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O raciocínio estatístico em sociologia 3"

Ma rio 1, St'/1

.-\ s l'St :Utsth.' ..b tü1., tl'm ra:!'.àl, de existir sem um domínio de aplicaçã<) s
• , enc1o
~tu pr.uic, ,•;uLwd sl'p.undo os domínios . Eis a razào pela qual podemos falar
'-ll" radtwmit, l'StanstH.'ll cm sociologia. As cstattsticas são usadas desde O nasci-
nwnh, dl'Sta disdplina. Emile Durkhcim funda seu estudo sobre o suicídio na
:nulisc d:1s Yariaçôc-s das taxas de suicídio por diversas populações, e Maurice
Halhw~1chs Sl' interroga sobre a regularidade da relação entre nascimentos de
nwnint1s l' llll' ninas, apoiado em números. Os pesquisadores esperam das es-
t;Utstkas duas coisas: cientificidade e objetividade. O desenvolvimento atual
d\)S con1putadorcs e dos progran1as de tratamento de dados favorece sua ge-
ncr.1li=açào. No entanto, os estudantes e pesquisadores em sociologia acham
mais estimulante a pt'squisa de campo que a análise quantitativa. Quanto eles
scnH'm a necessidade de utilizar as estatísticas, as abordam com certa reticên-
cia . ..\ lógica antes desconcertante das estatísticas vem juntar-se à desconfiança
dl'Stes pesquisadores, limitando-os grandemente na forma com a qual recorrem
.1 L'Slt' instn1mento. E é frequ entem ente dominados pelos dados , pelos mode~os
e pelos programas aos quais adaptam tanto bem quanto mal sua problem~n_ca
que eles cn1preendem uma pesquisa quantitativa , ao passo que, ao contrano,
. . • · al garante
e' seu pensamento de sociólogo que d everia ser o único guia, pnncip . dos
de seu uso oportuno . O domínio, ou seja, a aplicação realmente apropriada ._
- dos concei
instrumentos utilizados resulta também d e urna boa compreensao f' ulas
tos fundamentais das estatísticas, apresentados aqui literalme nte sem orrn
n1atemáticas. ·
. stura soCl 0 -
. _\1 ostra~~o ~ue ª. utilização das e~tatís_ticas n? s~10 d e uma ~~ categorica-
log1ca emp1nca 1mbnca-se com a soc10logia quahtauva, rompem. . 5 . é irn-
- . _ . . ahtanvo ·
m ente com as polem1cas opondo os m etodos quanntauvos e qu
. onnenl ent
N F. Le ra1s
34. O conteúdo deste capítulo é desenvolvido em SELZ, M. & MAILLOCHO '
srruisriquc cn socwlogie. Paris: PUF, 2009 ["Licence" ].

202

___.........111
,....-- er um
bom "quantitativista" sem um conhecimento qualitativo apro-
d d . . r
íve15 d T"t"línio estu a o , seJam quais iorem os métodos pelos quais este
,,osS do o,,. . . , b h .
r dado , adquindo. E so re este con ec1mento que se apoia O raciocínio
foil 1·rnento e . . d .
hec
c<Jfl . o. ITl
lJ a postura quanlltauva, quan
C' p d
° um pesqmsador nela se engaJ·a
d . ,
1atfst1C 1. diferentes iormas. o e tratar-se e simples dados de enquadra-
eS de ass uJ11 . rdos em pano d e f un d o , dan · do uma ·ideia· da extensão de um fenô-
pO indica d .. ô · d
111cnt~ or exemplo, se estu amos as cenm n1as e casamento, é interessante
01 cnº· P roporção de pessoas que se casam anualmente e sua evolução· ou
1
ctitl 1e
cer a P compreend er a 1nc· idê neta · d os processos de custódia de crianças' '
lf . d
se busca111os b
de adultos, é bom sa er qua ranJa a população está implicada nisso.
r 1r parte
. as esta
tísticas po d em tam bé m es t ar mais
, d
· 1nt1mamente
· · ligadas ao obietivo
J
Ma!! tal do sociólogo , que e o e compreender as causas que regem os fe-
fui1damensociais. Trata-se entao - d e ana1·isar as relações entre diversos
. fatores e
0õ1nenos l .d d
caracten'sticas , de buscar regu an a es, testando hipóteses e buscando desven-
às apalpadelas e de forma exploratória, coisas insuspeitadas. Ao longo de
dar, esma pesquisa, a ana-1·ise quantitativa · · preench e correntemente várias fun-
uma m . . .
ções: ela permite confirmar ?u informar determinadas hipóteses, ap~rar outras,
definir os contornos do objeto de estudo, abordar novas perspectivas ... Mas,
mesmo servindo somente de enquadramento cifrado ou de descrição, ela nunca
deixa de ser um instrumento precioso. Sem ela só podemos confiar em nossas
impressões, às vezes falsas . Em todos os casos, a análise quantitativa se enxena
na análise qualitativa. Jamais ela adquire legitimidade sem fundar-se no conhe-
cimento aprofundado do campo e do domínio. É, por exemplo, a multiplicidade
das entrevistas qualitativas com jovens europeus que deu a Cécile Van de Vel-
de35 a ideia de aprofundar e sistematizar as "transições" , isto é , a forma de eles
deixarem a casa paterna, e de formalizar sua comparação segundo os diferentes
países com o auxílio de um método quantitativo, cujos resultados estimularam
por sua vez a análise qualitativa. Os dois métodos se nutrem mutuamente e
coexistem com idas e vindas múltiplas. Resultados inesperados devem receber
uma atenção particular: Tratar-se-ia de erros, nos dados, no tratamento deles,
~u estaríamos diante de uma população especial, ou ainda, de um fenômeno
tr::i~:ecido? Por ex~~plo: o fato de, numa pesquisa, e~contrarmo~ mulhere~
q· doras com salanos superiores aos dos homens nao pode deixar O pes
coUISador. sem reaçao - nem sem explicação .. . Serge Paugam36 d eu-se eonta que '
ntrariarn · onômi
cas ~ _ ente ao que ele esperava o acúmulo de desvantagens socioec _-
r
estállào e :e tladeiro em todos os p'aíses: nos países do Sul, 0 desemprego nao
assoc1adO , d berta que per-
lllite e5
Pecul -
ª pobreza relacional Trata-se então de uma esco
· , . e assim a chance
açoes sociológico-teóricas. As estat1st1cas oierecem

35_VAN - - -- - - .
~lJf i DE VELD , d l .eunesse en Europe. Pans:
3 ' 008 ["L . E, C. Devenir adulte - Sociologie comparee e ª J
6. PAu e lien Social"]
GAJ\,1 S L . . l005 ["Le Lien Social"].
· ' · es f 0rmes élémentaires de la pauvreté. Pans: PUF,

