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XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção

Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

PROPOSTA DE UM MÉTODO PARA O


DIMENSIONAMENTO DE PRAZO DE
PROJETOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Indara Santos de Souza (UESC)


darasouzaa@hotmail.com
Thiago Francisco de Souza (UESC)
thiago_eng21@hotmail.com
Priscila Pereira Suzart de Carvalho (UESC)
pri_suzart@hotmail.com

Frente à crescente necessidade de se ter um maior controle dos prazos


para projetos no setor de construção civil, de forma a se evitar atrasos
e consequentemente desperdícios de recursos e altos custos,
desenvolveu-se um método com o editor de planilhas Microsoft Excel®
que permite estimar de forma objetiva, esse parâmetro relacionado ao
projeto. A proposta foi elaborada através da abordagem de Hirschfeld
(1985) e suas etapas de implementação do PERT/CPM, permitindo
obter resultados simulados relacionados aos prazos de acordo com as
especificidades do projeto, de forma que se tenha um maior controle da
execução das etapas, a fim de que seja executado e finalizado de forma
equivalente ao planejamento.

Palavras-chave: Dimensionamento; Construção; Prazos; PERT/CPM.


XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção

Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

1. Introdução

As exigências dos consumidores dos empreendimentos da Construção Civil são crescentes,


sempre buscando qualidade e menor custo. Para se atingir uma melhor qualidade e
lucratividade em um empreendimento de construção civil, recomenda-se que este seja bem
planejado e gerenciado, principalmente na fase de projetos (MONTEIRO; SANTOS, 2010).
Uma das alternativas gerenciais que ultimamente tem se ressaltado como opção, para os
executivos das empresas é o gerenciamento de projetos (CARVALHO; RABECHINI JR.,
2008).

Utilizando o gerenciamento de projetos, as organizações podem aperfeiçoar suas habilidades


em planejar, implementar e controlar suas atividades, além da forma como utilizam seu
pessoal e os recursos (MEREDITH; MANTEL JR, 2003). Altos custos e baixos níveis de
qualidade, comprometendo a realização do projeto, são algumas das consequências quando
não se atinge o que foi planejado, dentro do prazo estipulado (KEELLING, 2002).

O entendimento da importância de uma boa gestão de projetos ainda é deficiente no setor da


construção civil nacional (BARBOSA JUNIOR, 2009). As empresas costumam gerenciar
seus empreendimentos se baseando apenas no conhecimento dos seus engenheiros, não
existindo uma estrutura que planeje ou controle os seus projetos (LUIZ, 2011).

De acordo com Campêlo (2002), os gerentes de projetos ainda têm inúmeras dúvidas quando
se trata de dimensionamento de prazo dos projetos, e conforme o mesmo aumenta, ficando
mais complexo e com uma equipe maior, aumenta também a dificuldade de gerenciá-lo, bem
como de acompanhar seus prazos e custos.

Diante dessa dificuldade em gerenciar projetos de empreendimentos de construção civil,


foram desenvolvidas técnicas para que a execução da obra aconteça em conformidade com as
especificações do planejamento (SANTOS et al., 2008). Técnicas como o cronograma físico-
financeiro, cronograma de Gantt, redes PERT/CPM, dentre outras, que permitem um melhor
gerenciamento e controle do empreendimento (SANTOS et al., 2008, apud ALBERTON;
ENSSLIN, 1994).

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A técnica PERT/CPM é uma forma de representação do projeto que se fundamenta na


precedência das atividades. Para tanto, elas são organizadas em sequência, de acordo com as
suas precedências, formando uma cadeia produtiva, sendo que a maior é conhecida como
caminho crítico (SILVA, 2006).

Esta técnica possui uma ampla aplicabilidade, sendo utilizada para a manutenção preventiva
de helicópteros (COSTA; BARREIROS, 2010), para melhoria do processo produtivo em
empresa de fast food (MOREIRA et al., 2010), no setor de construção civil para Planejamento
e controle da produção (SANTOS et al., 2008; MONTEIRO; SANTOS, 2010), Planejamento
e controle físico/financeiro (SILVA, 2006), Planejamento operacional (MARTINES, 2006), e
Otimização da relação tempo-custo (LUIZ, 2011).

