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694 I SÉRIE — NO 31 «B. O.

» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008

Decreto-Legislativo nº 1/2008 No que se refere a natureza e atribuições, estabelecem-


De 18 de Agosto se regras de aperfeiçoamento e clarificação do modelo
mais apto a combater, em especial, a criminalidade or-
As profundas alterações sociais e económicas veri- ganizada e a que lhe está associada, bem como a alta-
ficadas na última década determinaram mudanças mente complexa e violenta, cujas características exigem
significativas das características da criminalidade. A a gestão de um sistema de informação a nível nacional,
intensificação da circulação de pessoas, mercadorias e afirmando-se que a Polícia Judiciária constitui um corpo
capitais, a evolução tecnológica têm vindo a contribuir especial de polícia criminal com estatuto próprio, que a
para a aceleração da globalização dos comportamentos distingue das demais forças policiais.
individuais a todos os níveis, favorecendo o aparecimen-
to e a generalização de novas formas de criminalidade, No domínio das matérias que integram a sua compe-
como sejam os tráficos de droga, arma e pessoas, bran- tência, são introduzidas actualizações em resultado da
queamento de capitais, corrupção, crimes financeiros e própria evolução da realidade criminológica, destacando-
informáticos, cada vez mais sofisticadas, opacas e imunes se a competência para investigação de crimes com recurso
aos métodos tradicionais de investigação, impõe, por isso, à tecnologia informática, crimes de lavagem de capitais,
que a Policia Judiciária se organize de modo adequado a terrorismo e organização criminosa.
enfrentar estas novas realidades.
Ambicionando dotar a Polícia Judiciária de uma
Com efeito, a evolução da criminalidade permite hoje estrutura organizacional aberta, dinâmica, racional e
falar de um quadro de novas ameaças, há bem poucos ajustável a realidade, propõe-se algumas alterações, com
anos pouco conhecido entre nós. Esses fenómenos crimi- maior expressão na organização de vários departamentos,
nais mais graves colocam desafios complexos ao sistema reagrupando alguns serviços, por uma questão de maior
judicial e especialmente aos órgãos de polícia criminal. eficácia, tendo em conta as características próprias, re-
Deste modo, decorridos quinze anos sobre a criação sultantes da condição geográfica, populacional, criminal,
da Polícia Judiciária e onze anos sobre a última altera- e dos recursos humanos e técnicos disponíveis.
ção operada na sua orgânica, importa consubstanciar o Em matéria de organização, introduzem-se altera-
processo de modernização que se encontra em curso e ções que visam aperfeiçoar, nas vertentes da direcção,
reforçar a dinâmica da organização, sabendo manter o supervisão e coordenação, um modelo que, na vertente
que se encontra sedimentado, objectivos cuja prossecução operacional, vai permitir alcançar melhores resultados,
a reforma em curso e o presente diploma em concreto reforçando o carácter nacional da intervenção e a dis-
visa garantir. ponibilidade de intervenção rápida e eficaz em todo o
É neste quadro que o Governo entendeu solicitar à território nacional.
Assembleia Nacional a autorização legislativa, que lhe Convém realçar, finalmente, que o presente diploma
foi concedida pela Lei n.º 28/VII/2008, de 21 de Abril, consagra regras que visam salvaguardar os direitos
para dentro do prazo de cento e vinte dias, aprovar a fundamentais dos cidadãos que em todos os momentos,
nova Orgânica da Policia Judiciária. devem ser promovidos, respeitados e assegurados.
Esta reestruturação da Orgânica da Policia Judiciária
Assim,
insere-se, pois, no âmbito da reforma penal e processual
penal e das medidas legislativas de combate à criminali- Ao abrigo da autorização legislativa concedida pela Lei
dade mais grave e organizada que têm vindo a ser aprova- n.º 28/VII/2008, de 21 de Abril; e
das, designadamente a ratificação da convenção das Na-
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do
ções Unidas para o combate à criminalidade organizada,
n.º 2 do artigo 203° da Constituição, o Governo decreta
a convenção da Nações Unidas contra a corrupção, a lei
o seguinte:
de protecção de testemunhas, a lei de segurança interna
e mais recentemente a lei da organização de investigação CAPÍTULO I
criminal, entre outras, e decorre necessariamente das
Disposições Gerais
alterações do quadro jurídico levadas a cabo pela revisão
constitucional de 1999. Artigo 1º

Pretende-se, outrossim, adequar as competências da Natureza, atribuições e sede


Policia Judiciária em matéria de investigação criminal 1. A Polícia Judiciária é um organismo de prevenção e
e de coadjuvação das autoridades judiciárias e que a investigação criminal, auxiliar da administração da justi-
respeito veio a ser recentemente postulado, no Código ça, dotado de autonomia administrativa, organizado sob
do Processo Penal, aprovado pelo Decreto – Legislativo a superior direcção do membro do Governo responsável
nº 2/2005, de 7 de Fevereiro. pela área da Justiça.
A Policia Judiciária é definida como um corpo superior
2. Em todos os actos praticados no exercício das suas
da policia criminal, auxiliar da administração da justiça,
funções, a Polícia Judiciária actua exclusivamente na de-
especializada na investigação da criminalidade mais
fesa da sociedade, no integral cumprimento da legalidade
grave e complexa e que actua no processo sob a direcção
democrática e no respeito dos direitos dos cidadãos.
e na dependência funcional do Ministério Público, sem
prejuízo da sua autonomia em sede organização hierár- 3. A Polícia Judiciária tem a sua sede na Cidade da
quica, operacional e técnica. Praia.

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Artigo 2º a) Homicídio doloso bem como ofensas à integrida-
Actuação processual e autonomia de física dolosas de que venha a resultar morte
1. A Polícia Judiciária actua no processo penal na fase do ofendido, quando o agente do respectivo
da instrução ou equivalente, praticando os actos que a lei facto delituoso não seja conhecido;
permite directamente ou por delegação, sob a direcção b) Contra autodeterminação sexual, puníveis com
e na dependência funcional do Ministério Público, sem pena cujo limite máximo seja superior a três
prejuízo da sua organização hierárquica. anos de prisão;
2. Na fase da audiência contraditória preliminar ou c) Incêndio, explosão, exposição de pessoas a
equivalente, o Juiz pode requisitar à Polícia Judiciária a substâncias radioactivas e libertação de gases
realização de diligências de investigação criminal. tóxicos ou asfixiantes, desde que, em qualquer
3. Sem prejuízo do referido nos números anteriores caso, o facto seja imputável a título de dolo;
e no número 1 do artigo 1º, a Polícia Judiciária goza de d) Poluição com perigo efectivo para a vida e perigo
autonomia no domínio do planeamento operacional e grave para a integridade física de outrem;
execução técnica das acções de investigação.
Artigo 3º e) Injúria, ameaça, coacção, devassa da vida pri-
vada, quando cometidos através de telefone ou
Competências em matéria de investigação criminal
outra formas análogas;
1. Compete genericamente à Polícia Judiciária:
f) Furto ou roubo, cometidos em edifícios ou ser-
a) Coadjuvar as autoridades judiciárias na inves- viços púbicos, instituições de crédito, institui-
tigação; ções parabancárias e instituições financeiras
b) Desenvolver e promover as acções de prevenção internacionais;
e investigação da sua competência ou que lhe
g) Furto, roubo e uso não autorizado de veículo,
sejam cometidas pelas autoridades judiciárias
quando cometidos por desconhecidos;
competentes.
h) Furto, roubo, dano, contrafacção ou receptação
2. Compete especificamente à Polícia Judiciária:
de coisa móvel que tenha valor científico,
a) A investigação dos crimes cuja competência artístico ou histórico ou para o património
reservada lhe é conferida pela presente lei e cultural que se encontre em colecções públicas
dos crimes cuja investigação lhe seja cometida ou privadas ou em local acessível ao público,
pela autoridade judiciária competente para a que possua elevada significação no desen-
direcção do processo; volvimento tecnológico ou económico ou que,
b) Assegurar a ligação dos órgãos e autoridades de pela sua natureza, seja substância altamente
polícia criminal e de outros serviços públicos perigosa;
nacionais com as organizações internacionais i) Burla e outras fraudes quando cometidas de
de cooperação de polícia criminal, designada- forma organizada ou com recurso à tecnologia
mente a INTERPOL; informática;
c) Assegurar os recursos nos domínios da cen-
j) Cometidos por meio de informática e infracções
tralização, tratamento, análise e difusão, a
económico-financeiras cometidas de forma
nível nacional, da informação relativa à cri-
organizada ou com recurso à tecnologia infor-
minalidade participada e conhecida, da perícia
mática;
técnico-científica e adequada às atribuições de
prevenção e investigação criminais, necessá- k) Infidelidade, adulteração de contas e inventá-
rios à sua actividade e que apoiem a acção dos rio, publicitação de falsidade sobre situação e
demais órgãos de polícia criminal; sociedade pacto contra interesses societários;
d) Centralizar as informações em matéria de pre- l) Falsificação de documentos nos termos dos ar-
venção criminal e combate à criminalidade tigos 232º a 234º do Código Penal;
organizada e dos crimes sobre estupefacientes
e substâncias psicotrópicas; m) Falsificação de moeda, títulos de crédito, valo-
res selados, títulos públicos, de selos, cunhos,
e) Assegurar o recebimento e tratamento das co- pesos e medidas, outros valores equiparados
municações relativas a lavagem de capitais e e de respectiva pesagem;
a financiamento do terrorismo, nos termos das
convenções internacionais a que Cabo-Verde n) Contra a comunidade internacional: atentado
está vinculado. contra entidades estrangeiras, ultraje de
símbolos estrangeiros, incitamento à guerra
3. Sem prejuízo do disposto nos artigos 4º e 11º da Lei
e ao genocídio, recrutamento de mercenários
nº 30/VII/2008, de 21 de Julho, que regula a investigação
e organização para discriminação;
criminal, é da competência reservada da Polícia Judi-
ciária, em todo o território nacional, a investigação e a o) Desvio ou tomada de navio ou aeronave, aten-
prática dos respectivos actos processuais dos seguintes tado contra a segurança dos transportes,
crimes: comunicações e outros serviços essenciais;