203
de precisar a definição dos conceitos sobre os quais se trabalha e f
problemáticas novas: tratando-se, por exemplo, da pobreza el azen1 e"'
r • · · ' as obr,· ·• 1Cto·
quisador a 01crecer cnténos. precisos . para caracterizar os p b ga,11
o res . o p,11lt
distinção entre pobreza rela11va e absolura. pobreza objetiva b e llnpõ Cs.
· 1 · · ·li · ,, d '
pobrcz;1 111011c1:tna, e e cx1su' 11rn1 .. . e s1m~·c10 gera ora dr oui ras ,n
po reza
. ' sub.1·cc111

tiva
sociológicas. vcsugaçoc8'
A p,>..,111r,1 t111,1111i1a1iv:1 consiste cm cri.tr uma (ou v,.\rlas) b
. . o1Jscrvac1os cm pcsqt11sa
. f<> 'r.lltl-" ..,oc1.11s
pcrrorn11ll . l 1e campo .ase dr· ta( 11
. , em ex I os te.
. o auxilio de um programa de lrntamcnto de cst•,tfst'
ha..,c rorn · • icas P.<>rar ,,'·51a
11wn1c 1111crprcrar os rcsuhados de u_m ponto de vlsla sociológico'. P,_,ra fi11a1.
dc:-1:l-" e1;1p,1s ê ;1hunda111c111cn1c nu1nda pelo pcnsn111en1u do , Cida uniu
· r· t . pesqulsa,1
.,11;1 cu1111r,1 ç1c11111ca e por seus co11,1cc1111cn10s qualilativos. · uor, Por

:\ ronsrruç1\o dos dados


As h,tscs de <fa~los, '.naléria-prima das estatísticas, sã~ uma representação
d()S fcfü1mcnos sociológicos, passada pelo filtro de pesqmsas e de questioná-
ri<i..; dabMados por seus criadores. Estas bases às vezes são um pouco mitifica-
d11s, visws como matéria preciosa, fazendo objeto de expectativas esperançosas
quanro ao interesse que elas podem aportar à pesquisa enquanto tal. Tais ex-
pcc1n1i,·as devem ser relativizadas; elas não são sistematicamente realizáveis.
A expressão "base de dados" é inoportuna já que enganosa, dando a ilusão de
obje1ividade e de exaus1ividade e revestindo de certa evidência a representação
da realidade. Esta expressão não corresponde, portanto, a nenhuma das últimas
exigências apontadas. Ela é fabricada de uma série de elementos por aqueles que
a concebem e a produzem; ou seja, tanto por produtores de dados em qualidade
(Insee, institutos de pesquisa, serviços de estudos e pesquisas de ministérios,
Eurostat...), cujos resultados são então utilizados pelos sociólogos em análise
secundária 37, ou por pesquisadores produzindo dados específicos ao objeto de
suas pesquisas. Esta distinção não será objeto de estudo aqui. Trata-se apenas de
sublinhar que, seja qual for a fonte da qual os dados emanam, sua construção é
subjetiva, guiada por objetivos, por motivações, por hipóteses, por a priori re-
fletindo eventualmente um pensamento teórico. Com efeito, as bases de dados
são O resultado de uma verdadeira operação intelectual balizada em inúmeras
escolhas quanto aos elementos da realidade a descrever, à forma de descrev~-los,
. . d 1 , , . do Junto
ª mane1ra e co eta-los. As vezes pode se impor a opção do pesquisa . _
- . inter
ao qua I podem estar as melhores chances de obter-se boas informaçoe5· e
-o oferec
rogar os empregados ou os patrões sobre as condições de trabalho na . te
tennrnan
os mesmos pontos de vista. Cada uma destas escolhas pode ser de
dutor.
- , seu pro a
. dor nao
37. A análise secundária é aquela feita dos dados dos quais o pesqmsa e . de su
e aproveita
Eles foram elaborados com objetivos outros que os do pesquisad~r'. que 5
exisrência para uiilizá-los a fim de esclarecer sua própria problemauca.

204
escolha permíte d etermi nadas an«11iscs e interdita outras.
, ,11·d" quedaudmaos é u ma .visão p.ardal da rea lidade observado. Nilo se tra t.n .
J ,rievbPe deo d e d esvalorizá-la , 1mas ~ essencial aprrcndt -la como tnl. tt ndo
I>

U~ ~zã ' b1. tividade q ue e a comporta . Os mesmos fonomcnos observa-


"'''
r _a:1 ~t n ci• d•usar
su I ~úmeras bases
d. de dados difcrcn1cs segundo O olhar do c.-rio-
c0rv: "'1e1J1
,,.,- . w s de me ,ação
. c.1rurucn , .q .ue.- sâo as emrcvisras r os ''1•uestlo ndrios , e
1 51
ii'5 eo nst . do co m a acess1b1hdade
de aco~ . às infornu1ções e ns con ven<;Ors ciur
d"',
1 i 11
irrite id't-1a.:,.~ É preciso ler consc1t ncia que se inato t.Jc escolhas. • mois . óu
~'ll'r~ l1l (ircu~ ' dentre u m conjunto
rcrvas. d . de possibilidnd d . cs. elementos Cfllt' dcvtrn
r coepresen tes no mo m ento
(f!ff1
05
Ih a mtcrpretaçi\o os resultados. Pode srr intc-
. d d'
cJ'
r lJClll s . ar estas esco as, ao invés e acre uar que a base de dados seja
ut uon ·1·d d A b' ·
~
11-v-
,11c q
resenraç
âo ideal da rea I a d'
e. o ~cllvaçao, o distnnciamcnt
· · o, um re-
nna rtP . nvenienres que acre ttar que u m corolário
1
seJa uma verdadeira
1 1na~oo .
ciio, s. ~ As bases d e d ad os são, como o p rópn o termo base o diz, um ní vc-
(,b;crividadc..
i reciso do ma terial sobre o qual incide o raciocínio. Nisso elas afastam
1.1 niento ~ . m o que pod e punir severam ente a postu ra pu ramente q ualitativa.
1
e1i11 P. rcssioms de das bases d e d a d o s e- d epen d ente d a pertmencia,· · · em re1aç ão aos
Aquahda . dos das escolhas que acompanham sua construção. Esta pertí
b. 1ivos visa ' · d · d d b · ó ·
tl ~e., , condicionada pela competência o ena or a ase, as_~ezes o pr p~10
nt~cia e 5 0 p esquisador utiliza uma base de dados em anahse secundária,
sociólogo.
rle deve apropria e . r-se dela conscientizando-se das condições de sua construção.

Apesquisa e o questionário
Um bom questionário é uma condição sine qua non da produção de bons da-
dos. Não existem receitas para construir um questionário, tampouco modelos.
Ele deve permitir não somente obter respostas às questões colocadas ("sim",
1Jào", "não respondida") , mas torná-las apropriadas, isto é , atestando a com-
preensão adequada da questão, sinceras e conformes à realidade, compreensí-
reis, não ambíguas, exploráveis. A primeira condição indispensável é sem dú-
-~ida definir bem o que se busca apreender com o questionário. Paralelamente,
1: que geralmente busca-se compreender fenômenos _ainda pouco conhec_idos,
Je descartar excessivos a priori: estar aberto, permitir respostas impreVIstas,
llà~ normativas ... Existe lá um certo paradoxo que precisa ser assumido, e ne-
goc1aç • - d ·
oes ª serem feitas! Um bom conhecimento do campo, atraves e pesqui-
sas q~alitativas preliminares, por exemplo, é indispensável à pertinência ?ªs
questoes e , . - devem fazer senudo
Para o pe
ª .
sua adaptação aos pesquisados. As questoes
d
.
· d O elo pesqmsador.
M· squisado, o mesmo sentido para todos e o eseJa P . ,, "
UJto fre " . 1~ · " "amigos tra-
ba/h " quentemente este não é o caso: os termos vio encia ' .d '
0 só mesmo senti O para
todos ' para tomar alguns exemplos, não possuem O d d vem levar
1
e!JJ co os pesquisados. A exploração e a interpretação dos re~u ta ~s eossível. A
nta este d ado. Por isso a interrogaçao _ d
eve ser
a mais precisa p

