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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9

Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE


NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO-SEED
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO-SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS-DPPE

FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO


PRODUÇÃO DIDÁTICA – PEDAGÓGICA
TURMA – PDE/2013
Título Uma proposta de Leitura do Gênero
Conto no 9º ano A do Ensino Fundamental
Autor Nueli de Souza
Disciplina/Área Língua Portuguesa
Escola de Implementação do Colégio Estadual Dom Bosco –
Projeto e sua localização Ensino Fundamental, Médio e Pós - Médio.

Município da escola Campo Mourão


Núcleo Regional de Educação Campo Mourão
Professor Orientador Wilson Rodrigues de Moura
Instituto de Ensino Superior UNESPAR- Campus de Campo Mourão
Relação interdisciplinar -
Resumo Nessa proposta de ensino, pretende-
se oportunizar aos estudantes um trabalho
de leitura, utilizando o gênero conto
conforme suas esferas de circulação,
propiciando a vivência da obra literária,
incentivando a compreensão e interpretação
social. O objetivo geral da unidade didática
é estabelecer a leitura como conteúdo
básico fundamental na construção do
conhecimento no 9º ano do Ensino
Fundamental, compreender a práxis do
professor e incentivar os estudantes a ler
contos da literatura brasileira e a
interagirem com os sujeitos, num processo
de dialogicidade, por meio da Estética da
Recepção. A leitura dos contos clássicos
possibilita a vivência da obra literária,
incentiva à compreensão e interpretação
social bem como incentiva o aluno a
interagir com o texto e com os outros
sujeitos. O trabalho com a leitura dos
clássicos pode contribuir ao estudante-
leitor do 9º ano novos conhecimentos e
novas formas de perceber a realidade e seu
contexto histórico-social. O gênero literário
expressa sensibilidade, amplia horizontes
de expectativas e permite ao estudante um
diálogo com o texto, embasado por uma
práxis de leitura que contribua para a
formação de um leitor proficiente e crítico,
um sujeito ativo no processo de leitura.
1
Palavras – chave Gênero Conto; Estudantes;
Interação.
Formato do Material Didático Unidade Didática
Público Alvo Alunos do 9º A Ano do Ensino
Fundamental

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO-SEED
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO-SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS-
DPPE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL PDE

NUELI DE SOUZA

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – UNIDADE DIDÁTICA

UMA PROPOSTA DE LEITURA DO GÊNERO CONTO NO 9º ANO A DO ENSINO


FUNDAMENTAL

CAMPO MOURÃO
DEZEMBRO/2013

3
NUELI DE SOUZA

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – UNIDADE DIDÁTICA

UMA PROPOSTA DE LEITURA DO GÊNERO CONTO NO 9º ANO A DO ENSINO


FUNDAMENTAL

Produção Didático – Pedagógica: Unidade Didática,


apresentado à Coordenação do Programa de
Desenvolvimento Educacional PDE, da Secretaria de
Estado da Educação do Paraná, em convênio com a
Faculdade Estadual de Campo Mourão como requisito
para o desenvolvimento das atividades propostas para
o período de 2013/2014, sob a orientação do Professor
Mestre Wilson Rodrigues de Moura.

CAMPO MOURÃO
DEZEMBRO/2013
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UMA PROPOSTA DE LEITURA DO GÊNERO CONTO NO 9º ANO A DO ENSINO
FUNDAMENTAL

Fonte: Vall Martins

1 APRESENTAÇÃO

A Produção Didática Pedagógica é uma das atividades desenvolvidas pelo professor


durante sua participação no Programa de Desenvolvimento Educacional, oferecido pela
Secretaria de Estado da Educação a ser elaborada no segundo semestre do programa. A escolha
da produção de uma Unidade Didática é relevante ao objeto de estudo proposto no Projeto de
Intervenção Pedagógica que será implementado na escola.
A unidade didática a ser elaborada tem como objetivo incentivar os estudantes do 9º ano
do Colégio Estadual Dom Bosco de Campo Mourão a lerem textos de forma crítica e com
proficiência, ou seja, uma leitura que contribua na elaboração de sentido por meio da literatura,
focando a mesmo por meio do gênero textual Conto. Esta Unidade Didática será dividida em
partes sendo que na primeira parte serão abordados textos que falam sobre as tecnologias e a

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influência que elas exercem na vida das pessoas, principalmente nos adolescentes e jovens. A
partir da segunda parte serão trabalhados os gêneros que abordam a temática tempo, sendo que
o gênero mais enfatizado será o conto, que é o norteador do trabalho, os textos de outros
gêneros que serão apresentados servem como suporte teórico para a abordagem da temática
citada.
Dentro da temática tempo, serão abordados textos que falam sobre a infância,
adolescência, fase adulta e velhice, além de outros textos relacionados. A inserção de textos de
outros gêneros, além do conto, tem a função de dialogar com os interlocutores numa percepção
dialógica por meio do método recepcional, dos horizontes de expectativas.
A Unidade Didática foi elaborada a partir da fundamentação teórico prática proposta
pela SEED, Unespar – Fecilcam e acompanhamento do professor orientador da IES, a qual se
constitui de conteúdo sobre a temática Leitura no processo de ensino e aprendizagem, com foco
no gênero conto, pois os gêneros proporcionam trabalhar a língua em diferentes usos do
cotidiano e está fundamentado na concepção de linguagem como forma de interação do teórico
Bakthin.
Por meio do gênero conto, por se tratar de uma narrativa curta, os estudantes terão
contato com textos de diversos autores, além de escrever seus próprios textos no gênero
estudado, visando ainda a interação com outros colegas da turma, além de aprimorar a
capacidade de pensamento crítico, constituindo um espaço dialógico de interação verbal e do
uso da linguagem como prática social.
Em consonância com essas informações, esta unidade didática tem a finalidade de
incentivar a leitura de contos da Literatura Brasileira pelos alunos do 9ºano A, com base em
uma práxis centrada em concepções que norteiam o método recepcional e na concepção de
linguagem como interação, no dialogismo Bakthiniano e na Estética da Recepção. Espera-se
que com o desenvolvimento deste trabalho com os clássicos da literatura, incentivar a
compreensão e interpretação social bem como incentivar o aluno a interagir com o texto e
com os outros sujeitos. O trabalho com a leitura dos clássicos pode contribuir ao estudante-
leitor do 9º ano novos conhecimentos e novas formas de perceber a realidade e seu contexto
histórico-social. O gênero literário expressa sensibilidade, amplia horizontes de expectativas e
permite ao estudante um diálogo com o texto, embasado por uma práxis de leitura que
contribua para a formação de um leitor crítico, um sujeito ativo no processo de leitura.

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2 ENCAMINHAMENTOS TEÓRICO- METODOLÓGICOS

As atividades propostas nesta unidade didática estão fundamentadas em concepções


que fundamentam as Diretrizes Curriculares Nacionais, o dialogismo Bakhtiniano, a estética
da recepção e o método recepcional. O trabalho com os gêneros proporciona trabalhar a
língua em diferentes usos no cotidiano e está fundamentada na concepção Linguagem como
forma de interação do teórico Bakhtin. Nessa concepção, segundo o autor, o indivíduo atua,
age, realiza ações por meio da linguagem que não é apenas elemento de exteriorização do
pensamento, mas agente de interação comunicativa pela produção de efeitos de sentido entre
os interlocutores em uma dada situação comunicativa e em um contexto sócio-histórico e
ideológico.
Para Ferreira (2004), a partir da perspectiva interacionista da linguagem e por
consequência da visão Bakhtiniana acerca da palavra é que nasce o dialogismo- conceito que
permeia a obra de Bakhtin. Ainda segundo Ferreira há duas noções de dialogismo: o diálogo
entre interlocutores e o diálogo entre discursos, a interação ou diálogo entre interlocutores é o
princípio fundador da linguagem: é na relação entre sujeitos que se constroem a significação
das palavras, o sentido do texto e os próprios sujeitos.
Conforme citam as DCEs (2008), nessa nova concepção de ensino da língua, na
linguagem o homem se reconhece humano, interage e troca experiências, compreende a
realidade em que está inserido e o seu papel como participante da sociedade. Essas ideias
abriram novos caminhos no campo do trabalho pedagógico com a linguagem verbal surgindo
uma nova abordagem ―dialógica‖. Nessa abordagem a ação entre sujeitos se dá historicamente
e socialmente, pois elas se constituem uns aos outros a partir da interação humana que
resultará no trabalho e no produto deste.
O teórico Bakhtin (1992, p. 297) diz que os indivíduos não se comunicam por meio de
orações, nem trocam palavras, mas trocam enunciados que se constituem com os recursos
formais da língua, de forma que a comunicação humana se dá pelos gêneros textuais, que são
frutos de um uso comunicativo da linguagem em sua realização dialógica.
Então, nessa perspectiva dialógica, trabalhar com o gênero conto é viável, já que se
refere ―[...] a textos materializados que encontramos em nossa vida diária e que apresentam
características sociocomunicativas [...]‖ (MARCUSCHI, 2002, p.23).

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O conto é um gênero literário ficcional de pequena extensão. Cria um universo de
seres e acontecimentos da fantasia. Como em todo gênero discursivo, por meio do conto o
leitor também é capaz de fazer uma análise crítica do mesmo, já que tem contato com as
estruturas da obra, com sua composição e organização interna, da elaboração de significados.
Após essa análise, já será possível comentar, criticar e atribuir valor, tornando a leitura mais
fundamentada, mais elaborada, pois na concepção interacionista, o autor e o leitor são sujeitos
ativos que dialogam, constroem e são construídos no texto que é o local de interação dos
interlocutores.
Por se tratar de uma narrativa curta, os estudantes terão contato com textos de diversos
autores, além de escrever seus próprios textos no gênero estudado, visando ainda a interação
com outros colegas da turma, além de aprimorar a capacidade de pensamento crítico,
constituindo um espaço dialógico de interação verbal e do uso da linguagem como prática
social. Jauss (1994, p.50) diz que ―A função social somente se manifesta na plenitude de suas
possibilidades quando a experiência literária do leitor adentra o horizonte de expectativas de
sua vida prática‖.
Aguiar (1996, p. 29) diz que é preciso que o leitor saiba que ―seu horizonte individual,
moldado à luz da sociedade de seu tempo, mede-se com o horizonte da obra e que, desse
encontro, lhe advém maior conhecimento do mundo e de si próprio.‖ Aguiar e Bordini que a
partir dos pressupostos teóricos da Estética da Recepção, formulada por Jauss, propõe o
Método Recepcional, analisam que:

O processo de recepção se inicia antes do contexto do leitor com o texto. O


leitor possui um horizonte que o limita, mas que pode transformar-se
continuamente, abrindo-se. Esse horizonte é o do mundo de sua vida com
tudo que o povoa. Vivências pessoais, culturais, sócio-históricas e normas
filosóficas, religiosas, estética, jurídicas, ideológica que orientam ou
explicam tais vivências. [...]. O texto, quanto mais se distancia do que o
leitor espera por hábito, mais altera os limites desse horizonte de
expectativas, ampliando-os. (BORDINI e AGUIAR, 1993, p.87).

