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EnEO 2019

Fortaleza/CE - 16 a 18/05/2019

MAS AFINAL, O QUE É O ‘DISCURSO’ EM UMA ANÁLISE? REFLEXÕES


SOBRE ANÁLISES DE DISCURSO CRÍTICAS NO CAMPO DE ESTUDOS
ORGANIZACIONAIS

Autoria
Luiz Gustavo Alves de lara - luizusf@hotmail.com

Fabio Vizeu - vizeu@up.edu.br


Prog de Mestr e Dout em Admin – PMDA/UP - Universidade Positivo

Resumo
Os desdobramentos da virada linguística nas ciências sociais fizeram com que a linguagem
se tornasse um campo fértil de pesquisas em Estudos Organizacionais. Por conta disso, esse
campo tem demonstrado uma diversidade não apenas de procederes de análises de discurso,
mas também, de entendimento do que é considerado como ‘discurso’ em uma análise
(ALVESSON; KARREMAN, 2000). Este ensaio problematiza o uso livre do termo quando
articulado sem um claro alinhamento entre o que o pesquisador considera ser discurso e o
aporte teórico utilizado. Para tanto, promovemos uma reflexão sobre aspectos
onto-espistemo-metodológicos da ideia de discurso no pensamento social, a partir de uma
referência reflexiva devedora da perspectiva hermenêutica.
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MAS AFINAL, O QUE É O ‘DISCURSO’ EM UMA ANÁLISE? REFLEXÕES SOBRE


ANÁLISES DE DISCURSO CRÍTICAS NO CAMPO DE ESTUDOS
ORGANIZACIONAIS

Resumo
Os desdobramentos da virada linguística nas ciências sociais fizeram com que a linguagem se
tornasse um campo fértil de pesquisas em Estudos Organizacionais. Por conta disso, esse
campo tem demonstrado uma diversidade não apenas de procederes de análises de discurso,
mas também, de entendimento do que é considerado como ‘discurso’ em uma análise
(ALVESSON; KARREMAN, 2000). Este ensaio problematiza o uso livre do termo quando
articulado sem um claro alinhamento entre o que o pesquisador considera ser discurso e o
aporte teórico utilizado. Para tanto, promovemos uma reflexão sobre aspectos onto-espistemo-
metodológicos da ideia de discurso no pensamento social, a partir de uma referência reflexiva
devedora da perspectiva hermenêutica.
Palavras-chave: Análise de Discurso; Estudos Organizacionais; Linguagem; Crítica; Ensaio.

Introdução
No sentido polissêmico das palavras em uso no contexto social atual (Matitz; Vizeu,
2012), o termo ‘discurso’ tanto pode denotar situações de falas quanto conotar regularidades
estruturantes dessas falas. No primeiro caso, o termo está mais ligado a um uso popular e
cotidiano, quase sempre, com o seu sentido denotando um monólogo ou proferimento de uma
mensagem (em uma conferência ou em um comício eleitoral, por exemplo). O segundo
sentido diz respeito ao modo de uso presente em estudos que abordam teorias de análise de
discurso que, embora tenham constructos variados, estão geralmente associados às descrições
estruturais e condições sociais de falas e interações linguisticamente mediadas, seja
expressando condições para significação de algo (ORLANDI, 2009), normatizações dos
significados (DUNKER; PAULON; MILÁN-RAMOS, 2016) e estruturas e manifestações de
uma regularidade semântica de termos (FIORIN, 2008).
Este sentido ontológico da prática social dado ao discurso pelas teorias de análise de
discurso assume um caráter especial nas chamadas Análises de Discurso Críticas – ADCs.
Estas incorporam uma nova premissa em seu arcabouço analítico, aquele devedor da tradição
crítica do pensamento social contemporâneo. Mesmo assim, vemos uma grande diversidade
presente nas diferentes manifestações dessa abordagem. Ou seja, em ADCs, o discurso pode
ser compreendido e apreendido sob múltiplos níveis.
A partir de abordagens mais próximas do pensamento estruturalista, sua manifestação
estará ligada ao processo de subjetivação em massa a partir de hegemonias discursivas. Nesse
sentido mais macro, analisar um discurso significa se debruçar sob um corpus que exprima
diferentes formas de construção social: i) historicidades que formaram os discursos
dominantes (FOUCAULT, 2008); ii) as condições de formação de consenso ou obtenção de
êxito por meio da comunicação (HABERMAS, 1984); iii) as estruturas que se formam na
dinâmica de produção e consumo de mensagens de massa (FAIRCLOUGH, 2001); entre
outros olhares macro sociais. Por outro lado, as estratégias metodológicas que dialogam com
teorias de autores que se situaram no pensamento pós-moderno, é possível analisar discursos
a partir de situações contextuais, seus lugares de fala e na dinâmica de poder que deles se
estabelecem (ALVESSON; KARREMAN, 2000), a exemplo dos escritos tardios de Foucault.
Neste texto, o leitor não deve alimentar expectativas de encontrar protocolos práticos
para proceder a análise de discurso crítica, ou mesmo uma suposta verdade definitiva do que é
ou não ADC; na verdade, pretendemos dar um passo anterior a estes propósitos: o presente
ensaio buscou resgatar a importância de alinhamento onto-epistêmico-metodológico como
uma forma de construir um saber sobre a unidade da análise, ou seja, o Discurso (ou, como

