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Gestos e sinais da linguagem corporal

Gilson de Almeida Pinho (2006; 2016)


giapsic@gmail.com

Sumário
Introdução.................................................................................................................... 2
1. Demarcação de território pessoal .......................................................................... 5
1.1. Zonas de distâncias pessoais ................................................................................................... 5
1.2. A máscara neutra ..................................................................................................................... 6
1.3. Sinais de atração sexual ........................................................................................................... 6
2. Diferentes formas das pessoas se cumprimentarem ............................................ 7
2.1. O cumprimento com aperto de mãos ....................................................................................... 7
2.1.1. O aperto de mãos e a relação de dominação ou submissão .......................................... 7
2.1.2. Tipos de apertos de mãos .............................................................................................. 8
2.2. Cumprimento com aceno de mão ............................................................................................ 8
2.3. O cumprimento com um abraço .............................................................................................. 8
2.4. Cumprimento com o rosto e cabeça ........................................................................................ 9
2.5. Cumprimento com beijinhos ................................................................................................... 9
3. Gestos com as mãos ............................................................................................... 10
3.1. A importância das mãos na comunicação visual ................................................................... 10
3.2. As palmas das mãos durante uma conversa pessoal ou falando em público ......................... 10
3.3. Gestos com as mãos que identificam uma mentira ............................................................... 10
3.4. Outros gestos com as mãos.................................................................................................... 11
4. Gestos com os braços ............................................................................................ 13
4.1. Cruzar os braços .................................................................................................................... 13
4.2. Outros gestos com os braços ................................................................................................. 14
5. O sorriso e a risada ............................................................................................... 14
5.1. Como identificar o sorriso verdadeiro e o sorriso falso ........................................................ 14
5.2. Efeitos que acompanham o sorriso ........................................................................................ 15
5.3. Tipos de sorrisos .................................................................................................................... 15
6. Gestos com os olhos ............................................................................................... 16
6.1. Formas de olhar ..................................................................................................................... 16
6.2. Direção do olhar do interlocutor............................................................................................ 17
6.3. Tipos de olhar ........................................................................................................................ 17
7. Gestos com o rosto e a cabeça .............................................................................. 18
8. Gestos com as pernas e pés................................................................................... 19
8.1. Pernas cruzadas ..................................................................................................................... 19
8.2. Para onde os pés apontam...................................................................................................... 20
8.3. Movimentos com os pés ........................................................................................................ 20
9. Gestos com o corpo ............................................................................................... 21
9.1. Posturas do corpo .................................................................................................................. 21
9.2. Posicionamento...................................................................................................................... 21
Referências ................................................................................................................. 22

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Gestos e sinais da linguagem corporal

Introdução

A linguagem corporal, também chamada de leitura corporal, linguagem branca ou lingua-


gem a frio, é um importante fator de comunicação entre as pessoas. Normalmente ela diz muito
mais para o interlocutor que aquilo que realmente está sendo transmitido pelas palavras, embora
nem quem fala e nem quem ouve tenha se apercebido conscientemente de sua existência e muito
menos de sua importância.
A linguagem corporal é em parte instintiva e inata, pois os cegos de nascença e os animais
também a usam; mas, por outro lado, também pode ser adquirida culturalmente. Os gestos inatos
têm o mesmo significado, independente da cultura das pessoas. Os gestos adquiridos têm significa-
dos diferentes de acordo com o ambiente cultural das pessoas envolvidas na conversa.
Observe alguns detalhes da linguagem corporal:
1. Por que as pessoas fazem gestos quando falam com alguém, e até mesmo no telefone ou
quando falam sozinhas?
2. Por que as pessoas mentem mais quando estão falando ao telefone, por carta ou e-mail, que
quando estão frente a frente?
3. Por que quando uma pessoa começa a bocejar, as demais fazem o mesmo?
4. Por que tendemos a copiar o jeito das pessoas que achamos mais atraentes, superiores ou
importantes?
5. Por que as mulheres percebem com mais facilidade que os homens quando alguém está
mentindo?
6. Por as pessoas ficam tão incomodadas quando alguém chega muito perto?
7. Por que todo homem ao ver uma mulher, mesmo sem pensar, olha para seu traseiro?
8. Por que as pessoas não se falam quando lado a lado no mesmo banco de ônibus?
9. Por que as pessoas ficam tão estressadas numa fila ou na sala de espera de um consultório
médico?
10. Por que algumas pessoas parecem tão desagradáveis à primeira vista e outras parecem tão
agradáveis?
11. Por que quando as pessoas andam, balançam o braço esquerdo com a perna direita, e o bra-
ço direito com a perna esquerda, mas quando vão cumprimentar alguém avançam o braço
direito juntamente com a perna direita?
12. Por que as pessoas dão tapinhas nas costas quando se abraçam?
13. Por que algumas pessoas apenas encostam o rosto uma na outra quando vão se beijar?
14. Por que as pessoas passam a mão na boca quando estão falando?
15. Por que as pessoas colocam o dedo indicador sobre os lábios em forma de biquinho e emi-
tem um pequeno chiado para pedir silêncio?
16. Por que as pessoas destras ao entrelaçarem os dedos das mãos, colocam o polegar direito
por cima, e os canhotos colocam o esquerdo?
17. Por que quando as pessoas cruzam os braços, 70 % delas colocam o braço esquerdo sobre o
direito? E não conseguem colocar o direito sobre o esquerdo com a mesma naturalidade?
18. Por que os olhos das pessoas apaixonadas brilham tanto?
19. Por que quando as pessoas estão felizes, sorriem?
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Gestos e sinais da linguagem corporal
20. Por que quando as pessoas estão tristes ou zangadas, franzem a testa?
21. Por que incomoda tanto quando alguém nos olha fixamente nos olhos?
22. Por que as pessoas balançam a cabeça para dizer “sim”, e viram a cabeça de um lado para o
outro para dizer “não”?
23. Por que as pessoas viram o rosto de lado quando não querem algo?
24. Por que as pessoas cruzam as pernas quando estão cansadas?
25. Por que quando duas pessoas estão conversando amistosamente raramente elas ficam exa-
tamente em frente uma da outra?

Perguntas como essas e outras mais só podem ser respondidas de maneira conveniente
quando compreendemos os gestos e sinais da linguagem corporal e, também o porquê dos mesmos
serem do jeito que são.
Na comunicação entre as pessoas:
 Menos de 7 % da mensagem é apenas verbal. Esta é a informação que realmente se deseja
transmitir.
 28 a 38 % da mensagem é vocal, como: tom de voz, inflexão e outros sons. Esta é a forma
como a informação é transmitida.
 55 a 65 % da mensagem é linguagem corporal (atitude, postura, movimentos, gestos inten-
cionais e não intencionais). A linguagem corporal é usada para transmitir atitudes, relações,
motivações, desejos, intenções etc., pois é o reflexo externo do estado emocional da pessoa
que transmite a informação.

Por que as mulheres são mais intuitivas na leitura corporal?


Algumas pessoas têm mais facilidade para ler a linguagem corporal, o que dá a impressão
de que são dotadas de intuição para interpretar o real desejo do interlocutor. Isso ocorre mais com
as mulheres, que com os homens, por dois motivos:
1. A mulher tem uma visão mais ampla que a visão do homem. Este é limitado pela sua visão
de túnel.
2. A mulher é mais dissimuladora que o homem para empregar a linguagem corporal e, conse-
quentemente, porque a usa, também consegue ler melhor quando vê alguém usando.
Homens bem treinados ou com boa visão espacial, podem ser tão bons quanto às mulheres
na arte da leitura corporal.