―O método recepcional de ensino da literatura enfatiza a comparação entre o familiar e


o novo, entre o próximo e o distante no tempo e no espaço‖. (Bordini & Aguiar, 1993, p.86).
Esse método apresenta, com relação ao leitor, cinco etapas:
1. Determinação do horizonte de expectativas;
2. Atendimento do horizonte de expectativas;
3. Ruptura do horizonte de expectativas;
4. Questionamento do horizonte de expectativas;

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5. Ampliação do horizonte de expectativas.
Quando o leitor leva para o texto suas expectativas, suas experiências passadas,
seguindo pistas deixadas pelo autor, elabora hipóteses e constrói um sentido para o texto e
isso é um processo de interação entre o leitor e o texto, tornando-o um co- participante na
produção de sentido do texto.
Quando há uma fusão dos horizontes- perspectiva do leitor e perspectiva da obra- de
acordo com Iser, o leitor é conduzido à reflexão sobre suas concepções de vida e visão de
mundo. Segundo o referido autor nessa situação a leitura se torna uma comunicação efetiva,
um diálogo onde o leitor exerce sua atividade produtiva, pois o texto o força a uma tomada de
posição. Iser diz que ―a leitura só se torna um prazer no momento em que nossa produtividade
entra em jogo, ou seja, quando os textos nos oferecem a possibilidade de exercer as nossas
capacidades‖ (ISER, 1999, p.10).
Nesse contexto, a prática da leitura compreende o contato do estudante com uma
ampla variedade de textos – discursos produzidos numa igualmente ampla variedade de
práticas sociais, o desenvolvimento de uma atitude crítica de leitura que leve o estudante a
perceber o sujeito presente nos textos, o desenvolvimento de uma atitude responsiva diante
dos mesmos. As atividades serão oferecidas aos estudantes por meio de diferentes práticas
sociais, dentro do gênero conto, levando o educando a perceber em cada texto a presença de
um sujeito histórico, de uma intenção.
Vale ressaltar e enfatizar o que cita as DCEs, que a leitura não é apenas a
decodificação para o domínio dos aspectos de fluência e dicção, mas principalmente como um
processo interacional entre o leitor e o autor. A leitura deve ser vista como um processo
dinâmico entre sujeitos que instituem trocas de experiências por meio do texto escrito. Para
que a leitura ocorra em sua totalidade é necessário expor o estudante a todo tipo de texto,
textos narrativos, informativos, dissertativos, etc., de acordo com a série cursada pelo
estudante. Outras formas de trabalhar a leitura são por meio de momentos de interação entre
professor e estudantes e entre os próprios estudantes, ou seja, valorizando a leitura do outro
sujeito. Para Magda Becker Soares, ―leitura não é (...) ato solitário; é interação verbal entre
indivíduos e indivíduos socialmente determinados‖. A autora diz também que a leitura

[...] do ponto de vista da dimensão individual de letramento (a leitura como


uma ‗tecnologia‘), é um conjunto de habilidades linguísticas e psicológicas,
que se estendem desde a habilidade de decodificar palavras escritas até a
capacidade de compreender textos escritos. [...] refletir sobre o significado
do que foi lido, tirando conclusões e fazendo julgamentos sobre o conteúdo.
(SOARES, 2002, pg. 68-69)
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O autor Rildo Cosson (2006, p.120) também fala sobre o letramento literário, o
aprendizado crítico da leitura literária, o qual não se faz sem o encontro pessoal com o texto
enquanto princípio de toda experiência estética. Para ele, ser leitor de literatura é ―posicionar-
se diante da obra literária, identificando e questionando protocolos de leitura, afirmando ou
retificando valores culturais, elaborando e expandindo sentidos‖.
O trabalho com a leitura vem para amenizar as dificuldades enfrentadas pelos
estudantes sobre esse conteúdo básico para a formação do indivíduo e que propicie ―[...]
reflexão e discussão tendo em vista o gênero a ser lido: do conteúdo temático, da finalidade,
dos possíveis interlocutores, das vozes presentes no discurso e o papel social que elas
representam [...] (DCEs, 2008, p.14)‖.
A produção didática dará suporte teórico para a implementação do Projeto de
Intervenção Pedagógica na escola, sendo dirigidos a uma turma dos 9ºs anos do Colégio
Estadual Dom Bosco – E.F.M. P. e também aos participantes do Grupo de Trabalho em Rede
– GTR 2014, que, por meio dessa unidade didática terão possibilidades de conhecer o projeto
de intervenção, a unidade didática, analisar e contribuir com sugestões sobre o trabalho
apresentando.
Para desenvolver o trabalho foi selecionado o gênero conto, já que esse gênero permite
a argumentatividade dos alunos e a capacidade de posicionamento diante de questões sociais
abordadas e também uma criticidade maior no momento da oralidade e escrita, com a
finalidade de interagir e convencer o seu interlocutor.
As atividades sobre leitura de contos resultarão num fazer transformador e terá como
um dos objetivos viabilizar um trabalho em que o ensino esteja voltado para a realidade do
estudante, seu contexto histórico, ou seja, algo que venha trazer mais aprendizado e
conhecimento. O Conto, apesar de conciso é capaz de levar o leitor para a descoberta de um
sentido não explícito e ainda se apresenta por meio de várias tipologias, dentre elas: conto
rural, de costumes (representação da realidade), sócio-documental (preocupa-se com grupos
subalternos dentro das divisões de classes), Conto psicológico (foca no discurso das
personagens), conto alegórico ( apresenta a alegoria e a ironia como elementos comuns) etc.
Também, segundo Oliveira(2006), o conto possui a seguinte estrutura: início, ruptura, con-
fronto, superação de obstáculos e perigos, restauração e desfecho. O referido autor cita que
em muitas situações há a procura de soluções no plano da fantasia, por meio de elementos
imaginários, porém, logo em seguida há a volta da realidade, momento de descobrir o novo e
suas possibilidades.

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O conto tem função literária e segundo Cândido (1972), a literatura é vista como arte
que transforma/humaniza o homem e a sociedade e ainda possui três funções as quais são
psicológica (fuga da realidade, reflexão), formadora (instrumento de educação, retratar
realidades) e social ( retrata os segmentos da realidade e sua representação social e humana).
Então, por meio dessa arte tão instigadora, pretende-se realizar atividades que
despertem o interesse pela leitura, por meio de atividades de pré – leitura, leitura direcionada
e de atividades de pós-leitura. Serão estabelecidas relações intertextuais entre os contos
clássicos, relacionando-os com a realidade, com o contexto histórico de produção dos
mesmos, desde os mais antigos até os contos modernos.
Durante o desenvolvimento do trabalho haverá momentos de discussão e reflexão
sobre a necessidade e importância da leitura literária para a construção do imaginário humano,
para a interação entre os sujeitos, para a produção de sentidos e com isso também ouvir as
opiniões dos estudantes sobre a temática, suas experiências e suas aspirações futuras.
O trabalho que aqui será apresentado será avaliado de forma constante, por meio de
observações, diários e produções dos alunos, mas somente no final do processo da intervenção
pedagógica, no segundo semestre de 2014, que será feito a análise dos resultados obtidos, por
meio do artigo.

3 ESTRATÉGIAS DE AÇÃO

Para a elaboração dessa unidade didática, preparou-se uma sequência de atividades


planejadas sobre os contos clássicos e modernos seguindo uma organização nas seguintes
etapas: socialização da Unidade Didática aos professores, direção e equipe pedagógica do
Colégio Estadual Dom Bosco; levantamento e seleção dos contos clássicos e modernos na
biblioteca do colégio para os momentos de leitura em sala de aula e disposição de contos
diversos para a seleção a ser lida pelos alunos em casa.
As atividades estarão fundamentadas de acordo como proposto nas DCEs, seguindo
ações que irão auxiliar a prática docente, centradas na Estética de Recepção e no Método
Recepcional, incentivando o professor a despertar no estudante o gosto pela leitura crítica,
sendo o mediador entre o texto e o leitor, de acordo com o gênero estudado nesse projeto: o
conto. As ações ocorrerão utilizando as estratégias de leitura:

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[...] para ensinar as estratégias que podem ser adotadas quando há lacunas na
compreensão não se deve fazer muito mais do que o imprescindível para a
compreensão do texto: mostrar aos alunos os objetivos da leitura,
proporcionar e ativar os conhecimentos prévios, ensinar a inferir, a fazer
conjeturas, a se arriscar e a buscar verificação para suas hipóteses; explicar
o que podem fazer quando se deparar com problemas no texto (SOLÉ, 1998,
p. 130).

No projeto com os contos, serão trabalhados os níveis de leitura descritos a seguir,


bem como as relações tempo/espaço. As etapas decodificação, compreensão, interpretação e
retenção serão utilizadas para ampliar o conhecimento do estudante para que o mesmo adquira
o conhecimento científico, sem deixar de valorizar o conhecimento prévio, mas sempre
objetivando o conhecimento elaborado.
Na decodificação, o estudante primeiramente decodifica os símbolos escritos. É uma
leitura superficial. Segundo Menegassi

[...] na decodificação, há a ligação entre o reconhecimento do material


linguístico com o significado que ele fornece. No entanto, ‗muitas vezes a
decodificação não ultrapassa um nível primário de simples identificação
visual‘, pois se relaciona a uma decodificação fonológica, mas não atinge o
nível do significado pretendido (MENEGASSI, 1995, p.87).

Na compreensão o estudante deve captar o sentido do texto lido. Menegassi; Calciolari


(2002, p.80) complementa que ―[...] a compreensão só ocorre se houver afinidade entre o
leitor e o texto; se houver uma intenção de ler, a fim de atingir um determinado objetivo‖.
Na terceira etapa da leitura, a interpretação, o estudante deve interpretar uma
sequência de ideias ou acontecimentos que estão implícitas no texto. O educador e escritor
Rubem Alves (2004) nos diz que:
Na vida estamos envolvidos o tempo todo em interpretar. Um amigo diz uma coisa
que a gente não entende. A gente diz logo: "O que é que você quer dizer com isso?". Aí ele
diz de outra forma, e a gente entende. E a interpretação, todo mundo sabe disso, é aquilo que
se deve fazer com os textos que se lê. Para que sejam compreendidos. Razão por que os
materiais escolares estão cheios de testes de compreensão. Interpretar é compreender.
A retenção é o momento em que o estudante deve ser capaz de reter as informações
trabalhadas nas etapas anteriores, aplicar em outros contextos refletindo sobre a importância
do que foi lido e fazer suas próprias análises críticas.
A última etapa no processo de leitura [...] é a retenção, que diz respeito ao
armazenamento das informações mais importantes na memória de longo prazo. Essa etapa
pode concretizar-se em dois níveis: após a compreensão do texto, com o armazenamento da

