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I SÉRIE — NO 31 « B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008 695
Artigo 2º a) Homicídio doloso bem como ofensas à integrida-
Actuação processual e autonomia de física dolosas de que venha a resultar morte
1. A Polícia Judiciária actua no processo penal na fase do ofendido, quando o agente do respectivo
da instrução ou equivalente, praticando os actos que a lei facto delituoso não seja conhecido;
permite directamente ou por delegação, sob a direcção b) Contra autodeterminação sexual, puníveis com
e na dependência funcional do Ministério Público, sem pena cujo limite máximo seja superior a três
prejuízo da sua organização hierárquica. anos de prisão;
2. Na fase da audiência contraditória preliminar ou c) Incêndio, explosão, exposição de pessoas a
equivalente, o Juiz pode requisitar à Polícia Judiciária a substâncias radioactivas e libertação de gases
realização de diligências de investigação criminal. tóxicos ou asfixiantes, desde que, em qualquer
3. Sem prejuízo do referido nos números anteriores caso, o facto seja imputável a título de dolo;
e no número 1 do artigo 1º, a Polícia Judiciária goza de d) Poluição com perigo efectivo para a vida e perigo
autonomia no domínio do planeamento operacional e grave para a integridade física de outrem;
execução técnica das acções de investigação.
Artigo 3º e) Injúria, ameaça, coacção, devassa da vida pri-
vada, quando cometidos através de telefone ou
Competências em matéria de investigação criminal
outra formas análogas;
1. Compete genericamente à Polícia Judiciária:
f) Furto ou roubo, cometidos em edifícios ou ser-
a) Coadjuvar as autoridades judiciárias na inves- viços púbicos, instituições de crédito, institui-
tigação; ções parabancárias e instituições financeiras
b) Desenvolver e promover as acções de prevenção internacionais;
e investigação da sua competência ou que lhe
g) Furto, roubo e uso não autorizado de veículo,
sejam cometidas pelas autoridades judiciárias
quando cometidos por desconhecidos;
competentes.
h) Furto, roubo, dano, contrafacção ou receptação
2. Compete especificamente à Polícia Judiciária:
de coisa móvel que tenha valor científico,
a) A investigação dos crimes cuja competência artístico ou histórico ou para o património
reservada lhe é conferida pela presente lei e cultural que se encontre em colecções públicas
dos crimes cuja investigação lhe seja cometida ou privadas ou em local acessível ao público,
pela autoridade judiciária competente para a que possua elevada significação no desen-
direcção do processo; volvimento tecnológico ou económico ou que,
b) Assegurar a ligação dos órgãos e autoridades de pela sua natureza, seja substância altamente
polícia criminal e de outros serviços públicos perigosa;
nacionais com as organizações internacionais i) Burla e outras fraudes quando cometidas de
de cooperação de polícia criminal, designada- forma organizada ou com recurso à tecnologia
mente a INTERPOL; informática;
c) Assegurar os recursos nos domínios da cen-
j) Cometidos por meio de informática e infracções
tralização, tratamento, análise e difusão, a
económico-financeiras cometidas de forma
nível nacional, da informação relativa à cri-
organizada ou com recurso à tecnologia infor-
minalidade participada e conhecida, da perícia
mática;
técnico-científica e adequada às atribuições de
prevenção e investigação criminais, necessá- k) Infidelidade, adulteração de contas e inventá-
rios à sua actividade e que apoiem a acção dos rio, publicitação de falsidade sobre situação e
demais órgãos de polícia criminal; sociedade pacto contra interesses societários;
d) Centralizar as informações em matéria de pre- l) Falsificação de documentos nos termos dos ar-
venção criminal e combate à criminalidade tigos 232º a 234º do Código Penal;
organizada e dos crimes sobre estupefacientes
e substâncias psicotrópicas; m) Falsificação de moeda, títulos de crédito, valo-
res selados, títulos públicos, de selos, cunhos,
e) Assegurar o recebimento e tratamento das co- pesos e medidas, outros valores equiparados
municações relativas a lavagem de capitais e e de respectiva pesagem;
a financiamento do terrorismo, nos termos das
convenções internacionais a que Cabo-Verde n) Contra a comunidade internacional: atentado
está vinculado. contra entidades estrangeiras, ultraje de
símbolos estrangeiros, incitamento à guerra
3. Sem prejuízo do disposto nos artigos 4º e 11º da Lei
e ao genocídio, recrutamento de mercenários
nº 30/VII/2008, de 21 de Julho, que regula a investigação
e organização para discriminação;
criminal, é da competência reservada da Polícia Judi-
ciária, em todo o território nacional, a investigação e a o) Desvio ou tomada de navio ou aeronave, aten-
prática dos respectivos actos processuais dos seguintes tado contra a segurança dos transportes,
crimes: comunicações e outros serviços essenciais;
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696 I SÉRIE — NO 31 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008
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automóveis, com indicação, conforme os casos, da iden- 5. As entidades públicas ou empresas que exerçam
tidade do comprador, do preço da venda e dos elementos funções de vigilância, segurança ou protecção de pessoas,
identificadores do veículo a que respeitam. bens ou serviços públicos ou privados têm o dever especial
de auxiliar ou colaborar, em qualquer momento, com a
6. Os proprietários, administradores, gerentes,
Polícia Judiciária, podendo esta exigir-lhes, sempre que
directores ou quaisquer outros responsáveis de em-
entender necessário, o fornecimento das relações com as
presas locadoras de qualquer natureza, constituem-se
identidades do seu pessoal.
