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GRUPO I
PARTE A
Portugal Futuro
3. Avance uma explicação para o uso da minúscula no nome do país, para a ausência de
pontuação e para a circularidade do poema.
4. Identifique no poema uma característica épica e outra lírica e transcreva, para cada caso,
um exemplo.
PARTE B
Leia o texto.
PARTE C
Escreva uma breve exposição onde demonstre o modo subjetivo como dois autores
estudados no Ensino Secundário apresentam a realidade ou o meio circundante.
2. No segundo parágrafo, o autor estabelece uma comparação entre os atuais teenagers e a sua
geração para
(A) evidenciar comportamentos e/ou atitudes distintos.
(B) destacar a destreza tecnológica dos primeiros.
(C) relevar o caráter salutar da convivialidade.
(D) mostrar o tipo de entretenimento dos mais jovens.
3. A expressão “que nos hão de deixar boquiabertos” (l. 17), no contexto, significa
(A) em silêncio.
(B) espantados.
(C) taciturnos.
(D) desconfiados.
4. Da primeira para a segunda situações referidas em “Não sei como serão daqui a uma ou a duas
dezenas de anos” (ll. 22-23) estabelece-se uma relação temporal de
(A) posterioridade.
(B) simultaneidade.
(C) anterioridade.
(D) possibilidade.
5. Os processos de formação das palavras “foto” e “storie” (ll. 11-12) são, respetivamente,
(A) derivação e empréstimo.
(B) truncação e empréstimo.
(C) truncação e composição.
(D) amálgama e parassíntese.
6. Nas expressões “que me causou arrepios” (l. 1) e “e pôr-nos a pensar” (l. 17), os pronomes
pessoais desempenham as funções sintáticas de
(A) complemento direto, em ambos os casos.
(B) complemento indireto, em ambos os casos.
(C) complemento direto e de complemento indireto, respetivamente.
(D) complemento indireto e de complemento direto, respetivamente.
GRUPO III
O autor do texto do Grupo II afirma: “Não sei como serão daqui a uma ou a duas dezenas de
anos estes nativos digitais, mas uma coisa não é difícil de antecipar: serão muito mais
socialmente inábeis.” (ll. 22-24).
No seu texto:
explicite, de forma clara e pertinente, o seu ponto de vista, fundamentando-o em dois
argumentos, cada um deles ilustrado com um exemplo significativo;
utilize um discurso valorativo (juízo de valor explícito ou implícito).
FIM
COTAÇÕES
Item
Grupo
Cotação (em pontos)
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
I
16 16 16 8 16 16 16 104
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
II 8 8 8 8 8 8 8 56
(4+4)
III Item único 40
TOTAL 200
Parte A
1. Geograficamente, Portugal situa-se a leste de Espanha e tem a oeste o mar (“ter a oeste o mar e a
espanha a leste”); é um país pequeno e tem a forma de um sável (“e me parece que se chama sável”,
“é essa a forma do meu país”). Socialmente, é uma nação que carece de liberdade, uma vez que só
no Portugal futuro “o puro pássaro é possível”, e o simples facto de poder “ouvir as horas do relógio
da matriz” no futuro fá-lo-á recordar, de novo, a dureza do país (“mas isso era o passado e podia ser
duro”).
2. Para o sujeito poético, no Portugal futuro, aquele que idealiza, o “puro pássaro”, metáfora da
liberdade, será possível, e essa metáfora surge associada ao vocábulo “crianças” que,
simbolicamente, remete para a ausência de limites, para a insubmissão. Por isso, é delas que
depende “a forma do [seu] país” já que elas “desenharão a giz” esse formato sobre “o leito negro do
asfalto”. Será, nesse espaço a edificar, que o sujeito poético encontrará o seu “portugal” e “lá [será]
feliz”.
3. A não utilização da maiúscula no nome “Portugal” permite acentuar o caráter negativo que o sujeito
poético atribui à situação do Portugal “do passado”. Esse portugal é uma abstração, uma ausência
das propriedades específicas de um país.
Pela mesma razão, a construção do poema é feita sem sinais de pontuação, com exceção do ponto
final que o encerra. E o mesmo justifica o uso de uma única estrofe, que traduz um cumular gradual
de todos os versos, balizados pela repetição do próprio título no início do primeiro verso e no fim do
último, criando uma circularidade.
4. A característica épica é visível na possibilidade que o sujeito poético vê de edificar um Portugal livre,
onde ele e os outros possam ser felizes (“e na avenida que houver à beira-mar / pode o tempo
mudar será verão”). A dimensão lírica resulta da perspetiva subjetiva do “eu” bem como do desejo
que manifesta na construção de um novo país, salientando-se o uso da primeira pessoa em “Gostaria
de ouvir as horas do relógio da matriz”.
PARTE B
5. Perante a pergunta colocada pela companheira de percurso do narrador, este acaba por levar a cabo
uma longa reflexão, lembrando que já outros lha tinham posto e só agora essa questão merecia, da
sua parte, um entendimento, procurando no presente e nele próprio a resposta. Por isso, são vários
os momentos em que as suas dúvidas transparecem, como se percebe pelas afirmações onde surge
o advérbio “talvez” (“Os princípios do senso da justiça talvez tivessem envelhecido”, linhas 11-12 e
“Talvez então seja possível a outros meterem em leis o que gelou do meu esforço.”, linhas 13-14).
