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A criança difícil

O temperamento é nato nas espécies animais, por exemplo, algumas


raças de gatos ou cachorros são mais dóceis que outras, no ser humano
o temperamento também é pré-determinado geneticamente, não é
passível de mudanças significativas, somente o caráter pode ser
moldado pelo ambiente.

Com base nessas informações notamos que algumas crianças são mais
irritáveis que outras, ou seja, seu comportamento é mais difícil. O termo
difícil não significa anormal, não é culpa dela nem dos seus pais, não são
todas iguais e muitas vezes fazem seus pais se sentirem nervosos,
inadequados ou culpados.

O comportamento dessas crianças pode criar tensões matrimoniais,


discórdias familiares, problemas entre irmãos e problemas emocionais
em si mesmas ou caso contrário, se forem bem manejadas podem
tornar-se positivas.

O temperamento é o estilo de comportamento natural da criança que


pode ser caracterizado por nove traços:

1. Nível de atividade: significa o quanto essa criança é capaz de se manter


quieta e interessada numa determinada atividade por um determinado
período. As crianças difíceis normalmente possuem alto nível de
atividade.
2. Distração: refere-se a capacidade da criança em manter-se atenta numa
atividade. Crianças difíceis muitas vezes possuem dificuldade nessa
característica.
3. Persistência: algumas crianças difíceis possuem alto nível de
persistência quando desejam algo, são muito resistente a frustração.
4. Adaptabilidade: trata-se da capacidade da criança em adaptar-se a
novos ambientes e situações, como festas, casas de amigos, escola,
restaurantes, etc. A criança difícil muitas vezes pode apresentar
resistência em situações novas.
5. Aproximação/retraimento: se refere a aproximação de pessoas estranhas
no geral. Crianças difíceis geralmente apegam-se a um adulto em
especial e recusa-se a se relacionar com qualquer outra pessoa.
6. Intensidade: é a intensidade com que os sentimentos são expressos. As
crianças intensas são aquelas que expressam seus sentimentos de uma
forma intensa, como chorar muito alto e por um longo período.
7. Regularidade: está relacionado a ciclos de sono/vigília e fome/saciedade.
Crianças difíceis podem apresentar irregularidade nesses ciclos.
8. Limiar sensorial: refere-se aos órgãos dos sentidos. Uma criança com
sensibilidade a determinadas cores pode se recusar a colocar
determinada cor de roupa. Quando a criança tem sensibilidade gustativa,
as recusas se referem a ingerir determinados alimentos. A criança com
sensibilidade tátil pode se recusar a colocar roupas novas, preferindo
sempre as velhas ou uma peça em especial. A criança com baixo limiar
auditivo pode se irritar com facilidade perante sons altos e a criança com
sensibilidade olfativa se irrita com cheiros e perfumes, essa última
característica é mais rara.
9. Humor: muitas vezes essas crianças apresentam humor irritável,
parecendo sempre estarem tristes ou infelizes.

Com base nesses nove traços, existe a criança basicamente fácil, mas
com algumas características difíceis; a criança difícil que pode causar
uma tensão sobre a mãe; a criança muito difícil que já causa uma tensão
sobre a família inteira e a criança impossível que pode chegar impedir
que a família tenha uma vida social saudável.

As crianças com alguns traços difíceis podem deixar seus pais confusos.
Quando elas são mais difíceis os pais podem se sentir culpados,
nervosos e incompetentes. No caso das crianças muito difíceis os pais se
sentem exaustos, deprimidos, preparados para combate e com
problemas no casamento.

Crianças difíceis tendem em se fechar em certos padrões de


comportamento, no entanto muitos pais também o fazem em resposta ao
comportamento difícil da criança e esse processo acaba provocando um
círculo vicioso de conflito no relacionamento. Então muitos pais se
questionam que seu filho está sendo mal e está afim de “ganhar” uma
disputa de poder.

O impacto do comportamento dessa criança espalha-se em círculos que


vão se ampliando, então a criança afeta o ambiente e é afetada por ele e
a família envolve-se num círculo vicioso. Nessas circunstâncias a criança
pode torna-se mais dependente e temerosa, apresentar pesadelos
freqüentes, sofrer de raiva prolongada, ferir a sua auto-imagem e ficar
sempre preocupada em ganhar nos jogos, muitas vezes trapaceando,
podem se tornar perfeccionistas e frustram-se facilmente. É importante
ficar claro que esse comportamento NÃO é determinado pelo
temperamento, mas é frequentemente encontrado em crianças difíceis
que não foram bem manejadas.

O temperamento se manifesta cedo e é mais uma parte da criança, não é


difícil se

• Tornar-se difícil de 18 a 24 meses;


• Em resposta a acontecimentos familiares (ex. separação);

• Algum problema orgânico (ex. autismo)

Para que uma criança difícil seja bem manejada é necessário um estudo
por um período de 10 dias. É preciso conhecer as características de cada
criança de acordo com os nove traços de temperamento e assim ocorrer
a recuperação da autoridade adulta, sair do círculo vicioso, mantendo
uma atitude neutra, pensar, avaliar e principalmente entender o
temperamento dessa criança. Assim os pais vão castigar menos
abandonando a disciplina ineficaz.

O manejo, ao contrário do castigo é usado com uma criança difícil


quando o adulto percebe que a criança “não pode evitar o que faz”, ou
seja, aquele comportamento ocorreu porque algo feriu o temperamento
da criança. A atitude dos pais nesses casos é de compreensão e apoio.