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p) Violação de regras de construção e danos em c) Vigiar e fiscalizar os estabelecimentos de venda


instalações; ao público de aparelhos electrónicos e informá-
ticos ou que prestem serviços do mesmo tipo,
q) Organização e associações criminosas; sempre que, pela sua natureza, permitam,
r) De detenção de engenho, ou substância explosi- através de utilização ilícita, a prática de cri-
vos, inflamáveis, incendiários ou asfixiantes, mes de contrafacção de moeda, falsificação de
fora das condições ou em violação das pres- documentos ou crimes informáticos;
crições da autoridade competente, fabrico, co- d) Vigiar e fiscalizar locais de embarque ou de
mercialização, detenção ou depósito de armas desembarque de pessoas ou de mercadorias,
e munições de guerra, bem como os crimes fronteiras, meios de transporte, locais públicos
cometidos com essas armas; onde se efectuem operações comerciais, de bol-
sa ou bancárias, estabelecimentos de venda de
s) Contra a Soberania e a Independência Nacio-
valores selados, casas ou recintos de reunião,
nal;
de espectáculos ou de diversões, casinos e salas
t) Infidelidade diplomática; de jogo e quaisquer locais que possam favorecer
a delinquência;
u) Rebelião, coacção e terrorismo, nos termos dos
artigos 313º, 314º e 315º do Código Penal; e) Vigiar e fiscalizar actividades susceptíveis de
propiciarem actos de devassa ou violência
v) Relativos a estupefacientes e substâncias psico- sobre as pessoas, ou de manipulação da cre-
trópicas; dulidade popular, designadamente anúncios
fraudulentos, mediação de informações, co-
w) Lavagem de dinheiro e de outros produtos ou
branças e angariações ou prestações de servi-
bens;
ços pessoais;
x) Sequestro, extorsão e chantagem. f) Promover e realizar acções destinadas a fomen-
4. Pode ainda a Polícia Judiciária assumir a direcção tar a prevenção geral e a reduzir o número de
de investigações e processos relativos a crimes de com- vítimas da prática de crimes, motivando os ci-
petência genérica sempre que estes tenham conexão com dadãos a adoptarem precauções e a reduzirem
crimes de sua competência reservada ou que em razão da os actos e as situações que facilitem ou preci-
complexidade e gravidade do processo, tal competência pitem a ocorrência de condutas criminosas.
lhe seja cometida pelo Procurador Geral da República, 2. No exercício das acções a que se refere o número
ouvido o Director Nacional. anterior, a Polícia Judiciária tem acesso à informação
necessária à caracterização, identificação e localização
5. Exceptua-se do disposto nos números anteriores os
das actividades ali referidas, podendo proceder à iden-
crimes para que sejam competentes os tribunais milita-
tificação de pessoas e realizar vigilâncias, se necessário,
res.
com recurso a todos os meios e técnicas de registo de som
Artigo 4° e de imagem, bem como a revistas e buscas, nos termos
permitidos pelas pertinentes disposições do Código de
Competência em matéria de prevenção criminal
Processo Penal e demais legislação em vigor.
1. No domínio da prevenção criminal, compete à Polí- 3. Os proprietários, administradores, gerentes, direc-
cia Judiciária efectuar a detecção e dissuasão de situações tores ou quaisquer outros responsáveis dos estabeleci-
propícias à prática de crimes, em especial: mentos mencionados na alínea a) do n.º 1 do presente
a) Vigiar e fiscalizar lugares e estabelecimentos em dispositivo constituem-se na obrigação de entregar no
que se proceda à exposição, guarda, fabrico, departamento da Polícia Judiciária com jurisdição na
transformação, restauração e comercialização área em que se situam, relações completas, conforme
de antiguidades, arte sacra, livros e mobiliário modelo exclusivo cuja cópia lhes é facultada em suporte
usados, ferro-velho, sucata, veículos e aces- digital ou de papel, das transacções efectuadas, com
sórios, artigos penhorados, de joalharia e de identificação dos respectivos intervenientes e objectos
ourivesaria, eléctricos e electrónicos e quais- transaccionados, incluindo os que lhes tenham sido
quer outros que possam ocultar actividades de entregues para venda ou permuta, a pedido ou por
receptação ou comercialização ilícita de bens; ordem de outrem.
4. A Polícia Judiciária pode determinar que a obrigação
b) Vigiar e fiscalizar estabelecimentos que pro-
referida no número anterior seja estendida a quem tiver
porcionem ao público a pernoita, acolhimento
a exploração de simples locais nos quais se proceda às
ou estada, refeições ou bebidas, parques de
transacções aí mencionadas.
campismo e outros acampamentos e outros
locais, sempre que exista fundada suspeita 5. As companhias de seguros devem comunicar ao de-
de prática de prostituição, jogo clandestino, partamento da Polícia Judiciária com jurisdição na área
tráfico de pessoas, tráfico de armas, tráfico em que se situam, até ao dia 5 do mês seguinte àquele
de estupefacientes e fabrico ou passagem de em que a regularização ou transacção se tenha efectua-
moeda falsa; do, as existências ou as vendas de salvados de veículos

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automóveis, com indicação, conforme os casos, da iden- 5. As entidades públicas ou empresas que exerçam
tidade do comprador, do preço da venda e dos elementos funções de vigilância, segurança ou protecção de pessoas,
identificadores do veículo a que respeitam. bens ou serviços públicos ou privados têm o dever especial
de auxiliar ou colaborar, em qualquer momento, com a
6. Os proprietários, administradores, gerentes,
Polícia Judiciária, podendo esta exigir-lhes, sempre que
directores ou quaisquer outros responsáveis de em-
entender necessário, o fornecimento das relações com as
presas locadoras de qualquer natureza, constituem-se
identidades do seu pessoal.
na obrigação de entregar no departamento da Polícia
Judiciária com jurisdição na área em que se situam, 6. O Ministério Público, a Polícia Judiciária e as entida-
relações completas, conforme modelo exclusivo cuja des referidas no nº 1 promovem reuniões periódicas com
cópia lhes é facultada em suporte digital, dos contratos vista à coordenação das suas actividades e à resolução de
efectuados que lhes forem contratados pelos respecti- eventuais dificuldades na delimitação prática das suas
vos clientes, com menção dos veículos e identificação competências ou quaisquer outras relacionadas com o
completa dos locatários. exercício destas.

7. Os objectos adquiridos pelos estabelecimentos e 7. É autorizado o acesso directo, com observância da


locais mencionados na alínea a) do n.º 1 não podem ser lei, aos dados existentes nos serviços centrais do Estado
modificados ou alienados antes de decorridos vinte dias responsáveis pelos registos, notariado, identificação,
contados a partir da entrega das relações a que se referem transportes rodoviários, contribuição e impostos e alfân-
os números 3 e 5. degas, com dispensa de sigilo fiscal.
8. O director nacional propõe ao membro do Governo
8. A violação do disposto nos números 3 a 7 constitui
responsável pela área da justiça as relações de cooperação
contra-ordenação punida com coima de 5 000$00 (cinco
e o estabelecimento de instrumentos internacionais com
mil escudos) a 50 000$00 (cinquenta milhões de escudos),
organismos policiais de outros países, no domínio das
cuja aplicação é da competência do Director Nacional, que
atribuições da Polícia Judiciária.
determina a entidade da Polícia Judiciária a quem com-
pete a respectiva investigação. A negligência é punível. Artigo 6º
Dever de comparência e medidas de polícia
9. As acções a que se referem as alíneas b) a e) do n.º 1
são realizadas sem prejuízo das atribuições dos restantes 1. Qualquer pessoa, quando devidamente notificada,
órgãos de polícia criminal. pelas autoridades de policia criminal indicadas no arti-
go 7º ou pelo pessoal de investigação criminal em quem
10. As acções realizadas no âmbito da prevenção crimi- tenham delegado essa competência, deve comparecer no
nal podem ser documentadas em expediente próprio. dia, hora e local designados, sob pena das sanções previs-
Artigo 5º tas nas leis de processo, com as excepções das situações
previstas na lei ou tratado internacional.
Deveres de cooperação e de colaboração
2. Em caso de urgência, a notificação ou convocação
1. Todas as entidades com funções de carácter poli- referidas no número anterior podem ser feitas por
cial devem-se mútua cooperação no exercício das suas qualquer meio destinado a dar conhecimento do facto,
atribuições, podendo actuar conjuntamente quando as inclusivamente por via telefónica, telegráfica ou outro
circunstâncias o aconselharem, designadamente por meio de telecomunicação, neste último caso, a entidade
razões de segurança ou eficácia. que faz a notificação ou a convocação identifica-se e dá
conta do cargo que desempenha, bem como dos elementos
2. Os organismos, as autoridades, os funcionários
que permitam ao chamado inteirar-se do acto para que é
policiais e os demais servidores públicos que conheçam
convocado e efectuar, caso queira, a contraprova de que
quaisquer factos relativos à preparação ou execução
se trata de um telefonema oficial e verdadeiro, devendo
dos crimes referidos no artigo 3º devem comunicá-los
lavrar-se cota no auto quanto ao meio utilizado.
obrigatoriamente e de imediato à Polícia Judiciária e
tomar, até intervenção destes, as providências urgentes 3. Quando o notificando tiver de se deslocar a um local
que as circunstâncias concretas de cada caso exigirem, que se situe fora da comarca da sua residência, local de
especialmente quanto à preservação do local da infracção trabalho ou do lugar onde se encontrar, a Polícia Judici-
e conservação dos indícios de prova. ária deve assegurar os meios de transporte necessários
e a assistência devida, desde que tal lhe tenha sido
3. Nas comarcas onde não se encontram instalados solicitado.
quaisquer departamentos da Polícia Judiciária, o Pro-
curador-Geral da República, oficiosamente ou mediante 4. É permitido ao pessoal de investigação criminal
proposta do director nacional, emite directrizes quanto proceder à identificação de qualquer pessoa encontrada
à forma de intervenção da Polícia Nacional, das demais em lugar aberto ao público ou sujeito à vigilância policial,
autoridades policiais e da Guarda Costeira Nacional, em podendo ser conduzido ao departamento policial mais pró-
relação aos crimes cuja investigação criminal sejam da ximo, desde que recaiam fundadas suspeitas da prática
competência reservada da Polícia Judiciária. de um facto punível, para, se necessário, proceder à sua
identificação e ou recolha de elementos dactiloscópicos,
4. Os serviços públicos e empresas públicas ou privadas fotográficos ou outros de natureza análoga, e pelo tempo
devem prestar à Polícia Judiciária a colaboração que que for estritamente necessário, não podendo ultrapas-
justificadamente lhes for solicitada. sar, para esse efeito três horas.

