Penhane BOLETIM OFICIAL DA ASSOCIAÇÃO DE APOIO E ASSISTÊNCIA JURÍDICA AS COMUNIDADES

Director Executivo: Rui Vasconcelos* Sede: AAAJC* Telefone: 20030252*Cidade de Tete* Bairro Chingodzi* Editado em Português e Inglês

AAAJC vai apoiar vitimas de devastação por elefantes

Já está terminado o projecto de apoio psico-social às
vítimas de devastação por elefantes num conflito en-
tre o homem e fauna bravia ocorrida na primeira se-
mana de Maio corrente em Moatize. A 4 de Maio, Al-
berto Cipriano, um agricultor do povoado de Minjo-
va, em Kambulatsitsi, foi morto por elefantes numa
peleja enquanto tentava repelir a sua acção de destrui-
ção da sua machamba. Fora isso, os elefantes destruí-
ram culturas e produção agrícola em celeiros em Ne-
cungas, naquele distrito. Para controlar, o governo do
distrito alocou uma arma de fogo, mas o mal, em
grande escala, estava feito afectando muitas famílias.
A Associação de Apoio e Assistência Jurídica as Co-
munidades, AAAJC, desenhou um projecto de apoio
psico-social aquelas famílias, que para além de uma
vitima mortal, registaram outros danos as sua cultu-
ras e produção agrícola. O apoio material consiste em
aliviar a pressão das famílias nas despesas financeiras
de suporte à educação dos filhos, enquanto tiverem
necessidades em compra de sementes agrícolas, para
reposição das culturas devastadas. Assim, a AAAJC
vai atribuir a cada criança em idade escolar naquelas
regiões afectadas, um kit completo de material esco-
lar, para permitir que, os pais possam comprar nova
semente agrícola, sem pressão em aquisição de materi-
al escolar. Há famílias que perderam tudo nas suas
machambas e com agravante de a invasão não ter ces-
sado ainda, pois, os elefantes continuam fazendo a sua
parte. São machambas pertencentes a Timóteo Choti,
Guerra Manuel, Wini Sucueia, Anita Wini, Dércio Cho-
ti, João Anselmo, Jacob Jhoni, Marcos Miguel, Tobias
Semente, Rita Tembenuca, Albano Massamba, Dikson
Massamba, David Bernardo, Ester Tobias, Lucinda Do-
mingos, Luísa Gassani, Mali Alberto e Ezequiel Jhone,
naquela localidade. A lição básica é que considerando
a actual taxa de crescimento da população, o cresci-
mento da demanda pelos recursos naturais, e a cres-
cente pressão pelo acesso a terra, torna-se urgente en-
contrar formas que garantam o maneio da fauna bra-
via, com impactos negativos insignificantes. Nestes
termos deve-se adoptar medidas para assegurar per-
manentemente a protecção das pessoas e seus bens,
contribuindo desta forma para a conservação e utiliza-
ção racional e sustentável da fauna bravia para o bene-
fício económico e social da presente e futura geração
dos moçambicanos.

Urge separar os locais ou habitat para a fauna bravia e humanos

A convivência entre a fauna bravia e o Homem no
Entre vários aspectos a ter em conta, na elaboração dos planos
mesmo espaço não tem sido fácil, e como os recursos
de uso da terra, destaca-se a identificação e zoneamento de
estão cada vez mais escassos, acaba sendo conflituoso.
áreas para diferentes fins como sejam, áreas habitacionais e de
Portanto, o ideal seria separar os locais ou habitat para
reassentamento, áreas de conservação, rotas migratórias, áreas
a fauna bravia das áreas onde a população humana
para agricultura e pecuária, áreas para o reflorestamento, as
vive e desenvolve as suas actividades sócio-
características dos animais envolvidos, a natureza dos danos
económicas. A concepção e definição destas áreas pode-
causados, actividades económicas existentes, a localiza-
rá ser materializada através da elaboração e implemen-
tação dos planos de uso da terra. Este processo deve ter ção, entre outros.
como princípio básico, que na zona rural a agricultura é
a alternativa preferencial de uso da terra, nas áreas com
alto potencial agrícola, e que a gestão de fauna bravia
só poderá ocorrer nas zonas de baixa aptidão agrícola.
Isto é especialmente importante para as espécies faunís-
ticas cujo impacto interfere directamente na agricultura, Parceiros:
como é o caso do elefante e do hipopótamo, na destrui-
ção de culturas e búfalos na transmissão de doenças
para o gado bovino.