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veremos adiante, os discursos), destacando particularmente possibilidades de entendimento


para o campo de Estudos Organizacionais (EORs).
Entendemos que esse propósito se justifica tendo em vista que, em nosso campo, as
análises de discurso ainda parecem ter olhares difusos sobre o que é discurso, especialmente
quanto as implicações deste entendimento na elaboração de procederes metodológicos. Em
certo sentido, a falta de clareza desses aspectos em campos com acadêmicos como o de EORs
contribui para que os linguistas reivindiquem esta prática para seus domínios (GODOI;
COELHO; SERRANO, 2014). Em razão disso, nosso propósito foi o de apresentar argumento
sobre a dimensão ontológica do discurso a partir da guinada linguística tal qual concebida
pela hermenêutica crítica (RICOEUR, 2013). Assim agindo, extrapolamos nossa reflexão para
tecer alguns cuidados em relação às possibilidades de ADCs e quanto a um entendimento
sobre o que se considera discurso nas teorias de base sociológica, bem como seus
desdobramentospara o campo de EORs.
Conforme já sinalizamos, este texto é concebido sob forma ensaística, tomando-a
como uma possibilidade não usual – porém legítima – para construção de saberes em nosso
campo. Por conta disso, é importante enunciar o lugar de fala do ensaísta: ao associar-nos à
hermenêutica, partimos da premissa de que a realidade humana é linguagem (GADAMER,
1999; WITTGENSTEIN, 1999); desse modo, entendemos que um ensaio não se antagoniza à
empiria, mas toma a linguagem como a única possibilidade de elaborá-la. Assim, a partir do
caráter ontológico da linguagem para realidade humana e sob forte influência das concepções
de Gadamer e de Lacan, nos inserimos com este texto no esforço já sinalizado sobre a
possibilidade de construção de conhecimento no campo de EOR a partir da forma ensaística,
visando a construção original de um novo entendimento pelo que já está posto, sem os limites
de protocolos rígidos de uma narrativa acadêmica cristalizada (BERTERO, 2011;
MENEGHETTI, 2011). Por isso mesmo, este não se trata de um artigo de revisão das teorias
de análise de discurso; nosso trabalho talvez seja melhor compreendido como um ensaio
metodológico.

Discurso, fala e texto: usos no senso comum e no contexto acadêmico


Talvez um dos maiores problemas enfrentados pelos iniciantes em Análise de
Discurso seja assimilar que o termo discurso é polissêmico, e que, possivelmente, a primeira
associação que ele carrega é aquele sentido comum de seu uso na vida cotidiana,
descompromissado com os constructos próprias dos campos da filosofia, da linguística, da
sociologia ou da psicanálise. No senso comum, discurso acaba sendo entendido como uma
situação de monólogo proferido por alguém, um político, um orador, ou um sujeito comum
em situação cotidiana de fala, especialmente aquelas de caráter solene (BRASIL, 2011).
Entretanto, ao se considerar o termo no seu uso acadêmico, a palavra ganha outros sentidos;
ironicamente, isso ocorre justamente porque há alguns ‘discursos acadêmicos’ que criam
condições próprias de normatização e de significação (DUNKER; PAULON; MILÁN-
RAMOS, 2016).
No cotidiano – particularmente em contextos descompromissados com o campo
acadêmico – a palavra discurso denota algo bastante objetivo: faz referência àquilo que foi
falado, sem necessariamente problematizar como as condições que determinam os
significados associados ao que foi dito. O conteúdo da fala é tomado como algo objetivo, cujo
significado é ofertado por quem emite a mensagem. Numa situação como essa, entende-se que
a audiência não participa (ou não se percebe em condições de participar) da construção do
sentido para o que está sendo discursado. Aliás, a audiência possivelmente irá empreender
algum esforço para entender o conteúdo objetivo, ou seja, buscará extrair a verdade sobre o
conteúdo da mensagem que – supõe-se – está na forma expressa do que foi dito.

