Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
1
Dedicatória ............................................................................................................................... 1
Introdução ................................................................................................................................ 3
04 de setembro de 1994................................................................................................................ 4
10 de setembro de 1994................................................................................................................ 6
22 de setembro de 1994................................................................................................................ 7
27 de setembro de 1994.............................................................................................................. 10
28 de setembro de 1994.............................................................................................................. 11
05 de outubro de 1994 ............................................................................................................... 13
06 de outubro de 1994 ............................................................................................................... 14
Outubro de 1994 ..................................................................................................................... 15
12 de outubro de 1994 ............................................................................................................... 16
22 de outubro de 1994 ............................................................................................................... 17
24 de outubro de 1994. .............................................................................................................. 18
26 de outubro 94 ...................................................................................................................... 22
29 de outubro de 1994 ............................................................................................................... 23
02 de novembro de 1994 ............................................................................................................ 24
04 de novembro de 1994. ........................................................................................................... 25
08 de novembro 1994 ................................................................................................................ 26
15 de novembro de 1994 ............................................................................................................ 27
23 de novembro de 1994 ............................................................................................................ 28
10 de dezembro de1994.............................................................................................................. 30
20 de dezembro de 1994............................................................................................................. 31
05 de agosto de 1995 ................................................................................................................. 32
30 de agosto de 1995 ................................................................................................................ 34
24 de fevereiro de 2003.............................................................................................................. 35
Março de 2003 ......................................................................................................................... 37
Março de 2003. ........................................................................................................................ 39
Abril de 2003 ........................................................................................................................... 41
Abril de 2003 ........................................................................................................................... 43
Maio de 2003. .......................................................................................................................... 45
Maio de 2003........................................................................................................................... 47
Maio de 2003........................................................................................................................... 50
Maio de 2003........................................................................................................................... 52
Maio de 2003........................................................................................................................... 53
Junho de 2003.......................................................................................................................... 54
Junho de 2003.......................................................................................................................... 56
Julho de 2003 .......................................................................................................................... 58
Julho de 2003 .......................................................................................................................... 60
Fevereiro de 2004 ..................................................................................................................... 62
Agosto de 2003 a chuva que não pára ......................................................................................... 64
Outubro de 2003 por que chorar? ................................................................................................ 67
Março de 2003 a luz da negritude de teus olhos ............................................................................ 71
2
Introdução
3
04 de setembro de 1994.
4
o meu amor me ama como nunca amou ninguém,
eu sou a pessoa mais importante na vida dele...
eu tenho olhos lindos,
lábios macios,
cabelos longos,
inteligência sem par
e além de tudo isso eu sei amar,
alguém em algum lugar não pára de em mim pensar
e eu sei que tenho para quem ir...
Eu tenho que lutar...
o que há de mais importante no navegar pelo mar da vida
é ter-se um porto no qual atracar,
um lugar para ir,
onde se possa descansar das tempestades e dores que ocorrerem pela viagem.
Minha amada,
Você possessiva?
Você apaixonada?
Com saudades?
Na verdade tudo não passa simplesmente de um reflexo de mim em você...
È tão bom saber que você me quer tanto;
espero que junto possamos sempre estar juntos...
à propósito,
eu já disse que você é a mulher mais linda que meus olhos admiram???
5
10 de setembro de 1994.
6
22 de setembro de 1994.
7
alegria,
certeza
e acima de tudo,
de compreensão...
para comigo que tão inconsistente às vezes sou...
do mar da pureza de teu íntimo brota uma fonte
que em tempo próprio sacia minha sede,
me chama e tão belamente encanta...
nunca pensei que lágrimas um dia seriam uma salgada metáfora da frase,
“Te amo”
e muito menos imaginei que tanto amaria desta forma vir à saber.
Quem entende quem?
Um mundo tão confuso?
Sim, alguém tem que entender alguém,
assim a confusão passa e a coragem nasce,
o mundo se ajoelha ante ao forte
e esse é o que ao mundo consegue amar,
mas onde se aprende?
Como se sabe se algo é ou não amor?
