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A INFLUÊNCIA DA MÚSICA:

COMO INSTRUMENTO DE ENLEVO


EMOCIONAL E ESPIRITUAL
COMO ALIAR
A INFLUÊNCIA DA A EMOÇÃO
COM A
MÚSICA RAZÃO?
A música influencia o

comportamento humano.

E um dos canais que

transfere tal influencia com


"A Música é a expressão artística mais antiga
extrema competência é a
conhecida pelo ser humano." emoção musical. Vivemos

tempos na igreja onde

quase não há

preocupações com a
"O canto é a forma mais comum de
racionalidade tão
expressão entre os povos." importante para dar

sustentação às emoções.

Em função disso, muitos

"Os seres humanos desenvolvem muito rituais, fórmulas mágicas

de atração da presença de
cedo uma propensão para música, que é
Deus e diversas
moldada depois pela cultura e contextos da
manifestações pessoais e

vida." humanas têm invadido as

igrejas em nome de uma

adoração genuína. Até

que pontos são bíblicas?


“Música é a linguagem das emoções”.
E de fato estamos

agradando a Deus?

As emoções nas
“A arte, inclusive a música, é o veículo mais
manifestações musicais
capaz de expressão afetiva que a na igreja têm ocupado o

humanidade alcançou." lugar da palavra de

Deus?
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Introdução

Conceitos iniciais sobre música sob prisma afetivo

A Música é a expressão artística mais antiga conhecida pelo ser humano. Ela é parte de nossa
essência. Nossa pulsação é compassada e rítmica, assim como nossa respiração, nosso caminhar,
nossa fala, nossos movimentos. O canto é a forma mais comum de expressão entre os povos, mesmo
que estes não tenham desenvolvido a escrita. A Música é um dos fenômenos mais intrigantes da
humanidade. Nossa sensibilidade ao tempo, nossa tendência a ordenar informações auditivas e
nossa habilidade em classificar e imitar padrões sonoros são características únicas dos seres
humanos.

Com algumas exceções os seres humanos desenvolvem muito cedo uma propensão para música,
que é moldada depois pela cultura e contextos da vida.

Independente da origem mais longínqua da música e de suas funções evolutivas é surpreendente


como ela ocupa lugar em nossas vidas. Está presente em nas aparelhagens de nossas salas, em
nossos quartos, nos rádios de nossos carros, nos filmes e em quase todos os eventos sociais, como
casamentos, inaugurações, aniversários, etc. É muito comum ao ouvirmos uma música que ela
promova uma viagem até a lembrança dos fatos que passamos e incrivelmente, acompanhada das
emoções e sensações gerais que tivemos na época (paixão, raiva, tristeza, alegria, saudade).

A música é, antes de tudo, movimentos, sons, silêncios e ruídos; tensão e relaxamento. Ela é de
grande importância para qualquer idade e se faz necessária, se não essencial na fase inicial da vida,
como forma de estabelecer laços emocionais, desenvolver atitudes e atividades de grupo, interação
e integração e tantas outras. A Música é um estimulo acústico indutor de grandes emoções nos
ouvintes. Em diversos estudos os efeitos emocionais da música nos indivíduos podem ser
mensurados através das abordagens categórica e dimensional. A Abordagem categórica emprega
quatro emoções básicas desencadeadas pela escuta musical: Alegria, Serenidade, Raiva (ou Medo)
e Tristeza. A Abordagem Dimensional considera duas categorias arousal e valência afetiva:

O arousal um conceito psicológico originado da noção de estado de excitação fisiológica, está


relacionado com os estados pré-ativação internos (altos e baixos), em que os mecanismos neurais e
cognitivos são ativados, levando o sujeito a prestar atenção à música que está sendo executada. Já
a valência afetiva está associada a um valor hedônico (busca pelo prazer) (positivo ou negativo)
podendo variar de pessoa para pessoa.

