MMAT-6 - Trincas em Juntas Soldadas

Trincas em juntas soldadas
Trincas por hidrogênio na ZTA
A ocorrência de trincas por hidrogênio requer a atuação simultânea dos seguintes

fatores:
 Presença de hidrogênio na junta soldada
 Microestrutura suscetível
martensita ( especificamente martensitas de alta dureza e frägeis )
 Tensões de tração
residuais ou de serviço
 Temperaturas relativamente baixas

- 100 0C a 200 0C
Sindo Kou , Welding Metallurgy, 2nd ed

1) γ → α + Fe3C no metal da solda
2) Difusão do hidrogênio da solda p/ a ZTA

devido sua maior solubilidade na
austenita
3) Transformação da austenita em
martensita em baixas temperaturas
4) Trincas na ZTA sob tensões de tração
Sequência de eventos que resultam na ocorrência de trincas por hidrogênio na ZTA

Trinca sob o cordão de solda na ZTA em aço

de baixa liga
Trincas de hidrogênio na ZTA de uma

solda em filete de aço SAE 1040

Tensões residuais devido à soldagem

Trincas por hidrogênio na ZTA: medindo a susceptibilidade
Montagem para o implant test

Curvas obtidas através de implant test para um aço ARBL utilizado em tubulações
Exemplo de curva de trincamento que pode ser determinada pelo implant test
Metallurgy and Mechanics of Welding, Abdelkrim Chehaibou, Jean-Claude Goussain, edited by Régis Blondeau
É aplicado apenas um passe
Montagem para o Lehigh Restraint Test

Trincas por hidrogênio na ZTA: evitando a ocorrência
Recomendações visando evitar a ocorrência de trincas por hidrogênio na ZAC:
Evitar a formação de microestrutura suscetível

- Preaquecimento/temperatura entre passes
-Aquecimento após soldagem:
- revenimento + difusão/eliminação de hidrogênio + alívio de tensões
- Revenimento pelos passes subsequentes ( sequência de passes )
Evitar a presença de hidrogênio

- Uso dos processos TIG ou MIG em preferência à soldagem com eletrodo
revestido ( SMAW ) ou swoldagem a arco com eletrodo tubular ( FCAW ).
- Evitar eletrodos com revestimento celulósico e gases de proteção contendo
hidrogênio.
- Preaquecimento de eletrodos, fluxos e peças para eliminação de umidade
Diminuir tensão de tração

- Aquecimento após soldagem: alívio local de tensões
- Eletrodos de baixa resistência
- Eletrodos de aço inoxidável austenítico Sindo Kou , Welding Metallurgy, 2nd ed
Minimizar presença do hidrogênio

Exemplo: t500 800
 5s
I – metal base escoa antes
de ocorrerem trincas na ZTA
II – trinca a ≈ 280 MPa
III - trinca a ≈ 170 MPa
LE do metal base
Na soldagem de aços estruturais, a quantidade de hidrogênio presente em 100g

the metal líquido pode atingir em média:
15 cm3 - eletrodos de revestimento rutílico
9 cm3 - fluxo em pó
7 cm3 - eletrodos de revestimento básico
4 cm3 - soldagem MIG
Granjon
GTAW
0.5Cr–0.5Mo steel
Ar-H2 shielding gas


Aquecimento após soldagem:
Evitar microestrutura suscetível
Alívio local de tensões ( 570 a 630 0C para aços carbono )

Agravantes para a formação de fases frágeis ( martensita ) na ZTA:
- Elevadas taxas de resfriamento
- Crescimento de grão da austenita na zona adjascente à
linha de fusão
Minimizaando a formação de
microestrutura suscetível ( martensita )
Influência da temperatura máxima

atingida na ZTA no tamanho de grão da
austenita ( aços contendo diferentes
tipos de precipitados )
A dissolução de carbonetos e carbonitretos

em altas temperaturas resulta no crescimento
de grão da austenita
O nitreto de titânio, bastante estável em altas

temperaturas, mostra-se mais efetivo em
evitar o crescimento de grão da austenita
Metallurgy and Mechanics of Welding, Abdelkrim Chehaibou,

Jean-Claude Goussain, edited by Régis Blondeau
Efeito do carbono equivalente na

temperatuera de preaquecimento
necessária para evitar trincas de
hidrogênio
Utilizar metodologias fornecidas na norma EN 1011-2

para obter as temperaturas de preaquecimento .