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O escrutínio do sentido dado pelo senso comum ao discurso revela o primeiro


problema encontrado na forma de considerar a relação entre discurso e significado. Notemos
que, se o significado está com o emissor e à audiência cabe apenas julgar se o conteúdo
daquele discurso, enquanto um ato de fala, corresponde ou não à realidade que tomam para si,
parte-se da premissa que o discurso pretende ser o espelho do real e que possui referência
fixa. Essa premissa objetiva implica em três posturas da audiência em uma situação cotidiana
de fala (Habermas, 1985): i) quando a audiência tem a impressão que o erro na relação entre
discurso e real se deve a problemas de comunicação (ruídos, mídia inadequada ou má
performance do falante); ii) quando julga-se que o falante assume um entendimento
equivocado sobre o real; e iii) quando o falante deliberadamente distorce o real, com alguma
intenção manipulativa.
Essas situações revelam que discurso e prática são tomados como passíveis de
contradição, uma vez que ambos remetem a uma descrição objetiva sobre algo: o discurso em
relação à descrição de um mundo idealizado em um monólogo, e a prática em relação à
descrição do mundo concreto. A audiência acaba, deste modo, confrontando o que é dito e o
que é praticado. Essa constatação é comumente vivenciada em diferentes situações cotidianas,
mesmo no contexto organizacional, como por exemplo a situação mencionada no estudo de
Lacombe e Tonelli (2001), que evidencia discrepâncias entre o que é dito, tomado como
discurso, e o que é praticado em gestão de recursos humanos em um grupo de grandes
empresas que as autoras analisaram.
Tendo em conta que esse entendimento é dado em situações cotidianas e no sentido do
senso comum, quando tratamos do termo no uso acadêmico, a situação deve ser diferente.
Quando a palavra ‘discurso’ é articulada em um estudo que empreende uma ADC, é
importante que o/a analista demonstre alguma consciência sobre qual é o sentido
epistemológico no qual o termo se insere, ou seja, quais são as condições normativas do
significado desse termo em determinado constructo teórico. É preciso ter clareza sobre o que
se está referindo como sendo ‘discurso’, especialmente, em relação ao referencial teórico em
uso no trabalho. Isto se faz necessário para que o uso do termo seja coerente com a
comunidade para qual o pesquisador se dirige. Sem esse cuidado, problemas de
inteligibilidade podem dificultar o diálogo e entre o pesquisador e sua comunidade de
referência.
Em alguns casos de pesquisas que se propõem realizar análise de discurso, a teoria de
base do estudo já oferece definições quase que exaustivas sobre o que é um discurso. Mas em
muitos outros, estas definições estão contidas no referencial teórico de forma indireta. Nessas
situações, é desejável que o pesquisador não se atenha a apenas uma obra do autor que lhe é
caro, mas que sature sua definição a partir de um conjunto de textos a partir dos quais seja
possível enunciar o que está sendo considerado como discurso.
Embora discurso seja um termo polissêmico (ALVESSON; KARREMAN, 2000), no
campo sociológico, discurso e conteúdo de fala não se confundem, ou não deveriam ser
confundidos como referindo a mesma coisa. O conteúdo fala ou um texto devem ser
considerados como um produto do discurso, refletindo um substrato passível de escrutínio
apenas em função de suas condições de produção. Isso parece ser um importante ponto de
convergência entre as teorias sociológicas de discurso como, por exemplo, Fairclough (2001)
e Foucault (2000, 2008), ambos autores bastante utilizados como norteadores de ADCs em
EORs. Deste modo, a partir da perspectiva desses e de outros autores que professam a ADC,
seria complicado, senão equivocado, se referir ao discurso como sendo o conteúdo do corpus
de análise. Ao corpus textual deveríamos, nesses casos, nos referir como sendo a
manifestação discursiva, ou o produto discursivo, ou mais facilmente como aquilo que é, no
sentido dado pela perspectiva sociológica: o texto, a fala, o proferimento, a imagem. O termo

