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Introdução 2
Parte I – Gestão de Stress 3
1. A gestão de stress 3
2. Conceito de stress 3
3. Fontes, sintomas e custos do stress 3
4. Desafio ou stress positivo 6
5. Respostas ao stress 7
5.1. Respostas fisiológicas 7
5.2. Respostas psicológicas 8
5.3. Respostas comportamentais 8
6. Consequências negativas do stress 8
6.1. Consequências individuais 8
6.2. Consequências organizacionais 9
7. Programas de gestão do stress ocupacional 9
7.1. Intervenções primárias 10
7.2. Intervenções secundárias 10
7.3. Intervenções terciárias 10
8. Os processos de intervenção na gestão do stress 11
Parte II – Gestão de Conflitos 12
1. Gestão de conflitos 12
1.1. A génese do conflito 12
1.1.1. Conflitos intrapessoais 12
1.1.2. Conflitos interpessoais 13
1.1.3. Conflitos intragrupo 14
1.1.4. Conflitos intergrupo 14
1.2. Estereótipos e Preconceitos 14
1.3. Porque ocorre o conflito 14
1.4. Modos de lidar com o conflito: estratégia 15
1.4.1. Estratégias face ao conflito 15
1.4.2. Efeitos positivos dos conflitos 17
1.4.3. Efeitos negativos dos conflitos 18
1.5. Análise e objeto do conflito 18
1.6. Tipos de negociação 19
2. Inteligência emocional na gestão de comportamentos 21
2.1. Emoções 21
2.2. Inteligência emocional 22
2.3. Componentes da inteligência emocional 25
2.4. Quadro de competências 26
Bibliografia
Introdução
Objetivos:
Identificar meios de atuação assertiva perante situações de conflito, assim como potenciar
nos outros comportamentos construtivos.
Nas últimas décadas, cada vez mais pessoas sofrem de stress. As mudanças bruscas no
estilo de vida e a exposição a ambientes cada vez mais complexos, associados à incapacidade
lidar com as situações, conduz a estados altamente stressantes. A gestão eficaz do stress é,
assim, uma competência fundamental para qualquer pessoa apostada em manter a sua
qualidade vida independentemente das circunstâncias com que é confrontada no dia-a-dia.
Gerir conflitos não é simples. Sinais dessas dificuldades estão por todo o lado, em todas
as dimensões da vida social. No seio da família, os conflitos já são um tema recorrente. No
mundo do trabalho, as rivalidades, as desavenças entre colegas de equipa ou entre
departamentos, a intriga, são ainda os sintomas mais frequentes de conflitos abertos ou
latentes mal geridos. O segredo está em identificar os mecanismos associados aos conflitos,
as suas principais causas e origens e, sobretudo, em adquirir uma grande capacidade negocial,
o que, para além de estar relacionado com as aptidões e os recursos de cada de cada um de
nós, tem muito a ver com a aprendizagem de algumas técnicas negociais e de metodologias
de autocontrolo. E, apesar do risco de algum desagrado ou irritação, a recompensa por se
tratarem construtivamente os conflitos é gratificante.
Alguém dizia que “é mais caro dizer que não há conflitos do que reconhecer a sua
existência e aprender a lidar com eles”.
Parte I
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Gestão de stress
1. A Gestão de stress
2. Conceito de stress
Esta é a definição de Hans Selye (1956), significando que o indivíduo está sujeito a
stress na sua interação com o meio envolvente – relação com o trabalho e com as pessoas – o
qual provoca no indivíduo uma necessidade de adaptação a tais exigências – agentes
stressores.
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de stress, o que se manifesta por determinados sintomas. Estes, por sua vez, estão
relacionados com as estratégias que cada um adota para lidar com o stress (coping).
O stress nas organizações emerge, quer por causas internas (que apenas têm que ver com o
individuo, enquanto pessoa), quer por causas externas (condições a que o individuo está
sujeito). Estas causas, quer internas, quer externas, são normalmente denominadas fontes de
stress.
As fontes internas ao indivíduo são as exigências ou as pressões que ele exerce sobre
si próprio, como, por exemplo: O seu sentido de responsabilidade, A sua obrigação, O seu
perfeccionismo, A sua culpabilização, O seu autocriticismo.
Se, no inicio dos estudos sobre o stress, o controlo das fontes era considerada a
melhor forma de gestão de stress nas organizações, atualmente, tornou-se mais claro que,
independentemente da fonte que origina stress no individuo, é a forma como este a
perceciona que está verdadeiramente na origem do stress. Ou seja, o que é fonte de stress
para um indivíduo poderá não ser para outro.
Todavia, independentemente de existir a mediação da perceção individual, existe um
conjunto de condições que são mais causadoras de stress do que outras.
É no diagnóstico e na gestão destas fontes, que são percecionadas como as causas de
stress, que assenta a gestão do stress nas organizações. As fontes, ao serem geradoras de
stress, manifestam-se em sintomas. Sintomas esses que geram custos para a organização.
A complexidade deste processo torna-se maior quando os próprios sintomas são por si
geradores de novas fontes de stress e, portanto, geradoras de stress, dando origem a novos
sintomas.