205
~

n·~po~ta dn JW~l\nbad,, . p,w s\l;\ \'e z, deve ser interpretada a part' d


1 • \ . • . .1 •. 1
"'º l 1)!.1.· . nc~ll· ~,· nl\l ,, ....upernr as 1-el ,n·ncias ucvtuas aos asp
~
ir o b
ectos orn-s t11.
n t·ntu.,hrn.·nll' mdi-.lTt'h'~ n,nHl, por exemplo , o medo de ser pena\·Parec:end o
2
.,dmm,-.,ra(,\tl ,m ,, pudor, tll't;,danll'nte m, caso de temas scns{v ~· ' ado Ptl·
. 1· . . ~ . e,s. lnf0 ,1
pt•,nm~u
'1 l,,. l·nar n,n ,.m(a, ;mtcn11ar suas tTs1s tenc1as ~süc) µ•)' s"•t uras rn1•ir
• o
..,t·r pn·,·,~ta, . c1ue c.kvcn1

:\ , ,., t ~m , ::cr<. <l,,


l't',<.Lh ., ... 1-•,t;\\btkas n.·.,li:adas cm varavl'is qualitativas 1K são fund ,
1els n·1
n•p;lrth;.,,, d ..,~ l'Íl' ll\'ll~ segundo suas el .I t"•crentes.
moel a t·1clades e na c.: oinac.)ar· __'
d1..• ~1..· us vah, n·~ cnt rl' . .,s indinchws. As modalidades das variáveis qualttat~Çao
.
,, nub frl•11ucnH·mc11tc cm sono . log1a
. , sao
- gera
" 1mente os .Itens ))ropost .va~ ·'
-, . . . - os trn
n·spL,sU .h Ll\ll'~tôcs ~ubpccntc a escolha propos ta pelos itens, reside a questà
d:l 1..·;uq.~t,ri=açào dos fatores correspondentes. Esta é a base da enumeração~
J:b úlmparaçõcs () estabelecimento das n1odalidades de cada variável , ponan.
w , tt·m um fone impacto nos resultados dos procedimentos estatísticos. Ora, a
c;lll'~L)n=a~'ào de um.l mesma variável pode ser feita de 111últiplas formas , cada
uma cndt)Ssando princípios, representações sociais ou mesmo convenções pró-
prias. Para determinadas variáveis clássicas, dispomos de nomenclaturas exis-
tL·ntcs, estabelecidas por organismos nacionais ou internacionais, ou mais sim-
pks111ente por um conjunto de práticos de uma disciplina. O pesquisador pode
optar pela utilização d estas nomenclaturas já elaboradas. Mas ele também pode
decidir construir outras, se as primeiras escondem distinções que lhe interes-
sa111 ou , ao contrário, se elas diferenciam indivíduos que, na pesquisa em curso,
nàL) poden1 ser diferenciados. Uma nomenclatura é uma construção sociológica.
Pode1nos questioná-la no intuito de levantar novas questões. Por exemplo: o
escritório esta tístico das comunidades europeias, Eurostat, busca construir uma
non1enclatura socioeconômica comum a todos os países da União. As discus-
sões e1n curso mostram que nem todos os países vinculan1-se aos mesmos crité-
rios d e distinção: os franceses vincula1n-se à distinção público/privada, ao passo
que outros países vinculam-se mais à hierarquia, ao peso do trabalho, ou ao
_ - . · - ·os podem
taman h o d a empresa. Da m esma f onna, para a educaçao, vanos cnten , a
ser levados em conta: a distinção técn ica/geral o nível d e classe, mas tambem
· ' d sco-
carreira escolhida (tipo de bacharelado) a dis tinção universidade/gran es_e dos
' · squ1sa
las ... Uma nomenclatura deve desaguar na intenção con1 a qua1 os pe trar
n encon
a adotam, d e tal forma que eles 111es111os ou os pesquisadores passar side-
to a con
uma modalidade, e somente un1a, que os caracteriza. Outro aspec . os· urna
rar por ocasiao · - d o estab e1ec1mento
· d e un1a categonzaçao
· - e- o dos efenv ·queira, ·
. . . nte corn
modalidade excessivamente rara ou , ao contrário, excess1vame
n ão consegue levar à consecução d e análises interessantes.

38. Incluso as variáveis quantitativas transformadas em cortes de valores.

206

1r ·~
, . lo. d entre tantos o utros possíveis, e particulam
~ L,111 c,<ctnP.,. dependência en tre a opção po r categorias e seus
rfl''·
c)I~ ,. 1ll' to ca. 111c"'ti vá rios n fve ts • de p recisão possíveis . para se esta be
,\'il'' e•' '',::1·dc,s- 1,;x1s. tc. escolha não é ind herentc
...i-~l l 1 f:l L llJ 11
,. à andlise sociológica. Q
' <í' ,~- •11 ch•''' · · t ,innd o grou de precis~o uas Pcsw. po r exernplo e
,ti .1

i,1' , ,11t: Jctcr 1 '


dt# 11l J " 1 \1111 J _ e n tlo qualificados sao ind uf<Jos num mc..4,mo grup<
1
ll "ul l ' fiC.l O~ ~ . 1
..IJ"', se\(tll~ q 1H' 1 ,nn forte cndognntin soem
t rtl 111 li " .
, ao passo que um_a op-ção r.
, ,
..ll'r• ,.. 1110s d -.,-ccbcr que um destes operários se d1fcrcnc:ia dos ou
&''
'"' e-til •
...i pcrt"
11 i n Jo pnun c
h• rne nos consisten te. A mesma constaracao pode
'"•
,tt ~ut•• u 111 a cn, dn loculizaçâo gcográ 1·1<:a: t raia-se de rnunic1paUdades,
og
~
""- J.1 i\ q
1
t1 e~•·' º .
d . de países? U rge, po is, e a to d o instante, . .
adorar um orau
•l,bl• , ( 3 OS, r,
~ · de r~ " crtinentc à proble má tica em questão. e iguaJmenre optar 1
~•~'º ~113~ ~ poniveis . Só é possíve l tra ta r pcrs picazmentc a e~fatlstica quan
,J,..s t11 31s ,sp formas a partir das quais os dados foram construfdos íncf uín
J das as . '
,lll..idcr.t d sua coleta e o modo d e p esquisa.
~ condições e

das estatísticas
-
A execu Ça0
vez disponibilizados os dados, impõe-se a questão de seu tratamenl
uma . _ . .
, •co cuJ·o primeiro passo e espec1 6 car seu teor preciso.
estaUStl '

