O objetivo do artigo é apresentar formas de distinguir clinicamente a dor da
pulpite reversível e da irreversível, bem como localizá-la. Diversos estudos evidenciam a presença duas distintas vias nervosas de dor na polpa dentária, nomeadamente as fibras A-delta, de indução rápida, e as fibras de condução C, mais lentas. Cada uma destas fibras tem diferentes características na manifestação da dor: fibras A-delta levam a uma reação de dor rápida, aguda e lancinante, enquanto que, as fibras C causam uma manifestação da dor lenta, maçante e rastejante. A dor dentária varia segundo a região do dente, por isso os diversos estímulos que existem, nomeadamente o térmico, o osmótico, o iónico e o elétrico, que envolvem diferentes mecanismos de excitação da polpa dentária. Pacientes que referiram dor severa ou continua, quase sempre manifestaram dor prévia. Oitenta porcento dos pacientes que indicaram história prévia de dor evidenciam provas hispopatologicas de pulpite parcial crónica ou necrose parcial, categorias nas quais estão indicados o tratamento endodôntico ou a exodontia da peça dentária. Os outros 20% exibem uma patologia da polpa com ligeira inflamação, ou uma pulpite parcial crónica sem necrose, tratável. Clinicamente, determina-se o grau de patologia da polpa através do relato do paciente, a história de dor anterior, que adiciona uma outra dimensão ao diagnóstico clínico, bem como ajuda na localização da dor referida. Os sintomas de dor ocorrem em diferentes intensidades, leve, moderada ou severa. Diferenças nos tipos de dor, como a dor tipo picada ou choque produzido pelo testador de polpa elétrico (EPT), são devidos à estimulação das fibras nervosas mielinizadas do tipo A-delta, enquanto a que a dor com a sensação queimadura, ou esmagamento, do tipo rastejante, é uma dor do tipo doloroso resulta de estimulação das fibras C não mielinizadas. Assim, as fibras tipo A-delta estão localizadas principalmente na periferia da polpa na junção desta com a dentina, enquanto, que as fibras c estão localizadas na própria polpa. Biofilm in endodontics: A review
O objetivo do artigo é rever o mecanismo de formação de biofilmes, o seu papel
na patologia da polpa e da zona periapical, os vários tipos de biofilmes, os fatores que influenciam a sua formação, os mecanismos de resistência antimicrobiana bem como técnicas de identificação de biofilmes.
O biofilme é uma matriz embebida em substâncias extracelulares poliméricas.
É um modo de crescimento bacteriano, onde comunidades dinâmicas de células sesseis interagem e ficam ligadas irreversivelmente a um substrato sólido e entre si. As bactérias são a etiologia de diversas patologias, nomeadamente da cárie dentária e das infeções periodontais e endodônticas. As infeções endodônticas são uma patologia mediada pela infeção do biofilme. A mais comum infeção endodôntica é causada pelo crescimento de microrganismos associados às superfícies. Deste modo, é essencial a eliminação dos microrganismos dos canais radiculares, da zona extra-radicular e da zona periapical tanto pela instrumentação dos canais pulpares, como pela irrigação com substâncias antimicrobianas e obturação com materiais herméticos sem presença de microrganismos
Concluindo, a infeção endodôntica é causada pelo crescimento de
microrganismos associados às superfícies. Deste modo, é essencial perceber o conceito de biofilme para perceber o seu carater patológico, para depois aplicar protocolos de desinfeção intra-canalar eficazes que levem à irradicação dos microrganismos cuja existência leva ao insucesso endodôntico.
infections, root canal irrigation Irrigation in Endodontics
O Objetivo do artigo foi sumarizar a química, a biologia e os procedimentos
para uma irrigação segura e eficiente.
Objetivo da irrigação é a remoção de microrganismos, remoção da smear layer,
remoção de remanescentes de tecido pulpar e de detritos da dentina. Além disso, os irrigantes permitem também a permeabilidade dos canais durante a instrumentação. Existem diversas substâncias de irrigação efetivas, nomeadamente o hipoclorito de sódio, EDTA e CA, clorohexidina. A efetividade da irrigação pode ser melhorada através de sistemas e técnicas: como uso de seringas, cones de gutta, endoactivator, ultrassons, RinsEndo e EndoVac.
Concluindo, a irrigação representa um papel principal no sucesso do
tratamento endodôntico. O hipoclorito de sódio é um dos irrigantes mais efetivos em endodontia, no entanto, nenhum irrigante sozinho pode atingir os objetivos da irrigação. Além do irrigante, é fundamental um bom sistema de ativação que ajude o irrigante na sua efetividade bem como proporcione segurança aquando do seu uso.