Quem somos? Associação de Apoio e Assistência Jurídica as Comunidades (AAAJC), é uma organização da Sociedade Civil Moçambicana, não-governamental, sem fins lucrativos, de âmbito
nacional, fundada em 2008 e com os seus estatutos legalmente publicados em 2010 no Boletim da República nº. 2, III serie, 4º suplemento de 19 de Janeiro. A sede é na cidade de Tete.
 Penhane OFICIAL REPORT CARD OF THE ASSOCIATION FOR SUPPORT AND LEGAL ASSISTANCE TO COMUNITIES

Director Executivo Rui Vasconcelos* Sede: AAAJC* Telefone: 20030252*Cidade de Tete* Bairro Chingodzi* Editado em Português e Inglês
Edition nº82

AAAJC will support victims of elephant devastation

The project of psycho-social support for the victims of al seed without pressure on school supplies. There are
elephant devastation in a conflict between man and families that have lost everything in their fields and
wildlife that took place during the first week of May in with aggravation that the invasion has not ceased yet,
Moatize is now finished. On May 4, Alberto Cipriano, as the elephants continue to do their part. They are
a farmer from the village of Minjova in Kambulatsitsi, farms belonging to Timóteo Choti, Guerra Manuel,
was killed by elephants in a battle as he tried to repel Wini Sucueia, Anício Wini, Diércio Choti, João Ansel-
his destruction of his field. Other than that, the ele- mo, Jacob Jhoni, Marcos Miguel, Tobias Semente, Rita
phants destroyed crops and agricultural production in Tembenuca, Albano Massamba, Dikson Massamba,
barns in Necungas, in that district. To control, the dis- David Bernardo, Ester Tobias, Lucinda Domingos, Lu-
trict government allocated a firearm, but the evil, on a ísa Gassani, Mali Alberto and Ezequiel Jhone, in that
large scale, was done affecting many families. The As- locality. The basic lesson is that given the current rate
sociation for Support and Legal Assistance to Commu- of population growth, increasing demand for natural
nities, AAAJC, designed a project of psycho-social sup- resources, and increasing pressure for access to land, it
port to those families, who in addition to a deadly vic- is imperative to find ways to safeguard wildlife, with
tim, other damage to their crops and agricultural pro- insignificant negative impacts. Accordingly, measures
duction. The material support is to alleviate the pres- should be taken to ensure the permanent protection of
sure of families on the financial expenses to support people and their property, thus contributing to the
their children's education, as long as they have needs conservation, rational and sustainable use of wildlife
to buy agricultural seeds, to replace the devastated for the economic and social benefit of the present and
crops. Thus, the AAAJC will assign each school-age future generation of Mozambicans.
child in those affected regions a complete kit of school
supplies to enable parents to purchase new agricultur-

Urgent to separate sites or habitat for wildlife and humans

The coexistence between wildlife and man in the same transmission of diseases to cattle. Among several
space has not been easy, and as resources are increas- aspects to be taken into account in the development
ingly scarce, it ends up being a conflict. Therefore, the of land use plans are the identification and zoning of
ideal would be to separate the sites or habitat for wild- areas for different purposes such as housing and
life from the areas where the human population lives resettlement areas, conservation areas, migratory
and develops its socio-economic activities. The design routes, areas for agriculture and livestock, areas for
and definition of these areas can be materialized reforestation, the characteristics of the animals in-
through the elaboration and implementation of land volved, the nature of the damage caused, existing
use plans. This process should have as a basic princi- economic activities, location, among others.
ple that in rural areas agriculture is the preferred alter-
native of land use in areas with high agricultural po-
tential and that wildlife management can only occur in Partners:
areas of low agricultural ability. This is especially im-
portant for wildlife species whose impact directly in-
terferes with agriculture, such as the elephant and hip-
popotamus, the destruction of crops and buffalo in the

Who Are We? The Association for Support and Legal Assistance to Communities (AAAJC) is an mozambican Civil Society Organization (CSO) based in Tete province, non-governmental and non proffit, created in 2008 by
a group of Paralegals in natural resources and development law, formed by the Center for Legal and Judicial Training (CFJJ), now Ministry of Justice, who decided to organize themselves based on their knowledge to promote
social and economic development and respect for human rights based on observance of the principles of social justice, equity and sustainability. Its scope of action was limited to the areas of economic development and poverty
reduction in a participatory manner, legal support to communities and citizens, environmental education, conflict resolution, advocacy of public policies and human rights. In 2010, following the implementation of some initiatives
and completing the process of its constitution, the organization was formally legalized with statutes published in the Bulletin of the Republic no. 2, III series, 4th supplement of January 19, 2010.