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Artigo 7º b) Existirem indícios fortes de que a pessoa a deter
Autoridades de polícia criminal se prepara para fugir à acção da justiça;

1. São autoridades da polícia criminal, para efeitos c) Não for possível, dada a situação de urgência e
previstos no Código de Processo Penal e na Lei da organi- de perigo na demora, esperar pela intervenção
zação de investigação criminal, os seguintes funcionários da autoridade judiciária.
da Polícia Judiciária.
3. Detenção em flagrante delito, quando no decurso de
a) O director nacional; revistas e buscas sejam apreendidos ao suspeito objectos
que tiverem servido ou estivessem destinados a servir
b) O director nacional adjunto;
a prática de um crime ou constituam seu produto, seja
c) Os directores de departamento; punível com pena de prisão, ainda que com pena alter-
nativa de multa.
d) Os coordenadores superiores de investigação
criminal; 4. A realização de quaisquer dos actos previstos no
números anteriores obedece, subsidiariamente, à trami-
e) Os Coordenadores de Investigação criminal;
tação do Código de Processo Penal, tem de ser de imediato
f) Os Inspectores Chefes quando dirigem departa- comunicada à autoridade judiciária titular da direcção
mentos de investigação criminal. da instrução para os devidos efeitos e sob as cominações
Artigo 8º
da lei processual penal e, no caso dos números 2 e 3, o
detido tem de ser apresentado no prazo legalmente pre-
Competências processuais visto à autoridade judiciária competente, sem prejuízo
1. As autoridades da polícia criminal referidas no de esta, se assim o entender, determinar a apresentação
artigo anterior têm ainda especial competência para, no imediata.
âmbito da delegação de competências para investigação Artigo 9º
criminal e das atribuições definidas na Lei da organização
Especificidades e exigências das funções
de investigação criminal, ordenar:
a) A realização de perícias a efectuar por organis- 1. As funções da Polícia Judiciária são de carácter
mos oficiais, salvo os casos de diligências e ac- permanente e obrigatório, sendo a permanência nos ser-
tos reservados legalmente ao juiz e de assistir viços assegurada, fora do horário normal, por um serviço
a exames susceptíveis de ofender o pudor das de piquete, que funciona de acordo com o regulamento
pessoas; aprovado por portaria conjunta dos membros do Governo
responsáveis pelas áreas da Justiça e das Finanças.
b) A realização de revistas, quando houver fortes
indícios de que alguém que se encontra em 2. Todo o pessoal da Polícia Judiciária tem o dever de
lugar aberto ao público ou sujeito à vigilância comunicar superiormente qualquer facto do seu conhe-
policial, oculta na sua pessoa quaisquer ob- cimento que possa estar relacionado com a preparação
jectos relacionados com um crime ou possam ou execução de algum crime, quer se encontrem ou não
servir de prova; a decorrer investigações.

c) A realização de buscas, com excepção das do- 3. O pessoal de investigação criminal que tenha co-
miciliárias, bem como as realizadas em escri- nhecimento da preparação ou consumação de algum
tórios ou domicílio de advogado, consultório crime deve, em qualquer circunstância, mesmo que se
médico ou escritório, gabinete ou consultório encontre fora da sua área de actividade normal, tomar as
de outros profissionais vinculados legal ou providências para evitar a sua prática ou para descobrir
estatutariamente a segredo, estabelecimentos e prender, com respeito pela lei, os seus agentes.
de comunicação social e estabelecimentos uni- Artigo 10º
versitários, quando houver fortes indícios de
que os objectos referidos na alínea anterior ou Segredo de justiça e profissional
o arguido ou outra pessoa que deva ser detida 1. Todos os actos praticados no domínio de investigação
se encontram em lugar aberto ao público ou criminal e de coadjuvação das autoridades judiciárias
sujeito à vigilância policial; estão sujeitos ao segredo de justiça nos termos da lei.
d) Apreensões, excepto de correspondências ou as
2. As acções de prevenção, os processos contra-orde-
que tenham lugar em escritório de advogado,
nacionais, disciplinares, de inquérito, de sindicância, de
em consultório médico, estabelecimentos de
averiguações e ainda quaisquer factos com elas relacio-
comunicação social e estabelecimentos univer-
nados estão sujeitos ao segredo profissional.
sitários;
3. O pessoal da Polícia Judiciária não pode fazer reve-
2. Há detenção fora do flagrante delito, quando se
lações públicas relativas a processos ou sobre matéria de
verifiquem os seguintes requisitos:
índole reservada, salvo o que se encontra previsto neste
a) Se tratar de crime doloso punível com pena de diploma sobre informação pública e acções de natureza
prisão cujo limite máximo seja superior a três preventiva junto da população e ainda o disposto nas leis
anos; de processo penal.

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4. As declarações a que alude o número anterior, 6. Os funcionários titulares de livre trânsito e de


quando admissíveis, dependem de prévia autorização do credencial emitida nos termos do artigo anterior podem
Director Nacional, ou a quem tenha sido delegada essa utilizar, mediante a sua exibição, transportes públicos
competência, sob pena de procedimento disciplinar, sem colectivos terrestres, marítimos e aéreos nas viagens
prejuízo da responsabilidade penal a que houver lugar. realizadas em território nacional, devendo, porém, rela-
Artigo 11º
tivamente aos aéreos, ser ainda portadores de requisição
emitida pelo director nacional ou pelo director nacional
Meios de identificação profissional adjunto que refira expressamente a viagem ou viagens
1. Às autoridades da polícia criminal e ao restante concretas a realizar.
pessoal da carreira de investigação criminal é atribuído Artigo 13º
um cartão de livre-trânsito e um crachá, que utilizam Requisição de auxilio e meios
como meios de identificação profissional e de acesso nas
situações e condições previstas no artigo seguinte. Em situações de estado de necessidade, o pessoal da
investigação criminal, pode requisitar consoante as cir-
2. Em acções públicas, os funcionários referidos no nú- cunstâncias, por escrito ou verbalmente o auxilio ou os
mero anterior identificam-se através de quaisquer meios meios necessários e adequados a particulares.
que revelem inequivocamente a sua qualidade. Artigo 14º
3. Para o pessoal de apoio e para o pessoal operário Objectos que revertem a favor da polícia judiciária
ou auxiliar é emitido um cartão de modelo próprio para
1. Os objectos apreendidos pela Polícia Judiciária que,
meros efeitos de identificação profissional.
nos termos da lei, venham a ser declarados perdidos ou
4. Os modelos dos meios de identificação previstos nos afectos provisoriamente a favor do Estado, ser-lhe-ão
números anteriores são aprovados por portaria do mem- preferencialmente afectos, por despacho conjunto dos
bro do Governo responsável pela área da Justiça. membros do governo responsáveis pelas áreas das Fi-
nanças e da Justiça, designadamente quando:
Artigo 12º

Direito especial de acesso


a) Possuam interesse criminalístico, histórico,
documental ou museológico;
1. Os funcionários mencionados no nº 1 do artigo ante-
b) Se trate de armas, munições, viaturas, equipa-
rior, quando devidamente identificados e em missão de
mentos de telecomunicações e de informática
serviço, têm livre acesso aos estabelecimentos e locais
ou outro com interesse para a instituição.
referidos no nº 1 do artigo 4º, bem como a todos os de-
mais que possam ser sujeitos a acções de prevenção ou 2. A utilidade dos objectos a que se refere o número
investigação criminal e de coadjuvação de autoridades anterior deve ser proposta pelo coordenador superior da
judiciárias. investigação criminal ou pelo coordenador da investi-
gação criminal no relatório final do respectivo processo,
2. Na realização das acções de investigação criminal
com a concordância do director nacional ou do director
ou de coadjuvação judiciária, podem os mesmos funcio-
nacional adjunto em caso de delegação.
nários entrar, observadas as formalidades legais, em
quaisquer repartições ou serviços públicos, empresas, Artigo 15º

sociedades comerciais, industriais e cooperativas, escri- Impedimentos, recusas e escusas


tórios, aeroportos, portos e outras instalações que não
1. O regime de impedimentos, recusas e escusas previs-
sejam domicílio de cidadãos.
to no Código de Processo Penal é aplicável, com as devidas
3. Quando se tratar de investigações urgentes, destina- adaptações, aos funcionários de investigação criminal,
das à conservação da prova, a entrada prevista no número peritos e intérpretes da Polícia Judiciária.
anterior pode efectuar-se sem formalismos legais, sempre 2. A declaração de impedimento e o seu requerimento,
que possível na presença de proprietários, directores, bem como o requerimento de recusa e o pedido de escusa,
gerentes, representantes, responsáveis, encarregados e são dirigidos ao director nacional adjunto, que depois de
equiparados ou empregados. ouvido o coordenador superior ou coordenador de inves-
4. Quando as circunstâncias o justificarem, pode o pes- tigação de quem o funcionário directamente depende,
soal da investigação criminal, na realização das acções aprecia e decide definitivamente.
referidas nos números anteriores, fazer-se acompanhar CAPITULO II
de peritos ou de pessoal de apoio técnico especializado,
podendo o Director Nacional, quando as circunstâncias Estrutura Orgânica
e o tipo de funções o justifiquem, emitir credenciais para Artigo 16º
o efeito, com referência expressa ao local ou locais e pe- Estrutura geral
ríodos de validade.
1. A Polícia Judiciária estrutura-se verticalmente e
5. Em todos os casos previstos nos números 2 e 3 é compreende:
sempre obrigatória a elaboração de informação ou auto
a) A Direcção Nacional;
respectivo, com descrição, nomeadamente, dos pressupos-
tos, fundamentos e resultados das investigações. b) Departamentos de Investigação Criminal.

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2. Os serviços referidos no número anterior ficam di- e) Fixar o modo de dependência e articulação entre
rectamente dependentes do director nacional, que fixa o subdirecção central, departamentos e depar-
modo de dependência e de articulação entre os serviços tamentos de investigação criminal;
centrais e os Departamentos de Investigação Criminal.
f) Decidir sobre a colocação e informar sobre a
Secção I requisição e o destacamento do pessoal para
Direcção nacional outros organismos;
Artigo 17º g) Emitir directivas, ordens de serviço e instruções
Natureza e estrutura
que julgar convenientes;

1. A Direcção Nacional é o órgão superior da hierarquia h) Definir a estrutura organizacional, estabelecer


da Polícia Judiciária e compreende os seguintes órgãos as dotações de pessoal e proceder à sua distri-
e serviços: buição pelos serviços;
i) Determinar ou propor ao membro do Governo
a) A Direcção Central de Investigação Criminal;
responsável pela área da Justiça a adopção
b) O Gabinete da Cooperação Internacional; de medidas organizativas e administrativas
tendentes ao aperfeiçoamento e eficácia dos
c) O Departamento de Informação Criminal, Polí-
serviços;
cia Técnica e Apoio Tecnológico;
j) Propor o provimento dos lugares vagos no quadro
d) O Laboratório da Polícia Cientifica;
da Polícia Judiciária;
e) O Serviço de Inspecção e Disciplina;
k) Tomar o compromisso de honra e dar posse ao
f) O Gabinete de Perícia Financeira e Contabilís- pessoal da Polícia Judiciária;
tica;
l) Exercer o poder disciplinar, nos termos do dis-
g) Serviço de Armamento e Segurança; posto na lei.
h) O Departamento de Recursos Humanos, Finan- m) Orientar a elaboração do plano de actividades e
ceiro e Patrimonial; orçamento da Polícia Judiciária;

i) O Centro de Formação; n) Aplicar coimas em processos de contra-ordena-


ção cuja instrução caiba à Polícia Judiciária;
j) O Conselho Administrativo.
o) Assegurar as acções de cooperação e as relações
2. Podem ser criadas outros Departamentos de com outras entidades públicas e privadas que
Investigação Criminal, especializadas segundo áreas de não estejam reservadas por lei à competên-
criminalidade, com observância do que se dispõe no artigo cia de outras entidades, podendo propor ao
73º do presente diploma. membro do Governo responsável pela área da
3. Junto do director nacional funciona o Conselho Su- Justiça protocolos, acordos ou outros instru-
perior de Polícia Judiciária. mentos internacionais que as circunstâncias
aconselhem;
Artigo 18º
p) Emitir pareceres e prestar informações que lhe
Direcção
forem solicitados pelo membro do Governo
1. A Direcção Nacional é dirigida por um director na- responsável pela área da Justiça e pelo Pro-
cional, coadjuvado por um director nacional adjunto. curador-Geral da República;
2. O director nacional adjunto é, por inerência, o direc- q) Apresentar ao membro do governo responsável
tor da Direcção Central de Investigação Criminal. pela área da Justiça, até à elaboração da pro-
Subsecção I
posta de Orçamento, o plano de actividades;

