
americanos puseram em

evidência a sua poderosa acção cardíaca.

Este género botânico possui várias espécies, todas próprias das regiões 
temperadas, que apresentam um lenho muito duro e têm crescimento lento.

O Respeitar as doses. Habitat: Europa, todos os solos; em Portugal, o 
mais frequente é o C.              até 1600 m.

Identificação: de 2 a 4 m de altura. Arbusto, casca jovem cinzento­
clara, lisa, mais tarde castanha, fendida; folhas caducas: a) com 3 a 7 
lóbulos muito profundos, não dentados; b) com
3 a 5 lóbulos pouco profundos, ligeiramente serrados; flores brancas ou 
rosadas (Abril­Junho), em corimbos, 5 sépalas, 5 pétalas livres: W 1 
estilete branco­esverdeado, estames violáceos; b) 2 a 3 estiletes, 
estames vermelhos; drupa ovóide, farinácea, vermelha: a) 1 caroço;

b) 2 a 3 caroços. Cheiro pouco intenso, b) pouco agradável; sabor doce. 
Partes utilizadas: flores em botão, drupas (fins de Setembro), casca dos
ramos jovens.
O Componentes: pigmentos flavónicos, aminas, derivados terpénicos, 
histamina, tanino, vitamina C O Propriedades: acistringente, 
antiespasmódico, diurético, febrífugo, hipotensor. U. I., U. E. + kvJ 
Ver: acufenos, anginas, angústia, arteriosclerose, banho, celulite, 
coração, diarréia, espasmo, hipertensão, litíase, menopausa, nervosismo,
obesidade, palpitações. sono.

245
Pollgala­amarga

Polygala amara L.; sin.: Polygala amarella Crantz

Polligaláceas

Apolígala, cujo nome deriva das palavras gregas pol@, muito, e gala, 
leite, era outrora administrada às vacas, às cabras e às amas para 
aumentar a secreção láctea, sendo, no entanto, duvidosa a sua acção 
galactagoga. Não está mesmo provado que as polígalas descritas pelos 
autores antigos correspondam às plantas actualmente conhecidas por esse 
nome. A polígala­amarga é muito rara na Europa, onde cresce cerca de uma
dúzia de espécies e diversas variedades da planta. Existem no Mundo mais
de 450 espécies, de entre as quais a polígala­da­virgínia, Polygala 
senega L, originária dos Estados Unidos e do Canadá, utilizada durante 
muito tempo pelos índios para tratar a tosse e as mordeduras de 
serpentes. A polígala­amarga utiliza­se na Europa devido às suas 
propriedades expectorantes. Planta bastante comum, identifica­se pelos 
belos cachos'compostos de flores de cor azul.

A planta tem ainda uma particularidade fisiológica: as suas sementes só 
germinam em contacto com a luz.

Em fitoterapia, utiliza­se toda a planta (Maio­Agosto), sobretudo em 
decocção, misturada por vezes com o hipericão, a hera­terrestre, o 
hissopo e a tussilagem. A medicina homeopática recorre ao emprego de uma
tintura preparada a partir da raiz.

Habitat: Europa, solos húmidos, sobretudo argilosos ou calcários; em 
Portugal, o nome de polígala aplica­se à Pol)Igala vulgarix L. 
Identificação: de O,05 a O,15 m de altura. Vivaz, caule prostrado, 
ascendente na floração, rígido, curto, não ramificado; folhas verde­
claras, inteiras, moles, sendo as inferiores em roseta basal abundante, 
ovais, arredondadas no vértice e afiladas na base, e as caulinares 
alternas, lanceoladas, pequenas, glabras, curtamente pecioladas; flores 
azuis e raramente cor­de­rosa ou brancas (Maio­Agosto), oblongas, 
pequenas, em cachos, 5 sépalas desiguais, sendo as 2 internas grandes, 
coradas, em forma de pétalas, marcadas com 3 nervuras; 3 pétalas 
desiguais, 8 estames; cápsula pequena, comprimida, abrindo­se por 2 
valvas que contêm 2 sementes pubescentes; raiz aprumada e delgada. Sabor
acre e amargo. Partes utilizadas: toda a planta e raiz.
O Componentes: saponósidos, óleo essencial, princípio amargo, resina, 
glúcidos O Propriedades: diurético, emoliente, estomáquico, 
expectorante, laxativo, tónico. U. 1. + in Ver: asma, bronquite, pulmão,
tosse.

246
PolipÓdio

Polypodium vulgare L. Poli pódio­do­carv alho, fentelha, filipode, feio­
doce

Polipodiáceas

Supõe­se que foi Teofrasto quem primeiro mencionou o uso do polipódio. 
Mais tarde, Dioscórides e Galeno, ao descreverem a planta de modo 
preciso e inequívoco, enumeraram as suas propriedades medicinais e

referiram as suas aplicações, nenhuma das quais sofreu alterações 
substanciais passados quase 2000 anos. O polipódio tem acção colagoga, 
laxativa suave e vermífuga, tornando­o o seu sabor a alcaçuz facilmente 
aceite pelas crianças. Este belo feto é uma

das raras espécies européias de um género que está representado no Mundo
por várias centenas. As suas frondes robustas cobrem os rochedos, 
agarram­se aos troncos gretados dos carvalhos, revestindo mesmo o cimo 
das paredes deterioradas no centro das cidades. À semelhança dos outros 
fetos, o polipódio não tem flor e, con s equente mente, pólen e 
sementes: reproduz­se devido aos

esporos contidos nos soros, pequenos reservatórios arredondados visíveis
na página inferior das folhas, onde se acumulam em séries paralelas. De 
cor amarela, que se torna depois castanha, libertam os esporos quando 
maduros.

Habitat: Europa, bosques, troncos, paredes deterioradas; vulgar em quase
todo o País, nos muros, rochas, árvores e sebes; até 2000 m. 
Identificação: de O,10 a O,50 m de altura. Vivaz, frondes primeiramente 
enroladas em báculo e ligeiramente coriáceas, aiongadas e triangulares, 
com pecíolo inserido sobre o rizoma, com 1 divisão quase até à nervura 
central, 20 a 40 segmentos lanceolados, dentados ou não, página inferior
com soros lenticulares em 2 séries de ambos os lados da nervura, 
primeiramente amarelos e depois castanhos, sem indúsio, esporângios 
pedicelados; esporos amarelados, dispersando­se na Primavera; rizoma 
espesso, carnudo, prostrado, coberto de escamas castanho­avermelhadas, 
esverdeado no corte. Cheiro desagradável: sabor semelhante ao do 
alcaçuz. Partes utilizadas: rizoma seco (Março­Abril e Setembro­
Outubro).
O Componentes: essência, lípidos, tanino, resina, saponósido, mucilagem,
sais minerais O Propriedades: colagogo, expectorante, laxativo, 
vermífugo. U. 1. + Ver: bronquite, fígado, obstipação, parasitose.

247
Primavera

Primula veris L.

Prímula

Primuláceas

Vivamente recomendada por Santa Hildegarda desde o século X11 como 
remédio para a melancolia, a primavera é na Europa uma das primeiras 
flores a abrir. Das suas flores secas prepara­se um chá de aroma 
incomparável, destituído de qualquer acção excitante. Esta planta serve 
ainda para perfumar a cerveja e melhorar o bouquet dos vinhos. 
Envolvidas em açúcar, as flores constituem ainda deliciosos rebuçados. 
Uma espécie próxima, a pri mavera­dos­j ardi ri s, Primula elatior 
Jacq., que se encontra aproximadamente nos mesmos locais e não 
ultrapassa em estatura a primavera, pode substituí­Ia. Distingue­se da 
primavera pelas corolas grandes e

de limbo plano, pelo cálice bicolor, verde­claro nos sulcos e escuro nas
arestas, pelas

folhas verdes em ambas as páginas e por ser completamente inodora. A 
partir destas duas espécies e de outras, os floricultores conseguiram 
obter, após demoradas selecções, variedades muito decorativas, de flores
grandes e de diversas cores, mas que não têm propriedades medicinais e 
possuem, como as urtigas, um revestimento de pêlos glandulosos cujo 
contacto provoca, na maioria das pessoas, uma erupção do tipo urticário.

Habitat: Europa, rara no litoral mediterrânico; Minho e Trás­os­Montes; 
até 2000 m Identificação: de O,08 a O,30 m de altura. Vivaz, escapo 
floral; folhas em roseta, ovais, verdes, acinzentadas na página 
inferior, rugosas e pecioladas; flores de um amarelo intenso (Abril­
Maio), agrupadas em umbelas simples sobre um pedúnculo radical nu, 
cálice intumescido, com 5 aristas e 5 lóbulos, corola pequena, côncava, 
5 pétalas amarelas maculadas de cor de laranja, estilete comprido com 5 
estames curtos, ou estilete curto com 5 estames compridos; ovário livre;
cápsula erecta, ovóide, inclusa no cálice, que se abre por 5 valvas e 
numerosas sementes; rizoma espesso. Cheiro suave, raiz com cheiro a 
anis; sabor agradável. Partes utilizadas: flores com o cálice (Abril­
Maio), folhas, raiz, rizoma (Inverno).
O Componentes: pigmentos flavónicos, heterósidos, enzimas, vitamina C, 
saponósidos, sais minerais O Propriedades: antiespasmódico, calmante, 
diurético, expectorante, febrífugo. U. L, U. E. + O Ver: bronquite, 
cefaleia, cólica, constipação, contusão, indigestão, reumatismo, tosse, 
tosse convulsa.

248
Pulmonária

Pulmonaria officinalis L. Erva­dos­bofes, salsa­dejerusalém,

erva­leiteira­de­nossa­senhora

Borragináceas

Da família do ri ão­me­ esqueças, da cinoglossa e da borragem, a 
pulmonária tem uma cobertura de pêlos ásperos e prefere a sombra ou os 
locais frescos. As suas flores, vermelhas, campanuladas, com cambiantes 
azul­violáceos, são semelhantes às da primavera. Aproximadamente no mês 
de Julho, o caule floral seca e desaparece, sendo substituído por uma 
roseta de folhas basais matizadas de branco, às quais deve o nome de 
pulmonária, pois, segundo os partidários da medicina dos sinais, 
representam a imagem de pulmões doentes. A pulmonária usufruía outrora 
de uma reputação exagerada e decepcionante, pois supunha­se que curava a
tuberculose, para a qual só se encontrou remédio na
2.a metade do século XX. Segundo se crê em alguns meios rurais, um 
tampão de folhas frescas esmagadas, colocado sobre a região do coração, 
é suficiente para abrandar o seu ritmo.

Do mesmo modo que a salgueirinha, a pulmonária foi dotada pela Natureza 
de uma particularidade extraordinária que consiste em oferecer aos 
insectos que a visitam três espécies de flores providas de estames 
desiguais e de estiletes com três comprimentos diferentes, ou sejam 18 
possibilidades de disseminação do pólen.

Habitat: Europa, bosques pouco densos, solos calcários; até 1000 m. 
Identificação: de O,15 a O,30 m de altura. Vivaz, caule simples e 
viloso; folhas manchadas de branco, mais claras na página inferior, 
sendo as radicais pecioladas, peludas, ásperas, ovadas ou cordiformes e 
as caulinares sésseis, ovais, ligeiramente decorrentes e vilosas; flores
primeiramente vermelhas, tornando­se depois azuis (Março­Maio), reunidas
em cimeiras terminais unilaterais, cálice com 5 lóbulos, coroIa tulbular
com 5 pétalas, 5 escamas, 5 estames, ovário com 1 estilete e 4 carpelos;
tetraquénio

ováide e pontiagudo; rizoma delgado. Sabor mucilaginoso. Partes 
utilizadas: sumidades floridas (Março­Abril), folhas da roseta (fim do 
Verão); secagem à sombra e ao ar; as folhas enegrecem.
O Componentes@ mucilagem, tanino, sais minerais, saponósido O 
Propriedades: acistringente, diurético, emoliente, expectorante, 
sudorífico. U. L, U. E. Ver: bronquite, dartro, frieira, greta, 
hemorróidas, palpitações.
Pulsátila

Pulswilla vulgaris Mifi. Anémona­pulsátila, anémona­dos­jardins,

flor­do­vento, flor­de­páscoa

Ranunculáceas

Se bem que exista de modo disperso na Europa, a pulsátila não é muito 
vul@gar, e sucede frequentemente procurar­se em vão

as suas campainhas de cor violeta que se agitam ao menor sopro de vento.
Qu2:ndo as

flores murcham, esta planta vivaz, sedosa e

frágil, cobre­se de enormes penachos formados pelos frutos plumosos que 
o vento destrói a pouco e pouco. O seu sabor é ião acre que mesmo os 
animais a evitam nos prados.

Outrora, era utilizada para tratar várias doenças, como a paralisia, a 
cegueira ou os

estados de melancolia. Actualmente, os fitoterapeutas receitam­na, por 
vezes, para os espasmos viscerais, e os homeopatas utilizam a sua 
essencia para tratar as varizes. As folhas, em cataplasma, actuam sobre 
as nevralgias e as dores articulares. As flores, secas num forno e 
pulverizadas, produzem um pó esternutatório, muito conhecido nos

nicios rurais, para aliviar as enxaquecas. Quando verde, a planta é 
tóxica.

O A planta verde é muito perigosa em uso interno. Habilat: Europa, 
excepto na região mediterrânica, pastagens, planícies secas, colinas; 
cultivada em Portugal; até 800 m. Identificação: de O,10 a O,30 m de 
altura. Vivaz, acaule; folhas em roseta, prateadas, vilosas, pecioladas,
profundamente divididas 2 a 3 vezes; flores violeta e cor de púrpura 
(Março­Maio, por vezes segunda floração no Outono), grandes, erectas e 
depois pendentes, sobre um peclúnculo radical, provido de um invólucro 
lacinioso, 6 sépalas petalóides, estames dourados; numerosos aquénios 
com cabeça esférica, oblongos, vilosos; toiça oblíqua, enegrecida, 
espessa, ramificada. Inodora; sabor ácido. Partes utilizadas: toda a 
planta (Maio­Julho).
O Componentes: anemonina, enzimas, tanino, saponina, esteróis, corpo 
gordo O Propriedades: antiespasmódico, diaforético, diurético, 
expectorante, revulsivo, sedativo. U. I., U. E. + V Ver: dartro, 
enxaqueca, espasmo, febre, menstruação, sarda, tosse.

250
Quaresmas

Sa­tifraga granulata L, Sanícula­dos­montes, saxífraga­branca

Saxifragáceas

O género Saxiftaga engloba diversas plantas ornamentais que se 
distribuem por numerosas espécies polimorfas. A mais utilizada em 
fitoterapia, que está representada nesta página, é característica: a 
base do caule está provida de boibilhos, os quais inspiraram 
provavelmente o seu nome específico e a sua utilização. Na verdade, a 
medicina dos sinais atribuía­lhe a faculdade de dissolver os cálculos da
vesícula. É uma planta das valas lodosas, totalmente revestida de pêlos 
viscosos.

Existem outras espécies que são também utilizadas como plantas 
medicinais. Assim, a Sa.vifraga trida(­tyylites L., pequena planta anual
com flores brancas, atapeta os muros deteriorados e os solos arenosos; 
muito famosa outrora como tratamento da icterícia, era administrada numa
infusão em cerveja. Outra espécie muito interessante, a saxífraga­da­
sibéria, Bergenia cordifolía Haw., encontra­se em estado espontâneo nos 
Alpes e é frequentemente cultivada nos jardins como planta ornamental. É
uma pequena planta vivaz com flores cor­de­rosa, cujas grandes folhas 
são consideradas antidiarreicas quando preparadas em infusão. Podem 
substituír a hera em tratamentos anti­sépticos.

Habitat: Europa, excepto a zona árctica, prados húmidos; em todo o 
território português, especialmente na zona norte, em muros, rochedos, 
locais húmidos e sombrios; até 800 m. Identificação: de O,20 a O,50 m de
altura. Bienal, caule floral simples, erecto, glanduloso­viscoso, 
boIbilhos na base; folhas basilares, pecioladas, grandes, palmadas, 
reniformes, com bordos crenados, sendo as caulinares superiores raras, 
subsésseis, trilobadas, e as inferiores com lóbulos pontiagudos; flores 
brancas (Abril­Maio), grandes, em corimbos terminais, 5 sépalas ovais, 5
pétalas muito

compridas, 10 estames e 2 carpelos; cápsula bicorne e numerosas 
sementes. Cheiro agradável (flor); sabor amargo e acre. Partes 
utilizadas: raiz, flores e folhas frescas.
O Componentes: vitamina C O Propriedades: acistringente, aperitivo, 
colagogo, diurético. U. 1. Ver: diurese, fígado.
QuenopÓdio­bom­henrique

Chenopodium bonus­henricus L.

Quenopodiáceas

Lineu designou esta planta em homenagem a Henrique IV de Navarra, 
protector dos botânicos. Aliás, dava­se outrora o nome de Henrique às 
plantas que escolhiam o seu

habitai próximo da habitação humana. O quenopódio­bom­henrique encontra­
se, pois, geralmente próximo de casas, muros, lixeiras e principalmente,
nas montanhas alpinas, nas imediações das cabanas de pastores: é

raro a altitudes baixas. Excelente sucedâneo dos espinafres e igualmente
rico em ferro, o quenopódio trata as anemias; é ainda um óptimo remédio 
emoliente e laxativo, sendo, no entanto, desaconselhável aos doentes de 
gota e dos rins. Em uso externo, aplicam­se as folhas frescas em 
cataplasmas nos abcessos, a fim de conseguir a sua maturação e acalmar 
as dores. O Chenopodium album L., com compridas folhas dentadas e 
inflorescências que parecem polvilhadas de açúcar refinado, frequente em
Portugal, tem propriedades medicinais muito semelhantes às do 
Chenopodium bonus­henricus L. e

pode perfeitamente substituí­lo.

Habitat: Europa, excepto nas baixas planícies, locais habitados. 
Identificação: de O,20 a O,60 m de altura. Vivaz, caule verde, glabro, 
canelado de castanho e avermelhado, folhoso; folhas verdes, grandes, 
carnudas, inteiras, pecioladas, triangulares, pontiagudas, lanceoladas 
na base, margens onduladas, folhas jovens farinhosas na página inferior,
ligeiramente viscosas; flores esverdeadas (Maio­Agosto), pequenas, 
numerosas, em cachos terminais especiformes, cónicos; fruto contendo uma
semente brilhante. Inodoro e insípido.

Partes utilizadas: toda a planta (Maio­Agosto).
O Componentes: saponósido, sais minerais (ferro), vitamina C O 
Propriedades: depurativo, emoliente, laxativo. U. L, U. E. + Ver: 
abcesso, anemia, obstipação.

252
Rapúncio

Campanula rapunculus L. Rapôncio, campainha­rabanete

Bras.: campainha

Campanuláceas

Facilmente reconhecível pelas suas flores campanuliformes azuis ou 
lilases, erectas OU pendentes, o rapúncio, robusto e decorativo, possui 
mais qualidades estéticas que virtudes medicinais.

A forma da corola inspirou o nome de género, Campanula, procedente do 
latim e

que significa pequeno sino. Em algumas regiões da Europa, é cultivado 
para consumo dos seus suculentos rebentos e, especialmente, da raiz, da 
qual se faz uma salada muito saborosa. O uso culinário das raízes 
conferiu­lhe o nome científico de espécie, rapunculus, que deriva da 
palavra latina rap@1, rábano.

E uma forragem sazonal muito apreciada pelo gado. Outrora, o rapúncio e 
outras espécies, como a Campanula trachelium L. e a Campanula cervicaria
L., foram utilizados em gargarejos para tratar as anginas. A razão por 
que o rapúncio está actualmente em

desuso deve­se sem dúvida ao pouco mérito das suas propriedades ou 
porque as mesmas se encontram muito mais activas noutras plantas, como a
agrimónia e a aspérula­odorífera.

O Destinado a uso externo. Habitat: Europa; frequente em quase todo o

País nos bosques, caminhos e locais húmidos; até 1000 m. Identificação: 
de O,40 a 1,80 m de altura. Bienal, caule viloso, alongado e anguloso; 
folhas estreitas e alongadas, sésseis, levemente onduladas, pecioladas; 
flores azuis ou violaceas (Maio­Agosto), pedunculadas, em cacho frouxo 
alongado, muito ramoso, com poucas folhas, de menos de 2 cm de 
comprimento, cálices com divisões assoveladas, corola mais comprida que 
larga, com lóbulos pouco separados, 5 estames livres com estiletes 
dilatados na base, 3 estigmas; cápsula erecta; raiz carnuda fusiforme. 
Partes utilizadas: raiz, folhas frescas (Maio­Agosto).
O Componentes: inulina, vitamina C O Propriedades: acIstringente, anti­
séptico, refrescante, vulnerário. LI. I., LI. E. O'J Ver: anginas ,sede,
verruga.
Rinchão

Sisymbrium officinale (L.) Scop.

Erva­dos­cantores, erísimo

Bras.: agrião

Crucíferas

Citado e utilizado desde a Antiguidade, só a partir do século XVI o 
rinchão foi definitivamente identificado. Efectivamente, as

provas irrefutáveis dos seus sucessos datam do Renascimento, descritas 
por Jacques Dalechamps, testemunha laudatória do seu confrade de 
Montpellier, Guillaume Rondelet, que, graças ao rinchão, restituíra a 
sua bela voz de anjo a um menino de coro. No século XVII, o próprio 
Racíne aconselhou este remédio a Boileau, que se lamentara de estar 
afónico. A partir de então, o rinchão tornou­se a planta dos oradores, 
actores e cantores. A sua acção sobre a voz deve­se à presença de 
compostos sulfurados; o enxofre é um medicamento frequentemente 
utilizado pela medicina clássica, sendo receitados tratamentos nas 
estações termais dotadas de águas sulfurosas para afecções das vias 
respiratórias superiores. O rinchão deve ser, tanto quanto possível, 
utilizado fresco, se bem que, quando seco, não perca os seus princípios 
activos. O seu sabor não é nada agradável, pelo que, se for necessário 
ingerí­lo, é preferível adicionar­lhe alcaçuz ou mel muito aromático.

Habitat: Europa, caminhos, entulhos; em quase todo o território 
português, em terrenos incultos, restolhos, entulhos, sebes e muws; até
1700 m. Identificação: de O,30 a O,60 m de aftura. Anual, caule rígido, 
erecto, viloso, ramos qua~ se perpendiculares ao caule (patentes); 
folhas da base pecioladas, muito recortadas, com lóbulos serrados, sendo
o terminal maior; flores amareio­claras (Maio­ Setembro), pequenas, 
reunidas em cachos, 4 sépalas, 4 pétalas e 6 estames; síliqua curta, 
erecta, com 2 valvas convexas trinérveas, contendo cada uma delas

1 série de sementes; raiz rija e branca. Inodoro. Sabor picante e acre. 
Partes utilizadas: sumidades floridas, folhas frescas, suco fresco 
(Julho­Agosto); secagem cuidadosa, conservação ao abrigo do ar, da luz e
da humidade.
O Componentes: derivados sulfurados, cardenólidos nas sementes O 
Propriedades: antiescorbútico, béquico, diurético, estomáquico, 
expectorante, tónico. U. I., U. E. + Ver: acne, bronquite, cura de 
Primavera, laringite, rouquidão, tosse, traqueíte, voz.

254
Rorela

Drosera rotundifolia L.

Orvalhinha, dróscru, orvalho­do­sol Bras.: drosera, erva­do­orvalho, 
rossolis

Droseráceas

As pequenas rorelas agrupadas sobre os

musgos nos pântanos e nas turfeiras desdobram ao nível do solo as suas 
rosetas de folhas redondas, das quais se destacam os frágeis caules 
florais. As folhas estão cobertas de cílios vermelhos, sensíveis e 
móveis, terminados por pequenas glândulas repletas de um suco brilhante,
aos quais a planta deve o encantador nome de orvalho­do­sol; foi outrora
muito utilizada pelos alquimistas e mais tarde, nos meios rurais, pelos 
bruxos e adivinhos. Contudo, é no seu meio natural que a rorela se 
revela verdadeiramente temível; efectivamente, esta planta carnívora 
pode capturar, segundo se crê, 2000 insectos num só Verão, pois as 
folhas viscosas e os cílios são uma armadilha mortal. A planta atrai, 
prende e seguidamente digere os insectos por meio de uma enzima análoga 
à pepsina do suco gástrico humano.

Na prática da medicina geral, todos os

médicos têm conhecimento da acção calmante da sua tintura nos acessos de
tosse convulsa. Uma infusão das folhas frescas produz um efeito análogo.
Nos meios rurais, o

seu suco é utilizado para tratar as verrugas.

Habitat: Europa, excepto na região mediterrânica; em Portugal, locais 
húmidos e pantanosos das montanhas elevadas de Trás­os­Montes, Minho e 
Beiras; até 2000 m, Identificação: de O,10 a O,20 m de altura, Vivaz, 
caule floral verde ou avermelhado, frágil, glabro, erecto; folhas 
longamente pecioladas, em roseta basilar aberta sobre o musgo, redondas,
cobertas de cílios tentaculares com glândulas arruivadas e viscosas mais
compridas nas margens; flores brancas (Julho­Agosto), pequenas (de O,5 a
O,8 cm), em cimeiras faucifloras, 5 sépalas, 5 pétalas, 5 estames e 3

estiletes; cápsula alongada, abrindo­se por 3 a
5 valvas, com numerosas sementes aladas; parte subterrânea frágil, com 
ordens anuais sobrepostas de delgadas raizes adventícias. Inodora; sabor
acistringente e amargo. Partes utilizadas: parte aérea da planta (Junho­
Setembro), fresca ou seca, suco fresco.
O Componentes: tanino, naftoquinona, pigmentos flavónicos O 
Propriedades: antiespasmódico, anti­séptico, béquico, febrífugo. U. I., 
LI. E. + O Ver: calo, pulmão, rouquidão, tosse, tosse convulsa, verruga.
255
Saboeira

Suponaria officinalis L. Erva­saboeira, saponária, saboneira

Cariofiláceas

A saboeira saltou as vedações dos jardins mediterrânicos onde outrora 
era cultivada e, vagabundeando pelas margens arenosas ou pedregosas dos 
rios, à beira das valas e dos cursos de água e pelas bermas dos 
caminhos, invadiu a Europa temperada. É uma

planta rústica, com belas flores de um cor­de­rosa muito claro que, à 
sombra, se torna ainda mais pálido. O ciclo vegetativo da saboeira 
conclui­se em Outubro, quando, destruídos os cálices, murchas as 
pétalas, se deixa desfolhar pelo vento e seca inteiramente. É nesta 
época que o rizoma desta planta, tão útil às lavadeiras e que já era 
utilizado muito antes de se conhecer o sabão para lavar as lãs, deve ser
colhido. O rizoma, que já era outrora conhecido, pois Hipócrates 
menciona­o quatro séculos antes de Cristo, é um remédio utilizado pela 
medicina após a secagem. A planta é depurativa, tónica, reanima as 
funções dos fígados lentos e confere beleza à tez, podendo associar­se, 
em infusão, às folhas do agrião e às sumidades floridas da centáurea­
menor. Uma água saponácea, obtida por decocção da planta, constitui um 
óptimo champô indicado para cabelos frágeis.

O Não macerar em água; preparar e utilizar. Habitat: Europa; Norte e 
Centro de Portugal, margens dos campos e dos rios; até 1600 m. 
Identificação: de O,30 a O,60 m de altura. Vivaz, numerosos caules, 
erectos, cilíndricos, dilatados nos nós, robustos e avermelhados; folhas
glabras, sésseis, verde­claras, grandes, ovais ou lanceoladas, com 3 a 5
nervuras; flores cor­ d e­ rosa­ claras (Junho­Setembro), grandes, 
pedunculadas, em cimeiras corimbiformes, cálice tulbuloso, 5 dentes, 5 
pétalas inteiras ou chanfradas, 10 estames, 2 estiletes; cápsula 
oblonga, abrindo­se por 4

valvas, numerosas sementes reniformes castanhas; rizoma prolífico 
castanho­avermelhado, amarelo no corte. Cheiro agradável (flores); sabor
amargo e desagradável. Partes utilizadas: caule folhoso (antes da 
floração), descora ao secar; rizoma (Outono), raiz.
O Componentes: saponósido, resina, vitamina C O Propriedades: 
colerético, depurativo, diurético, sudorífico, tónico. U. L, U. E. + V 
Ver: acne, anginas, artrite, cabelo, cura de Primavera, dartro, eczema, 
fígado, herpes, icterícia, psoríase, reumatismo.
Sabugueiro

Sambucus nigra L. S abugueiro­ negro Bras.: sabugueirinho

Caprifoliáceas

A história do sabugueiro é, sem dúvida, tão longa como a do homem, pois 
foram encontrados alguns vestígios desta árvore em estações 
arqueológicas da Idade da Pedra na Suíça e no Norte de Itália. Sabe­se 
também que os Gregos na Antiguidade a utilizavam vulgarmente, bem como 
os habitantes da antiga Roma. O sabugueiro encontra­se frequentemente na
Europa pró ximo das povoações, porque outrora era ali plantado para 
atrair os espíritos do bem. A partir do século XVI, popularizou­se como 
planta decorativa. Nos meios rurais, as crianças fazem apitos com a 
madeira quebradiça e leve do sabugueiro. Com os seus frutos preparam­se 
doces com uma bela cor vermelho­violácea. As suas propriedades 
medicinais são inúmeras: as flores, as bagas, as folhas e a segunda 
casca fazem parte de grande número de preparações. As flores são também 
utilizadas para a conservação das maçãs, devendo ser colocadas em 
camadas alternadas em caixas de cartão, que seguidamente se fecham.

Habitat: Europa Central, matas, sebes; em Portugal, é cultivado, 
surgindo também espontâneo. Identificação: de 2 a 5 m, por vezes 10 m, 
de altura. Arbusto ou árvore; caule com casca cinzento­acastanhada, 
verrugosa, ramos fracos e quebradiços, com medula branca; folhas 
pecioladas, com 5 a 7 folíolos compridos e serrados; flores brancas 
(Junho), pequenas, em cimeiras corimbiformes planas, com 5 raios 
principais, 5 sépalas, 5 pétalas, 5 estames com anteras amarelas, 3 
carpelos, 3 estigmas sésseis; baga preto­violácea, com 3 sementes. 
Cheiro intenso; sabor acíclulo.

Partes utilizadas: flores, folhas, frutos maduros, segunda casca seca; 
secar ao ar.
O Componentes: nitrato de potássio, óleo essencial, alcalóide, 
heterósido, tanino, mucilagem, vitamina C, pigmentos flavónicos e 
antociânicos O Propriedades: depurativo, diurético, emoliente, laxativo,
sudorífico. U. L, U. E. + V O Ver: abcesso, arteriosclerose, bronquite, 
cistite, coração, cura de Primavera, epistaxe, fígado, frieira, gota, 
hemorróidas, obstipação, olhos, pele, picadas, pontos negros, 
queimadura, rim, reumatismo, sudação, tabagismo, terçolho.

257
Saião­curto

Sempervivum tectorum L. Sempre­viva­dos­telhados

Bras.: saiao

Crassuláceas

O saião­curto é mais frequente nas planícies, embora surja por vezes nas
montanhas, alapardado nas cavidades dos penhascos, de onde os seus 
rebentos extravasam para colonizar tudo o que os cerca. Tem u   Iria 
preferência especial pelos muros velhos e sobretudo pelos telhados, aos 
quais se agarra, consolidando­os e protegendo­os do escoamento rápido 
das chuvas, como indica claramente o nome da espécie. A designação 
barbas­de­júpiter, que os Franceses lhe atribuem, deriva possivelmente 
da expressão latina Jovis barba, barba de Júpiter, deus dos céus, senhor
dos relâmpagos; assim, cria­se outrora que a sua presença nos telhados 
protegia as casas dos raios.

É uma planta vivaz, resistente, semelhante a uma alcachofra, muito 
conhecida, mas cujas importantes qualidades medicinais são, na maior 
parte dos casos, ignoradas. Não é necessário colhê­la numa data fixa, 
aplicar processos especiais ou tomar precauções na secagem: basta 
estender a mão e colher uma folha fresca. Não é possível imaginar uma 
terapêutica mais simples. O saião­curto é um calicida, tratando também 
dartros e queimaduras. Esta simplicidade de utilização harmoniza­se com 
a vida da planta, pois alimenta­se apenas de grande quantidade de sol, 
alguns gramas de terra ou de pó e de pequenas gotas de água. Melhor 
ainda, quanto mais árida for a terra, mais numerosas e belas são as suas
flores.

Habitat: Europa Central e Meridional, telhados, muros velhos, penhascos;
em Portugal, é espontâneo e subespontâneo e, por vezes, cultivado nos 
jardins; até 2800 m. Identificação: de O,20 a O,50 m de altura. Vivaz, 
caule floral erecto, carnudo, com muitas folhas; folhas da base em 
roseta, sésseis, densas, imbricadas, obiongas, com pontas aguçadas, por 
vezes vermelhas, faces glabras e bordos ciliados; flores cor­de­rosa 
estriadas de cor de púrpura (Junho­Agosto), subsésseis ou ligeiramente 
pecioladas em corimbo terminal, 8 a 20 sépalas, 8 a 20 pétalas abertas, 
2 vezes

mais compridas que as sépalas, 16 a 40 estames, 8 a 20 carpelos 
divergentes; folículo que se abre por uma fenda, contendo numerosas 
sementes dispostas em 2 fileiras: a toiça emite rebentos. Cheiro suave; 
sabor acidulado. Partes utilizadas: folhas frescas, suco fresco.
9 Componentes: tanino, mucilagem, ácidos málico e fórmico O 
Propriedades: acistringente, antiespasmódico, emoliente, vulnerário. U. 
L, U. E. + Ver: calo, dartro, diarréia, ferida, greta, hemorróidas, 
olhos, picadas, queimadura.
258
Salgueirinha

Lvthrum salicaria L. Erva­carapau, salicária

Bras.: erva­da­vida

Litráceas

Outrora, os Alemães chamaram à salgueirinha o altivo­henrique, enquanto 
o útil quenopódio era conhecido pelo bom­henrique. Nos meios rurais, 
acreditava­se então que a salgueirinha era o refúgio secreto dos duendes
que guardavam as minas de ouro. Actualmente, à semelhança de tantas 
outras plantas úteis, a salgueirinha é considerada pelos agricultores 
como uma erva daninha que deve ser destruída.

Cresce entre os salgueiros, e da semelhança das folhas de ambas as 
plantas lhe adveio o nome. Foi durante muito tempo confundida com a 
lisimáquia­vulgar. O primeiro autor que a identificou com exactidão foi 
Mattioli, no século xvi. Desde essa época, a salgueirinha manteve, sem 
qualquer declínio, o seu lugar entre as plantas medicinais. Muito eficaz
quer fresca, quer seca, esta planta, dotada de propriedades 
adstringentes e hemostáticas, é também considerada um óptimo remédio 
para as cólicas dos recém­nascidos. Geralmente, entra em preparações com
a papoila e a alteia. Algumas pessoas apreciam os seus jovens rebentos 
ou

a medula do caule cozidos à maneira de hortaliças e preparam um chá com 
as folhas. As flores são utilizadas como corante para os rebuçados 
vermelhos.

Habitat: Europa, beira de água, fossos, pântanos; em Portugal, margens 
dos rios, vales e locais húmidos; até 1400 m. Identificação: de O,50 a 
1,50 m de altura. Vivaz, caule erecto, robusto, quadrangular, 
pubescente, ramificado na parte superior; folhas com pêlos, oval­ lan 
ceoladas ou cordiformes, opostas ou verticiladas em grupos de 3, sendo 
as superiores alternas; flores cor­de­rosa­violáceas (Ju n ho­ 
Setembro), grandes, hermafroditas, verticiladas, em grupos de 3 a 10 
numa comprida espiga terminal, cálice pubescente com 8 a 12 dentes 
desiguais, corola com 6

pétalas alongadas, 6 estames curtos e 6 salientes; cápsula obionga 
contendo numerosas sementes; toiÇa espessa. Inodora; sabor mucilaginoso,
levemente acistringente e herbáceo. Partes utilizadas: sumidades 
floridas, caules jovens com folhas e suco fresco.
O Componentes: tanino, açúcares, heterósidos (salicarina), colina, 
provitamina A, ferro, oxalato de cálcio O Propriedades: acistringente, 
hemostático, tónico. U. I., U. E. + o Ver: diarréia, eczema, epistaxe, 
leucorreia, úlcera cutânea.
Salgueiro­branco

Salix alba L.

Sinceiro, vimeiro­branco

Salicáceas

Planta característica do hemisfério norte, o

género Salix é constituído por cerca de 200 espécies difíceis de 
determinar, das quais algumas, de menor porte, resistem ao frio e aos 
climas de altitude. De entre os salgueiros da Europa, o maior e o mais 
comum no estado espontâneo é o salgueiro­branco; porém, o mais conhecido
é uma espécie cultivada, o salgueiro­da­babilónia, Salix babvlonica L., 
ou chorão, com longa ramagem pendente. Os amigos do poeta romântico 
Alfred de Musset plantaram um salgueiro­branco, após a sua morte, junto 
do seu túmulo, no Cemitério do Père­Lachaise, em Paris, cumprindo um 
pedido que o poeta lhes fizera numa estrofe melancólica.

Os médicos da Antiguidade recorriam com frequência ao salgueiro, sem 
contudo precisar quais as espécies utilizadas; com efeito, todos os 
salgueiros de folhas estreitas têm na prática propriedades medicinais 
idênticas. Mattioli assinalava, no século XVI, a eficácia das folhas de 
salgueiro contra as insônias; no século XVII, a sua casca era utilizada 
como febrífugo. Sabe­se actualmente que este efeito se deve à sua 
riqueza em ácido salicílico; um seu derivado é um dos medicamentos mais 
utilizados no Mundo e universalmente conhecido pelo nome de aspirina.

Habitat: Europa, bosques húmidos, ribanceiras; em Portugal, sobretudo em
zonas do Centro e do Sul, margens dos rios, vales; até 1800 m. 
Identificação: de 6 a 25 m de altura. Árvore; casca gretada quando 
velha, ramos erectos, flexíveis, ramos jovens guarnecidos de pêlos 
finos; folhas com pecíolo curto, lanceoladas, acuminadas, acetinadas, 
prateadas pelo menos na página inferior, bordos inteiros ou serrados; 
flores amarelas ou esverdeadas (Abril­Maio), dióicas, com amentilhos 
erectos, sedosos, flor masculina reduzida a 2 estames e uma glândula 
nectarífera, flor feminina reduzida a um pistito, protegidas por uma 
escama celheada caduca; cápsula glabra, quase séssil, bivalve, e 
numerosas sementes tomentosas. Inodoro; sabor amargo. Partes utilizadas:
casca, folhas, amentilhos.
O Componentes: salicósido, tanino, sais minerais O Propriedades: 
acistringente, anestésico, antiespasmódico, anti­reumatismal, febrífugo,
hemostático, sedativo, tónico. LI. L, U. E. + Oli Ver: banho, dor, 
eritema, febre, gripe, nervosismo, pé, pele, psoríase, reumatismo, sono,
úlcera cutânea.

260
Salsaparrilha­bastarda

Smilax aspera L. Legação, alegra­campo, recama, salsaparrilha­indígena, 
alegação

Bras.: japecanga

Liliáceas

Existem cerca de 200 espécies do género Smilax difundidas pelas regiões 
quentes e

húmidas do Globo. Algumas delas são medicinais e fazem parte das plantas
exóticas importadas. Na Europa, encontra­se esta espécie, cujo nome 
científico a qualifica como rude e áspera. A planta prefere o calor e 
geralmente prende­se às árvores e aos arbustos na região mediterrânica. 
Para mais facilmente a identificar, é necessário examinar o seu caule 
anguloso e pungente, as folhas triangulares orladas de acúleos, as 
flores simples que subsistem até ao mês de Outubro e as bagas vermelhas 
com as dimensões de uma ervilha, muito semelhantes às da groselheira.

Como os seus parentes exóticos, a salsaparrilha­bastarda possui 
propriedades depurativas, diuréticas e sudoríficas, porém em menor grau.
No século XVI, Mattioli atribuiu­lhe uma acção anti­sifilítica que nunca

foi confirmada. A raiz, branco­acinzentada, seca e moída é indicada para
os asmáticos, que se sentirão confortados se a fumarem.

Q Não confundir a raiz com as das norças, branca e preta. Habitat: 
Europa Meridional; espontânea no Centro e Sul de Portugal, muros e 
bermas; até 300 m. Identificação: de 1 a 2 m de altura. Subaribusto; 
caule sarmentoso, sinuoso, anguloso e provido de acúieos; folhas 
persistentes, pecioladas, brilhantes, cordiformes, maculadas de branco 
ou preto, aculeadas, com 5 a 7 nervuras e 2 gavinhas na base do pecíolo;
flores branco­esverdeadas (Agosto­ Outubro), em umbelas paniculadas na 
axila das folhas e na extremidade dos ramos, 6 peças petalóides, 
patentes, flores

masculinas: 6 estames, flores femininas: ovário com 3 estigmas; baga 
vermelha com 1 a 3 sementes redondas e castanhas; rizoma ]enhoso, 
geralmente muito comprido, com raízes adventícias, raizes branco­
acinzentadas ou castanhas. Cheiro agradável. Partes utilizadas: raiz.
O Componentes: glúcidos, colina, saponósidos, tanino, sais minerais 
(potássio, cálcio) O Propriedades: depurativo, diurético, sudorífico. U.
1. + Ver: artrite, asma, gota, gripe, herpes, nefrite, pele, urina.
Salva

Salvia officinalis L.

Erva­santa, salva­mansa, salva­menor, salva­das­farmácias, salva­da­
catalunha, grande­salva,

chá­da­europa, chá­da­grécia, chá­da­frança

Labiadas

Segundo Saint­Simon, Luís XIV bebia todas as manhãs, ao levantar, duas 
chávenas de salva e verónica. A salva goza de enorme prestígio desde 
tempos imemoriais; a Escola de Salerno, que a denominou Salvia 
salvatrix, herdou­a de Santa Hildegarda, atribuindo­lhe este axioma 
exemplar: *Se existisse algum remédio contra o poder da morte, o homem 
não morreria no jardim onde cresce a salva.+ Todas as espécies de salva 
são extremamente aromáticas, e a officinalis é importante mesmo do ponto
de vista culinário. O nome Salvia deriva do latim salus, saúde, alusão 
às propriedades curativas da planta. Tem variadíssimas aplicaçõ es 
domésticas: para aromatizar os alimentos, sanear os armários e proteger 
as roupas, preservar a beleza e tratar as indisposições. Crê­se que cura
os ataques de melancolia e acalma as crises de asma. O cheiro e sabor 
aromáticos tornam­na muito agradável, mas

não convém abusar. Com efeito, a essência de salva contém a mesma 
substância tóxica que a losna, não sendo o seu uso aconselhado aos 
temperamentos sanguíneos e hipertensos.

O Mulheres que amamentam; evitar o contacto com o ferro. Habitat: Europa
Meridional; até 800 m. Identificação: de O,30 a O,70 m de altura. 
Subarbusto; caule ramoso e tomenlo@o­pubescente; folhas grandes, 
oblongas, pecioladas, verde­esbranquiçadas, persistentes, espessas, 
crenadas; flores azul­violáceas (Maio­Julho), em grupos de 3 a 6 por 
verticilo, em espigas terminais com brácteas violáceas caducas, cálice 
bilabiado, corola comprida com 2 lábios, sendo o inferior trilobado, com
o lobo médio maior. Partes utilizadas: folhas mondadas (antes da

floração), sumidades floridas.
O Componentes: ácido rosmarínico, flavonóides, saponósido O 
Propriedades: antiespasmódico, anti­séptico, anti­sudorífico, 
carminativo, colerético, emenagogo, estimulante, estomáquico, 
hipoglicemiante, vulnerário, U. L, U. E. + V O Ver: asma, astenia, 
banho, cabelo, convalescença, depressão, desinfecção, diabetes, 
enfisema, entorse, esterilidade, frigidez, gengivas, impotência, 
lactação, leucorreia, menopausa, menstruação, nervosismo, parto, pé, 
picadas, sudação, tabagismo, tez.

262
Salva­esclareia

Salvia selarea L.

Labiadas

A salva­esclareia é uma magnífica planta vivaz, alta e vigorosa, com 
grandes folhas ovadas, cujas flores com corola de lábios cor­de­rosa­
pálido são dotadas de brácteas cordiformes. Toda a planta é viscosa e 
odorífera, exalando um perfume a almíscar. Encontra­se nas colinas 
áridas, na base dos muros e ao longo dos caminhos, sendo cultivada desde
a Antiguidade, época em que a sua fama era idêntica à da Salvia 
officinalis L. Em 795, com o nome de Sclareiam, fazia parte das plantas 
cuja cultura era aconselhada no Capitular de Villis. Actualmente, é 
cultivada à escala industrial para extracção da sua essência. Em 
fitoterapia, a salva­esclareia é essencialmente emenagoga e estimulante 
e um óptimo remédio para o cansaço. Pode substituir a salva em todas as 
suas utilizações, porém em doses um pouco mais elevadas. Crê­se que a 
sua essência é menos tóxica, não apresentando a sua utilização qualquer 
perigo. A semente da salva­­esclareia, tal como a do aljôfar, é rica em 
mucilagem, podendo ser utilizada para extrair corpos estranhos dos 
olhos: colocada sob a

pálpebra, incha, atrai o pó e provoca lágrimas, arrastando assim o corpo
estranho.

Habitat: Europa Meridional, colinas áridas; em Trás­os­Monies, em 
lugares secos; até 1000 m. Identificação: de O,30 a 1,20 m de altura. 
Vivaz, caule robusto, quadrangular, viloso, ramoso; folhas pecioladas, 
grandes, ovadas, cordiformes, rugosas, vilosas, acinzentadas, 
crenuladas, rede saliente de nervuras; flores brancas maculadas de cor­
de­rosa ou azul (Maio­Setembro), em espigas de verticilastros, formando 
uma panícula densa e viscosa, com grandes brácteas cor­de­rosa­
violáceas, cordiformes, celheadas, cálice espinhoso, bilabiado, corola 
comprida, glandulosa, bilabiada, lábio superior

fauciforme, sendo o inferior trilobado, 2 estames; tetraquénio castanho,
brilhante, sementes brilhantes; toiça vivaz e raiz aprumada. Cheiro a 
aimíscar; sabor ardente e acre. Partes utilizadas: folhas (antes da 
floração), sumidades floridas e sementes.
O Componentes: óleo essencial, tanino, saponósido, colina, heterósido, 
mucilagem O Propriedades: antiespasmódico, anti­sudorífico, detersivo, 
emenagogo, estimulante. U. L, U. E. + Ver: convalescença, edema, 
menstruação, olhos, tosse convulsa, úlcera cutânea, vómito.
Sanamunda

Geum urbanum L.

Erva­benta, cariofilada, cravoila

Rosáceas

No Verão, é fácil reconhecer a sanamunda entre as outras plantas vivazes
nas bermas dos caminhos e nas orlas dos bosques. É uma pequena planta 
rústica, de porte erecto, ligeiramente túrgida, com folhas finas e 
tripartidas e discretas flores amarelas. Os frutos, encimados pelo seu 
estilete recurvado, formam, na extremidade dos caules, pequenas esferas 
cobertas de pêlos.

Muitos séculos atrás, acreditava­se que a presença de uma raiz de Geum 
em casa afastava o demónio e os animais peçonhentos. Supõe­se que as 
virtudes da planta foram pela primeira vez mencionadas na História 
Natural de Plínio, o Antigo. No século Xil Santa Hildegarda chamou­lhe 
Benedicta.

Quase abandonada pelos médicos a partir do século XVI, a sanamunda 
manteve­se muito popular nos meios rurais, se bem que, segundo uma 
lenda, a planta possa, por vezes, enfeitiçar o seu possuidor. 
Actualmente, bem estudada do ponto de vista químico, reconquistou a 
simpatia dos fitoterapeutas.

O Não utilizar recipientes de ferro e não ultrapassar as doses 
prescritas. Habitat: Europa, Norte e Centro de Portugal, especialmente 
nas regiões montanhosas, solos húmidos, sombrios; até 1300 m. 
Identificação: de O,20 a O,60 m de altura. Vivaz, caule erecto, ramoso, 
pubescente; folhas radicais, penatissectas, com 5 a 7 folíolos 
desiguais, sendo o terminal maior e serrado; flor amarela (Maio­ Sete m 
bro), solitária, calículo com 5 divisões, 5 sépalas pendentes após a 
fioração, 5 pétalas separadas, numerosos estames e carpelos; aquénio 
viloso, encimado por

um comprido estilete recurvado; rizoma curto, rugoso, castanho na parte 
exterior, roxo quase castanho no corte, Cheiro aromático a cravinho; 
sabor amargo e acistringente. Partes utilizadas: folhas (na floração); 
rizoma (antes da floração).
O Componentes; tanino, resina, princípio amargo, heterósido, vitamina C 
O Propriedades: acIstringente, febrífugo, estomáquico, sudorífico, 
tónico, vulnerário. U. L, U. E. + Ver: astenia, cefaleia, conjuntivite, 
depressão, diarréia, digestão, estômago, ferida.

264
Sanguissorba­oficinal

Sanguisorba officinalis L.

Rosáceas

A sanguissorba é uma rosácea vivaz que prefere os prados húmidos, os 
pântanos e as turfeiras. Permanece florida durante todo o Verão, 
difundindo o aroma suave das suas flores hermafroditas cor de púrpura­
escura, comprimidas numa densa inflorescência. A medicina dos sinais 
interpretava a rutilância das suas corolas como um sinal da sua acção 
sobre os derramamentos de sangue. Mais tarde, a análise química da 
planta revelou a presença de tanino, produto que poderá provocar esse 
efeito. A planta é eficaz em todos os tipos de hemorragias: dos 
aparelhos digestivo e respiratório, dos órgãos genitais e dos rins; 
também tem efeito benéfico nos casos de diarreia e leucorreia.

A sanguissorba serve de base a um exce~ lente chá digestivo, o qual pode
ser aromatizado adicionando­lhe anis­verde, mentas ou angélica. O seu 
sabor, extremamente suave, semelhante ao do pepino, torna mais gostoso o
tempero das saladas. Numa urgencia, a raiz fresca, descascada, pode ser 
aplicada numa queimadura recente para aliviar o ardor e facilitar a 
cura.

Habitat: Europa, prados húmidos (argila, turfa); até 1800 m. 
Identificação: de O,30 a 1,50 m, por vezes 2 m, de altura. Vivaz, caule 
erecto, ramificado, oco, glabro, ligeiramente folhoso; folhas de 30 a
40 cm, glabras, imparipinuladas, com 5 a 15 folíolos ovais, dentados, 
verde­claros na página superior e mais claros na inferior, flores 
vermelho­sanguíneo (J ulho­ Setembro), minúsculas, bissexuadas, 
agrupadas em espigas capitadas, ovóides, cálice viloso no vértice; fruto
liso, castanho, quadrangular, contendo 1 semente; toiça subterrânea, 
castanha e rastejante. Cheiro suave; sabor salgado e amargo. Partes 
utilizadas: toda a planta e raiz (antes da floração, no Outono), suco 
fresco; a conservação é impossível.
* Componentes: tanino, saponósido, flavonas
* Propriedades: acistringente, digestivo, estomáquico, hemostático. U. 
L, U. E. + Ver: diarréia, ferida, hemorragia, hemorroidas, leucorreia, 
menopausa, queimadura.

265
Sanícula

Sanicula europaea L.

Sanícula­vulgar

Umbelíferas

Denominada erva­de­são­lourenço em França devido às suas virtudes 
cicatrizantes, e invocando o mártir que foi colocado numa grelha de 
ferro em brasa pelo prefeito de Roma no século til, a sanícula foi muito
apreciada pela Escola Médica de Salerno. Se bem que o seu nome derive da
palavra latina sanare, curar, e a sua eficácia seja indubitável, é por 
vezes substituída pela agrimónia

ou a sempre­noiva. Não deve, no entanto, ser menosprezada.

Cresce nos bosques sombrios e frescos, sob as árvores frondosas, 
nomeadamente as faias. O caule, verde, apresenta na base folhas largas e
palmadas dispostas em roseta; as do vértice do caule são pequenas e 
sésseis. Permanecem verdes durante todo o ano, podendo ser colhidas em 
qualquer estação. Esmagadas cruas e aplicadas sobre contusões e 
hematomas, facilitam a sua reabsorção. A sua infusão serve para lavar as

feridas, que, deste modo, cicatrizam sem

supuração. Fervidas em leite e adoçadas com mel, estas mesmas folhas 
constituem um excelente gargarejo (que não deve ser engolido) para 
tratar as anginas.

Habitat: Europa, florestas de árvores frondosas; espontânea em Trás­os­
Montes, Minho e

Beiras; até 1500 m. Identificação: de O,20 a O,50 m de altura. Vivaz, 
caule erecto, glabro, frágil e simples; folhas verde­escuras, 
brilhantes, palmatipartidas, quase todas basilares, com pecíolo 
comprido, sendo as caulinares O, 1 ou 2, quase sésseis; flores branco­
rosadas (Maio­Julho), pequenas, sésseis, em capítulos reunidos em 
umbelas irregulares, com 3 ou 5 raios muito desiguais, 5 pétalas 
curvadas para o centro, hermafroditas, sésseis no centro, possuindo as 
da margem

estames; diaquénio globoso coberto de acúleos gancheados; rizoma 
castanho com raizes nodosas e fibrosas. Cheiro intenso; sabor amargo e 
acistringente. Partes utilizadas: raiz (Outono), toda a planta (Maio­
Julho) e suco.
O Componentes: saponósidos, tanino, óleo essencial, princípio amargo O 
Propriedades: acistringente, cicatrizante, detersivo, vulnerário. U. I.,
U. E. + Ver: anginas, contusão, diarreia, ferida, leucorreia.
SantÓnico

Artemisia inaritima L.

Barbotina, semencina, sérnen­contra,

sementes­de­alexandria Bras.: artemísia­marítima

Totalmente coberto por uma penugem branca, o santónico é, tal como o 
nome da espécie indica, uma planta das costas marítimas. Na Europa, 
encontra­se nos litorais da Mancha e do Atlântico, nos solos salgados e 
nos pântanos. É uma planta extremamente aromática. No Outono, exibe as 
suas flores amarelo­ acastanhadas, agrupadas em capítulos apenas num dos
lados dos seus ramos inclinados, formando cachos pouco densos. Os 
capítulos devem ser colhidos antes de as flores desabrocharem: devido às
suas pequenas dimensões, supôs­se durante muito tempo que eram sementes,
pelo que o santónico foi conhecido por semencina (do italiano semenzina,
diminutivo de semente).

É uma planta bastante activa e um vermífugo muito utilizado nas regiões 
litorais para as ascárides e os oxiúros. Estas propriedades são devidas 
à santonina que contém. Uma outra espécie, importada da Ásia, Artemisia 
cina Berg., possui virtudes idênticas; porém, quando utilizadas para o 
mesmo efeito, o santónico é mais bem tolerado. No entanto, para evitar 
riscos de toxícidade, não deve ser administrado a crianças. Em uso 
externo a planta é absolutamente inofensiva. Entra como componente de 
uma cataplasma que se

aplica sobre o abdômen de crianças portadoras de parasitas intestinais.

G Não ultrapassar as doses indicadas. Não deve ser administrado a 
crianças. Habitat: costas européias, excepto no litoral mediterrânico. 
Identificação: de O,30 a O,60 m de altura. Vivaz, caules herbáceos, 
floríferos, aveludados, vilosos, esbranquiçados, prostrado­ascendentes e
ramosos; folhas curtas, tomentosas, esbranquiçadas nas duas páginas, 
recortadas em lacínias estreitas, sendo as inferiores e as médias 
pecioladas e as superiores sésseis; flores amarelo­acastanhadas 
(Setembro­ Outubro), pequenas, em capítulos de 3 a 5 flores, ovójdes, 
unilaterais, inclinados, reunidos numa panícula de numerosos cachos 
arqueado­pendentes, pouco densos, com folhas simples; raiz delgada e 
lenhosa. Cheiro aromático e intenso; sabor amargo e canforáceo. Partes 
utilizadas: sumidades floridas secas.
O Componentes: santonina, sais minerais, colina, essência O 
Propriedades: vermífugo, vulnerário. U. I., U. E. Ver: ferida, 
parasitose.

267
Satirião­macho

Orchis mascula L.

Salepeira­maior, satírio­macho, salepo­maior,

pata­de­lobo, escroto­canino

Orquidáceas

As Orquidáceas constituem a mais numerosa família de todo o reino 
vegetal; a elas pertencem várias espécies espontâneas de Orchis muito 
disseminadas, sendo mais frequentes em terras altas. Se bem que seja 
difícil distingui­Ias entre si, é extremamente fácil identificar uma 
devido às suas flores irregulares, simetricamente dispostas segundo um 
plano vertical: três sépalas coradas e

três pétalas, das quais duas laterais e uma maior, o labelo, em forma de
avental com três lobos, um dos quais termina em esporão. O satirião­
macho possui um duplo tubérculo globoso subterrâneo que, não sendo 
bifurcado nem palmado, deu origem ao

nome de Orchis, testículo; as folhas da base apresentam frequentemente 
manchas castanho­avermelhadas, e as do caule não se desenvolvem, ficando
reduzidas às bainhas. Dos tubérculos das diversas espécies extrai­se 
desde épocas remotas uma farinha alimentar, o salepo, sahlap em língua 
árabe, muito famosa outrora, especialmente no

Oriente. Na realidade, o salepo e a excelente geleia de salepo não são 
mais nutritivos que a fécula de batata. O satirião­macho é uma planta 
refrescante com a qual os Orientais preparam uma bebida muito agradável.

O Planta rara que se desenvolve lentamente e não resiste às devastações.
Habitat: Europa, bosques, prados, pastagens; disseminado em     
Portugal; até 2000 m. Identificação: de O,15 a O,25 m de altura. Vivaz, 
caule espesso e suculento, com escapo floral; todas as folhas da base 
erectas, aiongadas, frequentemente    manchadas de castanho­avermelhado,
nervação paralela; flores cor de púrpura ou violáceas (Maio­Junho), em 
espiga cilíndrica, brácteas violáceas, 3 sépalas abertas, coradas, 
esporão comprido, inteiro e erecto, tabelo pontuado oe cor púrpura, 
levemente

chanfrado, pólen aglutinado em duas massas chamadas polinídias; 
tubérculos em grupos de
2, ovóides e acastanhados. Cheiro agradável; sabor amargo. Partes 
utilizadas: tubérculo (após a floração); escolher bem para apenas 
conservar os tubérculos intumescidos, escaldar, retirar a pele, secar 
sobre panos ao sol ou no forno.
O Componentes: mucilagem, amido, prótidos, lípidos, sais minerais, 
cumarina O Propriedades: antidiarreico, emoliente, refrescante. U. 1. 
Ver: convalescença,.fadiga, impotência.

268
Satureja­das­montanhas

Satureia montana L.

Bras.: segurelha

É uma planta soalheira que perfuma as colinas áridas de toda a região 
mediterrânica. Existe uma outra espécie, a segurelha, Satureia hortensis
L., planta herbácea, mais pequena e delicada, ligeiramente baça, evadida
das hortas e que apenas vive um ou dois anos. Estas duas plantas 
aromáticas têm propriedades semelhantes. Com efeito, contêm substâncias 
bastante activas, também presentes no tomilho, no eucalipto e no serpão,
que lhes conferem propriedades anti­septicas, expectorantes e tónicas. 
De há muito consideradas estimulantes psíquicos e físicos e até 
afrodisíacos, contribuíram para que alguns etimologistas associassem o 
nome

genérico Satureia com a palavra *sátiro+. A s aturej a­ das ­montanhas é 
um óptimo condimento devido às suas propriedades carminativas, que 
tornam os legumes que contêm féculas mais digeríveis; pelo seu valor 
antibiótico, permitem aos aparelhos digestivos mais delicados tolerar as
carnes de caça retardadas. Para obter melhores resultados, é necessário 
conservar a saturej a­das­ montanhas em ramos e moê­la sobre os 
alimentos na altura da preparação.

Habitat: Europa Meridional, encostas calcarias e áridas; até 1500 m. 
Identificação: de O, 10 a O,40 m de altura. Subarbusto; caule ascendente
ou erecto, com ramos rígidos; folhas coriáceas, brilhantes, glabras, 
estreitas, pontiagudas, celheadas; flores cor­de­rosa, brancas ou 
lilases (Julho­Setembro), em espiga folhosa, terminal, unilateral, 
cálice tulbuloso com 5 dentes quase iguais, corola saliente bilabiada, 
sendo o lábio superior erecto, o inferior trilobado e o médio maior, 4 
estames; tetraquénio preto. Cheiro aromático; sabor amargo e ardente.

Partes utilizadas: sumidades floridas (Verão); secagem em ramos sobre 
uma fonte de calor.
O Componentes: essência (carvacrol e cimeno), hidrocarbonetos, 
nitrofenol, enzima O Propriedades: antiespasmódico, anti­séptico, 
carminativo, estimulante, estomáquico, expectorante. U. L, U. E. + Ver: 
anginas, astenia, banho, bronquite, diarreia, espasmo, estômago, ferida,
frigidez, impotência, insectos, meteorismo, picadas.

269
Selo­de­salomão

Polvgonatum offi< inale Desf.

Lifiáceas

O vigoroso rizoma do selo­de­salornão dá origem todos os anos a um novo 
caule que, ao desaparecer antes do Inverno, deixa uma marca como a de um
sinete; esta cicatriz confere ao caule subterrâneo da planta um

aspecto muito peculiar. As partes aéreas são também de tal modo 
características que, depois de se ter visto uma vez esta planta

rígida à sombra de uma mata, não é possível deixar de reconhecê­la 
imediatamente. Em Junho, surgem os frutos, azul­escuros, do tamanho de 
ervilhas. Estas tentadoras bagas são perigosas para as crianças, tendo 
já provocado, como os frutos vermelhos do lírio­dos­vales, 
envenenamentos fatais.

No século 1, Dioscórides afirmava que o

selo­de­salornão activava a cicatrização das feridas e fazia desaparecer
os sinais do rosto. Na cosmética moderna, o rizoma serve de base a uma 
água de beleza indicada para peles sem brilho.

Este rizoma, depois de cozido e esmagado, tem um efeito benéfico quando 
colocado sobre contusões e inchaços, pois atenua as dores.

O Não utilizar as bagas. Habitat: Europa, solos frescos, florestas; nas 
regiões montanhosas de Trás­os­Montes e Alto Alentejo, em locais 
sombrios; até 2000 m. Identificação: de O,20 a O,50 m de altura. Vivaz, 
caule glabro, erecto, arqueado, anguloso, tolhoso; folhas alternas, 
erectas, ovais, subsésseis ou amplexicaules, com nervuras longitudinais 
convergentes, dispostas em 2 filas opostas; flores brancas orladas de 
verde (Abril­Junho), pedunculadas, pendentes, 1 ou 2 sob o caule na 
axila de cada uma das folhas, em tubo de 6 lobos formado por 3 sépalas 
petalóides e

3 pétalas soldadas, 6 estames glabros; baga azul­escura, redonda, 
pendente, contendo de
3 a 6 sementes, rizoma carnudo, horizontal, nodoso e fibroso. Cheiro 
agradável (flores), inodoro (rizoma); sabor amargo, acre e nauseabundo. 
Partes utilizadas: rizoma (Outono),
O Componentes: saponósido, mucilagem, tanino, oxalato de cálcio O 
Propriedades: hemolítico, hipoglicemiante, resolutivo. U. E. V Ver: 
abcesso, contusão, panaricio, pele, reumatismo, sarda.
Sempre­noiva

Polygonum aviculare L. Corriol a­bas tarda, erva­da­muda, persi cári a­ 
sempre­ noiva, erva­da­saúde, centinódia,

sanguinha, erva­ dos ­pas sari nhos, sanguinária, se mpre­ noiva­ dos 
­modernos, erva­das­galinhas

Poligonáceas 

Como a persicáría­mordaz, a bistorta, a azeda e o labaçol, a sempre­
noiva pertence à família das Poligonáceas e caracteriza­se pelos seus 
caules muito nodosos. Densa e resistente, propaga­se rapidamente, 
cobrindo vastas áreas e suportando, sem prejuízo, ser pisada.

Muito apreciada pelos agricultores, é o maná do gado e a erva dos 
porcos. As aves alimentam­se com as suas pequenas sementes castanhas. 
Para os apreciadores de simples, toda a planta é útil, devendo ser 
colhida durante o período de floração. Para a

medicina antiga, era um remédio hemostático, pelo que os Latinos a 
denominaram Sanguinaria. Durante muito tempo utilizada para conter as 
hemoptises e tratar a tuberculose pulmonar, foi objecto de um 
escandaloso comércio à custa da credulidade dos doentes. Actualmente, a 
sempre­noiva é utilizada para o tratamento da diabetes, pois faz 
diminuir a sede, um dos sintomas desta doença.

Habitat: Europa, terrenos baldios, ruas; frequente em quase todo o 
território português; até 2300 m. Identificação: de O,10 a O,50 m de 
altura. Anual, numerosos caules prostrados, delgados, estriados, verdes;
folhas alternas, sésseis, pequenas, lanceoladas, nervadas na página 
inferior, com a base rodeada por uma bainha membranosa prateada e com 
nervura; flores brancas ou cor­de­rosa (Junho­Novembro), pequenas, quase
sésseis, em grupos de 1 a 4 na axila das folhas, ao longo do caule, 5 
sépaIas sem corola, 8 estames, 3 estigmas; aquénio castanho pequeno, 
trígono, com 1 seme te. Sabor adstringente. Partes utilizadas: suco 
fresco, toda a planta (Junho­ Novembro), raiz (Outono); secagem em ramos
num local coberto.
O Componentes: tanino, resina, óleo essencial, silício, mucilagem, 
pigmentos flavónicos O Propriedades: acistringente, diurético, 
hemostático, laxativo, sedativo, vulnerário. U. L, U. E. + o Ver: 
celulite, diabetes, diarreia, diurese, epistaxe, ferida, gota, 
leucorreia, litíase.

271
Serpão

Thymus serpyllum L. (sensu lato) Serpilho, serpol, serpil, erva­ursa

Bras.: tomilho

Labiadas

O serpão é uma pequena labiada aromática como o alecrim, a erva­cidreira
e o hissopo que os botânicos classificaram, juntamente com o tomilho, no
género Thymus. Na Antiguidade, o nome Thymus referia­se a diversas 
plantas aromáticas das quais também fazia parte a segurelha; 
actualmente, abrange apenas algumas espécies, das quais as duas mais 
importantes, o tomilho e o serpão, se distinguem facilmente. Não 
obstante, os especialistas têm enormes dificuldades, pois o serpão é uma
planta polimorfa, diferente consoante as regiões e os climas. Assim, a 
sua altura varia, os ó rgãos modificam­se, as flores mudam de cor e até 
o perfume se altera, assemelhando­se ao da erva­cidreira, do orégão ou 
do limão. O serpão foi desde sempre utilizado pela medicina sem qualquer
receio. Supõe­se que o mais

indicado para este fim é o serpão com cheiro a tomilho. Esta planta é 
fácil de distinguir, pois os seus caules são longos, com raízes, e as 
folhas igualmente glabras em ambas as faces. No seu Terceiro Livro, 
Rabelais, que também se interessava pelos nomes das plantas, faz 
referência ao serpão. *0 serpão+, escreve, *rasteja pelo solo+, frase que
deu origem ao nome da planta. Efectivamente, herper, em francês arcaico,
derivava do grego herpein, rastejar, que foi traduzido para o latim por 
serpy11um, palavra já usada por Virgílio nas suas Éclogas.

Habitat: Europa, bosques, solos áridos; espontâneo no Norte e Centro de 
Portugal; até 2500 m. Identificação: de O,10 a O,50 m de altura. Vivaz, 
poiimorfo, caule prostrado, ascendente na extremidade superior, 
pubescente; folhas pequenas, inteiras, oblongas, planas ou com bordos 
ligeiramente enrolados, celheadas na base; flores cor­de­rosa­lilás 
(Junho­Outubro), pequenas, em espigas, cálice ligeiramente pubescente 
com 2 lábios, 3 dentes em cima e
2 em baixo, corola bilabiada, sendo o lábio superior erecto e o inferior
com 3 lóbulos e 4 estames; tetraquénio castanho; raiz delgada e lenhosa.
Cheiro e sabor agradáveis e aromáticos. Partes utilizadas: sumidades 
floridas (Julho­Agosto); secagem em ramalhetes.
O Componentes: óleo essencial, contendo timol e carvacrol, tanino, 
resina, saponósido O Propriedades: antiespasmódico, anti­séptico, 
carminativo, diurético, expectorante, hemostático, tónico, vermífugo. U.
L, U. E, + V Ver: artrite, asma, astenia, banho, bronquite, cabelo, 
convalescença, epistaxe, estômago, fadiga, meteorismo, obstipação, 
reumatismo, seio, tosse.

272
Silva

Rubusfruticosus L. (sensu lato)

Sarça Bras.: nhambuí

Rosáceas 

Somente os especialistas, munidos de minúsculas pinças, lupas e de todo 
o seu saber, podem reconhecer as subtilezas botânicas que diferenciam as
diversas silvas. Existem mais de 100 espécies diferentes e mais de
1000 variedades e híbridos. Todas estas formas intermédias têm a 
aparência de verdadeiras espécies, mas diferem de local para local. São 
plantas vivazes, vigorosas, exuberantes, de compridos caules arqueados 
providos de acúleos cruéis. As flores, pequenas, brancas ou levemente 
rosadas, são inodoras. Os frutos, as deliciosas amoras aromáticas e 
refrescantes, negras e brilhantes, são apreciados pelo homem desde a 
Pré­História; os frutos da Rubus caesius L. estão cobertos por uma 
pruína azulada. Independentemente de servirem para confeccionar doces e 
compotas, as amoras são a base de um xarope utilizado como adstringente.
Da infusão das folhas misturadas com as do framboeseiro obtém­se um chá 
delicioso. O seu cozimento constitui um adstringente muito enérgico; 
pode ser utilizado como loção para o rosto ou em gargarejos para as 
doenças da boca. Todas as preparações de vem ser cuidadosamente 
filtradas para eliminar os espinhos.

O Filtrar as preparações mesmo para uso externo. Habitat: Europa, sebes,
matas; presente em quase todo o território português; até 2300 m. 
Identificação: de O,20 a 2 m de altura. Subarbusto sarmentoso, aculeado,
rebentos (turiões) erectos; folhas estipuladas com 3, 5 ou 7 folíolos, 
serrados, peciolados, por vezes esbranquiçados na página inferior, 
pecíolos e nervuras aculeados; flores brancas ou cor­de­rosa (Maio­
Agosto), em cachos alongados ou piramidais, 5 sépalas frequentemente 
cinzento­esbranquiçadas, 5 pétalas enrugadas, numerosos estames e 
carpelos; fruto globoso, composto de drupéolas carnudas, preto­azuladas,
comprimidas sobre um receptáculo (amora). Sabor adocicado e levemente 
acistringente. Partes utilizadas: flores em botão, folhas (antes da 
floração), turiões, frutos (Setembro),
O Componentes: ácidos salicílico, oxálico, cítrico e málico, tanino, 
glúcidos O Propriedades: acistringente, antidiabético, depurativo, 
detersivo, diuré tico, tónico. U. I., U. E. + o Ver: afta, anginas, 
diabetes, diarréia, gengivas, leucorreia, rouquidão, úlcera cutânea.

273
Silva­macha

Rosa canina L.

Rosa­canina, roseira­de­cão, silvão

Bras.: roseira, rosa­bandalha

Rosáceas

A silva­macha aqui representada é uma das muitas espécies espontâneas 
que crescem nos campos europeus. Planta vivaz que pode atingir alguns 
metros de altura, forma nas orlas dos bosques barreiras impenetráveis. 
Os jardineiros constroem com ela sebes decorativas para embelezar e 
perfumar os jardins; os cultivadores de roseiras utilizaram­na como 
cavalo no enxerto para numerosas variedades de roseiras cultivadas. As 
flores e as folhas da silva­macha, bem como os frutos, denominados 
cinorrodos, e as galhas, excrescência que se desenvolve nos ramos apó s 
a picada de um insecto, são utilizados em medicina. Colhidos na 
Primavera e secos à sombra, os botões florais e as folhas são laxantes 
suaves; podem tamb       >em aplicar­se nas feridas como agentes 
cicatrizantes. As galhas, remédio muito vulgar desde a Antiguidade, são,
devido ao seu elevado teor em tanino, adstringentes e tónicas. Os 
cinorrodos frescos são, pela sua riqueza em vitamina C, a base de um 
tratamento para o cansaço e o escorbuto. Libertos dos pêlos internos, 
podem ser utilizados em compotas ou em tisanas.

Habitat: Europa; frequente em Portugal nos bosques e margens dos campos;
até 1600 m. Identificação: de 1 a 5 m de altura. Vivaz, caule 
esverdeado; ramos erectos e pendentes providos de acúleos; folhas 
pinuladas com 5 a 7 folíolos serrados, ovais, glabros, estipulas 
alongadas; flores cor­de­rosa­claro (Junho­Julho), solitárias ou em 
corimbo, grandes (de 2 a 8 cm), sépalas triangulares com estipulas 
compridas,
5 pétalas, numerosos estames; aquénio peludo com pericarpo duro, 
encerrado num falso fruto ovóide, vermelho quando maduro, carnudo e 
liso. Cheiro suave; sabor ligeiramente ácido.

Partes utilizadas: botões florais, folhas, fruto (Agosto­ Outubro), 
galhas; secagem rápida depois de ter aberto o fruto e retirado os pêlos;
longa conservação em local seco.
O Componentes: vitaminas B, C, E, K e PP, provitamina A, tanino, pectina
O Propriedades: aestringente, antiescorbútico, cicatrizante, diurético, 
laxativo, tónico. U. I., U. E. + o Ver: angústia, astenia, cura de 
Primavera, diarreia, fadiga, ferida, hemorragia, litíase, parasitose, 
queimadura.
Tanchagens

a) Plantago major L. b) Plantago lanceolata L.

c) Plantago media L. a) Tanchagem­ maior, chantage, tanchage b) 
Tanchagem­menor, corrijó, carrajó, erva­de­ovelha, calracho, tanchagem­
terrestre, tanchagem­das­boticas

c) Tanchagem­média Bras.: a) transagem

Plantagináceas
O nome do género desta planta, Plantago, alude à forma de um pé, 
semelhança difícil de encontrar. As três espécies aqui representadas 
fazem parte do grupo das tanchagens comuns e possuem propriedades 
idênticas. Os Antigos já as consideravam importantes e activas, quer 
para uso externo, quer para uso interno. Conhece­se há muito o efeito 
repousante de um colírio preparado com folhas de tanchagem para os olhos
cansados; nos meios rurais, é hábito encher o canal

auditivo com raiz de tanchagem ralada para acalmar as dores de dentes, 
embora a eficácia deste tratamento não esteja comprovada.

As folhas de tanchagem podem ser colhidas durante 10 meses por ano e 
utilizadas frescas em saladas ou sopas, e secas para fins medicinais. As
sementes, que devem ser colhidas muito maduras e em tempo seco, são 
apreciadas pelas aves domésticas.

O Não esquecer que o pólen das tanchagens é um dos mais propagados 
agentes da polinose. Habitat: Europa, bermas dos caminhos, solos áridos;
a tanchagem­maior e a menor são frequentes em Portugal; até 2000 m. 
Identificação: de O,10 a O,60 m de altura. Três espécies vivazes: as 
hastes florais ultrapassam as folhas; acaules; flores em espiga (Abril­
Novembro). Inodoras. a) Folhas espessas, ovais com pecíolos compridos e 
em roseta; corola acinzentada e avermelhada; b) folhas lanceoladas, 
pecíolos delgados; corola esbranquiçada;

c) folhas ovais com pecíolos curtos e em roseta; corola branca. Partes 
utilizadas: suco fresco, toda a planta, folhas (Primavera, na floração),
raizes (todo o ano), sementes maduras em tempo seco.
O Componentes: mucilagem, glúcidos, tanino, sais minerais, enxofre O 
Propriedades: adstringente, cicatrizante, depurativo, diurético, 
emoliente, expectorante, resolutivo. U. I., U. E. + V IN Ver: acne, 
bronquite, conjuntivite, constipação, dentes, diarreia, epistaxe, 
ferida, flebite, mordedura, obstipação, olhos, picadas.

276
Taráxaco *//* para refazer

Turaxacum officinale Web. (sensu lato) Dente­de­leão, coroa­de­monge, 
frango, quartilho

Bras.: alface­de­coco

Se o taráxaco tivesse sido coi)lie,­ido tia Antiguidade, é provável que 
zilLLiii,, ie o

mencionassem. Porém, neidium hoiani,@o ou médico cita esta planta 
aiiic,, tio ,ék,tilo \\ Para Bock, em 1546, é um diur@iiço. Para 
Tabernaemontanus, farma,@éulico ;ilciii,­'Ikl do século XVI, doutorado 
em Medicina em Paris, o taráxaco constitui um @u1ncrario. Único no seu 
género. A medi,:ina               de­preza­o, mas o taráxaco @oniinua a 
curar oficiosamente os doentes. \ti inicio do culo xx, foi bruscamente 
universal foi o reconhe,­ini,,nio kl;l, 1,11U1,

propriedades que todas as terapêuticas em que era utilizado passaram a 
chamar­se taraxacoterapias ... A partir de então, este prestígio não 
diminuiu, pois o taráxaco permanece um dos simples mais úteis e mais 
populares.

No taráxaco, a qualidade e a quantidade estão equiparadas: cresce em 
toda a parte, durante quase todo o ano, vivaz, fresco, fechando­se 
durante a noite e abrindo­se ao alvorecer. Oferece­se indistintamente às
abelhas, cumulando­as de néctar; às crianças, recreando­as; aos 
citadinos, fornecendo­lhes saladas, e aos apreciadores de plantas 
singelas. Embora existam muitíssimas espécies de taráxacos, de grande 
porte ou

anãs, com folhas ovais muito pouco desenvolvidas, com frutos brancos, 
vermelhos ou cinzentos, é impossível confundi­lo com

qualquer outra planta.

Habitat: Europa; frequente no País; até 2000 m. Identificação: de O,05 a
O,50 m de altura. Vivaz, folhas em roseta basilar densa, glabras, 
compridas, diversamente roncinadas (com os segmentos laterais virados 
para a base); flores de um amarelo intenso (Março­ Novembro), liguladas,
formando um grande capítulo num comprido pedúnculo radical, liso, oco, 
capítulo com invólucro duplo de brácteas externas mais curtas; aquértio 
cinzento­azu lado, ovóide, um pouco espinhoso na extremidade superior; 
rizoma espesso, grossa raiz aprumada, castanho­escura e esbranquiçada no
corte, látex branco.

Partes utilizadas: raiz, folhas (Primavera), suco (Outono); cortar a 
raiz em rodelas ou longitudinalmente, secá­la ao ar ou ao calor de um 
forno.
O Componentes: clorofila, alcalóide, óleo essencial, inulina, tanino, 
glúcidos, sais minerais, provitamina A, vitaminas B e C O Propriedades: 
antiescorbútico, aperitivo, colerético, depurativo, diurético, 
estomáquico, laxativo, tónico. UA., U.E. + V O Ver: arteriosclerose, 
astenia, celulite, colesterol, cura de Primavera, fígado, gota, 
hemorróidas,icterícia, litíase, obesidade, obstipação, paludismo, pele, 
reumatismo, sarda, tez, ureia, varizes, verruga.

277
Tasneirinha

Senecio vulgaris L.

Cardo­morto Bras.: senécio

Compostas

A tasneirinha prolifera em todos os locais habitados; para os 
jardineiros, é uma erva daninha fácil de eliminar que floresce em 
qualquer estação do ano e se propaga velozmente. Como a mercurial e a 
bolsa­de­pastor, a tasneirinha é uma planta adventícia que cresce e se 
propaga em solos recentemente arados,    especialmente nas hortas;

como a papoila, aparece nas searas ou procura ainda as     clareiras das
florestas, à semelhança do     morangueiro­ selvagem ou das giestas. O 
conjunto dos frutos da tasneirinha forma uma cabeça branca, desgrenhada,
como o crânio de um velho aureolado por cabelos frágeis e ralos; aliá s,
o seu nome latino deriva de senex, velho. Na Grécia antiga, gêraion 
significava velho, e gêreion, penacho, lembrando a cabeça branca da 
tasneirinha. Dioscórides chamava a esta planta erigeron, que se pode 
traduzir por velho primaveril.

Quando os textos antigos falam das aplicações medicinais da tasneirinha,
confundem frequentemente com a pequena tasneirinha uma espécie vivaz de 
caule alto e anguloso, a tasna, ou tasneira, Senecio jacobaea L., 
conhecida em França por erva­de­sant'iago, que floresce aproximadamente 
a
25 de Julho, dia da festa deste santo apóstolo. As duas plantas são 
principalmente emenagogas e aliviam as dores da menstruação, 
regularizando simultaneamente os períodos. Ingerida em doses elevadas, a
tasneirinha pode ser perigosa.

Habitat: Europa; todo o País; até 2000 m Identificação: de O,04 a O,60 m
de altura. Anual, caule erecto, folhoso em quase toda a sua extensão e 
ramoso; folhas espessas, recortadas em lóbulos desiguais e irregulares, 
dentadas, sendo as inferiores atenuadas em curtos pecíolos e as 
superiores sésseis e amplexicaules; flores amarelas (todo o ano), 
pequenas, tubulosas, em capítulos cilíndricos, reunidos em corimbos 
densos, invólucro com brácteas formando 2 séries, manchadas de preto na 
extremidade, sendo as superiores compridas e as inferiores curtas; 
aquénio costado, encimado

por um papilho peludo plurisseriado; raiz aprumada. Partes utilizadas: 
planta inteira florida antes do desabrochar dos capítulos, folhas e suco
(todo o ano).
O Componentes: sais minerais, mucilagem, tanino, resina, alcalóides O 
Propriedades: adstringente, emenagogo, emoliente, expectorante, 
vermífugo, vulnerário. U. L, U. E. + Ver: anginas, circulação, diarreia,
hemorroidas, lactação, mal da montanha, menstruação, nervosismo, 
picadas, tosse.
Tília

Tilia cordata MiII.

Tifiáceas

Árvore sagrada das antigas civilizações germânicas, dotada de uma 
longevidade pouco vulgar, a tília, como o carvalho, é uma árvore 
histórica e lendária. Para Siegfried, herói dos Nibelungos, desempenha o

mesmo papel nefasto da mãe de Aquiles ao pousar a mão sobre o calcanhar 
de seu filho; efectivamente, Siegfried, tornado invulnerável por um 
banho de sangue, morreu de uma ferida entre as omoplatas, no local onde,
no momento do banho, se fixara uma pequena folha de tília. Como o 
ulmeiro­campestre, a tília é uma imponente árvore venerada no centro das
povoações e frequentemente plantada em renques nas álcas dos parques e 
jardins públicos. Até à 11 Guerra Mundial, a cidade de Berlim orgulhou­
se da sua Unter

den Linden (Sob as Tílias), uma magnífica alameda de cerca de 1 km de 
extensão fianqueada por filas destas árvores seculares.

É uma das plantas mais solicitadas nas lojas de ervanário. É necessário 
trepar à árvore para colher as suas flores aromáticas, e seguidamente 
deixã ­las secar à sombra. As flores da Tilia platyphy11os Scop., a 
tília de folhas grandes, têm utilizações idênticas.

Habitat: Europa; cultivada em Portugal como árvore de sombra e 
ornamental; até 1800 m. Identificação: de 15 a 40 m de altura. Árvore; 
tronco erecto, casca lisa e gretada a partir dos
20 anos; folhas alternas, pecioladas, inteiras, cordiformes, serradas, 
glabras na página inferior e glaucas; gemas glabras, com 2 escamas; 
flores branco­baças (Junho­Julho), efémeras, em grupos de 5 a 10 num 
peclúnculo comum soldado a meio de 1 bráctea, 5 sépalas, 5 pétalas e 
numerosos estames; fruto globoso, com
4 ou 5 costas pouco salientes. Cheiro agradável; sabor mucilaginoso.

Partes utilizadas: inflorescências jovens com brácteas (Junho­Julho), 
casca, seiva e lenho; conservação ao abrigo do ar e da luz.
O Componentes: óleo essencial, mucilagem, tanino, pigmentos flavónicos, 
manganésio e Propriedades: antiespasmódico, colerético, emoliente, 
hipnótico, sedativo, sudorífico. U. L, U. E. + V Ver: acne rosácea, 
albuminúria, angústia, banho, cefaleia, convulsão, estômago, fígado, 
gota, indigestão, lumbago, nervos, nervosismo, olhos, palpitações, pele,
reumatismo, ruga, sarda, sono.

279
Tomilho

Thymus vulgaris L. Tomilho­vulgar, tomilho­ordinário, arçã, arçanha

Bras.: poejo, segurelha

Labiadas

O tomilho possui todas as propriedades terapêuticas do serpão, com acção
mais eficaz; a relação das suas propriedades medicinais é extensa. A 
dificuldade no seu uso não reside em saber quais os casos em que deve 
ser utilizado, mas em saber controlar as doses e a duração do 
tratamento.

Com efeito, o tomilho contém substâncias bastante activas, de entre as 
quais se salientam dois fenóis: um deles, o timol, anti­séptico, 
antiespasmó dico e vermífugo, faz parte da preparação de numerosos 
medicamentos comuns para usos interno e externo (é também um dos 
ingredientes utilizados pelos embalsamadores modernos); o outro, o 
carvacrol, é um anti­séptico muito utilizado em perfumaria. Em 
fitoterapia, utilizam­se. as sumidades floridas, que podem ser colhidas 
a partir do mês de Abril e durante todo o Verão.

O tomilho é originário da bacia mediterrânica ocidental; encontra­se 
abundantemente em todo o Sul de França, Espanha, Portugal e Itália, nas 
colinas áridas onde as suas moitas lenhosas e baixas com folhas 
perenemente verdes exalam ao sol o seu aroma. Faz parte, além do 
loureiro, do tradicional ramo de cheiros utilizado em culinária; o café 
e o chá podem ser agradavelmente substituídos por uma infusão de 
tomilho. Tem cheiro aromático e sabor amargo.

Habitat: Europa, região mediterrânica, colinas áridas; subespontâneo em 
Portugal; até 1500 m. Identificação: de O,10 a O,30 m de altura. 
Subarbusto; caules tortuosos, lenhosos, ramos acinzentados, erectos e 
compactos; folhas pequenas, sésseis, lanceoladas, tomentosas, 
esbranquiçadas na página inferior; flores rosadas ou brancas (Maio­
Outubro), pequenas, em espiga na axila das folhas maiores, cálice giboso
com pêlos duros, com 3 dentes superiores largos e 2 ínferos agudos, 
corola bilabiada e 4 estames; tetraquénio castanho e glabro. Partes 
utilizadas: caule florido e folhas.

O Componentes: óleo essencial, álcoois, hidrocarbonetos, resina, tanino,
saponósido O Propriedades: antiespasmódico, anti­séptico, aperitivo, 
béquico, carminativo, cicatrizante, colerético, desodorizante, 
diurético, emenagogo, estomáquico, hemolítico, revulsivo, tónico, 
vermífugo. U. L, U. E. + O Ver: anemia, apetite, astenia, banho, cabelo,
convalescença, dentes, epidemia, estômago, feridas, ftiríase, gripe, 
hálito, lumbago, menstruação, meteorismo, parasitose, picadas, 
reumatismo, sarna, sinusite, tosse, tosse convulsa.
Tormentila

Potentilla erecta (L.) Raeusch.

Tormentilha, tormentiria, sete­ern­rarna,

consolda­vermelha, solda

Rosáceas

Esta original Potentilla distingue­se dos seus parentes, o cinco­em­rama
e a argentina, pois as suas flores têm quatro peças, enquanto as dos 
outros dois possuem cinco. A origem dos nomes da planta indica a grande 
importância atribuída às suas propriedades medicinais. Potentilla deriva
da palavra latinapotens, poderoso. Tormentila deriva de tormen, cólica; 
este qualificativo é atribuído às plantas cujas propriedades 
adstringentes tratam as cólicas. Ignorada pelos Antigos, a tormentila 
foi considerada no século XVI de grande utilidade para diversas dores 
violentas, como as de dentes e, evidentemente, as cólicas. O rizoma é 
utilizável logo após a secagem, sendo portanto inútil guardar grandes 
quantidades. O seu elevado teor em tanino torna a tormentila 
incompatível com outras substâncias, como o ferro, os compostos 
alcalinos, o iodo, certos metais pesados, como o bismuto e o cobre, e 
com outras plantas medicinais, como o aloés­do­cabo, a macela e a alga­
perlada. Utilizada durante muito tempo como antidiarreico, a tormentila 
foi substituída pela ratânia, planta exótica que faz parte de numerosas 
preparações oficinais.

O Não utilizar recipientes de ferro na conservaçao ou na preparaçao. 
Habitat: Europa, rara na região mediterrânica; em quase todo o País; até
2200 m. Identificação: de O,10 a O,40 m de altura. Vivaz, caules erectos
ou patentes, delgados, ramosos, folhosos; folhas alternas, pecioladas, 
trifoliadas, serradas, tendo as caulinares pecíolo curto com 2 estipulas
incisas; flores amarelas (Maio­Outubro), pequenas, solitárias, 
longamente pedunculadas, epicálice com 4 divisões estreitas, 4 sépalas 
maiores, 4 pétalas pequenas e chanfradas, numerosos carpelos;

aquénio liso; rizoma espesso, curto, nodoso, acastanhado na parte 
exterior; de fractura é branco­ esverdeado, tornando­se rapidamente 
vermelho. Inodoro; sabor acistringente. Partes utilizadas: rizoma seco 
(Março­Abril); retirar as raizes e o caule, secar ao sol ou em estufa 
tépida,
O Componentes: tanino, tormentol, pigmento, amido O Propriedades: 
acistringente, cicatrizante, hemostático. U. L, U. E. + Ver: afta, 
diarreia, ferida, gengivas, hemorróidas, leucorreia.
Tramazeira

Sorbus aucuparia L. Cornogodinho, escancerejo, sorveira­dos­passarinhos

Bras.: sorveira­brava

Rosáceas

Não é necessário ser um subtil observador da Natureza para notar a 
sombra trespassada pelo sol das tramazeíras ao longo das estradas 
rurais. São pequenas árvores pouco densas cujas flores brancas cheiram a
pirliteiro. No decorrer do Verão, as flores são substituídas pelas 
bagas, semelhantes a pequenas maçãs ácidas, não comestíveis cruas, 
excepto pelas aves, para as quais constituem um autêntico manjar. Aliás,
os passarinheiros cultivam frequentemente a tramazeira para utilizar os 
seus frutos como engodo nas armadilhas. Os pássaros ingerem os frutos e 
asseguram a disseminação da planta ao expulsarem as sementes não 
digeridas. A sorveira, Sorbus domestica L., planta próxima da 
tramazeira, produz pequenos frutos em’ forma de pêra, semelhantes às 
nêsperas, que são comestíveis. As propriedades medicinais de ambas as 
espécies são semelhantes­. os frutos são adstringentes e têm as mais 
diversãs utilizações, servindo para preparar compota ou geleia e para 
decocções quando secos. Utilizam­se também na preparação de vinagre, 
aguardentes ou licores.

Habitat: Europa, excepto na região mediterrânica, especialmente nas 
montanhas; bosques das regiões montanhosas de Trás­os­Montes e Beiras 
interiores; até 2000 m. Identificação: de 2 a 8 m, por vezes 15 m, de 
altura, Árvore; casca cinzenta e lisa; gemas vilosas; folhas alternas, 
grandes, pinuladas, com 11 a 17 folíolos lanceolados, serradas, com 
bordos assimétricos; flores brancas (Maio­Julho), pequenas, em corimbos,
cálice com 5 dentes erectos, 5 pétalas, 3 estiletes; pomo alaranjado 
(Setembro), pequeno, globoso e liso. Cheiro suave; sabor açucarado, acre
e azedo. Partes utilizadas: folhas secas, frutos cozidos ou secos.
O Componentes: ácidos parassárbico, málico, cítrico e tartárico, açúcar,
pectina, vitamina C, tanino O Propriedades: acIstringente, 
antiescorbútico, anti­hernorrágico, diurético, emenagogo, laxativo. U. 
1. Ver: diarréia, tosse.

282
TREPADEIRA

Convolvulus sepiut?i L. = Cal)Istegia sepium (L.) R. Br. Bons­dias, 
trepadeira­das­balsas, trepadeira­ da s­ sebes,

trepadeira­dos­tapurnes

Planta volúvel com grandes flores brancas em forma de funil, invade as 
pequenas matas, as sebes e até as vedações gradeadas de arame; não tem 
gavinhas, mas enrola­se em volta dos seus suportes, sendo vulgar que se 
enlace também com uma congénere. Este facto explica, aliás, o nome 
científico da planta, pois Convolvulus deriva do latim convolvere, 
enrolar­se; sepiunt, sebe, indica o seu habitat preferido.

Se bem que pouco apreciada pelos jardineiros, esta planta deu origem a 
diversas variedades muito decorativas, com flores

coloridas. Desde tempos muito antigos, a trepadeira é apreciada devido 
às propriedades laxativas das suas raízes e folhas. Também os médicos á 
rabes da Idade Média utilizavam as suas raízes para tratar a icterícia. 
Um autor do século X1 descobriu nesta raiz um remédio contra as febres 
*pútridas e biliosas@>. Actualmente, os Alemães ainda utilizam uma 
infusão das suas folhas para tratar a leucorreia. Estes órgãos vegetais,
mesmo depois de secos e reduzidos a pó, conservam

durante muito tempo as suas propriedades curativas.

Habitat: Europa, excepto no extremo norte, locais frescos, jardins, 
pequenas matas dos taludes, matas, sebes vivas, caniçados; frequente em 
todo o território português, até
1500 m. Identificação: de 1 a 5 m de altura. Vivaz, caule trepador, 
volúvel, dextrorso (que enrola da esquerda para a direita), glabro, 
anguloso; folhas grandes, cordiformes, aurículas arredondadas ou 
angulosas, pecíolos compridos; flores brancas (Junho­Setembro), 
axilares, solitárias, 2 estigmas, cálice com 5 sépalas, oculto por 2 
brácteas opostas, grandes, corola 4 vezes mais comprida, afunilada, com 
5 pregas; cápsula semiglobosa, contendo 3 a 4 sementes; rizoma comprido,
branco, carnudo, da mesma grossura do caule aéreo. Partes utilizadas: 
raiz, folhas (Junho­Setembro); secagem à sombra.
O Componentes: resina, tanino, sais minerais, heterósidos O 
Propriedades: colerético, laxativo. LI. I., N Ver: fígado, obstipação.

283
Trevo­cervino

Eupatorium cannabinum L.

Eupatóri o­ de­avi cena Bras.: charrua, cipó~capa­de­horriem

Compostas

O eupatório dos Árabes não deve ser confundido com o eupatório dos 
Gregos, Agrimonia eupatoria L., que até ao século xVII conservou o nome 
de uma planta actualmente conhecida por agrimónia. O trevo­cervino, que,
como o nome da espécie indica, tem muitas semelhanças com o cânhamo, é 
de entre as cerca de 100 espécies de Eupatori um a única que cresce 
espontaneamente nas regiões europeias. Aclimata­se especialmente nos 
locais inundados, nos     prados alagados, nas margens dos regatos; a 
sua

presença numa mata é um indicador       de humidade. A maioria dos 
animais não aprecia as suas folhas amargas; só a cabra,     animal 
conhecido pela sua voracidade, as pasta com apetite. Quando frescas, as 
folhas têm uma acção cicatrizante, e supõe­se que os veados feridos as 
utilizam para tratar as chagas.

Os fitoterapeutas apenas utilizam as folhas e as raízes do trevo­
cervino; as raízes frescas são difíceis de suportar, pois têm um

cheiro e gosto muito desagradáveis. No entanto, devem ser utilizadas o 
mais rapidamente possível após a colheita, pois, quando secas, perdem as
propriedades.

Habitat: Europa, solos húmidos, matas; frequente nas margens dos rios, 
valas, lugares húmidos, bosques no Norte e Centro de Portugal; até 1700 
m. Identificação: de O,60 a 1,50 m de altura. Vivaz, caule folhoso, 
erecto, avermelhado, pubescente; folhas com 3 a 5 folíolos, opostas, com
bordos crenados, glanclulosas na página inferior, curtamente pecioladas;
flores vermelho­claras ou cor de púrpura (Ju lho­ Setembro), regulares, 
em minúsculos capítulos, agrupados em corimbos densos; aquénio preto com
5 ostas, com papilho; toiça ramosa, raiz branco­acinzentada, fibrosa, 
oblíqua, da grossura de um dedo. Cheiro repugnante (raiz); sabor amargo.
Partes utilizadas: folhas (antes da floração), raiz (Primavera ou 
Outono); lavar e cortar a raiz às rodelas. Iii Componentes: resina, 
tanino, essência, inulina, ferro, princípio amargo O Propriedades: 
aperitivo, colagogo, depurativo, estimulante, laxativo, vulnerário. U. 
L, U. E. + V Ver: acrie rosácea, colesterol, convalescença, ferida, 
fígado, obstipação, vesícula biliar.
Trevo­d’água

Menyanthes triftjliata L. Fava­d'água, trifólio­fibrino, fava­dos­
pântanos,

trevo­ dos­ch arcos, menianto Bras.: trevo­aquático, eupatário­de­
avicena

G encianáceas

Quem já teve oportunidade de contemplar um trevo­d'água não poderá 
esquecê­lo ou confundi­lo com qualquer outra planta. O caule 
subterrâneo, por vezes completamente coberto por 2 ou 3 ru de água, tem 
ramos florais extremamente elegantes e é desprovido de folhas, 
ostentando uma bráctea sob cada uma das flores. As folhas estão providas
de grandes bainhas e de um limbo trifoliado. E, por isso, frequentemente
cultivado para ornamentar lagos e jardins. O trevo­d'água só pode ser 
colhido introduzindo os pés na água, pois, no estado silvestre, não se 
desenvolve apenas nos meios húmidos, necessitando ainda de águas 
estagnadas, como as dos charcos, das turfeiras ou dos prados alagados. O
seu nome deriva das palavras gregas mén, mês, e anthos, flor, ou seja 
flor do mês. Segundo algumas opiniões, este nome é uma alusão ao tempo 
da floraçâo; para outros, refere­se à acção da planta sobre a 
menstruação. As suas virtudes para o tratamento da atonia digestiva e 
das febres foram progressivamente descobertas e confirmadas pela 
prática. Afirma­se ainda que uma chávena de trevo­d'água ingerida 
diariamente pode prolongar o tempo de vida.

Habitat: Europa Ocidental, charcos, pântanos, turfeiras, valas; 
espontânea no Alto Minho e na serra da Estreia. Identificação: de O,20 a
O,40 m de altura. Aquática, vivaz, caule grosso, rastejante, enterrado 
no lodo, com folhas escamosas e resíduos fibrosos dos órgãos precedentes
alongando­se por artículos; folhas grandes, trifoliadas, pecioladas; 
flores branco­rosadas (Abril­Junho), pediceladas, em cacho erecto sobre 
um escapo que sai do caule prostrado, cálice verde com 5 lóbulos, corola
caduca, dividida em. 5 pétalas cobertas por grandes cílios crespos,

anteras arroxeadas; cápsula com 2 valvas Sabor acre. Partes utilizadas: 
folhas (Abril­Maio); secagem rápida à sombra.
O Componentes: heterósido, meniantina, heterósidos flavónicos, colina, 
vitamina C, iodo, enzimas O Propriedades: antiescorbútico, aperitivo, 
depurativo, emenagogo, estomáquico, febrífugo, tónico. U. I., U. E. + 
Ver: apetite, asma, digestão, enjoo, febre, menstruação.

285
TussilaGem

Tussilagolárfiira L.

Unha­de­cavalo, unha­de­asno. erva­de­são­quirino,

farfara

Compostas

Filitis ante patrem, nome medieval da tussilagem, significa o filho 
antes do pai, e efectivamente os seus capítulos amarelos, que têm certas
semelhanças com os do taráxaco, nascem muito antes das folhas, a partir 
do mês de Fevereiro. A tussilagem é vivaz e

resistente. Desenvolve­se em locais frescos, à beira dos caminhos, em 
areias e argilas, desde as orlas marítimas até ao cimo das montanhas. As
suas flores, que desabrocham no Inverno, permitem reconhecê­la 
facilmente.

É uma planta extremamente útil. Utilizada em cosmética, faz desaparecer 
as rugas. Dá beleza à voz. Na verdade, uma infusão das flores é benéfica
para a tosse, do mesmo modo que a arnica cura os inchaços e a nêveda­
dos­gatos trata as cólicas.

Éconveniente coar as infusões de tussilagem para eliminar os pêlos dos 
papilhos, que  podem provocar irritações de garganta. Das  folhas obtém­
se um *tabaco+ delicioso que  ajuda os fumadores no decorrer de uma cura 
de desintoxicação difícil,

Habitat: Europa, solos argilosos ou calcários; em Portugal, sobretudo no
Minho; até 2400 m.

Identificação: de O,08 a O,30 m de altura. Vivaz, caules floridos, 
erectos, tomentosos, cobertos de brácteas, corados de vermelho; folhas 
em roseta, pecioladas, largas, espessas, poligonais, com bordos 
sinuosos, dentados, verdes na página superior, brancas na inferior; 
flores amarelo­douradas (Fevereiro­Abril), em capítulos solitários, 
sendo as do centro masculinas, tubulosas, e as da periferia femininas, 
muito numerosas, com compridas lígulas estreitas; aquênio castanho, com 
papilho sedoso; rizoma

carnudo. Cheiro apimentado; sabor amargo. Partes utilizadas: folhas, 
flores em botão, raízes e suco.
O Componentes: mucilagem, tanino, inulina, pigmentos, óleo essencial, 
sais minerais, especialmente potássio e também cálcio, enxofre, ferro O 
Propriedades: depurativo, emoliente, expectorante, resolutivo, 
sudorífico. U. L, U. E. + V O Ver: abcesso, asma, bronquite, entorse, 
ferida, pé, pele, ruga, tabagismo, tosse, traqueíte, voz.
286
Ulmeira

Filipendula ulinaria (L.) Maxim. Erva­ulmeira, rainha­dos­prados, erva­
das­abelhas

Rosáceas

A ulmeira é uma planta altiva e delicada que prefere os solos húmidos e 
frescos. Não obstante já ser conhecida pelos botânicos medievais, as 
suas propriedades medicinais só foram descobertas no Renascimento. Após 
uma época de celebridade, seguida do total esquecimento, nos inícios do 
século XIX a planta é reabilitada por um pároco. Desde então, a sua 
importância terapêutica não mais deixou de se confirmar. Após 
persistentes estudos, descobriu­se na planta fresca a presença de 
compostos salicilados que lhe conferem uma acção benéfica nas dores das 
articulações. Além disso, é um vasodilatador, um tónico do coração e 
activa a diurese. Devido às suas numerosas propriedades, é ainda 
considerada um excelente remédio para a celulite e a obesidade.

A ulmeira deve ser utilizada fresca ou recentemente colhida e seca. A 
secagem deve ser rápida e a sua conservaçao não deve ultrapassar um ano.
As suas flores, muito perfumadas, conferem ao vinho comum aroma e sabor 
muito apreciados.

O Nunca ferver a planta. Habitat: Europa, excepto na região 
mediterrânica; até 1800 m. Identificação: de 1 a 1,50 m de altura. 
Vivaz, caule robusto, duro e sulcado; folhas grandes, verde­escuras na 
página superior, brancas na inferior, compostas por 5 a 17 folíolos, 
desiguais, serrados, sendo o terminal trilobado, estipulas em forma de 
meia­coroa e serradas; flores b ran co­ amareladas (Junho­Agosto), 
pequenas, em cimeiras paniculadas, 5 sépalas,
5 pétalas obovadas, estames mais compridos, 5 a 9 carpelos glabros; 
semente castanha; raizes fibrosas. Cheiro e sabor agradáveis e 
aromáticos. Partes utilizadas: sumidades floridas (antes do 
desabrochar), folhas e raiz.
O Componentes: tanino, sais minerais, aldeíclo salicílico, salicilato de
metilo, heterósidos flavónicos, vitamina C O Propriedades: 
acistringente, antiespasmódico, cicatrizante, diurético, sudorífico, 
tónico. U. I., U. E. + V o Ver: acne rosácea, arteriosclerose, banho, 
celulite, diarreia, diurese, edema, ferida, gota, hipertensão, litíase, 
obesidade, reumatismo, rubéola, ureia.
Ulmeiro

Ulmus campestris L.

Olmo, ulmo, negrilho, lamegueiro, mosqueiro

Umáceas

Na Gália Franca, no século v, era frequente fazer justiça sob os ramos 
do ulmeiro, e sabe­se que a partir do século IX esta árvore venerada 
abrigou à sua sombra as justas pacíficas dos trovadores. Era então 
costume plantá­la nas povoações, no centro das praças públicas, e desses
tempos longínquos ficou o hábito de as pessoas se reunirem à sua volta 
todas as tardes para comentarem os acontecimentos do dia. Existem na 
Europa três espécies de ulmeiros, que tendem a desaparecer: o u 1 meiro­
peduncu lado, o ulmeiro­de­montanha e o ulmeiro­campestre, aqui 
representado. Este ulmeiro, de madeira vermelha, é muito apreciado pelos
marceneiros. Encontra­se na orla dos bosques, onde a sua folhagem, 
disposta em mosaico, capta mais luz do que as de outras espécies.

O ulmeiro instala­se e desenvolve­se nos locais onde o vento dispersa os
seus frutos alados. Pode viver 500 anos, e é uma árvore apreciada pelas 
suas virtudes desde a Antiguidade; as folhas tinham a reputação de curar
o mau humor; supunha­se que a raiz fazia crescer o cabelo; mesmo as 
galhas, espécie de abcessos provocados pelas picadas de um insecto nas 
folhas, e a água de ulmeiro que estas contêm eram utilizadas para tratar
os olhos; os fitoterapeutas usam principalmente a casca e as folhas, 
cujas propriedades, embora não muito eficazes, são consideradas válidas 
para manter a boa aparencia e a saúde. As crianças gostam de roer os 
frutos do ulmeiro.

Habitat: Europa, planícies, solos frescos; espontâneo, subespontâneo ou 
cultivado em quase todo o País; até 1300 m. Identificação: de 15 a 35 m 
de altura. Árvore; tronco cilíndrico, erecto, casca escura, áspera e 
rugosa, com sulcos longitudinais, raminhos apertados, dispostos num 
mesmo plano; folhas pecioladas, dísticas com base assimétrica, ovadas, 
acuminadas, baças, duplamente serradas, mais claras e peludas na página 
inferior, na axila de nervuras bifurcadas; flores vermelho­escuras 
(Fevereiro­Abril), hermafroditas, quase sésseis, em pequenos fascículos 
alternados,

sépalas soldadas, 5 estames; sâmara arruivada, quase séssil, com 1 
semente excêntrica, rodeada de uma grande asa, plana, glabra e 
chanfrada; toiça com turiões. Inodoro; sabor amargo, acre e 
mucilaginoso. Partes utilizadas: casca mediana e folhas.
O Componentes: mucilagem, tanino, silício, potássio O Propriedades: 
adstringente, cicatrizante, depurativo, sudorífico, tónico. U. L, U. E. 
+ V o Ver: contusão, dartro, diarréia, leucorreia, olhos, pele, 
reumatismo.
URTIGA­BRANCA *//* PARA REFAZER
A sua flor branca, com a forma de uma boca aberta, deu o nome à urtiga­
branca. Lâmia surge na mitologia grega como uma jovem amada por Zeus, 
cuja mulher, a deusa Hera, impetuosa e ciumenta, manda matar o

filho ilegítimo. Lárnia sente então tal inveja das mães felizes que, 
transformando­se em

ogra, começa a roubar e a devorar crianças. A urtiga­branca desenvolve­
se perto das casas, à beira dos caminhos, nas clareiras e, apesar da 
lenda, revela­se totalmente inofensiva. Distingue­se das urtigas, suas 
parentes picantes, devido às suas características fiores, com uma grande
pétala superior formando uma abóbada, e às folhas, de um verde muito 
claro. A urtiga­branca é de certo modo uma urtiga morta, designação por 
que é também conhecida em vários países, pois nenhum dos seus pêlos 
pica. Esta erva vivaz, invasora e vulgar é muito utilizada nos meios 
rurais, e justificadamente, pois é um bom acistringente, tónico e 
vulnerário. As suas sumidades, colhidas antes da floração, podem ser 
consumidas do mesmo modo que os espinafres ou em sopa. As suas flores 
são muito visitadas pelas abelhas.

Habitat: Europa, excepto na região mediterrâ~ nica, bermas dos caminhos,
clareiras, entulhos; até 2200 m. Identificação: de O,20 a O,60 m de 
altura. Vivaz, caule rígido, viloso, oco; folhas ovais, cordiformes, 
serradas, vilosas, pecioladas; flores branco­amareladas (Abri I­ 
Setembro), 5 a 8 por verticilo na axila das folhas, cálice com 5 dentes 
compridos, corola arqueada com o lábio superior peludo, em elmo, e o 
inferior com 2 lóbulos, 4 estames com anteras vilosas, castanhas; 
tetraquénio truncado no cimo; rizoma estolhoso e esbranquiçado. Cheiro 
intenso, semelhante ao do mel; sabor ligeiramente amargo. Partes 
utilizadas: planta inteira, sumidades floridas (Abril­Maio); secagem 
difícil, à sombra para evitar o enegrecimento.
O Componentes: mucilagem, tanino, glúcidos, aminoácidos, óleo essencial,
potássio O Propriedades: acistringente, anti­inflamatório, depurativo, 
expectorante, hemostático, resolutivo, vulnerário. U. L, U. E. + Ver: 
anemia, cabelo, cistite, diarreia, hemorragia, hemorróidas, leucorreia, 
menstruação.

289
UrtiGão *//* PARA REFAZER

Urtica dioica L.

Urtiga­maior Bras.: urtiga­mansa

Urticáceas

Muitas pessoas desconhecem que o urtig inimigo tradicional do homem, que
o pe gue onde quer­ que se estabeleça, é       u planta com inúmeras 
propriedades, imo zada em grande número de t        >s’ Por'é

e"xto faz parte da sua natureza picar o@ desas dos; este facto deve­se 
na realidade a u mistura química contida nos pêlos ocos c

ponta frágil localizados ­nos pecíolos folhas, da qual apenas um décimo 
de mi grama é suficiente para provocar um aurde prurido. Além do urtigã 
o, que na realid apenas é preciso saber colher, existe u

pequena urtiga cuja folhagem é totalme coberta por um manto destes pêlos
urtica tes: é a urtiga­menor, Urtica urens L., q tem de ser colhida com 
especial prudênc

Ambas as espécies são importantes, n

apenas pelas suas propriedades medicina mas também pelas suas qualidades
nutri vas; é aconselhável consumi­Ias, em sopa cozidas, 12 horas depois 
de colhidas. L gamente utilizadas na indústria para a e

tracção da clorofila, as suas fibras, dep de tecidas, fornecem ainda uma
singular t verde extremamente durável. O sumo azedas é muito eficaz para
suavizar o ar

provocado pelas picadas destas plantas.

O Não consumir as sementes. Habitat: Europa temperada; em Portugal, 
locais cultivados, húmidos e sombrios; até 2400 m. Identificação: de 
O,50 a 1,50 m de altura. Vivaz, caule erecto e simples; folhas opostas, 
estipuladas, ovais, sendo as da base cordiformes, com dentes 
triangulares, peludas e pecioladas; flores verdes (Junho­Outubro), 
dióicas, em espigas ramosas, minúsculas, 4 sépalas, 4 estames, ovário 
supero, estigma em forma de pincel; aquénio ovóide, 1 semente; rizoma 
rastejante. Sabor acIstringente e ligeiramente azedo. Partes utilizadas:
planta jovem, folhas (todo o

ano), rizoma e raízes (Outono); secagem rápida à sombra; os pêlos secos 
não são picantes.
O Componentes: acetilcolina, histamina, áci­ dos fórmico e gálico, 
caroteno, vitamina C, clorofila, tanino, potássio, cálcio, ferro, 
enxofre, manganésio, silício O Propriedades: adstringente, antianémico, 
antidiabético, depurativo, diurético, galactagogo, hemostático, 
revulsivo. U. L, U. E. + V OW Ver: afta, anemia, cabelo, ciática, cura 
de Primavera, diabetes, diarreia, edema, enurese, epistaxe, hemorragia, 
leucorreia, menopausa, pele, picadas, psoríase, reumatismo, urticária.
Urze

CaIluna vulgaris (L.) Flull Torga­ordinária, mongariça, magoriça, 
quebra­panelas, queiró, carrasca, carrasquinha,

urze­do­monte, barba­do­niato

Ericáceas

Pelo seu aspecto decorativo, muito semelhante ao de outras urzes do 
género Erica, a

Cafluna vulgaris confere aos locais que habita um encanto especial; 
arribas, charnecas, bosques pouco densos de solos pobres alegram­se no 
fim do Verão com os tons das suas flores cor de violeta. Algumas 
espécies cinegéticas do género tetraz vivem nesta vegetação.

A urze é um excelente nectarífero, pois fornece enn abundância às 
abelhas a substância para o fabrico de um mel castanho muito apreciado 
na confecção de bolos. As raízes são utilizadas no fabrico de cachimbos 
e as ramagens servem, na Bretanha, para cobrir os celeiros em 
substituição do colmo.

Para cultivar muitas espécies de plantas de interior, os jardineiros 
utilizam a terra de urze, formada pela decomposição deste vegetal nas 
camadas superficiais do solo.

Os cachos floridos colhidos quando a flor começa a desabrochar 
constituem um remédio.para diversas afecções renais.

Habitat: Europa; frequente em quase todo o País, nas terras áridas e 
incultas, pobres em calcário; até 2500 m. Identificação: de O,20 a 1 m 
de altura. Subarbusto lenhoso, sinuoso, podendo viver 40 anos; folhas 
persistentes, opostas, imbricadas, lineares, sésseis, côncavas; flores 
cor­de­rosa (Julho­Outubro), em cachos sensivelmente unilaterais, corola
campanulada de 4 lóbulos, com metade do comprimento do cálice petalóide,
provido na base de pequenas brácteas verdes. Partes utilizadas: 
sumidades floridas com as

folhas (Julho­Outubro), devendo ser utilizadas frescas.
O Componentes: arbustósido, resina (ericolina), óleo (ericinol), tanino,
ácidos (fumárico e cítrico), caroteno, amido, goma O Propriedades: 
acistringente, anti­séptico, diurético. U. I., LI. E. + V Ver: acrie, 
albuminúria, banho, cistite, dartro, diarréia, enurese, nefrite, 
reumatismo.
Uva­ursina

Art­tostaph­Nllos uva­urvi (L.) Spreng.

Uva­de­urso, medronheiro­ursino, buxulo

Ericáceas

A uva­ursina, pequeno arbusto de caules rasteiros, cresce em densos 
maciços ou em

vastas manchas. Apenas os ramos floríferos se erguem ligeiramente. Da 
planície à montanba pode invadir, em povoamento exclusivo, grandes 
extensões de matas e rochedos. Prefere os locais pedregosos, secos e 
sombrios.

No século XVI, a Escola de Mompellier enalteceu as propriedades da uva­
ursina co.mo diurético, dissolvente dos pequenos cálculos e 
desinfectante das vias urinárias. Porém, no século XVIII esta planta 
perdeu prestígio, provavelmente após qualquer erro no modo de 
utilização.

O tanino contido nas folhas serve, no Norte da Europa, para preparar as 
peles com que se fabrica o couro da Rússia. Além disso, obtêm­se das 
folhas tintas castanhas, cinzentas ou pretas, dependendo do reagente 
utilizado.

A uva­ursina foi importada em grandes quantidades da Ásia para a Europa 
com o

nome de ja(­kash(ípuk para ser misturada com o tabaco.

O nome de uva­de­urso refere­se aos seus frutos farinhentos e 
apetitosos, segundo se supõe muito apreciados pelos ursos. Sabe­se, no 
entanto, que as abelhas visitam as suas

flores melíferas.

Habitat: Europa, com excepçao da zona sudeste; charnecas e matas das 
montanhas do Norte de Portugal; até 2400 m. Identificação: de O,15 a 
O,30 m de altura. Subarbusto lenhoso com caules compridos e prostrados; 
folhas persistentes, coriáceas, espessas, com pecíolo curto e inteiras; 
flores de corola de cor rosada (Abril­Maio), gomilosa, caduca, levemente
dentada, dispostas em cachos densos; baga globosa, de 4 a 6 mm de 
diâmetro, tornando­se vermelha na maturação. Partes utilizadas: folhas, 
secagem ao ar livre e ao sol.

O Componentes: tanino, peterósidos, sais minerais e ácidos málico, 
gálico e cítrico O Propriedades: acistringente, anti­séptico, diurético.
U. 1. + o Ver: cistite, enurese, rim, ureia.
Valeriana

Valeriana <?fficinalis L.

Valeriana­menor, valeriana­silvestre, valeri ana­selv agem, erva­dos­
gatos

Valerianáceas

Atingindo por vezes 2 m de altura, a valeriana é uma planta de porte 
majestoso, folhagem graciosa e flores pequenas e numerosas. Prefere as 
valas, os taludes ligeiramente frescos e a orla dos bosques, instalando­
se por vezes também em locais secos.

Foi mencionada pela primeira vez por Isaac, o Judeu, um médico egípcio 
do século ix. Na Idade Média, foi considerada uma panaceia e, em 1592, 
Fábio Colonna atribuiu a cura da epilepsia à utilização da valeriana. 
Nos inícios do século XIX. a valeriana era usada como febrífugo, em 
substituiçã o da quinina. Actualmente, é um dos melhores sedativos para 
desequilíbrios nervosos.

Diferentes espécies de valeriana possuem propriedades análogas. Os 
índios do México, por exemplo, recorriam a uma espécie indígena para 
suportar as fadigas e as privações. Pode também ser utilizada como 
moderador do apetite; porém, em virtude da sua acção sobre os centros 
nervosos, um tratamento deste tipo não deve prolongar­se por mais de 
oito dias consecutivos. O cheiro peculiar desta planta exerce uma 
curiosa acção sobre os gatos, que, ao pressenti­Ia, nela se roçam com 
gosto.

Habitat: Europa, excepto na região mediterrânica, prados húmidos, orlas 
dos bosques, taludes sombrios, valas; até 2000 m. Identificação: de O,80
a 1,50 m de altura. Vivaz, caule erecto, robusto, oco, canelado, pouco 
ramificado, folhoso; folhas opostas, imparipinuladas, com 5 a 11 
folíolos largos ou 11 a
23 estreitos, serrados; flores brancas ou cor­de­rosa (Maio­Agosto), 
pequenas, reunidas em cimeiras umbeliformes, corola tulbulosa com 5 
lóbulos e esporão, 3 estames; fruto coroado por um papilho plumoso; 
rizoma curto, ramoso. Cheiro desagradável e intenso.

Partes utilizadas: rizoma, com as raizes, no estado fresco (Primavera ou
Outono do segundo ou terceiro anos); limpar imediatamente e secar ao ar.
O Componentes: óleo essencial, ácido valeriânico, alcalóides O 
Propriedades: antiespasmódico, hipnótico, sedativo. U. L, U. E. + O Ver:
angústia, apetite, asma, banho, celulite, cólica, contusão, convulsão, 
depressão, menopausa, nervos, nervosismo, obesidade, palpitações, sono.
Vara­de­ouro

Solidago virga aurea L.

Virgáurea, verga­de­ouro, erva­forte

Bras.: solidago

Compostas

A vara­de­ouro é uma planta vivaz que cresce nas matas de coníferas, em 
solos ricos e leves. Existem diversas espécies, distribuídas pelo Antigo
e o Novo Mundo. Os seus portes são muito variáveis, todas tendo de comum
a época da floração, só no fim do Verão desabrochando as suas radiosas 
flores douradas. Os botânicos consideram o género Solidago de difícil 
identificação; assim, devem observar­se de preferência as partes 
visíveis da planta e dar menor importância aos pormenores microscópicos.

Algumas qualidades medicinais da vara­de­ouro são já assinaladas em 
textos do século XIII, se bem que só no fim do século XIX a planta venha
a ser utilizada em fitoterapia.

Actualmente, todos os médicos a conhecem devido ao seu pólen, uma das 
principais causas da febre­ dos­feno s, e também graças à sua benéfica 
acção adstringente, que se

manifesta com suavidade nos aparelhos digestivo e urinário e acalma as 
diarreias que muitas vezes acompanham a dentição das crianças.

Uma espécie americana faz parte dos remédios tradicionais utilizados 
pelos Índios para mordeduras da cascavel.

Habitat: Europa; Minho, Beira e litoral do Alentejo, em terrenos 
pedregosos e rochedos: até 2800 m. Identificação: de O,30 a 1 m de 
altura. Vivaz, polimorfa, caule erecto, cilíndrico, glabro ou 
ligeiramente pubescente, ramos floridos erectos, agrupados na 
extremidade superior do caule; folhas ovais, sésseis, compridas, 
inteiras ou serradas, acuminadas, ligeiramente pubescentes; flores 
amarelas (Julho­Outubro), de 10 a 20 em capítulos agrupados em cachos ou
em panículas terminais, com brácteas, flores do centro tubulosas com 
estames e pistilo e as da margem com 5 a 10 estames; aquénio

cilíndrico, com 8 a 12 costas, encimado por um papilho de pêlos 
desiguais, celheados; rizoma nodoso e numerosas raízes. Sabor amargo. 
Partes utilizadas: sumidades floridas, a planta inteira com a raiz.
O Componentes: óleo essencial, tanino, saponósidos, pigmentos 
flavónicos, ácidos cítrico, oxálico e tartárico O Propriedades: 
acistringente, anti­inflamatório, diurético, expectorante, vulnerário. 
U. I., U. E. Ver: albuminúria, boca, cistite, colesterol, diarreia, 
eczema, edema, nefrite, úlcera, ureia.
294
Verbasco

Verbascum ihapsus L.

Barbasco, tróculos­brancos, erva­de­são­fi acre,

v ela­de­nossa­ senhora

Escrofutariáceas

Sob a designação comum de verbasco, confundem­se frequentemente três ou 
quatro espécies do género Verbascuin, o que não é relevante, pois todas 
têm propriedades semelhantes. De um modo geral, a planta evoca a forma 
de um círio; o caule, não ramificado é guarnecido de flores até ao seu 
terço supe: rior e de grandes folhas tomentosas na base. É uma planta 
melífera. Plínio aconselhava a

utilização do verbasco para tratar lesões ou afecções pulmonares. Além 
de possuir óptimas propriedades béquicas, é um emoliente eficaz. Note­
se, no entanto, que uma infusão de verbasco só deve ser ingerida depois 
de coada por um pano fino, para eliminar os pélos do cálice e dos 
estames, que provocam irritações na garganta e no aparelho digestivo. 
Além das flores, que fazem parte da composição da *tisana das quatro 
flores,>, as folhas eram outrora utilizadas como pavios para lamparinas 
de azeite, e os

escapos florais, para o aquecimento dos fornos dos padeiros.

As folhas e flores desta planta de cheiro agradável devem ser secas ao 
sol durante algumas horas e seguidamente à sombra e

conservadas na obscuridade.

O Coar todas as preparações para eliminar os pêlos. Habitat: Europa, 
terrenos incultos, clareiras de bosques e nos limites de campos; 
encontra­se de Trás­os­Montes e Minho ao Alentejo, embora não seja muito
frequente; até 400 m. Identificação: de O,80 a 2 m de altura. Bienal, 
caule único vigoroso, erecto; folhas espessas cobertas de pêlos densos, 
enfeitrados, grandes, pecioladas, estreitas na base e decorrentes; 
flores amarelo­claras (Junho­ Novembro), em grossas espigas compactas, 1
estilete, cálice pubescente, persistente, com 5 sépalas,

corola caduca, com 5 pétalas em forma de taça,
5 estames, dos quais 3 mais curtos com filetes cobertos de pêlos 
lanosos; cápsula oval. Partes utilizadas: folhas e flores (Julho­
Setembro).
O Componentes: óleo, mucilagem, saponósidos O Propriedades: depurativo, 
diurético, emoliente, peitoral, refrescante, sedativo. U. L, U, E. + 
Ver: abcesso, asma, bronquite, cistite, cólica, frieira, furúnculo, 
hemorroidas, nevralgia, prurido, pulmão, queimadura, rouquidão, sono, 
tosse, traqueíte.
Verbena

Verbena officinalis L. Urgebão, ulgebrão, gervão, gerivão, erva­sagrada,

algebrado Bras.: verbena­sagrada, erva­do­figado

Verbenáceas

*Um caule delgado e rígido, folhas medíocres, alguns ramos frágeis e 
hirtos e flores pequenas e inodoras, dir­se­ia um arame.+ Assim descreve
P. Fournier a verbena. Na verdade, o seu porte pouco airoso não é 
atraente. Porém, na antiga civilização romana as aparências tinham pouca
importância e a verbena foi eleita planta sagrada, com a qual era hábito
tocar os textos dos pactos para lhes conferir uma maior autoridade. O 
nome de Verbena, atribuído nesse tempo a

todas as plantas sagradas utilizadas para este efeito, foi conservado na
actual verbena. As coroas dos embaixadores eram entrançadas com verbenas
floridas. A planta era também utilizada para purificações de pessoas, 
casas e dos altares das divindades romanas.

Os Celtas e os Germanos utilizavam­na

nas suas práticas de magia e feitiçaria, considerando­a uma poderosa 
panaceia. Mas toda esta celebridade da verbena caiu no esquecimento. As 
infusões de verbena, tão vulgares actualmente, não são preparadas com 
esta singular planta, mas com a Verbena odorata L., espécie muito mais 
aromática.

Habitat: Europa, entulhos, baldios, taludes, bermas dos caminhos, 
frequente em quase todo o território português, preferindo locais 
húmidos e sombrios, sebes, caminhos; até
1500 m. Identificação: de O,35 a O,80 m de altura. Vivaz, caule fino, 
erecto, quadrangular, canelado, áspero nos ângulos; ramos delgados e 
afastados do caule; folhas inferiores opostas, mais ou menos 
profundamente lobadas; flores lilases (Junho­Outubro), em espigas ao 
longo dos ramos, cálice pubescente com 5 dentes, corola tulbulosa com 5 
lobos desiguais, 4 estames inclusos; cápsula com 4 sementes. Inodora; 
sabor amargo. Partes utilizadas: planta inteira (na floração), secagem 
muito fácil.
O Componentes: tanino, mucilagem, saponásido, verbenalósido O 
Propriedades: acIstringente, antiespasmódico, febrífugo, tónico. U. L, 
U. E. + 2@ Ver: celulite, ciática, contusão, febre, lactação, litíase, 
lumbago, nervosismo, nevralgia, ouvido, reumatismo.
Verónica

Veronica officinalis L.

Verónica­das­farmácias, verónica­da­alemanha, chá­da­europa, verónica­
macho, carvalhinha,

erva­dos­leprosos

Escrofulariáceas

Averónica é uma pequena planta rastejante das clareiras e dos cortes das
florestas.

A planta conheceu um período áureo na
Alemanha nos séculos XVI e XVII. Os médicos deste país consideravam­na 
um remédio miraculoso para a tísica e muitas outras afecções 
respiratórias e digestivas. Em
1690, Johann Franke consagrou­lhe exclusivamente uma obra de 300 
páginas, o que confirma o alto apreço atribuído às suas

propriedades. Actualmente, porém, é quase desconhecida. Para compreender
este facto, é de admitir uma confusão de nomes ou que os autores nã o se
referissem à mesma planta, ou ainda, mais provavelmente, a existência de
condições excepcionais de vegetação

­4.x

de que a planta necessita, apenas verificadas em certas regiões e em 
determinadas épocas. É possível também que a verónica tenha efectuado 
outrora a síntese de princípios activos que actualmente não produz em 
quantidades doseáveis.

A verónica é um excelente sucedâneo do chá, como o confirma um dos seus 
nomes vernáculos. Após a colheita, que se efectua durante a floraçã o, 
eliminam­se as folhas murchas e seca­se a planta em ramalhetes.

Habitat: Europa, excepto na região mediterrânica; matas abertas, orlas, 
clareiras, pastagens pobres, à beira das valas; em Trás­os­Montes    , 
Minho e Beiras, bosques, charnecas e montanhas; até 1000 m. 
Identificação: de O,10 a O,40 m de altura. Vivaz, caules duros, 
prostrados, enraizados nos nós; folhas opostas, acinzentadas, vilosas, 
com pecíolo muito curto ou nulo, limbo oval, ligeiramente serrilhadas, 
por vezes arredondadas no vértice; flores azul­malva muito claras (Maio­
Julho), em pequenos cachos erectos, pedunculados, pouco densos, 
terminais ou

inseridos nos nós; fruto viloso, triangular, com um chanfro largo e 
pouco fundo. Sabor amargo e acistringente. Partes utilizadas: sumidades 
floridas, folhas (Maio­Julho); secagem em molhos.
O Componentes: tanino, resinas, princípio amargo, aucubósido, ácidos 
orgânicos O Propriedades: aperitivo, depurativo, estomáquico, 
expectorante, galactagogo, vulnerário. U. I., U. E. + O Ver: aerofagia, 
apetite, bronquite, fadiga, fígado, icterícia, queimadura, rim, úlcera.

297
Viburno

Viburnum lantana L.

Caprifoliáceas

Mais pequeno que o noveleiro, o viburno distingue~se deste sobretudo 
pelos seus ramos recobertos de pêlos estrelados. Os frutos, ovais ou 
ligeiramente achatados, são pretos quando maduros. Pouco saborosos, são 
comestíveis logo que apresentam um começo de fermentação. A palavra 
lantana parece derivar da palavra latina lantare, dobrar, aludindo assim
à flexibilidade dos ramos jovens da planta. O viburno tem uma

notável particularidade botânica: as gemas, cobertas de escamas durante 
o período de crescimento, perdem­nas antes do início do Inverno. As duas
primeiras folhas nascem, permanecendo, no entanto, atrofiadas, e medem 
cerca de 1 cm; envolvem então a parte restante da gema e a futura 
inflorescência que nela está encerrada, segregando uma espécie de pruína
amarelada e viscosa que constitui um revestimento protector contra o 
frio. A segunda casca da raiz contém uma substância viscosa que produz 
uma

espécie de cola. As flores não possuem néctar, pelo que só são 
procuradas pelas abelhas devido ao pólen.

O Uso interno apenas com receita médica. Habitat: Europa, bosques, 
sebes, silvados; até
1500 m. Identificação: de 2 a 3 m de altura. Arbusto; ramos tomentosos, 
com pêlos cinzentos e estrelados, folhas grossas, quase brancas na 
página inferior, com nervuras salientes, pecioladas, opostas, evadas, 
inteiras, denticuladas; flores brancas (Abril­Maio), muito pequenas, 
cimeiras umbeliformes, baga verde, seguidamente vermelha e preta na 
maturaÇão. Cheiro intenso (flores); sabor acre (bagas). Partes 
utilizadas: folhas e bagas.

O Componentes: ácido vilbúrnico O Propriedades: acistringente, 
refrescante. U. E. M Ver: anginas, gengivas.
Vide­branca

Gematis vitalba L.

Cipó­do­reino, clernatite­branca

Bras.: cipó­cruz, cipó­una

Ranunculáceas

A vide­branca é uma das trepadeiras da flora europeia. Esta planta pode 
viver 25 anos, adquirindo o caule, com a idade, a espessura de um 
arbusto. No Inverno, é reconhecível nos bosques devido ao manto de 
suaves novelos prateados que a cobre inteiramente. Letal para os 
arbustos que a rodeiam, em volta dos quais se enrolam os pecíolos das 
suas folhas, a vide­branca é também perigosa para o ser humano e, 
excepto opiniã o médica contrária, é preferível destiná­la apenas a uso 
externo. Mesmo neste caso, a sua utilização é arriscada; as folhas, 
aplicadas sobre a pele, provocam uma revulsão local, sendo outrora 
utilizadas pelos mendigos profissionais para manter as chagas. A 
Gentatis recta L., que não é uma planta trepadeira, mas forma moitas 
possui propriedades análogas às da Clema;is vitalba L. Em baixo, à 
esquerda, está ilustrado um pequeno ramo da primeira destas espécies.

G Estritamente reservada ao uso externo. Habitat: Europa Central e 
Meridional, solos calcários, azotados, bosques, moitas; de Trás­os­
Montes ao Alentejo, nas sebes, muros e rochedos; até 1500 m. 
Identificação: de 15 a 20 m de alturq. Arbusto; caule trepador, lenhoso,
anguloso, robusto, que trepa por meio dos pecíolos das folhas; folhas 
verdes, opostas, pinuladas, com 3 a 9 folíolos, serrados ou crenados, 
ovais, pontiagudos ou cordiformes; flores brancas (Junho­Agosto), 
apétalas, com 4 sépalas em cruz, tomentosas nas 2 faces, numerosos 
estames,

flores dispostas em panículas; poliquénio com compridos apêndices 
plumosos. Cheiro agradável, pouco intenso, semelhante ao do pirliteiro; 
sabor picante e acre. Partes utilizadas: folhas (Verão).
O Componentes: saponósido, alcalóide, protoanemonina O Propriedades: 
revulsivo. U. E. + Ver: dor, nevralgia, úlcera cutânea.

299
Violeta

Viola odorata L.

Viola, violeta­de­cheiro, violeta­roxa

Violáceas

Existem numerosas espécies de violetas, muitas das quais são inodoras ou
ligeiramente aromáticas. Esta espécie é sem dúvida, entre todas, a que 
possui o aroma mais delicado.

Os Antigos entrançavam­nas em coroas

com as quais cingiam a testa durante as orgias para dissipar as dores de
cabeça provocadas pela ressaca. Além disso, a raiz, que contém violina, 
é um vomitivo, embora esta propriedade fosse desconhecida de Hipócrates,
Dioscórides e dos autores do século XII, tendo sido detectada pelos 
médicos árabes da Idade Média. O xarope de violeta, ainda hoje 
preparado, já era conhecido no século XVI. À família das Violáceas 
pertencem cerca de 1000 espécies agrupadas em 16 géneros; são plantas 
vivazes que se desenvolvem

em todos os continentes. Os Gregos na Antiguidade eram mestres na 
destilação de p@rfumes a partir das flores, entre as quais se

salientavam a violeta, a alfazema, a melissa e a rosa. Os astrólogos, 
que consagram algumas flores aos signos do zodíaco, associam a violeta 
aos nativos do Sagitário, grandes apreciadores da Primavera e da vida ao
ar livre. As flores fornecem às abelhas uma das suas primeiras colheitas
de néctar entre Março e Abril.

Habitat: Europa, sebes, prados, relvados, charnecas, bosques abertos; 
disseminada por todo o território português, sendo também frequentemente
cultivada; até 1000 m. Identificação: de O,10 a O,15 m de altura. Vivaz,
sem caules aéreos, estolhos alongados, radicantes e floríferos; folhas 
em roseta, longamente pecioladas, sendo as adultas cordiforme­
arredondadas e as outras reniformes; flores cor de violeta­escuras 
(Março­Abril), solitárias sobre um pedúnculo radical, 5 sépalas obtusas,
5 pétalas, 2 superiores erectas, 2 laterais, 1 inferior chanfrada, com 
esporão; cápsula

pubescente com 3 valvas. Cheiro agradável (flores). Partes utilizadas: 
flores, folhas, raiz, sementes (Julho­Setembro); secagem difícil à 
sombra, em camadas finas, virar frequentemente e secar as sementes à 
parte.
O Componentes: salicilato de metilo, saponásido, vitamina C, mucilagem O
Propriedades: emético, emoliente, expectorante, purgativo, sedativo, 
sudorífico. U. L, LI. E. + Ver: bronquite, greta, indigestão, 
intoxicação, olhos, tosse.
300
Visco­branco

Viscrim album L.

Lorantáceas

O visco­branco pertence a uma enorme família de cerca de 1400 espécies 
que vivem todas parasitariamente, podendo instalar­se em mais de uma 
centena de espécies de árvores  sobre cujos ramos formam volumosas 
manchas arredondadas que se conservam verdes durante todo o ano. A 
disseminação da planta é assegurada pelas aves, sobretudo pelos tordos e
melros, que ingerem os seus frutos, deixando sobre os ramos onde 
pousaram as sementes não digeridas. Estas germinam, produzem um 
haustório que penetra na

casca e que, por sua vez, emite raízes que se introduzem na madeira. O 
carvalho é uma das árvores que, na maior parte dos casos, resiste ao 
visco; devido à sua raridade, o visco do carvalho era considerado 
sagrado pelas civilizações antigas, havendo conhecimento de um 
cerimonial de purificação indispensável entre os druidas para fazer a 
sua colheita.

Desde então, o visco conservou um papel tradicional de portador de 
felicidade para os lares que ornamenta aquando das festas de fim de ano.
O visco­branco tem cheiro desagradável quando seco e possui um sabor 
amargo.

O Não utilizar os frutos; as folhas não devem ser escaldadas ou 
fervidas. Habitat: Europa, excepto o extremo norte, sobre a tília, a 
macieira, a pereira, o choupo; parasita de macieiras e pereiras, 
principalmente no Alto Minho e Estremadura; até 1300 m. Identificação: 
de O,20 a O,50 m de altura. Subarbusto; caules verdes, articulados, 
lenhosos e em tufos esféricos; ramos espessos e cilíndricos; folhas 
opostas, persistentes, oblongas e carnudas; flores amarelo­esverdeadas 
(Março­Abril), em fascículos sésseis, tendo as masculinas 4 sépalas e 4 
estames e as femininas 4

dentes que envolvem 2 carpelos soldados; baga redonda com polpa viscosa,
branca e transiúcida; raiz curta, espessa, peneirando no tecido vivo do 
seu hospedeiro. Partes utilizadas: folhas mondadas, frescas ou secas 
(antes da formação dos frutos).
O Componentes: colina, derivados triterpénicos, alcalóide O 
Propriedades: antiespasmódico, diurético, hipotensor, purgativo. U. L, 
U. E. + o Ver: albuminúria, arteriosclerose, circulação, edema, 
epilepsia, frieira, hipertensão, leucorreia, menopausa, nervos, tosse.

301
Vulnerária

Anthy11is vulneraria L.

Leguminosas

A vulnerária desenvolve­se     frequentemente em densas moitas, rente ao
solo, erguendo seguidamente os seus caules    floridos e dourados e 
formando autênticos tapetes de magnífico aspecto. A origem da    palavra
Anthy1lis é grega e deriva de anthos, flor, e ioulos penugem, numa alusã
o ao seu cálice viloso Assim, o néctar das suas flores melíferas não 
está ao alcance das abelhas. Nos prados, a vulnerária é avidamente 
pastada pelo gado, para o qual constitui um excelente alimento; no 
entanto, o seu rendimento como forragem não é importante, pois, se

bem que a sua folhagem seja densa, o seu

desenvolvimento em altura é muito limitado. Estas plantas demonstraram 
um curioso mimetismo. Uma colónia de vulnerárias transplantada de uma 
planície para 2400 m de altitude

adquiriu totalmente, ao cabo de 12 anos, a mesma coloração vermelha das 
flores de uma, espécie vizinha, Anthy11is dillenii Schultes.

Os Antigos e os médicos da Idade Média não deram qualquer importância à 
vulnerária. Nos meios rurais, as suas propriedades vulnerárias foram 
descobertas por empirismo; as suas flores fazem parte da composição do 
chá­suíço, depurativo muito utilizado.

Habitat: Europa, relvados secos, taludes, rochedos, solos calcários; em 
Portugal, cresce em matos, pinhais, locais áridos e secos do Norte e 
Centro; até 3000 m. Identificação: de O,05 a O,40 m de altura. Bienal ou
vivaz, caules prostrados ou ascendentes, folhas em roseta basilar, tendo
as inferiores um só folíolo, sendo as outras compostas por 3 a 6 pares 
de folíolos e a terminal maior; flores amarelas (Maio­Setembro), na 
extremidade de um caule floral erecto, com inflorescência globosa 
rodeada de brácteas verdes, cálice muito viloso com 2 lábios, com uma 
intumescência

em forma de bexiga, corola papilionácea com estandarte curto vagem 
inclusa com 1 ou 2 sementes. Sabo@ amargo. Partes utilizadas: toda a 
planta, flores, inflorescências; secagem à sombra em camadas finas; 
mexer o menos possível para evitar que as flores caiam.
O Componentes: tanino, saponósidos, flavonóides O Propriedades: 
acistringente, depurativo, vulnerário. Li. E. Ver: contusão, ferida.

302
Zaragatoa

Plantago psyllium L. Psílio, erva­ das­pulg as, erva­pulgueira

Plantagináceas

Azaragatoa pertence ao mesmo género das tanchagens, sendo, no entanto, 
muito diferente destas ^devido ao seu caule extensamente coberto de 
folhas e às suas frágeis espigas de flores brancas. Espontânea, cresce 
nos solos áridos e arenosos e nos entulhos. Das sementes brilhantes, 
pequenas e coroadas de Astanho advém­lhe o nome de psyllium, da palavra 
grega psylla, pulga; a sua semelhança com este insecto inspirou os nomes
vernáculos. As sementes, que contêm abundante mucilagem, têm a 
propriedade de regularizar o funcionamento dos intestinos, acção já 
conhecida, aliás, pelos médicos egípcios há mais de     10 séculos antes
de Cristo. Maceradas em   água, produziam uma loção calmante para os 
olhos fatigados de cor escura; para os    olhos claros, utilizavam­ .se 
de preferência os fidalguinhos. Misturadas com outras sementes, 
constituem a alimentaçã o das aves em cativeiro.

A zaragatoa é cultivada em quantidade para satisfazer as necessidades 
farmacêuti­cas. Outrora, a indústria utilizava­a também no acabamento 
das musselinas. Das folhas jovens e frescas, misturadas com o taráxaco 
na Primavera, faziam­se saladas, apreciadas pelas suas virtudes 
depurativas.

Habitat: região mediterrânica, solos pobres e arenosos; frequente em 
Portugal, terrenos incultos, searas, muros e areias; até 1000 m. 
Identificaçã o: de O,10 a O,35 m de altura. Anual, caule herbáceo, 
erecto ou ascendente, folhoso, pubescente e pouco ramificado; folhas 
sésseis, opostas ou verticiladas em grupos de
3, lisas, pubescentes e glandulosas; flores esbranquiçadas (Abril­
Julho), pequenas, em espigas globosas, pedunculadas, com brácteas 
curtas, cálice com sépalas iguais, corola com tubo enrugado 
transversalmente; pixídio que se abre por uma fenda circular e contendo

2 sementes brilhantes, castanhas, lisas, marcadas dorsalmente por uma 
linha média clara e longitudinal, esbranquiçada e esbatida na face 
oposta; raiz delgada. Partes utilizadas: sementes (Outono); conservação 
em sacos de papel ao abrigo da humidade.
O Componentes: mucilagem, óleo O Propriedades: emoliente, laxativo. LI. 
L, U. E. O Ver: diarréia, obstipação, queimadura, úlcera cutânea.
Zimbro­comum

Juniperus communis L.

Zimbro

Coníferas

Esta espécie encontra­se na Europa, onde pode sobreviver a grandes 
altitudes, geralmente até 2500 m, embora nessas regiões geladas 
apresente um aspecto definhado e irregular, em formas prostradas e 
contorcidas. Em climas menos rigorosos desenvolve­se com um certo vigor 
e assume aspectos diferentes conforme a espécie. Possuindo pequenas 
agtk4has aceradas, o zimbro tem o aspecto de um silvado agreste no meio 
do qual amadurecem, no decorrer do segundo ano de vida > frutos azul­
escuros, cobertos de uma pruína baça; são as *bagas+ de zimbro.

O seu sabor conferiu à planta o nome científico da espécie, derivado da 
palavra celta juneprus, acre.

Estas falsas bagas tiveram na Idade Média uma extraordinária 
celebridade, pois supunha­se que faziam curas miraculosas. No século 
xvi, eram consideradas como uma panaceia e um antídoto universal. 
Actualmente, sã o utilizadas devido às suas virtudes diuréticas e 
aperitivas e às suas propriedades culinárias, pois entram na confecção 
de alguns pratos da cozinha curopeia e servem para condimentar o 
presunto fumado e a
choucroute; constituem ainda o elemento base na preparação do gin.

Em doses elevadas, os frutos podem provocar irritações no aparelho 
urinário; proibido às grávidas. Habitat: Europa, terrenos expostos ao 
sol; Minho e Trás­os­Montes; até 2500 m. Identificação: de O,50 a 6 m de
altura. Arbusto; tronco com casca rugosa, cinzenta, pernadas erectas e 
ramos jovens com secção triangular; folhas de cor verde­glauca e 
brancas, muito epinescentes, inseridas em grupos de 3; flores amareladas
(Abril­Maio), dióicas, pouco visíveis, agrupadas em pequenos amentilhos 
na axila das folhas; fruto (gálbula) verde e depois azul­escuro, com 
pruína, tendo no ápice uma fenda estrelada com 3 sementes triangulares. 
Partes utilizadas: ramos folhosos, frutos; secagem em camadas finas em 
local arejado; remover com frequência; conservação difícil.
O Componentes: óleo essencial, resina, glúcidos, ácidos orgânicos O 
Propriedades: aperitivo, carminativo, depurativo, diurético, emenagogo, 
rubefaciente. U. I., U. E. + V M Ver: acne, apetite, bronquite, cistite,
desinfecÇão, edema, ferida, hálito, menstruação, reumatismo.

304
As plantas cultivadas
PLANTAS CULTIVADAS

Abóbora

Cucurbita pepo L.

Abóbora­amarela, abóbora­porqueira, curcúbita

Bras.: jerimum, jerimu, abóbora­amarela,

abóbora­moranga

Cucurbitáceas

A abóbora foi um dos primeiros legumes importados do Novo Mundo; 
originária da América Central, chegou à Europa no século XVI, bem como a
sua parente próxima, a

abóbora­menina, Cucurbita maxima Duch. Aquosa, pobre em prótidos e 
lípidos, pouco doce, a sua polpa tem um fraco valor nutritivo. Contém, 
no entanto, vitaminas A e C, enzimas e numerosos oligoelementos. 
Bastante agradável ao paladar e muito digestiva, a abóbora bem cozida, 
preparada em puré ou em sopa, é um alimento adequado para estômagos 
sensíveis, não sendo, no entanto, estimulante do apetite: um pouco de 
tomilho e de hortelã fresca compensam a insipidez do seu sabor. A 
abóbora­menina é um pouco mais nutritiva. As sementes, tóxicas para os

vermes como a ténia e os áscaris, são inofensivas para o homem.

o Propriedades: emoliente, laxativo, verinífugo. U.l., U.E. + O Ver: 
cistite, diarreia, nefrite, obstipação, parasitose, queimadura, 
reumatismo.
Abrótano

Artemisia abrotonum L.

Abrótano­macho, erva­ lombrigueira

Compostas

Esta espécie de Artemisia, de folhas delicadamente divididas em lacínias
glabras, e

com o aroma viçoso do limão, era outrora muito cultivada como planta 
medicinal e

aromática em extensas zonas da Europa. Não é conhecida em parte alguma 
no estado espontâneo. Deriva possivelmente de uma

espécie disseminada na Europa Oriental e na

Sibéria. Embora cresça ainda actualmente nos jardins q, mais raramente, 
nos cemitérios, perdeu quase completamente a sua antiga reputação de 
planta medicinal. Efectivamente, o abrótano tinha na Idade Média um 
grande prestígio, sendo receitado tanto para dores de estômago e 
mordeduras de serpentes, como para os possessos do Demónio. Embora ainda
apreciada no Renascimento, passou no século XVIII a ser apenas 
considerada um sucedâ neo da losna, porém

com gosto agradável. Como a losna, o abrótano é estimulante, 
especialmente do aparelho digestivo; porém, tal como aquela planta, deve
ser utilizado com prudência e moderação. Outrora, era hábito colocar 
ramos de abrótano nos armários para perfumar a

roupa e afastar os insectos, pelo que esta planta também é conhecida por
guarda­roupa. o Propriedades: anti­séptico, cicatrizante, emenagogo, 
estimulante, sudorífico, verinífugo, vulnerário. U.l., U.E. + V O Ver: 
anemia, apetite, cabelo, ferida, inénstruação, meteorismo, parasitose.

Açafrão

Crocus sativus L.

Erva­ruiva, açaflor Bras.: açafrão­oriental, flor­da­aurora, flor­de­
hércules

Iridáceas

No Outono, as flores cor de violeta desta bela planta originária do 
Mediterrâneo Oriental apresentam um estilete frágil dividido no cimo em 
três ramificações dilatadas e alaranjadas, os estigmas. Estes constituem
o açafrão­oficinal e condimentar, produto extremamente caro em todas as 
é pocas, pois são necessárias entre 120 000 e 140 000 flores para obter 
1 kg de açafrão seco. Deve a sua cor vibrante à presença de um 
carotenóide. Citado no papiro egípcio de Ebers, no Cântico dos Cánticos 
e na Ríada, o açafrão teve outrora, conservando­as até ao século xVIII, 
mais aplicações medicinais do que condimentares. Dioscórides, no século 
1, considerava­o antiespasmódico; a medicina árabe atribuía­lhe 
propriedades emenagogas; durante a Idade Média e também no Renascimento,
era receitado para tratar inúmeras doenças.

Os estigmas contêm óleo essencial aromático, irritante, associado a um 
heterósido amargo. Mantendo um preço mais elevado que as outras 
especiarias, o açafrão não é utilizado em todas as aplicações para que 
tem qualidades. o Propriedades: emenagogo, estimulante, hipnótico, 
sedativo, tónico. UA, U.E. + Ver: apetite, bronquite, digestão, 
frigidez, gengivas, impotência, menstruação, tosse.

AcelGa

Beta vulgaris L., var. cicla Pers.

Celga

Quenopodiáceas

De entre o grande número de verduras de origem exótica, a acelga 
singulariza­se pela sua origem europeia. Deriva, na realidade,
306
denominadas impropriamente folhas, e a

folha larga e muito recortada, unida ao caule, que é a parte utilizada 
em medicina. A alcachofra­verdura, especialmente quando crua, possui ,se
bem que menos eficazes, as propriedades das folhas. É um alimento que 
pode ser consumido pelos diabéticos. Depois de cozida, a alcachofra 
altera­se muito rapidamente e produz toxinas, pelo que, após a cozedura,
deve ser imediatamente consumida. Aliás, o vegetal é menos indigesto se 
for submetido a uma cozedura rápida. A sua acção prejudica a secreção 
láctea, pelo que não deve ser ingerido durante a lactação. Supõe­se que 
a infusão das folhas, extremamente amarga, tem uma actividade benéfica 
sobre as paredes vasculares, pois parece fazer baixar o teor de 
colesterol sanguíneo. o Propriedades: antidiarreico, aperitivo, 
colagogo, colerético, depurativo, diurético, hipoglicemiante, tónico. 
U.l. + V O Ver: arteriosclerose, celulite, colesterol, diabetes, 
esterilidade, fígado, gota, obesidade, ureia, vesícula biliar.

Alcaparra

Capparis spinosa L.

Bras.: alcaparro

Caparidáceas

Subarbusto indígena das costas mediterrânicas, cresce junto aos muros, 
que ornamenta com as suas flores brancas. Cultivada desde a Antiguidade 
na sua área de origem, foi uma das plantas condimentares mais apreciadas
pelos Gregos e Latinos, que consumiam os seus tenros botões florais. Os 
médicos antigos utilizavam a casca da sua raiz, que consideravam 
diurética, tónica, adstringente e antiespasmódica, e receitavam­na para 
doenças do fígado e do baço, certas paralisias e estados histéricos e 
depressivos. Para uso externo, a decocção da raiz era utilizada para a 
lavagem de feridas e úlceras. As alcaparras frescas contêm um teor 
bastante elevado de um flavonóide que fortalece as paredes dos capilares
e a sua tonicidade. o Propriedades: antiespas módico, aperitivo, 
detersivo, diurético, tónico. U.l., UX. Ver: apetite, úlcera cutânea.

Alface­de­cordeiro

Valerianella olitoria (L.) Poll.

Alface­de­coelho

Valerianáceas

Segundo Alphonse de Candolle, historiador
308
de plantas cultivadas dos finais do século passado, esta humilde planta,
parente da valeriana, seria originária da Sardenha e da Sicília, de onde
a sua cultura se expandira posteriormente por grande parte da Europa. 
Actualmente, de qualquer modo, além da sua característica hortícola, a 
alface­de­ cordeiro surge vulgarmente na Primavera, nos campos, nos 
jardins e até em muros velhos. No século XVI, o poeta Ronsard mencionou 
pela primeira vez esta pequena planta silvestre que a selecção hortícola
mais tarde transformou em deliciosa hortaliça, ligeiramente 
mucilaginosa, que lamentavelmente não se encontra com facilidade. A 
alface­de­cordeiro preparada em salada é bem tolerada pelos estômagos 
sensíveis. A sua riqueza em provitamina A confere­lhe propriedades que 
contribuem para o equilíbrio do crescimento, a luta contra as infecçõQs,
a beleza da pele e a cicatrização de feridas. A alface­de­cordeiro tem 
inúmeras plantas espontâneas afins na flora européia, entre as quais a 
Valerianella carinata Lois., a Valerianella discoidea Lois., a V. 
coronata (L.) DC., a V. microcarpa Lois. e outras. o Propriedades: 
depurativo, emoliente, laxativo. U.l. Ver: artritismo, cura de 
Primavera, obesidade.

Alfaces

Lactuca sativa L., alface, alface­hortense Lactuca scariola L., alface­
brava­menor,

alface­silvestre

Compostas

A alface­brava deriva de uma espécie espontânea muito vulgar nos baldios
das regiões temperadas da Europa e da Ásia; a alface cultivada, de forma
repolhuda, pelo contrário, tem uma origem imprecisa, provavelmente da 
Ásia Ocidental. Aliás, é possível que se ligue geneticamente à primeira.
Os Gregos e os Romanos já comiam alfaces, e

inúmeras selecções hortícolas diversificaram­nas tanto que seria quase 
impossível fazer o censo de todas as suas variedades.

Com 95% de água, a alface, um alimento de fraco valor, é, no entanto, 
aperitiva e

refrescante. Aliás, seria errado negligenciar as suas vitaminas, os seus
minerais e os seus oligoelementos, sobretudo o iodo, o níquel, o 
cobalto, o manganésio e o cobre. Cozida e aplicada em cataplasma sobre a
epiderme, tem um efeito suavizante. Tal como as espécies bravas, mas em 
menor quantidade, as alfaces cultivadas contêm lactucário no seu suco 
leitoso. Este produto, cuja composição é complexa, exerce uma acção 
analgésica, sedativa e hipnótica que torna a salada salutar, ingerida na
refeição da noite, para as

pessoas nervosas e que sofrem de insônias.
Cozida ou em puré, a alface constitui uma refeição excelente e leve de 
fácil digestão. o Propriedades: analgésico, antiespasmódico, emoliente, 
hipnótico, sedativo. U.l., U. E. + V O Ver: acrie, acne rosácea, 
nervosismo, pele, sono, tosse convulsa.

Alfarrobeira

Ceratonia siliqua L. Figueira­do­egipto Bras.: figu eira­ do­ egipto, 
fruto­ de­pitágoras

Legumiriosas

Esta pequena árvore sempre verde, originária da região mediterrânica 
oriental, estende­se até aos confins do Sara e à Ásia Ocidental. É 
árvore subespontânea em Portugal, cultivada especialmente no Algarve, 
onde se distinguem desde tempos imemoriais quatro formas de 
alfarrobeira: mulata, de burro, canela e galhosa, sendo a primeira a 
mais frequente. Introduzida na Península na Idade Média pelos Árabes, a 
cultura da alfarrobeira tornou­se ali regressiva, aliás como em todas as
costas do Norte do Mediterrâneo. Nas regiões mais desfavorecidas, 
mantém­se como cultura complementar apreciável. As alfarrobas, que 
parecem ter sido alimento de S. João Baptista no deserto, são longas 
vagens de cor castanha enegrecida que contêm entre 12 e 16 sementes 
duras mergulhadas numa polpa avermelhada, primeiro amarga, depois 
adocicada. Laxativas no estado fresco, as alfarrobas são antidiarreicas 
quando secas. A farinha da polpa seca, que actua como uma autêntica 
esponja em relaçã o às toxinas do tubo digestivo, dá excelentes 
resultados no tratamento das infecções intestinaís, especialmente em 
crianças pequenas. o Propriedades: antidiarreico, emoliente, laxativo. 
U.l. + O Ver: diarréia, obesidade.

Alho

Allium sativum L.

Liliáceas

Provavelmente originário das estepes da Ásia Central, cultivado desde 
tempos muito remotos e aperfeiçoado até à obtenção de variedades 
caracterizadas por um enorme bolbo no Próximo Oriente e no Mediterrâneo 
Oriental, introduzido na Europa logo nos primórdios da agricultura, o 
alho é, indubitavelmente, o mais importante dos condimentos ­remédios. 
Embora actualmente seja apenas utilizado em culinária, as suas virtudes 
medicinais são inúmeras. Ao incluí­lo em profusão na ementa dos 
construtores da pirâmide de Gizé, os Egípcios no
5.O milénio a. C. já reconheciam as suas propriedades estimulantes. 
Aquando do Êxodo, os Hebreus consideravam­no uma das mais preciosas 
riquezas que foram forçados a abandonar no Egipto. Símbolo da força 
física para Aristófanes, o alho é citado por todos os médicos e 
naturalistas da Antiguidade. No século 1, Dioscórides considerava­o uma 
panaceia.    Porém, os deuses não apreciavam os efeitos    que provocava
no hálito, e assim aos fiéis que o ingeriam era interdita a entrada nos 
templos. Preventivo, mas não curativo, da peste na Idade Média, o alho 
permaneceu, nos meios rurais, o remédio quase universal.

O cheiro especial e a maioria das propriedades do alho devem­se à 
presença no bolbo de uma essência sulfurada, cujo produto activo, a 
alicina, revela uma considerável acção antibiótica. Contém ainda 
enzimas, hormonas sexuais, as vitaminas B 1, B2, PP e C, provitamina A, 
sais minerais e oligoelementos.

Antibiótico, o suco fresco de dente de alho, mais enérgico que a 
essência isolada, dificulta o desenvolvimento de inúmeros germes 
patogénicos. O princípio activo da alicina, volátil, determina a sua 
acção anti­séptica, mesmo a uma certa distância; assim, a máscara 
repleta de alho usada pelos médicos medievais desempenhava um papel de 
protecção evidente. Durante a 11 Guerra Mundial os soldados russos 
estavam providos de dentes de alho que esmagavam nos bordos das feridas 
para evitar as infecções. o Propriedades: antidiabético, 
antiespasmódico, anti­séptico, calicida, diurético, estimulante, 
expectorante, hipotensor, tónico, vermífugo. UA, U.E. + O Ver: abcesso, 
apetite, arteriosclerose, asma, cancro, circulação, coração, diarréia, 
enfisema, epidemia, ferida, gota, hipertensão, litíase, ouvido, 
parasitose, picadas, pulmão, réumatismo, tabagismo, tosse convulsa, 
úlcera.

Alho­poRRo

Alhum porrum L.

Porro­hortense

Bras.: alho­macho, alho­poró

Liliáceas

Existem muitas razões para acreditar que o
alho­porro deriva do porro­bravo, Allium ampeloprasum L., espécie 
propagada em

toda a região mediterrânica e festim na Primavera para os apreciadores 
de plantas silvestres. A sua cultura é tão antiga como a da

cebola, e tanto a história dietética como a terapêutica dos dois legumes
são similares.
O alho­porro exerce uma acção diurética; muito aquoso, é no entanto 
bastante rico em mucilagem, contém numerosos sais minerais e, como os 
outros Allium, enxofre. Bem

309
PLANTAS CULTIVADAS

cozido, é um alimento fácil de digerir. As suas propriedades medicinais 
são inúmeras e

valiosas. A água da sua cozedura, se tiver pouco sal, tem um elevado 
poder diurético.
O bolbo cru acalma rapidamente as picadas dos insectos. * Propriedades: 
anti­séptico, diurético, emoliente, expectorante, laxativo, resolutivo. 
U.I., U.E. + V Ver: abcesso, albuminúria, alcoolismo, anginas, 
arteriosclerose, artritismo, bronquite, cabelo, convalescença, digestão,
diurese, edema, esterilidade, ferida, furúnculo, obesidade, obstipação, 
panarício, pele, picadas, rim, tez, tosse, ureia.

Ameixeira

Pruntis domestica L.

Ameixoeira, ameixieira

Rosáceas

É muito provavelmente um híbrido derivado do abrunheiro­bravo, Prunus 
spinosa L., e

do Prunus cerasifera Ehrh., que crescem conjuntamente no Sudeste Europeu
e na Ásia Ocidental. A ameixeira é cultivada desde tempos remotos no 
Médio Oriente, sendo já conhecida pelos Latinos no século I. Dela deriva
o abrunheiro, Prumís domestica L., Subespécie insititia Schneid., com 
frutos bastante pequenos, globosos, geralmente de cor

azul­escura ou púrpura. A amêndoa dos caroços contém uma substância que 
produz ácido cianídrico, pelo que pode ser perigosa. A ameixa fresca 
contém 84% de água, entre 8 e 11% de glúcidos, 1,5% de ácidos orgânicos,
uma quantidade notável de provitamina A, os minerais clássicos e um 
pigmento. A ameixa passada, ou seja seca, tem uma percentagem de 
glúcidos de cerca de 60%, dos quais 44% são açúcar, tornando­se assim um

alimento de elevado valor energético, tónico e depurativo e um laxante 
de fama milenar. o Propriedades: depurativo, estimulante, febrífugo, 
laxativo, tónico. U.l. Ver: fadiga, febre, fígado, obstipação.

Amendoeira

Pruntis amygdalus Batsch (= Amygdalus communis L.)

Bras.: amêndoas

Rosáceas

A amendoeira está difundida no estado espontâneo, sob diversas formas, 
do mar Egeu ao Pamir. Cultivada desde há milénios na Ásia e introduzida 
na Europa pelos Gregos nos séculos v ou vi a. C., é actualmente 
cultivada e está aclimatada em todas as regiões meridionais. Existem 
duas variedades morfologicamente indistintas; a mais semelhante ao tipo 
espontâneo tem sementes amargas, e

a outra, sementes doces.
Rica em óleo, proteínas e glúcidos, com

grande quantidade de vitaminas BI, B2, PP, B5, B6, provitamina A e 
substâncias minerais, a amêndoa doce é um alimento de elevado valor 
nutritivo. Contudo, deve ingerir­se moderadamente, no máximo 12 a 15 
amêndoas por dia. A amêndoa seca é indigesta, pelo que deve ser 
consumida depois de torrada.

O leite de amêndoas obtido pela trituração da semente pelada com açúcar,
seguida de diluição da pasta resultante em água, tinha outrora numerosas
aplicações. O óleo de amêndoas doces ou amargas, extraído por pressão 
(após destilação das substâncias tóxicas), é um óptimo laxativo. 
Reputado cosmético desde há séculos, amacia e tonifica as peles secas, 
acalma os pruridos e acelera a cura das dermatoses e das queimaduras 
superficiais. As amêndoas amargas, outrora frequentemente receitadas 
devido às

suas propriedades antiespasmódicas e sedativas, contêm, como muitas 
outras sementes do género Prutius, uma substância que produz ácido 
cianídrico em teor elevado: basta a ingestão de 10 amêndoas, ou até de 
menor quantidade, para causar graves perturbações, e 20 podem ser 
fatais. Grande número de amendoeiras, outrora plantadas para extracção 
do óleo, nas regiões meridionais dão amêndoas amargas. o Propriedades: 
antianémico, antiespasmódico, emoliente, laxativo, remineralizante, 
sedativo. U.l., U.E. + V O Ver: alcoolismo, anemia, astenia, 
convalescenç a, crescimento, digestão, eritema, gravidez, greta, 
obstipação, pele, prurido, queimadura, sono, tosse.

Amoreira­ne

ra

Morus nigra L. Amoreira­preta Bras.: amora­preta, amora­da­silva

Moráceas

Esta frutífera pouco conhecida não deve ser

confundida com a sua parente próxima, a amoreira­branca, Morus alba L., 
alimento do bicho­da­seda, que dá também geralmente frutos negros em 
forma de amora alongada. Os frutos (soroses) da amoreira­negra, 
desprovidos de pedúnculo, são grandes e muito ácidos antes da maturação,
tornando­se depois agridoces; os frutos da amoreira­branca, sempre 
pedunculados, são mais pequenos, insípidos e depois doces e sem acidez. 
Árvore oriunda da Ásia Ocidental, a amoreira­negra foi há muito 
introduzida na Europa Mediterrânica. Os Gregos e os Romanos apreciavam 
os seus frutos, sempre abundantes, de gosto delicioso, misto de groselha
e

310
framboesa. Porém, as amoras são de difícil conservação e sujam de uma 
cor púrpura­escura as mãos de quem as colhe. Por estas razões, 
possivelmente, a árvore está em vias de extinção. Apenas se encontram 
alguns exemplares nas regiões meridionais. A amora contém cerca de 10% 
de açúcar e, em pequena quantidade, vitaminas. As crianças apreciam o 
seu xarope, refrescante, e a sua

excelente geleia. As folhas, outrora consideradas febrífugas e 
adstringentes, são há muito utilizadas como antidiabético nos Baleãs. o 
Propriedades: adstringente, hipoglicemiante, laxativo, refrescante. 
U.l., UX. O Ver: afta, anginas, boca, obstipação.

Anis

Pimpinella anisum L.

Anis­verde, erva­doce

Uinbelíferas

O anis é cultivado em todo o Sul da Europa e um pouco também mais ao 
norte. Evadindo­se das plantações e jardins, desenvolve­se 
espontaneamente, se bem que de modo esporádico. A sua origem permanece 
um mistério, pois, introduzido na Ásia em tempos muito remotos, 
desconhece­se qualquer zona onde exista no estado espontâneo.

Dos frutos, a única parte da planta utilizada, ricos em óleo e 
proteínas, obtém­se, por destilação pelo vapor, uma essência de aroma e 
sabor característicos e que em doses elevadas é tóxica, sobretudo quando
alterada devido à exposição ao ar e à luz. Era um dos mais nocivos 
componentes do absinto e entra ainda na composição de alguns aperitivos.

O anis, perfeitamente inofensivo em doses medicinais, é um excelente 
estimulante da digestão. Antiespas módico, é indicado para tratar 
perturbaçõ es nervosas ligeiras, distúrbios gastrintestinais de origem 
nervosa e

espasmos do aparelho respiratório. O anis é utilizado para mascarar o 
gosto desagradável de algumas preparações farmacêuticas. o Propriedades:
anti espasmódico, carminativo, estimulante, expectorante, galactagogo. 
UA, U.E. + O Ver: aerofagia, contusão, dentes, espasmo, estômago, 
flebite, indigestão, lactação, meteorismo, soluço, tosse, vómito.

Armoles

Atriplex hortensis L.

Erva­armoles

Quenopodiáceas
Hortaliça muito antiga, originária do Sudeste Europeu e da Ásia 
Ocidental, provavelPLANTAS CULTIVADAS

mente cultivada pelas colónias neolíticas  >  a

armoles tinha as utilizações culinárias do espinafre antes da introdução
deste último na Europa, na Idade Média. Se bem que praticamente em 
desuso nos nossos dias, esta planta era ainda muito apreciada no século 
passado.
A armoles era outrora utilizada na preparação de caldos destinados aos 
doentes do estômago e intestinos; associando­a à mercurial, obtinha­se 
uma decocção laxativa que não provocava irritações. Considerada 
actualmente uma erva daninha dos jardins e locais habitados, a armoles 
identifica­se pelas suas folhas triangulares verde­glaucas, não 
pulverulentas na página inferior, produzindo na maturação frutos alados 
de 1 a 1,5 cm de comprimento. O sumo fresco contém uma notável 
percentagem de vitamina C. É errado não a cultivar, pois, além do seu 
sabor agradável e propriedades alimentares semelhantes às do espinafre, 
mas mais doce, é um produto hortícola de cultura muito fácil, de 
crescimento rápido, que resiste à  aridez e susceptível, devido ao seu 
porte elevado, de proteger as plantas sensíveis ao

vento suão, especialmente nas hortas das zonas meridionais. o 
Propriedades: diurético, emoliente, refrescante. U.l., UX. Ver: dartro, 
diarreia, queimadura.

Arroz

Orvza sativa L.

Gramíneas

Cereal básico na alimentação das civilizações da Ásia Meridional e do 
Extremo Oriente, desde sempre cultivado na índia e na China, o arroz é 
actualmente conhecido sob milhares de variedades em todas as regiões 
intertropicais e temperadas quentes. Se bem que tenha começado a ser 
conhecido como alimento na Europa no tempo de Alexandre Magno, só foi 
cultivado a partir do século VIII, época em que os Árabes o introduziram
no Sul de Espanha, atingindo rapidamente a França e a Itália. O arroz 
branco, polido e glaceado, totalmente desprovido das camadas proteicas 
externas e do germe, é apenas amido e, como tal, não deve constituir a 
base exclusiva de uma dieta alimentar. Pelo contrário, o arroz integral 
é um alimento mais rico; a sua composição, no entanto    > torna­o muito
inferior ao trigo como elemento de equilíbrio nutricional. O arroz 
integral possui numerosas propriedades; o arroz

branco, menos indigesto, é mais conveniente para os doentes de dispepsia
e úlceras. o Propriedades: antidiarreico, hipotensor, suavizante. UA, 
U.E + V O Ver: crescimento, diarreia, meteorismo, pele, ureia.
311
PLANTAS CULTIVADAS

Aveia

Avena sativa L.

Gramíneas

Muito provavelmente derivada da aveia­doida, Avena fatua L., ou de 
híbridos desta última com o balanco, Avena sterilis L., a

aveia cereal surge no início dos tempos históricos no Mediterrâneo 
Oriental.

É utilizada em fitoterapia devido às suas propriedades energéticas e 
nutritivas. Todas as suas partes têm utilidade: as sementes, pela 
sêrnola e farinha; a palha e as glumas (invólucros externos dos grãos 
que caem

aquando da debulha); o fruto contém grande quantidade de amido, cerca de
12% de prótidos, 5% de lípidos, dos quais quase 25% de lecitina, 2 a 5% 
de açúcares, sais minerais, fósforo, magnésio, cálcio, aminoácidos, 
numerosas enzimas, uma hormona sexual feminina, as vitaminas BI, B2, PP 
e

provitaminas A e D. A casca do grão, ou farelo, contém um alcalóide e um
elevado teor em saponósidos; a palha, rica em sílica, contém ainda 
provitaminas A e D. O grão, excepcionalmente nutritivo, é o alimento 
tradicional de Inverno nos países setentrionais, sob a forma de papas ou
de flocos constituídos por grãos achatados. A palha    > que é sedativa,
pode ser utilizada como sucedâneo da cavalinha; porém, sendo rica em 
minerais, é contra­indicada para os doentes de reumatismo. o 
Propriedades: antiasténico, emoliente estimulante, hipoglicemiante, 
sedativo. @.Í.’ U. E. V O Ver: astenia, banho, convalescença, 
crescimento, diabetes, envelhecimento, esterili~ dade, impotência, pele,
sono, surmenage.

Balsamita

Chry,sunthemum balsamita Baili.

Tanacetum balsamita L.)

Hortelã­francesa

Conipostas

Esta grande composta vivaz é muito semelhante ao tanaceto devido aos 
seus medíocres capítulos de centro amarelo formado por flores de corola 
tubulosa. Porém, as suas consistentes folhas são ovais, simples, de 
limbo crenado.
Toda a planta está revestida de um indumento viloso. Quando apertada 
entre os

dedos, exala um aroma penetrante, misto de hortelã e limão. Originária 
da Ásia Menor e

do Norte do Irão, a balsamita é cultivada desde a Antiguidade nas 
regiões meridionais da Europa, onde ainda é possível encontrá­la também 
no estado subespontâneo. Muito difundida na Idade Média, época em que 
era vulgarmente utilizada como vulnerário, sob a forma de *óleo de 
bálsamo+, obtido pela maceração das folhas e das sumidades floridas em 
óleo, perdeu, nos nossos dias, gran­. de parte da sua reputação. o 
Propriedades: antiespasmódico, carminativo, diurético, estimulante, 
vermífugo, vulnerário. U.l. Ver: aerofagia, bronquite, depressão, 
estômago, litíase, meteorismo, nervosismo, parasitose, tosse.

B atateira

Solanum tuberosum L.

Batata

Solanáceas

Seria quase supérfluo recordar que esta planta, que adquiriu uma 
importância capital na alimentação do mundo ocidental, foi introduzida 
em Espanha provavelmente cerca de
1580, após a conquista do Peru pelos soldados de Pizarro.

A sua cultura propagou­se com bastante rapidez em Espanha, na Alemanha e
em Itália para alimentação dos animais. Em 1763, Parmentier, prisioneiro
de guerra na Alemanha, provou ali a batata, empreendendo então a difícil
tarefa de a difundir e desenvolver a sua cultura em França com o 
beneplácito de Luís XVI. Actualmente, existem cerca de 2000 variedades 
de batata em todo o Mundo.

O tubérculo é um alimento muito nutritivo, perfeitamente digerível, 
energético, revigorante, inofensivo em qualquer caso, mesmo para os que 
sofrem de dispepsia e úlceras. É preferível cozer as batatas ou assá­las
com a pele no forno, na brasa ou em vapor. Fortemente mineralizante, 
menos rica do que os

cereais íntegros, como os grãos de cevada, trigo e aveia, a batata não 
deve ser preferida em relação a estes últimos numa alimentação 
equilibrada.

Muitas pessoas desconhecem que é conveniente ter cuidado com todas as 
partes verdes da planta, sobretudo as bagas antes da maturação e os 
brolhos do tubérculo, pois contêm uma substância venenosa, a solanina, 
que já tem provocado algumas intoxicações fatais. o Propriedades: 
cicatrizante, diurético, emoliente, suavizante. U.l., U.E. + V O Ver: 
cólica, diabetes, esterilidade, estômago, obstipação, olhos, pele, 
queimadura, queimadura solar.

312
PLANTAS CULTIVADAS

Beldroega

Portulaca oleracea L.

Brus.: beldroega­pequena

Portulacáceas

Esta erva muito antiga, utilizada em saladas e sopas, com pequenas 
folhas carnudas, é actualmente mais frequente naturalizada nas

velhas hortas e nas imediações de locais habitados do que cultivada. 
Originariamente espontânea da Grécia à China, a beldroega é hoje uma 
erva infestante propagada em

grande parte do Mundo.

Um teor importante de substâncias mueilaginosas determina as diversas 
propriedades da beldroega. Outrora, prescrevia­se não só o seu suco, mas
também a decocção das suas sementes como vermífugos infantis. A cultura 
desta planta é extremamente fácil, merecendo um lugar nas hortas. Crua, 
misturada em saladas, ou cozida com espinafres, é reguladora da função 
intestinal. o Propriedades: anti­infiamatório, depurativo, diurético, 
emoliente, refrescante, vermífugo@ U.l. Ver: bronquite, cistite, febre, 
parasitose, sede.

Beringela

Solanum melongena L.

Bras.: beringela­rosa, berengena, tongu, macumba

Solanáceas

Esta planta, da mesma família do tomate e da batata, é desde há muito 
cultivada na índia. Os Árabes trouxeram­na para o Ocidente; no entanto, 
nã o apareceu na Europa antes do século XV, e só depois de 1825 surgiu 
nos mercados. É cultivada em quase todas as

regiões temperadas quentes,

O seu valor nutritivo é insignificante, o

que não sucede relativamente ao seu interesse terapêutico. Embora as 
partes verdes, que contêm alcalóides, sejam tóxicas como na maioria das 
solanáceas, a polpa do fruto contém substâncias do grupo dos saponósidos
e na pele existem pigmentos, ácidos orgânicos e um álcool. A beringela 
cozida com pele e
sem excesso de gorduras pode ser aconselhada para tratar a atonia 
hepatobiliar. o Propriedades: colerético, diurético, emoliente, 
hipocolesterolemiante, laxativo. U.l.

Ver: colesterol, fígado, obesidade, obstipação.

Ber amota
Citrus bergamia Riss. et Poit.

Vergamota

Rutáceas

É um parente próximo da laranjeira­doce e

de origem idêntica, apenas se parecendo com ela pelos seus ramos, por 
vezes espinhosos, e pelos frutos, de cor amarelo­pálida, de 7 a 10 em de
comprimento e frequentemente em forma de pêra. A bergamota só é 
cultivada nas regiões meridionais mais quentes da Europa, especialmente 
no Sul de Itália, na Calábria. Os frutos, muito aromáticos e ácidos, 
impróprios para consumo, apenas se colhem pela casca, que contém cerca 
de O,5% de uma essência que confere à planta as suas propriedades 
terapêuticas e aromáticas. Utilizada em perfumaria para fabricar águas­
de­colónia, em confeitaria na confecção de caramelos, serve ainda para 
perfumar alguns chás como o Earl Grey, que, tomado em excesso, pode ser 
nocivo. A cosmetologia inclui a essência de bergamota em certos produtos
bronzeadores, que devem ser utilizados com precaução, pois podem fazer 
surgir manchas cutâncas muito inestéticas e difíceis de desaparecer 
devido ao bergapteno contido no óleo essencial. o Propriedades: 
antiespasmódico, anti­séptico, fotossensibilizador. U.l., UX. Ver: 
bronzeamento, cólica, frieira.

Beteua­ba­sacarina

Beta vulgaris L., var. rapaceu Koch

Bras.: beterraba

Quenopodiáceas

As variedades de raiz grossa, carnuda e variavelmente adocicada da Beta 
vulgaris, conhecidas sem dúvida desde a Antiguidade, mas pouco 
cultivadas, propagaram­se cerca do século X111 a partir da Germânia, 
onde os

camponeses pobres as utilizavam consideravelmente. Mencionada pela 
primeira vez em

França por Olivier de Serres, em 1600, a beterraba tornou­se rapidamente
conhecida, A beterraba­açucareira tornou­se famosa no
século XIX, e a hortícola, reservada durante muito tempo às mesas 
modestas, foi redescoberta e dada a conhecer pela dietética moderna.

Com os seus açúcares, sobretudo a sacarose, os seus pigmentos, o grande 
número de aminoácidos, as suas vitaminas BI, B2, PP, C, a sua 
provitamina A, os seus sais minerais e os seus oligoelementos, muito 
raros, como o bromo, o manganésio, o lítio, o estrôncio, o rubídio, a 
beterraba tem um grande valor nutritivo e energético. A variedade 
hortícola, de sabor agradável e polpa vermelha, é um aperitivo. Muito 
digestiva, deve ser preferentemente ingerida crua e

finamente picada, misturada com as saladas.

No começo do Inverno, é benéfica como

313
PLANTAS CULTIVADAS

preventivo de viroses. Do melaço, resíduo da indústria açucareira, 
extraem­se a betaína, substância que estimula e restabelece o equilíbrio
da célula hepática, e o ácido glutâmico, um aminoácido muito importante 
para o funcionamento cerebral, sendo também muito utilizado em produtos 
farmacêuticos. o Propriedades: anti­séptico, aperitivo, colagogo, 
remineralizante, tónico. U.l. + O Ver: anemia, astenia, 
desmineralização, epidemia, fígado.

Cânhamo

Cannabis sativa L.

Linho­cânhamo, cânhamo~europeu

Canabináceas

Originário da Ásia Central e Ocidental, cultivado no Oriente há milhares
de anos, o cânhamo já era conhecido dos povos da Idade do Bronze cerca 
de 1000 a. C. Esta planta têxtil desenvolveu­se intensamente na Europa 
até ao século XIX, mas a concorrência e o advento das fibras artificiais
provocaram o declínio da sua cultura. Actualmente, a palavra *cânhamo+ 
sugere mais rapidamente droga do que planta industrial. Na verdade, não 
existem grandes diferenças morfológicas entre o cânhamo comum e a sua 
espécie asiática, Cannabis indica L., ou

cânhamo­indiano (bras.: maconha, fumo­de­angola, cânhamo~da­índia, fumo­
bravo), de que é extraído o haxixe. O cânhamo­europeu não é 
estupefaciente; provoca, no entanto, uma ligeira euforia, e existem 
inúmeros casos de trabalhadores que outrora se sentiam perturbados nos 
campos de cultura do cânhamo. As sementes do cânhamo são muito 
apreciadas pelas aves. o Propriedades: analgésico, antiespasmódico, 
sedativo. UA, UX. O Ver: abcesso, anginas, dartro, furúnculo, sono.

Cebola

Alhum cepa L.

Liliáceas

Botanicamente, a cebola distingue­se dos alhos propriamente ditos devido
às suas folhas tubulosas e ocas. De entre as numerosas espécies do 
género Allium, a cebola é, sem

dúvida, a que é cultivada há mais tempo. Derivando de cebolas silvestres
da Ásia Ocidental, já era cultivada na Caldeia há
4000 anos. Está representada frequentemente nos frescos dos túmulos 
egípcios. Os Gregos e os Romanos comiam grande quantidade de cebolas, e.
os apreciadores da boa mesa na Idade Média davam­lhe grande importância.
Actualmente, este condimento é ainda a base da cozinha européia 
mediterrânica. Cultivam­se numerosas variedades, desde a enorme cebola­
doce­de­espanha até aos pequenos bolbos propositadamente ma cuidados ­ 
semeiam­se tarde e são escassamente regados ­ para os conservar em 
vinagre. Para usos medicinais, em cru, deve preferir­se a cebola de cor 
vermelho­vivo, mais rica em essências. A chalota, Allium ascalonicum L.,
desconhecida no estado espontâneo, é provavelmente apenas uma

variedade de cebola, originária talvez do Nordeste Africano.

Os mais antigos textos de medicina atribuem à cebola propriedades 
diuréticas que continuam a ser­lhe reconhecidas. Quando fresca, contém 
uma grande quantidade de água, glúcidos, lípidos, prótidos, sais 
minerais, numerosos oligoelementos, enxofre, provitamina A, vitaminas B 
1, B2, PP, B5, C, E e flavonóides. O seu sabor picante deve­se à 
presença de um óleo volátil análogo ao do alho. É um condi mento­remédi 
o de grande valor, não sendo, porém, aconselhado aos

doentes de dispepsia, aos que têm frequentemente hemorragias ou sofrem 
de dermatoses. As pessoas irritáveis ou de temperamentos sanguíneo e 
bilioso só a devem ingerir com moderação. o Propriedades: 
antiescorbútico, anti­séptico, antitússico, calicida, cardiotónico, 
cicatrizante, diurético, emoliente, estimulante, expectorante, hipog 
licemi ante, laxativo, resolutivo, revulsivo. U.l., U.E. + O Ver: 
abcesso, acufenos, albuminúria, alcoolismo, astenia, bronquite, calo, 
cancro, cieiro, diabetes, edema, ferida, frieira, meteorismo, mordedura,
obstipação, ouvido, panarício, parasitose, picadas, pulmão, queimadura, 
reumatismo, sarda, tosse, úlcera cutânea, ureia, verruga.

Ceboleta­de­frança

Allium schoenoprasum L.

Cebolinha­ miúda, cebolinha­galega Bras.: alho­grosso­de­espanha, alho­
mourisco,

alho­rocambole, alho­espanhol

Liliáceas

A ceboleta­de­frança é uma pequena planta folhosa apenas no quarto 
inferior que apresenta graciosas umbelas globosas com flores cor­de­rosa
ou cor de púrpura. Parente da cebola, mas desprovida do caule dilatado e

314
fusiforme, a ceboleta­de­frança é indígena de todo o Norte da Europa e 
da Ásia, propagando­se para sul através dos maciços montanhosos. Cresce 
também na América do Norte. Resistente ao frio, suporta facilmente o 
Inverno quando cultivada sob a protecção de um simples caixilho 
envidraçado. As suas aplicações medicinais são idênticas às da cebola. o
Propriedades: antiescorbútico, anti­séptico, antitüssico, calicida, 
cardiotónico, cicatrizante, diurético, emoliente, estimulante, 
expectorante, hipoglicemi ante, laxativo, resolutivo, revulsivo. U.l., 
U.E. Ver: alcoolismo, calo, meteorismo, picadas.

Cebolinha­comum

Alliumfistulosum L.

Cebolinho

Lifiáceas

Planta afim da cebola, mas com bolbo oblongo, flores amarelo­
esverdeadas, a cebolinha­comum não é conhecida em parte alguma no estado
espontâneo. Possivelmente originária de um Allium da Ásia Oriental, foi 
introduzida na Europa nos séculos XVI ou XVII e é actualmente uma 
planta­condimento vulgar, fácil de picar, fresca e verde, substituindo 
em culinária as cebolas. As suas aplicações são muito semelhantes às da 
cebola, sendo, porém, mais bem tolerada pelos estômagos sensíveis. o 
Propriedades: antiescorbútico, anti­séptico, antitússico, calicida, 
calmante, cardiotónico, cicatrizante, diurético, emoliente, estimulante,
expectorante, hipoglicemi ante, laxativo, resolutivo, revulsivo. U.l., 
UX. Ver: alcoolismo, calo, meteorismo, picadas.

Cenoura

Daucu,@ sativus Hayek

Umbelíferas

A cenoura é uma das plantas silvestres mais divulgadas no mundo antigo; 
a subespécie comestível, de raiz carnuda e adocicada, cultivada na 
Europa há 2000 anos, foi possivelmente seleccionada na Ásia Central. 
Durante muito tempo em competição com o

nabo, Brassica napus L., e a chirivia, começou a ser apreciada a partir 
do Renascimento e conheceu grande difusão no início do século Xix.

A raiz fresca das espécies cultivadas, que deve a sua cor vermelha a um 
alto teor em carotenos que o organismo transforma em vitamina A, é 
utilizada em fitoterapia. A cenoura contém também as vitaminas BI,

PLANTAS CULTIVADAS

B2, PP, B5, B6 e E, provitamina D, numerosos oligoelementos, prótidos e 
poucos lípidos. Estes diversos componentes, e sobretudo os carotenos, 
contribuem para a sua fama medicamentosa. Crua, ralada com pele ou

em suco, é especialmente recomendada às crianças, aos adolescentes, aos 
convalescentes, às mulheres grávidas e às pessoas idosas.

A polpa fresca aplicada em cataplasma é calmante e cicatrizante; em 
máscara, tonifica e alimenta a epiderme. Os frutos secos, estimulantes, 
diuréticos, galactagogos, têm aplicações análogas às do anis­verde e do 
funcho. o Propriedades: antianémico, antidiarreico, anti­séptico, 
cicatrizante, detersivo, diurético, emoliente, estimulante, galactagogo,
laxativo, remi neral izante, sedativo, tónico, vermífugo. U.l., U.E. + V
O Ver: abcesso, anemia, astenia, bronquite, bronzeamento, convalescença,
crescimento, cura de Primavera, diarréia, envelhecimento, epidemia, 
estômago, ferida, fígado, frieira,   intestino,   lactação,     
obstipação, olhos, parasitose, pele, prurido, queimadura, seio, tosse, 
úlcera cutânea.

Centeio

Secale cereale L,

Gramíncas

É possível que, originariamente, o centeio fosse apenas uma erva daninha
dos campos de trigo, tendo­se revelado mais rústico que este último e 
mais resistente em solos áridos e climas rudes. Este cereal, proveniente
do Oeste Asiático, actualmente desconhecido no estado espontâneo, só 
tardiamente atingiu a Europa, sem dúvida nos finais da Idade do Bronze. 
Amplamente difundido pelos Eslavos e Gauleses, depressa se revelou como 
o mais apropriado cereal para sementeiras em

solos pobres.

Utilizados para fazer pão, os grãos de centeio são muitas vezes 
misturados aos do trigo. A composição do centeio é muito semelhante à do
trigo, mas o seu germe é menos rico em proteínas, em lípidos e sobretudo
em vitaminas, contendo, no entanto, bastante fósforo, potássio, 
magnésio, cálcio, ferro e cobre, além de pequena quantidade de iodo. É 
um alimento energético, de digestibilidade média, cujo uso regular é 
considerado preventivo das afecções cardiovasculares.

Quando parasitadas pelo fungo Claviceps purpurea Tul., as espigas do 
centeio apresentam esporões negros cuja elevada toxicidade está na 
origem do ergotismo, outrora denominado mal ardente, felizmente quase 
desaparecido nos nossos dias. Os alcalóides do esporão do centeio, ou 
cravagem, têm importantes aplicações terapêuticas.

315
PLANTAS CULTIVADAS

o Propriedades: emoliente, laxativo, remineralizante, resolutivo. U.l. O
Ver: arteriosclerose, desmineralização, enuresia, hipertensão, 
obstipação.

Cerefólio

Anthriscus cerefolium (L.) Hoffm.

Cerefolho, cerefolho­das­hortas

Umbelíferas

Esta planta aromática, cultivada na maioria das hortas, se bem que 
muitas vezes considerada como parente pobre da salsa, a sua

grande rival, cresce espontaneamente no Sudoeste da Europa, no Cáucaso e
nas montanhas da Ásia Ocidental. Os Romanos já a

apreciavam. Na Idade Média, foram­lhe atribuídas inúmeras virtudes.

Para fins aromáticos ou medicinais, o cerefólio só se emprega fresco e 
cru, pois o

calor volatiliza o componente aromático. A planta contém um importante 
teor de vitamina C, um princípio amargo e o mesmo heterósido flavónico 
que a salsa. Recomenda­se prudência, pois é possível que nos jardins ou 
próximo deles cresçam umbelíferas selvagens do mesmo género Anthriscus 
ou

do género vizinho Chaerophy11uni. Algumas destas plantas são tóxicas, e 
nenhuma delas tem o cheiro agradável do cerefólio. Aperitivo devido ao 
seu sabor, o cerefólio é também um bom estimulante da digestão. É 
utilizado com vantagem nas curas depurativas de Primavera. O suco fresco
misturado com leite ou com uma infusão tépida acalma a tosse. o 
Propriedades: antiasténico, antilactagogo, anti­séptico, aperitivo, 
colerético, depurativo, diurético, estimulante, resolutivo. U.I., U. E. 
+ V Ver: bronquite, contusão, fígado, herpes, icterícia, lactação, 
nariz, oftalmia, pele, prurido, rim, ruga, seio, tosse.

Cerejeira

Prunus avium L.

Cerdeira

Rosáceas

Existem numerosas variedades desta planta. A c erej eira­ molar, Prunus 
juliana Rchb., que dá frutos de polpa tenra e doce, vermelhos ou 
vermelho­anegrados, e a cerejeira­bical, Prunus duracina Rchb., de 
drupas com polpa clara e consistente, derivam, por selecção, da 
cerejeira­brava, Prunus avium L. A ginjeira­garrafal, Prunus gondouinú 
Relider, é um híbrido da cerejeira­brava e da ginjeira­galega, ou de­
folha, Prunus cerasus

316

L. Esta, espontânea na Ásia Ocidental, foi conhecida na Europa desde a 
Antiguidade. As utilizações medicinais das diversas variedades são 
idênticas.
A cereja, aquosa e pouco nutritiva apesar dos seus açúcares, fornece, no
entanto, ao organismo uma quantidade notável de provitamina A, além de 
vitaminas do grupo B, ácidos orgânicos, tanino e flavonóides. A amêndoa 
do caroço contém uma pequena quantidade de ácido cianídrico, nã o 
devendo portanto ser ingerida. A cereja é um fruto recomendado para 
curas aos doentes pletóricos e reumáticos e, devido às suas vitaminas, à
s crianças e aos adolescentes. O sumo, convertido em xarope, é uma 
bebida refrescante. A polpa fresca, aplicada em máscara no rosto, 
tonifica a epiderme. A infusão de pés de cereja é um diurético de 
comprovado uso popular. a Propriedades: depurativo, diurético, laxativo,
refrescante. U.l. + V O Ver: anemia, celulite, cistite, crescimento, 
diurese, gripe, litíase, obesidade, obstipação, reumatismo, rim.

Cevada

Hordeum vulgare L. e H. distichum L.

Gramíneas

A história da cevada cultivada é muito semelhante à do trigo. Originária
do Próximo Oriente, a cevada deve ter sido semeada nos primeiros campos 
neolíticos, há possivelmente 7000 anos, Actualmente, está muito 
difundida em grande parte do Mundo em

numerosas variedades.

A cevada foi rapidamente suplantada pelo trigo, cereal nobre, na 
alimentação humana. Os homens das mais antigas civilizações destinavam­
na à alimentação do gado; porém, as classes desfavorecidas, que a 
consumiam com frequência, preparavam­na sob a forma de papas e bolos. A 
sua utilização como planta para o fabrico de bebidas remonta à Pré­
História: por fermentação em água, os seus grãos torrados e esmagados 
transformavam­se numa bebida espumante, a antepassada da cerveja. A 
cevada pode ser

consumida sob diferentes formas: em farinha; em grãos descascados e 
esmagados, os

flocos; em grãos descascados e polidos à máquina, a cevadinha, ou cevada
perlada. E um alimento rico e reconstituinte. As enzimas que se 
desenvolvem especialmente no

grão germinado, ou malte, transformam o amido em substâncias muito 
fáceis de assimilar pelo tubo digestivo. Deste facto resulta a utilidade
do malte na alimentação dos doentes, convalescentes, pessoas idosas ou

crianças de tenra idade. O malte torrado serve para preparar um 
agradável, nutritivo e

digestivo sucedâneo do café. O germe con­
têm um alcalóide, a hordeína, não tóxico em doses medicinais e 
alimentares, que exerce uma acção semelhante à de uma hormona, a 
adrenalina. O decocto de cevada descascada, o cozimento de cevadinha dos
médicos antigos, tem uma justificada reputação de remédio reconstituinte
e emoliente. Para uso externo, tanto esta preparação como a farinha de 
cevada em cataplasmas quentes actuam como sedativos e resolutivos. o 
Propriedades: antidiarreico, cardiotónico, emoliente, resolutivo, 
sedativo. U.l., UX. +0 Ver: abcesso, anginas, bronquite, cistite, 
convalescença, coração, crescimento, diarreia, estômago, lactação.

Chagas

Tropaeolum majus L.

Mastruço­do­peru, capuchinhas, chagueira

Tropeoláceas

Esta planta sul­americana, hoje tão vulgar nos nossos jardins, 
aclimatou­se na Europa no século xvii. A Tropaeolum minus L., espécie 
muito semelhante, tem utilizações idênticas. A parte utilizável das 
chagas são as folhas frescas e as sumidades floridas. Um heterósido 
sulfurado, idêntico ao componente activo do agrião, confere­lhe um

sabor fresco e picante, podendo provocar as

mesmas pequenas perturbações que aquela planta em pessoas sensíveis. As 
flores e os frutos concentram este composto num óleo essencial; as 
folhas contêm, além disso, uma quantidade notável de vitamina C. As 
folhas e flores das chagas, misturadas em saladas, abrem o apetite, 
auxiliam a digestão e, na refeição da noite, favorecem o sono. O seu 
suco fresco facilita a expectoração e acalma a tosse. Recentemente, foi 
isolada da planta uma substância antibiótica. o Propriedades: 
antiescorbútico, emenagogo, expectorante, tónico, vesicante. U.l., U. E.
+ V Ver: apetite, bronquite, cabelo, colibacilose, enfisema, 
menstruação, raquitismo, tosse.

Cipreste

Cupressus sempervirens L.

C i preste ­dos­cem i téri os

Bras.: cipreste­da­itália, cipreste­comum

Cupressáceas

Espontâneo nas ilhas do mar Egeu, na Síria e no Irão, o cipreste, que 
ocupava um lugar importante nos ritos funerários dos povos antigos, 
propagou­se desde há muito por todas as costas do Mediterrâneo, pela 
Ásia e
PLANTAS CULTIVADAS

até pela China. É uma das plantas medicinais mais antigas: está 
mencionado num escrito assírio com 35 séculos. Os discípulos de 
Hipócrates conheciam já as suas características de adstringente e o seu 
poder anti­hemorrágico.

Os ramos novos com folhas e os frutos, denominados gálbulas, são 
utilizados em fitoterapia; as gálbulas devem ser colhidas antes da 
maturação, no Inverno. Além de uma elevada percentagem de tanino, o 
cipreste contém um óleo essencial muito aromático com o qual os Romanos 
fabricavam perfumes. O cipreste é essencialmente uma

planta vasoconstritora devido ao conjunto dos seus componentes. o 
Propriedades: antidiarreico, antiespasríiódico, anti­séptico, 
cicatrizante, vasoconstritor. UA, U.E. + Ver: circulação, diarreia, 
enurese, hemorragia, hemorróidas, menopausa, tosse convulsa, varizes.

Coentro

Coriandrum sativum L.

Coriandro

Umbelíferas

Propagado por meio da cultura e esparsamente espontâneo numa extensa 
zona da bacia mediterrânica, na Ásia e na América, o coentro é 
provavelmente nativo do Próximo Oriente. O seu emprego como planta 
aromática e medicinal, ainda habitual entre os Árabes, remonta a tempos 
muito remotos. A medicina antiga foi muito contraditória no que se lhe 
refere. Para uns o coentro era uma planta venenosa, para outros um 
simples com capacidade para curar a peste e a epilepsia e suprimir as 
dores do parto. Consideravam­no simultaneamente afrodisíaco e calmante. 
As partes verdes, frescas, têm utilização na cozinha regional. Os frutos
secos, a parte da planta mais utilizada na Europa, dão, após destilação,
entre O,4 e 1 % de uma essência menos tóxica do que a da maioria das 
essências das umbelíferas aromáticas, que é, no entanto, um excitante 
para o homem. Tomada em doses excessivas, esta essência pode provocar 
perturbações e lesões renais; em doses medicinais, é um excitante, anti­
séptico e vulnerário, indicado para estados de choque ou em casos de 
enfraquecimento geral associado a graves doenças infecciosas. Os frutos 
servem para temperar guisados, caça, caldos, conservas em vinagre e 
purés de batata. O coentro é assim uma

planta aromática frequentemente utilizada. Mastigada, disfarça o mau 
hálito provocado pela ingestão de alhos. o Propriedades: antiespas 
módico, anti­séptico, carminativo, estimulante, excitante, vulnerário. 
U.l. + O
317
PLANTAS CULTIVADAS

Ver: aerofagia, arteriosclerose, digestão, dor, espasmo, fadiga, gripe, 
meteorismo, vertigem.

Coloquíntidas

Citruflus colocywhis Sebrad.

Maçã­coloquíntida

Cucurbitáceas

Cultivada nas regiões mediterrânicas mais quentes, bem como no Oeste e 
Sudoeste da Ásia, a coloquíntida só é provavelmente espontânea na Á 
frica desértica, sobretudo no Sara.

Esta planta, parente próxima da melancia, Citruflus vulgaris Schrad., 
com frutos esféricos de 8 a 12 cm de diâmetro, casca coriácea e 
amarelada, polpa esbranquiçada excessivamente amarga, não deve ser 
confundida com as diversas cucurbitáceas ornamentais como a cabaça, às 
quais se atribui, por vezes erradamente, o seu nome.

As coloquíntidas são um dos mais violentos purgantes do reino vegetal 
devido aos

heterósidos amargos que contêm. Efectivamente, nos tempos remotos em que
a purga era a base de qualquer terapêutica, e em que este fruto fazia 
parte de numerosas receitas, provocava desconfiança. Pouco usada 
actualmente, figura na lista de substâncias tóxicas da farmacopeia 
francesa. a Propriedades: drástico, insecticida. UA, U. E. + Ver: 
insectos.

CoIza

Brassica napus L., var. oleifera DC.

Couve­nabiça Bras.: nabo

Crucíferas

Variedade do nabo de raiz esguia, planta próxima da couve­nabo, a colza 
é igualmente oriunda das regiões de climas continentais da Europa e da Á
sia Ocidental. É simultaneamente uma planta utilizada como forragem e 
oleaginosa. O óleo transparente e semi­secativo fornecido pelas suas 
sementes tem numerosas aplicações na alimentação, tais como para mistura
dos óleos de mesa

vulgares, fabrico de margarinas, de chocolate e de bolachas de preço 
acessível. Porém, os métodos actualmente utilizados para a
extracção industrial dos óleos tornam duvidosa a qualidade de todos 
aqueles cujo processo de obtenção utiliza calor, estando o

óleo de colza incluído nesse número. Contém, além disso, várias 
substâncias que se revelaram tóxicas quando em ingestão prolongada, não 
apresentando assim garantias suficientes para ser utilizado em 
culinária. A sua utilização em fitoterapia é, porém, absolutamente 
justificada. o Propriedades: cicatrizante, emoliente, Iaxativo. U.l., 
U.E. Ver: bronquite, frieira, traqueíte.
Cominhos

Cuminum qminum L.

Urnbelíferas

Especiaria muito antiga, nativa da Ásia Ocidental, especialmente do 
Turquestão, o cominho ocupava um lugar muito importante na gastronomia e
na medicina da Antiguidade. Citado pelo profeta Isaías, os seus frutos 
também foram encontrados nos túmulos egípcios; os Romanos, na época da 
decadência, utilizavam­no como auxílio para a digestão após os festins. 
Na Idade Média, o uso do cominho era ainda muito requintado na Europa, e
só com a evolução do gosto acabou por ser considerado uma trivial erva 
aromática. A alcaravia passou a ser utilizada em seu lugar e geralmente 
é confundida com o cominho. Os frutos desta pequena planta esguia, 
bastante semelhantes aos da alcaravia, são, porém, guarnecidos por 
numerosos pêlos rijos e curtos, têm aroma mais forte e menos agradável e
um sabor mais quente e acre. o Propriedades: carminativo, digestivo, 
galactagogo, sudorífico. UA. + O Ver: apetite, digestão, estômago, 
lactação, meteorismo.

Couve

Brassica oleracea L.

Crucíferas

Nativa da Europa, a couve encontra­se no estado espontâneo nas falésias 
e rochedos do litoral da Mancha, do Atlântico e do Mediterrâneo 
Ocidental. No seu habitat natural, é uma planta de caule grosso, 
semilenhoso e ligeiramente prostrado, com folhas esparsas, sendo as 
inferiores, por vezes, profundamente recortadas, de cor verde e textura 
carnuda. Nela se reconhece facilmente o protótipo da couve forrageira 
não repolhuda. Cultivada há milhares de anos, muito apreciada pelos 
povos celtas e os Romanos, a couve existe em centenas de variedades, 
hoje difundidas pelos campos e hortas de todo o Mundo.

Hortaliça popular por excelência, a couve

teve um lugar cimeiro no seu importante papel de alimento e remédio. 
Catão, o Anti318
go (séculos III e II a. C.), utilizava­a como panaceia. Plínio, no 
século I, considerava­a uma planta mílagrosa que permitira aos

Romanos viver sem médicos durante seis séculos. Hieronymus Bock, célebre
médico alemão do Renascimento, considerava ainda a couve­roxa como um 
vulnerário: na sua opinião, a urina das pessoas que a comessem adquiria 
o poder de curar os tumores externos. Porém, o cepticismo do século XIX 
relegou a couve para as cozinhas, tornando­se, quando muito, um remédio 
caseiro. Parece, no entanto, que a sua função terapê utica não terminou,
pois os fitoterapeutas actuais reconhecem­lhe a maioria das propriedades
que já os Antigos lhe atribuíam.

Pelo que se conhece da composição quimica da couve, não é possível 
explicar exactamente a sua actividade terapêutica. Além de cerca de 92% 
de água, a couve contém, como a maioria das crucíferas hortícolas, 
pequena quantidade de uma essência sulfurada, entre 1 e 4% de prótidos, 
5 e 7% de glúcidos, entre os quais as mucilagens, O,3% de lípidos, 
minerais: fósforo, cálcio, iodo, etc., pequenas quantidades de 
provitamina A e

vitamina B e grande quantidade de vitamina C: entre O,05 e O,08%. As 
suas inumeráveis propriedades e a sua actividade antiescorbútica são há 
muito conhecidas: devido ao uso da couve fermentada nos navios, foi 
finalmente possível vencer o *escorbuto marinho+. É importante salientar 
que a couve mais benéfica é a couve­roxa consumida crua ou, em caso de 
intolerância, cozida. Numa obra recente, um médico francês atribui­lhe 
cerca de 80 aplicações distintas. o Propriedades: antianémico, 
antidiarreico, antiescorbútico, cicatrizante, depurativo, diurético, 
emoliente, hipoglicemiante, peitoral, vermífugo, vulnerário. U.I., U.E. 
+ O Ver: abcesso, acrie, alcoolismo, anemia, astenia, bronquite, 
ciática, contusão, díabetes, diarreia, escorbuto, ferida, fígado, 
frieira, gota, impetigo, lumbago, parasitose, pele, picadas, queimadura,
reumatismo, rim, úlcera cutânea, urina.

PLANTAS CULTIVADAS

ria. No final do 3.1 milénio a. C. ­ pelo que se lê nos textos antigos 
­, o damasco era já servido à mesa dos imperadores da China. No entanto,
a árvore só começou a

ser cultivada nos pomares chineses três séculos antes de Cristo. Do 
Extremo Oriente propagou­se à Ásia Ocidental, e, devido ao seu enorme 
desenvolvimento na Arinénia, os Romanos chamaram­lhe Armeniacum malum, 
maçã­da­arménia. Citado pelos Romanos desde o século 1, o damasqueiro 
foi difundido por todas as suas possessões da bacia mediterrânica. É 
actualmente uma das árvores de fruto mais cultivadas nas regiões 
meridionais da Europa, podendo os seus frutos ser consumidos quer 
frescos, quer em conserva.

O damasco é um fruto de grande valor nutritivo. Especialmente rico em 
provitamina A, à qual se associam as vitaminas B I, B2, PP, B5 e C, 
açúcares, sais minerais e numerosos oligoelementos, é, efectivamente, um
poderoso antianémico. O damasco é geralmente bem tolerado, podendo, 
porém, como o morango, provocar reacções alérgicas. Consumido cru, é 
antidiarreico, mas depois de seco e submetido à mesma preparação que as 
ameixas torna­se laxativo. O sumo fresco, aplicado no rosto sob a forma 
de loção, é um excelente tónico. A amêndoa do caroço, bastante 
oleaginosa, é comestível se for doce; porém, é mais frequente ser 
amarga, contendo, nesse caso, uma substância que produz ácido 
cianídrico, um veneno violento. Deve ter­se a maior prudência, pois este
caroço já provocou acidentes mortais, especialmente em crianças. o 
Propriedades: adstringente, antianémico, laxativo. U.l., U.E. + V Ver: 
acufenos, anemia, astenia, convalescença, envelhecimento, nervosismo, 
pele.

Dictamo­branco

Dictamnus albus L.

Dictamno­branco, fraxincla

Damasqueiro

Prurius armeniaca L.

Albricoqueiro, alperceiro, alpercheiro

Bras.: damasco, abricot

Rosáceas

O damasqueiro, cujos frutos são geralmente pequenos e ácidos, cresce 
espontaneamente na região que se estende do Irão à ManchúRutáceas

Espontâneo no Sul e Centro da Europa, assim corno na Ásia temperada, o 
dictamo­branco é uma planta rara, cultivada simultaneamente pela sua 
beleza e as suas propríedades medicinais. Grande erva vivaz, tem as 
folhas superiores compostas por 7 a

15 folíolos denticulados, pontuados de glândulas bem visíveis à 
transparência, e enormes flores cor­de­rosa ou brancas, exalando um 
penetrante aroma a canela tão volátil que nas noites de Verão a essência
libertada pode perceber­se à distância. Os Antigos desconheciam o 
dictamo­branco. No Renascimento, os médicos atribuíam­lhe múltiplos 
poderes. A casca da raiz fazia parte de numerosas fórmulas 
farmacêuticas.

319
PLANTAS CULTIVADAS

o Propriedades: anti espasmódico, digestivo, estimulante, tónico, 
vermífugo. U.l. Ver: anemia, indigestão, parasitose, verti­ gem.

Dictamo­de­creta

Origanum dictamnus L. [@Amara(­us dictamnus (L.) Benth.1

Labiadas

Esta espécie xerófita com um indumento lanoso branco, de base lenhosa, 
com pequenas flores rosadas, formando espigas opostas guarnecidas de 
grandes brácteas cor de púrpura, cresce no estado endémico em Creta. 
Considerado uma panaceia pelos Gregos e

Latinos, mas muitas vezes confundido pelos Antigos com outras labiadas 
odoríferas, o dictamo­de­creta era ainda no século XVIII vulgarmente 
cultivado nos jardins e fazia parte das receitas de determinado número 
de preparações farmacêuticas como o orvietão

ou a opiata­de­salornão. A medicina moderna reconhece somente 
propriedades aromáticas a esta labiada. Semelhante, nos seus componentes
químicos, ao poejo, o dictamo­de­creta tem possibilidade de substituí­lo
nas

indicações terapêuticas. o Propriedades: antiespas módico, colagogo, 
emenagogo, vulnerário. UA, UX. + Ver: bronquite, contusão, menstruação, 
tosse, vesícula biliar.

Dormideira

Papaver somniftrum L.

Papoila­da­índia Bras.: papoula

Papaveráceas

A dormideira inclui­se neste capítulo devido às suas sementes 
oleaginosas. Nas volumosas cápsulas de todas as variedades de Papaver 
somniferum L. amadurece um grande número de minúsculas sementes, ricas 
num óleo, denominado óleo de papoilas, muito semelhante ao óleo de 
girassol. Este óleo contém uma substância rica em fósforo, a

lecitina. Fluido, quase incolor, de sabor agradável quando resulta de 
uma primeira pressão a frio, o óleo de papoila é perfeitamente indicado 
para a alimentação. Pouco utilizado, poderia ser, no entanto, muito 
eficaz numa dieta hipocolesterolemi ante. Na Europa Central, as sementes
da dormideira são frequentemente utilizadas em pastelaria e no fabrico 
do pão. a Propriedades: emoliente, hipocolesterolemiante. U.l., UX. Ver:
colesterol, fígado, greta, queimadura.
Eruca

Erucu sativa Milí.

Fedorenta

Crucíferas
Com as suas grandes flores brancas ou amareladas raiadas de roxo e as 
folhas profundamente lobadas, a eruca é muito semelhante a um rabanete 
bem desenvolvido. Distingue­se, no entanto, pelo seu cheiro forte e 
picante. Planta hortícola, condimentar e de aplicações medicinais, 
outrora muito vulgar nas regiões mediterrânicas da Europa e da Ásia 
Ocidental, é actualmente pouco conhecida. Apesar de rara nas hortas, é, 
por vezes, cultivada em certa escala como sucedâneo da mostarda­negra. A
cruca deve o seu sabor picante e as suas propriedades tónicas e 
excitantes a um heterósido gerador de uma essência sulfoazotada. As suas
utilizações são por isso muito semelhantes às das diversas crucíferas, 
como a mostarda­negra, o

mastruço e o rábano. o Propriedades: depurativo, digestivo, estimulante,
tónico. U.l., U.E. Ver: astenia, cabelo, cura de Primavera, impotência.

Ervilheira

Pisum saffi,um L.

Ervilha

Leguminosas

Na Idade do Cobre, os homens das cidades lacustres cultivavam já a 
ervilheira, além do trigo, da cevada e do milho­miúdo. Pode assim 
afirmar­se que a domestícação desta planta, originária das regiões 
mediterrânicas, onde aparecem ainda espécies congéneres no estado 
espontâneo, se perde num passado longínquo. Os Egípcios já a conheciam. 
Cultivada pela sua utilidade na alimentação, recurso de grande 
importância nas épocas em que, com excepção da base cerealífera, poucos 
alimentos vegetais podiam ser consumidos no Inverno, a ervilha foi 
durante muito tempo o único legume seco. Mais tarde, na Idade Média, 
adquiriu­se o hábito de comê­la verde.

Rica em glúcidos e em prótidos, com 1,5% de lípidos e 3% de sais 
minerais, um terço dos quais sob a forma de fosfatos e grande quantidade
de ferro, a ervilha­de­quebrar é um alimento quase tão nutritivo como a 
lentilha. Após a secagem, deve de preferência ser descascada.

320
De muito mais fácil digestão depois de reduzida a puré, não é 
aconselhável às pessoas que sofrem de dispepsia ou às que têm uma 
actividade física reduzida. A ervilha verde contém glúcidos, prótidos, 
fósforo e vitaminas B 1, B2, PP e provitaminas A e D. Indicada para 
anêmicos e convalescentes, também é aconselhável para os trabalhadores 
manuais e intelectuais. o Propriedades: resolutivo, tónico. U.l., U. E. 
+ Ver: digestão, pontos negros.

Escorcioneira

Scorzonera hispanica L.

Compostas

Muito semelhante ao cersefi, do qual se distingue pelas suas flores 
amarelas e raízes escuras, a escorcioneira é uma planta indígena do Sul 
e do Centro da Europa, pouco modificada pela cultura. Citada pela 
primeira vez em França, como remédio, no século XVI, só um século depois
foi reconhecida como hortaliça. Actualmente, aprecia­se o sabor da sua 
raiz, que é bem digerida por estômagos sensíveis. A água da cozedura, se
não contiver sal, é diurética. Esta raiz, rica em mucilagem e contendo 
prótidos e glúcidos, era outrora tida como um antídoto de venenos. Das 
folhas novas fazem­se excelentes saladas. o Propriedades: diurético, 
emoliente, peitoral, sudorífico. UA, UX. Ver: bronquite, gota, pele, 
tinha.

Espargo­hortense

Asparagus officinalis L.

Bras.: aspargo

Liliáceas

O espargo­hortense encontra­se um pouco por toda a parte, propagando­se 
espontaneamente, pelo que é muito difícil determinar a sua origem. Já 
era cultivado no antigo Egipto, no Médio Oriente e na Grécia antiga. 
Introduzido em França na época galo­romana, a sua cultura só começou a 
ser estável a partir do século XV. Este espargo cultivado, geralmente 
aclimatado em solos arenosos, tem várias espécies próximas espontâneas 
na flora europeia. A mais notável, o

espargo­bravo­ menor, Asparagus acutifolius L., é um subarbusto 
perpetuamente verde, muito disseminado na região mediterránica.

A análise dos turiões comestíveis revelou um grande número de 
componentes: provitamina A, vitaminas BI e B2, aminoácidos, numerosos 
oligoelementos, etc. A toiça, espessa, provida de numerosas raizes 
carnuPLANTAS CULTIVADAS

das, contém, além disso, um elevado teor de açúcares, um saponósido e 
vestígios de óleo essencial; outrora, era utilizada na composição do 
xarope das cinco raízes, do qual faziam também parte o aipo, a 
gilbarbeira, o funcho e a salsa. O espargo, diurético por excitação 
directa do rim, não é aconselhado aos doentes de gota, litíase e 
reumatismo. Consumido cru, provoca por vezes reacções alérgicas. a 
Propriedades: depurativo, diurético. UA. +0 Ver: anemia, diurese, 
fígado, gripe, intestino, pulmão.

Espinafre

Spinacia oleracea L.
Quenopodiáceas

Esta planta hortícola, de origem persa, foi introduzida em Espanha pelos
Árabes apenas no século XI. No século XIII, alcançou a França e 
seguidamente atingiu o resto da Europa. Muito rica em sais minerais, 
contém também aminoácidos, vitaminas BI, B2, C, PP, carotenos e 
glúcidos. Devido à sua alta mineralização e especialmente aos seus 
oxalatos, o espinafre deve ser evitado pelos doentes reumáticos, do 
fígado e dos rins e diabéticos, bem como em estados inflamató~ rios do 
tubo digestivo e vias urinárias. o Propriedades: antianémico, 
estimulante, hipotensor, laxativo, remineralizante. UA, U.E. O Ver: 
acne, anemia, convalescença, crescimento, desmineralização, hipertensão,
obstipação, queimadura, raquitismo.

Estragão

Artemisia dracunculus L.

Compostas

Esta espécie de Artemis@a deliciosamente aromática, originária da Rússia
Meridional e da Sibéria, era muito apreciada pelos Árabes sob o nome de 
tarkum antes de atingir o

Ocidente, talvez aquando das invasões mongólicas, mas mais provavelmente
trazida pelos cruzados no século XII. No século XIII, tinha o nome de 
tarcon, e no XIV, o de targon, origens do seu nome actual.

Remédio apreciado pelos Árabes e mesmo considerado por Avicena, no 
século XI, como preventivo contra a peste, o estragão foi 
progressivamente abandonado na Europa para fins medicinais, 
conquistando, no entanto, os seus elevados privilégios culinários. 
Contudo, as análises atestam a exactidão de muitas das antigas 
indicações terapêuticas.

321
PLANTAS CULTIVADAS

O seu uso é benéfico para faltas de apetite ou más digestões; picado com
abundância sobre legumes, peixes e carnes, melhora agradavelmente a 
insipidez dos alimentos nas dietas sem sal. o Propriedades: antiespas 
módico, anti­sép~ tico, aperitivo, emenagogo, estimulante, vermífugo. 
U.l. + Ver: aerofagia, apetite, astenia, digestão, menstruação, 
meteorismo, parasitose, soluço.

Faveira

Vicia faba L.

Fava

Leguminosas

Este antigo legume, parente próximo de espécies espontâneas da região 
mediterrânicá, já era cultivado na Idade do Bronze. A sua importância 
alimentar era grande entre os Antigos, embora tivesse a fama de albergar
as almas dos mortos e de provocar sonhos funestos.

A fava tem um elevado valor nutritivo, pois @ontém 23% de prótidos e 55%
de glúcidos. E muito agradável crua quando nova, tornando­se depois de 
retirada a pele, temperada com sal e azeite, bastante indigesta. Cozida 
com a vagem, apresenta uma digestibilidade satisfatória. Quando seca, é 
necessário demolhá­la durante 24 horas para ser

possível extrair a epiderme coriácea; cozinha­se em puré, sopa e 
guisada, digerindo­se mais facilmente se for temperada com

ervas aromáticas estimulantes, como a segurelha e a salva. As flores e 
vagens verdes da fava são utilizadas em fitoterapia. A ingestão da fava 
ou a simples inalação do pólen da planta florida pode, por vezes, 
provocar uma rápida intoxicação, o favismo. o Propriedades: antiespas 
módico, diurético, sedativo. U.l. O Ver: albuminúria, cistite, litíase.

Feijoeiro

Phaseolus vulgaris L.

Feijão­de­trepa

Leguminosas

O feijão, originário do México e do istmo da América Central, era, além 
do milho, o alimento base das antigas civilizações do Novo Mundo. Após a
sua aclimatação na Europa,

onde foi introduzido pelos conquistadores espanhóis no início do século 
XVI, o feijão produziu inúmeras variedades hortícolas. Conhecido no 
passado sobretudo como legume seco de fácil conservação, preferem­se 
actualmente as suas vagens inteiras colhidas antes da maturaçao.

Quando verde, o feijão é um bom alimento, apesar do seu fraco conteúdo 
calórico; rico numa substância que corrige as perturbações metabólicas, 
protege o tecido hepático e fortifica o coração; contém ainda numerosos 
aminoácidos, carotenos, vitaminas C, E e todas as do grupo B, sais 
minerais e oligoelementos. A semente crua contém uma substância que tem 
a propriedade de restabelecer a percentagem de leucócitos em caso

de queda patológica ou iatrogénica, após um tratamento com determinados 
antibióticos’. Muito nutritivo, o feijão seco digere­se com

mais facilidade se for temperado com

condimentos adequados, como a salva e a segurelha. o Propriedades: 
depurativo, diurético, emoliente, estimulante, hipoglicemiante, tónico. 
U.l., UX. + Ver: albuminúria, arteriosclerose, convalescença, diabetes, 
fígado, insectos, mordedura, queimadura, reumatismo, ureia.

Figueira

Ficus carica L.

Bras.: figueira­de­europa, figueira­de­baco

Moráceas

Com os seus pequenos frutos esponjosos e

não comestíveis, a figueira­brava existe nos

locais rochosos virados ao sol de toda a bacia mediterrânica, onde se 
mistura com inúmeros pés naturalizados que derivam de variedades 
cultivadas. Estas últimas são provavelmente originárias da Ásia 
Ocidental. A figueira é uma das mais antigas árvores de fruto: uma 
pintura egípcia de Beni­Hassan, com 4500 anos, representa uma

colheita de figos; no Antigo Testamento surge como um dos símbolos da 
abundância da Terra Prometida. Os figos tiveram, além do trigo e da 
azeitona, um papel importante na alimentação dos antigos povos 
mediterrânicos, sobretudo da Grécia e de Roma.

Particularmente rico em açúcar, proteínas, lípidos, grande quantidade de
fósforo e cálcio, além de oligoelementos, o figo é um

alimento muito nutritivo e de fácil digestão. Uma elevada percentagem de
vitamina C, quando fresco, associada aos carotenos e vitamina B, 
contribui para que o figo seja um remédio contra a fadiga. As suas 
propriedades são numerosas: as sementes exercem uma acção laxativa; a 
decocçã o do figo seco é emoliente quer para uso externo, quer interno. 
O fruto cozido é resolutivo. O látex

322
branco que brota dos ramos partidos ou do pecíolo das folhas é ácido e 
irritante; contém enzimas com capacidades para tornar mais tenra a carne
e uma outra que coagula o leite. Destrói calos e verrugas. O contacto 
com as folhas pode provocar reacções alérgicas cutâneas. * Propriedades:
calicida, emoliente, estimulante, laxativo, resolutivo. U.l., UX. + O 
Ver: abcesso, astenia, calo, convalescença, crescimento, envelhecimento,
gengivas, gravidez, obstipação, tosse, verruga.

Girassol

Helianthus annuus L.

Helianto

Compostas

A grande flor do girassol é, na realidade, um capítulo constituído por 
uma parte central formada por inúmeras pequenas flores tubulosas 
rodeadas por uma coroa de flores petalóides. Originário da América 
Tropical, chegou à Europa no princípio do século xvi. Durante muito 
tempo tida como simples planta ornamental que segue o curso do Sol, o 
girassol foi reconhecido, no século passado, como uma das mais 
importantes oleaginosas.

A saborosa amêndoa dos frutos do girassol contém entre 3 5 e 5 5 % de 
óleo, de 23 a 3 1 % de prótidos e cerca de 20% de glúcidos, podendo 
assim ser considerada como complemento nutritivo. O seu óleo é 
hipocolesterolemiante, e quando de boa proveniência, extraído por 
simples pressão, é uma das melhores matérias gordas alimentares.

A medicina popular russa utiliza as folhas e as flores para tratar as 
doenças pulmonares e as afecções de garganta. Durante a colheita o 
contacto das flores e das sementes pode provocar reacções alérgicas 
cutâneas. o Propriedades: febrífugo, hipocolesterolemiante. U.l. + O 
Ver: anginas, arteriosclerose, colesterol, enfisema, febre, hipertensão,
nervosismo, paludismo.

Groselheira­negra

Ribes nigrum L.

Saxifragáceas

A gro s elheira­ negra é espontânea no Norte, Centro e Leste da Europa e
no Norte e CenPLANTAS CULTIVADAStro da Ásia. A cultura propagou­a muito 
para além da sua zona original, através de uma grande parte do 
hemisfério norte temperado.

O pequeno fruto aromático e ácido é mais conhecido pela sua importância 
na indústria de licores e na confeitaria do que pelas suas propriedades 
dietéticas e terapêuticas, que são, no entanto, as mais consideráveis. 
Rica em vitamina C, particularmente resistente ao

calor e à oxidação, e portanto com óptimas condições de conservação nos 
xaropes e compotas, a baga contém também um óleo essencial, glúcidos e 
muitos pigmentos antociânicos que lhe conferem uma acção vitamínica P. A
decocção das bagas frescas ou

secas é utilizada em gargarejos para tratar doenças de garganta. As 
folhas, cujo aroma é agradável, são diuréticas e estão normalmente 
associadas às curas de Primavera. As gemas, em gemoterapia, actuam como 
estimulante das glândulas supra­renais. a Propriedades: adstringente, 
antiescorbútico, anti­hernorrágico, diurético, estimulante, refrescante.
UA, UX. + V O Ver: arteriosclerose, celulite, circulação, epidemia, 
fígado, gota, hipertensão, obesidade, olhos, picadas, reumatismo, rim, 
seio, ureia.

Hortelã­pimenta

Mentha piperita L.

Labiadas

Híbrido da hortelã­aquática e da hortelã­comum, a hortelã­pimenta foi 
possivelmente descoberta nas imediações das culturas desta última, em 
Inglaterra, nos finais do século XVII. Estéril como muitos híbridos, 
esta hortelã, o peppermint dos Anglo­Saxões, foi desde então propagada 
por via vegetativa em numerosos países temperados. Um grande centro de 
produção continua a ser, no entanto, a região de Mitcham, próximo de 
Londres. Por vezes, surge espontaneamente nos

locais em que os seus progenitores crescem juntos.

A hortelã­pimenta deve o seu perfume intenso e o seu sabor picante a uma
essência dotada de propriedades anti­sépticas. A planta contém também 
flavonóides. Excitante do sistema nervoso periférico, mas com 
capacidades de moderar a acção dos nervos em caso de excitação 
patológica, a hortelã é simultaneamente estimulante, sedativa e 
antiespasmódica; estimula as funções digestivas. É utilizada no fabrico 
de licores e em confeitaria e também na indústria farmacêutica. o 
Propriedades: antálgico, antiespas módico, anti­séptico, digestivo, 
estimulante, sedativo. U.l., UX. + O Ver: aerofagia, cefaleia, digestão,
espasmo, hálito, impotência, indigestão, insectos,

323
PLANTAS CULTIVADAS

meteorismo, nevralgia, palpitações, parasitose, pé, pele, pulmão, sarna,
soluço, tabagismo, tosse convulsa, vertigem, vómito.

Jasmineiro­ galego

Jasminum officinale L.

Jasmim­de­itália

Bras.: jasmim­trepador, jasmi neiro­dos­ aç ores

Oleáceas

Esta planta trepadeira de caule delgado e flores brancas agradavelmente 
perfumadas parece ter sido importada da índia no decorrer do século XVI.
Cultivado como espécie ornamental no Sul da Europa, o jasmineiro­galego 
serve de cavalo para enxerto do jasmineiro­de­espanha, Jasminum 
grandiflorum L., originário do Nepal, cujas flores, maiores e

rosadas, são utilizadas no fabrico de perfumes. A região de Grasse, em 
França, é o

grande centro europeu de produção de essência de jasmim. O chá de 
jasmim, aromatizado com as flores do Jasminum odoratissimuni L., é 
cultivado sobretudo na Formosa.

Em fitoterapia, a infusão das flores é considerada como sedativa e 
excelente para as dores de cabeça. O óleo obtido pela maceração das 
flores em azeite durante pelo menos seis semanas é um bom remédio para 
fricções, na ocorrência de dores nevrálgicas. o Propriedades: 
antiespasmódico, aromático, hipnótico. U.l., UX. + Ver: cefaleia, dor, 
sono, tosse.

B6, C e E, açúcares, ácidos orgânicos, aminoácidos, pectina e sais 
minerais. Além disso, antes da maturação, estado em que as

suas virtudes atingem o apogeu, contêm heterósidos flavónicos que lhes 
conferem uma acção vitamínica P protectora dos capilares e

preventiva de hemorragias. A polpa da laranja é tónica, antiescorbútica,
alcalinizante. É bem tolerada pelos gastrálgicos e favorável aos 
hepáticos. Os diabéticos devem ingeri­Ia com moderação. As suas 
utilizações em cosmética são análogas às da polpa do pepino.

Com a casca preparam­se, por destilação, essências aromáticas: a 
essência de laranja doce, ou de Portugal, no caso da laranjeira­doce, e 
a essência de laranja amarga, no

caso da 1 aranj eira­ amarga. A casca da laranja amarga, outrora muito 
utilizada, é actualmente mais apreciada pelo seu sabor do que pelas suas
propriedades. A casca da laranja doce tem propriedades semelhantes, 
porém mais atenuadas. As folhas e os ramos

jovens da laranjeira­amarga produzem uma

essência muito aromática, além de uma saborosa infusão sedativa 
recomendável às pessoas nervosas. Das flores, tão sedativas e antiesp as
módicas como as folhas, é extraída uma essência que entra na composição 
da água­de­colónia. Destiladas em presença da água, fornecem a água de 
flores de laranjeira, de utilização quase exclusivamente aromática. o 
Propriedades: antiescorbútico, antiespasmódico, anti­hemorrágico, 
aperitivo, colagogo, cosmético, digestivo, febrífugo, hipnótico, 
sedativo, tónico, vermífugo. U.l. +-0 Ver: aerofagia, alcoolismo, 
apetite, crescimento, desmineralização, envelhecimento, epilepsia, 
estômago, febre, fígado, hemorragia, nariz, nervosismo, nevralgia, 
palpitações, parasitose, pele, soluç o, sono, vómito.

Laranjeira­doce e

amarga

Citrus sinensis Osbeck e Citrus bigaradia Duhamel

Rutáceas

As laranjeiras e os limoeiros têm um passado comum. Árvores originárias 
do Sueste Asiático Tropical e Subtropical, cultivadas desde tempos 
remotos em todo o Extremo Oriente, atingiram o Ocidente pela mesma

via. A laranj eira­ amarga chegou à Europa nos alvores dos tempos 
históricos, muito antes da doce, introduzida pelos Árabes na África do 
Norte e na Península no século XV.

Frutos de luxo, reservados às pessoas abastadas até uma época recente, 
as laranjas nunca tiveram utilizações populares. Contêm carotenos, 
vitaminas BI, B2, PP, B5,

Lentilha

Lens culinaris Med. (=Ervum lens L.)

Leguininosas

A flora mediterrânica e a da Ásia Ocidental albergam grande número de 
lentilhas­bravas, de entre as quais os agricultores neolíticos 
seleccionaram algumas espécies; assim se obteve a lentilha cultivada, 
inexistente no estado espontâneo. A lentilha faz parte dos mais antigos 
legumes secos. Os Egípcios já se alimentavam de lentilhas; alimento 
vulgar entre as classes pobres na Grécia e em Roma, a lentilha foi 
desacreditada pelos médicos dessa época. No século li, foi acusada de 
provocar tumores. Um autor do Renascimento aconselha ainda a sua 
cozedura, depois de descascada, em água da chuva com numerosas ervas 
aromáticas, a fim de fazer desaparecer a sua nocividade. Eram­lhe

324
também reconhecidas virtudes terapêuticas, tais como a de curar a 
varíola e de minorar a acção dos venenos. No século XIX, um charlatão 
fez fortuna comercializando farinha de lentilhas sob um nome misterioso 
e apresentando­a como um remédio universal!

A lentilha é um alimento de elevado valor nutritivo. Assim, 100 g de 
lentilhas equivalem, no plano calórico, a 150 g de carne e
150 g de pão integral. É rica em fósforo, ferro e em vitaminas do grupo 
B. As pessoas que sofrem de dispepsia devem preferentemente ingeri~la 
sob a forma de farinha. A salva e a segurelha facilitam bastante a sua 
digestão. o Propriedades: galactagogo, resolutivo. U.l., UX. O Ver: 
abcesso, astenia, lactação.

Lilás

Syringa vulgaris L.

Lilaseiro

Oleáceas

Na Primavera, este arbusto tem floração exuberante e perfume intenso; 
cultivado outrora pelos Árabes, o lilás crescia nos jardins de 
Constantinopla pouco depois da conquista turca, daí se difundindo pela 
Europa a

partir do século XVI.

A casca nova, as folhas e os frutos verdes são extremamente amargos 
devido a uma substância especial, a siringopicrina, e a um

heterósido; estas substâncias fazem do lilás uma planta medicinal de 
acção tónica muito útil. As flores contêm uma essência utilizada em 
perfumaria. Na Rússia, faz­se uma maceração com as flores, o óleo de 
lilás, anti­reumático. * Propriedades: antinevrálgico, febrífugo, 
sedativo, tónico. U.l., U.E. Ver: ciática, febre, reumatismo.

Limoeiro

Citrus limonum Riss.

PLANTAS CULTIVADAS

­amarga foram introduzidas na Europa após as conquistas de Alexandre, 
difundindo­se rapidamente para oeste, pelas costas do Mediterrâneo, 
visto que os seus frutos já estão representados em mosaicos romanos do 
século 1. O limoeiro, difundido pelos Árabes no Egipto e na Palestina 
cerca do século X, é uma conquista das Cruzadas.

O limão, fruto medicinal por excelência, ao
qual ainda hoje se recorre naturalmente para tratar as gripes, gozava de
grande reputação entre os médicos latinos, gregos e árabes da 
Antiguidade, que o consideravam um antídoto contra venenos de origem 
animal, além de um preventivo contra epidemias. Modernamente, a análise 
do limão demonstrou o seu excepcional valor. O suco contém ácido 
cítrico, ácido málico, citratos de potássio e

de cálcio, cerca de 8% de glúcidos, matérias pécticas, mucilagem, sais 
minerais, oligoelementos e vitamina C. O limão contém ainda, tal como a 
laranja, heterósidos flavónicos com acção vitamínica P. Do pericarpo 
extrai­se, por destilação, uma essência muito perfumada, de grande poder
anti­séptico, normalmente utilizada em perfumaria e como aromatizante. 
Pelas suas propriedades, o

consumo regular de limões, de alho e tomilho é indicado em períodos de 
epidemias. O limão é um excelente anti­séptico e um tónico geral do 
organismo e do aparelho digestivo. Resulta eficazmente no tratamento de 
doenças inflamatórias da boca e da garganta. Cosmético de tradicional 
reputação, o limão amacia a pele das mãos, fortifica as unhas frágeis, 
tonifica as peles oleosas, diminuindo­lhes a seborreia, torna a tez 
radiante e encobre as sardas. Misturado com a água de enxaguar o cabelo,
torna­o brilhante. o Propriedades: antiescorbútico, anti­hemorrágico, 
anti­séptico, febrífugo, refrescante, tónico. U.l., U.E. + V O Ver: 
acne, afta, alcoolismo, anginas, apetite, arteriosclerose, astenia, 
banho, boca, cabelo, celulite, circulação, colesterol, dentes, diarreia,
digestão, epidemia, epistaxe, escorbuto, fadiga, ferida, greta, gripe, 
insectos, intoxicação, lipotimia, meteorismo, obesidade, olhos, ouvido, 
parasitose, pele, picadas, reumatismo, sarda, soluço, unha, vómito.

Rutáceas

Os citrinos são originários da Ásia Meridional e do Sueste. O limoeiro e
um parente próximo, a cidreira, Citrus medica L., cujos frutos possuem 
casca muito espessa e irregular e polpa pouco ácida, crescem 
espontaneamente nas florestas quentes do sopé do Himalaia Indiano e nas 
montanhas do Norte da Península Indochinesa. Cultivados desde há 
milhares de anos da índia à China, os

Citrus foram durante muito tempo conhecidos na Europa apenas como 
árvores míticas que davam flores e frutos todo o ano. Cerca do século IV
a. C., a cidreira e a laranjeiraLírio­florentino

Irisflorentina L.

Lírio­branco

1ridáceas

O nome oficinal de lírio­florentino abrange várias espécies cultivadas e
variedades hortícolas de origem provavelmente híbrida, das quais a mais 
conhecida é o lírio­cárdano, Iris germanica L., planta cujo nome não é 
elucidativo, pois não existe no estado es325
PLANTAS CULTIVADAS pontânco na Europa Central. De origem mediterrânica, 
este último, bem como o Iris fiorentina L. e Iris pallida Lamk., é há 
séculos cultivado na Ásia Ocidental e em grande parte da Europa. O 
rizoma espesso, única parte utilizável, com aroma desagradável quando 
fresco, adquire depois de seco um forte perfume de violeta, Este cheiro 
é devido à presença de um óleo essencial, a essência de lírio, de 
composiçã o muito complexa. Considerado pela medicina antiga como o 
melhor dos purgativos, o rizoma do lírio, uma vez seco e reduzido a pó, 
actua como expectorante e diurético, tornando­se vomitivo em doses 
fortes. Actualmente, os lírios são cultivados mais pela beleza das suas 
flores e pela sua utilização em perfumaria. o Propriedades: aromático, 
diurético, expectorante, U.l. + Ver: asma, bronquite, cefaleia, tosse 
convulsa.

Lúcia­lima

Lippia citriodora L.

Bela­luísa, doce­lima, erva­luísa, limonete

Bras,: erva­cidreira

Verbenáceas

Este arbusto chileno é cultivado na Europa Meridional desde os fins do 
século XVIII. A lúcia­lima, muito decorativa, tem folhas com perfume 
intenso; um complexo óleo essencial determina o forte aroma a limão e as
propriedades da planta. Devido aos seus componentes e utilizações, tem 
muitas semelhanças com a melissa. Combate, sobretudo, as perturbações 
digestivas e nervosas ligeiras. Desaconselha­se o seu emprego prolongado
devido aos riscos de perturbações gástricas, e mesmo gastrites. o 
Propriedades: antiespasmódico, estomáquico. U.l. + Ver: actifenos, 
cefaleia, indigestão, meteorismo, palpitações, vertigem, vómito.

Macieira

Malus communis Poir.

Maceira, maçãzeira

Rosáceas

De origem complexa, a macieira, que conta actualmente com mais de 1000 
variedades, deriva simultaneamente de espécies da Ásia

Central e Ocidental, onde a sua cultura é muito antiga, e dos seus 
híbridos com as macieiras europeias. A maçã é um dos frutos indígenas 
mais apreciados; além de 85% de água, contém 12% de açúcar, ácidos 
orgânicos, pectina, tanino, vitaminas BI, B2, PP, C e E e provitamina A.
O seu aroma é devido a uma essência existente sobretudo na pele. 
Refrescante pelo seu abundante suco, ligeiramente ácido, estimula as 
glândulas digestivas e protege a mucosa gástrica. Os dispépticos 
deveriam comer uma maçã ralada e já um pouco escurecida pela exposição 
ao ar no início de cada refeição. O sumo de maçã fresco, numa cura de 
Primavera, tem­se revelado muito salutar. É    um excelente alimento 
complementar que favorece especialmente a assimilação do cálcio.’ A maçã
tem numerosas utilizações externas tradicionais: a sua polpa cozida é 
calmante e resolutiva, e o seu suco fresco retarda o aparecimento de 
rugas e a flacidez da epiderme. o Propriedades: antidiarreico, anti­
séptico, aperitivo, diurético, emoliente, febrífugo, hemostático, 
laxativo, refrescante, resolutivo, tónico. U.l., U.E. + V Ver: anemia, 
artritismo, astenia, bronquite, cansaço, convalescença, coração, 
crescimento, cura de Primavera, diarreia, diurese, envelhecimento, 
estÔmago, hipertensão, litíase, nervosismo, obesidade, obstipação, pele,
reumatismo, seio.

Manj eric ão­ grande

Ocimum basilicum L.

Basílico, alfádega, manjerico­de­folha­grande,

alfavaca

Bras.: manj.cricao­roxo

Labiadas

É uma planta de origem africana e indiana que se aclimatou na Europa há 
muitos séculos. É cultivada para aromatizar saladas, sopas, pratos de 
carne e para extracção da essência no aro do Mediterrâneo e na maioria 
das regiões temperadas quentes do Globo. Além do manjericão­grande, 
Ocimum basilicum L., com folhas de 2 a 5 cm de comprimento, cultiva­se 
ainda o manjericão, Ocimuni minimum L., espécie muito semelhante, com 
folhas de 1 a 2 cm e aroma muito mais suave. O seu delicioso perfume, 
semelhante ao do estragão, deve­se à presença na planta de uma essência 
rica em estragol, em eugenol, base da essência do cravo­da­índia, e 
ainda em timol, que faz parte dos componentes da do tomilho. A planta, 
que deve de preferência ser utilizada fresca, pois perde as suas 
propriedades ao secar, é, em doses medicinais, estimulante, 
antiespasmódica e

sedativa, pelo que era outrora receitada para o tratamento da histeria. 
As folhas frescas

326
esmagadas acalmam as irritações cutâneas. o Propriedades: antiespas 
módico, esternutatório, galactagogo, peitoral, sedativo. UA, U. E. + V 
Ver: aerofagia, afta, astenia, cabelo, cefaleia, constipação, espasmo, 
estômago, insectos, lactação, meteorismo, nervosismo, picada, sono, 
terçolho, tosse, tosse convulsa, vómito.

Manjerona

Origanum majorana L. (= Majorana hortensis

Moench)

Bras.: manjerona­verdadeira, ourégão­vulgar,

manjerona­inglesa, flor­de­hirrieneu,

manjerona­hortensis, amaracus

Labiadas

Esta pequena labiada aromática, com folhas aveludadas, flores 
minúsculas, brancas ou rosadas, agrupadas em espigas oblongas, muito 
juntas e com grandes brácteas côncavas, só se cultiva na Europa. No Sul,
contudo, surge por vezes escapada das culturas. O seu habitat natural 
estende­se do Nordeste de África à índia; introduzida no Ocidente na 
Idade Média, possivelmente pelos cruzados, o seu nome foi depois 
atribuído ao vulgar orégão indígena. Este facto originou confusões 
seculares que ainda persistem. o Propriedades: antálgico, 
antiespasmódico, anti­séptico, hipotensivo. U.l., U.E. + Ver: angústia, 
astenia, banho, cefaleia, estômago, nervosismo, sono, vertigem.

Maravilhas

Calendula officinalis L.

Maravi lha s ­bastardas, caléndula­hortense, boas­noites

Bras.: calêndula, mal­me­quer, bem­me­quer

Compostas

As belas maravilhas dos jardins, flores vulgares dos canteiros, 
raramente são conhecidas pelas suas virtudes medicinais. Inexistentes no
estado espontâneo, parecem derivar da erva­vaqueira dos campos do Sul da
Europa, Calendula arvensis L., começando a

ser utilizadas em medicina na Idade Média.

Pigmentos flavónicos, um princípio amargo, um saponósido, uma resina, um
óleo essencial, ácidos, álcoois e vestígios de­ácido salicílico numa 
associação perfeita fazem das maravilhas um remédio excepcional. Para 
além das aplicações especiais em ginecologia, são um dos melhores 
vulnerários anti­sépticos, anti­infiamatórios e cicatrizantes da flora 
europeia. o Propriedades: antiespasmódico, anti­inflarnatório, anti­
séptico, calicida, cicatrizanPLANTAS CULTIVADAS

te, depurativo, emenagogo, emoliente, sudorífico, vulnerário. U.l., UX. 
+ V O Ver: calo, contusão, ferida, fígado, frieira, furúnculo, 
menopausa, menstruação, pele, picadas, queimadura, ú lcera cutânea, 
verruga.
Marmeleiro

Cydonia vulgaris Pers. (= C. oblonga Miller)

Rosáceas

As maçãs de ouro do Jardim das Hespérides, representado nos altos­
relevos do Templo de Zeus, em Olímpia, em 450 a. C., assemelham­se muito
aos marmelos. Os Gregos conheciam estes frutos pelo menos desde o século
vil a. C. Eram oriundos da Ásia Ocidental, onde o arbusto é espontâneo, 
desde a

Turquia até ao Norte do Irão e à Transcaucásía. Durante um longo período
os marmelos, mais apreciados pelo seu aroma do que pelas suas qualidades
alimentares ou medicinais, foram oferecidos aos deuses. Para o

povo, oferecer um marmelo era uma prova de amor: um decreto de Sólon, no
século vi, oficializava a função do marmelo nos ritos nupciais. Desde a 
época de Hipócrates até ao século XVIL, este fruto foi considerado um 
dos mais sãos e úteis, tendo lugar de destaque na medicina antiga pela 
sua adstringência; durante muito tempo, pensou­se que se tratava de um 
antídoto de venenos.

Algumas variedades dão frutos comestíveis (como as gamboas), se bem que 
normalmente sejam consumidos cozidos. Apesar de perdida a sua antiga 
reputação, o marmeleiro continua a ser cultivado por toda a Europa, 
sendo os seus frutos utilizados na preparação de geleias alimentares e 
em fitoterapia. o Propriedades: adstringente, antidiarreico, calmante. 
UA, UX. + V Ver: afta, anginas, banho, boca, cólica, frieira, greta, 
hemorróidas, leucorreia, pele, queimadura, ruga.

Mastruço

Lepidium sativum L.

Agrião­mouro, mastruço­ordinário

Crucíferas

Desde os mais remotos tempos cultivado no

Irão, de onde é sem dúvida originário, o
mastruço conquistou a Ásia e a Europa na Antiguidade. Suplantado nos 
mercados pelo agrião, também chamado agrião­de­água, o

mastruço merecia ser mais conhecido, visto que se adapta a todos os 
tipos de solos e a

quase todos os climas, desenvolvendo­ com uma rapidez surpreendente. 
Muito utilizado pelos Gregos e Romanos, que apre3',27
PLANTAS CULTIVADAS

ciavam iguarias condimentadas e saladas picantes, servido nas mesas 
reais na Idade Média, o mastruço gozou de justa fama. o Propriedades: 
antiescorbútico, depurativo, estimulante. U.l., UX. Ver: apetite, boca, 
convalescença, fígado, pele.

Melão

Cucumis melo L.

Cucurbitáceas

Como o pepino, espécie do mesmo género, o melão é originário da Ásia 
Ocidental e Meridional, sendo um dos frutos mais apreciados desde a 
Turquia à China; existe também em África no estado espontâneo. Cultivado
pelos Romanos, o melão desapareceu depois das culturas europeias, só 
reaparecendo nos finais da Idade Média e no Renascimento. Os 
apreciadores, ao ingeri­lo, cometiam uma temeridade, pois os médicos da 
época consideravam o melão um dos mais nocivos alimentos e 
responsabilizavam­no pela morte de quatro imperadores e dois papas. 
Contra­indicado aos que sofrem de dispepsia, de diabetes e em todos os 
casos de irritação do aparelho digestivo, o melão é para os que não 
sofrem destes males, apesar da sua difícil digestão, um fruto agradável,
refrescante, diurético e laxativo. As suas utilizações em cosmética são 
análogas às do pepino, estando o melão especialmente indicado para as 
peles secas, o Propriedades: diurético, laxativo, refrescante. UA., U.E.
V Ver: fígado, pele, queimadura.

Milho

Zea mays L.

Milho­grosso, milho­maês Bras.: cabelo­de­milho, barba­de­milho,

estigma­de­milho

Gramíneas

Os índios da América consideravam o milho um dom do deus Hiawatha. Na 
verdade, o milho é desconhecido em todo o Mundo no estado espontâneo e 
distingue­se perfeitamente das gramíneas que mais se lhe assemelham. A 
América Central e principalmente o México foram provavelmente os locais 
de difusão da cultura da planta. Em estações pré­históricas do Novo 
México foram encontrados restos de milho com 7500 anos, supondo­se que 
algumas tribos índias do Sudoeste dos Estados Unidos já o conheciam há 
milénios. Nestas civilizações, o milho tem a mesma importância que o 
trigo para os

Europeus. Hoje, é um cereal cultivado em todo o Mundo, especialmente na 
Europa, onde é utilizado para a alimentação do gado.
O grão de milho­doce­da­américa, consumido em verde, é tão saboroso como
as ervilhas. Muito energético e nutritivo, é menos equilibrado que o 
trigo; se bem que diminua a actividade da tireóide e actue como 
moderador do metabolismo, o milho não é comparável ao trigo como base 
alimentar exclusiva. O amido do milho faz parte da composição de 
numerosos produtos dietéticos para lactentes. O germe de grão de milho 
contém um óleo que, como o do girassol, possui uma acção 
anticolesterolémica. Os estiletes que guarnecem as espigas frutíferas, 
chamados barbas de milho, têm uma acção diurética e emoliente. Contêm 
ácido salicílico, que é analgésico, e vitamina K. o Propriedades: 
analgésico, anti­hemorrágico, diurético, emoliente, 
hipocolesterolemiante, hipoglicemi ante. U.l. + O Ver: albuminúria, 
cistite, colesterol, diabetes, edema, gota, litíase, nefrite, obesidade,
pele, reumatismo, rim.

Milho­miúdo

Panicum miliaceum L.

Milho­de­canário, milho­alvo, pão­de­passarinho,

milhete

Gramíncas

Além do milho­grosso, várias outras gramíneas foram ou são ainda 
cultivadas sob a designação genérica de milho. As duas mais importantes 
são o milho­miúdo, Panicum miliaceum L., e o milho­paínço, Setaria 
italica P. B.; são plantas que nascem espontaneamente em diversas 
regiões da Ásia, em

zonas temperadas no primeiro caso e quentes no segundo. A sua origem 
perde­se com a da história dos povos deste continente. Os Chineses 
cultivavam o Panicum miliaceum L. há 5000 anos. Foram encontrados restos
de Setaria italica P. B. em Chassey, França, que devem datar do 3.O 
milénio a. C,

Os milhos­miúdos desapareceram praticamente da alimentação ocidental, 
pois não são panificáveis. Continuam, no entanto, a ser intensamente 
cultivados na Ásia, em África e também na Europa Oriental, sobretudo o 
Panicum miliaceum L. Possuem qualidades alimentares aproximadas às do 
trigo e têm um sabor doce e agradável. Negligenciam­se erradamente nos 
países ricos, onde apenas os vegetarianos os apreciam. Os seus

grãos são cozinhados em papas, bolos ou do mesmo modo que o arroz. O 
Milium effusum L., milho­miúdo­silvestre dos bosques frescos de todo o 
hemisfério norte temperado, pouco semelhante aos já mencionados, foi 
muitas vezes utilizado como alimento em períodos de escassez.

328
o Propriedades: antianémico, diurético, estimulante, resolutivo, 
sudorífico. U.l., U.E. o Ver: actiferios, convalescença, diarreia, 
gripe.

Nogueira

Juglans regia L.

Bras.: nogueira­da­índia

Juglandáceas

Árvore do Sudeste Europeu e Asiático, cujo vasto habitat se estende dos 
Balcãs e de Creta até ao Norte da China, a nogueira foi extinta na 
Europa Ocidental pela última glaciação quaternária, reaparecendo no fim 
da Idade do Bronze.

Pouco reputada, como a maioria dos frutos, na opinião dos médicos da 
Antiguidade e da Idade Média, a noz teve, contudo, um papel importante 
na alimentação dos nossos antepassados, especialmente através do seu 
óleo, outrora utilizado, juntamente com o do fruto da faia, na Europa 
não Mediterrânica. A noz

é dos frutos secos mais nutritivos, pois contém, além de prótidos e 
glúcidos, sais minerais, sobretudo zinco e cobre, vitaminas BI, B2, B5 e
PP e carotenos. Reconstituinte, deve fazer parte da ementa de 
carenciados, convalescentes,    crianças e idosos; é um

vermífugo eficaz   contra a ténia. As folhas e a casca verde dos  
frutos, o pericarpo, constituem a sua principal utilidade medicinal. A 
nogueira é aconselhada para combater a

queda do cabelo e a caspa, mas o seu poder corante limita o seu uso aos 
morenos. Existem incompatibilidades entre a nogueira e plantas como o 
aloés­do­cabo, o musgo­da­Irlanda, o condurango, a quina, além de alguns
sais minerais ou substâncias medicamentosas. Nunca se deve associar a 
outros medicamentos sem indicação médica. o Propriedades: adstringente, 
anti­séptico, cicatrizante, depurativo, detersivo, hipoglicemiante, 
tónico, vermífugo. U.l., U.E. +-0 Ver: anemia, anginas, astenia, banho, 
cabelo, conjuntivite, crescimento, diabetes, diarreia, edema, ferida, 
fígado, frieira, hemorróidas, leucorreia, parasitose, pele, raquitismo, 
úlcera cutânea.

Oliveira

Olea europaea L.

Oleáceas

Símbolo da agricultura antiga nas regiões mediterrânicas, a oliveira foi
domesticada há milhares de anos na Ásia Ocidental, onde os
protótipos das raças cultivadas existem no

PLANTAS CULTIVADAS

estado espontâneo. O Génesis fala de um

óleo extraído provavelmente do seu fruto. A árvore atingiu a Itália na 
1.1 metade do
1.O milénio a. C. e actualmente é cultivada em cerca de 30 países dos 5 
continentes. Além de água, óleo, glúcidos e prótidos, a

azeitona contém numerosos minerais, especialmente cálcio, ácidos 
orgânicos, enzimas, vitaminas B I, B2 e PP e provitamina A.

O azeite é um alimento precioso quando é feito com rigor. As azeitonas 
comercializadas são frequentemente submetidas a lavagens químicas que 
destroem alguns elementos importantes. O poder nutritivo das azeitonas 
pretas é muito superior ao das verdes; basta recordar que, na área 
mediterrânica, constituíam outrora, com a cebol    >a e o pão de 
centeio, o alimento principal da gente do campo. O azeite extraído por 
pressão a frio é o único que oferece garantias sob o ponto de vista 
dietético e medicinal. Muito digerível cru, poderia substituir todas as 
gorduras alimentares se tivesse as características anticolesterolemi 
antes dos óleos de milho e girassol. Teve outrora numerosas aplicações 
terapêuticas, tanto para uso interno como externo. Entre os Romanos, a 
unção com azeite tinha funções de um verdadeiro banho de juventude. A 
folha de oliveira, além da sua antiga fama de febrífuga e vulnerária, 
deve a descobertas modernas a reputação de ser um dos hipotensores 
vegetais europeus de maior interesse. o Propriedades: colagogo, 
colerético, diurético, emoliente, hipoglicemi ante, hipotensor, 
laxativo, resolutivo. U.l., U.E. + V O Ver: abcesso, arteriosclerose, 
bronzeamento, cabelo, diabetes, diurese, eritema, fígado, greta, gripe, 
hipertensão, litíase, obesidade, obstipação, ouvido, pele, picadas, 
reumatismo, úlcera cutânea, unha.

Passifiora

Passiflora incarnala L.

Martírios, flor­da­paixão

Bras.: maracujá

Passifioráceas

Esta graciosa trepadeira provida de gavinhas, com folhas recortadas e 
persistentes, deve o

nome às suas enormes e maravilhosas flores, cujas diversas peças fazem 
lembrar os * trumentos da Paixão de Cristo. Originária da América 
Tropical, necessitada de temperaturas elevadas, a família das 
Passifioráceas só se aclimata bem nas regiões temperadas mediterrânicas.

329
PLANTAS CULTIVADAS

Em 1867, os estudos de um investigador americano chamaram a atenção para
a passiflora e demonstraram o seu grande interesse para a medicina como 
sedativo e antiespasmódico. Esta planta não tóxica pode ser de grande 
utilidade para determinadas intoxicações, como o alcoolismo ou a 
morfinomania. Além disso, o seu fruto, que é ovóide, amarelo, do tamanho
de um ovo, contém uma polpa comestível levemente viscosa, muito 
refrescante e rica em vitamina C. o Propriedades: analgésico, 
antiespasmódico, hipnótico, hipotensor, sedativo. UA. +0 Ver: 
alcoolismo, angústia, cólica, coração, enxaqueca, espasmo, fadiga, 
nervosismo, nevralgia, sono.

Pastinaga

Pastinaca sativa L.

Chirivia

Umbelíferas

Derivando de uma espécie silvestre muito conhecida na Europa, a 
pastinaga apenas difere dela pela sua aromática raiz carnuda, de cor 
branco­ amarelada; consumida ainda fresca, tem um sabor muito agradável.
Bastante apreciada pelos Latinos, foi uma das plantas mais difundidas 
até ser suplantada pela cenoura no século XI.

Mais rica do que esta em açúcares e proteínas, a pastinaga é um alimento
de valor aproximadamente igual, se bem que contenha menos vitaminas. É 
necessária muita prudência ao colhê­la, pois há possibilidades de se 
fazerem trágicas confusões entre a pastinaga e outras umbelíferas 
tóxicas, como o embude, ou rabaças, Oenanthe crocata L., e

a cicuta, Conium maculatum L. Uma subespécie espontânea da pastinaga, a 
Pastinaca urens Req_ provoca, por simples contacto, dermatoses 
alérgicas, por vezes graves. o Propriedades: depurativo, diurético, 
sedativo. UA. Ver: diurese, obesidade.

PeÓnia

Paeonia officinalis L.

Peoffiáceas

Mais bela ainda no estado selvagem, com as suas grandes flores terminais
vermelhas, a peónia, jóia rara da flora europeia, encontra­se dispersa, 
sempre em meios bem delimitados e frequentemente pouco acessíveis, de 
Portugal à Rornénia, aventurando­se para norte até à Áustria e à 
Hungria. Existe também na

Ásia, tendo representado na China durante
um longo período o símbolo da glória imperial. A Paeonia baetica L. 
cresce em Portugal desde o Minho ao Algarve, nos locais pedregosos e 
silvados, sendo conhecida pelos nomes de rosa­ albardeira, roda­de­lobo 
ou peónia­macha. A Paeonia officinalis L. é

rara em Portugal, aparecendo na região do vimioso.

Os primeiros escritos médicos gregos consideravam a peónia eficaz contra
a epilepsia, tendo sido utilizada no tratamento desta doença até ao 
século XIX. A fitoterapia moderna considera­a um bom antiespas módico, 
vantajosa nos casos de perturbações nervosas. As sementes de peónia são 
tóxicas; utilizam­se as flores e a raiz, que contém um

heterósido produtor de óleo essencial e um alcalóide que exerce uma 
acção tónica na circulação venosa. A planta não é aconselhável às 
mulheres grávidas. o Propriedades: antiespas módico, vasoconstritor. 
U.l., U.E. + Ver: espasmo, hemorróidas, nervosismo, palpitações, tosse, 
varizes.

Pepino

Cucumis sativus L.

Cucurbitáceas

O antepassado desta planta hortícola tão conhecida, cuja cultura era já 
próspera na índia e no Egipto há pelo menos 4000 anos, é provavelmente 
um pepino espontâneo que

cresce no sopé do Himalaia. Muito apreciado pelos Gregos e Latinos, 
considerado na Idade Média como detentor de um certo número de 
qualidades terapêuticas, o pepino como alimento levantou em todos os 
tempos as maiores suspeitas por parte dos médicos e

dietistas. Contendo de 95 a 97% de água, este fruto é de facto o menos 
nutritivo dos alimentos crus, se bem que contenha, entre outras, 
vitamina C, provitamina A, uma proporção notável de ferro, manganésio, 
iodo e vestígios de tiamina. A casca tem um sabor amargo devido a 
substâncias que se

encontram também na norça­branca e nas coloquíntidas e que são tóxicas. 
Indigesto quando cru, mal tolerado por estômagos sensíveis, o pepino é, 
no entanto, um alimento refrescante e diurético. É utiliizado 
principalmente para uso externo; a polpa goza de uma muito antiga e 
merecida fama em dermatologia e em cosmética: cuidados do rosto, rugas, 
sardas; com efeito, o pepino, cortado em rodelas e aplicado sobre o

rosto, constitui uma máscara emoliente. As sementes, cuja composição se 
assemelha às da abóbora, são consideradas vermífugas. o Propriedades: 
diurético, emoliente, refrescante. U.l., UX. V O Ver: cólica, dartro, 
eritema, greta, pele, prurido.

330
Pereira

Pirus communis L.

Rosáceas

Congénere da pereira­brava, Pirus piraster Burgsd., a pereira, no 
entanto, não deriva dela. Mais   provavelmente, tem origem numa ou em 
várias espécies de Pirus do Sudeste da Europa e da Ásia Ocidental. As 
variedades procedentes da pereira­brava só dão frutos acres, apenas 
utilizáveis para prensar. Cultivada na Grécia antiga, citada na 
Odisseia, a pereira já estava representada nos pomares latinos do século
I por cerca de
40 variedades, número este que o talento dos agricultores aumentou 
indefinidamente. Actualmente, se bem que tenham sido inventariadas mais 
de 1000 variedades de péras, apenas algumas são cultivadas à escala 
industrial. O fruto é perfeitamente digerível quando maduro. Para 
estômagos susceptíveis é, no entanto, preferível cozê­lo. A pêra é rica 
em açúcares, sobretudo levulose, assimilável pelos diabéticos e bastante
pobre em vitaminas, mas importante devido aos ácidos orgânicos, aos 
minerais e à pectina. Um pouco adstringente devido ao tanino, é no 
entanto o sabor refrescante a mais apreciável das suas qualidades. A 
casca e as folhas dos ramos jovens contêm um glucósido, o arbutósido.
09 Propriedades: adstringente, antidiarreico, anti­séptico, diurético, 
vulnerário. U.I., U. E. Ver: anginas, cistite, diarréia, diurese, gota, 
litíase, reumatismo.

Pessegueiro

Pruntís persica (L.) Batsch (=Persica mIgaris Mill.)

Rosáceas

O pessegueiro não se encontra em parte alguma no estado espontâneo. É 
cultivado na

China desde tempos imemoriais, onde as mais antigas poesias celebram as 
suas flores, símbolo de renovação, de juventude e de amor fugaz. Muito 
tempo depois de ter atingido o Médio Oriente pela rota das caravanas, o 
pessegueiro foi introduzido na Grécia pelos soldados de Alexandre Magno.
As pinturas murais de Pompeia, em Itália, são um testemunho do seu 
desenvolvimento. Actualmente, o pessegueiro tornou­se uma

das árvores frutíferas mais cultivadas à superfície do Globo, com 
centenas de variedades, algumas com frutos de pele lisa, como os 
pêssegos nectarinas e os calvos, ou carecas.

O pêssego fresco, além dos seus 85% de água, é sobretudo rico em 
açúcares; contém também uma pequena quantidade de óleo

PLANTAS CULTIVADAS
essencial, numerosos minerais, vitaminas B I, B2, PP e C e provitamina 
A. Quando maduro, é um fruto energético, aperitivo e

refrescante, bem tolerado pelos estômagos sensíveis. A polpa do pêssego 
tem as mesmas aplicações cosméticas que a do alperce. As folhas, as 
flores e a amêndoa do caroço contêm uma substância química geradora de 
ácido cianídrico, pelo que não devem ser
consumidas. Só o xarope de flores de pessegueiro em doses rigorosas 
continua a ser

receitado às crianças como laxante e sedativo. o Propriedades: antiespas
módico, aperitivo, laxativo, refrescante, sedativo, vermífugo. U.I., 
U.E. + V Ver: acufenos, obstipação, parasitose, sono, tosse, tosse 
convulsa.

Pimentão

Capsicum annuum L.

Pimentão­corni cabra, pimento­cornurn

Solanáceas

Descoberto na América Central no final do século XV pelos marinheiros de
Cristóvão Colombo, o pimentão era desde épocas longínquas a única 
especiaria usada pelos índios do Chile e do México. Importado pelos 
Espanhóis em 1514, propagou­se muito rapidamente nas regiões meridionais
da Europa, em África e na Ásia. Ocupa actualmente um

lugar importante na alimentação dos povos dos países mediterrânicos e 
tropicais. Cultivam­se diversas espécies e variedades do género 
Capsicum, algumas com frutos pequenos de sabor picante, outras com 
frutos maiores e com sabor menos intenso ­ os

pimentões doces, ou pimentos. Em climas quentes cultiva­se também o 
pimentão­de­cheiro, ou pimentão­de­caiena, Capsicum frutescens L., espé 
cie arbustiva com caules lenhosos, pequenos frutos pontiagudos, muito 
picantes, dos quais, depois de secos e

reduzidos a pó, se faz o piripíri. Os pimentões têm um fraco valor 
nutritivo, contendo, no entanto, vitaminas C, B I, B2 e PP. Uma 
substância específica, a capsaicina, determina o seu sabor picante. O 
pimentão picante, ingerido em excesso, pode causar inflamações 
gastrintestinais e renais e deve ser proibido em casos de sensibilidade 
especial destes órgãos. Actualmente, é utilizado em

aplicação externa como rubefaciente e revulsivo e faz parte da 
composição de numerosos bálsamos, linimentos, cataplasmas, bem como do 
algodão termogéneo. o Propriedades: antidiarreico, anti­inflamatório, 
antivomitivo, aperitivo, estimulante, revulsivo, rubefaciente, sedativo,
tónico. U.I., U.E. Ver: alcoolismo, apetite, arteriosclerose, astenia, 
bronquite, cabelo, congestão, diarreia, nevralgia, pulmão, reumatismo, 
vómito.
331
Piretro

Chrysanthemum cinerariaefolium (Trev.) Vis.

Piretro­da­dalmácia

Compostas

Esta bela composta vivaz, cujas flores se

assemelham às da bonina, distingui tido­ se, no entanto, facilmente 
devido às suas folhas muito recortadas, aveludadas, de tom acinzentado, 
quase todas situadas na base, e pelo seu perfume, muito aromático, só 
cresce espontaneamente nas costas jugoslavas do Adriático.

Os capítulos do piretro, única parte utilizada, contêm, além de outros e
numerosos componentes, uma mistura de piretrinas, substâncias 
extremamente tóxicas para os

animais de sangue frio, como os insectos e os vermes, e de fraca 
toxicidade para o

homem e animais de sangue quente, quer por ingestão, quer por inalação. 
Desde longa data conhecido como insecticida na Ásia Ocidental, onde 
crescem espécies vizinhas, o piretro tornou­se uma planta de uso 
corrente na agricultura. o Propriedades: parasiticida. U.E. + O Ver: 
ftiríase, insectos.

Rabanete e rábano

Raphanus sativus L., var. radicula Pers.; Raphanus

sativus L., var. niger Pers.

Bras.: rabanete, nabo­chinés, rabanete­das­bortas

Crucíferas

Estas hortaliças são desconhecidas no estado espontâneo e supõe­se que 
sejam espécies próximas das do Oeste Asiático. Na época da construçã o 
das pirâmides, os Egípcios alimentavam­se com estas deliciosas raízes 
temperadas com dentes de alho. Os médicos gregos e latinos já conheciam 
as suas propriedades béquicas. Os rabanetes e os rábanos não são citados
na Europa antes do Renascimento, só a partir dessa época começando

a ser elogiados os seus bons efeitos colagogos, embora fossem 
considerados alimentos grosseiros. São apenas variedades hortícolas, 
botanicamente muito semelhantes, diferenciando­se apenas pelas suas 
raízes. Têm utilizações idênticas, se bem que o rábano seja mais rico em
essência e mais activo. De valor nutritivo muito reduzido, bastante 
indigestos, não são aconselhados aos dispépticos, mas o seu suco
fresco é benéfico para os hepáticos. O rabanete

é menos indigesto se for consumido com as folhas, sendo necessário 
mastigá­lo bem. o Propriedades: antiescorbútico, aperitivo, béquico, 
tónico. U.l. + Ver: acrie, artrite, bronquite, desmineralização, fígado,
meteorismo, tosse, vesícula biliar.

Rícino

Ricinus communis L.

Carrapateiro, mamona, bafureira Bras.: mamoneira, baga, bafureiro

Euforbiáceas

Esta magnífica planta tropical, originária da África e da índia, é 
vulgarmente cultivada como arbusto ornamental em toda a Europa 
Meridional. Nas regiões mais quentes é cultivada para extracção do óleo.

As sementes de rícino, lisas, brilhantes e marmoreadas, contêm entre 49 
e 85% de óleo associado a cerca de 20% de proteínas e a uma fitotoxina 
altamente venenosa, a ricina. Insolúvel no óleo, esta toxina permanece 
integralmente nos resíduos depois de a

semente ser prensada. As sementes de rícino não devem ser ingeridas, 
pois 3 ou 4 podem matar uma criança, e cerca de 15, um adulto, não 
existindo, além disso, qualquer antídoto específico.

Já conhecido na Antiguidade pelos Egípcios e Gregos, o óleo de rícino 
era utilizado para tratar a obstipação e em cosmética, como se fosse 
brilhantina, e também para a

iluminação. Actualmente, é ainda um dos laxativos vegetais de acção 
suave mais utilizados. É um componente básico de alguns medicamentos 
para uso externo, encontrando também na indústria numerosas aplicações. 
o Propriedades: emoliente, galactagogo, purgativo. U.l., U.E. + V O Ver:
artrite, cabelo, frieira, lactação, obstipação, parasitose.

Romãzeira

Punica granatum L.

Romeira

Bras.: romã

Punicáceas

Arbusto da Ásia Ocidental, espontâneo desde o Sul do Cáucaso até ao 
Penjabe, a romãzeira foi desde longa data difundida pelo homem na Ásia 
Oriental e na Ásia Menor e, mais tarde, nos países mediterrimicos. 
Disseminada pelos pássaros, encontra­se por vezes longe das culturas na 
Europa Meridional. A sua história é semelhante à da figuei
332
ra: foram descobertas romãs em túmulos egípcios que datam de 2500 a. C. 
Os Árabes, que apreciavam muito a romã, introduziram e cultivaram 
intensivamente esta árvore no Sul de Espanha; testemunhando tal facto, a
cidade de Granada (romã, em espanhol) ostenta desde o século VIII o nome
do fruto.

À romãzeira e ao seu fruto está ligado um

grande número de símbolos, tradições e costumes. A romã era considerada 
um excelente fruto para a fecundidade. Há 4000 anos, os Egípcios 
conheciam já o efeito vermífugo da sua raiz. Cerca de 1807, na Europa, a

casca da raiz estava na moda para combater a ténia armada. A análise 
revelou que os

princípios activos contidos na casca são alcalóides anti­helmínticos 
muito eficazes contra as ténias, devendo, no entanto, ser

administrados sob vigilância. A medicina antiga aproveitava também a sua
acção adstringente devido ao tanino contido na casca, na flor e no 
fruto.

O sumo da romã tinha múltiplas utilizações, consoante o estado de 
maturação; o sumo dos frutos acres era receitado como febrífugo e 
antivomitivo, e o dos frutos doces, como calmante para a tosse. A 
verdadeira granadina, que é um xarope concentrado de sumo de romã, é 
evidentemente muito diferente da poção fabricada artificialmente. A 
casca da romã servia outrora para curtumes e pintura de couros.

o Propriedades: acistringente, vermífugo. U.l., U.E. + Ver: hemorragia, 
leucorreia, parasitose.

Rosa­pálida

Rosa centifolia L.

Rosa­de­cem­folhas, rosa­de­jericó

Bras.: rosa

Rosáceas

De entre as inumeráveis variedades de rosas­pálidas cultivadas, a rosa­ 
de­cem­folhas e as suas parentes próximas, como a rosa­branca, Rosa alba
L., e a rosa­ de­damasco, Rosa damascena Mill., derivam muito 
provavelmente de hibridações antigas entre a rosa­rubra, Rosa gallica 
L., e as roseiras­bravas orientais. Estas rosas, que exalam um perfume 
forte, já eram cultivadas na Grécia e na Itália antigas. É sobretudo da 
rosa­de­damasco, que apresenta uma floração contínua, perfumando os 
velhos jardins durante largos períodos do ano, que se extrai a essência 
e se prepara a água de rosas. Esta última, introduzida na Europa pelos 
cruzados, teve, como a essência, uma reputação de remédio universal. 
Actualmente, apenas se

emprega em farmácia pelo seu aroma. Faz parte da composição de numerosos
produtos cosméticos, funcionando como tónico devido às suas qualidades 
de adstringente.

o Propriedades: laxativo. U.l., U.E. + V Ver: obstipação, pele, pontos 
negros.

Rosa­rubra

Rosa gallica L.

Rosa­francesa­dobrada, rosa­de­alexandria, rosa­vermelha, rosa­da­
provença, rosa­gálica

Bras.: rosa­francesa

Rosáceas

Esta rosa rústica, de um vermelho profundo e aveludado, é uma espécie de
roseira­brava com flores duplas das regiões meridionais da Europa e da 
Ásia Ocidental. Já conhecida pelos Antigos, como a precedente, só no

tempo das Cruzadas atingiu o Ocidente na forma denominada @<de Provins+,
com flores muito dobradas de cor vermelho­escura.

Celebrizada no passado tanto por médicos como por poetas, esta rosa­
rubra apenas conserva, no laboratório, o rótulo banal de tónico e 
adstringente. As suas pétalas contêm tanino, ácido gá1hico, heterósidos,
um pigmento e um óleo essencial. o Propriedades: adstringente, 
antidiarreico, anti­hernorrágico, resolutivo, tó nico, vulnerário. U.l.,
U.E. + V O Ver: afta, anginas, boca, convalescença, ferida, hemorragia, 
leucorreia, nariz, olhos, pele, queimadura solar, úlcera cutânea, unha.

Ruibarbos

Rheum rhabarbarum L. e Rheum rhaponticum L.

Rabárbaro

Poligonáceas

Estas grandes e belas plantas, com folhas onduladas, das quais é 
comestível, em compota ou em doce, o pecíolo carnudo e ácido, 
originárias da Mongólia ou da Bulgária, são
cultivadas na Europa, bem como os Seus híbridos. A raiz do ruibarbo, 
única parte oficinal, muito apreciada pelos médicos antigos, permaneceu 
desde a Antiguidade até ao século XVIII um simples importado, por isso 
raro e precioso. Aclimatada nas hortas da Europa há cerca de 300 anos, o
seu preço desceu. O rizoma contém antraquinonas purgativas e vários 
heterósidos, um dos quais tem efeitos estrogéneos. A parte verde das 
folhas é realmente perigosa e não deve ser ingerida, pois já se 
verificaram intoxicações mortais. A utilização da raiz de ruibarbo como 
laxativo não deve ser prolongada; o

doce preparado com os pecíolos não é aconselhado a quem sofra de 
litíase, gota e reumatismo. o Propriedades: aperitivo, laxativo, tónico,
vermífugo. U.l., U.E. + O

333
PLANTAS CULTIVADAS

Ver: abcesso, alcoolismo, apetite, cabelo, diarreia, estômago, 
intestino, parasitose.

Salsa

Petroselinum sativum Hoffiri.

Salsa­hortense

Bras.: salsa­da­horta, salsa­de­cheiro, salsa­vulgaris,

hortense

Umbelíferas

Desde a época romana, não existe nenhuma horta da Europa, com excepção 
do extremo norte, onde não seja cultivada esta excelente planta 
aromática, originária provavelmente do Mediterrâneo Oriental. 
Curiosamente, parece que até ao fim da Idade Média a salsa só se 
cultivava para aplicações medicinais. Uma essência de composição 
complexa e

variável, contendo principalmente apiol, apiósido e miristicina, que se 
encontra também na noz­moscada, Myristica fragans Houtt., determina o 
aroma e o sabor da sal­ sa. As folhas frescas contêm, além disso, um 
alcalóide volátil, ferro, cálcio, fósforo e percentagens muito elevadas 
de provitamina A e vitamina C. Estas substâncias conferem à salsa maior 
importância do que a de um condimento; é um factor importante de equi~ 
líbrio da nutrição e um óptimo remédio vegetal. Assim, 5 g de salsa 
proporcionam a

quantidade quotidiana necessária de provitamina A, e 30 g, igual 
quantidade de vitamina C. Tomar o suco fresco é o melhor modo de ingeri­
Ia. o Propriedades: antianémico, antiescorbútico, antilactagogo, 
aperitivo, depurativo, diurético, emenagogo, estimulante, resolutivo, 
sedativo, tónico. UA, U.E. + V O Ver: acrie, alcoolismo, anemia, 
apetite, contusão, crescimento, digestão, edema, impotência, lactação, 
leucorreia, menstruação, oftalmia, picadas, raquitismo, reumatismo, 
sarda, tez, ureia.

Soja

SoJa hispida Maxim. (=Glv(­ine soja Sieb. et Zucc.)

Bras.: feijão­soja, feijão­chinês, ervilha­oleaginosa­do­japão, fava­da­
manchúria

Leguminosas
Espontânea da Indochina ao Japão, a soja é cultivada desde há muito 
tempo nessas regiões. Introduzida na Europa no século XVIII, só nos 
últimos decênios adquiriu importância, quer do ponto de vista alimentar,
quer económico. Desenvolve­se principalmente nas regiões meridionais, 
pois necessita de calor.

As pequenas sementes globosas da soja

representam um dos mais elevados potenciais nutritivos vegetais. Contém 
cerca de
35% de proteínas (duas vezes mais do que a

carne), possuindo todos os aminoácidos essenciais; delas fazem parte 
caseínas, cuja composição é semelhante às do leite,    lípid  os

e cerca de 30% de glúcidos, A soja é um alimento de grande valor 
energético, antiasténico, remineralizante e factor de equilíbrio 
nutricional. Pode consumir­se cozida, em farinha, crua ou germinada, sob
a forma de leite e mesmo de queijo. O óleo que produz, de emprego vulgar
na alimentação, é rico em ácidos gordos poli­insaturados, revelando~se 
eficaz na diminuição da taxa de colesterol sanguíneo. o Propriedades: 
estimulante, hipocolesterolemiante, remi neral i zante. UA. Ver: 
arteriosclerose, astenia, colesterol, convalescença, crescimento, 
desmineralização, fadiga.

Tomateiro

L_y(­opersicum esculentum MiII.

Tomate

Solanáceas

Os Espanhóis descobriram o tomateiro na América, onde crescia 
espontaneamente desde o Peru até ao México, começando a surgir nas 
hortas europeias cerca de 1550. Até ao século XVIII, apenas foi 
cultivado como

planta ornamental, pois era considerado venenoso. Nos finais do século 
XIX, o tomateiro era ainda um vegetal quase exclusivamente meridional.

Com 93% de água, menos de 4% de glúcidos e 1 % de prótidos, o tomate não
pode ser considerado um alimento nutritivo. É, no

entanto, um fruto muito importante devido aos seus ácidos orgânicos, aos
seus carotenóides e, sobretudo, à vitamina C, cujo teor atinge o máximo 
quando o fruto está completamente maduro. O tomate verde ou pouco corado
contém um alcalóide, a solanina, que pode torná­lo tóxico, à semelhança 
das folhas e dos caules. Embora não seja fácil de digerir, sobretudo 
quando cozido, é, após concentração do sumo e em doses moderadas, 
refrescante e aperitivo; alcalinizante, tem grande utilidade na dieta 
das pessoas que sofrem de artrite. o Propriedades: adstringente, 
aperitivo, diurético, laxativo, refrescante. UA., U.E. V O Ver: acrie, 
apetite, astenia, epidemia, gota, obstipação, pele, picadas, psoríase, 
reumatismo, tez, ureia.
334
Tremoceiro

Lupinus albus L. (sensu lato)

Leguminosas

Estas magníficas plantas ornamentais, com
as suas típicas folhas digitadas e as suas
grandes espigas florais erectas, contêm substâncias tóxicas. Esta 
toxicidade é devida a alcalóides como a esparteína, a lupinina e, o
mais nocivo, a lupanina, que podem ou não coexistir na mesma espécie. 
Registam­se com frequência intoxicações em animais que, por vezes, podem
ser fatais.

A semente do tremoço constituiu, no entanto, num passado recuado, uma 
importante forragem e foi mesmo um alimento para o homem.

Quatro séculos antes de Cristo, os Gregos consumiam já esta semente, 
cujo sabor amargo e toxicidade eram eliminados por ebulição. Durante a 
última guerra os tremoços torrados substituíram o café. Além da soja, é 
a semente mais rica em proteínas:
40% em certas variedades. o Propriedades: antidiabético, emoliente. U. 
E. V O Ver: abcesso, eczema, parasitose, pele.

Trigo

Triticum aestivum L. (=T. vulgare ViII.)

Gramíneas

O trigo, cereal antiquíssimo, cujos numerosos protótipos espontâneos se 
encontram desde a Grécia ao Médio Oriente, era já conhecido na origem 
das civilizações ocidentais. Segundo J. F. Leroy (1970), o trigo 
cultivado no Curdistão há 8000 anos @<era já o resultado de uma longa 
melhoria+ devido à influência de uma selecção agrícola empírica. No 5.O 
milénio a. C., este trigo era cultivado no Iraque e propagou­se à Ásia 
Menor e ao Mediterrâneo. Cerca de 4000 a. C., juntamente com a espelta, 
outra espécie com grãos revestidos, encontra­se já no delta do Danúbio e
nas planícies do Reno marítimo. No 3.O milénio, estes cereais são já 
cultivados na maior parte da Europa. Os trigos duros meridionais do 
grupo dos Triticum durum Desf_ de desenvolvimento muito mais tardio, 
sobretudo a partir do século XVIII na Europa Ocidental, têm origem 
oeste­asiática, por um lado, e leste­africana e arábica, por outro.

O trigo é um bom alimento. É, no entanto, necessário especificar que o 
pão branco dos nossos dias não tem, de modo nenhum, o valor nutritivo do
trigo inteiro ou ligeiramente peneirado da alimentação antiga. Só o

pão integral, desde que seja proveniente de
culturas isentas de qualquer influência química, possui todos os 
componentes dos invólucros e do germe do cereal, com excepção do farelo.
O grão de trigo contém até
75% de glúcidos, de 11 a 12% de prótidos, de 1,65 a 2% de lípidos, de 
2,1 a 2,5% de celulose, cerca de 2% de substâncias minerais, 
principalmente potássio, fósforo e cálcio. O germe contém 25% de 
prótidos, incluindo os oito ácidos aminados indispensáveis cuja síntese 
o organismo não pode efectuar, cerca de 47% de glúcidos diversos, de
10 a 12% de lípidos e lecitina rica em fósforo, alimento dos tecidos 
nervosos. A estes elementos associam­se as enzimas, que possibilitam a 
assimilação dos diversos compostos, um elevado teor de fósforo, 
magnésio, cálcio, além de oligoelementos e vitaminas BI, B2, PP, B5, B6 
e E. Nas diversas camadas do farelo encontra­se um considerável número 
de componentes do germe, além de substâncias reguladoras do metabolismo 
das gorduras. O trigo é um extraordinário potencial de saúde. o 
Propriedades: antianémico, emoliente, estimulante, laxativo, 
remineralizante. U.l. + v IN Ver: anemia, astenia, banho, cabelo, 
crescimento, desmineralização, enurese, esterilidade, gravidez, 
impotência, nervosismo, obstipação, raquitismo.

Trigo­sarraceno

Fagopyrum esculentum Moench (=Polygoiium

Jagopyrum L.)

Trigo­mourisco, fagópiro

Poligonáceas

A cultura deste cereal teve início na China num passado longínquo, 
atingindo posteriormente a índia e a Ásia Ocidental. Só no fim da Idade 
Média foi conhecido na Europa. Ainda recentemente muito difundido nas 
regiões siliciosas pobres das terras frias da Europa Central, a cultura 
do trigo­sarraceno tem vindo a retroceder.

O pequeno fruto do trigo­sarraceno, aquérrio trígono, enegrecido e 
brilhante, contém um albúmen rico em glúcidos, lípidos e prótidos, entre
os quais vários aminoácidos indispensáveis à vida; o teor em fósforo, 
cálcio, ferro, cobre e vitaminas B I, B2, PP e

B5 ultrapassa a média, e o teor em potássio é o mais elevado de todos os
cereais.

A semente, depois de liberta da casca

dura e cozida pelo mesmo processo do arroz, é um alimento de grande 
valor energético e nutritivo, de fácil assimilação, recomendado em todos
os casos de fragilidade digestiva e em estados de desnutrição. As folhas
frescas contêm uma elevada quantidade de rutósido, ou rutina, heterósido
flavónico que exerce uma acção vitamínica P.
335
o Propriedades: estimulante, remineralizante. U.l. O Ver: astenia, 
convalescença, crescimento, desmineralização, gravidez.

Tuia­vulgar

Thuja occidentalis L.

Cedro­branco, árvore­da­vida Bras.: tuia, árvore­do­paraíso

Cupressáceas

Esta bela conífera frondosa e intensamente perfumada é uma das primeiras
árvores americanas que se aclimatou na Europa. Originária do Nordeste 
dos Estados Unidos e do Sudeste do Canadá, foi introduzida na Europa nos
inícios do século xvi, O princípio activo da tuia­vulgar é uma essência 
de composição complexa, tóxica devido à presença de uma cetona, a 
tuiona; a planta contém também taninos. Em fitoterapia, a tuia é um 
remédio para as pessoas idosas e sedentárias. Tem numerosas aplicações 
em homeopatia. A sua tintura é um dos melhores calicidas. A tuia, em 
doses tóxicas, é abortiva, sendo o seu uso terapêutico interdito às 
mulheres grávidas. a Propriedades: adstringente, anti­hemorrágico, 
calicida, diurético, sedativo. U.l., U. E. + Ver: calo, cistite, 
enurese, hemorróidas, reumatismo, verruga.

Tupinambo

Helianthus tuberosus L.

Girassol­batateiro

Bras.: topinamboi, batata­tupinarnbá, girassol­tuberoso, alcachofra­da­
terra

Compostas

Espontâneo no Canadá e nas pradarias do Nordeste dos Estados Unidos, o 
tupinambo foi introduzido na Europa nos alvores do século XVII, 
difundindo­se mais rapidamente que a batata, tanto como planta 
forrageira como para a alimentação humana. Existem vários tipos de 
tubérculos, alguns dos quais lisos e mais fáceis de descascar. 
Semelhante à alcachofra pela consistência e pelo gosto, o tupinambo, com
cerca de 15% de glúcidos e 2% de prótidos, é um alimento energético que 
deve ser aproveitado especialmente pelos diabéticos, pois o seu conteúdo
em glicose é quase nulo. É também recomendável aos

azotémicos pelo seu fraco teor em prótidos. o Propriedades: anti­
séptico, galactagogo. U.l. Ver: diabetes, lactação, obstipação.

Videira

Vitis vinifera L.
Videira­europeia, vide, parreira

Bras.: uva, videira

Vitáceas

A cultura da videira perde­se na noite dos tempos, supondo­se que teve 
origem na Ásia Menor. Era já cultivada pelos Egípcios, e os Gregos em 
1500 a. C. comiam os seus frutos e prensavam­nos para obter vinho. 
Símbolo do culto de Dionísio, os seus pâmpanos serviam de motivo 
decorativo.

O emprego de espécies norte­americanas utilizadas como enxerto permitiu 
melhorar a,

resistência às doenças e aos parasitas das castas europeias. A uva 
fresca contém 82% de água, 16% de glúcidos, cerca de 1% de proteínas, 
grande quantidade de potássio, vitaminas PP, B I, B2, B5, B6 e C e 
provitamina A. As uvas secas, muito ricas em açúcares, cerca de 70%, 
conservam uma

razoável quantidade de provitamina A e todas as vitaminas do grupo B. 
Alimento muito energético, antianémico e perfeitamente digerível, pois 
os seus açúcares são directamente assimilados, é indicado para dietas 
fortificantes sem provocar sobrecarga proteica, sendo também depurativo 
e desinfectante. Devido aos seus pigmentos, as amocianinas, a uva preta 
é um protector vascular; para uma eficaz cura depurativa devem ingerir­
se entre 1 e 2 kg de uvas por dia,

Ao óleo das grainhas das uvas, constituído quase totalmente por ácidos 
gordos poli­insaturados, atribuem­se propriedades idênticas às do óleo 
de girassol, tendo em conta, no entanto, que não seja alterado pelos 
processos de extracção industrial. Esta última observação aplica­se 
também ao vinho, velha panaceia, veículo de inúmeras preparações 
medicinais, estimulante e energético quando em doses moderadas, mais 
diurético se for branco e adstringente se for tinto. Os vinhos 
medicinais são preparados por maceração a frio, mais ou menos 
prolongada, em

recipiente fechado e depois filtrados.

As folhas, especialmente as da videira­preta, variedade denominada *dos 
tintureiros+, contêm tanino e pigmentos antociânicos que exercem uma 
acção vitamínica P. a Propriedades: adstringente, antianérnico, anti­
hernorrágico, anti­séptico, depurativo, diurético, estimulante, 
hipocolesterolemiante, laxativo, tónico, vasoconstritor. U.l., U. E. + V
Qi Ver: aene, acne rosácea, anemia, artritismo, astenia, banho, 
bronzeamento, celulite, circulação, colesterol, conjuntivite, 
convalescença, cura de Primavera, diarreia, envelhecimento, fadiga, 
fígado, flebite, gota, gravidez, hemorragia, hemorróidas, hipertensão, 
litíase, menopausa, obesidade, obstipação, raquitismo, sarda, varizes.
336
As plantas tóxicas

Classificar é uma das funções essenciais da inteligência humana. 
Confrontado com o mundo vegetal, o homem, apoiado na sua experiência, 
foi capaz de distinguir, no decorrer dos tempos, as plantas boas das 
más, as que eram úteis à sua alimentação e as que, sinónimos de morte, 
utilizava como veneno de caça ou de guerra. Existe um testemunho ainda 
visível nos motivos decorativos dos frisos do Templo de Baco em Baalbek,
onde a dormideira, emblema da morte, alterna com o trigo, símbolo da 
vida.

Na realidade, porém, é impossível estabelecer para cada planta uma 
divisão tão nítida: veneno­alimento. O mundo vegetal elabora no seu seio
múltiplos compostos químicos que constituem o seu próprio metabolismo. 
Se um bom número destas moléculas assim formadas é favorável ao homem, 
outro, em contrapartida, é­lhe fatal, pois não se incorpora no seu ciclo
biológico.

Todas as plantas devem, portanto, ser consideradas, em princípio, como 
perigosas, mesmo aquelas com que o homem parece particularmente 
familiarizado. Quem imaginaria, por exemplo, que a couve, a azeda ou o 
espinafre podem ser nocivos? Ora, está provado que um consumo excessivo 
dessas plantas alimentares não produz efeitos benéficos, mas, pelo 
contrário, certos inconvenientes. Estes são, felizmente, quase 
insignificantes, se se compararem aos graves acidentes frequentemente 
relatados nas notícias dos jornais.

O mundo industrializado, agressivo, perturbado, em que vivemos 
desenvolve nas pessoas que habitam nas cidades o desejo de uma 
reaproximação da Natureza, e esta necessidade, se bem que compreensível,
não é isenta de riscos. Efectivamente, como qualquer movimento de 
revolta, é por vezes incontrolável. A possibilidade de confundir 
diversas espécies do mundo vegetal e também, infelizmente, a ignorância 
e o descuido de muitos podem estar na origem de intoxicações fatais.

De entre exemplos recentes, podem citar­se os múltiplos adornos, 
pulseiras e colares, trazidos ou não de viagens longínquas, formados por
sementes tão perigosas como o rícino, o jequeriti (Abrus precatorius L.)
e uma espécie de mimosa (Mimosa scandens L.), responsáveis por acidentes
mortais. Ou ainda o acidente ocorrido quando, no decorrer de uma 
operação de sobrevivência nos
Pirenéus, um grupo de jovens pára­quedistas devia alimentar­se de 
frutos, sementes ou raízes encontrados na zona. Infelizmente, os homens,
deficientemente informados, confundiram as raízes de acónito com nabos 
comestíveis, do que resultou uma intoxicação colectiva muito grave e, 
para alguns, mesmo mortal. Umas vezes são crianças que, brincando às 
refeições, comem sementes de falsa­acácia,  outras são adultos que, 
procurando um     certo exotismo ou por mera curiosidade,  preparam uma 
salada à base de folhas de Euphorbia marginata Pursh. ou ingerem caules 
de Dieffenbachia picta Schott., que confundem com cana­de­açúcar ...
Por esta razão, sem esgotar o assunto, pois para tanto seria necessária 
uma verdadeira enciclopédia, apresentam­se neste capítulo as plantas 
perigosas que mais frequentemente crescem nos parques e jardins, nos 
apartamentos e locais de trabalho, nos campos cultivados e incultos.

Muitas das plantas utilizadas na decoração são perigosas. Ignora­se, por
exemplo, que a dedaleira, frequentemente plantada devido à beleza dos 
seus longos cachos violáceos, o loendro, originário da África do Norte, 
o lírio­dos­vales e o heléboro­negro contêm, todos eles, heterósidos 
que, em dose elevada, são tóxicos para o coração. No entanto, estas 
mesmas plantas e estes mesmos componentes activos intervêm na 
terapêutica cardiológica. Com efeito, em pequenas doses, são 
cardiotónicos preciosos. Neste como em tantos outros casos, a dosagem 
correcta do preparado e a posologia oportuna transformam o que seria uma
droga mortal num agente benéfico.

Frutos e sementes tóxicos

As árvores de fruto constituem um grupo de plantas tão familiares como 
perigosas: o damasqueiro, o pessegueiro, a cerejeira, a ameixeira, a 
amendoeira­ amarga, contêm nos seus caroços substâncias que podem 
libertar facilmente ácido cianídrico extremamente tóxico. Os riscos de 
acidentes são grandes se se considerar o elevado número de caroços 
abandonados após o consumo da polpa do fruto. Nunca será demais avisar 
as
crianças do perigo que pode advir do hábito de trincar as amêndoas 
amargas dos frutos com caroço.

Igualmente frequente, o castanheiro­da­índia encontra­se sobretudo nos 
parques, jardins e orlando as avenidas, onde oferece a
sua espessa sombra. Os seus frutos e as suas sementes, cuja maturação 
corresponde à época do recomeço do ano escolar, são muitas vezes 
pretexto para jogos e brincadeiras das crianças. Desconhece­se, no 
entanto, na maioria das vezes, que essas sementes no estado fresco podem
intoxicar tanto os animais como o homem, devido ao seu alto teor em 
saponósidos. Naturalmente, as vítimas são sobretudo as crianças, que 
confundem os frutos do castanheiro­ da­ índia com os do
337
PLANTAS PARTICULARMENTE PERIGOSAS

Acónito 

Aconitum nappelus L. Bras.: capacete­de­júpiter, capuz­de­frade, carro­
de­vénus Ranunculáceas

O Toda a planta, em especial as
raízes, em forma de pequenos nabos.

Cóliquico 
Colchicum autuninale L. Bras.: colchico, dedo­de­mercúrio

Lifiáceas
O Toda a planta, Na época da floraçào nunca levar as flores à boca.

< Beladona

Atropa beliadoriria L. Bras.: bela­dama, erva­envenenada Solanáceas

O Toda a pLanta, parti cularmente as bagas. Estas bagas, enormes, 
parecem ginjas de cor vermelha muito escura; o seu cálice, com 5 lóbulos
verdes, é persistente.
Meimendro­negro Hyoscyamus niger L. Bras.: meimendro­preto, erva­dos­
cavalos Solanúceas
O Toda a planta.

Lauréola­macha      >>

Daphne laureola L.

Timelcáceas 
o Casca vesicante, isto é,
que provoca vesículas
na pele. Não confundir com o

loureiro.

< Estramónio

Datura stramonium L.
3ras.: figueira­brava, figueira­ do­ inferno, zabumba

olanaceas 
o Toda a planta. Não confundir com as plantas dos jardins ou das hortas 
como o espinafre ou a azeda.

Embude > Oenanthe crocata L.

Umbelíferas o Toda a planta, sobretudo a raiz. Não confundir com outras 
umbelíferas aquáticas perigosas que tem um aspecto ,semelhante, tais 
como a cicuta­aquática (Cicuta virosa L.) ou o felándrio, ou funcho­
d'água (Oenanthe phelandrium Lanib.), nem com plantas cultivadas como o

aipo, a salsa e a cenoura.
PLANTAS TóXICAS

castanheiro. As perturbações observadas são de ordem gastrintestinal e, 
em casos graves, quando a dose ingerida é elevada, do sistema nervoso.

De entre os frutos carnudos, são, no entanto, as bagas que provocam mais
frequentemente acidentes. Por exemplo, a baga da beladona ficou 
tristemente célebre por ter provocado, em 1825, a intoxicação colectiva 
de uma centena de soldados de infantaria franceses que se encontravam em
manobras. Atraídos por estes frutos semelhantes a cerejas vermelho­
escuras, de sabor agradavelmente adocicado e que se esmagavam facilmente
entre os dedos, ingeriram­nos copiosamente até ao momento em que 
surgiram os
sintomas mais espectaculares: vermelhidão da face, secura da boca, 
aceleração do pulso, delírio denominado atropínico.

Existem muitas outras bagas perigosas. As do lírio­dos­vales, do selo­
de­salomão, da gilbarbeira, da hera, do espargo cultivado, são tóxicas 
devido à presença de saponósidos. Podem ainda citar­se o jarro­dos­
campos (Arum maculatum L.), em cujo caule se desenvolvem, em Agosto e 
Setembro, cachos de bagas vermelhas que provocam graves fenômenos de 
irritação das mucosas; a norça, cujos frutos de cor vermelho­vivo dão 
origem a perturbações gastrintestinais, ou ainda a madressilva, cujos 
frutos contêm substâncias vesicantes. E de entre as solanáceas, de 
péssima reputação entre as plantas tóxicas, deve sempre desconfiar­se 
dos frutos da beladona, dos do espinheiro­de­casca­branca, dos da erva­
moura ou ainda dos da dulcamara, frequentes nos jardins mal cuidados, 
nos baldios ou à beira dos caminhos.

Os frutos do azevinho e do visco, plantas da Europa, tradicionais nas 
decorações do Natal e Ano Novo, são igualmente perigosos. A escolha 
destas ramagens corresponde provavelmente a motivações profundas, para 
além de uma mera preocupação estética. Quando no Inverno as árvores 
estão despojadas de folhas e a luz é escassa, em suma, quando a vida 
parece perdida, o visco, de folhas sempre verdes, que cresce 
classicamente sobre os castanheiros e mais vulgarmente sobre os choupos,
macieiras, pirliteiros ou pinheiros, trazia aos Antigos o reconforto do 
seu vigor, símbolo da vitória sobre a morte.

Plantas boLbosas

Este tema da continuidade da vida era outrora simbolizado nos países 
eslavos pelo bolbo da cebola e de outras liliáceas que conservam a vida 
no período invernal. Neles se inspira a forma dos campanários de igreja,
propagada por influência austríaca na Europa Ocidental e Meridional. No 
entanto, é bem possível que se desconheça que essas plantas de bolbo, 
frequentemente associadas a poéticas lendas, são nocivas.

Ricos em diversos alcalóides, os bolbos das campainhas­de­inverno 
(Galanthus nivalis L.), que por vezes se confundem com os das ceboletas,
provocam vómitos e diarreia. Do mesmo modo, deverá suspeitar­se dos 
géneros Clivia, Crinum, Amaryllis, que são cultivados para decorar 
interiores e jardins, e, sobretudo, das diversas espécies do género 
Narcissus, ao qual pertecem os narcisos e os junquilhos. As intoxicações
no homem são limitadas, sendo o único risco possível confundir o seu 
bolbo com o das plantas alimentares.

As flores e folhas das tulipas e dos jacintos são igualmente perigosas 
se se correr o risco de utilizá­las para outro fim além do decorativo. 
Conta­se que numa refeição, sem dúvida muito alegre, alguns convidados 
folgazões se divertiram a ornamentar a salada com as pétalas rutilantes 
das túlipas que decoravam a mesa. Esta prática era frequente no século 
XIX, utilizando as flores da borragem ou das chagas; porém, a escolha 
das túlipas foi deveras infeliz devido aos seus efeitos eméticos, e os 
imprudentes convidados não tardaram a aperceber­se deste facto.

Deixemos por alguns momentos os nossos jardins e observemos no seu 
habitat, para melhor as conhecer, algumas plantas espontâneas.

Frequente nos prados húmidos, o cólquico atrai os curiosos devido, em 
primeiro lugar, às flores róseo­lilacíneas, parcialmente aéreas, que 
desabrocham no Outono, enquanto as folhas só surgem seis meses depois, 
no começo da Primavera; quanto ao

fruto, parece sair do solo no Verão. Ora, duas ou três folhas desta 
liliácea são suficientes para provocar intoxicações mortais, sendo as 
sementes e o bolbo ainda mais perigosos. A colquicina, um alcalóide, 
está na origem destes acidentes.

O heléboro­branco é uma outra liliácea bastante perigosa. Embora muito 
afastados botanicamente, a genciana e este heléboro podem ser 
confundidos; ambas as plantas crescem na montanha, nos mesmos biótopos, 
e apresentam um aspecto bastante semelhante. É fácil distingui­Ias após 
a maturação devido à implantação das folhas no

caule, opostas na genciana e alternas no he­
1éboro, e pela cor das flores, amarelas na primeira e branco­esverdeadas
na segunda; porém, a confusão é deploravelmente possível num estádio de 
vegetação menos avançado, quando as folhas em roseta aparecem junto ao 
solo. Este facto explica a intoxicação sofrida por alguns campistas 
inexperientes, os quais, desejando preparar um aperitivo com raízes 
amargas de genciana, maceraram em vinho raízes de heléboro, bastante 
semelhantes e igualmente amargas.

Existe uma planta que é necessário saber reconhecer entre todas; é o 
acónito, segura340
mente uma das espécies mais tóxicas da nossa flora. Muito vulgar entre 
500 e 1800 m de altitude, o acónito ergue, em Julho, as suas flores, de 
um profundo azul­violeta, cujas sépalas petalóides se assemelham a um 
capacete. As suas folhas, profundamente divididas, estão dispostas em 
leque. No solo, o tubérculo­pai, acompanhado por um

ou dois tubérculos­filhos mais claros, tem o aspecto de um pequeno nabo.
São estas as

principais características morfológicas que é necessário conhecer bem 
para evitar a confusão entre as raizes do acónito e as do rãbano­rústico
ou do aipo. Se, por infelicidade, houver confusão, a ingestão provoca 
uma sensação de formigueiro e de entorpecimento dos lábios e da língua 
que se estende seguidamente à parte posterior da garganta. Se a dose for
tóxica, a face e os membros tornar­se­ão insensíveis, o ritmo cardíaco 
irregular, e a morte sobrevirá por paragem respiratória.

Conhecido por provocar todos os anos

mais do que uma intoxicação grave, o embude (0entinthe crocata L.) 
cresce nos fossos húmidos e nas valas. É uma bela umbelífera de folhas 
recortadas, semelhantes às da salsa, e que ostenta na Primavera grandes 
inflorescências brancas. As suas raízes, curiosamente divididas, 
assemelham­se a uma grande mão e contêm compostos tóxicos extremamente 
activos que provocam vómitos, diarreia e convulsões tetânicas, podendo 
causar a morte. Acidentes do mesmo género podem ser devidos a uma planta
semelhante e igualmente perigosa, a cicuta­ ~aquática (Cicuta virosa 
L.).

Antes de concluir o capítulo referente às plantas espontâneas tóxicas, 
detenhamo­nos alguns momentos nas planícies, onde abundam várias 
espécies perigosas do género Ranunculus: ranúnculo­acre (Ranunculus 
acr,s L.), ranúnculo­mata­boi (Ranunculus sceleratus L.), ranúnculo­ i 
nf lamatório (Ranunculus fiamula L.), os quais contêm compostos 
vesicantes. São flores muitas vezes colhid@s por mãos infantis para 
compor graciosos ramos, podendo ser a causa de sérios incidentes se os 
pedúnculos forem levados à boca.

Plantas ornamentais dos jardins e dos parques É ainda necessário dar uma
ideia dos perigos de muitas plantas habitualmente cultivadas nos jardins
e nos parques, como a glicínia [Wistaria sinensis (Sims) DC.1, com belos
cachos azuis ou cor­de­rosa, que se.transformarão em vagens semelhantes 
às do feijão. Estas, colhidas e ingeridas imprudentemente por crianças, 
dão origem a perturbações digestivas. No mesmo caso estão as giesteiras,
com as suas belas flores amarelo­douradas, em especial a giesteira­de­
espanha, frequentemente plantada como arbusto ornamental, cujos órgãos 
são todos ricos em alcalóides muito tóxicos, e a giesteira­das­
vassouras, que é igualmente perigosa pela presença de esparteína, 
alcalóide que bloqueia os gânglios simpáticos. No mesmo

caso está ainda o teixo, que abunda nos parques e cemitérios, do qual 
todas as partes são ricas em toxinas perigosas pelo seu efeito 
cardiotóxico. As sementes são os únicos órgãos susceptíveis de tentar as
crianças sementes verdes incrustadas num arilo polposo vermelho; porém, 
a casca e as folhas são facilmente ingeridas por cavalos e vacas, 
provocando todos os anos graves intoxicações nestes animais.

Muitas outras plantas mereceriam uma menção especial, e para o provar 
poderá dizer­se que, se alguém se lembrasse de se alimentar de plantas 
espontâneas ou cultivadas para ornamento, teria grandes dificuldades em 
encontrar alimentos realmente inofensivos. Como regra prática, deverá, 
portanto, abster­se de ingerir em salada qualquer folha desconhecida e 
frutos que se encontram por acaso.

Plantas exóticas

Outrora apanágio de raros privilegiados que dispunham de estufas ou de 
jardins de Inverno, as plantas exóticas gozam actualmente de uma grande 
popularidade. A elevação da temperatura ambiente em que hoje se
vive permite a cultura em casas e locais de trabalho, bem como em 
restaurantes e hotéis, de muitas espécies de plantas ornamentais de 
interior originárias das regiões quentes da Ásia, de África e da América
do Sul. É evidente que esta introdução de espécies exóticas se reveste 
de novos riscos.

Um elevado número destas plantas decorativas pertence à grande família 
tropical das Aráceas, representada na Europa apenas pelo género Arum. 
Porém, a cultura de diversas espécies dos géneros Monstera e 
Philodendron, plantas trepadeiras com grandes folhas recortadas ou mesmo
esburacadas, tomou também incremento. A diefenbáquia, com folhas 
matizadas, tornou­se uma planta vulgar em locais públicos ou privados. 
No entanto, se alguém tivesse a ideia de levar à boca um fragmento de 
caule ou de folha desta planta, sentiria quase imediatamente uma forte 
sensação de queimadura, um edema da língua e do palato, com aparição de 
bolhas. Além disso, o suco das células da planta provoca facilmente 
dermatites, e se, por infelicidade, penetrasse nos olhos, daria origem a
uma irritação com opacificação da córnea.

Bela planta exótica, também muito divulgada, a poinciana oferece, 
sobretudo no Inverno, o contraste das suas folhas inferiores, de um 
verde­sombrio, com as superiores, de um vermelho­vivo. Contém um látex 
que pode provocar uma irritação nos olhos, dermatites e, se for 
ingerido, causa graves danos nas mucosas da boca e do aparelho 
digestivo.
341
PLANTAS PERIGOSAS MAIS FREQUENTES

­negro Heléboro

Helleborus niger L.

Ranunculáceas
O Toda a planta.

< Ésula­redonda Euphorbia peplus L. Euforbiáceas

G Toda a planta. Não confundir com algumas plantas utilizadas para 
saladas, especialmente a beldroega.
A Giesteira Spartiumjunceum L. Leguminosas

O Toda a planta. Não confundir com as outras giesteiras, também bastante
tóxicas.

Acteia A Actaea spicata L.  Ranunculáceas
O Os frutos de forma alongada, com caroços duros.

Não confundir com os frutos maduros da
groselheira­negra.

V Loendro Nerium oleander L. Apocináceas

O As flores, os frutos. Não confundir as folhas com as do loureiro.

Teixo A Taxus baccata L.       Taxáceas
O A casca, as folhas, os frutos. Resistir à tentação do aspecto 
apetitoso

dos frutos vermelhos.

Espinheiro­de­casca­branca 17

Lycium vulgare Dun.    Solanáceas

O As bagas vermelhas.

< Heléboro­branco Veratrum album L. Liliáceas
O Toda a planta, especialmente as raízes. Não confundir com a genciana, 
de folhas opostas duas a duas. As do heléboro­branco são alternas.

Tb@
Plantas potencialmente perigosas

A Adónis­da­itália Adonis vernalis L..   Ranunculáceas

O Os heterósidos que contém são venenosos.

Planta pouco vulgar.

A Anérríona­dos­bosques Xnemone nemorosa L. Ranunculúceas

O Os caules e as folhas.

v Norça­branca Bryonia dioica Jacq.   Cucurbitáceas

O As raízes e as bagas. Não confundir com as bagas comestíveis, como, 
por exemplo, as das groselheiras.

17 Cicuta­menor Aelhusa cynapium L.     Umbelíferas

O As partes aéreas. Não confundir com o cerefólio ou a salsa.

A Sabina Juniperus sabina L.   Cupressáceas

O As partes aéreas. Não confundir com o zimbro.

Loureiro­cerej eira 6

Prunus laurocerasus L.

Rosáceas Q As folhas libertam ácido cianídrico quando

são contundidas. Não confundir com as folhas do loureiro.
Morrião > Anagallis arvensis L.    Primuláceas
O As partes aéreas. Tóxico especialmente para os animais de

capoeira e as aves.

Não confundir com a morugem.

6 Mandrágora Mandragora officinarum L.     Solanáceas

O Toda a planta, especialmente as raízes. Não confundir com as raízes 
comestíveis das cruciferas como as do nabo.

Pariseta > Paris quadrifolia L.

Liliáceas
O As bagas azuis

quase pretas. Não confundir com os

frutos de algumas

ameixeiras.

6 Arruda Raia graveolens L.     Rutáceas

O A,,, partes aéreas. Não confundir com a losna. A presença desta planta
afasta as víboras.

Ranúnculo­acre Ranunculus acris L. Ranunculáceas

O Toda a planta.

< Tabaco Nicotiana tabacum L. Solanáceas

O As partes aéreas e as raízes.

Erva­moura A Solanum nigrum L.      Solanáceas
O As bagas, sobretudo quando não

estão maduras.
PLANTAS TóXICAS

Arbusto ornamental em jardins e parques, o cótino (Rlius cotinus L.) é 
outro exemplo de espécie exótica perigosa. Se bem que as

suas folhas redondas e as suas inflorescências graciosas tenham um 
belíssimo aspecto, os jardineiros temem apará­lo, pois contém um suco 
venenoso que age diversamente, consoante as pessoas que atinge. O mesmo 
se pode dizer de certas espécies de Pistacia e de pimenteira­bastarda 
(Schinus molle L.), frequentemente plantadas ao longo das avenidas e nos
jardins das regiões temperadas. Mesmo a inalação     da poeira destas 
plantas provoca, em certas   pessoas, reacções asmáticas e dermatites.  
Várias espécies exóticas do género Primula,   Primula sinensis Lindl., 
Primula obconica     Hance, são temidas por alguns jardineiros 
sensíveis, devido ao seu revestimento de pêlos glandulosos irritantes, 
cujo contacto pode provocar alergias ou lesões cutâneas.

Plantas indirectamente perigosas

As plantas fotossensibilizantes provocam uma afecção menos grave e mais 
curiosa. No Verão, os dermatologistas recebem frequentemente nas suas 
consultas doentes que apresentam uma erupção acompanhada por uma 
pigmentação excessiva da pele nas zonas do corpo expostas à luz após um 
banho. Em pessoas particularmente sensíveis, as

perturbações são acompanhadas de intenso prurido, febre e dores de 
cabeça.

Não obstante os sintomas espectaculares, o

diagnóstico é rápido e benigno. Trata­se de uma dermatite dos banhistas,
ou dermatite dos prados, também chamada doença de Oppenheimer, provocada
por uma série de plantas pertencentes a diversos grupos vegetais, 
principalmente à família das Umbelíferas. A particularidade destas 
plantas consiste no facto de conterem moléculas químicas, as 
furocumarinas, que intervêm, de algum modo, como transformadoras da 
energia luminosa.

Encontram­se com muita frequência duas umbelíferas responsáveis por 
estes fenómenos: o canabrás e a pastinaga­urticante (Pastinaca urens 
Req.). Muito vulgar nos bosques, montes de entulho, à beira dos caminhos
e nos prados, o canabrás desenvolve caules ocos e folhas com grandes 
lóbulos, guarnecidos por numerosos pêlos flexíveis e

compridos. A pastinaga­urticante é facilmente reconhecível pelos seus 
caules, que podem atingir 1,5 m de altura, pelas folhas, semelhantes às 
do aipo, e inflorescências amarelas, que desabrocham no Verão. Nasce 
espontaneamente à beira dos caminhos e

nos fossos.
Alguns outros membros da família das Umbelíferas são ainda, 
provavelmente, responsáveis por perturbações cutâneas, como

a cenoura­brava e a erva­cicutária (Anthriscus silvestris Hoffm.). No 
entanto, merecem um cuidado especial duas plantas que nos

últimos tempos têm atraído as atenções. A primeira é a Heracleum 
mantegazzianuni Somiri. et Lév., originária da Ásia Central. O seu porte
majestoso, as suas enormes umbeIas e as suas folhas muito recortadas 
conferem­lhe um belo aspecto; pode atingir 3 m

de altura. Tudo nesta planta gigante provoca curiosidade e convida a 
cultivá­la. Entusiasma também as crianças, pois a sua matéria vegetal é 
fácil de manipular; dos seus

caules ocos podem fazer­se zarabatanas, telescópios, flautas e dezenas 
de outros instrumentos e jogos! Deploravelmente, porém, a planta é rica 
em furocumarinas muito activas, provocando inúmeros acidentes cutâneos.

A outra planta é o aipo, cujo consumo em cru é muito perigoso. Assim, na
altura da colheita, os hortelões podem ser atacados por perturbações 
cjutâneas devido ao contacto do suco do aipo com a pele, as quais se

manifestam por bolhas e vesículas nas mãos e antebraços. Por vezes, 
podem surgir também durante alguns dias um eczema ou crises de asma. 
Curiosamente, esta doença manifesta­se com maior frequência e gravidade 
quando a apanha se faz num dia de sol e o aipo está atacado pela 
podridão cor­de­rosa, pink rot.

A importância destes acidentes ultrapassa o âmbito do aipo. Os hábitos 
modernos de exposição ao sol, na praia e na montanha, vulgarizaram o uso
de bronzeadores, simultaneamente protectores contra certas radiações 
nefastas e favoráveis ao efeito das que estimulam um bronzeado 
considerado de bom­tom. Este problema, tema de numerosos trabalhos 
científicos desde há alguns anos, não está ainda totalmente esclarecido.
Sob nomes diversos, as furocumarinas são utilizadas em leites e cremes 
de bronzear, devendo o seu uso ser controlado.

As plantas que provocam alergias Geralmente, todas as crianças se 
divertem, durante os passeios estivais, a agitar os longos caules 
flexíveis de várias gramíneas para espalhar no ar milhares de grãos de 
pólen. Este gesto banal e espontâneo, reproduzido incessantemente pelo 
vento, está na origem de uma doença traiçoeira: a febre­dos­fenos.
O desenvolvimento dos sintomas clínicos é repentino: os olhos lacrimejam
como se estivessem cheios de areia, a conjuntiva torna­se vermelha e as 
pálpebras incham. O nariz, atacado por uma rinite espasmódica, inunda os
lenços, embora pareça entupido devido à intensa congestão das 
mucosas ... Progressivamente, surge uma impressão de dificuldade 
respiratória, ténue na primeira crise, que se agrava quando, estação 
após estação, a febre­dos­fenos se repete, propiciando o aparecimento da
asma.
Esta doença tem origem na produção intensa dos pólenes na época da 
floração das gramíneas, que geralmente se verifica de
346
Plantas ornamentais exóticas, tóxicas ou alergizantes

A Diefenbáquia Dieffimbachia picta Schott    Aráceas

O Os caules e as folhas.

6 Poinciana FuPhorbiapulcherrima Willd.     Euforbiáceas

O As partes aéreas, o látex.

Cótino A Rhus cotinus L.   Anacardiáceas

O As partes aéreas.

Eufórbi a­ margi nada I@, Euphorbia marginata Pursh     Euforbiáceas

O As partes aéreas, o látex.

­1 Ginkgo Ginkgo biloba L.   Ginkgoáceas

O Os frutos. Não confundir com as ameixas amarelas.
PLANTAS TóXICAS

meados de Maio a Julho, pelo menos nas regiões mais setentrionais. Na 
realidade, porém, as polinoses podem também ser originadas por grande 
número de outras plantas. É importante saber que as flores que provocam 
este fenômeno são verdes, não têm pétalas e não atraem os insectos. 
Estão, portanto, destinadas à fecundação anemófiIa, que dispersa uma 
quantidade considerável de grãos de pólen.

As polinoses, devidas essencialmente às gramíneas, representam, no 
entanto, um perigo real. São originadas por numerosas espécies, como a 
grama­francesa, frequente nas pradarias e nos campos cultivados, a

aveia, o trigo, a cevada e o milho­miúdo. Porém, não são apenas as 
gramíneas que representam um perigo. Plantas muito diversas e 
extensamente distribuídas são também temíveis agentes polinizantes, 
como, por exemplo, as urtigas, as parietárias, as artemísias, os 
ásteres, a urze, o rododendro, os

ulmeiros, o c astanheiro­da­ índia, as tílias, o freixo, o alfenheiro, o
lilás, os pinheiros, os carvalhos, o castanheiro, a bétula (vidoeiro), o
amieiro.

Como se verificou, os pólenes de numerosas plantas podem ser inalados e 
penetrar profundamente no aparelho respiratório; porém, há outras partes
da planta susceptíveis de causar alergias. É o caso das sementes do 
rícino. Perigosas devido à toxalbumina que contêm, desempenham ainda um

considerável papel sensibilizante. Numa cidade do Sul de França surgiam 
periodicamente num certo número de pessoas graves acidentes oculares e 
perturbações respiratórias que se manifestavam, consoante os casos, por 
uma irritação dos olhos com derramamento de lágrimas, crises de asma, 
dores de cabeça e náuseas.

Os epidemiologistas observaram que os

doentes se localizavam segundo uma espécie de nuvem, no sentido 
estatístico do termo, que sugeria a existência de um trajecto. 
Finalmente, a explicação surgiu, simples: em

determinados períodos do ano, um lagar prensava sementes de     rícino 
e, recentemente, utilizava um novo sistema de extracção do óleo, muito 
eficaz, que deixava um resíduo sob a forma de pó fino. Este pó era 
transportado em sacos    de juta para o campo, onde os agricultores o   
utilizavam como adubo. Durante o transporte, espalhado pelos

ventos, o resíduo do rícino atingia não somente as pessoas que 
trabalhavam no lagar, como também os habitantes da cidade que viviam nas
zonas por onde circulava o perigoso produto.

Se bem que estas duas últimas formas de agressão das plantas devido a 
processos alérgicos ou fotodinamizantes sejam insidiosas e por vezes 
difíceis de evitar, não são, na realidade, perigosas. Em contrapartida, 
impõe­se maior desconfiança perante grande número de outras espécies 
vegetais. Os habitantes das cidades, que raramente se encontram em 
contacto diário com a Natureza, têm tendência para acreditar que tudo é 
já conhecido, está dominado, domesticado. É uma suposição ingénua e que 
se pode revelar bastante perigosa. Outrora, os nossos antepassados eram 
prudentes, pois no seu ambiente rústico aprenderam a prática da 
prevenção e da dúvida.
Colher plantas medicinais destinadas a

aplicações terapêuticas é, sem dúvida, uma prática excelente, mas com a 
condição indispensável de conhecê­las bem, a fim de evitar qualquer 
confusão entre espécies benéficas e perigosas. Na realidade, dividir o

mundo das plantas nitidamente nestas duas categorias é utópico, pois não
é raro que, administradas em doses elevadas e utilizadas repetidamente, 
as plantas tidas como inofensivas produzam efeitos prejudiciais. 
Inversamente, algumas plantas consideradas perigosas prestaram desde há 
muito preciosos recursos à terapêutica. É o caso da dedaleira, do lírio­
dos­vales e do loendro, do heléboro­branco e da dormideira, do acónito e
do cólquico, além das solanáceas que contêm alcalóides: a beladona, o 
estramónio, o meimendro­negro e muitas outras plantas. Por conterem 
princípios activos muito enérgicos, estas plantas só devem ser colhidas 
por pessoas que as conheçam muito bem e

tenham experiência.

Para finalizar, em jeito de resumo, um

conselho importante para todos: para amar a

Natureza deverá aprender­se a conhecê­la bem. Procurar a divulgação dos 
conhecimentos adquiridos e ensinar às crianças os

rudimentos das ciências biológicas e as suas

múltiplas incidências práticas é um dever. Respeitar a Natureza e 
conhecê­la sob todos os seus aspectos é a melhor garantia da nossa 
salvaguarda.

EM CASO DE INTOXICAÇÃO

Perante um caso de intoxicação, deverá ter­se em mente as seguintes 
medidas de urgência e dar­se­lhes imediata execução:

O Telefonar imediatamente a um médico ou, encontrando­se numa cidad   e,
a um centro antivenenos. Estes centros estão perfeitamente equipados 
para prestar auxílio aos intoxicados.

O Provocar o vómito, excepto se o produto ingerido for cáustico (v, pp. 
402­403).

O lomar nota das circunstâncias exactas em que se verificou o acidente. 
e dos sintomas manifestados pela vítima.

O Conservar, se tal for possível, uma amostia dos órgãos vegetais 
responsáveis pelo acidente,

O Conservar vomitados, expectoração e urina da vitima.

O Mandar identificar uma amostra da planta suspeita.

348
As plantas exóticas

Este capítulo é dedicado às plantas espontâneas ou cultivadas que não 
crescem naturalmente na Europa. São utilizadas em numerosas preparações,
úteis tanto aos homens como aos animais, que se apresentam no capítulo 
intitulado <Os benefícios das plantas+.

Abacateiro

Persea gratissima Gacrtn.

Lauráceas

Habitat: originário da América Central, cultivado nas regiões tropicais.
Descrito em 1519 pelo espanhol Martín Enciso, o abacateiro mede entre 4 
e 8 m e apresenta ramos dispostos em pirâmide, com numerosas folhas 
simples de bordos lisos. As flores, pequenas, esverdeadas e aromáticas, 
desabrocham em ramalhetes. O fruto, o abacate, cuja polpa é muito rica 
em lípidos, possui também provitamina A e vitaminas do complexo B, 
aminoácidos e substâncias antibióticas. Muito nutritivo, fácil de 
digerir, é indicado para as crianças durante o crescimento e aos 
convalescentes. Dele se obtêm também um óleo alimentar e produtos de 
beleza para peles frágeis. U.l., U.E. V

Acácia­catechu, ou Catechueira

Acacia catechu Willd.                           Leguminosas

Habitat: África Oriental Tropical, Bengala,    Sri Lanka. Esta acácia 
foi introduzida na Europa na 2.’ metade do século XVII e em 1721 
inscrita na Farmacopeia Inglesa. É uma árvore de 10 m de altura 
semelhante à mimosa.

0_ As suas flores, minúsculas, têm uma corola amarelo­ ~pálida e estão 
reunidas em espigas alongadas. É, porém, a parte central do lenho que se
utiliza. Com o cerne da árvore abatida faz­se uma decocção que, depois 
de filtrada e submetida a evaporação, deixa um resíduo compacto, 
castanho­ averm elhado, o cato, ou terra japónica. Este extracto seco, 
rico em tanino e em vitamina P, é adstringente, antidiarreico, anti­
hernorrágico e refresca a boca. UA., U.E. + O Algodoeiro

Goss.vPIUM sp.                                    Malváceas

Habitat: regiões tropicais da América e da Ásia, Egipto, índia e URSS.
O algodoeiro é uma grande herbácea com folhas palmadas e flores brancas.
Existem várias espécies. O fruto é uma cápsula com cinco lobos, cada um 
dos quais contém de três a sete sementes pretas, cuja epiderme se 
prolonga em pêlos compridos que constituem as fibras do algodão. Quando 
se abre a cápsula do fruto, em vez das sementes surge a *bola de 
algodão+. Estas fibras são utilizadas para fabricar diversos produtos, 
como tecidos, pensos e algodão cirúrgico. A semente produz um óleo que 
contém ácidos gordos insaturados e é anti c ol esterol emi ante. A casca
da raiz contém substâncias que actuam sobre a musculatura uterina. U.l.,
U.E. + N

Acácia­catechu

Algodoeiro
PLANTAS EXóTICAS

Amendoim

Aloés­do­cabo

Aloeferox Mifi. Bras.: babosa

Lifiáceas

Habitat: África do Sul, Antilhas. Esta pequena árvore tem um tronco 
curto (2 a 5 m) aurcolado por uma roseta de folhas carnudas, saturadas 
de água, que lhe permitem resistir aos longos períodos de seca. No fim 
do Verão, faz­se um corte nas folhas periféricas e extrai­se o suco, que
se concentra por aquecimento. Depois de arrefecido, transforma­se numa 
massa dura, enegrecida, amarga, que se chama aloés. Contém heterósidos 
antracénicos (entre os quais a aloína). Cicatrizante em uso externo, é 
útil, quando usado internamente, como colagogo, laxativo e purgativo, 
Outrora, era colocado nos polegares das crianças para as impedir de 
chupar. U.l., U.E. + O Amendoim

Arachis hypogaea L.                          Leguminosas Bras.: mandobi,
mendobi, amendoim­verdadeiro, mundubi

Habitat: Brasil, China, índia, Senegal. Originário da América do Sul, o 
amendoim é uma planta anual de 20 a 60 cm, com flores amarelo­
alaranjadas. O fruto, primeiramente aéreo, enterra­se pelo pedúnculo. 
Assim, é do solo que se retira o amendoim, vagem com protuberâncias que 
conté m duas ou

três sementes. Estas servem para obter um óleo alimentar. Os tegumentos 
do amendoim contêm catecóis com propriedades vitamínicas P (acçã o anti­
hemorrágica ao nível dos capilares). Em farmácia, o óleo de amendoim 
serve de veículo medicamentoso, U.l. + O

Ananaseiro

Ananas sativus L. Bras.: naná, bromélia­ananás

Bromeliáceas

Habitat: trópicos; originário da América Central. Descoberto em 1555 no 
Brasil, mas só cultivado na Europa cerca de 200 anos mais tarde, o 
ananaseiro mede cerca de 50 cm. A floração, que se efectua no terceiro 
ano de vida, produz uma espiga globosa com flores azuladas. O fruto é 
rico em glúcidos, em provitamina A e vitaminas B e C, em diversos ácidos
orgânicos e em sais minerais. Contém uma enzima, a bromelina, que 
fracciona as grandes proteínas, acelerando assim a sua digestão. Muito 
nutritivo, desintoxicante e diurético, é indicado para dietas de 
emagrecimento e útil contra a arteriosclerose. O sumo pode ser utilizado
para adquirir um belo tom de pele. U.l., U.E. V
Ananaseiro   Astrágalo, ou Adraganto

Astragalus gumifer LabiII.

Leguminosas

Habitat: Irão, Iraque, Síria, em zonas montanhosas desérticas de 1500 a 
3000 m de altitude. Este subarbusto mede de O,50 a 1 m de altura e 
assemelha­se a uma pregadeira de alfinetes devido aos seus longos e 
numerosos espinhos. Apresenta­se salpicado de flores amarelo­pál idas. O
fruto é uma pequena vagem esférica coberta de pêlos contendo uma só 
semente. A goma adraganta, já conhecida na Antiguidade, obtém­se picando
o caule, do qual escorre um líquido viscoso. Emulsionante, serve para 
preparar emulsões, poções e pílulas. É também um emoliente, e com ele se
fazem embrocações para o lumbago. U.l. U.E. +

350
PLANTAS EXóTICAS

Badiana

Illicium verum Hook. fil.

Bras.: anis­estrelado

Magnoliáceas

Habitat: Sul da China, Norte do Vietname. A badiana, que também é 
conhecida por anís­estrelado e anis­da­china, é um arbusto de 4 a 5 m de
altura com casca branca, folhas persistentes, alongadas, inteiras, lisas
e brilhantes. Foi introduzida na Europa cerca de
1694. O seu porte lembra o da magnólia, e as suas flores, grandes e 
solitárias, são muito decorativas. Os oito carpelos de cada ovário 
formam em conjunto um

fruto, uma estrela cujas oito pontas se abrem para libertar cada uma a 
sua semente. Os frutos, colhidos verdes, são secos ao sol, onde adquirem
uma cor castanho­avermelhada. O invólucro contém uma essência rica em 
anetol que lhes confere um forte aroma a anis. É digestivo e eupéptico. 
U.l. +

Bananeira

Musa sapientium L.

Musáceas

Habitat: zonas tropicais húmidas; originária da América do Sul. Planta 
herbácea gigante, emite, a partir de um rizoma, folhas que chegam a 
atingir 4 m. Os pedúnculos das folhas, côncavos, encaixam uns nos outros
simulando um tronco oco, o espique. As flores, suportadas pelo caule 
central, situam­se na axila de largas brácteas coradas e dispõem­se numa
longa espadice inclinada; dão um conjunto de frutos, o cacho de bananas 
> polpa da banana contém 60% de glúcidos, vitaminas B, C e E, 
carotenóides e sais minerais. Muito nutritiva, é também utilizada como 
aromatizante. U.l. +

Baunilheira

Vanilla planifolia Andr.

Orquidáceas

Habitat: Madagáscar, México, Sri Lanka. Os caules desta trepadeira podem
atingir 30 m de comprimento. A baunilheira reproduz­se por intermédio de
um insecto que vive no México. Assim, a sua implantação noutras regiões 
depende de uma fecundação artificial. As vagens de baunilha colhem­se 
quando estão ainda verdes e não têm aroma. Sob a acção da água e do sol,
o composto aromatizante da vagem, a

vanilina, desenvolve­se e cristaliza em compridas palhetas brancas. A 
vanilina é utilizada sobretudo como aromatizante. U.l., U.E. + V

Benjoeiro­do­sião Styrax tonkinensis Craib                      
Estiracáceas

Habitat: Laos e Norte do Vietríame.
O benjoim só foi conhecido na Europa, e mesmo no
mundo árabe, a partir da 2.a metade do século XVI. O benjoeiro, que o 
produz, é uma árvore coni cerca de
10 m de altura e folhas inteiras e ovais. As flores são brancas, 
agrupadas em ramos esparsos, e os frutos, esféricos (1 cm de diâmetro), 
abrindo­se em três partes para libertar uma só semente. A casca do 
benjoeiro fende­se em Agosto, segregando então um bálsamo leitoso e 
aromático, o benjoim, que se recolhe em lâminas que se separam da casca 
e é recolhido três meses depois. O benjoim é um anti­séptico, e pelas 
suas

propriedades cicatrizantes e expectoiantes entra em

numerosas preparações farmacêuticas. U.E. + o
PLANTAS EXóTICAS

Bisnaga Ammi visnaga Lam.

Umbelíferas

Habitat: Argélia, Egipto, Marrocos. É uma planta herbácea de 30 a 90 cm 
de altura cujas inflorescências são umbelas que ultrapassam 
frequentemente 20 cm de diâmetro e compostas por mais de
100 raios principais. Estes últimos dividem­se, por sua vez, em outros 
raios que suportam as flores. As umbeIas colhem­se quando estão cobertas
de frutos, pois estes contêm um princípio activo, a quelina. É um 
antiespasmódico poderoso que actua sobre as artérias coronárias e os 
brônquios, Os antigos egípcios já conheciam a Animi visnaga e 
utilizavam­na como calmante das cólicas nefríticas. U.l. +

Boldo

Peumus bold,,s MOI. Bras.: boldu, boldoa­fragans

Monimiáceas

Habitat: vertentes soalheiras do Chile. Este arbusto, sempre verde, de 5
a 6 m de altura, tem pequenas folhas elípticas, coriáceas, cinzento­
esverdeadas, salpicadas de pequenas proeminências. Têm um perfume 
semelhante ao da hortelã. Os índios dos Andes sempre as utilizaram como 
estomáquico e carminativo. Contêm eucaliptol, vários alcalóides, entre 
os quais a boldina, e flavonóides. O boldo estimula a secreção da bílis 
pela célula hepática e facilita o funcionamento da vesícula biliar. É 
utilizado em vários medicamentos para o fígado. U.l. + O

Cacaueiro

Theobroma cacao L. Bras.: cacau

Esterculiáceas

Habitat: zona equatorial húmida; originário da América Central. É uma 
pequena árvore de 5 a 6 in de altura com ramos cobertos de pêlos e 
grandes folhas acuminadas. Os frutos são grandes drupas com invólucro 
espesso, duro e mamelado, contendo cada uma entre 20 e 40 sementes, 
mergulhadas numa polpa ácida. A colheita faz­se duas vezes por ano e os 
frutos são esmagados para deles se extraírem as sementes e a polpa, das 
quais se

faz o cacau. As sementes contêm uma substância diurética, a teobromina, 
que tem várias utilizações. O chocolate, sob a forma de bebida, foi 
introduzido na Europa no século XVI. U.l.

Cafèzeiro
Coffea arabica L.                                 Rubiáceas

Habitat: Brasil, África, Oceânia; originário dos planaltos elevados da 
Abissínia. É podado em arbustos de cerca de 5 m de altura, e as flores, 
brancas, muito aromáticas, nascem em grupo nos

ramos. Os frutos são drupas carnudas compostas por duas partes unidas, 
contendo cada uma delas uma semente. Colhem­se maduros, quando se tornam
vermelhos, sendo depois descorticados e secos. A torrefacção surgiu na 
Arábia cerca de 1550, e o café foi introduzido na Europa no século XVII.
A torrefacção dá às sementes uma coloração castanha e desenvolve o seu 
aroma. As sementes contêm de 1,5 a 2,5% de um alcalóide, a cafeína, que 
é muito utilizado devido às suas propriedades estimulantes. U.l. +

352
PLANTAS EXóTICAS

Calumba

Chasmanthera palmata Baffi.

Menispermáceas

Habitat: Madagáscar, ilha Maurícia, Moçambique, Seychelles, Zâmbia. Erva
vivaz, trepadeira, com raiz muito carnuda, podendo atingir 7 cm de 
diâmetro. Os caules aéreos enroIam­se em volta das árvores, atingindo os
cimos mais altos. A raiz da calumba, que era remédio essencial dos 
indígenas africanos contra a disenteria, foi introduzida na Europa pelos
Portugueses no século XVII      Contém alcalóides e sobretudo compostos 
amargos com função lactónica. Muito amarga, mas não adstringente, é 
utilizada para aromatizar aperitivos e em

culinária exótica. U.l. + O

Caneleira­de­ceilão

Cinnamomum zeflanicum Nees

Lauráceas

Habitat: índia, Madagáscar, Sri Lanka; originária da China. É uma 
pequena árvore de 5 a 6 m de altura que é podada como os salgueiros para
adquirir a forma de um arbusto. Ao cortar pedaços de casca, surge o 
aroma da canela após uma curta fermentação. A canela é adstringente, 
estimulante, estomáquica. Conhecida desde a Antiguidade, foi durante 
muito tempo uma das mais preciosas plantas aromáticas, conservando um

lugar importante na culinária de muitos países. Prepara­se um vinho 
digestivo com canela e quina macerando 20 g de casca de quina e 50 g de 
casca de canela durante uma noite em 1 1 de vinho. Seguidamente filtra­
se e serve­se num cálice de licor depois das refeições. U.l. + O

Cariforeiro

Cinnamomum camphora T. Nees et Ebem.

Lauráceas

Habitat: Japão, Ásia do Sudeste. Esta bela árvore aromática, sempre 
verde, pode atingir
50 m de altura e viver 2000 anos. Começa a produzir cânfora aos 25 anos,
mas só aos 40 a sua produção atinge o máximo. É então abatida e a sua 
madeira destilada. A cânfora é um medicamento comprovado, já utilizado 
na Europa desde o século XII, e enormemente divulgado a partir do século
XVII. Para uso externo, é um revulsivo; para uso interno, um estimulante
cardíaco. Entra na composição de bálsamos utilizados para friccionar 
músculos doridos. Misturada com pimenta­negra, constitui um bom 
antitraça. U.l., U.E. + O

Cardamomo Elettaria cardamomum Roxb. Maton           Zingiberáceas 
Bras.: cana­do­brejo

Habitat: índia e Sri Lanka, nos montes da costa do Malabar. Esta erva 
vivaz assemelha­se à cana. Os seus frutos são cápsulas ovóides 
trigonais, triloculares, contendo numerosas pequenas sementes castanhas,
muito aromáticas. O cardamomo é um condimento muito antigo, um excelente
carminativo e tem propriedades anti­sépticas. Os Árabes introduziram­no 
na Europa. As suas virtudes estomáquicas eram bem conhecidas na Idade 
Média, sendo aconselhado pela Escola de Salerno. É utilizado para 
aromatizar diversas receitas de bolos. U.l. O

Canforeiro

Cardamomo

353
PLANTAS EXóTICAS

Cáscara­sagrada

Rhamnus purshiana DC                           Ramnáceas

Habitat: vertente oeste das Montanhas Rochosas, Oregon, estado de 
Washington. A cáscara­sagrada cresce à sombra nas florestas de 
coníferas, atingindo cerca de 10 m de altura. A casca é retirada dos 
troncos e ramos grossos de Abril a Agosto e seguidamente seca­se. Os 
índios usavam­na há muito como purgativo antes de ter sido introduzida 
na Europa, nos finais do século XIX. Como a casca fresca é irritante, 
deve ser conservada pelo menos durante um ano antes de ser utilizada. 
U.l. + O

Chá

Thea sinensis Sims                         Ternstremiáceas Bras.: chá­
da­ffidia, chá­preto Cáscara­sagrada Habitat: China, índia, Japão, Sri 
Lanka.

No estado espontâneo, a planta do chá pode atingir 10 m de altura, mas, 
em cultura, é podada para não ultrapassar 1 m. A exploração começa 
quando os arbustos atingem os 3 anos e prolonga­se por mais de 20 anos.

O aroma das folhas depende da natureza do solo e do clima. As folhas são
colhidas jovens, antes de estarem completamente desenvolvidas. Se se 
procede rapidamente à secagem e são enroladas ainda quentes, obtém­se o 
chá verde. Se se deixa iniciar a fermentação, obtém­se o chá preto. O 
chá contém, entre outras substâncias, a teobromina, a teofilina e a 
cafeína em proporção, por vezes, superior à do café. É, portanto, um 
estimulante. U.l., U.E. + Châ

Chá­de­java

Orthosiphon stamineus Benth.                     Labiadas

Habitat: Ásia do Sudeste, Java. A infusão do chá­de­j@va é um 
medicamento muito antigo na Indonésia e na India, utilizado nas 
enfermidades dos rins e da bexiga. Só foi conhecido na Europa a

partir dos finais do século passado. O chá­de­java é uma erva vivaz 
erecta, de 30 a 60 cm de altura e caule quadrangular. O enorme 
comprimento dos seus estames azuis, muito salientes, conferiu­lhe a 
denominação de bigodes­ de­gato. As folhas são colhidas e postas a 
secar. Por vezes, sã o submetidas a uma ligeira torrefacção para lhes 
aumentar o aroma. A sua infusão e diurética, colagoga e, tomada 
regularmente, faz bai­ . ... ...                            xar o teor 
de,colesterol no sangue. U.l. + O Chá­dejava

Coca
Erythroxflon coca Lam.                          Lináceas

Habitat: América do Sul, Java; originária da Bolívia; entre 700 e 2000 
m. É um arbusto sempre verde que não ultrapassa 2 m de altura, com 
pequenas folhas alternas e elípticas. As flores, de um branco­amarelado,
estão reunidas em pequenos grupos na axila das folhas. O fruto é uma 
drupa vermelha com uma semente. A folha da coca, que tem um sabor 
amargo, contém alcalóides, um dos quais, a cocaína, é utilizado em 
medicina como anestésico local. Usada internamente, a cocaína é um 
estupe,faciente que excita intensamente o sistema nervoso. E por isso 
procurada por certos toxicómanos, e os índios dos Andes mastigam as suas
folhas para acalmar as ?áwwâ   sensações de fome, de frio e de fadiga. 
U.l., U.E. +

coca

354
PLANTAS EXóTICAS

Coleira

Cola nitida A. Chev. Bras.: koIateira, obi, oubi

Esterculiáceas

Habitat: África Ocidental Tropical. Habitante das florestas tropicais, 
esta árvore mede entre 15 e 20 m de altura e assemelha­se um pouco ao

castanheiro. A partir dos 15 anos, dá frutos formados por cinco 
folículos gibosos associados em forma de estrela, semelhantes ao fruto 
do cacaueiro. Colhem­se antes de estarem completamente maduros para 
extrair a semente carnuda, a noz de cola. Esta é amarga, adstringente, 
rica em compostos polifenólicos e em cafeína. Os indígenas mastigam­na 
para estimular os músculos e os nervos, pelo que a noz de cola 
desempenha neste caso um papel semelhante ao da coca nos Andes. 
Introduzida na Europa nos finais do século XV, só foi utilizada em 
terapêutica a partir do final do século XIX. U.1 + o

Combreto

Combretum micranthum G. Don

Combretáceas

Habitat: Nigéria, Senegal, Sudão. Este arbusto de 2 a 4 m de altura 
dispersa as suas moi tas cerradas pelas extensões áridas da região 
sudanesa. As folhas são colhidas ainda verdes, antes do aparecimento dos
frutos. Põem­se a secar e conservam­se em locais arejados, a fim de 
retardar o processo de oxidação que degrada os seus compostos activos. 
As folhas do combreto contêm taninos e flavonóides; a sua infusão 
constitui um bom medicamento biliar utilizado na África Ocidental para 
tratar graves complicações sanguíneas do paludismo. U.l. +

Condurango

Gonolobus condurango Triana

Asclepiadáceas

Habitat: vertente ocidental dos Andes, na Colômbia, no Equador e no 
Peru. Esta liana, que se assemelha à videira, agarra­se aos

troncos das árvores e vai procurar a luz no vértice destas. Tem folhas 
cordiformes e frutos com o aspecto de uma raiz de nabo, de 10 cm de 
comprimento. Embora a tradição andina atribuísse grande importância às 
suas

folhas, que o condor, crê­se, utiliza para se defender das mordeduras de
serpente, apenas a casca é medicinal. Amarga, com um aroma de canela e 
de pimenta, contém um heterósido semelhante ao da dedaleira. É um 
digestivo e analgésico gástrico. U.l. + O

Cravinho

Eugenia caryophyllata Thumb. Bras.: craveiro­da­ índia

Mirtáceas
Habitat: Indonésia, Madagáscar, Zanzibar; originário das ilhas Molucas. 
Esta bela árvore de copa piramidal, sempre verde, mede entre 10 e 15 m 
de altura. O botão floral, depois de seco, dá o cravo­de­cabecinha, 
especiaria conhecida pelos Chineses muito antes da nossa era e importada
para a Europa cerca do século VIII. A essência    de cravinho, que é 
utilizada em numerosas, preparaçoes farmacêuticas, obtém­se por 
destilaçã o. E anti­séptica e serve para aplicações externas em 
odontologia para acalmar as dores. O cravo­ de­cabecinha tem ainda a 
reputação de facilitar o parto. U.l., U.E. + O

Coleira

Combreto

Condurango

Cravinho

355
PLANTAS EXóTICAS

fil,% 1

Curcurna

Gengibre

Ginseng

Curcuma

Curcuma xanthorrhiza Roxb.

Zingiberáceas

Habitat: América Central, Antilhas, Malásia; originária de Java. Esta 
planta herbácea vivaz possui um volumoso rizoma subterrâneo com cerca de
10 cm de diâmetro. Este rizoma é arrancado, cortado em rodelas e posto a
secar. Toma então o aspecto de discos de cor alaranjada com cheiro 
agradável. A curcuma figura numa lista de simples que se vendiam em 
Frankfurt cerca de 1450. É muito usada na Indonésia como remédio para o 
fígado. Possui também propriedades bactericidas e serve para infusões 
destinadas a tonificar as vias biliares. U.l. +

Gengibre

Zingiberáceas

Zingiber officinale Roscoe Bras.: gengivre

Habitat: todos os países quentes; originário da índia e da Ásia 
Tropical. Os ramos aéreos desta planta renovam­se anualmente e são 
alimentados por um grande rizoma carnudo denominado *mão+. Os caules 
altos (1,50 m), dotados unicarnente de folhas, servem para a 
assimilação, e os

curtos (20 cm) são floríferos e destinados à reprodução. O rizoma, 
utilizado há milhares de anos na China quer seco, como condimento, quer 
em conserva, era muito procurado na Europa na Idade Média. Santa 
Hildegarda cria que ele evitava a peste, e os marinheiros tomavam­no 
contra o escorbuto. É um estimulante, um estomáquico e um carminativo 
com sabor apimentado e ardente. Aromatiza algumas bebidas. U.l., U.E. + 
O

Ginseng

Panax ginseng C. A. Meyer

Araliáceas
Habitat: China, Coreia, Japão, Nepal. A raiz espessa desta herbácea 
atinge 1 m de comprimento quando é arrancada com a idade de 10 anos. 
Bifurcada corno as coxas humanas, deve a esta semelhança o nome de 
ginseng, homem­raiz, e possivelmente também a reputação de curar a 
impotência. O ginseng partilha esta fama com a mandrágora, cuja raiz tem
também forma humana. Quer a sua eficácia se deva a este simbolismo ou à 
sua composição química, o ginseng é uma panaceia milenar utilizada pelos
Chineses e os Japoneses. Contém saponósidos e esteróis. Actua como 
tónico cardíaco e contra a fadiga, mas na Europa aprecia­se sobretudo 
como afrodisíaco e *guardião da juventude+. U.l.
Grindélia

Grindelia robusta Dun.                          Compostas Bras.: 
girassol­ silvestre, malmequer­do­carnpo

Habitat: pântanos salobros da Califórnia, EUA. Planta herbácea robusta 
que se assemelha uni pouco a uma enorme bonina, forma tufos de 50 a 90 
cm de altura. É viscosa e está revestida por uma resina segregada pelos 
pêlos secretores que cobrem as folhas e as brácteas dos capítulos. 
Colhem­se apenas as sumidades floridas, activas devido à resina que as 
cobre. A grindélia é antiespas módica, antitússica e expectorante, sendo
utilizada contra a asma. Em uso externo é antí­infiamatória. U.l., U.E. 
+ O

356
PLANTAS EXóTICAS

Guaiaco

Guaiacum officinale L.

Zigofiláceas

Habitat: América Central, Antilhas. Sempre verde, elevando­se a cerca de
10 m, o guaiaco tem flores de um azul resplandecente. O seu lenho 
aromático contém saponósidos e é utilizado em farmácia; quando exposto 
ao sol, deixa exsudar, através de incisões, uma resina de que se extrai,
por destilação, o guaiacol, receitado no século passado contra a tísica.
Dada a sua fama de curar a sífilis, o lenho de guaiaco tornou­se 
conhecido em toda a Europa no século XVI. Hoje, é utilizado em decocções
para o reumatismo. U. I. + O

Guaranazeiro

Paulinia cupana H. B. K.

Sapindáceas

Habitat: Brasil, Venezuela. Arbusto trepador (até 10 m de altura), tem 
folhas compostas de 5 folíolos ovóide­lanceolados, glabros, coriáceos, 
com numerosas glândulas e grandes flores aromáticas. O fruto é uma 
cápsula piriforme, trilocular, septicida, vermelha na maturação, com 
urna a duas sementes ovóides, duras, revestidas por invólucros 
acessórios os arilos. O guaraná contém principalmente cafeína, que 
possui uma acção estimulante do sistema nervoso central e díurética, 
entre outras. U.l.

Hamamélia

Hamamelis virginiana L.                     Hamamelidáceas Bras.: 
hamamélis, amieiro­mosqueado, aveleira­de­feiticeira

Habitat: costa oriental da América do Norte. Esta pequena árvore (6 m) 
povoa as orlas das florestas húmidas. Callinson introduziu a folha e a 
casca da hamamélia na Europa cerca de 1735. Efectivamente, a planta é 
rica num tanino especial, o hamamelitanino; adstringente e 
vasoconstritora, constitui um excelente medicamento para as veias. A 
água da hamamélia é adstringente e tónica. U.l., U.E. + V 1&

Ilangue­ilangue Cananga odorata Hook. f. et Thoms.                
Anonáceas Bras.: cananga, batata­doce

Habitat: Ásia Tropical, Malásia. Esta grande árvore é geralmente 
plantada na Ásia Tropical nas imediações das casas, devido ao seu aroma 
suave. Dá bonitas flores verdes, campanuladas, que os indígenas põem a 
inacerar em óleo de coco para fabricarem um creme perfumado. Pela 
destilação das flores, obtém­se uma essência usada em perfumaria. É 
hipotensor e anti­séptico. U.l., U.E. +

Mate

Ilex paraguariensis Sr. ­Hil. Bras. erva­mate

Aquifoliáceas

Habitat: Argentina, Brasil, Paraguai. Os índios já a utilizavam há muito
tempo quando os Jesuítas, no século Xvi, divulgaram entre os brancos a 
bebida de folhas de mate. Desde então, o mate foi conhecido por chá­dos­
jesuítas ou chá­do­paraguai. É uma espécie do mesmo género do azevinho 
que atinge
20 m de altura no estado espontâneo nas montanhas do Paraguai, tornando­
se um arbusto quando cultivado. As suas folhas contêm taninos e cafeína.
U.I. + O

Guaiaco

Guaranazeiro (pó de sementes)

Hamamêiia

357
PLANTAS EXóTICAS

Moscadeira

Quássia (fragmento de lenho)

Moscadeira

Myristica fragrans Houtt.

Miristicáceas

Habitat: Antilhas, Molucas, Samatra. A noz­moscada é a amêndoa da 
semente desta pequena árvore sempre verde que tem algumas semelhanças 
com a laranjeira. O fruto da moscadeira é uma drupa piriforme, amarelo­
pálida, que contém uma semente envolvida num tecido laciniado, vermelho,
muito aromático, o macis. A semente separa­se do macis e retira­se a 
amêndoa, cuja maior parte é composta por lípidos e um óleo essencial. 
Com os lípidos, faz­se manteiga de noz­moscada, que é um dos componentes
de um linimento analgésico. U.l., U.E. + O

Pimenteira

Piper nigrum L. Bras.: pimenta­da­índia, pimenta­do­reino

Piperácew

Habitat: Madagáscar, Malásia, Vietname; originária da costa do Malabar. 
A pimenteira produz a mais antiga e mais preciosa daç especiarias, e 
também a mais divulgada. É um arbustc trepador e volúvel. Os frutos são 
pequenas bagas globosas com uma só semente que passa do verde ac amarelo
e >mais tarde ao vermelho. As espigas colhidas antes de as bagas 
adquirirem a cor vermelha darão, depois de secas, a pimenta­negra. Se as
bagw forem colhidas já maduras, e seguidamente descascadas, obter­se­á a
pimenta­branca. O sabor picante @ devido ao seu teor em amidas. Em 
pequenas doses, @ um estimulante das funções digestivas. U.I., U.E. + 9

Quássia

Quassia amara L.                                Siinarubácea Bras.: 
morubá, quina­de­caiena, quássia­arnara, quássia­amarga quusNia­uo­
surinan, pau­quássia, pau­amarelo

Habitat: Guiana, Suriname. No planalto das Guianas, utiliza­se o lenho 
de quássia ou pau­amargo, desde tempos remotos para atacar @ febre. 
Porém, este segredo só foi revelado aos Euro peus em 1756 por um guianês
chamado Quassi. @ quássia é um pequeno arbusto que não ultrapassa 2 ri 
de altura. É o seu tronco (10 cm de diâmetro), incoin pletamente 
descorticado, que, depois de cortado ell pedaços, aparece no mercado. O 
lenho contém subs tâncias lactónicas amargas que estimulam a vesícul 
biliar e as secreções gástricas. Deixando­o macerar er vinho tinto, 
pode. preparar­se um aperitivo. U.l. + E

Quineira­vermelha

Cinchona succirubra Pav.

Rubiácei

Habitat: vertente oeste dos Andes, nos Camarões, ri Índia e no 
Vietriante. Desde que o espanhol Lopez Canizares foi curado d paludismo 
por uma poção preparada pelos índios c América com a *madeira das 
febres+, a quina ganhc reputação médica e a sua cultura estendeu­se a 
outr( continentes. No entanto, só em 1820 Caventou e PeB tier isolaram o
princípio activo da sua casca, a quin na. A quina é uma bela árvore de 
cerca de 20 na c altura. Nas plantações, é abatida aos 6 anos para 11 
ser retirada a casca. Além do seu efeito contra o pali dismo, constitui 
um tónico que faz parte da compos ção de várias preparações 
farmacêuticas. U.l. +

Quineira­vermelha

358
PLANTAS EXóTICAS

Ratânia

Krameria triandra Ruiz et Pav.

Bras.: ratânhia­do­peru

Leguminosas

Habitat: areias secas das zonas elevadas da Bolívia e do Peru. É um 
arbusto pequeno, com ramos de 15 a 40 cm, cuja parte inferior do tronco 
está solidamente implantada no solo. É espinhoso e forma maciços sedosos
e

esbranquiçados. Arranca­se para se aproveitar a raiz sinuosa e 
avermelhada, que era usada pelas senhoras de Lima como dentifrício e à 
qual Ruiz, botânico europeu que descobriu a ratânia, chamava *raiz para 
os dentes+. Esta raiz, introduzida na Europa nos princípios do século 
xix, é rica em taninos, que lhe conferem qualidades adstringent­es e 
antidiarreicas. U.l., U. E. + V O

Rauvólfia

Rauwolfia serpentina Benth.

Apocináceas

I@abitat: Paquistão e regiões quentes e húmidas da Asia Meridional. Este
pequeno arbusto não ultrapassa 1 ni de altura. Os seus caules crescem, 
por vezes, ao longo do solo, e as suas belas flores, brancas ou rosadas,
agrupam­se em

grande núm  ero nas extremidades dos longos pedúnculos. As raízes 
colhem­se aos 2 ou 3 anos. A medicina popular indiana já as recomendava 
1000 anos antes de Cristo como antídoto contra mordeduras de serpentes, 
o que inspirou o nome da sua espécie; também era

indicada contra a hipertensão e as perturbações nervosas. De facto, as 
raízes contêm numerosos alcalóides, como a reserpina, excelente 
hipotensor. U.l. +

Salsaparrilha’

Smilax ornata Hook. f.

Liliáceas

Habitat: florestas húmidas e margens dos rios da América Central. Os 
Espanhóis importaram para a Europa, em meados do século XVI, as raí zes 
deste arbusto espinhoso, supondo ter encontrado nele um remédio para a 
sífilis. A salsaparrilha tem caules trepadores e volúveis, caracterí 
stica que a diferencia das outras liliáceas. As suas raízes contêm 
saponósidos e têm uma cor castanho­avermelhada. São utilizadas como 
sudorí fico e diurético eliminador da ureia e do ácido úrico. Como a 
salsaparrilha­bastarda, salsaparrilha­indígena ou legacão, é eficaz para
tratar o reumatismo. U.l. + O

Sândalo­branco

Santalum albunt L.                                 Santaláceas
Bras.: pau­sândalo

Habitat: índia.
O lenho e a essência de sândalo têm mais importância nas cerimônias 
religiosas hindus pela qualidade do seu perfume do que pelas suas 
virtudes medicinais. No entanto, a medicina europeia interessou­se pelo 
sândalo a partir do fim do século passado. É uma árvore parasita, de 8 a
10 na de altura, que fixa os seus sugadores na raiz das árvores 
próximas. É abatida aos 10 anos, sendo aproveitado o cerne, amarelo­
acastanhado, que exala por fricção um aroma agradável. Dele se extrai, 
por destilação, uma essência que constitui um bom anti­séptico das vias 
urinárias. U.l. +

>0Ratânia (raiz)

Rauvóifia

Saisaparrilha (raiz)

Sândalo­branco (fragmento de lenho)

359
PLANTAS EXOTICAS

Sassafrás

Sassafrás

Sassafras officinale Nees et Eberm. Bras.: canela­de­sassafrás

Lauráceas

Habitat: América do Norte. No Norte dos Estados Unidos, o sassafrás 
mantém um porte modesto, mas nas regiões do Sul pode atingir
30 m de altura. As suas folhas, de cor verde­clara, raiadas de vermelho,
podem revestir­se, na mesma árvore, de diversas formas: ovais e 
inteiras, ou recortadas na extremidade em dois ou três lóbulos 
arredondados. Os Espanhóis descobriram esta árvore aromática na Florida 
em 1538. Os índios da América prezavam grandemente o sassafrás, 
atribuindo~lhe muitas virtudes medicinais. A casca e o lenho da raiz são
ricos num óleo essencial que contém safrol, com propriedades 
estimulantes e sudoríficas. O lenho da raiz utiliza­se em infusões 
contra o reumatismo. U.l. + O

Sene­da­índia

Cassia angustifolia Vahi

Leguminosas

Habitat: Sul da índia; originário da Somália e do lémen.
O sene foi introduzido na fitoterapia por médicos árabes. É um 
subarbusto de 50 cm de altura que povoa as regiões subdesérticas. No fim
do Verã o, colhem­se os ramos, que se deixam secar ao sol. Separam­se os
folíolos (impropriamente chamados folhas) das vagens; ambos contêm 
heterósidos antracénicos, sendo, no entanto, os folíolos as partes mais 
utilizadas. O seu consumo é grande, pois fazem parte de numerosas 
preparaçõ es laxativas e purgativas. U.l. + O

Tamareira

Phoenix dactylifera L.

Palmáceas

Habitat: África Central, Arábia, Egipto, Sul de Espanha. Eleva­se a 
cerca de 20 m do solo e apresenta gigantescas inflorescências em forma 
de espigas ramificadas. Cresce nos climas subtropicais e é típica dos 
oásis nas

zonas desérticas; na Europa, é cultivada como planta ornamental. A polpa
da tâmara, rica em glúcidos (70%) contém ainda cálcio, magnésio, 
fósforo, vitaminas B e C e provitaminas A e D. Muito nutritiva, é 
indicada para anêmicos e convalescentes. Combate as afecções pulmonares 
e o pó do seu caroço é utilizado em fitoterapia. U.l. +

Tamarindeiro

Tamarindus indica L.                           Leguminosas Bras.: 
tamarindo, tamarineiro, tamarina, maná­do­brasil

Habitat: índia e países tropicais; originário de África. Sempre verde, 
esta árvore de 25 m de altura tem uma folhagem tão densa que não deixa 
filtrar os raios solares, pelo que nenhuma planta cresce na sua base. Os
frutos são vagens compridas e pendentes, com protuberâncias ao nível das
sementes, as quais estão mergulhadas numa polpa amarelada que constitui 
o tamarindo, rico em glúcidos e em ácidos orgânicos (cítrico, tartárico,
málico). A palavra *tamarindo+ deriva de um termo árabe, tamare­hindi, 
que significa tâmara­da­índia. É utilizado na confecção de geleias, 
xaropes ou compotas. Indicado para tratar a obstipação, é um laxativo 
suave e também um colerético. U.l. +

Tamarindeiro

360
Os benefícios

das plantas

O emprego dos simples                    364

Dicionário da saúde                      371

Os usos veterinários                     435

Dupla página seguinte: uma farmácia do século xvii
PLANTAS EXOTICAS

Sassafrás

Tamarindeiro

Sassafrás

Sassafras officinale Nees et Eberra. Bras.: canela­de­sassafrás

Lauráceas

Habitat: América do Norte. No Norte dos Estados Unidos, o sassafrás 
mantém um porte modesto, mas nas regiões do Sul pode atingir
30 m de altura. As suas folhas, de cor verde­clara, raiadas de vermelho,
podem revestir­se, na mesma árvore, de diversas formas: ovais e 
inteiras, ou recortadas na extremidade em dois ou três lóbulos 
arredondados. Os Espanhóis descobriram esta árvore aromática na Florida 
em 1538. Os índios da América prezavam grandemente o sassafrás, 
atribuindo­lhe muitas virtudes medicinais. A casca e o lenho da raiz são
ricos num óleo essencial que contém safrol, com propriedades 
estimulantes e sudoríficas. O lenho da raiz utiliza­se em infusões 
contra o reumatismo. U.l. + O

Sene­da­índia

Cassia angustifolia Vah1

Legumínosas

Habitat: Sul da índia; originário da Somália e do lémen.
O sene foi introduzido na fitoterapia por médicos árabes. É um 
subarbusto de 50 em de altura que povoa as regiões subdesérticas. No fim
do Verã o, colhem­se os ramos, que se deixam secar ao sol. Separam­se os
folíolos (impropriamente chamados folhas) das vagens; ambos contêm 
heterósidos antracénicos, sendo, no entanto, os folíolos as partes mais 
utilizadas. O seu

consumo é grande, pois fazem parte de numerosas preparações laxatívas e 
purgativas. U.l. + O

Tamareira

Phoenix dactylifera L.

Palmáceas

Habitat: África Central, Arábia, Egipto, Sul de Espanha. Eleva­se a 
cerca de 20 m do solo e apresenta gigantescas inflorescências em forma 
de espigas ramificadas. Cresce nos climas subtropicais e é típica dos 
oásis nas
zonas desérticas; na Europa, é cultivada como planta ornamental. A polpa
da tâmara, rica em glúcidos (70%) contém ainda cálcio, magnésio, 
fósforo, vitaminas B e C e provitaminas A e D. Muito nutritiva, é 
indícada para anémicos e convalescentes. Combate as afecções pulmonares 
e o pó do seu caroço é utilizado em fitoterapia. U.I. +

Tamarindeiro

Tamarindus indica L.
Leguminosas

Bras.: tamarindo, tamarineiro, tamarina, maná­do­brasil

Habitat: índia e países tropicais; originário de África. Sempre verde, 
esta árvore de 25 m de altura tem uma folhagem tão densa que não deixa 
filtrar os raios solares, pelo que nenhuma planta cresce na sua base. Os
frutos são vagens compridas e pendentes, com protuberâncias ao nível das
sementes, as quais estão mergulhadas numa polpa amarelada que constitui 
o tamarindo, rico em glúcidos e em ácidos orgânicos (cítrico, tartárico,
málico). A palavra *tamarindo+ deriva de um termo árabe, tamare­hindi, 
que significa tâmara­da­índia. É utilizado na confecção de geleias, 
xaropes ou compotas. Indicado para tratar a obstipação, é um laxativo 
suave e também um colerético. U.l. +

360
Os benefícios

das plantas

O emprego dos simples                    364

Dicionário da saúde                      371

Os usos veterinários                     435

Dupla página seguinte: uma farmácia do século xvii
O emprego dos simples

Aquando das Jornadas Farmacêuticas Internacionais realizadas em Paris em
1976, um dos mais eminentes farmacólogos franceses surpreendeu o 
auditório ao revelar o resultado das estatísticas americanas e 
francesas:
40% das especialidades farmacêuticas modernas derivam de produtos 
naturais. Empregam­se na composição destas especialidades cerca de 7000 
produtos de origem vegetal.

Alguns deles entram na composição de mais de 100 medicamentos, 
nomeadamente o amieiro­negro, a castanha­da­índia, a laranjeira, os 
pinheiros e os eucaliptos. Outros, como as mentas e a beladona, são 
utilizados em mais de 200. Finalmente, a dormideira, o mais usado de 
todos os fármacos, entra na composição de mais de 400 especialidades. 
Deste modo, os médicos, ao prescreverem as suas receitas, exercem todos 
os dias a fitoterapia, porventura inadvertidamente.

A planta, tal como foi definida no capítulo *A fábrica vegetal+ (v. pp. 
11­15), é um reservatório de compostos activos, os quais estão sempre 
ligados a outras substâncias que controlam e inclusivamente modificam a 
sua acção.

Esta coexistência verifica­se mesmo que nem sempre seja possível 
explicar o seu efeito, e, perante a complexidade das interacções 
biológicas no seio de um dado vegetal, os cientistas interrogam­se sobre
uma questão muito subtil para a qual, em relação à maioria das plantas, 
ainda não foi encontrada uma resposta: porque elabora a planta 
determinados princípios activos? Qual a função que eles desempenham na 
vida da própria planta?

As plantas e a terapêutica

A alopatia, nome científico atribuído à medicina clássica, obedece, no 
tratamento das doenças, à teoria dos contrários, centrando a acção 
terapêutica na obtenção de um efeito contrário ao sintoma apresentado 
pelo doente.

Recorre, assim, na prescrição medicamentosa, a um agente externo ao 
organismo com capacidade para anular as manifestações da doença. Que 
fazem os laboratórios farmacêuticos dos milhares de toneladas de plantas
medicinais que tratam nos seus enormes cadinhos de alquimistas modernos?
Trituram­nas para facilitar a extracção de substâncias activas que 
isolam, doseiam, dissolvem ou condicionam do modo mais utilizável pelo 
organismo. Uma vez feita a identificação química da substância e 
definida a sua fórmula, o que ainda não é possível, nos nossos dias, 
para todos os componentes das plantas, os químicos dedicam­se a efectuar
a sua síntese. Assim, devido a estas operações, foi possível fabricar 
artificialmente algumas vitaminas e muitos medicamentos. Do ponto de 
vista prático, a preparação sintética de uma substância importante 
devido às suas aplicações pode permitir a obtenção de um produto mais 
manejável, menos dispendioso e de composição mais pura do que o obtido 
por extracção de misturas naturais.

Nas obras de farmacognosia, o nome e a descrição de cada planta são 
acompanhados da referência de um ou mais dos seus componentes escolhidos
de entre os mais importantes para a terapêutica. Na realidade, a 
medicina tradicional não aproveita todas as possibilidades das plantas, 
uma vez que não são totalmente conhecidas quer a composi
364
ção, quer as suas acções. É, sem dúvida, pela mesma razão que entre as 
substâncias muito enérgicas que elas produzem, e que, uma vez isoladas, 
são consideravelmente utilizadas em terapêutica, algumas desencadeiam, 
por vezes, no doente efeitos secundários nefastos; assim, nesta 2.a 
metade do século xx surgiu e desenvolveu­se de modo assustador por toda 
a parte uma gama de doenças denominadas iatrogénicas, isto é, doenças 
provocadas pelos próprios medicamentos e que geralmente são difíceis de 
tratar.

A homeopatia é o segundo grande método terapêutico. Posta em prática por
um ilustre médico alemão, o Dr. Hahnemann, a partir de 1790, baseia­se, 
ao contrário da alopatia, na lei das semelhanças: os semelhantes são 
curados pelos seus semelhantes. O médico, na sua receita, administra ao 
doente o agente que provocaria numa pessoa sã a perturbação de que o 
paciente sofre. O medicamento dilui­se em concentrações infinitesimais e
o seu grau de diluição, graduado e variado por dinamização, determina a 
rapidez e a intensidade da acção do medicamento, que então deixa de ser 
tóxico. A diluição básica denomina­se tintura­mãe. A partir desta 
diluição básica, obtêm­se por diluições sucessivas 30 graus diferentes 
de preparações. A partir da sexta graduação, a matéria activa já não é 
detectável por processos analíticos correntes.

A fitoterapia é o tratamento das doenças por meio de plantas recentes ou
secas, bem como pelos seus extractos naturais. É evidente que um 
tratamento por meio de uma substância isolada perfeitamente doseada é 
para o médico muito mais facilmente controlável que a acção exercida por
um conjunto de substâncias agrupadas num preparado muitas vezes mal 
definido, como é o caso das tisanas. É um problema que tem preocupado o 
fitoterapeuta quando regista efeitos e reacções diferentes, consoante os
doentes a quem prescreve o tratamento. Estes efeitos não são somente 
consequência da fisiologia do doente, sendo também causados por grandes 
diferenças na eficácia de várias plantas espontâneas de uma mesma 
espécie, devido ao seu habitat natural, à exposição ao sol, ao 
microclima, à estação do ano em que a planta foi colhida e ao modo como 
foi tratada. Assim, as culturas de plantas em grande escala obedecem a 
regras racionais. Os terrenos possuem a mesma exposição, são regados com
igual quantidade de água, as sementes e outros órgãos de propagação são 
seleccionados, e os princípios activos são preservados devido a métodos 
de secagem e estabilização.

Aliás, sabe­se, sem que se tenha encontrado uma explicação, que entre as
plantas medicinais existem exemplares que apresentam as mesmas 
características botânicas, nada as distinguindo umas das outras; porém, 
ao utilizá­las, acontece que umas são activas e outras não; são as 
denominadas raças químicas.

A gemoterapia e a aromaterapia são dois métodos que recorrem igualmente 
ao emprego das plantas. A gemoterapia, do latim gemma, gema, baseia­se 
na utilização de botões frescos e de tecidos vegetais jovens, tais como 
as radículas ou a segunda casca, que são ricas em hormonas vegetais de 
crescimento celular ­ as giberilinas e as auxinas. Estas substâncias 
conferem a tais órgãos, além das acções próprias das plantas a
que pertencem, acções biológicas muito interessantes.

A aromaterapia, que utiliza as essências aromáticas, é tão antiga como a
fitoterapia, pois 4000 anos antes de Cristo os Egípcios conheciam já a 
essência de pinheiro, se bem que o seu verdadeiro desenvolvimento date 
apenas da Idade Média. As essências naturais utilizadas obtêm­se por 
destilação, por prensagem, por separação pelo calor ou por incisão do 
vegetal. São notavelmente eficazes e já foi demonstrado que a mesma 
essência obtida por síntese, ou seja artificialmente, não é tão activa 
como a natural. Valem neste caso as mesmas observações já anteriormente 
feitas em relação à fitoterapia: é a totalidade da essência que possui a
máxima actividade, e não o seu componente principal.

Todas as essências vegetais têm em comum o seu poder anti­séptico, além 
das propriedades específicas de cada uma das plantas de onde foram 
extraídas. As essências mais largamente utilizadas em fitoterapia são 
extraídas do alho, do anis­verde, da badiana, da bardana, do manjericão,
da bétula, da canela, do limão, do eucalipto, do funcho, do zimbro, do 
goiveiro­amarelo, do hissopo, da alfazema, da camomila, da erva­
cídreira, das mentas, da nogueira, do alecrim, das rosas, do sândalo, do
sassafrás, do serpáo, da terebintina, do tomilho e do ilangue­ilangue.

Utilizar uma planta não é um acto anódino. É interessante verificar que 
em muitas línguas, como, por exemplo, o francês, as palavraspotion, poçã
o, epoíson, veneno, têm a mesma raiz e que em outras línguas, como, por 
exemplo, a cigana, a mesma palavra serve para designar poção, veneno e 
planta medicinal.

Quando se decide utilizar plantas medicinais, não deve empregar­se mais 
do que uma espécie de cada vez; é indispensável preparar cuidadosamente 
a mistura aconselhada. Aos médicos, aos farmacêuticos e aos ervanários 
idóneos cabe a responsabilidade de efectuar as misturas por eles 
denominadas espécies, pois existem incompatibilidades entre as plantas 
que podem provocar fenómenos tóxicos.

Desde os mais remotos tempos, o homem rural está habituado a tirar 
proveito do mundo vegetal que o rodeia: a tradição transmite­lhe os 
segredos da colheita e utilização das flores e plantas que o homem da 
cidade desdenha por ignorância. Fazer a colheita aquando de um passeio 
familiar ou de umas férias no campo não significa destruir 
irreflectidamente a flora, um bem precioso. É necessário aprender a 
colher e conservar os simples (v. pp. 37­40).

Uma vez feita a recolha e efectuada a conservação, é necessário, para 
não confundir infusão, decocção e maceração, por exemplo, estudar as 
formas de preparação explicadas na página 368. Além disso, quando no 
início do texto referente à informação botânica de cada uma das plantas,
apresentado em caixa, surgir o símbolo O , de cor vermelha, uma 
proibição ou uma informação precisa sobre a utilização de determinada 
planta, é conveniente seguir integralmente as indicações. É necessário 
também cumprir determinadas regras, como, por exemplo, não fazer 
antecipadamente uma preparação se está especificado que esta deve ser 
utilizada imediatamente, pois podem ocorrer certas alterações químicas 
perigosas.

Nunca se deve administrar uma planta a uma criança com menos de 1 ano ou
a uma mulher grávida sem previamente consultar o médico. Diversas 
plantas são contra­indicadas para as mães que amamentam ou para certos 
doentes, como os diabéticos, gotosos, nervosos, cardíacos e doentes 
renais. Alguns vegetais provocam alergias, outros uma sensibilização à 
luz solar. A prudência é muito importante, porque uma planta vene
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As plantas e a casa

Existe também um grande número de plantas que podem substituir os 
produtos, tantas vezes perigosos, que provocam deslocações às urgências 
hospitalares ou de toxicologia. Basta olhar para as prateleiras e ler os
rótulos: não ingerir, não inspirar, não tocar, não aproximar de uma 
chama, não utilizar numa divisão fechada, veneno nocivo, perigoso, 
explosivo, tóxico ... É verdadeiramente aterrador. Este facto poderá 
contribuir para a
substituição destes temíveis ingredientes por outros, talvez menos 
enérgicos, mas mais naturais: existem plantas que perfumam, outras que 
purificam, desodorizam, protegem o vestuário, afastam os insectos, 
impermeabilizam os couros, tiram nódoas, limpam, lavam, branqueiam a 
roupa de casa, conservam os víveres..

Outrora, todas as donas de casa as conheciam perfeitamente; hoje, porém,
ignora­se a sua existência. Evidentemente, não é possível prescindir dos
sabões e dos detergentes, dos purificadores e dos tira­nódoas; não é 
possível fazer as lavagens de roupa semanais na máquina com saponária e 
cinzas de lenha, fabricar todos os sabões com resina de pinheiro, arear 
as caçarolas com molhos de cavalinhas, lavar os vidros sujos pelo pó 
gorduroso das cidades com a parietária ou tingir todas as lãs, tecer, 
cultivar *biologicamente+ todos os alimentos vegetais. Há, porém, um 
compromisso possível do qual depende o futuro. Por essa razão, pretende­
se neste capí tulo chamar a atenção para os laços que existem entre o 
homem e o mundo vegetal que o precedeu em milhões de anos sobre a Terra 
e produziu o oxigénio que respira, esse mundo que alimenta e protege a 
Humanidade e cuja maioria não sabe apreciar.

As preparações e as suas formas de utilização

Para extrair componentes activos de um
simples, utiliza­se geralmente um líquido que os possa dissolver.

As TISANAS são obtidas com o auxílio da água, recorrendo a um dos três 
métodos: a infusão, a decocção e a maceração. São filtradas antes de se 
utilizarem. 

Infusão. Prepara­se deitando água fervente sobre as partes vegetais 
activas, geralmente as flores e as folhas. É o modo tradicional de 
preparação do chá. Deixam­se as plantas dentro de água entre 5 e 10 
minutos aproximadamente, consoante a receita, e seguidamente passam­se 
pelo filtro. A quantidade de planta varia segundo a espécie. O 
recipiente deve ser de porcelana, de barro ou de esmalte, e para adoçar 
pode utilizar­se mel ou açúcar. Os compostos químicos activos extraídos 
pela água são muitas vezes voláteis, pelo que a infusão deve ser bebida 
rapidamente. 

Decocção. Prepara­se geralmente pondo o fármaco em água fria, que, 
seguidamente, se aquece até à ebulição num recipiente fechado, deixando 
ferver durante alguns minutos. 

Maceração. É uma preparação líquida que requer uma longa imersão. Põe­se
a planta em água fria, cobre­se o recipiente e deixa­se repousar em 
lugar fresco (mas não no
frigorífico) durante uma noite, por vezes
durante vários dias ou mesmo semanas, A maceração pode ser prescrita em 
vinho, álcool ou óleo.

As PREPARAÇõES têm diversos modos de aplicação, consoante os órgãos a 
que são destinadas, a sua apresentação e composição. Bebem­se as 
tisanas, fazem­se fricções com linimentos e aplicam­se os colírios, em 
gotas, nos olhos. 

Banho. Imersão completa ou parcial do corpo. Prepara­se a partir de 
infusões ou decocções que se colocam na banheira. Também se fazem banhos
locais: aos olhos, por exemplo, com a água de fidalguinhos. 

Caldo. Decocção cujo tempo de ebulição não é rigoroso. Prepara­se com as
plantas inteiras e bebe­se quente. 
Cataplasma. Preparação de consistência branda que se aplica sobre a pele
durante alguns minutos. Há cataplasmas cicatrizantes, emolientes e 
revulsivas. 

ChampÔ. Preparado que se mistura com água para lavar os cabelos e o 
couro cabeludo. Alguns champôs são anti­sépticos e anti­seborreicos. 

Clister ou Enema. Introdução de um líquido nos intestinos por meio de 
uma cânula rectal ligada a um irrigador. O clister tem normalmente um 
efeito purgativo e, por vezes, emoliente ou adstringente. 

Colírio. Solução utilizada nas afecções das pálpebras e dos olhos. 
Aplica­se sobre a conjuntiva quer em gotas, quer diluída sob a
forma de banho ocular. 

Colutório. Preparação semilíquida que se aplica nas gengivas, na faringe
ou nas amígdalas. Os colutórios são geralmente anti­sépticos e, por 
vezes, adstringentes e descongestionantes. 

Compressa. Aplicação de uma gaze ou de um tecido sobre a parte do corpo 
a tratar. A gaze é antecipadamente embebida na preparação que se 
pretende utilizar. 

Creme. Mistura untuosa, semilíquida, produzida naturalmente por 
determinadas plantas sob a forma de látex, sendo, no entanto, geralmente
obtida pela diluição dos compos
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tos activos num substrato de glicéridos. Os cremes aplicam­se sobre a 
pele e, por fricção, penetram na epiderme. 

Emplastro. Mais aderente que o creme, este preparado semi­sólido adapta­
se aos contornos da zona do corpo em que for aplicado.
O emplastro contém gorduras, resina e, por vezes, ceras. 

Envoltura ou Envolvimento. Compressa que rodeia todo o membro ou uma 
parte do corpo. Faz­se com uma ligadura de gaze impregnada da solução 
medicamentosa. 

Fomentação. Variedade de compressa ou
cataplasma que se mantém apenas alguns minutos sobre a pele. 

Fumigação. Utilização dos vapores impregnados dos princípios activos da 
planta. Podem também ferver­se folhas de eucalipto na divisão que se 
deseja desinfectar. O fumo de alguns vegetais que ardem lentamente, como
o incenso, pode servir para as fumigações: é o caso do fumo das bagas de
zimbro. 

Gargarejo. Preparação líquida com a qual se lavam a boca, a garganta, a 
faringe, as amígdalas e as mucosas. Serve para desinfectar ou acalmar. O
gargarejo nunca deve ser engolido. 

Inalação. Variante da fumigação na qual o doente inspira directamente os
vapores terapêuticos colocando a cabeça sobre o recipiente onde o 
extracto da planta aromática se lança em água quase fervente. Fazem­se 
inalações para desobstruir os seios nasais e as vias respiratórias 
superiores. 

Irrigação. Introdução de um líquido pelas cavidades naturais (ouvidos, 
nariz, vagina, etc.) quer directamente, quer por meio de uma seringa ou 
uma cânula. O líquido injectado é normalmente uma infusão ou decocção 
previamente arrefecida. 

Leite. Líquido obtido pela trituração de sementes oleaginosas em água. 
Faz­se deste modo o leite de amêndoas. 

Linimento. Mistura heterogénea, de consistência branda, contendo 
geralmente óleo ou álcool. Emprega­se para aliviar as dores reumáticas, 
as dores musculares e os traumatismos, friccionando localmente a pele. 

Loção. Preparado líquido com o qual se
lava a pele nos locais onde se encontra irritada. Aplica­se com algodão.
Há loções especiais para o couro cabeludo. 

Óleo. Os frutos e as sementes de numerosas plantas quando prensados 
produzem um óleo que não deve confundir­se com óleo essencial, pois este
não é uma matéria gorda. No óleo vegetal podem macerar­se as raízes e 
outras partes secas da planta para obter óleos medicinais. Alguns 
aplicam­se por fricção, outros são absorvidos por via oral. 
Perfume. Para preparar os perfumes, utilizam­se as essências vegetais de
determinadas plantas aromáticas. Alguns têm propriedades anti­sépticas. 

Pó. Obtém­se por trituração das plantas secas, ou das suas partes 
activas, num moinho ou num almofariz. Os pós podem usar­se
para obter extractos, ser suspensos em água ou misturados com a 
alimentação. 

Poção. Líquido em que se incorporaram os princípios activos da planta 
obtidos por extracção, infusão ou maceração e que se destina a ser 
bebido. 

Solução. Mistura líquida na qual os princípios activos da planta são 
dissolvidos num líquido apropriado (água, álcool, óleo, éter, etc.). 

Suco. Líquido obtido pelo simples escoamento da seiva para o exterior do
tronco ou quando se espremem os frutos, as folhas ou o caule. 

Unguento. Preparado cremoso que se aplica por fricção. É uma mistura 
cujos princípios activos estão dissolvidos num corpo gordo. 

Vinho. Os vinhos medicinais preparam­se pela maceração de cascas, raízes
ou folhas de determinadas espécies em vinho, Do mesmo modo se fazem 
vinhos de canela, de quina, de genciana e outros. 

Xarope. Preparação aquosa límpida destinada a ser bebida. Obtém­se 
frequentemente por aquecimento de um infuso ou de um macerado aos quais 
se adiciona açúcar e geralmente um aromatizante.

As PREPARAÇõES GALÉNICAS devem o nome a Galeno, célebre médico grego da 
Antiguidade. São medicamentos que devem ser cuidadosamente compostos e 
doseados. Só podem ser preparados por um farmacêutico ou um técnico 
qualificado. 

Alcoolato. Líquido incolor que se obtém pela maceração de plantas 
frescas em álcool, que posteriormente é destilado. A água de melissa dos
Carmelitas, ou espírito de melissa composto, é um alcoolato estomáquico 
e antiespasmódico. 

Alcoolatura. Líquido corado que se obtém pela maceração de plantas 
frescas em álcool. A alcoolatura feita com folhas adquire uma cor verde,
e a que resulta das raízes é castanha. As enzimas nelas contidas mantêm­
se activas, pelo que as alcoolaturas não se conservam, devendo ser 
utilizadas rapidamente. As alcoolaturas são preferíveis aos alcoolatos 
quando os princípios activos da planta não suportam o calor da 
destilação. 

Elixir. Obtém­se pela maceração de plantas ou extractos de plantas numa 
solução cujo conteúdo é principalmente álcool e açúcar. Alguns elixires 
preparam­se a partir de alcoolatos e outros contêm vinhos medicinais. 
Extracto. Solução que contém uma parte dos componentes activos da planta
submetida ao tratamento. Em primeiro lugar, seca­se a planta ou reduz­se
a pó. Em seguida, trata­se a planta ou o seu pó com um dissolvente 
(água, álcool, éter) que lhe retira compostos solúveis. Este processo, 
que se chama lixiviação, é classicamente utilizado para fazer café, 
passando vapor de água ou água fervente através dos grãos moídos. 
Depois, deixa­se evaporar a solução até esta adquirir a concentração 
desejada.
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Extracto fluido. É um extracto em que a operação da evaporação da 
solução se interrompe, resultando um fraco grau de concentração. 

Extracto mole. A evaporação da solução é mais prolongada que no extracto
fluido, deixando um resíduo semelhante a uma pasta mole. O café é 
frequentemente servido deste modo na América do Sul. 

Hidrolato. Líquido que se obtém pela maceração em água de plantas 
frescas ou secas; esta solução é seguidamente destilada. A água de 
rosas, preparada por destilação, é um hidrolato. 

Hidróleo. Líquido que se obtém pela dissolução em água de uma substância
medicamentosa. É uma solução. A água de flor de laranjeira, para citar 
um exemplo, preparada por dissolução em água de uma essência extraída 
destas flores, é um hidróleo, e não um hidrolato. 

Intracto. É uma variedade de extracto vegetal. Para o fazer, devem 
utilizar­se plantas frescas, estabilizando­as em vapor de água ou de 
álcool e deixando­as seguidamente secar no vácuo. Estas plantas 
estabilizadas conservam assim todas as suas propriedades. Seguidamente, 
são submetidas ao mesmo tratamento que os fármacos comuns; tratam­se com
água ou álcool, deixando evaporar a solução obtida. O extracto 
resultante chama­se intracto. É um preparado correntemente utilizado 
para a valeriana e a castanha­da­índia. 

Melito. Produto xaroposo que se prepara pela maceração de plantas em mel
ou por ebulição de uma mistura de mel e um hidróleo. O mel rosado é um 
melito que se obtém pela mistura de um macerado de pétalas de rosas­
rubras e mel. É usado em gargarejos. 

Mistura. Associação de produtos medicamentosos que actuam em sinergia, 
cada um deles reforçando a acção dos outros. Misturam­se assim plantas 
dotadas das mesmas propriedades para obter espécies. As espécies 
antiespasmódicas, por exemplo, agrupam numa mesma mistura a valeriana, a
flor da laranjeira e o milefólio. 

Pasta.    uma mistura de consistência mole, preparada com açúcar e goma­
arábica, a que se juntam diferentes princípios activos, consoante o fim 
terapêutico desejado. 

Pomada. Creme espesso em que os compostos activos são dissolvidos em 
matérias gordas para facilitar a sua distribuição sobre a epiderme. 

Tintura alcoólica. Prepara­se por dissolução em álcool das substâncias 
medicamentosas. Pode também obter­se por maceração de plantas em álcool 
ou extraindo­lhes os princípios activos por lixiviação. As tinturas 
vegetais são doseadas na proporção de uma parte de substância vegetal 
para cinco de álcool.

AS MEDIDAS
*//* ver a forma de exposição no livro
Volume em

Peso da planta

Peso da água

Peso do xarope
Peso do óleo

centilitros

em gramas

em gramas

em gramas

em gramas

1 colher de café

O,5

6,5

4,5

1 colher de sobremesa

10

13

. 1 colher de sopa

1,5

10

15
20

13,5

1 cálice de licor

1 copo pequeno

1 copo vulgar

15

1 chávena

15

1 taça

20

1 g de líquido aquoso = 20 gotas                   1 pitada de planta 
seca = 2 a 3 g
Dicionário da saúde

Conta uma lenda irlandesa que no túmulo de Miali, filho do deus­médico 
Díencecht, cresceram 365 plantas medicinais. Este número correspondia, 
segundo a tradição, ao número das articulações e dos nervos do herói, 
sendo também o número de dias do ano. Procurou­se apresentar este 
dicionário da saúde em função do tempo de que cada pessoa dispõe para se
ocupar de si própria. Consoante a profissão, os tempos livres, os 
horários das refeições, é conveniente escolher o modo de preparação que 
melhor se adapta a cada caso seguindo regras simples, como, por exemplo,
reservar os feriados ou fins­de­semana para absorver as grandes 
quantidades de líquidos em pequenas doses ao longo do dia.

Na maioria dos casos, indica­se a quantidade de planta a utilizar para 1
l de líquido; porém, se a dose prescrita se limita a uma chávena diária,
é conveniente reduzir a quantidade de planta, adaptando­a ao volume de 
líquido a ingerir.

O peso indicado para 1 l de água está adaptado às necessidades de um 
adulto que pese 70 kg e tenha cerca de 24 anos. Para calcular as 
necessidades de uma criança de 12 anos, bastará dividir a dose por dois,
e a de uma de 6 anos, por quatro. É tão inútil como nefasto ultrapassar 
as doses. Muitas vezes, as próprias plantas contribuem para que se 
diminua a dosagem devido ao seu sabor desagradável; as tisanas benéficas
têm frequentemente um cheiro estranho, um gosto pouco habitual, que deve
de preferência ser disfarçado. Se bem que            as tisanas, na sua 
maioria, devam ser tomadas quentes, também podem ser bebidas frias      
quando são muito amargas. É, no entanto, possível atenuar o gosto pouco 
agradável das              tisanas adicionando­lhes mel, sumo de limão 
ou baunilha. Todavia, é necessário lembrar              que as cascas de
laranja e de limão tratadas quimicamente são consideradas rigorosamente 
impróprias para consumo. Por feliz acaso, existem no acervo dos simples 
alguns de sabor agradável, como a angélica, o anis, o basílico (para os 
apreciadores), o coentro, a roseira, o funcho, o jasmim, a manjerona, a 
melissa, todas as mentas, a laranjeira, o orégão, a primavera, o 
alcaçuz, o alecrim, a salva, o tomilho, a tília e a lúcia­lima, que 
podem ser utilizados, em pequenas doses e não medicinais, para perfumar 
uma preparação repugnante.

Como utilizar o dicionário da saúde

As perturbações, classificadas por ordem alfabética, estão impressas a 
negro e seguidas da sua localização e sintomas.

Os usos (externo e interno) indicam­se pela ordem da sua importância, 
figurando em itálico determinado aspecto particular destes mesmos usos.

O sinal * agrupa a posologia e o modo de utilização comuns às 
preparações classificadas por ordem alfabética das plantas.

O sinal O identifica a planta a administrar, a sua preparação e a sua 
posologia. As plantas estão classificadas por ordem alfabética. As 
preparações galénicas apresentam­se agrupadas.

Indicam­se precedidas do sinal ­ as plantas cuja administração, 
preparação e posologia são comuns.

Abcesso. Acumulação de pus numa parte do corpo, frequentemente 
acompanhada de fenómenos inflamatórios. As plantas podem, por um lado, 
acelerar a maturação dos abcessos cutâneos e facilitar a evacuação do 
seu conteúdo e, por outro, contribuir para a cura, reduzindo a 
inflamação e facilitando a recuperação dos tecidos.

USO EXTERNO Para amadurecer o abcesso e acalmar a dor * Estes preparados
são mantidos por meio de um penso e renovados de 2 em 2 ou de 3 em 3 
horas:

O Compressa embebida em suco fresco de alho
O Compressa feita de miolo de pão amassado com suco fresco de alho­porro
O Cataplasma de planta fresca: ­ de folhas pisadas de aspérula­
odorífera, ­ de cânhamo, ­ de quenopódio­bom­henrique, ­ de sabugueiro, 
­ de tussilagem, ­ das sumidades floridas e dos botões esmagados da 
giesteira­das­vassouras, ­ de azeitonas bem maduras esmagadas, ­ de raiz
de alteia, ­ de raiz ralada de cenoura cultivada O Cataplasma de folhas 
de couve contundidas, que provoca, passados alguns momentos, um aumento 
do calor local: é então necessário substituir as folhas e continuar as 
aplicações até ao desaparecimento da inflamação O Cataplasma de folhas
371
de sabugueiro trituradas com sal e vinagre O Cataplasma de plantas 
cozidas em água e pisadas:
­ de folhas de acelga, ­ de azedas, ­ de bolbo de cebola, ­ de cuscuta, 
­ de funcho, ­ de lentilhas, ­ de caule de ruibarbo O Cataplasma de 
folhas de verbasco cozidas em leite O Cataplasma de bolbo cozido em 
leite e pisado, ou
assado no forno, ou sob cinzas e amassado com banha: ­ de açucena, ­ de 
rizoma de selo­de­salomão O Cataplasma de figo seco cozido em leite e 
aberto ao meio O Aquecer numa panela raízes e folhas frescas de malva e 
pisá­las antes de as colocar sobre o abcesso O Cataplasma de farinha 
cozida em água na proporção de 60 g por litro até adquirir a 
consistência de uma papa; colocar entre duas tiras de pano, aplicar 
quente, mas não a ferver, sobre o abcesso: ­ de grãos de cevada, ­ de 
sementes de linho, às quais se
pode juntar um punhado de dulcamara seca, de sementes de tremoço, 
peneirando a farinha para eliminar os invólucros.

Para fazer o penso do abcesso depois de vazio e
acelerar a recuperação dos tecidos e a cicatrização * Para renovar 
diariamente: O Aplicar sobre o abcesso folhas frescas de bardana O 
Compressa de decocção de betónica, feita com 60 g de folhas e de raízes 
secas fervidas durante 15 minutos em 1 l de vinho tinto e, depois de 
arrefecidas, filtradas O Folhas frescas de betónica; cozer durante 10 
minutos 50 g de folhas numa pequena quantidade de água e aplicá­las 
sobre o abcesso.

AcNe. Afecção da pele situada ao nível das glândulas sebáceas. Cada um 
dos elementos é, por vezes, centrado por um folículo piloso. A acne
surge na cara, nas costas, no peito e infecta­se com frequência.

Uso interno
O Aconselha­se às pessoas que sofrem de acne a
ingestão de plantas frescas cruas: ­ agrião, rabanetes, ­ salsa, ­ 
tomate O Sumo de couve fresca; tomar meio copo 3 vezes por semana O 
Espinafres cozidos O Uma cura anual de uvas é especialmente indicada: 
durante 3 semanas substituir o pequeno­almoço por 250 g e o jantar por
500 g de uvas. * Tomar entre as refeições 3 chávenas por dia, das quais 
1 em jejum: O Infusão de milefólio, 20 g de flores ou de folhas secas 
para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Decocção de bardana, 50
g de raízes frescas para 1 1 de água, ferver 15 minutos O Infusão de 
rinchão, 40 g de sumidades floridas para 1 1 de água fervente, infundir 
20 minutos. * Tomar 2 chávenas por dia, 1 de manhã e 1 à noite: O 
Infusão de abrunheiro­bravo, 50 g de flores para 1 l de água fervente, 
infundir 10 minutos O Infusão de azeda, 20 g de folhas ou 40 g de raízes
para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Decocção de cardo­ 
pente ador, 50 g de raízes secas para 1 l de água, ferver 10 minutos. * 
Uma almoçadeira todas as manhãs em jejum durante 3 semanas: O Infusão de
amor­perfeito­bravo, 50 g de uma mistura de flores e folhas secas para 1
1 de água fervente, infundir 10 minutos O Decocção de dulcamara, 10 g de
raminhos partidos para 1 l de água, ferver 3 minutos, infundir 5 
minutos; aumentar progressivamente a quantidade de planta até 20 g por 
litro na terceira semana.

USO EXTERNO * Aplicar 2 vezes por dia sobre os elementos não abertos um 
pedaço de algodão embebido em: O Decocção de arnica, 30 g de flores para
1 1 de água, ferver 4 a 5 minutos O Decocção concentrada de bardana, 150
g de raízes frescas para 1 1 de água, ferver 20 minutos O óleo de urze, 
macerar, pelo menos durante 8 dias, 100 g de flores frescas em O,5 1 de 
azeite, conservar num frasco bem rolhado ao abrigo da luz. * Lavar 2 
vezes por dia os elementos actteicos com: O Sumo de couve fresca O 
Decocção de alface cultivada, 100 g de folhas para 1 1 de água, ferver 
10 minutos O Infusão de amor­perfeito­bravo, 50 g de flores e folhas 
secas para 1 l de água, infundir 10 minutos O Decocção de carlina, 30 g 
de raízes secas para 1 l de água, ferver 10 minutos O Decocção de erva­
saboeira, 100 g de raizes secas para 1 l de água, ferver 10 minutos O 
Suco fresco de folhas de erva­saboeira misturado com igual peso de soro 
de leite; conservar num frasco bem fechado O Decocção de zimbro, 50 g de
aparas de lenho de ramos jovens para 1 de água, ferver 15 minutos.
O As folhas secas de tanchagens aceleram a secagem e a cicatrização O 
Acrescentar à água do banho 1 colher de sopa de vinagre de alfazema 
obtido por maceração, durante 8 dias, de 100 g de sumidades recentes em 
1 l de vinagre branco.

AcNe rosácea. Congestão da face situada principalmente no nariz e 
regiões malares do rosto, acompanhada de dilatação dos vasos sanguíneos 
cutâneos.

USO EXTERNO
O Cataplasma de folhas frescas contundidas: ­ de alface­brava, ­ de 
flores de alteia, ­ de erva­ulmeira, ­ de morangueiro, ­ de trevo­
cervino. * Aplicar 2 vezes por dia sobre a acne rosácea compressas 
embebidas numa destas preparações:
O Decocção de alface cultivada, 200 g de alface em O,5 l de água, ferver
2 horas O Decocção de arando, 30 bagas frescas para 1 l de água, ferver 
em lume brando durante 20 minutos; deixar arrefecer antes de coar O 
Decocção de castanhas­da­índia, 6 castanhas descascadas, cortadas em 
pedaços, em 1 l de água, ferver 15 minutos O Decocção de golfão­branco, 
5 flores secas para O, 15 l de água, coar, adicionar 1 colher de álcool 
canforado e conservar esta loção num frasco rolhado
O Decocção de malva, 40 g de folhas para 1 l de água, ferver 15 minutos 
O Infusão de tília, 40 g de flores para 1 l de água fervente, infundir 
10 minutos; aplicar, friccionar e massajar para ajudar a penetração O 
Decocção de videira, 80 g de folhas secas e fragmentadas para 1 l de 
água, ferver 5 minutos, infundir 15 minutos.
372
Acufenos. Sensação auditiva que não provém de uma excitação exterior. 
Incluem­se nesta denominação os zumbidos, os silvos, as campainhas nos 
ouvidos, etc.

Uso interno
O Infusão de melissa, 60 g de flores e de caules secos para 1 l de água 
fervente, misturar, tapar, infundir 10 minutos e coar; 3 chávenas por 
dia após as refeições O Infusão de estaque (Stachys palustris e S. 
silvatica), 50 g de sumidades floridas secas para 1 l de água fervente, 
infundir 10 minutos; 3 chávenas por dia O Infusão de lúcia­lima, 30 g de
folhas para 1 l de água fervente; 1 chávena após o jantar O Infusão de 
marroio, 50 g de sumidades floridas para 1 l de água fervente, infundir 
10 minutos; 2 chávenas por dia O Infusão de nêveda, 50 g de flores e de 
caules secos para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos; 1 chávena 
após as refeições O Infusão de pirlíteiro, 50 g de flores secas para 1 l
de água fervente, infundir 10 minutos; 2 chávenas por dia.

USO EXTERNO * Instilar todas as manhãs 3 gotas de óleo no ouvido: ­ de 
caroço de pêssego, ­ de caroço de alperce: partir o caroço, esmagar as 
amêndoas, extrair o óleo.
O Impregnar um pouco de algodão com o sumo
de 1 cebola e colocá­lo no ouvido O Grãos de milho­miúdo torrados numa 
frigideira, misturados com a mesma quantidade de sal grosso e 
introduzidos num pequeno saco que se coloca sobre o ouvido.

Aerofagia. Deglutição de ar que se acumula no estômago.

Uso interno * As preparações devem beber­se quentes, antes ou depois das
refeições principais: O Infusão de sementes, deixar em infusão 10 
minutos em 1 l de água fervente, acrescentar uma pitada de canela: ­ de 
alcaravia, 10 g, ­ de angélica, 15 g, de anis, 15 g, ­ de endro, 40 g, ­
de funcho,
30 g O Infusão de frutos: ­ de coentros, 40 g O Podem misturar­se 
sementes de cominhos, alcaravia, anis­verde, angélica, na proporção de 5
g de cada uma delas para 1 l de água fervente, deixando em infusão 10 
minutos O Infusão de flores e de folhas: ­ de balsamita, 20 g de flores 
e de
folhas secas para 1 l de água fervente; 1 chávena após as 2 refeições 
principais, ­ de basílico, 50 g de sumidades floridas e de caules secos 
para 1 l de água fervente, adicionando­lhe algumas gotas de limão; 2 
chávenas por dia, ­ de estragão, 25 g de planta para 1 l de água 
fervente; 1 chávena após as refeições, ­ de hortelã­pimenta, 10 g de 
flores e folhas para 1 l de água fervente; 1 chávena após as refeições, 
­ de laranjeira, 10 g de flores para 1 1 de água fervente, ­ de nêveda, 
30 g de planta para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos; 1 chávena
após as refeições, ­ de orégãos, 25 g de sumidades floridas para 1 l de 
água em ebulição, ­ de tanaceto, 50 g de sumidades floridas secas e 
fragmentadas para 1 l de água fervente, tapar e infundir 10 minutos, ­ 
de verónica, 100 g de folhas fragmentadas para 1 l de água fervente, 
deixar em infusão 15 minutos; 1 chávena 5 minutos antes das refeições O 
Decocção de verónica, 100 g de sumidades floridas e
folhas secas e fragmentadas em 1 l de água fria, aquecer, ferver 10 
minutos e infundir outros 10 minutos; 1 chávena 20 minutos antes das 2 
refeições principais O Cinza peneirada de cavalinha,
1 g em meio copo de água; antes das 2 refeições principais. * 
Preparações para serem bebidas frias antes ou depois das refeições: O 
Decocção de alcaçuz, 50 g de raízes secas para 1 l de água, ferver 5 
minutos, macerar durante 1 noite e filtrar; beber 3 ou
4 chávenas por dia. * Preparações para ter de reserva: O Licor de anis, 
macerar durante 1 mês em 1 l de aguardente
60 g de sementes de anis esmagadas, 1 pitada de canela, 350 g de açúcar 
e filtrar; 1 cálice deste licor após as refeições O Tintura de 
carvalhinha, macerar durante 10 dias 10 g de sumidades floridas e de 
folhas em 100 g de álcool a 75’, filtrar, conservar num frasco bem 
rolhado; tomar 25 gotas em meio copo de água antes das 2 refeições 
principais.

Afrontamento. V. Menopausa.

Alta. Pequena ulceração dolorosa, frequente na boca.

Uso interno Comer arando e conservar o sumo alguns instantes na boca 
antes de o engolir.

USO EXTERNO

Colutórios, as preparações devem ser filtradas. passar sobre as aftas 
várias vezes por dia um

pedaço de algodão embebido em: O Suco de raiz de alteia O Sumo fresco de
limão misturado com igual peso de água tépida e adoçado com mel O 
Decocção de basílico, 100 g de folhas secas para
1 l de água, ferver 15 minutos O Decocção de malva, 50 g de flores para 
1 l de água, ferver 20 minutos para reduzir O Decocção de sementes de 
marmelo, 150 g para 1 l de água, ferver 15 minutos O Decocção de 
nespereira­da­europa, 50 g de folhas e 50 g de cascas secas para 1 l de 
água, ferver 10 minutos O Mel rosado, preparado a partir de 50 g de 
pétalas secas de rosas­vermelhas, deixar infundir 30 minutos em 200 g de
água fervida, mantida muito quente em banho­maría, coar esmagando as 
pétalas, juntar igual peso de mel. * Gargarejo ou bochecho a repetir 
várias vezes por dia: * Decocção de alfenheiro, 20 g de folhas e flores 
secas para 1 l de água, ferver 10 minutos O Sumo de amoras, ainda 
verdes, de amoreira­negra O Decocção de cavalinha, 50 g de planta fresca
ou 20 g de planta seca para 1 l de água, deixar ferver 30 minutos para 
reduzir O Infusã o de cinco­em­rama, 20 g de rizoma seco
para 1 l de água fervente, deixar repousar 15
373
minutos O Infusão de drias, 20 g de folhas secas para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos O Decocção de erva­de­são­roberto, 50 g de
folhas para 1 l de água fervente, adoçar O Decocção de lisimáquia, 30 g 
de mistura de folhas e flores secas em 1 l de água, ferver 5 minutos O 
Decocção de morso­diabólico, 50 g de folhas secas para
1 l de água, ferver 20 minutos, devendo o líquido ficar reduzido a 
metade O Decocção de silva,
100 g de folhas frescas para 1 l de água, ferver
20 minutos O Infusão de tormentila, 20 g de rizoma seco para 1 l de água
fervente, deixar infundir 15 minutos * Decoeção de urtigas, 100 g de 
planta seca para 1 l de água, ferver 20 minutos.

Albuminúria. Presença de albumina na urina; pode ser detectada 
adicionando à urina algumas gotas de ácido acético; forma­se um aro 
cinzento
entre os 2 líquidos. Existe um certo número de plantas que exerce uma 
acção sobre este sinal.

Uso interno * Sucos frescos de plantas: O Suco fresco de avoadinha; 3 
colheres de sopa por dia O Sumo fresco de groselha: 100 g 3 vezes por 
dia, das quais 1 em jejum O Incluir uma grande cebola

crua e picada numa salada que deve ser ingerida ao jantar. * As 
preparações: O Decoeção de aipo, 25 g de raízes secas para 1 l de água, 
ferver 10 minutos, infundir 10 minutos; 3 chávenas por dia O Infusão de 
alho­porro, 3 g de sementes em 50 g de vinho branco fervente, infundir 
10 minutos O Decocção de cardo­corredor, 1 punhado pequeno de raízes 
secas para 1 l de água, ferver 5 minutos; beber nas 48 horas seguintes 
entre as refeições O Infusão de dulcamara, 20 g de ramos jovens secos 
para 1 l de água fervente, infundir 30 minutos; O,5 1 4 vezes por dia, 
das quais 1 de manhã em jejum O Decocção de favas, 100 g de vagens 
verdes para 1 l de água, ferver 10 minutos, infundir 5 minutos; 2 
chávenas por dia O Decocção de feijão, 40 g de legume seco para 1 l de 
água, ferver 10 minutos, infundir 45 minutos e filtrar; tornar 5 copos 
por dia durante 10 dias O Infusão de giesteira­ das­ vassouras, 30 g de 
flores para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos; 3 chávenas por 
dia durante 10 dias O Decocção de milho, 30 g de estigmas por litro, 
ferver 5 minutos; meio copo de 2 em 2 horas O Infusão de parietária, 30 
g de planta fresca para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos; 4 
chávenas por dia
O Infusão composta de 10 g de parietária e 10 g de cavalinha para 1 l de
água fervente; 4 chávenas por dia O Infusão de pilosela, 100 g de planta
(folhas, caule, raiz, frescos) para 1 l de água fervente, infundir pelo 
menos 20 minutos; 2 a 3 chávenas por dia entre as refeições O Decocção 
de tília, 1 punhado de alburno reduzido a pequenos fragmentos para 1 l 
de água, ferver 10 minutos, infundir 1 hora; beber sem tornar a aquecer 
nas 48 horas seguintes; cura de 10 dias O Decocção de urze, folhas e 
flores frescas, se possível, ou secas, 40 g para 1 l de água, ferver 10 
minutos; beber durante as 24 horas seguintes O Maceração de vara­de­
ouro, 1 pitada de planta seca e
reduzida a pó num copo de vinho branco; deixar em repouso 12 horas e 
filtrar O Infusão de visco,
10 g de folhas secas para 1 l de água quente, mas
não a ferver; beber durante as 24 horas seguintes à preparação.

Alcoolismo. intoxicação provocada pelo abuso de bebidas alcoólicas. As 
preparações à base de plantas podem atenuar as manifestações do 
alcoolismo quer agudas (embriaguez), quer crónicas (cirrose, alterações 
digestivas, nervosas ou do sono). O único remédio eficaz é, 
evidentemente, a supressão do tóxico.

Uso interno Contra a embriaguez incipiente
O Mastigar 2 ou 3 amêndoas amargas.

Contra as manifestações do alcoolismo
O Uma das melhores preparações é a infusão de bolota de carvalho seca, 1
pitada de pó para 1 chávena de água fervente; 1 chávena após as 
refeições O Sumo de couve crua; 1 copo por dia O Folhas de couve, de 
preferência roxa, picadas O Decocção de alho­porro, 6 alhos para 1 l de 
água, ferver 1 hora; 3 chávenas por dia O Maceração de cebola: deixar em
contacto 500 g de cebola crua esmagada com O,5 1 de leite durante
24 horas e coar; 1 cálice de licor 3 vezes por dia
O Infusão de passiflora, 20 g de botões florais secos para 1 l de água 
fervente, infundir 15 minu­ tos e coar; 3 chávenas por dia, das quais 1 
à noite ao deitar O Infusão de salsa, 2 g de sementes a cada uma das 2 
refeições principais O Decocção de salsa, 50 g de folhas com uma pequena
quantidade de cascas de laranja e de limão para
1 l de água, ferver em lume brando durante 15 minutos para reduzir a 
metade, coar espremendo, conservar num frasco; 1 colher de café ao 
acordar
O Decoeção composta de 10 g de pimentos e 10 g de troços de ruibarbo em 
1 l de água, ferver 3 minutos e deixar repousar durante 1 noite; 2 
chávenas por dia.

Aleitamento. V. Lactação.

Alopecia. V. Cabelo.

Amnésia. V. Memória.

Anemia. Diminuição de todos os elementos do sangue ou de uma parte, 
nomeadamente dos glóbulos vermelhos. A anemia é um sintoma; pode ser 
devida a inúmeras causas, algumas das quais muito graves. Somente a 
anemia nutricional, provocada por carências alimentares (em proteínas, 
ferro, vitaminas, etc.), pode ser parcialmente compensada pelas plantas.
Há absoluta necessidade de um diagnóstico médico.

Uso interno * Incluir plantas cruas na alimentação, ingerindo

374
ANGINAS

por dia: ­ 100 g de suco de almeirão, ­ 100 g de beterraba­ vermelha 
ralada ou 50 g de suco da mesma, ­ 150 g de cenoura cultivada ou 100 g 
do seu suco, ­ 200 g de suco de couve­roxa ou verde temperado com sumo 
de limão; 1 colher de sopa 20 minutos antes de cada refeição, ­ 50 g de 
espargos ralados ou 50 g de suco de espargos,
­ 100 g de espinafres picados ou 50 g de suco,
­ 100 g de quenopódio­bom­henrique picado ou
50 g do seu suco, ­ 20 g de salsa picada, ­ 100 g de urtiga picada O 
Comer também ­ acelgas cozidas, ­ alperces, ­ amêndoas doces, ­ cerejas 
cruas ou cozidas, ­ maçãs, ­ trigo germinado, preparado do seguinte 
modo: depois de tê­lo demolhado durante 1 noite, pôr uma camada de grãos
de trigo num prato humedecido e, passados 2 ou 3 dias, tomar 1 colher de
sopa por dia, ­ uvas.

* Tomar todos os dias: O Infusão de abrótano,
40 g para 1 l de água fervente, infundir 15 minutos; 1 chávena depois de
uma das refeições O Decocção de alforvas, 50 g de sementes para 1 l de 
água, ferver 15 minutos; 1 chávena de manhã
O Decocção de dictamo­branco, 50 g de casca de raiz para 1 l de água, 
deixar ferver 3 minutos, infundir 10 minutos; 3 chávenas O Decocção de 
galeopse, 15 g de planta florida recentemente seca para 1 l de água, 
ferver 5 minutos, tapar, infundir 10 minutos; 3 chávenas O Decocção de 
labaçol, 2 g de raiz em pó amassados com mel ou em pílulas, pois o pó é 
muito amargo; tomar em
4 vezes O Decocção de morugem, 20 g de planta fresca para 1 l de água, 
ferver 15 minutos; 1 copo antes de cada refeição O Infusão de nogueira, 
20 g de folhas para 1 l de água fervente, infundir 15 minutos; 1 chávena
antes de cada uma das refeições O Decocção de pervinca, 30 g de folhas 
secas para 1 l de água, ferver 1 minuto, infundir
15 minutos; 2 chávenas entre as refeições O Decocção e maceração de 
ruibarbo­europeu, 20 g de raízes para 1 l de água, ferver, deixar 
arrefecer e macerar durante 1 noite; 2 chávenas entre as refeições O 
Infusão de tomilho, 1 ramo seco para
1 chávena de água fervente, infundir 10 minutos;
3 chávenas depois das refeições, nunca antes O Decocção de urtigão, 50 g
de caules e de folhas secas fragmentadas para 1 l de água, aquecer, 
ferver 5 minutos, infundir 15 minutos; 2 chávenas O Infusão de urtiga­
branca, 25 g de sumidades floridas secas para 1 l de água fervente, 
infundir 10 minutos; tornar 2 chávenas entre as refeições.
O Sementes moídas de alforvas; 2 colheres de café por dia misturadas com
compota ou mel. * Vinhos que devem ser preparados com antecedéncia; 
tomar 1 cálice de licor antes das 2 refeições principais: O Vinho de 
acácia­bastarda, 20 g de flores secas, infundir 15 minutos em 1 l de 
vinho tinto fervente O Vinho de dictamo­branco,
40 g de casca de raiz em 1 l de vinho, ferver 5 minutos, infundir 15 
minutos e coar O Vinho de genciana, 30 g de raízes secas para 1 l de 
vinho branco, deixar em repouso 10 dias e filtrar * Vinho de melissa, 20
g de folhas e de flores em 1 l de vinho branco, levar à ebulição, deixar
arrefecer e coar.
Anginas. Inflamação da garganta (amígdalas, faringe, véu palatino, etc.)
devida a diversos germes, por vezes muito grave, geralmente dolorosa e 
perturbando a deglutição. Existe um grande número de plantas que 
possibilitam a preparação de gargarejos.

USO EXTERNO * Gargarejos: preparar 1 l de líquido por dia, filtrar 
cuidadosamente, adoçar com mel: O Infusão: ­ de amoreira­negra, 40 g de 
folhas secas, infundir 10 minutos, ­ de argentina, 20 g de folhas secas,
infundir 10 minutos, ­ de consolda­maior, 30 g de raízes, deixar 
repousar 12 horas,
­ de erva­de­são­roberto, 15 g de sumidades floridas, infundir 15 
minutos, ­ de pirliteiro, 30 g de flores, infundir 10 minutos O 
Decocções: de acanto, 15 g de flores secas, ferver 5 minutos, infundir 
10 minutos, ­ de agrimónia, 50 g de folhas secas, ferver 2 minutos, 
infundir 5 minutos, ­ de alfenheiro, 30 g de flores secas, ferver
15 minutos, ­ de alteia, 40 g de raízes secas e
fragmentadas, ferver 15 minutos, ­ de amieiro,
40 g de casca, ferver 15 minutos, infundir 5 minutos, ­ de avenca, 100 g
de folhas frescas ou

secas, ferver 30 minutos, ­ de bistorta, 60 g de rizoma, ferver 10 
minutos, ­ de cânhamo, 40 g de sementes, ferver 20 minutos, ­ de 
carvalho,
20 g de casca, ferver 5 minutos, ­ de congossa,
50 g de folhas, ferver 3 minutos e infundir 5 minutos, ­ de erva­férrea,
30 g de planta fresca, ferver 5 minutos, ­ de erva­saboeira, 100 g de 
folhas secas, ferver 10 minutos, ­ de gatunha, 20 g de raízes secas, 
ferver 20 minutos para concentrar, deixar repousar 10 minutos, ­ de

madressilva­das­farmácias, 20 g de folhas secas, ferver 10 minutos, ­ de
morangueiro e framboeseiro selvagens, 50 g de folhas secas, ferver 5 
minutos, infundir 10 minutos, ­ de nogueira, 40 g de folhas secas, 
ferver 15 minutos, ­ de pé­de­leão, 100 g de planta, ferver 2 minutos, 
infundir
10 minutos, ­ de pereira, 40 g de folhas secas, ferver 2 minutos, 
infundir 15 minutos, ­ de pimpinela­magna, 50 g de raízes, ferver 5 
minutos, ­ de rapúncio, 100 g de raízes cortadas, ferver 20 rninutos, ­ 
de silva, 50 g de folhas secas, ferver 10 minutos, ­ de tasneirinha, 30 
g de folhas secas, ferver 5 minutos, ­ de viburno,
20 g de folhas secas, ferver 5 minutos, infundir
10 minutos * Decocção de sanícula, 30 g de folhas secas em 1 l de leite,
ferver 2 minutos, infundir 5 minutos O Maceração de erva­de­são­
lourenço, 50 g de sumidades floridas secas, deixar em contacto durante 6
horas O Vinho de marmelo: cortar 100 g de polpa em pedaços pequenos, 
macerar em 1 l de vinho durante pelo menos 10 dias e filtrar O O café de
cevada feito a partir de grãos torrados e moídos é um bom gargarejo O 
Suco fresco diluído em 5 vezes o seu peso em água: ­ de aipo, ­ de 
limão. * Cataplasma de alhos­porros cozidos, polvilhada com pimenta, 
colocada sobre a garganta.
O Colutório: decocção de satureja, 100 g de folhas para 1 l de água, 
ferver 15 minutos, macerar durante 15 minutos, coar, adoçar com mel, 
ernbeber uma zaragatoa e passar pela garganta.
375
USO INTERNO * Tomar 3 chávenas diárias de uma infusão: de alteia, 60 g 
de flores e folhas secas para 1 l de água fervente, deixar infundir 10 
minutos, ­ de

boninas, 60 g de folhas e flores para 1 l de água fervente, deixar 
infundir 10 minutos, tomar entre as refeições, ­   de rosa­vermelha ou 
de papoila,
20 g de pétalas   secas para 1 l de água fervente.
O Decoeção de     morangueiro ou de framboeseiro selvagens, 25 g   de 
folhas secas para 1 l de água (metade da dose   do gargarejo), ferver 5 
minutos.
O Preparação muito útil para conservar em reserva: tintura de girassol, 
macerar durante 10 dias
3 g de folhas secas em 30 g de álcool a 600, filtrar e conservar num 
frasco bem rolhado; 20 gotas num pouco de água, 3 ou 4 vezes por dia.

Angústia. Estado de inquietação profunda acompanhado de perturbações 
fisiológicas (sensação de aperto na garganta e no estômago, opressão, 
sensação de falta de ar, aceleração do pulso e da respiração).

Uso interno
O Infusão de cornichão, 40 g de flores para 1 l de água fervente, tapar 
e deixar infundir 10 minutos; 1 chávena depois das 2 refeições 
principais durante 10 dias O Infusão de manjerona, 50 g de folhas e 
flores secas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos; 3 chávenas 
por dia, das quais
1 ao deitar O Infusão de marroio, 40 g de sumidades floridas para 1 l de
água fervente; 3 chávenas por dia O Infusão de melissa­bastarda, 50 g de
planta seca para 1 l de água fervente; 3 chávenas por dia O Infusão   de
passifiora, 30 g de fioies secas em botão para 1 l de água fervente, 
tapar e deixar infundir 15 minutos; 2 chávenas por dia, das quais 1 ao 
deitar O Infusão de pirliteiro,
50 g de flores para 1 l de água fervente, adicionar
1 ameixa seca e deixar infundir 15 minutos; 3 chávenas por dia, das 
quais 1 ao deitar, durante
1 mês O Decocção de silva­macha, 30 g de frutos frescos ou secos, 
cortados em pedaços, para 1 l de água, deixar macerar durante 1 hora, 
ferver 3 minutos e repousar 15 minutos; 1 l por dia O Infusão de tília, 
20 g de flores para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos e coar; 
beber imediatamente O Maceração de valeriana, 100 g de raízes frescas em
1 l de água fria durante 12 hotas; 2 chávenas pequenas por dia.

V. também: Banho.

Anorexia. V. Apetite.

Antraz. V. Furúnculo.

Apetite. Necessidade de comer. Diferente da fome, fenômeno fisiológico 
que provoca rapidamente uma sensação dolorosa, o apetite é um
desejo de alimentos. Quando excessivo, leva à ingestão exagerada de 
alimentos. A sua diminuiçào ou a sua perda chama­se anorexia.

Uso interno Para diminuir o apetite
O Maceração a frio de valeriana, 25 g de raizes frescas em O,25 1 de 
água durante 1 noite; beber
1 copo desta preparação fria 10 minutos antes das
2 refeições principais.

Para abrir o apetite
O Vinho de alcaparra, macerar durante 4 dias
40 g de casca de raiz seca com 80 g de casca de freixo em 1 l de vinho 
tinto e filtrar; 1 copo pequeno 2 vezes por dia O Vinho de artemísia, 50
g de sumidades floridas maceradas durante 30 dias em 1 l de vinho, coar;
1 copo pequeno antes das refeições O Vinho de cardo­de­santa­maria      
>  infundir durante 30 minutos 30 g de uma mistura de folhas e raízes em
1 l de vinho tinto fervente, coar e deixar arrefecer; 1 copo pequeno 
antes das refeições O Vinho de cardo­santo, infundir 30 g de sumidades 
floridas em 1 l de vinho fervente; 1 cálice de licor antes de urna das 
refeições principais O Vinho de carvalhinha, infundir durante 15 minutos
40 g de sumidades floridas secas em 1 l de vinho fervente, coar, 
conservar num frasco rolhado; 1 copo pequeno antes das refeições O Vinho
de congossa, 50 g de folhas secas e 20 g de flores de macela, deixar 
macerar durante 10 dias em 1 l de vinho tinto e coar; 1 copo pequeno 
antes das refeições O Vinho de fel­da­terra, 60 g de sumidades floridas 
secas, infundir em 1 l de vinho fervente, repousar durante 30 minutos, 
coar, conservar em frasco rolhado; 1 copo pequeno antes das refeições O 
Vinho de genciana, deixar macerar 12 dias 40 9 de raízes secas cortadas 
em 1 l de bom vinho branco, coar, conservar num frasco rolhado; 1 copo 
antes das refeições O Vinho de groselheira, deixar infundir em

1 l de bom vinho fervente durante 20 minutos
100 g de rebentos novos de groselheira e coar; 1 copo antes das 
refeições O Vinho de losna, macerar durante 1 semana 40 g de folhas e de
flores secas em 60 g de aguardente a 281, adicionar 1 l de bom vinho 
branco, deixar repousar durante 1 semana, coar e engarrafar; 1 copo 
pequeno antes das refeições principais O Vinho de macela, 50 g de flores
maceradas durante 30 dias em 1 l de vinho, coar; 1 copo pequeno antes 
das refeições principais O Vinho de marroio­branco, deixar macerar 
durante 15 dias 50 g de sumidades floridas e folhas secas em 1 l de bom 
vinho branco e filtrar; 1 copo pequeno antes das refeições principais O 
Vinho de melissa, fazer uma decocção de 20 g de sumidades floridas para 
1 l de vinho branco, deixar ferver 3 minutos; 3 colheres de sopa 3 vezes
por dia O Vinho de ruibarbo, deixar macerar durante 8 dias 100 g de 
raizes secas cortadas em pedaços em 100 g de aguardente a 28’; por outro
lado, pôr 100 g de açúcar em 1 l de vinho tinto e 10 g de casca  de 
laranja, misturar as duas preparações, retirar a casca da laranja, 
deixar repousar 8 dias, coar e conservar num frasco rolhado; 1 cálice de
licor antes das refeições O Vinho de trevo­d'água, 10 g de folhas 
frescas em

1 l de vinho tinto fervente, infundir 10 minutos; tomar 2 colheres de 
sopa antes das refeições O Vinho de zimbro, deixar macerar e fermentar 
durante 1 mês num tonel 1 kg de bagas de zimbro
376
em 20 1 de água, retirar e conservar em frascos rolhados; 1 copo por 
refeição O Infusão de angélica, 50 g de sementes para 1 l de água 
fervente, deixar infundir 15 minutos, coar e adoçar com mel; 1 chávena 
antes das refeições principais O Licor de angélica: macerar durante 6 
dias 40 g de caules recentes cortados em fragmentos em 1 l de álcool a 
280, acrescentar 500 g de açúcar e 1 l de água, deixar macerar 1 semana 
em local fresco, filtrar, colocar num frasco; 1 copo pequeno antes das 
duas refeições principais O Licor de laranjeira e limoeiro: deixar 
macerar durante 10 dias em álcool a 280 200 g de cascas de laranjas 
amargas e 200 g de epicarpos de limões não tratados, esmagar, coar, 
adicionar 1 kg de açú car, colocar em frascos rolhados; 1 copo pequeno 
antes das refeições.

Para aumentar o apetite
O Infusão de abrótano, 15 g de sumidades floridas e folhas secas para 1 
l de água fervente; 1 chávena antes das refeições O Infusão de alforvas,
20 g de sementes para 1 l de água fervente;
1 chávena antes das refeições 9 Infusão de aimeirão, 20 g de folhas 
secas para 1 l de água fervente; 2 chávenas por dia 9 Infusão de 
artemísia­dos­alpes, 3 g de sumidades floridas secas

para 1 chávena de água fervente, infundir durante
15 minutos; 1 chávena antes das refeições O Decocção de drias, 20 g de 
folhas secas cortadas em 1 l de água fervente; 2 chávenas por dia O 
Decocção de énula­campana, 15 a 25 g de raízes secas para 1 l de água, 
ferver durante 5 minutos;
1 chávena antes das refeições O Infusão de imperatória, 15 g de raízes 
secas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos; 2 chávenas por dia
O Infusão de lúpulo, 15 g de inflorescências femininas secas para 1 l de
água fervente, infundir 10 minutos; 1 chávena antes das refeições 
principais
O Infusão de orégãos, 20 g de sumidades floridas secas para 1 l de água 
fervente, não deixar infundir mais de 2 minutos e coar; 2 chávenas por 
dia
O Decocção de verónica, 80 g de sumidades floridas secas para 1 l de 
água, ferver 10 minutos; 2 chávenas por dia. Temperar a carne e o peixe:
­ com bagas de hipofaé, ­ com folhas frescas de hortelã O Adicionar às 
receitas: ­ açafrão, ­ alho, ­ cominhos, ­ frutos de bérberis macerados 
em vinagre, ­ estragão, ­ pimentos ­ salsa, ­ tomilho O Juntar às 
saladas flores de chagas conservadas em vinagre O Utilizar como 
condimento:
­ folhas de funcho­marítimo depois de tratadas com sal, ­ folhas novas 
de cardo­corredor conservadas em vinagre.
O Comer como entrada: ­ agrião, ­ mastruço,
­ rábano, ­ tomate O Comer aipo cozido como
verdura O Beber caldo de azeda, 30 g de folhas cozidas em 1 l de água O 
Beber sumo de groselha; 2 copos por dia, dos quais 1 em jejum.

Aranha. V. Picadas.

Arteriosclerose. Enfermidade crónica que surge no adulto e traduz o 
envelhecimento do sistema vascular. Afecta mais frequentemente as 
artérias
coronárias que irrigam o coração e as artérias dos membros inferiores. 
Está muitas vezes na origem de acidentes graves, como o enfarte de 
miocárdio ou a trombose cerebral.

Uso interno
O Decocção de alcachofra, 30 g de folhas para 1 l de água, ferver 10 
minutos; 2 chávenas por dia O Decocçáo de alho, 2 dentes descascados 
esmagados na medida de 1 chávena de leite, ferver
5 minutos O Caldo de alho­porro, cozer durante
2 horas em 2 1 de água sem sal 4 alhos cortados em pequenos pedaços; 3 
tigelas por dia, das quais
1 em jejum O Infusão de erva­ulmeira, 30 g de sumidades floridas e 
folhas secas em 1 l de água fervente, deixar arrefecer 15 minutos antes 
de filtrar; 3 copos por dia entre as refeições O Maceração de vagens de 
feijão, pôr de molho durante
10 horas 100 g de vagens recentes ou secas em

1 l de água fria, ferver seguidamente em lume brando durante 15 minutos;
3 ou 4 chávenas por dia, 3 dias por semana durante 1 mês O Infusão de 
fumária, 80 g de sumidades floridas secas, ou

40 g de frescas, para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos; 1 
chávena por dia, 8 dias por mês
O Infusão de gros elh eir a­ negra, 50 g de folhas secas para 1 l de 
água fervente, infundir 15 minutos; 3 chávenas por dia durante todo o 
Inverno O Sumo de 1 limão fresco; 1 vez por dia O Decocção de 
medronheiro, pôr a macerar durante 1 noite 40 g de raízes secas cortadas
em pedaços em
1 l de água, deixar depois evaporar em lume brando até adquirir um terço
do volume, deixar repousar e só coar na altura de beber; 1 copo todas as
manhãs em jejum durante 3 dias O Decocção de oliveira, 40 g de folhas 
secas para 1 l de água, ferver durante 10 minutos; 2 copos por dia
O Decocção de pé­de­leão, 40 g de folhas secas

para 1 l de água, ferver 10 minutos, deixar em

repouso 10 minutos; 3 chávenas por dia entre as

refeições O Infusão de pirliteiro, 50 g de flores secas para 1 l de água
fervente; 3 chávenas por dia O Decocção de sabugueiro, 50 g para 1 l de 
água, ferver para reduzir a metade do volume, beber em 3 vezes num só 
dia O Decocção de taráxaco, 60 g de folhas secas e de raízes fendidas 
para 1 l de água, ferver 3 minutos, infundir 10 minutos; 3 ou 4 chávenas
por dia O Infusão de visco, 15 g de folhas frescas para 1 l de água 
fervente; beber 1 l por dia, 10 dias por mês.
* Comer: ­ ananás fresco, ­ centeio, ­ soja
* Utilizar óleo de girassol na alimentação O Temperar os alimentos com 
caril indiano (é uma mistura de pós de pimentos, coentros, curcuma, 
gengibre, noz­moscada, cardamomo, canela e cravinho).
USO EXTERNO
O Banhos: ­ de bodelha, ­ de laminárias, decocção de 500 g para 5 1 de 
água, ferver e deitar no banho.

Artrite. Inflamação que atinge uma ou várias articulações. No primeiro 
caso, designa­se por monoartrite, e no segundo, por poliartrite.
377
Uso interno
O Comer, como entrada, rabanetes com as respectivas folhas O Suco fresco
de avoadinha, 40 g por dia, dividido em 3 doses. * Tomar 2 chávenas por 
dia durante 3 semanas:

* Infusão de aipo, 70 g para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O
Infusão de aristolóquia, 15 g de raizes secas para 1 l de água fervente,
infundir 15 minutos O Decocção de cerejeira,
60 g de pés de cerejas para 1 l de água, ferver 10 minutos O Decocção de
dulcamara, 10 g de casca de ramos novos para 1 l de água, ferver 10 
minutos e filtrar; aumentar a dose nos dias seguintes até 20 g por litro
de água ao fim de
1 semana O Decoeção de salsaparrilha­bastarda,
40 g de raizes secas para 1 l de água, ferver 20 minutos O Decocção de 
uma mistura de 30 g de raizes de salsaparrilha­bastarda e de 10 g de 
raiz de saboeira, deixar ferver 10 minutos e coar imediatamente.

USO EXTERNO * Colocar sobre a articulação dorida: O Cataplasma de rizoma
cozido e esmagado de norça­preta O Cataplasma de folhas frescas e 
contusas

de rícino O Compressas embebidas numa infusão de serpão, 50 g de 
sumidades floridas para 1 l de água fervente.

Artritismo. Diversas perturbações da saúde causadas por alterações de 
certos metabolismos. Contam­se entre estas perturbações a gota e algumas
formas de litíase urinária, diabetes ou obesidade, certas doenças de 
pele e enxaquecas.

Uso interno
O Cura de sumo de groselha, 500 g por dia divididos em várias doses, 
puro ou diluído em água; durante 10 dias O Cura de caldo de alho­porro, 
ferver alhos­porros cortados em pequenos dados durante 2 horas em 2 1 de
água e coar; 1 tigela em jejum antes das refeições durante 3 semanas
O Cura de sumo de uva, 1,25 1 por dia divididos em várias doses diárias;
durante 3 semanas O Decocção de maçã, 60 g de peles secas e pulverizadas
para 1 l de água, ferver 20 minutos e coar;
4 chávenas por dia O Comer alface­ de­ cordei r o
temperada com limão, durante a época, às 2 refeições.

V. também: Diabetes, Enxaqueca, Gota, Litíase, Obesidade, Pele.

Ascaridíase. V. Parasitose intestinal,

Asma. Doença que se traduz por dificuldade em
respirar e acessos de asfixia. Nas crises de asma, que surgem 
frequentemente de noite, o doente respira dificilmente.

Uso interno * Preparações diárias: O Decocção de alho, 25 g de bolbo de 
alho na medida equivalente a 1 copo de leite, ferver 15 minutos; beber 
quente O Infusão de alfazema, 20 g de flores secas para 1 l de água 
fervente; 3 chávenas por dia O Infusão de angélica, 10 g de sementes 
para 1 l de água fervente; 2 a 3 chávenas por dia O Infusão de ásaro,
3 folhas frescas para 1 chávena de água fervente
O Infusão de éfedra, 10 g de folhas secas para 1 l de água fervente; 1 
chávena antes do jantar * Infusão de uma mistura de 25 g de folhas secas
de erva­formigueira e de 20 g de folhas secas de menta para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos; 2 chávenas por dia O Infusão de hera, 20 
g de planta seca para 1 l de água fervente, infundir
10 minutos; dose para 1 dia O Infusão de hissopo, 30 g de sumidades 
floridas secas para 1 l de água fervente O Decocção de lírio­florentino,
ferver durante 15 minutos em 1 l de água 15 g de rizoma de lírio, 15 g 
de raizes de alcaçuz, infundir 15 minutos; 2 chávenas por dia, das quais
1 à noite O Infusão de marroio­branco, 30 g de sumidades floridas secas 
para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos; 1 chávena à noite O 
Infusão de morso­diabólico, 20 g de flores e folhas para
1 l de água fervente; 1 chávena ao acordar e antes de cada refeição O 
Infusão de narciso­trombeta,
20 g de flores secas para 1 l de água fervente; cerca de 10 colheres de 
sopa por dia O Infusão de pinheiro­bravo, 30 g de gemas para 1 l de água
fervente; 3 chávenas por dia O Decocção de polígala­amarga, 120 g de 
raizes secas cortadas em pedaços para 1 l de água, ferver 2 minutos, 
deixar amornar, coar e adoçar com mel; O,5 1 por dia dividido em várias 
doses O Decocção de salsaparrilha­bastarda, 50 g de raizes secas para 1 
l de água, ferver 10 minutos, infundir 15 minutos;
1 chávena antes das refeições O Infusão de serpão, 120 g de planta seca 
para 1 l de água fervente, deixar repousar até amornar;     beber 
imediatamente O Infusão de valeriana,        50 g de raizes secas 
cortadas em pedaços para       1 l de água fervente, adoçar; 2 copos por
dia O Infusão de verbasco, 20 g de flores secas para     1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos; 3 chávenas por dia entre as refeições, 
das quais 1 à noite. * Vinhos a preparar com antecedência e a conservar 
em frascos bem rolhados: O Vinho de melissa: macerar 50 g de planta seca
em 1 l de vinho branco durante 48 horas; tomar 1 ou 2 colheres de sopa 
por dia O Vinho de hipericão: macerar durante 10 dias 30 g de sumidades 
floridas e folhas em 1 l de vinho branco; 3 copos de licor por dia.

USO EXTERNO
O Cigarro de folhas secas e trituradas: ­ de alecrim, ­ de eucalipto, ­ 
de salva, ­ de irevo­d'água, ­ de tussilagem.
O Inalação de malva, 50 g de        flores e folhas secas para 1 l de 
água, ferver 10 minutos.

Astenia. Debilidade de todo o organismo quer a nível físico, quer 
mental. É um estado característico, por exemplo, aquando da 
convalescença de uma gripe.

Uso interno * Preparações diárias:

Infusão de artemísia378
­dos­alpes, 1 colher de café de planta seca para 1 chávena de água 
fervente; 1 chávena por dia O Infusão de canabrás, 50 g de folhas secas 
para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos; 2 chávenas por dia O 
Infusão de fumária, 60 g de sumidades floridas secas para 1 l de água 
fervente, infundir 15 minutos; 3 chávenas por dia entre as

refeições, 1 semana por mês, durante 3 meses O Pó de genciana, 1 g (ou 
seja a ponta de uma faca) de raiz seca pulverizada; tomar 1 vez por dia 
com
1 colher de mel O Infusão de loureiro, 3 folhas para 1 chávena de água 
fervente, infundir 15 minutos; 2 chávenas por dia entre as refeições O 
Infusã o de não­me­esqueças, 20 g de sumidades floridas secas para 1 l 
de água fervente; 3 chávenas por dia O Infusão de satureja­das­
montanhas,
30 g de planta seca para 1 l de água fervente; 2 chávenas por dia O Pó 
de alforvas, 1 colher de café de pó de sementes misturado com mel; 2 
vezes por dia. * Os vinhos fortificantes devem ser conservados em 
frascos bem rolhados e ingeridos em doses de
1 cálice de licor antes ou depois das refeições O Vinho de alecrim e de 
salva: num recipiente de barro colocar 20 g de folhas de alecrim e 20 g 
de folhas de salva, adicionar 1 l de vinho tinto e 1 colher de sopa de 
mel, aquecer 30 minutos em
banho­maria, deixar repousar, arrefecer e filtrar; tomar antes das 
refeições O Vinho de erva­benta: macerar durante 1 dia 30 g de rizoma 
fresco em
1 l de vinho doce natural e filtrar; beber antes das refeições O Vinho 
de escórdio, 40 g de sumidades floridas em 1 l de vinho fervente, 
infundir 15 minuios e coar O Vinho de salva, macerar durante 10 dias 100
g de folhas secas em 1 l de bom vinho tinto e filtrar; beber após as 
refeições. * Geleias ricas em vitamina C: O Geleia de frutos de hipofaé:
colher os frutos logo que estiverem maduros, cozer durante 20 minutos em
lume brando num pouco de água, esmagar, passar pela peneira ou 
centrifugar, adicionar o seu peso em açúcar e pôr de novo a cozer, 
mexendo sempre, durante 30 minutos, colocar em boiões e tapar O Geleia 
de frutos de silva­macha: colher os frutos muito maduros, cozer em lume 
brando apenas cobertos de água durante 30 minutos, esmagar, passar pela 
peneira ou centrifugar, juntar igual peso de açúcar e sumo de 1 limão, 
pôr de novo a
cozer, mexendo sempre, durante 30 minutos, colocar em boiões e tapar O 
Geleia de frutos de uva­C.,Ipim: recolher os frutos muito maduros, 
cobri­ _los de água, pó­1os a cozer durante 20 minutos, pa,,.@ai pela 
peneira ou centrifugar, adicionar igual peso de açúcar, pôr de novo ao 
lume, mexendo sempre, até à ebulição, esmagar, colocar em boiões e 
tapar. * Plantas da época: O Temperar as refeições com: ­ basílico, 
estragão O Fazer uma cura de saladas: ­ de chicória, ­ de taráxaco (com 
os botões) O Comer cebolas cruas picadas ou maceiadas durante 1 hora num
pouco de azeite O Comer em cru: ­ cenouras, ­ couve, ­ rábano­iú,,,tico,
­ tomates bem maduros, ­ alperces,
­ amêndoas, ­ figos ­ framboesas, ­ maçãs,
­ morangos, ­ nozes, ­ uvas O Comer depois de cozidos: ­ aipo, ­ aveia, 
­ beterraba­vernielha, ­ castanhas, ­ cersefi, ­ eruca, ­ lenBANHO E 
BALNFOI FRAPIA tilhas ­ soja, ­ trigo, ­ trigo­sarraceno O Beber sumo de
limão diluído em igual peso de água.

USO EXTERNO
O Banhos fortificantes: ­ de alecrim ­ de manjerona, ­ de salva, ­ de 
satureja, ­ de serpão,
­ de tomilho.

V. também: Banho.

Azia. V. Estômago.

Banho e balneoterapia. Os banhos terapêuticos gerais ou locais (pés, 
mãos, semicúpio) são muito utilizados em fitoterapia. As plantas, ou as
suas essências, servem para preparar banhos compostos que devem 
geralmente ser aplicados quentes, isto é, a 321C ou mesmo a temperaturas
mais elevadas. Os banhos muito quentes são extremamente fatigantes; 
assim, não devem ultrapassar 20 minutos. Para o banho completo de um
adulto, são necessários 500 g de plantas, e para o de uma criança, 250 
g, excepto qualquer outra especificação.

Um banho prepara­se em duas fases: em primeiro lugar, a infusão ou a 
decocção concentrada da planta em 3 ou 4 l de água, que, depois de 
passados pela peneira, se adicionam ao banho no momento da utilização. 
Os banhos de mãos ou de pés são, na maioria dos casos, revulsivos ou 
deiivativos; os dos pés tratam também o excesso de sudução.

Se bem que a maioria das plantas descritas nesta obra possa ser 
utilizada na preparação de banhos, na relação que se segue 
seleccionaram­se algumas das mais apropriadas para o efeito. Na água 
quente do banho, a planta desenvolve as suas propriedades pela difusão 
ou dissolução das suas substâncias activas. Deste modo, deve vigiar­se a
pessoa que toma banho e observar escrupulosamente as precauções que se 
aconselham para cada caso.

USO EXTERNO 

Banho sedativo
O Infusão:     de folhas de melissa, ­ de folhas de malva,     de flores
de marmeleiro, ­ de folhas de matricária, ­ de folhas de nogueira, de 
flores de pirliteiro, ­ de satureja em flor,
­ de flores de tília, ­ de planta inteira de valeliana.

Banho revulsivo
O 500 g para um banho geral ou 150 g para um
banho local de farinha de sementes de mostarda diluída em água fria; 
adicionar ao banho.

Banho para o reequilíbrio nervoso

O Infusão de angélica, 200 g de planta inteira
379
para um banho de 5 minutos O Infusão de flores e de folhas de murta, com
excelentes resultados após um grande choque nervoso, uma queda ou
um acidente.

Banho estimulante tónico
O Infusão de planta inteira: ­ de alecrim, ­ de alfazema, ­ de mentas, ­
de salva, ­ de serpão O Banho composto: alecrim, 185 g, alfazema, 185 g,
menta, 125 g, serpão, 125 g.

Banho antibronquítico
O Infusão: ­ de gemas de abeto, ­ de folhas de eucalipto, ­ de gemas de 
pinheiro­silvestre, de planta inteira de tomilho.

Banho anticelulítico
O Decocção de folhas de hera­trepadeira frescas: ferver em lume muito 
brando, num recipiente tapado, em 3 1 de água durante 2 horas, coar e
adicionar ao banho.

Banho tónico muscular
O Decoeção de urze, planta inteira.

Banho anti­reumatismal
O Banho completo de decocção de rizoma de feio­macho; banho local em 
caso de gota O Banho completo composto de manjerona, 150 g, serpão, 150 
g, salva, 150 g.

Banho anti­raquítico efortificante
O Infusão de manjerona, planta inteira O Infusão de flores de matricária
O Decocção de bodelha O Decocção de casca de carvalho O Decocção de 
laminárias.

Banho tonificante para a circulação
O Banho completo de castanheiro­da­índia, decocção da casca O Banho 
completo de milfólio, decocção   concentrada das sumidades floridas,
50 g para  1 l de água, ferver durante 10 minutos e filtrar 0Banho para 
os pés feito com folhas de videira.

Banho para emagrecer
O, Banho completo de decocção de bodelha, ao
qual se adiciona 1 kg de sal marinho O Banho de uma mistura de 
salgueiro­branco e de erva­ulmeira.

Banho para a pele Tonificante.

­ O Infusão de sumidades floridas e
folhas de hipericão. Antiacneico: O Infusão de salva. Anti­seborreico: O
Banho de limão, 1,5 kg de frutos picados em 2 1 de água fervente para 
adicionar à água do banho. Amaciador, calmante: O Banho: ­ de aveia, ­ 
de farelo, ­ de trigo, 2 kg num saco de pano fino. * Banho completo ou 
pedilúvio. Desodorizante: * Decocção de casca de carvalho O Infusão de:
­ alecrim, ­ alfazema, ­ cavalinha, ­ folhas de nogueira, ­ salva, ­ 
tomilho. Anti­sudorífico: O Infusão composta de cavalinha e salva.

V. também: Fadiga, Hemorróidas, Sudação.

Bexiga. V. Cistite, Enurese, Urina.

Blefarite. Inflamação do bordo da pálpebra que pode atingir a pele, a 
conjuntiva, as glândulas e
as pestanas.

USO EXTERNO

Filtrar cuidadosamente as preparações e lavar várias vezes por dia as 
pálpebras: O Decocção de eufrásia, 50 g de planta inteira seca para 1 l 
de água, ferver 10 minutos O Infusão de meliloto­oficinal, 100 g de 
sumidades floridas secas para
1 l de água fervente, deixar arrefecer e filtrar; utilizar durante o dia
a quantidade preparada.

Boca. Apresenta frequentemente erosões cujas fermentações ou infecções 
devidas aos numerosos germes que aloja são um obstáculo à cura.

USO EXTERNO * Bochechos tépidos: 4 vezes por dia, não engolir nunca: O 
Decocção de alcaçuz, 200 g de rizoma para 1 l de água, ferver 5 minutos 
O Decocção de alfenheiro, 30 g de folhas secas para
1 l de água, ferver 5 minutos e adicionar na altura de tomar 2 colheres 
de suco fresco de amoras por chávena O Decocção de amieiro, 40 g de 
casca
seca para 1 l de água, ferver 10 minutos O Decocção de arando, 2 
colheres de sopa de bagas para 1 l de água, ferver 30 minutos, deixar 
repousar 5 minutos O Infusão de camomila, 60 g de flores para 1 l de 
água fervente, infundir 10 minutos O Decocção de cinoglossa, 10 g de 
raizes secas para 1 l de água, ferver 5 minutos e

filtrar O Decocção de erva­de­são­roberto, 40 g de planta seca para 1 l 
de água, ferver 10 minutos
O Infusão de erva­férrea, 50 g de planta seca

para 1 l de água fervente, deixar repousar 5 minutos e filtrar O 
Decocção de erva­pombinha, 50 g para 1 l de água, ferver 10 minutos, 
deixar repousar outros 10 minutos e filtrar O Infusão de escolopendra, 
30 g de folhas frescas para 1 l de água O Decocção de eucalipto, 25 g de
folhas secas para 1 l de água, ferver 3 minutos, deixar arrefecer e em 
seguida filtrar O Decocção de eufrásia, 30 g de planta para 1 l de água,
ferver 10 minutos O Decoeção de faia, 30 g de casca fresca limpa e não 
lavada para 1 l de água, ferver 15 minutos O Decocção de framboeseiro, 
50 g de folhas secas para 1 l de água, ferver 10 minutos
O Decocçâo de lisimáquia, 40 g de planta para 1 l de água, ferver 10 
minutos e filtrar * Decocção de malva, 20 g de raízes para 1 l de água, 
deixar ferver até reduzir a um terço O Xarope de marmelo, cozer alguns 
marmelos com casca num pouco de água corri metade do seu peso de açúcar,
esmagar, passar pela peneira e conservar o sumo; 1 colher de sopa deste 
xarope numa chávena de água quente O Decocção de nespereira,
60 g de casca seca para 1 l de água, ferver 10 minutos O Infusão de pi 
mpinela­ magna, 50 g de raízes frescas para 1 l de água fervente O 
Maceração de rosas­ vermelhas, 30 g de pétalas secas
em 1 l de água fria, deixar repousar 30 horas O
380
Decocção de vara­de­ouro, 50 g de sumidades floridas secas para 1 l de 
água, ferver 10 minutos, deixar repousar durante 1 noite.
O Mastigar e em seguida deitar fora: O Folhas secas de erva­alheira.
O Passar pelas lesões algodão impregnado de: O Suco fresco de orégãos O 
Decocção de bistorta,
100 g de rizoma seco para 1 l de água, ferver 30 minutr,s, coar e deixar
arrefecer.

Uso interno * Mastigar algumas folhas frescas de agrião, de aleluia, de 
cocleária, de hortelã, de mastruço.
O Comer: ­ algumas ameixas verdes, ­ limão.

Bócio. Tumor de origem tireóidea, de volume e
consistência variáveis, situado na face anterior do pescoço. A sua 
origem deve ser averiguada por meio de exames laboratoriais,

USO EXTERNO * Colocar sobre o bócio e manter com uma toalha cataplasmas:
­ de bodelha, ­ de laminárias,
­ de musgo­da­córsega; escaldar 60 g destas algas frescas, deixá­las 
inchar e colocá­las entre
2 pedaços de tecido fino.

Bronquite. Inflamação aguda ou crónica da mucosa brónquica.

Uso interno * Tomar em 24 horas 1 l coado e adoçado: O Decocção de 
agrião, 50 g, ­ de aipo, 50 g de raízes, ferver 20 minutos, ­ de alho­
porro, 50 g,
­ de cenoura cultivada, 30 g de raízes, ­ de colza, 30 g de raízes 
descascadas, ­ de couve, 1 folha grande, ­ de escorcioneira, 40 g de 
raízes. * Tomar 3 colheres de sopa por dia, misturado com compota: O 
Suco fresco de chagas. * Tomar ao deitar: O Decocção de cebola, deixar 
cozer muito bem 1 cebola grande cortada em

pedaços no equivalente a 1 chávena de leite O Decocção de cevadinha 
(cevada­perlada), 20 g para 1 l de água, ferver 15 minutos O Decocção de
maçã, 3 maçãs com casca cortadas em fatias finas para 1 l de água, 
ferver 20 minutos com 10 g de alcaçuz e coar O Infusão de rábano, 20 g 
de raízes frescas para 1 l de água fervente. * Tomar 1 colher de sopa de
hora a hora: O Decocção de murta, 20 g de folhas para 1 l de água, 
ferver 5 minutos, coar e adoçar O Infusão concentrada de serpão, 150 g 
de planta seca para
1 l de água fervente, infundir 10 minutos, adoçar, preparar 100 g de 
cada vez.

* Tomar 2 chávenas por dia: O Infusão de abeto­branco, 80 g de gemas 
para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos,  filtrar e adoçar com 
mel; beber durante o dia O Decocção de azevinho,
30 g de folhas secas para 1 l de água, ferver 10 minutos em lume brando 
e     deixar arrefecer O Infusão de balsamita, 40 g    de sumidades 
floridas e
folhas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Decocção de 
bonina, 20 g de flores e folhas secas para 1 l de vinho, ferver 5 
minutos e

coar O Infusão de funcho, 50 g de sementes para

BRONQUITE
1 l de água fervente, infundir 5 minutos O Decocção de galeopse, 20 g de
planta recentemente seca para 1 l de água, ferver 10 minutos O Infusão 
de hera, 20 g de folhas frescas picadas para
1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Decocção composta de lírio­
florentino, 10 g de rizoma seco, e de énula­campana, 15 g de raízes 
secas, para 1 l de água, ferver 2 minutos, infundir
15 minutos O Decocção de malva, 15 g de flores para 1 l de água, ferver 
10 minutos e coar O Decocção de musgo­da­irlanda, 15 g de talo seco

lavado para 1 l de água, ferver 10 minutos, deixar arrefecer e adoçar 
com mel O Infusão de orégãos, 10 g de sumidades floridas para 1 l de 
água fervente, infundir 10 minutos O Decocção de polígala­amarga, 15 g 
de raízes para 1 l de água, ferver 5 minutos e coar O Decocção de 
pulmonária, 30 g de folhas secas para 1 l de água, ferver 10 minutos e 
deixar arrefecer O Infusão de sabugueiro, 50 g de flores secas para 1 l 
de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de satureja, 50 g de 
planta para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de 
tanchagem, 50 g de sementes para 1 l de água fervente, infundir 5 
minutos e coar; beber imediatamente. * Tomar 3 chávenas por dia: O 
Infusão, 30 g para 1 l de água fervente: ­ de sumidades floridas frescas
de agripalma, ­ de flores de alfazema, ­ de folhas de ásaro, ­ de 
sumidades floridas de hipericão, ­ de sumidades floridas de marroio­
branco, ­ de flores de meliloto, ­ de flores de pé­de­gato, ­ de flores 
de primavera,
­ de sumidades floridas de rinchão, ­ de flores de verbasco, ­ de flores
de violeta O Infusão de choupo­negro, 50 g de gemas para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos O Decocção de polipódio, 30 g de rizoma 
para 1 l de água, ferver 15 minutos, deixar macerar durante 1 noite e

coar O Infusão composta de folhas de avenca, de flores de escolopendra, 
de hera­terrestre, de hissopo, de papoila, de tussilagem e de verónica,
5 g de cada para 1 l de água fervente. * Beber: O Xarope de açafrão, 
deixar macerar

durante 2 dias 50 g de estigmas triturados em 1 l de vinho tinto doce, 
filtrar, adicionar 1 kg de açúcar, deixar cozer em banho­maria sem 
ferver e colocar em frascos; 3 colheres de café por dia
O Xarope de avenca, deixar infundir num recipiente bem tapado 100 g de 
planta em 1 l de água fervente durante 6 horas, coar espremendo a
planta, adicionar aproximadamente 2 vezes o
peso de açúcar, ferver 1 minuto, coar e conservar em frasco rolhado; 4 a
5 colheres de sopa por dia
O Xarope de morso­diabólico, deixar infundir durante 6 horas 75 g de 
flores e folhas secas em
1 l de água fervente, coar, adicionar 1,5 kg de açúcar, deixar ferver em
lume muito brando até adquirir a consistência de xarope; 3 colheres de 
café por dia O Xarope de gemas de pinheiro­silvestre, macerar durante 1 
hora 50 g de gemas em

50 g de aguardente, deitar sobre a preparação 1 l de água fervente, 
deixar repousar 6 horas, filtrar, adicionar 1 kg de açúcar, deixar 
ferver até ter a

consistência de xarope; 4 colheres de sopa por dia O Xarope de rábano, 
lavar, enxugar, escavar

o rábano, conservando uma cobertura, esmagar num recipiente a polpa 
extraída e misturá­la com
381
açúcar, tornar a colocá­la dentro do rábano, fechá­lo e deixar repousar 
10 horas; ingerir 1 colher de café de sumo 3 vezes por dia.
O Juntar à sopa folhas de beldroega.

USO EXTERNO * Colocar sobre o peito: O Cataplasma de farinha de linhaça,
60 g para 1 l de água, cozer para engrossar, colocar entre 2 pedaços de 
tecido e

seguidamente polvilhar com farinha de mostarda
O Cataplasma de pimenta­d'água esmagada, colocada entre 2 pedaços de 
tecido fino O Cataplasma de pimentão, deixar macerar durante 2 dias 50 g
(5 pimentões inteiros) em 100 g de álcool a 600 e filtrar; passar esta 
mistura pelo peito, cobrir com algodão e vigiar para evitar um
aquecimento exagerado,
4 Inalação: ­ de folhas de eucalipto, ­ de rizoma de imperatória, ­ de 
gemas de pinheiro­marítimo O Fumigação de bagas de zirnbro­cornum.

Bronzeamento. Pigmentação cutânea devida aos efeitos dos raios solares. 
Uma infusão muito forte de chá tinge artificialmente a epiderme e uma
infusão de baunilha mantém uma bela cor.

Para acelerar o bronZeamento Uso interno
O Comer cenouras cruas O Infusão de ami, 80 g de sementes para 1 l de 
água fervente; 2 chávenas por dia.

USO EXTERNO * Aplicar na epiderme: O Essência de bergamota, 4 g de 
essência misturada com 100 g de óleo de rícino; é aconselhável fazer uma
experiência prévia, pois os fenômenos de fotossensibilização podem 
provocar desagradáveis manchas na pele
O Mistura em partes iguais de azeite e óleo de abacate.

USOS EXTERNO E INTERNO * Aplicar na pele óleo de grainhas de uva ou

azeite e tomar 2 colheres de sopa por dia do mesmo óleo.

Brucelose. Enfermidade muito contagiosa dos bovinos, caprinos, ovinos e 
suínos que se transmite ao homem. Também conhecida por melitococcia, 
febre de Malta ou febre ondulante.

Uso interno
O Infusão de pilosela, 100 g de planta inteira fresca, com as raízes, 
para 1 l de água fervente, infundir 25 minutos e adoçar com mel; 4 
chávenas por dia.

