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DEPARTAMENTO DE AGRONOMIA
ÁREA DE FITOTECNIA
RECIFE, PE,
OUT. 2011
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CULTURA DO ALGODOEIRO
O algodão é a mais importante das fibras têxteis, naturais ou artificiais, pois propicia o mais
variado elenco de utilidades. É uma planta cultivada em todos os continentes e, pela importância de
seus inúmeros produtos, muito representa para a economia dos povos, em razão da geração de renda
e de empregos.
O algodoeiro é conhecido desde 8 mil anos A. C.. A Índia é tida como centro de origem do
algodoeiro. Indígenas transformavam o algodão em fios e tecidos na época do descobrimento do
Brasil.
Atualmente, cultiva-se o algodão herbáceo em 16 estados no Brasil: Mato Grosso (10 lugar),
seguido da Bahia, Goiáis, Mato Grosso do Sul, Minas gerais, São Paulo, Maranhão, Piauí,
Tocantins, Paraná, Distrito Federal, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas
(Conab, 2011).
A fibra, principal produto do algodão, possui mais de 400 aplicações industriais, dentre as quais
citam-se: confecção de fios, preparação de algodão hidrófilo, confecção de feltro, cobertores e
estofamentos, obtenção de celulose e outros.
A semente é rica em óleo (18 a 25%) e contém de 20 a 25% de proteína bruta. O óleo depois de
refinado é utilizado na alimentação humana e na fabricação de margarina e sabão.
b) SUBPRODUTOS:
Torta ou resíduo – subproduto da extração do óleo, é utilizado na alimentação animal devido seu
alto valor protéico, com 40 a 45% de proteínas. Apresenta a seguinte composição química: umidade
(10,46%), proteína (37,91%), gordura (1,44%), fibra (16,60%), material mineral (9,98%), ext. não
nitrogenado (23,77%).
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Línter – é uma fira curta, grossa e pouca resistência, presente apenas nas cultivares herbácea. Em
média, pode-se ter 50 kg de línter por tonelada de sementes. Diversas são as aplicações do línter na
indústria: na confecção de estofamento, de algodão hidrófilo, de filtros, na confecção de tecidos
rústicos.
c) USO DO ALGODOEIRO
Aproveitamento:
- Fibra (35% do peso da produção).
- Caroço (65%).
- O caroço (semente):
- Rico em óleo (18-25%).
- 20-25% de proteína bruta.
- O óleo é refinado e destinado à alimentação humana e fabricação de margarina e sabões.
5.
CONCEITOS E SINONÍMIAS
6. ORIGEM GEOGRÁFICA
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6.1.1. Gossypium hirsutum L. originária da América Central (Sul do México e da Guatemala), que
deu origem aos tipos de algodões cultivados no Brasil (representa 90% da produção mundial):
Gossypium hirsutum L. raça Marie Galante Hutch (mocó);
Gossypium hirsutum L. raça latifolium Hutch (herbáceo);
6.1.2. A espécie Gossypium barbadense L. é originária da América do Sul (Norte do Brasil e Costa
Ocidental do Peru) e deu origem aos tipos de algodões (representa 5% da produção mundial):
Gossypium barbadense L. raça brasiliense: algodão inteiro ou rim-de-boi e algodão quebradinho.
7. BOTÂNICA DO ALGODOEIRO
O algodoeiro é o nome vulgar dado a várias espécies do gênero botânico Gossypium L., da família
Malvaceae. Existem cerca de 40 espécies, arbustivas, nativas das regiões subtropicais e tropicais,
algumas das quais são utilizadas para a produção da fibra têxtil conhecida como algodão.
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Espécies e raças
Gossypium hirsutum L. raça Marie Galante Hutch (mocó);
d) Folhas:
- Pecioladas.
- Cordiformes.
- Consistência coriácea ou não.
- Inteiras ou recortadas (3 a 9 lóbulos).
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e) Flores:
- Hermafroditas.
- Axilares.
- Isoladas ou não.
- Cor creme nas recém-abertas (que passam a rósea e purpúrea).
- Com ou sem mancha purpúrea na base interna.
- Abertura: a cada 3-6 dias.
f) Frutos:
- “Maçãs“, quando verdes.
- “Capulhos“, após a abertura.
- Cápsulas de deiscência (abertura) longitudinal.
- 3 a 5 lojas cada uma, encerrando 6 a 10 sementes.