Com isso, este estudo tem por objetivo desenvolver uma proposta para dimensionar o prazo
de projetos de construção civil, utilizando como auxílio a técnica PERT/CPM. Com o modelo
desenvolvido, será possível calcular o tempo esperado para a conclusão do projeto, a partir de
parâmetros predeterminados, contribuindo assim para reduzir as incertezas de finalização do
projeto e aumento da confiabilidade por parte do solicitante junto àquele que desenvolverá o
projeto.

2. Revisão teórica

2.1 Gestão de projetos na construção civil

Na construção civil, a preocupação com o projeto tornou-se recentemente maior por ser ele
considerado uma das principais fontes de melhoria para o desempenho do produto edificação
e por propiciar a diminuição dos custos de produção (OLIVEIRA, 2005). Com isso, os
projetos têm assumido um papel relevante na construção civil como uma ferramenta
importante, agregando eficiência e qualidade ao produto final do empreendimento (AVILA,
2010). Ainda assim, os projetos têm sido considerados uma atividade secundária pelas
empresas de construção civil, que priorizam o preço do serviço para contratar gestores de
projetos independentes (FABRICIO et al., 1998).

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Também, as falhas no desempenho dos projetos estão diretamente ligadas a pouca integração
entre os envolvidos na gestão de projetos do setor (FABRICIO et al., 1998). Nesse contexto, a
relação entre a empresa e os projetistas é fundamental quando se pretende alcançar resultados
de melhor qualidade, melhoria de desempenho e diferencial competitivo para as empresas de
construção civil (FABRICIO; MELHADO, 1998).

Desta forma, uma abordagem dada por Gouvêa (2014), traz as etapas necessárias para a
execução de um projeto de construção civil, conforme se pode observar no quadro abaixo:

Quadro 1 – Etapas necessárias para a execução de um projeto de construção civil

ETAPAS DESCRIÇÃO
Levantamento de Definem-se as necessidades e preferências dos clientes, objetivos, e
informações/dados características do terreno em que se deseja executar o empreendimento.
Estudo preliminar Analisa-se a viabilidade do projeto, e elabora-se uma planta-baixa, em seu
esboço inicial, através das informações levantadas. É uma etapa que necessita da
aprovação do cliente.
Anteprojeto (Detalhamento) Elaboração da planta-baixa com informações mais específicas, por exemplo, de
cada ambiente, cada pavimento como dimensões, pilares, cálculo das áreas,
volumetria, estrutura, planta de cobertura, instalações, etc. Também é uma etapa
que necessita da aprovação do cliente.
Projeto legal/ Autorização O projeto deve atender as normas e legislações locais para ser aprovado pela
prefeitura (Alvará de construção).
Projeto de execução É o aprofundamento do anteprojeto, englobando todas as informações
necessárias para que se inicie a execução do projeto. Então, somente com ele
pronto é que se inicia a obra.
Fonte: Autor

2.2 PERT/CPM

As técnicas PERT e CPM relacionam as atividades de acordo com as suas interdependências,


determinando o caminho crítico, ou seja, a sequência de atividades que, se sofrer algum
atraso, causará danos a todo projeto (HIRSCHFELD, 1985). A PERT tem sido utilizada em
projetos de pesquisa e desenvolvimento, enquanto a CPM vem sendo normalmente
empregada na indústria de construção civil (MEREDITH; MANTEL JR, 2003). Essas

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técnicas se diferem basicamente pela forma como é tratado o tempo, pois CPM utiliza valores
determinísticos, enquanto PERT é um modelo probabilístico (CASAROTTO FILHO, 1999).

Com o passar dos anos, as duas técnicas se fundiram, passando-se a usar a denominação
PERT/CPM (MARTINES, 2006). A técnica PERT/CPM consiste em organizar um
empreendimento numa rede, projetada através de atividades representadas por setas, que
indicam as relações de correspondência e a sequência entre todas as atividades do
empreendimento que devem ser executadas (KIENEN, 2000).

2.3 Implementação da técnica PERT/CPM

Existem diversas abordagens utilizadas para a implementação da técnica PERT/CPM em


projetos (VERZUH, 2000; FERNANDES; GODINHO FILHO, 2010; HIRSCHFELD, 1985;
CARVALHO; RABECHINI JR, 2008). Apesar de possuir semelhança entre si, essas
abordagens diferem na quantidade de etapas e suas correspondências. O Quadro 1 apresenta
uma correspondência entre as etapas de cada uma dessas abordagens para a implementação do
PERT/CPM identificadas na literatura.

