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DEPARTAMENTO DE LETRAS
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE: MOTIVAÇÃO –INTERAÇÃO –AUTONOMIA
Por ser tão amplamente usado como língua internacional, cada vez mais os pais
desejam que seus filhos aprendam inglês. E os alunos, por sua vez, vêem esse idioma
como a língua dos computadores, dos negócios, da tecnologia e da ciência em geral.
Como o domínio dessa língua está se tornando cada vez mais necessário na vida
adulta, é fundamental que os alunos tenham êxito nessa habilidade. Há uma maior
probabilidade de os jovens se dedicarem ao aprendizado de inglês hoje em dia, pois
estão cientes da importância desse idioma no mundo atual, embora na prática, o ensino
da língua inglesa, como língua estrangeira, dependa diretamente da manutenção da
motivação.
Não há mais aquela falsa idéia de que só utilizaríamos a língua inglesa se
fôssemos ao exterior. Essa idéia errônea tornava o aprendizado de inglês uma coisa
hipotética e que poucos conseguiam atingir. Hoje, é possível vivenciar a língua inglesa
diariamente através dos meios de comunicação, onde quer que estejamos, o que torna o
processo de ensino-aprendizagem, muito mais real e significativo.
Não é fácil ensinar disciplina alguma na escola, principalmente quando essa
disciplina é a língua inglesa, que apresenta algumas especificidades: não é o nosso
idioma nativo e não o necessitamos para vivenciarmos situações reais do nosso
cotidiano, embora ela venha tornando-se cada vez mais importante e útil como língua
internacional.
A aula comunicativa de inglês exige motivação e interesse verdadeiros, que
tratem de informações reais e autênticas. Muitas pesquisas têm sido desenvolvidas na
área da motivação como fator fundamental no aprendizado de línguas estrangeiras.
Gardner (1985 apud Gass e Selinker,1997) afirmam que atitudes positivas e motivação
estão relacionadas diretamente com o sucesso. Não sabemos se é a motivação que
produz um aprendizado bem sucedido, ou, se pelo contrário, é um aprendizado bem
sucedido que produz motivação.
Certamente quando atingimos objetivos, sentimo-nos altamente motivados.
Resta-nos saber, como motivar nossos alunos e mantê-los motivados para que alcancem
suas metas.
Há vários tipos de aprendizes de línguas. Alguns vêem seus erros como desafios
a serem enfrentados e, através da dedicação e empenho em aprender, vencem obstáculos
facilmente. Outros, contudo, sentem-se ameaçados e enfraquecidos ao se depararem
com barreiras. Esse segundo perfil de aprendiz exige mais dedicação e preparo do
professor, pois ele deverá estar sempre alerta para motivar e facilitar o aprendizado. Daí
meu interesse em investigar a importância da motivação como fator preponderante na
aprendizagem de uma língua estrangeira, para que sirva de suporte para atender os
diferentes estilos de aprendizagem.
A motivação pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso. Se
estivermos motivados, tendemos a aprender mais facilmente. A motivação
pode ser adquirida? Pode ser ensinada? De onde vem? Existem diferentes
tipos de motivação? Qual a diferença entre motivação intrínseca e extrínseca
?
Uma boa definição para motivação parece ser a seguinte: motivação é
o grau de esforço despendido para atingir um objetivo. Behavioristas como
Skinner e Watson defendiam o papel da recompensa e punições. O
Behaviorismo foi a teoria da aprendizagem dos anos 50 e 60. Segundo essa
teoria, o aprendizado de línguas é como qualquer outro tipo de aprendizagem,
o qual envolve formação de hábito. Hábitos são formados quando os
aprendizes respondem a um estímulo no meio ambiente e conseqüentemente
recebem reforço, resposta, por isso são lembrados. Dessa forma, um hábito é
a conexão entre o estímulo e a resposta. Acreditava-se que todo o
comportamento, incluindo o complexo comportamento encontrado na
aprendizagem de línguas, poderia ser explicado pelo hábito.
Segundo Brown (1968) um behaviorista definiria motivação como
sendo a antecipação do reforço, do feedback positivo. Não há dúvida de que a
maioria das coisas que fizemos é motivada visando uma recompensa.
Em um modelo condicionado, para Skinner, os seres humanos, como
qualquer outro ser vivo, perseguem objetivos com vista na recompensa que
poderá ser atingida. Para Skinner (1968), recompensar respostas corretas
melhora a aprendizagem. É mais eficaz que o controle aversivo –
punição. Uma vez que recompensas dirigem comportamentos para um
objetivo. O uso de recompensas é um modo bastante seletivo e eficiente de
controlar o comportamento. Punições informam somente sobre o que não
fazer, ao invés de informar sobre o que fazer. Não capacitam uma pessoa a
aprender qual é o melhor comportamento para uma dada situação. É o maior
impedimento para uma real aprendizagem. Comportamentos punidos não
desaparecem. Quase sempre voltam, disfarçadas ou ligadas a novos
comportamentos.
Alguns psicólogos, tais como Hunt (1971), enfatizam a importância de
as pessoas poderem decidir, por conta própria, o que pensar, sentir ou fazer.