Director nacional r) Apresentar ao membro do governo responsável


pela área da Justiça e ao Procurador-Geral
Artigo l9º
da República, até 28 de Fevereiro, o relatório
Competências do director nacional anual de actividades;
1. Ao director nacional compete, em geral, dirigir s) Exercer as demais competências que lhe sejam
e coordenar superiormente a Polícia Judiciária e, em cometidas por lei ou regulamento.
especial:
2. O director nacional pode delegar as competências
a) Representar a Polícia Judiciária; referidas no número anterior no director nacional ad-
junto.
b) Presidir ao Conselho Superior da Policia Judi-
ciária; 3. As competências referidas nas alíneas a) e k) podem
ser delegadas em qualquer funcionário, sendo que, no
c) Presidir ao Conselho de Administrativo;
caso da última, a delegação só pode recair em pessoal
d) Colocar os directores de departamentos; dirigente.

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I SÉRIE — NO 31 « B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008 701
Artigo 20º a) Representar a unidade orgânica que dirige;
Substituição
b) Coadjuvar directamente o director nacional ou
Nas suas ausências e impedimentos o director nacional o director nacional adjunto, nas respectivas
é substituído pelo director nacional adjunto. áreas de competência;
Subsecção II c) Dirigir, orientar e coordenar a unidade orgânica
Director nacional adjunto nos domínios da respectiva competência;
Artigo 21º d) Emitir ordens e instruções tendentes à exe-
Competências do director nacional adjunto cução das directivas, despachos e instruções
permanentes de serviço cuja aplicação deva
1. Compete ao director nacional adjunto coadjuvar di- assegurar;
rectamente o director nacional, exercer as competências
que lhe forem delegadas e dirigir a Direcção Central de e) Distribuir o pessoal pelos serviços que dirige;
Investigação Criminal. f) Exercer o poder disciplinar;
2. Na chefia da Direcção Central de Investigação Crimi- g) Emitir informações e pareceres que lhe forem
nal, compete, em especial, ao director nacional adjunto: solicitados pelo director nacional ou pelo di-
a) A representação do departamento que dirige; rector nacional adjunto;
b) Orientar e coordenar, a nível nacional, as acções h) Apresentar superiormente, até 31 de Janeiro, o
de prevenção, de investigação e coadjuvação relatório anual de actividades;
das autoridades judiciárias relativamente a i) Exercer as competências que lhe forem delega-
crimes da sua competência e das unidades
das ou subdelegadas.
orgânicas e funcionais que dela dependem;
2. O director de departamento pode assumir directa-
c) A emissão de directivas, ordens de serviço e
mente a direcção e chefia de qualquer dos serviços que
instruções que julgar convenientes;
integram a respectiva unidade orgânica.
d) A distribuição do pessoal pelos serviços, exercen- Artigo 24º
do sobre eles os demais poderes que lhe forem
Substituição
delegados;
O director de departamento é substituído, nas suas
e) O exercício do poder disciplinar, nos termos do
ausências e impedimentos, por funcionário qualificado
disposto na lei.
que o director nacional designar.
f) A elaboração e apresentação de propostas ao Subsecção IV
director nacional de medidas tendentes à me-
lhoria do funcionamento dos serviços; Direcção central de investigação criminal
Artigo 25º
g) O fornecimento de informações e emissão de pa-
receres que lhe forem solicitados pelo director Estrutura e Composição
nacional; A Direcção Central de Investigação Criminal é cons-
h) A apresentação do plano de actividades para o tituída por secções e brigadas centrais de investigação
ano seguinte, até à elaboração da proposta de criminal e por um núcleo de expedientes e arquivo.
orçamento; Artigo 26º

i) A apresentação trimestral, ao director nacional, Composição das brigadas centrais de investigação criminal
dos dados estatísticos respectivos e, até 31 de
As brigadas centrais de investigação criminal são in-
Janeiro, do relatório anual das actividades;
tegradas por Inspectores.
j) Exercer as demais competências que lhe forem Artigo 27º
delegadas e subdelegas pelo director nacional.
Competências da direcção central de investigação criminal
Artigo 22º
1. Compete à direcção central de investigação criminal
Substituição
orientar e coordenar, a nível nacional as actividades de
O director nacional adjunto é substituído, nas suas prevenção, de investigação criminal e de coadjuvação
ausências, impedimentos e em caso de vacatura de lugar, das autoridades judiciárias, relativamente a seguintes
por um Coordenador Superior de Investigação Criminal crimes:
ou por um Coordenador de Investigação Criminal que for
a) Os referidos no n.º 2 do artigo 3º do presente
designado pelo director nacional.
diploma;
Subsecção III
b) Qualquer outros, cuja investigação seja atribuí-
Directores de departamento
da à Polícia Judiciária, e que, pela sua nature-
Artigo 23° za, o director nacional entenda atribuir-lhe;
Competências do director de departamento
2. Compete ainda à direcção central de investigação cri-
1. Compete ao director de departamento: minal, apoiar o Gabinete da cooperação internacional.

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702 I SÉRIE — NO 31 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008
Artigo 28º h) Dar cumprimento às directrizes e recomenda-
Competências das secções centrais de investigação criminal ções de serviço emanadas pelo Secretariado-
Geral da Organização Internacional de Polícia
As competências das secções centrais de investigação
Criminal;
criminal são definidas pelo director nacional, sob proposta
do respectivo director nacional adjunto. i) Propor superiormente a adopção de medidas
Artigo 29° susceptíveis de contribuir para a prevenção
e repressão da criminalidade, especialmente,
Chefia
internacional, promovendo a aplicação das
1. As secções centrais de investigação criminal são recomendações e resoluções aprovadas pela
chefiadas por coordenadores de Investigação Criminal. Organização Internacional de Polícia Crimi-
2. As brigadas centrais de investigação criminal são nal;
chefiadas por Inspectores Chefes. j) Estabelecer estreita colaboração com as autori-
Subsecção V dades policiais e outras entidades, designada-
Gabinete da cooperação internacional mente as de fronteiras, aduaneiras, portuárias,
aeroportuárias e a Guarda Costeira Nacional,
Artigo 30º
procedendo ao intercâmbio de informações re-
Estrutura lativas a criminosos internacionais e à difusão
O Gabinete da Cooperação Internacional: de documentação de interesse policial;

a) O Centro de Documentação Internacional; l) Solicitar autorização e dar prévio conhecimento


às autoridades estrangeiras para a deslocação
b) O Serviço de Tradução e Cifra.
aos seus países, em serviço, de autoridades ou
Artigo 31º entidades policiais cabo-verdianas;
Competências
m) Coordenar a participação da Policia Judiciária
1. Compete ao Gabinete da Cooperação Internacional nas instâncias competentes no quadro da coo-
assegurar as relações e a cooperação entre os órgãos e peração policial internacional;
as autoridades de polícia criminal cabo-verdiana e os
outros serviços públicos nacionais com as organizações n) Proceder à gestão relativa à colocação de oficiais
internacionais de cooperação de polícia criminal, desig- de ligação cabo-verdianos no estrangeiro ou
nadamente a Interpol. estrangeiros em Cabo Verde.
Artigo 32°
2. Compete, em especial, ao Gabinete da Cooperação
Internacional: Competências do centro de documentação internacional

a) Corresponder-se directamente com as entidades 1. Compete ao Centro de Documentação Internacio-


referidas no número anterior; nal:
b) Executar e promover, nos termos e limites da a) Receber, seleccionar, difundir e arquivar a do-
lei e do Estatuto da Organização Internacional cumentação respeitante a criminosos interna-
de Polícia Criminal, a execução das diligências cionais procedendo à organização do respectivo
que lhe forem solicitadas pelos seus congéneres ficheiro;
estrangeiros;
b) Elaborar fichas de nacionais e estrangeiros so-
c) Promover a realização de diligências que, em
bre os quais recaiam investigações requeridas
matéria de investigação criminal, devam ser
pelas autoridades competentes;
executadas pelas autoridades competentes;
d) Receber e encaminhar às autoridades estrangei- c) Catalogar, difundir e arquivar a documentação
ras de polícia criminal os pedidos de detenção relativa a técnicas de investigação policial,
provisória que devam ser executados no âmbito modus operandi, objectos relacionados com
dos processos de extradição; crimes relativamente aos quais decorram
investigações a nível internacional e, de um
e) Proceder ou mandar proceder à detenção de modo geral, a documentação emanada do
indivíduos sob pedido oficial de extradição, Secretariado – Geral da Organização Interna-
promovendo a sua apresentação ao ministério cional de Polícia Criminal e das autoridades
público do tribunal competente; estrangeiras de polícia criminal, quando sus-
f) Providenciar pela entrega dos cidadãos já extra- ceptível de interesse à cooperação que deva ser
ditados por decisão com trânsito em julgado às estabelecida com vista à prevenção e repressão
autoridades legítimas do Estado requerente; da criminalidade.
g) Colaborar na remoção para território nacional 2. O Ministério Publico promove o envio ao Gabinete
dos extraditados para Cabo Verde e acordar da Cooperação Internacional das certidões das sentenças
com as autoridades estrangeiras a data e a proferidas contra cidadãos estrangeiros condenados em
forma da sua execução; processo criminal.