Quadro 2 – Etapas para a implementação da técnica PERT/CPM

Carvalho;
Fernandes; Godinho Filho Hirschfeld
Autores Verzuh (2000) Rabechini Jr.
(2010) (1985)
(2008)
---------------- Organizar o projeto ------------ --------------
Criar a definição do Definir os objetivos do Objetivo do
projeto projeto programa
--------------
Desenvolver estratégia
de gerenciamento de Definir todas as
riscos Plano de atividades
Construir estrutura de Trabalho significativas
ETAPAS Análise do projeto
desmembramento do ou tarefas
trabalho
Identificar as relações Prazos de Definir
das tarefas execução precedências
Definir as Atribuir
Fazer estimativas dos responsabilidades e estimativas de
----------
pacotes de trabalho recursos disponíveis para o tempos e
projeto recursos para

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cada atividade
Fazer a
Calcular o cronograma
representação
inicial Desenhar o diagrama de
Elaboração da em rede
rede para representar o
rede Calcular o
Atribuir e nivelar projeto
caminho crítico
recursos
da rede
Fonte: Autor

Pode-se notar que as abordagens são muito próximas entre si, sem muitas diferenças, sendo
assim a revisão da literatura sobre as etapas do método está estruturada segundo Hirschfeld
(1985), por possuir uma abordagem consolidada e bem referenciada na literatura (BACHEGA
et al., 2004; CESARE, 2009), conforme se especifica a seguir.

2.3.1 Objetivo do programa

Determina-se qual a finalidade que se deseja alcançar (HIRSCHFELD, 1985). Pode-se definir
também o escopo do projeto, contendo uma descrição mais detalhada do que precisa ser feito
para entregar o projeto de acordo com as especificações (TRENTIM, 2011).

2.3.2 Plano de trabalho

Nessa etapa são determinadas as atividades do projeto que se deseja elaborar, estabelecendo
uma relação de dependência entre as mesmas (CARVALHO; RABECHINI JR, 2008). A
partir disso são estabelecidas as atividades e elas se relacionam entre si, identificando quais
são as precedentes e sequentes (HIRSCHFELD, 1985)..

2.3.3 Prazos de execução

São determinadas as durações das atividades, estimando-se a quantidade de períodos que


serão necessários para a execução das mesmas (CARVALHO; RABECHINI JR, 2008).

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2.3.3.1 Dimensionamento de prazo utilizando PERT

O PERT utiliza um sistema probabilístico para estimar os prazos das atividades/etapas de um


projeto. Dessa forma, são encontradas três estimativas, considerando que a execução de uma
etapa não interfere no tempo de execução de outras, sendo elas (CARVALHO; RABECHINI
JR., 2011):

 Mais provável: duração baseada no cenário mais provável, observando recursos e


premissas do projeto;
 Mais otimista: duração baseada no cenário mais positivo;
 Mais pessimista: duração baseada no cenário mais negativo.

Figura 1 - Utilização da distribuição contínua Beta para o dimensionamento do prazo de


execução de um projeto

Fonte: Carvalho; Rabechini Jr. (2011).

Então, após encontrar as estimativas, com a distribuição Beta de probabilidades, calcula-se a


duração esperada da etapa, bem como o desvio padrão e a variância desses dados, adotando-se
as seguintes equações (1), (2) e (3) (TRENTIM, 2011):

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(1)

Onde:
Te= Tempo esperado da etapa.

Sd = (2)

Onde:
Sd = Desvio padrão;

(3)

Onde:
V = Variância da duração da etapa

Assim, através dos dados obtidos pelas equações acima, é possível calcular um prazo para a
conclusão do projeto, utilizando a probabilidade estabelecida, o somatório dos tempos
esperados e o somatório da variância, como é possível observar na equação (4) abaixo.
(MEREDITH; MANTEL JR, 2003). No caso, no momento do cálculo, é feita a substituição
dos valores encontrados, e isola-se a incógnita “D”, que é o valor que se deseja obter.

(4)

Onde:
Z = Probabilidade;
D = Prazo estabelecido para a conclusão do projeto;

2.3.3.2 Elaboração da rede

Corresponde ao esboço do projeto por meio de nós e setas. É a base para a programação e
acompanhamento do projeto. Através do diagrama é possível realizar melhor as alterações,
prevenir atrasos, balancear os recursos e analisar as consequências, melhorar a coordenação
do projeto focando em determinadas atividades, entre outros (FERNANDES; GODINHO
FILHO, 2010).

