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Salmo 101

Leitura do texto
1 Cantarei a misericórdia e o juízo; a ti, SENHOR, cantarei. 2 Portar-me-ei com
inteligência no caminho reto. Quando virás a mim? Andarei em minha casa com
um coração sincero. 3 Não porei coisa má diante dos meus olhos. Odeio a obra
daqueles que se desviam; não se me pegará a mim. 4 Um coração perverso se
apartará de mim; não conhecerei o homem mau. 5 Aquele que murmura do seu
próximo às escondidas, eu o destruirei; aquele que tem olhar altivo e coração
soberbo, não suportarei. 6 Os meus olhos estarão sobre os fiéis da terra, para
que se assentem comigo; o que anda num caminho reto, esse me servirá. 7 O
que usa de engano não ficará dentro da minha casa; o que fala mentiras não
estará firme perante os meus olhos. 8 Pela manhã destruirei todos os ímpios da
terra, para desarraigar da cidade do Senhor todos os que praticam a iniquidade.
ACF

O Saltério é uma coleção de 150 poemas, de tamanho, métrica e estilo


variados. Como agora arranjados ele está dividido em cinco livros (1-41; 42-72;
73-89; 90-106; 107-150).
Embora haja toda essa diversidade nos Salmos, conseguimos encontrar
uma argumento lógico que estrutura e alicerça todo o Saltério.
Essa estrutura é representada por 2 Pilares Essenciais: A Lei (Sl 1) e o
Messias (Sl 2). É interessante notarmos que esses dois Salmos (1 e 2) são os
únicos que não são, a eles, atribuído autoria. É como se o Sl 1 e o Sl 2 servissem
de argumento para todos os outros Salmos.
O que expõe esses dois Salmos? Uma síntese da Redenção.
Perceba: Sl 1= Justo X Ímpio (v6 – “Pois o SENHOR cuida* do caminho
dos justos, mas o caminho dos ímpios leva a destruição!” Já o Sl 2= Ímpios X
Messias (v12 – “Beijem o filho, para que ele não se ire e vocês não sejam
destruídos de repente...” Outra coisa que chama atenção é que o início do Sl 1
e o fim do Sl 2 terminam com a mesma expressão: “Como são felizes...”
É interessante notarmos que no primeiro livro do Saltério (1-41) é posto o
conflito entre o justo e o ímpio, sendo que o Messias venceu e reina sobre todos
os povos. No segundo livro do Saltério (42-72) nos apresenta a comunicação do
Reino do Senhor e o chamado ao arrependimento. No terceiro livro do Saltério
(73-89) nos apresenta o período da devastação.
O Salmo 101 encontra-se no 4º livro dos Saltérios. Nessa porção,
encontraremos as declarações da realidade que Deus é governante de todo
universo, que reina sobre toda criação.
Embora não possamos afirmar que todos os Salmos que carregam a
sobrescrição “de Davi”, sejam de fato estritos por Davi, bem como os que não
carregam essa sobrescrição não possam ter sido escrito por ele, esse Salmo é
um dos que são atribuído a Davi, na verdade, ao Rei Davi.
Essa afirmação de Davi como Rei

O Salmo 101 também trata de um voto que transforma quem o faz em


uma pessoa melhor e em alguém confiável e fiel. Seu título deixa clara a autoria:
“Cântico de Davi” (ledawid mizmôr). O que não fica clara é a ocasião em que o
salmo foi composto, apesar de ser nítido que seu compositor já vivia na função
de rei – o salmista demonstra ter poder para executar juízo (vv.5,8) e ter gente a
seu serviço (v.6). Outra indicação é que o local do trono parece ser Jerusalém e
não Hebrom – é muito forte essa sugestão a partir da menção da “cidade do
Senhor” (v.8). O início do reinado de Davi em Jerusalém (1004 a.C.) – depois de
reinar sete anos em Hebrom – parece ser uma data compatível com a mensagem
desse salmo, já que nele aparecem os propósitos e os votos do salmista de agir
como um líder fiel a Deus na sua inteira dependência. Desse modo, o rei Davi,
desejoso de servir o Senhor, faz-lhe seis votos.