Também a resposta com outra pergunta (“‒ Como explicar-te porque parti?”, linha 25) comprova
que tinha dificuldade em saber a razão da sua partida, depreendendo-se, no entanto, que o que
desencadeou essa partida foi a ânsia de conhecer e de testar as suas convicções (“Por mais que eu
queira, quando sei por dentro que uma coisa está certa, eu tenho de saber que está certa. E ainda
que os outros saibam que está errada, isso não me ajuda.” – linhas 28-29), parecendo haver
múltiplas justificações que se prendem com a sua própria essência (“As razões são tanto o que
somos, que só nascendo outra vez as poderemos renegar.” – linhas 31-32).
6. Logo na linha 2 surge uma personificação, concretamente em “A aldeia estava no fundo, quieta, sem
respirar”, onde o espaço ganha vida e propicia a reflexão que o narrador vai encetar. A expressão
“eu não achei uma sombra para me esconder”, linha 7, assume, neste contexto, um valor
metafórico, dado que remete para a necessidade de encontrar uma resposta para a pergunta “tão
clara” que lhe fora colocada. Para além destes recursos expressivos, surge ainda um eufemismo em
“Hei de um dia tombar e arrefecer”, linha 13, que remete para a ideia de morte, de fim; é ainda
PARTE C
7. A realidade circundante ou o meio envolvente são frequentemente captados de forma subjetiva,
uma vez que o estado de espírito daquele(s) que os observa(m) atua de forma insistente no modo
como os percecionam.
Se pensarmos na forma como a cidade é captada por Cesário Verde em “O sentimento dum
ocidental”, facilmente se percebe a forte subjetividade do “eu” deambulante que a vê
disforicamente e a retrata como palco de injustiças e de desigualdades, onde o ambiente é descrito
também como sombrio e nauseabundo, e isto porque se sente aí enclausurado. Para além de Cesário
Verde, também Manuel da Fonseca em “Sempre é uma companhia” vê o Alentejo, e em particular a
aldeia de Alcaria, como um espaço de solidão, provocado pelo isolamento, com reflexos diretos
naqueles que aí habitam e cujos comportamentos evidenciam um caráter solitário e a tristeza em
que vivem. Mas já Camões, no século XVI, transpunha para a Natureza o seu estado de alma, dando-
-nos dela uma imagem ora paradisíaca ora dantesca, espelhando os seus sentimentos.
Deste modo, é possível confirmar-se que a subjetividade está presente no retrato da realidade que
muitos autores fazem nas obras que escreveram. [192 palavras]
GRUPO II
1. D; 2. A; 3. B; 4. C; 5. B; 6. D
7. a. Oração subordinada adjetiva relativa restritiva.
b. Oração subordinada substantiva completiva.
GRUPO III
Viver em sociedade ou em comunidade é aquilo que se espera de qualquer ser humano, sendo uma
tarefa que exige de cada um de nós um conjunto de saberes que resultam das aprendizagens que
fazemos não só em ambiente escolar mas também no contacto que estabelecemos com os outros.
Efetivamente, e apesar de todos termos consciência de que a sociedade condiciona os nossos
comportamentos e molda a nossa personalidade, a verdade é que atualmente vivemos de costas
voltadas uns para os outros e, por isso, estamos cada vez mais solitários. De facto, vivemos mais
fechados sobre nós mesmos e procuramos apenas satisfazer os nossos desejos, privilegiamos os bens
materiais, ignorando aqueles que necessitam da nossa ajuda e da nossa solidariedade. Por isso, é
comum viver-se num prédio de vários andares e não se conhecer qualquer vizinho. Saímos e entramos
em casa sem olhar em redor e impedimos que as crianças convivam umas com as outras, como outrora
se fazia.
Para agravar este isolamento, surgem as novas tecnologias, que nos prendem durante horas em
frente a um computador, a um telemóvel ou a um tablet e nos fazem esquecer o que está à nossa volta,
inclusive as crianças que reclamam a nossa atenção e que nós calamos pondo-lhes um jogo num
qualquer aparelho eletrónico para não sermos incomodados. Logo, não é de estranhar que as escolas
sejam agora locais por onde andam disseminados os alunos, arrastando-se com os telemóveis pelos
corredores ou pelos recreios, anteriormente espaços de convívio, de partilha de ideias ou de opiniões,
através das quais aprendiam a argumentar e a respeitar os outros, exercitando a tão reclamada
cidadania. Convém, todavia, não esquecer que foram os adultos que incrementaram essa solidão,
impedindo os mais pequenos de brincar em espaços públicos ou com outras crianças, usando o
argumento de a sociedade ser cada vez mais violenta.
Em suma, talvez esteja na hora de mudar comportamentos e de pensar se o aumento da violência
não terá sido gerado pelas nossas atitudes egocêntricas, que nos impedem de conhecer outros e de
aprender a lidar com a heterogeneidade social.
[350 palavras]