Algumas regras básicas para a leitura corporal correta

1. A leitura corporal correta não pode considerar como realmente significativo um gesto quan-
do realizado apenas uma vez, mas deve levar em consideração:
 Se o gesto é repetitivo, como dar pequenas batidas repetidamente com os pés no chão.
 Mesmo quando não repetitivo, se o gesto é prolongado, como ficar o tempo todo com os
braços cruzados.
 Se o gesto é exagerado ou desproporcional, como abrir os braços em demasia para dizer
que algo é grande.
 Se o gesto é brusco ou inesperado, como socar uma mesa ou dar murro no ar quando
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Gestos e sinais da linguagem corporal
questionado sobre determinado assunto.
 Se o gesto é coerente com o assunto que está sendo tratado.
2. Leia os gestos em grupo, nunca isoladamente, isto é, não se limite a ver o movimento das
mãos, mas também do rosto, dos pés etc.
3. Considere o ambiente, a circunstância, o momento e outras variantes para não se equivocar
em sua conclusão. Lembre-se que:
 É mais fácil ver a linguagem corporal nas crianças, pois são mais sinceras e apresentam
maiores tônus musculares que uma pessoa mais velha.
 Sempre haverá alguém que consegue disfarçar bem sua linguagem corporal, e assim não
ser traído por ela ao dizer alguma coisa.
 Um artista habilidoso treina expressões faciais, principalmente aqueles com o dom de
imitação, portanto consegue simular gestos que não condizem com seu real estado emo-
cional.

O espelhamento da leitura corporal

Espelhamento é a imitação involuntária e inconsciente dos gestos de uma pessoa por seu in-
terlocutor. O espelhamento não é simplesmente uma forma instintiva de copiar os gestos, mais que
isso, ele tem algumas finalidades bem específicas:
 É uma forma de avaliação de pessoa, principalmente quando acabamos de conhecê-la. A
pessoa tende a copiar o jeito de andar, vestir, falar e gesticular de outra que considera atra-
ente, bonita, superior ou importante.
 É uma forma de criar vínculos afetivos de aceitação ou de rejeição; de cooperação, domina-
ção ou submissão em relação a outra pessoa. Com o tempo tal espelhamento pode assumir a
forma de sincronização de gestos entre ambas.
 É algo contagiante, pois induz um grupo de pessoas, mesmo que desconhecidas, a agir de
modo coletivo. Veja o exemplo de uma torcida num jogo de futebol.
O espelhamento é algo instintivo, pois até os animais o fazem. Por exemplo: começar a bo-
cejar, erguer a sobrancelha, piscar os olhos, torcer o nariz, dilatar as pupilas, imitar gestos de um
orador, aumentar ou diminuir o tom de voz quando se conversa com alguém etc. Casais que vivem
juntos por muito tempo tendem a se espelhar com mais intensidade e naturalidade os gestos de seu
cônjuge. Até os animais fazem isso com os donos.

Pontos mais importantes a serem observados na linguagem corporal

1. Demarcação de território pessoal


2. Diferentes formas das pessoas se cumprimentarem
3. Gestos com as mãos
4. Gestos com os braços
5. O sorriso e a risada
6. Gestos com os olhos
7. Gestos com rosto e a cabeça
8. Gestos com as pernas e pés
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Gestos e sinais da linguagem corporal
9. Gestos com o corpo

1. Demarcação de território pessoal

Todos os animais dominantes, sejam machos ou fêmeas, marcam seu território, por exem-
plo: os mamíferos urinam em árvores, postes, paredes etc., as fêmeas defecam em determinados lu-
gares. Eles atacam outros da mesma espécie que invadem seu território ou ameacem seu ninho.
Os seres humanos também constroem casas, nas quais colocam portas e ao redor das mes-
mas levantam muros e portões; além disso, têm objetos, móveis e coisas que consideram como algo
pessoal. Os carros são considerados verdadeiras extensões de seu território pessoal.

1.1. Zonas de distâncias pessoais


Instintivamente os seres humanos também consideram como seu território pessoal o espaço
circundante de seu corpo, o qual é considerado uma extensão do próprio corpo. Este espaço é cha-
mado de “zona de distância pessoal” e funciona como uma bolha de ar ou armadura de proteção.
O tamanho dessa bolha depende da formação cultural de cada pessoa, de sua criação, sua importân-
cia social, e varia de acordo com o tempo, circunstância e lugar.
1. Zona íntima imediata. Estende-se a até 15 cm ao redor do corpo, sendo que nos quadris e
região genital cai a zero. Somente pessoas com as quais temos, ou desejamos ter, contatos
amorosos e/ou sexuais podem penetrar nesta zona. Toda invasão na mesma é imediatamente
entendida como investida sexual. A exceção é constituída por médicos, enfermeiros, cabe-
leireiros e poucos outros profissionais que precisam nos tocar diretamente.
2. Zona íntima secundária. Estende-se a até 46 cm ao redor do corpo. Somente o cônjuge,
amante, filhos, pais, irmãos, amigos muito íntimos e animais de estimação podem penetrá-
la. Toda invasão na mesma também é entendida como investida sexual.
3. Zona pessoal. Estende-se a até 1,2 m. Esta é a distância permitida a pessoas não íntimas em
reuniões sociais, profissionais, reuniões de amigos etc.
4. Zona social. Estende-se a até 3,6 m. Esta é a distância permitida para pessoas estranhas
com as quais estamos nos relacionando num determinado momento, como: vendedores,
atendentes, subordinados etc.
5. Zona pública. Acima de 3,6 m. Esta é a distância mínima na qual nos sentimos confortáveis
quando somos obrigados a nos dirigir diretamente a um grande número de pessoas, como
numa sala de aula, por exemplo.

A presença de estranhos ou pessoas não autorizadas dentro dessas zonas, principalmente nas
zonas íntimas imediata e secundária, produz reações psicológicas imediatas e instintivas, tais como:
os batimentos cardíacos se aceleram, a produção de adrenalina é aumentada, a mente se prepara pa-
ra a reação de proteção, fuga ou luta.
Quando duas pessoas se abraçam observe a distância entre seus quadris, ou entre suas regi-
ões pélvicas, quanto menos íntimo maior a distância, quanto mais íntimos menor a distância a pon-
to de se permitirem até mesmo algum movimento a mais de carinho.

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Gestos e sinais da linguagem corporal

1.2. A máscara neutra


Quando num meio de transporte, lugar público ou elevador onde as distâncias pessoais mí-
nimas não podem ser mantidas, as pessoas criam distâncias psicológicas entre si, chamadas de
“máscara neutra”:
 Ao entrarem num lugar público, a não ser quando as posições são previamente demarcadas,
as pessoas preferem lugares distantes dos outros ocupantes, ou à meia distância entre dois
ocupantes que chegaram antes. Nos banheiros públicos, as pessoas normalmente preferem
as últimas cabines.
 É curioso observar que numa sala com vários lugares vazios, conforme as pessoas vão en-
trando, os de temperamento dominante tendem a ocupar os lugares da direita, dando seu la-
do esquerdo para quem consideram subordinados.
 Quando as pessoas são obrigadas a não manterem as distâncias mínimas, elas não se sentem
muito à vontade para conversar entre si, mesmo que sejam amigas.
 Em assentos próximos, as pessoas evitam se mexer para não se tocarem mutuamente.
 Em lugares fechados, as pessoas não olham nos olhos da outra. Se acontecer de cruzarem os
olhares, desviam os olhos imediatamente.
 As pessoas fixam os olhos em pontos distantes, como mudança de andar em elevador, pai-
sagem ou corredor central num meio de transporte, algum detalhe do ambiente que jamais
perceberiam em alguma outra circunstância, fingem que estão lendo um livro, jornal,
olhando o relógio etc., ou simplesmente mantêm um olhar vazio e inexpressivo.
 Todos mantêm uma expressão de impaciência ou pressa, mesmo que não tenham absoluta-
mente nada para fazer.
 Na medida em que o espaço físico vai diminuindo, a impaciência vai se transformando em
hostilidade contra os possíveis culpados por aquele desconforto, como os atendentes e, de-
pois, contra as outras pessoas que também estão impacientes.

