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O Contencioso Administrativo

INA

3. Competência dos tribunais administrativos


4. Funcionamento dos tribunais administrativos
5. Meios processuais

João Tiago Silveira

Setembro de 2016
3. Competência dos tribunais
administrativos

a. Competência em função da hierarquia: 1.ª instância

• Tribunais administrativos de círculo têm, em regra, a competência de 1.ª instância


(artigo 44.º-1 ETAF)

• Excecionalmente, tribunais superiores podem julgar em 1.ª instância:

 TCA: ações de regresso (responsabilidade civil extracontratual) contra


magistrados judiciais e do MP pelo exercício das suas funções (artigo 37.º-c) ETAF)
3. Competência dos tribunais
administrativos

a. Competência em função da hierarquia: 1.ª instância

 STA (artigo 24.º-1-a), b), c), d), e) e f) ETAF):

 Processos relativos a ações/omissões de certas entidades (PR, AR, PAR, CM, PM, etc)

 Abrange apenas pedidos de impugnação/condenação à prática de ato devido ou também


outros (ex: responsabilidade civil extracontratual)?

 Providências cautelares relativas a esses processos

 Execução das suas decisões

 Pedidos cumulados

 Ações de regresso (responsabilidade civil extracontratual) contra magistrados judiciais e do MP


do STA e TCA pelo exercício das suas funções
3. Competência dos tribunais
administrativos

a. Competência em função da hierarquia: recurso em 2.ª instância

• Em regra, recorre-se das decisões dos TAF para os TCA (artigos 37.º-a) ETAF,
142.º e 149.º CPTA)

 Quando TCA julgue em 1.ª instância, recorre-se para o STA (artigo 24.º-1-g)
ETAF)

 Quando STA julgue em 1.ª instância (Secção), recorre-se para o Pleno


do STA (artigo 25.º-1-a) ETAF)
3. Competência dos tribunais
administrativos

a. Competência em função da hierarquia: recurso em 2.ª instância

• Excecionalmente, há recurso direto (revista per saltum) das decisões dos TAF para o STA
(Secção) (artigos 24.º-2 ETAF e 151.º CPTA), quando esteja em causa:

 Decisão de mérito

 Tenham sido suscitadas apenas questões de direito

 Valor da causa superior a 500.000€/indeterminado (antes o limite era 3M€)

 Não esteja em causa processo respeitante a ato em matéria de emprego público/formas privadas ou
públicas de proteção social

• Se, após interposição de recurso de revista per saltum de 2.ª instância, STA entender que é
incompetente, processo baixa ao TCA e este deve julgar como apelação (artigo 151.º-4 CPTA).
3. Competência dos tribunais
administrativos

a. Competência em função da hierarquia: recurso em 3.ª instância

• Recurso de revista das decisões dos TCA em 2.ª instância para STA (artigo 24.º-2
ETAF e 150.º CPTA), nos seguintes casos:

 Questão de importância fundamental dada a sua relevância jurídica/social

 Melhor aplicação do direito

 Não se pode tratar de questão relativa ao erro na apreciação da prova/fixação dos factos

• Verificação dos pressupostos por formação de 3 juízes, de entre os mais antigos da


Secção (artigo 150.º-6 CPTA). Julgamento pela Secção (artigo 24.º-2 ETAF).
3. Competência dos tribunais
administrativos

a. Competência em função da hierarquia: recurso em 3.ª instância

• Recurso para uniformização de jurisprudência (artigo 25.º-1-b) ETAF e 152.º


CPTA), nos seguintes casos:

 Contradição entre acórdãos do TCA

 Contradição entre acórdãos STA

 Contradição entre acórdãos STA e TCA

• Julgamento pelo Pleno da Secção (artigo 25.º-1-b) ETAF)


3. Competência dos tribunais
administrativos

a. Competência em função da hierarquia: reenvio prejudicial

• Reenvio prejudicial para o STA (artigo 25.º-2 ETAF e 93.º CPTA): Permite que tribunal
administrativo de círculo solicite pronúncia vinculativa ao STA sobre questão do processo, se:

 Estiver em causa questão de direito nova

 A questão suscite dificuldades sérias

 A questão possa ser colocada em novos litígios

 Não se trate de um processo urgente

• Admissibilidade por formação de juízes mais antigos da secção (artigo 93.º-2 CPTA).
Julgamento pelo Pleno da Secção (artigo 25.º-2 ETAF).
3. Competência dos tribunais
administrativos

a. Competência em função da hierarquia: reenvio prejudicial

• Reenvio prejudicial só por solicitação do presidente do tribunal, mediante proposta


do juiz da causa (artigo 93.º-1 CPTA): solução prejudicial à boa gestão da carga
processual do tribunal pelo presidente

