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PROCESSO PENAL I – AULA 2 – 19.02.2019 – Prof. Me.

Rafael Xavier

1. A Lei Processual no Tempo:

Art. 2º, CPP.

1.1. Regra geral: “tempus regit actum”:

É princípio geral do direito que as normas jurídicas limitam-se no tempo e


no espaço, isto é, aplicam-se em um determinado território e em um determinado lapso de
tempo.

Com as normas de direito processual penal, não é diferente.

No nosso direito, foi adotado o princípio da aplicação imediata das normas


processuais, sem efeito retroativo. É o que estampa o art. 2º do CPP: “A lei processual penal
aplicar-se-á desde, sem prejuízo dos atos realizados sob a vigência da lei anterior”. Não há
efeitos retroativos na lei processual, somente na lei penal (material) quando mais benéfica.
Ex: perdão, anistia, indulto, graça, livramento condicional etc.

Aplica-se, portanto, o princípio do tempus regit actum, ou seja, o tempo


rege a ação. Desse princípio, derivam 2 efeitos:

1. As normas processuais têm aplicação imediata, regulado o desenrolar


restante do processo, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada
(art. 5º, XXXVI, CF; LICC art. 6º, CPP, art. 2º).

2. Os atos realizados sob a vigência da lei anterior são considerados válidos.

Deve-se ressaltar, mais uma vez, que a lei processual penal se aplica para o
futuro, isto é, não é retroativa, uma vez que só se aplica aos fatos processuais que ocorrerem
após a sua entrada em vigor.

A lei processual opera apenas no processo, sem "respingar" na pretensão


punitiva.

1.2. Exceção: normas processuais penais “mistas”:

Há, porém, uma ressalva, que diz respeito às normas mistas, ou seja, de
caráter processual e material, conjuntamente – Normas Heterotópicas. Se a norma contiver
disposições de ordem material e processual, deve prevalecer a norma de caráter material,
aplicando-se o art. 2º e parágrafo único do CP: se beneficiar o acusado, retroage. Se não
beneficiar, não retroage. Ex: prisão; Liberdade Provisória; Fiança; Progressão; se vai
responder solto ou não etc.

Como toda lei, a lei processual penal também só se revoga por outra lei,
seja expressa ou tacitamente (se incompatível). Art. 2º, § 1º, da Lei 4.657/42 – LICC. A
revogação, ainda, pode ser: total (ab-rogação) ou parcial (derrogação).
2. Princípios Constitucionais em Matéria Processual Penal

2.1. Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa:

A) Fundamentos Normativos e Jurisprudenciais:

Previsão constitucional – art. 5º, inciso LV, CF

Previsão Supralegal: Pacto de San José da Costa Rica (CIDH) (Decreto 678/92)

O inciso I do art. 8° do referido dispositivo legal denota sobre as garantias


judiciais referentes aos direitos civis e políticos da seguinte forma:

1. Toda pessoa tem direito a ser ouvida, com as devidas garantias e


dentro de um prazo razoável, por um juiz ou tribunal competente,
independente e imparcial, estabelecido anteriormente por lei, na
apuração de qualquer acusação pena formulada contra ela, ou para
que se determinem seus direitos ou obrigações de natureza civil,
trabalhista, fiscal ou de qualquer outra natureza.

Já os demais incisos a seguir do artigo mencionado anteriormente garantem


ao acusado o direito de informação sobre o amplo conteúdo e o real intuito da denúncia,
sendo dispostos do seguinte modo:

2. Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua


inocência enquanto não se comprove legalmente sua culpa. Durante o
processo, toda pessoa tem direito, em plena igualdade, às seguintes
garantias mínimas:

a) direito do acusado de ser assistido gratuitamente por tradutor ou


intérprete, se não compreender ou não falar o idioma do juízo ou
tribunal;

b) comunicação prévia e pormenorizada ao acusado da acusação


formulada;

c) concessão ao acusado do tempo e dos meios adequados para a


preparação de sua defesa;

d) direito do acusado de defender-se pessoalmente ou de ser assistido


por um defensor de sua escolha e de comunicar-se, livremente e em
particular, com seu defensor;

e) direito irrenunciável de ser assistido por um defensor proporcionado


pelo Estado, remunerado ou não, segundo a legislação interna, se o
acusado não se defender ele próprio nem nomear defensor dentro do
prazo estabelecido pela lei;
f) direito da defesa de inquirir as testemunhas presente no tribunal e de
obter o comparecimento, como testemunhas ou peritos, de outras
pessoas que possam lançar luz sobre os fatos.

g) direito de não ser obrigado a depor contra si mesma, nem a declarar-


se culpada; e

h) direito de recorrer da sentença para juiz ou tribunal superior.

3. A confissão do acusado só é válida se feita sem coação de nenhuma


natureza.

4. O acusado absolvido por sentença passada em julgado não poderá se


submetido a novo processo pelos mesmos fatos.

5. O processo penal deve ser público, salvo no que for necessário para
preservar os interesses da justiça

Previsão legal (CPP):

Art. 261 (direito à defesa técnica); art. 497, V (nomear defensor- réu
indefeso); art . 263 (nomear defensor caso não constituir advogado); Art. 564, III: C, E, F,
G, H, I e O.

Previsão Sumular e Jurisprudencial:

Súmula Vinculante 14:

A Súmula Vinculante n° 14 prevê que o defensor em seu ato de


representação ao acusado, tem o direito de acesso aos meios de prova que foram produzidas
em procedimento investigatório. Tal súmula relata que:

É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos


elementos informativos e de prova que, já documentados em procedimento investigatório
realizado por órgão com atribuição de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do
direito de defesa. (p. 2049).

A Lei n° 13.245, de 12 de janeiro de 2016 em seu artigo 1º, alterou o artigo


7odo Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil, ressaltando que é direito do advogado
poder examinar os autos de fragrante e de investigação, mesmo sem procuração. O referido
artigo está disposto da subsequente forma:

Súmulas n° 705, 707 e 523 do STF

A Súmula n° 705 do Supremo Tribunal Federal fala sobre a renúncia do réu


da seguinte forma: “a renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada sem a
assistência do defensor, não impede o conhecimento da apelação por este interposta”.
Para Eugênio Pacelli, a súmula 705 “privilegia o conhecimento técnico do defensor, já que o
acesso ao duplo grau de jurisdição permite a revisão do julgado por um órgão colegiado, o
que é evidentemente salutar”.

Sendo assim, o Supremo Tribunal Federal reduz a prática do réu em


processo penal, de forma que a validade dos atos de disposição de direitos não são
concedidos ao acusado se o mesmo não estiver amparado por defensor.

A Súmula 707 dispõe que “constitui nulidade a falta de intimação do


denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia,
não a suprindo a nomeação de defensor dativo”. Esta Súmula expõe que não basta
somente a nomeação do defensor dativo para contestar o recurso interposto em discordância
a rejeição.

O Supremo Tribunal Federal na súmula n° 523 fala sobre a consequência da


falta e deficiência de defesa da seguinte forma: “no processo penal, falta da defesa
constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova do
prejuízo para o réu”.

A Súmula n° 523 do Supremo Tribunal Federal defende os direitos


fundamentais do acusado e coloca em prática as políticas de segurança pública. Entretanto, a
falta de defesa só constituirá nulidade absoluta a partir do momento em que gere prejuízo à
defesa. Já a deficiência da defesa constitui nulidade relativa, visto isto, a acusação deverá
impetrar recurso alegando tal nulidade, sob pena de preclusão. Portanto, é imposto ao
defensor dativo a contestação do feito e a liberação dos ônus processuais do acusado.

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