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discurso deve ser preservado para ser utilizado conforme o sentido construído pelas teorias
que amparam o estudo.
Se partimos de uma definição de discurso já consolidada, dele denotam premissas
importantes para se empreender a ADC. Por exemplo, no marxismo, o conceito de discurso
está ligado à ideia de materialização da ideologia como falsa consciência (ORLANDI, 2009;
RICOEUR, 2013), sendo uma expressão da ideologia da classe dominante. Ao analista de
discurso afiliado ao materialismo histórico caberá o papel de compreender de que forma este
discurso, enquanto parte da superestrutura social – a aparência –, se manifesta e se
reconfigura através de diferentes mecanismos, tais como novas plataformas de comunicação,
técnicas retóricas, textos, falas, etc. Assim, o uso coerente do termo neste recorte teórico
específico circundará à compreensão de que o discurso burguês está associado ao processo de
formação de uma falsa consciência do real. Ou seja, ao considerar que textos e comunicações
são produto da ideologia burguesa – que, por sua vez, oculta os mecanismos perversos que
mantém o sistema capitalista em funcionamento – estamos nos referindo ao discurso como
um produto da ideologia em si mesma, enquanto um instrumento de restrição para
interpretação do real. Neste sentido, a teoria marxista sugere que, com esse processo em
curso, a expressão de visão de mundo de sujeito dominado pelo sistema de capital carregará
consigo os interesses da burguesia (FARIA, 2009).
A partir de outras epistemologias, outros pressupostos sobre o discurso se apresentam,
fornecendo distintas possibilidades para a ADC. Esse é o caso da hermenêutica crítica
(RICOEUR, 2013), onde o pesquisador pode iniciar uma análise de discurso sem,
necessariamente, partir de uma condição de esclarecido sobre o discurso presente no seu
fenômeno de interesse (como parece ser a posição da epistemologia do materialismo
histórico). Analisar discurso, nesse sentido, consiste em interpretar e delinear suas
características, retratando especialmente como os sujeitos usam a linguagem ou como a
linguagem usa os sujeitos (ALVESSON; KARREMAN, 2000). Assim, dentro da perspectiva
da hermenêutica, torna-se necessário encontrar o lugar de fala dos sujeitos e compreender os
interdiscursos pelos quais eles constroem sentidos para suas narrativas (DUNKER; PAULON;
MILÁN-RAMOS, 2016). Esta tarefa se torna mais frutífera para pesquisadores que, dentro de
um continuum, estão um pouco mais próximos(as) dos pensadores pós estruturalistas. Isso
porque dificilmente irá se admitir a existência de apenas um discurso estruturante da
sociedade (como ocorre no marxismo), ou ainda, que um discurso seja apreensível pelas
estruturas sociais apenas.
Nessa direção, os estudos foucaultianos tardios tendem a explorar melhor as
interdiscursividades, considerando a ordem social como disputa entre vários discursos
(FOUCAULT, 2000). É assim que uma análise de discurso afiliada a este autor pode seguir
no caminho da desconstrução de explicações e saberes totalitários, quebra de hegemonias,
disputas pela fixação do sentido e pela verdade. Entre os caminhos viabilizados por esse
olhar, o discurso por ser acessado pela regularidade dos enunciados proferidos por sujeitos,
pelas curvas de visibilidade e de invisibilidade que produz, pela compreensão da dinâmica
estabelecida para permissões e das interdições, e pela inscrição do discurso nos corpos
(FOUCAULT, 1979).
Os exemplos da visão marxista, hermenêutica e pós-estruturalista foucaultiana foram
aqui tomados não para indicar um melhor caminho para se empreender ADC, mas sim, para
ilustrar a estrutura de diferentes vias possíveis, mas principalmente, a necessidade de se
compreender bem quais premissas sobre o discurso se assume ao se escolher determinada
literatura de base. O que percebemos no campo de EOR é um uso pouco reflexivo sobre a
relação entre a forma em que se concebe o ‘discurso’ e as premissas onto-epistemológicas da
teoria de base utilizada para se empreender a ADC. O que defendemos aqui é que os

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pesquisadores de EOR procurem um escrutínio mais rigoroso nestas premissas antes de


empreender a ADC.
Neste sentido, sugerimos uma reflexão proveitosa para se manter a coerência entre as
premissas do conceito de discurso e os aspectos procedurais da ADC. Propomos acompanhar
Fairclough (2001) na sua concepção de que um discurso pode ser apreendido pela dinâmica
de produção, distribuição e consumo de mensagens em torno da qual emerge uma ordem
social, por considerarmos essa uma premissa que, em maior ou menor grau, está presente em
diferentes persepctivas de ADC. Assim, para o autor, uma análise de discurso pode seguir na
busca da regularidade de práticas discursivas de produção e consumo de texto, a identificação
da intertextualidade, ou seja, a interligação entre textos que produzem um sentido em comum
e que formam uma cadeia auto referenciada de sentido, produzindo regularidade na interação
social. A partir do entendimento desta complexidade, o analista tem condições de
compreender a matriz social do discurso e a ordem social por ela produzida.