na obrigação de entregar no departamento da Polícia
Judiciária com jurisdição na área em que se situam, 6. O Ministério Público, a Polícia Judiciária e as entida-
relações completas, conforme modelo exclusivo cuja des referidas no nº 1 promovem reuniões periódicas com
cópia lhes é facultada em suporte digital, dos contratos vista à coordenação das suas actividades e à resolução de
efectuados que lhes forem contratados pelos respecti- eventuais dificuldades na delimitação prática das suas
vos clientes, com menção dos veículos e identificação competências ou quaisquer outras relacionadas com o
completa dos locatários. exercício destas.
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Artigo 7º b) Existirem indícios fortes de que a pessoa a deter
Autoridades de polícia criminal se prepara para fugir à acção da justiça;
1. São autoridades da polícia criminal, para efeitos c) Não for possível, dada a situação de urgência e
previstos no Código de Processo Penal e na Lei da organi- de perigo na demora, esperar pela intervenção
zação de investigação criminal, os seguintes funcionários da autoridade judiciária.
da Polícia Judiciária.
3. Detenção em flagrante delito, quando no decurso de
a) O director nacional; revistas e buscas sejam apreendidos ao suspeito objectos
que tiverem servido ou estivessem destinados a servir
b) O director nacional adjunto;
a prática de um crime ou constituam seu produto, seja
c) Os directores de departamento; punível com pena de prisão, ainda que com pena alter-
nativa de multa.
d) Os coordenadores superiores de investigação
criminal; 4. A realização de quaisquer dos actos previstos no
números anteriores obedece, subsidiariamente, à trami-
e) Os Coordenadores de Investigação criminal;
tação do Código de Processo Penal, tem de ser de imediato
f) Os Inspectores Chefes quando dirigem departa- comunicada à autoridade judiciária titular da direcção
mentos de investigação criminal. da instrução para os devidos efeitos e sob as cominações
Artigo 8º
da lei processual penal e, no caso dos números 2 e 3, o
detido tem de ser apresentado no prazo legalmente pre-
Competências processuais visto à autoridade judiciária competente, sem prejuízo
1. As autoridades da polícia criminal referidas no de esta, se assim o entender, determinar a apresentação
artigo anterior têm ainda especial competência para, no imediata.
âmbito da delegação de competências para investigação Artigo 9º
criminal e das atribuições definidas na Lei da organização
Especificidades e exigências das funções
de investigação criminal, ordenar:
a) A realização de perícias a efectuar por organis- 1. As funções da Polícia Judiciária são de carácter
mos oficiais, salvo os casos de diligências e ac- permanente e obrigatório, sendo a permanência nos ser-
tos reservados legalmente ao juiz e de assistir viços assegurada, fora do horário normal, por um serviço
a exames susceptíveis de ofender o pudor das de piquete, que funciona de acordo com o regulamento
pessoas; aprovado por portaria conjunta dos membros do Governo
responsáveis pelas áreas da Justiça e das Finanças.