Evitando a formação de microestruturas suscetíveis: ciclo térmico na ZTA
Variação da tempertura máxima com

a distância da linha de fusão
Equipamento Gleeble utilizado na simulação de ciclos térmicos de soldagem

Curva dureza X Δt para o aço ABS DH 36

Exemplos de curvas dureza x Δt

para diversos aços estruturais
Comparação entre durezas previstas e obtidas

Trincas a frio na ZTA:
resumo
ASM Handbook – Welding, Brazing, and Soldering, Vol 6

Trincas por decoesão lamelar
Altas tensões de tração

devido a contração da solda
+
Baixa ductilidade do material
na direção da espessura
Alinhamento de inclusões
( principalmente sulfetos )

Exemplo de decoesão lamelar em uma junta soldada

com elevado nível de restrição
Exemplo de microestrutura de aço suscetível a decoesão lamelar

Estágios do desenvolvimento de uma fratura dúctil.
(a) Nucleação de microcavidades.

(b) e (c): crescimento e coalescimento das microcavidades ( dimples )
ASM Handbook – Mechanical testing, Vol 8, 9th ed .

Inclusões de sulfetos no interior dos

dimples.
Microscopia Eletrônica de Varredura,

Imagem de eletrons secundários.
5000X
Os dimples ( neste caso )

são nucleados nas inclusões
ASM Handbook, vol 11, Failure Analysis and Prevention, 9th ed

Efeito da quantidade e morfologia das partículas

de segunda fase na ductilidade dos aços
ASM Handbook – Mechanical testing, Vol 8, 9th ed .
Variação da ductilidade ( deformação na fratura ) com

a fração volumétrica de partículas de segunda fase
Trincas por decoesão lamelar: avaliando a susceptibilidade
Lehigh cantilever lamellar tearing test

Trincas por decoesão lamelar: evitando a ocorrência
Medidas para evitar trincas por decoesão lamelar:
- Utilização de aços com garantia de propriedades na direção da espessura

- controle de morfologia das inclusões
- diminuição da quantidade de inclusões
- Projetar as juntas de forma a evitar elevados níveis de tensão na direção da

espessura.
- Amanteigamento com material de baixa resistência e alta ductilidade
Consultar norma EN 1011-2

Projeto incorreto Junta menos suscetível

Amanteigamento com materiais de menor resistência

Trincas de reaquecimento
Ocorre com frequência em aços ferríticos resistentes à fluência contendo Cr, Mo e V

Ex: 0.5Cr–0.5Mo–0.25V, 0.5Cr–1Mo–1V, 2.25Cr–1Mo
Reaquecimento a temperaturas entre 550 e 650 0C

Evitar trincas por hidrogênio
CS =%Cr + 3.3 x (%Mo) + 8.1 x (%V) – 2

CS >0 material suscetível

Trincas de reaquecimento
A trinca se propaga pelo contorno de grão da austenita ( Aço Cr-Mo-V )

Trincas de reaquecimento: evitando a ocorrência
apenas um passe múltiplos passes

Trincas de reaquecimento:
diferença entre passe único e
múltiplos passes.
Aço ferrítco 2.4Cr–1.5W–0.2V .