Eu primeiro aprendi a me amar o máximo possível
e então comecei a perceber o que é amar o próximo,
então o tempo passou e senti falta de amor,
um ser humano precisa de proteção,
carinho,
atenção,
enfim de braços para onde ir...
são seus os meus?
8
“Eu e você”, agora posso começar a entender melhor porque já houveram tantas
criações sobre o mesmo tema,
“o amor”,
recordista de belas obras,
combustível de tantas almas
e chama que eterniza um pedaço de papel escrito: “I love you”
não há autor que tenha ousado assinar a frase,
ninguém a criou mas todos os amantes sentiram...
“I love you”
“Já imaginou se eu fosse pagar direitos autorais???”
3:15 – vou dormir
9
27 de setembro de 1994.
De todas as virtudes que uma mulher pode ter creio ser a compreensão a mais bela,
ela viabiliza o meu amor.
A ternura,
paciência
e carinho junto de tudo mais que você me transmite,
são os grandes responsáveis por estarmos juntos por “um” mês
e certamente aprenderei mais e mais sobre mim mesmo e você
e transformaremos meses em anos,
anos em décadas
e assim por diante...
10
28 de setembro de 1994.
11
ir ao cinema,
planejar
e até mesmo brigar eu aceito, se for com você,
eu quero simplesmente
Amar você.
12
05 de outubro de 1994
13
06 de outubro de 1994
Seus olhos me dizem com freqüência o que seus lábios não conseguem
sei que precisas de mim tanto quanto eu de você...
bem, façamo-nos um lugar confortável,
onde possamos ser como um...
para que eu possa sempre lá estar
pois,
eu te amo.
14
Outubro de 1994.
15
12 de outubro de 1994
16
22 de outubro de 1994.
17
24 de outubro de 1994.
Estou terminando mais um final de semana sem meu precioso tesouro ter estado
comigo,
eu me pergunto até quando você e eu vamos estar fugindo um do outro?
será que vou te perder assim, aos poucos?
será que já não estamos nos perdendo?
sou eu o culpado?
você não sabe se há culpados?
Só tenho perguntas que você não responde nem quando questionada.
Entremos, pois no porquê de eu escrever,
ele é muito simples,
eu não tenho olhos para nenhuma beleza,
estou cego
e valorizo tanto minha cegueira
pois é ela que me alenta na tua ausência
e cria em mim paciência para olhar para aqueles momentos
que já passamos
e visualizar um futuro cheio de momentos igualmente marcantes.
Comparo a felicidade com a habilidade que foi dada ao Rei Midas,
só que ela é na verdade o resultado,
para que tudo vire ouro são necessários vários toques,
cada flor,
lágrima,
palavra,
gesto,
canção cantada,
18
bilhete escrito,
olhar terno,
confiança no tom de voz,
tempo juntos,
sonhos compartilhados,
metas traçadas e alcançadas em conjunto,
atenção mesmo quando distante,
um presente,
um beijo,
um abraço,
uma bala,
um “Eu vou”
porque quer estar com quem ama,
ouvir,
aconselhar.
Bem, eu posso citar cada olhar que me disse:
“tenta me entender porque eu quero te entender,
mas se não puder,
não vá...
eu só sei que te amo...”
Aqui começamos a construir a felicidade,
com toques de Rei e Rainha,
ou melhor,
Príncipe e Princesa,
ao contrário do toque de Midas o nosso gera vida,
amor que talvez só saibamos dar valor quando o perdermos;
ou talvez possamos aprendê-lo.
19
Quando um jardineiro entra em seu jardim para apanhar uma flor
ele escolhe a mais bela e viva,
ele não pensa que ela vai morrer em breve
sem todo o sistema que a sustenta,
ele só pensa no propósito ao qual a flor se destina.
É assim que a vida que aparentemente fenece,
enche a alma e coração de alegria
que é automaticamente transformada em combustível do amor...
O jardineiro entrega sua flor mais bela àquele que ele sabe que ama,
pois há um propósito,
você não tardará a se convencer de meu amor,
és uma “bela flor”
e eu te quero;
é do tipo que não se tira do jardim com facilidade,
pois és “flor rara”,
única.