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I SÉRIE — NO 31 « B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008 703
Artigo 33º g) Executar outras incumbências que lhe sejam
Competências do serviço de tradução e cifra cometidas pelo director nacional.
Artigo 37º
Compete ao Serviço de Tradução e Cifra:
Estrutura
a) Traduzir, codificar, descodificar e retroverter as
radiogramas e demais mensagens que para o 1. O Departamento de Informação Criminal, Polícia
efeito lhe forem entregues; Técnica e Apoio Tecnológico compreende os seguintes
sectores:
h) Desempenhar as demais tarefas da sua especiali-
dade que lhe forem determinadas pelo director a) Informação Criminal;
nacional. b) Polícia Técnica;
Artigo 34º
c) Prevenção Criminal;
Direcção
d) Telecomunicações, Informática e Apoio Tecno-
O Gabinete da Cooperação Internacional é dirigido lógico;
pelo director nacional ou por um coordenador superior
ou por um coordenador de investigação criminal que ele 2. Os serviços referidos no número anterior podem
designar. ser organizados por núcleos.
Artigo 35º Artigo 38º
Competência do sector de informação criminal
Condenação de estrangeiros

1. Os tribunais enviam ao Gabinete da cooperação in- 1. O Sector de Informação Criminal desenvolve as


ternacional as certidões das sentenças proferidas contra competências referidas nas alíneas a) e b) do artigo 36º,
cidadãos estrangeiros em foro criminal. cabendo-lhe nomeadamente:

2. O serviço central responsável pelo controlo de estran- a) A catalogação dos crimes, cujos agentes não
geiros comunica ao Gabinete da Cooperação Internacio- foram descobertos, organizada por «modus ope-
nal as expulsões de estrangeiros que forem determinadas, randi», local e quaisquer outras circunstâncias
antes da sua efectivação. ou referências úteis;

3. O serviço central do departamento governamental b) A catalogação da informação relativa aos esta-


da área dos estabelecimentos prisionais comunica ao Ga- belecimentos e locais referidos na alínea a) do
binete da Cooperação Internacional os factos relevantes número 1 do artigo 4º;
relativos ao cumprimento das penas aplicadas a cidadãos c) A verificação e catalogação das relações mencio-
estrangeiros. nadas no nº 3 a 5 do artigo 4º;
Subsecção VI d) O registo de delinquentes declarados perigosos,
Departamento de informação criminal, polícia técnica e na sua identificação, antecedentes criminais,
apoio tecnológico classificação criminológica e especialização
Artigo 36º quanto à natureza das infracções cometidas e
Competência
modo de execução;

Ao Departamento de Informação Criminal, Polícia e) O registo de elementos relativos à identificação


dos agentes de crimes, bem como à dos sujeitos
Técnica e Apoio Tecnológico compete:
a vigilância policial;
a) Centralizar, manter e assegurar a gestão nacio-
f) A anotação periódica de informações relativas
nal da informação criminal;
aos indivíduos indicados nas alíneas d) e c)
b) Recolher, tratar, registar, analisar e difundir a em especial no que respeita ao seu paradeiro,
informação relativa à criminalidade conhecida modo de vida e locais frequentados;
e participada pelos órgãos de polícia criminal,
g) O registo de pessoas desaparecidas, sua identi-
pelos serviços aduaneiros e de segurança;
ficação, sinais característicos, circunstâncias
c) Realizar acções de prevenção criminal e de coad- e causa presumível do desaparecimento;
juvação das autoridades judiciárias nacionais
h) O registo de cadáveres não identificados e ano-
e estrangeiras;
tação de elementos úteis à sua identificação;
d) Centralizar e manter a gestão da actividade de
i) O registo de pedidos de captura, paradeiro, inter-
polícia técnica;
dição de saída do país, decisões de expulsão e
e) Recolher, tratar e registar vestígios identificado- de extradição, bem como de informações sobre
res, bem como apreciar e identificar vestígios indivíduos expulsos ou extraditados de outros
lofoscópicos; países para Cabo Verde;
f) Gerir o sistema de telecomunicações, Informáti- j) A organização de ficheiro fotográfico de delin-
ca e conceder apoio tecnológico à investigação quentes, elaborado segundo a natureza da
criminal; infracção e perigosidade dos agentes;

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704 I SÉRIE — NO 31 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008

k) A recolha dos elementos necessários à completa c) Fiscalizar e vigiar salas de jogos, bares, hotéis,
identificação de detidos, arguidos e suspeitos; pensões e outros locais ou estabelecimentos
l) A organização de ficheiros de objectos relacio- onde se suspeite de cometimento de acções
nados com a prática de actos ilícitos; ilícitas ou ainda da presença de indivíduos
suspeitos de se dedicarem a actividades deli-
m) A recolha de quaisquer outros elementos e tuosas;
informações úteis à investigação criminal,
incluindo o registo de características físicas, d) Confirmar notícias ou denúncias anónimas,
sinais particulares e outros; canalizando-as para os órgãos competentes;
n) A organização de índices remissivos. e) Proceder a acções de controlo, em articulação
com outras entidades policiais, através de
2. Para efeitos do disposto no número anterior, os servi-
acções de identificação de pessoas, em locais
ços do Ministério Público e da Polícia Nacional remetem
suspeitos de serem frequentados por delin-
obrigatoriamente á Polícia Judiciária cópia ou duplicado
quentes;
das participações dos crimes não investigados por esta.
Artigo 39º f) Colaborar em acções de investigação dando apoio
Competência do Sector de Polícia Técnica
a outros departamentos em buscas, vigilâncias
ou detenções;
O Sector de Polícia Técnica desenvolve as competências
referidas nas alíneas d) e e) do artigo 36º, cabendo-lhe g) Localizar pessoas desaparecidas, em especial
nomeadamente: menores e adultos que sofram de doenças do
foro psiquiátrico e neurológico, e ainda outras
a) Realizar inspecções aos locais dos crimes; pessoas cujos desaparecimentos possam, de
b) Elaborar relatórios e informações técnicas na alguma forma, ser considerados estranhos ou
sequência das inspecções realizadas; se suspeite terem sido vítimas de crime;
c) Prestar colaboração técnica adequada a outras h) Recolher e tratar elementos referentes à iden-
entidades, nomeadamente às autoridades ju- tificação de cadáveres;
diciárias;
i) Cumprir mandados de condução de menores
d) Proceder à recolha, transporte, preservação, tra- em situação de risco, emitidos pelas entidades
tamento, registo e identificação de vestígios; competentes;
e) Proceder à identificação de detidos ou arguidos; j) Fiscalizar os estabelecimentos que procedam às
f) Proceder à identificação de cadáveres; transacções previstas nas alíneas a) a e) do nº1
do artigo 4º.
g) Proceder às diligências necessárias para o es-
clarecimento de falsas identidades; Artigo 41º

h) Assegurar o cumprimento das solicitações ex- Competências do sector de telecomunicações, informática


e apoio tecnológico
ternas à Polícia Judiciária no que concerne a
comparação de impressões digitais e respecti- 1. O Sector de telecomunicações, informática e apoio
vas buscas; tecnológico desenvolve as competências referidas na alí-
i) Realizar os trabalhos fotográficos relativos a nea f) do artigo 36º, cabendo-lhe nomeadamente:
reconstituições, vestígios, reportagens e repro- a) Instalação, exploração, manutenção e segurança
duções; criptográfica dos sistemas de telecomunicações
j) Efectuar o serviço de retrato “robot”. da Polícia Judiciária, bem como a sua inter-
Artigo 40º ligação à rede internacional da Organização
Internacional de Polícia Criminal;
Competência do Sector de Prevenção Criminal

O Sector da Prevenção Criminal desenvolve as compe- b) Aplicações informáticas e arquitectura da rede


tências referidas no artigo 4º e na alínea c) do artigo 36º, de comunicações;
cabendo-lhe nomeadamente: c) Gestão e funcionamento dos equipamentos in-
a) Cumprir mandados e pedidos de detenção e formáticos e de telecomunicações, bem como
pedidos de paradeiro emanados e solicitados das respectivas redes;
pelas autoridades judiciárias competentes d) Transmissão, rádio e comutação telefónica;
para o efeito;
e) Apoio técnico às secções de investigação na pre-
b) Desenvolver acções de prevenção criminal nos venção e investigação criminal e nas acções de
locais onde a criminalidade mais se faz sentir,
pesquisa e vigilância;
em especial controlando os locais onde aflui
muito público, como sejam os aeroportos, f) Gerir os equipamentos e recursos necessários
terminais de camionagem, cais de embarque, à realização de pesquisa e vigilância policial
recintos de espectáculos, recintos desportivos, e promover o desenvolvimento de projectos
mercados e feiras; tecnológicos adequados.

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2. Ao Serviço de Telecomunicações, Informática e Apoio a) Áreas;


tecnológico compete, designadamente:
b) Sectores;
a) Conceber a arquitectura dos equipamentos e das
c) Núcleos.
redes;
Subsecção VIII
b) Garantir a operacionalidade, manutenção, actu-
alização e segurança dos equipamentos e dos Laboratório de polícia científica
seus suportes; Artigo 45º

c) Elaborar os pareceres necessários à selecção Competências


de equipamentos e sistemas de suporte ao 1. Ao Laboratório da Polícia Científica compete proce-
desenvolvimento e exploração dos sistemas der às diligências ou exames que exigem conhecimentos
aplicacionais e da rede de comunicações, científicos especializados, nomeadamente os relativos a
transmissão, rádio e comutação telefónica e físico-química, biologia, toxicologia, balística, documen-
vigilância;
tação, fotografia, lofoscopia e desenhos criminalístico.
d) Definir, executar ou coordenar a execução de
2. O Laboratório da Polícia Científica pode recorrer à
procedimentos de segurança, confidencialidade
colaboração de outros estabelecimentos ou laboratórios
e integridade da informação armazenada no
da especialidade ou propor que neles se efectuem os
sistema informático e transportada através
exames.
das redes de comunicações;
3. Sem prejuízo do serviço da Polícia Judiciária e
e) Apoiar os utentes na exploração, gestão e ma-
demais órgãos da polícia criminal a que deve apoio, a
nutenção dos equipamentos e das redes em
colaboração do Laboratório de Polícia Científica pode ser
exploração;
extensiva a qualquer entidade ou serviços oficiais.
f) Prestar apoio técnico à exploração dos sistemas
de utilização pessoal; 4. O Laboratório da Polícia Científica submete ao
director nacional, para aprovação, e em cada período de
g) Formar e treinar os operadores; dois anos, os processos e mecanismos de acreditação e
h) Colaborar na formação dos utentes das aplica- controlo de qualidade.
ções e dos sistemas de comunicação e explora- 5. O Laboratório da Polícia Científica goza de autono-
ção. mia técnica e científica.
Artigo 42º Subsecção IX
Direcção
Serviço de inspecção e disciplina
O Departamento de Informação Criminal, Polícia Téc- Artigo 46º
nica e Apoio Tecnológico é dirigido por um coordenador
Competências
superior ou coordenador de investigação criminal.
Artigo 43º 1. Ao Serviço de Inspecção e Disciplina compete actuar
nas áreas de inspecção, auditoria e disciplina, cabendo-
Dever de colaboração
lhe designadamente:
1. Para efeitos de registo policial, todas as autoridades
a) Proceder à instrução de processos de inquérito,
remeterão os respectivos boletins ao Departamento de
disciplinares e de averiguações decorrentes do
Informação Criminal, Polícia Técnica e Apoio Tecnoló-
exercício do poder disciplinar;
gico.
2. Os serviços centrais dos departamentos governamen- b) Proceder à inspecção dos serviços, propondo as
tais responsáveis pelos registos, notariado, identificação, medidas adequadas no domínio da organiza-
estabelecimentos prisionais e os tribunais enviarão ao ção do trabalho, do desempenho e qualificação
Departamento de Informação Criminal e de Polícia Téc- profissional.
nica os elementos com manifesto interesse para efeitos c) Dar parecer jurídico nas matérias que lhe for
de registo. solicitado pelo director nacional.
Subsecção VII
2. O director do Serviço de Inspecção e Disciplina dispõe
Departamento de apoio à investigação criminal de livre acesso a todos os locais e serviços conexos com
Artigo 44º as concretas actividades disciplinares, de auditoria ou
Composição
de inspecção a seu cargo.
Subsecção X
1. O departamento de apoio à investigação criminal é
dirigido por um director. Gabinete de perícia financeira e contabilística
Artigo 47º
2. São serviços de apoio à investigação criminal os
referidos nas alíneas d), e), f) e g) do número 1 do artigo Competências
17º.
1. Ao Gabinete de Perícia Financeira e Contabilística
3. Os serviços de apoio podem ser constituídos por: compete, designadamente:

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a) Realizar perícias contabilísticas, financeiras, eco- b) Organizar e gerir a divulgação da informação


nómicas e bancárias e elaborar pareceres; sobre a Polícia Judiciária, disponibilizando-a
em meios, redes e formatos adequados aos
b) Coadjuvar as autoridades judiciárias, prestando
diferentes públicos, interno e externo;
assessoria técnica nas fases de investigação,
de instrução e de julgamento. c) Promover e coordenar o relacionamento com os
órgãos de comunicação social;
2. O Departamento de Perícia Financeira e Contabi-
lística goza de autonomia técnica e científica. d) Planear e dinamizar a representação da Polícia
Judiciária, organizando eventos e apoiando
Subsecção XI
iniciativas relevantes;
Serviço de armamento e segurança
e) Conceber, manter e desenvolver os sistemas de
Artigo 48º
documentação;
Competências
f) Garantir a actualização e promover e coordenar
1. Ao Serviço de armamento e segurança compete o acesso às aplicações e ficheiros informáticos
actuar no âmbito de segurança de pessoas, instalações, de natureza documental de acordo com as
equipamentos, armamento e munições. normas de segurança aplicáveis;
2. Ao serviço de armamento e segurança compete, g) Garantir o acolhimento e acompanhamento das
designadamente: entidades de polícia congéneres que se deslo-
cam em serviço ao território nacional;
a) Proceder a estudos, análises e testes dos equi-
pamentos em geral e dos de segurança e ar- h) Assegurar a gestão previsional dos efectivos;
mamento em especial, apresentando propostas i) Proceder ao recrutamento e selecção de pessoal
para aquisição de equipamentos, armamento em colaboração com o Centro de Formação;
e munições;
j) Assegurar a gestão das carreiras, nomeada-
b) Guardar, conservar e distribuir os equipamen- mente a colocação, promoção, aposentação,
tos, armamento e respectivas munições; disponibilidade e avaliação de desempenho;
c) Proceder ao controlo e verificação anual indivi- k) Estabelecer e informar o Centro de Formação
dual do armamento e munições distribuídos, das necessidades de formação inicial para
mantendo actualizados os respectivos proces- ingresso, promoção e progressão, formação
sos individuais dos funcionários; especializada e em estágio, até 31 de Março
d) Proceder à definição de padrões e parâmetros de cada ano;
de avaliação do treino de tiro a observar obri- l) Assegurar apoio psicossocial e médico aos fun-
gatoriamente a nível nacional; cionários e garantir o acompanhamento dos
casos de absentismo;
e) Proceder à verificação anual dos níveis de apuro
e destreza individual na utilização do arma- m) Organizar e manter actualizados os processos
mento; individuais dos funcionários;
f) Remeter as informações individuais, nos ter- n) Elaborar pareceres jurídicos relativos à gestão
mos da alínea anterior, ao Departamento de de recursos humanos e de pessoal.
Recursos Humanos, Financeiro e Patrimonial
o) Preparar e propor o orçamento;
para inclusão nos respectivos processos indi-
viduais; p) Realizar estudos e análises relativos à gestão
financeira e patrimonial;
g) Definir as normas e procedimentos na área da
prevenção e segurança das instalações; q) Assegurar a normalização de procedimentos
no âmbito financeiro das unidades orgânicas,
h) Garantir a segurança do pessoal, das instalações elaborando instruções adequadas;
e das matérias classificadas.
r) Promover e organizar os procedimentos neces-
Subsecção XII
sários à realização de aquisições de bens e
Departamento de recursos humanos, financeiro serviços;
e patrimonial
s) Verificar e controlar a legalidade da despesa;
Artigo 49º
t) Elaborar mapas e relatórios de execução ne-
Competências
cessários ao adequado controlo e avaliação
Compete ao departamento de recursos humanos, fi- orçamental;
nanceiro e patrimonial:
u) Assegurar a administração das dotações or-
a) Centralizar, classificar e gerir toda a adminis- çamentais, designadamente a requisição de
tração de natureza bibliográfica de interesse fundos, a realização de pagamentos e o controlo
para a Polícia Judiciária; do movimento de tesouraria;

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I SÉRIE — NO 31 « B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008 707

v) Organizar a contabilidade e manter actualiza- e) Organizar e acompanhar estágios de pessoal;


da a escrituração e os registos contabilísticos
f) Promover visitas de estudo, conferências, co-
obrigatórios;
lóquio e outras iniciativas similares, com a
w) Elaborar a conta de gerência a submeter à apro- participação de especialistas cabo-verdianos
vação do conselho administrativo; ou estrangeiros, no domínio da investigação
criminal;
x) Assegurar a actualização do inventário dos bens
patrimoniais; g) Promover, periodicamente, a avaliação dos efei-
y) Gerir os meios de transporte e executar os pro- tos da formação ministrada ao nível da eficácia
cedimentos ordenados relativos à preparação dos serviços;
de viagens por qualquer via; h) Realizar estudos sobre as necessidades de
z) Assegurar, em colaboração com as demais de- recrutamento, formação e outros que lhe for
partamentos orgânicas, a administração e o solicitado pelo director nacional.
controlo das instalações e equipamentos; Artigo 53º

aa) Realizar todas as tarefas e procedimentos rela- Direcção


cionados com economato, património, arreca-
O Centro de Formação é dirigido por um Coordenador
dação, reprografia, conservação e higiene das
Superior, Coordenador de Investigação Criminal, ou
instalações;
titular de licenciatura em área adequada, de reconheci-
bb) Assegurar todas as actividades decorrentes da competência profissional, idoneidade e experiência,
da competência do Conselho Administrativo, nomeado pelo director nacional, sendo equiparado ao
nomeadamente quanto à execução do plano de director de departamento.
despesas e à elaboração das contas de gerência, Subsecção XIV
bem como processar vencimentos e proceder
Conselho administrativo
aos pagamentos devidamente autorizados.
Artigo 50º Artigo 54º

Direcção Natureza e composição

O Departamento de Recursos Humanos, Financeiro e 1. O Conselho Administrativo é o órgão colegial de


Patrimonial é dirigido por um director de departamento. gestão administrativa, patrimonial e financeira da Polícia
Artigo 51º
Judiciária.
Composição 2. O Conselho Administrativo é composto pelo director
nacional, que preside, pelo director nacional adjunto e
O Departamento de Recursos Humanos, Financeiro e
pelo director do Departamento de Recursos Humanos,
Patrimonial pode ser constituído por sectores e núcleos.
Financeiro e Patrimonial.
Subsecção XIII
Artigo 55º
Centro de formação
Competências
Artigo 52º
Competências
1. Compete ao Conselho Administrativo a gestão ad-
ministrativa, patrimonial e financeira, designadamente,
1. O Centro de Formação compete programar e asse- a aprovação do orçamento, a administração das dotações
gurar a realização de acções de formação e de aperfeiço- orçamentais e a aprovação do relatório e da conta de ge-
amento do pessoal da Polícia Judiciária e colaborar nos rência a submeter a julgamento, nos termos legais.
procedimentos de recrutamento e selecção de pessoal.
2. O conselho administrativo reúne ordinariamente
2. Compete, em especial, ao Centro de Formação: uma vez por mês e extraordinariamente sempre que
a) Preparar e ministrar os cursos de formação convocado pelo director nacional, por sua iniciativa ou a
previstos no Estatuto do Pessoal; solicitação de qualquer dos seus membros.

b) Preparar e ministrar cursos de reciclagem e 3. As reuniões do conselho administrativo são secreta-


de formação especializada para o pessoal da riadas por um funcionário do Departamento de Recursos
Polícia Judiciária; Humanos, Financeiro e Patrimonial a designar pelo
conselho, que elabora as respectivas actas.
c) Planear e realizar acções de formação no âmbito
Artigo 56º
da organização administrativa, informática,
documental, tratamento de informação e téc- Despesas confidenciais
nicas auxiliares de investigação criminal;
1. A Policia Judiciária pode realizar despesas sujeitas
d) Colaborar nos procedimentos de recrutamento a regime de despesas confidenciais, definido neste arti-
e selecção de pessoal e programar e executar go, nos casos em que o conhecimento ou divulgação da
testes e provas de aptidão para candidatos ao identidade dos prestadores de serviços possa colocar em
ingresso na Polícia Judiciária; risco a sua vida ou integridade física ou o conhecimento

