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Unespar

Faculdade de Artes do Paraná


Licenciatura em Artes Visuais
Disciplina: História da Arte
Profa. Claudia Priori

Simone Santos Soares


Segundo ano – Noturno

Aleijadinho, principal artista do Barroco brasileiro

O Barroco foi um movimento tardio no Brasil, chegando por aqui no século XVIII.
Na Europa esse estilo já estava em declínio, e seu ponto alto havia acontecido no século
anterior. Conforme GOMBRICH (2012),

A palavra “barroco” foi empregada pelos críticos de um período ulterior que


lutavam contra as tendências seiscentistas e queriam expô-las ao ridículo.
“Barroco”, realmente, significa absurdo ou grotesco, e era empregado por homens
que insistiam em que as formas das construções clássicas jamais deveriam ser
usadas ou combinadas senão da maneira adotada por gregos e romanos.

Na arquitetura, especificamente na construção das igrejas do período, as principais


características desse movimento foram o formato em cruz, a alta cúpula, o altar mor
disposto na nave, tendo por trás a abside, cuja forma se assemelhava às antigas
basílicas. A primeira igreja construída em Roma com essas características foi a da
Companhia de Jesus, ordem criada para combater a Reforma Protestante. Dessa forma,
as mudanças foram mais do que estéticas, foram símbolo de uma estratégia visando a
vitória política contra uma ameaça à Igreja. A grandiosidade das novas formas
arquitetônicas, em contraponto à simplicidade e austeridade do movimento clássico,
demonstrava essa estratégia da Igreja, que sempre contou com a arte como instrumento
para a catequese dos povos iletrados. Especialmente o movimento Barroco, pelo período
em que surgiu, e pela característica de dramaticidade, teve um papel fundamental nessa
estratégia da Igreja. Na escultura, quase no final do período, a Europa conheceu o gênio
de Bernini, e ainda hoje podemos nos maravilhar com suas obras espalhadas pela cidade
de Roma. O Êxtase de Santa Tereza, na Igreja de Santa Maria della Vittoria; Davi, Apolo e
Dafne, e O Rapto de Proserpina, todas na Galleria Borghese, são exemplos de sua arte e
retratam essas características. Outro dos expoentes europeus foi o pintor Caravaggio,
com um naturalismo caracterizado pela franqueza, e um impressionante uso do escorço.

Conforme FARTHING (2011) o Barroco é associado principalmente à arte feita sob


encomenda para a Igreja. As principais características do movimento são a decoração
pesada, e a aplicação abundante de luzes e sombras. Outras características são o
realismo na descrição das figuras, e o dinamismo no movimento.

No Brasil, conforme já citado, o Barroco foi introduzido com atraso. As informações


sobre as técnicas e materiais utilizados, assim como a estética desse movimento vinham
da Europa, e as comunicações e viagens entre os dois continentes eram poucas no
período. É relevante observar que grande parte do que foi produzido no Brasil foram
releituras de obras europeias reproduzidas em gravuras, que chegavam aqui em álbuns, e
circulavam entre os artistas. BURY (2006) em viagem ao Brasil na década de 60 do
século passado, observou algumas características do Barroco transpostas para o Brasil,
por exemplo, que as igrejas possuíam altares laterais, coro e altar mor recobertos por
decorações de talha dourada e policromada.

O principal artista do Barroco brasileiro foi Antonio Francisco Lisboa, escultor e


entalhador, conhecido pela acunha de Aleijadinho. Nascido em 1738, filho ilegítimo do
português Manoel Francisco Liboa e mãe escrava. Sua principal biografia foi escrita por
Rodrigo José Ferreira Brêtas, apenas 44 anos após sua morte. Dessa forma, Brêtas pôde
entrevistar pessoas que haviam convivido com o artista em vida, e deles extrair as poucas
informações disponíveis.

Aleijadinho não fazia cópia das gravuras, delas apenas extraindo inspiração, e
expressando-se de forma pessoal e original. A maior parte de sua obra escultórica tem
caráter monumental, por compor um conjunto com o edifício de que faz parte, a exemplo
dos profetas de Congonhas do Campo. Suas principais características expressam o estilo
Barroco: o realismo das figuras, o espírito teatral, o movimento e ritmo vistos nas obras, e
podem ser observadas principalmente nos profetas. Para BURY, essa obra constitui um
importante estudo psicológico dos personagens que representa.

A obra de Aleijadinho foi tardiamente redescoberta no Brasil, no início do século


XX, por artistas do modernismo, e tem sido associada tanto ao movimento Barroco quanto
ao Rococó, visto que esses dois estilos chegaram ao mesmo tempo no Brasil
setecentista. Estudos sobre sua obra tem sido conduzidos por diversos pesquisadores
desde então, como Catalogações, análises de influências recebidas e identificação do
estilo. Vem sendo reconhecido como um artista de caráter original e pessoal.

A história e obra desse artista foram e ainda são inspiração para inúmeras obras de
arte, entre essas os poemas de Murilo Mendes e Oswald de Andrade.

Ao Aleijadinho Ocaso
Pálida a lua sob o pálio avança No anfiteatro de montanhas
Das estrelas de uma perdida infância. Os profetas do Aleijadinho
Fatigados caminhos refazemos Monumentalizam a paisagem
Da outrora máquina da mineração. As cúpulas brancas dos Passos
E os cocares revirados das palmeiras
É nossa própria forma, o frio molde São degraus da arte do meu país
Que maduros tentamos atingir, Onde ninguém mais subiu

Volvendo à laje, à pedra de olhos facetados,


Sem crispação, matéria já domada. Bíblia de pedra sabão
Banhada no ouro das minas

O exemplo recebendo que ofereces


Oswald de Andrade
Pelo martírio teu enfim transposto,
Severo, machucado e rude Aleijadinho

Que te encerras na tenda com tua Bíblia,


Suplicando ao Senhor — infinito e esculpido —
Que sobre ti descanse os seus divinos pés.

Murilo Mendes

Sua influência continua a ser percebida ainda nos dias atuais, como no conjunto de
pinturas executadas pelo artista plástico Antonio Carvalho de Novaes, expostas ao público
a partir de março de 2019, em Feira de Santana, na Bahia.

Referências

Artista feirense expõe quadros inspirados nas obras de Aleijadinho.


https://feirenses.com/artista-feirense-aleijadinho/. Visitado em: 16 de mai 2019.
BURY, J. A arquitetura e arte no Brasil colonial. Org. OLIVEIRA, M. A. R. Brasília, DF:
IPHAN/MONUMENTA, 2006.

Conheça o legado deixado por Aleijadinho.


http://www.brasil.gov.br/noticias/cultura/2014/11/conheca-o-legado-de-aleijadinho-o-artista-
multifacetado. Visitado em: 16 de mai 2019.

GOMBRICH, G. H. A história da arte. 16ª edição. Rio de Janeiro: LTC, 2012.

FARTHING, S. Tudo sobre arte. Rio de Janeiro: Sextante, 2011.

MENDES, M. Ao Aleijadinho. https://blogdospoetas.com.br/poemas/ao-aleijadinho/.


Acessado em: 16 de maio 2019.

REGO, L.; BRAGA, A. Antônio Francisco Lisboa - O Aleijadinho. São Paulo: Moderna,
1999.

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