Cresceu,
o perfume se expandiu e o amor te chamou...
o tempo não pára...
e as flores um dia murcham se não forem muito bem cuidadas
e protegidas como o são pelos jardineiros.
Mas não se preocupe,
o tempo pára para certas coisas,
só depende do quanto se ama
e você sempre será linda em cada fase,
pois sempre será única.
Ah! Que triste deve ficar uma flor
20
que passa das mãos de quem a ama para outras que somente apreciam seu perfume e
pétalas;
uma flor desse estilo é muito mais que flor
é o puro objeto do amor de maior valor;
não pode ser escarnecido
nem ignorado,
mesmo quando não seja fácil segurá-la em seus espinhos.
É aí que as gotas de sangue,
pelo sacrifício altruísta em prol de ambos,
servirão de bálsamo para curar as próprias feridas que disso surgir...
eu cheguei à conclusão que quero você
e percebo que você não quer aceitar,
mas já pensa o mesmo.
Não se importe,
as coisas que estão fora de nosso mundo limitado são as únicas possibilidades de
felicidade e sucesso que temos
e você um dia terá que fazer suas escolha.;
Posso até não ser seu escolhido,
mas que eu serei para sempre lembrado você não pode negar...
pois eu te amo
e você também me ama
e isso é imutável
independente do que nos aconteça,
eu sou seu amigo para o que for necessário,
segurarei sua mão no momento do seu 1º e outros partos1;
eu te amo...
21
26 de outubro 94
22
29 de outubro de 1994.
23
02 de novembro de 1994.
24
04 de novembro de 1994.
Imagino que seja nos momentos difíceis de entendermos a pessoa amada que o
verdadeiro amor fica explícito...
Espero que não fiquemos como estamos por muito mais tempo.
Quero que isso acabe ontem
e voltemos a nos respeitar e amar...
25
08 de novembro 1994.
“Feliz Aniversário...”
26
15 de novembro de 1994.
Estou com saudade de você, andei desde 6:00 até 7:00 pensando em você.
Te verei à tarde...
nem posso esperar por isso...
27
23 de novembro de 1994.
28
e te quero perto de mim a cada segundo de minha vida,
se não podemos ficar juntos agora, então ficaremos no futuro,
se não houver futuro pelo menos já sabemos que nos amamos.
Vou te contar um segredo;
eu sinto que isso (nosso Amor) não passará nem que vivamos em continentes
separados.
Eu quero que você divirta-se,
vamos ver um filme ?
tomar sorvete?
decida o que você quer...
29
10 de dezembro de1994.
30
20 de dezembro de 1994.
31
05 de agosto de 1995.
Imagino que não há amor que perpetue sem ser alimentado com certa freqüência;
um ano já passou desde que te vi tão menina a me observar...
O primeiro desejo que tive,
o de não me aproximar,
é tão compreensivo que quase chego a usá-lo como escudo
se não fosse este um bom motivo para me envergonhar
Como poderia eu viver um grande amor se não encontrasse uma alma jovem,
cheia de sonhos que somente os puros ainda podem se comprazer em ter?
Teus lábios no início eram selados
e eu privado do doce som das palavras sinceras,
mas nunca foram menos macios.
Acredite; já beijei pétalas de rosas
e somente nelas pude sentir algo tão macio...
Teu rosto,
deixei meus dedos contornarem cada curva que dá os traços
que guardam a criatura mais bela que os olhos de um homem comum jamais poderá
ver...
olhos vivos quando quer me transmitir confiança,
questionadores quando parece não me entender,
compreensivos ante minhas fraquezas
e acima de tudo sinceros quando os lábios me dizem o que só a mim cabe ouvir.
Meu amor,
você é uma flor,
perfumada de maneira mística,
32
sob o céu a única que namorei por horas e horas
e não me saciei;
Você é a minha mulher especial,
te amo com tudo que vem de dentro de meu coração
e não creio que me satisfaça com um amor que não seja verdadeiro,
o prazer verdadeiro está em abraçar e beijar o amado ou amada
após ter estado juntos
por horas,
dias,
meses,
anos...
33
30 de agosto de 1995.
34
24 de fevereiro de 2003.
35
abracemos o presente
e acalentemos doces sonhos que adornam o futuro.
