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~BLADE RUNNERll (O CAÇADOR DE ANDRóIDES) DE RIDLEY SCOTT
, EXIBIÇÃO COMENTADA '
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temPD em ~ue se
porque expae e mostra - esconde.
-1-
Homens. para ajudar a memdria dos Homensu, mas o outro
interlocutor responde~ ue assim fazendo. liquidou com a
mEmdria dos Homens porque agora está registrado. agora est~
escritou. Entio. nio existe mais aquela ocupa~~o para o
memorar. na medida em que a escrita foi dada.
A mesma coisa uma an~l ise tem que fazer. Se nds tentarmos
expl icar tudo desse filme nds feriremos a prdpria obra. a
prdpria s{ntese. e mais. o lugar aonde essa s{ntese iria
acontecer.
Vocês
mais
como
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fabricaçio, de engenharia genét ica. E no entanto nds
poder {amos perguntar: estio esses animais vivos?
Desl ig~-los nio é, aqui, no que tange a engenharia
genét ica, mat~-los?
Eu nio vou deixar vocês assist irem EstE filme Em paz. Esse
é um alerta que EU sou obrigado a dar. Nds vamos parar,
voltar, comentar, discutir e o mais importantE: calar.
~---~'~~~~ '--""~ "'-"-'-' "'~--""' "'-'---"'-"-"---'-'-----
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o filme mostra também imgens contraditdrias entre dentro e
fora do escritdrio. Esta é uma contradi~io que acompanhar~
o filme inteiro. Nio sei se vocis sent iram, mas existe uma
mençio meta-lingu{stica ~ UMetrdpolisu este grande filme do
Fritz Lans.
Peixe morto. Gue ser~ que quer dizer peixe morto? N6s
sabemos da célebre divisio das U~guas de cimau e das U~guas
de baixou e que as U~guas de cimau sio pautadas por aves,
as U~guas de baixou sio pautadas por peixes. Peixe morto
significa um dejeto. Um d~-jectum nio é nem um ob-jectum
nem um sub-jectum. Alguém que est~ ~ margem de um processo=
assassino, ex-t ira, ex-ca~ador de andrdides. E ninguém faz
andncios para este tipo de profissio.
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- --- .
o o o o
-7-
Ora, nio é um caçador de andrdides, talvez, aquele que
possa compreender a questio humana agora reservada aos
andrdides?
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Gal inha ~ exatamente aquilo que tem rea~io autom~t ica enio
tem nenhuma op~io. E todos nds. nessa ins-pec~fio(estou
usando um termo pol icia]) a respeito de nds mesmos. nos
damos conta - neste confronto entre periferia e
central idade em nds - de que nds nio temos opçio.
I Eles eram 6.
~ / 6 d ire~ies. implicitamente eram 7.
~/ Nds veremos o porqui.
_0______----.---- Norte. Sul. Leste. Oeste. Zenit e
/~ Nadir
/ =
/ ~
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Vejam. nds temos ati a data de nascimento. Poder {amos fazer
um mapa astroldgico. Temos um nome importante~ Leon. muito
significat ivo. Temos a detençio de um ginero chamado "Nexus
6". Nexus tem uma porçio de significados. Um deles i o
significado de elo.
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Nds sabemos da importincia da tetrictide (4 + 3 + 2 + 1),
ou seja, 10. Esse 4 f simbdl ico e significa todo o tempo de
vida. Esse 4 significa a questio da vida colocada nos
termos de uma de suas formula~3es fundamentais~ o Tempo. 4
anos de vida, na parddia f s6 4 anos; e no s{mbolo f a vida
inteira.
N~o sei se vocis notaram mas atf para pedir macarrio ele
fala 4, dar o outro fala 2; ele fala 4, o outro 2; 2 ...
Esse 4 será uma persegui~io. Quando esse 4 for vencido, nds
já entramos na regrinha= a vida. u4, 5, como manter-se
vivo, eis a questioU (em inglis f mais bonito porque rima).
-~ ' '-' '-'-""'---'---'-'--"'-
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nossos desejos e medos n~o fazem isto com a nossa vida~
antecipar formalmente fracassos, vitdrias e resultados,
deslocando fracassos e vitdrias dos seus reais momentos?
(de 0~ a 0~ - 0
Entio entra essa noite, essa lua, para falar com esse
aspirante a Sol. cem esse aspirante a Homem, que ci o
Deckard. E o di~logo ci muite interessanten
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~ ' ' "".--'.....-.---.--..--..-.
~/
..0 ..o o.. ".'0"" .". .... 0----
.
j:: .
j :
Esse teste que j~ foi quest ionado por ele recebe uma
pergunta, uma outra formulação: uvoc~ j~ removeu humanos por
engano?u Esta ~ a grande questão. Ou seja, at~ que ponto
voc~ não tem removido humanos, mesmo sendo andrdides?
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ComEnt~rio: ~ por isso qUE o filmE chama-sE uBladE RunnErU?
ElE Esti corrEndo sobrE uma lâmina muito fina entrE uma
vErdadE suposta E uma vErdadE, vamos dizEr, cErta?
Ricardo= ~ a vida...
SI '1 d Ir a
i y n ~\C).. 13 ,:\~:;t: ,;"\ (.')1 h ,:\I" a~:> (~:~:;t i:\t: í s t i c: a~:>. .. ..
Ric:ardo= Isso!