Análise do Discurso e Análise de Discurso: entre discursos dos pensamentos


estruturalista e pós-estruturalista
Outra forma de escrutinar o problema do discurso em EOR é reconhecendo as
diferentes nomenclaturas para referir a prática e investigação. Sendo assim, é comum
encontrarmos variantes da nomenclatura, algumas vezes enunciada como ‘Análise do
Discurso’, outras como ‘Análise de Discurso’. É admitindo as duas possibilidades de se
nomear este proceder metodológico que se inicia esta reflexão inicial, buscando explorar as
condições que significação do termo e como estas sugerem o procedimento de elaboração da
análise.
Dito isso, indagamos: como os pensamentos estruturalista e pós-estruturalista se fazem
presente nesses termos? É justamente sob esta indução de diferenciação – aliada a nossa
reflexão prévia – que buscamos vias para esclarecimento sobre níveis de manifestações
discursivas e os desdobramentos sobre a natureza da formação de corpus de análise.
Se a análise é ‘do’ discurso, isso nos leva a acreditar que o discurso analisado é um só
e que está devidamente pré-identificado na teoria de base do pesquisador, ou seja, ao
utilizarmos a expressão ‘Análise do Discurso’, o artigo definido ‘do’ indica a especificação de
‘um discurso’ em especial. Esta forma de se referir ao objeto de análise remete à um
posicionamento do analista que indica um conhecimento prévio sobre o discurso hegemônico
que está influenciando contexto em questão, ou remeter a utilização de teorias estruturalistas
como base, ou ambos os casos. Por exemplo, este parece ser o caso do artigo de Misoczky,
Flores e Böhm (2008), que denunciam o silêncio do discurso organizacional hegemônico em
relação às lutas sociais subjacentes neste campo. Os autores se referem à contraposição de um
discurso hegemônico sobre o qual possuem um esclarecimento:

O termo hegemonia se refere, aqui, a um alinhamento do discurso político que


produz um significado social específico, e que tem uma longa história no
pensamento histórico ocidental, tendo sido produzido de um modo muito concreto e
material. [...]Acreditamos que os estudiosos críticos das organizações têm como uma
das tarefas políticas mais urgentes explorar os processos de organização da
resistência e das lutas sociais que tendem a ser ignorados pelo discurso
organizacional contemporâneo. (MISOCZKY; FLORES; BÖHM, 2008, p. 182).

A referência ao discurso hegemônico indica sua forte influência na formação da ordem


social. Sendo assim, terá importante papel no processo de subjetivação dos grupos que a partir
deste se constituem, seja como um produto dessa hegemonia, seja como contra-hegemonia,
sob forma de resistência (ALVESSON; KARREMAN, 2000). Neste e em casos análogos,

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parece ser possível se referir à uma Análise ‘do’ Discurso, uma vez que já se parte de um
saber consolidado sobre sua existência ou manifestação.
Este posicionamento implica também em consequências no proceder analítico.
Sabendo qual é o discurso presente no contexto investigado, o pesquisador possivelmente vai
se ater às suas formas de manifestação e respectivas consequências. Tomemos como exemplo
um estudo de epistemologia derivada do marxismo, cuja teoria de base oferece um robusto
diagnóstico sobre a estrutura e a infraestrutura social. Lara e Oliveira (2017) buscaram
identificar as manifestações ideológicas do crescimento econômico em um discurso
específico, o da sustentabilidade. A partir de teorias de base que apontavam o delineamento
do discurso da sustentabilidade, buscou-se entender os aspectos ideológicos da economia que
participavam da ordem discursiva hegemônica que normatizava sentidos sobre os impactos de
hidroelétricas estatais no meio ambiente. Como nesse caso partiu-se da suposição teórica de
que o discurso capitalista é a hegemonia no contexto investigado, os pesquisadores buscaram
compreender suas manifestações, atualizar os meios pelos quais ele se manifesta, ou ainda,
ratificar a denúncia deste como forma de dominação, no intento de viabilizar vias para
emancipação em relação às contradições da realidade que a hegemonia do discurso capitalista
oculta ou suprime.
Esses exemplos revelam que, a partir de um discurso teorizado, é provável que o
proceder investigativo do pesquisador irá convergir para busca de manifestações
confirmatórias, ou mesmo de versões que são, na verdade, roupagens distintas de um mesmo
discurso, a partir de um mesmo centro de significação. Desse modo, a análise carrega um
sentido mais descritivo da formação e/ou da manifestação discursiva. Ou seja, mesmo o
discurso sendo o objeto de análise, a própria concepção do pesquisador é, em si mesma, um
discurso particular.
O pesquisador pode também buscar a historicidade de um discurso hegemônico, e
nesse sentido, os escritos de um Foucault mais estruturalista em que ele utilizava sua
arqueologia do saber (FOUCAULT, 2008) pode ser frutífero para EORs (como tem sido, de
fato.). Assim, o desdobramento metodológico induzido por essa perspectiva leva o
pesquisador a perceber as micro-estruturas do poder formadas pelo discurso, a formação
contingente dos lugares de fala, as manifestações do desejo de verdade que originam a
normatização dos sentidos do que é dito. Por este caminho, o corpus de análise pode ser
formado por entrevistas de profundidade, registros de interações comunicativas de grupos,
estudos de caso, etc. É por meio deste nível que vai se construir um saber sobre o discurso que
se manifesta pelo corpus, mas não se confunde com ele próprio. O discurso pode ser
apreendido, por exemplo, a partir da compreensão de sua manifestação na formação das
subjetividades daquele contexto, das dinâmicas das micro-estruturas sociais, sob o
entendimento de que os discursos são jogos de poder que atuam como linhas de força no
processo de subjetivação (FOUCAULT, 1979). O mais importante neste momento, é
compreender que o material coletado para formação do corpus deve ser coerente com o nível
de análise na qual a teoria de base do estudo é desenvolvida.
A escolha do nível de manifestação do discurso leva a desdobramentos metodológicos
exigidos para manutenção da coerência epistêmico-metodológica que nos é tão cara no campo
acadêmico. As pesquisas que articulam teorias sociais de grande amplitude devem buscar
compreender quais são as unidades de análise destas teorias que permitam explorar as
macroestruturas sociais. Por outro lado, ao articular teorias que valorizam a singularidade, as
subjetividades e os discursos em seus micro contextos, deve-se buscar a formação de um
corpus de análise que seja capaz de revelar tais singularidades.