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sua temática e de seus tópicos principais; ou após a interpretação, em um nível mais
elaborado. (MENEGASSI, apud MENEGASSI; CALCIOLARI, 2002, p. 83).
O Projeto de Intervenção Pedagógica seguirá o método recepcional e estará centrado
nas cinco etapas descritas nas Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná, 2008, a qual é
suporte teórico e regulador do professor. As 5 (cinco) etapas de desenvolvimento do Método
Recepcional são:
1 – Determinação do horizonte de expectativa;
2– Atendimento do horizonte de expectativa;
3 – Ruptura do horizonte de expectativa;
4 – Questionamento do horizonte de expectativa;
5 – Ampliação do horizonte de expectativa.
- A primeira etapa é o momento de determinação do horizonte de expectativa do
estudante/ leitor. O professor precisa tomar conhecimento da realidade sociocultural dos
educandos, observando o dia a dia da sala de aula (DCEs, 2008, p.74).
- Na segunda etapa, ocorre o atendimento ao horizonte de expectativas, o professor
apresenta textos que sejam próximos ao conhecimento de mundo e as expectativas de mundo
e ás experiências de leitura dos estudantes (DCEs, 2008, p.74-75).
- Em seguida, na terceira etapa (DCEs, 2008, p.75), acontece a ruptura do horizonte de
expectativas. É o momento de mostrar ao leitor que nem sempre determinada leitura é o que
ele espera, suas certezas podem ser abaladas. Para que haja o rompimento, é importante o
professor trabalhar com obras que partindo das experiências de leitura dos estudantes,
aprofundem seus conhecimentos, fazendo com que eles se distanciem do senso comum em
que se encontravam e tenha seu horizonte de expectativa ampliado, consequentemente, o
entendimento do evento estético. Neste momento, o leitor tenta encaixar o texto literário
dentro de seu horizonte de valores, porém a obra pode ―confirmar ou perturbar esse horizonte,
em termos de expectativas do leitor, que o percebe, o julga por tudo que já conhece e aceita‖
(BORDINI e AGUIAR, 1993, p.87).
- Na quarta etapa, após essa ruptura, o sujeito é direcionado a um questionamento do
horizonte de expectativas. O professor orienta o estudante/leitor a um questionamento e a uma
autoavaliação a partir dos textos oferecidos (DCEs, 2008, p.75).
- A quinta e última etapa do método recepcional é a ampliação do horizonte de
expectativas. As leituras oferecidas ao estudante e o trabalho efetuado a partir delas

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possibilitam uma reflexão e uma tomada de consciência das mudanças e das aquisições,
levando-o a uma ampliação de seus conhecimentos (DCEs, 2008, p.75).
-Também serão realizadas campanhas para doação de obras literárias e compra de
acervo pela direção, através do Fundo Rotativo; visitas à biblioteca (empréstimo de livros);
pesquisa de bibliografias de autores da literatura brasileira; leitura individual de um conto,
quinzenalmente, por estudante; propaganda de leitura realizada ( oralmente, por estudante e
depois no mural da escola );monitoramento da leitura, mensalmente.
Por fim, será criado um Projeto de Leitura do gênero conto, intitulado Roda de
Leitura, com as turmas do 9ºs anos, de forma mediada e sistematizada a ser realizado
semestralmente, visando contribuir para a reflexão crítica no processo de conhecimento
científico, socialização e interação, já que o conteúdo estruturante de língua portuguesa é o
discurso como prática social e a linguagem, de fato, se efetiva nas diferentes instâncias
sociais, considerando os gêneros discursivos que circulam socialmente. Segundo as DCE
(2008, p.77), ―o trabalho com a literatura potencializa uma prática diferenciada com o
conteúdo estruturante e constitui forte influxo capaz de aprimorar o pensamento trazendo
sabor ao saber‖.
Portanto, uma das funções dessa unidade didática, além de estimular o gosto pela
leitura crítica e proficiente é promover ao sujeito interação com o texto e com os
interlocutores, promovendo a ele uma condição social que faça com que o mesmo tenha voz e
vez e que seja capaz de se posicionar na sociedade em que vive.

4 OBJETIVO GERAL

Refletir sobre a importância da leitura de contos no processo de desenvolvimento da


criticidade e leitura proficiente dos estudantes e incentivar os alunos a interagirem com os
outros sujeitos por meio de ações que ampliem a visão de mundo e compreender o processo
de interação verbal e de dialogicidade e do uso da linguagem como prática social.

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4.1 OBJETIVOS ESPECIFICOS

 Compreender o processo de interação verbal de dialogicidade e do uso da linguagem


como prática social.
 Proporcionar ao aluno o contato com o gênero conto conforme suas esferas sociais de
circulação, propiciando a vivência da obra literária, incentivando a compreensão e
interpretação social.
 Fazer com que o gênero estudado faça sentido para o leitor através de sua
interpretação e leitura crítica.
 Estudar a estrutura do gênero conto, diferenciando-o dos demais gêneros literários.
 Contribuir para a formação de leitores proficientes por meio das ações de leitura
permeadas pelo método recepcional.
 Estabelecer, uma vez por semana, dentro do plano de trabalho docente, uma aula de
leitura sobre gêneros literários, nas aulas de Língua Portuguesa.
 Elaborar uma Roda de Contos e contribuir para a reflexão crítica no processo de
conhecimento, socialização e interação.

5 GÊNERO CONTO

Para enfatizar, vale ressaltar o já dito nos pressupostos teóricos que o conto é um
gênero literário ficcional de pequena extensão. Cria um universo de seres e acontecimentos da
fantasia. Como em todo gênero discursivo, por meio do conto o leitor também é capaz de
fazer uma análise crítica do mesmo, já que tem contato com as estruturas da obra, com sua
composição e organização interna, da elaboração de significados.
O Conto, apesar de conciso é capaz de levar o leitor para a descoberta de um sentido
não explícito e ainda se apresenta por meio de várias tipologias, dentre elas: conto rural, de
costumes (representação da realidade), sócio-documental (preocupa-se com grupos
subalternos dentro das divisões de classes), Conto psicológico (foca no discurso das
personagens), conto alegórico (apresenta a alegoria e a ironia como elementos comuns) etc.
Também, segundo Oliveira (2006), o conto possui a seguinte estrutura:
a) início - situações vivenciadas na realidade;

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b) ruptura - o herói entra num mundo desconhecido, desligando-se de sua vida concreta;
c) confronto, superação de obstáculos e perigos - busca soluções, mundo da fantasia;
d) restauração – processo de descobrimento do novo, as possibilidades;
e) desfecho – retorno à realidade, união dos opostos.
Como também já foi explicitado, o conto tem função literária e segundo Cândido
(1972), a literatura é vista como arte que transforma/humaniza o homem e a sociedade e ainda
possui três funções as quais são psicológica (fuga da realidade, reflexão), formadora
(instrumento de educação, retratar realidades) e social (retrata os segmentos da realidade e sua
representação social e humana). Em forma de prosa, o conto apresenta concisão, precisão,
densidade e unidade de efeito.
Os primeiros contos faziam parte da tradição oral do povo e em1697 Charles Perrault
publicou os primeiros contos franceses, entre eles, A gata borralheira e Chapeuzinho
Vermelho e mais tarde vários outros autores também publicaram, por exemplo; Irmãos
Grimm, Monteiro Lobato, entre outros que os sucederam.
Então, nessa unidade didática espera-se com os estudos e atividades sobre leitura de
contos resultar num fazer transformador e terá como um dos objetivos viabilizar um trabalho
em que o ensino esteja voltado para a realidade do estudante, seu contexto histórico, ou seja,
algo que venha trazer mais aprendizado e conhecimento.

6 ETAPAS DO MÉTODO RECEPCIONAL

6.1 DETERMINAÇÃO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS

A primeira etapa a ser desenvolvida nesta unidade didática é o horizonte de


expectativas do leitor, pois como cita as DCE, 2008, p.74, o professor precisa tomar
conhecimento da realidade sócio – cultural dos educandos, observando o dia a dia da sala de
aula, analisando os interesses e o nível de leitura.
Por meio desse diagnóstico será possível perceber o conhecimento que os estudantes
têm sobre o gênero conto, seus níveis de leitura: decodificação, associação, análise e

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interpretação. Também será possível fazer um diagnóstico da recepção do gênero a ser
estudado.
Para efetivar a atividade será desenvolvido um questionário para conhecer as
expectativas dos estudantes e a sua experiência como leitor.

Fonte: Gilmar Martins

1) Que tipos de textos você já leu? Fale sobre aqueles que mais lhe chamaram a atenção.
2) Você tem dificuldades para ler e entender algum texto? Por quê?
3) Nas leituras realizadas por você, existiu alguma que considerou muito interessante?
Qual? Por quê?
4) O que mais chama a sua atenção ao ler um texto, o tamanho, o assunto do mesmo ou a
forma como foi escrito?
5) Quando você se depara com um texto mais longo ou considerado difícil de entender,
você desiste da leitura, pula partes ou insiste na mesma?
6) As leituras realizadas por você são apenas aquelas propostas na escola ou por
iniciativa própria você faz outras leituras em casa, por exemplo?
7) O que você sabe sobre o gênero conto? Ele é de mais fácil compreensão? Por quê?
8) Quais contos você se lembra de ter lido? Quais os assuntos abordados nesses contos
que mais chama a sua atenção?

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9) Quais as suas expectativas prévias antes de realizar uma leitura, ou seja, o que você
espera no final de uma leitura?

6.2 ATENDIMENTO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS

Após a realização do diagnóstico na etapa anterior, analisado o horizonte de


expectativas dos alunos sobre leitura e especialmente sobre o gênero conto que é um gênero
breve e conciso e por isso chama mais a atenção dos alunos do que outros gêneros literários é
o momento de apresentar aos mesmos o gênero propriamente dito, inicialmente sobre a
temática tecnologia, já que é um assunto que desperta o interesse dos estudantes dessa geração
e em seguida será trabalhada a temática tempo. Todos os contos trabalhados terão apoio de
outros gêneros literários para enriquecer ainda mais a análise dos temas.
Para iniciar as atividades serão trabalhados três textos de gêneros diferentes sobre o
mesmo assunto, começando pelo conto Zap de Moacir Scliar que retrata uma realidade bem
comum na vida dos adolescentes que é a alienação diante da mídia (quando Scliar escreveu o
conto era a TV, hoje seria mais a internet).
PROFESSOR: Faça um breve resgate do projeto de intervenção pedagógica,
elaborado anteriormente e em seguida uma introdução sobre a importância da leitura e o
porquê da escolha do gênero conto a ser trabalhado na turma escolhida. Em seguida, apresente
os objetivos dessa unidade didática e os encaminhamentos propostos. É interessante, antes de
iniciar as atividades propostas, apresentar aos alunos outros livros de contos, na biblioteca,
para que os mesmos entrem em contato com o gênero foco do trabalho. Outro detalhe
importante é sempre ler junto com os alunos, já que essa atitude desperta mais estímulo nos
alunos.
Em todas as narrativas (conto) será feito uma análise dos elementos da narrativa, por
meio de um roteiro, conforme descrito a seguir:

18
7 ROTEIRO DE ANÁLISE DE UM TEXTO NARRATIVO BASEADO NAS
ORIENTAÇÕES DA GANCHO, 2006.

