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Cenários de resposta

Exame-tipo “Poetas contemporâneos e Amor de Perdição”

Grupo I – Parte A
1. O amor é visto de diferentes formas, por vezes até contraditórias. Nesse sentido, uma das aceções que
o amor assume é a de amor-paixão – “desenhado / a fogo”; “amor que me destrói” –, esse amor arrebatador
e que tudo consome. Por outro lado, este sentimento é também entendido como amor-redenção – “não
há desastre / de onde não possa ainda erguer-me” –, já que é origem de sofrimento, mas também de
esperança.
(Outra aceção possível seria: amor-vassalagem – “nem eu já sei / outra forma de ser e de encontrar-me”).

2. Através da anáfora – “só a ti canto” –, o sujeito poético enfatiza a importância do interlocutor das suas
palavras – o amor. Assim, ao elevar este sentimento, realçado pelo recurso ao advérbio “só”, o ”eu” lírico
prova que o amor, embora seja um fogo avassalador, é essencial enquanto fonte de sentido para a vida.

3. Na última estrofe, o sujeito lírico conclui que o amor é fonte de contradições, visto que, ao mesmo
tempo em que destrói é igualmente purificador e capaz de recriar o mundo. O amor surge, então, como
redenção, capaz de salvar e de permitir o renovado encontro com a face do ser amado.

Grupo I – Parte B
4. Teresa é uma jovem perspicaz, pois percebe o modo como a hipocrisia social potencia a mentira e a
falsidade – “Teresa adivinha que a lealdade tropeça a cada passo na estrada real da vida, e que os
melhores fins se atingem por atalhos onde não cabem a franqueza e a sinceridade”.
Para além disso, apresenta-se determinada em seguir o seu coração, o que a leva a opor-se a seu
pai, preferindo a morte a casar com o seu primo – “Meu pai… – continuou ela, chorando, com as mãos
erguidas – mate-me; mas não me force a casar com meu primo! É escusada a violência, porque eu não
caso!…”.
Finalmente, revela um grande autodomínio, porque não chora quando o pai a amaldiçoa – “Teresa
ergueu-se sem lágrimas, e entrou serenamente no seu quarto”.

5. O comportamento da heroína romântica confirma os ventos de mudança que sopram na novela.


Efetivamente, Teresa, ao recusar aceitar a vontade paterna, revela-se insubmissa e rebelde, recusando
seguir o caminho que o seu pai para ela traçou. Esta atitude transgressora desafia tudo o que era
expectável na época e revela uma jovem crente no casamento por amor, o que é um sinal da mudança
dos tempos e das convenções sociais da época. Deste modo, é feita uma crítica a uma sociedade
retrógrada e feita de desigualdades, especialmente sociais, para além da crítica familiar, com os
casamentos por conveniência e com a imposição da autoridade paterna.

Grupo II
1. (A).
2. (B).
3. (C).

CPEN-P12 © Porto Editora 1


4. (B).
5. (D).
6. (D).
7. (B).
8. Predicativo do sujeito.
9. Modalidade epistémica, valor de certeza.
10. Composição.

Grupo III
Ricardo Reis reconhece a inexorabilidade da passagem do tempo, tendo plena consciência da dor
provocada pela natureza efémera do homem.
Consciente do poder implacável do Destino (fatum), que condiciona a existência humana como uma
mera passagem, tendo como fim a morte (“passamos como um rio”), Reis é defensor de uma filosofia de
vida estoico-epicurista, capaz de conduzir o homem numa vivência sem inquietações e sem angústias, e
aceita o destino que lhe é imposto, contentando-se em gozar a vida moderadamente e através do
exercício da razão. Para tal, sugere um esforço de autocontrolo que evite as paixões que acarretam
sofrimento. Vivendo o momento presente e acreditando no poder da razão, transfigura-se a emoção em
indiferença “sem amores, sem ódios, nem paixões que levantem a voz”, deixando fluir o tempo, cuja
passagem é simbolizada pela passagem das águas do rio.
Como só o momento presente nos pertence, cabe ao homem viver esse momento (carpe diem) e,
por esse motivo, Reis revela, na sua poesia, a profunda e serena mágoa, resultante da consciência do
poder devorador do tempo.
Dado que “Amanhã não existe”, Ricardo Reis consegue a felicidade pela ataraxia – “mais vale saber
passar silenciosamente / e sem desassossegos grandes” – e pela aceitação da morte e do destino – “nada,
salvo o desejo de indif’rença / E a confiança mole / na hora fugidia”.

(220 palavras)

CPEN-P12 © Porto Editora 2

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