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COLÉGIO XIX DE MARÇO

Educação do jeito que deve ser

2016
2ª PROVA PARCIAL DE PORTUGUÊS

Aluno (a): Nº

Ano: 1º Turma: Data: 14 / 06 /16 Nota:

Professor(a): Letícia Silva Valor da Prova: 30 Pontos

Orientações gerais:
1) Número de questões desta prova: 11
2) Valor das questões: Abertas (4): 4,0 pontos cada. Fechadas (7): 2,0 pontos cada.
3) Provas feitas a lápis ou com uso de corretivo não têm direito à revisão.
4) Aluno que usar de meio ilícito na realização desta prova terá nota zerada e conceituação
comprometida.
5) Tópicos desta prova:
- Pronomes: identificação e classificação
- Estudo dos poemas de Manoel de Barros
- Figuras de Linguagem
- Texto narrativo

1ª Questão: Leia o poema abaixo para responder às questões:

Autorretrato Falado
Manoel de Barros

Venho de um Cuiabá de garimpos e de ruelas entortadas.


Meu pai teve uma venda no Beco da Marinha, onde nasci.
Me criei no Pantanal de Corumbá entre bichos do chão,
aves, pessoas humildes, árvores e rios.
Aprecio viver em lugares decadentes por gosto de estar
entre pedras e lagartos.
Já publiquei 10 livros de poesia: ao publicá-los me sinto
meio desonrado e fujo para o Pantanal onde sou
abençoado a garças.
Me procurei a vida inteira e não me achei — pelo
que fui salvo.
Não estou na sarjeta porque herdei uma fazenda de gado.
Os bois me recriam.
Agora eu sou tão ocaso!
Estou na categoria de sofrer do moral porque só
Faço coisas inúteis.
No meu morrer tem uma dor de árvore.

a) O poeta inicia o autorretrato indicando suas origens. Dessa forma, de onde ele extraía a inspiração
para a sua produção literária? Justifique sua resposta com elementos do texto.
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b) Explique a imagem: “Fazer o desprezível ser prezado é coisa que me apraz”.

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c) Releia!

“Venho de um Cuiabá de garimpos e de ruelas entortadas.


Meu pai teve uma venda no Beco da Marinha, onde nasci.
Me criei no Pantanal de Corumbá entre bichos do chão...”

Identifique e classifique todos os pronomes presentes no fragmento acima.


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2ª Questão:
O poeta

Vão dizer que não existo propriamente dito.


Que sou um ente de sílabas.
Vão dizer que eu tenho vocação pra ninguém.
Meu pai costumava me alertar:
Quem acha bonito e pode passar a vida a ouvir o som
das palavras
Ou é ninguém ou zoró.
De tarde fui olhar a Cordilheira dos Andes que
se perdia nos longes da Bolívia
E veio uma iluminura em mim.
Foi a primeira iluminura.
Daí botei meu primeiro verso:
Aquele morro bem que entorta a bunda da paisagem.
Mostrei a obra para minha mãe.
A mãe falou:
Agora você vai ter que assumir as suas
irresponsabilidades.
Eu assumi: entrei no mundo das imagens.

Coloque (V) ou (F) para as afirmativas abaixo. Em seguida, assinale a alternativa CORRETA.
a) A palavra em destaque no primeiro verso é um pronome relativo. ( )
b) O terceiro verso possui dois pronomes: um pessoal do caso reto e um pronome indefinido. ( )
c) Não há pronome possessivo no poema. ( )
d) A colocação do pronome oblíquo “se” no verso: “De tarde fui olhar a Cordilheira dos Andes que
se perdia nos longes da Bolívia” está incorreta. ( )

a) V,V,V,V.
b) F,V,F,V.
c) F,F,V,V.
d) F,V,F,F.
e) F,F,F,V

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3ª Questão: Leia os fragmentos do poeta Manoel de Barros e analise as proposições a seguir:

Como dizer: eu pendurei um bem-te-vi no sol...


(...)
Retiro semelhanças de pessoas com árvore
de pessoas com rãs
de pessoas com pedras

I - As imagens poéticas das palavras feitas brinquedos podem ser traduzidas apenas numa
possibilidade interpretativa. ( )
II - As imagens comparativas são dadas pelos elementos lógicos do poema.( )
III - Há um desencadeamento de ilogismo ligado à necessidade de criação poética.( )

Assinale a alternativa CORRETA:


a) Todas estão incorretas.
b) Somente I e II estão corretas.
c) Somente I e III estão corretas.
d) Somente III está correta.
e) Todas estão corretas.

4ª Questão: Leia o poema de Manoel de Barros:


No descomeço era o verbo.
Só depois é que veio o delírio do verbo.
O delírio do verbo estava no começo, lá
onde a criança diz: Eu escuto a cor dos passarinhos.