b) A realização de revistas, quando houver fortes
indícios de que alguém que se encontra em 2. Todo o pessoal da Polícia Judiciária tem o dever de
lugar aberto ao público ou sujeito à vigilância comunicar superiormente qualquer facto do seu conhe-
policial, oculta na sua pessoa quaisquer ob- cimento que possa estar relacionado com a preparação
jectos relacionados com um crime ou possam ou execução de algum crime, quer se encontrem ou não
servir de prova; a decorrer investigações.
c) A realização de buscas, com excepção das do- 3. O pessoal de investigação criminal que tenha co-
miciliárias, bem como as realizadas em escri- nhecimento da preparação ou consumação de algum
tórios ou domicílio de advogado, consultório crime deve, em qualquer circunstância, mesmo que se
médico ou escritório, gabinete ou consultório encontre fora da sua área de actividade normal, tomar as
de outros profissionais vinculados legal ou providências para evitar a sua prática ou para descobrir
estatutariamente a segredo, estabelecimentos e prender, com respeito pela lei, os seus agentes.
de comunicação social e estabelecimentos uni- Artigo 10º
versitários, quando houver fortes indícios de
que os objectos referidos na alínea anterior ou Segredo de justiça e profissional
o arguido ou outra pessoa que deva ser detida 1. Todos os actos praticados no domínio de investigação
se encontram em lugar aberto ao público ou criminal e de coadjuvação das autoridades judiciárias
sujeito à vigilância policial; estão sujeitos ao segredo de justiça nos termos da lei.
d) Apreensões, excepto de correspondências ou as
2. As acções de prevenção, os processos contra-orde-
que tenham lugar em escritório de advogado,
nacionais, disciplinares, de inquérito, de sindicância, de
em consultório médico, estabelecimentos de
averiguações e ainda quaisquer factos com elas relacio-
comunicação social e estabelecimentos univer-
nados estão sujeitos ao segredo profissional.
sitários;
3. O pessoal da Polícia Judiciária não pode fazer reve-
2. Há detenção fora do flagrante delito, quando se
lações públicas relativas a processos ou sobre matéria de
verifiquem os seguintes requisitos:
índole reservada, salvo o que se encontra previsto neste
a) Se tratar de crime doloso punível com pena de diploma sobre informação pública e acções de natureza
prisão cujo limite máximo seja superior a três preventiva junto da população e ainda o disposto nas leis
anos; de processo penal.
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2. Os serviços referidos no número anterior ficam di- e) Fixar o modo de dependência e articulação entre
rectamente dependentes do director nacional, que fixa o subdirecção central, departamentos e depar-
modo de dependência e de articulação entre os serviços tamentos de investigação criminal;
centrais e os Departamentos de Investigação Criminal.
f) Decidir sobre a colocação e informar sobre a
Secção I requisição e o destacamento do pessoal para
Direcção nacional outros organismos;
Artigo 17º g) Emitir directivas, ordens de serviço e instruções
Natureza e estrutura
que julgar convenientes;
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Artigo 20º a) Representar a unidade orgânica que dirige;
Substituição
b) Coadjuvar directamente o director nacional ou
Nas suas ausências e impedimentos o director nacional o director nacional adjunto, nas respectivas
é substituído pelo director nacional adjunto. áreas de competência;
Subsecção II c) Dirigir, orientar e coordenar a unidade orgânica
Director nacional adjunto nos domínios da respectiva competência;
Artigo 21º d) Emitir ordens e instruções tendentes à exe-
Competências do director nacional adjunto cução das directivas, despachos e instruções
permanentes de serviço cuja aplicação deva
1. Compete ao director nacional adjunto coadjuvar di- assegurar;
rectamente o director nacional, exercer as competências
que lhe forem delegadas e dirigir a Direcção Central de e) Distribuir o pessoal pelos serviços que dirige;
Investigação Criminal. f) Exercer o poder disciplinar;
2. Na chefia da Direcção Central de Investigação Crimi- g) Emitir informações e pareceres que lhe forem
nal, compete, em especial, ao director nacional adjunto: solicitados pelo director nacional ou pelo di-
a) A representação do departamento que dirige; rector nacional adjunto;
b) Orientar e coordenar, a nível nacional, as acções h) Apresentar superiormente, até 31 de Janeiro, o
de prevenção, de investigação e coadjuvação relatório anual de actividades;
das autoridades judiciárias relativamente a i) Exercer as competências que lhe forem delega-
crimes da sua competência e das unidades
das ou subdelegadas.