Cabelo. Os cabelos e os pélos são produtos queratinizados cuja cor e 
embranquecimento, abundância, distribuição, crescimento e comprimento 
dependem de caracteres hereditários e variam de indivíduo para 
indivíduo. As plantas activam o seu crescimento, tratam­nos e coram­nos;
porém, não existe planta alguma que torne a povoar de cabelos o crânio 
de um calvo.
USO EXTERNO * Champô líquido: O Infusão de erva­saboeira,
80 g de planta inteira para 1 l de água fervente, esperar 15 minutos e 
coar O Decocção de hera,
50 g de folhas para 1 l de hera, ferver 10 minutos, coar espremendo, 
acrescentar com água fervente até obter 2 1; esfregar. * Champô seco: O 
Polvilhar os cabelos com farinha de trigo e escovar 15 minutos depois O 
Pó de raiz de angélica. * Para enxaguar: * Infusão: ­ de alfazema, de 
folhas de eucalipto, ­ de fidalguinhos, ­ de agulhas de pinheiro O Sumo 
de 1 limão em 1 l de água O Seiva de bétula (vidoeiro), 2 g em água
O Decocção de flores de arnica, 15 g em 1 l de água; 1 colher.
Loção que activa o crescimento

* Fricções diárias e massagens do couro cabeludo: O Infusão de abrótano,
20 g de folhas e de sumidades floridas secas para 1 l de água fervente. 
O Sumo de agrião O Unguento de bardana­maior, cozer 1 raiz num pouco de 
água, reduzi­la a puré; friccionar o couro cabeludo todas as noites 
durante 1 semana para tornar os cabelos mais grossos e compridos O 
Decocção comp6sta de 30 g de raizes de bardana­maior, 30 g de urti­ gão 
e 30 g de eruca para 1 l de água, ferver 15 minutos O Decocção de 
milfólio, ferver 50 g de planta picada em 1 l de água durante 10 minutos
* Decocção de tomilho, 80 g para 1 l de água, ferver 20 minutos e coar O
Sumo de folhas frescas de urtigão.

Para amaciar e tornar o cabelo brilhante * Enxaguar com: O Bardana­
maior, 50 g de folhas para 1 l de água fervente O Suco de pinguícula O 
Decocção de salva, 250 g de folhas secas

para 1 l de água, ferver 15 minutos, deixar repousar 48, horas mexendo 
corri frequência, filtrar e adicionar O,25 1 de rum; utilizar de 2 em 2 
ou de 3 em 3 dias O Fricção com uma decocção de urtiga­branca, 50 g de 
planta inteira picada para
1 l de água, ferver 10 minutos.

Para evitar a queda do cabelo
O Comer agrião fresco. * Loções com: O Suco de agrião fresco O Azeite, 
todas as noites durante 8 dias O Infusão concentrada de folhas frescas 
de basílico, 150 g para
1 l de água fervente, infundir 20 minutos, esmagar as folhas e coar; 
utilizar o suco 9 Maceraçao composta de buxo, 60 g de folhas frescas 
picadas, e de alecrim, 60 g de planta, 15 dias em 1 l
de álcool a 601, mexer frequentemente e coar; friccionar 2 vezes por dia
O Maceração composta de chagas, 50 g de sementes e folhas, e de erpão, 
50 g de caule e de sumidades floridas, deixar as plantas picadas 10 dias
em 1 l de álcool a
601 e coar O Decocção de fel­da­terra, 50 g de
382
sumidades floridas para 1 l de água, ferver 10 minutos O Bálsamo de 
gemas de nogueira, cozer

50 g de botões frescos em banho­maria com 150 g de banha de porco 
durante 45 minutos e esmagar; friccionar o couro cabeludo todas as 
noites O Maceração de pimento comum durante 8 dias, 30 g em 1 l de 
álcool a 601, mexer com frequência e coar.

Contra a caspa * Loção com: O Decocção de avenca, levar à ebulição, 
durante 30 minutos, 100 g de planta seca em 1 l de água e filtrar O 
Infusão de folhas de castanheiro, 60 g para 1 l de água fervente O 
Decocção de casca: ­ de carvalho, ­ de choupo­negro, 30 g de pó em 1 l 
de água, ferver em
lume brando durante 20 minutos sem tapar e coar

O Decocção de rizoma de golfão­branco, 20 g por litro, ferver 5 minutos 
O Suco de urtigão fresco, 50 g com 2 colheres de sopa de óleo de rícino 
O Maceração composta de orégãos e urtigões, 50 g de cada planta em 1 l 
de álcool a 601, conservar o boião ao sol durante 15 dias e filtrar; 
friccionar 2 vezes por dia, 2 colheres de sopa misturadas numa tigela de
água.

Para tingir o cabelo * Para cabelos louros, enxaguar depois de lavar a 
cabeça: O Decocção de camomila, 100 g de flores para 1 l de água, ferver
10 minutos e filtrar

O Decocção de ruibarbo, 50 g de flores em 1 l de água. * Para cabelos 
castanhos, enxaguar: O Sumo de alho­porro O Infusão de salva O Infusão 
de tomilho.

Cálculo. V. Litíase.
*//* ver com o livro
Calo. fragmento córneo de uma zona da epiderme causado pelo atrito 
frequente nos pés devido ao uso de sapatos demasiado apertados. Pode ,er
doloro,,o.

USO EXTERNO

É necessário proteger os tecidos vizinhos da acção corrosiva das plantas
utilizadas * l4 vezes por dia: O Suco fresco: ­ de cebola­,eirrielha, ­ 
de ceboleta.,­de­frança, de cebolinho, ­ de celidónia. ­ de erva­do­­ca­
]o,,, ­ de figueira. ­ de rorela, ­ de %aião­curto O Folha,, fre,,czi,, 
de maravilha O Folha.,, de

inaceiada.,, em ôleo; até ao de,.,apaicciiiienio do calo O Folhas de 
,aiao­cuito maceiada,, em vinaire O Folha,, de hera inacciadus em 
vin,t,­,re, @ip(),, 4 dia,, de inaceração, cortar a folha Com Uniu 
te,,oura, amontoar o,, pedaço­,, ,obre o

c@alo, cobrir coni tini pen,,o bem apertado, conduianic 3 dia,,. Se. 
depoi.,, deste e,,paço de iempo, o calo não ,,e de,,pegai facilmente, 
reno@,a1 a opelaçao O Maceração de pequeno,, ratrio­,

de tuia­vuluai em álcool a 601. pricelar o calo com e.,,ie líquido até a
,ua elintinação.

Calosidade. [@’,,pe,,,,,iiiienio côrneo da cpiderme

fricçao.

CEFALEIA
USO EXTERNO * Aplicar: O Suco fresco de celidónia O Cataplasma de folhas
frescas esmagadas de conchelos
O Suco fresco de erva­dos­calos.

Calvície. V. Cabelo.

Cancro. Doença que pode afectar todos os tecidos do organismo e que se 
apresenta sob múltiplas formas. Se não for tratado, a sua evolução é 
geralmente mortal. Nenhuma planta cura o cancro, quer por via oral, quer
por via externa: os medicamentos à base de plantas (pervinca, cólquico) 
utilizados em terapêutica são sempre apoiados por outros tratamentos. O 
seu emprego necessita de uma vigilância clínica e biológica que só pode 
ser assumida por um médico.

Para (i prevenção do cancro

O Comer alho    e cebola­mi­s­ O Recomenda­se também a infusão de erva­
de­são­roberto, 20 g de folhas secas para 1 l de água fervente, infundir
15 minutos; 2 chávenas diárias.

Caspa. V. Cabelo.

Cefaleia. Dor de cabeça, qualquer que seja a causa.
*//* ver com o livro
Uso interno * ]ornar uma das seguintes infusões e deitar­se 
imediatamente em local sossegado e à sombra: O Infu,,ão de acácia­
bastarda, 50 g de flores secas para 1 l de água fervente, infundir 10 
minutos O lnfu,.,ão de camomila, 5 g de flores para 1 l de át,­ua 
fervente, infundir 5 minutos O Infusão de ervzi­benta. 50 g de rizoma 
fresco para 1 l de água em ebulição, ferver 5 minutos O Infusão de 
hortelã­pimenta, 25 g de­ sumidades floridas e

folhas secas para 1 l de água fervente, infundir
10 minutos O Infusão dejasmineiro­galego, 15 g de flores secas para 1 l 
de água fervente, infundir
10 minutos O Infusão de laranjeira­ azeda, 20 g de folha.,, seca,, para 
1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de lúcia­lima, 30 g 
de folhas secas para 1 l de água fervente, infundir
10 minutos O Infusão de maccia, 20 g de flores para 1 l de água 
fervente, infundir 5 minutos O Infusão de manjerona, 40 g de sumidades 
floridas e folhas secas para 1 l de água fervente, infundir
10 minutos O Infusão de primavera, 40 g de flores secas e fragmentadas 
para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de tília, 30 g 
de flores secas para 1 l de água fervente,  infundir 10 minutos e beber.
* PÓs e.%iernutatório­.,@ o seu efeito é muitas vezes e,,pectacular. O 
Reduzir a pó e inspirar: ­ folhas
11eca% de à,,aro. ­ foffids seca% de ba,,ílico, flore,, de lírio­dos­
vale.­, ­ rizoma seco de lírio­floientino.
O Iniroduzir na,, narina.,, um pouco de suco fresco de líiio­aiiiarcio­
do,.,­pántano,, obtido por esmau,arriento do rizoma.
383
USO EXTERNO

Colocar sobre a testa ou, quando as dores de cabeça são de origem 
hepática, sobre o fígado: O Cataplasma de aspérula­odorífera fresca 
esmagada.

Celulite. Inflamação do tecido celular subcutâneo, de aspecto agudo ou 
crónico, que se localiza a maioria das vezes na face exterior das coxas 
ou na nuca. A celulite é dolorosa e inestética. É indispensável associar
às tisanas um tratamento local.

USO EXTERNO * Aplicar 2 ou 3 vezes por dia sobre as zonas

atingidas compressas tão quentes quanto possível embebidas em: O 
Decocção de hera, 100 g de folhas frescas para 1 l de água, ferver 15 
minutos.

* Aplicar 3 vezes por semana sobre a celulite: O Cataplasma de alforvas,
cozer 50 g de sementes num pouco de água O Cataplasma de bodelha, ferver
1 punhado de bodelha seca em água; aplicar o mais quente possível O 
Cataplasma de bodelha seca, cozer na menor quantidade de água possível 
50 g de bodelha seca, 100 g de farelos e

100 g de sal grosso O Cataplasma de hera com as

folhas frescas picadas O Cataplasma de verbena,
50 g de planta florida fresca cozida em vinagre, deixar evaporar; 
colocar entre 2 pedaços de tecido. * Friccionar com: O Bodelha fresca O 
Flores secas de alfenheiro maceradas em óleo, 150 g de flores secas em 1
l de óleo, deixar exposto ao sol

durante 1 mês.

Uso interno * É muito importante acalmar os nervos dos celulíticos com 
tisanas sedativas que devem ser tomadas durante 3 semanas: O Infusão de 
pirliteiro, 10 g de flores secas para 1 l de água fervente, infundir 10 
minutos; 3 chávenas por dia O Maceração de valeriana, 10 g de raízes 
frescas deixadas durante a noite numa chávena de água fria, coar pela 
manhã, beber e preparar a chávena para a noite. * Tomar 4 colheres de 
sopa por dia: O Suco de rizorna de grama­francesa. * Tomar 1 copo em 
jejum: O Sumo de limão fresco, diluído em água, sem açúcar O Infusão de 
taráxaco, 30 g de folhas para 1 l de água fervente; beber frio. * Tomar 
2 chávenas por dia: O Decocção composta de grama­francesa, 20 g de 
rizoma seco e

20 g de pés de cereja secos para 1 l de água, ferver 10 minutos O 
Infusão de orégãos, 10 g de sumidades floridas para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos O Infusão de pilosela, 60 g de planta 
inteira fresca para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos. * Tomar 3
chávenas por dia entre as refeições, das quais 1 em jejum: O Infusão de 
alcachofra,
10 g de folhas secas para 1 l de água fervente, infundir 5 minutos O 
Infusão de avoadinha, deitar em 1 l de água fervente 50 g de caules 
floridos secos, ferver 2 minutos, infundir 15 minutos;

esta quantidade pode ser preparada com antecedência para 2 dias O 
Infusão composta de groselheira­negra e de freixo, 10 g de cada planta 
para
1 l de água fervente, infundir 15 minutos O Infusão de hera, 50 g de 
folhas secas fragmentadas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos
O Infusão de milfólio, 50 g de sumidades floridas frescas para 1 l de 
água fervente, infundir 10 minutos O Decocção de sempre­noiva, 40 g de 
planta inteira para 1 l de água, ferver até reduzir para cerca de O,5 1 
* Decocção de videira, 50 g de folhas secas para 1 l de água, ferver e 
infundir
15 minutos O Decocçáo composta de folhas de videira e bodelha secas, 40 
g de cada planta para
1 l de água, ferver 5 minutos, infundir 10 minutos. * Tomar 4 chávenas 
por dia: O Infusão de erva­ulmeira, 50 g de folhas secas para 1 l de 
água fervente. * Tomar 1 l por dia: O Infusão de marroio­branco, 35 g de
sumidades floridas secas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos,
deixar arrefecer antes de filtrar.

V. também: Banho.

Ciática. Síndroma dolorosa que se manifesta ao longo do trajecto do 
nervo ciático, nomeadamente na nádega, na face posterior da coxa e na 
face externa da perna.

USO EXTERNO
O Cataplasma de couve, introduzir folhas cruas

em banha fundida em banho­maria, aplicá­las na

zona afectada e cobrir com um tecido de lã O Fricção com óleo de lilás, 
macerar durante 4 ,,emanas ao sol 300 g de flores e de folhas mistuiadas
em 1 l de azeite e filtrar O Flagelar a região dorida com urtigão fresco
e seguidamente lavar com um pouco de vinho branco ou de vinagie O 
Cataplasma de verbena, um punhado de folhas e de flores frescas cozidas 
em vinagre e

que devem ser aplicadas entre 2 pedaços de tecido fino.

Circulação. A circulação do sangue é uma função fisiológica cujo motor é
o coração e cujos canais são os vasos. As plantas seguidamente citadas, 
utilizadas da forma indicada, possuem uma acção benéfica sobre a 
elasticidade e a tonicidade das paredes vasculares.

Uso interno * Beber 1 l por dia durante 10 dias: O Infusão de visco, 10 
g de folhas frescas para 1 l de água fervente. * Beber 3 chávenas por 
dia durante 20 dias, das quais 1 em jejum: O Infusão de arando, 50 g de 
folhas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de 
groselheira­ negra, 50 g de folhas secas para 1 l de água fervente, 
infundir
10 minutos O Decocçâo de uva­espim, 30 g de casca para 1 l de água, 
ferver 10 minutos O Decocção de videira, 40 g de folhas secas para 1 l 
de á gua, ferver 3 minutos.
384
* Beber 2 chávenas por dia entre as refeições: O Decocção de amor­de­
hortelão, 50 g de planta fresca para 1 l de água, ferver 10 minutos; 
quantidade para 3 dias O Infusão de aveleira, 20 g de folhas secas para 
1 l de água fervente, infundir e

deixar repousar durante 8 horas; beber frio O Decocção de cipreste, pôr 
20 g de gálbulas frescas esmagadas em 1 l de água quente e deixar ferver
15 minutos; beber frio O Infusão de milfólio, 40 g de sumidades floridas
secas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de 
tasneirinha, 30 g de planta inteira seca com raiz para 1 l de água 
fervente. * Beber o sumo de 1 limão todos os dias O Temperar os 
alimentos crus com sumo de limão em vez de vinagre O Comer alho, cru ou 
cozido.

USO EXTERNO
O Banho: ­ de castanh a­da­ índia, ­ de milfólio, ­ de videira, 
excelentes para os capilares; 2 vezes por semana.

V. também: Banho, Coração.

Cirrose. V. Alcoolismo.

Cistite. Inflamação dolorosa da bexiga, a maioria das vezes de origem 
infecciosa e cuja causa deve ser investigada por um médico, As plantas 
que se seguem são recomendadas devido à sua acção diurética e anti­
séptica.

Uso interno
O Decocção de acelga, 1 punhado para 1 l de água, ferver 15 minutos; 3 
chávenas por dia O Infusão: ­ de alteia, ­ de verbasco, 40 g de flores 
para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos; 2 ou 3 chávenas por dia 
O Decocção de arando, 40 g de folhas para 1 l de água; 4 chávenas por 
dia O Decocção de arando­ de­bag a­vermelha, 30 g de planta inteira para
1 l de água, ferver 3 minutos, infundir 10 minutos; 4 chávenas por dia O
Infusão de arenária, 30 g de planta inteira seca para 1 l de água 
fervente, infundir ­10 minutos; beber esta quantidade em 24 horas entre 
as refeições O Decoeção de avoadinha, deitar
1 punhado de planta seca em 1 l de água fervente, deixar em ebulição 3 
minutos, infundir 10 minutos; 3 chávenas por dia O Infusão de beldroega,
25 g de folhas novas frescas para 1 l de água fervente; 1 chávena em 
jejum durante 1 semana O Infusão de pés de cereja, 8 g para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos; O,5 1 por dia O Infusão de cevadinha, 1 
colher de sopa para 1 l de água fervente; 1 l por dia O Decocção de 
gatunha, 30 g de raiz fragmentada para 1 l de água, ferver em lume 
brando durante 20 minutos para reduzir; beber durante o dia dividido em 
3 doses O Decocção de grama­francesa, 30 g de rizoma para 100 g de água,
ferver 2 minutos, deitar fora a água, esmagar o rizoma e colocá­lo em
1 l de água fria, ferver 10 minutos, adoçar com

alcaçuz; beber várias chávenas durante o dia O Infusão de hipericão, 30 
g de sumidades floridas para 1 l de água fervente; 1 chávena antes das
refeições O Infusão de milho, 30 g de estigmas secos para 1 l de água 
fervente; 5 chávenas por dia entre as refeições O Infusão de parietária,
10 g de planta seca sem as raízes para 1 l de água fervente, infundir 10
minutos; O,5 1 por dia O Infusão composta de 10 g de parietária, 10 g de
urtiga­branca, 10 g de cavalinha e 10 g de urze para
1 l de água fervente, infundir 10 minutos; 4 chávenas diárias O Infusão 
de pereira, 30 g de flores para 1 l de água fervente; 4 chávenas por dia
O Infusão:    de pinheiro­silvestre, ­ de pinheiro­bravo,     de abeto, 
30 g de gemas para 1 l de água fervente; 3 chávenas por dia entre as 
refeições * Decocção de tuia­vulgar, 20 g de folhas para 1 l de água, 
ferver 2 minutos, infundir 10 minutos; O,5 1 por dia O Infusão de 
urtiga­branca, 20 g de flores para 1 l de água por dia O Decocção de 
urze, 40 g de sumidades floridas para 1 l de água, ferver até reduzir a 
um terço; beber nas 24 horas seguintes, adoçar com mel de urze O Infusão
de uva­ursina, 20 g de folhas secas para 1 l de água fervente, deixar 
amornar e

filtrar; 2 chávenas pequenas por dia.
O Vinho de faia­preta, preparação idêntica à do sabugueiro com 2 
punhados de casca O Vinho de sabugueiro, 3 punhados de casca inteira em 
1 l de vinho fervente, mexer, macerar durante 2 dias e coar; 2 copos 
pequenos por dia O Vinho de vara­de­ouro, macerar durante 1 noite num 
copo de vinho branco 1 pitada de pó de sumidades floridas secas; beber 
de manhã, tratamento durante 2 semanas O Vinho de zimbro, macerar 
durante 8 dias em 1 l de vinho branco 2 punhados de bagas de zimbro e 
filtrar; 3 copos de licor por dia O Comer: ­ abóbora crua ou cozida, ­ 
favas cruas ou cozidas.

Colesterol. Substância orgânica geralmente presente na maioria dos 
tecidos. Pode ser obtida através de síntese feita pelo organismo ou por 
aporte alimentar. O seu teor no sangue, denominado colesterolemia, é 
frequentemente considerado responsável, quando demasiado elevado, pela 
alteração das paredes arteriais. Algumas plantas fazem baixar o teor do 
colesterol sanguíneo.

Uso interno * Beber 3 chávenas por dia: O Decocção de alcachofra, 20 g 
de folhas secas para 1 l de água fria, ferver 10 minutos O Infusão de 
bétula (vidoeiro), 25 g de folhas para 1 l de água fervente, deixar 
amornar antes de filtrar O Decocção de vara­de­ouro, 1 punhado de 
sumidades floridas secas para 1 l de água fria, ferver 3 minutos e

deixar repousar 10 minutos; quantidade para 2 dias. * Beber 1 l por dia:
O Decocção composta de
10 g de casca de bétula (vidoeiro) e 10 g de folhas secas de freixo para
1 l de água, ferver 5 minutos, infundir 5 minutos; tomar uma tigela, 
sendo a primeira em jejum. * Beber 3 copos pequenos por dia, dos quais 1
em jejum: O Decocção de taráxaco, 100 g de raízes para 1 l de água, 
ferver 10 minutos. * Beber 1 copo no fim do almoço durante 20 dias: O 
Vinho de alcachofra, 80 g de folhas secas
385
fragmentadas maceradas durante 2 semanas em

1 l de vinho tinto e filtrar O Vinho de trevo­cervino, 40 g de raízes 
recentemente secas, cortadas em pequenos pedaços, em 1 l de vinho tinto,
macerar durante 12 horas e filtrar. * Beber 2 copos por dia durante 20 
dias: O Vinho de alecrim, 40 g de sumidades floridas secas em 1 l de 
vinho tinto, macerar durante 3 ou 4 dias e filtrar. * Curas: O Sumo de 
limão: o sumo de meio limão no primeiro dia, diluído em água, aumentando
seguidamente para mais meio limão por dia durante 15 dias e diminuir 
depois a dose do mesmo modo O Sumo de uva, ingerir unicamente 1,5 kg por
dia durante 10 dias. * Na alimentação: O Acrescentar­lhe beringelas
O Utilizar como tempero óleo: ­ de girassol, de milho, ­ de soja, ­ de 
dormideira; tomar também 1 colher de sopa em jejum todos os dias durante
3 meses.

Colibacilose. Nome dado a diversas perturbações, geralmente intestinais 
ou urinárias, causadas por germes, os colibacilos.

Uso interno
O Decocção de arando, 50 g de bagas para 1 l de água, ferver 10 minutos,
infundir 10 minutos; tomar diversas vezes durante o dia O Sumo de 
chagas, 20 g de sumo extraído de folhas frescas; todas as manhãs em 
jejum durante 15 dias O Infusão de madressilva, 5 g de flores secas para
1 l de água fervente; 2 chávenas por dia.

Cólica. Dor espasmódica situada ao nível de uma víscera abdominal oca 
(intestinos, vias biliares ou urinárias). Apenas se consideram aqui as 
cólicas do intestino grosso.

USO EXTERNO * Colocar sobre o abdômen, entre 2 pedaços de tecido, uma 
cataplasma de: O Batata cozida e

esmagada O Meliloto, 50 g de sumidades floridas secas cozidas em muito 
pouca água.

Uso interno
O Decocção de cenoura­brava, 30 g de sementes para 1 l de água, ferver 1
minuto O Infusão composta de 20 g de flores secas de macela e de
20 g de raízes secas fragmentadas de valeriana para 1 l de água 
fervente, infundir 20 minutos; 1 a 2 chávenas por dia O Infusão de 
papoila, 20 g de flores secas para  1 l de água fervente e coar; beber 1
chávena e,    se as dores não passarem, uma outra O Infusão composta de 
20 g de flores e de folhas secas de   passiflora e 20 g de flores secas 
de macela para   1 l de água fervente, infundir 10 minutos; beber bem 
quente O Infusão composta de 40 g de flores e raízes secas de primavera 
e 10 g de flores secas de papoila para 1 l de água fervente, infundir 10
minutos; 2 chávenas
O Infusão de verbasco, 40 g de flores e de folhas secas para 1 l de água
fervente, infundir 10 minutos; 3 chávenas durante 24 horas, se 
necessário
O Xarope de macela, colocar num recipiente de
386

barro 250 g de flores frescas, adicionar O,5 1 de água fervente, tapar, 
infundir 24 horas, coar espremendo as flores, adicionar a este sumo 250 
g de xarope comum, misturar bem, aquecer sem ferver, deixar arrefecer, 
colocar em frascos; 2 colheres de sopa O Xarope de marmelo, cozer 2 
marmelos com casca e sementes, cortados aos

pedaços, cobertos de água, adicionar o mesmo
peso de açúcar e passar por uma peneira depois de cozidos; 2 copos por 
dia.
O Comer pepino cozido e descascado O Mastigar uma colher de açúcar com 3
a 5 gotas de essência de bergamota.

V. também: Diarreia, Meteorismo.

Comichão. V. Prurido.

Congestão. Afluxo anormal de sangue a um órgão com diminuição da 
velocidade de circulação. Esta rubrica refere­se à congestão cerebral. É
um
acidente muito grave, que necessita de cuidados médicos urgentes.

USO EXTERNO
O Colocar imediatamente gelo na cabeça do doente.

Se o médico demora * Aplicar sobre a planta dos pés uma cataplasma de: O
Farinha de linhaça cozida em água, 60 g para O,25 1 de água; logo que a 
farinha estiver cozida, deve ser colocada entre 2 pedaços de tecido e, 
após arrefecer um pouco, polvilhada com

farinha de mostarda ou, em sua substituição, com pimenta em pó O Polpa 
fresca de raiz de rábano­rústico.
O Banho sinapizado para os pés, 150 g de farinha de mostarda numa bacia 
com água.

Conjuntivite. Inflamação da conjuntiva, membrana que reveste o olho e 
face interna das pálpebras.

USO EXTERNO * Banho local, preparar apenas uma pequena quantidade de 
cada vez para uso imediato e filtrar cuidadosamente: O Decocção de 
eufrásia, 20 g de sumidades floridas secas para 1 l de água, ferver 10 
minutos O Decocção de fidalguinhos, 30 g de flores secas para 1 l de 
água fria, ferver 15 minutos O Infusão de macela, 150 g de flores secas 
para 1 l de água fervente, infundir 1 hora O Infusão de meliloto, 50 g 
de sumidades floridas secas para 1 l de água fervente, infundir 10 
minutos O Infusão de melissa­bastarda, 50 g de flores secas para 1 l de 
água fervente O Infusão de não­me­esqueças, 15 g de flores e folhas 
secas para
1 l de água fervente O Infusão de pé­de­leáo, 150 g de planta inteira 
seca para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos     O Infusão de 
tanchagem,
80 g de folhas secas    para 1 l de água fervente, infundir 20 minutos. 
* Fazer compressas com: O Infusão de alcaçuz,
100 g de raízes secas e fragmentadas para 1 l de
água fervente, infundir 1 hora O Decocção de musgo­da­irlanda, 20 g de 
planta seca para 1 l de água, ferver até estar completamente amolecida
O Decocção de nogueira, 30 g de folhas frescas para 1 l de água, ferver 
5 minutos O Infusão de videira­vermelha, 50 g de folhas secas para 1 l 
de água fervente, infundir 10 minutos.
O Cataplasma de folhas frescas pisadas de erva­benta; aplicar sobre os 
olhos.

Constipação. Termo vago que envolve uma série de afecções, como a 
corica, a bronquite, etc. Porém, chama­se geralmente constipação a uma
infecção das vias respiratórias superiores, especialmente das fossas 
nasais, que, através da traqueia, pode atingir os brônquios. As 
preparações indicadas podem, em certos casos, deter essa progressão  e, 
muitas vezes, apressar a cura.

USO EXTERNO Para desobstruir o nariz
O Cheirar um pó esternutatório preparado a partir de folhas secas: ­ de 
basílico, ­ de betónica
O Aspirar pelas narinas uma decocção de eufrásia, 25 g de planta seca 
para 1 l de água, ferver
10 minutos, coar, deixar amornar e pôr sal; não engolir O Fazer uma 
inalação de hera­terrestre, infusão de 100 g de planta inteira para 1 l 
de água fervente, infundir 10 minutos.

Uso interno * Tomar 1 tigela grande com muito açúcar: O Infusão de 
eufrásia, 25 g de planta seca para 1 l de água fervente, infundir 10 
minutos O Infusão de hera­terrestre, 20 g de folhas para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos O Infusão composta de primavera, 15 g de 
folhas e de flores secas, e de tanchagens, 15 g de folhas secas, para 1 
l de água fervente, infundir 5 minutos.
O Xarope de murta, infundir durante 8 horas, num recipiente tapado, 75 g
de folhas secas escaldadas em 1 l de água, coar, adicionar 1,5 kg de açú
car, ferver até obter o xarope; tomar 3 colheres de sopa por dia.

Contusão. Lesão provocada por um traumatismo, acompanhada ou não por uma
ferida. As plantas a seguir indicadas aplicam­se sobre as lesões sem 
ferida, com ou sem equimose (nódoa negra).

USO EXTERNO * Aplicar na zona contundida as seguintes plantas frescas 
cruas: O Salsa picada com sal e azeite
O Flores e folhas amachucadas de arnica O Folhas esmagadas: ­ de aipo, ­
de angélica, de cerefólio, ­ de couve, ­ de engos, ­ de erva­dos­calos, 
­ de morugem, ­ de orégãos­de­creta, ­ de pervinca, ­ de salsa O A 
planta inteira picada: ­ de pé­de­leão, ­ de sanícula. * Aplicar as 
seguintes plantas cozidas: O Folhas de acanto cozidas em água e 
esmagadas O Bolbo de açucena cozido O Rizoma cozido e esmagado:
­ de norça­preta, ­ de selo­de­salornão O Folhas de verbena cozidas em 
vinagre.
Aplicar em compressas as seguintes preparações muito simples de 
executar: O Decocção de agrimónia, 100 g de folhas secas para 1 l de 
água, ferver 15 minutos, repousar 5 minutos e
filtrar; utilizar quente O Decocção de arnica, 30 g de folhas e de 
flores secas para 1 l de água fria, ferver 10 minutos e coar; utilizar o
mais frio possível O Infusão de hissopo, 100 g de sumidades floridas 
secas para 1 l de água fervente O Infusão de maravilhas, 30 g de flores 
secas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de murta,
25 g de folhas secas para 1 l de água fervente O Decocção de primavera, 
100 g de raizes

secas e fragmentadas para 1 l de água O Infusão de tanaceto, 20 g de 
flores e de folhas secas para
1 l de água fervente, adicionar um pouco de sal
O Decocçâo de ulmeiro, 80 g de casca para 1 l de água, ferver 30 minutos
O Decocção de valeriana, 75 g de raizes secas para 1 l de água, ferver 
10 minutos O Decocção de vulnerária, 100 g de folhas e de raizes para 1 
l de água.
O Tintura de arnica: macerar em 1 l de álcool a
900, durante 2 semanas, 80 g de flores de arnica secas, às quais se 
adicionam 60 g de uma mistura em partes iguais de sementes de anis­
verde, canela, cravinho e rizoma seco de gengibre, coar espremendo e 
depois filtrar por papel e conservar em frasco rolhado; só utilizar esta
tintura depois de diluída em água.

Uso interno
O Infusão de murta: 1 chávena.

Convalescença. Período mais ou menos longo que se segue a uma doença ou 
a uma intervençao cirúrgica. É frequentemente caracterizada por várias 
perturbações, fadiga muito acentuada, astenia física e psíquica, falta 
de apetite e, por vezes, anemia, pelo que deve ser vigiada. Aconselham­
se alguns banhos tónicos.

A alimentação deve ser rica, mas de fácil digestão; deve conter 
vitaminas, sais minerais e

metais. Os convalescentes devem, assim, ingerir cereais: ­ aveia, ­ 
cevada, ­ milho­miúdo, trigo­sarraceno; legumes e hortaliças: ­ agrião,
­ alhos­porros, ­ cenouras, ­ espinafres, mastruço, ­ soja; sumo fresco 
de vagem verde de feijão, 50 g por dia; fruta: ­ alperces, amêndoas, ­ 
castanhas cozidas,            figos, groselhas, ­ laranjas, ­ maçãs,    
morangos,

Uso interno
O Pó de alforvas, 1 colher de café de sementes misturadas com mel ou 
compota O Pó de líquen­da­islândia, 2 g por dia misturados com compota 
muito doce O Decocção de morugem, 20 g de planta fresca florida em 1 l 
de água fria, aquecer lentamente e prolongar a ebulição durante 20 
minutos; 1 chávena antes de cada refeição O Decocção de pilosela, 80 g 
de planta para 1 l de água, ferver 2 minutos, infundir 10 minutos; 3 
chávenas por dia O Infusão de salva­esclareia,
20 g de sumidades floridas para 1 l de água fervente; 1 chávena depois 
das 2 refeições principais O Infusão de trevo­cervino, 25 g de folhas
387
para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos; 2 chávenas por dia O 
Infusão: ­ de serpão, ­ de

tomilho, 20 g para 1 l de água fervente; 2 chávenas por dia O Xarope de 
rosa s­vermelhas: esmagar pétalas frescas de flores em botão com 3 vezes
o seu peso de açúcar, adicionar um pouco de xarope comum até que a pasta
esteja semilíquida;
3 colheres de sopa por dia durante 1 mês.
O Geleia de satirião­macho: 20 g de pó de tubérculo e 8 vezes o seu peso
de açúcar, cozer em

400 g de água e deixar ferver para engrossar; 2 colheres de sopa por 
dia. * Para tomar antes de cada refeição, 2 copos pequenos por dia: O 
Vinho de alecrim, macerar

durante 3 dias 50 g de caule florido e coar O

Vinho de angélica, macerar durante 8 dias 40 g de caule e raízes e coar 
O Infusão de cardo­santo em vinho, 30 g de flores em 1 l de vinho tinto 
fervente, infundir 10 minutos e coar O Vinho de fel­da­terra, macerar 
durante 4 dias 50 g de sumidades floridas e coar O Vinho de losna e de 
genciana, macerar durante 4 dias 5 g de raiz de genciana e 20 g de 
sumidades floridas de losna em 1 l de vinho tinto e coar O Vinho de 
pervinca, macerar durante 10 dias 80 g de folhas em 1 l de bom vinho e 
coar. * Para tomar depois das refeições, 2 colheres de sopa: O Vinho de 
salva, 80 g de planta em 1 l de vinho tinto fervente, infundir 10 
minutos e coar.

V. também: Banho.

Convulsão. Reacção nervosa que afecta principalmente as crianças. É 
provocada por uma emoção ou uma contrariedade. Pode também, em certos 
casos, ser sinal do início de uma doença.

Uso interno
O Infusão de tília, 30 g de flores para 1 l de água fervente, infundir 
10 minutos; 1 ou 2 chávenas.

USO EXTERNO
O Banho tépido: ­ de folhas de menta, ­ de flores de tília O Clister de 
valeriana: fazer uma infusão de 50 g de raízes frescas para 1 l de água 
fervente, deixar repousar e macerar durante 1 dia e filtrar; administrar
à noite.

Coração. As doenças de coração, provocadas por diversas causas, são 
inumeráveis, exigindo, no entanto, todas elas um diagnóstico preciso e

os cuidados competentes de um médico: as plantas podem aliviar o coração
de diversos modos, mas não devem substituir uma consulta.

Uso interno
O Vinho de alecrim, 25 g de folhas frescas em 1 l de vinho tinto, 
macerar durante 24 horas; 3 colheres de sopa por dia O Infusão de 
angélica, 30 g de sementes para 1 l de água fervente; 2 chávenas por dia
após as refeições O Infusão de cevada germinada, de malte, 10 g numa 
chávena de água muito quente, infundir 10 minutos O Infusão de marroio, 
15 g de sumidades floridas secas

para 1 l de água fervente, infundir 15 minutos; 3
chávenas por dia antes das refeições O Infusão de passifiora, 100 g de 
flores e de folhas secas para 1 l de água fervente, mexer e coar 
imediatamente; 2 chávenas por dia, uma delas entre as refeições e a 
outra ao deitar O Infusão de pirliteiro, 15 g de flores secas para 1 l 
de água fervente, infundir 10 minutos; 2 chávenas por dia durante
20 dias O Vinho de sabugueiro, 200 g da segunda casca seca em 1 l de 
vinho tinto, macerar durante 48 horas, filtrar e só ingerir no dia 
seguinte;
2 copos pequenos por dia.
* Beber cevada torrada em substituição do café
* Comer muito alho e maçãs com a casca.

Corpo. V. Pele.

Crescimento. Desenvolvimento das diversas partes do organismo que se 
efectua por períodos, dos quais um dos mais importantes é a puberdade.

Uso interno Para facilitar o crescimento
O Comer com abundância: ­ acelgas cozidas,
­ amêndoas doces, ­ cenouras cruas ou cozidas, ­ cerejas, ­ cersefi cru 
ou cozido, ­ espinafres crus ou cozidos, ­ figos, ­ laranjas,
­ nozes O Enriquecer as refeições principais com: ­ arroz completo com 
maçãs, ­ aveia (flocos, farinha seca), ­ cevada sob todas as suas formas
(descascada, cevadinha, farinha seca, flocos, malte), ­ soja (grãos e 
farinha), trigo (farinha completa, trigo germinado), ­ trigo­sarraceno, 
como tal ou em bolachas O Adicionar 1 punhado de salsa fresca picada aos
alimentos crus do almoço O Beber uma tisana tónica: decocção de 
abrunhos, 50 g para 1 l de água, ferver 5 minutos.

V. também: Astenia, Puberdade.

Cura de Primavera. As curas de Primavera são curas revigorantes cujo fim
é desintoxicar o organismo, forçando­o a eliminar as suas toxinas, Duram
3 semanas, em doses de 4 a 6 chávenas grandes de preparação por dia, das
quais 1 em

jejum e 1 ao deitar, salvo excepções que serão indicadas. As plantas 
utilizadas actuam devido às suas propriedades diuréticas, laxativas, 
sudoríficas ou estimulantes; conhecendo cada pessoa os

seus pontos fracos (rins, fígado, intestinos, pele), deve escolher entre
as numerosas preparaçoes indicadas a que melhor activar a função 
deficiente.
USOINURNO Durante a cura a alimentação deve ser constituída por vegetais
verdes pobres em proteínas. A alface­de­cordeiro e a eruca são 
excelentes. * Cura de suco de cenouras cultivadas, 100 g por dia O Cura 
de pele seca de maçã não tratada,
100 g por litro, infundir 15 minutos; 1 l por dia
O Cura de sumo de uva, 3 copos por dia entre as

refeições, dos quais 1 em jejum e 1 ao deitar O Sumo de groselha, ­ de 
groselha­ vermelha, 150 g por dia divididos em 3 doses.
388
O Infusão de abrunheiro, 20 g de flores secas para 1 l de água fervente,
infundir 5 minutos; apenas 2’chávenas por dia 4 Infusão de uma mistura 
de alcluia, 25 g de raizes e 10 g de folhas secas para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos O Leite de amor­perfeito­bravo, pôr a 
macerar todas as noites 10 g de sumidades floridas e

folhas secas em O,5 1 de água fria e de manhã adicionar­lhe O,15 1 de 
leite, ferver 5 minutos, filtrar e adoçar corri mel; o pequeno­almoço é 
constituído por esta bebida O Infusão de aspéruIa­odorífera, 50 g de 
sumidades floridas secas

para 1 l de água fervente O Decocçáo de azeda,
30 g de raizes para 1 l de água, ferver 5 minutos O Decocçâo composta de
bardana­maior e de saboeira, 30 g de raizes de cada uma das plantas em

1 l de água, ferver 5 minutos O Infusão composta de borragem, almeirão, 
fumária e taráxaco, 20 g de cada uma das plantas em 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos * Infusão de buglossa, 50 g de planta seca
para 1 l de água fervente, infundir
10 minutos O Decocção de buxo, 40 g de folhas secas para 1 l de água, 
ferver 10 minutos O Infusão de dulcamara, 5 g de caule seco para 1 l de 
á gua fervente, infundir 15 minutos; na segunda semana tomar 10 g e na 
terceira 15 g O Infusão composta de 20 g de sumidades floridas de 
hissopo e 10 g de folhas de bétula (vidoeiro) para 1 l de água fervente,
infundir 15 minutos e coar O Decocção de labaçol, 20 g de raízes para 1 
l de água, ferver 4 minutos, infundir 4 minutos O Infusão de rinchão, 30
g de sumidades floridas e folhas para 1 l de água fervente, infundir 15 
minutos O Infusão de sabugueiro, pôr 5 g de flores secas numa chávena de
água fervente, coar sem

infundir; 1 chávena de manhã e 1 chávena à noite
O Decocção de frutos de silva­macha, 50 g de frutos esmagados para 1 l 
de água, ferver 1 minuto e coar cuidadosamente O Decocção de urtigão, 50
g de raízes e folhas em 1 l de água, ferver 4 minutos.

Dartro. Nome dado outrora a diferentes afecções da pele, corno herpes, 
eczenla, impigens, etc. Já não se usa, pois são utilizadas designações 
mais específicas.

USO EXTERNO * Lavar de manhã e à noite, sem esfregar, com: * Decocção de
acanto, 100 g de folhas frescas para 1 l de água, ferver 15 minutos O 
Decocção de amieiro, 80 g de casca seca para 1 l de água, ferver 10 
minutos O Decocção de armoles, 50 g de folhas frescas para 1 l de água, 
ferver 15 minutos O Decocção de bardana, 100 g de raízes frescas 
cortadas em pedaços para 1 l de água, ferver 15 minutos O Decocção de 
becabunga,
50 g de flores e de folhas para 1 l de água fria, tapar, ferver 10 
minutos, infundir 15 minutos; aplicar tépida O Decocção de bétula 
(vidoeiro),
25 g de casca seca para 1 l de água, ferver 10
minutos O Decocção de cânhamo, 30 g de sementes para 1 l de água, ferver
15 minutos O Decocção de dulcamara, macerar durante 4 horas
50 g de caules cortados em 1 l de água fria, aquecer lentamente, ferver 
5 minutos; utilizar tépida O Decocçâo de énula­campana, 80 g de raízes 
secas para 1 l de água, ferver 10 minutos
O Decocção de erva­coalheira, 20 g de planta florida seca e picada para 
1 l de água, ferver 5 minutos, infundir 10 minutos O Infusão de erva­de­
sã o­roberto, 25 g de planta florida para 1 l de água fervente, infundir
20 minutos O Decocção de saboeira, 75 g de raizes secas para 1 l de 
água, ferver 10 minutos num recipiente tapado e

coar imediatamente O Decocçâo de escrofulária­nodosa, 100 g de planta 
inteira seca para 1 l de água, ferver 30 minutos O Infusão de fumária,
45 g de planta fresca inteira para 1 l de água fervente, infundir 15 
minutos O Decocção de morso­diabólico, 50 g de planta inteira seca para 
1 l de água, ferver 5 minutos, infundir 10 minutos O Decocção de 
pulmonária, 30 g de sumidades floridas frescas para 1 l de água, ferver 
5 minutos, infundir 10 minutos O Infusão de pulsátila, 20 g de folhas e 
de flores secas partidas para 1 l de água fervente, infundir 15 minutos,
deixar arrefecer O Decocção de ulmeiro, demolhar durante
1 hora 60 g de casca seca em 1 l de água fria, depois aquecer 
lentamente, ferver 5 minutos, infundir 15 minutos O Suco fresco de: ­ 
erva­dos­calos, ­ pepino, ­ saião­curto, diluído no dobro do seu peso de
água. * Para preparar com antecedência O óleo de urze: colocar num 
recipiente de vidro ou de barro
80 g de sumidades floridas e O,5 1 de azeite, aquecer lentamente em 
banho­maria, sem que o óleo atinja a ebulição, durante 1 hora, tapar, 
deixar repousar durante 8 dias, mexendo de quando em quando, filtrar e 
conservar num frasco rolhado; pincelar as lesões com este óleo 1 vez por
dia.

Uso interno Simultaneamente com os tratamentos externos * Tomar durante 
1 semana 3 chávenas por dia: * Infusão de amor­perfeito­bravo, 30 g de 
flores para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos e

coar; beber entre as refeições O Infusão de choupo­negro, 50 g de gemas 
para 1 l de água fervente, infundir 15 minutos e coar O Decocção de 
labaçol, 25 g de raiz seca cortada em pedaços para 1 l de água, ferver 2
minutos, infundir is minutos.
O Sunio fresco de groselheira­vermelha, 250 g por dia, puro ou diluído 
em água não açucarada, em 4 doses, das quais 1 em jejum.

Dentes. As plantas podem ser utilizadas na higiene quotidiana dos dentes
e também como preventivo das cáries. Algumas delas podem mesmo

acalmar momentaneamente a dor, enquanto se aguarda a intervenção do 
dentista.

USOSINTERNO EEXTERNO Para evitar as cáries
O Mastigar folhas frescas de erva­alheira.
389
O Utilizar pó de cavalinha como dentifrício O Cavalinha como preventivo:
1 g de pó de planta seca misturado com meia colher de mel, 2 vezes por 
dia; para tomar todos os anos, 3 semanas por mês durante 3 meses.

Para limpar e branquear os dentes
O Colocar sobre a escova de dentes pó: ­ de sementes de anis verdes, ­ 
de tomilho misturado com igual peso de carvão de choupo­negro O Esfregar
os dentes com sumo de limão puro ou 1

casca do mesmo; 1 vez por semana.

Para eliminar o tártaro dos dentes
O Esmagar 1 morango na escova e esfregar.

Para aliviar a dor de dentes
O Mastigar uma folha fresca: ­ de erva­das­colheres, ­ de malva, ­ de 
néveda, ­ de parietária O Inserir dentro do dente dorido algodão 
embebido no suco de uma destas plantas O Bochechar com: ­ infusão de 
tanaceto, 50 g de sumidades floridas para 1 l de água fervente, de 
tanchagem, 100 g de folhas para 1 l de água fervente, infundir 10 
minutos O Lavar a boca

com a seguinte preparação: macerar durante 15 dias em 1 l de álcool a 
900 alecrim, orégãos e tomilho, 20 g de cada planta, depois filtrar e

conservar em frasco rolhado.

Parafacilitar a saída dos dentes das crianças
O Dar raiz de alteia para mastigar.

V. também: Boca.

Depressão. O estado depressivo manifesta­se pelo enfraquecimento geral, 
psíquico e físico, do organismo. As suas causas são frequentemente 
evidentes (tristeza, decepção, choque psicológico, convalescença, etc.).
Se este estado não é aparentemente justificado por qualquer das causas 
enumeradas, é indispensável uma ajuda médica.

Uso interno
O Para estados depressivos beber: 1 copo pequeno de: O Vinho de 
balsamita, 15 g de sumidades floridas secas em 1 l de vinho fervente, 
infundir
10 minutos, coar e conservar num frasco rolhado
O Vinho de erva­benta, macerar durante 5 dias
50 g de rizoma em 1 l de bom vinho tinto, filtrar e conservar num frasco
rolhado.
O Infusão de alecrim, 20 g de sumidades floridas para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos; 2 chávenas por dia O Infusão de 
cornichão, 80 g de flores secas para 1 l de água fervente; tomar 3 
chávenas por dia durante 8 dias O Infusão de macela, 15 g de flores 
secas para 1 l de água fervente, infundir 15 minutos; 1 chávena antes do
deitar O Infusão de salva, 20 g de folhas secas

para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão composta de 20 
g de folhas de salva e

20 g de flores de macela para 1 l de água fervente, infundir 15 minutos;
beber muito quente e

com muito açúcar.
O Cura de 8 dias com valeriana: macerar 15 g de

raízes frescas numa chávena de água fria durante
1 noite; beber de manhã.

Dermatose. V. Pele.

Descalcificação. V. Desmineralização.

Desinfecção. Limpeza de um local, por vezes de um quarto de um indivíduo
com uma doença contagiosa.

USO EXTERNO
O Queimar numa chaminé ou numa braseira madeira: ­ de eucalipto, ­ de 
faia (dela se extrai industrialmente a creosota, um poderoso 
desinfectante) O Espalhar sobre as brasas folhas de:
­ eucalipto (secas), ­ loureiro, ­ salva, bagas de zimbro O Ferver 
durante muito tempo as folhas de salva no local a desinfectar.

Desmineralização. Diminuição dos elementos minerais dos ossos, das 
faneras (unhas e dentes).

Uso interno Todos os cereais são ricos em elementos minerais, sobretudo:
­ o centeio e o trigo, que se

podem consumir sob as suas diversas formas alimentares, ­ a soja, devido
ao seu teor em cálcio, fósforo e magnésio, ­ o trigo­sarraceno. De entre
as hortaliças citam­se: ­ os espinafres, que devem ser consumidos crus, 
misturados com outros alimentos também crus, como: ­ os rabanetes, ­ a 
beterraba hortícola. De entre os frutos, além das vitaminas que contêm, 
a castanha, ingerida cozida, é extremamente vantajosa; ­ a laranja é 
igualmente rica em sais minerais.

A planta medicinal mais utilizada nos casos de
desmineralização é a cavalinha. Esta planta contém cálcio, potássio, 
magnésio, ferro, fósforo e

sobretudo sílica O Utiliza­se o caule seco em decocção: 50 g para 1 l de
água, ferver 30 minutos; beber 3 copos por dia antes das refeições 
principais.

Diabetes. Doenças de gravidade variável: diabetes mellitus, diabetes 
insípida, doença de Addison, etc., que têm em comum, entre outros 
sinais, sede intensa e muitas vezes prurido. Todo o
indivíduo diabético deve ser tratado pelo médico e submeter­se a um 
regime alimentar rigoroso. As plantas em seguida citadas podem actuar 
sobre algumas das manifestações desagradáveis destas doenças.

Uso interno Para substituir o pão
O Os glúcidos assimiláveis serão fornecidos por:
­ alcachofra, ­ batata, ­ tupinambo.

Para substituir o pequeno­almoço
O Infusão de almeirão, 40 g de raízes secas e
torradas para 1 l de água fervente O Decoeção de
390
almeirão, 20 g de raízes secas para 1 l de água, ferver 5 minutos, 
infundir 10 minutos.
O Beber >todas as manhãs meio copo de suco fresco de vagem de feijão 
verde O Comer: almeirão, ­ aveia, ­ cebolas cruas,           couve crua 
e cozida, ­ lapsana em salada,          milho, nozes.

Tomar 3 chávenas por dia: O Infusão de agrimónia, 30 g de sumidades 
floridas e folhas para
1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Decocção de bardana­maior, 
50 g de raízes frescas para 1 l de água, ferver 15 minutos O Infusão de 
pé­de­leão, 30 g de planta para 1 l de água fervente, infundir 10 
minutos. * Tomar 2 chávenas por dia entre as refeições: * Decocção 
composta de 30 g de folhas secas de arando e 10 g de planta seca de 
galega para 1 l de água fervente, infundir 5 minutos O Infusão de erva­ 
de­sã o­roberto e de sempre­noiva, 20 g de cada planta seca para 1 l de 
água fervente, infundir 15 minutos O Decocção de escrofulária­nodosa, 15
g de rizoma para 1 l de água, ferver 10 minutos O Infusão de nogueira, 
20 g de folhas para 1 l de água fervente, infundir 15 minutos O Decoeção
de oliveira, 30 g de folhas frescas para
1 l de água, ferver 20 minutos O Infusão de salva, 15 g de folhas para 1
l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de silva, 20 g de 
folhas secas para 1 l de água fervente, infundir 15 minutos O Infusão de
urtigão, 50 g de planta inteira para 1 l de água fervente, infundir 15 
minutos. * Tomar 1 chávena por dia de manhã, 10 dias por mês: O Decocção
de alforvas, 40 g de grãos para 1 l de água, ferver 15 minutos. * Tomar 
1 l por dia durante 10 dias: O Decocção de pervinca, 30 g de folhas 
secas para 1 l de água, ferver 2 minutos, infundir 10 minutos.

Diarreia. Sintoma de numerosas afecções, por vezes graves: irritação 
digestiva, intoxicação alimentar, desequilíbrio da flora intestinal, 
doença infecciosa ou parasitária, afecção neurovegetativa, cancro. 
Quando uma diarreia se prolonga anormalmente, é indispensável consultar 
o médico.

Uso interno
O Geleia de líquen­ da­i slândia, ferver 25 g de planta em O,5 1 de 
leite até à obtenção de uma

geleia; tomá­la com mel ou compota às colheres de café O Infusão de n 
arei so­trombeta, 1 g de flores secas em pó, ou seja a ponta de 1 faca, 
para 1 chávena pequena; 3 colheres de sopa ao

longo do dia O Infusão de saião­curto, 10 g para
1 l de água fervente, infundir 10 minutos e coar; beber 1 copo de 2 em 2
horas. * Dose para 1 dia: O Decocção de funcho, 20 g de raízes secas 
para 1 l de água, ferver 15 minutos, infundir 3 minutos; beber muito 
quente O Decocção: ­ de pimpinela, ­ de sanguissorba­ _oficinal, 30 g de
planta fresca para 1 l de água, ferver 10 minutos e coar O Infusão de 
urtigão,
25 g de caules e folhas secas para 1 l de água fervente, infundir 15 
minutos O Infusão de urze,
30 g de sumidades floridas para 1 l de água em

ebulição, ferver 2 minutos, infundir 10 minutos
Dose para 2 dias: O Infusão de avoadinha, 50 g de planta para 1 l de 
água fervente, infundir 10 minutos e coar  O Infusão de erva­benta, 50 g
de raí zes para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos e coar O 
Decocção de medronheiro, 40 g de folhas para 1 l de água, ferver 10 
minutos, filtrar e adoçar. * Beber 1 chávena por dia: O Infusão de 
acanto,
8 g de folhas secas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos e 
filtrar; beber em 2 doses O Decoeção de erva­sofia, 20 g de planta seca 
para
1 l de água, ferver 5 minutos, infundir 10 minutos O Vinho quente de pé­
de­leão, 40 g de planta para 1 l de vinho tinto fervente, infundir 10 
minutos.

* Beber 2 chávenas por dia: O Infusão de agrimónia, 40 g de flores e 
folhas para 1 l de água fervente, infundir 15 minutos O Infusão de 
agripalma, 20 g de planta para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos
O Infusão de alfenheiro, 15 g de folhas ou flores para 1 l de água 
fervente, infundir 5 minutos O Infusão de búgula, 40 g de planta seca 
para 1 l de água, infundir 10 minutos
O Decoeção de cinoglossa, 25 g de raízes para
1 l de água, ferver 10 minutos e coar O Infusão de drias, 20 g de folhas
secas partidas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão 
de epilóbio, 30 g de folhas secas para 1 l de água fervente, infundir 10
minutos O Infusão: ­ de lisimáquia­numular, 30 g de planta inteira, ­ de
lisimáquia, 30 g de flores e folhas para 1 l de água fervente, infundir 
10 minutos O Decocção de morangueiro, 20 g de raizes para 1 l de água, 
ferver 10 minutos O Infusão de pilosela, 60 g de folhas frescas picadas 
para 1 l de água fervente, infundir 5 minutos O Infusão de pimpinela­
mag­ na, 30 g de raízes frescas para 1 l de água fervente, infundir 15 
minutos e filtrar O Infusão de pirliteiro, 10 g de frutos maduros secos 
para 1 l de água fervente O Infusão de sanícula, 30 g de planta florida 
seca para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de sempre­
noiva, 30 g de planta para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O 
Infusão de tanchagem e de zaragatoa,
100 g de folhas para 1 l de água fervente, infundir 15 minutos O 
Decocção de ulmeiro, 40 g de casca seca para 1 l de água, ferver, 
reduzir até
O,75 1 O Infusão composta de 20 g de flores e de folhas de urtiga­
branca, 30 g de folhas de silva,
20 g de flores de alteia para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos.
* Beber 3 chávenas por dia: O Infusão de consolda­maior, 25 g de raízes 
para 1 l de água fervente, infundir 2 horas e coar O Infusão de erva­de­
são­roberto, 25 g de sumidades floridas e de folhas para 1 l de água 
fervente, infundir 15 minutos O Infusão de erva­ulmeira, 30 g de planta 
com raiz em 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Decocção de 
escolopendra, 20 g de folhas frescas ou secas em 1 l de leite, ferver 10
minutos, coar, tomar entre as refeições O Infusão de fel­da­terra, 40 g 
de sumidades floridas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O 
Decocção de satureja, 80 g de planta para 1 l de água, ferver
10 minutos O Infusão de tasneirinha, 30 g de raízes para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos.
391
* Comer durante alguns dias: ­ polpa de abóbora, ­ polpa de alfarroba, ­
arroz, ­ castanhas, ­ cenouras, ­ cevada, ­ couve, ­ maçãs raladas, ­ 
milho­miúdo, ­ polpa de nêsperas, ­ nozes, ­ peras, ­ polpa de 
tramazeira,
­ uvas O Beber todos os dias, diluído em água, sumo: ­ de bagas frescas 
de arando­de­baga­vermelha, ­ de groselha.

Preparações para ter de reserva

* Vinho de: ­ argentina, ­ cinco­em­rama, tormentila, macerar durante 8 
dias 75 g de raízes

secas e esmagadas em 1 l de vinho do Porto tinto e coar; 3 copos de 
licor por dia O Vinho de azevinho, deitar 30 g de folhas em 1 l de vinho
tinto em ebulição, ferver 10 minutos; beber 1 colher de sopa até 100 g 
por dia. * Xarope de silva­macha, esmagar 200 g de frutos, espremer, 
ferver o sumo com igual peso de açúcar, mexer até engrossar, conservar 
em frascos rolhados; 3 colheres de sopa para adultos, meia dose para 
crianças.
O Geleia de musgo­da­irl anda, 15 g de planta seca cortada para 1 l de 
água, ferver até atingir consistência; de 1 a 2 colheres de sopa por 
dia.

Diarreias disentéricas Comer: ­ armoles, ­ ruibarbo.

Diarreias das crianças no período da dentição
O Pó de salgueirinha, 1 g, isto é, a ponta de 1 faca, de sumidades 
floridas secas pulverizadas; em 2 doses com 1 colher de mel por dia O 
Xarope de vara­de­ouro (receita do Dr. Leclerc), ferver 100 g de 
sumidades floridas secas em 1 l de água durante 10 minutos, infundir 
durante 12 horas, coar espremendo, dissolver 1,5 kg de açúcar e 
misturar, arrefecer e coar; 2 copos pequenos por dia.

Diarreias provocadas pelos antibióticos
O Comer arandos O Juntar à alimentação alho e pimentos O Temperar as 
saladas com sumo de limão.

USO EXTERNO

Clister com 200 g de líquido morno: O Decocção de bistorta, 60 g de 
raízes para 1 l de água, ferver 15 minutos e coar O Decocção de
80 g de casca seca de carvalho para 1 l de água fria, ferver 45 minutos 
e coar O Infusão de erva­férrea, 30 g de planta para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos, coar, deixar amornar. * Clister com 200 g
de líquido frio: O Decocção de cipreste, 50 g de gálbulas em 1 l de 
água, ferver 10 minutos e coar.

Digestão. Conjunto das transformações sofridas pelos alimentos a vários 
níveis do tubo digestivo e que os tornam assimiláveis pelo organismo. As
alterações da digestão podem ser devidas a um mau funcionamento dos 
órgãos ou das glándulas digestivas. Apresentam­se seguidamente algumas 
preparações susceptíveis de actuar sobre as digestões difíceis e 
dolorosas, as dispepsias, acompanhadas de sensação de peso, 
enfartamento, azia.

Uso interno
O Infusão de acanto, 10 g de folhas secas para
1 l de água fervente, infundir 5 minutos e filtrar;
1 chávena para beber durante o dia em várias doses. * Beber 1 chávena 
depois das 2 refeições principais: O Infusão de ami, 40 g de sementes 
para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de cála mo­ 
aromático, 8 g de rizoma seco para 1 l de água fervente O Decocção de 
canabrás, 15 g de raízes para 1 l de água, infundir 10 minutos O Infusão
de coentros, 40 g de frutos para 1 l de água fervente, infundir 10 
minutos O Decocção de cominhos, 30 g de sementes para 1 l de água, 
ferver 5 minutos, infundir 10 minutos O Infusão de loureiro, 30 g de 
folhas frescas ou secas para
1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Decocção de lúpulo, 15 g de 
cones floríferos secos para 1 l de água, ferver 2 minutos e coar; beber 
imediatamente O Infusão de melissa­bastarda, 50 g de planta seca para 1 
l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de nêveda, 50 g de 
planta seca para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos.

* Beber 1 chávena antes das 2 refeições principais: O Infusão de cardo­
santo, 40 g de sumidades floridas para 1 l de água fervente, infundir 10
minutos O Infusão de cocleária, 50 g de folhas para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos O Infusão de salsa, 4 g de sementes para 1
l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de trevo­d'água, 60 g 
de folhas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos. * Para 
utilizar durante todo o ano: O Adicionar regularmente açafrão aos 
alimentos O Comer: alhos­porros, ­ ervilhas, pelo menos 1 vez por semana
O Beber todos os dias chá de mentas, adicionando ao chá verde, na 
chaleira, 40 g de folhas frescas de uma das mentas, infundir 10 minutos,
e na chávena introduzir um pequeno ramo da mesma menta fresca, adoçando 
com muito açúcar. * Preparações agradáveis para conservar em

frascos rolhados; beber 1 copo pequeno: O Licor de alcaravia, macerar 
durante 1 semana 25 g de sementes em 1 l de aguardente, filtrar e 
adicionar
400 g de xarope comum; tomar depois das refeições O Licor de angélica, 
macerar durante 5 dias em 1 l de aguardente 15 g de caules recentes e 15
g de amêndoas amargas esmagadas, filtrar, adicionar 500 g de xarope 
comum e filtrar de novo; tomar depois das refeições O Vinho de aspérula­
odorífera, macerar durante 5 horas num recipiente tapado 40 g de planta 
seca em 1 l de vinho branco com 20 g de açúcar e algumas rodelas de 
laranja, coar, deixar em repouso 1 noite, filtrar no dia seguinte por 
papel de filtro; tomar antes das refeições O Licor de cerejas, macerar 
durante 2 meses 1 kg de cerejas sem pé, esmagadas com os caroços, em 3 1
de aguardente, passar por um peneiro fino, adicionar 500 g de açúcar por
garrafa, rolhar e deixar repousar; tomar depois das refeições O Vinho de
erva­benta, macerar
durante 24 horas 40 g de rizoma cortado em pedaços em 1 l de bom vinho 
tinto e depois filtrar; tomar depois das refeições O Licor de estragão, 
macerar durante 2 meses 60 g de folhas frescas
392
em 1 l de aguarctente, coar e adicionar 300 g de xarope comum; tomar 
depois das refeições O Licor de losna, macerar durante 2 semanas, 
mexendo de vez em quando, 40 g de folhas de losna secas, filtrar e 
adicionar 500 g de xarope comum; depois das refeições O Vinho de macela 
ou de matricária, macerar durante 5 dias 80 g de flores secas em 1 l de 
vinho branco doce e filtrar; tomar depois das refeições. * Preparações 
para serem conservadas em frascos pequenos de vidro corado bem rolhados;
tomar 20 gotas num copo de água pouco açucarada. Depois das refeições: O
Tintura de genciana, macerar durante 6 dias 6 g de raízes secas e

cortadas em 60 g de álcool a 600 e filtrar. Antes das refeições: O 
Tintura de carvalhinha, macerar durante 1 semana 5 g de sumidades 
floridas secas em 50 g de álcool a 600 e filtrar. * Tomar 10 gotas 
depois das refeições: O Tintura de hissopo, macerar durante 3 semanas 20
g de sumidades floridas e 20 g de folhas de hortelã­pimenta em 1 l de 
álcool a 601 e filtrar O Tintura de limão, macerar durante 1 semana 60 g
de casca de fruto não tratado quimicamente em 100 g de álcool a 600 e 
filtrar.

V. também: Estômago, Fígado, Intestino.

Dismeinorreia. V. Menstruação.

Dispepsia. V. Digestão.

Dispneia. V. Pulmão.

Diurese. Eliminação de urina e portanto de substáricias (metabolitos) 
por ela transportados. As plantas com propriedades diuréticas são muito 
numerosas. Deverão escolher­se as que melhor convierem a cada organismo.

Uso interno
O Decocção de aljófar, 30 g de planta inteira em

1 l de bom vinho branco, ferver 3 minutos, infundir 10 minutos e coar; 1
copo em jejum todas as manhãs durante 8 dias O Decocção de buglossa, 30 
g de sumidades floridas e de folhas secas para 1 l de água fria, ferver 
10 minutos; 3 chávenas por dia entre as refeições O Decocção de cardo­
corredor, 40 g de raizes para 1 l de água, ferver 5 minutos; 4 chávenas 
por dia entre as refeições O Decocção de pés de cereja, 45 g para
1 l de água, ferver 10 minutos; 2 tigelas grandes por dia O Infusão de 
erva­coalheira, 20 g para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos; 2 
chávenas por dia O Decocção de espargo­hortense, 50 g de raízes para 1 l
de água, ferver 10 minutos e

coar; beber em 2 dias O Decocção de feto­real,
20 g de rizoma seco para 1 l de água, tapar, ferver 5 minutos, infundir 
5 minutos; 2 copos por dia O Infusão de goiveiro­amarelo, 25 g de flores
secas para 1 l de água fervente; 3 chávenas por dia entre as refeições O
Infusão composta de 40 g de cascas secas de maçã e 40 g de folhas secas 
de
pereira para 1 l de água fervente O Decocção de oliveira, 30 g de folhas
frescas ou secas para 1 l de água, ferver 10 minutos, infundir 10 
minutos e coar; beber 1 chávena o mais quente possível antes das 2 
refeições principais O Decocção de pereira, 45 g de folhas em 1 l de 
água, ferver 3 minutos, infundir 15 minutos e coar; 2 chávenas por dia O
Decocçáo de quaresma, 30 g de planta fresca para 1 l de água, ferver 5 
minutos e coar; dose para 2 dias O Decocção de sempre­noiva,
40 g de planta inteira seca para 1 l de água, ferver para reduzir até 
O,5 1, coar imediatamente;
2 copos pequenos por dia. * Vinho de alho­porro, macerar durante 1 manhã
5 g de sementes de alho­porro em 1 l de vinho branco e coar; 3 copos de 
licor por dia * Vinho de erva­ulmeira, 50 g de flores frescas em

1 l de vinho branco fervente, infundir 10 minutos; 2 copos pequenos por 
dia O Vinho de escrofulária­nodosa, macerar durante 12 horas 15 g de 
rizoma seco e esmagado em 1 l de vinho branco de boa qualidade; 2 copos 
de licor por dia durante 1 semana.

Muito aconselhado: sopa com alho­porro e pastinaga.

Dor. Sensação desagradável que pode localizar­se em qualquer parte do 
corpo, com causas e características muito variáveis.

USO EXTERNO
O óleo de jasmineiro­galego, macerar, pelo menos durante 1 mês, 100 g de
flores frescas ou

secas em 300 g de azeite; aplicar uma compressa embebida nesta 
preparação nas zonas doridas O Cataplasma de folhas verdes de losna, 
aquecidas e esmagadas entre os dedos O Decocção de folhas de loureiro, 
150 g para 1 l de água, ferver 2 horas e coar; friccionar com o líquido 
O Cataplasma de flores de macela cozidas em água O Fomentação de vinho 
de salgueiro­branco obtida por ebulição lenta durante 2 horas, num 
recipiente tapado, de 50 g de folhas O Maceração de vide­branca, 200 g 
de folhas frescas cortadas em

tiras em 1 l de álcool a 600 durante 8 dias, mexer todos os dias; coar e
conservar num frasco rolhado; friccionar.

Uso interno Para as dores musculares
O Infusão de folhas de freixo, 40 g de folhas para 1 l de água fervente,
infundir 20 minutos e

coar; 2 chávenas por dia.

Para todas as dores e pancadas
O Infusão de coentros, 30 g de frutos para 1 l de água fervente; 1 
chávena.

V. também: Artrite, Cólica, Dentes, Dores musculares, Entorse, Estômago,
Ferida, Nevralgia, Panarícío.
Dor de cabeça. V. Cefaleia, Enxaqueca.
393
Dor de garganta. V. Anginas, Faringite, Laringite, Voz.

Dores musculares. Fadiga muscular acompanhada de dor devida a um excesso
de práticas desportivas ou às primeiras perturbações de uma doença 
infecciosa (gripe, por exemplo).

USOS EXTERNO E INTERNO
* Friccionar com metade de 1 limão.
* Infusão de choupo­negro, 20 g de gemas secas

para 1 l de água fervente, infundir 30 minutos; 3 chávenas por dia; 
esfregar simultaneamente as

zonas doridas com uma maceração de choupo­negro: colocar durante 1 mês 
100 g de gemas secas esmagadas em 1 l de aguardente e não retirar as 
gemas da preparação.

 ECZEMA. SURGIMENTO, EM QUALQUER PARTE DO CORPO,
de uma zona vermelha e pruriginosa que se cobre de vesículas. Estas 
rebentam, deitando uma serosidade, surgindo depois a crosta. Qualquer 
que seja a

causa, o eczema pode reagir favoravelmente à acção das plantas. Pode 
fazer­se anualmente, na

Primavera, uma cura de limpeza.

Uso interno * Tomar 2 chávenas por dia: O Decocção de amor­perfeito­
bravo, 20 g de flores e de folhas frescas para 1 l de água, ferver 1 
minuto, infundir 10 minutos O Decoeção composta de 20 g de flores e de 
folhas de amor­perfeito­bravo, 10 g de raizes de gatunha e 10 g de 
raizes de saboeira para 1 l de água, ferver 15 minutos O Decoeção de 
cardo­penteador­bravo, 40 g de raizes secas

para 1 l de água, ferver 10 minutos O Decocção de carlina, 20 g de 
raizes para 1 l de água, ferver
10 minutos O Decocção de cenoura, 30 g de sementes para 1 l de água, 
ferver 1 minuto, coar

imediatamente e beber; preparar apenas 1 chávena de cada vez O Decocção 
composta de 20 g de raízes de saboeira e 40 g de rizoma seco de grama­
francesa para 1 l de água, ferver 30 minutos
O Infusão de fumária, 20 g de planta florida para
1 l de água fervente, infundir 10 minutos, pôr muito pouco açúcar O 
Decocção de vara­de­ouro, 40 g de sumidades floridas para 1 l de água, 
ferver 5 minutos, infundir 10 minutos.

USO EXTERNO * Lavar 2 vezes por dia as lesões com: O Suco fresco de 
aliária, tendo a planta sido previamente lavada com cuidado O Decocção 
de arando, 50 g de bagas e de folhas partidas para 1 l de água, ferver 
10 minutos e coar O Decocção de salgueirinha, 80 g de sumidades floridas
e de folhas novas secas para 1 l de água, ferver 1 minuto, deixar 
amornar e filtrar O Decocção de tremo394
ços, 30 g de sementes em 1 l de água, aquecer lentamente até à ebulição,
ferver 15 minutos, deixar amornar, coar, adicionar 50 g de vinagre, 
conservar num frasco rolhado e utilizar nos 5 dias seguintes.

V. também: Cura de Primavera.

Edema. Acumulação de serosidade nos tecidos, localizada ou generalizada.
Ao nível da pele, o edema caracteriza­se por uma turnefacção ou um 
inchaço, por vezes muito pronunciado, de aspecto variável. É necessário 
procurar a sua causa (rins, coração, insuficiência circulatória) e 
tratá­la.

Uso interno * Beber 3 chávenas diárias durante 3 semanas: * Infusão de 
bonina, 50 g de flores e de folhas para 1 l de água fervente, infundir 
10 minutos O Infusão de borragem, 60 g de flores para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos O Decocção de cardo­corredor, 40 g de 
raizes para 1 l de água, ferver 5 minutos, infundir 10 minutos; 
quantidade para 2 dias O Infusão de fidalgui­ nhos, 30 g de planta para 
1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de gatunha, 30 g de 
flores e de folhas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O 
Decocção de gilbarbeira,
30 g de rizoma para 1 l de água, ferver 15 minutos, infundir 15 minutos 
O Decocção de levístico, 20 g de raizes para 1 l de água, ferver 5 
minutos, infundir 5 minutos O Decocção de parietária, 25 g de planta 
fresca para 1 l de água, ferver
5 minutos, infundir 10 minutos; dose para 2 dias
O Infusão de pilosela, 80 g de planta fresca para
1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de rábano­rústico, 
15 g de raízes para 1 l de água fervente, deixar repousar 1 noite e 
filtrar O Infusão de ulmeira, 60 g de folhas e de flores secas para 1 l 
de água fervente, infundir 10 minutos O Decocção de urtigão, 50 g de 
raizes para
1 l de água, ferver 10 minutos, infundir 10 minutos; quantidade para 2 
dias O Decocção de vara­de­ouro, 40 g de sumidades floridas e de caule 
para 1 l de água, ferver 3 minutos, infundir 10 minutos; quantidade para
2 dias.

Especialmente indicados para os edemas das pernas e dos tornozelos * 
Beber 3 chávenas por dia: * Decocção de milho, 40 g de estigmas para 1 l
de água, ferver
10 minutos, infundir 10 minutos O Infusão de salsa, 20 g de sementes 
para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos. * Beber 2 chávenas por 
dia: O Decocçâo de amor­ de­hortelão, 30 g de planta para 1 l de água, 
ferver 10 minutos, infundir 10 minutos. * Beber só 1 chávena ao longo do
dia em pequenos golos: O Infusão de graciosa, 10 g de planta seca para 1
l de água fervente, infundir 5 minutos O Infusão de pimenta­d'água, 5 g 
para 1 chávena de água fervente, infundir 10 minutos. * Beber às 
colheres de sopa até 20 por dia (não ultrapassar): O Infusão de 
giesteira­das­vassouras, 25 g de flores para 1 l de água fervente.
* Vinhos, para tomar em doses de 1 copo pequeno todas as manhãs: O Vinho
de alho­porro, adicionar ao equivalente a 1 copo de vinho branco 
fervente 3 g de sementes, infundir 10 minutos e beber imediatamente O 
Vinho de alquequenje, macerar durante 10 dias 30 g de caules, folhas e

bagas em 1 l de vinho branco e coar O Vinho de bétula (vidoeiro), 
macerar durante 8 dias 50 g de casca em 1 l de vinho tinto e coar O 
Vinho de cebola, pôr 500 g de cebolas cruas completamente esmagadas, se 
possível centrifugadas, em 1 l de vinho branco, adicionar 100 g de 
xarope comum; 2 colheres de sopa antes das refeições O Vinho de 
escrofulária­nodosa, ralar 50 g de rizoma em 1 l de vinho branco, 
macerar durante
8 dias e coar O Vinho de visco, macerar durante

8 dias 30 g de folhas em 1 l de vinho branco e coar O Vinho de zimbro, 
deitar em 1 l de vinho tinto 50 g de bagas esmagadas, ferver 1 minuto, 
macerar 48 horas e coar.

USO EXTERNO Para as pernas inchadas * Banhos tépidos de 10 minutos, 
seguidos de uma passagem por água fria. O doente deve estender­se em 
seguida com as pernas ligeiramente levantadas: O Banho de alecrim, 
decocção de
60 g de folhas para 3 1 de água com 20 g de sal grosso, ferver 10 
minutos e coar O Banho de nogueira, decocção de@ 500 g de folhas em 4 1 
de água fria, ferver 10 minutos e coar O Banho de salva­esclareia, 300 g
de folhas em 4 1 de água fervente, infundir 10 minutos e coar.

Para os tornozelos inchados
O Compressas de engos: O Infusão de 50 g de flores em 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos e coar O Compressas de hera: decocção de
100 g de folhas frescas para 1 l de água, ferver
10 minutos e coar.

Para as pálpebras inchadas
O Compressas de aveleira: infusão de 20 g de folhas para 1 l de água 
fervente, infundir 10 horas e coar.

Enfisema pulmonar. Dilatação dos alvéolos pulmonares, que passam a ter 
mais ar que normalmente. A respiração está alterada por uma

diminuição da elasticidade das paredes alveolares. Surge sobretudo 
depois dos 50 anos.

USO EXTERNO
O Inalação de betónica, decocção de raiz e de folhas, 50 g em 1 l de 
água, ferver 10 minutos, retirar do lume, inalar os vapores o mais 
quente possível, cobrindo a cabeça com uma toalha. Esta preparação, que 
pode ser reaquecida (não filtrar), dá para 3 doses.

Uso interno
O Infusão de abeto­branco, 45 g de gemas para
1 l de água fervente, infundir 10 minutos; 3 chávenas por dia entre as 
refeições O Infusão de borragem, 60 g de flores para 1 l de água 
fervente, infundir 15 minutos, beber quente O DecocENTORSE

ção de chagas, 30 g de folhas frescas para 1 l de água, ferver 3 
minutos; 3 chávenas por dia entre as refeições durante 3 dias.
O Vinho de girassol: macerar ao sol durante 4 semanas num frasco 
transparente 100 g de planta sem a raiz, cortada em pedaços, em 200 g de
álcool a 600, filtrar, conservar num frasco rolhado à sombra, esperar 8 
dias e adicionar 1 l de bom vinho branco; tomar 4 colheres de sopa    
por dia, das quais 2 de manhã em jejum e as outras 2 entre as refeições,
durante 1 semana O Infusão de hera, 20 g de folhas secas para 1 l de 
água em ebulição, ferver 2 minutos, infundir 10 minutos e filtrar 
imediatamente; dose para 1 dia O Vinho de marroio: macerar durante 10 
dias 50 g de sumidades floridas e de folhas secas em 1 l de vinho doce 
natural e filtrar; para tomar como aperitivo antes das 2 refeições 
principais O Infusão de salva, 20 g de flores e de folhas para 1 l de 
água fervente, infundir 10 minutos; 3 chávenas por dia entre as 
refeições.
O Comer alho cru a todas as refeições.

Enjoo. Indisposição generalizada causada pelos movimentos de um veículo:
avião, barco, automóvel, comboio.

Uso interno
O Decocção de cardo­de­ santa­ mari a, 1 g de pó de sementes para 1 
chávena de água, ferver 10 minutos; beber na semana que antecede a 
partida.
O Decocção de líquen­da­islândia, 15 g de planta para 1 l de água, 
ferver 30 minutos num recipiente destapado, coar e deixar arrefecer; 
beber sem açúcar O Infusão de losna, 15 g de sumidades floridas pata 1 l
de água fervente, infundir 10 minutos e coar; 2 chávenas por dia O Vinho
de trevo­d'água, macerar durante 8 dias, agitando de tempos a tempos, 50
g de folhas secas em 1 l de bom vinho tinto e filtrar: 1 cálice de licor
2 vezes por dia.

Entorse. Distensão violenta e dolorosa dos ligamentos, provocando uma 
lesão articular mais ou menos grave.

USO EXTERNO * Untar muito ligeiramente a entorse: O óleo de hipericão, 
cozer em lume muito brando, durante
3 horas, 200 g de sumidades floridas em O,5 1 de azeite, deixar 
arrefecer, filtrar e conservar num frasco bem fechado ao abrigo da luz O
Tintura de arnica, macerar durante 12 dias, em 200 g de álcool a 600, 20
g de flores e de raízes secas, filtrar e conservar num frasco bem 
rolhado; na altura de usar, misturar 20 gotas de tintura com

50 g de glicerina e 60 g de água; fazer compressas com este líquido. * 
Colocar num tecido fino e aplicar: O Cataplasma de folhas de agrimónia 
cozidas em vinagre com um pouco de farelos O Cataplasma de raiz fresca 
ralada de consolda­maior impregnada de azeite O Cataplasma de 50 g de 
folhas secas

de engos cozidas em lume brando, durante 2 horas, em 100 g de azeite.
395
1 * Colocar sobre a articulação compressas molhadas em: O Tintura de 
alecrim e de salva, macerar durante 15 dias em O,5 1 de álcool 20 g de 
sumidades floridas de alecrim e 20 g de sumidades floridas de salva O 
Infusão de tanaceto, 60 g de caules floridos secos em 1 l de água 
fervente, misturar, tapar, infundir 10 minutos e filtrar; colocar uma 
ligadura sobre as compressas, renovando­as de 3 em 3 horas O Esmagar 
folhas frescas: ­ de bonina, ­ de tussilagem; embeber as

compressas com o suco.

Entorse do tornozelo
O Mergulhar o pé numa bacia contendo 3 1 de água quente e 10 g de 
tintura de arnica.

Enurese. Incontinência de urina, mais frequentemente durante a noite. A 
micção na cama pode ter uma causa orgânica ou    psicológica. No caso
das crianças, só se fala de  enurese a partir dos 3 anos. Pode também 
surgir     em pessoas idosas ou obesas.

Uso interno * As preparações líquidas não devem ser tomadas depois das 
18 h: O Decoeção de bistorta, 30 g ­de rizoma seco para 1 l de água, 
ferver 5 minutos; 2 chávenas por dia O Tintura de cipreste, macerar 
durante 24 horas 15 g de frutos em 150 g de álcool a 600, filtrar e 
conservar num frasco opaco e rolhado; 10 a 15 gotas ao jantar, diluídas 
num pouco de água O Infusão de hipericão e de pilosela, 20 g de cada 
planta para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos; 2 chávenas por 
dia
O Decocção de urze, 50 g de sumidades floridas para 1 l de água, ferver 
até reduzir a O,75 1; dose para 2 dias O Decocção de uva­ursina, 25 g de
folhas novas secas para 1 l de água, ferver até reduzir a O,5 1; dose 
para 2 dias. * Ao jantar, para substituir o pão: O Bolacha de urtigão, 
amassar farinha de centeio ou de trigo com uma decocção de urtigão, 10 g
de sementes para 1 l de água, ferver 20 minutos, temperar com sal e 
cozer as bolachas no forno.
O Cura de tuia­vulgar, exclusivamente para adultos, decocção de folhas, 
20 g para 1 l de água, ferver 3 minutos, infundir 5 minutos; beber 1 l 
por dia, 10 dias por mês durante 3 meses.

Envelhecimento. Se associarmos as plantas a uma disciplina higiénica e 
alimentar, estas podem retardar, mas não suprimir, este inevitável 
fenômeno fisiológico.

Uso interno
O Comer muita fruta e legumes frescos, crus ou

cozidos, e cereais. Todos são bons, especialmente o alperce, a aveia, a 
cenoura, o figo, a laranja, a maçã e a uva.
O Beber chá de freixo em abundância: infusão de
40 g de folhas secas para 1 l de água fervente O Suco de hipofaé: colher
os frutos bem maduros, em Outubro, esmagá­los, coar o sumo, adicionar 
metade do seu peso de açúcar, cozer 20 minutos e conservar em frasco 
hermeticamente fechado;

consumir no Inverno O Tomar todos os dias pó de laminárias, 2 vezes 1 g 
numa colher de mel.

Enxaqueca. Dor de cabeça intensa, geralmente unilateral, que surge por 
acessos.

Uso interno, * Tomar 1 chávena e descansar num local escuro: * Infusão 
de alecrim, 20 g de sumidades floridas e de folhas para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos O Infusão de hortelã, 20 g de folhas para 
1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de levístico, 30 g 
de sementes para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de 
passiflora, 20 g de flores em 1 l de água fervente, infundir 15 minutos 
O Decocção de pé­de­leão,
40 g para 1 l de água, ferver 20 minutos, infundir
10 minutos.

USO EXTERNO * Envolver os pulsos com: O Cataplasma de agrimónia, folhas 
cozidas em pequena quantidade de água; aplicadas entre 2 pedaços de 
tecido
O Cataplasma de pulsátila, folhas frescas em volta dos punhos O 
Compressa embebida em algumas gotas de alcoolatura feita com 20 g de 
pulsátila macerada durante 10 dias em 20 g de álcool a
900.

Epidemia. Extensão de uma doença por contágio. Algumas plantas têm acção
protectora em casos de epidemia.

Uso interno
O Mastigar diariamente um pedaço de raiz de angélica O Comer: ­ 
beterraba hortícola crua,
­ cenouras raladas O Comer alho cru a todas as refeições O Beber: ­ suco
de cenoura; 1 copo por dia, ­ sumo de limão; 200 g por dia, sumo de 
tomate; 3 copos diários.

Em épocas de epidemia
O Vinho de angélica, macerar durante 48 horas num recipiente de barro, 
mexendo de vez em

quando, 50 g de raízes misturadas com folhas frescas picadas em 1 l de 
bom vinho tinto, filtrar e conservar num frasco rolhado; 1 copo pequeno 
antes das refeições. * Tomar 3 chávenas por dia: O Decocção de 
eucalipto, 20 g de folhas secas para 1 l de água, ferver 2 minutos O 
Infusão de groselheira, 50 g de folhas para 1 l de água fervente, 
infundir 15 minutos O Infusão de tomilho, 25 g de planta fresca ou seca 
para 1 l de água fervente, infundir
10 minutos.

Epilepsia. Doença que provoca crises convulsivas que requerem cuidados 
médicos. Algumas plantas são úteis,
USO INTERNO
O Pó de artemísia, 15 g de raízes secas moídas misturadas com 30 g de 
mel; tomar durante o dia às colheres de sobremesa O Infusão de buxo, 20 
g
396
de folhas secas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos e coar; 2
chávenas por dia O Infusão de erva­coalheira, 20 g de sumidades floridas
para 1 l de água fervente; 1 chávena por dia O Infusão de laranjeíra­
amarga, 20 g de folhas para
1 l de água fervente, infundir 10 minutos e coar;
4 chávenas por dia O Infusão de orégãos, 15 g de flores para 1 l de água
fervente, infundir 10 minutos; 3 chávenas por dia O Infusão de visco, 15
g de folhas frescas para 1 l de água fervente; 3 ou 4

chávenas por dia.

Epistaxe. Hemorragia nasal.

USO EXTERNO * Introduzir na narina que sangra um algodão embebido: O 
Suco: ­ de bolsa­de­pastor, ­ de limão, ­ de salgueirinha, ­ de sempre­
noiva,
­ de tanchagem, ­ de folhas frescas de urtigão
O Decocção de cavalinha, 30 g para 1 l de água, ferver 8 minutos O 
Decocção de serpão, 30 g para 1 l de água, ferver 3 minutos. * Colocar 
na narina: O Pó de casca de carvalho;
1 pitada O Pó de folha seca: ­ de pilosela; 1 pitada, ­ de sabugueiro; 1
pitada.

Uso interno
O Vinho de aveleira, 5 g de flores masculinas em O,25 1 de vinho 
fervente, infundir 10 minutos;
1 copo O Decocção de cavalinha, 15 g de planta seca para 1 l de água, 
ferver 30 minutos.

Equimose. V. Contusão.

Eritema. Vermelhidão dos tegumentos, localizada ou generalizada, devida 
a numerosas causas.

Pode ser sinal de doença infecciosa, de alteração circulatória ou 
hormonal. Consideram­se apenas os er'temas cutâneos provocados por 
coceira.

USO EXTERNO
O Lavar com: ­ óleo de amêndoas doces, azeite, ­ sumo de pepino fresco O
Polvilhar com: ­ pó de licopódio (formado pelos esporos da planta), ­ pó
de casca de salgueiro­branco.

V. também: Nariz, Pele.

Escara. Lesão constituída por tecido necrosado, frequentemente 
localizada nos pontos de pressão que suportam o peso do corpo durante 
urna permanência prolongada no leito.

USO EXTERNO
O óleo de alfenheiro, num frasco de vidro, deixar macerar 150 g de 
flores, durante 1 mês, ao sol em 1 l de azeite; passar suavemente todos 
os dias algodão embebido neste óleo sobre as escaras.

Escorbuto. Doença, rara nos nossos dias, provocada por uma carência em 
vitamina C. Todos os vegetais frescos e os frutos de consumo corrente
contêm esta vitamina, que existe também nas
sementes germinadas dos cereais.

Uso interno
O Mastigar todos os dias 1 folha fresca de coeleária O Comer couve crua 
picada, temperada com azeite e sumo de limão, pelo menos 3 vezes

por semana O Suco de couve ou suco de agrião;
1 copo por dia O Infusão de erva­de­santa­bárbara, 30 g de folhas 
frescas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos; 3 chávenas por 
dia O Decocção de faia­preta, 20 g de casca de ramos novos para 1 l de 
água, ferver 20 minutos e coar;
2 chávenas por dia. * Algumas preparações mais complexas, mas

deliciosas para os meses de Inverno: O Geleia de bérberis, cozer as 
bagas maduras cobrindo­as de água, ferver 20 minutos, esmagar, passar 
pela peneira, adicionar igual peso de açúcar, ferver novamente, escumar 
2 vezes e pôr em frascos O Conserva de funcho­marítimo: colocar num 
recipiente de barro folhas de funcho­marítimo com

alguns ramos de estragão e 1 punhado de sal grosso, cobrir com vinagre 
vínico fervente; 12 horas depois, retirar o vinagre, passá­lo pela 
peneira, fervé­1o novamente, deitá­lo no recipiente e tapar O Sumo de 
hipofaé, contundir os frutos maduros, coar espremendo, adicionar ao sumo

idêntico peso de açúcar, cozer, ferver durante 15 minutos e engarrafar,

Escoriação. V. Ferida.

Espasmo. Contracção muscular involuntária, que pode situar­se também ao 
nível das vísceras (esófago, estômago, intestino, brônquios, útero).

Uso interno
O Decocção de alcaçuz, 50 g de raízes      para 1 l de água, ferver 3 
minutos; macerar 10     horas O Infusão de anis­verde, 30 g de sementes 
para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de basílico, 30
g de planta fresca para 1 1de água fervente, infundir 10 minutos O 
Infusão de coentros, 30 g de sementes para 1 l de água fervente, 
infundir 10 minutos O Infusão de estaque, 30 g de planta para 1 l de 
água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de hortelã­pimenta, 20 g de
sumidades floridas e de folhas para 1 l de água fervente, infundir 10 
minutos O Infusão de nêveda, 30 g de planta para 1 l de água fervente, 
infundir 10 minutos O Infusão de passifiora, 30 g de folhas e flores 
para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de satureja­
das­montanhas, 50 g de planta para 1 l de água fervente, infundir 10 
minutos. * Preparações mais complexas: O Extracto fluido de onagra, 
infundir durante 20 minutos 20 g de planta em 200 g de água fervente, 
filtrar e

ferver o líquido para reduzir para Vio; meia colher de café numa infusão
de hortelã­pimenta O Alcoolatura de peónia, macerar durante 10 dias
10 g de raizes frescas em 40 g de álcool a 700 e filtrar; em caso de 
espasmos, deitar 5 gotas numa

infusão de hortelã­pimenta O Tintura alcoólica
397
de pirliteiro, macerar durante 15 dias 20 g de frutos e de flores em 100
g de álcool a 700 e filtrar;
20 gotas ao deitar O Alcoolatura de pulsátila, macerar durante 5 dias 25
g de planta fresca em

25 g de álcool a 901 e filtrar; 20 gotas por dia em

2 vezes.

Esterilidade. Incapacidade de conceber. A razão deve ser determinada. Na
ausência de causas orgânicas ou psíquicas, algumas plantas são por vezes
indicadas.

Uso interno
* O alho­porro deve fazer parte da alimentação
* Dois cereais, a aveia e o trigo, sob todas as
suas formas (flocos, papas, bolos, pão integral) têm grande reputação O 
Infusão de salva, 20 g de folhas e de sumidades floridas para 1 l de 
água fervente, infundir 10 minutos; 2 chávenas por dia.

Estômago. Uma das mais dolorosas afecções do estômago é a gastrite, 
ulcerada ou não; porém, outras afecções podem manifestar­se por 
gastralgias, espasmos, aerofagia ou atraso na digestão. Só o médico pode
fazer o diagnóstico.

Uso interno De entre as plantas alimentares benéficas para o
estômago, destacam­se a batata, a cenoura, a cevada, a laranja, a maçã e
as nêsperas.

Atonia do estômago * 2 chávenas por dia: * Vinho de balsamita, macerar 
durante 8 dias 20 g de planta inteira seca

em 1 l de bom vinho tinto e coar; antes ou depois das refeições O 
Infusão de énula­campana, 15 g de raizes secas para 1 l de água 
fervente, infundir
10 minutos; antes das refeições O Infusão de eucalipto, 15 g de folhas 
secas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos; entre as refeições
O Infusão de hera, 50 g de planta florida para 1 l de água fervente, 
infundir 10 minutos; entre as

refeições O Infusão de morugem, 25 g de planta florida fresca ou seca 
para 1 l de água fervente, infundir 15 minutos; antes das refeições O 
Infusã o de nêveda, 40 g de planta para 1 l de água fervente, infundir 
10 minutos; depois das refeições O Infusão de nêveda­dos­gatos, 50 g de 
sumidades floridas secas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos;
entre as refeições O Infusão de ruibarbo, 20 g de raizes secas cortadas

em pequenos pedaços em 1 l de água fervente, infundir 15 minutos; antes 
das refeições O Infusão de satureja, 20 g de sumidades floridas para
1 l de água fervente, infundir 10 minutos; antes ou
depois das refeições O Infusão de: ­ serpão, tomilho, 20 g de planta 
seca em água fervente, deixar ferver alguns segundos, infundir 10 
minutos; entre as refeições.
O Pó de erva­benta, 1 g em 1 colher de mel; antes das refeições.

estômago:Cãibras, gastralgias e espasmos
O Infusão de acácia­bastarda, 40 g de flores para

1 l de água fervente, infundir 10 minutos; antes das refeições O Tintura
de anis­verde, macerar

durante 10 dias 20 sementes em 100 g de álcool a

600, coar, conservar num frasco rolhado; 10 gotas diluídas numa infusão 
de tília ou num copo pequeno de água açucarada O Decocção de argentina, 
30 g de folhas secas para 1 l de água fria, aquecer até à ebulição 
durante 30 segundos, infundir 10 minutos; entre as refeições O Infusão 
de basílico, 20 g de planta para 1 l de água fervente, infundir 15 
minutos; depois das refeições O Infusão de manjerona,     30 g de 
sumidades floridas e de folhas para 1 l de água fervente, infundir 10 
minutos; entre as    refeições O Vinho de orégãos, macerar durante      
1 semana 50 g de sumidades floridas em 1 l de     bom vinho tinto e 
coar; 1 copo pequeno durante     as refeições.

estômago: Dores ulcerosas
O Decoeção de alcaçuz, ferver durante 5 minutos e depois macerar durante
1 noite 50 g de raizes em 1 l de água; quantidade para tomar durante 1 
dia O Decocção de cominhos, 30 g de sementes para 1 l de água, ferver 3 
minutos, infundir 10 minutos; 1 chávena depois da refeição O Macerar 
durante 1 noite, depois de ter levado    à ebulição,
150 g de raizes de consolda­maior em     1 l de água e coar; quantidade 
para 24 horas O       Infusão de melissa, 50 g de sumidades floridas 
para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos; 1 chávena depois da 
refeição.

Estrias cutâneas. Traços, primeiramente vermelhos, depois nacarados, 
semelhantes a cicatrizes, devidos a ruptura das fibras elásticas da pele
submetida a uma distensão.

USO EXTERNO * Aplicar 2 vezes por dia sobre as regiõe@ afectadas: O 
Compressas impregnadas de uma decocção de cavalinha, 40 g de planta seca
para 1 l de água, ferver 3 minutos, deixar amornar e coar

O Cataplasma de hera, cozer algumas folhas num pouco de água, esmagar e 
aplicar entre 2 pedaços de tecido fino O Compressas embebidas numa

decoeção de pé­de­leão, 100 g de folhas para 1 l de água, ferver 5 
minutos, infundir 10 minutos e coar.

Fadiga. Estado de um órgão ou do organismo que provoca uma sensação 
subjectiva de prostração. A fadiga pode levar ao esgotamento e este 
conduzir à morte.

USO EXTERNO Banhos repousantes
O Laminárias, 250 g de planta seca e esmagada para 1 l de água fervente;
misturar num banho O Loureiro, macerar durante 48 horas 350 g de bagas e
de folhas em 5 1 de água fria; misturar
398
num banho muito quente, espremendo a preparação O Pinheiro­bravo, 150 g 
de agulhas colocadas num pequeno saco para 3 1 de água, ferver 30 
minutos; misturar o líquido num banho muito quente, comprimindo o saco O
Serpão, 60 g de planta fresca em 2 1 de água fervente, deixar arrefecer 
espremendo a planta e coar; misturar num banho quente.

Uso interno
O Sumo de ameixa; beber como aperitivo antes das 2 refeições principais 
O Vinho de funcho, macerar durante 2 semanas em 1 l de bom vinho tinto 
30 g de sementes e coar; 2 copos pequenos por dia O Comer rábano­rústico
O Decocção de
30 g de raizes frescas de rábano­rústico para 1 l de água, ferver 5 
minutos; 1 chávena a cada uma das refeições O Tomar: abrótano­fêmea com 
mel, ­ líqueri­da­islândia na compota, ­ sementes de pilosela; 1 colher 
de café 1 vez por dia
O Decocção de abrunheiro­bravo, 40 g de frutos para 1 l de água, ferver 
5 minutos; 1 l por dia O Infusão de coentros, 40 g de frutos para 1 l de
á gua fervente, infundir 10 minutos; 1 chávena depois de cada uma das 
refeições O Decocção de genciana, 20 g de raizes para 1 l de água, 
ferver
10 minutos; 2 chávenas por dia entre as refeições
O Infusão de nêveda, 20 g de planta florida para
1 l de água fervente, infundir 10 minutos; 1 chávena por dia O Infusão 
de satirião­macho, 5 g de pó de tubérculo em 1 l de água fervente, 
infundir
10 minutos; 1 l por dia O Infusão de silva­macha, 50 g de flores e de 
folhas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos; 4 chávenas por 
dia
O Infusão de verónica, 20 g de surnidades floridas para 1 l de água 
fervente, infundir 5 minutos;
1 chávena por dia.

Faringite. Inflamação da faringe que atinge também co,­n frequência as 
fossas nasais, surgindo então uma rinofaringite.

USO EXTERNO * Gargarejar 4 vezes por dia com uma das preparações 
cuidadosamente filtradas; a quantidade da planta é dada para 1 l de água
fervente e dose diária: O Infusão de castanheiro, 40 g de folhas secas, 
infundir 15 minutos O Decocção de eufrásia, 40 g de planta, ferver 10 
minutos O Infusão de malva, 40 g de flores, infundir 10 minutos; 
utilizar muito quente.

Febre. Elevação da temperatura do corpo, geralmente acompanhada de 
aceleração do pulso, comum a numerosas doenças.

USO INTERNO
O Decocção de ameixeira, 25 g de folhas secas

para 1 l de água, ferver 5 minutos, infundir 10 minutos; 2 chávenas por 
dia O Decocção de antenária, 10 g de flores para 1 l de água, ferver 30 
minutos e coar imediatamente; beber em 3 doses durante o dia O Infusão 
de artemísia, 10 g de sumidades floridas secas para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos; 1 chávena por dia O
Decocção de aveleira, 25 g de casca de ramos novos para 1 l de água, 
ferver 10 minutos, infundir 10 minutos; 1 chávena por dia O Infusão de 
borragem, 30 g de flores para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos;
1 chávena por dia O Decocção de buxo, 25 g de folhas secas para 1 l de 
água, ferver 20 minutos, coar e pôr açúcar; beber ern 2 doses O Decocção
de cardo­estrelado, 30 g de sumidades floridas e de folhas para
1 l de água, ferver 5 minutos, infundir 10 minutos e coar; dose para 48 
horas O Infusão de cardo­santo, 30 g de sumidades floridas e de folhas 
para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos e

coar; 3 chávenas durante o dia O Decoeção de castanheiro­da­ índia, 15 g
de casca seca de raiz para 1 l de água, ferver 10 minutos e coar; 2 
cálices de licor por dia. Esta preparação conserva a

sua eficácia durante alguns dias se for guardada num frasco bem rolhado 
O Decocção: ­ de choupo­negro, ­ de faia­preta, 20 g de casca para 1 l 
de água, ferver 20 minutos e coar; 2 chávenas por dia O Decocção de 
cinco­em­rama,
30 g de raízes secas para 1 l de água, ferver 10 minutos; 3 chávenas por
dia O Infusão de eucalipto,
25 g de folhas secas para 1 l de água fervente, infundir 15 minutos; 4 
chávenas durante o dia O Decocção de faia, 50 g de casca seca moída para
1 l de água, ferver 15 minutos em lume brando e coar; 2 chávenas com 2 
horas de intervalo O Infusão de fel­da­terra, 20 g de sumidades floridas
para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos; 2 chávenas por dia 9 
Decocção de lilás, 50 g de flores secas para 1 l de água, ferver 5 
minutos e

coar imediatamente; beber vários copos durante o

dia O Infusão de marroio, 40 g de sumidades floridas secas para 1 l de 
água fervente, infundir, arrefecer e coar; dose para 1 dia O Infusão de 
matricária, 20 g de flores secas para 1 l de água fervente, infundir 10 
minutos; 2 chávenas com algumas horas de intervalo O Infusão de 
pulsátiIa, 15 g de folhas e de flores secas reduzidas a pó para 1 l de 
água fervente, infundir 15 minutos e
filtrar; 2 chávenas grandes de 2 em 2 horas O Infusão de verbena, 20 g 
de planta para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos; 3 chávenas por
dia.

No caso de dispor de frutos não tratados quimicamente: O Infusão de 
laranja, cortar em pedaços e colocar numa tigela 1 fruto inteiro com a 
casca, adicionar 1 colher de sopa de açúcar e 400 g de água fervente, 
macerar esmagando ligeiramente; beber frio.

Alguns vinhos medicinais para estados febris e Vinho de amieiro, macerar
durante 10 dias 15 g de casca seca e moída em 1 l de vinho branco e 
coar; tomar 6 colheres de sopa por dia O Vinho de azevinho, macerar 
durante 1 semana 25 g de folhas de azevinho frescas e picadas em meio 
copo de álcool a 600, adicionar 1 chávena de vinho branco, deixar passar
mais 1 semana e

coar; 6 colheres de sopa por dia em 3 doses O Vinho de salgueiro­branco,
macerar durante 2 semanas 40 g de casca seca e moída em 1 l de vinho 
tinto e coar; tomar 2 copos pequenos por dia. * Preparações para 
reserva: O Tintura de giras
399
sol, macerar durante 10 dias 5 g de folhas secas

em 50 g de álcool a 600, coar e conservar num frasco de vidro corado; 20
gotas em 1 copo de água, repetir a dose 3 horas depois, se necessário
O Uma colher de café de mel ao qual se misturam 2 g de pó de losna ou 2 
g de folhas secas de trevo­d'água.

USO EXTERNO
O Cataplasma de folhas frescas de beldroega, salgadas e picadas em 
vinagre, aplicadas na planta dos pés.

Ferida. São numerosas as plantas que, devido à sua acção anti­séptica, 
adstringente, anti­inflamatória, cicatrizante e vulnerária, actuam 
favoravelmente na cura de feridas. Apenas se consideram feridas 
superficiais, golpes ou arranhões leves; qualquer ferida profunda ou 
especialmente suja exige cuidados médicos.

USO EXTERNO * Lavar a ferida com: O Decocção feita em 1 l de água, 
ferver 10 minutos: ­ abrótano, 20 g de folhas e sumidades floridas, 
salgar a água, agrimónia, 80 g de folhas e sumidades floridas,
­ agripalma, 50 g de sumidades floridas, armeiro, 30 g de casca, ­ 
angélica, 10 g de raízes, ­ argentina, 30 g de rizoma, ­ aristolóquia,
80 g de raízes, ­ artemísia, 20 g de sumidades floridas, ­ bétula 
(vidoeiro), 60 g de folhas, bistorta, 30 g de rizoma, ­ cardo­santo, 50 
g de folhas, ­ cinco­em­rama, 30 g de rizoma, epilóbio, 30 g de raízes, 
­ feto­macho, 10 g de rizoma, ­ nespereira, 80 g de frutos sem caroço

e sem pé, ­ sanícula, 30 g de folhas e de raízes,
­ tormentila, 30 g de rizoma, ­ zimbro, 50 g de bagas. * Lavar a ferida 
com: O Infusão feita em 1 l de água fervente, infundir 10 minutos: ­ 
alfazema,
60 g de sumidades floridas, ­ antenária, 20 g de flores, ­ aveleira, 25 
g de folhas, ­ erva­dos­escudos, 50 g de planta, ­ eucalipto, 100 g de 
folhas, ­ feto­real, 20 g de raizes, ­ linho­de­cuco, 30 g de planta, ­ 
losna, 10 g de folhas e

sumidades floridas, ­ murta, 30 g de folhas, nêveda­dos­gatos, 10 g de 
sumidades floridas, rosas­rubras, 50 g de pétalas, ­ santónico, 10 g de 
sumidades floridas, ­ s atureja­das­ montanhas, 50 g de folhas, ­ silva­
macha, 50 g de folhas, ­ tomilho, 20 g de planta, ­ vulnerária,
30 g de folhas e de raizes. * Aplicar sobre a ferida: O Folhas cruas 
contusas de: ­ aipo, ­ aliária, ­ bois a­de­pastor, búgula, ­ conchelos,
­ couve, ­ erva­de­são­roberto, ­ erva­férrea, ­ erva­sofia, ­ favária­
maior, ­ fel­da­terra, ­ groselheira, ­ milfólio, ­ morangueiro, ­ 
nogueira, ­ pé­de­leão,
­ petasite, ­ pimenta­d'água, ­ pimpinela, saião­curto, ­ sanamunda, ­ 
sanguissorba­oficinal, ­ sempre­noiva, ­ tanchagens ­ trevo­cervino, ­ 
tussilagem, ­ ulmeira O Folhas cruas de amor­perfeito­bravo esmagadas em
leite
O Folhas cozidas em água: ­ alho­porro, bardana­maior, ­ betónica O 
Folhas de hepática cozidas em vinho O Flores cruas picadas: camomila, ­ 
maravilhas O Flores de bonina cozidas em água O Casca fresca de faia­
preta O Tegumento de alho e de cebola: colocar a face interna sobre a 
ferida O Polpa de cenoura cultivada.

* Aplicar sobre a ferida: O Sumo puro de limão * Suco diluído em água 
fervida: ­ alho, cebola. * Algumas loções podem ser preparadas com

antecedência e conservadas em frascos rolhados:
O Maceração de pétalas de açucena, 6 horas em
aguardente branca; aplicar as pétalas sobre a ferida O Maceração de 
folhas de erva­de­santa­bárbara, pelo menos 12 horas em azeite O óleo de
hipericão, macerar 500 g de sumidades floridas frescas em 1 l de azeite 
durante 10 dias num frasco fechado exposto ao sol.

Fígado. órgão que realiza diversas funções de depuração e de 
armazenamento de reservas. Assegura igualmente a secreção contínua da 
bílis; as
plantas que activam esta produção denominam­se coleréticas.

USO INTERNO 
Há muitas plantas benéficas para o fígado. Quase todas são muito 
conhecidas e não necessitam de qualquer preparação especial, pois são 
geralmente consumidas cruas ou cozidas: ­ o agrião, ­ o almeirão, ­ a 
beringela, ­ a beterraba­açucareira, ­ o cardo­ de­ santa­ mari a, ­ a 
cenoura,
­ o cerefólio, ­ o cersefi ­bastardo (folhas novas cruas e raízes 
cozidas),      a couve, ­ o espargo, ­ o feijão verde,         o 
mastruço, ­ o rabanete, ­ o taráxaco. Utilizar em saladas ou tomar 1 
colher de sopa de manhã em jejum: de azeite, ­ de óleo de papoila 
(produzido pelas sementes). De entre os frutos, são preferíveis: a 
ameixa, ­ a laranja, ­ o melão, ­ as uvas,

Podem também tomar­se 3 colheres de ;opa por dia de sumo de lapsana. 
Todas estas plEntas e@timulam a função hepática e a produção de MIA, 
desintoxicando as células. * Tomar 3 chávenas por dia, das quais 1 em 
jejum: O Infusão de ac áci a­ bastarda, 50 g de flores para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos O Infusão composta de 20 g de folhas de 
alcachofra e de buxo, infundir 10 minutos O Decoeção de casca de 
bérberis, 30 g para 1 l de água, ferver
10 minutos, infundir 1 minuto O Decocção de carlina, 30 g de raízes para
1 l de água, ferver 5 minutos e pôr açúcar; beber imediatamente O 
Decocção de escrofulária­nodosa, 15 g de rizoma em 1 l de água, ferver 
15 minutos O Infusão de giesteira­das­vassouras, 30 g de flores para 1 l
de água fervente, infundir 10 minutos; meia chávena, aumentar 
progressivamente as doses até 2 chávenas por dia sem as exceder O 
Decocção composta de 30 g de folhas de groselheira­ negra,
20 g de folhas de alcachofra, 20 g de folhas de taráxaco e 10 g de 
sumidades floridas de maravilhas, todas secas, 15 g para 1 chávena de 
água fria, ferver 1 minuto, infundir 10 minutos O Decocção de labaçol, 
20 g de raízes para 1 l de água, ferver 5 minutos, infundir 10 minutos O
Infusão de levístico, 50 g de sementes para 1 l de água fervente, 
infundir 10 minutos O Infusão de
400
língua­cervina, 20 g de folhas para 1 l de água fervente, infundir 10 
minutos O Infusão de medronheiro, 50 g de folhas para 1 l de água 
fervente, infundir 5 minutos O Infusão composta de
20 g de sumidades floridas e de folhas de melissa e
10 g de flores de tília para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O
Infusão de nogueira, 25 g de folhas para 1 l de água fervente, infundir 
10 minutos O Decocção de polipódio, 40 g de rizoma para 1 l de água, 
ferver 1 minuto, infundir 10 minutos O Decocção de quaresmas, 20 g de 
plantas para 1 l de água, ferver 5 minutos O Decocção de saboeira, 40 g 
de raízes para 1 l de água   > ferver 5 minutos, coar rapidamente, não 
preparar nunca com antecedência O Infusão de sabugueiro, colocar 50 g de
flores em 1 l de água fervente, mexer, não deixar infundir e filtrar O 
Infusão de trepadeira, 5 g de folhas para 1 l de água fervente, infundir
10 minutos O Infusão de trevo­cervino, 25 g de raízes para 1 l de água 
em ebulição, ferver 3 minutos, infundir 10 minutos O Decocção de 
verónica, 80 g de flores e de folhas secas para 1 l de água, ferver 10 
minutos, infundir 10 minutos. * Tomar 1 chávena de manhã em jejum: O 
Decocção de alecrim, 40 g para 1 l de água, ferver 5 minutos.

V. também: Icterícia, Litíase, Vesícula biliar.

Flebite. Inflamação da parede de uma veia. Devido à gravidade das 
complicações que podem advir, esta afecção deve ser sempre tratada por 
um médico. * As plantas seguidamente citadas podem ser

apenas consideradas como auxiliares do tratamento, sendo sobretudo úteis
para beneficiar a

fase de cura, frequentemente marcada por diversas perturbações.

Uso interno
O Infusão composta de anis, 5 g de sementes, e

de tanchagens, 50 g de planta, para 1 l de água fervente; 4 chávenas por
dia O Decocção de aveleira, 10 g de folhas secas para O,5 1 de água, 
ferver 5 minutos, infundir 5 minutos e coar; para tomar metade de 1 copo
ao longo do dia O Infusão de gilbarbeira, deitar 40 g de rizoma em 1 l 
de água ebuliente, ferver 3 minutos, infundir 10 minutos; para tomar ao 
longo do dia O Infusão de videira, 50 g de folhas para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos; 1 chávena depois das 2 refeições 
principais.

Fractura. Ruptura óssea, com ou sem deslocação, cujo sintoma é uma dor 
aguda no local de fractura por pressão exercida neste ponto. Existe uma 
planta, a cavalinha, que facilita a consolidação das fracturas. É 
indispensável ter sempre uma reserva desta planta seca.

USO INTERNO
O Decocção de cavalinha, 20 g de planta para 1 l de água, ferver 30 
minutos; 2 chávenas por dia.
Frieira. Edema limitado, vermelho, duro e doloroso dos dedos das mãos e 
dos pés e das orelhas provocado pelo frio.

USO EXTERNO * Banhos de mãos ou pés, fricções, compressas, cataplasmas: 
O Decocção de abeto­branco, 50 g de gemas para 1 l de água, ferver 10 
minutos e filtrar O Decocção de aipo, ferver 1 aipo picado fresco, com 
folhas e raiz, durante 1 hora em 3 1 de água e coar; lavar de manhã e à 
noite o pé ou a mão doentes com o líquido bem quente, ou fazer um banho 
local O Decocção de carvalho, 50 g de casca seca reduzida a pó em 1 l de
água, ferver 10 minutos e deixar repousar 30 minutos; mergulhar a 
extremidade atingida na decocção quente durante 30 minutos 1 vez por dia
O Decocção de cenoura cultivada, 100 g de folhas para 1 l de água, 
ferver 20 minutos e coar; lavar as frieiras de manhã e à noite com o 
líquido O Decocção de marmeleiro, cozer durante 30 minutos 50 g de 
sementes de marmelo em 100 g de água e filtrar; lavar com o líquido O 
Decocção de nogueira, 50 g de folhas para 1 l de água, ferver
20 minutos; mergulhar a mão ou o pé durante 30 minutos neste banho, 
esfregando com as folhas
O Decocção de pulmonária, 50 g de folhas para
1 l de água, ferver 15 minutos; lavar as frieiras
com o líquido para acalmar a comichão e a dor O Decocção de sabugueiro, 
30 g de flores secas para 1 l de água, ferver 10 minutos, infundir 10 
minutos; utilizar quente para lavar ou banhar as zonas afectadas O 
Decoeção de verbasco, 60 g de flores e de folhas frescas em 1 l de 
leite, ferver 10 minutos; lavar todas as noites as zonas atingidas com o
leite sem limpar O Decocção de visco, se possível visco de carvalho, 100
g de planta fresca para 1 l de água, ferver durante 1 hora em lume 
brando e coar; mergulhar todas as
manhãs as extremidades atingidas, durante 10 minutos, num recipiente 
cheio deste líquido quente.
O Emplastro de açucena, cozer 1 bolbo em leite e esmagá­lo; aplicar 
tépido O Emplastro de castanha­da­índia, cozer durante 30 minutos num 
pouco de água cerca de 15 castanhas ­ da­ índia grandes, descascá­las, 
esmagá­las, deixar arrefecer; cobrir as frieiras todas as noites com 
esta massa e tapar com 1 penso O Emplastro de colza, descascar uma raiz,
cozê­la em muito pouca água e esmagá­la; aplicar tépido O Emplastro de 
flores cozidas de maravilha; aplicar enquanto está tépido.
O Aplicar também: ­ suco de cebola crua, folhas de couve frescas e 
esmagadas.
O Linimento preventivo com que se devem esfregar os dedos das mãos e dos
pés no início do Inverno: 80 g de óleo de rícino e 5 g de essência de 
bergamota.

