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LIBERDADE NA DIVERSIDADE

As maneiras de cantar a liberdade foram muitas ao longo da nossa História. O grito, a


voz, o violão, a rua, o verso e a rima, o corpo a luta e o gesto. Muitos puderam a sua voz e vez
cantar sua própria liberdade. Ainda é possível cantá-la? Ainda é possível vivê-la? Ainda é
possível sê-la?
De quais caixas somos feitos? A quantas algemas somos submetidos? De quantas
prisões olhamos o Mundo? A escravidão dos preconceitos, da discriminação (você pode dar
nome a eles?). O nosso próximo Sarau pretende nos perguntar (e não responder) de que formas
podemos alcançar as liberdades de que somos feitos. Que possamos ouvir o som a liberdade, e
que em seus ventos possa, abrir as asas sobre nós.
Leve poemas... leve sua vida... faça sua vida leve... e prepare-se para encontrar-se com
sua própria Liberdade!

VÍDEOS

https://www.youtube.com/watch?v=iHBo5RXLr3Y (Rádio Cecília)

https://www.youtube.com/watch?v=BuZbC0ITxjc (Castello Branco – O peso do meu coração)

https://www.youtube.com/watch?v=ByvYYoXlSxE&list=RDQMnLZjiMo7pc4(Surrender To
Hope)

https://www.youtube.com/watch?v=RCMXO9sBIcU (Everdream" by Epic Soul


Factory)

https://www.youtube.com/watch?v=l_cuyjXHB7Q&t=512s (Ludovico Einaudi)


Liberdade tinta.
Fernando Pessoa Estudar é uma coisa em que está
indistinta
A distinção entre nada e coisa
nenhuma.

Quanto é melhor, quanto há


bruma,
Esperar por D.Sebastião,
Quer venha ou não!

Ai que prazer Grande é a poesia, a bondade e as


Não cumprir um dever, danças...
Ter um livro para ler Mas o melhor do mundo são as
E não fazer! crianças,
Ler é maçada,
Estudar é nada. Flores, música, o luar, e o sol, que
Sol doira peca
Sem literatura Só quando, em vez de criar, seca.
O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original. Mais que isto
E a brisa, essa, É Jesus Cristo,
De tão naturalmente matinal, Que não sabia nada de finanças
Como o tempo não tem pressa... Nem consta que tivesse
biblioteca...
Livros são papéis pintados com

Liberdade

Aqui nesta praia onde


Não há nenhum vestígio de impureza,
Aqui onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente,
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade.

Sophia de Mello Breyner Andresen


O Último Negócio moedas.
Rabindranath Tagore Mas eu voltei-lhe as costas
e fui-me embora.
Certa manhã
ia eu pelo caminho pedregoso, Anoitecia e a sebe do jardim
quando, de espada estava toda florida.
desembainhada, Uma gentil rapariga
chegou o Rei no seu carro. apareceu diante de mim, e disse:
Gritei: Compro-te com o meu sorriso.
Vendo-me! Mas o sorriso empalideceu
O Rei tomou-me pela mão e e apagou-se nas suas lágrimas.
disse: E regressou outra vez à sombra,
Sou poderoso, posso comprar-te. sozinha.
Mas de nada lhe serviu o seu
poder O sol faiscava na areia
e voltou sem mim no seu carro. e as ondas do mar
quebravam-se caprichosamente.
As casas estavam fechadas Um menino estava sentado na
ao sol do meio dia, praia
e eu vagueava pelo beco tortuoso brincando com as conchas.
quando um velho Levantou a cabeça
com um saco de oiro às costas e, como se me conhecesse, disse:
me saiu ao encontro. Posso comprar-te com nada.
Hesitou um momento, e disse: Desde que fiz este negócio a
Posso comprar-te. brincar,
Uma a uma contou as suas sou livre.
Mors Liberatrix
Antero de Quental
(A Bulhão Pato)

Na tua mão, sombrio cavaleiro,


Cavaleiro vestido de armas pretas,
Brilha uma espada feita de cometas,
Que rasga a escuridão como um luzeiro.

Caminhas no teu curso aventureiro,


Todo involto na noite que projectas...
Só o gládio de luz com fulvas betas
Emerge do sinistro nevoeiro.

Se esta espada que empunho é coruscante,


(Responde o negro cavaleiro-andante)
É porque esta é a espada da Verdade.