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8. CULTIVARES
As cultivares diferenciam-se quanto ao:
- Tamanho da fibra:
- Curta, média e longa.
- Ciclo:
- Curto (120-150 dias) ou ciclo longo (150-180 dias).
- Porte:
- Alto ou baixo.
- Características de uma boa cultivar:
- Produtividade elevada (200 a 300 arrobas/ha).
- Alto rendimento de fibras (38 a 41%).
- Ciclo normal a longo (150 a 180 dias de ciclo).
- Maturidade acima de 82%.
- Teor de fibras curtas inferior a 7%.
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Cerrado do Brasil:
Camaçari – Acala 90.2 – Cedro – Peroba – BRS Jatobá
Uniformidade de comprimento %,
Maturidade (% de fibra madura),
Finura índice micronaire,
Resistência Pressley lb/mg,
Alongamento.
planta (porte, conformação, folhagem); (5) deiscência dos frutos e retenção da pluma; (5)
resistência a doenças e pragas; (5) estabilidade e adaptabilidade fenotípicas.
9.2.4. Características do produto para fins especiais: fibras coloridas; ausência de gossypol; teor
e qualidade do óleo; algodão “orgânico”.
CICLO
2.500
Número/hectare (X 1.000)
2.000
4 folhas verdadeiras
Botões
1.500 Flores
Emergência
Cotilédones
1.000
6 a 8 nós
Maçãs
500
Maçãs abertas
Solos:
- Profundos, porosos, bem drenados e de textura média.
- Faixa de pH entre 5,5 e 6,5.
- Declividade: inferior a 10%.
- Altitude: inferior a 1.500m.
- Extremamente exigente em oxigênio no solo.
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Nesta fase, devem ser tomadas algumas providências para o manejo da cultura, tais
como: utilizar sementes de boa qualidade, semear na época adequada, com temperatura e
umidade adequadas, com as sementes colocadas em profundidade uniforme por máquinas bem
reguladas.
plantas continuam a crescer linearmente. É atingida a altura máxima, assim como a máxima
interseção de luz (fechamento da copa).
A exigência em água passa de 4 a mais de 8mm por dia, acompanhando o desenvolvimento
da área foliar. Embora o algodoeiro seja conhecido por ter certa resistência à seca, maior que a dos
cereais, por exemplo, isso não significa que não necessite de água. A planta requer água moderada
durante todo ciclo. O algodoeiro é uma das culturas que apresenta maior tolerância ao nível de
tensão de água no solo, cerca de 3 atmosferas, permitindo elevadas colheitas. Para obtenção de altas
produtividades é necessária uma quantidade de água da ordem de 700 mm durante o ciclo da
cultura.
A luz, a umidade e a temperatura são fatores que governam a floração. A insolação
(incidência de radiação solar direta) tem ação primordial na abertura das flores, que abrem pela
manhã com o aparecimento da luz solar. Em geral, o algodoeiro adulto floresce no final do ciclo
chuvoso, quando se inicia o estresse hídrico. O ritmo de eclosões de flores aumenta com o tempo
seco e quente. O fornecimento contínuo de água durante a floração e formação de maçãs pode
resultar em crescimento vegetativo prolongado e abundante; déficits severos de água durante o
florescimento podem estagnar o crescimento, mas a cultura se restabelece e a formação de flores
reinicia com suprimento subseqüente de água.
A frutificação do algodoeiro se dá na época mais seca, com o declínio das chuvas e calor
suficiente. A planta necessita de mais água exatamente no período de crescimento das maçãs que se
inicia cerca de 20 dias antes de atingir o seu tamanho definitivo. Depois que os frutos atingem este
tamanho, a necessidade hídrica da planta diminui. Estudos indicam que a água contida no fruto
maduro retorna à planta. As temperaturas altas (25-300C), a água, a luz e os nutrientes são
importantes durante a formação dos frutos. A deiscência da cápsula se processa em torno de 60 dias
depois da floração.
Exigência durante a floração: insolação (abertura das flores), umidade (moderada), temperatura
(tempo seco e quente).