Se sofremos,
não choremos,
vamos rir na cara da adversidade,
chicoteando a realidade com os ponteiros que torturam nossos pares.
Vivamos dignamente os segundos que compõem o todo da eternidade
e deixemos que a areia escorra
e que a ampulheta de nossas vidas expresse a prodigiosidade de nossas existências.
O mundo se levanta e diz:
”temos pouco tempo”,
digamos em uníssono:
“O tempo é nosso escravo e é aos deuses que rende seus serviços...”
que o tempo passe rápido...
36
Março de 2003.
37
e tudo em você que fala com tudo em mim.
Acredito que a natureza tenha seu próprio dialeto
e nossos corpos são versados nesta língua maravilhosa que cheira a orvalho,
tem o gosto de avelã,
a maciez da seda,
a beleza da flor solitária no cume da montanha
e a liberdade que corre selvagem com as águas de rios
e o vôo plácido das aves...
bem vinda a meu mundo dos sonhos,
neste reino você foi reentronada para governar pela eternidade.
38
Março de 2003.
Pensar que a fragilidade do amor é tão grande quanto sua própria força...
um extremo que raramente é percebido
e tão freqüentemente distancia dois corações
que haviam sido feitos um para o outro.
Acabam vitimados pelas argúrias do caminho
que com um sorriso e esperança,
que pareciam eternos,
um dia começaram a trilhar.
E pensar que muitas vezes até quem era responsável pela união predisse seu fim:
“Até que a morte os separe...”
o ser humano inveja a felicidade que enche os corações apaixonados,
agóra,
maldiz,
profetiza as adversidades que os nubentes não irão suportar.
Os envolvidos em uma relação de amor devem pactuar entre si,
comungar o desejo de beber o fel
que outros em seus lábios porão...
provar do veneno que pobres diabos destilarão
e vomitar as provas de que existem coisas mais importantes que a própria vida,
que pela subsistência eterna do amor
estão dispostos a imolar.
E pensar que todo amor verdadeiro é feito da mesma matéria...
do pensamento,
39
da alma,
da alegria,
da certeza que é eterno
e de uma fibra que se dobra como um sino que é martelado.
O amor quando atacado produz...
não um som, mas um silêncio...
é o silêncio da certeza de que mesmo que um dos corações se vá,
suas batidas ecoarão nas salas vazias da alma do que fica,
mas jamais o sino deixará de tocar sua música
ou o amor de silenciar os descrentes;
os pobres diabos e seus truques insanos...
que dobrem os sinos e que o amor ecoe seu silêncio em sua alma...
40
Abril de 2003.
41
que é duro como a mais forte rocha,
inabalável na certeza de que morre,
por saber que é um passo na vida...
que constrói um castelo sobre uma colina,
que se cala ao ouvir seu clamor,
que não se detém pelas desculpas de seres tacanhos;
por você...
escreve as palavras
que imortalizam o sentimento mais forte
que a nós,
é dado contemplar...
pois por mais que se pense amar...
ainda não é o amor perfeito.
Por seu rosto,
entalhado na parede de meu coração
e misteriosamente flutuando em minha mente,
dou todos meus dons,
com uma única ressalva;
que tudo de mais terno que tenho
ao se esvair de mim,
me transforme na névoa
que te acompanhará em teu reinado de beleza eterna...
42
Abril de 2003.
43
mas, no entanto,
é no prazer de te ver,
no doce de seu beijo,
no som de sua voz,
no bater de seu coração,
que vivo
e da fonte de sua alma que me sacio
e do ar que sai de seu peito que respiro.
Com você,
eu tenho minha vida
e na tua ausência
minha morte...
no teu sorriso habita minha alegria
e nos teus poros pulsa a essência que me chama...
e é por sua existência no Cosmos
que os meus astros se movem,
no meu universo você é a Nova que alimenta o ciclo da energia...
você é em mim o eu que faltava em mim...
44
Maio de 2003.
45
veremos formas das mais variadas...
ao olharmos para nosso amor
e o vivermos,
geraremos seres lindos e únicos,
de formas como as nossas,
cópias,
no entanto de nova alma.