Trincas de solidificação
Ocorrem geralmente nos estágios finais da solidificação nos quais verifica-se:
-Tensões de tração
- contração de solidificação
- contração térmica
- nível de restrição
- Presença de um filme líquido contínuo interdendrítico
- fração solidificada próxima a 1
UCS = units of crack susceptibility
UCS = 230C* + 190S + 75P + 45 Nb – 12.3Si – 5.4Mn - 1 UCS < 10 → alta resistência a trincas
sendo C* = 0.08 se C < 0.08% e C* = C se C > 0.08%. UCS > 30 → baixa resistência a trincas
Faixa de composições de validade: C<0.23%; S 0.010-0.050%; P 0.010-0.045%; Si 0.15-0.65%;

Mn 0.45-1.6%; Nb<0.07%; Ni <1%; Cr <0.5%; Mo <0.4%; V <0.07%; Cu <0.3%; Ti <0.02%; Al
<0.03%; B <0.002%; Pb <0.01%; Co<0.03%.
Norma EN 1011 - 2

Exemplo de trinca de solidificação

GTAW
Aço inox AISI 308
MEV – imagem de
eletrons secundários
Exemplo de trinca de solidificação. Observa-se a morfologia

das dendritas do metal da solda na superfície da fratura
Metal da solda = metal de adição + metal base ( diluição )
Fatores metalúrgicos:
- Faixa de temperaturas de solidificação

- efeito de S e P ( FeS )
- Quantidade e distribuição da fase líquida nos estágios finais de solidificação
- Tensão superficial da interface sólido-líquido
- Morfologia e tamanho dos grãos.

Trincas de solidificação: fatores metalúrgicos

Efeito da quantidade e distribuição da fase líquida nas etapas finais de solidificação



Efeito da tensão superficial da interface sólido-líquido

Efeito da morfologia e tamanho dos grãos
Ligas de alumínio Aço inoxidável austenítico

trinca na linha central ( centerline )

Trincas de solidificação: fatores mecãnicos
Efeito do nível de restrição
A trinca ocorreu no segundo passe quando era maior a restrição

Efeito da geometria do cordão

Trincas de solidificação: minimizando a ocorrência
Controle de composição
do metal da solda

Controle de composição
Soldagem de aços de alto carbono do metal da solda
Amanteigamento com aço

inoxidável austenítico na
soldagem de aços com
elevado teor de carbono

Efeito benéfico da oscilação do arco
Sem oscilação do arco Oscilação transversal – 20 Hz
GTAW
Liga de alumínio: 5052
Trincas de solidificação: avaliando a susceptibilidade
Varestraint test
Aço inoxidável ferrítico submetido ao

Montagem para realização do test: Varestraint test
a) solicitação longitudinal
b) solicitação transversal
Varestraint test
Varestraint test
solicitação transverasal
Varestraint test
Índice de avaliação:
- comprimento máximo de trinca

- comprimento total das trincas
- número de trincas
Utilização do Varestraint test para comparar a susceptibilidade à

trincas de solidificação de diferentes materiais
Houldcroft test Índice de avaliação: tamanho da trinca
Ensaio realizado em liga de alumínio

Apenas um passe ( bead on plate )
com penetração total

Trincas de solidificação: resumo

Trincas por liquação
Ocorrem na ZTA na zona adjacente à linha de fusão

- temperaturas na faixa de solidificação do material
- favorecida por longos períodos de permnência nesta temperatura
Microsegregação de elementos que propiciam a formação de compostos de

baixo ponto de fusão
Tensões de tração associadas ao resfriamento

Trinca por liquação em liga de alumínio 6061

Trinca por liquação em liga de alumínio 2219

metal de adição: 1100

Trincas na região parcialmente fundida na ZTA
1) Acumulação de hidrogênio vindo da

solda nos filmes líquidos que se
formam nos contornos de grão na
ZTA
2) Solificação
3) Fragilização dos contornos devido a
supersaturação de hidrogênio e
segregação de impurezas
Trinca por hidrogênio associada à formação de

filmes líquidos na ZTA. Aço HY 80

Trincas por liquação: evitando a ocorrência
Metal de adição
Ts solda < Ts metal base
Metal base
Controle de impurezas: S, P ( no caso dos aços )
Insumo de calor
Efeito no tamanho da zona parcialmente fundida
Trincas por liquação: resumo