A fase final da cultura começa com a abertura do primeiro capulho e termina com a
aplicação de desfolhantes e/ou maturadores. A maturação das maçãs depende fundamentalmente da
temperatura. A maior taxa de crescimento, ou seja, a temperatura em que as maçãs atingem a
maturidade em menor tempo, encontra-se entre 21 e 260C. Para temperaturas médias de 30, 26 e 23
0C, o tempo para se obter maçãs maduras será respectivamente, de 40, 50 e 60 dias. Por outro lado,
temperaturas mais baixas favorecem a formação de maçãs mais pesadas.
Durante a fase de maturação, a temperatura alta (25-300C) e a intensidade de luz aceleram a
deiscência da maçã, enquanto temperaturas reduzidas retardam tanto o crescimento das maçãs
quanto sua maturação. A intensa insolação também contribui para maturação e a deiscência dos
frutos. O ataque de pragas (lagartas da maçã e rosada) e a deficiência de potássio podem dificultar a
abertura do capulho.
Nesta fase, ocorrência de um estresse causará prejuízo na qualidade da fibra e não tanto na
produtividade, a não ser que ocorra excesso de chuvas. Assim, baixas temperaturas poderão resultar
em muitas fibras imaturas e de má abertura dos capulhos.
Exigência: durante a fase de maturação, a temperatura alta (25-300C e a intensidade de luz acelera a
deiscência da maçã. O ataque das lagartas da maçã e rosada e a deficiência de potássio podem
dificultar à abertura do capulho.
Providenciar: acompanhamento da maturação das maçãs, aplicação de maturadores e/ou
desfolhantes.
11.3.1. “Shedding” é a queda das estruturas e reprodução do algodoeiro resultante de uma reação
fisiológica devido às causas externas (ambientais) e internas.
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finura avaliada em índice Micronaire de 3,5 a 4,2 e resistência avaliada em H.V.I superior a 24
gf/tex.
No Nordeste, são recomendas pela EMBRAPA-algodão cultivares de algodão herbáceo
adaptadas às condições edafoclimáticas, com rendimentos satisfatórios e boas qualidades
tecnológicas de fibra. As melhores cultivares para o Nordeste, segundo a EMBRAPA são as
seguintes: CNPA precoce 1, CNPA precoce 2, IAC 20, IAC 22, CNPA Acala 1, CNPA 7H.
NITROGÊNIO:
- É o elemento que o algodoeiro retira em MAIOR proporção do solo.
- Promove:
- Desenvolvimento da planta, INCLUSIVE na floração.
- Comprimento e resistência à fibra.
- Aplicação:
Base + Cobertura.
- Cobertura:
- Parcelada em 2 ou 3 vezes.
- Até 40 dias após a emergência.
FÓSFORO:
- Concentra-se principalmente nas folhas e frutos.
- É responsável:
- Pela boa polinização.
- Frutificação, maturação e abertura dos frutos.
- Formação e crescimento de raízes.
- POTÁSSIO:
- Participa direta ou indiretamente na fotossíntese e respiração, e no transporte de fotoassimilados
na planta.
- Aumenta:
- Tamanho das maçãs.
- Peso do capulho e sementes.
- Qualidade das fibras do algodão.
- Exigente entre 30 e 50 DAE e entorno de 90 DAE.
O complemento das exigências nutricionais do algodoeiro deve ser realizado com base em
informações obtidas a partir dos resultados da análise do solo e/ou diagnose foliar.
Adubação de plantio: P e K podem ser adequadamente recomendados em função da análise
de solo. O nitrogênio deve participar em dose mínima (10 a 15 kg de N/ha) e o enxofre em dose
mínima (25 a 30 kg/ha de S/ha). Aplicação de boro e zinco na forma mais eficiente de
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fornecimento. A mistura de adubo, granulado ou moído, deve ser colocada no sulco de semeadura,
4 a 5 cm abaixo das sementes e 2 a 3 cm ao lado.
Adubação em cobertura – Para as condições tropicais, as recomendações de adubação
nitrogenada são as seguintes: a) 30 a 50 kg/ha de N/ha, em solos intensamente cultivados e
adubados, ou desgastados e erodidos; b) 20 a 40 kg de N/ha, em solos ácidos ou em processo de
correção, moderadamente adubada; c) 15 a 25 kg de N/ha, em solos de derrubada recente, ou em
pousio prolongado ou, ainda, em cultura após rotação com leguminosas.
A época mais adequada para a cobertura corresponde à fase de 25 a 30 dias após a
emergência das plantas logo após o desbaste, ou seja antes, da fase de pré-floração do algodoeiro,
quando o solo estiver molhado.
