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1. Introdução
De acordo com Campêlo (2002), os gerentes de projetos ainda têm inúmeras dúvidas quando
se trata de dimensionamento de prazo dos projetos, e conforme o mesmo aumenta, ficando
mais complexo e com uma equipe maior, aumenta também a dificuldade de gerenciá-lo, bem
como de acompanhar seus prazos e custos.
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Esta técnica possui uma ampla aplicabilidade, sendo utilizada para a manutenção preventiva
de helicópteros (COSTA; BARREIROS, 2010), para melhoria do processo produtivo em
empresa de fast food (MOREIRA et al., 2010), no setor de construção civil para Planejamento
e controle da produção (SANTOS et al., 2008; MONTEIRO; SANTOS, 2010), Planejamento
e controle físico/financeiro (SILVA, 2006), Planejamento operacional (MARTINES, 2006), e
Otimização da relação tempo-custo (LUIZ, 2011).
Com isso, este estudo tem por objetivo desenvolver uma proposta para dimensionar o prazo
de projetos de construção civil, utilizando como auxílio a técnica PERT/CPM. Com o modelo
desenvolvido, será possível calcular o tempo esperado para a conclusão do projeto, a partir de
parâmetros predeterminados, contribuindo assim para reduzir as incertezas de finalização do
projeto e aumento da confiabilidade por parte do solicitante junto àquele que desenvolverá o
projeto.
2. Revisão teórica
Na construção civil, a preocupação com o projeto tornou-se recentemente maior por ser ele
considerado uma das principais fontes de melhoria para o desempenho do produto edificação
e por propiciar a diminuição dos custos de produção (OLIVEIRA, 2005). Com isso, os
projetos têm assumido um papel relevante na construção civil como uma ferramenta
importante, agregando eficiência e qualidade ao produto final do empreendimento (AVILA,
2010). Ainda assim, os projetos têm sido considerados uma atividade secundária pelas
empresas de construção civil, que priorizam o preço do serviço para contratar gestores de
projetos independentes (FABRICIO et al., 1998).
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Também, as falhas no desempenho dos projetos estão diretamente ligadas a pouca integração
entre os envolvidos na gestão de projetos do setor (FABRICIO et al., 1998). Nesse contexto, a
relação entre a empresa e os projetistas é fundamental quando se pretende alcançar resultados
de melhor qualidade, melhoria de desempenho e diferencial competitivo para as empresas de
construção civil (FABRICIO; MELHADO, 1998).
Desta forma, uma abordagem dada por Gouvêa (2014), traz as etapas necessárias para a
execução de um projeto de construção civil, conforme se pode observar no quadro abaixo:
ETAPAS DESCRIÇÃO
Levantamento de Definem-se as necessidades e preferências dos clientes, objetivos, e
informações/dados características do terreno em que se deseja executar o empreendimento.
Estudo preliminar Analisa-se a viabilidade do projeto, e elabora-se uma planta-baixa, em seu
esboço inicial, através das informações levantadas. É uma etapa que necessita da
aprovação do cliente.
Anteprojeto (Detalhamento) Elaboração da planta-baixa com informações mais específicas, por exemplo, de
cada ambiente, cada pavimento como dimensões, pilares, cálculo das áreas,
volumetria, estrutura, planta de cobertura, instalações, etc. Também é uma etapa
que necessita da aprovação do cliente.
Projeto legal/ Autorização O projeto deve atender as normas e legislações locais para ser aprovado pela
prefeitura (Alvará de construção).
Projeto de execução É o aprofundamento do anteprojeto, englobando todas as informações
necessárias para que se inicie a execução do projeto. Então, somente com ele
pronto é que se inicia a obra.
Fonte: Autor
2.2 PERT/CPM
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técnicas se diferem basicamente pela forma como é tratado o tempo, pois CPM utiliza valores
determinísticos, enquanto PERT é um modelo probabilístico (CASAROTTO FILHO, 1999).
Com o passar dos anos, as duas técnicas se fundiram, passando-se a usar a denominação
PERT/CPM (MARTINES, 2006). A técnica PERT/CPM consiste em organizar um
empreendimento numa rede, projetada através de atividades representadas por setas, que
indicam as relações de correspondência e a sequência entre todas as atividades do
empreendimento que devem ser executadas (KIENEN, 2000).
Carvalho;
Fernandes; Godinho Filho Hirschfeld
Autores Verzuh (2000) Rabechini Jr.