1.3. Sinais de atração sexual


Sempre que duas pessoas de sexos opostos se encontram, instintivamente um sempre olhará
para o outro analisando seu potencial de parceria sexual.
Pelo fato do homem ser dotado de uma visão de túnel limitante, terá de fazer pequenos mo-
vimentos de cabeça juntamente com seus olhos em direção à mulher, o que poderá dar a impressão
de que ele está sendo indiscreto.
A mulher, por ter um ângulo de visão mais aberto, não precisará fazer tais movimentos de
cabeça, o que poderá dar a falsa impressão que ela não olhou para ele.
Todo homem ao olhar uma mulher, observa em primeiro lugar seus quadris (ou nádegas); a
seguir os peitos; em terceiro lugar o comprimento de suas pernas e grossura de suas coxas; e, só
depois, prestará atenção em seus olhos, lábios e cabelos.
Toda mulher ao olhar um homem, observa em primeiro lugar seu peito, ombros e braços; a
seguir seus quadris (ou nádegas); em terceiro lugar a musculatura de suas pernas; e. só depois,
prestará atenção em seus olhos, queixo e cabelos.
Uma vez que o primeiro contato foi feito, as reações psicossomáticas são instintivas e ime-
diatas:

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Gestos e sinais da linguagem corporal
 No homem, o tônus muscular aumenta, a curvatura do corpo diminui assumindo uma posi-
ção mais ereta e dando a impressão de ficar mais alto, o peito se projeta, barriga se contrai
para dentro e o caminhar fica mais enérgico; a musculatura do rosto se enrijece, os olhos ar-
regalam e a mandíbula se projeta.
 Na mulher, o tônus muscular também aumenta destacando os seios, a cabeça se inclina para
frente e dá uma requebrada, cruza as pernas ou tornozelos para destacá-los; toca os cabelos
e expõe os pulsos; passa a língua nos lábios ou faz beicinho ou deixa a boca levemente
aberta.

Havendo uma leitura favorável à aproximação, psicologicamente já estarão invadindo o es-


paço da zona íntima antes mesmo que se conheçam ou possam se tocar fisicamente.

2. Diferentes formas das pessoas se cumprimentarem

As pessoas formam 90 % da impressão que têm dos outros nos primeiros 5 minutos de con-
versa. Como a primeira impressão é a que realmente fica e dificilmente ela muda posteriormente,
então, lembre-se sempre de causar uma boa impressão inicial, a começar pelos cumprimentos inici-
ais.

2.1. O cumprimento com aperto de mãos


O aperto de mãos é uma prática herdada dos antigos romanos. É um cumprimento de che-
gada, de partida ou para selar um acordo entre duas partes.
Embora o aperto de mãos não seja um comportamento inato, e sim adquirido, é curioso ob-
servar que, quando as pessoas andam, balançam o braço esquerdo com a perna direita, e o braço di-
reito com a perna esquerda (observe um soldado marchando), mas quando vão cumprimentar al-
guém, avançam o braço direito juntamente com a perna direita. Isso prova que ele também tem al-
go de inato.

2.1.1. O aperto de mãos e a relação de dominação ou submissão


Como o aperto de mãos tem algo de inato, ele revela uma relação de dominação, submissão,
cooperação ou de jogo de poder.
 As pessoas se cumprimentam com as palmas das mãos em posição vertical. Indica que os
interlocutores estão em posição de igualdade, de respeito mútuo ou de colaboração.
 A costa ou a palma da mão virada para cima. O dominante tende a virar a costa da mão
para cima e a palma para baixo. O subordinado tende a virar a palma da mão para cima e a
costa para baixo.

Se você observar previamente que alguém só assume a postura de dominante e você deseja
desarticulá-lo, isto é, fazer com ele uma disputa de poder, avance a mão direita junto com o pé es-
querdo, a seguir avance o pé direito para invadir o espaço da pessoa e, antes que a pessoa consiga
se recompor, aproveite para arrumar a posição das mãos ou até invertê-la, assumindo você a posi-
ção de dominante.
Se você só percebeu o caráter dominante de seu interlocutor quando o cumprimento já está
em andamento, estenda a mão com a palma voltada para cima, mas segure o pulso do interlocutor
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Gestos e sinais da linguagem corporal
com a mão esquerda e endireite as mãos para a posição vertical.
Outra maneira de você desarmar seu interlocutor dominante é cumprimentá-lo com as duas
mãos. Só cumprimente uma pessoa com as duas mãos se for muito seu amigo, ou se realmente pre-
tende criar uma relação de intimidação, caso contrário ele não se sentirá à vontade. Este é o chama-
do cumprimento de políticos e vendedores.

2.1.2. Tipos de apertos de mãos


Nunca estenda sua mão para alguém sem se certificar que a mesma esteja consciente do que
você pretende fazer, para não ficar com a mão suspensa no ar.
 Mão de torno mecânico. A pessoa vira a mão com a costa para cima, assumindo uma posi-
ção de dominador. Isso revela uma pessoa dominadora, ou o oposto, pode indicar alguém
que teme ser dominado.
 Mão arranca soquete. A pessoa aperta a mão do interlocutor e lhe dá um puxão, desequili-
brando-o. Isso revela uma pessoa dominadora.
 Mão de alavanca. A pessoa aperta a mão do interlocutor e fica balançando-a seguidamente,
impedindo-o de escapar. Isso revela uma pessoa dominadora.
 Mão de quebra osso ou de prensa. Dá um aperto de mão muito forte. Isso revela uma pes-
soa muito agressiva.
 Aperto de mão com o braço estendido. Isso revela uma pessoa agressiva e que quer distân-
cia do interlocutor.
 Aperto de mãos com as pontas dos dedos. Isso revela uma pessoa que quer o interlocutor à
distância.
 Aperto de mão de peixe morto, isto é, com a mão flácida e fria. Isso está associado à fra-
queza de caráter. Esse é o aperto de mão que causa a pior impressão inicial.

2.2. Cumprimento com aceno de mão


Fora o cumprimento com aperto de mãos, todos os demais acenos com as mãos são conside-
rados cumprimento informais.
 Aceno mostrando a palma da mão. É um aceno informal de chegada. Indica sinceridade e
instintivamente leva o interlocutor a responder com a mesma forma de aceno.
 Aceno mostrando e balançando a palma da mão. É um aceno informal de chegada e de
partida. Indica sinceridade e instintivamente leva o interlocutor a responder com a mesma
forma de aceno.
 Aceno mostrando a palma da mão e abrindo e fechando os dedos, ou deslocando rapida-
mente a palma da mão para o lado. São acenos informais de partida. Ao que tudo indica
não são gestos naturais, portanto são comportamentos adquiridos. O primeiro indica since-
ridade e instintivamente leva o interlocutor a responder. O segundo indica distanciamento e
normalmente não tem aceno de resposta.

2.3. O cumprimento com um abraço


O cumprimento com um abraço é uma prática bem mais antiga que o aperto de mãos. Tam-
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Gestos e sinais da linguagem corporal
bém pode ser usado como cumprimento de chegada, de partida ou para selar um acordo entre duas
partes.
Esse cumprimento só deve ser praticado entre pessoas muito íntimas, pois como provoca a
invasão do espaço pessoal do interlocutor, a pessoa vai reagir instintivamente mais que reagiria
com um cumprimento de aperto de mãos.
 Cumprimentando-se com um abraço. Quando o abraço é sincero é apertado, e ambos se
tocam peito a peito e até mesmo no rosto. Quando o abraço é falso as pessoas procuram
manter distância no rosto e no peito.
 Os tapinhas nas costas no final de um abraço não são um gesto de carinho, mas um mo-
do de dizer para a outra pessoa que o abraço deve ser concluído. Se você se vê obrigado a
abraçar alguém que realmente não gostaria, começará a dar tapinhas até mesmo antes do
abraço se iniciar.

