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26/02/2016 · 17:15
A partir de Bourdieu, Marins conceitua a teoria do campo científico, em particular, a partir de dois pressupostos conceituais principais: os
conceitos de “campo científico” e de “capital científico”.
No texto, podem ser identificadas duas grandes aplicações da teoria do campo científico ao direito tributário brasileiro: uma relativa à
autonomização do campo científico; outra especificamente relacionada à história do campo científico do direito tributário brasileiro e de como
operou-se nele uma aglutinação do capital científico.
Após abordar a história do “campo científico do direito tributário brasileiro”, mencionando seus principais subcampos, estruturas e agentes,
Marins (2015, p.126-133) afirma que há uma aglutinação de capital científico na USP e na PUC-SP e nos agentes a elas relacionados, verificável
pela análise do número de teses e dissertações de diferentes programas de pós-graduação brasileiros, dos principais cursos de pós-graduação e
loca de formação dos docentes e dos congressos realizados por associações, institutos e universidades.[1]
Como a liderança do subcampo em cada universidade é naturalmente exercida pelo professor titular, Marins (2015, p.136-141) defende que a
combinação das cadeiras da USP e da PUC-SP pelo Prof. Paulo de Barros Carvalho a partir de 1998 teria provocado o “virtual acoplamento” entre
dois grandes centros, entre prestígio (USP) e volume (PUC-SP), numa [provável] passagem de um duopólio para um monopólio dentro do
campo.
A autonomização do campo
Marins (2015, p.145-150) afirma que métodos e linguagens próprios e referenciabilidade circular são exigidos “como forma de autonomização do
campo científico”. Ademais, compara como Bourdieu descreve a autonomia do campo (com ênfase no exemplo da física) com o “caminho de
autonomização da ciência do Direito Tributário”, que teria adotado “percurso semelhante”, particularmente com a linha teórica da PUC-SP, cujos
pontos principais são resumidos abaixo:
Marins (2015, p.142-144) entende que os agentes podem combater a estandartização e mesmo o retrocesso do campo por meio da investigação
empírica do campo e de suas estratégias de acumulação de capital científico, combinada com a formulação de enunciados normativos que
enfrentem a legitimidade e ilegitimidade dessas estratégias, em contínua reflexão crítica e autocrítica sobre o campo ou subcampo. A crítica do
campo científico pode servir de meio para que os agentes possam colaborar conscientemente para o aperfeiçoamento / aprimoramento da ciência
e de seus resultados.
A crença no papel da crítica da ciência do direito tributário a partir da teoria do campo científico como conducente para o aprimoramento do
setor que produz a ciência e para a compreensão das razões por trás de determinados propósitos científicos fixados e das estratégias que tornam
determinadas teorias predominantes é colocada por Marins (2015, p.120-121) desde o início do texto, mesmo momento da exposição em que
ressalva, porém, que “a percepção sobre estratégia de poder científico, per se, não valida ou invalida a qualidade da teoria”, mas permite ao
observador distinguir “as qualidades intrínsecas do saber científico proposto e as qualidades da estratégia de capitalização científica”.
————–
[1] Como não estou interessado em desafiar essa assertiva, não faço aqui um resumo detalhado nem uma crítica da metodologia de Marins.
Convido os leitores interessados nessa discussão específica a analisarem mais detidamente, por si mesmos, as páginas 126-133 do texto original.
* MARINS, James. A Teoria do Campo Científico de Pierre Bourdieu e a Ciência do Direito Tributário Brasileiro. Direito
Tributário Atual, n.34, p.120-156, 2015.
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