7.1 ELEMENTOS DA NARRATIVA

a) Autor (sujeito empírico)


– Investigar quem é o sujeito empírico:
. posição social;
. que ideologia defende;
. de onde e para quem escreve (público alvo)
1) Sujeito/autor/eu – indivíduo particular (não se divide em outros ―eus‖, pessoa física,
sujeito empírico (controla desejos, tensões, conflitos, tem vontades, manipula, tem história e
interfere nela, é cultural e não natural, é um sujeito que interage no mundo real).
2) sujeito/eu - de papel - é denominado de: Narrador, enunciador, locutor, argumentador –
projeta-se no papel para enunciar, apesar de aparecer o ―eu‖ nos textos, não é sujeito real.
Esse ―eu‖ divide-se em outros ―eus‖ de papel. São as vozes que aparecem no interior dos
textos (personagens, narradores, tipos, figuras e outros). Afinal, esse(s) ―eu(s)‖ elabora(m) a
topografia, ou seja, a arquitetura do texto, criando, selecionando ou dispensando temas, tipos,
ideias e colocando outros para falar. Afinal é o organizador da polifonia do texto
O sujeito-eu (de papel) faz o mundo do discurso voltar-se para o mundo real . E faz o sujeito
real voltar-se para o mundo de papel. Recria um novo mundo de acordo com sua
intencionalidade. Nesse novo mundo, fictício, ou não, paira a ideologia para manipular o
leitor.
b) Narrador - (sujeito de papel, entidade de ficção)
1) Foco narrativo
2) Terceira pessoa – narrador observador características:
3.1) Onisciência
3.2) Onipresença
3.3) Variantes de narrador em terceira pessoa:
• Narrador ―intruso‖
• Narrador ―parcial‖

19
4) Primeira pessoa ou narrador personagem: é aquele que participa diretamente do enredo
como qualquer personagem, portanto, tem seu campo limitado de visão, isto é, não é
onisciente, nem onipresente. No entanto dependendo da personagem que narra a história, de
quando o faz e de que relação estabelece com o leitor, podemos ter algumas variantes de
narrador personagem.
5) Narrador testemunha: geralmente é a personagem principal, mas narra acontecimentos dos
quais participou, ainda que sem grande destaque.
6) Narrador protagonista: é o narrador que é também a personagem central.
c) Enredo – fábula – intriga – ação – trama – história (conjunto de fatos de uma história)
1) Natureza ficcional
2) Questões fundamentais: estrutura ( as partes que compõe o texto.
1.1) Natureza ficcional – o termo verossimilhança foi utilizado por Aristóteles quando
estudava grandes obras teatrais de seu tempo, as tragédias. Para o filósofo, o que permitia a
empatia do público com a peça era uma ilusão de verdade que fazia parte da estrutura
narrativa da peça teatral, mais que a verdade dos fatos narrados. Assim, chamou como lógica
interna do enredo, que o torna verdadeiro para o leitor; verossimilhança é, pois, a essência do
texto de ficção.
3) Partes do enredo:
3.1 Conflito
3.2 Exposição
3.3 Complicação
3.3 Clímax
3.4 Desfecho
d) Personagens
1) quanto à caracterização: - planas: tipos/caricatura (Quem são?);
2) redondas: características físicas, psicológicas, sociais, ideológicas, morais.
3) quanto à participação no enredo
3.1) Protagonista: herói ou anti-herói; antagonista; personagens secundárias.
e)Tempo:
1) época
2) duração
3) tempo cronológico ou psicológico?
f) Espaço

20
1) ambiente (características)
2) localização geográfica
3) clima psicológico
4) situação econômica-política
5) moral/religião
g) Tema – Assunto
h) Discurso predominante: discurso direto, indireto, indireto livre ( Estrutura)
i) Opinião critica ( Nível do discurso)
j) Qual é a intencionalidade do texto? ( Nível do Discurso)
(ideologia)

8 UNIDADE DIDATICA PARTE I : TECNOLOGIA

Fonte: Vall Martins

21
Objetivo Específico: Promover debate sobre os meios de comunicação de massa, a sua
influência na vida das pessoas e a falta de diálogo, principalmente na família.

TEXTO I

Zap
(Moacyr Scliar)

Não faz muito que temos esta nova TV com controle remoto, mas devo dizer que se
trata agora de um instrumento sem o qual eu não saberia viver. Passo os dias sentado na velha
poltrona, mudando de um canal para outro — uma tarefa que antes exigia certa
movimentação, mas que agora ficou muito fácil. Estou num canal, não gosto — zap, mudo
para outro. Não gosto de novo — zap, mudo de novo. Eu gostaria de ganhar em dólar num
mês o número de vezes que você troca de canal em uma hora, diz minha mãe. Trata-se de uma
pretensão fantasiosa, mas pelo menos indica disposição para o humor, admirável nessa mulher
[...].
(O texto acima, publicado em "Contos Reunidos", Companhia das Letras — São
Paulo, 1995, consta também do livro "Os cem melhores contos brasileiros do século", seleção
de Italo Moriconi, Editora Objetiva — Rio de Janeiro, 2000, pág. 555.)

PROPOSTA DE ATIVIDADES

1 º ETAPA

O professor pede aos estudantes que leiam o texto, individualmente e em seguida é


realizada uma leitura pelo professor ou por outros alunos.

22
2º ETAPA

ROTEIRO DE ANÁLISE DE UM TEXTO NARRATIVO (Baseado nas orientações da


GANCHO, 2006)

3º ETAPA

3.1 CONSTRUINDO SIGNIFICADOS


a) De acordo com o texto. O que significa a palavra zap?

3.2 ANALISANDO O CONTO (nível do discurso)

3.2.1Tema/assunto, opinião crítica e intencionalidade do texto

(Nesse momento o professor pede uma nova leitura do conto, em grupos pequenos de
estudantes, para que estes façam uma interpretação oral e escrita. Em seguida apresentarão
suas opiniões a respeito do assunto. No momento das exposições de ideias, o professor poderá
auxiliar os alunos).
O conto Zap de Moacir Scliar fala de uma realidade muito presente na vida de muitos
adolescentes: a alienação diante da mídia, no conto falando da televisão e da influência que
ela desperta, já que oferece uma enorme quantidade de informação para todos os públicos e
para todos os gostos.
O personagem deixa evidente a sua dependência pelo instrumento novo que surgiu e
que junto com o controle remoto facilitou ainda mais a sua vida, já que não mais precisa fazer
nenhum movimento para trocar o canal. No conto também aparece um problema muito
constante nas famílias que é a ausência de um dos pais, mudando aquela antiga estrutura de
formação familiar e o sofrimento de alguns por causa dessa separação.
Um outro aspecto abordado é a tentativa da mídia de nos fazer consumir determinados
produtos, por isso as propagandas que a todo tempo interrompe as programações para tentar
persuadir o telespectador.

23
Outra questão abordada é o tipo de programação que é exibida na mídia e que nem
sempre é adequada para uma determinada faixa etária, mas ela existe e as famílias não têm
muito tempo de ficar policiando a programação assistida pelas crianças, as quais têm
curiosidades e num descuido qualquer, zap mudam de canal e assistem o que é oferecido.

3.3 PRODUZINDO SENTIDOS

1) Você acredita que a televisão ainda nos dias de hoje influenciam as crianças? Por quê?
2) Os programas de televisão deveriam ser mais criteriosos em suas exibições? O que
mais te choca ou revolta num programa de tv?
3) A televisão influencia o comportamento das pessoas? No texto, em que momentos isso
acontece?.
4) Retire do texto um fragmento que mostra como era o diálogo entre mãe e filho. E
hoje, como ficou o diálogo nas famílias após a chegada da televisão?
5) Quais os tipos de programas de TV que você mais assiste e qual o objetivo destes
programas?
6) Qual a provável intencionalidade do autor ao escrever esse texto?

TEXTO II

Fonte: Vall Martins


24
QUANDO A INTERNET SE TRANSFORMA EM VÍCIO ADULTOS E
ADOLESCENTES DESENVOLVEM DEPENDÊNCIA PELO UNIVERSO DIGITAL E
SÃO OBRIGADOS A FAZER TRATAMENTOS PARA SE LIVRAREM DO
PROBLEMA

No Orkut, a badalada rede de amizades da internet, uma adolescente abre a discussão:


"Galera, vocês já foram chamados de doentes por causa do computador?". A pergunta é
encarada com naturalidade. "Já, várias vezes", admite uma garota. "Deixo de sair, ver TV e
até mesmo dormir", conta um jovem. "Passei o fim de semana todo na internet. Eu tentava
parar, mas era mais forte que eu", relata um internauta. "O viciado em droga diz que para
quando quiser, mas nunca consegue. Será esse o nosso caso?", outro adolescente levanta a
hipótese [...].
(Fonte: Quando a internet se transforma em vício). Correio de Uberlândia, 21 de maio
de 2008. Extraído do site:
www.Correiodeuberlândia.com.br/texto/2005/07/08/quando_a_internet_se_transforma
_em_vício.html> Acesso em 16 de agosto de 2013, às 09h19min.).

PROPOSTA DE ATIVIDADES

1º ETAPA

(Antes da leitura do texto, o professor fará uma explicação do gênero abordado: A


reportagem, sua finalidade e que a mesma está sendo abordada devido ao assunto tratado que
remete às tecnologias e o papel desempenhado na vida das pessoas. Os estudantes, neste
momento serão convidados a irem ao laboratório de informática e por alguns momentos
verificarem a importância dessa ferramenta em vários aspectos como estudo e pesquisas, por
exemplo.).

25
2º ETAPA

2.1 Construindo significados

a) De acordo com o sentido do texto, explique o que é internet, MSN e vício.


b) O que é uma pessoa viciada em internet?

2.2 Analisando o texto ( Nível do discurso)

2.2.1Tema/assunto, opinião crítica e intencionalidade do texto

O texto acima é o gênero reportagem, um gênero jornalístico que tem por finalidade
divulgar um assunto ou acontecimento. O texto fala da internet como importante ferramenta
de comunicação e informação quando utilizada de forma adequada. A reportagem veio para
alertar as pessoas do problema causado por essa ferramenta quando a mesma é utilizada de
forma desorientada e que pode causar grandes transtornos a quem dela faz uso e a seus
familiares.
A reportagem alerta para o caso de pessoas ficarem viciadas e deixar de lado a sua
vida social e familiar, ou seja, a influência que com o mau uso a internet pode causar nas
relações sociais, fora do mundo virtual. Um outro dado relevante que deve ser considerado é o
perigo que muitas pessoas podem enfrentar diante dessa ferramenta ao entrar em sites de
relacionamentos e se relacionar com pessoas má intencionadas querendo tirar alguma
vantagem das mais diversas formas devido ao despreparo e até mesmo da inocência,
principalmente das crianças e adolescentes e até mesmo de adultos que podem ser enganados
por pessoas que praticam crimes pela internet.
Além de todos os problemas citados pela reportagem é preciso ressaltar que há
tratamento para pessoas que tem compulsão por esse veículo de informação e que em alguns
casos esse vício é quase comparado com o vício das drogas que só prejudica as pessoas e sua
convivência social. Outro fator preocupante é que as pessoas que tem essa compulsão acabam
se prejudicando também no ambiente escolar e a ferramenta que poderia auxiliá-los na busca

26
de mais conhecimento acaba se tornando uma vilã devido ao mau uso que dela é feito. É por
isso que todos devem ser orientados para tornar a internet um mecanismo que venha somar na
vida das pessoas, propiciando o diálogo, a interação e não o isolamento.

2.3 Produzindo sentidos

1) Qual a importância da internet para você? Como deve ser a relação das pessoas com
essa ferramenta de informação?
2) Por que pessoas ficam viciadas a ponto disso interferir em suas relações interpessoais,
segundo o texto? E em sua opinião, por que isso ocorre?
3) Você considera importantes as informações trazidas pela reportagem? Quais os
aspectos positivos do texto?
4) Em sua opinião, por que as pessoas passam tanto tempo em sites de bate papo? E
segundo o texto, por que isso acontece?
5) No texto uma médica diz que o computador precisa ficar fora do quarto das crianças,
pois assim adultos teriam mais controle do conteúdo acessado. Você acredita que essa atitude
dificultaria o acesso a conteúdos inadequados para algumas faixas etárias e até mesmo
diminuiria os possíveis riscos a que as pessoas estão sujeitas na rede? Argumente.
6) Você faz parte de alguma comunidade virtual? Qual? Qual a finalidade dessa comunidade
que você participa?