Frigidez. Inexistência de desejo sexual e impossibilidade de atingir o 
orgasmo nas relações sexuais. Observa­se sobretudo na mulher, 
manifestando­se também, embora excepcionalmente, no homem.
401
USO INTERNO * Beber 1 chávena à noite: O Infusão de açafrão, O,5 g de pó
para 1 l de água fervente O Infusão de alecrim, 20 g de sumidades 
floridas para 1 l de água fervente O Decocção de alforvas, 40 g de 
sementes esmagadas para 1 l de água fervente O Infusão de canabrás, 50 g
de raízes e de folhas cortadas para 1 l de água fervente, infundir 10 
minutos O Infusão de hipericão, 20 g de sumidades floridas para 1 l de 
água fervente O Infusão de salva, 30 g de planta florida para 1 l de 
água fervente, infundir 10 minutos
O Infusão de satureja­das­montanhas, 50 g de folhas para 1 l de água 
fervente.
O Vinho de funcho, macerar durante 3 semanas
100 g de sementes em 1 l de vinho do Porto, mexer todos os dias e 
filtrar; 1 copo pequeno antes do jantar.

Ftiríase. Dermatose provocada pelos piolhos da cabeça, do corpo e do 
púbis. Denomina­se também pediculose.

USO EXTERNO * Depois de ter cortado o cabelo muito curto e rapado os 
pêlos, aplicar na região infestada: O Loção de vinagre de alfazema: 
macerar durante 2 semanas, mexendo de vez em quando, 100 g de sumidades 
floridas frescas em O,5 1 de vinagre e

coar O Decocção de arnica, a empregar apenas no caso de não haver 
nenhuma ferida devida ao coçar: 10 g de flores em 1 l de água, ferver 5 
minutos, infundir 5 minutos e coar; utilizar o mais quente possível O 
Decocção de orégãos,
40 g de sumidades floridas para 1 l de água, ferver 10 minutos. * Lavar 
a cabeça: O Decocção de evónimo, 50 g de frutos secos para 1 l de água, 
à qual se adiciona 1 copo de vinagre, ferver 10 minutos O Decocção de 
tomilho, 100 g de planta fresca ou seca

para 1 l de água, ferver 15 minutos; para utilizar como loção depois de 
lavar a cabeça. * Polvilhar as regiões infestadas com:

* Pó de consolda­real, triturar as sementes secas * Pó de piretro, 
esmagar as flores secas.

Furúnculo. Inflamação cutânea situada ao nível de um folículo piloso 
devida ao estafilococo aureus. Nunca se deve espremer um furúnculo. Para
acelerar a sua maturação, deve cobrir­se com cataplasmas ou compressas 
várias vezes por dia.

USO EXTERNO * Colocar sobre o furúnculo: O Bolbo de açucena cozido no 
forno e esmagado O Cataplasma de alforvas, 50 g de sumidades floridas 
cozidas em

um pouco de água O Cataplasma da parte branca do alho­porro cozida em 
pequena quantidade de água com açúcar O Compressa embebida numa

decocção de bonina, 150 g de flores e de folhas secas para 1 l de água, 
ferver 5 minutos O Folhas de cânhamo recentemente contundidas O Hera 
picada O Cataplasma de farinha de linhaça O Raízes de malva aquecidas e 
secas O Cataplasma de folhas de verbasco cozidas em leite.

Uso interno * Tomar 2 chávenas por dia: O Decocção de abrunheiro­bravo, 
50 g de frutos para 1 l de água, ferver 5 minutos O Infusão de cenoura, 
15 g de sementes para 1 l de água fervente, infundir 5 minutos O Infusão
de escrofulária, 45 g de raízes frescas para 1 l de água fervente, 
infundir 5 minutos O Infusão de maravilhas, 50 g de flores para 1 l de 
água fervente, infundir 10 minutos.
Garganta. V. Anginas, Laringite, Rouquidão, Voz.

Gengivas. As plantas que tratam a boca e os dentes tratam também as 
gengivas. Algumas delas são, porém, mais indicadas para as afecções das 
gengivas.

USO EXTERNO 
Gengivas doridas e inflamadas das crianças * Esfregar suavemente com o 
indicador mergulhado em: ­ açafrão, ­ melito de açafrão, mistura de pó 
de açafrão e mel.

Para fortalecer as gengivas e impedir que os dentes fiquem descarnados *
Mastigar diariamente: ­ um pedaço de rizoma de cálamo­aromático, não 
engolir, pois é muito amargo, ­ uma folha de rábano­rústico. * Bochechar
várias vezes por dia com: O Infusão de aliária, 20 g de planta para 1 l 
de água fervente O Decocção de rizoma de cálamo­aromático, 20 g para 1 l
de água, ferver 3 minutos, infundir 5 minutos e coar O Decocção de 
tormentila, 40 g de raízes para 1 l de água, ferver 5 minutos, infundir 
10 minutos e coar O Decoeção de viburno, 30 g de folhas para 1 l de 
água, ferver 3 minutos e coar; atenção: não engolir.

Para as gengivites * Bochechos: O Decocção de alteia, 50 g de raízes 
para 1 l de água, ferver 5 minutos O Infusão de salva, 50 g para 1 l de 
água fervente, infundir 10 minutos O Decocção de silva, 30 g de folhas 
para 1 l de água, ferver 3 minutos, infundir 10 minutos e coar.

Abcesso das gengivas
O Meio­figo fresco mergulhado em água tépida; aplicar sobre o abcesso.

USOS EXTERNO E INTERNO Para as gengivas sangrentas
O Vinho de carvalho: macerar durante 4 dias 25 g de casca fresca em 1 l 
de vinho tinto e coar; beber 1 copo pequeno todos os dias e, várias 
vezes por dia, bochechar com um pouco deste vinho.

V. também: Boca, Dentes.
402
Gengivite. V. Gengivas.

Glossite. V. Boca.

Gota. Enfermidade associada a um excesso de ácido úrico no organismo, 
que se manifesta frequentemente por acessos repetidos de inflamação 
articular dolorosa, localizada sobretudo ao nível do dedo grande do pé. 
Pode atingir também outras articulações e provocar em seu redor um 
depósito de concreções de uratos, os tofos. As plantas úteis aos doentes
de gota actuam como
sudoríficas, diuréticas e eliminadoras do ácido úrico; por sua vez, os 
tratamentos locais, sem dúvida de efeitos benéficos, proporcionam 
alívio.

USO EXTERNO * Colocar em volta da articulação dorida: O Cataplasma de 
folhas frescas contundidas:         de bardana­maior, ­ de bétula 
(vidoeiro),            de groselheira­negra O Camada de polpa de alho 
bem amassada. * Aplicar nas articulações afectadas, ou mergulhá­las num 
banho de: O Poção, 1 rizoma de teto­macho para 1 l de água, ferver 20 
minutos e

coar O Banho de feto­macho, fazer uma decocção com 3 rizomas e 3 1 de 
água que se mistura depois na banheira; permanecer no banho durante
15 minutos O Banho: ­ de pinheiro­bravo, 250 g de gemas para 1 banho.

USO INTERNO
O Comer: ­ cersefi, ­ couve, ­ escorcioneira, ­ milho, ­ peras, ­ 
tomate, ­ uvas.

Para eliminar o ácido úrico
O Decocção de alquequenje, 40 g de bagas secas
,para 1 l de água, ferver 5 minutos, infundir 10 minutos; 3 chávenas por
dia O Decocção de arenária, 80 g de planta para 1 l de água, ferver 2 
minutos, infundir 10 minutos O Infusão de avoadinha, 50 g de planta para
1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de bétula 
(vidoeiro), 60 g de folhas secas moídas em 1 l de água fervente, agitar 
e infundir 15 minutos O Infusão de cálamo­aromático, 10 g de rizoma seco
para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos; 2 cálices de licor por 
dia O Vinho de fidalguinhos: macerar durante 8 dias, agitando de vez em 
quando,
60 g de flores em 1 l de bom vinho tinto e filtrar;
2 copos pequenos por dia O Decocção composta de 20 g de folhas de freixo
e 20 g de raízes de bardana­maior, ferver 10 minutos, coar sem infundir 
O Decocção de gilbarbeira, 40 g de rizoma para 1 l de água, infundir 10 
minutos; levar à ebulição O Infusão de gro selh eir a­ negra, 30 g de 
folhas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Decocção de 
rábano­rústico, 30 g para
1 l de água, ferver  5 minutos e coar; 1 chávena de manhã em jejum 
durante 1 semana O Decocção de sabugueiro,   70 g da segunda casca para
1 l de água, ferver  2 minutos e coar; somente 2 copos pequenos por dia 
* Infusão de salsaparrilha­bastarda, 50 g de raizes para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos e coar; a infusão pode ser aquecida sem 
levar à ebulição O Infusão de ulmeira, 50 g de folhas e flores para 1 l 
de água fervente, infundir 10 minutos.

Plantas diuréticas ou sudoríficas
O Decocção de alcachofra, 10 g de folhas para
1 l de água, ferver 10 minutos e coar O Decocção de aljófar, 30 g de 
planta para 1 l de vinho branco, ferver 5 minutos e coar; 1 copo pequeno
de manhã em jejum O Decocção de arando­de­baga­vermelha, 30 g de planta 
seca para 1 l de água, ferver 5 minutos, infundir 10 minutos O Infusão 
de aristolóquia, 20 g de folhas para 1 l de água fervente, infundir 10 
minutos O Decocção de bérberis, 30 g de cascas e de raizes misturadas 
para 1 l de água, ferver 10 minutos O Decocçâo de betónica, 15 g de 
raízes para 1 l de água, ferver
2 minutos, infundir 10 minutos; apenas 2 meias chávenas por dia O 
Decoeção de borragem, 20 g de folhas para 1 l de água, ferver 20 minutos
e

coar O Decocção de cerejeira, 40 g de pés de cerejas para 1 l de água, 
ferver 10 minutos O Infusão de erva­ de­ santa­bárbara, 20 g de folhas 
para 1 l de água fervente O Infusão de giesteira­das­vassouras, 20 g de 
flores para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos; para tomar às 
colheres de sopa, no máximo 15 colheres por dia O Infusão de héspere, 5 
g de folhas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Decocção de
pinheiro, 50 g de agulhas para 1 l de água, ferver
25 minutos, deixar arrefecer e coar O Decocção de sempre­noiva, 40 g de 
folhas para 1 l de água, ferver 30 minutos O Decocção de taráxaco, 100 g
de raizes para 1 l de água, ferver 10 minutos, infundir 5 minutos O 
Infusão de tília, 20 g de flores para 1 l de água fervente, infundir 10 
minutos.

Gravidez. Durante este período a prudência aconselha a não ingestão de 
qualquer medicamento sem opinião do médico. As plantas seguintes, que 
não são perigosas para a mãe nem para a criança, podem ser utilizadas em
caso de indisposição.

USO INTERNO * 1 chávena, em caso de necessidade, não mais de 3 por dia: 
O Infusão de angélica, 20 g de raízes secas ou de caules frescos para 1 
l de água fervente, infundir 10 minutos O Decocção de bérberis, 20 g de 
cascas para 1 l de água, ferver 2 minutos,  infundir 2 minutos O Infusão
de melissa, 20 g  de planta florida seca para 1 l de água fervente, 
infundir 10 minutos.

Para uma gravidez sem problemas
O Comer: ­ amêndoas, ­ figos, ­ uvas O Tomar 8 dias por mês 1 colher de 
café de trigo germinado O Utilizar na alimentação o trigo­sarraceno sob 
todas as suas formas.

V. também: Edema, Estrias cutâneas, Mancha cutânea, Vómito.
403
Greta. Fissura cutânea, dolorosa, situada principalmente nas mãos, nos 
mamilos e nos lábios.

USO EXTERNO * Untar as gretas com: O óleo de amêndoas doces O óleo de 
papoila, extraído das sementes da planta. * Colocar sobre a greta uma 
compressa embebida em: O Decocção de cinoglossa, 10 g de raízes para 1 l
de água, ferver 5 minutos, coar, aplicar tépido O Maceração de sementes 
de marmelo,
100 g para 1 l, esmagar as sementes e deixá­las durante 12 horas em 
contacto, preparar apenas para 2 dias O Infusão de morangueiro, 50 g de 
folhas para 1 l de água fervente, aplicar tépido.

Gretas das mãos 
Pôr antes de deitar: O Mistura de azeite e sumo de limão O óleo de 
choupo­negro, 400 g de gemas esmagadas em 1 l de óleo em banho­maria, 
calçar luvas durante a noite O Folhas de favária­maior maceradas em 
azeite. * Sobre as gretas: O Emplastro composto de: cebola crua picada, 
­ uma folha contusa de saião­curto, ­ folhas frescas contusas ou cozidas
de violeta. * Mergulhar as mãos gretadas 3 vezes por dia em: O Decocção 
de carvalho, 60 g de casca para
1 l de água, ferver 30 minutos e coar; aquecer na altura do tratamento O
Decocção composta de
40 g de casca de carvalho e 40 g de folhas de agrimónia para 1 l de 
água, ferver 15 minutos e

coar O Decocção de pulnionária, 30 g de sumidades floridas e de folhas 
para 1 l de água, ferver
15 minutos, infundir 5 minutos e coar.

Gretas dos mamilos
40 Cataplasma de raízes frescas de consolda­maior O Cataplasma de folhas
frescas de lapsana O Suco fresco de milfólio.

Gretas dos lábios 
Esfregar com 1 rodela de pepino fresco.

Gripe. Doença muito contagiosa, frequentemente epidémica, devida a 
vírus; caracteriza­se por febre elevada, dores musculares e 
rinofaringite. Pode complicar­se e   tornar­se grave. A cura é seguida 
de astenia e a convalescença é longa.

USO INTERNO * Tomar 3 chávenas por dia: O Infusão de borragem, 20 g de 
flores para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de 
bugIossa, 30 g de caule florido e de folhas para 1 l de água fervente, 
infundir 10 minutos O Infusão de camomiIa, 40 a 50 g de flores para 1 l 
de água fervente, infundir 15 minutos O Decocção de carlina, 10 g de 
raízes secas para 1 l de água, ferver 5 minutos, infundir 5 minutos e 
filtrar; preparar no

momento da utilização O Infusão de eucalipto,
20 g de folhas secas para 1 l de água fervente, infundir 15 minutos O 
Infusão de salgueiro­branco, 40 g de folhas e de amentilhos para 1 l de 
água fervente, infundir 10 minutos O Decoeção

de salsaparrilha­bastarda, 50 g de raizes para 1 l de água, ferver 10 
minutos, infundir 5 minutos O Infusão de tomilho, 20 g de sumidades 
floridas secas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos.

* Tomar 2 vezes por dia: O Pó de angélica, 2 g de pó de raizes misturado
com mel * Pó de losna, 1 g de pó de planta seca misturado com mel
O Infusão de coentros, 30 g de frutos secos para
1 l de água fervente, infundir 10 minutos e pôr açúcar; beber muito 
quente O Decocção de espargo­hortense, 50 g de raízes para 1 l de água, 
ferver 5 minutos O Sumo de hipofaé, cozer o

sumo dos frutos do hipofaé muito maduros e bem esmagados com metade do 
seu peso de açúcar, ferver 15 minutos, colocar em frascos bem fechados; 
tomar 3 colheres de sopa por dia O Infusão composta de 30 g de folhas 
secas de limão e 20 g de tomilho seco para 1 l de água fervente, deixar 
amornar e coar O Decocção de milho­miúdo, ferver durante 30 minutos 500 
g de sementes de milho­miúdo em 1 l de vinho tinto,

coar e pôr açúcar; 2 copos por dia O Decocção de oliveira, ferver 
durante 10 minutos 30 g de folhas frescas com 20 g de casca de 
salgueiro­branco e coar; beber quente.

Depois de a febre baixar
O Vinho de cerejas, cozer, coberto com vinho tinto, 1 kg de cerejas 
frescas ou secas, pôr açúcar em abundância; servir ao doente como 
sobremesa.

V. também: Epidemia.

Hálito. Ar expirado que pode ter cheiro desagradável devido    a uma 
afecção do tubo digestivo, dos dentes ou   das vias respiratórias.

USO EXTERNO

Mastigar 1   folha fresca ou seca: ­ de       freixo, de hortelã, ­ de 
hortelã­pimenta, ­         de melissa. * Bochechar com: O Vinho de 
alcaçuz obtido pela maceração, durante 10 dias, de 100 g       de raízes
de alcaçuz cortadas em pedaços em           1 l de vinho branco O 
Decocção de murta, 20 g          de folhas para 1 l de água, ferver 5 
minutos O Decocção de tomilho, 30 g para 1 l de água, ferver 3 minutos.

USO INTERNO
O Infusão de zimbro, 30 g de bagas para 1 l de água fervente, infundir 
10 minutos; 1 chávena depois das refeições.

Hematoma. V. Contusão.

Hemoptise. V. Hemorragia.
404
Hemorragia. Saída de sangue de um vaso que pode ser externo ou interno, 
a qual pode só revelar­se por um mal­estar geral. A sua causa é por 
vezes evidente (ferida, extracção de um dente); por outras, é sintoma de
uma doença (tuberculose, cancro, doença do sangue). Qualquer hemorragia 
justifica uma consulta médica. Chama­se hemoptise à expectoração de 
sangue proveniente das vias respiratórias; hematémese ao vómito de 
sangue de origem esofágica ou gástrica; metrorragia à hemorragia de 
origem uterina; a presença de sangue na urina chama­se hematúria, e nas 
fezes, melena. Algumas plantas são úteis em qualquer caso de hemorragia 
e outras actuam mais selectivamente.

USO INTERNO Hemorragia: ­ argentina, ­ bistorta, ­ bolsa­de­pastor, ­ 
búgula, ­ cavalinha, ­ cipreste,
­ lisimáquia, ­ morugem­vulgar, ­ pilosela,
­ pimpinela, ­ rosa­rubra, ­ sanguissorba­oficinal, ­ urtigão, ­ 
videira.

Hemoptise: ­ bolsa­de­pastor, ­ búgula, carvalho, ­ cavalinha, ­ 
lisimáquia, ­ morugem­vulgar, ­ silva­macha, ­ urtiga­branca.

Hemorragia gástrica: ­ bistorta, ­ bolsa­de­pastor, ­ carvalho, ­ 
cavalinha.

Hemorragia uterina:         bistorta, ­ bolsa­de­pastor, ­ cavalinha,   
cipreste, ­ erva­de­são­roberto, ­ pimenta­d'água, ­ romãzeira,

urtiga­branca, ­ urtigão, ­ videira.

Preparações:
O Decocção de argentina, 20 g de flores e de folhas misturadas para 1 l 
de água, ferver 15 minutos e coar; beber frio e sem açúcar O Decocção de
bistorta, 30 g de raizes para 1 l de água, ferver 5 minutos, infundir 5 
minutos O Infusão de bolsa­de­pastor, 30 g de planta seca

para 1 l de água fervente O Infusão de búgula,
20 g de sumidades floridas para 1 l de água fervente, infundir 10 
minutos O Decocção de carvalho, 40 g de folhas para 1 l de água, ferver 
10 minutos O Decocção de cavalinha, 100 g de planta fresca para 1 l de 
água, ferver 30 minutos;
O,5 1 por dia O Decocção de cipreste, 20 g de gálbulas frescas esmagadas
para 1 l de água, ferver 15 minutos O Infusão de erva­de­são­roberto, 20
g de sumidades floridas secas para 1 l de água fervente, infundir 15 
minutos O Infusão de lisimáquia, 30 g de planta para 1 l de água 
fervente; infundir 10 minutos O Decocção de morugem­vulgar, 25 g de 
planta fresca para 1 l de água, ferver 20 minutos em recipiente 
destapado
O Infusão de pimenta­d'água, 30 g de planta para 1 l de água fervente, 
infundir 10 minutos; 1 chávena por dia, às colheres * Infusão de 
pimpinela, 40 g de planta fresca para 1 l de água fervente O Infusão de 
rosas­rubras, 15 g de pétalas para 1 l de água fervente, infundir 10 
minutos O Decocção de silva­macha, 30 g de frutos para 1 l de água, 
ferver 2 minutos O Infusão de urtiga­branca, 50 g de flores e de folhas 
para 1 l de água fervente; infundir 10 minutos O Suco fresco
de urtigão; meio copo 3 vezes por dia * Decocção de videira, 50 g de 
folhas para 1 l de água, ferver 10 minutos.

USO EXTERNO
O Infusão de romãzeira, 30 g de flores secas para 1 l de água fervente, 
infundir 10 minutos, em irrigação vaginal.

Sobre asferidas que sangram
O Suco fresco de pilosela O Decocção de sanguissorba­oficinal, 50 g de 
planta para 1 l de água em ebulição, ferver 5 minutos O Compressas de 
cavalinha, decocção de 100 g de planta seca para 1 l de água, ferver 30 
minutos.

V. também: Epistaxe.

Hemorróidas. Veia dilatada na região do ânus ou
no recto que pode causar sensação de incómodo ou dores intensas. É 
aconselhável associar a tomada oral de uma preparação com cuidados 
externos.

USO INTERNO * 2 chávenas por dia: O Decocção de cardo­de­santa­maria, 20
g de sementes contusas para 1 l de água, ferver 10 minutos; preparar 1 
chávena de cada vez O Decocção de castanheiro­da­índia,
30 g de casca seca de ramos de 2 a 3 anos para 1 l de água, ferver 10 
minutos, infundir 5 minutos O Decocção de cipreste, 15 g de gálbulas 
contusas para 1 l de água, ferver 15 minutos O Infusão de gilbarbeira, 
40 g de rizoma para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Decocção
de malva, 30 g de flores e de folhas, ferver 3 minutos, infundir 10 
minutos O Infusão de murta, 30 g de folhas para 1 l de água fervente, 
infundir 20 minutos O Infusão de pimenta­d'água, 30 g de planta para 1 l
de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de urtiga­branca, 50 g 
de flores e de folhas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O 
Infusão de verbasco, 40 g de flores para 1 l de água fervente, infundir 
10 minutos. * Para tomar às colheres de sopa de 15 em 15 minutos: O 
Infusão de pulmonária, 40 g de su_ midades floridas para 1 l de água 
fervente, in_ fundir 10 minutos O Infusão de sanguissorba­oficinal, 30 g
de planta para 1 l de água fervente infundir 10 minutos O Decocção de 
tuia­vulgar
20 g para 1 l de água, ferver 3 minutos, infundi
10 minutos; dose para 2 dias O Decocção de videira, 50 g de folhas para 
1 l de água, ferver 10 minutos, infundir 10 minutos.

USO EXTERNO
O Cataplasma de sementes descascadas de marmelo, cozidas em leite 
durante 15 minutos, colocadas em pequenos sacos O Cataplasma de folhas 
frescas contusas: ­ de caules e de folhas amachucadas de becabunga, ­ de
escrofulária­nodosa, ­ de morugem­vulgar, ­ de pimpineIa, ­ de saião­
curto O Cataplasma quente de folhas cozidas em leite: ­ de parietária, ­
de verbasco O Cataplasma de folhas de tasneirinha cozidas em água O 
Cataplasma de folhas de favária­maior maceradas em azeite.
405
* Compressas embebidas em: O Decocção de arando, 150 g de bagas para 1 l
de água, ferver
30 minutos e coar O Decocção de bistorta, 60 g para 1 l de água, ferver 
15 minutos O Decocçâo de cipreste, 30 g de gemas esmagadas para 1 l de 
água, ferver 10   minutos O Decocção de erva­dos­escudos, 30 g de planta
para 1 l de água, ferver 10 minutos  O Decocção de erva­férrea, 40 g 
para 1 l de água,  ferver 10 minutos O Decocção de milfólio, 50 g de 
sumidades floridas e de folhas para 1 l de água, ferver 10 minutos O 
Decocção de nogueira, 40 g de folhas para 1 l de água, ferver 15 
minutos, infundir 10 minutos O Decocção de peónia, 30 g de raizes para 1
l de água, ferver 10 minutos O Infusão de sabugueiro, 80 g de flores 
para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Decocção de tormentila,
50 g de raízes para 1 l de água, ferver 10 minutos. * Fumigações, deitar
a preparação muito quente, sem filtrar, numa bacia e sentar­se de modo a
ficar exposto aos vapores: O Infusão de ficária,
100 g de planta para 1 l de água fervente O Infusão composta de 50 g de 
folhas e de flores de malva e 20 g de parietária fresca para 1 l de água
fervente. * Banhos de semicúpio: O Banho de carvalho,
80 g de casca para 1 l de água, ferver 10 minutos e coar O Banho de 
castanheiro­da­índia, 60 g de casca para 1 l de água, ferver 10 minutos 
e coar

O Banho de taráxaco, 40 g de planta e raizes para 1 l de água, ferver 10
minutos e coar.

Herpes. Afecção vírica da pele e das mucosis caracterizada pelo 
aparecimento de vesículas ulcerosas que provocam uma dor tipo 
queimadura. Localizam­se mais frequentemente nos lábios e nos órgãos 
genitais.

USO INTERNO * 3 chávenas por dia: O Infusão de borragem,
30 g de flores para 1 l de água fervente, infundir
10 minutos O   Infusão de cerefólio, 40 g de planta fresca para 1 l de 
água fervente, infundir 10 minutos. * 2 chávenas    por dia: O Infusão 
de dulcamara,
30 g de caules secos e cortados para 1 l de água fervente, infundir 1 
hora O Decocção de saboeira, 40 g de raizes para 1 l de água, ferver 5 
minutos e coar imediatamente. * 1 chávena 45 minutos antes das 2 
refeições principais: O Decoeção de salsaparrilha­bastarda,
70 g para 1 l de água, ferver durante 20 minutos em lume brando. * 1 
tigela grande com muito açúcar todas as manhãs em jejum durante 10 dias:
O Decocção de a mor­perfeito­ bravo, macerar durante 8 horas
30 g de sumidades floridas e de folhas secas em
1 l de água fria, levar à ebulição, adicionando
O,25 1 de leite, e coar.

USO EXTERNO * Lavar as vesículas com: O Infusão de dulcamara O Decocção 
de saboeira. Estas preparações fazem­se em doses duplas relativamente às
indicadas para uso interno.

Hipertensão arterial. Aumento da pressão sanguínea nas artérias. Dá 
origem a numerosas perturbações (cefaleias, transtornos da visão e da 
audição) e pode provocar graves acidentes. É indispensável um 
diagnóstico etiológico preciso. Se a causa não pode ser suprimida por 
meios cirúrgicos ou tratamento médico, o hipertenso pode recorrer a um 
determinado número de práticas higiénicas, alimentares e 
fitoterapêuticas.

USO INTERNO * Preparações simples: O Bolbo de alho todos os dias, sob 
todas as formas, cru, cozido, em infusão, em pó ou em xarope, ou 20 g de
alho com 40 g de água, ferver 30 minutos, coar espremendo e adicionar o 
mesmo peso de açúcar; 3 colheres de sopa por dia O Infusão de cascas de 
maçã, secas e reduzidas a pó, 50 g para 1 l de água fervente. * 3 
chávenas por dia: O Decocção de cascas e

de raízes de bérberis, 20 g para 1 l de água, ferver 10 minutos O 
Infusão de bonina, 25 g de flores e folhas secas O Infusão de canabrás, 
25 g de planta, folhas e raízes para 1 l de água fervente, infundir 10 
minutos; durante 10 dias O Infusão: ­ de groselheira­negra, ­ de 
oliveira, 30 g de folhas para 1 l de água, infundir 10 minutos O 
Decocção de pervinca, 40 g de folhas secas para
1 l de água, ferver 3 minutos, infundir 5 minutos
O Infusão de pilosela, 100 g de planta fresca para 1 l de água fervente,
infundir 10 minutos O Infusão de pirliteiro, 50 g de flores para 1 l de 
água fervente; 3 semanas por mês O Infusão de ulmeira, 30 g de pó em 1 l
de água fervente, infundir 10 minutos.
O Alcoolatura de hera, 10 g de raspas de lenho verde do caule em 100 g 
de álcool a 701 durante
10 dias, coar; tomar 2 gotas 5 vezes por dia O Vinho de visco, macerar 
durante 8 dias 40 g de planta fresca em 1 l de bom vinho branco e coar;
1 copo pequeno antes das refeições.

A alimentação, aliás, deve ser muito regrada, mas dela deverão fazer 
parte: ­ farinha de centeio,
­ espinafres crus, ­ óleo de girassol, ­ uvas.

Hipotensão arterial. Insuficiência da pressão arterial acompanhada de 
uma sensação de fraqueza que dá, por vezes, origem a lipotimias. A sua
causa deve ser imediatamente averiguada.

USO INTERNO
O Pó de cardo­de­ santa­ mari a, 1 g de sementes pulverizadas por dia; 
tomar em 2 vezes, misturado com mel, 20 minutos antes das 2 refeições 
principais O Infusão de giesteira­das­vassouras,
20 g de ramos para 1 l de água fervente, infundir
10 minutos; tomar 2 colheres de sopa 5 vezes por dia e aumentar as 
doses, sem nunca ultrapassar
20 colheres por dia O Infusão de lírio­dos­vales,
15 g de flores secas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos e 
coar; meia chávena 2 vezes por dia.

V. também: Lipotimia.
406
Hipotireoidismo. Insuficiência ou ausência de secreção da glândula 
tireóide que pode dever­se, por vezes, a uma carência de iodo no 
organismo. É sempre acompanhada de astenia e, por vezes, de bócio. É 
imprescindível um diagnóstico médico.

USOS EXTERNO E INTERNO * Efectuar simultaneamente: O Banho de 
laminárias, introduzir as algas num pequeno saco, mergulhá­lo em 1 l de 
água fervente, esperar alguns minutos e misturar com a água da banheira;
duração do banho, 15 minutos O Pó de laminárias, secar as frondes e 
utilizá­las em pedaços ou

reduzidas a pó; ingerir 1 ou 2 g por dia, misturados com os alimentos.

V. também: Bócio.

Icterícia. A icterícia caracteriza­se por uma coloração amarela da pele 
e das mucosas devida à passagem de pigmentos biliares para o sangue. As 
suas causas são variáveis; pode ser devida a um obstáculo que impede a 
evacuação normal da bílis ou a uma afecção do fígado. É indispensável o 
diagnóstico etiológico.

USO INTERNO
O Comer bagas de alquequenje maduras e frescas, 20 g por dia. * Beber 2 
chávenas por dia: O Decocção de almeirão, 30 g de raízes para 1 l de 
água, ferver
2 minutos, infundir 2 minutos e coar. * Beber 3 chávenas por dia: O 
Decocção de amor­ de­hortel ão, 30 g de planta para 1 l de água, ferver 
2 minutos, infundir 10 minutos O Infusão composta de 20 g de flores e de
folhas de bonina e 20 g de folhas e raizes de taráxaco para
1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de cardo­corredor, 
40 g de raizes para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos; dose para
24 horas O Infusão de cerefólio, 30 g de planta fresca para 1 l de água 
fervente O Infusão de gilbarbeira, 20 g de raizes para 1 l de água 
fervente, macerar 50 minutos e coar O Decocção de grama­francesa, 30 g 
de rizoma numa pequena quantidade de água, ferver 2 minutos, guardar 
apenas o rizoma, esmagá­lo e colocá­lo em 1 l de água fria, ferver 15 
minutos e filtrar O Decocção de saboeira, 30 g de folhas para 1 l de 
água, ferver 5 minutos O Infusão de verónica, 30 g de sumidades floridas
para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos.

V. também: Fígado.

Impetigo. Afecção cutânea de natureza infecciosa que atinge 
especialmente as crianças, situada frequentemente na face.

USO EXTERNO * Cataplasma de bardana­maior, cozer em pequena quantidade 
de leite algumas folhas frescas; aplicar morno entre 2 pedaços de tecido
O Compressa de couve, extrair o suco de folhas frescas; pressionar sobre
as lesões de manhã e à noite.

Impotência. Impossibilidade de origem orgânica (malformação) ou 
funcional (astenia genésica) de realizar o acto sexual, tanto no homem 
como na mulher. A malformação compete à cirurgia, e a astenia genésica, 
por vezes, à psicoterapia. Algumas plantas, devido à sua acção 
estimulante, são frequentemente eficazes.

Uso interno * Para a alimentação: O Adicionar: ­ às saladas, folhas de 
eruca, ­ à restante alimentação, salsa crua picada, ­ ao peixe, açafrão 
O Comer:
­ aveia, que provoca um estímulo hormonal, trigo germinado O Infusão de 
hipericão, 20 g de sumidades floridas para 1 l de água fervente, 
infundir 5 minutos; 1 chávena O Infusão de hortelã­pimenta, 20 g de 
sumidades floridas e de folhas para 1 l de água fervente; 1 chávena O 
Infusão de satirião­macho, 4 g de pó de tubérculo (salepo) para 1 l de 
água fervente; 4 chávenas em

24 horas O Infusão de satureja­das­montanhas, 50 g de folhas para 1 l de
água fervente; 1 chávena.
O Vinho de alecrim e de salva, deitar em 1 l de vinho tinto 30 g de 
folhas de alecrim frescas, 20 g de salva e 1 colher de sopa de mel, 
aquecer em

banho­maria durante 15 minutos, deixar arrefecer e filtrar; 2 colheres 
de sopa antes do jantar O Vinho de canabrás, macerar durante 24 horas 50
g de raizes e de folhas de canabrás cortadas em pequenos pedaços em 1 l 
de vinho tinto e coar; 1 copo pequeno antes das 2 refeições principais O
Vinho de funcho, macerar durante 3 semanas 100 g de sementes em 1 l de 
vinho do Porto, mexendo todos os dias, e coar; 1 copo pequeno depois do 
jantar.

Inapetência. V. Apetite.

Incontinência de urinar. V. Enurese.

Indigestão. Indisposição digestiva que se segue a uma refeição copiosa, 
frequentemente acompanhada de náuseas e vómitos.

USO INTERNO 
Por vezes é necessário provocar o vómito.

Para provocar o vómito
O Decocção de amor­perfeito­bravo, 2 g de raízes em pó em 1 copo de água
açucarada O Decocção de violeta, 15 g de raízes em 200 g de água, ferver
10 minutos; beber com muito açúcar em 2 doses.

Para acalmar as náuseas * Beber muito quente e lentamente:
Infusão
407
de acácia­bastarda, 40 g de flores colhidas ainda fechadas e secas para 
1 l de água fervente, infundir 5 minutos O Infusão de anis, 15 g de 
sementes contusas para 1 l de água fervente, infundir 15 minutos O 
Infusão de dictamo­branco, 20 g de folhas para 1 l de água fervente, 
infundir 5 minutos O Infusão de hortelã­pimenta, 20 g de folhas secas 
para 1 l de água fervente, infundir 5 minutos O Infusão de lúcia­lima, 
15 g de folhas e de sumidades floridas para 1 l de água fervente O 
Infusão de melissa, 60 g de flores e de caules para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos e

coar O Infusão de pervinca, 30 g de folhas secas

para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de primavera, 
60 g de flores @ara 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Decocção
de tília, 60 g de flores para 1 l de água, ferver 15 minutos e coar.

Insectos e roedores. Protecção contra os insectos, bem como o modo de 
expulsá­los e afugentá­los de casa.

USO EXTERNO 
Para afugentar os mosquitos e as moscas

O Colocar um vaso com basílico (manjericão grande) à janela e agitá­lo 
de vez em quando O Eucalipto fresco ou seco O Queimar folhas de 
loureiro.

Para afugentar as formigas
O Colocar meio­limão bolorento nos locais frequentados pelas formigas.

Para afugentar os percevejos
O Pôr folhas de feijoeiro entre a lã dos colchões ou sob os colchões 
sintéticos.

Para afugentar as pulgas 
* Introduzir no enchimento das almofadas: caules de losna, ­ folhas de 
matricária, ­ poejo, ­ sumidades floridas de tanaceto O Queimar nas 
divisões folhas de hortelã­pimenta.

Para afugentar as traças e os mosquitos

Utilizar: ­ alfazema, ­ aspérula­odorífera, cascas de limão, ­ losna, ­ 
satureja­das­montanhas.
O Decocção de coloquíntida, sementes e polpa secas, 100 g para 1 l de 
água, ferver 10 minutos, lavar o chão, os rodapés e os parapeitos das 
janelas O Pó de piretro, que não é tóxico para cães e
gatos, mas extermina os animais de sangue frio; pulverizar a parte 
inferior das paredes e os rodapés.

Para afugentar os ratos
* Utilizar poejo.
Para proteger o vestuário * Pó de rizoma de cálamo­aromático que protege
as peles O Pendurar um ramo de abrótano­fêmea nos guarda­fatos e colocá­
lo entre as peças de vestuário.

V. também: Ftiríase, Picadas.

Insónia. V. Sono.

Intestino. Algumas plantas são específicas para as perturbações 
intestinais, como a obstipação, as
cólicas, a diarreia, o meteorismo, os espasmos e as parasitoses. Mas 
pode também haver necessidade de uma purga ou ainda de facilitar o 
trânsito de um objecto engolido inadvertidamente. Nestes casos, qual a 
planta a escolher?

USO INTERNO

Para purgar 
* Só utilizar excepcionalmente e nunca sem o
conselho do médico: O Decocção de açafroa, 10 g de sementes para 1 l de 
água, ferver 10 minutos; 1 copo em jejum O Suco de espinheiro­cerval, 
lavar e esmagar 20 bagas; tomar 1 colher de café numa chávena de infuso 
de alteia O Infusão de graciosa,  15 g de plantas secas em 1 l de água 
fervente; 1 chávena O Decocção de mercurial, 20 g de folhas  em 1 l de 
água, ferver 5 minutos; 3 tigelas O Maceração de mostarda­branca, 5 g 
num copo pequeno de água durante 1 noite; beber de manhã   em jejum O 
Vinho de ruibarbo, macerar durante 12 dias 50 g de raízes em 1 l de 
vinho doce e coar; dose purgativa, 1 colher de sopa.

Para envolver um objecto e ajudar a sua evacuação (parafuso, alfinete de
segurança fechado, agrafé)
O Espargos bem cozidos; comer uma boa quantidade, sobretudo a parte 
fibrosa; estas fibras envolvem o objecto estranho e facilitam a sua 
evacuação.

Intoxicação. Envenenamento por absorção de um tóxico. Alertar com 
urgência o médico e, nas cidades, o centro antivenenos. Enquanto espera,
não se deve dar leite nem provocar o vómito se o produto ingerido for 
cáustico; se se provocar o vómito, deve vigiar­se o intoxicado para que 
ele não sufoque.

USO INTERNO Para provocar o vómito
O Decocção de carvalho, 60 g de casca para 1 l de água, ferver 10 
minutos e coar; beber O,5 1 misturado com 2 claras de ovo cruas e 
batidas O Decocção de violeta, 15 g de raízes esmagadas em 250 g de água
fervente, beber em 2 doses.

Se o produto ingerido é um ácido
O Beber sumo de limão ou azeite O Mastigar carvão de bétula (vidoeiro) 
ou de choupo.
Enquanto espera o médico, devem conservar­se os vomitados, os 
excrementos e o resto do pr9duto que causou a intoxicação. Não fazer o 
tratamento sozinho. Mesmo que se verifiquem melhoras, podem surgir 
complicações mortais, pois o

tóxico pode ter lesado definitivamente o fígado ou os rins; os médicos 
podem fazer lavagens ao estômago e dispõem de aparelhagem de reanimação 
e antitóxicos muito eficazes.
408
Irritabilidade. Perturbação do carácter, frequentemente devida a um 
excesso de trabalho, que se manifesta por reacções excessivas 
simultaneamente a outras manifestações de nervosismo.

USO INTERNO * Xarope de macela, macerar durante 6 dias em

O,5 1 de álcool a 600 200 g de sumidades floridas, um pouco de    casca 
de laranja amarga, agitar 2 vezes por dia  com 1 colher de pau, filtrar,
adicionar 1 l de  xarope comum, agitar, deixar repousar 4 dias; 2 
colheres de sopa são suficientes para acalmar.

V. também: Nervosismo.

Lactação. Alimentação do recém­nascido com o
leite materno. O aleitamento natural é o único considerado aqui. As 
plantas galactagogas têm a propriedade de aumentar a secreção de leite 
pela glândula mamária, e as plantas galactófugas, a de suprimir essa 
secreção.

Para aumentar a secreção láctea (plantas galactagogas)

USO EXTERNO
O Cataplasma de folhas de rícino frescas e moídas.

Uso interno
O Juntar à alimentação: ­ lentilhas cozidas, topinambos cozidos O 
Infusão de endro, 50 g de sementes para 1 l de água fervente; 3 chávenas
por dia O Infusão de 50 g de sementes para 1 l de água fervente, tapar e
infundir 10 minutos; tomar
1 chávena depois de uma das refeições: ­ de alcaravia, ­ de anis, ­ de 
corninhos O Infusão de basílico, 50 g de folhas para 1 l de água 
fervente; 1 chávena depois de uma das refeições O Infusão de cenoura 
cultivada, 30 g de sementes secas para 1 l de água fervente O Infusão de
funcho, 30 g de sementes para 1 l de água fervente, tapar e infundir 10 
minutos; 4 chávenas por dia entre as refeições O Infusão de galega, 20 g
de planta florida seca para 1 l de água fervente; 3 chávenas por dia O 
Infusão de malte (cevada germinada), 15 g para 1 chávena de água quente,
deixar 10 minutos em banho­maria e coar; 2 chávenas por dia O Infusão de
verbena, 30 g de sumidades floridas secas para 1 l de água fervente; 4 
chávenas por dia.

Para suprimir a secreção láctea (plantas galactófugas)

USO EXTERNO
O Cataplasma de folhas de aipo cozidas misturadas corri folhas de 
pervinca e de hortelã­pimenta
O Cataplasma de folhas frescas moídas de: LEUCORREIA

amieiro, ­ cerefólio, ­lapsana, ­ mentas, mercurial, ­ morugem­vulgar, ­
salsa, ­ tasneirinha O Cataplasma de folhas frescas moídas, depois 
aquecidas, de dulcamara.
USO INTERNO
O Infusão de escolopendra, 20 g de folhas frescas para 1 l de água 
fervente; 4 chávenas por dia
O Decocção de mercurial, 30 g de folhas frescas para 1 l de água fria, 
levar à ebulição, deixar ferver 5 minutos e coar; 4 chávenas por dia O 
Infusão de salva, 20 g de folhas secas para 1 l de água fervente; 3 
chávenas por dia.

Laringite. Afecção aguda ou crónica da laringe, por vezes dolorosa, que 
provoca frequentemente modificações da voz.

USO INTERNO
O Infusão de rinchão, 80 g de planta, se possível fresca, para 1 l de 
água fervente, infundir 15 minutos, filtrar e utilizar imediatamente; 
beber lentamente 3 chávenas por dia, adoçadas com mel, entre as 
refeições.

V. também: Rouquidão, Voz.

Leucorreia. Corrimento esbranquiçado pela vulva, benigno se for 
passageiro e fraco, anormal se se prolongar ou adquirir coloração mais 
escura.

A causa de qualquer leucorreia persistente deve ser diagnosticada.

USO EXTERNO * Fazer uma irrigação vaginal por dia, sem pressão, à 
temperatura do corpo: O Decocção de alfazema, 40 g de sumidades floridas
para 1 l de água, ferver 5 minutos O Decocção de alfenheiro, 50 g de 
folhas secas para 1 l de água, ferver 5 minutos O Decocção de argentina,
80 g de folhas e de flores para 1 l de água, ferver 15 minutos, infundir
5 minutos O Decocção de bistorta, 80 g de rizoma para 1 l de água, 
ferver 10 minutos O Infusão de búgula, 40 g de planta florida   para 1 l
de água fervente, infundir 10 minutos O Decocção de carvalho, 80 g de 
casca para 1 l de  água O Decocção de lisimáquia, 50 g de planta para 1 
l de água, ferver 10 minutos O Decocção de marmeleiro, 5 g de folhas 
para 1 l de água,    ferver 5 minutos, deixar arrefecer e filtrar O 
Decocção de morangueiro, 30 g de folhas para 1 l de água, ferver 10 
minutos, infundir 10 minutos O Decocção de nogueira, 40 g de folhas para
1 l de água, ferver 20 minutos O Decocção de pé­de­leáo, 80 g para 1 l 
de água, ferver 10 minutos e infundir O Decocção de romãzeira, 25 g de 
flores para 1 l de água, dar uma fervura, infundir 5 minutos O Infusão 
de rosas­rubras, 80 g de pétalas para 1 l de água fervente, infundir 10 
minutos O Decocção de salgueirinha, 80 g de sumidades floridas para
1 l de água, ferver 5 minutos O Decocção de salsa, 80 g de sementes para
1 l de água, ferver 5 minutos, infundir 10 minutos O Decocção de 
sanícula, 15 g de planta florida, ferver 5 minutos
O Decocção de silva, 25 g de folhas para 1 l de
409
água, ferver 3 minutos, infundir 15 minutos O Decoeção de tormentila, 30
g de raízes para 1 l de água, ferver 10 minutos, infundir 10 minutos
O Decocçâo de ulmeiro, 80 g de casca seca e

contusa para 1 l de água fria, macerar durante 2 horas, aquecer em 
seguida, ferver 2 minutos, infundir 15 minutos O Decocção de urtiga­
branca, 40 g de planta cortada em pedaços para 1 l de água, ferver 10 
minutos O Decocção de visco, 20 g de planta para 1 l de água, ferver 15 
minutos. * Durante 1 semana tomar: O Banho de abeto­branco, infusão de 
100 g de gemas em 1 l de água fervente; adicionar ao banho.

USO INTERNO * Beber de manhã e à noite 1 chávena: O Decocção de 
avoadinha, 40 g de caule florido e de folhas para 1 l de água em 
ebulição, ferver 3 minutos, infundir 10 minutos O Decocção de carvalho, 
15 g de folhas para 1 l de água, ferver
5 minutos O Infusão de golfão­branco, 20 g de flores para 1 l de água 
fervente; beber tépido O Infusão de hipericão, 20 g de sumidades 
floridas para 1 l de água fervente, deixar amornar e coar

O Infusão de murta, 20 g de folhas para 1 l de água fervente, infundir 
15 minutos O Infusão de salva, 15 g para 1 l de água fervente, infundir 
5 minutos O Decocção de sanguissorba­oficinal,
25 g de planta fresca para 1 l de água, ferver 5 minutos O Decoeção de 
sempre­noiva, 30 g de planta inteira para 1 l de água, ferver 1 minuto, 
infundir 15 minutos. * Tomar de manhã e à noite, durante 10 dias, meio 
copo de: O Suco de urtigão fresco, lavar as

folhas, espremê­las num guardanapo para lhes extrair o suco ou 
centrifugá­las.

Lipotimia. Indisposição angustiante, geralmente sem gravidade, muitas 
vezes acompanhada de zumbidos. Semelhante ao desmaio, sem no entanto 
desencadear perda de consciência.

USO INTERNO
O Água de melissa e de angélica, deitar 100 g de flores frescas de 
melissa e 10 g de raizes de angélica cortadas em pedaços em O,5 1 de 
álcool a
600, 20 g de casca de limão não tratado quimicamente, 5 g de canela e 10
cravos­da­índia, macerar durante 5 dias, filtrar e conservar em frascos 
rolhados; tomar 10 gotas num torrão ou numa colher de café numa chávena 
de água quente com muito açúcar.

Litíase. Formação de areias ou de concreções (cálculos). Nesta obra 
consideram­se dois casos: as formações de cálculos biliares e de 
cálculos renais. Algumas plantas são activas em ambos os casos.

USO INTERNO Litíases renal e biliar * Comer: ­ cerejas, ­ morangos, ­ 
uvas

Decocção de aipo, 30 g de raízes para 1 l de água, ferver 5 minutos, 
infundir 10 minutos; 2 chávenas diárias O Decocção de alquequenje, 30 g

de bagas secas para 1 l de água, ferver 5 minutos, infundir 10 minutos; 
quantidade para 24 horas
O Decocção de grama­francesa, 30 g de rizoma para um pouco de água, 
ferver 2 minutos, deitar fora a água, esmagar, ferver novamente em 1 l 
de água durante 15 minutos e coar; 4 chávenas por dia. * Beber 3 
chávenas por dia: O Decocção de bérberis, 30 g para 1 l de água, ferver 
5 minutos, infundir 10 minutos O Decocção de feto­real,
30 g de rizoma para 1 l de água, ferver 5 minutos num recipiente tapado,
infundir 5 minutos O Infusão de héspere, 5 g de folhas para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos O Decocção de sempre­noiva, 50 g de planta
por 1 l de água, ferver 15 minutos e coar O Decocção de taráxaco,
50 g de planta picada para 1 l de água, ferver 3 minutos, infundir 10 
minutos O Infusão de verbena, 30 g de planta para 1 l de água fervente, 
infundir 10 minutos.

Litíase renal
O Infusão de maçã, 50 g de cascas secas para 1 de água fervente, 
infundir 15 minutos; dose para
1 dia. * Beber as seguintes preparações: O Seiva de bétula (vidoeiro); 
meio copo em jejum, 15 dias por mês durante 2 meses O Infusão de 
giesteira­das­vassouras, 25 g de flores para 1 l de água fervente, 
infundir 10 minutos; começar por beber
1 chávena por dia em 2 vezes e depois 2 chávenas O Decocção de milho, 40
g de estigmas para
1 l de água, ferver 10 minutos; dose para 48 horas O Infusão de pimenta­
d'água, 30 g de planta inteira fragmentada para 2 1 de água fervente, 
infundir 10 minutos; tomar às colheres de sopa até perfazer 1 chávena. *
Beber todos os dias: O Decocção de alho, ferver 3 dentes esmagados em 
150 g de leite e coar

O Decocção de freixo, 40 g de casca para 1 l de água, ferver 10 minutos,
infundir 10 minutos e

coar O Decocção de gilbarbeira, 40 g de rizoma para 1 l de água, ferver 
2 minutos, infundir 10 minutos. * Beber 2 chávenas por dia: O Decocçâo 
de cavalinha, 50 g para 1 l de água, ferver 30 minutos e coar O Decocção
de pirliteiro, 15 g de bagas secas para 1 l de água, ferver 5 minutos, 
infundir 10 minutos. * Beber 3 chávenas por dia: O Infusão de aspérula­
c,dorífera, 20 g de sumidades floridas para
1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Decocção de bardana, 30 g de
raízes frescas para 1 l de água, ferver 5 minutos, infundir 10 minutos O
Infusão de erva­de­santa­bárbara, 20 g de folhas frescas para 1 l de 
água fervente, infundir 10 minutos O Decocção de faveira, 30 g de 
sumidades floridas para 1 l de água, ferver 5 minutos, infundir 10 
minutos O Infusão de gatunha, 30 g de flores e de folhas para 1 l de 
água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de pereira, 40 g de folhas 
para 1 l de água fervente, infundir 25 minutos O Decocção de silva­
macha, 40 bagas para 1 l de água, ferver 3 minutos e coar O Infusão de 
ulmeira, 40 g de flores em 1 l de água fervente, infundir 10 minutos. * 
Preparação para 48 horas: O Decocção de pa
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rietária, 20 g de planta para 1 l de água ebuliente, ferver 3 minutos, 
infundir 10 minutos.

Litíase biliar
O Tornar 1 colher de azeite todas as manhãs em jejum. * Beber 2 chávenas
por dia: O Infusão de balsamita, 30 g de planta para 1 l de água 
fervente
O Decocção de borragem, 40 g de caules, flores e folhas misturados para 
1 l de água, ferver 5 minutos, infundir 10 minutos O Infusão de 
hepática, 25 g de folhas secas para 1 l de água, infundir 10 minutos.

Lumbago. Dor na região lombar, isto é, na parte inferior das costas. 
Pode surgir subitamente ou desenvolver­se insidiosamente.

USO EXTERNO
O Cataplasma de folhas de couve escaldadas e esmagadas O Cataplasma de 
tomilho aquecido numa frigideira O Cataplasma de folhas de verbena, 
escaldadas e esmagadas, misturadas com 1 clara de ovo ou cozidas com 1 
copo de vinagre; colocar entre 2 pedaços de tecido fino e aplicar o

mais quente possível.

USO INTERNO
O Decocção de tília, 30 g de lenho (alburno) para 1 l de água, ferver em
lume brando durante
15 minutos e filtrar; beber a preparação em 2 dias.

Mal branco. V. Panarício.

Magreza. Insuficiência de peso que se manifesta pelo desaparecimento das
gorduras de reserva por atrofia muscular e visceral. Algumas plantas 
podem facilitar uma recuperação do peso ao actuarem sobre as funções 
digestivas ou o metabolismo geral.

USO INTERNO
O Farinha de alforvas, 3 g; 2 vezes por dia, misturada com mel O Leite 
de alga­perlada, ferver em 1 l de leite 10 g de planta, adoçar com mel;
O,5 1 por dia O Infusão de angélica, 40 g de folhas para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos; 1 chávena depois das refeições O Vinho de
genciana, macerar em 1 l de vinho doce durante
5 dias 10 g de raizes secas e cortadas em pequenos pedaços, adicionar um
pouco de casca de laranja amarga e filtrar; 1 copo pequeno no fim das 
refeições O Infusão de losna, 5 a 10 g de sumidades floridas e de folhas
secas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos: 1 chávena antes 
das 2 refeições principais O Infusão de lúpulo,
20 g de cones secos em 1 l de água fervente; 2 chávenas por dia entre as
refeições.

V. também: Apetite, Digestão, Nervosismo.

Mal da montanha. Indisposição sentida por certas pessoas ao passarem 
rapidamente para uma altitude elevada.

O Decocção de tasneirinha, 25 g de planta seca

para 1 l de água, ferver 5 minutos e coar; 2 chávenas por dia, com 
início 8 dias antes da viagem.

Mancha cutânea. Qualquer mancha cutânea anormal, ou em que se manifestem
modificações, deve ser mostrada a um médico. Algumas manchas, como o 
cloasma da gravidez, as manchas ditas da velhice ou as sardas, podem 
atenuar­se graças às plantas.

USO EXTERNO * Passar sobre as manchas, 2 vezes por dia, algodão molhado 
em: O Cataplasma de becabunga,
1 punhado de planta cozida num pouco de água
O Decocção de bonina, 60 g de planta para 1 l de água da chuva, ferver 5
minutos, infundir 10 minutos O Suco fresco de dulcarnara O Sumo de limão
salgado O Infusão de parietária, 50 g de planta fresca para 1 l de água 
fervente, infundir
10 minutos O Infusão de salsa, 60 g de planta para 1 l de água fervente,
infundir 10 minutos, adicionar o sumo de 1 limão e coar O Decocção de 
selo­de­salornão, 50 g de rizoma para 1 l de água, ferver 5 minutos O 
Decocção de tília, 80 g de flores para 1 l de água, ferver 5 minutos.

V. também: Sarda.

Memóría. Função que possibilita conservar e relembrar os acontecimentos 
passados. O seu enfraquecimento pode ser devido a numerosas causas, a 
mais comum das quais é o envelhecimento.

Uso interno * Tomar 3 chávenas por dia, 10 dias por rilês durante 3 
meses: O Infusão de alecrim, 30 g de sumidades floridas para 1 l de água
fervente, infundir 10 minutos e coar O Infusão de melissa,
30 g de sumidades floridas e de folhas para 1 l de água fervente, 
infundir 10 minutos e coar.

Menopausa. Etapa fisiológica marcada pela cessação da menstruação. É 
frequentemente acompanhada por perturbações contra as quais as plantas 
se revelam muitas vezes bastante eficazes pela sua acção depurativa, 
diurética, tónico­venosa, antiespasmódica, neurossedativa ou ainda 
hemostática.

Uso interno
O Decoeção de grama­francesa, ferver 30 g de rizoma no mínimo de água 
possível durante 2 minutos, deitar fora a água, esmagar seguidamente o 
rizoma e cozê­lo em lume brando durante 15 minutos ern 1 l de água, 
deixar amornar e
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coar; quantidade para 24 horas O Decocção de laminárias, 100 g de planta
picada para 1 l de água fria, macerar durante 3 horas, ferver 2 minutos 
e coar; 3 chávenas por dia * Infusão de mercurial, 30 g de folhas para 1
l de água fervente, infundir 15 minutos; 3 chávenas por dia, 10 dias por
mês * Infusão de visco, 15 g de folhas frescas picadas para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos; quantidade para 24 horas, 10 dias por 
mês.

Acção sedativa
O Infusão de marroio, 30 g de flores para 1 l de água fervente; 2 
chávenas por dia O Maceração de valeriana, 10 g de raízes frescas 
maceradas durante 1 noite numa chávena de água fria; beber em jejum.

Para os estados congestivos (afronta men tos), as palpitações, etc. * 
Beber 3 chávenas por dia: O Decocção de cipreste, 20 g de gálbulas 
contusas para 1 l de água, ferver 15 minutos O Infusão de pirliteiro,
15 g de flores para 1 l de água fervente, infundir
10 minutos O Infusão de salva, ­20 g de flores e

de folhas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos.

Para as perturbações vasculares, dores pélvicas, irregularidades da 
menstruação, hemorragias * Beber 3 vezes por dia: O Decoeção de 
bérberis, 30 g de casca para 1 l de água, ferver 10 minutos O Decocção 
de bolsa­de­pastor, 30 g para 1 l de água, ferver 10 minutos, infundir 
10 minutos   O Decocção de castanheiro­ da­ índia,
30 g de casca para 1 l de água, ferver 10 minutos, infundir 5 minutos O 
Infusão de estaque, 30 g para 1 1de água fervente, infundir 10 minutos O
Decocção de gilbarbeira, 30 g de rizoma cortado para 1 l de água, ferver
2 minutos, infundir 10 minutos O Infusão de maravilhas, 30 g para 1 l de
água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de milfólio, 30 g de 
sumidades floridas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O 
Decocção de pé­de­leão, 30 g para 1 l de água, ferver
10 minutos, infundir 5 minutos O Infusão de pimpineia, 30 g de planta 
inteira para 1 l de água fervente, infundir  10 minutos O Infusão de 
sanguissorba­oficinal, 30 g de planta inteira para 1 l de água fervente,
infundir 10 minutos O Suco fresco de urtigão; tomar 100 g por dia * 
Decocção de videira, 50 g de folhas para 1 l de água, ferver 10 minutos,
infundir 10 minutos. * Beber durante o dia: O Infusão de noveleiro,
15 g de casca para 1 l de água fervente, infundir
5 minutos; preparar apenas 1 chávena, que deve ser bebida em 2 doses O 
Infusão de pimenta­d'água, 30 g para 1 l de água fervente, infundir 10 
minutos; preparar apenas o equivalente a 1
chávena, a qual deve ser bebida ao longo do dia
em pequenos sorvos.

Menstruação. Perdas sanguíneas periódicas, provenientes do útero, que 
ocorrem entre a menarca, aparecimento da primeira menstruação, e a 
menopausa, isto é, entre os 12 e os 14 anos até aos 50 aproximadamente. 
Pode provocar numerosas perturbações: ciclos irregulares, fluxo 
sanguíneo abundante e prolongado ou insuficiente, Pode ser dolorosa e 
provocar indisposições.

Uso interno 
Menstruação demasiado abundante:             
abeto­branco, ­ bérberi$, ­ cavalinha,           pimenta­d'água.

Menstruação insuficiente: 
­ açafrão, ­ agripalma, ­ alcaravia, ­ argentina, ­ artemísia,
­ cenoura­brava, ­ chagas, ­ erva­formigueira, ­ estaque, ­ granza, ­ 
levístico, ­ losna,
­ maravilhas, ­ marroio, ­ melissa­bastarda, ­ milfólio, ­ salva, ­ 
salva­esclareia, ­ tanaceto, ­ tasneirinha, ­ tomilho, ­ trevo­d'água, ­
urtiga­branca.

Menstruação dolorosa: 
­ abrótano, ­ angélica,
­ arternísia­dos­alpes, ­ canabrás, ­ framboeseiro, ­ hera, ­ losna, ­ 
loureiro, ­ macela,
­ matricária, ­ nêveda­dos­gatos, ­ noveleiro, ­ orégãos, ­ pulsátila, ­
salsa, ­ zimbro.

Menstruação difícil que se anuncia mas não se revela: 
­ aristolóquia,     artemísia, ­ dictamo­de­creta, ­ estragão,     pé­
de­leão. * As preparações que devem ser ingeridas 1 semana antes da data
da menstruação estão agrupadas em seguida; 2 chávenas por dia: O Resina 
fresca de abeto­branco, 3 bolinhas do tamanho de
1 ervilha por dia, podem moer­se com mel ou alcaçuz O Infusão de 
abrótano, 5 g de folhas secas para 1 l de água fervente, infundir 5 
minutos O Infusão de açafrão, 1 g para 1 l de água fervente, infundir 10
minutos O Infusão de agripalma, 30 g de folhas para 1 l de água fervente
O Infusão de alcaravia, 15 g de sementes para 1 l de água fervente, 
infundir 10 minutos O Infusão de angélica, 5 g de folhas para 1 l de 
água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de argentina, 30 g de 
flores e de folhas para 1 l de água fervente, infundir 5 minutos O 
Infusão de aristolóquia, 10 g de raízes secas para 1 l de água fervente,
infundir 5 minutos O Infusão de arternísia, 30 g de sumidades floridas e
de folhas secas para 1 l de água fervente, infundir 5 minutos O Infusão 
de artemísia­dos­alpes, 25 g de planta para 1 l de água fervente, 
infundir 10 minutos O Infusão de  bérberis, 30 g de raizes e de cascas 
misturadas  para 1 l de água fervente, infundir 5 minutos O Infusão de 
camomila, 5 g de flores para 1 l de água fervente,  infundir 10 minutos 
O Decocção de canabrás, 20 g de raizes para 1 l de água, ferver 5 
minutos, infundir 5 minutos O Decocção de cavalinha, 50 g de planta 
fresca para 1 l de água, ferver 30 minutos e coar O Infusão de cenoura­
brava. 15 g de sementes para
1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de chagas, 20 g de 
folhas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de 
dictamo­de­creta, 10 g de folhas e de sumidades floridas para 1 l de 
água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de erva­formigueira, 20 g 
de folhas para 1 l de água fervente, infundir 5 minutos O Infusão de 
estaque, 25 g de planta para 1 l de,
412
água fervente, infundir 5 minutos O Infusão de estragão, 50 g de planta 
seca para 1 l de água fervenfe, infundir 10 minutos O Infusão de 
framboeseiro, 40 g de folhas para 1 l de água fervente, infundir 10 
minutos O Decocção de granza,
20 g de raízes para 1 l de água, ferver 5 minutos, infundir 5 minutos O 
Infusão de hera, 40 g de folhas para 1 l de água fervente, infundir 10 
minutos O Infusão de levístico, 25 g de sementes para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos O Infusão de losna, 5 g de sumidades 
floridas para
1 l de água fervente, infundir 5 minutos O Infusão de loureiro, 20 g de 
folhas para 1 l de água fervente,  infundir 10 minutos O Infusão de 
maceIa, 20 g de flores para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O 
Infusão de maravilhas, 30 g de flores para 1 l de água fervente, 
infundir 10 minutos O Infusão de marroio, 20 g de planta seca para 1 l 
de água fervente, infundir 15 minutos O Infusão de melissa­bastarda, 50 
g de sumidades floridas e de folhas para 1 l de água fervente, infundir 
5 minutos O Infusão de rnilfólio, 30 g de sumidades floridas para 1 l de
água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de nêveda­dos­gatos, 30 g 
de sumidades floridas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O 
Infusão de noveleiro, 15 g de casca para 1 l de água fervente, infundir 
5 minutos O Infusão de orégãos, 10 g de sumidades floridas para 1 l de 
água fervente, infundir 10 minutos O l@fusão de pé­de­leão, 30 g de 
folhas e de caules para 1 l de água fervente, infundir   10 minutos O 
Infusão de pimenta­d'água,   10 g de folhas secas para 1 l de água 
fervente,  infundir 10 minutos O Infusão de pulsátila, 5  g de folhas e 
flores frescas para 1 l de água fervente, infundir 5 minutos O Suco 
fresco de salsa, 100 g por dia O Infusão: ­ de salva,
­ de salva­esclareia, 15 g de folhas para 1 l de água fervente, infundir
10 minutos O Infusão de tanaceto, 20 g de sumidades floridas secas para
1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de tasneirinha, 50 g
de raízes para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de 
tomilho, 20 g de planta para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O
Infusão de trevo­d'água,
20 g de folhas para 1 l de água fervente, infundir
5 minutos O Infusão de urtiga­branca, 20 g de planta para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos O Infusão de zimbro, 20 g de bagas para
1 l de água fervente, infundir 10 minutos.

Meteorismo. Distensão do abdómen devida à acumulação de gases nos 
intestinos.

Uso interno Utilizam­se sementes de plantas que, geralmente, têm uma 
acção carminativa. * Beber 1 chávena depois das refeições: O Infusão de 
30 g de sementes ou de frutos de cada planta ou de 30 g da sua mistura, 
consoante o gosto: ­ aipo, ­ alcaravia, ­ anis, ­ cenoura,
­ coentros, ­ cominhos, ­ endro, ­ funcho,
­ levístico, adicionando um fragmento de casca

de limão O Infusão de abrótano, 30 g para 1 l de água fervente, infundir
10 minutos O Infusão de ,agripalma, 20 g de planta para 1 l de água 
fervenNARIZ VERMELHO
te, infundir 10 minutos O Infusão de balsamita,
40 g para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de 
basílico, 40 g para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Pó de 
rizorna de cálamo­aromático seco; 1 g numa colher de mel depois das 
refeições O Carvão de choupo­negro;
1 colher de café 2 vezes por dia O Infusão de estragáo, 30 g para 1 l de
água fervente, infundir
10 minutos O Infusão de hissopo, 20 g de sumidades floridas e de folhas 
para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de hortelã­
pimenta, 50 g para 1 l de água fervente, infundir
10 minutos O Infusão de imperatória, 30 g de rizoma para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos O Infusão de linho­de­cuco, 15 g para
1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de lúcia­lima, 15 g 
para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de pé­de­leão, 
30 g de planta para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão 
de pimpinela, 30 g para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O 
Infusão de saturej a­ das­ montanhas, 30 g para 1 l de água fervente, 
infundir 10 minutos O Decocção de serpão, 20 g de planta para 1 l de 
água, ferver 1 minuto, infundir 10 minutos O Infusão de tomilho, 30 g 
para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos.
O Comer: ­ arroz integral, ­ cebolas cruas, rabanetes O Guarnecer os 
pratos com ceboletas frescas picadas.

Mordedura. Para mordeduras de cão, gato ou
carnívoro selvagem, deverá ter­se presente o perigo de raiva; a 
mordedura de serpente pode causar um envenenamento. Conduzir 
imediatamente a vítima para um centro onde lhe poderão ser

ministrados tratamentos adequados.

USO EXTERNO Para as mordeduras de víbora * Enquanto se espera pela 
injecção de soro antiveneno, aspirar a mordedura, se não se tiver a boca
ferida, e aplicar sobre a ferida urna das seguintes plantas: O Suco de 
raízes e de folhas de bardana­maior O Cebola crua picada e salgada O 
Folhas amachucadas e vagens de feijão verde O Flores amachucadas de 
giesteira­das­vassouras O Suco de rizoina esmagado de imperatória O 
Folhas contusas de tanchagens.

Nariz vermelho. Um nariz permanentemente vermelho pode estar atingido de
acrie rosácea. Um nariz que se torna vermelho com o frio ou o calor pode
ser uma manifestação de desequilíbrio circulatório frequentemente de 
origem neurovegetativa.

USO EXTERNO
O Banho de pés corri água muito quente, seguido de água muito fria 
(terminar corri o banho frio).
413
* Banho descongestionante do nariz que deve ser utilizado morno com:
O Infusão de cerefólio, 40 g de planta para 1 l de água fervente O 
Infusão de flores de laranjeira­doce, 20 g para 1 l de água fervente O 
Infusão de rosas, 20 g de pétalas para 1 l de água fervente.

Náusea. V. Vómito.

Nefrite. Inflamação do rim; pode ser aguda ou
crónica, infecciosa ou tóxica e acompanhada de hipertensão arterial, 
edema, de perturbações na eliminação da ureia. A inflamação ou a 
infecção do bacinete denominam­se pielonefrite.

Uso interno
O Adicionar à alimentação polpa de abóbora cozida em puré ou sopa. * 
Beber ao longo do dia: O Infusão de buglossa,
20 g de flores secas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos; 3 
chávenas por dia O Infusão de erva­de­são­roberto, 30 g de sumidades 
floridas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos; 3 chávenas por 
dia O Decocção de milho, 30 g de estigmas para 1 l de água, ferver 30 
minutos e coar morno O Decocção de salsaparrilha­bastarda, 50 g de 
raizes secas para 1 l de água, ferver 15 minutos, infundir 10 minutos; 
beber 1 l por dia, às chávenas pequenas, entre as

refeições O  Decoeção de urze, 30 g de planta florida para 1 l de água, 
ferver 15 minutos; 4 chávenas por dia O Decocção de vara­de­ouro,
50 g de sumidades floridas para 1 l de água, dar uma fervura, infundir 
10 minutos; dose para 48 horas.

Nervos.(Crise de). Uma crise de nervos é um
episódio emotivo, acompanhado de tensão ou de
tremuras, que termina por uma crise de choro.

Uso interno
O Infusão de hortelã, 30 g de folhas secas para 1 l de água fervente, 
infundir 10 minutos; 1 cUyena
O Infusão de rnacela, 30 g de flores para 1 l de água fervente, infundir
10 minutos; beber 1 chávena muito quente O     >Infusão de tília, 30 g 
de flores para 1 l de água fervente, infundir 5 minutos; beber muito 
quente O Infusão de visco, 15 g de folhas frescas para 1 l de água 
fervente; beber
1 chávena e o restante ao longo do dia. * Para ter de reserva: O Tintura
de valeriana,
100 g de raízes frescas cortadas em pequenos pedaços, macerados durante 
2 semanas em O,5 1 de boa aguardente, filtrar; ingerir 40 gotas.

Nervosismo. Maneira de ser, feita de susceptibilidade, de agitação, de 
irritabilidade, podendo ser o sinal precursor de uma nevrose.

Uso interno Estas plantas são tão eficazes que os especialistas as 
denominam tranquilizantes vegetais. * Beber 2 chávenas por dia: O 
Decocção de alface ­ 500 g de folhas de alface, ­ 50 g de alface­brava 
para 1 l de água, ferver 5 minutos, deixar arrefecer e coar; beber com 
açúcar O Infusão de golfões: ­ 30 g de flores de golfão­branco, ­ 30 g 
de raizes de golfão­amarelo para 1 l de água fervente, infundir 10 
minutos O Infusão de lúpulo, 30 g de cones para 1 l de água fervente, 
infundir 10 minutos O Infusão de marroio­negro, 40 g de planta para 1 l 
de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de passiflora, 40 g de 
flores para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de 
salgueiro­branco, 40 g de folhas e de amentilhos em 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos O Infusão composta de 30 g de flores de 
tília, 30 g de raízes de valeriana e 40 g de flores de laranjeira­doce, 
misturar bem as plantas e retirar 30 g da mistura para 1 l de água 
fervente, infundir 5 minutos e coar; beber imediatamente.

Para combater os espasmos e restabelecer o equilíbrio do sistema nervoso

* Beber 2 chávenas por dia: O Infusão­ de alecrim, 20 g de sumidades 
floridas para 1 l de água fervente, in(iindir­20 minutos O Infusão de 
angélica, 10 g de folhas frescas para 1 l de água fervente, infundir 10 
minutos O Infusão de aspéruIa­odorífera, 40 g de flores secas para 1 l 
de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de balsamita, 40 g de 
planta para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de 
basílico, 40 g de sumidades floridas para 1 l de água fervente, infundir
10 minutos O Decocção de cálarno­aromático, 10 g de rizoma para 1 l de 
água, ferver 2 minutos, infundir 10 minutos O Infusão de cornichão, 40 g
de flores para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de 
erva­coalheira,
30 g de flores para 1 l de água fervente, infundir
10 minutos O Decocção de girassol, 20 g de sementes torradas e 
pulverizadas para 1 l de água, ferver 5 minutos, deixar amornar e coar O
Infusã o de lúcia­lima, 15 g de folhas secas para
1 l de água fervente O Infusão de macela, 20 a

30 g de flores para 11 de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão 
de malva, 40 g de flores e de folhas misturadas para 1 l de água 
fervente, infundir 20 minutos O Infusão de manjerona, 30 g de sumidades 
floridas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão    de 
marroio, 40 g de sumidades floridas para 1 l   de água fervente, 
infundir 20 minutos O Infusão    de meliloto, 30 g de sumidades floridas
para 1 l   de água fervente, infundir 20 minutos O Infusão de narciso­
trombeta, 1 g de pó de flores secas para 1 copo de água fervente com 
açúcar O Infusão de nêveda­dos­gatos, 40 g de sumidades floridas para 1 
l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de papoila, 20 g de 
flores para 1 l de água fervente, infundir 5 minutos O Infusão de 
peónia, 50 g de flores secas para 1 l de água fervente, infundir 20 
minutos O Infusão de pirliteiro, 30 g de flores para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos O Infusão de salva, 15 g de folhas para 1 
l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de tasneirinha, 40 g 
de raízes para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos.
O Comer: ­ alperces, ­ maçãs, ­ trigo.
O Extracto de pinguícula, macerar durante 1 noi414
te 50 g de folhas em O,25 1 de água fervente, coar, aquecer depois o 
líquido para evaporar, ficando reduzido a metade, conservar num frasco 
rolhado; 20 gotas por dia em 2 ou 3 doses.

USO EXTERNO
O Banhos: ­ de alfazema, ­ de tília, infundir
200 g de planta em 3 1 de água fervente e coar
espremendo; deitar o líquido na água do banho.

Nevralgia facial devida ao frio * Fumigação de hortelã e de hortelã­
pimenta, infusão concentrada, 50 g para 1 l de água fervente; expor a 
cara aos vapores.
O Cataplasma de folhas e de flores de orégão cozidas numa pequena 
quantidade de vinho tinto
O Cataplasma de farinha de sementes de mostarda­negra O Cataplasma de 
raízes cozidas de pepino­de­são­gregório O Cataplasma de folhas cozidas 
de verbasco O Cataplasma de folhas e de flores frescas de verbena 
cozidas em um pouco de vinagre.

Uso interno * Tomar 3 chávenas por dia: O Infusão de choupo­negro, 50 g 
de gemas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de 
laranjei ra­doce, 10 g de folhas para 1 l de água fervente, infundir 10 
minutos O Infusão de passiflora,
50 g de flores e de folhas secas para 1 l de água fervente; preparar 
apenas 1 chávena e beber mui~ to quente.

Obesidade. Considera­se obeso um indivíduo cujo peso ultrapassa pelo 
menos 15% o peso ideal. Este pode ser calculado de diferentes modos. A 
fórmula seguinte, denominada fórmula de Loreriz, tem em conta a altura 
(em centímetros):

Peso ideal = 50 + O,75 (altura ­ 150)

As obesidades agrupam­se em diversas categorias segundo as suas causas. 
Geralmente, dividem­se em obesidades de superalimentação absoluta e em 
obesidades constitucionais, frequentemente devidas a hereditariedade com
simultânea retenção de água. A primeira atinge habitualmente mais o 
homem; convém restringir o aporte alimentar e reeducar o apetite. A 
segunda atinge sobretudo a mulher e é muito mais difícil de reduzir; 
também devem ser considerados os factores psicológicos. As plantas úteis
intervém de diferentes modos. Apresenta­se em primeiro lugar uma lista ­
classificada por propriedades consoante a sua actividade principal ­ e 
em seguida o modo de utilização. Porém, algumas plantas são dotadas de 
várias acções. É necessário escolher as que parecem agir melhor sobre a

forma de obesidade de que se sofre, ser perseveiante e paciente: neste 
caso, como em todos os outros, as plantas actuam lentamente.

Para diminuir a quantidade de alimentos: ­ alfarroba, beringela.

Para moderar o apetite: ­ valeriana.
Para um regime hipocalórico: ­ aipo, ­ alface­de­cordeiro, ­ cereja, ­ 
maçã, ­ uvas.

Para actuar sobre o metabolismo e as glândulas endócrinas: ­ aveleira, ­
bodelha,        funcho­marítimo, ­ laminárias.

Acção antiespasmódica e sedativa:          pé­de­leão, ­ pirliteiro.

Acção colerética:    alcachofra, ­ taráxaco.

Acção depurativa:    bétula (vidoeiro), ­ fumária, ­ groselheira, ­ 
groselheira­vermelha, limão, ­ marroio.

Acção diurética: ­ agrimónia, ­ cerejeira, freixo, ­ funcho,     
groselheira­negra, ­ macieira, ­ milho,      oliveira, ­ pastinaga, 
ulmeira.

Acção laxativa: ­ alga­perlada, ­ alho­porro,
­ amieiro­negro, ­ malva.

Para actuar sobre o tónus dos vasos sanguíneos:
­ aveleira, ­ castanheiro­da­índia, ­ videira.

Para um regime restritivo e depurativo: ­ cerejas, ­ maçãs, ­ uvas.

Uso interno As plantas e a alimentação do obeso * 1 maçã antes da 
refeição diminui o apetite. * No princípio da refeição: O Comer: ­ aipo,
pois satisfaz o estômago; adicionar­lhe algumas folhas de funcho­
marítimo maceradas em sal
415
grosso, ­ uma boa salada de alface­ de­cordeiro,
­ beringela, pobre em calorias O Tomar 1 colher de sopa de geleia de 
alga­perlada obtida por decocção de 50 g para 1 l de água.
O A pastinaga é diurética O Na alfarroba, é o

albúmen das sementes que serve de lastro, percorrendo o tubo digestivo 
sem ser assimilado. * Durante um tratamento: O Sumo de cerejas,
1 kg de frutos tem cerca de 500 calorias O Sumo fresco de groselha ou de
groselha­vermelha, 150 g
2 vezes por dia O Suco de maçã, 1 kg ou 1 l tem cerca de 500 calorias O 
Sumo de uva, 1 l por dia fornece cerca de 900 calorias. Esta dieta, 
seguida durante 10 dias, pode permitir uma diminuição de peso: é 
necessário, no entanto, ter em conta o número de calorias assimiladas e 
completá­lo com outros alimentos até atingir as 1000. Dietas mais 
rigorosas só podem ser estabelecidas por um médico. Podem exigir a 
hospitalização. * Beber 3 chávenas por dia destas preparações: * Infusão
de agrimónia, 30 g de flores e folhas para 1 l de água fervente, 
infundir 10 minutos O Infusão de alcachofra, 20 g de folhas frescas para
1 l de água fervente O Decocção de alho­porro,
100 g para 1 l de água, ferver 15 minutos; 1 chávena 10 minutos antes 
das refeições O Decocção de amieiro­negro, 10 g de casca seca, e de 
bodelha, 25 g de planta seca, ferver 5 minutos e coar

O Decocção de aveleira, 50 g de amentilhos para
1 l de água, ferver 5 minutos, infundir 10 minutos O Infusão de bétula 
(vidoeiro), 30 g de folhas para 1 l de água fervente, infundir 10 
minutos, adicionar 1 pitada de bicarbonato de sódio * Decocção de 
castanheiro­ da­ índia, 40 g de casca

para 1 l de água, ferver 5 minutos, infundir 5 minutos O Decocção de pés
de cereja cultivada ou brava, 30 g para 1 l de água, ferver 10 minutos O
Infusão de freixo, 40 g de folhas para 1 l de água fervente, infundir 10
minutos O Infusão de funcho, 30 g de raízes para 1 l de água fervente, 
deixar arrefecer e coar O Infusão de groselheira­negra, 50 g de folhas 
para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Decocção de laminárias,
deixar em contacto durante 3 horas 100 g de planta seca em   1 l de água
fria, ferver depois
5 minutos e filtrar O Infusão de malva, 40 g     de flores e de folhas 
para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de marroio, 30 
g     de sumidades floridas para 1 l de água fervente,    infundir 10 
minutos O Decocção de milho, 40 g      de estigmas para 1 l de água, 
ferver 10 minutos O Decocção de oliveira, 30 g de folhas para 1 l    de 
água, ferver 10 minutos O Infusão de pé­de­leão,
30 g de planta para 1 l de água fervente, infundir
10 minutos O Infusão de pirliteiro, 15 g de flores para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos O Decocção de taráxaco, 80 g de raízes 
para 1 l de água, ferver 5 minutos e coar O Infusão de ulmeira, 50 g de 
flores para 1 l de água, infundir
10 minutos O Maceração a frio de valeriana, 50 g de raízes secas para 1 
l de água durante 1 noite;
1 chávena 15 minutos antes das refeições.
Obstipação. Atraso na evacuação intestinal. A acção das plantas exerce­
se principalmente de dois modos: umas pela acção mecânica das suas
mucilagens e sementes, outras pelo efeito laxativo e purgativo dos seus 
componentes químicos. 
Indicam­se as mais utilizadas: ­ alcaçuz, almeirão, amieiro­negro, ­ 
linho­de­cuco, polipódio. 
Um conselho: não tomar estas plantas por um período mais longo que o 
necessário.

Uso interno: 
Meios simples * óleos que devem ser tomados de manhã ou em momentos de 
crise: Azeite ao qual se adicionam algumas gotas de sumo de limão; 1 
colher de sopa todas as manhãs em jejum. 
óleo de amêndoas doces; 3 colheres de sopa e apenas 1 para as crianças e
pessoas idosas. 
óleo de rícino, muito benéfico apesar do seu gosto desagradável; 1 
colher de sopa para adultos, 1 colher de café para crianças. 
Alimentos, comer: * Trigo completo; 
Legumes: ­ acelgas, ­ alhos­porros, ­ azedas,
­ batatas, ­ beringelas, ­ cebolas, ­ cenouras, ­ espinafres, ­ 
quenopódio­bom­henrique,
­ tomates, ­ tupinambos. 
Adicionar às saladas: ­ malva fresca, 3 folhas, ­ fragmentos de musgo­
da­irlanda demolhados durante 5 minutos em água, ­ folhas de tanchagem 
Saladas: de almeirão, ­ de lapsana, ­ de taráxaco 
Fruta crua: ­ ameixas, ­ amoras, ­ cerejas,
­ cerejas bravas, ­ groselhas, ­ groselhas vermelhas, ­ laranjas, ­ 
maçãs, ­ pêssegos, ­ uvas 
De manhã, em jejum, uma compota:
­ de abóbora­ porqueira, ­ de ameixas, ­ de figos.

Preparações:
Decocção composta de amieiro­negro, 3 g de casca (seca há pelo menos 1 
ano) em 150 g de água, ferver 20 minutos, deixar arrefecer e macerar 
durante 5 a 6 horas, coar e adicionar 3 g de raízes de alteia. 
Infusão de bons­dias, 10 g de folhas para 1 l de água fervente, infundir
5 minutos; 2 tigelas no mesmo dia. 
Decocção de centeio, 30 g de grãos para 1 l de água, ferver 10 minutos; 
2 chávenas por dia. 
Decocção d engos, 80 g de bagas secas em 1 l de água, ferver 3 minutos e
coar; meio copo de manhã em jejum, meio copo ao deitar. 
Infusão de framboeseiro, 20 g de folhas para 1 l de água fervente, 
infundir
10 minutos; 2 chávenas por dia; 
Seiva de freixo, 2 g misturados com 1 colher de café de compota; de 
manhã em jejum;
 Decocção de globulária, 50 g de folhas para 1 l de água, ferver 5 
minutos, infundir 5 minutos e filtrar; 1 chávena à noite ao deitar 
Decocção de grama­francesa, 30 g de rizoma fresco num pouco de água, 
ferver rapidamente, mudar a água, pôr a ferver 15 minutos num recipiente
destapado, juntar alcaçuz, 10 g de lenho seco e coar; 3 ou 4 chávenas 
por dia. 
Decocção de labaçol, 20 g de raízes cortadas em pedaços para 1 l de 
água, ferver 5 minutos, infundir 5 minutos; beber no espaço de 48 horas.
Infusão de linho, 50 g em 1 l de água fervente,
3 chávenas por dia. 
Infusão de linho­de­cuco, 30 g para 1 l de água fervente, infundir 5 
minutos e filtrar; 2 chávenas por dia. 
Decocção de polipódio, 30 g em 1 l de água, ferver e deixar infundir 10 
minutos; dose para 2 dias para beber
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em várias vezes. 
Infusão de rosas­pálidas, 50 g de pétalas secas para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos; 2 chávenas por dia; 
Pó de ruiva­dos­tintureiros, 1 g de raiz pulverizada por dia em 2 doses 
com 1 colher de mel. 
Decocção de sabugueiro, 80 g de bagas secas em 1 l de água, ferver 3 
minutos e coar; meio copo em jejum e meio copo ao deitar; 
Infusão de sene­bastardo, 20 g de folhas para 1 l de água fervente, 
infundir
5 minutos; 1 chávena açucarada ao deitar; 
Infusão de serpão, 10 g para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos; 
3 chávenas por dia; 
Decocção de trevo­cervino, 30 g de raizes fragmentadas para 1 l de água,
ferver 2 minutos, infundir 15 minutos; 1 chávena antes das refeições 
principais; 
Decocção de uva­espim, 40 g de casca para 1 l de água, ferver 10 
minutos, infundir 10 minutos; 3 chávenas por dia; 
Maceração de zaragatoa, 15 g de sementes maceradas em meia chávena de 
água; tomar antes do jantar.

V. também: Intestino.

Oftalmia. A inflamação dos olhos pode atingir todas as suas partes; tem 
frequentemente início por urna blefarite ou uma conjuntivite.

USO EXTERNO
O Banho para os olhos 2 vezes por dia com uma

decocção tépida de eufrásia feita com 25 g de planta para 1 l de água, 
ferver 10 minutos O 2 gotas de suco de cerefólio ou de salsa colocadas
2 vezes por dia em cada um dos olhos.

V. também: Blefarite, Conjuntivite, Olhos.

Olhos e visão. A atmosfera poluída das cidades, uma iluminação 
insuficiente ou mal regulada, sessões de televisão demasiado longas ou 
ainda o
facto de usar óculos e sobretudo lentes de contacto são outras tantas 
causas de irritação dos olhos e das pálpebras e de fadiga visual. É, com
efeito, frágil o órgão prodigiosamente sensível que é o nosso olho. 
Quanto à beleza de um olhar, resulta por vezes de pequenos pormenores: a
brancura e
humidade de uma conjuntiva, a clareza de uma
pálpebra. *Os olhos são o espelho da alma.+ As plantas ajudá­lo­ão a 
preservá­los e a conservar a transparência desse espelho.

USO EXTERNO
O Nos meios urbanos, nunca se deve utilizar a

á,lua da torneira para lavar os olhos e as pálpebras. Deve antes 
utilizar­se água de uma nascente, da chuva, destilada ou engarrafada não
mineralizada.

Para conservar a frescura dos olhos * Lavar os olhos 2 vezes por dia: O 
Decocção de alteia, 30 g de raízes para 1 l de água, ferver
10 minutos O Decoeção de maiva, 40 g de folhas para 1 l de água, ferver 
15 minutos. * Preparar com antecedência as seguintes loções: O Infusão: 
­ 10 g de fidalguinhos, ­ 10 g

de meliloto, ­ 20 g de tanchagens, em 300 g de água fervente, infundir 
10 minutos, filtrar e colocar num frasco rolhado.

Loções para olhos irritados e fatigados * Lavar os olhos e depois 
conservar sobre cada um durante 15 minutos uma compressa impregnada: O 
Infusão de engos, 50 g de flores para 1 l de água fervente, infundir 15 
minutos O Infusão de erva­de­são­roberto, 20 g de sumidades floridas 
para 1 l de água fervente, infundir 20 minutos O Decoeção de eufrásia, 
20 g de planta para
1 l de água, ferver 10 minutos O Infusão de fidalguinhos, 40 g de flores
para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de 
framboeseiro, 20 g de folhas para 1 l de água fervente, infundir 10 
minutos O Infusão de funcho, 10 g de sementes numa tigela de água 
fervente, infundir 10 minutos O Infusão de meliloto, 40 g de sumidades 
floridas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de 
não­me­esqueças, 15 g de sumidades floridas para 1 l de água fervente, 
infundir 10 minutos O Infusão de pimpinela, 50 g de planta fresca para 1
l de água fervente, infundir 15 minutos O Infusão de rosas­rubras, 20 g 
de pétalas para 1 l de água, infundir 30 minutos O Infusão de 
sabugueiro, 50 g de flores para 1 l de água fervente, infundir 15 
minutos e filtrar.

Para extrair poeiras e corpos estranhos
O Pôr no ângulo interno do olho 1 semente: de aljôfar, ­ de salva­
esclareia; a poeira irá colar­se à semente.

Para a beleza e brilho do olhar
O Pôr 1 gota de limão em cada olho O Lavar os olhos com o líquido 
contido nas galhas do ulmeiro.

Para as pálpebras inflamadas
O Colocar sobre os olhos fechados folhas de saião­eurto frescas e 
ligeiramente esmagadas. * Lavar as pálpebras com: O Infusão de consolda­
real, 10 g de flores em O,5 1 de infusão de 10 g de pétalas de rosas­
rubras O Infusão de groselheira­negra, 50 g de folhas para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos O Decocção de tília,
50 g de flores para 1 l de água, ferver 10 minutos
O Infusão de violeta, 30 g de folhas para 1 l de água fervente, infundir
10 minutos.

Para os olhos pisados ou com olheiras * Conservar sobre os olhos durante
20 minutos compressas embebidas em: O infusão de aveleira, 20 g de 
folhas ou de casca para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O 
Infusão de bissopo, 50 g de sumidades floridas e de folhas para
1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de macela, 20 g de 
flores para 1 l de água fervente, infundir 5 minutos.
O Aplicar sobre os olhos fechados rodelas finas e

ligeiramente contusas de batata crua.

Uso interno Para melhorar a visão diurna * Beber 2 chávenas por dia:

Decocção de

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cenoura, 50 g de raízes secas e fragmentadas para
11 de água, ferver 15 minutos, infundir 30 minutos.

Para melhorar a visão crepuscular e sofrer menos com o encandeamento
O Decocçâo de arando, 50 g de bagas para 1 l de água em ebulição, ferver
5 minutos, infundir 10 minutos O Arandos frescos O Suco de arando,
200 g por dia.

Ouvido. Algumas plantas podem acalmar certas dores de ouvidos 
(otalgias), sobretudo as que são devidas a uma afecção do canal auditivo
externo (furúnculo, abcesso); porém, as dores mais lancinantes são, na 
maioria das vezes, provocadas por uma otite aguda do ouvido médio; é uma
afecção grave que só pode ser eficazmente tratada por um médico.

USO EXTERNO Para acalmar as dores * Colocar no canal auditivo externo 
uma gaze embebida: ­ de sumo de limão, ­ de puré de alho cru, ­ de puré 
de cebola cozida O Manter sobre o ouvido dorido uma cataplasma de 
sumidades floridas e de folhas: ­ de não­me­esqueças, cozidas num pouco 
de água, ­ de verbena, picadas e cozidas num pouco de leite O Pôr no

canal auditivo externo 3 gotas de óleo de açucena obtido pela maceração 
em azeite de 100 g de pétalas, conservado sem ser filtrado num frasco

bem rolhado ao abrigo da luz.

Para suprimir a sensação de ouvido tapado
O Pôr 20 gotas de azeite tépido no ouvido, aguardar 5 minutos e deitar­
se sobre o lado do ouvido tapado para deixar sair o azeite.

Para expulsar um insecto introduzido no ouvido
O Por algumas gotas de azeite no ouvido e inclinar a cabeça, pois o 
insecto desliza com o azeite.

Zumbidos nos ouvidos: v. Acufenos.

Pálpebra. V. Edema.

Palpitações. Se bem que só muito raramente sejam índice de uma 
verdadeira doença cardíaca, as palpitações não deixam de ser bastante 
penosas para quem delas sofre; a intensidade e, por vezes, a 
irregularidade dos batimentos são frequentemente devidas à ansiedade. As
plantas mais úteis nesses casos são as sedativas.

Uso interno

Para acalmar a crise * Beber 1 chávena: O de sumidades floridas infundir
10 minutos O

fera, 40 g de planta seca para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos
O Infusão composta de
30 g de flores de cornichão e 10 g de flores de laranjeira­doce para 1 l
de água fervente, infundir
10 minutos O Infusão de hortelã­pimenta, 40 g de folhas frescas para 1 l
de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de lírio­dos­vales,
15 g de flores ou de folhas secas para 1 l de água fervente, infundir 10
minutos; beber lentamente em pequenos golos O Infusão de peónia, 40 g de
flores secas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de
pimpinela­magna, 30 g de planta inteira seca para 1 l de água fervente, 
infundir 10 minutos O Infusão de pirliteiro, 20 g de flores para 1 l de 
água fervente, infundir 5 minutos O Infusão de tília, 20 g de flores 
secas

para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão composta de 1 g
de pó de raízes de valeriana e 3 g de lúcia­lima para 1 chávena de água 
fervente; beber rapidamente, muito quente e doce.

USO EXTERNO
O Amachucar um molho de folhas frescas de pulmonária de modo a formar 
uma espécie de almofada e colocá­la sobre a região do coração; remédio 
dos meios rurais.

Paludismo. Doença infecciosa devida a um parasita inoculado pela picada 
de um mosquito. A planta antipalúdica por excelência é a quina. De entre
as plantas espontâneas dos climas europeus, existem algumas que, embora 
actuando sobre os violentos acessos de febre que caracterizam esta 
doença particularmente grave, não exercem a menor acção sobre o seu 
agente ou a sua evolução.

Uso interno
9 Infusão de marroio, 60 g em 1 l de água fervente, infundir 10 minutos;
tomar 1 chávena e 2 horas depois outra O Infusão de narciso­trombeta, 40
g de flores secas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos; 
preparar 100 g de infusão, quantidade para 1 dia para ser administrada 
às colheres de sopa O Decocção de pervinca, 60 g de folhas secas para 1 
l de água, ferver 3 minutos, infundir 10 minutos; tomar 2 chávenas entre
as refeições O Decocção de uva­espim, 20 g de casca para 1 l de água, 
ferver 10 minutos; tomar
3 chávenas por dia.
O Tintura de girassol, macerar durante 10 dias 5 g de folhas secas em 50
g de álcool a 60’, coar em seguida e conservar num frasco de vidro 
corado; 20 gotas para 1 copo de água. Repetir a
dose 3 horas depois se necessário O Vinho de

taráxaco, 40 g de uma mistura de folhas frescas e raízes para 1 l de 
vinho, ferver 20 minutos, infundir 5 horas e coar; 2 copos por dia entre
as refeições.

Infusão de agripalma, 20 g para 1 l de água fervente, Infusão de 
aspérula­odorí

Panarício. Inflamação aguda localizada ao nível
da unha. Há formas superficiais sobre as quais podem actuar certas 
plantas e formas profundas que requerem tratamento cirúrgico.
418
USO EXTERNO * Os cuidados devem ser repetidos várias vezes por dia: O 
Cataplasmas quentes: ­ bolbo de açucena cozido, ­ sumidades floridas de 
alforvas cozidas num mínimo de água e colocadas numa gaze dobrada, ­ 
parte branca do alho­por­ ro cozida, esmagada e misturada com banha de 
porco, ­ bolbo de cebola cozido, ­ rizoma de selo­de­salomão cozido e 
esmagado em puré O Cataplasma fria de raizes de cinco­em­rama seco, 
reduzidas a pó e misturadas com um ovo cru O Compressas embebidas numa 
decocção de cavalinha, 50 g de planta seca para 1 l de água, ferver
5 minutos, deixar amornar e coar.

Parasitose intestinal. Presença nos intestinos de vermes parasitas ou 
helmintas. Os mais frequentes na Europa de entre os vermes redondos são,
nomeadamente, os oxiúros e os áscaris, e de entre os vermes planos, ou 
platelmintas, as diferentes ténias, sobretudo a do boi (Taenia 
saginata).

Para combater todas as espécies de vermes: alho, ­ artemísia, ­ 
beldroega, ­ cebola, couve, ­ dictamo­branco, ­ erva­formigueira,
­ estragão, ­ funcho­marítimo, ­ hipericão,
­ laranjeira­doce, ­ nogueira, ­ pessegueiro,
­ polipódio, ­ ruibarbo, ­ tanaceto, ­ tomilho.

Contra os úscaris: ­ abrótano, ­ abrótano­fêmea, ­ balsamita, ­ hortelã­
pimenta, ­ linho­bravo, ­ losna, ­ musgo­da­córsega, santónico, ­ silva­
macha, ­ tremoço.

Contra os oxiúros:       abrótano, ­ abrótano­fêmea,      genciana,     
limão, ­ linho­bravo, losna,     mentas,      musgo­da­córsega, ­ 
santónico,     tremoço.

Contra a ténia: ­ abóbora, ­ cenoura, ­ feto­macho, ­ romãzeira.

Uso interno

* Doses para adultos, 3 dias por mês durante 3 meses, tomar de manhã em 
jejum 1 chávena: O Infusão de abrótano, 50 g de planta para 1 l de água,
infundir 10 minutos O Infusão composta de artemísia, 25 g de planta, e 
de abrótano, 25 g de sementes, infundir 10 minutos O Infusão de 
balsamita, 50 g de planta para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos
O Infusão de losna, 5 g de sumidades floridas para 1 l de água fervente,
infundir 10 minutos. * Doses para adultos: O 2 g de pó de sementes de 
abrótano­fêmea em 1 colher de mel O Meio copo de suco de couve crua O 1 
colher de caroços secos de limão ou de laranja doce esmagados em mel O 3
g de pó de musgo­da­córsega numa

infusão leve de hortelã­pimenta; de manhã, em jejum; nunca ultrapassar 1
g para as crianças com menos de 5 anos O 2 g de pó de rizoma de ruibarbo
em 1 colher de mel. * Tratamento de 21 dias, doses para adultos: O 
Macerar durante 12 horas 3 dentes de alho fresco e ralados em 1 chávena 
de leite; todas as manhãs em jejum O 60 g de sumo de cenoura cozida;
dose para 1 dia, ingerindo metade em jejum O Infusão de dictamo­branco, 
20 g de folhas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos; 2 
chávenas por dia O Infusão de estragão, 25 g em 1 l de água fervente, 
infundir 10 minutos; de manhã e à noite O Decocção de genciana, 20 g de 
raizes para 1 l de água, ferver 3 minutos, infundir 10 horas O Infusão 
de tomilho, 1 ramo para 1 chávena de água fervente, infundir 10 minutos.
* Para tomar de manhã em jejum, doses para adultos: O 50 g de sementes 
de abóbora secas e

esmagadas em 2 colheres de sopa de mel, numa
infusão aromatizada com casca de laranja; 2 horas depois, tomar um 
purgante de óleo de rícino (30 g) O Decocção de arnieiro­negro, 5 g de 
casca seca reduzida a pó fervida num pouco de água durante 10 minutos, 
macerar 5 horas e coar; nunca dar às crianças O Maceração de cebola, 1 
cebola picada em 250 g de água fervente; deixar repousar 12 horas, 
depois esmagar a cebola, misturar e coar O 15 g de rizoma seco de feto­
macho reduzido a pó num copo de água; 4 horas depois, tomar um purgante 
O Decocção de hipericão, 3 g de sumidades floridas, ferver 2 minutos 
numa chávena de água O Decoeção de polipódio, 20 g de rizoma numa 
chávena de água, ferver 2 minutos e macerar durante 1 noite O 60 g de 
casca de raizes de romãzeira maceradas durante 24 horas em O,5 1 de 
água, ferver 15 minutos para reduzir a metade, deixar arrefecer e coar; 
beber o líquido muito frio em 3 doses, com 30 minutos de intervalo; em 
seguida, 3 horas depois, tomar um purgante (óleo de rícino) O Decoeção 
de santónico,
4 g de sumidades floridas para 1 chávena de água, ferver 2 minutos, 
infundir 5 minutos; 1 9 para crianças a partir de 5 anos.

Tomar até à desaparição dos vermes

* 3 chávenas por dia: O Infusão de beldroega,
20 g para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Decocção de 
pericarpo de noz, 20 g em 1 l de água, ferver 10 minutos e coar.

Para a protecção contra os parasitas intestinais
O Infusão de erva­formigueira, 5 g de folhas secas para 1 chávena, como 
se fosse um chá O Infusão de tomilho, 1 ramo para 1 chávena; ao pequeno­
almoço.

USO EXTERNO * Colocar sobre o ventre: O Cataplasma de funcho­marítimo 
fresco esmagado O Cataplasma de losna, 50 g de planta cozida num pouco 
de água
O Cataplasma de flores e de folhas frescas contusas de pessegueiro O 
Compressas quentes embebidas numa decocçâo de tanaceto, 50 g de 
sumidades floridas para 1 l de água salgada, ferver e infundir 10 
minutos.
O Clister: ­ com 50 g de óleo de linho­bravo em 300 g de água tépida, ­ 
com uma infusão de sementes de tremoço, 30 g em 1 l de água fervente, 
seguidamente maceradas durante 24 horas.

Parto. Conjunto de fenômenos fisiológicos que se produzem no fim da 
gravidez e que terminam na expulsão de um ou mais recém­nascidos. A
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palavra *parto+ é hoje in di scri minada mente usada para todas as 
fêmeas.

Uso interno Antes do parto
O Infusão de salva, 30 g de folhas para 1 l de água fervente, infundir 
10 minutos; 1 chávena depois das refeições principais durante os 2 
últimos meses.

Durante o parto, para acalmar as dores e as contracções * Tomar de 4 em 
4 horas: O Infusão de madressilva, 10 g de folhas secas para 1 l de água
fervente, infundir 10 minutos O Decocção de ruiva­dos­tintureiros, 30 g 
de raízes secas para 1 l de água, ferver 5 minutos, infundir 10 minutos.

Parafacilitar a expulsão das secundinas
O Infusão de pé­de­leão, 30 g de folhas secas

para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos; 3 chávenas por dia.

Parafacilitar o regresso da menstruação
O Infusão de artemísia, 20 g de sumidades floridas secas para 1 l de 
água fervente, infundir 10 minutos; 3 chávenas por dia, das quais 1 em 
jejum, durante 1 mês após o parto.

Pé. As meias e os sapatos de matéria sintética, a
forma antifisiológica da maioria dos sapatos, propiciam as afecções dos 
pés: deformação dos dedos, unhas encravadas, micoses (afecções devidas a
fungos que proliferam num meio húmido), abatimento da arcada plantar, 
perturbações circulatórias. Algumas plantas podem atenuar o
desconforto devido a estas afecções.

USO EXTERNO Pés fatigados e inchados
O Banho de artemísia, ferver 100 g de planta em

3 1 de água durante 15 minutos, deitar numa bacia, deixar amornar e não 
coar; mergulhar os pés na água durante 5 minutos, calcando as plantas O 
Compressas de feto­macho, decocção de rizorna fresco cortado em pedaços,
ferver 15 minutos em

1 l de vinagre e coar; embeber as compressas na decocção fria O Banho de
hortelã­pimenta, infusão de 100 g de planta fresca numa bacia de água 
quente, não coar; mergulhar os pés.

Pés frios
O Polvilhar o interior das meias com farinha de mostarda O Fazer um 
pedilúvio sinapizado, 100 g de farinha de mostarda num saco de pano 
mergulhado numa bacia de água quente.

Pés húmidos e com mau cheiro
O Polvilhar o interior dos sapatos com pó: ­ de cavalinha, ­ de salva O 
Pincelar diariamente as plantas e os dedos dos pés antes de se calçar 
com tintura de cavalinha: macerar durante 3 semanas
100 g de planta em 100 g de álcool a 950, conservar num frasco bem 
rolhado O Banho: ­ de abeto­branco, ­ de pinheiro, 1 kg de agulhas em

2 1 de água, ferver 15 minutos; banho de 15 minutos O Banho de 
tussilagem, 100 g de folhas secas para 1 l de água, ferver 10 minutos e 
coar.

Pés doridos
O Banho de salguei ro­branco, 60 g de casca para
1 l de água, ferver 10 minutos, infundir 10 minutos, adicionar 2 1 de 
água muito quente; conservar os pés no banho durante 10 minutos.

V. também: Banho, Calo, Frieira.

Pele. Pele jovem ou envelhecida, pele oleosa, seca, doente ... Eis, 
esquematicamente e sem
qualquer influência de fórmulas publicitárias, os
diferentes estados da fronteira viva do corpo humano. Quando jovem, é 
flexível, elástica e

sedosa; quando velha, engelha­se e endurece; quando oleosa, brilha e 
infecta­se com facilidade; quando seca, enruga­se, torna­se vermelha, 
greta­se; quando doente, apresenta a mais variada gama de erupções, 
escoriações, descamações, excrescências e colorações. Jovem ou velha, 
pode ter tendência para ser oleosa ou seca; estas duas tendências 
coexistem muitas vezes no mesmo rosto. A natureza da pele é hereditária.

Desde o nascimento, quando o corpo do recém­nascido se liberta do 
produto viscoso e protector que o cobre, devem ter início os cuidados

exteriores. A partir desse momento, e diariamente, será necessário 
eliminar as poeiras, os germes, as células mortas, o suor e o sebo. 
Depende de cada pessoa saber ou não limpar sem agressividade este 
invólucro sensível e delicado, evitando eliminar a gordura em excesso à 
custa de detergentes ou alterar a sua natureza impregnando­o de gordura 
sob o pretexto de o alimentar. Um dos agentes de envelhecimento precoce 
é o sol, o pesado tributo pago pelo bronzeado, tão na moda. Ninguém deve
iludir­se, pois uma pele envelhecida jamais voltará a ser jovem, porque 
o seu metabolismo contabiliza os anos: a cirurgia pode alisar 
momentaneamente as rugas e suprimir as peles descaídas, porém estas 
voltarão a surgir. A maquilhagem pode dissimular os defeitos, mas impede
à pele
as suas funções de eliminação e de respiração.

As plantas são aliadas da pele. Apresentam­se seguidamente algumas 
preparações úteis, entre as quais será possível fazer uma escolha 
pessoal adaptada à natureza de cada pele e ao tempo de que se dispõe; as
loções indicadas para o rosto são também próprias para o corpo e as 
mãos; os banhos, quer os vulgares, quer os de vapor seco ou húmido, são 
indispensáveis à higiene do corpo.
Uso interno Em caso de modificação rápida da pele, de tez lívida, de 
esbatimento dasfeições * Beber durante 3 semanas 3 chávenas por dia: * 
Infusão de almeirão, 20 g de raízes secas para
1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de alteia, 25 g de 
raízes para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Decocção de 
amor­ perfeito ­bravo, 15 g de flores e de folhas secas para 1 l de 
água, ferver 5 minutos O Decocção de azedas ou de aleluias, 40 g de 
raízes para 1 l de água, ferver 5 minutos, infundir 5
420
minutos O Decocção de bardana­maior, 60 g de raizes frescas e cortadas 
para 1 l de água, ferver
10 minutos O Decocção de cenoura cultivada,
30 g de raizes secas para 1 l de água, ferver 10 minutos O Decocção de 
cersefi­bastardo, 50 g de raizes para 1 l de água, ferver 20 minutos O 
Decocção de labaçol, 20 g de raizes para 1 l de água, ferver 5 minutos, 
infundir 5 minutos O Decocção de salsaparrilha­bastarda, 50 g de raízes 
para 1 l de água, ferver 10 minutos O Decocção de taráxaco, 30 g de 
folhas e de raizes frescas para 1 l de água, ferver 20 minutos, deixar 
repousar 3 horas O Infusão de urtigão, 50 g de folhas para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos.

* Beber todas as manhãs durante 10 dias: O Suco de alho­porro; 1 copo O 
Xarope de cardo­penteador, misturar 100 g de suco fresco de raizes com 1
kg de xarope comum, ferver 20 minutos e

colocar em frascos; 2 colheres de sopa por dia O Xarope de morso­
diabólico, colocar 70 g de flores e de folhas em 1 l de água fervente, 
infundir
5 horas, coar e adicionar 1,750 kg de xarope comum, ferver e colocar em 
frascos.

USO EXTERNO

OS CUIDADOS DO ROSTO

AS LOÇOES Para todas as peles * Para limpar: O Suco fresco de agrião O 
Mistura em partes iguais de suco fresco de cenoura cultivada e de sumo 
fresco de pepino O Decocção de escorcioneira, 50 g de raizes cortadas 
para
1 l de água, ferver 30 minutos O Infusão de héspere, 50 g de folhas para
1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Suco fresco de mastruço
O Decocção de ulmeiro, 20 g de casca para 1 l de água, ferver 10 
minutos. * Para tirar a maquilhagem: O Leite de amêndoas doces, pisar 50
g de amêndoas doces num

pouco de água de rosas, completar depois com
200 g de água de rosas misturando bem, juntar
1 g de benjoim O Maceração de consolda­maior, por 150 g de raizes em 1 l
de água durante 1 noite O Decocção de laminárias, 100 g de planta para 1
l de água, macerar durante 2 horas e depois ferver 15 minutos O Infusão 
de maravilhas,
50 g de flores para 1 l de água fervente, infundir
15 minutos O Leite de pepino, decocçáo de 400 g de pepino cortado com 
casca em 1 l de água, ferver 15 minutos, reduzir a polpa ou agitar com o
batedor eléctrico, adicionar 30 g de óleo de amêndoas doces O Água de 
rosas­pálidas, infusão de 150 g de pétalas secas em 1 l de água 
fervente, infundir 45 minutos e coar. * Para amaciar: O Loção de 
cerefólio, infundir durante 10 minutos 50 g de planta em 1 l de água 
fervente O Loção de golfão, 25 g de flores para
100 g de água, ferver 20 minutos, coar, adicionar
20 g de álcool canforado O Loção de hissopo, infundir durante 10 minutos
50 g de sumidades floridas em 1 l de água fervente O Loção de 
sabugueiro, infundir durante 10 minutos 100 g de flores em 1 l de água 
fervente O Loção de tremoço, ferver durante 10 minutos 30 g de sementes 
em 1 l de água, coar e adicionar 30 g de vinagre. * Para tonificar: O 
Loção de laranjeira­ doce,

infusão de 30 g de flores e de folhas para 1 l de água fervente, 
infundir 10 minutos O Loção de lúpulo, 15 g de inflorescências em 
infusão durante 10 minutos em 1 l de água fervente O Suco fresco de maçã
O Loção de macela, infundir durante 10 minutos 50 g de flores em 1 l de 
água fervente O Loção de taráxaco, decocção de raízes, em doses de 60 g 
para 1 l, ferver 30 minutos, infundir 2 horas O Loção de tília, ferver 
durante
5 minutos 60 g de flores em 1 l de água O Loção de urtigão, infusão de 
folhas, 50 g para 1 l de água, infundir 10 minutos. * Para 
descongestionar: O Fumigação de folhas de aveleira, colocar no fundo de 
1 passador várias camadas de folhas frescas e colocar o passador sobre 
uma caçarola com água fervente que se

deve manter muito quente; expor o rosto aos

vapores O Suco fresco de morugem­vulgar, puro ou diluído em soro de 
leite O Suco de pepino fresco misturado com 1 clara de ovo batida. * 
Para desinfectar: O Loção de aliaria fresca, ferver durante 10 minutos 
100 g de planta em 1 l

de água.

Para as peles com tendência oleosa
O Loção de alecrim, 50 g de sumidades floridas para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos 40 Água de cozedura de couve ou de alho­
porro O Loção de framboeseiro, ferver durante 10 minutos 20 g de folhas 
em 1 l de água ebuliente O Infusão de hortelã­pimenta, 50 g de sumidades
floridas e de folhas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O 
Loção de hortelãs, infundir durante 10 minutos 50 g de uma dessas 
plantas em 1 l de água fervente O Sumo de limão puro O Infusão de 
milfólio, 50 g de sumidades floridas para 1 l de água fervente, infundir
10 minutos O Decocção de pepino, 1 planta de
200 g com casca, cortada às rodelas, para 1 l de água, ferver 15 minutos
e coar espremendo O Loção de salgueiro­branco, ferver durante 10 minutos
50 g de casca em 1 l de água O Infusão de tussilagem, 50 g de flores 
para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos.

Para as peles com tendência seca
O Decocção de alteia, 50 g de planta inteira para
1 l de água, ferver 20  minutos O óleo de amêndoas doces e azeite O   
Suco de melão, 200 g misturados com 200 g de    água da chuva e 200 g de
leite fresco; agitar bem antes de usar O Decocção de tília, 60 g de 
flores para 1 l de água, ferver 10 minutos.
Para peles com acne

O Decocção de amor­perfeito­bravo, 50 g de flores e de folhas para 1 l 
de água, ferver 10 minutos e coar.

Para as peles acinzentadas e sem brilho
O Decocção de taráxaco, 50 g de raizes para 1 l de água, ferver 10 
minutos, infundir 15 minutos.

As MÁSCARAS DE BELEZA Máscaras que dão brilho * Para conservar durante 
20 minutos: O Fazer uma pasta misturando sumo de limão e gema de
421
ovo O Fazer uma pasta misturando mel e sumo
de limão O Cozer 1 maçã em leite, esmagá­la e
aplicá­la tépida, espalhando­a por toda a superfície do rosto.

Máscaras rejuvenescedoras
O Cortar 1 limão em rodelas finas; aplicar sobre o rosto e proteger os 
olhos por meio de compressas de algodão embebido numa infusão de 
fidalguinhos O Aplicar uma camada de folhas frescas contusas de erva­
sofia; conservar pelo menos
durante 2 horas.

Máscaras adstringentes
O Aplicar'uma camada de folhas frescas esmagadas de nespereira O 
Aplicar: ­ cenoura cultivada fresca, ­ pepino, ­ tomate fresco cortado 
em rodelas, a polpa ou o sumo O Máscara de mel O Máscara de suco de 
alface­brava ou cultivada.

Máscaras contra a vermelhidão
O Aplicar folhas frescas amachucadas de petasite O Cozer sem água, no 
forno ou sob cinzas, um rizoma de selo­de­salornão, retirar em seguida a
parte interior com 1 colher e esmagar; aplicar uma camada de espessura 
uniforme.