2.4. Cumprimento com o rosto e cabeça


Todas as formas de cumprimento com o rosto e a cabeça têm forte efeito psicológico, pois
levam o interlocutor a responder com algum sinal igual ou correspondente:
 Cumprimento com um sorriso. É um cumprimento informal muito antigo. É o cumprimen-
to de mais forte efeito psicológico, não só porque é altamente contagiante, levando o inter-
locutor a retribuí-lo instintivamente, mas principalmente porque o sorriso cria vínculos afe-
tivos imediatos entre as pessoas. Também demonstra cordialidade ou submissão.
 Olhar para os olhos de outra pessoa e erguer as sobrancelhas. É universalmente entendi-
do como um cumprimento informal, é o mesmo que dizer oi, olá. Já era usado como cum-
primento informal nos primórdios da história da humanidade. É um comportamento instin-
tivo, pois até os macacos o usam quando se encontram. Também é uma forma de cumpri-
mento altamente contagiante, pois ao cumprimentar alguém dessa maneira, mesmo que seja
um desconhecido, a pessoa retribui com gesto igual, ou um sorriso, e alguns até chegam a
entabular uma conversa.
 Assentir com a cabeça. É usado como um cumprimento informal. Também pode indicar
concordância.

2.5. Cumprimento com beijinhos


O beijo é uma forma de cumprimento tão antiga quanto o abraço, e muito anterior ao aperto
de mãos. As formas mais comuns de beijinhos são:
 Beijinho lançado no ar para alguém. Pode ser entendido como um cumprimento bem in-
formal ou é um substituto para o beijo que realmente não queremos dar.
 Beijinho no rosto. È um cumprimento bem informal, mas que deveria ser praticado apenas
por pessoas bem íntimas.
 Apenas encostar o rosto no rosto de alguém que teoricamente deveríamos estar beijando.
É um substituto para o beijo que realmente não queremos dar.
 Beijinho durante um abraço. Quando o cumprimento é sincero, o abraço é apertado, am-
bos se tocam peito a peito e se beijam no rosto. Quando o cumprimento é falso, as pessoas
procuram manter distância no peito e apenas encostam o rosto no rosto como substituto do
beijo que realmente não querem dar.
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Gestos e sinais da linguagem corporal

3. Gestos com as mãos

O cérebro tem mais ligações com as mãos que com qualquer outra parte ou órgão do corpo,
por isso as mãos revelam o estado emocional de quem fala.
Gestos com as mãos constituem um comportamento instintivo, pois as pessoas falam fazen-
do gestos, mesmo quando estão conversando ao telefone. Mesmo os cegos fazem gestos com as
mãos quando falam.

3.1. A importância das mãos na comunicação visual


Quando se fala em público ou com alguém isoladamente:
 Uso da mão espalmada para cima. Quando alguém fala dessa maneira o índice de aceita-
ção de suas palavras pode chegar a 84 %, sem que ocorram manifestações de animosidade
por parte do ouvinte. Indica sinceridade.
 Uso da mão espalmada para baixo. É uma forma de impor autoridade ou de intimidação,
mas estimula antagonismo por parte do ouvinte. Quando alguém fala dessa maneira o índice
de aceitação cai para 52 %.
 Mão fechada com o dedo apontando (dedo em riste). É uma forma de intimidação, domi-
nação ou acusação; estimula o antagonismo; também leva as pessoas à submissão e a se fe-
charem com relação ao que é dito. Quando alguém fala dessa maneira o índice de aceitação
cai para 28 %.

3.2. As palmas das mãos durante uma conversa pessoal ou falando em público
As palmas das mãos por si só podem revelar verdade ou mentira, honestidade ou dissimula-
ção:
 Mostrar as palmas das mãos enquanto a pessoa está falando. Isso é sinal claro de que ela
está falando a verdade. Mãos espalmadas indicam uma atitude de sinceridade, franqueza e
honestidade. As observações de mãos espalmadas mostram que:
o Quanto mais a pessoas quer reforçar uma verdade, mais ela mostra a palma da mão.
o Quanto mais uma pessoa fala com a mão espalmada, mais ela tem mais dificuldade em
mentir.
o As mãos espalmadas levam o interlocutor a também falar a verdade.
 Mostrar as costas das mãos enquanto a pessoa está falando. Isso é sinal de que ela está
mentindo.
 Esconder a mão enquanto fala. Indica que ela está omitindo uma verdade ou dissimulando
(disfarçando).

3.3. Gestos com as mãos que identificam uma mentira


A mentira é um mal necessário nas relações humanas. Todos mentem. As mãos podem de-
nunciar desde uma mentira inocente e socialmente aceita até a mentira mais deliberada e funesta.
Por isso que é mais fácil mentir quando se fala ao telefone, ou por e-mail e carta, porque falta o
elemento visual para denunciá-la.
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Gestos e sinais da linguagem corporal
De modo geral as mulheres mentem com mais facilidade e naturalidade que os homens e,
além disso, suas mentiras são mais elaboradas. Por outro lado, as mulheres percebem com mais fa-
cilidade quando alguém está mentindo para elas.
Algumas pessoas são tão bons mentirosos que jamais se traem por gesto algum. De modo
geral são pessoas atraentes, pois tendemos a acreditar mais nas pessoas bem aparentadas, mesmo
que sejam descaradamente mentirosas.
Quando uma criança fala uma mentira ou ouve algo que identifica como tal, ou quando está
sonegando alguma informação, instintivamente ela tem a tendência de tapar a boca, os olhos e os
ouvidos com as mãos. Tais gestos são associados à dúvida, incerteza ou exagero; o mesmo também
acontece quando alguém testemunha uma desgraça. No adulto, o tapar a boca, os olhos e os ouvi-
dos podem apresentar diversas variantes:
 Tapar a boca só com os dedos, com o punho fechado; levar objetos à boca, comer, beber,
fumar ou mascar chiclete com mais avidez do que estava fazendo antes; engolir em seco;
simular tosse etc. Tudo isso são formas substitutivas do ato de tapar a boca com a mão
quando se fala ou se ouve uma mentira.
 Colocar a mão no queixo; colocar a mão fechada encostada no queixo ou face tendo o
dedo indicador apontando para cima. Também são formas substitutivas do tapar a boca
com as mãos. Tudo isso serve para indicar dúvida ou crítica.
 Tocar o nariz, esfregar o nariz ou logo abaixo dele de modo repetitivo. Também são for-
mas substitutivas do tapar a boca com as mãos. Isso acontece porque a mentira deliberada
aumenta a pressão arterial e, com isso, a mucosa do nariz se expande, dando a sensação de
coceira ou até formigamento nas narinas. O mesmo ocorre quando a pessoa está irada,
transtornada ou ansiosa.
 Esfregar os olhos, desviar os olhos do olhar do interlocutor, piscar os olhos com mais
frequência. Tudo isso são formas substitutivas do ato de tapar os olhos com as mãos quan-
do se fala ou se ouve uma mentira.
 Enfiar o dedo no ouvido, pegar a orelha, coçar atrás da orelha, dobrar a orelha para
frente etc. Tudo isso são formas substitutivas do ato de tapar os ouvidos com as mãos
quando se fala ou se ouve uma mentira. O mesmo acontece quando a pessoa está ansiosa ou
já ouviu seu interlocutor o suficiente e deseja terminar a conversa.
 Coçar o pescoço logo abaixo da orelha. Também são formas substitutivas do tapar os ou-
vidos com as mãos. Indica que a pessoa está com dúvida ou com incerteza.
 Afrouxar o colarinho. Também são formas substitutivas do tapar os ouvidos com as mãos.
Isto acontece porque a mentira deliberada aumenta a pressão arterial e, com isso, há mais
suor no pescoço. O mesmo acontece quando a pessoa está irada ou frustrada.

Alguns outros microgestos acompanham a mentira, mas são mais difíceis de serem percebi-
dos: contorção dos músculos faciais, dilatação e contração das pupilas, suor, rubor nas faces etc.