orgânicas e funcionais que dela dependem;
2. O director de departamento pode assumir directa-
c) A emissão de directivas, ordens de serviço e
mente a direcção e chefia de qualquer dos serviços que
instruções que julgar convenientes;
integram a respectiva unidade orgânica.
d) A distribuição do pessoal pelos serviços, exercen- Artigo 24º
do sobre eles os demais poderes que lhe forem
Substituição
delegados;
O director de departamento é substituído, nas suas
e) O exercício do poder disciplinar, nos termos do
ausências e impedimentos, por funcionário qualificado
disposto na lei.
que o director nacional designar.
f) A elaboração e apresentação de propostas ao Subsecção IV
director nacional de medidas tendentes à me-
lhoria do funcionamento dos serviços; Direcção central de investigação criminal
Artigo 25º
g) O fornecimento de informações e emissão de pa-
receres que lhe forem solicitados pelo director Estrutura e Composição
nacional; A Direcção Central de Investigação Criminal é cons-
h) A apresentação do plano de actividades para o tituída por secções e brigadas centrais de investigação
ano seguinte, até à elaboração da proposta de criminal e por um núcleo de expedientes e arquivo.
orçamento; Artigo 26º
i) A apresentação trimestral, ao director nacional, Composição das brigadas centrais de investigação criminal
dos dados estatísticos respectivos e, até 31 de
As brigadas centrais de investigação criminal são in-
Janeiro, do relatório anual das actividades;
tegradas por Inspectores.
j) Exercer as demais competências que lhe forem Artigo 27º
delegadas e subdelegas pelo director nacional.
Competências da direcção central de investigação criminal
Artigo 22º
1. Compete à direcção central de investigação criminal
Substituição
orientar e coordenar, a nível nacional as actividades de
O director nacional adjunto é substituído, nas suas prevenção, de investigação criminal e de coadjuvação
ausências, impedimentos e em caso de vacatura de lugar, das autoridades judiciárias, relativamente a seguintes
por um Coordenador Superior de Investigação Criminal crimes:
ou por um Coordenador de Investigação Criminal que for
a) Os referidos no n.º 2 do artigo 3º do presente
designado pelo director nacional.
diploma;
Subsecção III
b) Qualquer outros, cuja investigação seja atribuí-
Directores de departamento
da à Polícia Judiciária, e que, pela sua nature-
Artigo 23° za, o director nacional entenda atribuir-lhe;
Competências do director de departamento
2. Compete ainda à direcção central de investigação cri-
1. Compete ao director de departamento: minal, apoiar o Gabinete da cooperação internacional.
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Artigo 28º h) Dar cumprimento às directrizes e recomenda-
Competências das secções centrais de investigação criminal ções de serviço emanadas pelo Secretariado-
Geral da Organização Internacional de Polícia
As competências das secções centrais de investigação
Criminal;
criminal são definidas pelo director nacional, sob proposta
do respectivo director nacional adjunto. i) Propor superiormente a adopção de medidas
Artigo 29° susceptíveis de contribuir para a prevenção
e repressão da criminalidade, especialmente,
Chefia
internacional, promovendo a aplicação das
1. As secções centrais de investigação criminal são recomendações e resoluções aprovadas pela
chefiadas por coordenadores de Investigação Criminal. Organização Internacional de Polícia Crimi-
2. As brigadas centrais de investigação criminal são nal;
chefiadas por Inspectores Chefes. j) Estabelecer estreita colaboração com as autori-
Subsecção V dades policiais e outras entidades, designada-
Gabinete da cooperação internacional mente as de fronteiras, aduaneiras, portuárias,
aeroportuárias e a Guarda Costeira Nacional,
Artigo 30º
procedendo ao intercâmbio de informações re-
Estrutura lativas a criminosos internacionais e à difusão
O Gabinete da Cooperação Internacional: de documentação de interesse policial;
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Artigo 33º g) Executar outras incumbências que lhe sejam
Competências do serviço de tradução e cifra cometidas pelo director nacional.
Artigo 37º
Compete ao Serviço de Tradução e Cifra:
Estrutura
a) Traduzir, codificar, descodificar e retroverter as
radiogramas e demais mensagens que para o 1. O Departamento de Informação Criminal, Polícia
efeito lhe forem entregues; Técnica e Apoio Tecnológico compreende os seguintes
sectores:
h) Desempenhar as demais tarefas da sua especiali-
dade que lhe forem determinadas pelo director a) Informação Criminal;
nacional. b) Polícia Técnica;
Artigo 34º
c) Prevenção Criminal;
Direcção
d) Telecomunicações, Informática e Apoio Tecno-
O Gabinete da Cooperação Internacional é dirigido lógico;
pelo director nacional ou por um coordenador superior
ou por um coordenador de investigação criminal que ele 2. Os serviços referidos no número anterior podem
designar. ser organizados por núcleos.