Formalização: escolha dos cálculos afazer e modelos a testar


uma problemática sociológica não se apresenta como uma questão p recis.
e diretamente solúvel por um procedimento estatístico. Ela é frequen tementt
vaga e pode ser descrita por uma formulação geral: Como evoluiu o casamente
ao longo dos últimos trinta anos? O que é tornar-se adulto? Quais são os proces-
sos que levaram determinados indivíduos à precariedade? Qual é o tamanho das
discriminações salariais entre homens e mulheres? As desigualdades aumen tam
ou d~nuem? 40 Para nenhuma destas problemáticas sociológicas existe uma
formalização imediata e sistemática na linguagem das estatísticas. Dev emos de-
le ·
~mar subproblemas, frequentemente vários mais circunscritos, fonna lizá-
ve15 o . '
início~ seJa, um conjunto de cálculos a fazer, e cuja combinação pode ser um
uma d e respoS t a à problemática geral. A análise estatística não consiste em
fornec~mo~st~ação única, linear. Ela é alimentada pela análise sociológica que
1
a testar. ~ ~:ias _dos cálculos pertinentes a efetuar, as hipótes~ interess_a ntes
ºPeraci ? quisador traduz suas hipóteses em questões conCisas,
ona1s isto , - .
preCisas e
l
conhece ' e, segundo os formalismos e os modelos estausucos que e e
e que est~ , . .
ao a sua d1spos1ção.
39. pc -
S: Profis -
40. t ta soes e cat .
as de . ntas outr egonas socioprofissionais.
sigualctades as quest - oriundas
. . oes · · d e pesqu
· da equipe
das pesquisas em curso no se10 · 15, a so br1::,
soc1a1s (Eris) .

207
~
Po d e _se , J)ois. . ini:,,,inar
r-
que um estudo sobre o casamento nec"s .
'-. s 11 e d .
conjunto dr indica<l,lrcs conw a pcm.:cnta~t·m de pessoas casadas no co, ~ lln1
1
do l')n.,ís. ' .1 lonorvidack dos casamentos. a idade no momento do l'"s .ll.lnto
1 e, , . .
idack do nascimento do pri~nciro hlh~1. Pode-se acrescentar a estas Pngu, ,1
" · a111c111
º:
sc~undo ., oril'ntaç,\o cscolhtda, a an.\hse dn evoluç.lo de todos estes indit· 11•1\
no tempo ou o estudo da sucessão d~s acontc~·imcntos: litn dos l'Sllld(:tlores
mdm l'lllprcgo, casamento. primeiro ftll~o ou ameia a compnra~·é)O das Pc:s pr,~
1
l't)nju~cs. Para um estudo sobre a segundadc do emprego na Luropa '.>.s
st
pou/
~roundo as informaçôcs disponíveis, comparar as porcentagens dt l)Css· . . ·
• . r, . . . , . . , ,, . ~ • • • o,1s S<•n-
• •

t mdo-sc na mscouncfa<lc segundo il p1ohss.\o, o scto1 de .lt.1v1dade e os .


r, . p,1 1!-,('!-,
lnt observar a cvoluçã<) .
destas porcentagens ao longo do tempo e cm fun,·ã ,1 '
~, o uos
crilt'rÜ)S cctml">mtcos como a taxa de des~mpr~go ou a t~xa de crescimento. Em
inümt'ros casos, é nes te exato ponto da suuaçao que reside a maior dificuldade
dependendo mais da análise sociológica e da definição precisa dos conceito~
que sr manipula do que das próprias estatísticas: trata-se de encontrar exata-
mente os cálculos aos quais urge proceder para realmente elucidar o problema
colocado. Não e raro que cálculos não meçam convenientemente o fenômeno
estudado r se tornem objeto de interpretações falaciosas.
Stéfan Lollivier e Daniel Verger41 mostraram que segundo a maneira com
a qual se define a pobreza, se determina populações de pobres diferentes que
não se recobrem. Isolando os 10% mais pobres entre os casais franceses 42, se-
gundo três escalas diferentes (pobreza de existência, monetária ou subjetiva),
eles chegaram ao seguinte resultado: um quarto dos casais é concernido pela
pobreza em pelo menos uma das três medidas; 6% em duas delas; e 2% nas três
simultaneamente. A análise estatística da pobreza, de sua evolução, tanto indi-
vidualmente quanto coletivamente, exige que se leve em conta estas distinções,
seja para não demorar-se somente em uma forma ou em sua acumulação, na
ausência da qual já não é mais possível saber de quais pobres se fala. A medição
da evolução das desigualdades não cessa de suscitar desacordos. Estes últimos
não procedem de dificuldades estatísticas, mas da falta de definição da desigual-
dade. Jean-Claude Combessie43 repertoriou inúmeras medições culminando em
conclusões que se contradiziam entre si (cf. box 1).

. subjectives son'.
41. LOLLIVIER, S. & VERGER, D. "Pauvreté d'existence, monétaire ou r la pauvrete
. ·
d 1Stmctes ". E-conomie et Statistique, n. 308, 309, 310, 1997 , p. 113- 141·· "Mesure
aujourd'hui" . péen des
d 0 Panei furo
42. Seu estudo se refere aos casais franceses (aproximadamente 7.000)
Ménages Vague, nov./1994. ·,ologie, vol.
· e de 5oc
43. COMBESSIE, j.-C. 'Tévolutíon comparée des inégalítés". Revue Français
25, n . 2, 1984, p . 233-254.

208

~
JltlS J
, dll qu.,l_lc,u1 -C lauck Cnmhcssk purtr, dr mt·-.mn tirncln tia rlntg«litt
l) rsc111P1<J ·si~ualdadc de· t:h,mns) <lc Rnymund Bou~lon . f drsnito pelo quadro
cf~ (,\ . ~ . ,lH-cc nta~cns dr c~cnlari.:nç11n th, t·ns uu, 111r dh1 do-; adolt·sccntr.,
h1111. i11d1d'•'~ 1
'
ft'S '
t,.11~0
. Q''c . . • .. cta<lc
pn111cll•1 111
J,, sét. u \u """
•'-•'-· · - - - -·
3 "ª
,~lc~(') 1,a-.ci1ncnto
1
1 o:,,adc • · Fntrt· 1'>1'>
a11tt!-- de 1o I O ('X,) t· 1t)4() (%)

csr Jo p,\i
--;:;::cs liberais, quadros e pessoal dt> direção 37 62
operários scmiqualificados e não qualificados 10

~ t ã o p~ra _a qual se busca u~a resposta é: A desi~ualdade de chance~ au -


100 ou dinunmu entre estes penodos? J.-C. Combess1c apresenta um quadro
~~:;portando diversas maneiras ?e calcular diferenças e relações <le porce ntagens ,
absolutas e relativas, .. com as desigualdades que elas fazem aparecer e as conclusões
1
que elas implicam" .

