Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
SUMÁRIO
EDITORIAL – João Bittencourt de Oliveira - pg. 3
- Cristo em runas e em fórmulas mágicas: um estudo comparado - Álvaro A. Bragança Júnior - pg. 23
- Esculpindo símbolos e seres: a arte viking em pedras rúnicas - Ricardo W. M. de Oliveira - pg. 43
ARTIGO:
- Entre tranças e nós: os adornos femininos na Era Viking – Luciana de Campos - pg. 53
RESENHA:
Fotografia da página 03: detalhe da última página do manuscrito Codex Runicus (Dinamarca, 1300),
contendo a mais antiga notação musical da Escandinávia.
Cabeçalho: detalhe da inscrição rúnica de Ramsud (Sö 101), Suécia, circa 1030.
Tal afirmação não é de difícil confirmação. Basta notar que uma série de
caracteres rúnicos são muito similares às próprias letras com as quais estamos
escrevendo este artigo. Por exemplo o “F”, “U”, “R”, o “I”, o “M” (em algumas
derivações), o “S”, o “T”, o “B”, e assim por diante. Na maior parte dos casos é
possível traçar a conexão epigráfica, demonstrando conexões entre caracteres
que, à um olhar simples, dificilmente seriam aparentados:
Figura 1: “Runes and North Italic letters”. Obtido em: ELLIOT. Runes: an introduction.
Manchester: at the University press, 1963, p. 08.
Figura 04: “Old English futhorcs and the Ruthwell runes”. Obtido em: ELLIOT. Runes: an
introduction. Manchester: at the University press, 1963, p. 39.
O uso da escrita provavelmente não foi restrito aos extratos mais elevados
da sociedade. Esta ideia de restrição é passada por uma soma de fatores: o
melhor estado de conservação das inscrições monumentais, registrada em
pedra, e erigidas por pessoas de recursos; relatos de origem aristocrática, como
o contido na Egilssaga, no qual o skaldr e aristocrata Egil corrige um uso errôneo
Referências:
PAGE, R.I. Runes and runic inscriptions: collected essays on Anglo-Saxon and
Viking Runes. Woodbridge: The Boydell Press, 1995.
ZILMER, Kristel. ´He drowned in Holmr´s sea – his cargo ship drifted to the sea-
bottom, only three came out alive´: Records and representations of Baltic traffic
in the Viking Age and the Early Middle Ages in Early Nordic sources.
Tartu: at the University Press, 2005.
As runas são caracteres que formam um alfabeto que nos fornece dentre
outras coisas textos de um período onde a oralidade tinha grande força e a
escrita tinha um menor grau de utilização, o período pré-cristão dos povos
nórdicos. Podemos encontrar as runas gravadas no mundo nórdico pré-cristão
em pedras, pedaços de couro, pedaços de metal e em inúmeros objetos como
broches, colares e pingentes.
As runas podiam decorrer de forma abreviada onde cada caractere ao
representar um som acabava por se conectar a uma dada palavra como, por
munirlutfe@gmail.com
Referências:
ELIADE, Mircea. História das crenças e das idéias religiosas: de Gautama Buda ao
triunfo do Cristianismo. Tradução de Roberto Cortes de Lacerda. Rio de
Janeiro: Zahar, 1983. Tomo II.
MACLEOD, Mindy; MEES, Bernard. Runic Amulets and Magic Objects. Norfolk:
Biddles Ltd, 2006.
Fonte: WILLIAMS, Henrik. Runes. In: BRINK, Stefan (Org.). The Viking World.
London: Routledge, 2012, pp. 287-288.
heliovpires@sapo.pt
Referências:
LUNDE, Paul & STONE, Caroline (eds.). Ibn Fadlan. Ibn Fadlan and the Land of
Darkness: Arab Travellers in the Far North, Londres: Penguin Books, 2012.