Musicoterapia trabalha com a premissa de que a música é esta condutora, a desencadeadora de


emoções e estados emocionais. Através da música se pode criar um espaço potencial de
acolhimento: através da música, na música e das relações que surgem da experiência musical. Isto
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nos possibilita liberar emoções, desenvolver novas formas de comunicação (ou aprimoramento e
melhora das formas já existentes) e abertura para eventuais insights. A Música é portadora de
histórias, de sentimentos e valores, pois ela vem de cada um de nós, de nossos
pacientes/clientes/alunos, de forma a contar de cada um aquilo que somos, de onde viemos, como
nos desenvolvemos, nos transformamos; durante certo tempo e espaço.

A Música é um fenômeno complexo, multidimensional que impacta e ativa diferentes aspectos do


funcionamento humano em distintas etapas da vida. Sabemos que através das qualidades intrínsecas
da música e seus elementos podem promover: alivio da ansiedade e do estresse, ajudar no
tratamento da depressão, facilitar a expressão dos canais de comunicação, regular os estados de
ânimo e humor, favorecer a motivação e possibilidade de desenvolver mecanismos de adaptação a
situações novas e ou traumáticas como no Estresse Pós-traumático.

Música e emoção

O pensamento moderno busca explicar a música em termos naturais, e não sobrenaturais. A maioria
das autoridades do pensamento moderno concorda que a música tem uma relação muito importante
com as emoções humanas. Alguns deles acham que ela expressa sentimentos emocionais e por isso
foi criada a máxima: “Música é a linguagem das emoções”. Porém, outros afirmam que a música não
expressa uma emoção atual, ao contrário, uma lembrança de experiências emocionais anteriores.
Justifica-se neste caso, o exemplo de um cantor, ao cantar uma música alegre, não necessariamente
esta alegre no momento da execução da melodia, tão pouco os ouvintes. Então, neste caso, o cantor
ativa rememoração de um momento alegre em si mesmo e nos ouvintes.

Há também pensadores modernos que argumentam que a música também pode afetar as emoções
e que ela é uma reveladora e condicionadora de emoções. O ressurgimento do pensamento ethos de
que a música tem poder para mudar a personalidade, tem sido explorado amplamente por terapeutas
que usam a música como tratamento, no bom e no mal sentido. E. Thayer Gaston, disse:

“A arte, inclusive a música, é o veículo mais capaz de expressão afetiva que a


humanidade alcançou. (...) O anseio criativo comum, o desejo de diversão, e a
busca por expressões de beleza existem em todos os povos. A música, acima de
todas as artes, garante o cumprimento desses anseios elementares e nisto reside
o seu maior valor. Ela tem sido uma governante emocional de todas as tribos,
nações e raças humanas. Hoje em dia, está ainda é a principal função da música.”

Sem dúvida, pode ser alegado que a música pode ter uma influência positiva ou negativa sobre a
personalidade. E é este o cuidado que se deve ter no que se refere ao uso da música no culto. As
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escolhas não devem estar relacionadas ao tipo de ritmo ou gênero musical superficialmente, até
porque os pacifistas podem achar que a música militar influi negativamente nas pessoas,
principalmente em tempos de guerra; ou o rock contribuiu para um comportamento antissocial devido
a uma provável manipulação da personalidade. A análise deve ser profunda, extraída do contexto
histórico e cultural da composição e seus efeitos benéficos e maléficos no atual contexto histórico e
cultural que a igreja e a sociedade contemporânea estão inseridas. Ou seja, a intransigência de não
querer o que culturalmente ainda não esteve na igreja pode funcionar como o revés do efeito que se
busca com a música na igreja, sem contar que o que é chamado de música secular, sempre esteve
intrinsicamente ligado à música chamada sacra e vice-versa, nada é mais do que somente o ambiente
cultural.

O que se tem em concordância quase que unânime é que a música como função mais importante
tem como ofício em qualquer sociedade ou comunidade de ser o apoio de seu próprio sistema de
valores. Este é o significado superior aos demais, seja divino, natural, ethos, como expressão
emocional e até de prazer, como missão superior a música ressalta nosso sistema de valores como
sociedade. E se como igreja, estamos inseridos na sociedade, devemos manifestar culturalmente
também a expressão musical de nossas origens. Sobretudo, a música é frequentemente usada para
acompanhar as mais importantes atividades da sociedade e acrescenta significado a essas
atividades. Então, a música, tende a reforçar os ideais desta sociedade, sejam eles políticos, sociais
ou religiosos.