O primeiro voto de Davi ao Senhor é encarecer a retidão do caráter divino


(v.1). Ele inicia seu canto com uma frase que é possível traduzir interpretando
os verbos no tempo futuro – seguindo a Septuaginta. Entretanto, seria injusto
com o salmista imaginá-lo fazendo afirmações arrogantes sobre um futuro que
ele não controla – já que não é assim que ele coloca a questão. Usando, no início
do salmo, um modo verbal chamado “coortativo” – que tem a função de um
imperativo da primeira pessoa –, ele demonstra seus propósitos, ou seja, aquilo
que ele deseja fazer e que, diante de Deus, assume como objetivo a ser
buscado: “Que eu cante a lealdade e a fidelidade! Que eu faça músicas para ti,
ó Senhor!” (hesed-ûmishpat ’ashîrâ leka yehwâ ’azammerâ). O que parece, a
princípio, apenas um ato de louvor, assume um novo caráter quando exposto ao
restante do salmo. A primeira palavra, “lealdade” ou “amor leal” (hesed), aponta
para a fidelidade de Deus para o compromisso assumido com seus servos, com
quem entrou em aliança, e com seu povo que escolheu e lhe designou o futuro.
A segunda palavra, “juízo” ou “decisão justa” (mishpat), expressa o desalinho de
Deus com tudo o que é mau, além da sua iniciativa de punir o erro e promover o
bem. Como era exatamente esse o modo de proceder que Davi queria, cantar
tais valores do caráter divino era mantê-los diante de si para que os imitasse,
além de transmitir e ensiná-los ao povo de Israel.

O segundo voto de Davi é seguir o caminho da perfeição (v.2). O rei coloca


diante de Deus mais um propósito: “Que eu preste atenção ao caminho da
integridade” (’askîlâ bederek tamîd). “Integridade” ou “inteireza” contêm a ideia
de ser cheio do bem e de buscar a perfeição. É claro que Davi não se via como
uma pessoa perfeita. Por esse motivo, introduz uma frase parentética na qual
expressa sua dependência de Deus para tanto: “Quando tu virás a mim?” (matay
tavô’ ’elay). Essa pergunta equivale a dizer “por favor, dá-me forças para isso”.
Com tal dependência em mente, Davi muda o modo dos seus verbos do
coortativo para o tempo futuro e, confiado no auxílio divino e sem parecer
arrogante, diz: “Procederei com coração reto no interior da minha casa” (’ethallek
betam-levavî beqerev bêtî). O que ele tinha em mente não era um modo público
de proceder a fim de mostrar algo aos outros. A perfeição que tinha em mente
começava em sua vida particular, dentro da própria casa, onde o público não o
via.

Seu terceiro voto é manter a separação daquilo que é mau (vv.3,4). Os


votos do rei não eram palavras vazias, mas propósitos que teriam implicações
práticas (v.3): “Não porei diante dos meus olhos coisa alguma que seja perversa”
(lo’-’ashît leneged ‘ênay devar-belîya‘al). Esse é um voto de ser criterioso e de
não fazer “vistas grossas” a coisas que são ruins ou cuja maldade é camuflada
por desculpas ou racionalizações ilegítimas. Ele não se beneficiaria de nenhum
fruto de injustiças. Também não aprovaria aqueles que agem assim, nem se
associaria com eles: “Eu odeio o agir dos perversos. Isso não terá ligação
comigo” (‘asoh-setîm sane’tî lo’ yidbaq bî). Gramaticalmente, não é fácil definir
se Davi está falando da ligação com os perversos, ou com o agir dos perversos.
Na prática, o efeito é o mesmo: ele não compactuaria nem participaria da
maldade dos homens vis. Essa era a razão pela qual as pessoas que agissem
de modo injusto e indecente se afastariam dele (v.4): “[A pessoa de] coração
depravado se desviará de mim. Eu não conviverei com o mal” (levav ‘iqqesh
yasûr mimmennî ra‘ lo’ ’eda‘).