 Parte pública pode e deve requerer a utilização do mecanismo na defesa das


entidades públicas

• Prazo para a emissão: 3 meses (artigo 93.º-1-b) CPTA)


3. Competência dos tribunais
administrativos

a. Competência em função da hierarquia: reenvio prejudicial

• Pronúncia é vinculativa no processo, tanto para o tribunal que a apresentou como


para o STA (artigo 93.º-1-b) e 3 CPTA)

 Deve entender-se que também vincula TCA no mesmo processo

• TCA e STA a julgar em 1.ª instância podem utilizar este mecanismo e reenviar para
Pleno do STA?

 Sim. Interpretação extensiva, com fundamento na finalidade do instituto.


3. Competência dos tribunais
administrativos

b. Competência em função do território

• Os tribunais administrativos existentes (DL 325/2003, de 29/12, alterado pelo DL


182/2007, de 9/5 e DL 190/2009, de 17/8):

 STA: competência sobre todo o território nacional

 TCA Norte e Sul

 TAF (Almada, Aveiro, Beja, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Funchal, Leiria,
Lisboa, Loulé, Mirandela, Penafiel, Ponta Delgada, Porto, Sintra e Viseu).
3. Competência dos tribunais
administrativos

b. Competência em função do território

• Ação deve ser proposta na área da residência habitual/sede do autor (artigo


16.º CPTA)

 Havendo pluralidade de autores: área da maioria ou, não havendo


maioria, em qualquer um (artigo 16.º-2 CPTA)
3. Competência dos tribunais
administrativos

b. Competência em função do território

• Principais exceções:

 Processos sobre prática/omissão de atos/normas de RA/AL ou entidades que hajam instituído:


tribunal da sede de entidade demandada (artigo 20.º-1 CPTA). São menos casos que antes da revisão
do CPTA.

 Processos relativos a bens imóveis: tribunal da situação dos bens (artigo 17.º CPTA)

 Responsabilidade civil extracontratual: tribunal onde se deu o facto gerador (artigo 18.º CPTA)

 Contratos: lugar do cumprimento (artigo 19.º-1 CPTA)

 Não abrange questões relativas a procedimentos pré-contratuais

 Vínculos de emprego público, em ação proposta por trabalhador contra empregador: lugar da
prestação do trabalho ou domicílio do autor (artigo 19.º-3 CPTA)
3. Competência dos tribunais
administrativos

b. Competência em função do território

• Outras regras relevantes:

 Intimação para prestação de informações/consulta de documentos/passagem de certidões: lugar onde


deve ter lugar a prestação, consulta ou passagem (artigo 20.º-4 CPTA)

 Outras intimações: tribunal da área onde comportamento deve ser efetuado (artigo 20.º-5 CPTA)

 Providências cautelares: tribunal da causa principal (artigo 20.º-6 CPTA)

 Cumulação de pedidos:

 Quando sejam vários os tribunais territorialmente competentes pode ser escolhido qualquer um,
exceto se existir relação de dependência/subsidiariedade (artigo 21.º-2 CPTA)

 Se competência para algum dos pedidos pertencer a tribunal superior, este é competente para
todos (artigo 21.º-1 CPTA)
4. Funcionamento dos tribunais
administrativos

• TAF

 Juiz singular (artigo 40.º-1 ETAF)

 Uma novidade significativa: nas AAE, coletivo intervinha nas ações de valor superior à alçada
da 1.ª instância/nas AAC, no julgamento da matéria de facto, quando as partes o houvessem
requerido, se nenhuma solicitasse a gravação da prova

 Coletivo de 3 juízes em casos excecionais (ex: providências cautelares - artigo 119.º-2 CPTA)

 Formação alargada de todos os juízes do tribunal, convocada pelo presidente, por proposta do juiz da
causa (artigo 93.º CPTA e 43.º-4-d) ETAF)

 Quando esteja em causa questão de direito nova/que suscite dificuldades sérias/que possa ser
suscitada noutros litígios

 A relevância deste instrumento na defesa da parte pública: evitar divergências jurisprudenciais


4. Funcionamento dos tribunais
administrativos

• TCA

 Coletivo de 3 desembargadores (artigo 35.º-1 ETAF)

 Exceções:

 Decisões simples pelo relator (artigo 27.º-1-i) CPTA)