Pulverização foliar – Aplicar como medida preventiva o boro que é prontamente assimilado pelas
folhas do algodoeiro.
No algodoeiro herbáceo irrigado, onde a água não é limitante, para se atingir níveis
elevados de produtividade deve-se elevar a dose de nitrogênio e, preferencialmente, utilizar, como
fonte, o sulfato de amônio, parte aplicada na fundação, juntamente com o P e K, em sulcos de
plantio. Em cobertura, o N deve ser aplicado aos 35 a 40 dias da emergência das plantas e na forma
de uréia ou sulfato de amônio.
13.6. Semeadura
250 mil por hectare; a necessidade de maior controle do crescimento das plantas com
fitorreguladores; e a colheita mecanizada com equipamentos apropriados ao sistema.
Introduzido há poucos anos nas lavouras brasileiras, o plantio adensado de algodão cresceu
40% e 50% no ciclo de 2010/11.
Os números revelam que a proposta de semeadura com espaçamento entre linhas menor que
76 cm (sendo os mais utilizados de 38 cm e 45 cm) conquistou os cotonicultores. A possibilidade de
obter melhor aproveitamento até mesmo, maior rentabilidade por área são fatores que influenciam
na boa aceitação do adensado, mesmo que ocasione severas modificações no sistema de produção
em relação ao cultivo convencional.
Para esse cultivo também é necessário que sejam utilizadas cultivares mais compactas e com
ciclo mais curto. Entretanto, como o sistema é novo no Brasil, não existe cultivares apropriadas a
essa forma de produção. Com isso, os produtores utilizam os materiais desenvolvidos para a lavoura
convencional.
Além disso, faltam mais informações a respeito da população de plantas adequadas às
condições do Cerrado, das épocas mais recomendadas ao plantio nas diferentes regiões de cultivo;
do manejo do regulador de crescimento, da fertilidade do solo e das adubações, e do manejo
integrado de pragas e doenças.
- 0,75 m.
- 0,60 m.
- 0,45 m.
- 0,30 m.
- 0,75 m:
- Colhedora com esse espaçamento.
- Espaçamentos menores, como proposta.
Resultados encontrados:
Semeadura adensada (7 plt/m):
- 0,30 m versus 0,75 m:
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ARQUITETURA DA PLANTA
Q = K (P x D) 1000/G x E, onde:
13.6.1. Época – refere-se ao período do ano mais propício para o início de cultivo do algodoeiro,
sendo determinada diretamente pelos fatores climáticos.
13.9.1. Período crítico de competição entre o herbáceo e as ervas daninhas – (intervalo e tempo
fenológico onde a interferência das plantas daninhas causa danos à compacidade produtiva da
cultura)
Variam na sua amplitude, em função das espécies e tipos de plantas daninhas presentes no
ambiente; densidade populacional de cada planta daninha; evolução de biótipos resistentes,
inclusive a alguns herbicidas; manejo cultural (espaçamento, densidade de plantio, configuração de
plantio, localização dos fertilizantes, preparo do solo, etc); condições do ambiente, envolvendo o
clima, em especial a precipitação pluvial e a temperatura do ar; e solo, englobando aspectos físicos,
químicos biológicos e bioquímicos (potencial enzimático).
O algodoeiro apresenta sistema radicular efetivo (raízes responsáveis pela absorção de água
e nutrientes minerais) superficial, especialmente nos primeiros 42 dias após a emergência, onde a
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competição imposta pelas plantas invasoras é bem maior e pode causar danos irreversíveis à cultura,
reduzindo a produtividade.
Na média, o período crítico de competição entre as plantas invasoras e a cultura do
algodoeiro é dos 15 aos 56 dias da emergência das plantas.
13.10. Irrigação
A irrigação é a técnica que permite ao agricultor o controle da água, assegurando às plantas
seu suprimento adequado na zona do sistema radicular, possibilitando, assim, a obtenção de altos
rendimentos. Para este controle é necessário dimensionar um projeto de irrigação no qual serão
levados em conta fatores de solo (textura capacidade de campo, ponto de murchamento, densidade
aparente e velocidade de infiltração da água no solo), clima (evapotranspiração real da região), água
(quantidade e qualidade) e cultura (profundidade efetiva do sistema radicular do algodoeiro, estádio
de desenvolvimento do algodoeiro e coeficiente de cultivo).
