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▪ FAMP – Med 1
POLICITEMIA VERA
A policitemia vera, também denominada policitemia rubra vera, consiste em um distúrbio mieloproliferativo crônico, consequente da
multiplicação anormal de células progenitoras hematopoiéticas, que resulta
especialmente, mas não somente, em excesso de eritrócitos, e também
de plaquetas e alguns leucócitos. Esta superprodução de células sanguíneas
impede que as células-mãe desempenhem suas funções corretamente.
Na policitemia vera, os eritrócitos, os granulócitos e as plaquetas
fenotipicamente normais acumulam-se na ausência de um estímulo fisiológico
identificável. Causada por uma mutação em JAK2 V617F, da família
tirosinaquinase. Normalmente ocorre como um achado incidental no
hemograma que se apresenta com aumento da massa eritrocitária.
Acúmulo de: eritrócitos, granulócitos e plaquetas
Fenotipicamente normais
Ausência de um estímulo fisiológico identificável
Epidemiologia:
o O mais comum
o 2 para cada 100 mil pessoas
o Todas as faixas etárias
o Aumento com a idade
o Transmissão familiar infrequente
Pessoas com PV possuem um risco ligeiramente maior do que a população geral no desenvolvimento de leucemia, devido à doença e/ou
algumas drogas utilizadas no tratamento.
Apesar de raro, a PV também pode se transformar em outros canceres do sangue, como leucemia aguda ou síndromes mielodisplásicas.
Alguns pacientes têm maior progressão da doença, apesar do tratamento. Após anos de doença, suas células sofrem mais alterações e não
produzem mais glóbulos vermelhos em excesso, resultando em anemia. O baço pode aumentar de tamanho e a medula pode se tornar
fibrosa ou com cicatrizes, reduzindo sua capacidade de produzir glóbulos vermelhos e plaquetas, também chamado de "mielofibrose". O
número de plaquetas pode cair para níveis mais baixos e glóbulos brancos imaturos podem ser liberados da medula para o sangue.
Diagnostico
O diagnóstico de PV é considerado quando a contagem de glóbulos vermelhos estiver elevada. Três medições podem ser realizadas para
determinar a concentração de glóbulos vermelhos no sangue para o diagnóstico de PV: o hematócrito, a concentração de hemoglobina e
a contagem dos glóbulos vermelhos. Estas medições são realizadas em teste padrão de sangue, chamado de “hemograma completo”.
Eritrocitose + leucocitose + trombocitose
Hemoglobina maior ou igual a 20 g/dL (hematócrito 60%)
Eritrocitose relativa (por estresse): desidratação, diuréticos, uso abusivo de etanol, androgênios ou tabaco
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Critérios maiores:
• 1- Hb> 16,5 (H) ou >16 (M) ou aumento da massa eritrocitária
• 2- Mutação JaK -2 V617F
Critérios menores:
• 1- Biópsia de medula óssea compatível
• 2- Eritropoietina baixa
• 3- Formação de colônia eritróide endógena in vitro
Plano de tratamento
Cada paciente apresenta uma situação médica única e deve ser avaliado individualmente por um hematologista/oncologista especializado
em câncer de sangue. É importante que o paciente discuta com todos os profissionais envolvidos no seu tratamento todas as opções de
tratamentos possíveis, incluindo os possíveis ensaios clínicos.
As decisões de tratamento são baseadas no risco do paciente para trombose.
Tratamento:
A PV é uma doença crônica, ou seja, não tem cura, mas pode ser controlada efetivamente por longos períodos. Supervisão médica e terapia
para manter a concentração de hematócrito próximo do nível normal são importantes.
Os objetivos do tratamento para PV são controlar os sintomas e diminuir os riscos de complicações.
As terapias para PV visam reduzir a concentração de hematócrito para valores normais ou próximos do normal e reduzir a contagem de
plaquetas (caso o número seja alto ou se torne elevado ao longo do tempo).
Um sintoma bastante incômodo que ocorre em muitos pacientes é a coceira na pele (prurido). Para ajudar a prevenir, é sugerido que o
paciente tome banho com menos frequência. Aspirina e anti-histamínicos podem ajudar. Outras opções de tratamento incluem terapia de
luz (fototerapia) usando psoraleno e luz ultravioleta A. Interferon alfa ou interferon peguilado também podem ser efetivos.
A flebotomia (remoção do sangue de uma veia) é o ponto de partida comum de tratamento para a maioria dos pacientes. Um volume de
sangue é drenado em intervalos regulares e com isso a concentração de hematócrito é trazida aos valores normais, por um período de
semanas a meses. O procedimento é idêntico ao utilizado na doação de sangue em banco de sangue. O efeito imediato é a redução da
concentração do hematócrito, o que geralmente resulta na melhoria de alguns sintomas, tais como dor de cabeça, zumbido nos ouvidos e
tonturas. Eventualmente, a flebotomia pode resultar em deficiência de ferro.