(2010) (1985)
(2008)
---------------- Organizar o projeto ------------ --------------
Criar a definição do Definir os objetivos do Objetivo do
projeto projeto programa
--------------
Desenvolver estratégia
de gerenciamento de Definir todas as
riscos Plano de atividades
Construir estrutura de Trabalho significativas
ETAPAS Análise do projeto
desmembramento do ou tarefas
trabalho
Identificar as relações Prazos de Definir
das tarefas execução precedências
Definir as Atribuir
Fazer estimativas dos responsabilidades e estimativas de
----------
pacotes de trabalho recursos disponíveis para o tempos e
projeto recursos para
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cada atividade
Fazer a
Calcular o cronograma
representação
inicial Desenhar o diagrama de
Elaboração da em rede
rede para representar o
rede Calcular o
Atribuir e nivelar projeto
caminho crítico
recursos
da rede
Fonte: Autor
Pode-se notar que as abordagens são muito próximas entre si, sem muitas diferenças, sendo
assim a revisão da literatura sobre as etapas do método está estruturada segundo Hirschfeld
(1985), por possuir uma abordagem consolidada e bem referenciada na literatura (BACHEGA
et al., 2004; CESARE, 2009), conforme se especifica a seguir.
Determina-se qual a finalidade que se deseja alcançar (HIRSCHFELD, 1985). Pode-se definir
também o escopo do projeto, contendo uma descrição mais detalhada do que precisa ser feito
para entregar o projeto de acordo com as especificações (TRENTIM, 2011).
Nessa etapa são determinadas as atividades do projeto que se deseja elaborar, estabelecendo
uma relação de dependência entre as mesmas (CARVALHO; RABECHINI JR, 2008). A
partir disso são estabelecidas as atividades e elas se relacionam entre si, identificando quais
são as precedentes e sequentes (HIRSCHFELD, 1985)..
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(1)
Onde:
Te= Tempo esperado da etapa.
Sd = (2)
Onde:
Sd = Desvio padrão;
(3)
Onde:
V = Variância da duração da etapa
Assim, através dos dados obtidos pelas equações acima, é possível calcular um prazo para a
conclusão do projeto, utilizando a probabilidade estabelecida, o somatório dos tempos
esperados e o somatório da variância, como é possível observar na equação (4) abaixo.
(MEREDITH; MANTEL JR, 2003). No caso, no momento do cálculo, é feita a substituição
dos valores encontrados, e isola-se a incógnita “D”, que é o valor que se deseja obter.
(4)
Onde:
Z = Probabilidade;
D = Prazo estabelecido para a conclusão do projeto;
Corresponde ao esboço do projeto por meio de nós e setas. É a base para a programação e
acompanhamento do projeto. Através do diagrama é possível realizar melhor as alterações,
prevenir atrasos, balancear os recursos e analisar as consequências, melhorar a coordenação
do projeto focando em determinadas atividades, entre outros (FERNANDES; GODINHO
FILHO, 2010).
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3. Metodologia
O objetivo deste trabalho é desenvolver uma proposta para dimensionar o prazo de projetos de
construção civil.
Será realizado de acordo com as etapas descritas anteriormente por Gouvêa (2014), para
execução de um projeto de construção civil: (i) Levantamento das informações; (ii) Estudo
Preliminar; (iii) Anteprojeto; (iv) Projeto Legal; (v) Projeto de Execução.
Definidas essas atividades, optou-se por obter os prazos de execução através das equações (1),
(2), (3), e (4) de dimensionamento de prazo utilizando PERT, que foram revisadas na
literatura. Então, estimando-se em horas os tempos otimista, mais provável e pessimista, para
a execução do m² do projeto, pode-se encontrar o tempo esperado para a execução de cada
etapa do projeto e do mesmo como um todo, além da variância e desvio padrão desses dados.
Com base na distribuição normal padrão, conforme Cancho (2004), atribuindo um nível de
95% de confiança, têm-se um valor de Z= 1,64. Logo, utilizando-se dessa probabilidade, e
dos dados obtidos com o somatório dos tempos esperados e das variâncias, será possível obter
enfim um prazo para a conclusão do projeto, bem como os prazos de conclusão para cada uma
das etapas.
Identificadas às atividades a serem realizadas e suas relações, é possível elaborar a rede geral
correspondente aos projetos, conforme representado na Figura 2 abaixo:
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DURAÇÃO EM
CÓDIGO DA DIAS ÚTEIS
ATIVIDADE
Fonte: Autor
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Fonte: Autor
Nesta parte seleciona-se a categoria do projeto que será executado, sendo que as opções de
categorias já estarão disponíveis para serem escolhidas, então basta selecioná-la, como é
possível observar na figura 4 abaixo:
Fonte: Autor
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Fonte: Autor
Fonte: Autor
Fonte: Autor
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Observando figura 8 abaixo, pode-se perceber que existe uma lacuna “à prova de erros” que
indicará se a distribuição dos pesos é “possível” ou ”impossível”, sendo que será “impossível”
sempre que a soma dos pesos for diferente de 100%.