3.4. Outros gestos com as mãos


Os gestos com as mãos podem revelar uma verdade ou mentira, honestidade, fidelidade ou
desconfiança; dúvida e crítica; tédio; incerteza; esquecimento; ansiedade e apreensão; e uma rela-
ção de dominação, submissão ou rejeição.
 Encostar a mão fechada no queixo ou na face, tendo o dedo indicador apontando para
cima. Indicam uma atitude de avaliação, desconfiança, dúvida ou crítica. O mesmo ocorre
11
Gestos e sinais da linguagem corporal
quando a pessoa não está interessada no assunto, mas por cortesia quer parecer atenta (é a
atenção do “puxa-saco”).
 Catar fiados com as mãos, enquanto desvia o olhar do interlocutor. Indica discordância
ou insatisfação.
 Ao fim de uma explanação, a pessoa alisa o queixo com a mão ou só com os dedos. Pes-
soas que usam óculos costumam tirá-lo e colocar a ponta da armação na boca. Pessoas
que fumam soltam baforadas mais intensas. Tais gestos prenunciam uma tomada de deci-
são.
o Se após isso, a pessoa cruza os braços, ou cruza as pernas ou recosta na cadeira, a res-
posta será um “não”.
o Se após isso, a pessoa se inclinar para frente com os braços abertos ou estende as mãos
para pegar a proposta apresentada, a resposta será um “sim”.
o Se após isso, a pessoa colocar algum objeto, caneta, cigarro ou dedo na boca, está indi-
cando que quer um adiamento para tomar a decisão.
 Mãos abertas ou fechadas sobre os quadris. É um gesto tipicamente masculino. Indica que
ele está pronto para agir. Tais gestos lhe conferem uma postura ameaçadora, pois aumentam
o espaço ocupado pelo mesmo. Observe também que os pés estão firmemente plantados no
chão e abertos.
Também mulheres usam esse gesto, normalmente acompanhado que um pequeno movimen-
to com uma das pernas, para realçar os quadris e atrair a atenção do homem.
 Mãos abertas ou fechadas (punhos) se posicionam lateralmente aos quadris. Normalmen-
te a pessoa está em pé, com os pés firmemente apoiados no chão e entreabertos e o peito es-
tufado. É um gesto tipicamente masculino. Indica uma postura de agressividade. Tais gestos
conferem uma postura ameaçadora, pois aumentam o espaço ocupado pela pessoa. Os dois
oponentes se colocam frente a frente (as linhas frontais de seus corpos formam um ângulo
de 0º) e se olham direta e fixamente nos olhos.
 Mãos sobre os quadris com os polegares apoiados no cinto ou bolsos, enquadrando a re-
gião genital. É um gesto tipicamente masculino, embora as mulheres também o façam. In-
dica virilidade, dominação, superioridade, agressão.
 Inicialmente apoiar o queixo usando o polegar ou punho, depois apoiar a cabeça usando
a mão e o ponto máximo ocorre quando se usa as duas mãos para isso e ainda fecha os
olhos. Indicam tédio.
 Tamborilar a mesa com os dedos. Também indica tédio. O mesmo ocorre quando o ouvinte
está impaciente.
 Sentar recostado na cadeira com as mãos apoiadas atrás da cabeça e os cotovelos apon-
tados para fora ou para o interlocutor. Indica intimidação, sensação de segurança ou de
dominação. Geralmente esse modo de sentar é combinado com a perna cruzada formando
um 4.
 Bater a mão na testa. Indica esquecimento, mas mostra que a pessoa não se sente intimida-
da por ter esquecido. Indica também que é uma pessoa mais aberta e despreocupada.
 Bater a mão atrás do pescoço. Indica esquecimento e mostra que a pessoa está se punindo
por ter esquecido. Indica também uma pessoa negativista e crítica.
 Quanto ao cumprimento formal através do aperto de mãos – ver item 2.1.
 Quanto ao cumprimento informal com um aceno de mão – ver item 2.2.
12
Gestos e sinais da linguagem corporal

4. Gestos com os braços

Na linguagem corporal, os braços funcionam como complementos das mãos, normalmente


indicam insegurança, mas também podem indicar rejeição, agressividade e até afetuosidade.

4.1. Cruzar os braços


Cruzar os braços é uma forma de criar uma barreira de proteção ao redor de si quando a
pessoa se sente insegura, em dúvida, pouco a vontade etc. Os chimpanzés também fazem o mesmo
quando não se sentem à vontade.
As pessoas de braços cruzados tendem a serem mais críticas com seus interlocutores.
Ao cruzar os braços, automaticamente o nível de assimilação do assunto tratado diminui
consideravelmente.
Existem diversas formas de se cruzar os braços, e cada uma delas pode estar sinalizando al-
go diferente. Observe que quando se cruzam os braços, apenas as costas dos mesmos ficam à mos-
tra, nunca sua parte interna:
 Braços cruzados normalmente sobre o peito. Indica que a pessoa está insegura, em dúvida,
pouco à vontade ou não concorda com o que seu interlocutor está falando. Para a mulher,
quando diante de um homem, é uma forma de proteger seus seios e sinalizar que ela não es-
tá disponível para suas investidas.
 Braços cruzados com as mãos segurando os braços. Indica que a pessoa está insegura, e
mais que isso, está com medo.
 Braços cruzados e com os punhos cerrados. Indica uma atitude de defesa, e mais que isso,
indica uma atitude hostil, pronta para a agressividade.
 Braços cruzados com os polegares voltados para cima. Indica que a pessoa está na defen-
siva, mas se mostra confiante ou até mesmo em situação de afronta.
 Braço parcialmente cruzado, isto é um só braço cruza na frente do corpo e segura o outro
na altura do cotovelo. Indica que a pessoa está deslocada no grupo, ou sente-se insegura ou
com baixa auto-estima.
 As duas mãos juntas sobre os genitais. É uma forma variante de cruzar os braços. Indica
que a pessoa está se protegendo contra algum possível ataque iminente. Também indica de-
salento ou vulnerabilidade.
 Segurar continuamente o punho da camisa, abotoadura, relógio ou pulseira, bolsa ou
outro objeto próximo do punho. É uma forma variante de cruzar os braços. Indica insegu-
rança.
 Abraçar uma pasta ou outro objeto junto ao peito; segurar uma xícara de café ou copo de
bebida do lado oposto da mão que a segura. É uma forma variante de cruzar os braços. In-
dica insegurança.
 Colocar o braço sobre o rosto quando se vê atacado. É uma forma variante de cruzar os
braços. É um sinal de proteção.

Para forçar a pessoa a descruzar os braços e sair de dentro de sua barreira de isolamento,
pode-se dar-lhe algum objeto para segurar, ou levá-la a se inclinar para frente a fim de fazer algo
ou questioná-la sobre algo que está sendo tratado.

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Gestos e sinais da linguagem corporal

4.2. Outros gestos com os braços


 Braços projetados para fora do corpo. Normalmente a pessoa terá as mãos abertas ou fe-
chadas (punhos) sobre os quadris, ou posicionadas lateralmente aos quadris, ou os polegares
apoiados no cinto ou bolsos, enquadrando a região genital. São gestos tipicamente masculi-
nos e conferem uma postura ameaçadora ao homem, pois aumentam o espaço ocupado pelo
mesmo. Indica virilidade, dominação, superioridade, agressão e que ele está pronto para
agir.
 Braços projetados para fora do corpo, com as mãos abertas ou fechadas (punhos) sobre
os quadris. Normalmente acompanhados que um pequeno movimento com uma das pernas,
para realçar os quadris. São gestos tipicamente femininos. As mulheres os usam para atrair
a atenção do homem.
 Mulher requebrar a cabeça para um lado, tocar o cabelo e expõe o pulso. Mais que cha-
mar a atenção do homem, ela já iniciou a arte da sedução.
 Sentar recostado na cadeira com as mãos apoiadas atrás da cabeça e os cotovelos apon-
tados para fora ou para o interlocutor. Indica intimidação, sensação de segurança ou de
dominação. Geralmente esse modo de sentar é combinado com a perna cruzada formando
um 4.
 Quando ao cumprimento com um abraço – ver item 2.3.