A flebotomia pode ser a única forma de tratamento necessária para muitos pacientes, às vezes durante muitos anos. O controle da doença
pode ser alcançado com a drenagem de sangue a cada poucos meses. Os pacientes podem se sentir cansados depois do procedimento e
precisam descansar um pouco.
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O tratamento também pode ser realizado por meio de alguns medicamentos (terapia medicamentosa), e são eles:
Aspirina: uma dose baixa deve ser utilizada para diminuir o risco de trombose arterial, diminuindo a chance das plaquetas se aderirem à
parede de uma artéria. A aspirina é administrada por via oral e os efeitos colaterais mais comuns incluem dor de estômago e azia;
Anagrelide (Agrylin ®): este medicamento, administrado por via oral, pode ser usado se o número de plaquetas estiver muito elevado. O
fármaco pode reduzir a taxa de formação de plaquetas na medula, sem prejudicar as outras células sanguíneas. Pacientes que fazem uso
de anagrelide podem experimentar efeitos colaterais, incluindo a retenção de líquidos, problemas cardíacos e de pressão arterial, dores
de cabeça, tonturas, náuseas e diarreia;
Anti-histamínicos: esses medicamentos podem ser prescritos para aliviar a coceira e são administrados por via oral. Os efeitos colaterais
incluem boca seca, sonolência, tontura e irritabilidade. Alguns anti-histamínicos podem prejudicar a capacidade de dirigir ou operar
máquinas pesadas;
Medicamentos mielossupressores (agentes que podem reduzir as concentrações de glóbulos vermelhos ou de plaquetas): em alguns
pacientes, a flebotomia apenas não controla a superprodução de glóbulos vermelhos e pode acentuar a superprodução de plaquetas.
Então, pacientes que têm uma contagem extremamente alta de plaquetas, complicações hemorrágicas, coágulos sanguíneos ou queixas
sistêmicas graves e não estão respondendo à aspirina de baixa dosagem ou à flebotomia, também podem ser tratados com agentes
mielossupressores. O tratamento medicamentoso para suprimir a produção de glóbulos vermelhos e plaquetas pela medula é dado como
um substituto à flebotomia;
Hidroxiureia (Hydrea®): o agente quimioterápico mielossupressor mais comumente usado para PV é hidroxiureia, ministrada via oral. Ela
ajuda a reduzir tanto a concentração de hematócrito quanto a contagem de plaquetas. Efeitos colaterais raros são úlceras na boca,
mudança no paladar, úlceras cutâneas ou prurido.
Interferon alfa: estes agentes são usados para reduzir a concentração de hematócrito. No entanto, não são utilizados em muitos pacientes,
em comparação com outros tratamentos para a PV, pois são menos convenientes para administrar (são dados por injeção intramuscular
ou subcutânea), e podem causar efeitos colaterais mais graves. Alguns pacientes podem apresentar sintomas moderados a graves de gripe,
confusão, depressão ou outras complicações.
A falência da célula-tronco pode trazer como complicação anemia dependente de transfusões. O tratamento é realizado por flebotomia,
em que o objetivo é manter a hemoglobina em 140 g/L ou menos homens e 120g/L ou menos para as mulheres. Anagrelida é utilizado na
trombocitose sintomática. Transplante alogênico de medula óssea tem caráter curativo, sendo considerado em pacientes jovens.
Efeitos Colaterais:
Se você tiver qualquer questão sobre efeitos colaterais, converse com seu médico para obter ajuda. A maioria dos efeitos colaterais são
temporários e se resolvem com o término do tratamento.
Resultados do tratamento:
O resultado provável de uma doença, também chamado de "prognóstico", varia nas pessoas com PV, e a sobrevida média se aproxima ou
ultrapassa os 20 anos. Algumas pessoas podem sobreviver por mais tempo após o diagnóstico, até mesmo alcançar uma expectativa de
vida próxima ao normal. É importante observar que os dados podem mostrar como grupos de pessoas com PV responderam ao tratamento,
mas não podem determinar como uma pessoa específica irá reagir. Por essas razões, os pacientes são aconselhados a discutir informações
de sobrevida com seus médicos.
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ERITROCITOSE
Aumento massa eritrocítica circulante (real), ou diminuição do volume plasmático (pseudoeritrocitose).
POLICITEMIA VERA OU PRIMARIA: doença mieloproliferativa crônica, acometendo as 3 linhagens hematopoiéticas (n somente
eritrocitose portanto. OBS : TODO distúrbio mieloproliferativo pode progredir para leucemia mielocitica aguda!