PRICE, Neil. “Dying and the dead: Viking Age mortuary behaviour”, in The
Viking World, eds. Stefan Brink e Neil Price, 3ª edição, Londres e Nova
Iorque: Routledge, 2010, pp. 257-273.
Ecce crucem Domini! Fugite partes adverse! Vicit leo de tribu Juda, radix David.
Proposta de tradução:
Eu vos conjuro, oh sete irmãs ... Res [tilia(?)] Ellfrica, Affricca, Soria, Affoca, Affricala.
Eu vos conjuro e vos chamo para testemunhar pelo Pai, pelo Filho e pelo Espírito Santo, de forma
que vós não podeis prejudicar este servo de Deus, nem nos olhos, nem nos membros, nem na
medula, nem em nenhuma junção dos seus membros, de forma que o poder do Altíssimo Cristo
habite em ti.
Eis a cruz do Senhor! Fugi, forças inimigas! O leão da tribo de Judá, raiz de David, venceu!
Cristo vence, Cristo reina, Cristo impera, Cristo liberta, Cristo abençoe a ti e te defenda de todo o
mal. AGLA. Pai Nosso.
Se o corpo do fiel, como visto no exemplo acima, não sofrerá tipo algum
de enfermidade, por outro lado, na fórmula em antigo-inglês já se encontra uma
receita para uso de ervas e frutos curativos, em que se une o apelo a Odin –
Woden - e ao drihten ... hongode (ao Senhor crucificado). Os monges cristãos,
em seu afã de expandirem a mensagem do Evangelho, lançam mão de rituais,
práticas de religiosidade e do conhecimento da flora nativa, neles incutindo a
mensagem salvífica da Igreja.
alvabrag@uol.com.br
Referências:
BAUR, Stephanie Elisabeth. Runic and Latin written culture: co-existence and
interaction of two script cultures in the Norwegian Middle Ages. Tübingen:
Deutsches Seminar, Abteilung für Skandinavistik, 2011. Dissertação de
Mestrado. In: http://tobias-lib.uni-
tuebingen.de/volltexte/2013/7031/pdf/SEBaur_Runic_and_Latin_Written
_Culture_Co_Existence_and_Interaction_of_Two_Script_Cultures_in_the_
Norwegian_Middle_Ages.pdf, acesso em 20 de abril de 2014.
MACLEOD, Mindy & MEES, Bernard. Runic amulets and magic objects.
Woodbridge: The Boydell Press, 2006.
Referências:
CLARK-HALL, J.R. A concise Anglo-Saxon dictionary. Lexington, KY: BN
Publishing, 2008.
DICKINS, Bruce (editor). Runic and heroic poems of the Old Teutonic peoples.
Cambridge: The University Press, 1915, pp. 12-23.
LINDOW, John. Norse Mythology: a guide to the gods, heroes, rituals, and beliefs.
Oxford: Oxford University Press, 2001.
Seja qual for o caso nos primeiros anos deste século, quando eu vi pela
primeira vez AM 687d 4 º, em 1993, ele já não tinha a forma que Kalund definiu.
Em algum momento ou outro, o bifólio tinha sido virado do avesso e redobrado
para que as pp. 4, 1 (ff. 2v, Ir) mantenham o poema rúnico e material
Outro ponto fraco das edições existentes é que seus editores não fez
nenhuma tentativa de definir o lay-out do poema rúnico em AM 687d 4 ° (ou em
outros manuscritos, como para este) embora tenha lançado uma luz útil sobre o
texto do poema rúnico de Hickes no inglês antigo. Os dezesseis nomes das runas
escandinavas são definidos em dezesseis linhas, cada um começando com a sua
Figura 1: Reprodução da pedra rúnica de Roes (G 40), ilha de Grötlingbo, Suécia, circa 800
d. C. (atualmente no Museu Nacional de Estocolmo). Ao lado, detalhe ampliado das
inscrições. Fonte: Marez, 2007, p. 192.
johnnilanger@yahoo.com.
br
Referências:
BOYER, Régis. Le monde du double: la magie chez les anciens Scandinaves. Paris:
Berg, 1986.