Almas que curiosamente observam de lá,
das nuvens,
os momentos tempestuosos que vivemos,
aguardando aquele dia lindo de sol,
em que das nuvens sairão
para teu ventre
para de um plano especial partir,
rumo ao único
que para eles ao último poderá se assemelhar.
Espíritos lindos
que dançam sobre as nuvens,
vêem a semelhança dos céus em cada beijo que estala
e os desafia a mergulhar de lá
das nuvens,
para cá,
dentro de nós.
46
Maio de 2003.
47
ao voltar para casa com uma batalha perdida,
vê que a guerra ainda guarda seus melhores na trincheira de seu lar...
a vida tranqüila e de felicidade
é vivida na coletividade daqueles que contigo se assemelham,
que te beijam nos lábios,
que brincam com o que você jamais permitiria,
a felicidade só chega
quando o egoísmo já fez as malas.
Quando vejo teu rosto,
cabelo,
boca e olhos em minha frente,
sei o que tocava os pintores da renascença...
percebo que é por criaturas meigas, exatamente como você,
que bravos jovens davam suas vidas em duelos sangrentos
para nunca mais serem lembrados.
Ao vislumbrar um mundo perfeito que a ti pudesse abrigar,
vejo o colorido das flores
e o verde da grama
que se deitam pelas bordas de arroios
que escorregam sobre pedras cheias de musgo...
vejo águas vitrais se moldando dentro de piscinas naturais.
quando você se move,
o mundo só não pára
porque a outra metade tem que se ocupar de fazê-lo girar
para tua beleza conservar.
Caso figuras paradisíacas como você não tocassem esse solo,
os contos de fadas perderiam seu principal personagem.
48
Eu sei como é o inferno...
é exatamente como este mundo,
só não há lá a tua figura encantada.
Seres como você já tiveram outros nomes;
Julieta,
Rapunzel,
Joana D’arc,
Afrodite,
Monaliza,
Elizabete...
princesa Diana...
você merece seu lugar junto de todas as musas,
minha musa.
49
Maio de 2003.
50
é se contentar em ter tudo que de mais terno há
e não ter que agradecer.
É ter sido admitido à mais secreta sociedade
onde só é aceito aquele que prove ter alguém que por ele queira dar a vida...
e que por ele sorria e chore
cheia da mesma alegria pela qual se entristece e chora...
ser amado por você é morrer longe
e saber que o som da última batida de meu coração
ecoará até o dia de sua própria morte.
51
Maio de 2003.
52
Maio de 2003
É cansativo me esforçar para tirar você de dentro de mim, é esforço vão que não
produz resultado.
É bom te ouvir e saber que a melodia de sua voz é música que só toca harmoniosa
quando para mim.
É belo... e encantador... e ensurdecedor... e poderoso... e incompreensível... e
feminino... e simples, mas arrasador...
É seu semblante... seu andar... seu silêncio... seu desejo... sua resignação... seu
toque... seu puro e singular amor...
53
Junho de 2003.
Olho para os lados e vejo todos correndo atrás dos efêmeros bibelôs,
me pergunto que casca escamosa é essa que cega pessoas tão inteligentes,
cultas e às vezes, aparentemente dotadas de sabedoria?
Para tal indagação me dou ao prazer de dar a resposta
que a meu ver é de boa lógica
e de tenra sabedoria...
é a falta de amor próprio
e ausência de vontade de ser fiel a seu ideal máximo,
que é se doar ao amor
e criar o doce imaginário que traz para nossa realidade, a paz,
a compreensão
e a esperança...
escassas ao nosso redor...
não me envolvo na correria pelas futilidades não por as desprezar,
mas sim,
por respeitá-las.
São elas,
fortes elos que acorrentam o espírito,
cativam o sábio e o tolo,
mas nunca sem dolo...
são tão sutis que chegam e vislumbram.
E no momento em que sua presa delas já se afeiçoa, partem...
são então mais ainda valorizadas
e pelo sábio reconquistadas,
54
enquanto que pelo tolo rememoradas...
produzem ainda assim, a prisão para ambos.
O homem é escravo de seus sonhos e prazeres.