Outro fator importante é que distintos estilos musicais sustentam a identidade musical de grupos
separados na sociedade e consequentemente na igreja, por idade. Adolescentes geralmente estão
emocionalmente ligados ao rock, os adultos a uma espécie de música antiga um tanto quanto
atualizada com uma nova roupagem, os mais velhos ligados a uma lembrança musical do passado
as querendo inserir no contexto de hoje. Isso traz a igreja, a responsabilidade de ser uma espécie de
“agência” cultural porque temos de ter música de todos os tipos, acima citados e outros tantos para
que todos se sintam emocionalmente envolvidos, atendidos e em sua própria família.

Na década de 1930, na Alemanha nazista, a música de Wagner foi usada para promover os ideais
políticos do nazismo, sem ter qualquer conteúdo nazista ou político. Assim como, no mesmo período
e lugar, quem executasse as músicas de Mendelssohn era executado. Em nosso tempo, as músicas
expressam os conceitos de nossa sociedade. Em todas as atividades importantes da vida, por
exemplo, a formatura de um filho na universidade ou o culto de adoração, a música é usada para
acrescentar significado emocional a essa atividade. Para alguns, pode haver significado adicional ao
prazer ou a emoção como uma expressão mais profunda, especialmente para aqueles que tiveram
maiores contatos com a música. Mas o significado básico está na associação do som musical com a
atividade importante de um evento, qualquer que seja, um culto, uma cerimônia, uma trilha para um
filme. Por isso, é comumente usado pianistas enquanto pastores pregam em seus púlpitos. O “efeito”
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que se busca é associar a emoção provocada com a música a uma sensibilização para com a
mensagem.

A emoção do compositor em sua música

A emoção do intérprete na música de outro compositor

A música também deve ser considerada como o fenômeno de transmissão das emoções. Toda vez
que me sujeito a cantar, tocar, interpretar a música de alguém e não a minha, devo estar consciente
de que trarei para mim as emoções que geraram a música de tal compositor.

Estar ciente das emoções do compositor deve ser o fio condutor da minha pesquisa sobre a música.
O contexto histórico, doutrinário e/ou conceitos gerais, informações da vida pessoal, do caráter,
personalidade e temperamento, relacionamento familiares e interpessoais, relacionamento com
Deus, testemunho ou algum momento específico da vida (testemunho, milagre, dificuldade, cura,
enfermidade, etc..) são informações mínimas para que eu possa escolher uma música ou uma canção
para interpretar, cantar, ou utilizar no culto numa pregação, evento ou cerimônia. Eu particularmente
como maestro, sou intérprete o tempo todo. Nossa função é ser um condutor de emoções e
impressões todo tempo de nossa vida profissional. Por isso pesquisar a fundo estas ilações
emocionais é o básico do que se deve fazer porque seguramente nos tornamos o compositor
enquanto executamos sua obra, e estaremos carregados das emoções e dos motivos gerais da
composição.

Sentimento musical na contramão cultural

Portanto, qual deve ser a nossa atitude como cristãos para com o dom universal da criatividade dado
por Deus na música?

É de se esperar que todas as pessoas devessem viver gozando a plenitude dos seus instintos dados
por Deus. Enfrentamos o desafio de “ter domínio” sobre o mundo natural que Deus nos deu – para
usar, preservar, desfrutar – encontrar significado na arte – por si já é uma atividade criativa. Os
evangélicos têm sido muitas vezes acusados de serem antiestéticos, de não desfrutarem de todo o
seu potencial comofilhos de Deus criativos. Isto não é muito surpreendente visto que em nossa
herança cultural, somos sucessores dos iconolatas que rejeitaram o simbolismo artístico na adoração.
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Temos que desenvolver um “olhar” mais aberto para a diversidade da criatividade de Deus e suas
manifestações com a música em cada cultura e sociedade. Não se pode viver, a cultura de séculos
atrás, a música de uma região diferente do planeta simplesmente porque foi trazida por missionários
e eles, por falta de conhecimento, decidiram que a nossa cultura ou demais culturas não são boas
para o culto, ou ainda mais, para nossas vidas. Gozamos de faculdades doutrinárias o suficiente, ou
pelo menos deveríamos, para separar o que profana a Espírito Santo de Deus daquilo que é tão
somente cultural. Como crentes, e servos de um Deus transcendental como o nosso, a igreja deveria
ser melhor que as demais comunidades inclusive neste tema cultural. A que se marcar positivamente
a posição da igreja nas artes, dentro e fora de seus domínios. Frank E. Gaebelein declara
categoricamente, que a atitude antiestética evangélica é muito grande, e que evangélicos fazem
questão de não se conectar com a cultura musical como um todo:

ʺNas fileiras dos cristãos evangélicos, os padrões estéticos são geralmente


baixos. A evidência deste fato é abundante. Os quadros nas paredes, os livros
nas estantes, os discos tocados – muitas dessas coisas são produto de uma
diluição sentimental, petista, da integridade estética que deveria caracterizar o
uso cristão da arte. No entanto – e isso também deve ser dito – os evangélicos
não estão sozinhos no fato de se terem habituado à arte e literatura medíocre.
Um tipo semelhante de ignorância cultural percorre grande parte do movimento
protestante, e, de fato, grande parta da vida de nossos dias.ʺ

O grande tempo perdido para pequenas questões culturais impede que a igreja representada por
cada membro, possa marcar com o melhor que há na criatividade de Deus para nós em tudo o que
fazemos, inclusive nas artes, na música. Donald Hustad afirma:

"(...) Todo crente verdadeiro deve oferecer a Deus a sua melhor criatividade, em
tudo o que faz na vida. Nisto consiste a boa mordomia de nossos talentos – “um
sacrifício vivo” – quer estejamos tocando (ou ouvindo) um recital, cantando no
coro da igreja, ou adorando através de sua música, escrevendo um relatório
comercial, fazendo um vestido ou preparando uma refeição. Em música, Deus
espera o melhor de J.S. Bach, de Salomão Ginzburg, de Luiz de Carvalho, dos
índios Auca, de cada cristão. Nada menos do que melhor não é aceitável, mas o
que temos de melhor é suficientemente bom!"

A igreja amadurecida e bem informada não encara outra cultura com a insistência de que a sua própria
expressão cultural é superior. Bem como, não entende que a manifestação cultural a qual ela igreja
está inserida como parte da sociedade é inferior ou mais baixa que a música sacra ou do ministério
de louvor. Há que se entender que cada expressão cultural tem valor em si só e que há validade em
si mesma, tão somente pelo fato dela existir. Deus as criou, e se agrada dessa diversidade. Há
também uma necessidade de nos tornarmos mais cultos como igreja, pois quanto mais cultos e
preparados, menos se absorve o choque cultural e poderemos entender as várias linguagens
musicais.
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Os sentimentos e emoções inseridos na música evangélica

O uso da música como expressão das emoções está em todas as igrejas. Entre evangélicos se busca
a experiência espiritual pessoal, e este é um dos mais importantes motivos da música no culto
evangélico. Este deve ser o motivo pelo qual a música é mencionada por leigos quando os mesmos
identificam que a música “fala ao coração”.

Mas, certamente, a força dos sentimentos e emoções tem melhor compreensão na rotina litúrgica da
igreja, quando a música se concatena ao texto da pregação. Neste ajuntamento, a música torna a
explicação da palavra em uma aplicação emocionada e pessoal. Ou seja, a música da vida as
palavras proferidas na pregação e traz um sentido ainda maior do que quando uma pregação não
está ligada a música. O resultado é uma experiência comovente e consequentemente há uma maior
absorção da palavra pregada. Pode-se dizer que a música certa intensifica a emoção do texto e, por
vezes, até transcende, resultando em uma experiência “suprarracional”.

Em I Coríntios 14: 15-16, Paulo confessou que as suas experiências de adoração (oração e cântico)
não eram sempre idênticas. Algumas eram somente emocionais (“com o espírito”) e outras
racionalizadas (“com entendimento”):

"Porque, se eu orar em língua desconhecida, o meu espírito ora bem, mas o meu
entendimento fica sem fruto. Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também
orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o
entendimento."