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3. Metodologia

3.1 Desenvolvimento das etapas do PERT/CPM

3.1.1 Objetivo do programa

O objetivo deste trabalho é desenvolver uma proposta para dimensionar o prazo de projetos de
construção civil.

3.1.2 Plano de trabalho

Será realizado de acordo com as etapas descritas anteriormente por Gouvêa (2014), para
execução de um projeto de construção civil: (i) Levantamento das informações; (ii) Estudo
Preliminar; (iii) Anteprojeto; (iv) Projeto Legal; (v) Projeto de Execução.

3.1.3 Prazos de execução

Definidas essas atividades, optou-se por obter os prazos de execução através das equações (1),
(2), (3), e (4) de dimensionamento de prazo utilizando PERT, que foram revisadas na
literatura. Então, estimando-se em horas os tempos otimista, mais provável e pessimista, para
a execução do m² do projeto, pode-se encontrar o tempo esperado para a execução de cada
etapa do projeto e do mesmo como um todo, além da variância e desvio padrão desses dados.

Com base na distribuição normal padrão, conforme Cancho (2004), atribuindo um nível de
95% de confiança, têm-se um valor de Z= 1,64. Logo, utilizando-se dessa probabilidade, e
dos dados obtidos com o somatório dos tempos esperados e das variâncias, será possível obter
enfim um prazo para a conclusão do projeto, bem como os prazos de conclusão para cada uma
das etapas.

3.1.4 Elaboração da rede

Identificadas às atividades a serem realizadas e suas relações, é possível elaborar a rede geral
correspondente aos projetos, conforme representado na Figura 2 abaixo:

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Figura 2 – Rede de projetos de construção civil

DURAÇÃO EM
CÓDIGO DA DIAS ÚTEIS
ATIVIDADE

DATA DE INICIO DATA DE FIM DA


DA ATIVIDADE ATIVIDADE

Fonte: Autor

4. Proposta do método de dimensionamento de prazos

Para auxiliar a proposta do método de dimensionamento de prazos, foi desenvolvida uma


interface no editor de planilhas Microsoft Excel®, contendo a escolha e inserção das
informações específicas do projeto a ser executado, e um setup de dados, para assim obter os
resultados desejados (conforme Figura 3 abaixo). Utilizou-se como referência, para critério de
demonstração da proposta, a categoria de projetos residenciais.

Figura 3 – Interface da proposta

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Fonte: Autor

4.1 Escolha e inserção das informações específicas do projeto

4.1.1 Escolha da categoria do projeto

Nesta parte seleciona-se a categoria do projeto que será executado, sendo que as opções de
categorias já estarão disponíveis para serem escolhidas, então basta selecioná-la, como é
possível observar na figura 4 abaixo:

Figura 4 – Escolha da categoria do projeto

Fonte: Autor

4.1.2 Inserção da metragem quadrada do projeto

Após a escolha da categoria de projeto, insere-se no espaço em branco o tamanho do projeto


que será executado em m², por exemplo, uma residência que pode ser considerada de alto
padrão, com 250m²:

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Figura 5 – Inserção da metragem quadrada do projeto

Fonte: Autor

4.1.3 Inserção das horas de serviço/dia


Neste espaço, inserem-se as horas de serviço que serão trabalhadas por dia no projeto, por
exemplo, convencionou-se uma jornada de trabalho de 8h:

Figura 6 – Inserção das horas de serviço/dia

Fonte: Autor

4.1.4 Peso correspondente às etapas do projeto


Convencionou-se colocar pesos nas etapas do projeto, o que indicará a relevância de cada uma
para o mesmo, bem como a sua influência no prazo obtido para a conclusão do projeto e para
a conclusão de cada etapa. Então, de acordo com a categoria de projeto escolhida bem como
sua dimensão, é possível selecionar os pesos para as etapas do projeto de 0 a 100%, conforme
mostra a figura 7 a seguir:

Figura 7– Escolha dos pesos das etapas do projeto

Fonte: Autor

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Observando figura 8 abaixo, pode-se perceber que existe uma lacuna “à prova de erros” que
indicará se a distribuição dos pesos é “possível” ou ”impossível”, sendo que será “impossível”
sempre que a soma dos pesos for diferente de 100%.