Artigo 35º Artigo 38º
Competência do sector de informação criminal
Condenação de estrangeiros
2. O serviço central responsável pelo controlo de estran- a) A catalogação dos crimes, cujos agentes não
geiros comunica ao Gabinete da Cooperação Internacio- foram descobertos, organizada por «modus ope-
nal as expulsões de estrangeiros que forem determinadas, randi», local e quaisquer outras circunstâncias
antes da sua efectivação. ou referências úteis;
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k) A recolha dos elementos necessários à completa c) Fiscalizar e vigiar salas de jogos, bares, hotéis,
identificação de detidos, arguidos e suspeitos; pensões e outros locais ou estabelecimentos
l) A organização de ficheiros de objectos relacio- onde se suspeite de cometimento de acções
nados com a prática de actos ilícitos; ilícitas ou ainda da presença de indivíduos
suspeitos de se dedicarem a actividades deli-
m) A recolha de quaisquer outros elementos e tuosas;
informações úteis à investigação criminal,
incluindo o registo de características físicas, d) Confirmar notícias ou denúncias anónimas,
sinais particulares e outros; canalizando-as para os órgãos competentes;
n) A organização de índices remissivos. e) Proceder a acções de controlo, em articulação
com outras entidades policiais, através de
2. Para efeitos do disposto no número anterior, os servi-
acções de identificação de pessoas, em locais
ços do Ministério Público e da Polícia Nacional remetem
suspeitos de serem frequentados por delin-
obrigatoriamente á Polícia Judiciária cópia ou duplicado
quentes;
das participações dos crimes não investigados por esta.
Artigo 39º f) Colaborar em acções de investigação dando apoio
Competência do Sector de Polícia Técnica
a outros departamentos em buscas, vigilâncias
ou detenções;
O Sector de Polícia Técnica desenvolve as competências
referidas nas alíneas d) e e) do artigo 36º, cabendo-lhe g) Localizar pessoas desaparecidas, em especial
nomeadamente: menores e adultos que sofram de doenças do
foro psiquiátrico e neurológico, e ainda outras
a) Realizar inspecções aos locais dos crimes; pessoas cujos desaparecimentos possam, de
b) Elaborar relatórios e informações técnicas na alguma forma, ser considerados estranhos ou
sequência das inspecções realizadas; se suspeite terem sido vítimas de crime;
c) Prestar colaboração técnica adequada a outras h) Recolher e tratar elementos referentes à iden-
entidades, nomeadamente às autoridades ju- tificação de cadáveres;
diciárias;
i) Cumprir mandados de condução de menores
d) Proceder à recolha, transporte, preservação, tra- em situação de risco, emitidos pelas entidades
tamento, registo e identificação de vestígios; competentes;
e) Proceder à identificação de detidos ou arguidos; j) Fiscalizar os estabelecimentos que procedam às
f) Proceder à identificação de cadáveres; transacções previstas nas alíneas a) a e) do nº1
do artigo 4º.
g) Proceder às diligências necessárias para o es-
clarecimento de falsas identidades; Artigo 41º
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3. O Conselho só pode deliberar quando estiverem a quaisquer diligências, sem prejuízo, em qualquer dos
presentes, pelo menos, dois terços do número total dos casos, da sua superior orientação e coordenação, obser-
seus membros. vando-se a disciplina fixada pelo director nacional.
4. As deliberações são tomadas por pluralidade de votos 3. Quando se tornar estritamente necessário, os de-
dos membros presentes, cabendo ao presidente voto de partamentos de investigação criminal podem exercer as
qualidade. competências do Serviço de Telecomunicações, Informá-
tica e Apoio Tecnológico.
5. Atenta a matéria em apreciação, o presidente pode
convocar para participar nas reuniões, sem direito a voto, 4. A área territorial e de acção dos departamentos de
os funcionários que julgar conveniente, podendo ainda investigação criminal é definida por portaria do ministro
convidar outras entidades se tal se revelar de especial da justiça, sob proposta do director nacional.
interesse para o desempenho das atribuições da Polícia Artigo 64º
Judiciária.
