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Introdução
Procurarei aqui relatar a relação formal com o mundo do trabalho, onde as actividades
práticas são exercidas mediante fundamentação teórica prévia ou simultaneamente adquirida,
permitindo a familiarização com a realidade da profissão de Técnico Oficial de Contas e do
mundo empresarial, desde a observação até a realização das actividades.
Estão aqui expostos os argumentos que acho necessários e relevantes para dar a
conhecer o que foi a minha experiência e quais as matérias e trabalhos que foram
desenvolvidos e executados.
Tendo como meta principal proporcionar uma experiência específica que facilite e
promova a inserção na profissão, complementar e aprimorar as competências sócio-
profissionais, como enunciado no art.º 1º do Regulamento de Estágio da Ordem dos Técnicos
Oficiais de Contas.
Caracterização da Empresa
A Nome é uma sociedade …, com um capital social de 5.000,00€ sob o n.º. de pessoa
colectiva 500 000 000, CAE 69200 - actividades de contabilidade e auditoria, sita no ….
3 Organização da Contabilidade
Esta fase é o início do processo da contabilidade, e como qualquer início deve ser muito bem
executado para que tudo corra bem, este também é um dos pontos mais importantes, porque
é a partir daqui que toda a contabilidade se processa.
Para começar recebi os documentos, ou seja, reuni toda a documentação contabilística de cada
cliente, onde de seguida verifiquei se os números de identificação fiscal dos clientes e
fornecedores correspondiam à legalidade. Caso algum destes documentos não cumprisse as
normas legais era retirado, posto de parte para posteriormente ser pedida a sua correcção ou
substituição, para que pudesse entrar no processo de contabilização.
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Após esta análise, procedi à separação dos mesmos por meses e dentro de cada mês
separados por vários diários, como o diário de vendas, de compras, e de diversos. Já separados
pelos respectivos diários, os documentos são ordenados por ordem alfabética e por data.
Relativamente ao diário compras, aqui coloquei todas as dívidas a pagar, resultantes da compra
de bens e serviços utilizados ou consumidos pela empresa no exercício da sua actividade
corrente.
No que diz respeito ao diário diversos, deste fazem parte todas as operações que não são
contempladas no diário vendas e compras, tal como todo o tipo de operações bancárias, caixa,
os movimentos relativos aos salários, ao IVA, IRS, IRC, IS e outros impostos e taxas.
Para poder realizar esta tarefa, foi tempo de relembrar e consolidar conhecimentos, uma vez
que esta é a fase mais importante do processo de contabilização.
Para obter um melhor conhecimento nesta fase, comecei por observar pastas de meses
anteriores com documentos já classificados, estudei o plano de contas de cada empresa,
consultei bastantes vezes o POC e só depois é que comecei a classificar novos documentos,
tendo em conta que tive sempre o apoio das colegas e da tutora, para quaisquer dúvida.
Uma vez terminada a classificação dos documentos, procedi ao lançamento dos mesmos no
programa informático. Após cada lançamento, fui numerando cada documento no canto
superior direito, começando sempre uma nova numeração em cada diário.
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4.2 Conferência de saldos c/c de clientes e fornecedores, em que sempre que tive
dúvidas quanto aos saldos de clientes e fornecedores, efectuei uma análise mais profunda
destas mesmas contas, no sentido de detectar possíveis erros ocorridos no processamento
contabilístico, tal como facturas e/ou recibos lançados em duplicado, falta de documentos, não
contabilização de descontos, entre outros.
No entanto, sempre que perdurou a incerteza procedi ao pedido de uma conta corrente aos
clientes ou fornecedores, de modo a averiguar se os seus saldos coincidiam com os da nossa
contabilidade.
No sentido de dar cumprimento às obrigações fiscais das empresas perante o Estado, fez com
que algumas das tarefas desempenhadas durante o estágio incidissem sobre o cálculo dos
impostos, o apuramento das taxas, contribuições e também o preenchimento, conferência e
envio (via Internet) das declarações periódicas.
Passo então, agora a descrever os procedimentos que efectuei em todos os impostos que
calculei e preenchi:
De acordo com o que se encontra estipulado na lei, existem certas situações em que é
obrigatório a retenção na fonte do imposto, nomeadamente nos rendimentos das categorias A,
B, E, F, e H.
Este foi efectuado automaticamente pelo programa de contabilidade, onde se pode consultar
através do diário de Apuramento de IVA dos mês 3 correspondendo ao 1º trimestre, a
transferência do resultado das contas 2432, 2433, e 2434 para a conta 2435 (IVA
Apuramento). No entanto, se da conta 2435 resultar um saldo credor este valor é transferido
para a conta 2436 (IVA a pagar), se pelo contrário resultar um saldo devedor então este
mesmo saldo é transferido para a conta 2437 (IVA a recuperar).