Fonte: Autor
4.2 Setup
Na aba de setup estão os dados fixos, como as estimativas de tempo por m², estabelecidas por
um profissional da área, o coeficiente de confiança para a distribuição normal, e as fórmulas
que combinam esses dados fixos com as informações específicas do projeto que serão
inseridas ao utilizar a proposta, para a geração dos resultados que aparecerão na interface do
dimensionamento de prazo.
No caso da categoria residencial essa estimativa de tempo foi com base em um consultor,
profissional formado na área de arquitetura, sendo estabelecidas 6, 4, e 3 horas para os tempos
pessimista, mais provável e otimista, respectivamente. Como já foi citado anteriormente,
escolheu-se trabalhar com um nível de 95% de confiança para os resultados, ou seja, com Z=
1,64.
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Quanto às fórmulas, são utilizadas as equações (1), (2), (3), e (4), revisadas na literatura, e
como os resultados de tempos estimados e os prazos obtidos estarão em horas/m², é feita uma
conversão de unidades. Primeiro, é realizada uma multiplicação desse resultado pela
metragem quadrada inserida, para obter esses dados proporcionalmente ao tamanho do
projeto, obtendo-se um prazo em horas. Por fim, multiplica-se esse resultado pela jornada de
trabalho por dia, também inserida, e têm-se então um prazo em dias, para a conclusão do
projeto, bem como de suas etapas (Figura 9).
Prazo para a
conclusão do
∑Te
projeto em
∑V horas/m²
Z
Prazo para a
Conversão
conclusão do
de unidades
projeto em
dias
Fonte: Autor
4.3 Simulação
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Fonte: Autor
Dessa forma, pôde-se chegar a um prazo estabelecido de 149 dias de trabalho para a
conclusão do projeto. Sendo que esse prazo é dividido em: 7 dias para o levantamento de
informações principais e dados, que serão fornecidos pelo cliente, 7 dias para a etapa de
estudo preliminar, 22 dias para a etapa do anteprojeto, 7 dias para a legalização, e 104 dias
para a execução.
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Fonte: Autor
5. Conclusão
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Referências
AVILA, T. C. F. Gestão de Projetos na Construção Civil: Avaliação do Processo em duas Empresas
Construtoras de Florianópolis. 2010. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil). Universidade Federal de
Santa Catarina, Florianópolis.
BARBOSA JUNIOR, A. C. A Gestão de Projetos para o Setor da Construção Civil no Brasil. 2009.
Disponível em: http://www.ecivilnet.com/artigos/gestao_projetos_construcao_civil.htm. Acesso em 20/04/2013.
CARVALHO, M. M. de; RABECHINI JR, R. Construindo Competências para gerenciar projetos. 2. ed. São
Paulo: Atlas, 2008.
CARVALHO, M. M. de; RABECHINI JR, R. Construindo Competências para gerenciar projetos. 3. ed. São
Paulo: Atlas, 2011.
FABRICIO, Márcio M.; BAÍA, Josaphat L.; MELHADO, SILVIO B. “Estudo da sequência de etapas do
Projeto na Construção de Edifícios: Cenário e Pesrpectivas” In. Encontro Nacional de Engenharia de
Produção – ENEGEP 98: A engenharia de produção e o futuro do trabalho. Anais em CD-ROM:
UFF/ABEPRO, Niterói, 1998.
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LUIZ, E. L. A. Otimização da relação tempo custo na construção civil: um estudo de caso. 2011. Trabalho
de Conclusão do Curso (Bacharelado de Matemática aplicada à negócios). Universidade de São Paulo, Ribeirão
Preto.
MEREDITH, J. R.; MANTEL JR, S. J. Administração de projetos – Uma abordagem Gerencial. Rio de
janeiro: LTC: 2003.
MOREIRA, Ricardo da Silva ; SANTOS, Roberta de Lourdes Silva dos ; MENEZES, Valeska Lisandra ;
BARRETO, Eduardo Guimaraes Lima . O uso do PERT/CPM em uma empresa de fast food. In: ENEGEP,
2010, São Carlos - SP. Anais do ENEGEP, 2010.
OLIVEIRA, Otávio J. Modelo de gestão para pequenas empresas de projeto de edifícios. 2005. Tese de
doutorado (Doutorado em engenharia civil). POLI/USP, São Paulo.
TRENTIM, M. H. Gerenciamento de projetos: guia para as certificações CAPM® e PMP®. São paulo:
Atlas, 2011.
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