É importante: quanto irrigar, quando irrigar e como irrigar (sulcos, aspersão, gotejamento).
Coeficiente de cultura (Kc) do algodoeiro de ciclo curto e médio para diferentes fases fenológicas
estimada pelo método do Tanque Classe “A”.
CICLO/FASE I II III IV
Curto 0,48 0,67 0,71 0,61
Médio 0,49 0,82 1,04 0,88
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O coeficiente de cultura (Kc) para o algodoeiro varia em função da fase de crescimento da cultura e
seu ciclo, sendo determinado para as cultivares de ciclo curto (100-120 dias) e médio (130-150 dias)
para períodos semanais e em função das fases fenológicas.
14.1.4. Controle legislativo (leis que regem os aspectos do transporte, introdução ou exportação de
produtos ou partes de vegetais e do estabelecimento e condução da cultura: uso restrito de cultivares
recomendadas, estabelecimento de época de plantio, queima ou destruição dos restos de cultura,
medidas quarentenárias no caso de introduções, expurgo de sementes.
ESTRATÉGIAS DE CONTROLE
- Biológico:
- Traduz-se na ação de parasitas, predadores ou causadores de enfermidades nas pragas, reduzindo
sua população.
- Cultural.
- Mecânico.
- Químico.
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concêntricos.
Nematóides Meloidogyne incógnita, Os nematóides representam um sério problema na
Rotylenchulus reniformis, maioria das regiões algodoeiras, principalmente
Pratylenchus brachyurus, nas áreas onde ocre a murcha de Fusarium. A
Helicotylenchus sp. mais importante é M. incógnita. As plantas afetadas
crescem menos devido a danos provocados no sistema
radicular.
Com exceção dos vários tipos de “tombamento”, o controle mais viável – do ponto de vista
técnico e econômico – das doenças e nematóides do algodoeiro se faz mediante utilização de
variedades resistentes. Como ações complementares, são importantes a rotação de culturas com
espécies ou cultivares não hospedeiras, o controle de vetores dos patógenos e a adoção de medidas
profiláticas. No caso da Antracnose, a medida de controle mais importante é o tratamento das
sementes com fungicidas, rotação de culturas e destruição da resteva.
O algodoal fechado, em final de ciclo, com plantas com mais de 1,5m de altura, apresenta
problemas de sombreamento do baixeiro, apodrecimento de maçãs e carga concentrada nos
ponteiro, causando o tombamento das plantas, dificuldade e ineficiência no controle de pragas,
dificuldade na colheita e, conseqüentemente, perda de tipo e de qualidade do algodão. Em caso de
colheita mecânica, a própria altura excessiva das plantas (<1,60m) constitui entrave sério;
recomenda-se, para tais condições, o uso de regulador de crescimento que, convenientemente
aplicado, limitará o porte das plantas, eliminado grande parte dos problemas mencionados e
assegurando boa eficiência à colheitadeira mecânica.
Estes reguladores devem ser recomendados quando as plantas de algodão, por ocasião do
florescimento (60 a 70 dias) ultrapassarem 1,0m de altura, com 8 a 10 flores abrindo por 10m
lineares de fileira.
Existem atualmente, no mercado, dois produtos com ação reguladora de crescimento:
cloreto de chlormequat e cloreto de mepiquat; as doses recomendadas são de 500 ml a 1,0 litros de
produto comercial/ha.
REGULADORES DE CRESCIMENTO:
- Cloreto de mepiquat (PIX):
- 1,0 litro/ha.
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Plantas acima de 1,5m de altura, dificultam colheita mecanizada e controle de pragas, além de
determinar sombreamento das partes mais baixas da planta resultando no apodrecimento de
maçãs.
DESFOLHANTES:
- Podem ser específicos (produzindo a queda das folhas antes da senescência) e herbicidas
(ocasionando a morte da folha, que permanece ligada à planta).
- A desfolha apressa a maturação do fruto e a abertura dos capulhos facilitando a colheita.
MATURADORES:
- Os maturadores devem ser aplicados quando 90% dos capulhos estiverem abertos.
- O alvo único é o fruto, acelerando sua maturação e abertura.
DESFOLHANTES E MATURADORES:
- Thidiazuron:
- 0,075 a 0,150 kg/ha.
- 60% de frutos abertos.
- Bromoxinil:
- 0,232 kg/ha.
- 60% de frutos abertos.