Nós nos definimos tomando nossas próprias decisões, ao invés de
simplesmente reagir aos outros. A motivação é bem maior quando podemos
fazer nossas próprias escolhas, sendo estas a longo ou curto prazo.
Na sala de aula, quando os alunos têm a oportunidade de fazer suas
próprias escolhas sobre o que pesquisar, estudar, bem como em um contexto
de cooperação, eles estão satisfazendo a necessidade de autonomia. Segundo
vários autores, a autonomia visa tornar cada pessoa responsável por seu
próprio aprendizado. Holec (1981) afirma que a filosofia do aprendizado
autônomo fortaleceu-se com a nova visão do papel da educação na
sociedade. A partir dos anos 60, o indivíduo deixa de ser visto como um
produto da sociedade passando a ser visto como produtor da sociedade.
Segundo Brindley (1989) o aprendizado autônomo tem o propósito de
fazer com que os aprendizes:
* passem a ter maior responsabilidade em seu desempenho e progresso;
* possam diagnosticar seus pontos fortes e fracos;
* possam comparar seu nível atual com aquele que querem atingir;
* sintam-se mais motivados;
* desenvolvam critérios para controlar seu próprio progresso.
A partir de uma perspectiva autonomista, o professor deixa de ser a
única fonte de informação para os alunos que, idealmente passam a ter
consciência de sua própria maneira de aprender, seu estilo cognitivo, as
atitudes e comportamentos que lhes possibilitarão controlar seu processo de
aprendizagem. Aprender na verdade é definir objetivos, conteúdos, técnicas,
saber gerenciar o aprendizado, avaliar sua evolução.
A maioria dos professores preocupa-se em motivar seus alunos, porém
esquece que antes de motivá-los, deveria ter o cuidado de não desmotivá-los
com tarefas descontextualizadas e fora de suas realidades. Como diz Billows
(1961), o professor tem que ser ele mesmo, falar com pessoas reais sobre
assuntos reais e treinar seus alunos para que utilizem a língua alvo para atingir
objetivos reais.
Por muitos anos a pesquisa sobre motivação foi fortemente
influenciada por Gardener (1972) e seus associados. Em seus estudos, eles
traçaram distinções entre orientação integrativa e instrumental.
A orientação integrativa é o desejo de aprender como reflexo positivo à
comunidade de falantes. A orientação instrumental é um desejo de aprender
para que possam ser atingidos certos objetivos. Ambas as orientações podem
estar associadas com o sucesso.
A pesquisa de Gardner e seus colegas centrou-se na dicotomia da
orientação, não na motivação. A orientação significa um contexto ou
propósito para aprender, a motivação refere-se à intensidade de esforço em
aprender.
Na orientação integrativa, simplesmente o aprendiz está perseguindo o
aprendizado de uma segunda língua por questões sociais ou culturais. A
orientação instrumental não pode ser confundida com a motivação intrínseca
ou extrínseca. Elas são questões separadas. As orientações integrativa e
instrumental referem-se à dicotomia e apenas ao contexto de aprendizagem.
Uma das teorias mais citadas sobre a motivação vem de Abraham
Maslow (1970), que construiu a teoria da hierarquia, representada através de
uma pirâmide de necessidades, partindo progressivamente da satisfação de
necessidades puramente físicas. Desta forma, uma pessoa que não tenha
dormido, certamente terá pouca motivação para perseguir algum objetivo. A
necessidade de conforto, proteção, sentimento de pertencer a um grupo social
deve ser suprida para que o indivíduo possa alcançar sucesso acadêmico e
demonstrar o máximo de sua capacidade.
A motivação extrínseca designa um contínuo de possibilidades
oportunizadas pelo professor, já a motivação intrínseca, refere-se aos planos
individuais e pessoais de cada aluno. Essa capacidade de criar e perseguir
objetivos pessoais, pode ser encarada também como uma auto-regulação. É
preciso não confundir autocontrole com auto-regulação. Segundo
Kopp (1982), entendemos o auto-controle como a capacidade para obedecer
aos comandos e diretivas dos adultos, na ausência desses. O comportamento
desse tipo pode ser visto como organizado de uma forma estímulo-resposta –
rígida, na qual o comando interiorizado é o estímulo e a obediência a tal
comando é a resposta. A capacidade de auto-regulação, por outro lado, é
definida como a capacidade da criança para, interiormente, planejar e
monitorar seu próprio comportamento, adaptando-o, conforme circunstâncias
mutáveis. Na auto-regulação, diferentemente do auto-controle, o
comportamento da criança segue um plano ou objetivo formulado pelo “self”.
Segundo Skinner (1953), o termo self significa uma ficção explanatória. “Se
não podemos mostrar o que é responsável pelo comportamento do homem,
dizemos que ele mesmo é responsável pelo comportamento”. Um ponto
central na distinção entre o autocontrole e a auto-regulação é que nessa a
criança não apenas interiorizou os comandos do adulto e suas diretivas, mas
tomou efetivamente para si o papel regulador do adulto.
Cabe aos professores a função de motivar seus alunos para que se
tornem auto-regulados e não autocontrolados, para que possam assim,
desenvolver sua autonomia.
Segundo Deci (1975:23), atividades intrinsecamente motivadas são
aquelas que não dependem de recompensas externas para serem bem-
sucedidas. Elas promovem sensação de competência e autonomia. Por outro
lado, atividades extrinsecamente motivadas dependem totalmente de
recompensas, tais como prêmios, dinheiro, notas, bem como feedback
positivo.
Qual é a forma de motivação mais efetiva? Segundo Maslow (1970), a
motivação intrínseca é claramente superior à extrínseca. Não importa qual a
recompensa que poderá ser alcançada, se não satisfizermos nossas
necessidades de segurança, auto-estima e realização pessoal, acabaremos
desmotivados.
A teoria de Maslow afirma que o que parece ser inapropriado em certas
aulas, de fato pode ser importante precursor de motivação. Para uma tarefa ser
considerada motivadora, ela não precisa ser necessariamente extraordinária. O
simples fato de conversar informalmente com os alunos no começo da aula
pode ser uma excelente tarefa.
A MOTIVAÇÃO NA PRÁTICA
Muitos estudos têm sido desenvolvidos sobre a motivação tanto em
psicologia quanto na lingüística aplicada. Contudo, a maioria da literatura
trata da parte teórica, negligenciando a parte prática, que facilita o processo de
ensino-aprendizagem de uma segunda língua. Um dos motivos desta lacuna
existente entre teoria e prática é a diferença de crenças e conceitos pré-
estabelecidos.
O tipo de conhecimento mais valorizado hoje em dia é o conhecimento
prático, em que é preciso ver para crer. Muitos alunos estão rejeitando a
escola. Eles começam a gazear as aulas e então as abandonam na primeira
oportunidade. Além de reagirem contra colegas e professores, não
desempenham as tarefas de maneira adequada e se tornam apáticos.
Durante a última década, as coisas começaram a mudar. Mais e mais
artigos e livros têm sido lançados com a palavra “motivação” como título. Os
pesquisadores estão dando maior ênfase à motivação em termos práticos, para
elevar o nível de aprendizagem dos alunos.
Mas o que significa realmente motivar alguém?
Qual é a relação entre um ensino motivado e um bom ensino?
construir confiança;
encorajar os alunos a se comunicar na língua estrangeira;
mostrar que a aprendizagem pode ser divertida;
proporcionar um ambiente agradável e não de cobranças e medos;
desenvolver um senso de responsabilidade e autonomia desde o
começo.
1. objetivos de aprendizagem;
2. novos conteúdos;
3. a maneira com que a informação é distribuída;
4. a organização das cadeiras e classes;
5. relação social entre os membros do grupo.
Através da conscientização da importância e relevância dos conteúdos
a serem trabalhados em sala de aula, pode-se chegar a um grau de motivação
autêntica. Com o devido planejamento e levando-se em consideração os vários
estágios de uma aula, temos como tornar a aula bem mais interessante.
Segundo Freeman (1999) “cada nova unidade, cada instrução, deve
preceder uma justificativa. Os alunos devem ser informados sobre a
importância, relevância das atividades, para que possam visualizar um sentido
concreto em desempenhá-las.
Ao apresentar uma nova tarefa o professor deve:
enfatizar que a tarefa é uma oportunidade de aprendizagem a ser
aproveitada e não uma imposição a ser resistida;
explicar onde a atividade se encaixa dentro de um contexto mais
abrangente, ou seja, como esta tarefa irá auxiliar na obtenção do
grande objetivo;
em qual área os alunos devem concentrar-se mais;
fazer uma conexão entre a tarefa e a vida do aluno, fazendo com
que o aluno perceba a relevância em empenhar-se na tarefa;
estimular a curiosidade dos alunos, despertar o interesse pelo
assunto de uma maneira interessante;
fazer com que os alunos tentem adivinhar, antecipar algo sobre a
tarefa;
desafiar os alunos, para que se sintam motivados;
variar as aulas e tarefas sempre que possível para evitar a rotina;
demonstrar, ao invés de apenas explicar.
ESTRANGEIRAS
REFERÊNCIAS
BIALSTOK,E. & HAKUTA, K. In other words. The science and psychology of second
language acquisition. Basicbooks,1994.
HOLDEN, Susan & Rogers Mickey. O ensino da língua Inglesa. 1ª ed. São Paulo: Special
Books Service, 2001.
LIGH BOWN, P. & SPADA, N. How Languages are learned. Oxford, 1997.
LONG, Michael. H. and Porter, Patricia. Group work, Interlanguage talk and Second
Language acquisition. TESOL Quarterly 19:207 – 28.
MASLOW, Abraham H. Motivation and Personality. Second edition. New York: Harper &
Row, 1970.
NATION, Paul. Group Work and language learning. Victoria University Press, 1989.
RICHARDS, Jack C. & NUNAN, David. Second Language teacher education. New York:
Cambridge University Press, 1990.