Firo, mas salvo... Prostro e desbarato,


Mas consolo... Subverto, mas resgato...
E, sendo a Morte, sou a Liberdade.
A Solidão é Sempre Fundamento da Liberdade
Fernando Echevarría

A solidão é sempre fundamento


da liberdade. Mas também do espaço
por onde se desenvolve o alargar do tempo
à volta da atenção estrita do acto.
Húmus, e alma, é a solidão. E vento,
quando da imóvel solenidade clama
o mudo susto do grito, ainda suspenso
do nome que vai ser sua prisão pensada.
A menos que esse nome seja estremecimento
fruto de solidão compenetrada
que, por dentro da sombra, nomeia o movimento
de cada corpo entrando por sua luz sagrada.
Oração
Miguel Torga

Liberdade, que estais no céu...


Rezava o padre-nosso que sabia,
A pedir-te, humildemente,
O pio de cada dia.
Mas a tua bondade omnipotente
Nem me ouvia.

Liberdade, que estais na terra...


E a minha voz crescia
De emoção.
Mas um silêncio triste sepultava
A fé que ressumava
Da oração.

Até que um dia, corajosamente,


Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.
Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome.
Evolução
Antero de Quental

Fui rocha em tempo, e fui no mundo antigo


tronco ou ramo na incógnita floresta...
Onda, espumei, quebrando-me na aresta
Do granito, antiquíssimo inimigo...

Rugi, fera talvez, buscando abrigo


Na caverna que ensombra urze e giesta;
O, monstro primitivo, ergui a testa
No limoso paúl, glauco pascigo...

Hoje sou homem, e na sombra enorme


Vejo, a meus pés, a escada multiforme,
Que desce, em espirais, da imensidade...

Interrogo o infinito e às vezes choro...


Mas estendendo as mãos no vácuo, adoro
E aspiro unicamente à liberdade.
De que Serve a Bondade
Bertold Brecht

De que serve a bondade


Quando os bondosos são logo abatidos, ou são abatidos
Aqueles para quem foram bondosos?

De que serve a liberdade


Quando os livres têm que viver entre os não-livres?

De que serve a razão


Quando só a sem-razão arranja a comida de que cada um precisa?

Em vez de serdes só bondosos, esforçai-vos


Por criar uma situação que torne possível a bondade, e melhor;
A faça supérflua!

Em vez de serdes só livres, esforçai-vos


Por criar uma situação que a todos liberte
E também o amor da liberdade
Faça supérfluo!

Em vez de serdes só razoáveis, esforçai-vos


Por criar uma situação que faça da sem-razão dos indivíduos
Um mau negócio!
Vivo uma Vida que não Quero nem Amo
Ricardo Reis

Súbdito inútil de astros dominantes,


Passageiros como eu, vivo uma vida
Que não quero nem amo,
Minha porque sou ela,

No ergástulo de ser quem sou, contudo,


De em mim pensar me livro, olhando no alto
Os astros que dominam
Submissos de os ver brilhar.

Vastidão vã que finge de infinito


Como se o infinito se pudesse ver!
Dá-me ela a liberdade?
Como, se ela a não tem?
Quem nos Ama não Menos nos Limita
Ricardo Reis
Não só quem nos odeia ou nos inveja
Nos limita e oprime; quem nos ama
Não menos nos limita.
Que os deuses me concedam que, despido

De afetos, tenha a fria liberdade


Dos píncaros sem nada.
Quem quer pouco, tem tudo; quem quer nada
É livre; quem não tem, e não deseja,

Homem, é igual aos deuses.

- Ela é tão livre que um dia será presa.


- Presa por quê?
- Por excesso de liberdade.
- Mas essa liberdade é inocente?
- É. Até mesmo ingênua.
- Então por que a prisão?
- Porque a liberdade ofende.
Clarice Lispector
Para meu coração basta teu peito
para tua liberdade bastam minhas asas.
Desde minha boca chegará até o céu
o que estava dormindo sobre tua alma.

E em ti a ilusão de cada dia.


Chegas como o sereno às corolas.
Escavas o horizonte com tua ausência
Eternamente em fuga como a onda.

Eu disse que cantavas no vento


como os pinheiros e como os hastes.
Como eles és alta e taciturna.
e entristeces prontamente, como uma viagem.

Acolhedora como um velho caminho.


Te povoa ecos e vozes nostálgicas.
eu despertei e as vezes emigram e fogem
pássaros que dormiam em tua alma.

Pablo Neruda

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