Sem dúvida, isso acontece com todos nós adoradores. Músicas sem palavras podem gerar uma
reação espiritual maravilhosa sem um pensamento teológico específico a acompanha-la. Porém, para
todo cristão evangélico maduro, adoração tão somente emocional não é tudo e deixa de ser o
suficiente. As experiências emocionais devem ser sempre ajustadas a outras cujo entendimento seja
um elemento considerado.

Não se deve permitir cair sua adoração musical no sentimentalismo, ou seja, a emoção superficial
que não tem realidade. Isso é como ouvir uma música qualquer, em um idioma qualquer do qual não
se tenha compreensão, ou seja, o resultado é apenas emocional, somente o que a melodia, harmonia
e ritmo podem nos oferecer. E quando isso acontece, numa plateia haverá diversas interpretações
ou impressões acerca do que se está ouvindo. Porque quando tudo na música se refere apenas ao
sentimentalismo cada pessoa “cria” uma imagem mental influenciados pelo que estão ouvindo.
Hustad classifica alguns indícios desse efeito melancólico na música de um culto:

(1) A tendência de usar demasiadamente certos hinos e canções favoritos;


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(2) A falta do relacionamento entre a música e o resto do culto em que ela é cantada ou tocada;

(3) A impossibilidade de cantar “na medida” da plena teologia e experiência da igreja;

(4) A resistência a novas seleções musicais, bem como a novas formas de música.

Sem dúvida, o sentimentalismo é alimentado por dois significados da música, que a não ser este
percalço, são válidos: a) Prazer (apreciação da música favorita triunfa sobre significados mais
palpáveis); b) Definição de identidade (o hino sentimental favorito se torna uma tradição).

Quando não há uma experiência musical amadurecida e intelectual a reação emocional é imediata e
se dará tão rapidamente ao início da execução de uma melodia familiar ou rotineira, e como causa e
efeito, suscita as mesmas associações e impressões ocasionadas anteriormente. Assimilar o texto
depende de um processo cerebral um pouco mais lento e às vezes isso nem sempre acontece.
Talvez, seja este o motivo que a nossa cultura brasileira dentro da igreja viva peculiarmente
sentimental. Também, talvez haja, e possivelmente deva haver mesmo na vida da igreja lugar para
os hinos sentimentais favoritos de todos. Porém, se a adoração, comunhão e evangelização devem
alcançar alvos superiores, os hinos e músicas precisam como prioridade serem escolhidos pelas
razões mais significativas, não seculares e emocionais, mais sim bíblica, teológica e litúrgica.

Panorama Atual

Estamos vivendo em um tempo altamente emotivo no que se refere à música como instrumento de
enlevo espiritual. A emoção é acentuada pela forma em que são apresentados os cânticos.

As pessoas levantam as suas mãos e movimentam seus corpos sem muitas vezes compreender o
porquê estão fazendo. Ainda, muitos dos que estão ministrando, motivados de grande emoção
dirigem as pessoas a fazerem certas coisas, sem também compreenderem profundamente o que está
sendo pedido por eles mesmos. E as expressões espontâneas têm contribuído fortemente para que
os cultos estejam num ambiente fortemente emotivo.

O problema não está na emoção, mas no seu exagero ou em pensar que ela pode trazer em si mesma
as verdades cristãs.

Muitos dos cristãos de hoje buscam a igreja para se sentirem bem. Tanto que em muitos lugares, em
nome da emoção, não se trata mais de temas como a salvação, arrependimento, santidade, etc.

Boa parte dos cânticos e a forma que eles são apresentados ajudam a manter as pessoas num nível
emocional alto. Quanto maior o nível emocional, menor o racional e isso não é positivo. Assim, nesta
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proporção a emoção contribui para que as pessoas se preocupem mais com o que sentem do que
com aquilo em que creem.

O ideal é que emoção e razão andem juntas e equilibradamente. Razão pura e simples torna a música
ou a adoração enfadonha e pesada. Porém, a emoção exacerbada pode levar o adorador a atos que
ele mesmo não compreende e pode vir a lamentar ou arrepender-se depois. A emoção bem dosada,
e fincada nos balaústres do conhecimento, levam ao enlevo da emoção e do espírito.

“Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento;
cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento.”

I Coríntios 14:15

Música, emoções e ciência

Alguns estudos científicos

A música em seus efeitos pode:

a) Gravar mensagens

1) Utilizada nos cultos católicos para manipulação e consolidação das doutrinas;

2) Utilizada em cursinhos para decorar conceitos teóricos de alta complexidade;

3) Utilizada em campanhas de marketing para que o produto a ser vendido tenha maior apelo do
inconsciente;

4) Utilizada como trilha de filmes para prender a atenção do expectador ao filme;

b) Provoca lembranças

Quando você ouve uma música que o remete a uma situação vivida, seja boa ou ruim, imediatamente,
o seu corpo passa a ter as mesmas sensações vivenciadas na ocasião;

c) Leva a tomada de decisões

Como a Música Pode Influenciar Decisões Sobre Grupos Étnicos

Apenas alguns minutos ouvindo a principal corrente do rock foi suficiente para influenciar estudantes
brancos a favorecer seus pares em relação a outros grupos étnicos, mostra um novo estudo.
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No entanto, estudantes brancos que escutaram mais música etnicamente diversa mostraram apoio
similar a vários grupos, compostos por brancos, afro-americanos, árabe-americanos e latino-
americanos.

Mesmo que o rock ouvido pelos voluntários não tivesse letras relacionadas a raça ou etnicidade, a
música pode ter inconscientemente levado a mente a ter sentimentos positivos entre brancos sobre
outros semelhantes, diz Heather LaMarre, da Ohio State University.

Um outro grupo de estudantes ouviu rock white-power, um gênero associado a grupos de supremacia
branca. Esses estudantes deram mais apoio ao grupo banco do que aqueles que ouviram rock ou
pop music, e deram menos apoio aos grupos compostos por afro-americanos e árabe-americanos.

"A música tem muito poder de influenciar nossos pensamentos e ações, mais do que podemos
reconhecer", dizem os autores. "Ela tem o poder de reforçar nosso viés positivo em direção ao nosso
próprio grupo, e às vezes um viés negativo em relação aos outros."

O estudo envolveu 148 estudantes que foram avisados de que estariam participando de um estudo
sobre financiamento a grupos de alunos usando fundos do ensino.

Quando cada participante chegou para o estudo, foi solicitado a esperar pelo início da sessão. Eles
foram instalados em uma sala de espera com música suave ao fundo. Não foi permitido ter acesso a
outras mídias, incluindo tocadores de música, computadores, fones ou material de leitura.

Os participantes sentaram durante sete minutos enquanto a música foi tocada. Eles escutaram um
entre três gêneros: rock, incluindo artistas como Bruce Springsteen and The White Stripes, top 40
pop, incluindo Justin Timberlake, Fergie e Gwen Stefani, ou radical white power rock (com bandas
como Prussian Blue e Bound for Glory).

Depois, os participantes foram chamados e solicitados a dar uma opinião sobre como o dinheiro do
fundo deveria ser distribuído entre quatro grupos de alunos. Os grupos tinham descrições idênticas
sobre o que faziam, mas listavam diferentes filiações étnicas: centros para estudos afro-americanos,
estudos latino-americanos, estudos árabe-americanos e estudos rurais e de agricultura (estudos
anteriores mostraram que estudos rurais e de agricultura eram altamente associados com brancos
entre estudantes universitários). Os resultados mostraram que aqueles que ouviram as top 40
dividiram os fundos de maneira quase igualitária. Aqueles que ouviram rock deram cerca de 35% para
os americanos brancos - e uma quantia similar para cada um dos outros três grupos.

Aqueles que ouviram radical white power rock deram a maior parte para o grupo de americanos
brancos. Eles deram 25% para os latinos, 16% para africanos e 15% para os árabes-americanos.

"Isso mostra que não apenas as letras importam. Rock and roll - sem letras incendiárias ou de ódio -
foi suficiente para aumentar a porcentagem de dinheiro alocada para os americanos brancos".
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"Observamos que os ouvintes de white power radical rock foram quase punitivos com afro-americanos
e árabe-americanos. Aqueles que ouviram rock deram mais dinheiro ao grupo dos brancos, mas
dividiram o resto igualmente entre os outros três - em outras palavras, não houve punição contra os
demais.