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708 I SÉRIE — NO 31 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008

de circunstancialismo da realização da despesa possa d) Apresentar ao director nacional sugestões sobre


comprometer quer a eficácia quer a segurança das acti- medidas relativas à dignificação dos serviços e
vidades de investigação e apoio à investigação. a melhoria das condições sociais e de trabalho
do pessoal da Polícia
2. As despesas confidenciais são justificadas por docu-
mento do conselho administrativo, assinado obrigatoria- e) Emitir parecer quando proposta a aplicação de
mente pelo Director Nacional e pelo Director Nacional pena disciplinar de aposentação compulsiva
Adjunto. ou de demissão;
3. A prestação de contas das despesas realizadas ao f) Emitir parecer sobre proposta de atribuição de
abrigo deste artigo, é feita perante o Procurador-Geral menção de mérito excepcional, insígnias ou
da República, sem prejuízo da fiscalização sucessiva da títulos e concessão de outros agraciamentos.
sua legalidade financeira pelo Tribunal de Contas.
Artigo 59º
Subsecção XV
Sistema eleitoral
Conselho superior da polícia judiciária
1. Os membros eleitos são escolhidos por voto secreto
Artigo 57º
e nominal de entre os elementos de cada uma das cate-
Composição gorias, no que se refere ao pessoal de investigação, e de
1. O Conselho Superior da Polícia Judiciária é com- entre os elementos de todas as carreiras e categorias do
pessoal de apoio no que se reporta ao restante pessoal.
posto por membros natos e por membros eleitos.
2. São membros natos: 2. São membros efectivos os elementos mais votados
e suplentes os que lhes seguirem por ordem decrescente
a) O director nacional, que preside; de votos.
b) O director nacional adjunto; 3. Em caso de empate, haverá nova eleição restrita
c) Os directores de departamentos; aos elementos em relação aos quais o mesmo se tiver
verificado.
d) O director do gabinete da cooperação interna-
Artigo 60º
cional;
Mandato
e) O director do centro de formação;
1. A duração do mandato dos membros eleitos é de
f) O presidente do órgão representativo do pessoal
três anos.
de investigação criminal.
2. O mandato é renunciável, mediante declaração es-
g) São membros eleitos:
crita apresentada ao presidente do Conselho.
h) Um representante da categoria dos Coordena-
3. Os membros eleitos perdem o mandato quando:
dores de Investigação Criminal;
i) Dois representantes da categoria de Inspectores a) Deixem de pertencer à categoria funcional pela
Chefes; qual foram eleitos;

j) Três representantes da categoria de Inspecto- b) Tenham sido definitivamente condenados pela


res; prática de crime doloso, desde que no exercício
de funções ou por causa delas, ou por infracção
k) Dois representantes do restante pessoal da Po- disciplinar a que corresponda pena superior à
lícia Judiciária. de multa;
Artigo 58º
c) Se encontrem inabilitados ou fisicamente inca-
Competência pazes por período superior a seis meses;
Compete ao Conselho Superior: d) Faltem injustificadamente às reuniões por duas
a) Elaborar o projecto do seu regimento interno e vezes consecutivas ou quatro interpoladas.
do seu regulamento eleitoral, a homologar pelo 4. Em caso de renúncia ou perda de mandato, é chama-
membro do Governo responsável pela área da do o suplente e, se tal for inviável, procede-se a eleição
Justiça; intercalar.
b) Dar parecer, quando solicitado pelo director Artigo 61º
nacional, sobre os assuntos de interesse para a Funcionamento
Polícia, designadamente em matéria das suas
condições de funcionamento; 1. O Conselho reúne por convocação do respectivo
presidente, por sua iniciativa ou acolhendo sugestão de
c) Pronunciar-se, com carácter consultivo, sobre
qualquer um dos seus membros.
projectos legislativos que digam respeito à
Polícia, quando para tal for solicitado pelo 2. O Conselho reúne ordinariamente uma vez em cada
director nacional; semestre, sem prejuízo das reuniões extraordinárias.

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I SÉRIE — NO 31 « B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008 709

3. O Conselho só pode deliberar quando estiverem a quaisquer diligências, sem prejuízo, em qualquer dos
presentes, pelo menos, dois terços do número total dos casos, da sua superior orientação e coordenação, obser-
seus membros. vando-se a disciplina fixada pelo director nacional.
4. As deliberações são tomadas por pluralidade de votos 3. Quando se tornar estritamente necessário, os de-
dos membros presentes, cabendo ao presidente voto de partamentos de investigação criminal podem exercer as
qualidade. competências do Serviço de Telecomunicações, Informá-
tica e Apoio Tecnológico.
5. Atenta a matéria em apreciação, o presidente pode
convocar para participar nas reuniões, sem direito a voto, 4. A área territorial e de acção dos departamentos de
os funcionários que julgar conveniente, podendo ainda investigação criminal é definida por portaria do ministro
convidar outras entidades se tal se revelar de especial da justiça, sob proposta do director nacional.
interesse para o desempenho das atribuições da Polícia Artigo 64º
Judiciária.
Direcção
6. Os elementos eleitos para o conselho têm livre acesso
Os departamentos de investigação criminal são dirigi-
aos vários serviços da área que representem, com vista ao
dos por Coordenadores Superiores ou por Coordenadores
acolhimento de sugestões que visem o bom funcionamento
de Investigação Criminal, nomeados por despacho do
desses departamentos ou serviços.
ministro da Justiça, sob proposta do director nacional.
7. O Conselho é apoiado administrativamente pelo Artigo 65º
Departamento de Recursos Humanos, Financeiro e
Competência dos dirigentes dos departamentos
Patrimonial. de investigação criminal
Secção II
1. O coordenador superior ou o coordenador de investi-
Departamentos de investigação criminal gação criminal que chefiam os departamentos de inves-
Artigo 62º tigação criminal têm competência conferida ao director
Estruturação nacional adjunto, com as devidas adaptações.

1. Os departamentos de investigação criminal estrutu- 2. O director nacional pode delegar e subdelegar nestas
ram-se à semelhança da Direcção Central de Investigação chefias a competência para despachar assuntos relativos
Criminal, com as devidas adaptações, e podem ser cons- aos recursos humanos e administração geral dos respec-
tituídas por secções e brigadas de investigação. tivos serviços.
Artigo 66º
2. Os departamentos de investigação criminal podem,
ainda, ser integradas por um arquivo de informação Coordenador superior de investigação criminal
criminal e por uma unidade administrativa, cujas compe- 1. Compete, em geral, ao Coordenador Superior:
tências, à escala local ou regional e com as devidas adap-
tações, são idênticas às dos sectores do Departamento de a) Representar a unidade orgânica que dirige;
Informação Criminal e de Polícia Técnica. b) Coadjuvar directamente o director nacional e o
3. Nos departamentos de investigação criminal poderá director nacional adjunto;
o membro do governo responsável pela área da justiça, c) Dirigir departamentos de investigação criminal
sob a proposta do director nacional, e ouvido o Procura- ou outras unidades orgânicas equivalentes;
dor-Geral da República, criar por portaria, um núcleo de
Laboratório de Polícia Científica, habilitado a realizar, 2. Compete, em especial e designadamente, ao Coor-
nomeadamente, perícias lofoscópicas e operações de fo- denador Superior:
tografia criminalística. a) Orientar e coordenar superiormente os respec-
4. A estrutura organizativa e a dotação de pessoal dos tivos serviços;
departamentos de investigação criminal são aprovadas b) Emitir ordens e instruções de serviço tendentes à
por despacho do director nacional. execução das directivas, despachos e instruções
Artigo 63º cuja aplicação deva assegurar;
Competências c) Distribuir os funcionários pelas unidades orgâ-
1. Compete aos departamentos de investigação crimi- nicas que dirija;
nal a prevenção, investigação criminal e coadjuvação das d) Emitir as informações e pareceres que lhe forem
autoridades judiciárias, relativos aos crimes da compe- solicitados;
tência da Polícia Judiciária cometidos na respectiva área
e) Exercer o poder disciplinar, nos termos do dis-
territorial de intervenção e que não sejam atribuídos à
posto na lei;
Direcção Central de Investigação Criminal.
f) Apresentar superiormente, até à elaboração da
2. Sempre que as circunstâncias o aconselhem ou
proposta do orçamento, o plano de activida-
justifiquem, pode a Direcção Central de Investigação
des;
Criminal delegar, pontualmente, nos departamentos de
investigação criminal a realização de investigações que g) Apresentar superiormente, até 31 de Janeiro, o
sejam da sua competência ou solicitar-lhes que procedem relatório anual;

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710 I SÉRIE — NO 31 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008

h) Prestar assessoria técnica de investigação crimi- o) Analisar, até 31 de Dezembro, todos os processos
nal de elevado grau de qualificação e responsa- pendentes e ordenar o que julgar adequado
bilidade, designadamente na área de análise para a sua regularização.
de tendências da criminalidade, elaborando
2. Nas suas faltas e impedimentos, o coordenador de
estudos, relatórios e pareceres, representando
investigação criminal é substituído por um dos elementos
comissões e grupos de trabalho que exijam
do pessoal de investigação criminal que o director nacio-
conhecimentos altamente especializados ou
nal designar, de entre os de mais elevada qualificação
uma visão global da organização; profissional.
i) Colaborar em acções de formação; Artigo 68º

j) Colaborar nas inspecções e auditorias aos ser- Competências dos inspectores chefes na chefia de brigadas
viços; Compete aos Inspectores Chefes na chefia de brigadas:
k) Colaborar no exercício do poder disciplinar, ins- a) Coadjuvar directamente os coordenadores supe-
truindo processos de inquérito, disciplinares riores de investigação criminal ou os coorde-
e de averiguações decorrentes do exercício do nadores de investigação criminal;
poder disciplinar.
b) Chefiar brigadas ou unidades orgânicas equiva-
Artigo 67º
lentes;
Competência dos coordenadores de investigação
criminal na chefia de secções c) Elaborar o planeamento operacional e assegurar
o respectivo controlo da execução, sem prejuízo
1. Compete aos coordenadores de investigação criminal do disposto na alínea c) do número 1 do artigo
na chefia de secções: anterior;
a) Representar a secção que chefia; d) Chefiar pessoalmente as diligências de inves-
b) Coadjuvar directamente o director e director tigação criminal, planeando, distribuindo e
nacional adjunto; controlando as tarefas executadas pelos ins-
pectores;
c) Elaborar o planeamento da investigação crimi-
e) Controlar e garantir o cumprimento de prazos
nal e assegurar o respectivo controlo operacio-
processuais e das operações, acções, diligências
nal;
e actos de investigação criminal, elaborando o
d) Emitir ordens e instruções de serviço tendentes à respectivo relatório ou o sumário especificado
execução das directivas, despachos e instruções de concordância com o relatório detalhado
cuja aplicação deva assegurar; elaborado pelo inspector;
e) Distribuir o pessoal pelas brigadas; f) Distribuir o serviço ou tarefas pelos Inspectores
e orientar, coordenar, fiscalizar e controlar a
f) Distribuir o serviço pelas brigadas e pelos
sua execução;
Inspectores Chefes e orientar, coordenar e
fiscalizar a sua execução; g) Assumir a direcção das investigações de maior
complexidade, sem prejuízo do disposto na
g) Gerir os recursos humanos e materiais e contro- alínea h) do número 1 do artigo anterior;
lar a sua eficácia;
h) Elaborar despachos, relatórios e pareceres,
h) Assumir a direcção das investigações de maior tendo em vista preparar a tomada de decisão
complexidade; superior sobre medidas de prevenção e inves-
i) Controlar a legalidade e a adequação das opera- tigação criminal.
ções, acções, diligências e actos de prevenção i) Remeter ao Departamento de Informação
e investigação criminal; Criminal e de Polícia Técnica os elementos
j) Elaborar despachos, relatórios e pareceres; susceptíveis de registo e tratamento;

k) Participar em reuniões, comissões e grupos de j) Executar outras tarefas de investigação criminal


trabalho, tendo em vista preparar a tomada que lhe forem determinadas pelos superiores
de decisão superior sobre medidas de preven- hierárquicos;
ção e investigação criminal ou de gestão que k) Colaborar em acções de formação;
interessem à organização e funcionamento da
l) Substituir o coordenador de investigação nas
Polícia Judiciária;
suas faltas e impedimentos.
l) Exercer o poder disciplinar nos termos do dis- Artigo 69º
posto na lei;
Competência dos inspectores
m) Colaborar em acções de formação;
Compete ao Inspector executar, sob orientação supe-
n) Elaborar, até 31 de Janeiro, o relatório anual de rior, os serviços de prevenção e de investigação criminal
actividade da secção; de que seja incumbido, nomeadamente:

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I SÉRIE — NO 31 « B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008 711

a) Realizar operações, acções, diligências e actos serviços da Polícia Judiciária, se entender que, da apre-
de investigação criminal e os correspondentes ciação dos dados referidos no n.º 3 do artigo anterior,
actos processuais; existe matéria indiciária que o justifique, indicando o
b) Proceder a vigilâncias ou detenções; âmbito e o objecto de incidência.

c) Pesquisar, recolher, compilar, tratar e remeter às 2. A realização desses inquéritos ou sindicâncias tam-
respectivas unidades a informação criminal com bém pode ser efectuada por solicitação do membro do
menção expressa na investigação em curso; Governo responsável pela área da justiça ou por proposta
do director nacional, cabendo, em todos os casos, ao Mi-
d) Elaborar relatórios, informações, mapas, gráfi-
nistério Público a instrução dos processos disciplinares
cos e quadros;
que devam seguir-se, sendo, no seu termo, submetidos a
e) Executar outras tarefas de investigação criminal decisão daquele membro do Governo.
que lhe forem superiormente determinadas;
3. O Director nacional pode ordenar a realização de
f) Colaborar em acções de formação; inquéritos, averiguações, inspecções e sindicâncias aos
g) Conduzir viaturas de serviço quando superior- serviços da Policia Judiciária, para verificar o grau de
mente autorizado. cumprimento e implementação das orientações e decisões
que visam a melhoria e eficácia dos serviços.
CAPÍTULO III
Fiscalização e Disciplina 4. As conclusões obtidas deverão ser dadas a conhecer ao
membro do Governo responsável pela área da Justiça.
Artigo 70º
Fiscalização Artigo 72º

1. A actividade da Polícia Judiciária é fiscalizada pelo Regime disciplinar


Ministério Público, nos termos dos números seguintes.
1. O regime disciplinar rege-se pelos princípios e nor-
2. O Ministério Público exerce uma acção fiscalizadora mas estabelecidos no Regulamento Disciplinar da Polícia
permanente da actividade da Polícia Judiciária, cuja Judiciária.
natureza e âmbito se definem pelos seguintes aspectos
fundamentais: 2. Os funcionários têm o dever de comunicar por es-
crito ao superior hierárquico competente os factos do
a) É inerente à dependência funcional prevista no
seu conhecimento que constituam infracção disciplinar.
n.º 1 do artigo 2º;
b) Decorre da direcção da instrução penal legalmente 3. O Director Nacional, o Director Nacional Adjunto,
prevista, que cabe àquele órgão do Estado; os directores de departamentos, os Coordenadores Su-
periores e os Coordenadores de Investigação Criminal,
c) Tem como limites os poderes do membro do Governo têm competência disciplinar sobre o pessoal que lhes está
responsável pela área da justiça, que decorre do orgânica e funcionalmente subordinado.
preceituado no n.º 1 do artigo 1º, e a autonomia
no domínio do planeamento operacional e exe- 4. O âmbito da competência a que se refere o número
cução técnica das acções de investigação a que anterior é fixado pelo Regulamento Disciplinar da Polícia
se reporta o n.º 3 do artigo 2º. Judiciária, a aprovar por diploma legal do Governo.
3. O Procurador-Geral da República pode, no entanto,
CAPÍTULO IV
ordenar inspecções gerais periódicas aos processos cuja
investigação criminal respectiva seja da competência da Disposições Diversas, Transitórias e Finais
Polícia Judiciária para fiscalização de como aquela direc-
ção foi exercida e de como os actos de investigação cri- Artigo 73º
minal e da respectiva instrução penal foram praticados, Criação e reorganização de serviços
nomeadamente, quando ao cumprimento da Constituição
e das Leis que os regem e tendo em vista, ainda, apurar 1. Os serviços de Inspecções na cidade do Mindelo e
o seu grau de eficácia. na cidade da Assomada passam a ser denominados de
Departamentos de Investigação Criminal da Polícia Ju-
4. Em resultado de dados obtidos, em qualquer das diciária do Mindelo e da Assomada.
acções de fiscalização referidas nos números anteriores,
pode o Procurador-Geral da República emitir directrizes 2. É elevada a categoria de Departamento de Inves-
ou instruções genéricas que visem a melhoria da activi- tigação Criminal a Subinspecção da Polícia Judiciária
dade processual e o aumento da eficácia da investigação do Sal.
criminal.
Artigo 71º
3. Futuramente, o director nacional pode propor a
criação de novos departamentos ou serviços, além dos
Inquéritos, inspecções e sindicâncias
previstos no artigo 14º ou no n.º 1 deste artigo, noutros
1. O Procurador-Geral da República pode propor ao Concelhos onde os índices de criminalidade, o justifi-
membro do Governo responsável pela área da justiça a quem, desde que estudo prévio demonstre inequívoca e
realização de inquéritos, inspecções e sindicâncias aos cumulativamente:

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712 I SÉRIE — NO 31 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008

a) A existência desses índices de criminalidade; Decreto-Legislativo nº 2/2008


b) A impossibilidade real de proceder com eficácia De 18 de Agosto
às respectivas investigações no quadro das Através do Decreto Legislativo nº 5/93, de 12 de Maio,
competências territoriais previstas neste di- foi aprovado o Estatuto do Pessoal da Policia Judiciária e
ploma; definido o seu quadro de pessoal, com o respectivo Plano
c) A previsão fundamentada de disponibilidade de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS).
material de manutenção ao longo do tempo de Volvidos 15 anos, é evidente a necessidade da sua adequa-
meios adequados ao cumprimento dos objectivos ção à realidade presente. Com efeito, constitui preocupação
visados com a criação do novo departamento. do Governo dotar a Polícia Judiciária de capacidade para
4. A criação dos novos departamentos é efectuada responder eficazmente aos desafios que uma criminalidade
por diploma do Governo, ouvido o Procurador-Geral da cada vez mais complexa e organizada coloca.
República, nomeadamente sobre o referido na alínea a) Da sua actuação sairá reforçado o sentimento de se-
do número anterior. gurança dos cidadãos.
5. O director nacional, quando as circunstâncias o Para a prossecução desse objectivo são necessários
justificarem, pode, a pedido do Procurador-Geral da meios materiais e adequados recursos humanos, nos
República, proceder ao destacamento do pessoal da in- planos quantitativo e qualitativo, e uma estrutura or-
vestigação criminal para coadjuvar o Ministério Público
ganizativa flexível e bem dimensionada.
nas comarcas onde não se encontram sedeados departa-
mentos de investigação criminal. Nesse sentido, procede-se à alteração do Estatuto do
Pessoal da Policia Judiciária, pretendendo com isso,
6. Os departamentos referidos neste artigo ficam di-
por um lado, uma reestruturação adequada à realidade
rectamente dependentes do director nacional.
actual, e por outro, a dignificação do seu pessoal, esta-
Artigo 74º belecendo regras mais objectivas quanto à execução e a
Regulamentação valorização da vertente profissional.
Serão objectos de regulamentos orgânicos específicos, Assim, considera-se o pessoal de investigação criminal
sempre que se mostrar necessário, os demais aspectos não como um corpo especial, constituído em quadro privativo,
expressamente regulados por este diploma, respeitantes do qual também passam a fazer parte o pessoal de apoio
à organização, atribuições, direcção e funcionamento dos à investigação criminal.
serviços.
Ainda com vista à dignificação do pessoal de apoio à
Artigo 75º investigação criminal, entendeu-se alterar a actual no-
Legislação complementar menclatura dos cargos existentes, passando o respectivo
quadro a ser constituído por especialista superior, espe-
O Regulamento Disciplinar, o Regulamento de Clas-
cialista superior adjunto e especialista auxiliar.
sificação e Louvores e o Regulamento de Colocações, são
aprovados por diploma próprio no prazo de noventa dias Igualmente se contempla a existência de cargos de
após a aprovação do presente diploma. chefia no pessoal de apoio, com as categorias de chefe de
Artigo 76º sector e chefe de núcleo.
Norma revogatória Também é alterada a nomenclatura existente re-
lativamente às categorias do pessoal de investigação
É revogado o Decreto-Legislativo nº 4/93, de 12 de
criminal, passando o referido quadro a ser constituído
Maio, que aprovou a orgânica da Polícia Judiciária,
por Coordenadores Superiores de Investigação Criminal,
com as alterações introduzidas pelo Decreto-Legislativo
Coordenadores de Investigação Criminal, Inspectores
nº 5/97, de 5 de Maio.
Chefes e Inspectores tendo em vista, a um tempo, a
Artigo 77º adequação da nomenclatura desses cargos ao direito
Entrada em vigor comparado e, a outro tempo, a valorização e dignificação
do referido pessoal.
O presente Decreto-Legislativo entra em vigor no dia
seguinte ao da sua publicação. Assim, a categoria de Coordenador de investigação
criminal corresponde à actual categoria de Inspectores,
Visto e aprovado em Conselho de Ministros.
de Inspectores chefes à de Subinspectores, de Inspector
José Maria Pereira Neves – Marisa Helena do Nasci- a de Agente. Foi ainda criada, uma nova categoria, a de
mento Morais. Coordenadores Superiores de Investigação Criminal.
Promulgado em 13 de Agosto de 2008. Em matéria de provimento, sem prejuízo da estrita ob-
Publique-se. servância dos princípios e regras que informam o regime
geral das bases da função pública na matéria, adopta-se
O Presidente da República, PEDRO VERONA um sistema próprio de recrutamento que procura compa-
RODRIGUES PIRES. tibilizar as exigências de uma gestão previsional flexível
Referendado em 14 de Agosto de 2008. com o princípio da igualdade de oportunidades e maior
grau de exigência no acesso à carreira de investigação
O Primeiro-Ministro, José Maria Pereira Neves. criminal.

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