Existem diferenças importantes entre uma crise temperamental e uma


crise de manipulação (birra). A crise temperamental acontece quando
algo violou o temperamento da criança, é uma crise mais intensa que
inspira pesar. As crises de manipulação são menos intensas e são
utilizadas quando a criança quer algo apenas por desejo.

Na crise de temperamento é necessário que o adulto permaneça junto a


criança, evitar conversas longas, esperar que passe e tentar corrigir a
situação. Na crise de manipulação não há o que ceder, necessário ser
rígido e firme não valorizando o comportamento.

Portanto é muito importante conhecer a criança a fim de poder identificar


se determinada crise é temperamental ou uma crise de manipulação.
Uma vez estando claro essa diferença o manejo se torna mais eficaz e
os conflitos tendem a cessar gradualmente.

Limites na família e na escola


A educação vem mudando ao longo das últimas décadas. Na década dos
60 a educação era muito mais rígida, os pais davam castigo e criança
não tinha querer. Estudos foram feitos e se constatou que esse tipo de
educação muita castradora, acabava mantendo os pais distantes de seus
filhos. A educação rigorosa passou ser vista como causadora de traumas
infantis. Com base nesses fatos a sociedade acabou no outro extremo,
onde se viu diante de uma educação muito permissiva, sem limites e a
década de 80 novos estudos constataram que os limites, quando bem
administrados, protegem a saúde mental das crianças.
Crianças sem limites acabam por desenvolver descontrole emocional,
histeria, ataques de raiva e dificuldade crescente de aceitação de limites,
distúrbios de conduta, desrespeito aos pais, colegas e autoridades,
incapacidade de concentração, dificuldade para concluir tarefas,
excitabilidade, baixo rendimento, agressões físicas se contrariado,
problemas de conduta, problemas psiquiátricos nos casos em que há
predisposição.

Portanto hoje revendo a nova educação observou-se que é importante


impor limites sim, mas que o importante está em dosar esse limite. A
relação ficou mais democrática, criança tem querer sim. No entanto essa
educação é mais difícil de ser conferida, os pais sempre se questionam
se estão errando e onde estão errando.

Ninguém pode respeitar seu semelhante se não aprender quais são os


seus limites. Isso inclui compreender que nem sempre se pode fazer tudo
que se deseja na vida. Os pais devem ensinar as crianças a tolerar
pequenas frustrações no presente para que, no futuro, os problemas da
vida possam se superados com equilíbrio e maturidade. Desenvolver a
capacidade de adiar satisfação.

Evitar que seu filho cresça achando que todo mundo têm que satisfazer
seus mínimos desejos e, se tal não ocorrer, não conseguir lidar bem com
a contrariedade, tornando-se, frustrado e amargo. Saber discernir entre o
que é uma necessidade dos filhos e o que é apenas desejo.

Necessidade é algo que, se não atendido, pode levar o indivíduo a ter


problemas sérios no seu desenvolvimento, seja físico, intelectual ou
emocional. Desejo é vontade de possuir algo, de realizar algo, que pode
ou não ser importante para o desenvolvimento. Está vinculado ao prazer.

Dar exemplo ( quem quer ter filhos que respeitem a lei e os homens tem
de viver seu dia-a dia dentro desses mesmos princípios - ainda que a
sociedade não tenha apenas indivíduos que agem dessa forma).

Dar limites não é bater nos filhos para que ele se comporte, ser
autoritário, gritar com as crianças para se atendido, deixar de atender as
necessidades da criança. Provocar traumas emocionais (toda criança
tem capacidade de compreender um “não”, sem ficar com problemas,
desde que, evidentemente, este “não”tenha razão de ser e não seja
acompanhado de agressões físicas e morais). O que provoca traumas e
problemas emocionais é, em primeiro lugar, a falta de amor e carinho,
seguida de injustiça, violência física, que, em geral, começa com a
palmadinha leve no bumbum, humilhações e desrespeito à criança.
Como disciplinar sem bater? Premiando ou recompensando o bom
comportamento, entendendo que premiar não é obrigatoriamente “dar
coisas materiais”. Fazendo com que a criança assuma as conseqüências
dos seus atos (positivos ou negativos).

Lembrando-se de que, quando necessário, embora com autoridade e não


autoritariamente, a última palavra - deve estar claro para os filhos - será
sempre a dos pais.

Como não perder a autoridade ao disciplinar? Cumpra o que disse (seja


prêmio ou conseqüência), seja coerente (não mude de atitude). Faça
com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades.

Os pais precisam de limites pra si próprios. Jamais aplique limites a seu


filho visando ao seu próprio interesse ou prazer pessoal. Não viole
regras, isso também é falta de limites. Lembre-se: seu filho está
permanentemente aprendendo com você. Não estabeleça regras
diferentes para seus filhos. O que vale para um, vale para todos.

Nunca esqueça dos direitos dos filhos:

• Amor;

• Segurança;

• Igualdade de tratamento;

• Justiça;

• Disponibilidades de tempo dos pais.

O papel de educar as crianças é dos pais, a escola apenas reforça a


educação conferida em casa.

Dra. Avelina Maria Moraes


Psicóloga Clínica, Mestre em Ciências da Saúde pela Faculdade de
Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP) e Responsável pelo
Serviço de Neuropsicologia do Projeto “Gato de Botas” de São José do
Rio Preto (SP).

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