Figura 8– Distribuição dos pesos das etapas do projeto

Fonte: Autor

4.2 Setup

Na aba de setup estão os dados fixos, como as estimativas de tempo por m², estabelecidas por
um profissional da área, o coeficiente de confiança para a distribuição normal, e as fórmulas
que combinam esses dados fixos com as informações específicas do projeto que serão
inseridas ao utilizar a proposta, para a geração dos resultados que aparecerão na interface do
dimensionamento de prazo.

No caso da categoria residencial essa estimativa de tempo foi com base em um consultor,
profissional formado na área de arquitetura, sendo estabelecidas 6, 4, e 3 horas para os tempos
pessimista, mais provável e otimista, respectivamente. Como já foi citado anteriormente,
escolheu-se trabalhar com um nível de 95% de confiança para os resultados, ou seja, com Z=
1,64.

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Quanto às fórmulas, são utilizadas as equações (1), (2), (3), e (4), revisadas na literatura, e
como os resultados de tempos estimados e os prazos obtidos estarão em horas/m², é feita uma
conversão de unidades. Primeiro, é realizada uma multiplicação desse resultado pela
metragem quadrada inserida, para obter esses dados proporcionalmente ao tamanho do
projeto, obtendo-se um prazo em horas. Por fim, multiplica-se esse resultado pela jornada de
trabalho por dia, também inserida, e têm-se então um prazo em dias, para a conclusão do
projeto, bem como de suas etapas (Figura 9).

Figura 9 – Setup da proposta


Estimativas de tempo

Prazo para a
conclusão do
∑Te
projeto em
∑V horas/m²
Z

Prazo para a
Conversão
conclusão do
de unidades
projeto em
dias

Prazo para a conclusão das etapas

Fonte: Autor

4.3 Simulação

Para demonstração da proposta, simulou-se um dimensionamento de prazo de um projeto


residencial considerado de alto padrão, com 250m², 8 horas de jornada de serviço por dia, e
pesos de 5%, 5%, 15%, 5% e 70% respectivamente, para a execução das etapas que foram
estabelecidas em ordem.

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Figura 10 – Simulação para a categoria residencial

Fonte: Autor

Dessa forma, pôde-se chegar a um prazo estabelecido de 149 dias de trabalho para a
conclusão do projeto. Sendo que esse prazo é dividido em: 7 dias para o levantamento de
informações principais e dados, que serão fornecidos pelo cliente, 7 dias para a etapa de
estudo preliminar, 22 dias para a etapa do anteprojeto, 7 dias para a legalização, e 104 dias
para a execução.

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Figura 11 – Setup da simulação

Fonte: Autor
5. Conclusão

A proposta desenvolvida neste trabalho permite ressaltar a importância do uso de técnicas


como PERT/CPM, bem como da execução de suas etapas, para o desenvolvimento e
implementação de uma ferramenta que se mostra não só simples e rápida em sua aplicação,
mas que também possui como vantagem o baixo custo. Permite também, obter resultados
objetivos e que levam em consideração as especificidades de cada etapa do projeto, o que
facilita o controle do projeto como um todo, tendo como consequência positiva principal uma
maior confiabilidade na comparação entre o planejado e o real.

Com os resultados obtidos na realização deste trabalho, assim como o conhecimento


adquirido no desenvolvimento do mesmo e as suas limitações, sugere-se que se desenvolva
em trabalhos futuros um setup mais abrangente, que contenha as estimativas de tempo das
principais categorias de projetos, e que essas informações funcionem como um banco de
dados, executando apenas os dados da categoria escolhida naquele momento pelo usuário. O
presente trabalho limitou-se apenas às informações relacionadas a uma categoria, então em
termos de melhorias, seria fundamental ampliar à aplicação da proposta.

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Outra sugestão é que a partir do dimensionamento de prazo se calcule também os custos do


projeto, tais como fixos e variáveis, ou seja, que se realize um gerenciamento de custos a
partir desse tempo de execução, sendo possível dimensionar a execução do projeto no tempo
adequado, tendo-se também um custo ótimo. Além disso, as etapas de projeto, que são
generalizadas, podem ser pesquisadas mais a fundo, de modo que sejam separadas em outras
mais específicas, sendo possível ter um melhor acompanhamento e controle da execução
dessas atividades.

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TRENTIM, M. H. Gerenciamento de projetos: guia para as certificações CAPM® e PMP®. São paulo:
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