Máscaras calmantes e anti­rugas
O Picar folhas frescas de acelga com um pouco de óleo de amêndoas doces 
O Esmagar num pouco de água 25 ou 30 g de sementes de marmelo e
espalhá­las sobre o rosto O Máscara de farinha:
­ de aveia, ­ de linho ­ de milho, fazer uma papa e aplicá­la tépida.

Máscara anti­inchaço
O Aplicar sobre a pele do rosto uma camada de rodelas finas de batata 
crua ou de polpa de batata ralada.

Máscaras repousantes e revitalizantes
O Máscara de polpa de cenoura e de natas frescas O Máscara de frutos, 
preparada com mel ou natas: ­ de alperce, ­ de laranja, ­ de morango O 
Máscara de nozes trituradas em leite.

Máscara milagrosa para peles gordurosas
O Picar folhas de couve cruas e misturá­las com azeite.

CUIDADOS DAS MÃOS

Para lavar mãos muito gordurosas
O Decocção de losna, 50 g de surnidades floridas para 1 l de água, 
ferver 10 minutos.,

Para proteger as mãos

O Fazer um creme misturando sumo de limão com enxúndia O Esfregar as 
mãos: ­ com sumo
de limão puro, ­ com rodelas de tomate fresco
O Lavar as mãos em água salgada quente à razão de 80 g de sal para 1 l 
de água e untá­las depois com óleo de amêndoas doces.

Para mãos muito estragadas
O Luvas de aveia, envolver cuidadosamente as
mãos numa papa de aveia morna.

Para mãos inchadas
O Envolver as mãos com urna massa aquosa de farinha de milho e farelos; 
15 minutos depois, passá­las durante 10 minutos alternadamente por á gua
quente e fria, terminando por água fria.

Para tornar as mãos delicadas e macias
O Loção de camomila, decocção de 50 g de flores em 1 l de leite.

Para os dedos manchados de nicotina Limpar com sumo não diluído de 
limão.

CUIDADOS DO CORPO * Antes do banho: O 45 minutos antes, aplicar sobre 
todo o corpo óleo de amêndoas doces. * Depois do banho: O Esfregar 
energicamente o

corpo com uma loção tónica de bétula (vidoeiro), decoeção de 150 g de 
folhas para 1 l de água, ferver 10 minutos O Polvilhar as axilas, as 
dobras e as zonas de fricção com pó­de­arroz constituído por amido de 
arroz perfumado.
O Vinagre rosado: macerar durante 12 dias ao
sol, agitando diariamente, 100 g de pétalas de rosas­rubras secas em 1 l
de vinagre e  filtrar; adicionar à água do banho em doses de       100 g
para
2 1 de água.
As 3 bases de um cold cream são,      em proporções variáveis, cera 
branca, óleo de amêndoas doces e espermacete. Esta mistura, à qual se 
adicionam diversos sucos vegetais, constitui uma
massa suave que embeleza, com a qual convém massajar não só o rosto e o 
pescoço mas também todo o corpo. Os laboratórios possuem uma ou
várias receitas de cold cream. A que se segue não apresenta qualquer 
dificuldade de realização: O Fundir em banho­maria 300 g de óleo de 
amêndoas doces, 50 g de espermacete e 40 g de cera
branca, agitando constantemente com uma espátula, pôr num recipiente de 
faiança e deixar arrefecer, incorporando 150 g de suco de pepino. Quando
a preparação está tépida, agita­se com 1 batedor ou o misturador 
eléctrico; torna­se espumosa e leve. Todos os cold creams devem ser 
conservados em local fresco.

V. também: Aene, Aene rosácea, Banho, Calo, Calosidade, Celulite, 
Dartro, Eritema, Estrias cutâneas, Frieira, Greta, Mancha cutânea, 
Obesidade, Pé, Pontos negros, Ruga, Sarda, Tez, Verruga.

Perdas brancas. V. Leucorreia.
Perna. V. Edema, Varizes.

Pesadelo. V. Sono.

Picadas de animais

USO EXTERNO Se o animal deixou o ferrão * Retirá­lo primeiro e esfregar 
seguidamente a picada com: O 1 rodela de limão O Folhas fres422
cas esmagadas: ­ de alho­porro, ­ de bardana­maior, ­ de couve, ­ de 
groselheira­ negra,  de imperatória, ­ de losna, ­ de malva, ­     de 
maravilhas, ­ de melissa, ­ de oliveira, ­    de rábano­rústico, ­ de 
saião­curto, ­ de salsa, de salva, ­ de s atureja­das­ montanhas, ­    
de tanchagens, ­ de tasneirinha, ­ de tomate,    de tomilho.

Para as picadas de mosquito: ­ alho­porro, salsa.

Para as picadas de aranha: ­ acanto, ­ alho­porro, ­ bolbo de  alho, ­ 
ceboleta, ­ cebolinha.

Para as picadas de abelha e de vespa: O Esfregar com bolbos: ­   de 
alho, ­ de cebola, ­ de

cebolinha O Folhas contusas: ­ de azedas, de basílico, ­ de sabugueiro, 
­ de urtigão.

Pirose. V. Digestão.

Pontos negros. Saliência cutânea, esbranquiçada, com um ponto negro no 
vértice, que surge geralmente na face devido à acumulação de gordura no 
canal das glândulas sebáceas.

USO EXTERNO * Loções de lavagem: O Sumo de limão fresco e
puro O Decocção de ervilheira, 30 g de raízes para 1 l de água, ferver 5
minutos, infundir 10 minutos O Água de rosas, 500 g de pétalas frescas, 
destilar pelo vapor até à obtenção de O,5 1 de líquido O Infusão de 
sabugueiro, 100 g de flores frescas para 1 l de água fervente, tapar e 
infundir 10 minutos mexendo sempre. * Máscara anticomedêmica: O 
Pulverizar ervilhas secas, diluir o pó num pouco de água e aplicar esta 
pasta no rosto.

Prurido. Comichão. Tem várias origens: nervosa, parasitária, infecciosa,
metabólica, e diversas localizações. Antes do tratamento médico, as
plantas podem atenuar o incómodo.

USO EXTERNO * Aplicar sobre a pele: O óleo de amêndoas doces O Polpa 
crua de cenoura cultivada O Suco de cerefólio cru O Folhas de cinoglossa
contusas
O Suco de pepino fresco. * Lavar várias vezes por dia as zonas atingidas
com uma das seguintes preparações, sem passar depois por água limpa: O 
Decocção de aristolóquia, 100 g de planta inteira fresca para 1 l de 
água, ferver 3 minutos, infundir 10 minutos O Decocção de bardana­maior,
100 g de raízes frescas para 1 l de água, ferver 15 minutos, infundir 10
minutos O Decocção de cenoura, 40 g de raízes para 1 l de água, ferver 
10 minutos O Decocção de morso­diabólico, 40 g de planta inteira para 1 
l de água, ferver 10 minutos O Decocção de verbasco, 60 g de folhas e de
flores para 1 l de água, ferver 10 minutos.
Especialmente activas para o prurido vulvar:
O Infusão de macela, 30 g de flores para 1 l de água fervente, infundir 
10 minutos, coar e adicionar 2 colheres de café de vinagre O Decocção de
pé ­de­leão, 40 g de folhas para 1 l de água, ferver 10 minutos.

Psoríase. Afecção cutânea rebelde caracterizada por prurido e manchas 
vermelhas cobertas de escamas secas, nacaradas, situadas nos cotovelos e
joelhos.

USO EXTERNO
O Aplicar sobre as regiões atingidas folhas frescas e contusas de 
tomateiro. * Aplicar uma compressa embebida em: O Maceração de consolda­
maior, 200 g de raízes lançadas em 1 l de água fervente, macerar durante
12 horas O Infusão de murta, 30 g de folhas para
1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Decocção de saboeira, 80 g 
de raízes para 1 l de água, ferver 3 minutos e coar imediatamente O 
Decocção de urtigão, 80 g de caule e de folhas secas para 1 l de água, 
ferver 5 minutos, infundir
15 minutos.

Uso interno, * Durante 3 semanas, pelo menos, tomar 3 chávenas por dia: 
O Infusão de amor­perfeito­bravo,
40 g de flores para 1 l de água fervente, infundir
10 minutos O Decocção de bodelha, 15 g para 1 l de água, ferver 5 
minutos, infundir 5 minutos O Decocção de salgueiro­branco, 40 g de 
casca
seca para 1 l de água, ferver 5 minutos, infundir
10 minutos.

Pulmão e respiração. Algumas plantas actuam favoravelmente sobre as 
dificuldades respiratórias, independentemente da sua causa. 
Efectivamente, uma dispneia pode ser a consequéricia de uma infecção, 
uma congestão, um edema, uma esclerose do tecido pulmonar, que devem ser
muito seriamente tratados. Activas nos casos de asma e enfiserna, 
bronquite e mesmo tosse, as preparações que se seguem podem de certo 
modo aliviar as dificuldades respiratórias originadas pela maioria das 
afecções pulmonares.

Uso interno * Beber 2 chávenas diárias: O Infusão de alfazema, 50 g de 
flores para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Decoeção de 
alho, cozer durante 15 minutos meio dente de alho partido em pequenos 
pedaços em O,25 1 de leite, coar e pôr açúcar O Infusão de argentina, 30
g de folhas e de flores para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O
Decocção de cebola, cozer 1 cebola cortada em rodelas em O,25 1 de 
leite, coar e adicionar açúcar O Infusão de erva­formigueira, 20 g de 
planta e 10 g de hortelã­pimenta para 1 l de água fervente, infundir 10 
minutos O Decocção de espargos, 40 g de raízes para 1 l de água, ferver 
10 minutos O Decoeção de faia, 20 g de casca seca para 1 l de água, 
ferver 20 minutos * Infusão de hipericão, 20 g de sumidades floridas
423
para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos 9 Decocção de líquen­ da­
i slândia, ferver durante 3 minutos 20 g de planta em 1 l de água, tirar
desta e lavar a planta com água corrente, ferver durante 30 minutos em 1
l de água, coar e pôr muito açúcar O Decocção de marroio, 20 g de 
sumidades floridas secas para 1 l de água, ferver 2 minutos, infundir 10
minutos O Infusão de melissa,
50 g de sumidades floridas para 1 l de água fervente, infundir 10 
minutos O Infusão de pinheiro­silvestre, 30 g de gemas para 1 l de água 
fervente, infundir até que o líquido esteja frio e seguidamente coar O 
Decocção de polígala­amarga, 60 g de raízes fragmentadas para 1 l de 
água, ferver 3 minutos, infundir 15 minutos e depois coar O Infusão de 
rorela, 15 g de planta para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O 
Infusão de verbasco, 40 g de flores para 1 l de água fervente, infundir 
20 minutos.

USO EXTERNO
O Cataplasma de farinha de mostarda­negra para aplicar no peito e nas 
costas O Esfregar o tórax com uma pequena quantidade de loção obtida 
pela maceração, durante 48 horas, de 10 g de pimentão em 60 g de álcool 
a 330 e filtrar.

Queimadura. Lesão dos tecidos provocada pelo calor. Pode ser superficial
ou profunda, dependendo essencialmente a sua gravidade da sua extensão. 
As queimaduras infectam­se facilmente. Todas as plantas utilizadas no 
estado fresco devem ser prévia e cuidadosamente lavadas, só devendo ser 
aplicadas as plantas cuja origem se conhece.

USO EXTERNO

Aplicar sobre a queimadura: O Cataplasmas: de polpa fresca de abóbora, ­
de folhas frescas de acanto esmagadas, ­ de batata crua, ­ de
cebola crua às rodelas, ­ de polpa de cenoura
crua brava ou cultivada, ­ de folhas de cinoglossa cozidas num pouco de 
água, ­ de rizoma
cru de consolda­maior, ­ de folhas de couve
cruas e esmagadas, ­ de folhas de erva­armoles cozidas em azeite, ­ de 
folhas de erva­dos­calos maceradas em óleo, ­ de folhas de espinafre 
cozidas em azeite e esmagadas, ­ de feijão cozido e esmagado, ­ de 
folhas de hera frescas,     de flores de maravilhas frescas e picadas   
de polpa de melão fresca e esmagada,
­ de folhas de pimpinela frescas e esmagadas,
­ de folhas de saião­curto frescas e esmagadas,
­ de folhas de sanguissorba­oficinal frescas e esmagadas.
O Compressas impregnadas: ­ de óleo de amêndoas doces, ­ de óleo de 
dormideira onde se maceraram folhas frescas esmagadas de sabugueiro, ­ 
de óleo de hipericão, deixar macerar
500 g de planta fresca em 1 l de azeite, ­ de decocção de sementes de 
marmelo, 10 g em água fria (1 copo), ferver 10 minutos para reduzir e
misturar a decocção com enxúndia ou banha,
­ de infusão de folhas e flores de roseira­de­cão, 50 g para 1 l de água
fervente, infundir
10 minutos, ­ de infusão de verbasco, 30 g de flores para 1 l de água 
fervente, ­ de infusão de verónica, 10 g de flores para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos, ­ de decocção de zaragatoa, deixar ferver
15 minutos, 100 g de sementes em 1 l de água.

Queimadura solar. Afecção cutânea provocada por uma exposição prolongada
ao sol.

USO EXTERNO
O Passar suavemente sobre a zona dorida rodelas de batata crua O Cobrir 
a zona do corpo atingida com folhas de hera frescas e lavadas O óleo de 
camomila, 25 g de flores secas em 250 g de azeite, aquecer lentamente em
banho­maria durante 2
horas, coar, espremendo os capítulos da camomiIa, e conservar em vários 
frascos pequenos e rolhados O óleo de hipericão, macerar em O,3 1 de 
vinho branco e O,6 1 de azeite 300 g de sumidades floridas secas durante
4 dias, mexendo de vez em quando, depois aquecer em banho­maria, deixar 
ferver muito lentamente e evaporar durante 3 horas, coar espremendo e 
conservar em vários frascos pequenos bem rolhados O Vinagre de rosas­
rubras, colocar num recipiente de vidro resistente ao calor 100 g de 
pétalas frescas, deitar­lhes por cima 1 l de vinagre fervente, rolhar o
frasco, conservá­lo ao sol durante 2 semanas e filtrar.

V. também: Queimadura.

Raquitismo. Enfermidade da infância associada a uma carência orgânica em
vitamina D devida a uma insuficiente exposição ao sol: este facto 
determina que, qualquer que seja a sua classe social, as crianças das 
cidades sejam mais frequentemente atingidas que as crianças dos meios 
rurais. A doença manifesta­se por deformações do esqueleto, sendo o 
estado geral também atingido com frequência. O remédio natural mais 
indicado é a exposição ao sol; as plantas são apenas auxiliares.

Uso interno
O Acrescentar à alimentação: ­ espinafres, rábano­rústico, ­ salsa, ­ 
trigo germinado, uvas.

* Beber diariamente 2 chávenas muito açucaradas: O Infusão de chagas, 10
g de folhas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O ]rnfusão de
nogueira, 40 g de folhas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos.

USO EXTERNO

O Deitar a criança num leito de feto­real fres
424
co; se este estiver seco, deverá ser misturado com flores secas de 
matricária e palha. * Dar 2 vezes por semana: O Banho de algas 
(laminárias ou alga­periada), decocção de plantas completamente secas, 
150 g num pequeno saco para cada banho O Banho de cála mo­ aromático, 
decocção de rizoma, 20 g para 1 l de água, ferver
10 minutos e coar; deitar no banho O Banho de nogueira, decocção de 100 
g de folhas em 2 1 de água, ferver 15 minutos, coar e deitar no banho.

Respiração. V. Pulmão.

Retenção de urina. V. Diurese.

Reumatismo. Existem mais de 100 formas de reumatismo, agudas ou 
crónicas, inflamatórias ou degenerativas, que podem afectar e deformar 
as mais pequenas articulações do esqueleto humano; têm em comum o facto 
de originarem uma
dor, por vezes insuportável, que impede o sono e
muitas vezes qualquer movimento.

Uso interno * A alimentação: O Comer: ­ polpa de abóbora cozida, ­ alho 
cru ou cozido, ­ sumo de limão fresco no tempero das saladas O 
Tratamento de 3 semanas: ­ suco de aipo, 50 g por dia, ­ sumo
de vagem de feijão verde, 50 g por dia, ­ sumo
de pêra, 200 g por dia, ­ sumo de tomate, 300 g por dia.
O Tratamento de 8 dias de sumos: ­ de cereja, 100 g por dia, ­ de 
groselha­vermelha, 150 g por dia.

Crises dolorosas * Tomar 1 copo pequeno depois das refeições: * Vinho de
tanaceto, 60 g de surnidades floridas maceradas durante 8 dias em 1 l de
vinho doce natural. * Beber infusões feitas em 1 l de água fervente 
durante 10 minutos, 3 chávenas por dia durante 3 semanas: ­ alquequenje,
50 g de bagas, amor­perfeito­bravo, 10 g de planta seca sem raiz, ­ 
bétula (vidoeiro), 30 g de folhas, ­ borragem, 30 g de folhas, ­ choupo­
negro, 20 g de gemas, ­ grama­francesa, 30 g de raízes, dar uma fervura,
tirar da água, repor em 1   1 de água,
­ groselheira­negra, 50 g de folhas, ­ maçã,
50 g de cascas secas e reduzidas a pó,   ­ primavera, 25 g de flores, ­ 
tília, 20 g de   flores, ulmeira, 50 g de flores. * Beber as decocções 
feitas em 1 l de    água ebuliente, ferver 10 minutos, infundir 5 
minutos (salvo indicação  especial), 2 chávenas por dia durante 10 dias:
­ arando­de­baga­vermelha,
30 g de planta    inteira, ­ arenária, 80 g de planta inteira, ­ 
aristolóquia, 8 g de raizes, azevinho, 30 g de folhas, ­ cersefi­
bastardo, 50 g de raiizes, ferver 20 minutos, ­ fidalguinhos,
20 g de planta inteira sem a raiz, ­ freixo, 30 g de folhas, ­ língua­
cervina, 20 g de folhas, milho, 30 g de estigmas, ­ saboeira, 15 g de 
planta inteira, não deixar infundir, ­ salgueiro­branco, 20 g de casca, 
­ salsa, 40 g de raizes,

­ taráxaco, 40 g de raizes ­ tuia­vulgar, 10 g de folhas, ferver 1 
minuto, ­ ulmeiro, 70 g de casca, ­ urtigão, 40 g de folhas.
O Decocção de giesteira­das­vassouras, 20 g de flores em 1 l de água, 
ferver 10 minutos, infundir
5 minutos; nunca mais de 1 chávena por dia às colheres de sopa.

USO EXTERNO * Aplicar sobre a articulação dorida: O Cataplasma muito 
espessa de: ­ folhas de bardana­maior cozidas em água, ­ rodelas de 
cebola crua, folhas de couve cruas, ­ malmequer­ dos­brejos seco 
aquecido, ­ serpáo recentemente colhido aquecido numa frigideira, ­ 
tomilho, ­ verbena fresca cozida em vinagre O Cataplasma revulsiva dd: ­
farinha de mostarda­negra, ­ pimenta­d'água fresca contusa, ­ polpa 
fresca de rábano­rústico O Conservar o membro atingido numa almofada de 
folhas frescas de bétula (vidoeiro). * Mergulhar a articulação dorida 
em: O Banho composto de 30 g de alecrim e 20 g de sabugueiro, fervidos 
com 1 punhado de sal grosso O Banho de urze, 150    g de planta para 1 l
de água
O Tomar um grande banho: ­ de alfazema, giesteira­das­vassouras, grarna­
francesa e urze misturadas, 30 g de cada planta, infundir durante várias
horas, misturar no banho, ­ de rizorna de feto­macho, ­ de agulhas e de 
gemas de pinheiro. * Aplicar compressas: O Decocção de hera, 60 g de 
folhas para 1 l de água, ferver 10 minutos O Decocção de selo­ de­ 
salomão, 60 g de rizoma, ferver 5 minutos em 1 l de água. * Esfregar a 
articulação dorida com uma preparação feita com antecedência: O óleo de 
alfazema, macerar durante 3 dias ao sol 40 g de flores em 1 l de azeite 
e coar depois O óleo de loureiro, macerar durante 24 horas 50 g de 
folhas secas
em 50 g de álcool a 700 num recipiente fechado, adicionar O,5 1 de 
azeite e aquecer em banho­maria, sem ferver, durante 5 a 6 horas, 
filtrar e engarrafar O Pomada de milfólio, misturar 15 g de suco fresco 
com 15 g de banha O óleo de urze, macerar durante 8 dias 100 g de 
sumidades floridas picadas em O,5 1 de azeite, mexendo todos os
dias, e em seguida filtrar O óleo: ­ de alfenheiro, ­ de lilás, 300 g de
flores e de folhas misturadas, maceradas em azeite ao sol durante 1 mês
O Loção alcoolizada obtida por maceração em
100 g de álcool a 600: ­ de pimentão, 20 g de pi mentão­ vermelho picado
durante 48 horas, de zimbro, 10 g de bagas esmagadas durante 10 dias O 
Preparar uma mistura de alho contuso e azeite O Dormir sobre um colchão:
­ de 1
­macho seco, ­ de feto­real fresco, ­ de folhas
de sabugueiro.

V. também: Artrite.

Rim. Existem várias plantas de grande utilidade em caso de insuficiência
renal com tendência à formação de cálculos e aparecimento de cólicas 
provocadas pela passagem desses cálculos ou de
areias para a uretra. É aconselhável utilizar essas plantas ao longo do 
ano em tratamentos com a duração de 3 semanas.
425
Uso interno
O Vinho de alho­porro, macerar durante 1 noite
4 g de sementes em 1 l de vinho branco e coar; 2 copos pequenos por dia 
O Pó de granza, 1 g de raízes 2 vezes por dia misturadas com mel, 
durante 10 dias O Vinho de sabugueiro, macerar

durante 48 horas 10 g de casca em 1 l de bom vinho branco e coar; 2 
copos pequenos por dia. * Tomar 3 chávenas diárias: O Decocção de 
acelga, 30 g para 1 l de água, ferver 15 minutos e
coar O Infusão de bonina, 40 g de flores e de folhas misturadas para 1 l
de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de cerefólio, 40 g de 
planta para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de pés 
de cereja, 30 g para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O 
Decocção de engos, 30 g de casca para 1 l de água, ferver 10 minutos O 
Infusão de framboeseiro, 30 g de folhas para 1 l de água fervente, 
infundir 10 minutos O Infusão de giesteira­das­vassouras, 30 g de flores
para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos; apenas 8 dias por mês O 
Decocção de grama­francesa e de morangueiro, 15 g de cada rizoma para 1 
l de água, ferver 10 minutos O Infusão de groselheira­negra, 30 g de 
folhas para
1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de medronheiro, 20 g
de bagas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Decocção de 
milho, 30 g de estigmas para 1 l de água, ferver
10 minutos, infundir 10 minutos O Infusão de uva­ursina, 30 g de folhas 
para 1 l de água fervente, infundir 15 minutos O Infusão de verónica, 40
g de sumidades floridas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos.

USO EXTERNO

Crise de cólica nefrítica
O Tentar acalmá­la mediante aplicação sobre o
baixo ventre de uma cataplasma de folhas de couve cozidas.

V. também: Litíase.

Rouquidão. Alteração da voz que pode chegar até à extinção. Toda a 
rouquidão prolongada deve alertar o paciente para a necessidade de um
exame médico.

USO EXTERNO * Gargarejar 3 vezes por dia com uma preparação adoçada com 
mel e cuidadosamente filtrada:
O Decocção concentrada de agrimónia, 100 g de folhas secas para 1 l de 
água, ferver 4 minutos O Decocção de erva­de­são­roberto, 40 g de 
caules, folhas e flores frescas para 1 l de água, ferver 10 minutos O 
Infusão concentrada de hissopo, 80 g de planta florida para 1 l de água 
fervente, infundir 5 minutos O Decocção de pimpinela, 40 g de raízes 
frescas ou secas para 1 l de água, ferver 10 minutos O Decocção de 
pinheiro­silvestre, 40 g de gemas esmagadas para 1 l de água, ferver 3 
minutos; não pôr açúcar O Decoeção concentrada de silva, 100 g de folhas
para 1 l de água, ferver
15 minutos O Decocção de verbasco, 30 g de flores secas para 1 l de 
água, ferver 10 minutos e
coar morno.

Uso interno
O Infusão de funcho, 5 g de sementes numa chávena de leite fervente, 
infundir 10 minutos e
adoçar com mel; beber muito quente O Xarope de rábano­rústico, colocar 
num recipiente bem tapado algumas  camadas de rodelas de raizes frescas 
polvilhadas com açúcar; dar às crianças 1 a 2
colheres de sopa do líquido por dia O Decocção de rinchão, 30 g de 
folhas frescas para 1 l de água, ferver 10 minutos, coar e adoçar com 
mel; beber muito quente 3 a 4 chávenas por dia O Tintura de rorela, 
macerar durante 10 dias 50 g de planta fresca esmagada em 250 g de 
álcool a W e coar; 10 gotas 3 vezes por dia.

V. também: Voz.

Rubéola. Doença eruptiva muito contagiosa devida a um vírus. A erupção, 
que dura apenas 3 ou 4 dias, começa no rosto, generalizando­ se em
seguida pelas outras partes do corpo. As plantas seguidamente referidas 
exercem uma certa acção sobre a erupção.

Uso interno * Preparações doseadas para adultos: O Decocção de bardana­
maior, 60 g de raizes frescas cortadas para 1 l de água, ferver 10 
minutos; beber às colheres de café de 5 em 5 minutos O Infusão composta 
de bérberis, 10 g de casca seca, e de ulmeira, 20 g de sumidades 
floridas, para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos e coar; 1 
tigela e 12 horas depois outra O Infusão de borragem, 30 g de flores 
para 1 l de água fervente, infundir 30 minutos e filtrar; beber 1 copo 
adoçado com mel de 2 em 2 horas.

Ruga. Sulco ou prega que marca a pele.

USO EXTERNO * Colocar todas as noites sobre o rosto e o pescoço bem 
limpos compressas molhadas em: O Infusão de alecrim, 50 g de flores e de
folhas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Suco fresco de 
cerefólio O Maceração alcoólica de casca de marmelo ou de marmelo 
inteiro seco,
100 g de planta em 500 g de álcool a 450, deixar em contacto durante 10 
dias e filtrar O Infusão de papoila, 60 g de pétalas secas para 1 l de 
água fervente, infundir 10 minutos, O Infusão de tília,
20 g de flores para 1 l de água fervente, infundir
10 miruitos O Decocção de tussilagem, 40 g de folhas para 1 l de água, 
ferver 10 minutos.

V. também: Pele.

Sarda. Mancha cutânea devida a irregularidade na distribuição dos 
pigmentos que surge sob a
acção do sol.
426
USO EXTERNO * Lavar as manchas com: O Suco de agrião, de salsa, ­ de 
taráxaco O Maceração de anétnona­pulsátila, 150 g de planta em 1 l de 
água fria durante 12 horas e coar O Suco de gemas de videira, esmagar 
200 g de gemas frescas, adicionar
O,5 1 de álcool a 60’, ferver e filtrar; lavar 2 vezes por dia. No caso 
de dispor de aparelhagem adequada, é preferível destilar esta 
preparação, * Lavar­se 2 vezes por dia com: O Decocção de casca de 
bétula (vidoeiro), 50 g para 1 l de água, ferver 15 minutos O Decocção 
de taráxaco, 50 g de folhas para 1 l de água fria, ferver 30 rninutos
e coar.
O Vinho de bétula (vidoeiro), obtido pela maceração, durante 8 dias, de 
60 g de casca em 1 l de vinho tinto; aplicar compressas embebidas no
vinho quente.
O Decocção de escrofulária­nodosa, 20 g de rizoma para 1 l de água, 
ferver 10 minutos O Infusão de genciana, 50 g de raízes para 1 l de água
fervente, infundir 15 minutos; utilizar tépida 2 vezes por dia; preparar
apenas para 2 dias O Decocção de selo­ de­ salomão, 50 g_de rizomas para
1 l de água, ferver 15 minutos.
O Pomada de arenária, fazer uma massa misturando pó da planta com a 
quantidade necessária de azeite; aplicar todas as noites O Pasta 
avinagrada de cebola, esmagar uma cebola crua em vinagre; aplicar 
diariamente nas manchas esta massa.

Sarna. Afecção cutânea muito contagiosa ­ transmite­se por contacto 
directo ­ e caracterizada por grande prurido; é devida a infestação de 
ácaros que se alojam na pele.

USO EXTERNO Em primeiro lugar, a roupa da cama do doente deve ser 
cuidadosamente desinfectada, o próprio doente lavado, ensaboado com 
sabão negro e esfregado vigorosamente com uma escova; outrora, nos 
hospitais, chamava­se a esta operação a esfrega.
* Esfregar com: O Ramos de menta fresca.
* Em seguida, pincelar com: O Decocção de amieiro­negro, 20 g para 1 l 
de água, ferver 15 minutos, coar e adicionar 1 copo de vinagre O 
Decocção de aquilégia, 20 g de raízes para 1 l de água, ferver 10 
minutos O Decocção de evónimo, 15 g de frutos para 1 l de água, ferver 
45 minutos, adicionar 1 copo de vinagre O Decocção de hortelã­pimenta, 
100 g de planta seca para 1 l de água O Decocção concentrada: ­ de 
serpão, 100 g,
­ de tomilho, 100 g, para 1 l de água, ferver 15 minutos e adicionar 1 
copo de vinagre.
O Pomada: ­ de aleluia, 10 g de raízes raladas misturadas com 10 g de 
banha, ­ de escrofulária­nodosa, 20 g de rizorna ralado misturado com
20 g de manteiga, ­ de milfólio, 10 g de raízes raladas misturadas com 
20 g de banha O Pomada de consolda­real, 15 g de sementes reduzidas a
pó misturadas com 150 g de banha O Pomada de pepino­de­são­gregório, 15 
g de raízes cozidas e
esmagadas misturadas com 30 g de banha.

Seborreia. V. Pele, Cabelo.
Sede. Sensação subjectiva que traduz a necessidade em água do organismo.
Acompanha muitas vezes a febre e começa pela secura da boca.

Uso interno De entre os frutos que mais acalmam a sede, distinguem­se o 
morango, a groselha e a groselha vermelha.
O Mastigar: ­ folhas de azedas, ­ folhas de beldroega, ­ 1 raiz de 
rapúncio O Infusão de aleluia, 15 g de folhas para 1 l de água fervente,
infundir 5 minutos.

Seio. Devido à frequência dos cancros da mama, qualquer modificação de 
aspecto ou de textura deve ser motivo para uma consulta médica. Existem,
porém, modificações mamárias ligadas à menstruação, flacidez ou 
descaimento contra as quais, com a ajuda da ginástica e de duches frios,
as plantas podem, por vezes, lutar com êxito.

USO EXTERNO Seios doridos
O Cataplasma de polpa de cenoura crua, conservar durante 20 minutos, 
enxaguar e aspergir o seio com água fria à qual se adicionou álcool a
900 O Colocar sobre os seios uma almofada de folhas de cerefólio 
aquecidas numa frigideira O Cataplasma quente de folhas de framboeseiro 
cozidas em leite, conservar 30 minutos O Cataplasma de folhas: ­ de 
aipo, ­ de erva­de­são­roberto, cozidas em água, conservar durante 30 
minutos.

Seios flácidos
O Lavar com: O Tintura de pé­de­leão, macerar
8 dias 100 g de folhas em O,5 1 de álcool a 900. * Aplicar compressas 
embebidas em: O Decocção de bolsa­de­pastor, 60 g de planta fresca para
1 l de água, ferver 10 minutos, coar e utilizar fria
O Suco de maçã O Decocção de pé­de­leão fria,
50 g de folhas e de sumidades floridas para 1 l de água, ferver 10 
minutos O Decocçâo concentrada de serpão, 50 g de planta para 1 l de 
água, ferver
20 minutos, coar e deixar arrefecer.

Uso interno Turgidez dolorosa pré­menstrual * Tornar 2 chávenas por dia:
O Infusão de groselheira­negra, 30 g de folhas para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos O Infusão de milfólio, 30 g de sumidades 
floridas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos.

Sinusite. Inflamação dos seios ósseos da face e
das regiões vizinhas. Estes seios estão próximos das fossas nasais; 
alguns comunicam com elas e aí lançam as suas secreções.

USO EXTERNO

Inalação 3 vezes por dia: O Eucalipto, 50 g de

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SOLUÇO

folhas para 1 l de água fervente O Murta, 50 g de folhas para 1 l de 
água fervente O Tomilho, 50 g de folhas para 1 l de água fervente.

Soluço. Contracção espasmódica do diafragma.

Uso interno * 1 colher de café de sumo não diluído de limão * Infundir 
numa chávena de água fervente, 3 g:
­ de anis, ­ de sementes de endro, ­ 1 pitada de estragão, deixar 
infundir 3 minutos; beber quente O Infusão:       de hortelã, 10 g,     
de Iaranjeira­doce 10 g,      de néveda, 5 g,       de nêveda­dos­gatos,
10 g, para 1 l de água, infundir
15 minutos e coar; beber imediatamente O Beber meia colher de café de 
uma mistura de suco fresco de folhas de hortelã­pimenta com algumas 
gotas de vinagre.

Sono. Para viver é necessário dormir: privado do sono, o homem morre, 
Por isso, todas as pessoas dormem, mais ou menos tempo e melhor ou pior.
Actualmente, as razões para dormir mal são numerosas, destacando­se de 
entre elas a tensão nervosa. As plantas, de um modo lento mas seguro, 
podem devolver a calma indispensável para um sono reparador.

Uso interno * Tomar 1 chávena ao deitar: O Infusão de alecrim, 20 g para
1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Decocção de alface­brava­ 
maior, 30 g de folhas e de caule para 1 l de água, ferver 5 minutos e 
coar O Decocção de cascas de amêndoas, 40 g para 1 l de água, ferver 10 
minutos e

coar O Infusão de aspérula­odorífera, 30 g de sumidades floridas para 1 
l de água fervente, infundir 10 minutos O Decocção de palha de aveia, 30
g para 1 l de água, ferver 5 minutos O Infusão de basílico, 20 g de 
planta para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de 
cânhamo, 20 g de folhas secas e de sementes para 1 l de água fervente O 
Infusão de cornichão, 80 g para 1 l de água fervente, infundir 10 
minutos O Infusã o de jasmineiro­galego, 25 g de flores para 1 l de água
fervente, infundir 10 minutos O Infusão de laranjeira­ doce, 20 g de 
flores ou de folhas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O 
Infusão de loureiro, 15 g de folhas para 1 l de água fervente, infundir 
10 minutos O Decocção de lúpulo, 30 g de cones

para 1 l de água, ferver 3 minutos, deixar amornar e coar O Infusão de 
manjerona, 50 g de folhas e de sumidades floridas para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos O Infusão de marroio, 20 g de planta seca 
para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de marroio­
negro, 30 g de flores para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O 
Infusão de matricária, 20 g para 1 l de água fervente, infundir 5 
minutos O Infusão de meliloto, 20 g de caules floridos para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos 6 Infusão de melissa, 30 g de sumidades 
floridas e de folhas para
1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de melissa­bastarda,
40 g de caules floridos

para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de nêveda­dos­ 
gatos, 20 g de planta para
1 l de água fervente O Infusão de papoila, 15 g de flores para 1 l de 
água fervente O Infusão de pirliteiro, 30 g de flores para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos O Infusão de salgueiro­branco, 40 g de 
folhas ou de amentilhos para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O
Infusão de tília, 20 g de flores para 1 l de água fervente, infundir 5 
minutos O Infusão de verbasco, 25 g de flores para 1 l de água fervente,
infundir 10 minutos.
Acrescenta­se uma receita simples de ciganos:
O Cozer em água uma alface cultivada; comer 2 folhas ao deitar com 2 
colheradas de mel. * Beber 1 copo pequeno ao deitar: O Xarope de alteia,
macerar durante 24 horas em 1 l de água fria 100 g de raízes cortadas, 
coar, ferver em
lume brando com 1 kg de açúcar, adicionar um
aroma (flor de laranjeira) e engarrafar O Xarope de golfão­branco, 
infundir durante 6 horas em 1 l de água fervente 80 g de flores, coar e 
adicionar 1,5 kg de açúcar, ferver e engarrafar depois de frio 40 Xarope
de pessegueiro, adicionar ao
suco de 500 g de flores esmagadas 1 kg de açúcar, cozer em banho­maria 
tapado e engarrafar. * Tomar 20 gotas ao deitar O Tintura de passiflora,
macerar durante 8 dias 10 g de sumidades floridas em 50 g de álcool a 
600 e coar O Tintura de valeriana, macerar durante 8 dias 10 g de raí 
zes secas em 50 g de álcool a 601 e coar.

USO EXTERNO
O Banho quente, antes do deitar, ao qual se adicionou previamente uma 
infusão concentrada de uma das seguintes plantas: ­ alface­brava­maior, 
a spéru Ia­ odorífera ­ cornichão, golfão,    jasmineiro­galego, ­ lara 
njei ra­ doce,
­ lúpulo, ­ marroio­negro, ­ meliloto, papoila, ­ passifiora, ­ 
pirtiteiro, ­ salgueiro­branco, ­ tília, ­ valeriana.

Sudação, transpiração. A sudação pode ser
provocada por excesso de calor ou esforço físico, pela febre e por 
certas doenças. As plantas Podem aumentar ou diminuir a produção de 
suor.

Uso interno Para provocar a sudação * Tomar 3 chávenas por dia: O 
Decocção de bardana­maior, 50 g de raizes frescas cortadas em pedaços 
para 1 l de água, ferver 10 minutos, infundir 10 minutos O Infusão de 
borragem, 30 g de flores para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos 
O Infusão de sabugueiro, 40 g de flores secas para 1 l de água fervente,
infundir 10 minutos.

Para diminuir a produção de suor, suores nocturnos, suores profusos * 
Tomar 2 chávenas por dia, das quais 1 ao deitar: O Infusão composta de 
bétula (vidoeiro),
20 9 de folhas, e de carvalho, 20 g de folhas, para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos O Decocção de cavalinha, 50 g de planta 
seca para
1 l de água, ferver 20 minutos.
428
O Vinho de salva, macerar durante 1 semana 80 g de folhas secas em 1 l 
de vinho doce natural e filtrar; 1 colher de sopa depois das refeições.

USO EXTERNO
O Banho: ­ de abeto­branco, ­ de pinheiro­bravo, 5 g de agulhas para 1 l
de água do banho, preparar em 5 1 de decocção, que será depois 
adicionada à água da banheira.

Surmenage. Estado de fadiga física e psíquica. Há uma terapêutica 
indispensável: o repouso.

Uso interno
O Juntar à alimentação soja sob todas as suas
formas: farinha, sementes, germes, óleo e leite, que se prepara 
demolhando 150 g de sementes em 1 l de água durante 36 horas, coar, 
esmagar as sementes, misturar o puré ao líquido, deixar em repouso 
durante 1 hora e filtrar; dose para 24 horas que não se conserva para 
além deste prazo.

Para estimular as funções endócrinas, especialmente a tireóide
O Comer aveia sob a forma de farinha ou de flocos.

O Comer maçãs e uvas.

Para facilitar o sono das pessoas cansadas
O Infusão de alecrim, 20 g de sumidades floridas para 1 l de água 
fervente; tomar de manhã O Vinho de angélica, obtido pela maceração de 
50 g de planta durante 3 dias num frasco fechado com
1 l de vinho branco de boa qualidade; 1 copo pequeno antes das refeições
O Infusão de passiflora, 30 g de flores em botão para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos; tomar à noite ao deitar.

Uso interno e Comer alho cru, muito activo contra os danos causados pela
nicotina no organismo.

V. também: Boca.

Tabagismo. Quer se acredite nos malefícios do tabaco, quer não, as 
plantas podem ajudar a vencer o hábito de fumar e a lutar contra as 
afecções da boca.

USO EXTERNO
O Bochechar com alfenheiro, decocção concentrada de folhas, 50 g para 1 
l de água, ferver 5 minutos; não engolir O Podem fumar­se folhas sãs e 
secas: ­ de arnica, ­ de aspérula­odorífera, ­ de betónica, ­ de m a 1 
mequer­ dos ­brejos,
­ de sabugueiro, ­ de salva, ­ de tussilagern,
­ de uma mistura de aspérula­odorífera e tussi­ ]agern, ­ de uma mistura
de betónica e tussilagem, adicionar a cada uma destas plantas ou às 
misturas algumas folhas de hortelã­pimenta O Misturar igual quantidade 
de folhas bem secas de tussilagem, de aspérula­odorífera e de hortelã­
pimenta, deixar 1 noite em água adoçada com
mel, secar rapidamente ao ar livre, comprimir e cortar.

Ténia. V. Parasitose.

Terçolho, hordéolo. Espécie de furúnculo da pálpebra, localizado ao 
nível de um cílio.

USO EXTERNO Todas as preparações indicadas em seguida devem ser 
cuidadosamente filtradas e usadas frias. * Banhos para os olhos: O 
Decocção de eufrásia, 20 g de planta para 1 l de água, ferver 15 minutos
O Infusão de fidalguinhos, 60 g de flores para 1 l de água fervente, 
infundir 30 minutos
O Infusão de sabugueiro, 100 g de flores frescas ou secas para 1 l de 
água fervente, infundir 10 minutos. * Cataplasma: O Aplicar sobre o 
terçolho, várias vezes por dia, 1 compressa contendo folhas frescas 
picadas de basílico.

Tez. Uma tez manchada ou plúmbea é frequentemente sinal de uma 
intoxicação do organismo. São sobretudo as plantas depurativas que podem
intervir de maneira mais eficaz, associadas aos cuidados de higiene e de
beleza.

Uso interno * Tomar 3 chávenas diariamente durante 10 dias: O Decocção 
de aipo, 30 g de raizes para 1 l de água, ferver 10 minutos O Infusão de
almeirão O 10 9 de folhas secas para 1 l de água fervente, infundir 10 
minutos O Decocçáo de bardana­maior, 60 g de raizes para 1 l de água, 
ferver 10 minutos O Infusão de borragem, 20 g de flores para 1 l de água
fervente, infundir 10 minutos O Infusão de buglossa, 20 g de flores para
1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de fumaria, 30 g de 
plantas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos * Infusão de 
tomate, 25 g de folhas secas para 1 l de água fervente, infundir 10 
minutos e coar; beber frio.

USO EXTERNO * Aplicar sobre o rosto: O Leite de alho­porro, extrair o 
suco fresco de 1 alho­porro e misturá­lo com soro de leite O Decocção de
bétula (vidoeiro), 60 g de casca para 1 l de água, ferver 10 minutos, 
infundir 10 minutos O Leite de morango, esmagar 50 g de morangos num 
pouco de leite fresco; aplicar no rosto esta pasta O Loção de salsa, 
infundir durante 10 minutos 30 g de salsa em O,5 1 de água fervente e 
coar O Água de salva, macerar durante 6 semanas 60 g de planta em
1 l de água­de­colónia e filtrar O Decocção de taráxaco, 60 g de raizes 
frescas para 1 l de água, ferver 30 minutos, deixar arrefecer.

V. também: Pele.
429
Tinha. Afecção do couro cabeludo devida a um fungo que provoca a queda 
do cabelo. Consultar o médico.

USO EXTERNO
O Loção de alfazema, macerar durante 2 semanas 100 g de flores em O,5 1 
de aguardente a 300 e filtrar; lavar as manchas O Cataplasma de folhas 
secas contusas de aquilégia.

Uso interno * Além do tratamento local, beber 3 chávenas por dia: O 
Decocção de amor­perfeito­bravo, 10 g de planta seca para 1 l de água, 
ferver 5 minutos, infundir 10 minutos O Líquido de cozedura de 
escorcioneira.

Torcicolo muscular. Torção do pescoço, cabeça inclinada, devida a uma 
retracção do músculo e sternoc lido mastói deo.

USO EXTERNO * Aplicar 2 vezes por dia: O Compressas embebidas numa 
decocção quente de alecrim, 50 g para 1 l de água, ferver 15 minutos e 
coar; cobrir com 1 xaile de lã O Cataplasma de folhas de orégãos cozidas
num pouco de vinho.

Tosse. As plantas activas contra a tosse, ou plantas peitorais, actuam 
de dois modos: acalmam a
tosse e facilitam a expectoração. Embora algumas acumulem as duas 
acções, separaram­se os
dois aspectos, indicando as plantas consoante o
que corresponde à sua acção mais enérgica. Naturalmente, nenhuma das 
preparações pode substituir o tratamento da doença que provoca a tosse, 
a qual é apenas um sintoma. As plantas aliviam o doente, mas não o 
curam. Consultar o médico.

Uso interno Tosse espasmódica * Tomar 3 chávenas por dia entre as 
refeições:
O Maceração de alcaçuz, 40 g de raizes em 1 l de água fria durante 1 
noite O Pó de alface­brava­maior, 2 g de sementes pulverizadas por dia, 
em 2 doses, misturadas com mel O Infusão composta de 20 g de flores de 
alfazema e de 20 g de sumidades floridas e de folhas de hortelã para 1 l
de água fervente, infundir 5 minutos O Infusão de amendoeira, 30 g de 
folhas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de anis,
15 g de sementes para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O 
Infusão de antenária, 20 g de flores para 1 l de água fervente, infundir
10 minutos O Infusão de balsamita, 15 g de sumidades floridas e de 
folhas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de 
basílico,
20 g de sumidades floridas e de folhas para 1 l de água fervente, 
infundir 10 minutos O Infusão de castanheiro, 40 g de folhas secas para 
1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de cebola, 250 g de 
bolbo para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos; tomar muito doce *
Infusão
de dictamo­de­creta, 20 g de sumidades floridas para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos O Infusão de engos, 30 g de flores para 1 
l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de funcho, 15 g de 
sementes para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de 
golfão­branco,
25 g de flores para 1 l de água fervente, infundir
10 minutos O Infusão de j asmineiro­ galego, 20 g de flores para 1 l de 
água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de madressilva, 5 g de 
flores para 1 l de água fervente, infundir 5 minutos O Infusão de 
nêveda­dos­gatos, 20 g de planta para
1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de orégãos, 10 g de 
sumidades floridas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O 
Infusão de peónia, 40 g de flores para 1 l de água fervente, infundir 10
minutos O Infusão de pimpinela, 30 g de sumidades floridas para 1 l de 
água fervente, infundir 10 minutos O Decocção de polígala, 120 g de 
raízes para 1 l de água, ferver 3 minutos, infundir 10 minutos O Infusão
de rorela, 15 g de planta para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos
O Decocção de serpão ou
de tomilho, 250 g de planta para 1 l de água, ferver 10 minutos, 
adicionar 250 g de mel e tomar às colheres de sopa O Infusão de visco, 
25 g de folhas cortadas em pequenos pedaços para 1 l de água fervente, 
infundir 10 minutos.

Preparações expectorantes
O Decocção de aipo, 25 g    de raizes para 1 l de água, ferver 10 
minutos O   Infusão: ­ de borragem, ­ de bugIossa, 30 g    de flores 
para 1 l de água fervente, infundir 10  minutos O Decoeção de cenoura 
cultivada, 100 g de raizes para 1 l de água, ferver 10 minutos O Infusão
de cerefólio,
40 g de planta para 1 l de água fervente, infundir
5 minutos O Suco fresco de chagas, 30 g por dia em leite adoçado com 
muito mel O Infusão de énula­campana, 15 g de raizes secas para 1 l de 
água fervente, infundir 10 minutos O Decocção de figueira, 100 g de 
figos secos para 1 l de água, ferver 10 minutos e coar O Decocção de 
líquen­da­islândia, macerar durante 3 horas 20 g de planta em 1 l de 
água fria, mudando a água 3 vezes, ferver 5 minutos, deitar fora a água,
substituí­la, ferver mais 15 minutos e coar O Decocção de malva, 15 g   
de flores para 1 l de água, ferver 10 minutos O   Infusão de marroio, 20
g de sumidades floridas e de folhas para 1 l de água fervente, infundir 
10 minutos O Infusão de petasite, 20 g de raizes  para, 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos   O Decocção de primavera,
20 g de raizes para 1 l de água, ferver 10 minutos
O Infusão de pulsátila, 15 g de flores e de folhas frescas para 1 l de 
água fervente, infundir 10 minutos; não ultrapassar mais de 2 chávenas 
pequenas por dia O Infusão de rinchão, 30 g de planta para 1 l de água 
fervente, infundir 20 minutos O Decocção de tasneirinha, 30 g de planta 
seca para 1 l de água, ferver 10 minutos O Infusão de tramazeira, 20 g 
de folhas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de 
tussilagem, 50 g de flores para 1 l de água fervente, infundir 10 
minutos O Infusão de verbasco, 20 g de sumidades floridas para 1 l de 
água fervente, infundir 5 minutos O Decocção de violeta, 10 g
430
de raízes para 1 l de água, ferver 20 minutos e coar.
* Tomar 2 a 4 colheres de sopa por dia: O Xarope de açafrão, ferver 
durante 30 minutos em 1 l de água 15 g de pó de estigmas, filtrar, 
adicionar O,5 kg de açúcar, pôr tudo a cozer e engarrafar O Xarope de 
alho­porro, 150 g de planta para
1 l de água, ferver 30 minutos, juntar o mesmo
peso de mel O Xarope de alteia, ferver em 1 l de água durante 15 minutos
40 g de raizes, coar, adicionar 1,5 kg de açúcar, levar de novo à 
ebuliçã o e engarrafar O Xarope de avenca, deitar 1 l de água fervente 
sobre 80 g de folhas frescas, infundir 8 horas, coar, adicionar 1 kg de 
açúcar, ferver 2 minutos e coar O Xarope de hissopo, infundir durante 10
minutos 100 g de planta em
1 l de água fervente, coar, adicionar 1,5 kg de açúcar, misturar, 
dissolver e pôr tudo a ferver até à obtenção de um xarope e engarrafar O
Xarope de murta, infundir durante 6 horas em 1 l de água fervente 75 g 
de folhas, coar, adicionar
1,750 kg de açúcar, dissolver e cozer O Xarope de papoila, infundir num 
recipiente tapado durante
12 horas 400 g de flores recentemente colhidas em 1 l de água em 
ebulição, coar, adicionar
1,400 kg de açúcar e deixar ferver até ficar espesso O Xarope de flores 
de pessegueiro, centrifugar 1 kg de flores e misturar o suco com 2 kg de
açúcar, pôr tudo junto a cozer até ficar espesso e

engarrafar O Xarope de rábano, cortar às rodelas, pôr num passador e 
cobrir com açúcar em pó, recolher o líquido do passador O Xarope de 
rãbano­rústico, macerar durante 3 horas 1 raiz cortada às rodelas, 
dispô­las às camadas sobrepostas num passador e cobri­Ias abundantemente
com açúcar em pó, recolher o líquido do passador.

V. lambem: Bronquite.

Tosse convulsa. Doença infecciosa, contagiosa e
epidémica que se manifesta por acessos de tosse característicos, 
acompanhados muitas vezes de vómitos e expectoração mucosa.

Uso interno
O Decoeção de alface cultivada, 100 g de folhas para 150 g de água, 
ferver 5 minutos; beber morno e com muito açúcar O Infusão de basílico,
30 g de uma mistura de folhas e flores para 1 l de água fervente O 
Infusão de hera, 15 g de folhas frescas picadas para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos; 2 chávenas por dia O Infusão de hortelã­
pimenta, 60 g de folhas secas para 1 l de água fervente O Infusão de 
lírio­florentino, 20 g de rizoma seco para 1 l de água fervente, 
infundir
10 minutos; 2 chávenas por dia O Infusão composta de marroio, 20 g de 
sumidades floridas e de folhas secas e fragmentadas para 1 l de água 
fervente, à qual se adicionam algumas folhas frescas ou secas de 
basílico, que melhora o gosto da preparação O Infusão de narciso­
trombeta, 20 g de flores para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos;
preparar apenas 100 g de cada vez, administrar às colheres de sopa no 
momento dos acessos de tosse, e nunca mais de 6 a 8 colheres por dia O 
Infusão de pessegueiro, 30 g de flores para 1 l de água fervente, 
infundir 10 minutos; preparar apenas 200 g de infusão, administrar 3 
colheres de sopa de cada vez 3 vezes por dia O Infusão composta de 
primavera e de tomilho: misturar bem 300 g de raízes e de flores secas 
de primavera e 50 g de ramos com folhas de tomilho seco picado, 
utilizando para 1 l de infusão 50 g de mistura; é necessário filtrar O 
Infusão de salva­esclareia, 20 g de folhas secas para 1 l de água 
fervente; 2 chávenas por dia. * Xarope de alho, 100 g de bolbos 
descascados esmagados em 250 g de água fervente, infundir
15 minutos, coar, adicionar 250 g de açúcar; 2 colheres de sopa por dia 
O Xarope de nêveda­dos­gatos, 25 g de sumidades floridas para O,25 1 de 
água fervente, deixar infundir 15 minutos, coar e
adicionar açúcar até espessar muito; administrar
1 colher de café de hora a hora O Pasta de líquen­da­islândia: macerar 
durante 1 noite 200 g de líquen em água fria, escorrer, lavar 
abundantemente a planta em água fervente, deixar cozer lentamente 
durante 30 minutos, coar, pesar, acrescentar igual peso de açúcar, cozer
em banho­maria mexendo sempre e retirando a espuma até engrossar, pôr 
num boião e tapar; 1 colher de café no momento dos acessos de tosse.
O Tintura de cipreste, obtida por maceração de
10 g de bagas em 100 g de álcool a 600 durante
24 horas, filtrar, conservar num frasco rolhado;
10 gotas 2 vezes por dia, misturadas com uma tisana adoçada com mel O 
Tintura de rorela, macerar durante 10 dias 50 g de planta fresca 
esmagada em O,25 1 de álcool a 601; 10 gotas 3 vezes em
cada 24 horas, misturadas com uma tisana.
O Extracto de pinguícula, deitar sobre 50 g de folhas O,25 1 de água 
fervente, macerar durante 1 noite, coar e seguidamente aquecer o líquido
para evaporar até metade do seu volume; 5 gotas 3 vezes por dia, 
misturadas numa tisana.

Transpiração. V. Sudação.

Traqueíte. Inflamação da traqueia.

Uso interno
O Infusão de antenária, 20 g de flores para 1 l de água, infundir 10 
minutos; 3 chávenas por dia
O Decocção de colza, 20 g de raízes descascadas em 1 l de água, quando 
as raízes estiverem cozidas e moles, a decocção está pronta; coar e 
beber
O,5 1 nas 24 horas O Decocção de hera, 5 g de folhas para 1 l de água, 
ferver 5 minutos e coar;
2 chávenas pequenas por dia O Decocção de orégãos, 30 g de sumidades 
floridas para 1 l de água, ferver 5 minutos e coar sem infundir; dose 
para 24 horas O Infusão de rinchão, 50 g de planta, se possível fresca, 
para 1 l de água fervente, infundir 5 minutos e coar; beber 
imediatamente, 2 chávenas por dia O Infusão de tussilagem, 50 g de 
flores para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos; 3 chávenas por 
dia O Infusão de verbasco; 40 g de flores para 1 l de água fervente, 
infundir 10 minutos; 3 chávenas por dia.
431
úlcera cutânea. Perda de substância cutânea devida a uma má irrigação 
sanguínea, situada por vezes na perna depois do aparecimento de uma 
variz (úlcera varicosa). Infecta muitas vezes. É preciso limpá­la, secá­
la e activar a sua cicatrização.

USO EXTERNO * Loções para lavagem: O Infusão de abeto­branco, 30 g de 
gemas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de alho, 
deitar
1 l de água fervente sobre 25 dentes de alho esmagados, tapar, infundir 
30 minutos O Decocção de amieiro, 30 g de casca para 1 l de água, ferver
10 minutos O Infusão de artemísia, 20 g de planta para 1 1de água 
fervente, infundir 10 minutos O Infusão  de cebola preparada com 1 l de 
água fervente e 50 g de bolbo esmagado, infundir 30 minutos O  Infusão 
de cocleária, 2 g de raízes em
100 g de leite, ferver e coar O Infusão de erva­de­santa­bárbara, 30 g 
para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de escórdio, 40
g de sumidades floridas para 1 l   de água fervente, infundir 10 minutos
O Vinagre de evónimo, ferver durante 5 minutos 80 g de    folhas em 1 l 
de vinagre, infundir 5 minutos e    coar O óleo de hipericão, misturar 1
l de azeite, O,5 1 de vinho branco e 500 g de flores frescas picadas de 
hipericão, pôr em banho­maria e ferver até à evaporação do vinho branco,
deixar amornar e coar

espremendo O Suco fresco de rizoma de lírio­amarelo­dos­pântanos diluído
em água fervida
O Decocção de maravilhas, 100 g de pétalas para
1 l de água, ferver 30 minutos O Água de rosas­rubras, 60 g de pétalas 
para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Decocção de 
salgueirinha,
60 g de sumidades floridas para 1 l de água, ferver 5 minutos, infundir 
5 minutos O Decocção de salva­ e sclarei a, 50 g de planta para 1 l de 
vinho, ferver 10 minutos, infundir 10 minutos O Decocção de silva, 30 g 
de folhas para 1 l de água, ferver 10 minutos O Decocção de verónica, 50
g de planta para 1 l de água, ferver 10 minutos O Decocção de vide­
branca, 30 g de folhas frescas para 1 l de água, ferver 5 minutos; lavar
com cuidado para limpeza da úlcera O Maceração de zaragatoa, 30 g de 
sementes para 1 chávena de água.

Fazer cataplasmas com: O Folhas esmagadas: de angélica, ­ de aquilégia, 
­ de betónica, de cenoura, ­ de conchelos, ­ de couve, de graciosa, ­ de
pinguícula O Raiz de alcaparreira cozida num pouco de água O Folhas de 
bardana­maior maceradas em óleo O Folhas cozidas de becabunga O Raiz 
fresca: ­ de consolda­maior, ­ de labaçol O Folhas de nogueira cozidas 
num pouco de água O Decocção de salgueiro­branco, 50 g de casca para 1 l
de água, ferver 20 minutos O Folhas e flores picadas de vara­de­ouro. * 
Polvilhar com: O Pó: ­ de amor­de­hortelão seco, ­ de carvalhinha.

Unha. Reflectindo o estado geral do organismo, tal como os cabelos, as 
unhas têm a sua própria patologia, muito complexa. As plantas apenas 
intervêm para lhes conservar a beleza e a solidez.
USO EXTERNO
O Todas as noites, antes do deitar, cobrir as unhas com uma mistura de 
azeite tépido e sumo de limão; massajar e pôr luvas O Cobrir as unhas 
com sumo de limão puro O Cobrir as unhas com uma loção composta em 
partes iguais de sumo de limão e de infusão de rosas, preparada com 40 g
de pétalas para 1 l de água.

Uso interno
O Tornar 10 dias por mês, durante 3 meses, 2 colheres de café por dia de
suco fresco de cavalinha ou 2 vezes por dia 1 g de pó da mesma planta 
seca com um pouco de mel.

Ureia. Produto de excreção eliminado principalmente pelo rim na urina. 
Quando esta função é deficiente, eleva­se o teor de ureia no sangue e
surgem perturbações.

Uso interno Plantas alimentares e condimentares recomendadas: O Suco de:
alho­porro, ­ arando, cebola, ­ salsa,         taráxaco, ­ tomate, como 
cereal: o arroz. * Beber 3 chávenas por dia: O Infusão de alcachofra, 10
g para 1 l de água fervente, infundir
10 minutos O Maceração de alho­porro, 30 g de raízes em 1 l de vinho 
branco durante 8 dias e coar; 1 copo pequeno todos os dias O Decocção de
alquequenje, 20 g de frutos secos para 1 l de água, ferver 5 minutos, 
infundir 5 minutos O Infusão de bétula (vidoeiro), 30 g para 1 l de água
fervente, infundir 10 minutos; pode juntar­se 1 pitada de bicarbonato de
sódio O Decocção de cardo­corredor, 30 g de raízes para 1 l de água, 
ferver 5 minutos, infundir 10 minutos O Decocçáo de énula­campana, 10 g 
de raízes para 1 l de água, ferver 2 minutos, infundir 10 minutos O 
Decocção de feijoeiro, 60 g de vagens frescas para 1 l de água, ferver 1
minuto, deixar infundir e macerar
durante 12 horas O Infusão de freixo, 40 g para
1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de groselheira­ 
negra, 30 g para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de 
pilosela, 80 g de planta fresca para 1 l de água fervente, infundir 10 
minutos O Decocção de taráxaco, 60 g de raízes para 1 l de água, ferver 
10 minutos, infundir 2 horas O Infusão de ulmeira,
50 g de folhas secas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O 
Decocção de uva­ursina,
40 g de folhas para 1 l de água, ferver 5 minutos, infundir 10 minutos O
Decocção de vara­de­ouro, 40 g de planta para 1 l de água, ferver 3 
minutos, infundir 5 minutos.

Urina. Líquido filtrado pelos rins que, através dos ureteres, se acumula
na bexiga. Qualquer infecção ou retenção urinária deve ser rapidamen
432
te tratada pelo médico; as plantas nestas situações apenas constituem um
pequeno recurso. O seu

uso não deve prolongar­se para além de algumas horas.

USO EXTERNO Em caso de retenção urinaria
O Cataplasma: ­ de consolda­real fresca e contusa, ­ de folhas de couve;
aplicar sobre o baixo ventre.

Uso interno * Beber 1 chávena de uma infusão de uma planta anti­séptica 
ou diurética: O Infusão de choupo­negro, 40 g de gemas para 1 l de água 
fervente, infundir 20 minutos O Infusão de pilosela, deitar
100 g de planta fresca em 1 l de água em ebulição, ferver 30 segundos, 
infundir 10 minutos O Decocção de sal saparri lha­bastarda, 50 g de 
raízes cortadas para 1 l de água, ferver 10 minutos, infundir 15 
minutos.

V. também: Enurese.

Urticária. Erupção geralmente cutânea de pápuIas rosadas e muito 
pruriginosas, de origem alérgica, por contacto ou ingestão de um 
alimento ou de um medicamento.

Uso interno
O Infusão de amor­perfeito­bravo, 50 g de flores para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos; 3 chávenas por dia * Infusão de éfedra, 
10 g de planta para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos; 1 chávena
O Decocção de urtigão, 50 g de planta em 1 l de água, ferver 15 minutos;
3 chávenas por dia.

USO EXTERNO
O Infusão de fumária, planta inteira, 60 g para 1 l de água fervente, 
infundir 15 minutos; lavar ou
banhar as zonas afectadas.
água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de milfólio, 30 g de 
sumidades floridas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O 
Infusão de videira, 80 g de folhas para 1 l de água fervente, infundir 
10 minutos; 2 chávenas por dia entre as refeições.
O Infusão de pimenta­d'água, 10 g de planta sem
a raiz para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos; 1 chávena, em 
pequenos golos, ao longo do dia.

USO EXTERNO * Banho para as pernas: O Decocção de gálbuIas contusas de 
cipreste, 50 g para 1 l de água, deixar arrefecer O Decocção de 
taráxaco, 40 g de planta para 1 l de água, deixar arrefecer e coar.
* Loções para    aplicar abundantemente sobre as
pernas todas as noites: O Decocção de agulhas de abeto­branco, 1 kg de 
agulhas em 1 l de água, ferver 10 minutos, coar espremendo, pôr em
frascos O Decocção de peónia, 20 g de raízes para 1 l de água, ferver 10
minutos, infundir 10 minutos, coar e conservar numa garrafa.
Verme intestinal. V. Parasitose.

Vermelhidão da pele. V. Eritema.

Verruga. Excrescência cutânea benigna e contagiosa provocada por um 
vírus.

USO EXTERNO * Esmagar sobre a verruga até ao seu desaparecimento, 
protegendo as zonas limítrofes: O Folhas frescas: ­ de favária­maior, ­ 
de maravilhas, ­ de rapúncio. * Aplicar sobre a verruga: O Suco de 
raízes frescas de celidónia misturado em partes iguais com glicerina O 
Suco fresco: ­ de cebola, ­ de cersefi­bastardo, ­ de figueira, ­ de 
rorela, de taráxaco.
O Maceração de pétalas de açucena pelo menos
durante 7 dias em vinagre O Tintura de tuia­vulgar, macerar durante 15 
dias 20 g de gemas ou de ramos novos em 100 g de álcool a 600, coar 
através de um pouco de algodão.

Varizes. Chamam­se varizes a dilatações situadas no trajecto de uma veia
em qualquer ponto do organismo. Apenas se consideram as varizes dos 
membros inferiores.

Uso interno * Tomar 2 chávenas por dia: O Infusão de aveleira, 25 g de 
folhas para 1 l de água fervente, infundir 2 horas O Infusão de 
bérberis, 40 g de cascas de raizes para 1 l de água fervente, infundir 
10 minutos O Decocçâo de castanheiro­da­índia, 40 g de casca seca de 
ramos novos para 1 l de água, ferver 10 minutos; tratamento para ser
seguido semana sim, semana não O Decocção de gilbarbeira, 50 g de raízes
para 1 l de água, ferver 5 minutos, infundir 15 minutos O Infusão de 
meliloto, 40 g de sumidades floridas para 1 l de

Vertigem. Sensação incómoda de que o corpo ou os objectos que o rodeiam 
mudam as posiçoes relativas. É indispensável uma consulta médica. 
Experimentar uma das seguintes preparações.

Uso interno
O Infusão de alfazema, 15 g de flores para 1 l de água fervente O Pó de 
dictamo­branco, 2 g de pó de casca de raizes numa colher de mel O 
Infusão de hortelã­pimenta, 30 g de folhas para 1 l de água fervente, 
infundir 10 minutos O Infusão de lúcia­lima, 30 g de folhas para 1 l de 
água fervente, infundir 10 minutos; beber o mais quente possível O Pó de
manjerona, 2 g de pó de planta seca numa colher de mel ou de compota O 
Água de melissa, macerar durante 2 semanas riu
433
1 l de aguardente, agitando frequentemente, 50 g de melissa florida com 
20 cravos­de­cabecinha,
10 g de noz­moscada ralada, 10 g de coentros e
10 g de casca de limão não tratado (se não tiver limão não tratado, não 
utilizar), espremer, coar, conservar num frasco rolhado; tomar às 
colheres de café O Infusão de melissa­bastarda, 50 g de planta para 1 l 
de água fervente, infundir 10 minutos O Vinho de pervinca, macerar 
durante 12 dias 100 g de folhas em 1 l de vinho doce natural e coar; 
tomar 1 copo pequeno.

Vesícula biliar. Reservatório onde se acumula a bílis até ao momento de 
ser utilizada na digestão. As plantas que têm como propriedade fazer 
contrair a vesícula e regularizar o fluxo biliar chamam­se colagogas. 
Podem remediar eficazmente as atonias e as hipotonias, ou preguiças 
vesiculares.

Uso interno
O Decocção de alcachofra, 30 g de folhas para 1 l de água, ferver 10 
minutos; 2 chávenas por dia
O Pó de armeiro­negro, 1 a 2 g de casca seca
moída misturados com 1 colher de mel O Infusão de antenária, 20 g de 
flores para 1 l de água fervente, deixar arrefecer e coar; 2 chávenas 
por dia
O Infusão de artemísia, 20 g de flores e de folhas para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos; 2 chávenas por dia O Infusão de aspérula­
odorífera, 30 g de sumidades floridas para 1 l de água fervente, 
infundir 5 minutos; 3 chávenas por dia
O Infusão de codesso­bastardo, 40 g de folhas secas para 1 l de água 
fervente, infundir 10 minutos; 1 chávena à noite ao deitar O Infusão de 
dictamo­de­creta, 20 g de folhas e de sumidades floridas para 1 l de 
água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de fumária, 50 g de 
sumidades floridas para 1 l de água fervente, infundir
10 minutos; 2 chávenas por dia durante 8 dias O Suco fresco de rabanete,
100 g por dia obtidos por centrifugação das raizes O Infusão de trevo­
cervino, 30 g de raizes para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos; 
2 chávenas antes das refeições.

Visão. V. Olhos.

Vómito. O vómito é frequentemente benigno e
cessa uma vez esvaziado o estômago; pode, no
entanto, ser sintoma de uma doença grave: imoxicação, meningite, enfarte
do miocárdio, ou de afecções agudas: apendicite, etc. Se não se conhecer
a causa e o sintoma persistir, deve consultar­se o médico sem hesitar.

Uso interno * Em caso de náusea, tomar 1 chávena: O Infusão de anis, 30 
g de sementes para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão 
de artemísia, 10 g de sumidades floridas para 1 l de água fervente, 
infundir 10 minutos O Infusão de basílico, 50 g para 1 l de água 
fervente, infundir
10 minutos O Decocção de cálamo­aromático,
30 g de rizoma seco para 1 l de água, ferver 5 minutos, infundir 5 
minutos O Infusão de endro, 30 g de sementes para 1 l de água fervente, 
infundir
10 minutos O Decocção de énula­campana, 10 g de raizes para 1 l de água,
ferver 5 minutos, infundir 5 minutos O Infusão de hortelã­pimenta,
30 g de folhas para 1 l de água fervente, infundir
10 minutos O Infusão de 1 aranjei ra­ doce, 50 g de folhas para 1 l de 
água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de limão, meio­limão às 
rodelas numa chávena de água fervente O Decoeção de líquen­da­islándia, 
15 g para 1 l de água, ferver 2 minutos O Infusão de lúcia­lima, 15 g de
folhas para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos O Infusão de 
salva­e scl areia, 20 g de sumidades floridas e de folhas para 1 l de 
água fervente, infundir 10 minutos O Pó de pimentão, O,5 g num pouco de 
mel.

Voz. Para os cantores, actores, oradores e professores, indicam­se 
algumas preparações que protegem a voz.

USO EXTERNO
O Decocção de agrimónia, 100 g de folhas e de flore,, para 1 l de água, 
ferver 10 minutos; gargarejar 2 vezes por dia.

USO INTERNO * Beber 3 chávenas por dia: O Infusão de rinchão, 40 g de 
sumidades floridas e de folhas para
1 l de água fervente, infundir 15 minutos O Infusão composta de 20 g de 
rinchão e 10 g de rizoma seco de cálamo­aromático para 1 l de água 
fervente, infundir 15 minutos O Infusão de tussilagem, 60 g de flores 
para 1 l de água fervente, infundir 10 minutos.

Zumbidos nos ouvidos. V. Acufenos.
434
Os usos veterinÁrios

Como as doenças do homem, a maioria das doenças dos animais perdeu 
actualmente grande parte do seu carácter misterioso. Os parasitologistas
e os microbiologistas descobriram os agentes responsáveis por essas 
doenças e descreveram a cadeia frequentemente complexa dos seus vectores
e intermediários. Mesmo nos meios rurais, as pessoas deixaram de 
acreditar no mau olhado e nas bruxas como causadores de danos nos 
rebanhos.

A legislação, diferente de uns países para outros, obriga presentemente 
os criadores a cumprir um determinado número de regras: vacinação, 
declaração de doenças contagiosas, isolamento dos animais suspeitos, 
abate dos animais doentes, desinfecção dos alojamentos, etc. Estas 
medidas sanitárias, que é necessário aceitar para nosso próprio 
benefício, permitiram desde há alguns anos eliminar quase completamente 
um

certo número de doenças epidémicas deletérias, como, por exemplo, a 
febre aftosa, ou impedir a transmissão do animal para o homem de 
afecções extremamente perigosas, como a raiva e a tuberculose.

As doenças dos animais devem, portanto, ser
consideradas com a mesma seriedade que as do homem, não esquecendo que 
apenas os veterinários estão aptos a conhecer a extensa patologia animal
e a estabelecer diagnósticos precisos com a ajuda dos laboratórios de 
análises. Admitida esta evidência, é possível conceder às plantas a

mais completa confiança na preservação da saúde dos animais. Aliás, 
estes têm um conhecimento instintivo destes poderes, e frequentemente 
pode observar­se a apetência que os gatos e os cães manifestam pela erva
que os fará salivar, vomitar, digerir ou compensar carências.

Exceptuando determinadas plantas, como a alcaravia, a salsa, o embude, 
nocivas para alguns animais, a maioria das plantas espontâneas ou
cultivadas apresentadas nesta obra são tão úteis aos animais como ao 
homem. As suas propriedades e respectivas acções são geralmente análogas
num caso e noutro, não sendo possível, no entanto, por falta de espaço, 
citar para cada planta a sua aplicação ao animal. Assim, fez­se uma 
escolha de entre as plantas mais fáceis de encontrar ou de adquirir no 
mercado. Por prudência, excluíram­se todas as plantas apresentadas no 
dicionário como sendo tóxicas para o homem, embora algumas delas sejam 
úteis aos animais, como o morrião ou o loendro, além da beladona, da 
dedaleira, do meimendro, etc., que estão exclusivamente reservadas às 
prescrições veterinárias.

Nos meios rurais, o modo mais simples de manter a saúde dos animais com 
a ajuda das plantas é proporcionar­lhes plantas frescas, que poderão ser
encontradas à beira dos caminhos e nos pastos que frequentam e de entre 
as quais não deixarão de fazer a sua escolha, muito raramente se 
enganando. É necessário, portanto, que se promova a presença nas sebes, 
moitas e vedações
de hortas e jardins das plantas mais úteis, preservando­as do zelo 
destrutivo dos agricultores. De entre estas, destacam­se o alecrim, o 
alho, as alforvas, o almeirão, o anis, a borragem, a consolda­maior, o 
endro, o funcho, o hissopo, a losna, o marroio, a melissa, o milfólio, a
morugem­vulgar, os orégãos, o pirliteiro, o tanaceto, o tomilho e a 
verbena. Estas plantas não devem, evidentemente, ter recebido qualquer 
tratamento químico.

Nem sempre é fácil medicar um animal doente (o gato e o porco são dos 
menos dóceis); é necessária muita paciência, devendo excluir­se a 
violéncia. É também necessário, quando se procede aos tratamentos, 
seguir escrupulosamente as precauções de ordem higiossanitária, como a 
pureza da água e a limpeza dos recipientes utilizados, bem como o prazo 
de utilização e o modo de preparação da planta. Geralmente, as doses 
administradas aos herbívoros, independentemente do seu
peso, são mais elevadas do que as indicadas para os carnívoros. Frescas 
ou secas, as plantas medicinais são incorporadas na alimentação 
habitual, podendo também ser administradas sob a forma de tisanas ou 
misturadas com farelos, melaço, mel ou carne. As doses aplicam­se 
habitualmente por punhados (cerca de 45 g), por colheres de sopa (cerca 
de 15 g) ou de café (5 g), e por vezes por pitadas (3 g) e unidades, 
quando se trata de sementes ou de folículos.

Exceptuando os animais pequenos, a posologia não exige a mesma exactidão
da que é destinada a uma preparação familiar. Toda a medicação de uso 
externo indicada no *Dicionário da saúde+ pode ser utilizada do mesmo 
modo para os animais; assim, não se fará a repetição das preparações 
indicadas para os abcessos, queimaduras, dermatoses, hemorragias, 
feridas, úlceras, verrugas, bem como os cuidados da boca e dos dentes, 
das unhas, dos ouvidos, dos pés e dos olhos, os
banhos locais e as cataplasmas revulsivas.

Deve dar­se uma atenção especial aos parasitas e aos insectos que 
importunam os animais, fazendo­os sofrer, deteriorando o seu pêlo, 
podendo igualmente transmitir­lhes doenças que, por vezes, poem em causa
a sua sobrevivência. Todas as lesões devidas a picadas ou escoriações, 
todas as feridas devidas aos arreios, coleiras, arames farpados, devem 
ser desinfectadas e tratadas. (V. Pele, Ferida, no *Dicionário da 
saúde+.) Acrescentaram­ se, no entanto, algumas plantas, ou substâncias 
delas obtidas, reservadas aos cuidados dos animais e que não devem nunca
ser colocadas sobre a epiderme humana, que é mais frágil e mais sensível
que a dos animais.

Neste capítulo, *Os usos veterinários+, definiram­se os remédios 
aplicáveis a todos os animais citados, especificando a necessidade de 
adoptar para a posologia uma regra proporcional ao peso do animal a 
tratar, e seguidamente consagrou­se a cada um deles um capítulo 
especial.
435
Tratamentos aplicáveis a todos os animais

O alho é um dos mais importantes e eficazes
remédios para os animais, mais ainda que para o homem.

Qualquer que seja a enfermidade do animal, é aconselhável, no início de 
qualquer tratamento, instituir um jejum de meio­dia a 48 horas, 
consoante o seu porte, durante o qual deverá beber em abundância água 
adoçada com mel, depois de lhe ter sido administrado, como 
desinfectante, alho picado numa bola de farelos, numa colherada de mel 
ou numa infusão.

COMO CUIDAR DO ALOJAMENTO DOS ANIMAIS Para desinfectar
O Afastar os animais. Uma vez os locais perfeitamente limpos e vazios, 
fechar portas e janelas e queimar caules secos de alho e pimentão­de­
caiena. Para afastar as moscas

O Suspender no tecto um ramo de artemísia, onde as moscas se 
aglomerarão; quando tal acontecer, provocar a queda do ramo para um saco
e queirná­lo O Colocar um ramo de amieiro com folhas nos galinheiros e, 
quando este ficar coberto de parasitas, queimá­lo. Para afastar pulgas e
percevejos
O Misturar na cama de palha folhas de nogueira ou de tanaceto.
*/* a ler e a marcar
COMO CUIDAR DOS ANIMAIS Contra moscas e moscardos
O Lavar o pêlo com uma decocçào de amieiro,
80 g de folhas para 1 l de água O Lavar o pêlo com uma decocção de 
evónimo, 50 g de folhas para 1 l de água. Contra os piolhos
O Lavar o animal com uma infusão concentrada de folhas de nogueira e 
depois polvilhá­lo com

losna ou abrótano secos e pulverizados O Lavar o pêlo com água e sabão 
(não utilizar lexívia) e

esfregar seguidamente com uma decocção concentrada de quássia. V. 
também: Sarna Contra todos os parasitas externos
O Polvilhar com pó de piretro, inofensivo para os animais de sangue 
quente, que podem lamber­se sem perigo; para as aves, insuflar o pé sob 
as penas com um pequeno fole; adicionar este pó a todos os champôs de 
lavagem dos animais domésticos.

O pó de piretro é um veneno violento para os animais de sangue frio. Se 
tiver tartarugas ou

lagartos, cobras, cágados e outros animais de estimação, não deve 
aplicá­lo. Para as picadas de insectos e de aranhas

O Friccionar as picadas com: ­ 1 bolbo de alho ou de cebola crus 
esmagados em vinagre, sumo de limão ­ sumo de tomate verde O Preparar 
com antecedência num frasco: bastante alecrim, losna e abrótano picados 
em igual proporçã o com 2 colheres de sopa de vinagre até encher um 
terço do frasco; completar o volume do frasco com azeite; rolhar, deixar
macerar durante 3 semanas ao sol.

Para a sarna É necessário ter presente que a sarna dos ovinos, bovinos e
equídeos é muito contagiosa. Em primeiro lugar dar banho ao animal, 
escová­lo com água com muita espuma, retirar o sabão e em seguida: O 
Lavar as zonas atacadas com uma loção preparada com 30 g de sementes de 
tremoço e 2

copos de vinagre em 1 l de água; ferver durante
15 minutos e filtrar O Lavar com álcool canforado obtido com 100 g de 
álcool a 900 e 10 g de cânfora; macerar durante 8 dias O Lavar com

uma maceração de 10 g de flores de arnica conservadas durante 8 dias em 
1 l de aguardente O Lavar com uma decocção concentrada de 1 punhado de 
folhas de sabugueiro, 1 punhado de planta inteira de alho e 1 punhado de
erva­de­são­roberto para 1 l de água; ferver 15 minutos
9 Lavar com o líquido obtido por fervura de 1 punhado de aparas de lenho
de quássia durante 5 minutos em O,5 1 de água O Num recipiente tapado, 
deixar tomar bolor ao sol, num pouco de água, metades de limão já 
utilizadas; logo que estas estiverem cobertas de bolor, espremer o

sumo e substituir por outros limões, guardar o líquido e friccionar as 
zonas atacadas com este líquido O Friccionar com uma infusão concentrada
de alecrim e, seguidamente, com óleo de rícino. Para a tinha
9 Friccionar o pêlo com óleo de zimbro ou óleo de cade, com o qual é 
necessário ter atenção, pois pode manchar a pelagem. Para os parasitas 
nas orelhas
O Deitar algumas gotas de óleo de linho­bravo tépido. Para desinfectar e
acelerar a cicatrização das feridas
O Tintura de aloés­do­cabo, preparada pela maceração de 10 g de folhas 
secas em 50 g de álcool ou de vinagre O Decocção de losna, 50 g de 
sumidades floridas e de folhas para 1 l de água
O Infusão de agrimónia, 100 g de sumidades floridas e de folhas para 1 l
de água fervente O Pomada confeccionada com folhas de pinguícula 
esmagadas em banha sem sal; aplicar este preparado sobre a ferida O 
Misturar quantidades iguais de carvão vegetal e de pó de quina e 
polvilhar a ferida. Para o eczema
O Pulverizar galhas de carvalho e polvilhar com o pó obtido as lesões.

Para suspender uma hemorragia
O Banhar a ferida com uma infusão de cúpulas de bolotas e seguidamente 
polvilhá­la com pimenta­preta ou alecrim em pó O Lavar a ferida com uma 
infusão de consolda­maior, de alecrim ou de sabugueiro, 1 punhado de 
planta fresca para 1 l de água fervente, à qual se adicionam 25 g de 
boninas. Para as dores reumáticas e afecçóes pulmonares
O Friccionar a caixa torácica ou a zona dorida com folhas frescas de 
amieiro ou um linimento composto por uma mistura de 100 g de essência de
terebintina e 100 g de azeite.

436
OS USOS VETERINÁRIOS

Os animais

O cão

APARELHO BRONCO­PULMONAR Bronquite e tosse: O Infusão de grindélia, O,50
g de pó de sumidades floridas para O,5 1 de água; dose para 1 dia O 
Infusão de polígala­amarga, 5 g de rizoma em infusão durante 15 minutos 
em O,5 1 de água; dose para 1 dia O Infusão de rorela, 5 g de planta 
para O,5 1 de água fervente; dose para 1 dia.

APARELHO CARDIOVASCULAR Sufocação e fadiga cardíaca: O Infusão de 
guaiaco, 5 g de pó de casca para 1 tigela de água fervente * Decocção de
folhas de mate, 5 g para
100 g de água O Infusão de valeriana, 10 g de raiz em 30 9 de água 
fervente; 1 colher de café de hora a hora durante a crise.

APARELHO DIGESTIVO, NUTRIÇÃO, METABOLISMO Apetite Para aumentar o 
apetite
O Infusão de canela, 2 g de pó para 1 tigela de água fervente O Infusão 
de macela, 1 pitada de flores para 1 tigela de água fervente.

Convalescença: 9 Infusão de calumba, de O,50 a 1 g de rodelas de raiz ou
pó triturado com mel
O Cola, 1 g de pó misturado com mel ou com leite açucarado O Noz­
moscada, 1 g de noz em

leite açucarado ou com mel O Decocção de quina, 2 g de pó por dia O 
Deitar em O,25 1 de vinho tinto 5 g de quina, 5 g de bagas de zimbro,
5 g de genciana e 5 g de canela; 3 colheres de sopa por dia.

Diarreia: O Infusão de polpa de alfarroba em

pó, 50 g para 1 l de água fervente O Infusão de ratánia, 5 g para O,5 1 
de água fervente; para 1 dia, em 3 doses O Infusão de salgueirinha, O,50
g para 1 l de água.

Digestão Para evitar perturbações Como carnívoros que são, os cães devem
ser alimentados com carne crua. Desde muito jovens, temperar diariamente
a ração de carne com

uma colher de sopa de uma mistura em partes iguais de folhas picadas de 
salsa, agrião, taráxaco e aipo. Parafacilitar a digestão
O Infusão de condurango, 4 g de casca de raiz O Infusão de quássia, O,50
g de aparas O Decocçâo de quina, 2 g de pó.

Depurativo: O Infusão de bardana­maior, ­ de cá seara­ sagrada, ­ de 
folhas de nogueira; meia colher por dia.

Hálito Para o mau hálito
O Misturar urtigão picado na alimentação.

Obesidade: O Adicionar à alimentação farinha

de alfarroba obtida a partir do invólucro das sementes.

Obstipação: O Dar 1 colher de café de óleo de amêndoas doces O Infusão 
de amieiro­negro,
10 g de casca com pelo menos 2 anos em 150 g de água, ferver 30 minutos,
deixar macerar 4 horas e filtrar.

Purga: O Decocção de espinheiro­cerval, 30 g de bagas para O,5 1 de 
água; 1 colher de sopa diluída num copo de água O Suco de folhas de 
aloés­do­cabo, 10 g O 3 folículos de sene macerados durante 4 horas em 
água fria.

Vermífugo: O Administrar 4 bolbos de alho esmagados em leite com açúcar 
e 30 minutos mais tarde 1 colher de café de óleo de rícino O Rizoma 
fresco de feto­macho, cerca de 30 g, fazer uma decocção em O,5 1 de água
com a parte central de 2 rizomas e 1 fragmento de casca O Decocção de 
raiz de laranjeira­doce, 1 g numa

tigela de água O Silva­macha, 2 bagas cortadas em pedaços misturados com
os alimentos.

APARELHO GENITAL, GESTAÇÃO, PARTO, LACTAÇÃO Hemorragia genital: O 
Decocção açucarada e

filtrada de hamamélia, 5 g de folhas secas para
1 l de água; dar a beber ao longo do dia. Para excitar as cadelas
O Funcho, 4 g de pó de sementes O Losna, 2 g de pó de sumidades floridas
secas por dia. Para acalmar­as cadelas
O Infusão de passifiora, O,30 g de flores para 1 tigela de água fervente
O Infusão de golfão, em

doses idênticas. Estimulante uterino aquando do parto
O Infusão de loureiro, 10 g de folhas para 1 l de água; O,5 1 por dia O 
Infusão de gengibre, O,10 g de pó para 1 tigela de água fervente O 
Infusão de cravo­de­cabecinha, de O,20 a O,50 g de pó de cravo para 1 
tigela de água. Para iniciar a lactação Uso externo: O Fficcionar as 
glândulas mamárias (ou úbere) com uma decocção de folhas de hamamélia, 
10 g para, 100 g de água O Aplicar sobre as glândulas mamárias uma 
cataplasma de folhas frescas de salsa. Uso interno: O Infusão de salsa, 
10 g de sementes para 1 tigela de água fervente; 1 tigela por dia
O Purgar com espinheiro­cerval ou com sene; 4 dias seguidos, 
Parafacilitar a lactaçào
O Misturar 10 g de açúcar em pó, 10 g de sementes de anis e 10 g de 
sementes de funcho esmagadas; 2 g 3 vezes por dia O Infusão de galega, 8
g de planta seca em pó para 1 l de água fervente, filtrar; 1 tigela por 
dia. V. também: Purga.
FíGADO E RINS Insuficiéncia hepática: O alcachofra, O,50 g para 1 manhã,
1 à noite.

Decocção de folhas de de água; 1 chávena de

437
OS USOS VETERINÁRIOS

Icterícia: O Dar 2 bolbos de alho esmagados em

leite, e seguidamente infusão: ­ de taráxaco, de lúpulo, ­ de verónica, 
à razão de O,30 g para
O,25 1 de água; 2 colheres de cada vez O Decocção de boldo, 15 g de 
folhas para 1 l de água, ferver 2 minutos; 1 colher de café para 1 
tigela O Chá­de­java, 1 colher de café para 1 tigela.

Hemorragia urinaria (hematúria): O Infusão de uva­ursina, 1 pitada de 
folhas secas pulverizadas para 1 tigela de água fervente, filtrar e 
adoçar bem.

PELE E FANERAS Dermatoses: O Decocção de salsaparrilha­bastarda, 50 g 
para 1 l de água; 2 tigelas por dia O Salsaparrilha­bastarda, 25 g de pó
por dia misturados com mel.

Eczema: O Purgar o cão, depois adicionar agrião e becabunga à ração 
diária O Dar uma infusão de ulmeira ou de urtigão, 50 g de folhas para 1
l de água; 2 colheres de sopa 2 vezes por dia O Friccionar a epiderme 
com uma infusão de folhas de silva ou com suco de pepino cru.

O gato

Afecções hepato­renais: O Infusão de chá­deJava, O,50 g de folhas para 1
chávena de água.

Bronquite e constipação: O Infusão de eucalipto, 20 g de folhas para 1 l
de água fervente muito doce; 2 chávenas por dia O Inalação de eucalipto,
50 g para 1 l de água; o gato deve estar dentro do seu cesto, sobre uma 
cadeira, a nível mais elevado que a caçarola, sendo o conjunto coberto 
com urna manta.

Diarreia: O Infusão de salgueirinha, 50 g de planta seca para 1 l de 
água; 1 chávena por dia.

Indigestão: O Infusão de folhas de alcachofra, 3 g para 1 chávena de 
água fervente.

Obstipação: O Decocção de amieiro­negro, O,50 g de casca com pelo menos 
2 anos para 1 chávena de água, ferver 30 minutos, macerar 4 horas e 
filtrar.

Purga: O Infusão açucarada de sene, 2 g de folículos para 1 chávena de 
água fervente.

Sedativos nervosos: O Infusão de golfões, O,30 g de flores para 1 
chávena de água O Infusão de passifiora, O,20 g de flores para 1 chávena
O Maceração de valeriana: macerar durante 8 horas
1 g de raízes em 100 g de água fria.
O cavalo e o burro

APARELHO BRONCO­PULMONAR Bronquite e tosse: O Molhar bem o feno para 
evitar o pó O Administrar 2 ou 3 cenouras cruas por dia cortadas em 
pedaços e alho cru * Infusão de flores de sabugueiro ou de folhas de 
groselheira­negra ou de salva, adoçada com mel O Infusão de folhas de 
eucalipto O Infusão de tussilagem, 2 punhados para 1 l de água O 
Infusão: de agulhas de pinheiro, 1 punhado ­ de ramos e de folhas de 
salgueiro­branco, 45 g para 1 l de água.

APARELHO DIGESTIVO Cólica acompanhada de meteorismo: O Dar funcho e 
folhas de taráxaco O Decocçào de sementes de endro, 50 g para 1 l de 
água.

Diarreia: O Dar uma massa composta por: 15 g de bistorta em pó, 15 g de 
casca de carvalho seca e pulverizada, 50 g de mel; dose para 1 dia; 
repetir a dose no dia seguinte se for necessário.

Gastrite: * Decocção de malva, 500 g de folhas em 10 1 de água; dar a 
beber tépida.

Icterícia: O 3 punhados por dia de lúpulo ou de verónica.

Indigestão acompanhada de cólicas: O Dar a

comer feno muito seco O Suprimir os alimentos

que fermentam, corno ervilhas, favas e batatas 9 Suprimir as raizes, 
exceptuando as cenouras O Salpicar a forragem, a aveia e os farelos com 
1 punhado de casta nhas­ da­índi a descascadas, secas e pulverizadas O 
Infusão de hortelã­pimenta,
30 g para 1 l de água.

Obstipação: O Decocção de casca de amieiro­negro com 2 anos pelo menos, 
100 g para 1 l de água ou de vinho, ferver 30 minutos.

Purga: O 20 folículos de sene em O,25 1 de água, depois dar alho, 2 
boibos inteiros esmagados e infundidos em O,5 1 de água; em 2 doses.

Vermífugo: O Após 1 dia de jejum, administrar
2 bolbos de alho ralados e misturados com farelos, mel ou melaço e em 
seguida: ­ cenouras cruas, ­ grama­francesa, ­ folhas de silva O 
Decocção de feto­macho, 200 g de rizoma. Para prevenir as verminoses:
O Misturar na forragem: ­ feto~macho, ­ freixo, ­ giesteira­das­
vassouras, ­ grama­francesa, ­ mostarda­negra, ­ sabugueiro, ­ silva.

ESTADO GERAL E OUTROS APARELHOS Astenia: O O,50 g de pó de raiz seca de 
énula­campana misturados com mel; dose para 1 dia.

Convalescença: O Noz de cola, 10 g misturados com mel O Ração de aveia, 
ligeiramente molhada com água morna para se tornar mais digerível, à 
qual se adiciona 1 colher de sopa de sementes de alcaravia ou 1 punhado 
de farinha de bolota.

Entorse: O Banhar a pata em água salgada quente e seguidamente esfregar 
a articulação com: azeite, ­ uma infusão concentrada de consolda­maior; 
ligar com uma ligadura embebida nesta mesma infusão.

Febre: O Administrar chá frio ao qual se adicionou um pouco de salsa 
picada O Infusão de aze438
OS USOS VETERINÁRIOS

das O Infusão de folhas de groselheira­negra O Frutos de groselheira­ 
negra esmagados em mel.

Mordedura de víbora: O Preparar com antecedência o seguinte unguento: 
120 g de azeite, 60 g de raízes esmagadas de rapúncio, 60 g de folhas 
esmagadas de hera, 60 g de aguarrás; uma vez

retirado o veneno, esfregar o remédio na ferida, e simultaneamente: ­ 
administrar alho, ­ dar buglossa fresca.

Parto Para facilitar o parto
15 g de cravos­de­cabecinha.

Reumatismo: O Todos os cuidados locais já descritos no *Dicionário da 
saúde+. Além disso:
O Administrar uma decocção de urtigão, 2 punhados em 1 l de água, ferver
5 minutos O Dar aveia, farelos e feno * Misturar na alimentação:
­ agrião, ­ aipo ralado, caules e folhas, alecrim, ­ bardana, ­ 
consolda­maior, ­ labaçol, ­ primavera, ­ salsa, ­ cascas de zimbro ou 
de salgueiro­branco.

Rins e vias urinárias: O Dar: ­ almeirão, pés de cerejas, ­ ramos de 
cerejeira, ­ salsa O Aplicar compressas quentes de uma infusão de 
tomilho, de mostarda­negra ou de verónica O Iniciada a convalescença, 
dar: ­ cenouras, cevada, ­ urtigões cozidos.

O coelho

Para fortalecer os coelhos, dar como alimento, além da erva dos campos, 
muito fresca e isenta de tratamentos químicos: ­ aipo, ­ aveia, ­ 
canabrás, ­ cevada, ­ folhas de milho,        pimpinela O No Inverno: ­ 
batatas cozidas,        beterraba, ­ castanhas­da­ índia cozidas e 
descascadas, ­ cenouras, ­ cersefi­bastardo, ­ couve. É necessário 
adicionar sempre um pouco de salsa à forragem. Os coelhos apreciam 
muito: ­ almeirão, ­ trepadeira.

Lactação: O Dar aveia.

Coecidiose (ventre dilatado): O Adicionar à forragem tomilho ou 1 
punhado de flores de giesteira­das­vassouras.

Infecção ocular: O Lavar os olhos com uma infusão leve de macela.

Vermífugo: O Adicionar à forragem: ­ arternísia, ­ losna, ­ tanaceto.

Aves de cativeiro

O Dar­lhes as bagas que mais apreciam e que lhes proporcionam uma boa 
saúde: ­ abrunheiro­bravo, ­ alfenheiro, ­ azevinho, ­ pirliteiro, ­ 
sabugueiro, ­ viburno, ­ visco, ­ zimbro O Sementes: ­ de arroz ­ de 
aveia, energéticas, depois de germinadas, ­ de cânhamo, excitantes, 
fazem pôr ovos e chocar, ­ de cardo­penteador­bravo, ­ de cártamo, 
excelentes para os papagaios, ­ de coentros, digestivas, ­ de funcho, ­ 
de girassol, fazem chocar, ­ de linho­bravo, emolientes, ­ de milho, 
nutritivas,
­ de milho­miúdo, ­ de morugem e de cevada, refrescantes e nutritivas, ­
de papoila, fazem cantar, ­ de sempre­noiva, ­ de tanchagens, de 
taráxaco,    de trigo, ­ de trigo­sarraceno, energéticas,   de 
zaragatoa, emolientes.
As aves pequenas não apreciam o centeio.
O Não dar alcaravia nem salsa, plantas que envenenam as aves pequenas.

As aves de capoeira

A galinha e o galo

Dar todas as sementes que se dão às aves de cativeiro; fornecer também: 
­ batatas cozidas, beterraba crua cortada em pequenos cubos, fruta, ­ 
verduras O No Inverno, dar: ­ bolotas de carvalho, ­ castanhas, ­ frutos
da faia, de pirliteiro, ­ de roseira­brava.

Diarreia: O Infusão de macela, 15 g de sumidades floridas em 1 l de água
fervente; 2 a 3 colheres de sopa por dia num pouco de vinho.

Doenças infecciosas: O Dar cebola.

Obstipação: O Aumentar a ração diária de verduras: ­ agrião, ­ couve, ­ 
espinafres, ­ rícino.

Postura: O Sementes de cânhamo O Sementes e folhas de urtigão fresco ou 
seco; no Inverno, algas secas.

Vermífugo: O Dar alho, excelente vermífugo.

O ganso e o peru

Para conservar a boa saúde destes animais, dar­lhes: ­ alho, ­ aveia, ­ 
sementes de cardo­de­santa­maria, ­ bolotas de carvalho, ­ castanhas e 
frutos da faia, ­ cebola, ­ cevada, ­ trigo O Dar bagas de: ­ 
pirliteiro, que são muito apreciadas, ­ zimbro, ­ sementes de girassol.

Fortificante: O Fazer uma massa com farinha de trigo­sarraceno à qual se
adiciona 1 pitada de pó de genciana misturado com leite coalhado. a Os 
gansos procuram a cicuta, que os envenena, assim como a dedaleira e o 
meimendro, que são

plantas perigosas.

O pato
O pato adapta­se: ­ a todas as sementes, ­ às farinhas, ­ às abóboras, ­
à batata cozida, ­ à beterraba crua cortada em pequenos cubos, etc.

Fortificante para patinhos: O Picar urtigões frescos muito miudinhos, 
misturá­los aos fareios,

439
OS USOS VETERINÁRIOS

regar tudo com leite coalhado O Dar, além disso, um pouco de verdura.

O cisne

Aprecia todas as sementes, preferindo a aveia, as ervas picadas e também
o pão. Aprecia ainda peixe, carne, insectos e rãs.

O pombo

Gosta de: ­ todas as sementes (a alcaravia constitui um óptimo alimento 
para o pombo), ­ batatas cozidas esmagadas, ­ lentilhas, ­ grainhas de 
uva.
O Não se deve dar aveia aos borrachos, pois a

pode perfurar­lhes o papo.

Os pequenos ruminantes:

ovinos e caprinos

CUIDADOS COMUNS AOS CARNEIROS E ÀS CABRAS Para conservar um bom estado 
de saúde * Dar: O Folhas de: ­ acácia­bastarda, ­ carvalho, ­ faia, ­ 
freixo, ­ lúpulo, ­ ulmeiro
O Raizes de cinco­em­rama O Pimpinela O Salsa O No Inverno, dar­lhes de 
preferência: palha de aveia, ­ beterrabas cortadas aos pedaços ­ couve.

Astenia e convalescença: O Decocção de mate,
15 g em O,5 1 de água O Pó de noz­moscada, 3 g misturados com mel ou 
água açucarada O Pó de raízes de énula­campana, 10 g misturados com mel.

Indigestão, cólica, meteorismo, diarreia: O 1 cabeça de alho crua 
esmagada em 1 l de leite frio; a mesma preparação que para os bovinos, 
para administrar aos copos O Decocção de endro, 130 g de sementes para 1
l de água, com 10 g de alcaçuz, ferver 5 minutos, infundir 2 horas O 
Leite açucarado ao qual se adicionam 20 g de carvão vegetal O Infusão de
quássia, 5 a 8 g de lenho em aparas.

Mastite: Aplicar sobre as glândulas mamárias (úbere): O Cataplasma de 
folhas e flores de alteia

cruas e picadas O Cataplasma de folhas esmagadas de couve crua O 
Compressas embebidas numa infusão de labaçol.

Purga: O 6 folículos de sene para 1 tigela de água.

Vermífugo: O Decocção de feto­macho, 50 g de rizoma em O,5 1 de água.

O carneiro
O Dar bodelha, que é rica em iodo, e mostarda.

APARELHO GENITAL Para facilitar o parto
O Dar: ­ agrião, ­ framboeseiro,          hera, sementes de linho­bravo,
­ poejo,         silva, silva­macha.

Gafeira: O Levar os animais para um pasto seco
O Dar­lhes aveia, cenoura crua, couve verde, trigo, tudo picado e 
misturado com melaço O Tratar as patas com alcatrão de pinheiro.

Reumatismo: O Adicionar à alimentação:

440

aipo, ­ bardana­maior, ­ consolda­maior, freixo, ­ morugem, ­ salsa O 
Infusão salgada de alecrim, 80 g de planta para O,5 1 de água; dose para
1 dia, em 2 partes O Friccionar as articulações com uma infusão salgada 
de alecrim (a mesma preparação) O Proceder do mesmo modo com uma infusão
de sabugueiro, 40 g de flores para O,5 1 de água.

Vermífugo: O Alho, planta inteira picada, misturada com farelos ou 
melaço.

A cabra

Aborto: O Dai: ­ polpa de cenoura, ­ talos de couve picados, ­ sementes 
de linho­bravo, sementes de girassol, ­ todos os legumes verdes e bagas 
silvestres, ­ fruta, folhas de framboeseiro, de silva e de tanaceto.
O Evitar todos os cereais, com excepção da cevada.

Cólica: O Dar hortelã e tomilho O Preparar uma papa de farinha de cevada
com leite e mel à qual se adicionam 20 g de casca de ulmeiro em pó.

Esterilidade: O Dar: ­ alcaçuz, ­ alho, bodelha, ­ framboeseiro, ­ 
sementes de girassol, ­ hortelã, ­ sementes de linho­bravo, lúpulo, ­ 
raiz de peónia, ­ pimentão­de­caiena, ­ frutos de silva­macha, ­ grãos 
de trigo.

Obstipação: O as de arando, alcaçuz em pó.

Dar: ­ todas as bagas, excepto figos, ­ raízes de ruibarbo, Perturbações
renais: O Adicionar à alimentaçâo do animal doente: ­ almeirão, ­ bolsa­
de­pastor,     cavalinha, ­ polpa de cenoura cultivada,     pés de 
cereja, ­ ramos de cerejeira,
­ consolda­maior, ­ espargos, ­ grama­francesa.

O Dar sementes de cevada ou de linho­bravo, que têm uma acção laxativa.

Pneumonia: O Dar: ­ alecrim fresco, ­ ramos

de pinheiro O Decocção de salva, 50 g de folhas frescas para 1 l de 
água, ferver 2 minutos e coar; administrar em pequenas quantidades 
adoçadas com mel, à razão de O,5 1 por dia O Simultaneamente: aplicar 
uma cataplasma de farinha de mostarda­negra.
OS USOS VETERINÁRIOS

Os grandes ruminantes: bovinos

APARELHO BRONCO­PULMONAR Bronquite e tosse: O Adicionar pó de alcaçuz à 
água para beber.

APARELHO DIGESTIVO Cólica: O Suprimir todos os cereais, com excepção da 
cevada; dar leite açucarado, 1 l, ao qual se adicionaram 50 g de 
sementes de endro,
20 g de farinha de cevada, 50 g de pó de casca de ulmeiro.

Diarreia dos vitelos: O Decocção de amentilhos de castanheiro misturados
com arroz O Decocção de raízes de ratânia, 15 g, e de galhas de 
carvalho, 15 g, cozer durante 15 minutos em 1 l de água; administrar em 
4 doses.

Diarreia dos bovinos: O Papa composta por 15 g de bistorta reduzida a 
pó, 15 g de casca de carvalho pulverizada, 50 g de mel; dose para 1 dia.

Indigestão, meteorismo: O 1 cabeça de alho cru esmagada em 1 l de leite 
frio, conservar num frasco rolhado; O,5 1 de cada vez O Dar: ­ cenouras 
raladas, ­ sementes de girassol O Infusão de urtigão, 5 punhados para 1 
l de água O Vinho quente com: ­ canela, ­ cravo­de­cabecinha, ­ tomilho 
O Dar a comer ramos de: pirliteiro, ­ silva­macha O Dar a comer rebentos
de: ­ freixo, ­ lúpulo, ­ sabugueiro, salgueiro­branco O óleo de noz; 1 
copo O Misturar sementes de anis e de alcaravia, 15 g de cada um, carvão
vegetal, 60 g, 1 l de cerveja tépida; administrar todas as noites 
durante 10 dias O Misturar na forragem sementes de: coentros, ­ 
cominhos.

Purga: O 100 g de suco de folhas de aloés­do­cabo com mel.

Vermífugo: O Decocção de feto­macho, 130 g de rizoma.

APARELHO RENAL Nefrite: O Decocção de parietária, 100 g de folhas secas 
em 2 1 de água.

ESTADO GERAL Anemia dos bovinos: O Dar: ­ agrião, ­ almeirão, ­ amoras, 
­ aveia, ­ bardana­maior,
­ gatunha,       niorugem, ­ folhas de silva O Adicionar:      bodelha 
em pó, ­ cenoura, couve, ­ líquen­da­islândia.

Astenia, convalescença: O Raiz de énula­campana, O,50 g de pó misturado 
com mel: dose para
1 dia O Noz­moscada, 10 g O Quina, decocção de 25 g de casca em 1 l de 
água O Vinho: 15 g de casca de quina, 15 g de bagas de zimbro, 5 g de 
canela em 1 l de vinho; dose para 1 dia O Misturar 40 g de pó de 
cálarno­aromático, de raiz de genciana, de folhas de hortelã e de flores
de arnica picadas; adicionar 1 punhado por dia à forragem.
GESTAÇÃO,PARTO,LACTAÇÃO Ameaça de aborto
O Dar a comer folhas frescas de: ­ groselheira­negra, ­ morangueiro, ­ 
pirliteiro, ­ silva­macha. Para acelerar o parto
O Infusão de artemísia, 100 g de folhas secas em

1 l de água fervente O Infusão forte de uma mistura de 25 g de folhas de
camomila e 75 g de frarnboeseiro para 1 l de água fervente a que se 
adicionou açúcar; depois do parto, infusão de folhas de hera. Para 
aumentar a produção de leite
O O alecrim, a alfazema, os orégãos, a salva, o tomilho, conferem ao 
leite um aroma agradável. As folhas de freixo dão um gosto amargo ao 
leite
O Misturar diariamente à água para beber, durante 1 semana, 1 porção da 
mistura seguinte: pó de sementes de anis, 100 g, pó de sementes de 
funcho, 100 g, pó de bagas de zimbro secas, 100 g
O Infusão de galega, 30 g de planta seca para 1 l de água fervente e 
filtrar. O Dar (planta fresca): ­ agrião, ­ anis, ­ borragem, ­ funcho, 
­ melissa, ­ silva­macha,
­ trevo, ­ urtigão O Dar: ­ bodelha, ­ favas, ­ cabeças de girassol, ­ 
lentilhas, ­ ramos de sal gu eiro­ branco, ­ sementes de endro,
­ frutos de coentro O No Inverno, adicionar urtigão seco à forragem. 
Para melhorar a qualidade da manteiga produzida
O Juntar sementes de: ­ girassol, ­ linho­bravo, ­ trigo­sarraceno O 
Dar: ­ aveia, ­ cenoura, ­ maravilhas, ­ folhas de milho. Para iniciar a
secreção do leite
O Suprimir da alimentação as gorduras e as sementes O Dar: ­ cenouras, ­
espargos, melaço, ­ vegetais frescos O Purgar com 15 folículos de sene 
em O,25 1 de água e 1 pitada de gengibre em pó O Adicionar à alimentação
2 punhados de menta e pervinca em dias alternados durante 15 dias.

O porco

Engorda: O Adicionar à alimentação 1 punhado de sementes de alforvas.

Fortificante: O Adicionar à alimentação, em

todas as refeições, 2 punhados de farinha de: aveia, ­ castanhas, ­ 
centeio, ­ cevada, trigo­sarraceno, ­ polpa de bolota de carvalho

sem casca O Dar também a comer cru: ­ almeirão, ­ couve, ­ verduras O 
Dar a comer batatas cozidas.

Purga: O Administrar 10 g de suco de folhas de aloés­do­cabo; ter o 
cuidado de não ultrapassar a dose prescrita.

441
Glossàrio

a Prefixo que significa desprovido de. acaule Desprovido de caule aéreo.
As folhas encontram­se geralmente rentes ao solo; apenas os peclúnculos 
florais se elevam. Uma planta acaule pode ter um caule subterrâneo. Ex.:
carlina, bonina.

acícula Pequeno acúleo delgado e rígido que reveste a epiderme de alguns
caules. Ex.: acicula da roseira­brava. acotllédone Planta sem flores nem
sementes, cuja reprodução se faz por esporos assexuados gerando 
protalos, ou organismos intermédios, portadores de gãmetas masculinos e 
femininos. acúleo Protuberância rígida e pontiaguda da casca que se 
desenvolve à superfície dos caules e se arranca com facilidade, ao 
contrário dos espinhos, que estão ligados ao sistema vascular da planta 
e por isso oferecem maior resistência. Ex.: acúleo da roseira­brava. 
acurninado Diz­se de um órgão que termina bruscamente numa ponta 
comprida e afilada. Ex.: folhas do ulmeiro.

aderente Que não se deixa separar dos órgãos vizinhos. Diz­se de dois 
órgãos ou porções diferentes que contactam entre si mas não se 
desenvolvem conjuntamente nem se fundem. Ex.: estiletes de roseira­
brava. adventícia Emprega­se com triplo sentido. Uma raiz adventícia 
desenvolve­se no caule ou na axila das folhas e tem uma dupla função, a 
de suporte e a de nutrição (v. pp. 20­21, figs.

7­8). Em agronomia, a planta adventícia é a que se encontra onde não 
devia estar, como a erva daninha nas culturas. Em fitossociologia e em 
ecologia, trata­se de uma planta que não pertence a uma dada região e 
que, apesar de ali se ter fixado, não poderá sobreviver. agudo órgão 
cujo vértice estreita progressivamente até terminar em ponta, ao 
contrário do acuminado, cujo estreitamento é brusco. Ex.: folha 
lanceolada da tanchagem.

agulha Nome que se dá às folhas de coníferas, como o pinheiro­manso e o 
pinheiro­bravo. alado Diz­se de um caule ou de um pecíolo contornado por
uma asa. alterno Modo de disposição das folhas no caule, inseridas cada 
uma a um nível diferente; se, além disso, estiverem dispostas em duas 
séries longitudinais, chamam­se alternas dísticas. V. pp. 24­27, fig. 
39. alveolada Superfície coberta de pequenas depressoes angulosas 
chamadas alvéolos. Ex.: tegumento da semente da papoila. amêndoa       
Parte interior da semente depois de retirado o tegumento, ou a própria 
semente, se esta se encontra num caroço. V. semente. amentilho 
Inflorescência em forma de espiga, geralmente

pendente e formada por flores unissexuadas. Ex.: amentilhos masculinos 
da aveleira, amentilhos masculinos e femininos do salgueiro­branco. V. 
pp. 32­33, fig. 74. amplexicaule Limbo de folha, pecíolo ou estipula 
cuja base envolve o caule em maior ou menor extensão.

androceu Conjunto dos órgãos masculinos (estames) de uma flor. V. pp. 
30­31, figs. 55­62. androgínica Diz­se de uma inflorescência que tem 
flores masculinas e femininas no mesmo pedúnculo. angbspérrnicas 
Subdivisão do reino vegetal que compreende as plantas cujos óvulos estão
encerrados num ovário fechado com estigma. Ex.: cerejeira, meloeiro, 
pessegueiro, pereira. antera   Parte superior dilatada do estame. A 
antera contém as células­mães dos grãos de pólen, os quais formarão os 
gâmetas masculinos. Está dividida interiormente em quatro sacos 
polínicos que se agrupam formando duas cavidades. antese Período da 
floração. O botão floral abre­se, as pétalas desabrocham, os estames e o
carpelo crescem e realizam a fecundação. Por vezes, esta última fase dá­
se antes da antese. anual   Planta cujo ciclo de vida só dura um ano: 
germinação, crescimento, floração, frutificação e morte. A reprodução de
uma planta anual é assegurada apenas pela semente, contrariamente à 
planta vivaz. apêndice Prolongamento acessório de certos órgãos. Ex.: o 
esporão que prolonga a corola da violeta, da aquilégia ou das esporas. 
apendiculado Provido de um ou mais apêndices.

apétala a) Flor desprovida de pétalas. As flores com um só invólucro 
(cálice ou corola) desig442
GLOSSÁRIO

nam­se por haplociamídeas, ou monociamídeas.

b) Grupo que compreende nove famílias de plantas também chamadas 
haplociamídeas. Ex.: nogueira, vidoeiro. apiculado Diz­se de um órgão 
que termina bruscamente em ponta curta, maleável e não espinhosa. Ex.: a
vagem do feijoeiro.

aprumada Diz­se da raiz principal, mestra, ou gavião, bem desenvolvida 
de onde partem as secundárias. V. pp. 20­21, figs. 1­3. aquérilo Fruto 
seco que não se abre espontaneamente (indeiscente) e com uma só semente.
Ex.: avelã. V. pp. 34­35, fig. 90. arbusto    Planta lenhosa de altura 
inferior a 5 m,  geralmente revestida de ramos desde a base. Ex.: urze, 
giesta, piorno. arista     Prolongamento rígido, filiforme ou delgado de
certos órgãos. Ex.: a glumela da cevad a ou o carpelo da vide­branca ou 
da pulsátila. articulado     Formado por artículos. Ex.: síliqua do 
rábano (formam­se na maturação vários artículos monospérmicos), rizoma 
do selo­de­salomão, ramos de cavalinha.

artículo Porção de um órgão isolada da parte contínua por um 
estrangulamento ou um septo. Ex.: síliqua de rabanete. árvore Vegetal de
tronco bem marcado e com ramos lenhosos na parte superior, vivaz, que 
mede mais de 5 m de altura. Vive geralmente várias décadas e até mesmo 
vários séculos. Ex.: carvalho, azinheira, etc. asa a) Nome dado às 
pétalas

orla o pecíolo ou o caule como uma continuação do limbo da folha. Ex.: 
consolda­maior. ascendente Diz­se de um órgão, geralmente um caule, que 
primeiro se encontra prostrado e seguidamente se ergue adquirindo uma 
posição quase vertical. Ex.: marroio­negro. auriculado Diz­se de um 
órgão munido de aurículas, apêndices em forma de orelha; estas são 
prolongamentos do limbo da folha que        auricuia cingem o caule. 
Ex.: cocleária. axila Ângulo interior formado pelo encontro de dois 
órgãos ou partes de uma planta. Na axila das folhas          gema 
encontram­se        @axi1ar muitas vezes gemas. axilar Diz­se de um 
órgão que se insere ao nível de uma axila.

