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Estudos sobre a evolução dos procedimentos para previsões, de 1970 a 2005, mostram que no tocamte a
projeções de curto prazo houve uma substancial melhoria de precisão devido a melhor qualidade dos dados
coletados, facilidades computacionais e aprimoramento de técnicas. Quanto ao médio prazo, continuamos
com dificuldades com a utilização de percepções subjetivas (consequentemente as melhorias são apenas
ligeiras) e não houve melhoria alguma no referente ao longo prazo.
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Capítulo 7: Dinâmica de Sistemas e Cenários
7.2 - Cenários
A elaboração de Cenários é um procedimento de aprendizado sobre o futuro.
Cenários são narrativas plausíveis sobre o futuro, consistentes e cuidadosamente
estruturadas em tôrno de idéias, com propósitos de sua comunicação e de sua utilidade
(por exemplo, em planejamento). As narrativas se focam sobre relações causais e
procuram nos indicar pontos de decisão. Analisam-se a natureza e os impactos dos mais
relevantes Fatores Condutores (tanto os inevitáveis como os incertos) de mudanças para o
futuro. Distintas extrapolações ou visões para estes Fatores Condutores conduzem a
distintos cenários. O processo de construção de cenários leva a uma melhor compreensão
das nossas percepções e a uma melhor avaliação dos impactos que julgamos relevantes.
Não devemos associar previsões a cenários; eles são simplesmente plausíveis.
Não podemos associar cenários com probabilidades de ocorrências. A identificação dos
Fatores Condutores e o monitoramento das suas evoluções ao longo do tempo nos
permitem "estar de prontidão" para os possíveis cenários do futuro.
Precisão não é uma medida para avaliar um bom cenário; procuramos:
. Que seja plausível (conexões racionais entre pontos no tempo)
. Que tenha consistência interna
. Que descreva um processo causal
. Cenários distintos devem representar diferentes estruturas.
. Que seja útil para a tomada de decisões
. Apesar do termo cenário conotar a descrição de um retrato estático, um bom
cenário deve enfatizar os processos dinâmicos.
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Alguns títulos:
Liam, F. & Randall, R. - Learning from the Future; John Wiley, 1998
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Pierre J. Ehrlich - Dinâmica de Sistemas na Gestão Empresarial
Heijden, Kees van der - Scenarios, the art of strategic conversation; John Wiley, 1996 (traduzido para o
português: Editora Bookman)
Schwartz, P. - The Art of the Long View; Doubleday, 1991 (traduzido para o português: Editora Campus)
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Em inglês STEEP: Social, Technological, Economic, Environmental, Political.
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Capítulo 7: Dinâmica de Sistemas e Cenários
2 - Globalização
Por mais que apareçam grupos de contestação ao processo de globalização, ela é
inevitável. Posicionar-se no contexto deste fato inevitável passa a ser extremamente
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Pierre J. Ehrlich - Dinâmica de Sistemas na Gestão Empresarial
4 - Tecnologia e Produtividade
A evolução da tecnologia está alterando fortemente o papel do fator humano no
processo produtivo. A reorganização das relações sociais é inevitável, por mecanismos de
negociação, ou até mesmo violentos. Os impactos se refletem em todos os setores de
atividades.
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Capítulo 7: Dinâmica de Sistemas e Cenários
7.6.1 - Resumo
O presente caso relata um experimento na construção e na análise de cenários.
Em maio de 2005, numa classe de pós graduação na FGV-EAESP-MPA,
aproveitando a experiência profissional de jovens (com idades entre 30 e 45 anos)
executivos e sua motivação, construímos quatro cenários distintos para o Brasil dentro de
20 anos. A questão não foi sobre o Brasil em termos absolutos, mas em termos relativos
dentro do ambiente internacional. A seguir, os participantes analisaram o posicionamento
estratégico das suas empresas no contexto de cada cenário. A redação e a estrutura de
cada cenário procura respeitar as apresentações dos respectivos autores.
7.6.2 - O histórico
No passado, construção de Cenários procurava uma previsão visionária do futuro.
Nas últimas décadas passou-se de objetivar previsão para objetivar preparar-se para o
futuro. Cenários deixaram de ser vistos como prováveis e passaram a ser plausíveis. Por
outro lado, a construção de cenários passou de um exercício especulativo para uma etapa
importante no planejamento estratégico. Neste contexto, cenários são construídos com
objetivos bem definidos; eles são a moldura condicionante do planejamento.
