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RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
1
Bacharel em Arquitetura e Urbanismo
2
Bacharel em Arquitetura e Urbanismo
3
Bacharel em Arquitetura e Urbanismo
4
Mestre em Engenharia de Minas, Professor da Faculdade de Administração e Negócios de Sergipe - SE
FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS DE SERGIPE - FANESE – ARACAJU – SERGIPE
REVISTA ELETRÔNICA DA FANESE – VOL 4 – Nº 1 – SETEMBRO 2015
Qualidade de vida, Bem estar.
ABSTRACT
Aracaju, the capital of Sergipe, goes through a time of densification, which compromises the
quality of life and also the saturation of public services and the free and public areas. Intended
to be a means of coexistence between the community, the squares also provide beauty and a
sense of organization for the neighborhood in which it is. To understand the use of Durval
Andrade Square, the objective was to study to what are the reasons for the population using
the square or fail to attend it. It was used as an instrument in a form with questions relevant to
the square. The Responses were coded and grouped into groups according to the criteria
strength, weakness, opportunity and threat. It is observed that 62 percent of the interviewees
do not go to the square, which means that every three residents, two did not attend; items
"Sports" and "Leisure" are mentioned as the main force of the Plaza, weaknesses and
Opportunities mentioned relate to the "Actions of the Government, Infrastructure and
Security. The action of the government becomes the primary factor in order to make the
square environment a habitable area to ensure safety, maintaining and restoring the population
the possibility to come back to frequent.
INTRODUÇÃO
As cidades são planejadas de forma a reunir várias pessoas em espaços pequenos. Essas
dividem ruas, calçadas e edificações. Nas capitais, que possuem um grande adensamento
urbano, nota-se o crescente descaso com as áreas verdes e de lazer público, tornando-os
escassos e deficientes para a utilização da população que a cerca. Os órgãos públicos se
preocupam com a qualidade de vida das pessoas que agora se aglomeram em meio a carros e
concreto. De acordo com Lengen (2009) as praças deveriam estar localizadas nos melhores
lugares, já que seriam os espaços mais usados pelos habitantes; e considerando-a uma área
urbana, a maneira mais econômica e rápida de melhorar o clima ambiental bem como a
interação entre as pessoas é através da vegetação. Os parques são definitivamente ratificados
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como polos de lazer urbano, e as praças, agora espalhadas por todos os bairros, são elementos
necessários para a vida na cidade, tornando-se objeto de interesse político (ROBBA e
MACEDO, 2003, p. 37).
Desta forma, a estruturação dos ambientes públicos traz benefícios às comunidades que
convivem com esses espaços sejam eles deteriorados pelo tempo ou pela ação de vândalos.
Destinadas a serem um meio de convivência entre a comunidade, as praças também conferem
beleza e um sentido de organização para o bairro em que se encontra. Cada indivíduo, no seu
papel de cidadão, tem direito a uma opção de lazer na sua cidade.
Para esse fim, as praças deveriam estar em condições de segurança e conservação de forma a
que todos que tenham interesse em utilizá-las, possam fazê-lo sem restrições. Iluminação,
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bancos, quadras esportivas, paisagismo, calçadas, todos os elementos que compõem uma
praça e, portanto necessitam ser preservados.
Uma vez detectados os motivos para uso ou desuso das praças, o poder público poderá
direcionar seus esforços para adequação das mesmas às necessidades da população,
otimizando os investimentos públicos e devolvendo a possibilidade de uso aos seus habitantes
com asseio e segurança.
Assim, buscando compreender como se dá o uso da Praça Durval Andrade, Bairro Atalaia
Velha, Aracaju, SE, pelos habitantes circunvizinhos busca-se estudar sobre quais seriam os
motivos para a população utilizar a praça ou deixar de frequentá-la.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
48% 38%
52%
62%
No Gráfico 2, observa-se que 62 por cento dos sujeitos entrevistados não frequenta a praça, o
que significa que a cada três moradores, dois não a frequentam. Muitos foram os motivos
apresentados para não frequentar a praça, assim como foram apontados muitos pontos
positivos para a utilização da mesma e pode-se relacionar as respostas dadas com a citação de
Prieto (2006, p. 2) que diz: ―muito da insatisfação dos cidadãos com as cidades, advém da
noção de quão deploráveis são certas configurações, apontadas como patrimônios ambientais
urbanos, tais como: as praças enquanto grandes descampados cimentados; ...o grande acúmulo
de lixo e sujeiras no espaço público; a visibilidade de fiações, ...a despreocupação com o
transeunte; a banalidade da droga e da violência nos centros urbanos; a ausência do
sentimento de pertença ao lugar; a promiscuidade...‖, muitos destes motivos foram
mencionados pelos moradores.
11%
50%
33%
Com 33 por cento, aparece a categoria ―Lazer‖, onde os moradores enfatizaram o potencial da
praça para atividades como: caminhada, passear e lazer.. Quando falam sobre ―Segurança‖,
alguns moradores relataram que tem segurança em alguns momentos do dia com a ronda da
polícia militar e em períodos mais movimentados do dia, mas no final da tarde e noite as
rondas são esporádicas; o que torna o ambiente mais marginalizado, fazendo com que os
moradores temam a utilização do espaço da praça e até mesmo o ato de entrar e sair de suas
residências. Na categoria ―Social‖ os moradores citaram o relacionamento interpessoal, que
por sinal, foi citado como um dos condicionantes do espaço da praça, mas que está
severamente comprometido por fatores aqui classificados como as Fraquezas que o espaço
2%
Fraquezas
22%
29%
21%
26%
Ainda com relação ao Gráfico 4, no item ―Manutenção‖ foram citados: iluminação precária;
degradação dos bancos, quadras e espaços de convivência; falta de manutenção (limpeza e
poda das plantas); plantas arbustivas inadequadas; calçada ruim. No item ―Segurança‖ todas
as respostas estão relacionadas com assaltos, furtos, roubos e a falta de policiamento no local,
assim os moradores sentem-se ameaçados pelas circunstâncias e deixam de frequentar o
ambiente da praça ou o fazem o mínimo necessário. Os motivos que aparecem como fator de
maior preocupação neste item estão relacionados aos usuários de drogas e prostituição.
Segundo Duarte (2006, p. 3) essas percepções urbanas são tanto apreensões que se tem de
elementos concretos da cidade como projeções feitas sobre ela – e é na relação de reflexão e
projeção de estímulos que se dá a percepção urbana, a qual direciona, por sua vez, as
vivências urbanas e a ideia que se tem de uma região. Então se estas percepções estão
relacionados à falta de segurança e pronto, temos um bairro inseguro – oriundo, sobretudo, da
percepção das pessoas que o vivem, e é o que observa-se naquela comunidade.
Na região circunvizinha à praça nota-se que praticamente todas as residências possuem muros
muitos altos, cercas elétricas, porteiros eletrônicos e que os moradores, mesmo estando em
casa, não utilizam os espaços da praça e não convivem com seus vizinhos. Os moradores
citaram as atividades esportivas que são realizadas na praça e aprovam as mesmas e alguns
pais acompanham seus filhos por não se sentirem a vontade de deixá-los sozinhos na praça. A
violência urbana, um dos grandes fantasmas que rondam o sono sempre agitado de pais, está
do outro lado da porta, nas ruas, nas praças e nos parques da cidade. Só de pensar em deixar
seus filhos sozinhos num playground público, mesmo por breves instantes, muitos pais
entram num processo de pânico tão absurdo quanto compreensível (MIRANDA, 1996, p. 27).
Comportamento este que acaba mudando os hábitos das pessoas e fazem com as mesmas
prefiram os clubes, os shoppings e outros espaços controlados pelos sistemas de segurança
(FERREIRA, 2005, p. 12). Fato este, relatado por alguns dos entrevistados que preferem
utilizar outros ambientes como opções de lazer, mas que aparentem higiene e que com a
segurança adequada ao local, se permita um ambiente agradável de frequentar, mesmo que
para isso tenham que se deslocar grandes distâncias (geralmente utilizando carro); do que
Ameaças
29% 36%
14%
21%
E o item ―Infraestrutura‖ aparece com 21 por cento das respostas. Esse item tem relação direta
com o orçamento dos órgãos públicos e destinação de verbas para investimentos nos mais
diversos setores do município e de acordo com Araujo (1999, p. 19) a agenda de
investimentos econômicos mais importante continua sendo a da infraestrutura.
A proposta de revitalização do espaço da Praça Durval de Andrade parece ser da vontade dos
moradores, os mesmos demonstraram entusiasmo e esperança de que algo seja realizado para
a melhoria da qualidade de vida do bairro.
2% 5%
8%
Oportunidades
12% 45%
28%
Outro item bastante comentado, ―Manutenção‖ se refere ao cuidado com a limpeza da praça; a
manutenção dos equipamentos; dos espaços esportivos; calçada nova; telefone público;
parque infantil; playground com jogos didáticos desenhados no chão; escoamento da água da
chuva (para evitar alagamento do campo de futebol); colocação de lixeiras; equipamentos
para ginástica, entre outros.
Segundo Holanda et al. (2000, p. 16) ―...se propostas para o próximo milênio pretenderem
resgatar a importância do âmbito público, de crucial importância para uma sociedade mais
aberta, terão de resgatar elementos fundamentais de determinadas configurações históricas —
como as ruas e as praças —, exatamente aqueles elementos congruentes com um modo de
vida que inclui a intensa apropriação dos espaços abertos de uso coletivo. A análise dos
métodos e procedimentos de revitalização urbana tem tomado um grande espaço na
concepção da dinâmica urbana em muitos estudos. Estes procedimentos apresentam
características que agregam a qualidade socioambiental de vida da população como fator
principal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Existe um grande potencial de uso da Praça Durval de Andrade apontado pelos moradores,
mas que não acontece atualmente pelo fato da praça estar abandonada e depredada. A maioria
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das pessoas entrevistadas têm filhos que poderiam utilizar o espaço, mas não o fazem por falta
de condições no espaço e também pelo medo dos pais em deixá-los sozinhos no local. Há o
anseio de tornar o ambiente confortável, que permita a socialização, esporte e lazer para a
comunidade local. A ação do poder público torna-se o principal fator para que o ambiente da
praça torne-se habitável garantindo a segurança, a manutenção e devolvendo a população a
possibilidade de voltar a frequentá-la.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Mário Hélio de; VILAR, José Wellington Carvalho; WANDERLEY, Lilian de
Lins e SOUZA, Rosemeri Melo e. O Ambiente Urbano – Visões Geográficas de Aracaju.
São Cristovão: Departamento de Geografia da UFS, 2006, pp. 284.
ARAÚJO, Tânia Bacelar de. Brasil nos Anos 90: Opções Estratégicas e Dinâmica Regional.
Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais. A. 2, n. 2, Mai/1999, pp. 9-24.
CARLOS, Ana Fani Alessandri. O Espaço Urbano: Novos Escritos Sobre a Cidade. São
Paulo: Edição eletrônica/LABUR, 2007, pp. 123.
LENGEN, Johan Van. Manual do Arquiteto Descalço. São Paulo: Empório do Livro, 2009,
p. 710.
LIRA, José Tavares de. O Urbanismo e o seu Outro: Raça, Cultura e Cidade no Brasil (1920-
1945). Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais. A. 1, n. 1, Mai/1999, pp. 47-78.
ROBBA, Fábio e MACEDO, Sílvio Soares. Praças Brasileiras. São Paulo: Imprensa Oficial
do Estado de São Paulo, 2003.