1º Entregar;
2º IVA;
3º Declaração periódica (por TOC);
4º Coloco o NIF do sujeito passivo de quem quero enviar o IVA.
Se a entidade em questão tiver imposto a pagar a guia para o pagamento do mesmo é impressa
depois de emitido o IVA.
No sitio da segurança social, realizei ainda outras operações, tal como comunicação de
admissão e cessação da actividade de trabalhadores, dar consentimento a Entidades Públicas de
Consulta da Situação Contributiva e pedidos de Declarações de não dívida.
Para a determinação do montante do Pagamento Especial por Conta tive que ter em atenção o
valor das Vendas/ Prestação de Serviços e os Pagamentos por Conta referentes ao ano
anterior, uma vez que foram estes valores que estiveram na base do cálculo.
Para efectuar o pagamento é necessário emitir uma guia, acedi então ao sítio da DGCI e segui
os seguintes passos:
1.º Pagar;
2.º Documentos de Pagamento – IRC;
3.º Pagamentos Antecipados;
4.º Submeter o Pagamento Especial por Conta colocando o respectivo valor;
5.º De seguida é só imprimir a guia de pagamento.
5.6 Modelo 10
Segundo o estipulado na lei, as entidades que estejam obrigadas a efectuar retenção na fonte
de imposto estão obrigadas à entrega do Modelo 10.
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Juntamente com a TOC, preenchi este modelo de acordo com o exportado do programa,
confirmando de seguida se os valores declarados correspondiam à verdade, procedendo
posteriormente ao seu envio através do sítio da DGCI, entrando com a senha do cliente, e
seguindo os seguintes passos: “Entregar”-“Modelo10”.
Assim, e muito sumariamente, no quadro 4 deste anexo, é colocado no campo 401 o valor da
conta 88, ao qual vão ser acrescidas e deduzidas determinadas quantias consoante a actividade
económica do empresário em questão.
No Modelo 3 podem ainda ir novos anexos de acordo com outros rendimentos e gastos do
agregado familiar e do sujeito passivo.
Após a conclusão do seu preenchimento, a declaração é entregue acedendo ao sítio da DGCI,
ou directamente do ficheiro previamente instalado no computador, onde apenas é preciso
colocar a senha do sujeito passivo.
6 Encerramento de Contas
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De acordo com os conhecimentos teóricos que me foram incutidos enquanto estudante, deve
proceder-se ao registo de todos os proveitos e custos no exercício económico a que dizem
respeito, independentemente da data do recebimento ou pagamento ocorrer em períodos
seguintes. As contas de ligação estão essencialmente concentradas nas contas de Acréscimos e
Diferimentos.
Assim, quando registei prémios de seguros e pagamentos antecipados de rendas, uma vez que
o seu custo não corresponde na totalidade ao exercício económico de 2008, procedi ao
diferimento deste custo para o exercício de 2009, utilizando então a conta 27.2 (custos
diferidos) a débito por contrapartida do crédito das contas da classe 6 (quando lançados
anteriormente) ou então das contas 12 ou 22 ou 26.
Relativamente ao registo dos consumos de água, luz, gás e comunicação, tal como estimativa
de férias, subsídio de férias e restantes encargos sociais, em que o custo diz respeito ao
exercício económico de 2008, mas o seu pagamento só será efectuado no ano de 2009,
registei o custo relativo a 2008 na respectiva conta a que respeita a débito, por contrapartida
creditei a conta 273 (acréscimos de custos) pelo custo relativo a 2009.
Quando se trata de juros a receber é um proveito que deve ser reconhecido no ano de 2008
ainda que a receita só venha a ser obtida no ano 2009, assim, registei a conta 271 (acréscimo
de proveitos) a débito por contrapartida da conta 78 (Juros Obtidos).
Existe a transferência dos saldos das contas 312 (compras de mercadorias) e 316 (compra de
matéria-prima) a crédito, para as respectivas contas de stocks 32 e 36 a débito, no diário das
Operações de Fecho no mês 13. Se as contas 382/386 (regularizações de existências)
apresentarem valores em aberto, estas são saldadas em contra partida das contas 32/36.
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Embora não haja programa do imobilizado, preenchi fichas internas onde consta a informação
necessária aos lançamentos contabilísticos, tal como, a descrição do bem, data de aquisição,
nome do fornecedor, data de entrada em funcionamento, data de inicio de amortização, taxa
anual de amortização (de acordo com o Decreto - Regulamentar n.º 2/90) e custo de aquisição
do bem.