Ex.: uma flor, na axila de uma folha, diz­se axilar por oposição à que 
se situa no fim do ramo, chamada terminal,

baga   Fruto simples carnudo, indeiscente, frequentemente com várias 
sementes. Ex.: groselha, uva. V. pp. 34­35, fig. 89. bainha 
Prolongamento do pecíolo ou do limbo da folha que envolve o caule até ao
nó de inserção.

laterai das flores das Leguminosas. b) Lâmina verde que

balsânlico Que possui um perfume comparável ao bálsamo. Ex.: balsamita. 
basilar No sentido anatómico, órgão que está inserido na base ou 
próximo. Folha basilar: que nasce ao nível do colo. bi  Prefixo que 
significa duas vezes ou duplo.

bico V. rostro. bienal Diz­se de um vegetal que normalmente necessita de
dois anos para realizar o seu ci­ cio vegetativo.   Primeiro ano: 
nascimento e crescimento; segundo ano: frutificação e morte. Ex.: 
cenoura. bffldo Dividido em duas partes por uma fenda bastante profunda.
As folhas e as pétalas são muitas vezes bífidas. Ex.: as pétalas de 
algumas Cariofiláceas. bipenatissecta Folha com divisões penatissectas 
que, por sua vez, são também penatissectas; os recortes profundos 
atingem a nervura central de cada lóbulo. Estes lóbulos estão dispostos 
como os dentes de um pente.

bipinulada ou recomposta Folha em que sobre o eixo principal (que está 
no prolongamento do pecíolo) se inserem outros eixos portadores de 
folíolos.

boibilho Boibo muito pequeno, situado não na terra, como um autêntico 
boibo, mas inserido na axila das folhas de certas espécies como a f@í: 
cária ou no lugar de algumas flores como o alho. bolíbo Dilatação na 
base de uma planta formada por folhas ou escamas repletas de reservas 
nutritivas. V. pp. 22­23, figs.
16­18. bráctea Folha geralmente atrofiada, situada na base de uma flor. 
Por vezes, o conjunto das

brácteas

brácteas forma um invólucro. Em determinados casos, atingem grandes 
dimensões e tornam­se

443
GLOSSÁRIO

coriáceas, chamando­se espatas. Ex.: milho. bractácilia Pequena bráctea 
inserida na base do eixo floral ou sobre o pedicelo.

o Inflorescência em que as flores, providas de pedicelo, se inserem ao 
longo do eixo principal. V. pp. 32­33, figs.
69­70. caduca Diz­se geralmente da folhagem, mas também das peças 
florais que caem ao terminar as suas funções, por oposição às 
persistentes. A corola é sempre caduca, o cálice é muitas vezes 
persistente. cálice O mais externo dos invólucros florais, constituído 
pelas sépalas. V. pp. 28­29, figs.
45­47. caliculado Provido de um calícujo. Ex.: potentilha. calículo 
Conjunto de brácteas na base de um cálice ou de um capítulo com o 
aspecto de pequenas sépalas, constituindo uma espécie de cálice 
suplementar mais externo. O mesmo que epicálice.

pétala

sépala

calo a) Depósito de uma substância ternária, a calose, que obstrui os 
vasos condutores da seiva elaborada, durante o Inverno. b) Zona 
cicatricial formada por uma acumulação de células nos bordos de uma 
ferida de uma árvore. caloso Que apresenta calosidades, ou sejam 
dilatações localizadas, separadas umas das outras por pequenas 
depressões. campamilado cálice ou corola em formade sino. Só as corolas 
gamopétalas podem ser campanuladas. Ex.: consolda­maior, beladona. 
canaliculado Caracterizado por ranhuras mais ou menos largas e

profundas ou por uma espécie de canal longitudinal em forma de goteira. 
As folhas de algumas espécies de cravinho têm um pecíolo canaliculado. 
canelado Caracterizado pela presença de saliências paralelas, separadas 
por sulcos regulares.. Os frutos de muitas Umbelíferas são canelados. 
Ex.: imperatória. capilar a) Com a forma e o tamanho de um cabelo muito 
fino e alongado. Ex.: folha de espargo. b) Nome vulgar dado a alguns 
fetos pequenos. Ex.: avenca ou capilária. capítulo Inflorescência 
indefinida constituída por flores sésseis, muito próximas umas das 
outras, directamente inseridas numa dilatação do caule chamada 
receptáculo. Todas as plantas da família das Compostas têm flores em 
capítulo, de formas e dimensões muito variadas. V. pp.
32­33, figs. 80­81. cápsula   Fruto seco deiscente formado por um certo 
número de cavidades interiores que se abrem para libertar as sementes, 
quer seja por poros (papoila) ou por válvulas (ancólia).        pp.
34­35, fig. 98. carena ou quilha a) Pétala da flor com corola 
papilionácea   em forma de quilha de navio. Ex.: cornichão. b) Saliência
em forma de quilha que aparece em alguns orgãos.

carena, ou q

carlopse Fruto seco indeiscente cujo pericarpo está ligado intimamente à
semente única. V. pp. 34­35, fig. 93. caroço Invólucro lenhoso formado 
pela parte interna do pericarpo e que rodeia a semente de uma drupa. V. 
pp. 34­35, figs.
86­88. carpelo Folha floral que produz os óvulos. V. pp. 30­31, figs.
63­67. carposporófito Filamentocelular, formado depois da fecundação, 
produtor de esporos nus (carposporos) que originam uma nova alga 
vermelha. casca Revestimento protector das raízes, dos caules e dos 
ramos. Mantém­se viva nos exemplares jovens, mas com o decorrer dos anos
transforma­se por lenhificação ou suberificação. caule Parte aérea do 
eixo da planta que produz e suporta as folhas. V. pp. 22­23, figs. 9­18.
caulescente Provido de um caule aéreo bem visível, em contraposição a 
acaule. caulinar Que tem relação com o caule aéreo. As folhas caulinares
são as que se desenvolvem ao longo do caule, por oposição

às folhas basilares, inseridas no colo da planta. celheado V. ciliado. 
ciliado Portador de cílios, geralmente distribuídos por uma franja 
marginal.

cillos Pêlos formados por uma ou várias células e dispostos na orla de 
um órgão, como as pestanas de uma pálpebra. Ex.: drósera. cimeira 
Inflorescência em que o eixo principal está pouco desenvolvido em 
relação aos eixos laterais, terminando todos por uma flor. V. pp. 32­33,
figs.
83­85. cistocarpo Designação que nas algas corresponde a uma espécie de 
corpo frutífero em que o carposporáfito está rodeado por um invólucro. 
clitoplasma Matéria viva contida na célula, com exclusão do núcleo. 
claciódio órgão com a aparência e a função de uma pequena folha, mas que
é formado por um ramo curto e achatado. Ex.: gilbarbeira.

colmo Caule aéreo das Gramíneas, nodoso e oco, excepto nos nós. Ex.: 
trigo. colo  Região de transição entre o caule e a raiz. composta a) 
Formada por vários elementos distintos, como os folícilos de uma folha 
composta. Ex . : acáci a­ b astarda. b)  Grande família botânica 
(Compostas) que se caracteriza por ter as flores agrupadas em capítulo. 
conceptáculo Em algumas algas (bocielha), cavidade do talo onde se 
alojam os órgãos reprodutores. cone ou pinha Conjunto de frutos 
múltiplos dispostos em forma

444
GLOSSÁRIO

de cone. Ex.: abeto, pinheiro. Cada semente é protegida por uma escama 
que pode ser lenhosa ou somente membranosa. corimbo Tipo de 
inflorescência com pedicelos desiguais, permitindo que as flores fiquem 
todas à mesma altura. V. pp. 32­33, fig.
75. coroa As pétalas soldadas de certas flores apresentam, na face 
interna, ou garganta, apêndices em forma de taça que originam uma 
espécie de coroa. corola Conjunto das pétalas de uma flor. V. pp. 28­29,
figs.
48­53. costa ou costela Saliência que se encontra na superfície de 
certos órgãos, como, por exemplo, frutos. Se estas nervuras são 
paralelas, determinando entre si sulcos relativamente profundos, o órgão
denomina­se canelado. cotanilhoso V. tomentoso. cotilédone Esboço das 
primeiras folhas formadas na semente e que aparecerão na germinação. Por
vezes, estão cheias de reservas nutritivas, o que as torna inadequadas 
ao cumprimento da função de verdadeiras folhas. crenado Diz­se do bordo 
do limbo de uma folha em que se desenham pequenos recortes arredondados,
os quais, todavia, não determinam verdadeiros lóbulos. O crenado e o 
lobado diferenciam­se pela profundidade dos recortes. criptogâ mico O 
mesmo que acotiiédone. Planta sem flores e, portanto, sem fecundação 
visível, cuja reprodução se faz mediante esporos assexuados. De cada 
esporo nasce um protalo, organismo intermédio com gâmetas masculinos e 
femini     nos. Ex.: feto­macho. cunelforme Diz­se de todos os orgãos 
com a forma de cunha. cúpula Invólucro axial em forma de taça, forrado 
externamente por numerosas brácteas e que envolve a base de alguns 
frutos. V. pp. 32­33, fig. 79.

decorrente Diz­se do limbo de uma folha ou de um folíolo cuja base se 
prolonga pelo pecíolo e pelo caule, tornando­o alado. Ex.: consolda­
maior.

maturação. V. pp. 34­35, figs.
96­98. dentada Diz­se de uma folha, de uma pétala ou de uma sépala cujos
bordos apresentam recortes pouco profundos, em ângulo agudo. É este 
ângulo que distingue o recorte dentado do crenado, denticulado Provido 
de dentículos, ou pequenos dentes. deprimido Comprimido de cima para 
baixo. Sinónimo de achatado. di  Prefixo que significa duas vezes. 
diadelfo Diz­se da planta cujos estames estão soldados pelos filetes, 
formando dois grupos. Ex.: flor do cornichão, que possui nove estames 
ligados e um livre. V. pp, 30­31, fig. 58. dialipétala Diz­se da corola 
cujas pétalas são independentes umas das outras. V. pp. 28­29, figs. 45­
48. dialissépalo Diz­se do cálice de sépalas livres. V. pp. 28­29, figs.
45­48. diaquénio Aquénios geminados e suportados por um pedúnculo comum 
bifurcado na extremidade. É o caso das Umbelíferas. dicotilodónea Planta
cuja plântula possui dois cotiléciones. O seu conjunto constitui uma 
classe que integra a grande maioria das plantas com flor. dicotornia a) 
Bifurcação sucessiva de um ramo devido ao aborto da gema terminal e 
desenvolvimento das duas gemas axilares. b) Divisão da gema terminal em 
duas partes, dando origem a dois ramos em vez de um.
digitado Disposto como os dedos de uma mão.

deisconte Diz­se de um fruto seco que se abre na altura da

dióica Planta que possui flores masculinas e flores femininas em pés 
diferentes. A fecundação dá­se por intermédio do vento ou dos insectos. 
disco   Excrescência de forma circular ou anelar, geralmente glandulosa,
onde estão ou parecem estar inseridos os estames e as pétalas. Ex.: flor
da hera. Parte central do capítulo das Compostas.. discollor Diz­se de 
um       órgão que no estado normal apresenta duas cores distintas em 
toda a sua extensão. Ex.: folhas com a face superior verde e a inferior 
branca. dístico Aplica­se a todos os órgãos vegetais dispostos ou 
ordenados em ambos os lados de um eixo coo mum ou em, duas filas 
regulares. drupa Fruto carnudo cuja semente está encerrada num invólucro
consideravelmente lenhificado e resistente chamado caroço. Ex.: pêssego,
amêndoa, cereja. V. pp. 34­35, figs. 86­87. drupéde Pequena drupa, 
elemento de um fruto múltiplo. Ex.: silva. V. pp. 34­35, fig. 101.

eixo Porção de vegetal, geralmente vertical, que suporta outros 
elementos; eixo radicular, eixo caulinar ou caule principal, eixo de uma
espiga ou ráquis. elliptico Em forma de elipse ou, melhor, de oval, 
cujos lados maiores são quase rectilíneos e paralelos. Ex.: folha do 
lírio­dos­vales.

epicálice V. calículo. epinescente Que apresenta a extremidade 
transformada em espinho. ar~ Que toma uma direcção aproximadamente 
vertical (caule, inflorescência), por oposição a prostrado ou 
ascendente. escama Este termo tem diversos significados. Refere­se em 
geral a folhas modificadas, coriáceas, raramente verdes, cujo

papel é o de protecção; do revestimento de rizomas, de bolbos, de gemas,
das flores sem

445
GLOSSÁRIO

corola nem cálice (amentilho de aveleira), servir de suporte às sementes
nos cones das resinosas. No caso particular dos boibos, a escama toma o 
nome de túnica. escapo Peciúriculo sem folhas (áfilo) que parte de um 
boibo, rizoma, etc., e tem no ápice uma flor ou inflorescência. Ex.: 
primavera. Por vezes, no escapo floral intercalam­se algumas folhas com 
as flores. Ex.: genciana. Sinónimo de hástea.

escorplóide Erriformadecauda de escorpião. Diz­se de uma inflorescência 
unípara com as flores todas para o mesmo lado e que em nova se enrola em
báculo Ex.: consolda­maior.

escudo Gema destacada do seu suporte com um fragmento de casca para 
efeitos de enxertia de borbulha. Emprega­se também este termo para 
designar um órgão em forma de broquei ou de escudo heráldico. espadice 
Inflorescência em espiga com o eixo carnudo e que está envolvida por uma
grande bráctea, a espata. V. pp. 32­33, fig. 82. espata    Grande 
bráctea que envolve algumas inflorescências de tipo espadice. Ex.: o 
milho. V. pp. 32­33, fig. 82. espatulado Achatado, estreito na base, 
largo e arredondado no cimo, à semelhança de uma espátula.

tológicos do que com qualquer outra planta e sendo por isso designadas 
pelo mesmo nome. Ex.: serpilho (Thymus serpy11um L.), espécie do género 
Thymus. espermatófitas Plantas produtoras de sementes. espiciforme Cujo 
aspecto exterior se assemelha a uma espiga. espiga Inflorescê ncia em 
que todas as flores são sésseis e estão inseridas ao longo de um eixo 
central chamado ráquis. A espiga pode ser simples ou composta, consoante
o eixo for uno ou ramificado. V. pp. 32­33, figs. 72­74. espiqueta 
Pequena espiga de flores. As espiguetas estão, por sua vez, dispostas em
espiga ou em panícula.

espinho Elemento pontiagudo e aguçado que faz parte do caule e dos 
ramos, só deles se destacandosese arrancarem algumas fibras. espínula 
Pequeno espinho delgado e coriáceo formado no bordo de um limbo. Ex.: 
folhas de alguns cardos. espique Caule não ramoso, coroado por um tufo 
de folhas, geralmente cilíndrico, que só engrossa enquanto a planta é 
nova, mantendo depois o mesmo diâmetro. Ex.: caule das palmeiras. 
espontâneo Que cresce sem qualquer intervenção humana, não sendo, 
portanto, nem introduzido nem cultivado. Equivalente a silvestre. 
esporânglo órgão produtor de esporos nas criptogâmicas vãsA,

culares. Os esporângios podem ser terminais, como no caso da cavalinha, 
ou estar instalados na face inferior das frondes, como no caso do feto­
macho, ou ainda estar inseridos na axila das pequenas escamas do caule. 
esporão Apêndice tulbuloso do cálice ou da corola, mais ou

espéde Agrupamento de plantas nascidas dos mesmos antecessores, tendo 
entre si mais traços comuns anatómicos e hisesporo Elemento reprodutor 
assexuado. Nas Criptogâmicas vasculares, o esporo, ao germinar, produz 
um protalo no qual se desenvolverão os gâmetas masculinos e femininos. 
Ex.: feto­macho.

esporo

esquízocarpo Fruto simples, seco, de ovário piuricarpeiar. Os carpelos 
na maturação separam­se uns dos outros, formando um fruto parcial 
chamado mericarpo. Ex.: funcho. estaca Caule ou ramo que criou raiz, 
tornando­se uma planta autónoma. estame Folha floral masculina cujo 
conjunto constitui o androceu. V. pp. 30­31, figs. 57­62. estaminada 
Diz­se de uma flor provida unicamente de estames e, portanto, masculina.
Ex.   >  os amentilhos da aveleira são com postos por flores 
estaminadas. Se a flor também tiver carpelos, chama­se lhermafrodita. 
estaminódio         tame estéril, ,I zido a um filemuitas veze     X te 
desprovido de antera e, consequentemente, sem formação de pólen. 
estandarte Nome dado à pétala principal da corola papilionácea. Tem a 
forma de uma vela aberta ao vento ou de uma bandeira. Ex.: ervilha, 
cornichão. estigma Parte superior do estilete que recebe os grãos de 
pólen nas Angiospérmicas. O estigma é muitas vezes guarnecido de papilas
que segregam um lí­ quido açucarado que propicia a fixação e a 
germinação do grão de pólen. V. pp. 28­29, fig. 42.

estilete

ovário

menos pontiagudo e encurvado. Ex.: flor da violeta, da ancóiia.

estilete Parte adelgaçada do carpelo que liga o estigma ao ovário. V. 
pp. 28­29, fig. 42. estípula Apêndice de forma e consistência variadas, 
situado na base do pecíolo ou da folha séssil, geralmente em número de 
dois, ficando um de cada fado. Em certos casos, as estipulas

446
GLOSSÁRIO

são maiores do que os folíolos. Ex.: ervilheira.

menos lenhificadas. da urtiga.

Ex.: caule

estolho Caule rastelante aéreo ou subterrâneo, desprovido de reservas, 
que enraíza nos nós e assegura a multiplicação da planta. Ex.: 
morangueiro.

estolhoso Que apresenta estolhos. As plantas estolhosas são geralmente 
invasoras. A sua multiplicação vegetativa é mais rápida do que a 
reprodução por semente.

família   Conjunto de géneros vegetais cujas características comuns 
permitem a sua associação num mesmo agrupamento. As famílias reúnem­se 
em classes. fanerogâmicas Agrupamento sistemático do reino vegetal que 
compreende todas as plantas que dão flor, quer as sementes estejam 
encerradas num fruto (Angiospérmicas) ou não (Gimnospérmicas). O mesmo 
que espermatófitas. fasciculado Termo que possui várias aplicações com o
mesmo sentido: em forma de feixe. a)  Raiz: sistema radicular desprovido
de eixo principal (v. pp.
20­21, figs. 4­5). b) Flores com pedúnculos alongados que partem todos 
sensivelmente do mesmo ponto. Ex.: cerejeira. fauce Designa­se assim a 
abertura de uma corola gamopétala ou de um cálice gamossépalo.

fauce

fecundação Operação pela qual um gâmeta masculino e um gâmeta feminino 
realizam a sua fusão. No caso da flor, é o encontro do pólen com a 
oosfera, gâmeta feminino. O gâmeta masculino é então conduzido pelo tubo
polínico. fibroso Rico em fibras, ou seja em células aiongadas mais ou

filete Parte do estame que suporta a antera. V. pp.30­31,fig. 55. 
filiforme Fino e comprido como um fio. Pode dizer­se de uma folha, de 
qualquer órgão e mesmo de uma pfanta completa. fimbriado Provido de 
bordos recortados formando franjas finas, mais ou menos aiongadas 
(fímbrias). flor órgão da reprodução dos vegetais superiores (Espermató~
fitos). V. pp. 28­31, figs. 42­67. florífero Que produz flores. flósculo
Pequena flor de corola tubulosa própria do capítulo das Compostas. folha
órgão vegetal cujas funçoes principais são a respiração e a 
fotossíntese. V. pp. 24­27, figs. 19­41. foliáceo Que tem a forma e a 
função de uma folha: sépala foliácea, estipulas foliáceas, Ex.: 
estipulas da ervilheira. Emprega­se também, embora impropriamente, como 
sinónimo de folhoso, em oposição a áfilo, desprovido de folhas.

folículo Fruto seco deiscente que se abre na maturação por uma única 
fenda longitudinal, distinguindo­se deste modo da vagem, que tem duas 
fendas, e da síliqua, que tem quatro.
folíolo Divisão de uma folha composta. Tem o seu próprio limbo preso ao 
pecíolo principal por um peciólulo. Os folíolos podem distinguir­se das 
folhas pela inexistência de gomo na axila do peciólulo. V. pp. 24­25, 
fig. 21.

fronde órgão vegetativo de uma planta. No feto, suporta os esporângios e
assemelha­se a uma grande folha recortada.

frutífero Que tem ou produz frutos. Diz­se da parte do vegetal em que 
normalmente se inserem os frutos:  ramo frutífero, por oposição a ramo 
estéril. fruto órgão vegetal proveniente da flor e que contém as 
sementes. V. pp. 34­35, figs.
86­103. fusiforme Em forma de fuso, dilatado na parte média e afilado 
nas duas extremidades.

gamopéialo e gamossépalo Com as pétalas ou sépalas unidas entre si, 
formando uma corola ou um cálice de uma só peça. A aderência pode dar­se
apenas em parte do comprimento. V. pp­
28­29, figs. 49, 46. gavinha Apêndice filiforme de origem foliar ou 
caulinar que pode enrolar­se em volta de um suporte. São também gavinhas
os ramos com folhas muito pequenas como as da vinha. A gavinha é o meio 
de apoio dos caules trepadores, que não são volúveis nem possuem 
espinhos, acúleos ou raizes laterais.

gema Formação vegetal que contém o esboço de um ramo folial ou floral. A
existência de escamas e, por vezes, de pêlos ou de cera assegura­lhe 
protecção contra o rigor das baixas temperaturas. V. pp. 24­25, fig. 19.
gerninados órgãos agrupados dois a dois, sem serem opostos, constituindo
um par.

447
GLOSSÁRIO

género Grupo de classificação biológica que reúne um determinado número 
de espécies com características comuns suficientes para serem 
consideradas [ogicamente como aparentadas. gimnospérmicas Subdivisão do 
reino vegetal que engloba as plantas com flores cuja semente não está 
encerrada num fruto, mas apenas colocada numa escama. Ex.: pinheiro. 
gineceu Sinónimo de pistilo. Conjunto dos carpelos de uma flor. V. pp. 
30­31, figs. 63­67. glabrescente Que não é inteiramente glabro, pois tem
alguns pêlos raros dispersos. glabro Sem pêlos nem cílios. É o oposto de
viloso, lanoso ou pubescente. Ex.: folhas da pervinca, do lírio­dos­
vales. glândula órgão secretor constituído por uma ou mais células cuja 
função é produzir ou armazenar certos produtos, como óleos essenciais 
(alfazema, hortelã­pimenta, etc.), substâncias irritantes (urtiga), etc.
glanduloso Provido de glândulas ou apresentando pêlos munidos de uma 
glândula nas extremidades. Ex.: rorela ou orvalhinha. glauco De cor 
verde­azulada. Esta coloração pode ser devida a pigmentos internos, mas 
também a um pó fino e ceroso, a pruína, disseminado pela epiderme das 
folhas ou dos frutos. glomérulo Inflorescência composta por flores 
sésseis aglomeradas. O glomérulo distingue­se assim do capítulo, em que 
as flores sésseis estão inseridas num plano horizontal e não formam um 
corpo esférico. Ex.: cuscuta, quenopódio.

gluma Bráctea própria das éspiguetas das Gramíneas. É uma folha 
modificada, a maioria das vezes coriácea. Duas glumas geminadas envolvem
parcial ou totalmente a espigueta. As giumeias, muitas vezes providas de
aristas, desempenham o mesmo papel das glumas em cada flor da espigueta.

essencialmente por diversos açúcares. É segregado pelas feridas de 
algumas árvores. Ex.: pessegueiro, cerejeira. granuloso Diz­se de um 
órgão coberto de pequenas protubeabaixo do ponto de inserção das 
restantes peças florais.

râncias, numerosas e densas. Ex.: quaresmas (Saxifraga granulata).

hástea V. escapo. herbáceo Que tem o aspecto e a consistência da erva, 
de constituição celulósica e elástica. O oposto é lenhoso ou 
lenhificado. hormafrodita Diz­se de uma flor que tem órgãos de ambos os 
sexos, masculino e feminino. Uma planta que possui flores masculinas e 
femininas denomina­se monóica, e não hermafrodita. híbrido Exemplar     
proveniente do cruzamento de espécies do mesmo ou de géneros diferentes.
Tais híbridos raramente são fecundos e estáveis; porém, se o forem, 
podem originar novas espécies.

Imparipinulada Folha com um número ímpar de folíolos; o eixo apresenta 
em todo o seu comprimento pares (4,e folíolos e na extremidade um 
terminal. Ex.: freixo, acácia­bastarda.

goma    Produto de consistência plástica e adesiva, composto
Indeiscente Diz­se de um fruto que não se abre na maturação. Ex.: uva, 
pêra. V. pp. 34­35, figs.
90­95. Indúsio Membrana que cobre os soros dos fetos, ou sejam os grupos
de esporângios. O modo de fixação do indúsio, muito variável, é uma 
característica determinante para distinguir os fetos. ínfero Diz­se de 
um ovário que está  inserido   no    receptáculo

ovário ínfero

inflorescência Modo de disposição das flores sobre o caule. V. pp. 32­
33, figs. 68­85. invaginante Diz­ ­se a o a cujo limbo se prolonga numa 
bainha, rodeando compietamente o caule até ao nó, onde a folha se insere
pela região inferior dessa bainha, como, por exemplo, nas Gramíneas. 
involucelo Invólucro de brácteas muito pequenas situadas na base das 
umbélulas.

invólucro Coroa de brácteas livres ou aderentes situada na base da 
umbela. O invólucro pode existir também numa flor única ou num capítulo;
neste último caso, as brácteas podem imbricar­se em várias camadas. V. 
pp. 32­33, fig. 78. irregular Diz­se da flor com um só plano de simetria
(zigomorfa) ou sem nenhum (assimétrica).

ilo Pétala interna, maior e mais vistosa da flor das Orquidáceas.  É 
larga, por vezes      muito aiongada e pendente, de        colorações 
diversas. Muitas vezes o aspecto e a cor do labelo servem para 
determinar as espécies de Orchis e de Ophrys. labiado Com a        forma
de um lábio. A flor da salva apresenta uma pétala em forma de lábio 
superior e outra em forma de lábio inferior, pelo que se denomina 
bilabiada. lecínia Folha estreita e muito comprida, de bordos quase 
paralelos, que se encontra sobretudc

448
GLOSSÁRIO

em plantas aquáticas e nas Umbelíferas.

laciniado Dividido em lacínias.

lanceolado Em forma de lança, afilado nas duas extremidades e mais largo
na parte média. Ex.: folha de tanchagem.

látex No sentido rigoroso, produto orgânico excretado pelos canais 
laticíferos da seringueira, por exemplo, com que se fabrica a borracha. 
No sentido lato, produto da excreção de certos vegetais nas zonas 
dilaceradas. Ex.: celidónia, taráxaco. Não tem nada de comum com a 
seiva. lenhoso Diz­se das células e dos tecidos vegetais em que a 
celulose inicial das membranas foi substituída pela lenhina, mais 
resistente e impermeável. A fibra lenhosa está geralmente morta. 
lentícula Pequena abertura no tecido suberoso da casca das árvores para 
permitir a circulação do ar. Facilmente observável no vidoeiro. líquia 
Pequena lingueta membranosa, geralmente incolor. Nas Gramíneas, ocorre 
no ponto de união do limbo com a bainha.

Designam­se também do mesmo modo os prolongamentos membranosos das 
flores periféricas

dos capítulos das Compostas. limbo Parte mais larga de umafolha, de uma 
pétala ou de umasépaIa. V. pp. 24­27, figs. 20, 29­33. linear Aplica­se 
a um órgão, geralmente uma folha, muito comprido e estreito, sem todavia
ser filiforme.   Ex.: folhas das Gramíneas e dos cravos.

lirada Diz­se de uma folha com recortes profundos, constituindo lóbulos 
progressivamente maiores à medida que se aproximam da extremidade 
superior do limbo. Ex.: lapsana.

lobado  Folha cujo recorte não atinge metade da aba. lobo Porção de um 
limbo ou de uma pétala delimitada por dois recortes vizinhos. É também 
chamado seio. lóbulo Pequeno lobo.

lóculo Divisão da cavidade interna do ovário, da antera ou do fruto. Se 
esta cavidade não tem

[óculo

septo, existe um único lóculo. Um septo determina a existência de dois 
láculos.

margem Bordo de um órgão. Quando esta margem resulta de um prolongamento
do limbo ao longo do pecíolo ou do caule, denomina­se asa. Alguns 
frutos, como as azedas, estão rodeados

por uma margem que favorece a acção do vento. melífera Diz­se de uma 
flor que produz néctar, líquido açu­ carado com que as abelhas fabricam 
o mel. membra~ Que tem o aspecto ou a consistência de uma membrana, 
espécie de película pouco espessa e frágil que só muito raramente 
desempenha o papel do septo. mergulhão V. estaca. mericarpo Cada uma das
porções monospérmicas em que se divide um fruto esquizocárpico aquando 
da maturação.

mondado Separado de corpos estranhos. Algumas flores, para serem 
comercializadas, devem ser separadas do pedúnculo, das brácteas e, por 
vezes, do cálice. monocotiledóneas Classe do reino vegetal que abrange 
as plantas que dão flor e cuja semente só contém um cotilécione. Ex.: 
trigo. monóico Diz­se de um vegetal com flores unissexuais, apresentando
o mesmo indivíduo flores masculinas e femininas. Este facto não 
significa que se fecundem mutuamente. monopétala, monossépala Flor cujas
pétalas ou sépalas estão soldadas entre si, formando uma corola ou um 
cálice de uma só peça. A sutura deixa por vezes subsistir um vestígio de
separação na parte superior das pétalas ou das sépalas. monospérmico 
Diz­se de um fruto com uma só semente ou de um pistilo com um só óvulo. 
mucronado Que apresenta um mucrão, ou seja uma pequena ponta terminal. 
Por vezes, é

mucrão

quase imperceptível. As folhas do sobreiro apresentam dentes mucronados.

naturalizada Diz­se de uma planta importada de outra região, portanto 
não indígena, mas que se aclimaiou, reproduziu e propagou como no seu 
país de origem.

449
GLOSSÁRIO

nectarífero Produtor de néctar ou que tem nectários. nectário órgão 
glanduloso secretor de néctar, líquido açucarado, que fica situado 
frequentemente na base das pétalas ou nofundo dafauce. Ex.: cerejeira. 
Podem existir nectários em certas folhas.

nervura Prolongamento através do limbo dos vasos condutores da seiva 
proveniente do caule. V. pp. 24­25, figs. 25­28. nó a) Dilatação do 
caule no ponto de inserção de uma folha. b)  Formação lenhosa, 
extremamente densa, no interior do lenho.

oblongo Mais comprido do que largo (o eixo maior é de três a seis vezes 
mais longo que o menor) e arredondado nas extremidades.

obovado Que tem a forma de ovo invertido. No caso de uma

folha, a parte superior do limbo é nitidamente mais larga do que a base 
no ponto de inserção.

obtuso Contrário de agudo ou pontiagudo. Diz­se dos órgãos cujos bordos 
formam no ápice um ângulo obtuso.

ócrea Espécie de pequena bainha que, partindo da base do pecíolo, rodeia
o caule. Ex.: sempre­noiva.

oposto Situação de dois órgãos inseridos, um em frente do outro, no 
mesmo nó. V. pp. 26­27, fig. 38. oval Que tem a forma de um ovo. 
Convencionalmente, admite­se que a extremidade mais larga corresponde ao
ponto de inserção. Se sucede o contrário, emprega­se a palavra *obovado+.

ovário   Parte principal do carpelo que contém um ou mais óvulos, os 
quais serão fecundados pelo pólen. O ovário, uma vez realizada a 
fecundação, dará origem a um fruto, seco ou carnudo; o óvulo fecundado 
transformar­se­á numa semente, V. pp,
28­29, fig. 42. ovólde Forma que se aproxima da oval. Ex.: folha do 
buxo.

óvulo  Estrutura que contém o gâmeta feminino encerrado no ovário. 
Transforma­se em semente após a fecundação.

palmada Recortada em vários segmentos divergentes, dispostos como os 
dedos de uma mão aberta. palmatíssecta Diz­se da folha palmada com 
recortes muito profundos, chegando até ao pecíolo.

panícula Inflorescência grande, muito ramificada, que corresponde a um 
cacho composto. Os ramos decrescem da base para o ápice. V. pp. 32­33, 
fig. 71. paplia Nome dado a pequenas saliências cónicas distribuídas 
pela superfície de um órgão. papilho Espécie de tufo de pélos, de sedas 
ou de escamas mais ou menos ramificado que coroa os frutos de certas 
espécies, nomeadamente os da família das Compostas. Este tufo, exposto 
ao vento, dá origem à disseminação das sementes. Ex.: valeriana, 
taráxaco.

papilionáceas Diz­se das flores com 5 pétalas, que, pela sua forma e 
disposição, evocam vagamente uma borboleta.

elitandarte

parânqulrna Tecido vegetal com células vivas e paredes celulósicas. Ex.:
parênquima ciorofilino das folhas.

450
GLOSSÁRIO

paripinulada Folha composta com folíolos articulados aos pares ao longo 
do pecíolo e sem folíolo terminal.

peciolado Provido de pecíolo.
O contrário de séssil. pecíolo A parte da folha que suporta o limbo. V. 
pp. 24­25, figs. 20­21. peciólulo Pecíolo de um folíolo ou ramificação 
do pecí olo principal numa folha composta.

pectinada Folha’ dividida em lacínias estreitas e apertadas como um 
pente duplo.

pedicolada Diz­se de uma flor suportada por um pedicelo, O contrário de 
séssil. pedicelo Ramificação de um pedúnculo que liga cada flor ao eixo 
comum da inflorescência, V. pp. 32­33, fig. 70.

pedúnculo

podunculado Provido de um pedúnculo floral, O contrário de séssil. 
pedúnculo Pequena ramificação do caule que suporta uma flor. V. pp. 32­
33, fig. 69.

peitado Limbo em forma de escudo em que o pecíolo se insere próximo do 
centro. penatíssecla Diz­se de uma folha que comporta recortes que 
atingem a nervura central e se dispõem de cada um dos lados desta 
nervura. V. pp. 26­27, figs.
34­35. perene Diz­se de um vegetal cuja parte aérea subsiste vários anos
(árvores). Os vegetais perenes são vivazes, mas nem todos os vegetais 
vivazes são perenes. Ex.: plantas bulbosas. perianto Conjunto dos 
invólucros florais, isto é, do cálice e da corola. pericarpo   Parte do 
fruto proveniente da parede do ovário. Na maçã, por exemplo, compõe­se 
do epicarpo (pele), do mesocarmesoc@rpo

po (polpa) e do endocarpo (invólucro membranoso que contém as sementes).
persistente O contrário de caduco, isto é, que perdura longo tempo. Ex.:
cálice persistente da maçã ou da pêra. Uma folhagem persistente 
permanece na árvore após o Verão. pétala Folha modificada componente da 
corola. Além do seu papel de protecção dos órgãos internos contidos no 
botão floral, as pétalas desempenham um papel indirecto na fecundação, 
atraindo, pelas suas cores e pelo seu néctar, os insectos polinizadores.
V. pp, 28­29, figs. 42­44,
48­53, petalóide Diz­seceumasépala que tem o aspecto e a cor de uma 
pétala. Ex.: a flor do lírio­amarelo­dos­pântanos. pínula Folíolo de uma
folha composta inserido sobre um eixo no prolongamento do peciolo. 
pinulada Por analogia com as penas das aves, uma folha pinulada possui 
folí olos dispostos lateralmente no eixo comum, ou ráquis, à seme­ 
lhança de uma pena. piriforrne Em forma de pêra. pisfilada, carpelade 
Diz­se de uma flor que apenas possui órgãos femininos, estando os órgãos
masculinos alojados noutras flores. Se a flor tem simultaneamente os 
órgãos masculinos e femininos, diz­se hermafrodita. pistilo  Elemento 
constituinte do gineceu, que no estado de maior

diferenciação é formado por ovário, estilete e estigma. V. pp.
30­31, figs. 63­67. pixídlo Cápsula com deiscência transversal em que a 
parte superior, o opérculo, se abre como uma tampa.

plântula Embrião da planta contido na semente ou acabado de germinar. 
Compreende uma gémula que dará o caule primário, uma radícula de onde 
sairá a raiz primária e um ou dois cotiléciones, que são folhas 
rudimentares, carregadas ou não de reservas nutritivas.

plurnoso Provido de pêlos ou de barbas, à semelhança de uma pena de ave.
Os frutos de muitas plantas são plumosos, favorecendo assim a acçã o do 
vento, que assegurará a sua disseminação.

pólen Pó amarelo ou violáceo formado nos sacos polínicos da antera. Cada
grão de pólen possui dois gâmetas masculinos, dos quais um deles se 
destina à fusão com o gâmeta feminino do óvulo. polinídia Massa de grãos
de pólen que se encontram em espécies de algumas famílias como a das 
Orquidáceas. Em vez de pulverulentos, apresentam­se aglutínados, 
formando uma massa mais ou menos densa. pruína Pó ciroso e glauco que 
cobre a epiderme de certos órgãos e em especial de frutos, Muito frágil,
a sua presença revela que o fruto ainda não foi manipulado. A pruína 
contém enzimas que facilitam a digestão e a fermentação. pubescente 
Coberto de pêlos curtos e macios. A pubescência é muitas vezes uma 
adaptação à secura ou ao frio.

451
GLOSSÁRIO

radical Que nasce perto da raiz. órgão, folha ou flor que parece ter o 
seu ponto de inserção directamente no colo, junção do caule e da raiz. 
Ex.: taráxaco. As folhas e as flores das plantas acaules são radicais. 
radicante Que produz raizes. Caule prostrado e com raizes
1 aterais.

radicela Raiz secundária muito fina. V. pp. 20­21, fig. 1. radícula 
Parte do     embrião de uma semente que,     após a germinação, dará a 
raiz. Este primeiro esboço de raiz desaparece por vezes após o       
nascimento das outras raizes. raios Peclúnculos    e pedicelos das 
Umbelíferas. Ex.: a umbela do funcho­marítimo possui entre
10 e 20 raios. raiz  órgão subterrâneo da planta com funções de apoio e 
de nutrição. V. pp. 20­21, figs. 1­8. raminho Termo que designa, nas 
plantas lenhosas, o rebento do ano. É a porção terminal dos ramos, de um
verde mais claro que o resto da folhagem. ráquis Pecíolo comum de uma 
folha composta e das frondes ou eixo principal de algumas 
inflorescências. rastejante Diz­se de um caule prostrado que se fixa à 
terra por meio de raizes adventícias e se desenvolve paralelamente à 
superfície do solo. V. pp. 22­23, fig. 11. rebento ou vergôntea V. 
renovo. receptáculo Dilatação apical do pedúnculo ou do pedicelo em que 
sd inserem as diversas peças florais.

receptâculo

renovo Ramo jovem, no estado geralmente herbáceo, proveniente de uma 
planta vivaz. O mesmo que rebento, ou vergôntea. reticulado Marcado por 
nervurãs que se entrecruzam em todos os sentidos, formando retículos 
como as malhas de uma rede.

rizoma Caule subterrâneo com folhas escamiformes e frequentemente 
substâncias de reserva. V. pp. 22­23, figs. 13­14. roncinadas Folhas com
grandes recortes nos bordos e em que os segmentos laterais estão 
voltados para a base como os dentes de um serrote. Ex.: folha de dente­
de­leão, ou taráxaco.

roseta Disposição das folhas basilares junto ao solo e desenhando uma 
rosácea, Encontra­se nas plantas acaules e em algumas plantas com caules
erectos providos de folhas basais em    roseta e     caulinares 
agrupadas. Ex.: bolsa­de­pastor. V. pp. 26­27, fig. 41. rostrado Que tem
rostro.

rostro

rostra ­­rostro  Ponta ou bico; prolongamento pontiagudo de alguns 
órgãos vegetais.

regular ou actinomorta Com um eixo de simetria, isto é, todos os planos 
que passem por esse eixo dividem a flor em duas partes iguais. Ex,: a 
flor da macieira. V. pp. 28­29, fig. 48, reniforme   Em forma de rim. 
Ex.: semente do feijoeiro, folha de ásaro.

452

sâmara Fruto seco indeiscente, monospérmico, com o pericarpo prolongado 
em forma de asa membranosa. V. pp. 34­35, fig. 94. seda ou cerda Pêlo 
comprido, rígido e forte, geralmente constituído por várias células 
segmento Porção do @imbo de uma folha quando o recorte atinge a nervura 
central.

seiva Líquido nutritivo que circula no vegetal. Existem duas espécies de
seiva: a seiva bruta, composta por água e sais minerais dissolvidos, que
circula nos vasos desde a raiz até às folhas, e a seiva elaborada, que 
contém os produtos orgânicos resultantes da fotossíntese. semente 
Elemento final das fases da reprodução sexuada nas plantas com flores. 
Contém o germe ou embrião da futura planta, um ou dois cotiléciones e 
substâncias de reserva. O conjunto, encerrado num tegumento, constitui a
amêndoa. sépala Peça do cálice, primeiro invólucro floral. V. pp. 28­29,
figs. 42, 45­47. septooutabique Membranaque divide o interior de um 
fruto em compartimentos. Os septos dizem­se completos ou incompletos, 
conforme ocupam ou não toda a altura do fruto. Ex.: papoila. sássíl 
Directamente ligado ao caule, sem pedúnculo (flor séssil) ou sem pecío(o
(folha séssil). Por vezes, as flores e as folhas são apenas subsésseis, 
ou sejam suportadas por um pedúncuio ou um pecíolo quase imperceptíveis.
V. pp. 24­25, fig. 23. setígero Com sedas ou cerdas. silícula Subtipo de
síliqua em que o comprimento é pouco maior que a largura. síliqua Fruto 
seco deiscente que se abre por quatro fendas longitudinais.   Apresenta 
duas valvas que se separam, persístindo ao meio um falso septo (replo) 
com as sementes. Ex.: celidónia. V. pp. 34­35, fig. 97. simples Que não 
é composto, nem múltiplo, nem ramificado, nem dividido. Há uma distinção
entre simples e inteiro; uma folha simples é aquela cujo limbo não está 
dividido em lobos. A folha inteira é aquela cuja orla não apre  1senta 
recortes, mesmo pequenos. sinantérico Diz­se dos estames de uma flor que
estão ligados entre si não pelos filetes, mas pelas anteras, formando um
tubo. V. pp. 30­31, fig. 60. sinistrorso Caule volúvel que se enrola da 
direita para a esquerda. soro Nos fetos, grupo de esporângios cobertos 
pelo indúsio, visível nas frondes sob a forma
GLOSSÁRIO

de manchas amarelas ou negras que primeiro se apresentam distintas, 
tornando­se depois, por vezes, confluentes. Constituem a frutificação 
dos fetos. sovela Instrumento metálico muito afiado utilizado pelos 
sapateiros para furar o couro. Por analogia, dizem­se assovelados os 
órgãos vegetais muito rígidos e pontiagudos. sub    Prefixo que 
significa quase ou um pouco. Assim, subséssil quer dizer quase sem 
pecíolo. subarbusto Planta vivaz, de ai~ tura geralmente inferior a 1 m,
lenhosa só na base e sempre herbácea na parte restante. Ex.: uva­ursina;
arando. subespontâ neo Diz­se de uma planta que, tendo sido introduzida 
acidental ou propositadamente numa dada região, se adaptou, propagando­
se sem intervenção do homem. suco Líquido segregado por um órgão vegetal
e acumulado geralmente nos frutos carnudos ou nas folhas de plantas 
suculentas. Não deve confundir­se com a seiva ou o látex. sugador ou 
haustório Ôrgão de fixação e sobretudo de nutrição de algumas plantas 
parasitas. Os sugadores permitem a absorção da seiva da planta que serve
de suporte. Ex,.: cuscuta. sumidades floridas Parte superior de uma 
planta onde se encontram as flores com, por vezes, algumas folhas. Ex.: 
caule do verbasco.

súpero Diz­se de um ovário livre, isto é, que se encontra unido ao 
receptáculo apenas pela base, rodeado pelas peças florais que se inserem
a nível inferior. Contrário: ovário ínfero.

talo Aparelho vegetativo não diferenciado em raiz, caule e folhas, 
privado de vasos condutores e presente em grupos vegetais como algas, 
fungos e líquenes (talófitos). tecido Conjunto de células com origem, 
estrutura e função comuns; tecido clorofilino do limbo das folhas, 
tecido condutor, tecido de suporte, etc. tépala Folha m­Ddificada do 
perianto não diferenciado, isto é, em que não se distingue o cálice da 
corola.

tetrágono ou tetragonal Que tem quatro ângulos. Aplica­se, por exemplo, 
aos caules das Labiadas. tetraquénio Aquénio quádruplo. toiça  Parte 
constituída pela base do caule e raizes que ficam após o corte das 
plantas vivazes. Da toiça saem frequentemente os rebentos que asseguram 
a sobrevivência da planta. tomentoso Coberto de pêlos finos, fortemente 
enleados uns nos outros, conferindo um aspecto semelhante ao feltro. 
Ex.: folha de verbasco. trepador Diz­se de um caule que se fixa a um 
suporte por gavinhas, acúleos, espinhos ou raízes laterais. V. pp. 22­
23, fig. 10. trifoliado Composto por três folíolos.

trígono ou trigonal Que tem três ângulos. trilobada Diz­se de uma pétala
ou de uma folha cujo limbo está dividido em três lobos. Ex.: Hepatica 
nobilis.

tubérculo Dilatação subterrânea de um caule ou de uma raiz repleta de 
reservas nutritivas. Ex.: batata. V. pp. 22­23, fig. 15. tuberosa, 
tuberculosa Diz­se de uma planta que tem tubérculos. tubo A disposição 
em tubo apenas existe em certos agrupamentos de plantas: a)         nas 
gamopétalas, as pétalas estão unidas pela base, constituindo um tubo 
inteiro ou apenas parcial se a sutura não se realiza em todo o 
comprimento das pétalas; b) a mesma característica se observa nas 
sépalas das flores gamossépalas; c) em muitas Compostas as flores do 
centro do capítulo apresentam a corola e os estames constituídos em 
tubos. V. pp. 28­29, fig. 49. tubuloso ou tubular Em forma de tubo. 
turião Rebento caulinar aéreo proveniente dos órgãos subterrâneos de 
plantas vivazes que morre todos os outonos. Ex.: silva.

inserem no eixo principal todos à mesma altura. As umbelas podem ser 
simples ou compostas de umbélulas. V. pp. 32­33, figs.
76­79.

vagem Fruto seco deiscente que se abre por duas fendas. V. pp. 34­35, 
fig. 96. valva Cada uma das peças em que se divide: a) o pericarpo de um
fruto cuja deiscência se faz por fendas longitudinais; b) a espata 
bivalve de espécies do género AffiUM, A mesma designação é ainda dada a 
cada uma das pétalas internas persistentes que cobrem o fruto de 
espécies do género Rumex. válvula Pequena abertura lateral com tampa que
abre de baixo para cima. variedade No seio de uma espécie, designa o 
conjunto de indivíduos cujas características específicas sofreram 
alteraçõ es de mínima importância. As características das variedades nem
sempre são estáveis. vescular Diz­se de um vegetal cujo tecido possui 
vasos condutores, por oposição a avascular, que os não tem. venado 
Marcado por veias ou nervuras ramificadas, salientes ou apenas coradas, 
como as Pétalas de algumas flores. Ex.: meimendro­negro. verticilo 
Conjunto de folhas ou de flores inseridas circularmente ao mesmo nível 
em redor do caule.

vesliculloso Dilatado como uma bexiga cheia de ar. Ex.: fruto da 
colútea.

umbela Inflorescência indefinida em que os peclúnculos se

viroso Diz­se de um cheiro desagradável que sugere veneno. vivaz Diz­se 
de uma planta cuja parte subterrânea vive vários anos, florescendo em 
cada um deles, mesmo que as partes aéreas morram anualmente. volúvel 
Diz­se de um caule trepador que se enrola em hélice em redor do seu 
suporte. V. pp.
22­23, fig. 12.

453
Í ndice

Os nomes populares das plantas aparecem em redondo, e os seus nomes 
latinos, em itálico. Os números a negro indicam as páginas em que estão 
descritas as plantas; os números em redondo indicam as páginas em que as
plantas são citadas.
O índice refere­se ao *Guia das plantas a conhecer+.

A Abacateiro, 349 Abeto­branco, 43
­ ­pectinado, 43 Abies alba Mill., 43 Abóbora, 306
­ ­amarela, 306
­ ­menina, 306
­ ­moranga, 306
­ ­porqueira, 306 Abricot, 319 Abrolho, 108 Abronceiro, 245 Abrótano, 
306
­ ­fêmea, 44 ­­macho, 306 Abrunheiro, 310
­ ­bravo, 45, 310 Absíntio, 199 Absinto, 199, 311 Acácia­ bastarda, 46, 
342
­ ­catechu, 349
­ ­das­alemãs, 45

­ ­ d e­f lores­ brancas, 46 Acacia catechu Wilid., 349 Açaflor, 306 
Açafrão, 306
­ ­bastardo, 47
­ _oficinal, 306
­ ­oriental, 306 Açaf roa, 47, 110 Açafrol, 47 Acanthus mollis L., 48 
Acanto, 48 Acelga, 88, 306­307
­ ­brava, 307 Acer, 229 Achillea millefolium L., 216
­ ptarmica L., 216 Acintro, 199 Acónito, 338 Aconitum napeilus L., 338 
Acoro­bastardo, 196
­ ­cheiroso, 103
­ ­verdadeiro, 103 Acorus calamus L., 103 Actaea spicata L., 343 Acteia,
343 Açucena,307
­ ­branca, 307 Aderno, 161 Adiantum capilius veneris L., 86 Adónis­da­
primavera, 344 Adonis vernalis L., 344 Aesculus hippocastanum L., 115 
Aethusa cynapium L., 118, 344 Agrião,49,91,99,254,256,317
­ ­das­fontes, 49
­ ­da­terra, 139
­ ­de­água, 49
­ ­do­rio, 327
­ ­mouro, 327­328 Agrimónia, 50, 253, 266 Agrimônia, 50 Agrímonia 
eupatoria L., 50, 284

­odorata Mili., 50 Agripalma, 51 Agropyrum repens P. B., 175 Aipo, 49, 
52, 170, 186, 307, 321,

339
­ ­bravo, 190, 307
­ ­d'água, 307
­ ­de­montevideu, 307
­ ­do­rio­grande, 52, 307
­ ­dos­charcos, 52
­ ­dos­pântanos, 52
­ ­hortense, 307 ­­nabo,307
­ ­silvestre, 52, 307 Ajuga genevensis L., 101
­ reptans L., 101 Álamo, 69
­ ­líbico, 121 ­­negro, 121 Albricoqueiro, 319 Alcachofra, 108, 307­308
­ ­da­terra, 336
­ ­hortense, 307­308 Alcachôfra, 307­308 Alcaçuz, 53, 125, 247, 254
­ ­da­europa, 53 Alcaparra, 308 Alcaparro, 308 Alcaravia, 54, 318 
Alcaróvia, 54 Alchemilia vulgaris L. (sensu

lato), 234 Alchirivia, 54 Alcorovia, 54 Alecrim, 55, 58, 272
­ ­de­jardim, 55 Alecrinzeiro, 55 Alegação, 261 Alegra­campo, 261 
Aleluia, 56 Alface, 88, 308­309
­ ­brava­maior, 57
­ ­brava­menor, 57, 308­309
­ ­de­coco, 277
­ ­de­coelho, 308
­ ­de­cordeiro, 308
­ ­hortense, 308­309
­ ­silvestre, 308­309 ­­vi rosa, 57 Alfádega, 326­327 Alfarrobeira, 309
­ canela, 309
­ de burro, 309
­ galhosa, 309
­ mulata, 309 Alfarva, 60 Alfavaca, 326­327
­ ­de­cobra, 233 Alfazema, 55, 58
­ ­brava, 58
­ ­de­caboclo, 185 Alfena, 59 Alfenheiro, 59, 161 Alforgas, 60 Alf orna,
60 Alforvas, 60

Alga­ da­ córsega, 222
­ ­periada, 61, 281
­ ­vesiculosa, 96 Algebrado, 296 Algodoeiro, 349 Alho, 200, 309
­ ­espanhol, 314­315
­ ­grosso­de­espanha, 314­315
­ ­macho, 309­310
­ ­mourisco, 314­315
­ ­poró, 309­310
­ ­porro, 88, 307, 309­310
­ ­porro­hortense, 309­310
­ ­rocambole, 314­315 Aliária, 62 Aljôfar, 63, 263 Alliaria officinalis 
Andrz., 62 Allium ampeloprasum L., 309
­ ascaionicum, L., 314
­ cepa L., 314
­ fistulosum L., 315
­ porrum L., 309­310
­ sativum L., 309
­ schoenoprasum L., 314­315 Almeirão, 64 Ainus glutinosa (L.) Gaertn., 
68 Aloe ferox Mili., 350 Aloés­do­cabo, 281, 350 Alperceiro, 319 
Alpercheiro, 319 Alquequenje, 65 Alquirivia, 54 Alsidium heiminthocorton
(Latourette) Kurtz, 222 Alteia, 66, 205, 259 Aithaea officinalis L., 66
­ rosea L., 66 Amaracus, 327 Ambretas, 159 Ambrósia, 143
­ ­do­méxico, 143 Ameixeira, 310

­ ­ brava, 45 Ameixieira, 310, 345 Ameixoeira, 310 Amêndoas, 310 
Amendoeira, 310 Amendoim, 350
­ ­verdadeiro, 350 Ami, 67 Amieiro, 68
­ ­mosqueado, 357
­ ­negro, 69
­ ­vulgar, 68 Âmio­maior, 67 ­­vulgar, 67 Ammi majus L., 67
­ visnaga Lam., 67, 352 Amora­da­silva, 310­311
­ ­preta, 310­311 Amor­de­hortelão, 70 Amoreira­branca, 310
­ ­negra, 310­311
­ ­preta, 310­311 Am or­p erf eito­ bravo, 71 ­­pequeno,71

454
INDICE

Anagallis arvensis L., 345 Ananaseiro, 350 Ananas sativus L., 350 
Anchusa officinalis L., 100 Ancólia, 74 Ancusa,100 Androsemo, 183 
Anémona, 152, 204
­ ­dos­bosques, 344
­ ­dos­jardins, 250
­ ­hepática, 179
­ ­pulsátila, 250 Anemona nemorosa L., 344 Anethum, graveolens L., 135 
Aneto, 135 Angélica, 72, 108, 162, 186, 265 Angelica archangelica L., 72
­ silvestris L., 72 Anis, 135, 311
­ ­estrelado, 351
­ ­verde, 241, 265, 311 Ansarinha, 78 Antenária, 73 Antennaria dioica 
(L.) Gaertn., 73 Anthemis nobilis, 202 Anthriscus cerefolium (L.)

Hoffm., 316 AnthyIlis dillenii Schultes, 302
­ vulneraria L., 302 Apium graveolens L., 51
­ graveolens        L., var. dulce (Mili.)

DC., 307
­ graveolens        L., var. rapaceum (Mili.) DC., 307 Aquifólio, 89 
Aquilégia, 74 ~ ­vulgar, 74 Aquilegia vulgaris L., 74 Arachis hypogaea 
L., 350 Aradeira, 180 Arando, 75, 191
­ ­de­baga­vermelha, 76
­ ­vermelho, 76 Arbutus unedo L., 209 Arçã, 280 Arçanha, 280 Arctium, 
lappa L., 90
­ minus Bernh., 90 ArctostaphyIos uva­ursi (L.)

Spreng., 292 Arenária, 77 Argençana, 168
­ ­dos­pastores, 168 Argentina, 78, 281 Aristolochia clematitis L., 79 
Aristolóquia, 79 Armoles, 311 Arnica, 80, 204 Arnica montana L., 80 
Arrebenta­boi, 228 Arroz, 311 Arruda, 345 Artemigem, 81 Artemísia, 81, 
82, 222

­ ­ bastarda­ dos­ ervan ári os, 208 ­­comum, 81
­ ­dos­alpes, 82
­ ­dos­ervanários, 208

­ marítima, 267 ­verdadeira, 81 Artemisia abrotonum L., 306
­ absinthium L., 199
­ cina Berg., 267
­ dracunculus L., 321­322
­ glacialis L., 82
­ maritima L., 44, 267
­ mutellina Viii., 82
­ spicata Jacq., 82
­ vulgaris L., 81 Arum maculatum L., 342

Árvore­da­vida, 336
­ ­de­morangos, 209
­ ­do­paraíso, 336 Ásaro, 83 Asarum europaeum L., 83 Asparagus 
acutifolius L., 321
­ officinalis L., 321 Aspargo, 321 Asperula odorata L., 84 Aspérula­
odorífera, 55, 84, 152,

253 Astrágalo, 350 Astragalus gumifer Labili., 350 Atanásia, 275 
Atriplex hortensis L., 311 Atropa belladonna L., 338 Aveia, 312, 312
­ ­doida, 312 Avelaneira, 85 Aveleira, 85
­ ­de­feiticeira, 357 A vena fatua L., 312
­ sativa L., 312
­ sterilis L., 312 Avenca,86
­ ­de­cabelo­de­vénus, 86
­ ­de­montpellier, 86 Avoadinha, 87 Azedas, 56, 88, 92, 187, 271,

339
­ ­de­très­f olhas, 56
­ ­dos­bosques, 92 Azedinha­de­horta, 88 Azevinho, 89
­ ­espinhoso, 89 ­­menor, 170 Azinheira, 113

E3 Bacila, 164 Badiana, 351 Bafureira, 332 Bafureiro, 332 Baga,332 
Baganha,228 Balança, 312 Ballota foetida Lam., 206, 207 Balsamita, 312 
Bananeira, 351 Barba­de­milho, 328
­ ­do­mato, 291 Barbarea vulgaris R. Br., 139 Barbasco, 295 Barbas­ d e­
jú piter, 258 Barbotina, 267 Bardana, 90
­ ­maior, 90
­ ­ordinária, 90 Barrete­ de­padre, 151 Basílico, 326­327 Batata, 312, 
313 ­­cloce,357
­ ­tupinambá, 336 Batateira, 312 Baunilheira, 351 Becabunga,91 Bédulo, 
94 Bela­dama, 338
­ ­luísa, 326 Beladona, 338 Beldroega, 91, 313, 342
­ ­pequena, 313 Bellis perennis L., 98 Bem­me­quer, 327 Benjoim­cio­
sião, 351 Bérberis, 92 Berberis vulgaris L., 92

Berengena, 313 Bergamota, 313 Bergenia cordifol'a Haw., 251 Beringela, 
313
­ ­rosa, 313 Beta vulgarís L., var. cicia Pers.,

306­307
­ vulgaris L., var. maritima L.,

307
­ vulgaris L., var. rapacea Koch,

313­314 Beterraba, 307, 313­314
­ ­açucareira, 313
­ ­sacarina, 313­314 Betónica, 93
­ ­bastarda, 214
­ ­dos­saboianos, 80 Betânica­aquática, 146 Bétula, 68, 94 Betula alba 
L., 94 Bico­de­grou, 140 Bidoeiro, 94 Bisnaga, 67, 352 Bistorta, 88, 95,
123, 239, 271 Boas­noites, 327 Bodelha, 96 Bola­de­neve, 229 Boldo, 352 
Boldoa­fragans, 352 Boldu, 352 Boleira, 173
­ ­amarela, 173 ­­branca, 173 Bolsa­ d e­ pastor, 97, 278 Bom­homem, 206
Bonina, 98 Bons­dias, 283 Borrage, 99 Borragem, 99, 100, 205, 249 
­­bastarda, 100 Borrago officinalis L., 99 Botão­de­prata, 216 Botelho, 
96
­ ­crespo, 61 Botilhão­vesiculoso, 96 Branca­ursina, 48, 105 Brissica 
napus L., 315
­ napus L., var. oleífera DC., 318
­ nigra (L.) Koch, 220 Broeira, 192 Bromélia­ananás, 350 Brunela, 142 
Brunelia vulgaris L., 142 Bryonia dioica Jacq., 344 Bugiossa, 100 
Búgula, 101, 142 Buxo, 102
­ ­arbóreo, 102 Buxulo, 292 Buxus sempervirens L., 102

c Cabelo­de­ milho, 328 Cabelos, 194
­ ­de­nossa­senhora, 194 Cacau,352 Cacaueiro, 352 Cafèzeiro, 352 Caiado­
d e­ são­ josé, 307 Calaminta, 226 Calamintha officinalis Moench,

226 Cálamo­aromático, 103 Calcatripa, 108 Calcitrapa, 108 Calêndula, 327
­ ­hortense, 327
455
íNDICE

Calendula arvensis L., 327
­ officinalis L., 327 Cafluna vulgaris (L.) Huli, 291 Cairacho, 276 
Calta, 204
­ ­dos­pàntanos, 204 Caltha palustris L., 204 Calumba, 353 Calungo, 79 
Calystegia sepium (L.) R. Br.,

283 Cambroeira, 245 Camécirios, 112
­ ­da­água, 145 Caminho­dos­prados, 54 Camomila, 104
­ ­alemã, 104
­ ­de­paris, 202
­ ­dos­alemães, 104
­ ­romana, 202
­ ­vulgar, 104 Campainha, 253
­ ­rabanete, 253 Campanula cervicaria L., 253
­ rapunculus L., 253
­ trachelium L., 253 Canabrás, 105 Cana­cheirosa, 103
­ ­do­brejo, 353 Cananga,357 Cananga odorata Hook. f. et

Thoms,353 Canárias, 230 Canela­de­sassafrás, 360 Caneleira­de­ceilão, 
353 Canforeiro, 353 Cânhamo, 284, 314
­ ­da­índia, 314
­ ­europeu, 314
­ ­indiano, 314 Cannabis indica L., 314
­ sativa L., 314 Capacete­de­júpiter, 338 Capilária, 86 Capnóida, 162 
Capparis spinosa L., 308 Caprária, 165 Capsella bursa pastoris Moench,

97 Capsicum annum L., 331
­ frutescens L., 331 Capuchinhas, 317 Capuz­de­frade, 338 Caraguatá, 106
Cardamomo, 353 Cardíaca, 51 Cardo­amarelo, 138 ­­bento, 110
­ ­cardador, 109
­ ­corredor, 106
­ ­de­santa­maria, 107
­ ­do­coelho, 307
­ ­estrelado, 108
­ ­leiteiro, 107
­ ­mariano, 107
­ ­morto, 278
­ ­penteador­bravo, 109
­ ­santo, 107, 110, 122 Cariofilada, 264 Carlina, 111 Carlina acaulis 
L., 111 Caroba, 60 Carragaheen, 61 Carrajá, 276 Carrapateiro, 332 
Carrasca, 291 Carrasqueiro, 113 Carrasquinha, 291 Carro­de­vénus, 338 
Carthamus tinctorius L., 43

Carum carvi L., 54 Carvalheira, 113 Carvalhiça, 113 Carvalhinha, 112, 
297 Carvalhinho­do­mar, 96 Carvalho, 121, 279, 301
­ ­alvarinho, 113
­ ­anão, 113
­ ­comum, 113
­ ­marinho, 96 ­­negral, 113 ­­pequeno,112 ­­português, 113 Carvalhos, 
113 Cás cara­ sagrada, 354 Cassia angustifolia Vahi. 360 Castanea sativa
Miller, 114 Castanheiro, 114 ­­comum, 114
­ ­da­índia, 115, 170 Catéria, 227 Cauda­de­cavalo, 116
­ ­de­raposa, 87 Cauxilhos, 127 Cavalinha, 116, 223
­ ­dos­campos, 116 Cebola, 314, 315 Cebol eta­de­f rança, 314­315 
Cebolinha­comum, 315
­ ­galega, 314­315
­ ­miúda, 314­315 Cebolinho, 315 Cedro­branco, 336 Celeri, 307 Celga, 
306­307 Celidónia, 117 ­­maior, 117 ­­menor, 158 Cenoura, 118, 315, 339
­ ­brava, 118 Centáurea, 159
­ ­azul, 159
­ ­menor, 155, 256 Centaurea calcitrapa L., 108
­ cyanus L., 159
­ montana L., 159 Centeio, 315­316 Centinóide, 271 Ceratonia siliqua L.,
309 Cerdeira, 119 Cerefolho, 316
­ ­das­hortas, 316 Cerefólio, 88, 316, 344 Cerejas­de­judeu, 65 
Cerejeira, 119, 316
­ ­bical, 316
­ ­brava, 119, 316
­ ­molar, 316 Cersefi, 230, 321
­ ­bastardo, 120 Ceruda, 117 Cestro, 93 Cetraria islandica L., 195 
Cevada, 312, 316­317, 320 Chá,143,354
­ ­da­europa, 262, 297
­ ­da­frança, 211, 262
­ ­da­grécia, 262
­ ­da­índia, 354
­­de­frade, 51
­ ­de­java, 354
­ ­do­méxico, 143
­­porrete, 155
­ ­preto, 354 Chagas,317 Chagueira, 317 Chamiça, 169 Chantage, 276 
Chapéu­dos­telhados, 127 Charruá, 284

Chasmanthera palmata Baili.,

353 Cheiranthum cheiri L., 173 Chelidonium majus L., 117 Chenopodium 
album L., 252
­ ambrosioides L. (sensu lato),

143
­ ambrosioides L., ssp.

anthelminticum, 143 ­bonus­henricus L., 252 Chicória, 64, 70, 120
­ ­amarga, 64
­ ­brava, 64
­ ­de­café, 64 Chicote, 188 Chirivia, 315, 330 Chiora perfoliata L., 155
Chondrus crispus Lyngb., 61 Chorão, 260 Choupo­da­itália, 121
­ ­líbio, 153 ­­negro, 121
­ ­tremedor, 153 Chrysanthemum baisamita Baill.,

312
­ cinerariaefolium (Trev.) Vis.,

332
­ parthenium Bernh., 208 Cichorium intybus L., 64 Cicuta, 140, 338
­ ­aquática, 339
­ ­da­europa, 338
­ ­menor, 118, 344 Cicuta virosa L., 339 Cidreira, 325 Cinchona 
succirubra Pav., 358 Cinco­em­rama, 78, 122, 281
­ ­folhas, 122 Cinerária, 159 Cinifólio, 174 Cinnamomum camphora T. Nees

et Ebem., 353
­ zeylanicum Nees, 353 Cinoglossa, 123, 249 Cipó­capa­de­hornem, 284 
­­chumbo, 194
­ ­cruz, 299
­ ­da­areia, 134
­ ­do­reino, 299
­ ­mil­homens, 79
­ ­una, 299 Cipreste, 317 ­­comum, 317
­ ­da­itália, 317
­ ­dos­ cemitérios, 317 Citronela­ maior, 199
­ ­menor, 211 Citruilus colocynthis Schrad.,

318
­ vulgaris Schrad., 318 Citrus bergamia Riss. et Poit.,

313
­ bigaradia Riss., 324
­ medica L., 325
­ sinensis Osibeck, 324 Clematis recta L., 299
­ vitalba L., 299 Ciematite, 204
­ ­branca, 299 Cliantos, 126 Cnicus b enedictus L., 110 Coalha­leite, 
138 Cobrinha, 233 Coca,354 Cochlearia officinalis L., 124 Cocleária, 124
­ ­maior, 124
­ ­oficinal, 124 Codesso,169
­ ­bastardo, 125, 169, 342

456
­ ­dos­alpes, 125 Coentro, 317­318 Coffea arabica L., 352 Colanitida A. 
Chev., 355 Colchico, 338 Colchicum auturnnale L., 338 Coleira, 355 
Coloquíntidas, 318 Cólquico, 338 Colubrina, 95 Colútea, 126 Colutea 
arborescens L., 126 Coiza, 318 Combreto, 355 Combretum micranthum G. 
Don,

355 Cominhos, 135, 318 Concheios, 127 Condurango, 355 Congossa, 236 
Conium maculatum L., 330, 339 Consolda­maior, 128
­ ­média, 101
­ ­real, 129
­ ­vermelha, 281 Consólida, 129 ­­maior, 128
­ ­real, 129 Consolida regalis S. F. Gray, 129 Consolo­ da­vista, 150 
Convalária, 197 Convallaria maialis L., 197 Convolvulus sepium L., 283 
Copo­de­leite, 307 Coriandro, 317­318 Coriandrum sativúm L., 317­318 
Cornichão, 130 Cornogodinho, 282 Coroa­de­monge, 277
­ ­de­rei, 210 Corrijá, 276 Corri ola­ bastarda, 261 Corylus avellana 
L., 85 Cótino, 347 Coucelos, 127 Couve, 318­319
­ ­nabiça, 318 Crataegus monogyna Jace., 245
­ oxyacantha, 245 Cravei ro­da­ índia, 355 Cravinho, 355 Cravo­ dos­
alpes, 80 Cravoila, 264 Crithmum maritimum L., 164 Croatá­falso, 106 
Crocus sativus L., 306 Cucurnis melo L., 328
­ sativus L., 330 Cucurbita maxima Duch., 306
­ pepo L., 306 Cuminum cyrninum L., 318 Cupressus sempervirens L., 317 
Curcúbita, 306 Curcuma, 356 Curcuma xanthorrhiza Roxib.,

356 Cuscuta epithymum Mur., 194 Cydonia vulgaris Pers., 327 Cynara 
cardunculus L., 307
­ scolymus L., 307­308 Cynodon dactylon Pers., 175 Cynoglossum 
officinale L., 123

D Damasco, 319 Damasqueiro, 319 Daphne laureola L., 339

­ mezereum L., 342 Datura stramonium L., 339 Daucus carota L., 118
­ sativus Hayek, 315 Dedaleira, 146, 338 Dedo­de­ mercúrio, 338 
Delphinium staphisagria L., 129 Dentebrura, 156 Dente­de­leão, 277 
Descurainia sophia (L.) Web.,

144 Dictarnno­branco, 319­320 Dictárnnus albus L., 319­320 Dictamo­
branco, 319­320
­ ­de­creta, 320 Diefenbáquia, 347 Dieffenbachia picta Schott, 347 
Digital, 338 Digitalis purpurea L., 338 Dipsacus fullonum L., 109
­ sativus (L.) H onck, 109 Doce­amarga, 132
­ ­lima, 326 Dórico­da­alemanha, 80 Dormideira, 320 Drias, 131 Drosera, 
255 Drósera, 255 Drosera rotundifolia L., 255 Dryas octopetala L., 131 
Dryopteris filix­mas (L.), Schott,

156 Dulcamara, 132

E Ébulo, 133 Ecballium elaterium A. Rich., 235 Èfedra, 134 Elettaria 
cardamomum Roxib.
Maton, 353 Embude, 330, 339 Endívias, 64, 120 Endro, 135 Engatadeira, 
201 Engos,133 Énula­campana, 136 Enxofre­vegetal, 191 Ephedra distachya 
L., 134
­ sinica, 134 Epilóbio, 92, 137 Epilobium angustifolium L., 137 
Equisetum arvense L., 116 Erigeron canadensis L., 87 Eriobotryajaponica 
L., 225 Erísimo, 254 Eruca, 320 Eruca sativa Mili., 320 Erva(s)
­ ­alheira, 62, 182 ­­andorinha, 117
­ ­armoles, 311
­ ­benta, 264
­ ­britânica, 187
­ ­carapau, 259
­ ­carnuda, 116

­ carocha, 101 ­carpinteira, 216 ­carvalha, 112 ­cidreira, 211, 227, 
272, 326 ­coalheira, 138 ­da­muda, 271 ­das­abelhas, 287 ­das­azeitonas,
216 ­das­colheres, 124
­ das­ cortad elas, 216 ­das­escaldadelas, 146 ­das­galinhas, 271

­das­hemorróidas, 158
­ ­das­muralhas, 233
­ ­das­paredes, 233
­ ­das­pulgas, 303
­ ­das­verrugas, 117
­ ­da­trindade, 71
­ ­da­vida, 259
­ ­de­bicho, 239 ­­decla,338
­ ­de­fogo, 81
­ ~de­nossa­senhora, 233
­ ­de­ovelha, 276
­ ­de­santa­ana, 233

­ d e­ santa­ bárbara, 139 ­de­santa­maria, 143 ­de­sant'iago, 278 ­de­
são­cristóvão, 133 ­de­são­fiacre, 295 ­de­são­joão, 81, 181, 183,
216 ­de­são­lourenço, 101, 266 ­de­são­marcos, 275 ­de­são­quirino, 286 
­de­são­roberto, 140 ­do­bom­deus, 216 ­do­bom­pastor, 97 ­do­cardeal, 
129 ­doce, 311 ­do­coalho, 138 ­do­espírito­santo, 72 ­do­fígado, 100, 
296 ­do­orvalho, 255 ­do­pobre, 174
­ ­dos­alhos, 62
­ ­dos­bofes, 249
­ ­dos­burros, 230
­ ­dos­calos, 154
­ ­dos­cantores, 254
­ ­dos­carpinteiros, 139
­ ­dos­cavalos, 339
­ ­cios­cem­males, 141
­ ­dos­escudos, 141
­ ­dos­gansos, 78
­ ­dos­gatos, 227, 293
­ ­dos­golpes, 216
­ ­dos­gregos, 50
­ ­dos­leprosos, 297
­ ­dos­militares, 216
­ ­dos­muros, 233
­ ­dos­passarinhos, 271
­ ­dos­soldados, 216
­ ­dos­tinhosos, 90
­ ­dos­vasculhos, 170
­ ­dos­vermes, 275 ­­envenenada,338
­ ­escovinha, 75 ­­férrea, 142
­ ­formiga, 143
­ ­formigueira, 143
­ ­forte, 294
­ ­fura­paredes, 233
­ ­gateira, 227
­ ­gigante, 48
­ ­hemorroidal, 158
­ ­hepática, 50
­ ­leiteira­de­nossa­senhora,

249
­ ­lombrigueira, 306
­ ­luísa, 326
­ ­macaé, 51
­ ­mate, 357
­ ­moedeira, 197
­ ­molarinha, 162
­ ­moura, 345
­ ­moura­de­trepa, 132
­ ­noiva, 65
­ ­pombinha, 74, 162
­ ­pulgueira, 303
­ ­roberta, 140
­ ­ruiva, 306
INDICE

­ ­saboeira, 256
­ ­sagrada, 185, 296 ­­sangue,1100
­ ­santa, 262
­ ­sofia, 144
­ ­ulmeira, 287
­ ­ursa, 272
­ ­vaqueira, 327
­ ­virgem, 206 Ervedeiro, 209 Ervedo, 209 Ervilha, 229, 320­321
­ ­de­quebrar, 320
­ ­oleaginosa­do­japão, 334 Ervilheira, 320­321 Ervinha, 60 Ervodo, 209 
Eryngium campestre L., 106 Erythraea centaurium Pers., 155 ErythroxyIon 
coca Lam., 354 Escabiosa­ mordida, 218 Escalheiro, 245 Escambroeiro, 69,
147 Escambrulheiro, 245 Escancerejo, 282 Escardas, 64 Escolopendra, 192 
Escorcioneira, 120, 321 Escórdio, 145 Escovinha, 159 Escrofulária, 146 
­­nodosa,146 Escroto­canino, 268 Esfondílio, 105 Espanta­lobos, 126 
Espargo, 52, 170, 201
­ ­bravo­menor, 321
­ ­hortense, 321 Espinafre, 56, 88, 95, 219, 307,

311,313,321,339 Espinha­branca, 245
­ ­cervina, 147
­ ­de­veado, 147
­ ­sempre­verde, 89 Espinhei ro­alvar, 245
­ ­branco, 245
­ ­cambra, 147
­ ­cerval, 147
­ ­de­casca­ branca, 343
­ ­negro, 229
­ ­ordinário, 245
­ ­vinheto, 92 Espora­ dos­jardi n s, 129 Estaque, 148 Estig ma­de­ 
milho, 328 Estragão, 321­322 Estramónio, 339 Estrepeiro, 245 Ésula­
redonda, 342 Eucalipto, 149, 269 Eucaliptus, 149 Eucaiiptus globulus 
Labili., 149 Eufórbia, 347 Eufrásia, 150 Eugenia caryophy11ata Thunb.,

355 Eupatário­de­avicena, 285 Eupatória, 50 Eupatório, 50, 284
­ ­de­avicena, 284 Eupatorium cannabinum L., 284 Euphorbia marginata 
Pursh, 347
­ peplus L., 342
­ pulcherrima Wi 11 d., 347 Euphrasia officinalis L. (sensu

lato), 150 Evening star, 230 Evónimo, 151
­ ­da­europa, 151 Evonymus europaeus L., 151

Fagópiro, 335­336 Fagopyrum, esculentum Moench,

335­336 Fagus silvatica L., 152 Faia, 152
­ ­europeia, 152
­ ­preta, 153 Falsa­acácia, 46
­ ­camomila, 202 Falso­anil, 165 ­­ébano,125 ­­morangueiro, 217
­ ­sene, 126 Farpara, 286 Fava, 322
­ ­d'água, 285
­ ­da­manchúria, 334
­ ­dos­pântanos, 285 Favária­maior, 154
­ 7VUlgar, 154 Faveira, 322 Fedorenta, 320 Feijão­chinês, 334
­ ­de­trepa, 322
­ ­soja, 334 Feijoeiro, 322 Felândrio, 339 Fel­cla­terra, 155, 162 
Fenacho,60 Feno­grego, 60 Fentelha, 247 Fento­macho, 156
­ ­real, 157 Feto, 116 ­­cloce,247 ­­florido, 157 ­­macho, 156
­ ­real, 157 Ficária, 158 Ficaria ranunculoides Roth., 158 Ficus carica 
L., 322­323 Fidalguinhos, 150, 159, 210, 303
­ ­dos­jardins, 159 Figueira, 322­323
­ ­brava, 322, 339
­ ­da­europa, 322­323
­ ­de­baco, 322­323
­ ­do­egipto, 309
­ ­do­inferno, 339 Filipendula ulmaria (L.) Maxim.,

287 Filipode, 247 Flor­da­aurora, 306
­ ­da­imperatriz, 307
­ ­da­paixão, 329­330
­ ­de­hércules, 306
­ ­de­himeneu, 327
­ ­de­maio, 197
­ ­de­páscoa, 250
­ ­de­são­joão, 81
­ ­do­vento, 250 Foeniculum, vulgare (Mifl.)

Gaertn., 163 Folha­de­maio, 188 Fragária, 217 Fragaria vesca L., 217 
Framboeseiro, 160
­ ­selvagem, 45 Frango, 277 Frângula, 69 Frangula ainus Mili., 69 
Fraxinela, 319­320 Fraxinus exceisior L., 161 Freixo, 161, 162
­ ­europeu, 161 Fruto­ d e­ pitág oras, 309 Fucus vesiculosus L., 96 
Fumária, 162

Fumo­bravo, 314
­ ­da­terra, 162
­ ­de­angola, 314 Funcho, 52, 135, 163, 170, 321
­ ­bastardo, 135
­ ­d'água, 339
­ ­do­mar, 164
­ ­marinho, 164
­ ­marítimo, 164
­ ­selvagem, 338 Fúsaro, 69

G Galega, 165 Galega officinalis L., 165 Galeopse, 166 Galeopsis dubia 
Leers, 166 ­ladanum L., 166
­ tetrahit L., 166 Galião, 138 Galium aparine L., 70
­ verum L., 138 Gatinha, 167 Gatunha, 167 Genciana, 155, 168, 343
­ ­amarela, 168
­ ­das­farmácias, 168
­ ­dos­jardins, 168 Gengibre, 356 Gengivre, 356 Gentiana lutea L., 168 
Gerânio, 140 Geranium robertianum L., 140 Gervão, 296 Gervão, 296 Geúm 
urbanúm L., 264 Giesta, 169, 278 ­­brava, 169
­ ­ribeirinha, 169 Giesteira, 343
­ ­comum, 169
­ ­das­vassouras, 125, 169, 194
­ ­de­espanha, 169 Gigante, 48 Gilbarbeira, 170 Glibardeira, 52, 179, 
321 Ginjeira­galega, 316
­ ­garrafal, 316 Ginkgo, 347 Ginkgo biloba L., 347 Ginseng, 356 
Girassol, 320, 323
­ ­batateiro, 336
­ ­silvestre, 356
­ ­tuberoso, 356 Glechoma hederacea L., 181 Globulária, 171 ­­vulgar, 
171 Globularia alypum L., 171
­ turbith, 171
­ vulgaris L., 171 Glycyrrhiza glabra L., 53 Gnafálio, 73 Goiveiro­
amarelo, 172 Goivo, 182
­ ­amarelo, 172 Golfão­amarelo, 173
­ ­branco, 173 Golfo­amarelo, 173 ­­branco, 173 Golfões, 173 Gonolobus 
condurango Triana,

355 Gossypium sp., 349 Gracíola, 174 Graciosa, 174 Grama­canina, 175

458
INDICE

­­francesa, 175 Grande­absinto, 199
­ ­cicuta, 338
­ ­consolda, 128
­ _genciana, 168
­ ­lisimáquia, 198
­ _quelidónia, 117
­ ­salva, 262 Granza, 176 Gratiola officinalis L., 174 Gravatá­clo­
campo, 106 Grindélia, 356 Grindelia robusta Dun., 356 Groselheira, 261, 
342, 344
­ ­comum, 178
­ ­dos­cachos, 178
­ ­espim, 177
­ ­negra, 323, 343
­ _rubra, 178
­ ­vermelha, 178 Guaiaco, 357 Guaiacum officinale L., 357 Guarda­roupa, 
44

H Hamamélia, 357 Harnamelia virginiana L.,

357 Hamamélis, 357 Hedera, 180 Hedera helíx L., 180 Hedra, 180 Heléboro­
branco, 168 Helianthus annuus L., 323
­ tuberosus L., 336 Helianto, 323 Helleborus niger L., 342 Heloscyadium 
nodiflorum, 49 Heixina, 233 Hepática, 179 Hepatica nobilis MUL, 179 
Hera, 158, 180, 181
­ ­dos­muros, 180
­ ­terrestre, 181, 246
­ ­trepadeira, 180 Heracleum sphondylium L.,

105 Heradeira, 180 Hereira, 180 Herva­virgem, 206 Héspere, 182 Hesperis 
matronalis L., 182 Hieracium pilosella L., 238 Hipericão, 183, 246
­ ­do­gerês, 183 Hipofaé, 184 Hippophae rhamnoides L., 184 Hissopo, 58, 
185, 246, 272
­ ­das­farmácias, 185 Hordeum distichum L., 316­317
­ vulgare L., 316­317 Hortelã, 306
­ ­aquática, 323
­ ­comum, 323
­ ­crespa, 212­213
­ ­d'água, 212­213
­ ­francesa, 312
­ ­pimenta, 323­324
­ ­silvestre, 212­213
­ ­vulgar, 212­213 Hortense, 334 Humulus lupulus L., 201 Hyoscyamus 
niger L., 339 Hypericum androsaeum L.,

183 ­perforatum L., 183 Hyssopus officinalis L., 185

llangue­ilangue, 357 Ilex aquifolium L., 89
­ paraguariensis St.­Hili., 357 filicium verum Hook. f., 351 
Imperatória, 186 Imperatoria ostruthium L.,
186 Inula, 136
­ ­campana, 136 Inula helenium L., 136 Inulina, 136 Iris florentina L., 
325­326
­ germanica L., 325 ­pallida Lamk., 326 ­pseudacorus L., 196

i Jacinto­da­ índia, 72 Japecanga,2611 Jarro­clos­ campos, 342 Jasmim, 
324
­ ­de­itália, 324
­ ­trepador, 324 Jasmineiro, 161
­ ­de­espanha, 324
­ ­galego, 324 Jasminum grandiflorúm L., 324
­ odoratissimum L., 324
­ officinale L., 324 Jerimu, 306 Jerimum, 306 Jugians regia L., 329 
Juliana, 182
­ ­dos­jardins, 182 Juniperus communis L., 304
­ sabina L., 344

K Koiateira, 355 Krameria triandra Ruiz et Pav.,

359

Labaça­obtusa, 187 Labaçol, 88, 187, 271 Labresto, 189 Laburno, 125 
Laburnum anagyroides Med.,

125,169,342 Lactuca sativa L., 308­309
­ scariola L., 57, 308­309
­ virosa L., 57 Lagarinho, 69 Lamegueiro, 287 Laminaria digitata (L.) 
Lam., 188
­ hyperborea (Gunner) Foslie,

188
­ saccharina Lam., 188 Laminárias, 188 Lamium, 289 Lamium album L., 289 
Lapsana,1189 Lapsana communis L., 189 Laranjei ra­ amarga, 324, 325
­ ­doce, 313, 324 Lauréola­macha, 339 Laurus nobilis L., 200 Lavândula, 
58 Lavandula latifolia ViII., 58

­ officinalis Chaix, 58
­ stoechas L., 58 Legacão,261 Lens culinaris Med., 324­325 Lentilha, 
220, 324­325 Leonurus cardiaca L., 51 Lepidium sativum L., 327­328 
Levístico, 190 Levisticum officinale Koch,

190 Licopódio, 116, 191 Ligustrum vulgare L., 59 Lilás, 161, 325 
Lilaseiro, 325 Lilium candidum L., 307 Limoeiro, 325 Limonete, 326 
Língua­cervina, 192
­ ­de­boi, 101, 192
­ ­de­cão, 123
­ ­de­vaca, 100, 128
­ ­de­veado, 192 Linho, 193 ­­bravo, 56, 193
­ ­cânhamo­, 314
­ ­de­cuco, 194
­ ­de­raposa, 194
­ ­galego­silvestre, 193
­ ­purgante, 193 Linum angustifolium Huds., 193
­ catharticum L., 193
­ usitatissimum L., 193 Lippia citriodora L., 326 Líquen­da­islância, 
195 Lírio­amarelo, 196
­ ­amarelo­cios­pântanos, 196
­ ­bastardo, 196
­ ­convale, 197
­ ­de­maio, 197
­ ­dos­charcos, 196
­ ­dos­poetas, 307
­ ­dos­vales, 197
­ ­florentino, 325­326
­ ­germânico, 325 Lis­dos­tanques, 172 Lisimáquia, 198
­ ­vulgar, 198, 259 Lithospermum officinale L., 63
­ purpureo­caeruleum L., 63
­ ruderale L., 63 Locos­dos­jardins, 159 Loendro, 343 Loios, 159 
Lonicera caprifolium L., 203
­ periclymenum L., 203 Losna, 108, 185, 199, 306 ­­maior, 199 Loto, 130 
Lotus corniculatus L., 130 Loureiro, 200, 280, 339, 343,

344
­ ­cerejeira, 200, 344
­ ­comum, 200
­ ­dos­poetas, 200
­ ­rosa, 200
­ ­vulgar, 200 Louro, 200 Lúcia­lima, 326 Lupinus albus L. (sensu lato),

335 Lúpulo, 57, 201
­ ­trepador, 201 Luvas­de­ nossa­sen hora, 338 Lycium vulgare Dun., 343 
Lycopersicum esculentum Mil].,

334 Lycopodium clavatum L., 191 Lysimachia nummularia L., 141
­ vulgaris L., 198 Lythrum salicaria L., 198, 259

459
INDICE

M Maçã­coloquíntida, 318 Maçãzeira, 326 Maceira, 326 Macela, 104, 202, 
208, 281
­ ­dourada, 202
­ ­flor, 202
­ ­galega, 202 Macelão, 202 Macieira, 326 Maconha,314 Macumba, 313 
Madressilva, 203
­ ­das­boticas, 203
­ ­dos­jardins, 203 Mãe­de­família, 98 Magnólio, 225 Magoriça, 291 
Maias, 169 Mal­me­quer, 327 Malmequer­branco, 98
­ ­do­campo, 356
­ ­dos­brejos, 204 Malus communis Poir., 326 Malva, 66, 205
­ ­da­índia, 66
­ ­maior, 205
­ ­real, 66
­ ­selvagem, 205
­ ­silvestre, 205 Malvaísco, 66 Maiva silvestris L., 205 Malvela, 181 
Mamoneira, 332 Mamono, 332 Maná­do­brasil, 360 Mançanilha, 104 Mandobi, 
350 Mandrágora, 345 Mandragora officinarum L., 345 Manjericão, 326
­ ­grande, 326­327
­ ­roxo, 326­327 Manjerico­de­folha­grande, 326327 Manjerona, 231, 327
­ ­brava, 231
­ ­hortensis, 327
­ ­inglesa, 327
­ ­selvagem, 231
­ ­verdadeira,, 327 Manteigueira,         187 Maracujá, 329­330 
Maravilhas, 327
­ ­bastardas, 327 Marcela, 202 Margaça­das­boticas, 104 Margarida, 98 
Margaridinha, 98 Margarita, 98 Marmeleiro, 327 Marroio, 148, 206
­ ­branco, 206
­ ­de­frança, 206
­ ­fétido, 206, 207
­ ­negro, 206, 207
­ ­vulgar, 206 Marrubium vulgare L., 206 Martírios, 329­330 Mastruço, 
327­328
­ ­do­peru, 317
­ ­ordinário, 327­328 Mate, 357 Matricária, 208
­ ­vulgar, 208 Matricaria chamomilla L., 104 Medronheiro, 209
­ ­ursino, 292 Mei mendro­ negro, 123, 339

­­preto, 339 Melancia, 318 Melão, 328 Meliloto, 210 Melilotus 
officinalis (L.) Pail., 210 Melissa, 211, 214, 227
­ ­bastarda, 214 Melissa officinalis L., 211 Melitis melissophy11um L., 
214 Mendobi, 350 Menianto, 285 Mentas, 84, 135, 143, 212, 226,

265 Mentastro, 212­213 Mentha aquática L., 212­213
­ arvensis L., 212­213
­ crispata Schrad., 212­213 ­longifolia (L.) Huds., 212­213 ­piperita 
L., 323­324 ­pulegium L., 212­213 ­rotundifolia L., 212­213
­ viridis L., 212­213 Mentrastro, 212­213, 227 Menyanthes trifoliata L.,
285 Mercurial, 215, 278
­ ­dos­jardins­e­dos­campos,

215 ­­vivaz, 215 Mercurialis annua L., 215
­ perennís L., 215 Mespílus germanica L., 225 Mezerrão, 342 Mil­em­rama,
216
­ ­folhas, 216 Milfolhada, 216 Milfólio, 216 Milfurada, 183 Milhete, 328
Milho, 328
­ ­alvo, 328
­ ­de­canário, 328 ­­doce,328
­ ­grosso, 328
­ ­maês, 328
­ ­miúdo, 320, 328
­ ­miúdo­silvestre, 328
­ ­paínço, 328 Milium effusum, 328 Minuana, 230 Miosótis, 223 Mirtilo, 
75, 76 Molarinha, 162 Moleirinha, 162 Momórdica, 235 Mongariça, 291 
Moranga, 217 Morango, 217
­ ­do­campo, 134 ­­silvestre, 217 Morangueiro, 78, 217
­ ­selvagem, 278 Morrião, 345
­ ­d'água, 91 Morso­diabólico, 218
­ ­do­diabo, 218 Morte­do­diabo, 218 Morubá, 358 Morugem, 345
­ ­branca, 219 ­­verdadeira, 219
­ ­vulgar, 219 Morus alba L., 310
­ nigra L., 310­311 Moscadeira, 358 Mosqueiro, 287 Mostarda­branca, 220
­ ­negra, 220, 320
­ ­ordinária, 220 ­­preta, 144, 220 Mundubi, 350

Murta, 221
­ ­dos­jardins, 221
­ ­ordinária, 221 Murteira, 221 Murugem, 238 Musa sapientium L., 351 
Musgo­amargo, 195
­ ­branco, 61
­ ­da­córsega, 222
­ ­da­irianda, 61
­ ­da­islândia, 195
­ ­islândico, 195 Myosotis scorpioides (L.) Hili,

ssp. palustris (L.) Herm.,
223 Myristica fragrans Houtt., 334,

358 Myrtus communis (L.) Herm.,

221

N Nabo, 315, 318, 345
­ ­chinês, 332 Naná, 350 Não­me­esqueças, 223, 249 Narciso, 224
­ ­bravo, 224
­ ­dos­prados, 224
­ ­trombeta, 224 Narcissus pseudo­narcissus L.,

224 Nasturtium officinale R. Br., 49 Negrilho, 287 Nenúfar, 173 Nepeta 
cataria L., 227 Nerium oleander L., 343 Nespereira­da­europa, 225
­ ­do­japáo, 225 Nèveda,226
­ ­dos­gatos, 227, 286 Nhambuí, 273 Nicotiana tabacum L., 345 Nogueira, 
329
­ ­da­índia, 329 Norça­branca, 228
­ ­preta, 344 Noveleiro, 203, 229, 298 Noz­moscada, 334, 358 Nuphar 
luteum (L.) S. et Sm.,

173 Nymphaea alba L., 173

o Obi, 355 Ocimum basilicum L., 326­327
­ minimum L., 326 Oenanthe crocata L., 330, 339 ­pheflandrium Lamb., 339
Oenothera biennis L., 230 Olea europaea L., 329 Oliveira, 161, 329 Olmo,
287 ­­negro, 121 Onagra, 230 Ononis spinosa L., 167 Opiata­de­salornão, 
320 Orcaneta, 100 Orchis mascula L., 268 Orégano, 231 Orégã o, 272 
­­vulgar, 231 Orelha(s)
­ ­de­asno, 128
­ ­de­lebre, 238

460
­ ­de­monge, 127
­ ­de­rato, 238
­ ­de­toupeira, 219
­ ­humana, 83 Origanum dictamnus L., 320
­ majorana L., 327
­ vulgare L., 231 Orthosiphon stamineus Benth.,

354 Orvalhinha, 255 Orvalho­do­sol, 255 Orvietão, 320 Oryza sativa L., 
311 Osmunda regalis L., 157 Oubi, 355 Ourégão­vulgar, 327 Oxalis 
acetoselia L., 56

p Paciência­aquática, 187 Paeonia baetica L., 330
­ officinalis L., 330 Paliteira, 67 Palma­de­são­josé, 307 Panaceia­das­
quedas, 80 Panax ginseng C. A. Meyer, 356 Panicum miliaceum L., 328 Pã 
o­de­passarinho, 328 Papagaíto, 129 Paparraz, 129 Papaver rhoeas L., 232
­ somniferum L., 320 Papoila, 205, 232, 259, 278, 320
­ ­brava, 232
­ ­da­índia, 320
­ ­das­searas, 232
­ ­ordinária, 232
­ ­rubra, 232
­ ­vermelha, 232 Papoula, 232 Parietária, 233 Parietaria officinalis L.,
233 Pariseta, 345 Paris quadrifolia L., 345 Parreira, 336 Passifiora, 
329­330 Passifiora incarnata L., 329­330 Pastinaca sativa L., 330
­ urens Req., 330 Pastinaga, 330 Pata­de­lobo, 268 Pau­amarelo, 357
­ ­doce, 53
­ ­quássia, 357
­ ­sândalo, 359 Pé­de­galo, 20
­ ­de­gato, 73
­ ­de­leão, 234 Pegamassa, 90 ­­menor, 90 Pega­pega, 176 Pêlo­de­camelo,
216 Pensi cária­ u rente, 239 Peónia, 330
­ ­macha, 330 Pepino, 106, 164, 265, 328, 330
­ ­de­são­gregório, 235
­ ­selvagem, 235 Pequ ena­ dedal eira, 174 Pequeno­limonete, 44 Pereira,
331
­ ­selvagem­europeia, 331 Perrexil­co­mar, 164 Persea gratissima 
Gaertn., 349 Persicária­ mordaz, 239, 271
­ ­sempre­noiva, 271 Pervinca, 236

Pessegueiro, 331 Petasite, 237 Petasites fragrans (Vilars) Presl.,

237
­ hybridus (L.) Gaertn., 237 Petroselinum sativurn Hoffm.,

334 Peucedanum ostruthium Koch,

186 Peumus boldus Moi., 352 Phaseolus vulgaris L., 322 Phoenix 
dactylifera L., 360 Physalis aikekengi L., 65 Pica­folha, 89
­ ­rato, 89 Pilosela, 288 Pilriteiro, 245 Pimenta­aquática, 239
­ ­d'água, 239
­ ­da­índia, 358
­ ­do­reino, 358 Pimentão, 331
­ ­cornicabra, 331
­ ­de­caiena, 331
­ ­de­cheiro, 331
­ ­doce, 331
­ ­picante, 331 Pimenteira, 358 Pimento, 331
­ ­comum, 331 Pimpinela, 240
­ ­hortense, 240
­ ­magna, 241
­ ­menor, 240 Pimpinella anisum L., 241, 311 ­magna L., 241
­ saxifraga L., 241 Pinguícula, 242 Pinguicula vulgaris L., 242 
Pinheirinha, 116 Pinheiro, 43
­ ­bravo, 243
­ ­da escócia, 244
­ ­das­landes, 243
­ ­de­casquinha, 244
­ ­de­riga, 244
­ ­flandrês, 244
­ ­manso, 243
­ ­marítimo, 243
­ ­selvagem, 244
­ ­silvestre, 243, 244
­ ­vermelho­do­báltico, 244 Pinus pinaster Soland., 243
­ silvestris L., 244 Piper nigrum L., 358 Piretro, 332
­ ­da­dalmácia, 332 Pirliteiro, 245, 282 Pirus communis L., 331 
­piraster Burgsd., 331 Pisum sativum L., 320­321 Plantago lanceolata L.,
276
­ major L., 276
­ media L., 276
­ psyllium L., 303
­ silvestris L., 244 Poejo, 55, 212­213, 280, 320 Polígala­amarga, 246 
Polipódio, 247
­ ­do­carvalho, 247 Polygala amara L.; sin. Polygala

amarella Crantz, 246
­ senega L., 246 Polygonatum officinale Desf.,

270 Polygonum aviculare L., 271
­ bistorta L., 95
­ hydropiper L., 239
­ miteschrank, 239
­ persicaria L., 239

Polypodium vulgare L., 247 Ponciana, 347 Populus italica Moench, 121
­ nigra L., 121
­ tremula L., 153 Porro­bravo, 309 Portulaca oleracea L., 313 Potentila,
122 Potentilla anserina L., 78
­ erecta (L.) Raeusch.,

281
­ fragariastrum Ehrh., 217 ­reptans L., 122 Potincoba,239 Praz er­ das­ 
damas, 216 Primavera, 92, 152, 234,

248
­ ­dos­jardins, 248 Prímula, 248 Primula elatior Jacq., 248
­ veris L., 248 Prunela, 142 Prunus amygdalus Batsch,

310
­ armeniaca L., 319
­ avium L., 119, 316
­ cerasifera Eh rh., 310
­ cerasus L., 316
­ domestica L., 310
­ domestica L., spp. insititia

Schneid., 310
­ duracina Rchob., 316
­ gondouinii Rehder, 316 ­juliana Rchb., 316
­ laurocerasus L., 344 ­mahaleb L., 119
­ persica (L.) Batsch, 331
­ spinosa L., 45, 310 Psílio, 303 Pulitaina, 233 Pulitária, 233 
Pulmonária, 249 Pulmonaria officinalis L.,

249 Pulsátila, 250 Pulsatilia vulgaris Mili., 250 Punica granatum L., 
332­333

Quaresma, 251 Quartilho, 277 Quássia, 357
­ ­amara, 357
­ ­amarga, 357
­ ­do­surinan, 357 Quassia amara L., 358 Quebra­panelas, 291 Queiró, 291
Qu eledónia­ menor, 158 Quelidónia, 117 ­­maior, 117 Quenopódio, 143
­ ­bom­henrique, 252 Quercus coccifera L., 113
­ fruticosa B rot., 113
­ ilex L., 113 ­lusitaníca Lam., 113 ­pedunculata Ehrh., 113
­ robur L. (sensu lato), 113
­ sessilifiora Salisb., 113
­ suber L., 113 ­toza Bosc., 113 Quina­de­caiena, 358
­ ­dos­pobres, 80 ­­indígena, 68 Quineira, 358 Quinquefólio, 122
íNDICE

R Ralbaça,330 Rabanete, 332
­ ­das­hortas, 332 Rábano,332 Rabárbaro, 333 Rabeiro, 188 Rabo­de­asno, 
116
­ ­de­tou ro, 116 Rainha­dos­prados, 287 Raiz­doce, 53 Ranúnculo, 204
­ ­acre, 345 Ranunculus acris L., 345 Raphanus sativus L., var. niger

Pers,, 332
­ sativus, var. radicula Pers., 332 Rapâncio, 253 Rapúncio, 253 Ratânia,
281, 359
­ ­do­peru, 359 Rauvólfia, 359 Rauwolfia serpentina Benth,, 359 Recama, 
261 Regaliz, 53 Regaliza, 53 Regoliz, 53 Resta­boi, 167 Retama, 169 
Rhamnus cathartica L., 147 ­purshiana DC., 354 Rheum rhabarbarum L., 333
­rhaponticum L., 333 Rhus cotinus L., 347 Ribes nigrum L., 323
­ rubrum L., 178
­ uva­crispa L., 177 Richão, 254 Rícino, 332 Ricinus communis L., 332 
Rilha­boi, 167 Robínia, 46 Robinia pseudacacia L., 46 Roble, 113 Roída­
do­diabo, 218 Romã, 332­333 Romãzeira, 332­333 Romeira, 332­333 Roquete­
dos­iardins, 44 Roreia, 242, 255 Rosa(s), 323
­ ­albardeira, 330
­ ­bandalha, 274
­ ­branca, 333
­ ­canina, 274
­ ­da­provença, 333
­ ­de­alexandria, 333
­ ­de­cem­folhas, 333
­ ­de­damasco, 333
­ ­de­gueldras, 229
­ ­de­jericó, 333
­ ­de­loba, 330
­ ­francesa, 333
­ ­francesa­dobrada, 333
­ ­gálica, 333
­ ­pálida, 333
­ ­rubra, 333
­ ­vermelha, 333 Rosa alba L., 333 ­canina L., 274
­ centifolia L., 333
­ damascena Mili., 333
­ gallica L., 333 Roseira,274

­ brava­ oriental, 333 ­de­cão, 274 Rosmaninho, 58 Rosmarinus 
officinalis L., 55 Rossolis, 255

Rubia peregrina L., 176
­ tinctorum L., 176 Rubus caesius L., 273
­ fruticosus L. (sensu /aio), 273
­ idaeus L., 160 Ruilbarbos, 56, 333
­ ­selvagem, 187 Ruiva­dos­tintureiros, 176 Rumex acetosa L., 88
­ crispus L., 187
­ obtusifolius L., 187 ­patientia L., 187 Ruscus aculeatus L, 170 Ruta 
graveoIen@ L., 345

s Sabina, 344 Saboeira, 256 Saboneira, 256 Sabugueirinho, 133, 257 
Sabugueiro, 133, 203
­ ­negro, 133, 257 Saflor, 47 Salão, 154, 258
­ ­curto, 258 Sal epeira­ maior, 268 Salepo, 268
­ ­maior, 268 Salgueirinha, 198, 249, 259 Salgueiro, 108, 259
­ ­branco, 121, 260
­ ­da­babilónia, 260 Salicária, 259 Salix alba L., 260
­ babylonica L., 260 Salsa, 52, 170, 200, 316, 321,

334,339,344
­ ­da­horta, 334
­ ­de­cheiro, 334
­ ­de­jerusalém, 249
­ ­do­monte, 52
­ ­vulgaris, 334 Saisaparrilha, 359
­ ­bastarda, 261
­ ­indígena, 261 Salva, 92, 262, 322
­ ­da­catalunha, 262
­ ­das­farmácias, 262
­ ­esciareia, 263
­ ­mansa, 262
­ ­menor, 262 Salvaçào­do­mundo, 216 Salvia officinalis L., 262, 263
­ sclarea L., 263 Sambucus ebuius L., 133
­ nigra L., 257 Sanamunda, 264 Sândalo­branco, 359 Sangarinheiro, 69 
Sanguinária, 271 Sanguinha, 271 Sanguinheiro, 69 Sanguinho­de­água, 69 
Sanguisorba minor Scop., 240
­ officinalis L., 265 Sanguissorba­oficinal, 265 Sangurinheiro, 69 
Sanícula, 101, 266
­ ­dos­montes, 251
­ ­vulgar, 266 Sanicula europaea L., 266 Santalum, album L., 359 
Santantoninhas, 59 Santolina, 44 Santolina chamaecyparissus L.,

44 Santónico, 44, 222, 267

Saponária, 256 Saponaria officinalis L., 256 Sarça, 273 Sargaço­
vesiculoso, 96 Sassafrás, 360 Sassafras officinale Nees et

Elberm.,360 Sati ricão­ macho, 268 Satírio­macho, 268 Satu reja­das­ 
montanhas, 269 Satureia hortensis L., 269
­ montana L., 269 Saudades,159 Saxífraga­branca, 251
­ ­da­sibéria, 251 Saxifraga granulata L., 251
­ tridacty1ites L., 251 Scolopendrium officinale Sm.;

sin,: PhyIlitis scolopendrium (L.) Newan., 192 Scorzonera hispanica L., 
120,

321 Scrophularia aquatica L., 146
­ nodosa L., 146 Secale cereale L., 315­316 Sedum acre L., 154
­ telephium L., ssp. purpureum
Unk, 154 Segurelha, 269, 272, 280, 322 Selo­de­salornão, 270 Semenciana,
267 Sérnen­contra, 44, 267 Sem entes­de­alexandria, 267 Sempervivum 
tectorum L., 258 Sempre­noiva, 239, 266, 271
­ ­dos­modernos, 271 Sempre­verde, 200 Sempre­viva­cios­telhados, 258 
Sene,171
­ ­bastardo, 126
­ ­da­índia, 360 Senécio, 278 Seneciojacobaea L., 278
­ vulgaris L., 278 Serpão, 194, 269, 272, 280 Serpentária­vermelha, 95 
Serpil, 272 Serpilho, 272 Serpol, 272 Setaria italica P. B., 328 Sete­
em­rama, 281 Silva, 273
­ ­macha, 274 Silvâo, 274 Silybum marianum Gaertn., 107 Sinapis alba L.,
220 Sinceiro, 260 Sintro, 199 Sisymbrium officinale (L.) Scop.,

254 Smilax aspera L., 261
­ ornata Hook. f., 359 Sobreiro, 1,13 Sofia­dos­cirurgiões, 144 Soja, 
334 Soja hispida Maxim., 334 Solanum dulcamara L., 132
­ melongena L., 313
­ nigrum L., 345
­ tuberosum L., 312 Solda, 281
­ ­grande, 176 Solidago, 294 Solidago virga aurea L., 294 Sombreirinho­
dos­telhados, 127 Sombreiro, 237 Sorbus aucuparia L., 282
­ domestica L., 282 Sorveira­brava, 282
­ ­dos­passarinhos, 282

462
fNDICE

Spartium junceum L., 169, 343 Spergularia rubra (L.) J. et C.

Presi, 77 Spinacia oleracea L., 321 Stachys officinalis (L.) Trev., 93 
­palustris L., 148
­ sílvatica L., 148 Stellaria media (L.) Vili., 219 Succisa praemorsa 
(Gilib.)

Aschers; sin.: Succisa pratensis Moench, 218 Sultana, 159 Symphytum 
officinale L., 128 Syrax tonkinensis Craib, 351 Syringa vulgaris L., 325

T Tabaco,93,345
­ ­dos­saboianos, 80
­ ­dos­vosgos, 80 Taborro­de­pé, 188 Tamareira, 360 Tamarina, 360 
Tamarindeiro, 360 Tamarindo, 360 Tamarindus indica L., 360 Tamarineiro 
360 Tamo, 228 Tamus communis L., 228 Tanaceto, 222, 275 Tanacetum 
vulgare L., 275 Tanásia, 275 Tanchage,276 Tanchagens,210,276
­ ­das­boticas, 276
­ ­dos­alpes, 80
­ ­maior, 276
­ ­média, 276
­ ­menor, 276
­ ­terrestre, 276 Taráxaco, 99, 189, 277, 303 Taraxacum officinale Web. 
(sensu lato), 277 Tasna,278 Tasneira, 278 Tasneirinha, 278 Taxus baccata
L., 343 Teixo, 343 Teléfio, 154 Têucrio, 112, 145 Teucrium chamaedrys 
L., 112
­ marum L., 112
­ scordium L., ssp. palustre

Lam., 145 Thea sinensis Sims, 354 Theobroma cacao L., 352 Thuja 
occidentalis L., 336 Thymus serpy11um L. (sensu

lato), 272
­ vulgaris L., 280 Tília, 279 Tilia cordata Mili., 279 ­platyphy11os 
Scop., 279 Tojo, 169
­ ­arnal, 169 Tomate, 313, 334 Tomateiro, 334 Tomilho, 200, 269, 272, 
280, 306
­ ­ordinário, 280
­ ­vulgar, 280 Tongu,313 Topinamboi, 336 Torga­ordinária, 291 
Tormentila, 78, 281 Tormentilha, 281 Tormentina, 281

Tragopogon pratensis L., 120 Tramazeira, 282 Transagem, 276 Tremoceiro, 
335 Tremoço, 335 Trepadeira, 283
­ ­das­bolsas, 283
­ ­das­sebes, 283
­ ­dos­tapumes, 283 Três­corações, 56 Trevo, 130
­ ­aquático, 285 ­­azedo,56
­ ­cervino, 284
­ ­d'água, 285
­ ­de cheiro, 210
­ ­dos­charcos, 285 Trifólio­fibrino, 285 Trifolium L., 56 Trigo, 312, 
320, 335
­ ­dos­campos, 175
­ ­mourisco, 335­336
­ ­sarraceno, 335­336 Trigonella foenum­graecum L.,

60 Triticum aestivum L., 335 Tróculos­ brancos, 295 Tropaeolum majus L.,
317
­ minus L., 317 Tuia, 336
­ ­vulgar, 336 Tupinambo, 336 Tussilagem, 204, 205, 246, 286 Tussilago 
farfara L., 286

U Ulex europaeus L., 169 Ulgebrão, 296 Ulmeira, 287 Ulmeiro, 288
­ ­campestre, 279, 288
­ ­de­montanha, 288
­ ­pedunculato, 288 Ulmo, 287 Ulmus campestris L., 288 Umbigo­de­vénus, 
127 Umbilicus rupestris (Salisbury)

Dandy,127 Unha­de­asno, 286
­ ­de­cavalo, 286
­ ­gata, 167 Urgebão, 296 Urtica dioica L., 290
­ urens L., 290 Urtiga, 289
­ ­bastarda, 215
­ ­branca, 233, 289
­ ­maior, 290
­ ­mansa, 290
­ ­menor, 290
­ ­morta, 215 Urtigão, 290 Urze, 191, 194, 233, 291
­ ­do­monte, 291 Uva, 336
­ ­de­cão, 132, 154, 228
­ ­de­urso, 292
­ ­do­monte, 75
­ ­espim, 92

­ ­ursina, 76, 77, 292 Vaccinium myrtiltus L., 75
­ vitis­idaea L.. 76 Valeriana, 227, 293, 308
­ ­menor, 293
­ ­selvagem, 293
­ ­silvestre, 293 Valeriana officinalis L., 293 Valerianelia olitaria 
(L.) Poli.,

308 Vanila planifolia Andr., 351 Vara­de­ouro, 294 Vareque­vesiculoso, 
96 Vela­ de­ n ossa­senh ora, 295 Veratro­branco, 343
­ ­negro, 342 Veratrum album L., 343 Verbasco, 205, 295 Verbascum 
thapsus L., 295 Verbena, 296
­ ­sagrada, 296 Verbena odorata L., 296
­ officinalis L., 296 Verga­de­ouro, 294 Vergamota, 313 Vermiculária, 
154 Verónica, 91, 297
­ ­da­alemanha, 297
­ ­das­farmácias, 297
­ ­macho, 297 Veronica anagallis L., 91, 297
­ beccabunga L., 91
­ officinalis L., 297 Viburno, 298 Viburnum lantana L., 298
­ opulus L., 229
­ opulus, var. sterile DC., 229 Vicia faba L., 322 Vide, 336 ­­branca, 
299
­ ­da­judeia, 132 Videira, 336
­ ­europeia, 336 Vido, 94 Vidoeiro, 94 Vimeiro­branco, 260 Vinagreira, 
88 Vinca, 236 Vinca minor L., 236 Vinha­da­índia, 132
­ ­da­judeia, 132
­ ­do­norte, 201 Viola, 300 Viola odorata L., 300
­ tricolor L., ssp. arvensis Murr.,

71 Violeta, 71, 205, 300

­de­cheiro, 300
­roxa, 300 Virgáurea, 294 Visco, 89
­ ­branco, 301 Viscum album L., 301 Visqueiro, 89 Vulnerária, 302
Z Zabumba, 339 Zangarinheiro, 69 Zangarinho, 69 Zaragatoa, 303 Zea mays 
L., 328 Zebro, 89 Zécora, 230 Zimbro, 304, 344
­ ­comum, 304 Zingiber officinale Roscoe, 256

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