Os autores dizem que isso não quer dizer que os estudantes que ouviram white power rock ou rock
são racistas. Muitos estudos mostram que quase todo mundo tem vieses inconscientes - raciais ou
outros. Ouvir certos tipos de música pode ativar esses vieses sem que as pessoas percebam,
observam os autores.

Enquanto o estudo apenas envolveu alunos brancos e três gêneros musicais, os autores dizem que
outras raças e etnicidades têm seus próprios vieses que podem ser ativados ouvindo música, seja
rap, country ou outro tipo.

"Todo mundo mostra alguma forma de favoritismo, e a música é apenas um meio de reforçar isso".

d) Altera estado de espírito

a) Africanos nativos, que nunca ouviram rádio conseguiram reconhecer as emoções de alegria,
tristeza e medo na música ocidental, de acordo com um novo estudo publicado em Current Biology.
O trabalho demonstra que a expressão destas três das emoções básicas na música podem ser
reconhecidas de forma universal, segundo os autores. "Concluindo", os pesquisadores escreveram,
" os ouvintes, tanto do povo Mafa quanto os ocidentais, demonstraram uma capacidade para
reconhecer as três expressões emocionais básicas testadas neste estudo de música ocidental, acima
do nível de respostas aleatórias. Isto indica que as estas expressões musicais, traduzidas por trechos
de música ocidental podem ser reconhecidos universalmente, de maneira análoga ao reconhecimento
universal das emoções humanas em expressões faciais e na prosódia emocional." Prosódia se refere
ao ritmo, ênfase e entonação da fala.

b) A ganhadora de seis Grammys, Adele, é famosa por sucessos que fazem todo mundo chorar,
como “Someone Like You” e “Rolling in the Deep”. E a ciência tem uma explicação para o fenômeno.
É o que conta Michaeleen Doucleff, em sua coluna no The Wall Street Journal. Apesar de a
experiência pessoal e a cultura pesarem, pesquisadores descobriram que certas características
musicais mexem com as emoções. A melodia correta, combinada com letras de rompimento amoroso
e a voz potente de Adele enviam ao cérebro sinais de recompensa. Há 20 anos, o psicólogo britânico
John Sloboda conduziu um experimento que identificou a “appoggiatura”, um tipo de nota musical
constante em músicas que emocionam. Essa nota se choca com a melodia e cria um som dissonante,
isso cria tensão no ouvinte, contou Martin Guhn, psicólogo da Universidade de Columbia, que co-
escreveu um estudo em 2007 sobre o assunto. “Quando as notas retornam à melodia anterior, a
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tensão é resolvida, e é bom.” Someone Like You” está cheia de notas ornamentais semelhantes às
“appoggiaturas”. Além disso, no refrão, Adele ligeiramente modula seu tom no final de notas longas,
momentos antes de o acompanhamento ir para uma nova harmonia, criando uma mini-montanha-
russa de tensão e resolução, diz Guhn. Em seu estudo, o psicólogo descobriu que as músicas que
fazem chorar compartilham pelo menos quatro características: elas começam suavemente e depois
se tornam altas; incluem a entrada abrupta de uma nova “voz”, seja um instrumento ou harmonia;
elas expandem a frequência tocada e têm desvios inesperados na melodia e harmonia.

c) Ministração de música no apelo da palavra, enquanto o Pastor prega.

d) Lembrar que Dopamina é um estimulante do sistema nervoso central, o que antecede a


adrenalina e a noradrelina. O excesso deste hormônio ou falta dele está ligado diretamente aos
distúrbios psiquiátricos mais severos. A dopamina, está por trás também da dependência de jogos,
sexo, drogas e álcool.

e) Altera estado físico

Músicas com mais de 72 batidas por minuto, alteram o ritmo cardíaco, o que leva ao estímulo através
da NORADRENALINA, o que altera sensivelmente o humor, ansiedade, alimentação, etc.

De acordo com estudos músicas com este perfil, fazem com que o ouvinte perca o controle do seu
corpo em estado perfeito de consciência e passe a ter ações ligadas as sensações.

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