A criança não sabe que o verbo escutar não


funciona para cor, mas para som.
Então se a criança muda a função de um
verbo, ele delira.
E, pois.
Em poesia, que é voz de poeta, que é a voz
de fazer nascimentos —
O verbo tem que pegar delírio.

a) Estabeleça uma relação entre o poema e a seguinte frase, também de autoria de Manoel de
Barros: "Não gosto de palavra acostumada".
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b) Qual figura de linguagem pode-se identificar no verso: “Eu escuto a cor dos passarinhos”?
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c) Qual a ideia que se pode extrair do verso: “O verbo tem que pegar delírio”, tendo em vista as
características da poesia de Manoel de Barros?
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5ª Questão: As características marcantes da poesia de Manoel de Barros são o uso de vocabulário
coloquial-rural e de uma sintaxe que remete diretamente à oralidade, ampliando as possibilidades
expressivas e comunicativas do seu léxico através da formação de palavras novas (neologismos).
Nem sempre é fácil entender suas obras devido ao desconhecimento do significado das palavras
criadas por ele.

2ª PP de Português/ 1º ano /Letícia/Página 3


Para a elaboração da poesia solicitada em sala de aula, ressalta-se, aqui, o excelente trabalho
de pesquisa realizado pela aluna Maryanne Visoto, do 2º ano Nair Prado, quanto ao significado do
vocabulário utilizado por Manoel de Barros. A partir do trabalho dela, associe os termos em negrito
abaixo com seu real significado na obra:

a) “O menino era ligado em despropósitos.


Quis montar os alicerces
de uma casa sobre orvalhos.”

b) “O menino aprendeu a usar as palavras.


Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.

c) “Obrar não era construir casa ou fazer obra de arte/ Esse verbo tinha um som diferente”.

d) “Quem acha bonito e pode passar a vida a ouvir o som


das palavras
Ou é ninguém ou zoró”.

Pode-se dizer que as palavras em destaque significam respectivamente:


a) inadequações, brincadeiras, realizar, tribo indígena.
b) inconveniências, apoios, produzir, desconfiado.
c) inutilidades, traquinagens, defecar, ativo.
d) esquisitices, brincadeiras, defecar, bobo.
e) loucuras, macaquices, maquinar, inconsequente.

6ª Questão: Produção de texto

“(...) Poderoso para mim não é aquele que descobre ouro.


Ouça o poema Tratado geral das grandezas do ínfimo
Para mim poderoso é aquele que descobre as insignificâncias (do mundo e as nossas).
Por essa pequena sentença me elogiaram de imbecil.
Fiquei emocionado.
Sou fraco para elogios.”

Manoel de Barros, em Tratado geral das grandezas do ínfimo.

O modo de estar no mundo do poeta Manoel de Barros pode ser ilustrado pelo episódio
biográfico de ter se instalado como fazendeiro em pleno Pantanal logo após ter contato com teorias
e grandes nomes da arte moderna no centro do mundo civilizado, Nova Iorque. O retorno a uma
vida recolhida entre árvores, bichos e pessoas simples demonstra uma recusa radical a alguns
aspectos da vida urbana visível também em sua produção poética, marcada pela busca de uma
experiência autêntica, verdadeira e íntegra de vida.
Mais do que mera crítica ao consumismo radical da vida urbana, ao imediatismo dos interesses
individuais, ao modo utilitário de se lidar com as coisas e as pessoas, a poesia de Manoel de Barros
propõe uma união entre homem e mundo, relacionar-se de modo mais profundo com tudo que existe
e até com o que aparentemente não existe.

A partir das ideias expostas acima você irá escrever um texto narrativo que
justifique o ser humano valorizar a simplicidade e a natureza. Descreva o cenário e as
personagens. Surpreenda o leitor com aspectos do cotidiano que devam ser valorizados e
cultivados. Utilize os elementos da narrativa estudados nas aulas.

OBSERVAÇÕES:
Não se esqueça de atribuir um título ao seu texto.
A redação NÃO será corrigida se for entregue a lápis.
Escreva entre 20 a 30 linhas.

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7ª Questão:
Cabeludinho

Quando a Vó me recebeu nas férias, ela me apresentou aos amigos: Este é meu neto. Ele foi
estudar no Rio e voltou de ateu. Ela disse que eu voltei de ateu. Aquela preposição deslocada me
fantasiava de ateu. Como quem dissesse no Carnaval: aquele menino está fantasiado de palhaço.
Minha avó entendia de regências verbais. Ela falava de sério. Mas todo-mundo riu. Porque aquela
preposição deslocada podia fazer de uma informação um chiste. E fez. E mais: eu acho que buscar
a beleza nas palavras é uma solenidade de amor. E pode ser instrumento de rir. De outra feita, no
meio da pelada um menino gritou: Disilimina esse, Cabeludinho. Eu não disiliminei ninguém. Mas
aquele verbo novo trouxe um perfume de poesia à nossa quadra. Aprendi nessas férias a brincar de
palavras mais do que trabalhar com elas. Comecei a não gostar de palavra engavetada. Aquela que
não pode mudar de lugar. Aprendi a gostar mais das palavras pelo que elas entoam do que pelo que
elas informam. Por depois ouvi um vaqueiro a cantar com saudade: Ai morena, não me escreve /
que eu não sei a ler. Aquele a preposto ao verbo ler, ao meu ouvir, ampliava a solidão do vaqueiro.