DUBOIS, Thomas. Rituals, witnesses, and sagas. In: ANDRÉN, Anders;
JENNBERT, Kristina; RAUDVERE, Catharina. (Eds.). Old Norse religion in
long-term perspectives: origins, changes and interactions. Lund: Nordic
Academic Press, 2006, pp. 76-77.
MACLEOD, Mindy & MEES, Bernard. Runic amulets and magic objects. London:
Boydell Press, 2006.
MACLEOD, Mindy. Bandrúnir in Icelandic Sagas. 11th International Saga
Conference, 2000, pp. 252-263.
MAREZ, Alain. Rites et maledictions. Anthologie runique. Paris: Les Belles
Lettres, 2007, pp. 178-196.
RAUDVERE, Catharina. Fictive rituals in Völuspá. In: RAUDVERE, Catharina;
SCHJØDT, Jens Peter. (Eds.). More Than Mythology. Lund: Nordic Academic
Press, 2012, pp. 97-118.
SCHJØDT, Jens Peter. Initiation between two worlds: structure and symbolism in
pre-christian scandinavian religion. Odense: The University Press of
Southern Denmark, 2008.
THORVALDSEN, Bernt. The poetic curse and its relatives. In: RANKOVIC,
Slavica (Ed.). Along the oral-written continuum. London: Brepols, 2010, pp.
253-267.
Figuras 2 e 3: Perfis de serpentes de Gräslund, fonte: SAWYER, 2000, p. 33; Pedra rúnica
de Haroldo (DR 42), fonte:
http://worldalldetails.com/Slide/Jelling_Stones_Denmark_Harald_runestone_side_003-
482.html
Figura 4: Pedra rúnica Sö 101 (exemplo para rochas gravadas e inscrições rúnicas com
referências cristãs), Fonte: http://ireadrunes.blogspot.com.br/2013/03/runes-101-runes-
in-mythology-9.html
Na maioria das vezes, a datação tem de ser feita por meios alternativos
que podem ser não muito precisos, mas que trazem alguma noção temporal de
quando um monumento provavelmente foi erguido, como por exemplo as raras
assinaturas do “mestre de runas” ou a tipologia do monumento. E é ai que o
estudo da arte pode ajudar bastante, pois a análise de uma determinada
produção pode revelar sua época de criação se pudermos identificar em qual
estilo ela se encaixa.
rwmenezes@hotmail.
com.br
Referências:
ARBMAN, Holger. Os Vikings. São Paulo, SP: Verbo, 1971.
BRONDSTED, Johannes. Os Vikings: história de uma fascinante civilização. São
Paulo, SP: Hermus, s.d.
GRAHAM-CAMPBELL, James. Os Viquingues: origens da cultura escandinava,
Vol 1. Madrid: Edições del Prado, 1997.
LANGER, Johnni. As Estelas de Gotland e as Fontes Iconográficas da Mitologia
Viking: os Sistemas de Reinterpretações Oral-Imagéticos. In: Brathair 6 (1),
2006, pp. 10 – 41.
https://www.academia.edu/752819/AS_ESTELAS_DE_GOTLAND_E_AS
_FONTES_ICONOGRAFICAS_DA_MITOLOGIA_VIKING_BRATHAIR_6_
2006
SAWYER, Birgit. The Viking-age rune-stones: custom and commemoration in early
medieval Scandinavia. New York: Oxford University Press Inc., 2000.
Referências:
ANDREEFF, Alexander. Gotlandic picture stones, hybridity and material culture.
Cambridge Scholars Press, Newcastle, 2007, pp. 242-258.
LANGER, Johnni. Deuses, monstros e heróis: ensaios de mitologia e religião
viking. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 2009.