 Julgamento ampliado de recurso, com todos os juízes da secção, para assegurar a


uniformidade da jurisprudência (artigo 148.º CPTA e 36.º-1-g) ETAF)

 A utilidade deste mecanismo na defesa da parte pública (artigo 148.º-2 CPTA)


4. Funcionamento dos tribunais
administrativos

• STA

 Secção: julgamento por 3 conselheiros (artigo 17.º-1 ETAF)

 Pleno da Secção: relator e todos os juízes da secção (artigo 17.º-2 ETAF)

 Exceções:

 Decisões simples pelo relator (artigo 27.º-1-i) CPTA)

 Intervenção de todos os juízes da secção, quando Presidente considere conveniente para


uniformidade da jurisprudência (artigo 16.º-2 ETAF)

 Julgamento ampliado de recurso, com todos os juízes da secção, para assegurar a uniformidade
da jurisprudência (artigo 148.º CPTA e 23.º-1-f) ETAF)

 A utilidade deste mecanismo na defesa da parte pública (artigo 148.º-2 CPTA)


5. Os meios processuais

a. Identificação e apresentação geral

• Um meio processual declarativo principal, em vez de dois (artigo 37.º e segs CPTA):

 Ação administrativa “única” em vez de ação administrativa especial e ação administrativa


comum

 O facto de não se tratar de um avanço muito significativo, dadas as amplas possibilidades


de cumulação de pedidos que já vigoravam

• Vários meios principais urgentes (artigos 97.º e segs. CPTA)

• Providências cautelares (artigos 112.º e segs. CPTA)

• Um processo de execução (artigos 157.º e segs. CPTA)


5. Os meios processuais

a. Identificação e apresentação geral

• A ação administrativa “única” (artigos 37.º e segs.), em vez da ação


administrativa especial e da ação administrativa comum

• Pedidos de plena jurisdição, com amplas possibilidade de condenação e


superação de um contencioso de mera anulação: um avanço da Reforma do
Contencioso Administrativo.
5. Os meios processuais

a. Identificação e apresentação geral

• Exemplos de pedidos incluídos na ação administrativa “única” (artigo 37.º-1 CPTA):

 Impugnação de atos (artigo 37.º-1-a) e 50.º e segs. CPTA)

 Condenação à prática de atos devidos (artigo 37.º-1-b) e 66.º e segs CPTA)

 Condenação à não emissão de atos (artigo 37.º-1-c) CPTA)

 Condenação à adoção/abstenção de comportamentos (artigo 37.º-1-h) CPTA)

 Impugnação/condenação à emissão de normas (artigo 37.º-1-d) e e) e 72.º e segs. CPTA)


5. Os meios processuais

a. Identificação e apresentação geral

• Exemplos de pedidos incluídos na ação administrativa “única” (artigo 37.º-1


CPTA):

 Reconhecimento de situações jurídicas (artigo 37.º-1-f) CPTA)

 Responsabilidade civil de pessoas coletivas (artigo 37.º-1-k) CPTA)

 Interpretação, validade e execução (e cumprimento) de contratos (artigo 37.º-1-


l) CPTA)

 Relações jurídicas entre entidades públicas (artigo 37.º-1-n) CPTA)


5. Os meios processuais

a. Identificação e apresentação geral

• Livre cumulação de pedidos (artigo 4.ºe 5.º CPTA). Exemplos:

 Pedido de anulação de ato de licenciamento de obra de urbanização com condenação à


realização de operações materiais de demolição

 Pedido de condenação à emissão de um ato de concessão de uma pensão com


indemnização pelo atraso na sua concessão

 Pedido de anulação de ato de adjudicação de um contrato de fornecimento de


equipamentos informáticos com anulação/declaração de nulidade do contrato entretanto
celebrado
5. Os meios processuais

a. Identificação e apresentação geral

• Os processos principais urgentes:

 Contencioso eleitoral (artigos 98.º e segs. CPTA)

 Contencioso de atos praticados no âmbito de procedimentos de massa (artigos 99.º e


segs.)

 Contencioso pré-contratual (artigo 100.º e segs. CPTA)

 Intimação para prestação de informações/consulta de processo/passagem de certidões


(artigos 104.º e segs.)