2.4 Produzindo sentidos – Análise dos textos estudados na 1ª parte

1) Qual a relação existente entre os dois textos estudados?


2) Qual ou quais as finalidades de cada um deles?
3) No texto 2 é abordado a questão do vício e um adolescente compara ao vício das
drogas. Você concorda com essa comparação? Por quê?
4) Com qual dos textos você mais se identificou? Por quê?

27
5) Quais os problemas que podem aparecer quando as pessoas fazem mau uso dos
veículos de informação como a tv e a internet? O que poderia ser feito para acabar com os
crimes mais comuns praticado por indivíduos na internet?
6) Os dois textos falam sobre tecnologia, faça uma análise de cada um deles e produza
um texto curto dando sua opinião sobre a temática abordada em cada um deles e sobre a
importância da tecnologia nas diferentes áreas como saúde, educação e segurança.

9 UNIDADE DIDÁTICA PARTE II: TEMPO

Fonte: Vall Martins

Oração Ao Tempo
Caetano Veloso

És um senhor tão bonito


Quanto a cara do meu filho
28
Tempo tempo tempo tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo tempo tempo tempo...

Por seres tão inventivo


E pareceres contínuo
Tempo tempo tempo tempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo tempo tempo tempo... [...]
(Disponível em: http://letras.mus.br/caetano-veloso/44760/ Acesso em 16/09/2013.)

1ª FASE – INFÂNCIA

Fonte: Vall Martins


29
Objetivo específico: Discutir a objetividade e a subjetividade do tempo, amadurecer as
relações entre os fenômenos e nossos estados subjetivos bem como discutir as relações e
interações entre os sujeitos, considerando o seu processo sócio-histórico.

PROFESSOR: O gênero que mais será destacado nessa unidade didática é o conto, porém
também serão trabalhados poemas e músicas para dar mais ênfase à temática abordada, nesta
parte dos trabalhos a ideia é fazer com que os alunos relembrem um pouco de sua infância,
leiam textos que tenham significação para eles e que entendam a leitura como o citado na
Estética da Recepção e no dialogismo Bakhtiniano os quais veem a leitura como um processo
de interação entre autor-texto-leitor.

TEXTO I

FELICIDADE CLANDESTINA - Clarice Lispector

Fonte: Vall Martins

30
Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados.
Tinha um busto enorme; enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse,
enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer
criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria [...].
Disponível em: (http://pagina-de-vida.blogspot.com.br/2007/05/felicidade-clandestina-
clarice.html) Acesso em 18/11/2013, ás 20h e 21 min.

PROPOSTA DE ATIVIDADES

1º ETAPA

Em todas as temáticas, os alunos receberão uma cópia do material estudado. Nesta


atividade será feito um estudo da autora Clarice Lispector e suas principais obras. Também
será mostrado aos alunos o Livro Felicidade Clandestina, no qual foi retirado o conto que tem
o nome do livro da autora. O professor pede aos estudantes que leiam o texto, individualmente
e em seguida é realizada uma leitura pelo professor ou por outros alunos.

2ºETAPA

ROTEIRO DE ANÁLISE DE UM TEXTO NARRATIVO (Baseado nas orientações da


GANCHO, 2006)

3º ETAPA

3.1 Construindo significados


a) De acordo com o sentido do texto, explique as palavras clandestino e sadismo.

31
b) Reconhecer os recursos formais do conto, já trabalhados anteriormente (início, ruptura,
confronto, restauração e desfecho).
3) No conto apresentado, a felicidade da garota era ter um livro nas mãos e lê-lo. Nos dias
atuais com tanta tecnologia, os livros ainda despertam o interesse das crianças? Explique.

3.2) Analisando o conto ( Nível do discurso)

3.2.1 Tema/ assunto, opinião crítica e intencionalidade do texto

O conto felicidade clandestina faz parte do livro que tem o mesmo nome e a temática,
como já citado aborda assuntos como a infância, por exemplo. No referido conto a autora traz
a vontade de uma criança pobre em ler livros, mas que devido a sua condição social não
consegue adquiri-los como é o caso de muitas crianças e adolescentes leitores que têm acesso
a livros apenas nas escolas. Por coincidência na escola em que estudava havia uma garota que
tinha uma posição social mais favorável e que por isso tinha mais acesso a bens materiais,
culturais, viagens e principalmente tinha acesso a livros.
A garota do conto representa várias outras crianças que sonham com coisas simples e
na história ler o livro Reinações de Narizinho de Monteiro Lobato. Também é evidente a
questão de valores morais tanto da parte da garota rica que tinha comportamentos
considerados perversos no texto e de sua mãe que não compactuava com os mesmos e por
isso foi muito sensata em sua decisão.
O ponto forte da história é o momento em que a garota pobre consegue ter nas mãos o
tão sonhado livro. E ao tê-lo, não sabia o que fazer com ele devido tamanha felicidade. Seu
sentimento era de prazer, de orgulho, uma felicidade clandestina que não tinha como
descrever. Ela ficava ali olhando admirando como se fosse uma mulher olhando para o seu
amante e nesse momento parecia que não mais menina era.

3.3 Produzindo sentidos

1) As desigualdades sociais impedem o acesso a vários bens materiais e culturais. Em sua


opinião quais são os setores mais prejudicados quando as pessoas não têm dinheiro?

32
2) Ler ajuda a desenvolver a escrita e a oralidade. É possível afirmar que quem lê tem mais
facilidade para argumentar?
3) No texto é apresentado alguns conceitos e valores culturais e sociais transmitidos pelas
personagens. Qual a influência que esses valores têm na vida das pessoas hoje?
4) No conto apresentado, a felicidade da garota era ter um livro nas mãos e lê-lo. Nos dias
atuais com tanta tecnologia, os livros ainda despertam o interesse das crianças? Explique.
5) Em sua opinião a garota dona do livro agiu daquela forma por qual razão?
6) Explique a atitude da mãe da garota proprietária do livro. Por que ela tomou aquela atitude?
7) No conto a garota rica tinha livros enquanto que os outros colegas não. Você acredita que
quanto mais poder aquisitivo a pessoa tem mais leitura ela faz ou será que quando se quer ler
é possível arrumar outras formas de ter livros? Argumente.
8) Você já leu o livro citado no conto? Sabe sobre o que o mesmo fala?
9) Faça uma análise da seguinte frase retirada do texto: ―Não era mais uma menina com um
livro: era uma mulher com seu amante.‖

TEXTO COMPLEMENTAR

TEXTO II

Meus Oito Anos


(Casimiro de Abreu)

Fonte: Vall Martins


33
Oh! Que saudades que eu tenho Que amor, que sonhos, que flores,
Da aurora da minha vida, Naquelas tardes fagueiras
Da minha infância querida À sombra das bananeiras,
Que os anos não trazem mais! Debaixo dos laranjais!

PROPOSTA DE ATIVIDADE

1º ETAPA

O poema de Casimiro de Abreu, também retrata a infância e faz com que o leitor
interaja com o texto numa relação dialógica, para que o mesmo possa produzir significado.
Nesse contexto o aluno é instigado a unir suas experiências anteriores à do autor e do texto.
Nesta atividade os alunos farão uma leitura silenciosa e também ouvirão o poema cantado e
em vídeo no seguinte link:
Meus Oito Anos - Casimiro de Abreu – youtube- acesso em 16/08/2013, às 17:16h
<http//www.youtube.com/watch?v=RzuTIuL5>

2º ETAPA

2.1 Construindo significados

a) De acordo com o texto, qual o significado de aurora e fagueira?

34
2.2 Analisando o poema ( Nível do discurso)

No poema percebe-se um saudosismo em relação à infância do autor, já que o mesmo


relembra detalhes que são muito significativos para ele. O autor deixa claro a saudade dos
momentos vividos e é possível notar que, agora adulto sua vida é bastante dolorosa, não há
mais inocência.
Outro detalhe que o autor fez questão de lembrar é a importância da família,
principalmente nas figuras de sua mãe e de sua irmã. A simplicidade da infância é ressaltada
nos versos em que fala da liberdade de andar livre pelas montanhas, de pés descalços e da
camisa aberta. Sua condição de amante das coisas simples como correr atrás das borboletas,
olhar para o céu, descansar debaixo das árvores frutíferas, ir até a cachoeira e até mesmo é
percebido sua religiosidade quando dizia que rezava as Ave-marias.
O vocabulário utilizado é bastante simples o que torna o poema mais próximo da
simplicidade da vida vivida pelo poeta e seu contexto sociocultural do período romântico do
século Alex.

2.3 Produzindo sentidos

1) O poeta diz que sente saudade de sua infância que os anos não trazem mais. Você
acredita que as emoções vividas em cada fase só devem ficar na lembrança? Por quê?
2) Quais seriam as possíveis mágoas vividas pelo eu-lírico na fase adulta?
3) Os laços familiares, o diálogo e o respeito são capazes de tornar a vida adulta mais
tranquila? Por quê?
4) Os desafios do eu-lírico na infância era correr pelas montanhas e hoje, quais os
desafios que os adultos enfrentam?
5) Qual a intenção do autor ao escrever o texto? Comprove com passagens do texto.

2.4 Produzindo sentidos – Análise dos textos estudados na 2ª parte

a) No primeiro texto trabalhado, que é o gênero conto, quais os sentimentos vivenciados


pela personagem principal? O que fez com que esses sentimentos fossem despertados?

35
b) Felicidade para a personagem era ler um livro e hoje o que traz felicidade para a
maioria das pessoas?
c) No segundo texto, percebemos uma grande exaltação da natureza pelo eu-lírico, uma
simplicidade vivida, a sensação de liberdade. O que podemos imaginar que tenha acontecido
com o poeta na fase adulta, já que o mesmo fala em mágoas?
d) Na infância citada nos textos parece que tudo era mais tranquilo. Nos dias atuais ainda
é possível ver crianças vivendo dessa maneira? O que mudou?
e) Faça uma análise dos dois textos estudados e verifique o que eles têm em comum,
além da temática.

10 UNIDADE DIDÁTICA PARTE III: ADOLESCÊNCIA

Fonte: Vall Martins

36
TEXTO I

MINHA LUTA CONTRA O TEMPO


(Heloisa Prieto)

Fonte: Vall Martins - Desenho: Zeus - o Senhor do Universo

Fui criado por ninfas, no interior de uma gruta secreta, longe dos olhos de meu pai.
Alimentado com mel e leite, fui muito amado por minhas doces protetoras.
Cresci desfrutando da beleza da natureza, caminhando pelos campos e praias, nadando
em águas salgadas. Mas chegou o momento em que senti que precisava finalmente enfrentar
meu próprio pai. Chamei Métis, a deusa da prudência, para que ela me aconselhasse. Como
poderia conquistar o poder que me fora destinado? Como poderia tornar-me o deus dos
deuses, o senhor supremo do universo? [...]
(Fonte: Heloisa Prieto. Minha luta contra o Tempo. In_.Divinas aventuras: histórias da
mitologia grega. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1997, p.39-41).

37
PROPOSTA DE ATIVIDADES

1º ETAPA

O professor pede aos estudantes que leiam o texto, individualmente e em seguida é


realizada uma leitura pelo professor ou por outros alunos.

2º ETAPA

ROTEIRO DE ANÁLISE DE UM TEXTO NARRATIVO (Baseado nas orientações da


GANCHO, 2006)

3º ETAPA

3.1 Construindo significados

a) Observe o sentido do texto e explique o que são ninfas.