Bibliografia
Welding Metallurgy, Sindo Kou
Metallurgy and Mechanics of Welding, edited by Régis Blondeau
ASM Handbook, vol 1: Properties and Selection: Irons, Steels, and High-Performance Alloys
vol 6: Welding, Brazing, and Soldering
Normas
EN 1011: Welding - Recommendations for welding of metallic materials
Part 1: General guidance for arc welding
Part 2: Arc welding of ferritic steels
EN ISO 13916: Welding – Guidance on the measurement of preheating temperature, interpass
temperature and preheating maintenance temperature

MMAT-6 - Trincas em Juntas Soldadas

Caricato da

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Trincas por hidrogênio na ZTA

A ocorrência de trincas por hidrogênio requer a atuação simultânea dos seguintes

 Presença de hidrogênio na junta soldada

 Temperaturas relativamente baixas

Sindo Kou , Welding Metallurgy, 2nd ed

1) γ → α + Fe3C no metal da solda

2) Difusão do hidrogênio da solda p/ a ZTA

4) Trincas na ZTA sob tensões de tração

Sequência de eventos que resultam na ocorrência de trincas por hidrogênio na ZTA

Sindo Kou , Welding Metallurgy, 2nd ed

Trinca sob o cordão de solda na ZTA em aço

Trincas de hidrogênio na ZTA de uma

Sindo Kou , Welding Metallurgy, 2nd ed

Tensões residuais devido à soldagem

Montagem para o implant test

Sindo Kou , Welding Metallurgy, 2nd ed

É aplicado apenas um passe

Montagem para o Lehigh Restraint Test

Sindo Kou , Welding Metallurgy, 2nd ed

Recomendações visando evitar a ocorrência de trincas por hidrogênio na ZAC:

Evitar a formação de microestrutura suscetível

Evitar a presença de hidrogênio

Diminuir tensão de tração

Minimizar presença do hidrogênio

Minimizar presença do hidrogênio

Na soldagem de aços estruturais, a quantidade de hidrogênio presente em 100g

Minimizar presença do hidrogênio

Sindo Kou , Welding Metallurgy, 2nd ed

Minimizar presença do hidrogênio

Sindo Kou , Welding Metallurgy, 2nd ed

Sindo Kou , Welding Metallurgy, 2nd ed

Influência da temperatura máxima

A dissolução de carbonetos e carbonitretos

O nitreto de titânio, bastante estável em altas

Metallurgy and Mechanics of Welding, Abdelkrim Chehaibou,

Efeito do carbono equivalente na

Utilizar metodologias fornecidas na norma EN 1011-2

Sindo Kou , Welding Metallurgy, 2nd ed

Variação da tempertura máxima com

Equipamento Gleeble utilizado na simulação de ciclos térmicos de soldagem

Curva dureza X Δt para o aço ABS DH 36

Exemplos de curvas dureza x Δt

Comparação entre durezas previstas e obtidas

ASM Handbook – Welding, Brazing, and Soldering, Vol 6

Altas tensões de tração

Sindo Kou , Welding Metallurgy, 2nd ed

Exemplo de decoesão lamelar em uma junta soldada

Exemplo de microestrutura de aço suscetível a decoesão lamelar

Sindo Kou , Welding Metallurgy, 2nd ed

Estágios do desenvolvimento de uma fratura dúctil.

(a) Nucleação de microcavidades.

ASM Handbook – Mechanical testing, Vol 8, 9th ed .

Inclusões de sulfetos no interior dos

Microscopia Eletrônica de Varredura,

Os dimples ( neste caso )

ASM Handbook, vol 11, Failure Analysis and Prevention, 9th ed

Efeito da quantidade e morfologia das partículas

Variação da ductilidade ( deformação na fratura ) com

Lehigh cantilever lamellar tearing test

Medidas para evitar trincas por decoesão lamelar:

- Utilização de aços com garantia de propriedades na direção da espessura

- Projetar as juntas de forma a evitar elevados níveis de tensão na direção da