5. O sorriso e a risada

O sorriso é muito mais que movimentos de lábios e olhos, na realidade é o resultado de um


estado emocional, o qual produz reações psicossomáticas e psicológicas em cadeia:
O sorriso é utilizado para 3 finalidades básicas:
1. É o sinal mais claro que existe para mostrar se a pessoa está feliz e/ou satisfeita. O sorriso
sincero é algo inconsciente e reflete o estado emocional da pessoa.
2. É uma forma de mostrar submissão. É mais comum o subordinado sorrir para o patrão que o
oposto; até entre os animais o sorriso é necessário como instrumento de sobrevivência dian-
te de alguém mais forte e dominante.
3. É uma forma de mostrar cordialidade.

Nas duas últimas, a submissão e a cordialidade podem não ser verdadeiras, mas apenas
formais.

5.1. Como identificar o sorriso verdadeiro e o sorriso falso


O sorriso está diretamente ligado à ação dos músculos zigomáticos maiores e dos orbicula-
res ópticos.
Os músculos zigomáticos maiores (músculos das bochechas) percorrem os lados do rosto
até o canto dos lábios. Quando ativados, puxam a boca para os lados, alargando as bochechas e ex-
pondo os dentes. Em algumas pessoas produzem pequenas covinhas nos cantos dos lábios. Produ-
zem o sorriso de cordialidade, o sorriso de subordinação e o sorriso falso.
Músculos orbiculares ópticos contornam os olhos. Quando ativados, eles se contraem e pu-
14
Gestos e sinais da linguagem corporal
xam os olhos para trás, estreitando-os ou arregalando-os; abaixam levemente as sobrancelhas; pro-
duzem rugas ao redor das órbitas em direção às bochechas (“pés-de-galinha”); pressionam as glân-
dulas lacrimais, com isso os olhos ficam úmidos parecendo mais vivos e brilhantes; ao mesmo
tempo em que os zigomáticos elevam as bochechas e mostram os dentes. Os músculos orbiculares
ópticos produzem o sorriso de felicidade e o sorriso de satisfação.
 No sorriso verdadeiro as pessoas sorriem com os lábios e com os olhos, enquanto que no
sorriso falso as pessoas sorriem apenas com os lábios e não com os olhos.
 O sorriso falso é mais pronunciado do lado esquerdo do rosto, quer as pessoas sejam destras
ou canhotas.
 O sorriso falso tem duração maior que o sorriso verdadeiro.

5.2. Efeitos que acompanham o sorriso


O sorriso é resultado de um estado emocional, o qual produz reações psicossomáticas em
cadeia:
 a respiração acelera;
 os vasos sanguíneos superficiais se expandem e com isso o rosto, pescoço e ombro podem
ficar vermelho;
 o diafragma pressiona o estômago, estimulando o apetite;
 o sistema nervoso produz mais endorfina, a qual gera uma sensação de bem-estar, ajuda a
combater o stress, estimula o sistema imunológico ajudando a curar doenças físicas;
 após um bom sorriso natural a pessoa sente profundo relaxamento muscular e psicológico,
dando uma sensação de alívio.

O sorriso também tem forte efeito psicológico, pois é altamente contagiante, levando o in-
terlocutor a retribuí-lo instintivamente. Além disso, o sorriso cria vínculos afetivos entre as pesso-
as.
No namoro as mulheres sorriem mais que os homens. Os homens gostam de mulheres que
sorriem, isto faz com que elas lhes pareçam mais submissas. As mulheres gostam de homens que as
façam sorrir, eles lhes parecerão mais dominantes.

5.3. Tipos de sorrisos


Além dos sorrisos de felicidade, satisfação, submissão e cordialidade, ainda existem outros
tipos, geralmente classificados como sorrisos falsos:
 Sorriso tímido e rápido, com leve movimento de lábios. É um misto de submissão e cordia-
lidade. É conhecido como sorriso maroto.
 Sorriso de lábios cerrados, sem mostrar os dentes. Indica que a pessoa tem alguma opinião
ou atitude secreta com relação ao interlocutor. É o sorriso enigmático.
 Sorriso torto, como se sentimentos opostos estivessem sendo expressos por cada lado do
rosto. Indica sarcasmo ou deboche. É o sorriso sarcástico.
 Sorriso de queixo caído. É comum em artistas e políticos, é falso e ensaiado. Serve para
criar uma reação alegre na plateia.

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Gestos e sinais da linguagem corporal
 Sorriso de lado; com o rosto levemente abaixado, mas com os olhos olhando para cima; e
lábios entreabertos. Este sorriso produz um ar juvenil, divertido, misterioso e cativante. Tí-
pico da mulher na paquera.
 Quanto ao cumprimento com um sorriso – ver item 2.4.

6. Gestos com os olhos

Não há nada no corpo que revele a personalidade, comportamento, emoções e intenções de


uma pessoa de maneira tão clara como o olhar. Os olhos são conhecidos como a principal janela da
alma, não somente porque até 86 % de tudo que aprendemos entram pelos olhos, mas também por-
que eles revelam o que se passa no interior da pessoa.
No centro do olho existe a íris, e no centro desta está a pupila. A pupila se dilata com pouca
iluminação e se contrai com muita iluminação, podendo apresentar diâmetro até 3 vezes além do
normal nos homens e até 4 vezes nas mulheres, ocupando quase que totalmente a íris. Em pessoas
com olhos claros é mais fácil ver a dilatação ou contração da pupila.
O funcionamento das pupilas é automático e não depende do controle consciente da pessoa.
Do mesmo modo como ocorre diante da luz, as pupilas podem se dilatar quando a pessoa apresenta
um estado de excitação positiva (excitação emocional de felicidade ou satisfação, vitória, ternura e
amor, excitação sexual etc.), ou se contraem com um estado de excitação negativa (zangado, de-
pressivo, doença, apatia etc.). É interessante observar que lugares de pouca luz são instintivamente
associados a encontros amorosos, pois obrigam as pupilas a se dilatarem, o que é interpretado como
excitação amorosa.

6.1. Formas de olhar


Ao falar mantemos contato visual com o interlocutor em média de 40 a 60 % do tempo. Ao
ouvir, o contato visual varia de 80 a 100 % do tempo. Esse contato visual revela mais sobre a pes-
soa que aquilo que ela expressa com a boca.
 Olhar se concentra no triângulo formado entre os olhos e a boca do interlocutor. É o
olhar social. Isso faz com que a pessoa pareça menos agressiva para seu interlocutor.
 Olhar vai da linha dos seus olhos em direção ao peito (se a pessoa está próxima) ou da li-
nha dos olhos à região genital ou nádegas (se a pessoa está distante). É o olhar social. Isso
faz com que a pessoa pareça insinuante ou até mesmo inconveniente.
 Olhar se concentra da linha dos olhos a um ponto central entre as sobrancelhas ou ao
centro da testa. É o olhar de poder. Esta forma de olhar causa tensão e intimidação no inter-
locutor.

Quando se fala a uma plateia é muito importante que o palestrante tenha bom contato visual
com seu público, olhando claramente no rosto das pessoas, mas cuidado em não fixar o olhar em
uma única pessoa. Se a plateia é muito grande, olhe para os 4 cantos do auditório, englobando gru-
pos de 20 pessoas aproximadamente.
Quando estiver falando e apontado para algo utilizando uma caneta ou apontador, se quiser
trazer de volta o olhar do/s ouvinte/s, levante a caneta ou apontador segurando-o entre seus olhos e
os olhos de seu interlocutor.

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Gestos e sinais da linguagem corporal

6.2. Direção do olhar do interlocutor


Pelo fato de que o homem é o único ser em que a maior parte dos olhos é branca, e apenas a
íris e a pupila se destacam no centro, é muito fácil determinar para onde a pessoa está olhando du-
rante uma conversa. Porém, muitas vezes a pessoa pode estar olhando noutra direção, que não a do
interlocutor, sem que ela tenha movido igualmente a cabeça. Isso é interpretado de outra maneira:
 Olhar para cima e à esquerda. Está lembrando algo que viu, ou tentando se lembrar.
 Olhar para cima e à direita. Está pensando no que vai falar, normalmente está inventando
uma mentira.
 Olhar de lado. Está lembrando de algo que ouviu, ou tentando se lembrar.
 Olhar para baixo e à direita. Está lembrando de um sentimento ou emoção, ou tentando se
lembrar.
 Olhar para baixo e à esquerda. Está conversando mentalmente consigo mesmo ou medi-
tando.

Nos 3 casos a seguir pode haver pequenos movimentos de cabeça (muitas vezes imperceptí-
veis) juntamente com o movimento dos olhos:
 Olhar irrequieto noutras direções. Significa que a pessoa está buscando uma rota de fuga
desse encontro ou está enfadada do assunto tratado.
 Olhar para o lado. Isso indica desinteresse, incerteza ou hostilidade.
 Olhar para o lado, tendo as sobrancelhas levemente arqueadas para baixo ou franzidas,
ou os cantos dos lábios caídos. Isso indica atitude suspeita, hostilidade ou crítica.

6.3. Tipos de olhar


O olhar revela o estado de ânimo da pessoa, determina o andamento de uma conversação, e
indica uma relação de dominação ou submissão.
Os olhos mostram se a pessoa está feliz e/ou satisfeita. O sorriso sincero é algo inconsciente
e reflete o estado emocional da pessoa. No sorriso verdadeiro as pessoas sorriem com os lábios e
com os olhos, enquanto que no sorriso falso as pessoas sorriem apenas com os lábios e não com os
olhos.
 Olhar para os olhos de outra pessoa e erguer as sobrancelhas. É universalmente entendi-
do como um cumprimento informal, é o mesmo que dizer oi, olá. Já era usado como cum-
primento informal nos primórdios da história da humanidade. É um comportamento instin-
tivo, pois até os macacos o usam quando se encontram. Também é uma forma de cumpri-
mento altamente contagiante, pois ao cumprimentar alguém dessa maneira, mesmo que seja
um desconhecido, a pessoa retribui com gesto igual, ou um sorriso, e alguns até chegam a
entabular uma conversa.
Entre os japoneses, o olhar para os olhos de uma pessoa e erguer as sobrancelhas não é visto
como forma de cumprimento informal, mas como uma insinuação sexual. Se tal olhar for
acompanhado de um leve sorriso de lado, com o rosto levemente abaixado e os lábios en-
treabertos, em qualquer cultura e até entre os macacos isto é entendido como uma chamada
à paquera, pois a mulher faz instintivamente essa expressão nos momentos pré-orgásmicos.
 Abaixar levemente a cabeça, olhar para cima em direção aos olhos da outra pessoa e er-
guer as sobrancelhas. Significa um sinal de submissão, como se estivesse olhando alguém
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Gestos e sinais da linguagem corporal
de baixo para cima. Tal gesto dá um certo ar infantil à pessoa e estimula o desejo de prote-
ção por parte do interlocutor. A mulher lança esta forma de olhar para atrair a atenção do
homem. Este também é um comportamento instintivo, pois os macacos o usam numa rela-
ção de subordinação.
 Levantar levemente a cabeça, olhar para baixo em direção aos olhos da outra pessoa e
abaixar as sobrancelhas. É entendido como sinal de dominação ou agressividade, como se
estivesse olhando alguém de cima para baixo. Este também é um comportamento instintivo,
pois os macacos o usam numa relação de dominação.
 Inclinar a cabeça para trás e dar um olhar longo logo acima da linha de seus olhos. Indi-
ca superioridade e arrogância.
 Olhar fixamente nos olhos do interlocutor. Esse contato “olho no olho” pode ser interpre-
tado como forma de parecer agressivo, ou simplesmente quer lhe dizer que discorda de sua
opinião.
Numa relação de dominação e subordinação, quem primeiramente desvia o olhar está sina-
lizando que é o subordinado ou dá a impressão de ser tímido ou nervoso. Para muita gente
isso também pode significar que a pessoa que desviou o olhar é mentirosa, mas isso não é
uma indicação real de mentira, pois maioria dos mentirosos olha fixamente nos olhos de seu
interlocutor.
 Piscar mais que o normal. Pode indicar mentira, tédio, desinteresse ou se sentir superior.

7. Gestos com o rosto e a cabeça

Os gestos com a cabeça são instintivos e refletem o interior das pessoas, indicando atitude
de concordância, discordância ou dúvida; dominação ou submissão. São altamente contagiantes,
pois provocam alguma forma de reação, por exemplo: se desejar uma resposta positiva para uma
pergunta, comece a assentir com a cabeça enquanto ainda faz a pergunta.
Os movimentos mais comuns com a cabeça são:
 Assentir com a cabeça. Indica concordância, é o mesmo que dizer “sim”. Também pode
significar que a pessoa está ouvindo o interlocutor, isso tem o efeito psicológico de levar o
interlocutor a falar mais do que falaria normalmente se a pessoa apenas dissesse um “sim”
com a boca. Ainda pode ser usado como um cumprimento informal.
 Assentir com a cabeça em movimentos bruscos. Esse movimento significa exatamente o
contrário se feito lentamente, é um “não”. Também quer dizer para o interlocutor para ter-
minar logo o que está falando.
 Manter a cabeça erguida, com pequenos gestos de assentimento. Indica uma atitude neu-
tra em relação ao interlocutor, mas que a pessoa está prestes a partir para outra atitude ou
posição.
 Manter a cabeça erguida, com o queixo projetado para frente e os olhos fixos acima da
linha dos olhos do interlocutor. Indica superioridade, destemor e arrogância.
 Curvar a cabeça para frente. Indica submissão.
 Curvar a cabeça para frente em movimentos bruscos. Esse movimento significa exata-
mente o contrário se tivesse sido feito lentamente, é um sinal de insubmissão ou de discor-
dância.

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Gestos e sinais da linguagem corporal
 Manter a cabeça abaixada, principalmente se for acompanhada de braços e/ou pernas
cruzadas. Indica uma atitude negativa, de crítica ou rejeição.
 Balançar a cabeça com movimento do rosto de um lado para o outro. Indica discordância,
é o mesmo que dizer “não”. Este gesto é feito pelos bebês para indicar à mãe que não quer
mais mamar ou continuar comendo.
 Inclinar a cabeça de lado, como se fosse apoiá-la no ombro. Indica submissão. Observe
como os fotógrafos insistem com as pessoas para que façam pequenas rotações com a cabe-
ça antes que batam a foto.
Essa posição também é comum em mulheres e fêmeas de animais para sinalizar que estão
interessados em alguém.
 Balançar a cabeça inclinando-a de um lado e do outro. Indica dúvida.
 Encolher o pescoço enfiando a cabeça entre os ombros. Indica uma atitude de submissão
extrema. Sempre é encarada como profundamente prejudicial para quem o faz.

8. Gestos com as pernas e pés

Embora as pernas e pés não tenham a mesma força que os braços e mãos na linguagem cor-
poral, de qualquer modo são importantes, pois indicam emoções, postura defensiva, e também a di-
reção para onde a pessoa pretende ir ou fugir.