O desejo de previsão e o uso de cenários, desde a antigüidade até o presente estão
muito bem descritos em Holstius & Malaska (2004). Este exercício nunca deixou de ser
praticado, sendo o objeto de diversas publicações, como por exemplo, a revista francesa
Futuribles. O livro de Khan & Wiener (1967) foi um “best seller” e acredito ter sido o
inspirador de Rattner (1979) para o Brasil. Para o leitor comum esta foi uma fase de
“previsão visionária” onde pessoas inteligentes e bem informadas especulavam sobre o
futuro4.
O uso de cenários para fins militares deve ter sido ininterrupto, sem ter saído deste
âmbito. O grande impacto em termos de administração e de desenvolvimento
metodológico se deu dentro da empresa petrolífera Shell seguido de colaboração com o
Stanford Research Institute. Os três livros referenciados na bibliografia e publicados à
partir de 1990 são o fruto deste desenvolvimento. Desde então diversos grupos de
consultores se dedicam à atividade e publicam muito das suas produções; Rosnay (2005)
lista os centros mais ativos.
Os pontos importantes a reter deste desenvolvimento são:
a) Planejar e decidir são atividades que visam o futuro. Desde que saiamos do
curto prazo (vide as definições em Ehrlich, 2005), todas as técnicas de
previsão para o futuro fracassaram. De modo que o melhor que podemos fazer
é nos preparar para diversos cenários plausíveis. O planejamento só faz
sentido se dentro de um cenário específico e o processo de decisão deve ser
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Evidentemente eu não esgotei as referências bibliográficas sobre esta fase, mas listei apenas as que mais
me impactaram. Nem listo os livros ditos de entretenimento como 1984 de Orwell, G., ou os livros de
Huxley, A., entre muitos.
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Pierre J. Ehrlich - Dinâmica de Sistemas na Gestão Empresarial
7.6.3 - A metodologia
Todas as referências posteriores a 1990 apresentam metodologias muito
parecidas. Resumindo:
a) O grupo como um todo identifica os eixos principais de evolução. Estes eixos
são analisados e divididos em inevitáveis e incertos. Os inevitáveis servem de
“pano de fundo” enquanto os incertos servem para definir distintos cenários.
Os cenários devem ser plausíveis e consistentes. As referências citam casos de
adoção de 2 a 7 cenários.
b) O grupo é dividido em subgrupos de “apadrinhamento” de cada cenário. Cada
subgrupo detalha seu cenário, verifica as consistências e analisa as Forças
Condutoras que podem levar do presente para seu cenário. Também são
identificados os indicadores que deverão ser monitorados para acompanhar a
evolução do presente para o cenário.
c) O grupo analisa a questão inicialmente proposta (como por exemplo o modo
de atuação da empresa) dentro de cada cenário (o futuro pode nos reservar
uma combinação de cenários).
d) O tempo para a elaboração deve ser curto (de poucos dias a poucas semanas) e
os participantes devem sentir um forte comprometimento com seu trabalho.
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Este procedimento me pareceu “original” do grupo e eu resolvi respeita-lo.
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Capítulo 7: Dinâmica de Sistemas e Cenários
C – Estado Forte versus Sociedade Civil Forte. Este eixo corresponde ao papel do
Estado incluindo, o tamanho da máquina administrativa, participação das empresas
estatais ou controladas por estatais, imposição, e semelhantes. Resolveu-se excluir o
autoritarismo versus democracia por ser de pouco impacto para os objetivos do projeto. O
valor 0 corresponde a um Estado muito forte e presente e 100 é o oposto. Para a situação
atual a pontuação é de 80.
Neste ponto é preciso enfatizar que o importante não é quais são os “verdadeiros”
eixos. O grupo debateu bastante para chegar a estes eixos “percebidos”. De qualquer
modo, cenários sempre são construídos a partir de percepções. Para alguns problemas,
poder-se-ia pedir a participação de especialistas que ajudem a educar a percepção do
grupo. Entretanto sempre prevalece a percepção. Não há como eliminar a subjetividade
(mesmo que coletiva) da atividade.
Eu imagino que o leitor poderia ter outra percepção. Muitos aspectos foram
debatidos como corrupção, violência urbana, educação e capacidade de assimilação da
evolução tecnológica mundial. O grupo decidiu que estes aspectos, ou estavam bem
representados pelos eixos adotados, ou não caberia inclui-los por terem forte correlação
com os eixos adotados, ou não eram diferenciadores (a questão proposta).