Direcção
6. Os elementos eleitos para o conselho têm livre acesso
Os departamentos de investigação criminal são dirigi-
aos vários serviços da área que representem, com vista ao
dos por Coordenadores Superiores ou por Coordenadores
acolhimento de sugestões que visem o bom funcionamento
de Investigação Criminal, nomeados por despacho do
desses departamentos ou serviços.
ministro da Justiça, sob proposta do director nacional.
7. O Conselho é apoiado administrativamente pelo Artigo 65º
Departamento de Recursos Humanos, Financeiro e
Competência dos dirigentes dos departamentos
Patrimonial. de investigação criminal
Secção II
1. O coordenador superior ou o coordenador de investi-
Departamentos de investigação criminal gação criminal que chefiam os departamentos de inves-
Artigo 62º tigação criminal têm competência conferida ao director
Estruturação nacional adjunto, com as devidas adaptações.
1. Os departamentos de investigação criminal estrutu- 2. O director nacional pode delegar e subdelegar nestas
ram-se à semelhança da Direcção Central de Investigação chefias a competência para despachar assuntos relativos
Criminal, com as devidas adaptações, e podem ser cons- aos recursos humanos e administração geral dos respec-
tituídas por secções e brigadas de investigação. tivos serviços.
Artigo 66º
2. Os departamentos de investigação criminal podem,
ainda, ser integradas por um arquivo de informação Coordenador superior de investigação criminal
criminal e por uma unidade administrativa, cujas compe- 1. Compete, em geral, ao Coordenador Superior:
tências, à escala local ou regional e com as devidas adap-
tações, são idênticas às dos sectores do Departamento de a) Representar a unidade orgânica que dirige;
Informação Criminal e de Polícia Técnica. b) Coadjuvar directamente o director nacional e o
3. Nos departamentos de investigação criminal poderá director nacional adjunto;
o membro do governo responsável pela área da justiça, c) Dirigir departamentos de investigação criminal
sob a proposta do director nacional, e ouvido o Procura- ou outras unidades orgânicas equivalentes;
dor-Geral da República, criar por portaria, um núcleo de
Laboratório de Polícia Científica, habilitado a realizar, 2. Compete, em especial e designadamente, ao Coor-
nomeadamente, perícias lofoscópicas e operações de fo- denador Superior:
tografia criminalística. a) Orientar e coordenar superiormente os respec-
4. A estrutura organizativa e a dotação de pessoal dos tivos serviços;
departamentos de investigação criminal são aprovadas b) Emitir ordens e instruções de serviço tendentes à
por despacho do director nacional. execução das directivas, despachos e instruções
Artigo 63º cuja aplicação deva assegurar;
Competências c) Distribuir os funcionários pelas unidades orgâ-
1. Compete aos departamentos de investigação crimi- nicas que dirija;
nal a prevenção, investigação criminal e coadjuvação das d) Emitir as informações e pareceres que lhe forem
autoridades judiciárias, relativos aos crimes da compe- solicitados;
tência da Polícia Judiciária cometidos na respectiva área
e) Exercer o poder disciplinar, nos termos do dis-
territorial de intervenção e que não sejam atribuídos à
posto na lei;
Direcção Central de Investigação Criminal.
f) Apresentar superiormente, até à elaboração da
2. Sempre que as circunstâncias o aconselhem ou
proposta do orçamento, o plano de activida-
justifiquem, pode a Direcção Central de Investigação
des;
Criminal delegar, pontualmente, nos departamentos de
investigação criminal a realização de investigações que g) Apresentar superiormente, até 31 de Janeiro, o
sejam da sua competência ou solicitar-lhes que procedem relatório anual;
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h) Prestar assessoria técnica de investigação crimi- o) Analisar, até 31 de Dezembro, todos os processos
nal de elevado grau de qualificação e responsa- pendentes e ordenar o que julgar adequado
bilidade, designadamente na área de análise para a sua regularização.
de tendências da criminalidade, elaborando
2. Nas suas faltas e impedimentos, o coordenador de
estudos, relatórios e pareceres, representando
investigação criminal é substituído por um dos elementos
comissões e grupos de trabalho que exijam
do pessoal de investigação criminal que o director nacio-
conhecimentos altamente especializados ou
nal designar, de entre os de mais elevada qualificação
uma visão global da organização; profissional.