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Amplitude teórica, níveis de análise e natureza do corpus


Por se tratar de uma estratégia metodológica bastante plural, o discurso sobre análises
de discurso em EORs parece normatizar a indefinição das fronteiras desta estratégia
metodológica. A impossibilidade de estabelecimento de protocolos fixos de ADCs faz com
que os analistas de discurso em EORs elaborem seus procederes de forma contingente. De
fato, este parece ser o grande desafio das ADCs, uma vez que exige que o pesquisador tenha
consciência onto-epistêmica que conduz a determinados procederes metodológicos que
emergem de sua relação com o corpus. Entretanto, é necessário que, sem definir fronteiras ou
procedimentos, insistamos na necessidade de procederes elaborados com a lógica interna das
teorias vinculadas.
Não são incomuns os estudos que enunciam influência de autores cujas correntes
teóricas não se (con)fundem, sem que isso represente barreiras que desautorizem os analistas
a confeccionarem procederes sincréticos. Por outro lado, há pesquisadores que vêm refinando
seus procederes ao longo dos anos de forma bastante situada em algumas correntes, como por
exemplo, a profa. Christiane Kleinübing Godoi com procederes inspirados pela Escola
Qualitativista de Madri (COELHO; GODOI; COELHO, 2015; GODOI; COELHO;
SERRANO, 2014).
É importante ressaltar o/a pesquisador(a) vinculando-se diretamente ou não a uma
tradição de análise do discurso, já que, sem que isso seja tomado de forma consciente, o ato
analítico será sempre contingente. Nesse sentido, são problemáticas as adoções protocolares
que não emergem da necessidade imperativa da relação entre analista e fenômeno/objeto de
análise. A elaboração de percursos analíticos contingenciais faz com que recaia sobre o/a
pesquisador(a) a responsabilidade de demonstrar coerência entre ontologia, amplitude teórica,
nível de análise e natureza do corpus formado para apreensão de dimensões sociológicas de
um discurso. Nesse sentido, há que ser vigilante quanto à filiação metodológica pressupostas
em escolas de análise de discurso ou teorias de discurso para que se não se tenha dissonâncias
entre amplitude teórica e procederes metodológicos elaborados ou adotados.
Os textos que introduzem as ADCs normalmente as apresentam sob narrativas de
escolas. De fato, é farta a literatura que oferece tipificações de ADCs com base em
nacionalidades, como por exemplo, a Escola Francesa, Anglo-Saxônica, Espanhola, Alemã,
etc. Mas estes agrupamentos regionalistas, embora didaticamente úteis para quem se aproxima
desta temática, se revelam insuficientes para enunciar uma perspectiva procedural ou conotar
um pensamento comum entre esses autores a ponto de serem referidos como sendo parte de
uma escola de pensamento ou de procederes metodológicos convergentes (ORLANDI, 2003).
Deste modo, argumenta-se em favor de que o pesquisador, além de enunciar uma escola caso
isso lhe seja caro, enuncie também o autor ou a obra que inspira a elaboração de seu proceder
analítico.
Ao que se refere como sendo a Escola Francesa de ADC, por exemplo, são agrupados
diversos autores, que embora tenham em comum a perspectiva crítica, como Foucault e
Pêcheux, mas que inspiram procederes diferenciados entre si (MELO et al., 2004). Enunciar
uma análise de discurso foucaultiana pura e simplesmente soa insuficiente para compreender
os fundamentos do percurso analítico adotado, uma vez que o próprio Michel Foucault se
utilizou de duas perspectivas metodológicas que não se confundem entre si e até dividem sua
obra: a arqueologia e a genealogia (FOUCAULT, 1979). Desse modo, é possível afirmar que
existem duas maneiras distintas de se conceber uma análise de discurso baseada em Foucault
(ALVESSON; KARREMAN, 2000), sendo necessário ao analista de discurso enunciar qual
delas está se referindo ao dizer que adota uma ADC foucaultiana.
Podemos argumentar com o próprio Foucault tal problema. A arqueologia, referente
aos primeiros escritos do autor, são construídas a partir de um olhar metodológico que remete
a uma investigação dos aspectos estruturantes da ordem social. Seu proceder metodológico