3.2 Analisando o conto (Nível do discurso)

3.2.1 Tema/assunto, opinião crítica e intencionalidade do texto

O texto acima é um mito grego, já que na Grécia antiga, eles acreditavam na existência
de vários deuses e explicavam tudo o que acontecia, fatos da realidade e fenômenos da
natureza, por meio dos mitos, ou seja, das narrativas de caráter simbólico, empregando como
personagens deuses do Olimpo e heróis. Durante muito tempo os mitos eram divulgados
oralmente e tempos depois foram registrados na forma escrita por autores diversos,
preservando até hoje a cultura de um povo. O mito estudado fala sobre Zeus, filho do deus
38
Cronos- senhor absoluto do tempo e que era irônico em suas falas com aqueles que
suplicavam por mais tempo com seus familiares ou amantes. Talvez por curiosidade, Cronos
tomou uma bebida oferecida por Zeus e apareceram vários outros deuses, irmãos de Zeus,
ajudando-o a vencer Cronos e seus titãs após dez anos de luta. Após esse período cada um dos
irmãos, filhos de Cronos, foi dado um poder especial. Zeus ficou encarregado de governar o
destino dos homens, algumas vezes com alegrias e quando o deus se descuida, com algumas
tristezas, mas, segundo ele, é bastante cauteloso.

3.4 Produzindo sentidos

1) O texto fala sobre o deus Cronos que era implacável com o tempo. Você concorda
com a forma dele agir? Explique.
2) Muitas pessoas que pediam ajuda a Cronos queria ter mais tempo com familiares ou
namorados. Que leitura podemos fazer da atitude dessas pessoas?
3) No texto, percebemos a luta de um filho para ―derrubar‖ o poder do pai. Você
concorda com a atitude de Zeus? Por quê?
4) O mito é uma narrativa que nasceu para explicar fenômenos que não eram explicados
pela ciência. Nos dias de hoje, as pessoas ainda acreditam em explicações semelhantes?
Exemplifique.
5) A curiosidade fez com que Cronos tomasse o líquido oferecido por Zeus. Muitas
pessoas são levadas a fazer coisas levadas pela curiosidade. Cite alguns exemplos e as
possíveis consequências.
6) No mito estudado há uma explicação para alguns sentimentos existentes nos homens.
Você acha que essa explicação ainda sustenta argumentos nos dias de hoje? Explique.
7) Que possíveis males existiam dentro do jarro de Zeus? E as possíveis alegrias?
8) Se você vivesse na época de Cronos, que pedido faria a ele? Por quê?
9) Que leitura pode-se fazer sobre a atitude de Zeus, texto I, quando ele se distrai? Será
que pessoas que têm responsabilidades muito sérias podem se distrair? Argumente.
10) No texto I, percebe-se que cada um dos irmãos de Zeus ganhou um tipo de poder. Em
sua opinião qual dos poderes é o mais importante? Por quê?

39
PARTE IV

6.3 RUPTURA DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS

Seguindo a estrutura do método recepcional elaborado pelas autoras Aguiar e Bordini,


com base nos pressupostos da Estética da Recepção, chegou o momento da ruptura do
horizonte de expectativas do leitor, apresentando textos que exigem um grau maior de
compreensão e que aprofundem o seu conhecimento, saindo do senso comum e ampliando o
seu horizonte. Entretanto, como citado nas DCEs 2008, p.75 apud Aguiar e Bordini 1993,
p.87, a obra pode ―confirmar ou perturbar esse horizonte, em termos das expectativas do
leitor, que o percebe, o julga por tudo que já conhece e aceita‖. Segundo o dito nas diretrizes é
o momento de mostrar ao leitor que nem sempre determinada leitura é o que ele espera, suas
certezas podem ser abaladas.

11 UNIDADE DIDÁTICA - PARTE IV: 3º FASE JUVENTUDE

TEXTO I

A Moça Tecelã
(Marina Colasanti)

Fonte: Vall Martins


40
Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite.
E logo sentava-se ao tear.
Linha clara, para começar o dia. Delicado traço cor da luz, que ela ia passando entre os
fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o horizonte. [...]
(Fonte: Texto extraído do livro ―Doze Reis e a Moça no Labirinto do Vento‖, Global Editora,
Rio de Janeiro, 2000, uma colaboração da amiga Janaina Pietroluongo, da longínqua Oxford).

PROPOSTA DE ATIVIDADE

1º ETAPA

O professor pede aos estudantes que leiam o texto, individualmente e em seguida é


realizada uma leitura pelo professor ou por outros alunos.

2º ETAPA

ROTEIRO DE ANÁLISE DE UM TEXTO NARRATIVO (Baseado nas orientações da


GANCHO, 2006)

3º ETAPA

3.1 Construindo significados

a) De acordo com o sentido do texto, explique o significado das palavras tear, penumbra,
estrebaria e tecelagem.

41
3.2 Analisando o conto (Nível do discurso)

3.2.1 Tema/assunto, opinião crítica e intencionalidade do texto.

O conto A moça tecelã fala de uma jovem que tinha grandes habilidades no tear e
mistura um pouco do fantástico e do real. Nota-se que a história se confunde com a realidade,
pois relata a história de uma moça independente, que conseguia ter o necessário para viver
bem, porém sentia-se muito sozinha e pensou que poderia ser feliz por meio do casamento. A
solidão está presente na vida de muitas pessoas e muitas delas querem uma companhia para
conversar e dividir as alegrias e as frustrações.
No conto a jovem decide tecer um marido e isso é feito com muito capricho deixando-
a, inicialmente, muito feliz. A moça pensava em ter filhos para completar a sua felicidade. A
jovem levava uma vida simples, mesmo tendo todo o poder do tear em suas mãos. Porém, o
marido descobriu esse poder e de forma gananciosa começou a explorá-lo e nada mais era
suficiente. A jovem trabalhava muito para atender as ordens do marido que queria muito
luxo e não mais se preocupava com os sentimentos da mulher.
A cada dia a jovem ia se definhando e se entristecendo, o casamento havia se desgastado e
ela estava infeliz. Então, numa noite, enquanto o marido dormia a jovem foi até o tear e
desfez o tecido que era seu marido e no outro dia percebeu que estava feliz novamente e teceu
uma linda manhã.

3.3 Produzindo sentidos

1) O conto traz a temática da solidão e do casamento entre os jovens. O que você pensa
sobre esses assuntos?
2) Mesmo sabendo que temos a presença do fantástico no conto, há muitas semelhanças
com situações vividas na realidade. Fale um pouco sobre o que leva as pessoas a serem tão
gananciosas.
3) A jovem queria ter filhos com seu marido idealizado. Por que ela desistiu de tê-los.
Será que nos dias de hoje ainda acontece esse tipo de situação? Comente.
4) Para a jovem o casamento era uma forma de sair da solidão. Nos dias de hoje, quais as
possíveis saídas para fugir dessa condição?

42
5) É possível dar certo um casamento feito por interesse, sem amor? Argumente.
6) Muitas pessoas sonham com o casamento, mas em alguns casos o relacionamento é
desfeito por uma série de motivos. Em sua opinião, quais os motivos mais frequentes que
levam casais a se separem na sociedade moderna de hoje?
7) Imagine-se no lugar da jovem do conto. Qual seria a sua atitude em relação ao
companheiro (a)?

8) A moça era muito feliz, tecia tudo o que queria. Qual o motivo que a levou a querer
tecer algo que completasse sua vida? Comprove com passagem do texto. E você,
algum dia você já se sentiu como a personagem? Explique.

12 UNIDADE DIDÁTICA PART V: VELHICE

Fonte: Vall Martins

43
TEXTO I

Feliz Aniversário
Clarice Lispector

Fonte: Vall Martins

A família foi pouco a pouco chegando. Os que vieram de Olaria estavam muito bem
vestidos porque a visita significava ao mesmo tempo um passeio a Copacabana. A nora de
Olaria apareceu de azul-marinho, com enfeite de paetês e um drapeado disfarçando a barriga
sem cinta. O marido não veio por razões óbvias: não queria ver os irmãos. Mas mandara sua
mulher para que nem todos os laços fossem cortados — e esta vinha com o seu melhor
vestido para mostrar que não precisava de nenhum deles, acompanhada dos três filhos: duas

44
meninas já de peito nascendo, infantilizadas em babados cor-de-rosa e anáguas engomadas, e
o menino acovardado pelo terno novo e pela gravata. [...]
Enquanto isso, lá em cima, sobre escadas e contingências, estava a aniversariante
sentada à cabeceira da mesa, erecta, definitiva, maior do que ela mesma. Será que hoje não
vai ter jantar, meditava ela. A morte era o seu mistério.
(Texto extraído do livro "Laços de Família", Editora Rocco - Rio de Janeiro, 1998, pág. 54.)

Fonte: Gilmar Martins

PROPOSTA DE ATIVIDADE

1º ETAPA

O professor pede aos estudantes que leiam o texto, individualmente e em seguida é


realizada uma leitura pelo professor ou por outros alunos.
2º ETAPA

ROTEIRO DE ANÁLISE DE UM TEXTO NARRATIVO (Baseado nas orientações da


GANCHO, 2006)

45
3º ETAPA

3.1 Construindo significados

a) Explique o sentido das palavras incoercível e austeridade, de acordo com o texto.


b)) Há outras palavras que você desconhece no texto? Enumere-as para posterior discussão do
significado de acordo com o contexto.

3.2 Analisando o conto ( Nível do discurso)

3.2.1 Tema/assunto, opinião crítica e intencionalidade do texto

O conto Feliz Aniversário da autora Clarice Lispector é tão envolvente que causa certa
perturbação no leitor. É a história de uma idosa de oitenta e nove anos, Dona Anita, que
morava com a filha e que estava de aniversário. A festa foi organizada pela filha Zilda, a dona
da casa e os convidados eram os filhos e familiares da aniversariante.
Dona Anita tinha vários filhos, porém o predileto era o mais velho, que já havia
morrido. É uma história que aborda os laços familiares, muitas vezes hipócritas, existentes nas
famílias, na história em questão, uma família de classe média do Rio de Janeiro. Desde o
início é possível perceber que todos os convidados e também a aniversariante estavam ali por
pura obrigação, já que ninguém se sentia â vontade naquele ambiente e principalmente com
aquelas pessoas. A aniversariante cumpria o ritual, estava arrumada sentada à mesa, porém
não esboçava nenhuma reação à presença dos familiares, os quais estavam um tanto quanto
deslocados no ambiente. Na hora de cortar o bolo, a senhora cortou com uma certa
brutalidade, deixando os convidados assustados. Em seguida um dos filhos fez um discurso
desajeitado para tentar quebrar aquele clima desagradável que perdurou durante toda a
cerimônia até o anoitecer, momento em que deram um beijo na senhora e foram embora e
nesse momento alguns demonstraram contentamento.
Após a saída dos convidados é possível perceber que a aniversariante percebeu que
fizeram aquilo por obrigação e que os veria apenas no ano seguinte na mesma data. Também
percebe-se a desvalorização das pessoas mais velhas, que muitas vezes são deixadas de lado,
esquecendo do tanto que trabalharam e dedicaram suas vidas na criação e educação dos filhos.

46
No conto, esse encontro mostra que os valores familiares se desgastaram e que muitas vezes
os patriarcas das famílias perdem a importância e um encontro como esse não passa de mera
formalidade, perdeu-se o amor e muitas vezes até o respeito com os idosos e os valores
familiares
.