i) Colaborar em acções de formação; Artigo 68º
j) Colaborar nas inspecções e auditorias aos ser- Competências dos inspectores chefes na chefia de brigadas
viços; Compete aos Inspectores Chefes na chefia de brigadas:
k) Colaborar no exercício do poder disciplinar, ins- a) Coadjuvar directamente os coordenadores supe-
truindo processos de inquérito, disciplinares riores de investigação criminal ou os coorde-
e de averiguações decorrentes do exercício do nadores de investigação criminal;
poder disciplinar.
b) Chefiar brigadas ou unidades orgânicas equiva-
Artigo 67º
lentes;
Competência dos coordenadores de investigação
criminal na chefia de secções c) Elaborar o planeamento operacional e assegurar
o respectivo controlo da execução, sem prejuízo
1. Compete aos coordenadores de investigação criminal do disposto na alínea c) do número 1 do artigo
na chefia de secções: anterior;
a) Representar a secção que chefia; d) Chefiar pessoalmente as diligências de inves-
b) Coadjuvar directamente o director e director tigação criminal, planeando, distribuindo e
nacional adjunto; controlando as tarefas executadas pelos ins-
pectores;
c) Elaborar o planeamento da investigação crimi-
e) Controlar e garantir o cumprimento de prazos
nal e assegurar o respectivo controlo operacio-
processuais e das operações, acções, diligências
nal;
e actos de investigação criminal, elaborando o
d) Emitir ordens e instruções de serviço tendentes à respectivo relatório ou o sumário especificado
execução das directivas, despachos e instruções de concordância com o relatório detalhado
cuja aplicação deva assegurar; elaborado pelo inspector;
e) Distribuir o pessoal pelas brigadas; f) Distribuir o serviço ou tarefas pelos Inspectores
e orientar, coordenar, fiscalizar e controlar a
f) Distribuir o serviço pelas brigadas e pelos
sua execução;
Inspectores Chefes e orientar, coordenar e
fiscalizar a sua execução; g) Assumir a direcção das investigações de maior
complexidade, sem prejuízo do disposto na
g) Gerir os recursos humanos e materiais e contro- alínea h) do número 1 do artigo anterior;
lar a sua eficácia;
h) Elaborar despachos, relatórios e pareceres,
h) Assumir a direcção das investigações de maior tendo em vista preparar a tomada de decisão
complexidade; superior sobre medidas de prevenção e inves-
i) Controlar a legalidade e a adequação das opera- tigação criminal.
ções, acções, diligências e actos de prevenção i) Remeter ao Departamento de Informação
e investigação criminal; Criminal e de Polícia Técnica os elementos
j) Elaborar despachos, relatórios e pareceres; susceptíveis de registo e tratamento;
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a) Realizar operações, acções, diligências e actos serviços da Polícia Judiciária, se entender que, da apre-
de investigação criminal e os correspondentes ciação dos dados referidos no n.º 3 do artigo anterior,
actos processuais; existe matéria indiciária que o justifique, indicando o
b) Proceder a vigilâncias ou detenções; âmbito e o objecto de incidência.
c) Pesquisar, recolher, compilar, tratar e remeter às 2. A realização desses inquéritos ou sindicâncias tam-
respectivas unidades a informação criminal com bém pode ser efectuada por solicitação do membro do
menção expressa na investigação em curso; Governo responsável pela área da justiça ou por proposta
do director nacional, cabendo, em todos os casos, ao Mi-
d) Elaborar relatórios, informações, mapas, gráfi-
nistério Público a instrução dos processos disciplinares
cos e quadros;
que devam seguir-se, sendo, no seu termo, submetidos a
e) Executar outras tarefas de investigação criminal decisão daquele membro do Governo.
que lhe forem superiormente determinadas;
3. O Director nacional pode ordenar a realização de
f) Colaborar em acções de formação; inquéritos, averiguações, inspecções e sindicâncias aos
g) Conduzir viaturas de serviço quando superior- serviços da Policia Judiciária, para verificar o grau de
mente autorizado. cumprimento e implementação das orientações e decisões
que visam a melhoria e eficácia dos serviços.
CAPÍTULO III
Fiscalização e Disciplina 4. As conclusões obtidas deverão ser dadas a conhecer ao
membro do Governo responsável pela área da Justiça.
Artigo 70º
Fiscalização Artigo 72º
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