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Quando ela pergunta se afinal hi esse risco, entra o
Tyrrel. Ele é o determinador de todo o comportamento
social. O Tyrrel é a marca-mor dessa par6dia de uma
criatura que foi feita literalmente Criador. O Tyrrel é
aquilo que tem que ser rendido e resumido. Esta curiosa
reuniio, nesta s~la que tem um 501 atris, é a reuniio de
Saturno (Tyrrel), Sol (Deckard) e Lua (RacheI). E ele entra
exatamente anunciado pelo tal Nrisco".
(~u.:\nd o <:-\
1 9 uém en t ~~n d e a ~lb j (7~ti v id adfó' h uman a como .:\
central idade exclusiva da verdade, nio é isso totalmente
objet ivo? N~o é portanto o extremo do subjetivismo. a
objet ividade? E nio é portanto, o extremo do objet ivismo,
meramente subjet ivo? Este é o estado de confus~o que nos
abandonaram. Nos abandonaram nesse estado de confusio.
Impedidos de dar-nos conta de que o extremo da
subjet ividade é a objet ividade e vice-versa.
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H~ uma Objetividade com nO" mai~sculo. que significa a
perfeita coincidência entre o objetivo e o subjet ivo (com
no" e "5" min~sculos).
Nio ~ esta uma das grandes novidades deste filme? Fazer uma
fic~io absolutamente ant i-ficcional? Nio ~ esta uma fic~io
que agrega um sinal de menos a um sinal de menos (que ~ o
mundo) para tentar conseguir um diagndstico sobre inclusive
,itquilCJ que nds ~~!:>tamr.)!:>
vivend~u,:\ndO CJS socidlc)gDS
assistem esse filme. eles acham maravilhoso. porque eles
acham que niD h~ Dutra coisa dD que uma simples prDje~iD de
tudo o que j~ est~ aCDntecendD aqui~ justaposi~io
tecnoldgica. fracassD tecnDldgicD.
1981.
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I que (~ I'o€-~p1 Ican t:~:~ (~ 1
("~.;:\ nao
sabe que ~ repl icante. E como algu~m pode nio saber que ~
uma cria~io. que ~ uma fic~io? E nds. nio ~ o nosso caso? A
nossa subjet ividade vulgar. parcial. egdtica,de teto de
estrutura ps(quica de desejos e medos de conte~dos
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emocionais aI ien{genas, caucados em nds, nio ~ uma fic~io?
Uma pessoa n~o pode viver uma fic~~o durante toda a sua
vida? Como que ela pode n~o saber que ~ replicante? Ora,
como nds podemos nos n~o dar conta de que somos seres
humanos. Simples.
- eXls:e t I
i dG~nt: i f i C<:H;:~{O..
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Vou dar um exemplo. Nesses dias muito frios. algu~m
paquerando algu~m poderia chegar para esse outro e
argumentar da seguinte forma~
2. uRoupas pesadas
- (consequ~ncia do frio) incomodam
muitou.
- uVerdade. Roupas pesadas incomodam muitou.
3. - uNa cama ~ mais quentinhou.
- uNa cama ~ mais quentinhou.
4. - uDois na cama ~ muito mais quentinhou.
- uDois na cama ~ muito mais quentinhou.
5. - uSem as roupas pesadasu.
- uSem as roupas pesadasu.
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."."Tr&s condiç~es existem. que ami~de iguais parece.
embora difiram por completo. na mesma sebe floresce~ Apego
a si prÓprio. ~s coisas e ~s pessoas~ desapego de si
prÓprio. das coisas e das pessoas. E entre ambas germinando
a indi~eren~a. que ~s outras duas se assemelha - tal a
morte se assemelha ~ vida e entre duas ~idas se enraizam em
florescincia entre a urtiga viva e a morta urtiga.
Esta é a fun~io da memdria~ liberta~ffo" Nio menos amor. mas
expansio de amor para além do desejo. como também como
apego ~ nossa prÓpria esfera de a~io e acaba por julgar que
tal amor seja de pouca importância conquanto nunca
indiferença".
Ma~; ,:\qu i C~: e fi 1 mt-~). ,:\ pa 1 aVI'",,\ mE:mÓI'" i <:\ f(J i u!,;ada E:m
outro sent ido: memÓria é o mecanismo através do qual se
poderia fixar. através da ident ifica~io e envolvimento. um
conte~do emocional para controlá-los melhor.
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libertador, num relacionamento humano.
.
.
"M______-....---..-.....-.-.
.
.
.
.
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,.,.- "..,
o que eles fazem conosco? Nos dio uma p~tria. nos dio uma
bandeira. nos dio uma famrl ia - conte~dos emocionais
estrangeiros a nds mesmos. Reconhecer Esse estranhamento
significa que algu~m est~ come~ando a trilhar esta
persPEct iva de conhEcimento de si mesmos. E no Entanto. o
prdprio filme mostrar~ que sem memdria nds nio chegaremos
l~.
perigo~ esquecimento.
'-" '---'-"""-"---'--
Ingenuidade.
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'ilme para nds, mostrando um nbvo material papel)
~ i madeira - paI ito de fdsforo.
--.----.--.------.-----------.---------.------..--.-.-----------------.......-..-
Uma escama que i definida como algo n~o humano. E algo que i
definido como n~o humano i a at ividade da ins-pec~~o desse
homem que i feito detetive.
",,22-,