3.3 produzindo sentidos

1) Faça uma análise do conto e do título do mesmo. O que eles têm em comum?
2) Dona Zilda se tornou uma idosa amarga por causa de sua natureza ou por que houve
influência do meio? Justifique.
3) No conto, a autora fala que dona Zilda tinha preferência pelo filho mais velho, o qual já
havia morrido. Em sua opinião. Quais as possíveis causas dessa preferência?
4) O que teria levado a aniversariante a cuspir no chão, pedir vinho e cortar o bolo com
brutalidade?
5) Faça uma análise da seguinte oração: ―os músculos do rosto da aniversariante não a
interpretavam mais, de modo que ninguém podia saber se estava alegre.‖ Nessa oração, o que
podemos interpretar?
6) Explique uma possível intenção da autora ao descrever ― Dada a primeira talhada, como se
a primeira pá de terra tivesse sido lançada, todos se aproximaram de prato na mão,
insinuando-se em fingidas acotoveladas de animação, cada um para a sua pazinha.‖
7)Por que será que os filhos e noras de Dona Anita não sabiam o que dizer-lhe? O que
demonstra esse comportamento?
8)Como podemos interpretar nas seguintes falas do filho José: ―Até o ano que vem!‖ e ―No
ano que vem nos veremos diante do bolo aceso!‖?
9) Durante toda a ―festa‖, Dona Anita ficou sentada, na mesma posição, na cabeceira da mesa.
Por que será que isso aconteceu?
10) A autora termina o conto com a seguinte frase: ―A morte era o seu mistério.‖ A que
conclusão podemos chegar por meio dessa frase?

47
TEXTO II

CLÍNICA DE REPOUSO
(Dalton Trevisan)

Fonte: Vall Martins

Dona Candinha deparou na sala o moço no sofá de veludo e a filha servindo cálice de
vinho doce com broinha de fubá mimoso.
Mãezinha, este é o João.
Mais que depressa o tipo de bigodinho foi beijar a mão da velha, que se esquivou à
gentileza. O mocinho servia o terceiro cálice, Maria chamou a mãe para a cozinha, pediu-lhe
que aceitasse por alguns dias.
Como pensionista? [...]

48
- De dia o rádio ligado a todo volume. À noite, a gritaria furiosa das lunáticas. Sentadinha na
cama, distrai-se a velha a espiar uma nesga de céu. Com paciência, amansa uma mosca nas
grades, que vem comer na sua mão arrepiada de cócegas. Há três dias, afeiçoada à velhinha,
não foge a mosca por entre as grades da janela.
Link: http://www.objetivoportal.com.br/fotos/upload/Cl%C3%ADnica%20de%20repouso%20-
%20Dalton%20Trevisan.pdf Acesso em 18/11/2013, às 20h e 27min.

PROPOSTA DE ATIVIDADES

1º ETAPA

Antes da leitura do conto, faz – se necessário uma explicação sobre o autor Dalton
Trevisan, situando-o no contexto da literatura brasileira, sendo que o mesmo é um dos
maiores autores da literatura contemporânea brasileira e paranaense, fazendo uso de uma
linguagem direta e popular. O professor pede aos estudantes que leiam o texto,
individualmente e em seguida é realizada uma leitura pelo professor ou por outros alunos.

2º ETAPA

ROTEIRO DE ANÁLISE DE UM TEXTO NARRATIVO (Baseado nas orientações da


GANCHO, 2006)

3º ETAPA

3.1 Construindo significados

49
a) Por meio do sentido apresentado no conto, explique o que é uma clínica de repouso e o
significado de epilética.

3.2 Analisando o conto (Nível do discurso)

3.2.1 Tema/assunto, opinião crítica e intencionalidade do texto

O conto de Dalton Trevisan é marcado por frases curtas e pela fala dos personagens,
com palavras bastante regionais como ―broinha de fubá‖. O tempo do conto é curto, dando
ideia de uma sequência rápida dos acontecimentos.
A história começa na casa de Dona Candinha e em seguida numa clínica de repouso.
No Início, Maria, filha de Dona Candinha pede que a mãe hospede um amigo desempregado,
sem pagar pensão, mas logo em seguida a mãe descobre que a filha mentiu e que na verdade o
moço é o namorado da filha e que o jovem tem um emprego. A mãe fica chateada com a
mentira da filha e pede que a mesma mande o rapaz embora mas esta se recusa e diz que se
isso acontecer irá embora também. Dona Candinha fica nervosa e a cada dia vai ficando mais
doente, mas sua filha não se importa e acredita que a mãe está mentindo, somente para
castiga-la.
O tempo passa e as brigas se tornam constantes e Maria decide internar a mãe à força
num asilo onde ficavam doidos e epiléticos. No local havia constantes ameaças de choques, a
comida era pouco e fraca, os remédios eram constantes, porém dona Candinha não tomava os
comprimidos, apenas fingia.
A filha não se importava com a doença da mãe e mal ia visita – lá, seu noivo
continuava morando na casa, usufruindo de todo o conforto, enquanto sua mãe se definhava
numa pequena cama na clínica. Por falta de companhia a senhora se se afeiçoou a uma mosca
que, todos os dias vinha se alimentar em sua mão. O conto retrata a importância das relações
interpessoais e que quando há desrespeito nas famílias quem mais sofre são os idosos que
tanto contribuíram e muitas vezes são mal interpretados, faltando a eles carinho e com eles
diálogo.

50
3.3 Produzindo sentidos

1) Faça uma análise da atitude da mãe e da filha nesse conto. O que faltou entre elas?
2) A jovem Maria, em seu comportamento demonstrou o que pela mãe?
3) A atitude da filha pode ser interpretada de que forma?
4) Como podemos analisar o comportamento da mãe em relação aos remédios que
recebia?
5) Em sua opinião, por que a filha não visitava a mãe no asilo?
6) A atitude da filha ainda é presente na atitude de alguns filhos de hoje? Justifique.
7) Abandonada pela filha, Dona Candinha encontrou consolo na amizade de uma mosca.
O que esse comportamento revela?
8) No Texto, percebe-se que a moça não se importava nem com as dores físicas e nem
psicológicas da mãe. Retire do texto argumentos que comprovam essa afirmação.
9) Dona Candinha, começou a ficar doente devido a mentira de sua filha. Em sua opinião
mentir é sempre o pior caminho? Em que situações a omissão de fatos pode comprometer o
relacionamento entre pais e filhos?
10) Podemos perceber que após a chegada do noivo de Maria a casa, não havia mais
diálogo entre mãe e filha. Nas famílias de hoje o diálogo é algo que está faltando? Justifique.

TEXTO COMPLEMENTAR

ESTATUTO DO IDOSO

51
Fonte: Gilmar Martins

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI No 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003.
Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá
outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faz saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO II
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade.

Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosa a


liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos,
individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas leis.

52
§ 1o O direito à liberdade compreende, entre outros, os seguintes aspectos:

I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários,


ressalvadas as restrições legais;

II – opinião e expressão;

III – crença e culto religioso;

IV – prática de esportes e de diversões;

V – participação na vida familiar e comunitária;

VI – participação na vida política, na forma da lei;

VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação.

§ 2o O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física,


psíquica e moral, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, de
valores, ideias e crenças, dos espaços e dos objetos pessoais.

§ 3o É dever de todos zelar pela dignidade do idoso, colocando-o a salvo de


qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm>. Acesso
em 09/09/2013, às 21h e 01min.

PROPOSTA DE ATIVIDADES

1º ETAPA

Leitura do fragmento do texto, primeiramente silenciosa e em seguida pelo professor.


53
2º ETAPA

2.1 Construindo significados

a) Explique o significado de inviolabilidade, de acordo com o texto.

2.2 Analisando o Gênero Estatuto (Nível do discurso)

O Estatuto do Idoso é um caderno com um conjunto de várias leis sobre a pessoa idosa,
porém nesta unidade será analisado apenas o Capítulo II que trata Do Direito à Liberdade, ao
Respeito e à Dignidade. O artigo analisado será o Art. 10, que diz que É obrigação do Estado
e da sociedade, assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa
humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na Constituição e
nas leis. A parte do documento analisado fala do direito à liberdade e do respeito que se deve
ter com a pessoa idosa. Neste trabalho apenas este artigo será analisado, porém os alunos
terão a oportunidade de ter contato com o documento todo, devido à importância do mesmo e
uma conquista dos cidadãos idosos e de toda a sociedade brasileira e como uma punição
àqueles que descumprem as leis e desrespeitam os idosos.

2.3 Produzindo sentidos

1) Analise o Art.10 e faça um comentário crítico sobre o que dispõe o artigo.


2) O parágrafo 2º está sendo cumprido integralmente?
3) No parágrafo 3º o Estatuto diz que: É dever de todos zelar pela dignidade do idoso,
colocando-o a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou
constrangedor. Você já se deparou com alguma situação que contrariasse esse parágrafo?
Qual atitude você tomou ou tomaria?
4) O Estatuto do Idoso é um documento de leis muito importante para a sociedade, mas
será que ele está sendo respeitado em sua integridade?

54
2.4 Produzindo sentidos – Análise dos textos estudados nessa parte.

1) Os três textos estudados tratam da temática dos idosos. Qual deles é o mais adequado
aos dias de hoje? Justifique.
2) No conto clínica de repouso o autor retrata a situação em que muitas pessoas são
levadas ao internamento em asilos. Por que isso acontece? Será que as pessoas perdem o valor
ao envelhecer? Por que será que muitos filhos maltratam seus idosos?
3) No conto Feliz Aniversário, a personagem principal só recebe a visita dos filhos na
data de seu aniversário e ainda parece que isso é uma obrigação, não é espontâneo. Em sua
opinião, por que as coisas chegaram a esse ponto?
4) Como podemos analisar esse comportamento da família?
5) A personagem Maria, optou internar a mãe do que saber realmente quais eram os
problemas que a senhora estava sentindo. Nesse caso a idosa foi descartada em uma clínica.
Se você pudesse, qual final daria a esse conto?
6) Faça uma análise do Estatuto do Idoso e reflita: O Estatuto está sendo cumprido ou é
uma lei que está apenas no papel? Argumente.
7) Posterior a abordagem da passagem do tempo no texto 1,2 e 3 faça um
comentário sobre a ação do tempo na vida do homem representando-o mediante
um desenho.

Fonte: Gilmar Martins

55
6.4 QUESTIONAMENTO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS

Nesse momento, após a realização das atividades propostas sobre a temática tempo, o
professor deve propor reflexões e debate sobre os textos, fazendo retomadas sobre os assuntos
trabalhados, proporcionando aos alunos um questionamento dos seus horizontes de
expectativas e contribuir no seu posicionamento crítico relacionando ao seu contexto social.
Orientado pelo professor, nessa etapa os alunos são levados a uma autoavaliação em
conformidade com o citado nas DCEs (2008, p. 75), ―o aluno deverá perceber que os textos
oferecidos, na etapa anterior, trouxeram mais dificuldades de leitura, porém, garantiu-lhe mais
conhecimento, o que ajudou a ampliar seus horizontes‖.