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está relacionado à investigação histórica sobre a construção dos discursos, sob uma
perspectiva mais estruturalista. A genealogia, presente em uma segunda fase dos escritos do
autor, está ancorada em um proceder inspirado em Nietzsche e tem como objeto central o
poder. A exemplo da Microfísica do Poder (FOUCAULT, 1979), esta perspectiva leva um(a)
pesquisador(a) inspirado(a) nessa abordagem a olhar para as singularidades, as relações de
poder nas práticas discursivas contextuais dos grupos sociais (ALVESSON; KARREMAN,
2000). Note-se que se tratando de teorias sobre dois níveis distintos, macro e micro, o corpus
de análise deve corresponder à busca de acesso desses respectivos níveis.
Talvez a correspondência entre corpus e nível de análise seja um dos aspectos que
mais merecem atenção nas análises de discursos no campo de EORs. Com alguma frequência,
notamos estudos que articulam teorias de amplitude macro, com uma teoria metodológica que
remete à aspectos macro do discurso, mas com um corpus formado por textos singulares,
entrevistas, entre outros materiais representam um lugar de fala muito específico para os quais
as teorias macrossociais acabam se tornando limitadas. É importante ressaltar que, apesar
desta ressalva, não significa que aqui esteja sendo sustentado a impossibilidade. Deve-se
buscar inteligibilidade argumentativa de como se deu a mobilidade entre o micro contexto de
entrevistas e textos selecionados para o nível das macroestruturas teóricas que embasam o
estudo.
Esse problema de inconsistência entre o nível de análise e a natureza do corpus parece
acontecer com alguma frequência quando são empreendidas análises de discurso a partir da
abordagem de Fairclough (2001), cuja obra também é bastante influente em nosso campo. Sua
teoria é de nível macro e meso social e, a partir dela, se constrói um elo entre a prática social e
o texto. A aderência dos procederes vinculados a esse autor dependem de uma análise que
responda como práticas sociais se formam e se transformam a partir da produção, distribuição
e consumo dos textos que compõe o corpus, pois este, mais do que um indicativo de
procedimento, é um fundamento estruturante da teoria de Fairclough (2001) sob a qual ele
constrói uma abordagem metodológica – não um esquema analítico – como possibilidade.
Entretanto, muitas vezes Fairclough (2001) é enunciado como inspiração
metodológica, mas aplicado sob um corpus formado apenas por entrevistas, registros de fala
ou textos e que são analisados forma como se apresentam para seu público alvo. Nesse
sentido, salvo sejam feitas as construções e desenvolvimentos necessários para transições
inteligíveis entre níveis de análise, as ADCs inspiradas na obra de Fairclough podem se
revelar muito mais um proceder elaborado utilizando livremente os termos articulados por
aquele autor do que a apropriação da teoria analítica contida na obra.
Em EORs também encontramos estudos que se inspiram na obra de Michel Pêcheux,
cuja disseminação no Brasil se deve, em parte, aos trabalhos metodológicos de Eni Peruceli
Orlandi (ORLANDI, 2003, 2009). A partir de uma perspectiva crítica ao estruturalismo
linguístico de Saussure, Pechêux (1995) teorizou criticamente sobre o discurso como sendo
produto de determinações socio-históricas. Sua teoria do discurso herda fundamentos do
marxismo e entende que a ideologia se revela uma forma de dominação que se materializa no
discurso, que, por sua vez, se manifesta nos dizeres de sujeitos (PÊCHEUX, 1995). Nesse
sentido, Pêcheux se aproxima também da psicanálise, assumindo que o sujeito não é senhor
de sua consciência, mas que se trata de um ser assujeitado do discurso socio-histórico de seu
contexto (ORLANDI, 2009).
Notemos que sob esta perspectiva, podemos tanto formar um corpus de análise a partir
de um conjunto de textos de massa, como também a partir de falas de sujeitos obtidas por
meio de entrevistas ou transcrições contextuais de interação comunicativa. A unidade de
análise é o discurso e o nível de análise é social ou societal. Portanto, independentemente da
natureza do material analisado, texto ou fala, serão investigadas as condições sociais e
históricas que conferem sentido delas como produtos do discurso dominante. Desse modo,