Tipo de Assim medida


calculo I Operações Comentário I a desigualdade
Diferenças 1 62-37 > 10-1 O aumento absoluto da % de escolarizados I aumenta
25 > 9 é mais forte na classe superior

37-1 < 62-10 As distâncias absolutas entre as % de esco- aumenta


36 < 52 larizados são maiores no segundo período
(62-37) / 37 Em relação à escolarização inicial, diminui
< 00-1) / 1 o aumento absoluto da escolarização
0,67 < 9 é mais forte para a classe operária
Relações 62/37 < 10/1 A relação da % ulterior de escolarizados à diminui
1,67 < 10 % inicial é mais elevada para a classe ope-
rária: o crescimento relativo da escolariza-
ção foi mais forte para esta classe.
(l00-62)/ A relação da% ulterior à% inicial de não aumenta
Cl00-37) escolarizados é mais elevada para a classe
<000-10)/ operária: a diminuição relativa de não es-
0,6 < 0,9 colarizados é mais fraca para esta classe
62
( -37); Em relação à não escolarização inicial, o aumenta
000-37)> aumento absoluto de escolarização é mais
Cl0-1)/(lOQ- 1) forte para esta classe superior
~ º•4 > 0,09

209
~-~------------
"Fechada na única relação entre a operação e seu objc i
1
nada
. pode dizer de sensato sobre a evoh1rílo das dcs iou•,icl·i~·
º • • urc.; . r,i.::é1n
• e~,
tq. , , a,,'i
mmar o sentido dos cálculo~ que cf:J pmpôc; fn h a sahl' r a qul· •' 'i ln11a d .''t,1
enu nciar ao c;;eu tema um ,ulAamcnw de pcrrinênciu '' " Ponrn t· Pn ll<•r
'"h·t·I
Se rr,uarm<1~ medir (l 11npacro do r:ummho r
dn~ t u n 11.1-., .., 01 ..
l l l1).., l 1
lar, 1,c,dcmO!, r,·itkn<-·tar que quanto menor ,or o tnm ..111 lm du~, 1urn, . ..,l'l'""º t·' t11
11
rcsuJrndo-, C'tt~t.ll1ain•.,. ,\o bom, Quando mlll sabemo~ 4 uc u, •,11 1111 0.., l'·r 111e 1ll,~ ti,
dadt· "\d (rcqucrucmrntc reagrupados de curn na~ lltr1rn,~ ele 1,n. , 11 d11 1t 111
. ··-' r .. . /ll l II U', ' / .
)<)d('m<1, n,,, cnJit:.mar sohrr a rc açJo cau:,..vC,c llo 11a cnndu ... ,1 l l t 11v1 )1,
. ' f f ' ' O "l111 1(· 11 ·
'
ll<lnt t'dnhcnmcnw do func1onamcnlo ( as esco a~ e dn orum o
i lz:•w •l
.,,O(h . . t 1t• 11111
pcnnitt' ffUltMh ,z:11 corrct;1mcntc o prohkma e cnco 11 1r:u· q u :li-. dnd ' 11 , 111,1\
n.-aJmc-ntc tc.st:u· <l ddw do wm:m tw d as turmas
,. , º~Pnr 111 1t·111
'
f'-_,tcs potH' <l~ <.' xrmplo,
'
mm,tram
.
que é .realmente
.
a especifica,.,
, fr
,,10(.t ;11, ,,,111
~odol<'l~ic:t que dt' lc.' rm11rn a analise quanruatrva adeq uada. Esic pod , , ' St· ~
· p..tr.1 f.t: t.' r emergir
m(lHV<-l · no\'aS pro ble m á ucas
· · 1óg1
socw ·cas. <' ser Uni

A fonnali:11(,\0 do objeto de pesquisa em q u estões o peracionais de


~ d. . , . El d pende
:-.c."~unrnh'nre, d os <I:1cu1.s 1spomve1s ou acess1ve1s . a p o e também conc1 · . '
r • - bo d bl , .
ll:l · lc,s: c.'1l'tn·nmrn1c nao e raro a r ar uma p ro ema u ca com os dados d'
ICIO- J1

. . b d d , - l rspo- ,,
m,·r1.s, m:us ou mclhlS cm-a apta os as q uestoes que nos co ocamos. Trata-s
cnr:\o de definir seus limi tes e as exigências n ecessárias d e se recorrer aos dado~
m
mJis npropriados. Esta é uma das formas de progredir na direção de melhores !r
d~dos.

Alguns conceitos de base ~

r
No seio da postura sociológica empírica que representa o conjunto das eta-
pas que \'ào da obsen·ação da realidade até a compreensão dos fenômenos, a
exploração estatística prop riamente d ita é uma e tapa ex clusivamente formal.
Ela pode requerer competências esp ecíficas, e d e alto nível, seja para utilizar
os modelos com conhecimento de causa ou para saber corretamente ler e in-
rerpretar estatisticamente os resultados, que são os parâmetros e os tes tes. Mas
é possível familiariza r-se com os conceitos fundamentais das estatís ticas sem
ter uma formação apurada em matemá tica. A intuição e o bom-senso permitem
adquirir as competências necessárias ao bom uso d e ins trumentos simples, em
geral suficientes para a maioria das análises sociológicas. Eles eventualmente
podem ser completados por uma formação mais aprofundada.

44. Jbid. , ·te scolaire


45. Cf. PJKEm·, T. & VALDENAIRE, M. Limpact de la taille des classe~ su_r la reussr
et du panel
dans lcs ecolcs, colleges et lycées f rançais - Estimations à partir du pan ei pnma!fe 1997
secondaire 1995. Paris: Ministêre de I'Éducation Na tionale, 2006.

210
. fundam ental das estatísticas, denominado infcrencia , é o de
prirtdP'ºcrvaçõcs feitas a pa rtir d e uma nmos trn proposições sobre a
0
~,r de obs ,.. 1 se o rig inn e represent a es tn am ostra. Sua vantagem reside
l1l.,fl,..1,.,•,\l> da q u... b
... 1,5 ftlcll e m enos cus toso o scrvnr umu amos tra ao invés d e
,pll • cr 111n . . ' , . ,
I" r.,c<l dr 5 do uino p o pulação. Mus se~ hmit c estú no fato das proposições

1 . 'º
f1l' ... 11 ~,,r
,,,l m1rt.1
rc111 se
niprc umu margem d e am:crt ezn, c ujas regras de inferên cia
I d, . , I
h ce r s ua nmp itu .e nulx hth\. )ilo outrame nte : o res ultado d e
1
l,11 ,- con e 1·
' 11,,,c 11' to csrntfs tko nunca é umn n 1nm1çi\o . O me lhor possfvc l ele é
l'tr 1 J1t1ll'll . ,. . •
1rl cc . 011 cào Este rndodmo ao rl'uor da ince rteza é <lec;co ncertantc
11íl 1
l , JrC!; ~., . '
Ili
,,J fortt: J • >ttforllll' 1\ lógicu clrtsskn . " O método cstatfstlco é uma su<.<:ssao
un>l l
,,ue Pº •ginnis, gcru lmc ntc cont n\rlus uo no!>so modo <lc raciocinar... A
1·1 "1 r·i~ on
Jr pt>!ttu ~ s propõe c m primeiro lugar a polít ka uo ri~co d o erro co n~entí-
c,tJII., é certame nte a mais mtc 1gc ntc no uom n o · a o b· rlgat óri a incerteza,
·11c,1 no . . 1· .1 f i d
lh' díl . 11-,. 3 numa porcentage m ace ita <lc ca~o~. que o rc~u ltado obtido
la unp ..., . . . . ,
.,,a!, e ·ia de o perações matem á ttcas mais ou menos sohM1l:ada!:, pode ser
Esta incerteza é forma t·1za d a pe 1os t·1m1arcs · · crva1o~ de co n11ança
11
n,1 '·r,.: ,ufnc e rnt r. .
l, l,u
1 do é dado sob a seguinte forma : um d eterminado parâmetro (me-
, resu 1ta ·
un ex., 0 efeito de un1a duração d e estudos sobre o salário) não possuí
Ji nd P· preciso v mas certa probabilidade p (limiar d e confiança) d e perten -
º·
01 , 111or ' . ( . .
u . tervalo I aproximando-se de v o mtervalo d e confiança) . Class1ca-
(er ao m
decidia-se calcular os intervalos ou fissura s correspondendo ao limiar
~:e~~:fiança 90 ou 95%. A qualidade das inferências d epende do tamanho da
amostra e da homogeneidade do que é medido na população d e referência; ela
n.io depende do tamanho desta. Intuitivamente, percebe-se claramente que
quanto maior a amostra e quanto mais homogênea a população , m elho res são
as inferências, isto é, a incerteza torna-se menor; consequentemente, o limiar
de confiança aumenta e o intervalo diminui. Fórmulas permitem calcular es-
tes limiares e intervalos de confiança, que deliberadamente decidimos não
apresentar aqui. O essencial é lembrar que a inferência não produz um valor
exato, mas uma fissura que sequer contém de forma segura o valor exato, isto
é, aquele que seria medido em toda a população . O raciocínio estatístico não é
uma demonstração cuja conclusão transforma-se numa prova. Este raciocínio
só é verdadeiro
até que se prove o contrário.
Uma amostra representativa de uma população dita mãe é um subconjunto
?e pessoas que aleatoriamente foram sorteadas no seio desta população: cada
indivíduo da população mãe deve ter a mesma probabilidade de pertencer à
amostra · So mente uma amostra assim· const1tu1
· 'd a permite
· ap1·1car conven1en-
·
:e~ente as regras de inferência . Um indivíduo, em tal amostra, não representa
1
~ mesmo enquanto tal, mas todo um conjunto de indivíduos da população
· · - d
mae tendo as mesmas características que ele possu1.· A consutuiçao e uma