 Intimação para proteção de direitos, liberdades e garantias (artigos 109.º e segs. CPTA)
5. Os meios processuais

a. Identificação e apresentação geral

• Providências cautelares (artigos 112.º e segs. CPTA)

 Tipos de pedidos a formular não são taxativos (artigo 112.º-2 CPTA)

• Um processo de execução (artigos 157.º e segs. CPTA)

 Execução para prestação de facto ou coisas (artigo 162.º e segs. CPTA)

 Execução para pagamento de quantia certa (artigo 170.º e segs. CPTA)

 Execução de sentenças de anulação de atos (artigo 173.º e segs. CPTA)


5. Os meios processuais

b. Aspetos comuns: legitimidade

• Legitimidade ativa:

 Parte legítima é quem alegue ser parte na relação material controvertida

 Concretização no regime de cada um dos tipos de pedidos: impugnação de atos


(artigo 55.º CPTA); condenação à prática de atos devidos (artigo 68.º CPTA);
impugnação de normas (artigo 73.º CPTA); condenação à emissão de normas (artigo
77.º CPTA)

 Legitimidade alargada a quem não tenha interesse pessoal na demanda (artigo


9.º-2 CPTA): a denominada ação popular
5. Os meios processuais

b. Aspetos comuns: legitimidade

• Legitimidade passiva

 Em regra, a parte demandada é a pessoa coletiva pública (artigo 10.º-2 CPTA)

 Exceção:

 Ministérios e secretarias regionais (artigo 10.º-2 CPTA) têm legitimidade passiva

 Em todas as ações ou apenas nas que visam a prática de atos ou a condenação aos
mesmos (artigo 10.º-2 CPTA)? Um pedido de indemnização deve ser formulado contra o
ministério em causa ou contra o Estado?

 Mesmo que se propunha ação contra órgão, esta é considerada regularmente proposta
contra pessoa coletiva/ministério/secretaria regional (artigo 10.º-4 CPTA)
5. Os meios processuais

b. Aspetos comuns: patrocínio

• Quem pode representar?

 A representação por advogado/solicitador (artigo 11.º-1 CPTA)

 A representação por licenciado em direito (artigo 11.º-1 CPTA)

 A representação “do Estado” pelo MP em ações de responsabilidade (artigo 11.º-1 CPTA)

 A inexistência de exclusividade de representação pelo MP face ao artigo 2.º-f) da Lei 100/2015,


de 19/8

• A designação do representante (artigo 11.º-3 CPTA): auditor jurídico ou responsável máximo


pelos serviços jurídicos. É o dirigente hierárquico máximo ou o dirigente responsável pelos
mesmos?
5. Os meios processuais

b. Aspetos comuns: valor das causas

• Critérios:

 Artigos 33.º e 34.º CPTA


 Artigo 32.º-7 CPTA: O problema das cumulações aparentes, que não devem ser somadas
(ex: pedido de anulação de licença para construção com condenação à demolição do
edificado)
 Processo de valor indeterminável: artigo 34.º CPTA
• Relevância:

 Custas (artigo 31.º-3 CPTA)


 Recurso (artigos 31.º-2 e 142.º-1 CPTA e 6.º ETAF)
5. Os meios processuais

b. Aspetos comuns: competência

• Remissão para aspetos já abordados

• Incompetência é tendencialmente sanável. As consequências da


apresentação de pedido a tribunal incompetente:

 Remessa oficiosa (se possível eletrónica) a tribunal competente da jurisdição


administrativa/tributária (artigo 14.º-1 CPTA). Antes da revisão do CPTA só
aplicável a remessa para o administrativo.
 Se competência não for da ordem administrativa e fiscal: 30 dias para requerer a
remessa ao tribunal competente (artigo 14.º-2 CPTA)
5. Os meios processuais

b. Aspetos comuns: coligação e cumulação

• Cumulação

 Livre cumulabilidade, nos termos dos critérios do artigo 4.º CPTA: um avanço
da Reforma do Contencioso Administrativo de 2002
 Possibilidade de cumulação em pedidos da “ação administrativa urgente”
(contencioso eleitoral, procedimentos de massa e contencioso pré-contratual)
 Impossibilidade de cumulação é tendencialmente sanável:
 Juiz notifica para escolha do pedido a prosseguir (artigo 4.º-3 CPTA)
 Mesmo havendo absolvição da instância, podem ser apresentadas novas
petições, considerando-se como apresentadas na data da primeira (artigo
4.º-4 CPTA)
5. Os meios processuais

b. Aspetos comuns: coligação e cumulação

• Coligação

 Tendencialmente admissível, nos termos dos critérios do artigo 12.º


CPTA
 Impossibilidade de coligação é tendencialmente sanável:
 Juiz notifica autores para escolha do pedido a prosseguir (artigo
12.º-3 CPTA)
 Mesmo havendo absolvição da instância, podem ser apresentadas
novas petições, considerando-se como apresentadas na data da
primeira (artigo 12.º-4 CPTA)
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