O quarto voto é atuar na supressão da injustiça (v.5). A perfeição não seria


buscada apenas na vida privada de Davi, mas também naquilo que estava a seu
alcance e que era da sua responsabilidade. Como rei, uma das suas obrigações
era conter o mal. Por isso, ele diz: “Eu farei calar aquele que ocultamente calunia
o seu próximo” (melashnî bassater re‘ehû ’ôtô ’atsmît). Acusações mentirosas
não seriam acolhidas nem validadas no tribunal dirigido pelo rei. Antes, Davi
trabalharia para calar tais difamações mostrando que ações assim não teriam
lugar em Israel. Diferente das cortes reais do resto do mundo, ele também não
abriria espaço para soberba e arrogância: “Eu não tolerarei olhos altivos, nem
coração arrogante” (gevah-‘ênayim ûrehav levav ’otô lo’ ’ûkal). Deve-se notar
que essa intenção não visa somente a controlar o modo de os homens se
portarem ou de verem a si mesmos, mas as atuações decorrentes disso – a
quem arrogantemente se acha melhor que os outros, concede-se o direito de
subjugar e explorar os mais fracos. O voto do rei previa a supressão de todo tipo
de injustiça.

O quinto voto é buscar a convivência com pessoas justas. É normal que


um rei seja cercado por muita gente, mas Davi seria criterioso também em suas
companhias (v.6): “[Dirigirei] os meus olhos aos fiéis da terra para que habitem
comigo. Aqueles que andam no caminho da integridade estarão a meu serviço”
(‘ênay bene’emnê-’erets lashevet ‘immadî holek bederek tamîm hû’ yeshortenî).
Motivos torpes não seriam o critério de contratação dos seus servos, nem na
escolha dos seus amigos. Ele procuraria conviver com gente que fosse
compatível com sua fé no Senhor e com seu desejo de buscar um caráter fiel.
Pela mesma razão, as más companhias seriam repelidas (v.7): “O que pratica a
trapaça não permanecerá no interior da minha casa. O que diz falsidades não
permanecerá diante dos meus olhos” (lo’-yeshev beqerev bêtî ‘oseh remîyâ
dover sheqarîm lo’-yikkôn leneged ‘ênay). A importância desse voto é que é
muito fácil se deixar levar por pessoas com quem convivemos muito tempo e que
nos fazem admirá-las, mesmo sem ser por causa das suas qualidades. A
convivência íntima com homens injustos poderia afetar a busca da perfeição por
parte do rei de Israel, além de fazê-lo condescender com o que é errado e
repreensível.

O último voto do rei a Deus é perseverar no cumprimento dos seus


propósitos. O versículo final renova a intenção de perseguir e suprimir a injustiça.
Contudo, um novo elemento é introduzido gerando a ideia de continuidade da
ação e da perseverança dos propósitos (v.8): “A cada manhã eu reprimirei todos
os ímpios da terra a fim de arrancar da cidade do Senhor todos os que praticam
a iniquidade” (lavveqarîm ’atsmît kol-rish‘ê-arets lehakrît me‘îr-yehwâ kol-po‘alê
’awen). A expressão “a cada manhã” expressa a intenção de manter uma luta
constante, sem se deixar desanimar nem mesmo nos momentos mais difíceis
em que haja um custo alto por ser fiel a Deus. Nem tampouco mudar de
propósitos durante a vida buscando adaptação a situações mais vantajosas em
que a honestidade e o bom caráter sejam empecilhos. Manhã após manhã todos
esses votos deviam ser relembrados e renovados a fim de tornar Davi – e
qualquer outro que queira servir ao Deus santo – um servo digno do seu Senhor.

Acredito que nós, igreja de Deus do século 21, precisamos relembrar e


renovar nossos votos a Deus. Se nunca os fizemos, devemos, então, formulá-
los e expô-los ao nosso Deus de modo a buscar o bem, a justiça, a perfeição e
o bom testemunho do nome do nosso Senhor Jesus Cristo. Chega de
compactuar com o sistema mundano! Chega de tolerar o pecado! Basta de
desculpas para não nos afastarmos do estilo de vida corrompido da atualidade!
Nossa fidelidade deve ser dirigida ao nosso Senhor e não aos nossos impulsos
carnais. Nosso caráter deve ser moldado por aquele que tem o caráter perfeito
e reto. E nossa luta deve ser a cada dia nos parecermos mais com nosso
Redentor. Sigamos o exemplo do rei que, na dependência de Deus, fez votos de
fidelidade e obediência. Que essa seja nossa oração em cada manhã,
completada pela declaração de submissão e de clamor por auxílio: “Quando tu
virás a nós?”.

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