Passam todos correndo por mim,
abro espaço,
levanto a cabeça,
procuro entre a multidão míope
a minha apoena
e sinto na minha pele o fogo de seu olhar...
olho
e sei que entre os corpos que se degladiam por um espaço,
por um objeto,
por algo que logo passará;
corta caminho aquela que me sustenta,
que nutre meu peito do óleo que ferve no motor do meu ser,
que me gela se atingido pelo calor,
que me socorre quando acometido de dor.
No entanto,
ainda que na sua luta tudo por mim o faça,
nada de mim exige
e vivo livre...
sou um escravo da liberdade
e do amor...
55
Junho de 2003.
56
e você é posta em liberdade...
Rasga-se meu coração
e caem pedaços de você...
derramando meu sangue e extinguindo meu viver,
é tua imagem desconhecida
que habita em mim
que até a você não será dado conhecer.
Na decomposição de minhas células
é o tesouro de conhecer você
que o gelo
e a escuridão
insistem em reter.
A caneta só pára se eu morrer...
57
Julho de 2003.
58
e a ignorar a água,
quando se ama e se é amado,
somos inalcançáveis no interior da alma do outro.
Às vezes sinto inveja até de você,
por se ter consigo todo e cada minuto do tempo.
Meu consolo é saber que basta fechar os olhos e ver você...
59
Julho de 2003.
60
freqüentemente não percebemos as várias cores de um arco íris
que inexplicavelmente surge
ou a beleza exótica das orquídeas
que crescem nos lugares mais inóspitos,
alguém lhe cumprimenta
e não percebe a obra que teve o prazer de tocar.
Mas para satisfação da criação,
eu percebi suas mãos,
um feixe de luz explode em meu âmago
quando por ela sou tocado.
Meus sentidos despertam
até se gélida minha pele,
por elas fosse tocada,
meu espírito saberia.
Mãos.
As suas não tocam minha alma,
mas ela se sente tocada.
A argila seca da minha vida é moldada
pelo seu toque
e pela falta dele.
61
Fevereiro de 2004.
Meus olhos,
quando fechados,
vêem muito mais beleza
que as luzes ao meu redor são capazes de produzir...
é tua silhueta perfumada e teus contornos singulares,
que me instigam a desse mundo escuro e tão amplo participar...
ainda que cego pareça,
tudo que me agrada eu vejo,
torturo a mim mesmo e abro os olhos lentamente,
para sentir a luz como se fosse uma adaga,
traçar minhas belas imagens.
Sinto como se flechas fossem,
cada feixe de claridade invadindo os recônditos espaços
que outrora a ti e a mim eu reservára...
minha boca,
viciada na substância que da tua emana,
resseca torridamente
e só não pragueja porque sabe que o espaço onde a tua já tocou é sagrado...
estranho ao ver que até ela tem memória do que é você,
enche então de água por querer voltar a senti-la,
mas a boca bem sabe que o que é gostoso só assim permanece quando dele prova-se
aos poucos...
se alegra e toma seu maior espaço na face
e se estica
62
e se mostra,
sabendo que em breve, da embriagante essência, irá mais uma vez provar...
minhas mãos,
débeis desconhecedoras de que uma obra de arte tocam...
quando longe de ti estão, se afagam.
Consolando uma à outra, na saudade da tua pele.
Se pudessem ver como os olhos, se fechariam
e no negrume da escuridão se consolariam.
Se fossem como duas bocas certamente não se beijariam...
talvez uma para outra de sua saudade falariam.
Tristes olhos,
triste boca,
dois que não se vêem,
uma que solitária sorri, mas não se alegra.
Felizes são minhas mãos que além de se acalentarem,
ainda podem apontar o caminho que ao meu amor pode levar...
que ao longo da vida
minhas mãos continuem escrevendo o amor que dói em cada parte de meu coração
e alivie dele sua carga de paixão,
que a boca,
olhos
e cada parte de meu corpo
mal pode conter.
63
Agosto de 2003.
64
agora iluminada pela razão
que a luz do dia força olhos adentro,
nos recondiciona para a sobrevivência,
mas a noite vem
e o desesperador déja vu
compulsivamente leva à um ciclo vicioso,
torturante,
amargo
e vergonhoso.
