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GRADUAÇÃO
2019.1
Sumário
Direito, Cinema e Justiça
Informações......................................................................................................................................................3
Calendário........................................................................................................................................................4
Material de apoio...............................................................................................................................................5
Informações
Calendário
1º. Bimestre
2º. bimestre
Material de apoio
Texto
Talvez que o Direito, em sua eterna busca pela Justiça, esteja submetido a
tortura similar, perseguindo sempre um objetivo inatingível.
Comentários
Como será, apresentada no enredo do filme, essa nova era, que tem
como marco o início do século XXI?
É claro que todo esse conjunto que indica o término de uma era e o início
de uma nova idade afeta o direito. A simples enumeração dos fatos da trama
já mostra um verdadeiro abismo entre o estatuto legal da sociedade onde se
desenrola e a respectiva realidade fática. O crime mais pernicioso, o tráfico
de drogas, é tolerado; as estruturas jurídico-sociais de proteção fracassaram.
A universalização, obrigatória por lei, da saúde pública resulta em um aten-
dimento democrático e igualitário, sim, mas extremamente ineficiente. To-
dos são igualmente mal atendidos, sem falar no convite à corrupção a que o
sistema parece conduzir. A organização sindical, estruturada para proteger os
trabalhadores, tornou-se um instrumento ideal para a extorsão.
Comentários
A Lei Bruiser, afinal, talvez tenha sido uma lei boa. Mas, tal como mostrada no
filme, parece estar muito distante dessa concepção. O projeto inicial resulta de um
movimento de uma futilidade extrema, substancialmente inverossímil e certamen-
te não derivada direta ou indiretamente de uma suposta vontade do povo.
Com isso, a mensagem que o filme procura passar talvez afinal seja que,
embora, muitas vezes, por linhas tortas, o sistema funciona e as leis, não im-
porta como sejam feitas, acabam de fato representando a vontade da nação.
Quantas leis não serão como a lei Bruiser, inspiradas por um interesse
pessoal fútil, ou barganhas eleitoreiras, aprovadas por um movimento elitista,
acoplado com uma manobra de chantagem? E quantas das leis, afinal, não
importa suas origens, não acabam, como a lei Bruiser, expressando, ao fim e
ao cabo, uma ideia afinal boa e que, em substância, representa a real vontade
do povo e um interesse legítimo e republicano?
Legalmente Loura II, apesar de parecer, à primeira vista, uma comédia in-
consequente, simples entretenimento, suscita, se bem analisado questões bas-
tante relevantes. Com ironia e de forma leve, elaborando em torno de uma
personagem inconsequente, o filme levanta temos essenciais: O processo de
elaboração legislativa nos Estados Unidos, descrito de forma tão sarcástica,
será assim mesmo? Será isso a democracia? Será isso o propalado governo de
leis e não de homens? Qual a legitimidade de instrumentos aprovados por
processos espúrios? Em que poderia ser diferente?
Pode-se dizer ainda que o processo ainda não está definitivamente encer-
rado agora, quase no início da segunda década do século XXI. Aceita-se já,
sem discussão, que o homossexualismo é natura. a homofobia é reprovável, e
discute-se o melhor modo de puní-la; o casamento homossexual já é legal em
muitos países do Ocidente mas continua reprovado ou mesmo criminoso em
todo o mundo árabe; debate-se intensamente, especialmente no Brasil de hoje,
a necessidade e a conveniência de discutir o tema nas escolas para crianças.
Essa atitude já pode ser observada no próprio título. O caso real em que
o enredo se baseia ocorreu em Nova Iorque; mas Filadélfia foi a cidade onde
foi proclamada a independência, escrita a Constituição e criada a bandeira
dos Estados Unidos; é o “berço de liberdade”, a “cidade do amor fraterno”,
suposta tradução das raízes gregas que formam seu nome.
Na verdade Milller só aceita defender o caso de Andy depois que este lo-
caliza uma decisão da Suprema Corte dizendo que o portador do vírus HIV
tem uma deficiência e que é ilegal discriminá-lo por isso.
GABRIEL LACERDA
Advogado, formado pela PUC – RJ e mestrado pela Universidade
de Harvard (EUA). É sócio aposentado do Escritório Trench Rossi
Watanabe, trabalhou em outros escritórios. Trabalhou também como
advogado interno em algumas empresas, inclusive Caemi, Brascan,
Petrobrás. Foi professor da PUC-RJ, e responsável por cursos na
Coppe/UFRJ e na FGV onde participou da equipe do CEP. Atualmente
conduz a atividade complementar; Direito no Cinema na Graduação
da Fundação Getúlio Vargas. Escreveu, os livros Direito no Cinema,
Nazismo Cinema e Direito, Em Segredo de Justiça, Eu Tenho Direito, O
Estado é Você, Agir bem é bom, entre outros.
FICHA TÉCNICA