13 UNIDADE DIDÁTICA PARTE VI: EPILOGO

TEXTO I

EIS A PRIMAVERA (Dalton Trevisan)

Fonte: Vall Martins

56
João sai do hospital para morrer em casa – e grita três meses antes de morrer. Para não
gastar, a mulher nem uma vez chama o médico. Não lhe dá injeção de morfina, a receita azul
na gaveta. Ele sonha com a primavera, nos dedos amarelos conta os dias.
– Não fosse a umidade do ar... – geme para o irmão nas compridas horas da noite.
Já não tem posição na cama: as costas uma ferida só. Paralisado da cintura para baixo, se obra
sem querer. A filha tapa o nariz com dois dedos e foge para o quintal:
– Ai, que fedor... Meu Deus, que nojo! [...]
(TREVISAN, Dalton. Vozes do retrato. 2 ed. São Paulo: Ática, 1992).

PROPOSTA DE ATIVIDADES

1º ETAPA

O professor pede aos estudantes que leiam o texto, individualmente e em seguida é realizada
uma leitura pelo professor ou por outros alunos.

2º ETAPA

ROTEIRO DE ANÁLISE DE UM TEXTO NARRATIVO (Baseado nas orientações da


GANCHO, 2006)

3º ETAPA

3.1 Construindo significados

a) De acordo com o sentido do conto, o que é uma pessoa camaradinha?

57
3.2 Análise do conto (Nível do discurso)
3.2.1 Tema/assunto, opinião crítica e intencionalidade do texto

O conto Eis a Primavera retrata a história de João, um homem que estava muito doente
e que, desenganado pelos médicos, vai para casa e espera a morte. É um caso típico de
descaso com a pessoa doente. João sofre com o desprezo da mulher, uma senhora mesquinha
que não dava remédio para o marido para não gastar e que além de não cuidar do marido,
ainda desejava sua morte, pois ria ficar rica. A filha não dava nem água para o pai, só dizia
que ele tinha mau cheiro.
A pessoa que cuidava de João era seu irmão Pedro, o qual tinha toda paciência e
carinho com o doente, tanto que no início ia diariamente à casa do irmão, mas no final da vida
do mesmo passou a morar na casa de João para cuidar ainda melhor.
O sonho de João era ver a primavera, pois acreditava que com a chegada do sol e
dessa estação iria melhorar. Então quando chegou o primeiro dia da primavera, Pedro, com
lágrimas nos olhos, avisou o irmão, porém aquele primeiro dia seria o último dia de vida de
João.

3.3 Produzindo sentidos

1) Que leitura pode-se fazer sobre a atitude da mulher do personagem João?


2) A filha do João tinha o mesmo comportamento da mãe ou há diferença? Comente.
3) Como podemos explicar a ansiedade de João para com a chegada da primavera?
4) O narrador diz que João estava ―Chorando no sorriso trêmulo‖. Como pode-se explicar
essa afirmação?
5) No texto são apresentadas várias ações que comprovam a mesquinhez da esposa de
João. Releia o texto e comente a intenção de cada uma dessas ações.
6) Percebe-se no conto que João fala dos dois filhos, sendo que o menino já havia
morrido a muito tempo. Como ele descreve cada um deles? O que se percebe por meio dessa
descrição?
7) Como podemos analisar as atitudes de Pedro relacionadas ao irmão?
8) Releia o diálogo abaixo e explique uma das leituras possíveis que podemos fazer
desses fragmentos:
– Com quem eu briguei?

58
– Me conte, meu velho.
– Com Deus – e agita a mãozinha descarnada. – Tanto judia de mim.
9) Qual a intencionalidade dessa narrativa?
10) Já sabemos das marcas de temporalidade que existem nas narrativas. No conto Eis a
Primavera, além da passagem do tempo, qual a função dessas marcas para o personagem
João?
11) Nessa unidade didática, foram trabalhados vários textos. Que diálogo podemos
estabelecer entre os contos Feliz Aniversário, Clínica de Repouso e Eis a Primavera?
12) Se você presenciasse situações como as narradas no conto Clínica de Repouso e Eis a
Primavera, como reagiria? É possível ficar indiferente diante desses fatos?
13) Retome a leitura de forma mais aprofundada do Eis a Primavera e faça um comentário
do mesmo tendo como base o Estatuto do idoso. Nesse comentário faça uma análise dos itens
que vão de encontro ao Estatuto.

TEXTO COMPLEMENTAR I

Epitáfio
Titãs
Devia ter amado mais Devia ter complicado menos
Ter chorado mais Trabalhado menos
Ter visto o sol nascer Ter visto o sol se pôr...
[...]
Acesso em 29/08/2013, às 20h e
31min.<http://www.youtube.com/watch?
v=L3eiOMQVUqs>

59
Fonte: Vall Martins

PROPOSTA DE ATIVIDADES

1º ETAPA

Nesse momento, o professor coloca a música para os alunos ouvirem e explica as


características desse gênero discursivo.

2º ETAPA

6.3 Construindo significados


60
a) Releia a música e explique o título da mesma.

6.4 Analisando a música (Nível do discurso)

O título da música é bastante sugestivo, já que epitáfio significa sobre o túmulo, ou seja,
são frases que são escritas nas lápides a pedido da pessoa antes de morrer. Geralmente essas
frases estão escritas em destaque e são placas de mármore ou de metal. No passado os
epitáfios procuravam narrar os atos heroicos dos nobres ou reis, mas com o passar do tempo
ficou comum entre os entes queridos para fazer uma homenagem a quem partiu.
Na música o eu-lírico fala do que devia ter feito, mas que só percebeu isso quando já havia
partido. Fala que devia ter chorado, arriscado mais e aceitado as pessoas como elas são.
Também fala de coisa simples como ver o sol nascer e se pôr. Muitos analisam a letra como
sendo um recado para que quem ainda tenha oportunidade de viver mais que possa fazê-lo.
Ter discernimento das suas atitudes, se importar com coisas que realmente importam e não
ficar refém de coisas sem sentido. A letra da música é um alerta para nós vivos, pois quando o
sol não mais nascer será tarde para tornarmos nossa vida mais feliz e com menos hipocrisia.
Alguns sentimentos existentes nos humanos que só atrapalham a ele e os outros têm que ser
abolidos, pois segundo a letra é preciso amar e viver mais. É um alerta de que ainda dá tempo
é preciso ter esperança e seguir adiante com mais simplicidade e convicção do que realmente
importa e é necessário. É preciso trabalhar, mais aproveitar a vida também. Pois ela é algo
importante que nos foi dado. Por isso precisamos viver e amar muito mais, compartilhando
nossas alegrias com nossos semelhantes para que o nosso epitáfio seja escrito de forma a ser
lembrado com muita saudade e alegria de ter vivido intensamente.

6.5 Produzindo sentidos

1) Qual o sentimento predominante nesta música?


2) Em sua opinião, por que muitas pessoas vivem pensando apenas na aparência e não na
essência das outras?
3) O mundo capitalista valoriza mais o ter que o ser. Será que esse é um dos motivos que
faz com que haja tanto egoísmo no mundo? Justifique.
4) Releia os seguintes versos:
―Devia ter arriscado mais

61
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer...‖
Será que muitas pessoas nos dias de hoje não arriscam por medo de errar? Qual a sua opinião
em relação a esses versos?

5) Você já leu algum epitáfio interessante ou engraçado? Comente.


6) O que poderiam ser os problemas pequenos citados na música?
7) Explique o que você entendeu nos versos:
―Cada um sabe a alegria
E a dor que traz no coração...‖
8) Fazendo um diálogo da música com o conto Eis a Primavera, percebemos que em
ambos falam de coisas que gostariam. Na música fica evidente que o eu-lírico não conseguiu
fazer e no conto, como podemos analisar o desejo do personagem?
9) Qual dos dois textos, conto ou a música podem nos fazer refletir mais criticamente e
posteriormente levar à prática de ações concretas? Por quê?
10) Diante das situações apresentadas como podemos interagir de forma consciente, nos
dias atuais, na sociedade em que estamos inseridos?

TEXTO COMPLEMENTAR II

Fonte: Vall Martins


62
PROPOSTA DE ATIVIDADES

1º ETAPA

Leia a charge acima e analise-a, levando em conta o seu contexto de produção e os


efeitos de sentido pretendido.

6.5 AMPLIAÇÃO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS

Nessa última etapa do método recepcional, espera-se que os estudantes tenham


ampliado os seus horizontes de expectativas, já que tiveram contato com diversos textos
durante a aplicação do método, pois conforme o citado nas DCEs, 2008, p.75, nessa etapa ―as
leituras oferecidas ao aluno e o trabalho efetuado a partir delas possibilitam uma reflexão e
uma tomada de consciência das mudanças e das aquisições, levando-o a uma ampliação de
seus conhecimentos‖.
Então, de acordo com o citado acima, espera-se que os estudantes sejam capazes de
perceber as mudanças e as aquisições de conhecimento e que sejam, de fato, capazes de
interagir com o texto e seus interlocutores, de forma crítica e proficiente e que percebam o
caráter humanizador do texto literário.
Serão apresentados nessa etapa, novos textos e mais complexos, pois acredita-se que o
estudante já esteja mais preparado para a leitura e interação com os mesmos, ou seja, será
capaz de dialogar mais facilmente com o gênero estudado. Por isso, nessa etapa, os estudantes
pesquisarão, em grupos, contos de autores diversos, sugeridos pelo professor, na biblioteca e
na internet e farão uma apresentação das leituras feitas para os outros colegas da sala.
Por fim, após as novas leituras e socialização em sala de aula, os estudantes, em
duplas, elaborarão um conto tendo como base a temática estudada na unidade didática. Alguns
desses contos elaborados serão selecionados e divulgados por meio de painéis no colégio foco
da intervenção pedagógica.

63
Outro detalhe importante que vale ressaltar é que no final do ano letivo os alunos
divulgarão os contos produzidos e/ou lidos numa atividade Intitulada Roda de Contos, para
que possam estimular mais estudantes a despertarem o gosto pela leitura literária e seus
efeitos de sentido, conforme citam Bakthin/Volochinov (1995)

As palavras são tecidas a partir de uma multidão de fios ideológicos e servem de


trana a todas as relações sociais em todos os domínios. É, portanto claro que a
palavra será sempre o indicador mais sensível de todas as transformações sociais
[...] a palavra é capaz de registrar as fases transitórias mais íntimas, mas efêmeras
das mudanças sociais. (Bakthin/Volochinov, 1995, p.41)

14- AVALIAÇÃO

Em todos os momentos a avaliação levará em conta os pressupostos teóricos da


Estética da Recepção por meio do Método Recepcional que levará em conta os avanços dos
estudantes em relação ao gênero estudado: o conto e a ampliação de seus horizontes de
expectativas. Serão avaliados o ritmo e o processo de aprendizagem dos estudantes.
As atividades realizadas não terão avaliação formativa, o que se pretende com o
trabalho desenvolvido é conduzir os alunos a uma reflexão e aumentar o seu conhecimento
por meio da leitura literária e do diálogo produzido com os textos e seus interlocutores, ou
seja, o que se espera é que os estudantes sejam capazes de interagir de forma crítica com o
texto, fazendo com que este tenha sentido no contexto social em que estão inseridos,
tornando-os capazes de ter voz e vez na sociedade.

Fonte: Vall Martins


64
REFERÊNCIAS

AGUIAR, V. T.; BORDINI, M. G. literatura e formação do leitor: Alternativas


Metodológicas. Porto Alegre: Mercado aberto, 1993.

Alves, Rubem. Entre a Ciência e a Sapiência: O Dilema da Educação. Ed. Loyola- Ipiranga.
São Paulo. Ed.11, 2004.

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