- Ethefon + cyclanilide:
- 0,72 + 1,20 ha.
- 90 % de frutos abertos.
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Existem no mercado três tipos de produtos para preparar cultivos para a colheita que são:
dessecantes, desfolhantes e maturadores.
Num programa de desfolha artificial do algodão podem-se utilizar basicamente três tipos de
produtos, a saber: desfolhantes, maturadores e dessecantes.
17.1.1. Desfolhantes
Desfolhantes são produtos químicos específicos utilizados na desfolha artificial da planta do
algodoeiro. Estes produtos alteram o balanço hormonal da planta, levando à formação prematura da
zona de abscisão no pecíolo da folha (LAMAS, 2001).
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17.1.2. Maturadores
Como o próprio nome sugere, maturadores são produtos químicos hormonais usados como
propósito de acelerar a maturação dos frutos, promoverem a desfolha e assim permitir melhor
planejamento e melhora do desempenho da colheita manual ou mecânica do algodoeiro irrigado
(CARDOZIER, 1957).
Os maturadores devem ser aplicados quando 100% dos frutos estiverem atingidos à
maturidade fisiológica ou mais de 90%dos frutos estiverem abertos. Aplicações precoces podem
comprometer a produção e a qualidade da fibra (SMITH et al., 1988).
A aplicação de maturadores tem os frutos como alvo principal. Quando a planta estiver com
elevado número de folhas, é necessária a aplicação de desfolhantes antes da aplicação do maturador,
para possibilitar o contato direto do produto com os frutos do algodoeiro.
Embora se saiba que os maturadores tenham algum efeito desfolhante, o objetivo de sua
aplicação é acelerar a maturação e conseqüente abertura dos frutos (LAMAS, 2001).
17.1.3. Dessecantes
Dessecantes são compostos químicos que quando aplicados à parte verde das plantas, fazem-
na secar parcial ou totalmente. Entende-se por dessecação, portanto a rápida perda de água da
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folhagem após a aplicação de um produto tóxico como o paraquat e o amônio-glufosinato, tendo por
conseqüência a morte rápida da lâmina da folha e do pecíolo.
A injúria química causada pelos dessecantes é tão fulminante que não permite a formação da
zona de abscisão. As folhas secam, mas permanecem na planta. A principal diferença entre os
desfolhantes, maturadores e dessecantes é que os dois primeiros grupos de insumos provocam a
queda das folhas, enquanto os dessecantes causam o secamento mas sem a queda das mesmas,
proporcionando a obtenção de produtos com alto grau de impurezas, o que eleva o custo do
processo de beneficiamento e exige que os beneficiadores estejam preparados para beneficiar este
tipo de algodão.
Diante do exposto, sempre que possível deve ser dada preferência para o uso de desfolhantes
(LAMAS, 2001).
A desfolha antes da dessecação tem sido usada em algumas áreas como estratégia de preparo
da cultura para colheita mecânica. Esta medida tem por objetivo reduzir as impurezas provenientes
da folhagem do algodão. Dessecantes aplicados em dose e época corretas podem dessecar a
folhagem e prevenir a rebrota do algodoeiro. No entanto, se tais produtos forem aplicados muito
cedo, como aos 80% de maçãs abertas, ocorre em redução de produtividade. A adição de 2,4-D aos
dessecantes reduz a rebrota, no entanto, este produto pode se acumular na semente da maçã em
desenvolvimento e reduzir o valor da mesma se destinada ao plantio (BENEDICT, 1984).
Os dessecantes devem ser aplicados quando 100% das maçãs estiverem maduras. Para
muitos técnicos, o uso de dessecantes na “desfolha” do algodoeiro não é muito recomendável por
tornar tais estruturas secas e quebradiças. Nestas condições, como já foi mencionado anteriormente,
a qualidade da fibra, na colheita mecânica, poderá ficar comprometida pela presença de fragmentos
de limbo, pecíolo e terminais de ramos ressequidos (FEDERACION NACIONAL DE
ALGODONEROS, 1990).
17.6. Implementos
Para uma boa cobertura foliar com equipamento de pulverização terrestre, devem-se levar
em consideração que bicos de jatos cônicos são superiores aos bicos de jato em leque (flat fan), aos
bicos de jato em leque contínuo (even flat fan) e aos bicos de impacto tipo defletor (flood jet). A
pressão, a velocidade e o tipo de bico devem estar sincronizados para a aplicação da dose
recomendada pela bula do produto.
