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JUSTIÇA COMO EQUIDADE

Rawls inicia seu texto numa tentativa de delimitar o papel da Justiça numa
sociedade. Desta forma, à define como uma virtude que permeia as insituições sociais, de
forma que, quando leis e regimentos institucionais são injustos, precisam ser
reformulados. O autor prossegue sua análise, afirmando que por mais que a justiça tenha
certa primazia sob as instituições, existem certos direitos primários que são invioláveis,
mesmo no caso que seja necessário para uma melhoria social, como a liberdade. Com
efeito, Rawls (1997, p.4) afirma que “numa sociedade justa as liberdades da cidadania
igual são consideradas invioláveis; os direitos assegurados pela justiça não estão sujeitos
a negociação”. Adiciona ainda que, uma injustiça só é viável em um contexto em que ela
evite uma outra maior.
O autor, diz ser necessário “elaborar uma teoria da justiça”, analisando seus
princípios, partindo do pressuposto que sociedade é “uma associação mais ou menos
auto-suficiente de pesoas” que compartilham regras de conduta obrigatórias, que estas
pessoas na maioria das vezes cumprem, e servem para um bem comum. Porém,
logicamente, existem conflitos de interesses, que se dão graças à inexistência de
indiferença por parte dos membros da sociedade a respeito da distribuição de recursos
providos pela participação pública. Rawls revela a partir disto que, existem mutuamente
várias concepções do que é justo. Dessa forma, o conceito de Justiça seria diferente de
todas elas, mas abarcaria o que todas elas tem em comum:
Assim parece natural pensar no conceito de justiça como sendo distinto das várias
concepções de justiça e como sendo especificado pelo papel que esses diferentes
conjuntos de princípios, essas diferentes concepções, têm em comum. (RAWLS,
1997, p. 6)

Rawls, logo no início deste subtópico, delimita sua teoria ao aspecto social da
Justiça. Definindo como objeto primário desta, as estruturas básicas sociais, ou seja, a
maneira como os bens coletivos são distribuidos pelo que ele chama de instituições mais
importantes:
[…] a proteção legal da liberdade de pensamento e de consciência, os mercados
competitivos, a propriedade particular no âmbito dos meios de produção e a família
monogâmica constituem exemplos das instituições sociais mais importantes.
(RAWLS, 1997, p.8)

Desta maneira, podemos inferir que estes exemplos fazem parte da estrutura
básica, pois segundo Rawls, fazem parte mais profundamente na produção de efeitos na
sociedade. Tendo em vista que, as posições sociais são as mais variadas, produzindo
perspectivas diferentes das concepções de justiça, que derivam principalmente de
condições sociais e econômicas, torna-se evidente que, o papel da Justiça Social deve
focar nessas circunstâncias primariamente. Desta maneira, a Justiça deve fornecer “um
padrão pelo qual se devem avaliar aspectos distributivos da estrutura básica da
sociedade.”
O autor, afirma que seu objetivo é proporcinar uma percepção de Justiça que parte
da teoria do Contrato Social em Locke, Rousseau e Kant, de forma mais abstrata. Mas ao
invés de pensar o contrato inicial como um caminho introdutório de uma forma de
governo, nortea-se pela ideia de que os princípios da justiça são os objetos deste
consenso original. Afirma ainda que, estes princípios são os que pessoas livres e
racionais, numa situação de igualdade, aceitariam para ser base de construção dos
fundamentos das instituições sociais. Então, chama esta abstração de justiça como
equidade, numa situação chamada de posição original, que é correspondente ao
“estado de natureza” nos contratualistas clássicos. Porém, deixa claro que é uma situação
hipotética, que serve apenas para construir essa concepção de justiça, apontando alguma
características:
Entre as características essenciais dessa situação está o fato de que ninguém
conhece seu lugar na sociedade, a posição de sua classe ou o status social e
ninguém conhece sua sorte na distribuição de dotes e habilidades naturais, sua
inteligência, força, e coisas semelhantes. (RAWLS, 1997, p.13)

O autor afirma ainda que, utiliza-se da teoria racional nesta formulação, com o
sentido padrão dentro do campo da ciência política, que o ser humano tende a agir
vizando atingir um fim, pelo meio mais eficiente possível. E adiciona que, as escolhas dos
princípios da justiça seriam feitas dentro do que chama de posição original, onde as
pessoas responsáveis pelas escolhas, optariam primeiramente por dois princípios: a
igualdade na atribuição de deveres e direitos básicos; e desigualdades econômicas e
sociais só são justas se fossem causa de benefícios que compensassem esta
desigualdade.
O autor segue o texto justificando o uso de um status quo, como o conceito de
posição original para gerar sua concepção de justiça. Afirma que seu objetivo seria anular
a racionalidade que faria com que as pessoas que decidem sobre os princípios da justiça
utilizassem esta para promover os próprios interesses, o que seria irrelevante num
contexto onde todos não soubesses de suas condições e quantidade de bens, tornando a
escoha livre de uma perspectiva utilitarista. Chama ainda este estado de equilíbrio
reflexivo, justificando-o como um estado onde os interesses se coincidem.
Rawls, prossegue explicando discordâncias com o utilitarismo clássico, mostrando
sua perspectiva mais plural deste paradigma. Começa então, afirmando que se a
indagação que sugere que os homens agem no intuito de maximizar seu bem estar está
correta, logo podemos pensar o mesmo, a partir de um grupo de sujeitos:
Exatamente como o bemestar de uma pessoa se constrói a partir de uma série de
satisfações que são experimentadas em momentos diferentes no decorrer da vida,
assim, de modo muito semelhante, o bem-estar da sociedade deve ser construído
com a satisfação dos sistemas de desejos de numerosos indivíduos que a ela
pertencem. (RAWLS, 1997, p. 25)

Desta maneira, Rawls afirma que este pensamento utilitarista é ineficiente pois leva
a pensar a justiça apenas como um fator que gera eficiência na obtenção de bens como
uma função de um grande corpo, formado por indivíduos que o interesse da obetenção de
bens coletivos delimitado, ignorando as diferenças entre os indivíduos.
Numa tentativa de demonstrar teoricamente, quais os pontos de ruptura entre os
paradigmas contratualista e utilitarista, autor volta ao assunto da posição original,
afirmando que a justiça como equidade é uma maneira de expôr e explicar as prioridades
da justiça, pois estas, segundo o autor, seriam consequências dos princípios escolhidos
no início. Desta forma, indaga que o utilitarismo “procura explicá-las como uma ilusão
socialmente útil, denunciando o teor teleológico deste pensamento.
Rawls, fecha seu texto afirmando que a teoria da justiça é em suma uma teoria dos
sentimentos morais, que tenta em certa medida definir quais os princípios que forjam
nosso senso de justiça. Além disso, aponta que caso haja eficácia nessa tentativa,
dúvidas sistemáticas a respeito de significados e justificativas utilzadas em juízos morais
seriam mais fáceis de resolver.

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