No entanto,
ainda que perdido na escuridão do desespero,
sinto minhas boas lembranças virem em meu socorro...
levanto a cabeça
e retomo,
um pouco desajeitado,
a minha posição honrosa de amante do que é bom...
Foram oito anos de minha experiência na terra,
dias que muitas chagas foram abertas,
sinto que vivi a vida de um estranho,
talvez seja como um parente distante...
herdei alguns trejeitos,
adquiri algumas seqüelas,
porém estou sobre meus pés.
Eu ainda faço parte do combate...
não estou ferido,
mas tenho as cicatrizes...
não desenvolvi um medo sequer,
65
mas inúmeros respeitos...
me sinto como a águia que vê longe,
que depois de vivida uma vida,
se renova por meio de muita dor...
e como o elefante que de nada esquece...
que venham as tempestades
e os abalos,
que esta nova fase me reserva,
mas que o guardião das adversidades lembre
que enrijeci
e que não abro mão da paz
e felicidade
que o amor me reserva.
66
Outubro de 2003.
67
vi um rato que em vão fugiu de um felino.
Um outro dia meu cachorro foi unhado
e perdeu um olho...
Ouvi dizer que tempestades de areia são freqüentes
e mais fortes contra os anglo-saxões
que as forças de Bagdá.
Ainda que a chuva
e tudo nesse mundo gerem tanta vida,
o homem raramente pára,
olha tal espetáculo
e aplaude a vida...
Alguém morreu enquanto eu escrevia
e outros enquanto você lia...
É a vida...
68
Janeiro de 2003.
Por que chorar?
69
sem par.
Existe para que você seja feliz,
não lute comigo meu amor...
venha ser minha parceira,
eu te apoiarei da melhor maneira que puder
e saberemos juntos as respostas para perguntas
que os que estão presos à ignorância
jamais imaginariam ser perguntadas.
Aos fortes de espírito foi reservado o banquete do conhecimento sem fim...
a alegria está em ser da estatura que Deus nos preparou para sermos.
Os primeiros mandamentos são para os seres que não descobrem sua ligação natural
e não a sobrepujam.
Àqueles que são de uma outra ordem,
se reserva um estado diferenciado,
onde os pequenos sofrimentos não têm sentido algum,
o tempo é o de nos aperfeiçoarmos para aquele tranqüilo encontro com Deus.
Não chore à toa meu bem...
70
Março de 2003
A escuridão que você vê não é a expressão do sentimento que nutro por ti.
Posso sentir
que a minha ausência é algo que te toca,
mas não a apavora.
Existo em ti quando tua mente me reproduz
e filtra minhas imperfeições...
existo perfeito na tênue tela da tua memória,
ainda que teus olhos não me mirem pela distancia que de ti mantenho.
Ao ver as opalas negras que dão acesso à minha maior criação,
brilharem por ver minha chegada,
me sinto absorvido
e transportado para uma sala calma e protegida
onde sou querido e venerado...
tão eficiente como a flecha que derrubou Aquiles,
forte como Atlas
e livre como Ícaro,
ainda que a sala um labirinto fosse,
guiado por minha linda Ariadne seria.
No mais aconchegante
e pacato jardim é recebido o ser que a ama.
No enigmático
71
e mirabolante mundo
onde apesar de jardim,
flor não há...
plantas,
folhas de cor alguma...
se árvore neste ambiente houvesse
da mesma matéria se faria...
a beleza da natureza
que na mente se cria
do mundo que vemos
nada,
exceto a imagem, tira...
é um jardim que de nada é feito
e de tudo tem,
lugar onde não há banco,
mas é cheio de espaço para descansar.
Através das opalas chego à incompreensível área
onde as imagens dançam,
distorcidas,
obtusas,
disfocadas,
mas incrivelmente ágeis,
se formam
e se destroem,
abandonadas às lembranças...
um lugar com menos luz,
menos ágil,
72
mas ainda assim
belo...
Se à escuridão eu for levado
ainda assim
serei por minha princesa visitado,
pois por mim nutre uma ligação sem fim.
73