46
· SCHWART · 9 ["Ch s'' l
Z, D· Le jeu de la science et du hasard. Paris: Flammanon, 1994 , P· 4 amp ·

211
, ~
amostra represe ntatl·va de uma população . é um exercício penas
. o, cu·
-
to dos sao escn d ·tos em obras especiahzadas.
. . Na_ realidade. : nunc a é Jos tl\n
• '--
O
saber se uma amostra dita represen_tatzva, isto e, const1t~1da segund~ ss1ve1
ente é exausuvamente, representativa: seinp as re
gras desta arte, realm '. . _ re Pe . -
.
o nsco provemen . te de ambigmdades da amostragem. . . . .Alem diss0 , 1nü. tsiste
1
. .d des podem anular a rcpresentatrv1dacle de uma a lleras
outras amb1gu1 a . . _ . 111ostra ·
exemplo: quando pesquisamos J~tnto .a u~1a ,~op~tlc1ç~o _geral, dcparan1~-Por
crmaneccm 111cncon11,ívc1s, em razão de car· . llos
com pessoas qu e l) . . . . . ,l<.:tcnsii .
.. . scJ·a pornuc voltam pa1a casa noite adent10, porque 111 ·. . c,is
part1cu 1ares, . . , . . ., .- . . or,1 111 e
.
con domm10 ..., . s ,.x,r·c
· rtt·uncntc
, ·
momtorados, ou .
p01que.
nao possucn
... . 1 1•esit• 1c- .·.111
. , ts :\ncÍ'I ou sub-representação na amoslla constllttt-se nu,i
11 t ia
(.1xa. . 5~ll,l,lt .l e , I 1 . 1au111/1·
r11idadc. Geralmente esta ambiguidade e exp orne a por amostragens cnvj, ..'·
d.~a:-;.
. . 1)lH.1,.1111 l> , IJara interpretar corretamente, os . .
resultados calculados. . ,, pa,r
CS,i.

dl' uma .,mostra, é _im1~or~ante saber se ela e enviesada, e l'lll qual tncdida (e;.~
0 rap. dl' Jean-Mane F1rd1011).
A m,iioria dos procedimentos estatísticos consiste na comparaç,1o de um
m<1dclo com os dados cok1ados. Um modelo ~cmpre corresponde a urna d('.
tcrminad,t formali za(:\O mais ou menos sofisllcada de relações entre inúrnc-
ras vari,tvcis que a analise sociológica propõe como hipótese. Alguns rnodc-
lt)S possuem parfünctros: é o caso dos modelos de regressão , lineares ou logís-
ticos. A an,ilise estat1stica consiste então em estimar os parâmetros, de forma
que n modelo seja o mais próximo possível aos dados 47 , ou que os dados
se jam os mais prováveis possíveis 41\ em relação ao modelo. Outros modelos
n~o dispôrm de parâmetros: é o caso da análise fatorial 49 , ou X2 (cf. o teste
dl) X1 abaixo). Seus resultados indicam a existência e a intensidade de corre-

lações entre as variáveis, medindo assim a distância dos dados em relação à


independência das variáveis. Em última análise, trata-se simplesmente de al-
guns instrumentos bastante rudimentares em relação à complexidade da si-
waçào que se pretende analisar. Urge assumi-los por aquilo que eles são: não
como uma panaceia, mas como instrumentos permitindo testar uma parte
restrita da realidade. Mesmo aleatoriamente sendo possível sofisticar alguns
deles, introduzindo inúmeras variáveis, combinações e funções mais ou me-
nos complexas e variáveis, urge ainda um discernimento em seu emprego,
isto é, fazer com que eles ofereçam formalizações plausíveis da realidade, e
que seus resultados sejam interpretáveis, ou seja, compreensíveis por aque-
les que deles se servem. Entretanto , ultimamente , outros instrumentos pro-
missares surgiram, buscando modelar alguns aspectos mais complexos da

47. É o método dos mínimos quadrados.


48. É o método do máximo de verossimilhança.
49. Cf. o cap. de Julien Ouva!.

212

11111111
~

exemplo , os m é tod os lo ngitudi nais'º. os d n nnálisc ck redes'' .


tídade; por álises muhin {vcis que p ermit em asc;(,dnr Vttriuvdoi; individuais
rell ,.i0 da 35 an gadas o u d e cont ex to O pcs qulsod or n üo d eve rc~~cntir o s
0o.. • agre ·
,.riá"et5 um J·u go ao qua l cstl'\ aprls io nn<l n , mnc, , nu cont nlno. c;c r o
e ,ticlo
11" 5 cot11° ,
b .,. e co n s trui r o u ut ilizar ele mr!, mo (o/ou ) os mouclos co m os
ritl lc o t ...
..,trc e r ccn fro nt ar os d ad os rl'p resc n rnntlo u rra lldndc l l \H' unuli su
' e1e qdu e_ 1tes te~. fo rnecid os pelos su(t wm c•;;; pru~ra m undo es te!> rno-
1•'i:lt"'
q• · ll'' ()!,. 0 5
l)"' rrsu · ·,cm dizer se os dados segue m o u llilu o m od elo. touuq a~ n lUll l <;Hli
,cnnt d .
ll l•h1., l ,,os~ í"~,,. 1·5 entre os 0 Is extrem o~
~l·n,h' 1 ,\ dos "ctn ig uuldnde d e clrc uns U\nclns". d o!, quuls fo xe m partC' as
) . 1t1clO
(. !°' • reutili zam novament e os dados cllspo nlvri-. pnrn rnk ulnr corno ac.
"'-grc.,.,,)c"'dc uma determinad a variàve l, por ext' mplo u u iplmnn , ln fl utntlam
,,ltl•l(ÕC~ d'· outra van· 3vc l . p o r cxem p Io o sa ldrio. no passo que- toe,1n!-> a~ ou tra~
r1n nté . ~·' ·aractcrizando os indivíduos, prtsentcs nos dados, d e no m inada~ va•
wc•~ e
,.ui. de (ontrolc, p or exen1plo o sexo e a idade, permanece m ltTiutávcl-s, e
11<tH·,s O conjunto d e tod os os valo res enco ntrados nos d ad os do sexo e e.la
1 t() para d
" ..ulr. Isso significa qu~ para ca a subpo ~u~ação _ cruza n.do o sexo e a idad e ,
id . la-se O efeit o do diplo ma sobre o salano, CUJa média p a ra tod as as sub-
ok ul· ro· es é u1na estima tiva do efeito global. A expressão "em igu a ldad e d e
Pl1pll il, ãncias" é d e cara abusiva, já que as circunstâncias e m questão não
circu nst
.· se,,ão aquelas que são representadas por variáveis
~(l(l ,
presentes nos dados e
escolhidas pelo desencadeamento do método. E lá que reside uma difere nça
dctcnninante entre estes m é todos e a experimentação. Uma verdadeira expe-
rimentação consiste em tomar duas populações comparáveis, selecioná-las
exatamente da m esma forma na população mãe, aplicar um tratamento a uma
l' não à outra, depois observar as diferenças que resultam desta operação. Na
realidade, dois grupos de indivíduos do mesmo sexo e da mesma idade que
possuem diplomas diferentes têm muitas outras características que podem
ser diferentes do diploma, por exemplo, a origem social, as competências, os
recursos sociais e econômicos ... Em sociologia é difícil isolar um fator . Em
teoria, pode-se compensar este inconveniente colocando no modelo muitas
variáveis de controle, o que é pertinente em grandes amostras. Na prática,
isso nem sempre é realizável. Tipicamente, estes métodos simplesmente não
permitem medir o efeito do sexo sobre os salários porque os homens e as
mulheres não têm globalmente os mesmos empregos, e porque trabalham em
diferentes setores de atividades ... "É por isso, como o diz Alain Degenne, que

~:ºnos surpreendemos sempre ao ver este raciocínio aplicado em sociologia às


stras de i~divíduos frequ entemente pouco imp?r~antes, _que , ~ertamente ,
ponto de vista de um fator dado, estão em opos1çao de snuaçao , mas sem

50. Cf. o cap. de Mima Safi.


5
1. Cf. o cap. de Olivier Godechot.

213

--
,rr que sejam controlados lodos os outro.., nspccros c0 111 I~
socia/" ;1 p º· 0 ~ d., d,f,
A opernç:Jn r,ra11,11c.1 d.1 mc...11111 co11c;isrc cru olhnr , , .
rado M"gund,l hrp<Hr,1·, ,nn,1/1\1~1ra,. ê disrcrnr\'cl nos dn-•
t
.se U111 1
uos l' 11
CJc11 •

n11lfi.'ln ,
( ' '1
'\,111
( 1111
r cm qual mt'drc/11 ,,, d.ido, -..lo n m,ormcs :1 csrc rnnddii l) 0 cnsn a 1, 'º·
pt1r-1,111M, t n n•,11/r.1do ,·,,cncra/ do, procrdimr nros <''ihll f•'· rl tn11• r,1111151\.'' •1t,
- " cn, - rtt,''
d,ra ., IC'flll' '('lll,lll\·1d;1Ck~' ~/oha/ do modelo, hem c01110 ,1 10 · J:1 l!Ut• l'll'
• t ~ Pllr-íl ,,,.
. 1 111 t trll, 1
n·>tn•,,,,r, I Ir p, 1,,111 11111:1 l,\>lrca ,11rprre11dr111c. l',llt~a nclo 1lllllltt li) l,f\
,lil. 1,111(11,10 ,. /><'"""·'' 1111crprrrnrc)c, J r-l'pn·st·nrnrividatl · . tor11p, 1,1•1
l l li \' Ili 1 1
f'l/'Oh:1h1/1d,1d,· I' cl<i pc,qur-.:1Clor ta l'\ tr.11do cb poµ 11l,1ç,lu dl' r .1, /\ ' ui ,1 Pl'I,
l t: ftll t' h 1l '
11,1,IIU<hll;I q11,• dr cfrm.1111r 111<' clr,p1)c. li() r,bo onck 1111111 dt·rr ' ~ tl,rdo,
. . n1111wd-1111
/<'-.(', dt>lli!llllll;ld,1 '111,,>1,v 1111/a, ., cn,1 vrnIade1r:1 nes1a popu liw•l o ' Pó-
' ' e1e rcfr f
,'<' <',/,l pmh.1/,1/1</.u/,• <' 1'f<'m.111wn1t· fr:ica (corrc111emenrc 111ilizn-sc, ;
5
't 'ª·
l\' /1' 1/,I•.,<' 1'11/;lcl ., fam,h.t l11p,Hc.sr nula e adora-se a liiporcsc altc,... . ' %),
. •l<I 1IVc,, a
Cclm '.,p<l11,h· ~,•r:1h11c1111• ,1 /11pn1c.se que o pesquisador realmente pr . que
opoe co
,l JH11h.1h1/1cl.1dc• l - I' de cn~anar-sc. Nonnalmcnre, a hipótese nula . '.fi m
s1gn11ca·
11m f.HcH' n:in 1<·111 11cn'111m cfc110 sobre o outro, ou duas variáveis são ind ·
I . I . . .fi . epen-
cJtntc·.-,; J.I ., 11p,Hc., c 1 1 1ernt111\'a s1grn ca respec11vamente que o fator te
_ · . . _ m um
di'11c1 <' ,b d11.b , .m.n·eb s:10 correlatas. Quando esta probabilidade p é fone a
h1ptH<~..;;1• 1111/.1 11,>,1 t' l(jtitada: simplesmente não podemos concluir, não sabem~s-
1.-,s11J)<ld1• pn1t'!'dcr de uma amostra excessivamente pequena, ou de efeitos con:
1r:id11om1,:;; 11 condus,10, pois, não reside na afirmação de que o efeito é nulo
úm1r.1riamemr ao que geralmente se afirma, mas no fato que os dados não per:
mirt' m ra/ t'ondusào. Exisre ourra frequente confusão entre representatividade
t' amplimdc de um parâmetro: um parâmetro de baixíssima amplitude, valor do
p.m1merro rlr mrsmo, pode rer uma grande representatividade, valor do teste
de mn1110 . Por exemplo: se o efeito do salário sobre a saúde é significativo, o
rnlor do pan1mrrro é baixíssimo se tal salário for indicado em euros, mas ele
:-t'ria brm maior quando referido em milhões de euros; quanto à representativi-
d:1dc. da permaneceria imutável.
A amrlaçào. semsombra de dúvida, é o conceito estatístico mais utilizado
em sociologia. Escudar a correlação de duas variáveis significa observar se os
ralores assumidos por uma podem ser vinculados aos da outra. Estas variações
si.muhâneas assumem formas diferentes segundo a natureza das variáveis, iSlO é,
se numéricas ou qualirativas. Neste último caso, a correlação é observável com
0 au.\ilio de uma tabela cruzada, indicando para cada modalidade de uma das

52. DEGE\SE. A. -L'ne méthodologie 'douce' en socio/ogie". rAnnée Sociologique, l 9Bl ' P· IOB-
l . . aspects
53. POJTE\ 1SE4l'.]. -Lusage des lests statistiques par les chercheurs en psycho ogi\_ _
normaúf. descriplif e1 prescriptif. Mathématiques et Sciences Humaines, n. 167, 20o4, P· 25 .
- A reprcsem.2tmdade
. . desubstancia 1
>4. de ummodelo indica em qual medida ele diz alguma c01sa
di--1s rhdos sobre os qua.is ele foi testado.