7.6.5 - Cenários
Foram gerados quatro cenários para o horizonte de 20 anos. Chegou-se a pensar
na eliminação do eixo B por considerar a posição dos cenários quase imóvel. Visões um
pouco mais otimistas nos convenceram a manter este eixo. Os nomes foram escolhidos
pelo grupo.
A 35 20 60 35
B 10 10 25 20
C 80 90 60 90
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Personagem do filme “Guerra nas Estrelas” – a idéia é de atuar como uma praça forte sitiada.
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Pierre J. Ehrlich - Dinâmica de Sistemas na Gestão Empresarial
Integração
Mundial
A Estado
Forte
C
80
Discriminação 20 Integração
Social Social
B
35
Sociedade
Forte
Isolacionismo
No cenário “atual”, apesar dos esforços, o país não altera suas estruturas em
termos relativos com o resto do mundo. Os indicadores se mantém. O caminho ao longo
dos 20 anos é dinâmico. Ocorrem pequenas oscilações nos indicadores mas, em média,
fica tudo na mesma.
Descrição do Cenário:
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Capítulo 7: Dinâmica de Sistemas e Cenários
Eixo C: O Brasil apresenta uma forte presença do Estado na economia, com a gestão de
diversas estatais como a Petrobrás, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica
Federal e os Correios. Mesmo onde o Estado não atua de maneira marcante
como empresário, ele possui enorme influência como controlador ou regulador,
como nos setores de telecomunicações e educação. A política social é
preferencialmente assistencialista, baseando-se em ações de distribuição de
renda e de gêneros alimentícios (como cestas básicas e leite, por exemplo),
constituindo-se em simples paliativo para os problemas sociais. As atitudes
organizadas da sociedade civil são pontuais e não geram resultados consistentes
em grande escala.
Grande parte da performance econômica acima relatada pode ser atribuída ao cenário
político das duas últimas décadas. Assim como no final da década de 90 e início dos anos
2000, imperou um revezamento no poder entre o PSBD e a linha “suave” do PT. Nenhum
dos 2 partidos obteve maiorias estáveis no Congresso Nacional e, dessa forma, fizeram
alianças políticas que garantiram a representatividade daqueles interessados em manter a
situação vigente, tais como empresários e empregados que poderiam sofrer com a maior
abertura comercial e parte das elites econômicas e políticas. Dessa forma, reformas
importantes para o crescimento do país, como a política, a tributária e a do Judiciário
nunca chegaram a serem implementadas em sua totalidade.
Apesar do país ter buscado intensificar sua proposta de abertura comercial, esta não
ocorreu devido a 2 fatores. Em primeiro lugar, muitos empresários que não se
interessavam pela maior integração mundial do país se fizeram representar junto ao
Governo, atrapalhando o sucesso dessa empreitada. Porém, o fator preponderante foi o
fato de que o Brasil, atuando em um ambiente de consolidação de grandes blocos como a
União Européia e a ALCA, não ter conseguido fortalecer o Mercosul. Isso não foi obtido
porque Brasil e Argentina não superaram desconfianças mútuas, o que os impediu de
estabelecer um verdadeiro relacionamento cooperativo.
A desigualdade social permaneceu constante em função da insistência de se manter um
modelo econômico onde o desenvolvimento sustentável não foi possível. Assim, apesar
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Pierre J. Ehrlich - Dinâmica de Sistemas na Gestão Empresarial
Cenário empresarial:
O Brasil não pode evitar ser atingido pelas tendências do ambiente externo, como
avanços tecnológicos, expansão do setor de serviços e concentração dos países em suas
vantagens comparativas. Como o país desenvolveu, nas últimas duas décadas, uma gama
de serviços de classe mundial ou competências ligadas a tecnologias de ponta, sua
participação no comércio internacional ficou cada vez mais concentrada na agricultura ou
produtos que não apresentam tecnologia distintiva, como aqueles ligados a tecnologias
eletromecânicas.
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Capítulo 7: Dinâmica de Sistemas e Cenários
Pode-se notar que há vários indicadores que comparam a economia nacional à mundial.
Isso se deve à susceptibilidade interna em relação ao ambiente externo verificada nesse
cenário.
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Pierre J. Ehrlich - Dinâmica de Sistemas na Gestão Empresarial
Cenário
O mundo tem passado por uma profunda crise devido ao aumento nos preços de
commodities e o crescimento econômico acelerado da China. O aumento na diferença de
custos entre o país asiático e outras nações em desenvolvimento leva a uma corrida pela
criação blocos econômicos que restringem enormemente o intercâmbio entre países não
membros. A OMC não consegue valer seus acordos iniciais e, na prática, não tem mais
força para impor decisões.