Através destes dados foi-me então possível calcular as amortizações dos bens preenchendo o
modelo 321 (Mapas de Reintegrações e Amortizações), podendo dessa forma proceder ao
registo contabilístico das amortizações lançando a conta 66 a débito por contrapartida da
conta 48.
Nestes casos é preciso ter em atenção que o facto de haver Mais ou Menos Valia
Contabilística e Mais ou Menos Valia Fiscal, devem ser inscritas no quadro 07 do Modelo 22.
Contudo, se a conta 85 tiver um saldo credor existe o cálculo de estimativa de imposto, sendo
este de 25% sobre o lucro, havendo então o lançamento da conta 86 à conta 2413 (Imposto
Estimado), não se efectuando o mesmo processo se o saldo da conta 85 for devedor.
Assim, quer o saldo da conta 85 seja credor ou devedor o seu valor deverá ser transferido
para a conta 88, tal como o saldo da conta 86, para assim determinar o Resultado Líquido do
Exercício.
Desta forma, para apuramento do Lucro Tributável, o saldo da conta 88 foi colocado no
campo 201 do quadro 07, valor este a que foram acrescidas e deduzidas determinadas
importâncias que podem ser ou não aceites fiscalmente.
Aqui, também os pagamentos antecipados tal como, Pagamentos por Conta e Retenções na
Fonte, foram deduzidos para o cálculo do imposto.
É necessário verificar todos estes procedimentos e outras situações que podem afectar o
cálculo de imposto, uma vez que, uma empresa com Resultado Antes de Imposto negativo, por
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exemplo, pode ter de pagar IRC através de tributações autónomas ou dos custos
contabilísticos não aceites fiscalmente.
Depois de totalmente preenchido o Modelo 22, foi emitido pela Técnica Oficial de Contas,
através do sítio da DGCI.
Foi preenchido o Anexo L para assim se poder dar conhecimento do montante global do IVA
das transacções comerciais realizadas pela empresa ao longo do período de tributação, para
acertos de liquidação do IVA.
Bem como, outros anexos de acordo com as características das empresas para depois da
conclusão do seu preenchimento a IES ser submetida pela Técnica através do sítio da DGCI.
da …), que têm que decidir, dirigir e gerir as suas actividades, assim, para se poder analisar
Deste modo, e com vista o cumprir essa finalidade, participei nesse estudo analisando
economicamente uma entidade, utilizando para isso rácios de solvabilidade, endividamento,
liquidez geral, e rendibilidade operacional das vendas. Tal como a análise da evolução da
facturação a clientes e fornecedores.
Conclusão
No decorrer destes quatro meses, sensivelmente, foram-me solicitadas inúmeras tarefas, nas
quais empenhei toda a minha capacidade e dedicação para que pudesse corresponder da
melhor forma às mesmas.
Essas foram surgindo em várias etapas, que considero perfeitamente normais e fundamentais
para o meu desenvolvimento tanto a nível profissional como pessoal, as quais só vieram
enriquecer os meus conhecimentos, podendo aplicar na prática toda a teoria que aprendi ao
longo da minha licenciatura em ...
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O estágio proporcionou-me uma nova visão do mundo do trabalho, das suas dificuldades e
barreiras, mas também me ajudou a cultivar conhecimentos, métodos e técnicas de trabalho e
de organização, principalmente na área de contabilidade e fiscalidade.
Considero que estes quatro meses de prática valeram por muitos anos de teoria, uma vez que
aprofundei e desenvolvi competências para a minha carreira profissional, que começa a dar os
primeiros passos.
Gostaria de realçar também as excelentes condições que me foram postas ao dispor, quer ao
nível de instalações, quer ao nível de recursos técnicos e humanos, para que me sentisse da
melhor forma no local de trabalho.
Confrontei com a prática a formação teórica até hoje adquirida, questionando, reflectindo e
complementando conhecimentos e situações que me abriram novos horizontes para o meu
desenvolvimento futuro, embora consciente de que ainda existe muito mais para aprender e
pôr em prática.
Dificuldade encontradas
Por outro lado o ritmo de trabalho de uma empresa como esta, com profissionais com largos
anos de experiência, e o elevado grau de responsabilidade com que estes executam as tarefas
diárias, criaram em mim um receio inicial, quase intimidatório, que foi progressivamente
ultrapassado com o apoio incondicional das colegas, o que reforçou o meu empenho e
sucesso.
Por fim, gostaria de realçar dificuldades sentidas pelas minhas colegas, e agora por mim, que
são a complexidade e as constantes alterações legislativas que obrigam a uma permanente
actualização e reciclagem de conhecimentos.
Relatório de Estágio Profissional para a Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas
Referências Bibliográficas
Consulta de diversa legislação: CIVA, CIRS, CIRC, CI.SELO, Orçamento de Estado 2009,
A Estagiária,
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