8.1. Pernas cruzadas


Quando a mente de uma pessoa se fecha, o corpo se fecha, cruzando os braços e/ou as per-
nas; quando o corpo se fecha, a mente também se fecha:
 Pessoa sentada com as pernas cruzadas ou fechadas, e os pés enfiados debaixo da cadei-
ra. Indicam uma atitude fechada para novas informações, ou uma pessoa submissa, ou uma
pessoa insegura.
 Pessoas em pé com uma das pernas cruzada na frente da outra. Observe também que a
pessoa está numa distância um pouco maior das outras. Indica atitude fechada, ou defensi-
va, ou submissa ou pouco à vontade.
 As pernas e os braços cruzados com a chegada de alguém. Indicam que a pessoa não é
bem-vinda.
 Pernas cruzadas formando um 4. Indica competição, ou que a pessoa quer aparentar poder
e autoridade para seu interlocutor.
 Pernas cruzadas formando um 4 e as mãos segurando a perna cruzada. Indica que a pes-
soa está totalmente fechada para o interlocutor, ou é teimosa e obstinada.
 Pernas cruzadas formando um 4, estando a pessoa recostada na cadeira com as mãos
apoiadas atrás da cabeça e os cotovelos apontados para fora ou para o interlocutor. Indi-
ca intimidação, sensação de segurança ou de dominação.
 Trançar os tornozelos, podendo apoiar os punhos ou mãos sobre os joelhos, ou agarrar os
braços da cadeira (são gestos tipicamente masculinos); ou quando as mulheres apoiam os
pés trançados para ou lado e os joelhos para o outro, podendo apoiar as mãos sobre as co-
xas. Indicam que a pessoa está com alguma emoção negativa reprimida, ou dúvida, medo,
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Gestos e sinais da linguagem corporal
culpa, ou a pessoa está deslocada na conversa.
 Enroscar as pernas. É um gesto tipicamente feminino. Indica timidez, vergonha ou insegu-
rança.
 Cruzar e descruzar as pernas seguidamente. É um gesto tipicamente feminino. A mulher
quer atrair a atenção do homem. Quando o homem o realiza, normalmente está relacionado
com impaciência ou tédio.
 Sentar montado na cadeira, ao mesmo tempo está expondo sua região genital. É uma va-
riante de cruzar as pernas. Indica profunda agressividade, ao mesmo tempo em que a pessoa
está se protegendo contra possível ataque. Se quiser obrigá-lo a desfazer a posição, fique
em pé e calmamente vá caminhando para suas costas, ou fique em pé e se aproxime da pes-
soa invadindo sua área pessoal.
 Sentar relaxadamente com a perna sobre o braço da cadeira. É uma variante de cruzar as
pernas. Indica indiferença e despreocupação.

8.2. Para onde os pés apontam


Os pés são reveladores das reais intenções da pessoa durante uma reunião:
 Um pé à frente apontando para alguma direção. Se apontar para o interlocutor indica que
a pessoa está interessada no que ele diz. Se apontar para outra pessoa é porque esta é o obje-
to de seu interesse. Se apontar para a saída mais próxima é porque a pessoa está querendo
sair logo.
 Pés descontraídos apontando para as pessoas do seu grupo. Indica descontração e que a
pessoa está realmente participando do grupo.
 Pés apontando para a direção diferente do interlocutor. A pessoa está fechada com rela-
ção ao interlocutor.

8.3. Movimentos com os pés


 Caminhar com passos vigorosos como se estivesse marchando ou caminhar com passa-
das largas. A pessoa quer dar a impressão de vitalidade.
 Pés em posição de sentido. A pessoa está em posição neutra com relação ao interlocutor,
mas está prestes a partir para alguma outra situação.
 Pessoa sentada ou em pé, com as pernas afastadas e os pés firmemente apoiados no chão.
Indicam atitude aberta para novas informações, que a pessoa está prestes a tomar uma deci-
são, uma postura dominante, e também que a pessoa não pretende se retirar da reunião. É
uma postura tipicamente masculina porque destaca os genitais.
 Movimentos exagerados com os pés enquanto a pessoa está falando. A pessoa está men-
tindo.
 Bater os pés no chão seguidamente, ou bater os calcanhares ou chutar o ar. Indica impa-
ciência e o desejo de escapar da alguma situação incômoda em que a pessoa se encontra.

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Gestos e sinais da linguagem corporal

9. Gestos com o corpo

Mesmo conversando com alguém a pessoa pode ter a cabeça, o corpo ou os pés apontados
noutra direção. Quem nunca passou pela experiência de estar falando, sendo que seu interlocutor
nem ao menos olha para ele? Ou continua caminhando sem lhe dar atenção? Ou segue em direção a
uma porta e praticamente o coloca para fora apenas sinalizando-lhe a saída?
O corpo deixa claro qual o tipo de relacionamento que a pessoa tem com os demais partici-
pantes do grupo.

9.1. Posturas do corpo


O ângulo formado entre as linhas frontais do corpo das duas pessoas pode dizer muito mais
que as palavras que trocam entre si.
 Postura aberta. É a postura social ou não agressiva. Os dois se posicionam lateralmente
formando um ângulo de aproximadamente 45º entre as respectivas linhas frontais, como se
ambos estivessem voltados para uma terceira pessoa imaginária pouco à frente. Se o espaço
físico não permitir a postura aberta de seus corpos, como num elevador ou veículo, ambos
formam esse ângulo com a cabeça.
Se o número de interlocutores for aumentando, as pessoas tendem a formar um círculo,
mas, mesmo no círculo, é possível observar conversas em triângulos entre os diversos parti-
cipantes.
Se estiverem sentados, apontam o corpo e/ou as pernas e pés para pessoa em quem estão re-
almente interessados.
 Postura agressiva. Os dois se colocam frente à frente (as linhas frontais de seus corpos
formam um ângulo de 0º); olham-se direta e fixamente nos olhos; normalmente estão em
pé, com os pés firmemente apoiados no chão e entreabertos; as mãos abertas ou os punhos
se posicionam nos quadris, ou os punhos se posicionam lateralmente ao quadril.
 Postura fechada. É a postura íntima. Quando duas pessoas são íntimas, elas se posicionam
frente à frente (as linhas frontais formam um ângulo de 0º). Ambas invadem a zona íntima
uma da outra e começam a se espelhar, mesmo antes de trocarem carinhos entre si.

9.2. Posicionamento
A posição que as pessoas se colocam num ambiente fechado também pode revelar muito de
seu status:
 Quando duas pessoas estão lado a lado, a não ser que haja lugares pré-definidos para am-
bos, o dominante normalmente fica à esquerda de quem vê, ou seja, ele se coloca à direita
dando seu lado esquerdo para a pessoa que considera subordinada.
 Na hora do cumprimento, a iniciativa normalmente parte de quem está à direita, que em ge-
ral é o dominante, e ele pode ter a tendência a colocar a mão por cima.
 O dominante faz questão de manter respeito à distância de seu espaço pessoal pelos demais
presentes.
 O dominante não gosta de sentar no meio em um sofá de muitos lugares, prefere o canto di-
reito, quando não consegue um assento exclusivo. Também não gosta de se sentar com as

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Gestos e sinais da linguagem corporal
costas voltadas para uma porta, corredor ou espaço aberto, ele prefere ficar de olho para es-
ses lugares. Não gosta de sentar num nível mais baixo e nem em assento no fundo da sala.
 Quando dois namorados caminham de mãos dadas, o dominante tem a costa da mão voltada
para frente, e o subordinado tem a palma da mão para frente.

Referências

CAIRO, Cristina. Linguagem do corpo. São Paulo: Mercuryo, 2001.


PEASE, Allan; PEASE, Barbara. Desvendando os segredos da linguagem corporal. Rio de Janei-
ro: Sextante, 2005.
WEIL, Pierre; TOMPAKOW, Roland. O corpo fala: A linguagem silenciosa da comunicação não
verbal. Petrópolis: Vozes, 2013.
______. Relações humanas na família e no trabalho. Petrópolis: Vozes, 2011.

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