Adicionalmente, há um fortalecimento nas últimas duas décadas de líderes populistas
que, utilizando a bandeira do patriotismo/socialismo, tem incentivado em muitos países, a
nacionalização de algumas indústrias consideradas estratégicas para seus povos.
Na prática, criam-se três grandes blocos. O primeiro é formado pelos EUA, União
Européia, Chile, Japão, China, Arábia Saudita e Índia (EUA, EU e Japão são os
consumidores e detentores de capital, outros são fonte mão de obra ou energia barata). O
segundo, formado por Rússia, Brasil, Venezuela, Irã e alguns países do Leste Europeu
(países com similaridades ideológicas e controle sobre suas indústrias). O terceiro é
formado pelos excluídos, aqueles que não entraram em nenhum dos dois outros blocos
(por divergências internas ou por não haverem vantagens em se unir ao 1º ou 2º bloco).
O Brasil, ao participar do segundo bloco, tem suas exportações de produtos de maior
valor agregado fortemente reduzidas. Em contrapartida, suas commodities
(principalmente grãos) tem sua participação aumentada no PIB nacional. O país, na
prática, torna-se a “fazenda e latifúndio” do bloco. Com base no conceito de proteger o
país do sucateamento proposital de suas indústrias por parte do bloco de direita, o
governo brasileiro inicia um processo de nacionalização de várias indústrias (energia,
telecomunicações, serviços financeiros).. O PIB do país permanecesse mais ou menos
constante (após um período de forte queda no período de 2009 e 2013) porém a renda per
capita nacional continua caindo. O governo apóia-se principalmente nos grandes
produtores de grãos que detêm o poder político e econômico no país. Restrições nas
informações divulgadas pela imprensa são consideradas comuns.
Indicadores de Mudança:
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Capítulo 7: Dinâmica de Sistemas e Cenários
Dentro desse contexto, os principais aspectos que caracterizariam o Brasil no período dos
próximos 20 anos seriam:
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Pierre J. Ehrlich - Dinâmica de Sistemas na Gestão Empresarial
se refere à melhoria na segurança dos contratos, que pode representar um avanço para a
credibilidade nas relações comerciais. Isto significaria uma maior inserção no mercado
internacional de forma sustentável, atraindo mais investimentos externos e favorecendo o
fortalecimento do mercado interno e a modernização da indústria local. Nesse sentido, é
plausível admitirmos que o aumento da competição pela maior inserção e a modernização
do parque industrial pelo aumento dos investimentos, permitiria ao país ganhos de
produtividade sustentáveis e aumento da poupança interna.
A polarização social, sob seus mais diversos aspectos (distribuição de renda, educação,
região e política) representa um entrave ao desenvolvimento econômico e social de uma
nação. Nesse contexto, uma política desenvolvimentista de longo prazo com
investimentos dirigidos para a redução das desigualdades, contribuiria significativamente
para a melhoria na qualificação da mão-de-obra, para o crescimento do mercado
consumidor, para a consolidação do regime democrático e para a melhorias das condições
sociais, como saúde e segurança.
No cenário discutido, o Brasil também teria sido capaz de nos próximos 20 anos ter
realizado uma reforma tributária capaz de proporcionar a simplificação do complexo
sistema de tributação hoje existente no país e redução da carga tributária sobre a
sociedade civil, que atualmente está em cerca de 40% do Produto Interno Bruto (PIB).
Essa redução e simplificação do sistema tributário faria também com que a questão da
sonegação diminuísse e conseqüentemente aumentasse a arrecadação do governo em
todas as esferas administrativas. Com isso teríamos um sistema mais simples e justo, que
traria benefícios tanto para os empresários e sociedade civil como também funcionaria
como um fator de atração de investimentos externos face a maior abertura econômica
proposta no cenário em questão.
Essa reforma tributária também deveria ser acompanhada de uma racionalização dos
gastos públicos de forma que a população brasileira pudesse contar com melhores e mais
abrangentes serviços públicos, principalmente no que diz respeito as questões de saúde,
educação e moradia. Ou seja, teríamos um Estado menor, mas que proporcionasse
serviços públicos de qualidade à sociedade. Com isso teríamos melhoria nas condições de
vida das pessoas e teríamos indivíduos mais preparadas para as novas oportunidades
presentes no mercado de trabalho, que se ampliaria num cenário de maiores
investimentos internos e externos.
