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A evolução da sabedoria em quatro estágios, segundo José Luis Sicre:

1. Humanismo internacional: caracterizado pela escrita voltada para a boa


educação e governo, é encontrada na Síria, na Mesopotâmia e no Egito,
representada em forma de provérbios, fábulas e poemas. Testemunhos da
sabedoria estrangeira aparecem, por exemplo, nas “Palavras de Agur, filho
de Jaces, o massaíta” (Pv 30) e nas “palavras de Lemuel, rei de
Massá” (Pv 31,1-9).

2. Sabedoria israelita desde as origens até o século VI: Textos


genuinamente israelitas. O prólogo de Jotão (Jz 9,8-15), considerado como
a crítica mais feroz de todos os tempos ao sistema monárquico é um exemplo
de texto de sabedoria israelita mais antigo. Outros enfoques desse período,
particularmente ligados à corte, são: a) a sabedoria como dom que se pede a
Deus (1Rs 3,1-14), b) o governo do povo e a administração da justiça (1Rs 3,5-
12.16-28), c) a capacidade de tomar decisões adequadas como a construção do
templo (1Rs 5,21), d) o conhecimento enciclopédico (1Rs 5,9-14; 10,-19). São
também desse período narrativas com conteúdo sapiencial, como a
história de José (Gn 37-) e trechos do livro de Provérbios,
principalmente os capítulos 10-29 (textos marcados pelo otimismo/teologia da
retribuição/exaltação de virtudes como a modéstia e crítica a faltas como o
orgulho).

3. Crise dos séculos V-III: Inserem-se nesse período os livros de Jó e


Eclesiastes (Qohelet). Estes livros põem em dúvida a validez dos resultados
conseguidos por seus antecessores e se distanciam de seu otimismo, daí a
expressão “crise da sabedoria”. É possível que esta crise tenha antecedentes
remotos, como em Jeremias “Por que prosperam os ímpios e vivem em paz
os traidores?” (12,1) contrastando com textos do período anterior: “A casa
dos ímpios será destruída, a tenda dos homens retos prosperará” (Pv 14,11);
“Na casa do justo há abundância, mas o rendimento do ímpio é fonte de
inquietação” (Pv 15,6). A experiência, grande mestre da sabedoria, demonstra
que isto não é certo. Outros exemplos a) Crítica que nasce da dor: Jó
rebatendo a teologia da retribuição de Elifaz (Jó 21,7 contra Elifaz em Jó
15,20-24) e os perturbadores questionamentos de Jó em 21,34 e 9,22-24; b)
Crítica que nasce da falta de sentido da vida: O livro chega até mesmo a
criticar a sabedoria, dizendo que “muita sabedoria, muito desgosto; quanto
mais conhecimento, mais sofrimento” (1,18). Ver ainda Ecl 2,24; 3,12.22; 5,17;
8,15; 9,7-10.

4. Etapa final (século II-): Nesta última etapa são incluídas duas obras:
Eclesiástico (ou Sirácida) e Sabedoria. A elas deve ser acrescentada uma
parte de Provérbios (Pv 1-9). Três pontos se destacam como especialmente
interessantes neste período: a) Atitude ante a cultura grega (Sab 2,1-3); b)
Importância crescente da história (ver Eclo 44-50); c) Personificação da
sabedoria em três fases: objeto de extremo valor (Jó 28); Mulher que fala em
público (Pv 1-9); Personificação/metáfora/hipostase (Eclo 24; Sb 7,22-30).
Nos livros anteriores, a sabedoria é uma qualidade quase secular que não
conhece fronteiras nacionais; nestes últimos, toma-se uma qualidade
especificamente religiosa e israelita (ou judaica, como podemos dizer com
propriedade sobre essas obras do século II a.C.).

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