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pulverização, deverá utilizar gotícula fina, para obter boa cobertura e distribuição da calda sobre a
folhagem. Pode-se usar bico em leque, de distribuição de jato elíptica de ângulo 80º ou 110º ou
bicos em cone vazio ou cheio. Nos bicos em leque deve-se usar pressão de 50 a 60 libras/pol 2 e em
ambos os casos, vazão de 200-400 litros de calda/ha. Não se deve aplicar com ventos superiores a
10km/h (RODRIGUES & ALMEIDA, 1998).
•Paraquat (Gramoxone 200/zeneca) - O gramoxone é um herbicida formulado em solução
aquosa concentrada (200 g/L) pertencente ao grupo químico dos bipiridilios. Este produto é
registrado no Brasil para aplicação em pré-plantio em culturas anuais. É também registrado como
dessecante de culturas como o algodoeiro, cana-de-açúcar, arroz etc. A dose recomendada é de 1,0 a
2,.5 L/ha do produto comercial, quando 70%dos frutos estiverem abertos e o restante
fisiologicamente maduro. Aplica-se com a planta em bom estado de vigor vegetativo, evitando
horas de calor, umidade relativa inferior a 60%e excesso de chuva. Adicionar à calda um adjuvante
não iônico (Agral, 100 mL/100 litros de calda). Requer um período de 30 min sem chuva após
aplicação para assegurar absorção pelas folhas. Usam-se bicos em leque de distribuição de jato
elíptica de ângulo 80º ou 110º, pressão de 25 a 30 libras/pol2 e vazão de 300-400 litros de calda/ha.
As pressões e vazões mais elevadas são indicadoras para o algodoeiro com maior volume de folhas.
Não se deve aplicar com ventos superiores a 10 km/h (RODRIGUES & ALMEIDA, 1998).
e) Se o produto for armazenado antes da comercialização, o local deve estar seco, limpo e bem
arejado.
17.2. Colheita Mecânica – A colheita mecanizada é efetuada por colheitadeiras tipo “picker”
de 2 a 5 fileiras e apresenta as seguintes vantagens: a) maior uniformidade e superioridade do
tipo colhido; b) economia de mão-de-obra e sacaria; c) eliminação de contaminação com outras
fibras (juta e nylon); d) colheita mais rápida e econômica.
d) Na colheita mecânica deve-se ficar atento a teores elevados de umidade do produto colhido.
O teor de umidade deve ser de 12%, sendo que para obtenção dessa condição a colheita deve ser
realizada nas horas mais quentes do dia. Em caso de umidade elevada, não comprimir o produto
no transporte em caminhões e gaiolas e proceder à secagem antes do descaroçamento. Caso não
seja tomada esta medida, haverá queda da qualidade do produto devido ao rompimento de fibras
pelo separador;
COLHEITA MECANIZADA
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De alto rendimento
- De menor custo que a manual, em lavouras bem conduzidas tecnicamente e com bom
rendimento.
- Para a colheita mecânica a declividade do terreno deve estar abaixo de 8% e não devem existir
obstáculos no terreno.
19. COMERCIALIZAÇÃO
20. BENEFICIAMENTO
CUSTO DE PRODUÇÃO
Custo de produção de 1 hectare de algodão herbáceo em condições irrigadas e de sequeiro, em R$1,00.
Discriminação Unid. Quantidade Vr. Unit. (R$) Vr. Total (R$)
Sequeiro Irrigada Sequeiro Irrigada Sequeiro Irrigada
SERVIÇOS: - - - - - - -
Roçagem d/h 5 5
Preparo do solo: - - - - - - -
Aração h/m 4 4
Gradagem h/m 2 4
Sulcamento h/m - 1
Plantio - - - - - - -
Marcação de niveladas d/h 1 -
Coveamento e semeadura d/h 3 3
TRATOS CULTURAIS - - - - - - -
Desbaste d/h 2 2
Capinas: - - - - - - -
Cultivador d/a 2 -
Enxada d/h 25 40
Irrigação d/h - 12
Catação de botões florais d/h 2 2
Amostragem d/h 2 2
Aplicação de Inseticidas d/h 10 12
Adubação d/h 4 6
Colheita d/h 20 50
Errad., encoiv. e queima d/h 10 10
SUBTOTAL - - - - -
INSUMOS - - -
Semente kg 25 20
Inseticidas - - -
Mimilin kg 0,05 -
Metassystoxi l - 1,5
Cymbush l 3 3
Energia - - -
Diesel l - 100
Sulfato de Amônio kg 150 300
SUBTOTAL
TOTAL - - - - - - -
RENDA BRUTA kg 1.200 2.000
RECEITA LÍQUIDA
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23.1. ORIGEM
Desenvolvido há 4.500 anos, por povos antigos das Américas, Ásia, África e Austrália.