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fica mais claro compreender que, para Pêcheux, discurso não é a fala ou o texto produzido por
um sujeito; ao tomarmos textos ou entrevistas para formação de um corpus, interrogamos os
aspectos socio-históricos que aprisionam tantos outros sentidos possíveis para o dito em favor
da hegemonia hermenêutica. Esse percurso pode nos levar à compreensão de processos
estruturais de dominação social decorrentes de uma ideologia.

Considerações Finais: Desdobramentos para o Campo de Estudos Organizacionais


A interdisciplinaridade das análises de discurso as conferem múltiplas possibilidades
de procederes. Entretanto, estudos que se utilizam dessas abordagens não podem perder de
vista a coerência entre as teorias articuladas, o tipo de material analisado e os procederes
metodológicos, sejam eles desenvolvidos contingencialmente ou protocolos normatizados por
algum autor adotado. Apesar de ser uma premissa trivial, lidar com campos nos quais as ADs
e ADCs se fundamentam exige do pesquisador um esforço para articular teorias cujas
complexidades são somadas ao produzir um novo saber sobre o discurso, este elemento tão
abstrato. Esta dificuldade se reflete em alguns estudos da área publicados em revistas de
grande credibilidade e que acabam revelando a necessidade de fomentar discussões
epistemológicas e metodológicas de forma aplicada.
O campo de EORs, diverso em teorias que é, se constitui uma área riquíssima para
experimentos metodológicos e desenvolvimento de saberes livres de ortodoxias teóricas. Isso
não significa abrir mão da lógica interna de produção de conhecimento que é a coerência
onto-epistêmico-metodológica. Também não se trata aqui de normatizar as possibilidades,
mas de induzir uma reflexão crítica sobre como estamos as operando em nosso campo. Deste
modo, busca-se preservar os fundamentos teóricos que constituem não apenas o estudo
estruturado, mas o próprio discurso pelo qual o sujeito se constitui como pesquisador.
As análises de discurso de orientação crítica têm o propósito de emancipar e, assim,
induzir mudanças na sociedade para promoção de justiça e igualdade nas relações sociais.
Precisamos fazer do processo de maturação desses procederes em nosso campo uma arena de
debate e problematização, para que não se tornem procedimentos que, antes de mudança
social, se configurem como protocolos para publicação ou um método legitimador de
interpretações livres, cuja enunciação de ADC conote uma necessidade para serem
cientificizadas. Para essas, devemos avançar no campo das hermenêuticas, cujo caminho
ainda está por fazer em EORs. Devemos também prosseguir com debate sobre formas de
análise de discurso a partir de linguagem imagética, ainda profícuos em nosso campo. Nesse
sentido, é possível avançar na apropriação de saberes da semiótica, como por exemplo, das
contribuições de Bauer e Gaskell (2017).
Por fim, uma característica dos materiais analisados no campo organizacional é que
muitos são obtidos por meio de entrevistas e transcrições de falas. Notamos – por meio dos
estudos citados como exemplos e de conhecimento sobre outros estudos – que por vezes a
transição entre teorias de grande amplitude para o corpus de análise formado pela fala de
sujeitos diminui o potencial interpretativo do discurso. Isso se deve, ao nosso ver, pela
distância entre a unidade de análise das teorias de grande amplitude e o alcance operacional
do analista ao formar o corpus de sua pesquisa, dada a condições limitadas de fomento de
recursos à pesquisa social na conjuntura brasileira contemporânea. Assim, precisamos apostar
mais nas teorias que são desenvolvidas para compreensão do discurso especificamente a partir
da fala do sujeito. Nesse sentido, a aproximação com o campo psicanalítico, em especial o
lacaniano, parece ser promissor. O discurso também é objeto de interesse de acadêmicos do
campo psicanalítico lacaniano (DUNKER; PAULON; MILÁN-RAMOS, 2016). Com essa
aproximação entre esses campos do saber poderemos, talvez, dispor de um aparato teórico
mais preciso para compreender a singularidade da fala produzida a partir de um discurso pelo
qual o sujeito se constitui.

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