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Capítulo 7: Dinâmica de Sistemas e Cenários
Além da Reforma Tributária também se faz necessária uma Reforma Trabalhista que
permitisse uma desoneração dos encargos incidentes sobre o trabalho assalariado, de
forma a permitir um aumento do trabalho formal e um aumento da renda do trabalhador
assalariado brasileiro.
Um outro fator característico do cenário proposto seria o maior grau de transparência das
políticas fiscal, monetária e cambial do governo federal. Atualmente já vemos algumas
ações embrionárias a respeito de uma maior governança por parte do governo federal e do
Banco Central. As decisões com relação à questão da taxa de juros (SELIC) estão
disponíveis à sociedade através da publicação das atas do Comitê de Política Monetária
(COPOM) no site do Banco Central. Também vemos algumas ações do governo em
disponibilizar uma prestação de contas dos gastos em seus sites na Internet. São ações
isoladas, mas que já demonstram uma intenção de tornar transparentes as políticas do
governo. No cenário proposto vemos uma ampliação de ações desse tipo e uma
consolidação desse tipo de ação por parte de todas as esferas administrativas.
IV – CENÁRIO NACIONALISTA:
Carlos Iwata Marinelli e Guilherme Francis Fagundes Sortino
A evolução do cenário inicial para o cenário final revela uma crença no fato de
que mais gastos sociais levam a inserção social (o que é questionável).
Entretanto, supondo que isto seja possível, os procedimentos que levam a este
cenário partem das políticas públicas com vistas à distribuição de renda através de
serviços públicos adicionais.
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Por exemplo, supondo que os gastos públicos sejam feitos com responsabilidade,
não havendo desvios ou corrupção, o Estado poderia ampliar sua participação em
políticas educacionais, elevando os gastos públicos para promover a formação de pessoas
nas várias partes do país.
Este procedimento faz parte do ideário do partido atualmente no poder (o PT),
porém, seguramente, muitos políticos, inclusive de outros partidos estariam dispostos a
tomar atitudes como esta se tivessem certeza dos resultados e se pudessem colher frutos
eleitorais dessa decisão.
O problema é que políticas públicas dessa natureza são de longo prazo,
requerendo quase que uma geração para apresentar resultados.
Isto significa que a ampliação do papel do Estado iria crescendo sistematicamente,
ano a ano, com programas sociais efetivos, onde os resultados em termos de inserção
pudessem ser medidos objetivamente.
A transição ocorreria de forma linear, sem contratempos ou desvios.
Este cenário, ao se configurar, seguramente implicaria em maior papel do Estado,
mas não necessariamente muito diferente do de hoje, embora tenhamos asseverado a
passagem da “força condutora” C para 90.
Há, entretanto, que se examinar o que vai ocorrer com outras variáveis
importantes (indicadores de mudança) associadas ao aumento de gastos públicos, mesmo
considerando os aspectos positivos gerados pelo bom cenário educacional e inclusivo
apresentado.
Embora seja observado o ganho com ELEVAÇÃO DO NÍVEL MÉDIO DE
EDUCAÇÃO, na prática não se pode desconsiderar a hipótese de que o NÍVEL DE
GASTOS/DÉFICIT PÚBLICO será profundamente alterado em relação ao que vigora
hoje em dia, com um potencial elevado de DETERIORAÇÃO DAS CONTAS
EXTERNAS, elevando a dependência do país da geração de recursos extras ou
adicionais, sobretudo proveniente do exterior (dado o esgotamento das fontes internas
pela explosão do “crowding out”), exigindo, seguramente, a ELEVAÇÃO DAS TAXAS
DE JUROS para patamares superiores aos atuais.
Neste cenário de política monetária apertada, a conseqüência natural, sobretudo
pela incapacidade de arrecadação que se altera lentamente, seria a DETERIORAÇÃO
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7.6.6 - Conclusões
Bastaram duas reuniões de três horas cada para o projeto todo. De fato os
participantes se envolveram muito. Eles já tinham maturidade e experiências
suficientes para uma participação conseqüente. Por outro lado eles eram
suficientemente jovens para se enxergarem em atividade profissional dentro de
vinte anos.
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7.6.7 - Bibliografia
Heijden, Kees van der - Scenarios, the art of strategic conversation; John Wiley, 1996
Khan, H. & Wiener, A. – The Year 2000: A Framework for Speculation on the next
Thirty-Three Years; The Macmillan Co., 1967
Liam, F. & Randall, R. - Learning from the Future; John Wiley, 1998
Schwartz, P. – The Art of the Long View: Planning for the Future in an Uncertain World;
Doubleday, 1991.
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