Já foram identificadas 39 espécies silvestres de algodão com fibras coloridas. No Brasil, foram
coletadas plantas de algodoeiros asselvajados, nas tonalidades creme e marrom, em misturas
com algodoeiros brancos cultivados, conhecidos como algodões arbóreos. Esses algodões
coloridos tinham uso apenas artesanal ou ornamental, principalmente nos Estados da Bahia e
Minas Gerais. Em 1984, passaram a ser preservados em Bancos de Germoplasma da Embrapa
Algodão, em Patos-PB.
A partir de 1989, foi iniciado o trabalho de melhoramento genético, após uma visita de
empresários têxteis japoneses, que demonstraram interesse em adquirir aquele tipo de fibra.
claro Afroásia
África e
Lc3B Marrom claro Arboreum e herbaceum
Afroásia
Lc4k Caqui Arboreum Afroásia
Dw Branco sujo Raimondii América
Lg1 Verde Hirsutum América
Lc2 Marrom Hirsutum América
Barbadense, Darwinii e
Lc Marrom
Tomentosum
Inicialmente foi efetuada uma avaliação da produtividade e das características das fibras dos
tabela anterior. E de acordo com os resultados das análises ficou determinado como objetivo do
uniformidade, bem como estabilizar a coloração das fibras nas tonalidades creme e marrom e elevar
a sua produtividade no campo. Utilizou-se primeiramente, o método de seleção individual com teste
obter variações nas tonalidades de cores. O método de hibridação foi utilizado para obter nova
variedade e combinação de cores diferentes, pelo do cruzamento dos algodoeiros nativos do Brasil,
de coloração creme e marrom, com as cultivares americanas Arkansas Green (verde) e Texas
(marrom intenso). Esses cruzamentos estão nas gerações F2 e F3 e irão resultar cultivares com
Outra opção que foi utilizada pela Embrapa para a obtenção de cultivares de algodão
colorido foi a introdução dos genes que controlam a coloração verde, na cultivar comercial mais
plantada no Nordeste (CNPA 7H), por meio da técnica de retrocruzamentos. Para isso, foram
efetuados três ciclos de retrocruzamentos, utilizando-se a cultivar Arkansas Green como progenitor
doador e a CNPA 7H como progenitor recorrente resultando em segregação para alguns caracteres
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Os avanços obtidos até então com o algodão colorido decorreram da exploração do Banco
de cores, das espécies selvagens de algodão para as cultivares modernas, já constitui um dos
objetivos das empresas de biotecnologia que trabalham com algodão, no mundo, o que pode resultar
algodão colorido.
retrocruzamentos para incorporação da coloração verde na cultivar de algodão anual mais cultivada
no Nordeste (CNPA 7H). Após a série de três retrocruzamentos, foram retiradas progênies que estão
em fase de seleção e avaliação tecnológica de fibras e fios. Pretende-se até o final do ano 2000,
colocar à disposição dos produtores sementes de uma cultivar de algodoeiro anual de fibra verde,
Por ser uma cultivar de ciclo semi-perene (3 anos de exploração econômica), descendente
dos algodoeiros arbóreos de Nordeste, possui alto grau de resistência à seca, podendo ser plantada
nas regiões do seridó e sertão, preferencialmente nas localidades zoneadas para a exploração do
algodoeiro arbóreo. Entretanto, pode ser explorada, também, sob condições irrigadas, no semi-
árido, quando possibilitará a obtenção de rendimentos de até 3.300kg de algodão em caroço por
hectare.
menor expressão econômica, não sendo conhecida sua reação às doenças que ocorrem nas regiões
angular ou bacteriose.
24. BIBLIOGRÁFICA:
A) BÁSICA
B) BIBLIOGRÁFICA COMPLEMENTAR:
Periódicos Nacionais:
Agronomy Journal
C) INTERNET