2,-
11

~
. os cfcrtvos de cndl"' mnc!alidndc- c.Jn qc~undu vn ritlvrl Tnon-qc tnUlo
°'...." (,ntP•
'Jr, ,,<''"'·,ror a5 distribuições dus hnhns .
e das colunnt. tfa tnbtlu Punnd
.,, as mesmas, ou próximas pnrn rodns as modalld•td~., de tltn"
e<
l
o C!, as
~ ) C" ~.,, 0 d d • ~ " vn-
Jf"1111( L " do as modalidn cs n out m, us tluos variílvris silo ind<-pr ndc t""~
,.. 1 c~un . 1 i l n ....,
11,,c s ttr:t. Se. ao contrdno. e as stlo rreRu urcs, elas possut m aljtum grau dt
110,,, d·•.º:,. A tntl'nsid ..1dc d~ correlnc;tln se llll'dt prlo tt !--te do X-4 qu<! avalia. na
cor~l.HJ , da O dis wncinmcnto dn indqJt ntlê11da : o Xl de mesmo tc:m um r "'~
"t,t·1,1 fruza , . i . d
. I r quando us vanáve s sdu 111 cpc:ndcntt~. t um grandt· valor q· uando
k
w ,,a o
itU"'1rt:t\t:I . ., são vincu la dl as entre~ s1.. ..O " va.1or .
,. d X~
o nao pode S<"r apredado t-m
,., ,, , luto, já que e e aumenta mccamcamr nte com o tamanho do efetivo e
\.t'1,1 ah!,O 1ero de mo d a t·d d d
I a es as varh.,ve1s.
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to111. nun uc a hipótese é nu la , ou seJa, · a 111· d cpcn dt ncia é de5 cartada.
\ ? ,nd1ca q , . .
' resultados estattst1cos são puramente formais, eles não dão nenhuma
Os quanto à significação sociológica. "A estatística não explica nada, mas
indicaÇ•10 elementos potenciais • · à exp11caçao
· - " 55 .
fornece

A interpretação sociológica
A interpretação sociológica corresponde a uma leitura dos resultados esta-
waicos à luz dos conhecimentos do sociólogo; ela consiste em dar sentido aos
resuhados formais oriundos da exploração estatística, mergulhando-os na rea-
lidade observada inicialmente e levando em conta as escolhas feitas por ocasião
da construção dos dados. São novamente as competências do pesquisador em
sociologia e não as do estatístico que são convidadas a informar a qual questão
sociológica exatamente os cálculos efetuados respondem . É somente a partir
deste momento que uma correlação encontrada pelos estatísticos toma-se even-
tualmente uma relação de causa e efeito. "A hipótese segundo a qual a correla-
ção equivale à causa é provavelmente um dos dois ou três erros mais correntes
do raciocínio humano" 56 . A passagem de uma à outra é um exercício perigoso,
já que um fenômeno social raramente tem uma causa única, dois fenômenos
podendo ter a mesma causa ou ativar-se mutuamente: Se a saúde está ligada à
pobreza ou o divórcio ao desemprego, o que dizer da causalidade? O mau estado
de_saúde estaria na origem da pobreza ou a pobreza favoreceria a carência de
sau~_e? Philippe Coulangeon mostra de forma exemplar a sutileza exigida do
sociologo para transitar entre as várias interpretações sociológicas sugeridas por
urn resultado estatístico (cf. box 2) .

55 LEBART, L. .
D. . . . ..
llnoct, 2002 ' MORINEAU, A. &: PIRON , P. Statistique exploratoire mult1dzmenswnnelle. Pans.
56, GoulD , p. 209 [l. ed. , 1995] .
ª
' S.J. La m l -mesure de l'homme. Paris: Ramsay, 1983, p. 269.

215
,,.
Box 2

"A rrlaç;lo rntn- ru lrur.1 e t·dun 11,·,l1l, t·ujn dintlg111,•;\n t'lllJHr I<· .a :1'1
trate do dclltl dn amh1cn1c ntlt m,11 .,l,htt· tl', ( Il''-l' t1tpt· 11hn, e c;,·-.\l 1ili'('', 1111 da ' 111 lt•1
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Ct)lll.-\NC.1Fl )N r .. Lcc1urc et tele,ision , les 1ransformations du rôle culturcl de


l't'C't)k ,\ l'rprt:"m·e Jr Li massification scolaire", Revie Française de sociologie, vol. 48
1
11. "T ]l)l)7 p 05 7-t,4!

De fa rt). somente a perspicácia do pesquisador e o estudo cuidadoso e de-


talhadl) qttt.' de faz dos resultados estatísticos com seu conhecimento do domí-
nil) dr pesquisa podem levá-lo a uma interpretação sociológica. A este respeito
.-\fain Degenne evoca a responsabilidade do pesquisador, que em nenhum caso
pt'lde entrincheirar-se atrás dos resultados brutos dos testes. Ele fala do processo
estrirnmenre social ··que quer que o uso de técnicas complexas surja como uma
,·alorização dos resultados obtidos e que a implementação de um teste permita
desvencilhar o pesquisador da responsabilidade das proposições" 57 . O resultado
global de um teste do X2, por exemplo, frequentemente é insuficiente para se
chegar a interpretações sociológicas interessantes. Se este resultado indica um
,inculo entre duas variáveis, faz-se ainda necessário ver precisamente quais as
modalidades de cada uma das variáveis correspondem melhor à sua problemá-
tica. e a modalidade que não tem nenhum impacto sobre a questão estudada.
Em sociologia, as esta tísticas estão ao serviço do pesquisador. Somente 0
bom conhecedor do domínio estudado pode fazer um bom uso delas. Ele pode
as s umi-las como uma caixa de ferramentas ao seu alcance, com a qual busca ta-

57. Op. ciL

216

'E
1111
~-

. tigações. Uma familiarização com os conceitos de incerteza mos-


s inves , . d d. - .
ar soa . ropícia ao dom1n10 o~ proce 1mentos estat1st1cos do que um sim-
3.se JT1ª15. poamento matemático. E a tomada de consciência da importância do
e5 aperfei~ certeza no conjunto da postura quantitativa que leva o sociólogo,
esta in . .
pe1d. de de artesão competente, a transitar proveitosamente entre o campo
quah~~servações ou de se~s d~dos coleta?º~ ~ as con_cl~sões socio~ógic~s.
suas uma demonstraçao hnear, o rac10c1mo estatlstlco, em soc10log1a,
nge de serai-e-vem entre dados, hipóteses, modelos e resultados, proporcio-
. a urn v
P1ic ssi·vamente um aperfeiçoamento dos dados, um afinamento das
rogre
1d0 P m aprimoramento dos modelos. Urge assumir que este é um modo
,ót~esh, u às apalpadelas, jamais definitivamente concluído.
carnm ar

217

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