MCLEOD, Shane. The rediscovery of U170: Runestones, Churchyards, and
Burial Grounds in Sweden. Journal of the North Atlantic, Steuben, n. 25, p. 1-
8, 2014.
OLIVEIRA, Ricardo W. M. A serpente e o leão: Um estudo sobre a arte viking
em monumentos megalíticos. XXXII Encontro de Iniciação Científica,
Fortaleza, 2013.
FISCHER, Svante. Alemmania and the North – Early runic contexts apart (400-
800). In: NAUMANN, Hans-Peter (org.), Alemannien und der Norden. Berlin,
Walter de Gruyter, 2004.
ARTIGO
Adornados com longas tranças presas com fitas tecidas com linho lã
específicas para prender os cabelos ou finas tiras de couro eram também presos
por nós, principalmente o nó triplo, o valknut (Langer, 2010, p. 13) ou nó dos
mortos que, e podemos supor que esses nós capilares não tinham somente um
efeito estético, eram também utilizados como simbolismos mágicos. As tranças
podiam ser presas em forma de coque no alto da cabeça ou à altura da nuca, ou,
então envolvendo toda a cabeça como uma coroa ou, então, presas umas as
outras e atadas com o nó triplo e, depois envolvidas com um lenço. Já o nó
triplo no alto da cabeça que deixava cair em cascata o restante dos cabelos é um
penteado muito comum em pingentes da Era Viking representando as
valquírias.
3 4
4 5
Autora: Luciana
de Campos
(Doutoranda
UFPB/NEVE)
fadacelta@yahoo.com.
br
DAVIDSON, Hilda Ellis. Myths and symbols in pagan Europe: early Scandinavian
and celtic religions. Syracuse: Syracuse University Press, 1988.
JESCH, Judith. Viking women, warriors, and valkyries. British Museum Blog, 2014.
http://blog.britishmuseum.org/2014/04/19/viking-women-warriors-and-
valkyries/
RESENHA
A segunda parte trata do tema mais popular até nossos dias, a mitologia
nórdica, uma síntese de seus deuses, suas narrativas, cosmogonias e seres
fantásticos. A terceira parte completa a obra, trazendo mais informações sobre
NOTÍCIAS DO NEVE
http://ufpb2014.blogspot.com.br/
PROGRAMAÇÃO GERAL:
8h – 12h – Mini-cursos
8h – 10h – Mini-cursos
RELAÇÃO DE MINI-CURSOS:
Com professor Munir Lutfe Ayub, mestre em História pela PUC-SP, membro
do NEVE.
O artigo The origins of the imaginary viking, escrito por Johnni Langer
e publicado no periódico Viking Heritage Magazine (n. 4, 2002, Universidade
de Gotland – traduzido ao francês no livro L´ Europe des Vikings, 2004) recebeu
sete citações em estudos acadêmicos do Canadá e Europa. Os estudos foram
publicados entre 2007 a 2014 e consistem em artigos de revistas acadêmicas e
Anais de eventos, além de capítulos de livros, a maioria sendo especializada em
temas da Escandinávia Medieval. Ele é disponível em:
https://www.academia.edu/390901/THE_ORIGINS_OF_THE_IMAGINARY_
VIKING_VIKING_HERITAGE_4_2002_GOTLAND_UNIVERSITY_CENTRE_F
OR_BALTIC_STUDIES_VISBY
As citações:
3. FIMI, Dimitra. Tolkien and Old Norse Antiquity: Real and Romantic
Links in Material Culture. In: CLARK, David (Ed.). Old Norse made
Expediente
V.: II.
Quadrimestral
ISSN: 1679-9313
CDU 931(05)
Blog: http://neve2012.blogspot.com.br/
Facebook: http://www.facebook.com/#!/groups/gruponeve/
Site:
http://ufma.academia.edu/NEVEN%C3%9ACLEODEESTUDOSVIKINGSEES
CANDINAVOS