BARROS, M. Memórias inventadas: a infância. São Paulo: Planeta, 2003.

No texto, o autor desenvolve uma reflexão sobre diferentes possibilidades de uso da língua e
sobre os sentidos que esses usos podem produzir a exemplo das expressões “voltou de ateu”,
“disilimina esse” e “eu não sei a ler”. Com essa reflexão, o autor destaca:
a) os desvios linguísticos cometidos pelos personagens do texto.
b) a importância de certos fenômenos gramaticais para o conhecimento da língua portuguesa.
c) a distinção clara entre a norma culta e as outras variedades linguísticas.
d) o relato fiel de episódios vividos por Cabeludinho durante as suas férias.
e) a valorização da dimensão lúdica e poética presente nos usos coloquiais da linguagem

Texto para as questões 8 e 9:

O apanhador de desperdícios
Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim um atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.

Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato
de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor meus silêncios.

BARROS, Manoel de. O apanhador de desperdícios. In. PINTO, Manuel da Costa.


Antologia comentada da poesia brasileira do século 21. São Paulo: Publifolha, 2006. p. 73-74.

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8ª Questão:
É próprio da poesia de Manoel de Barros valorizar seres e coisas considerados, em geral, de
menor importância no mundo moderno. No poema de Manoel de Barros, essa valorização é expressa
por meio da linguagem:
a) denotativa, para evidenciar a oposição entre elementos da natureza e da modernidade.
b) rebuscada de neologismos que depreciam elementos próprios do mundo moderno.
c) hiperbólica, para elevar o mundo dos seres insignificantes.
d) simples, porém expressiva no uso de metáforas para definir o fazer poético do eu-lírico poeta.
e) referencial, para criticar o instrumentalismo técnico e o pragmatismo da era da informação digital.

9ª Questão: Considerando o papel da arte poética e a leitura do poema de Manoel de Barros, afirma-
se que
a) informática e invencionática são ações que, para o poeta, correlacionam-se: ambas têm o mesmo
valor na sua poesia.
b) arte é criação e, como tal, consegue dar voz às diversas maneiras que o homem encontra para
dar sentido à própria vida.
c) a capacidade do ser humano de criar está condicionada aos processos de modernização
tecnológicos.
d) a invenção poética, para dar sentido ao desperdício, precisou se render às inovações da
informática.
e) as palavras no cotidiano estão desgastadas, por isso à poesia resta o silêncio da não
comunicabilidade.

10ª Questão:
O lápis
É por demais de grande a natureza de Deus.
Eu queria fazer para mim uma naturezinha
particular.
Tão pequena que coubesse na ponta do meu
lápis.
Fosse ela, quem me dera, só do tamanho do
meu quintal.
No quintal ia nascer um pé de tamarino apenas
para uso dos passarinhos.
E que as manhãs elaborassem outras aves para
compor o azul do céu.
E se não fosse pedir demais eu queria que no
fundo corresse um rio.
Na verdade na verdade a coisa mais importante
que eu desejava era o rio.
No rio eu e a nossa turma, a gente iria todo
dia jogar cangapé nas águas correntes.
Essa, eu penso, é que seria a minha naturezinha
particular:
Até onde o meu pequeno lápis poderia alcançar.

Manoel de Barros
Analise as afirmações abaixo:
I – As palavras “eu” e “mim” ambas são pronomes pessoais oblíquos.( )
II – Em todo o poema, não há ocorrência de pronome possessivo.( )
III – No verso, “Essa, eu penso, é que seria a minha naturezinha particular:...” há dois pronomes
um demonstrativo e outro possessivo.( )
IV – Todas as palavras do poema foram usadas no sentido denotativo.( )

a) Somente a I está correta.


b) I e II estão corretas.
c) Somente a III está correta.
d) I, II, III estão corretas.
e) III e IV estão corretas.

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11ª Questão:

Creme

Sucuri pegou bezerro


E deu um forte abraço nele.
Foi se enrolando se enrolando no corpo
Do bezerro
Foi apertando o abraço apertado
Até quebrar todo osso do bezerro.
O bezerro virou parece um creme.
Eu estava perto.
Eu assisti.
O silêncio do bezerro nem mexia.
Depois a cobra engoliu o creme.

Manoel de Barros

A figura de linguagem que se pode identificar na oração em destaque no poema acima é:


a) Eufemismo.
b) Catacrese.
c) Metáfora.
d) Prosopopeia.
e) Metonímia.

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