Quadro classico: Idade 60-65 anos, esplenomegalia, tromboses cerebrais e de veias supra-hepáticas, úlcera péptica hemorrágica.
Hemograma com eritrocitose, leucocitose e plaquetose; microcitose e hipocromia na evolução, devido ao tratamento com sangrias;
eritroblastos, mielócitos, basofilia, plaquetas anormais.
TRAT –
Sangrias (ou flebotomia ) ! ate q o ht esteja abaixo de 45%.
PROGNOSTICO
A principal causa de morbimortalidade é TROMBOSE ARTERIAL!
OUTRAS POLICITEMIAS:
1 – POLICITEMIA ESPURIA OU RELATIVA – o HT está elevado mas deve-se a uma contração do volume plasmático, pode estar relacionado
ao uso de diuréticos ou ocorrer sem causa óbvia.
2 – POLICITEMIA SECUNDARIA - deve-se suspeitar qndo NÃO houver esplenomegalia e o ht alto NÃO estiver acompanhado do aumento
nas outras linhagens.
Eritrocitoses acentuadas (Ht > 60% homens e > 55% mulheres) costumam ser reais - as moderadas exigem diagnóstico diferencial:
1)Grandes altitudes.
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MIELOFIBROSE
Fatores de risco:
Exposição a radiação e produtos químicos (benzeno)
Doença autoimune
Histórico familiar
Idade >50 anos
Outra neoplasia mieloproliferativa
Sintomas:
ANEMIA causando cansaço, fraqueza, fadiga; por incapacidade de produzir células sanguíneas efetivas, com isso o fígado e o baço começam
a fazer hematopoese extramedular ineficaz (podem criar aglomerados “ tumores” de células sanguíneas que podem causar sangramento,
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compressão da ME e convulsões), apresentando ESPLENOMEGALIA 100% (plenitude pós prandial, dor em hipocôndrio esquerdo) e
HEPATOMEGALIA 70% (ascite, hipertensão portal, varizes esofágicas). Sintomas inespecíficos como febre (aumento do metabolismo que
aumenta temperatura corporal pela hematopoiese extramedular), sudorese noturna (eritrpoise extramedular induz uma aceleração do
metabolismo aumentando a temperatura corporal), perda de peso (distinção abdominal + plenitude pela esplenomegalia; pelo aumento
do metabolismo pela eritropoiese extramedular), dor articular (por aumento do acido úrico no organismo) e dor óssea. LEUCOCITOSE
devido a proliferação de granulocitos e PLAQUETOSE devido a produção de megacariocitos (porem são alteradas, podendo ocasionar alguns
sangramentos sem explicação)
Anemia (60% dos casos)
Esplenomegalia (95% dos casos)
Hepatomegalia (65% dos casos)
Hipertensão porta e Síndrome de Budd-Chiari
Fenômenos hemorrágicos (16%)
25% assintomáticos
Cerca de 12% das pessoas com mielofibrose tem a doença transformada em LMA.
Obs: com o tempo a fibrose substitui uma parte tão grande da MO que compromete a produção de todas as células sanguíneas, inclusive
glóbulos brancos e plaquetas (pancitopenia) ocasionando infecções e hemorragias
Exames diagnósticos:
Hemograma: anemia normo-normo, leve reticulocitose, leucocitose ou leucopenia 15% dos casos, plaquetose ou plaquetopenia
1/3 dos casos
Microscópio células vermelhas em formato de lagrima (porque são imaturos e produzidos fora da MO)
Níveis elevados de ácido úrico, DHL, bilirrubinas (pela anemia hemolítica) e fosfatase alcalina
Diminuição da albumina, CT e HDL
Aspiração de medula óssea com freqüência é “seca” (dry tap)
Biópsia de medula óssea: fibrose
JAK 2 + em 50% casos
Leucoeritroblastose + Hemácias em lágrimas
Imagem:
USG avalia tamanho do baço
RNM avalia alterações na MO
Critérios
Critérios maiores
A1. Atipia de megacariócitos e fibrose; atipia de megacariócitos, aumento células granulocíticas e diminuição celularidade eritróide sem
fibrose
A2. Sem preencher critérios OMS para PV, LMC , SMD ou outra neoplasia mielóide
A3. Mutação genética adquirida ou marcador clonal ou não
Diagnóstico requer critérios A1+A2+A3 e dois critérios B quaisquerser uma fibrose reacional
Critérios Menores
B1. Leucoeritroblastose em sangue periférico
B2. DHL aumentado
B3. Anemia (Hb < 11.5 g/dL [H]; Hb < 10 g/dL [M])
B4. Esplenomegalia palpável
Tratamento: