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CURSO DE
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
Aluno:
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CURSO DE
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
MÓDULO ÚNICO
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do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
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SUMÁRIO
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MÓDULO
O que seria interpretar a lei penal? Seria somente ler a norma? Seria retirar
da lei penal seu exato alcance e seu significado real? Sim, isso é interpretar a lei
penal? O Art. 5º da Lei de Introdução ao Código Civil (LICC) traz a resposta a esta
indagação, “a interpretação da Lei sempre deve buscar a finalidade da Norma”.
Portanto, interpretar uma norma significa captar seu significado, compreender,
esclarecer o seu sentido e sua finalidade. É importante salientar que a atividade de
interpretação da lei não pode sair do ordenamento jurídico, dissociando-se das
fontes do direito, tampouco do contexto histórico-cultural.
Para alcançar o seu fim a interpretação da lei utiliza-se de muitos métodos
ou processos, tais como:
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jurista perseguir sempre o escopo (objetivo) da lei, ou seja, o resultado prático que a
lei se propõe a realizar (a melhor interpretação é aquela feita no sentido de atender
a determinadas finalidades/necessidades). O intérprete não pode se limitar apenas
às operações de lógica, mas sim aplicar apreciações de interesse localizadas no
interior da norma. Portanto, devem levar em consideração os momentos lógicos e
teológicos da norma jurídica.
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Doutrinária ou Científica: Realizada pelos estudiosos do direito. A
Exposição de Motivos constante no Código Penal é exemplo de interpretação
Doutrinária, uma vez que não é lei.
Quanto ao resultado:
Extensiva: A lei ficou aquém da sua vontade, ou seja, a lei disse menos do
que queria. Neste caso usa-se a interpretação extensiva para ampliar o seu
significado. Exemplo: artigo 235 do Código Penal, que trata da do crime de Bigamia.
Por fim, a interpretação é um só: o que realmente difere são apenas os
métodos, pois somente no caso in concreto que o magistrado poderá preferir este ou
aquele método.
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1.2 PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DA INOCÊNCIA X PRINCÍPIO IN DUBIO PRO
REO.
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parte do Estado, sustentando-se para a interpretação e aplicação da lei penal.
Assim, definir quais são os princípios fundamentais de Direito Penal significa
determinar de que forma ele poderá interferir no conteúdo das regras jurídicas da
norma penal.
Faz-se necessário diferenciar Princípios de Direito Penal Constitucional dos
Princípios Propriamente Penais. Os primeiros estão previstos na Carta Magna
(Princípio da Legalidade, Princípio da Culpabilidade, etc), enquanto o segundo
integra o ordenamento do Direito Penal (Princípio da Reserva Legal).
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norma básica do Direito Penal. Este princípio assegura que não pode ser
considerado crime (infração penal) nem sanção penal (pena ou medida de
segurança) o fato que não estiver contido na norma.
Assinala ainda o jurista que o princípio da legalidade previsto no artigo 1º do
Código Penal Brasileiro compreende os princípios da reserva legal e da
anterioridade. Damásio de Jesus (2000) entende que no aspecto político o Princípio
da Legalidade serve como garantidor constitucional dos direitos do homem, somente
a lei pode fixar limites que destacam a atividade criminosa da legítima defesa. Não
haveria segurança ou liberdade se a lei punisse condutas consideradas lícitas e se
os magistrados punissem fatos ainda não considerados crimes pelo legislador.
Francisco de Assis Toledo, ao falar do Princípio da Legalidade, entende que
sem ele nenhum fato pode ser considerado crime e nenhuma pena criminal pode ser
aplicada sem que antes desse mesmo fato tenham sido instituídos por lei os tipos
delitivos e a pena respectiva constitui uma real limitação ao poder estatal de interferir
na esfera das liberdades individuais.
Alguns juristas entendem que o Princípio da Legalidade se desdobra em
quatro postulados:
nullum crimen, nulla poena sine lege praevia;
nullum crimen, nulla poena sine lege scripta;
nullum crimen, nulla poena sine lege stricta;
nullum crimen, nulla poena sine lege certa.
Luis Regis Prado (2008) preleciona que o Princípio da Reserva Legal possui
três Garantias:
Garantia Criminal e Penal: Não há crime nem pena sem lei em sentido
estrito, elaborada na forma constitucionalmente prevista.
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XLVIII, CF/ 88), a terceira Garantia é a da Irretroatividade (a lei penal não retroagirá,
salvo quando para beneficiar o réu, art. 5º, inciso XL, CF/88) a da Lei e sua Exceção
(em razões de política criminal).
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estabelecidos, mesmo através da analogia. A norma penal tem que ser exata,
precisa, como uma adição matemática de números inteiros, pois um fato só poderá
ser delito (criminoso) se estiver perfeitamente moldado na lei que o criou (descreve).
A lei penal não permite que uma conduta delitiva que fora cominado uma
pena seja estendida à outra por ser assemelhada. Isto ocorre em razão da lei penal
(Princípio da Legalidade), que ao frisar que não há crime sem lei que o defina exigiu
da lei a descrição da conduta criminosa com todos os elementos. A taxatividade na
descrição da conduta típica para uma exata identificação do fato, como corolário da
legalidade, proíbe, portanto, a incriminação vaga e indeterminada do fato, e se não
fosse assim a elasticidade na tipificação do fato permitiria o livre arbítrio do juiz.
Mirabete trás a lição de Silva Franco:
Cada figura típica constitui, em verdade, uma ilha no mar geral do ilícito e
todo o sistema punitivo se traduz num arquipélago de ilicitude. Daí a
impossibilidade do Direito Penal atingir a ilicitude na sua totalidade e de
preencher, através dos processos integrativos da analogia, eventuais
lacunas. (FRANCO, 1999)
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admitindo tipos genéricos. O que adiantaria exigir da lei a prévia definição do crime
se fosse permitido o uso de termos demasiadamente amplos, como por exemplo
“qualquer conduta contrária aos interesses nacionais”. Não se aplicam a crimes
culposos, em que a conduta que leva ao resultado pode ser infinitamente variável,
uma vez que o legislador não poderá descrever todas as condutas humanas que
coadunam com o tipo culposo, o que limita o legislador a dizer: “se o crime é
culposo, pena de tanto a tanto. A esses tipos penais a Doutrina definiu como
exemplo claro o crime de Homicídio Culposo (artigo 121, § 3º, do Código Penal
Brasileiro)”.
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crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”, ou
nullum crimen, nulla poena sine lege praevia.
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Ninguém pode ser punido duas vezes pelo mesmo crime;
Impedir mais de uma punição individual (pena ou agravante) pelo
mesmo fato delitivo;
Tríplice identidade entre sujeito (aquele que pratica o crime), fato e
fundamento (lei);
Serve de base à aplicação das leis penal, em especial ao concurso de
pessoas;
Fundamentação: artigo oitavo, inciso IV da Convenção Americana sobre
Direitos Humanos: “O acusado absolvido por sentença passada em julgado
não poderá ser submetido a novo processo pelos mesmos fatos”.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BITTENCOURT, Cezar Roberto. Manual de Direito Penal – Parte Geral. 7. ed. São
Paulo: Saraiva, 2002.
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal - Parte Geral. São Paulo: Saraiva,
2006.
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. 9. ed. v.1. ver. ampl. e atual. Rio de
Janeiro: Impetus, 2007.
JESUS, Damásio de. Direito Penal - Parte Geral. São Paulo: Saraiva, 1999.
LEAL, João José. Curso de Direito Penal. Porto Alegre: Sérgio Fabris, 1991.
MAGALHÃES, Edgard Noronha. Direito Penal. 30. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal - Parte Geral. 23. ed. São
Paulo: Atlas, 2006.
PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro - Parte Geral. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2008.
FIM DO CURSO
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AN02FREV001/ REV 3.0
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