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o Variáveis associadas ao tempo: Mudanças no fuso horário, Horas extras e
prolongamento do horário normal de trabalho, Pressões relacionadas com tempo de execução
das tarefas, Limites de prazo para entregas;
o O stress extra trabalho. Nem sempre o stress sentido pelos trabalhadores de uma
organização tem origem na Empresa onde trabalham. Muitas vezes, eventos extra
profissionais sentidos pelos indivíduos como stressantes podem vir a manifestar-se no
contexto profissional, embora a organização seja alheia a essas situações: Crises familiares,
Conflitos sociais, Acontecimentos de grande impacto na vida pessoal, como a morte de um
parente próximo, a doença de um familiar, uma divida por pagar, a compra de uma casa, ou
ainda Exigências inerentes a papeis sociais desempenhados como o de esposa/marido ou
pai/mãe.
São algumas das fontes de stress extra profissionais que podem vir a manifestar-se na
organização com um forte impacto nos custos visíveis e ocultos que esta suporta.
O stress deve ser entendido como uma resposta do indivíduo face a estímulos
perturbadores do meio ambiente.
Esta resposta é a exigência de se adaptar a uma nova situação, e esta adaptação
manifesta-se sob a forma de sintomas físicos, comportamentais e emocionais.
A diferença de resposta, ou seja, de reação ou comportamento, estará na perceção que o
indivíduo tem sobre o acontecimento gerador de stress e na emoção que associa à sua
resposta adaptativa.
É errada a ideia de que stress é algo negativo (designado distress), senão vejamos: face à
excitação de uma viagem há muito desejada, face a uma merecida promoção na carreira,
perante a surpresa de ver o(a) apaixonado(a), ou a alegria do reencontro de um familiar
querido há muito distante, o organismo entra em stress. Existe, portanto, nestas situações
agradáveis, um estímulo do meio indutor de uma perturbação no organismo, à qual este terá
que se adaptar – daqui o stress. Trata-se, no entanto, de um estado de stress positivo
(designado eustress), pois é acompanhado por um estado emocional positivo.
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No mundo do trabalho é cada vez mais frequente ouvirmos as pessoas dizerem que
precisam de estar em stress para conseguirem trabalhar melhor, ou iniciar uma tarefa, ou
para serem mais eficazes.
Estará então o stress relacionado com os níveis de desempenho dos indivíduos e com os
resultados das organizações? Está com certeza.
Existe, no entanto, um nível ótimo de stress – positivo – que é desafiante para o indivíduo,
estimulante, motivador, portanto, indutor da ação.
Está de acordo com a definição de stress a ideia de que este tem que estar presente para
exercermos uma atividade.
A linha que divide o nível ótimo de desempenho é a que divide o ’desafio’ (estado de
stress positivo) do stress negativo.
Cabe a cada indivíduo e às organizações a responsabilidade de desencadearem
mecanismos facilitadores da promoção de situações desafiantes e de mecanismos redutores
de situações de excessivo stress ou, de falta de desafios.
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Para uma eficaz gestão do stress cada indivíduo e cada organização de trabalho deverá
por começar por um diagnóstico cuidado sobre: o que está a originar o stress? Que sinais e
sintomas estão presentes? Quais os prejuízos desta situação?
Decorre daqui que, antes de adotar estratégias para lidar com o stress nas organizações,
há que implementar sistemas de avaliação do stress na organização.
Esta avaliação pode ser complexa, pois o fenómeno inclui a avaliação do stress no
indivíduo – sintomas físicos, emocionais e comportamentais – e na organização – causas e
consequências do stress.
No entanto existem já vários instrumentos de diagnóstico e especialistas, aos quais os
responsáveis e técnicos de Recursos Humanos poderão recorrer.
Uma das formas de compreendermos o fenómeno do stress no ser humano, é a partir da
perspetiva, amplamente reconhecida na área científica, de o vermos como decorrente do
indivíduo. Existem quatro aspetos internos ao próprio indivíduo, fortemente relacionados com
a possibilidade de o levar a sentir mais ou menos stress: as suas características de
personalidade, a motivação, a sua experiência passada e as estratégias coping.
5. Respostas ao Stress
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5.2. Respostas psicológicas
Do que foi exposto, facilmente podemos concluir que não só o stress é um facto da vida,
cada vez mais presente nas organizações modernas (com as suas exigências de produtividade,
eficiência de custos, orientação para o cliente e inovação), como tem consequências
negativas a nível individual e organizacional, que representam elevados custos para as
sociedades.
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6.2. Consequências organizacionais
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7.1.1. Intervenções primárias
10
8. Os processos de intervenção na gestão do stress
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Parte II
Gestão de conflitos
1. Gestão de conflitos
Definição de Conflito
Conflito é uma situação em que dois ou mais objetivos pertencentes a uma ou mais
pessoas, são mutuamente exclusivos, gerando atitudes de hostilidade. Entende-se por conflito
a exacerbação de divergências entre duas pessoas com envolvimento emocional das partes.
Formas de conflito
Conflitos Intrapessoais
Conflitos Interpessoais
Conflitos Intragrupo
Conflitos Intergrupo
Conflito Atracção-Atracção
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Conflito Repulsão-Repulsão
A pessoa está colocada entre duas alternativas desagradáveis e tem dificuldade em
escapar, simultaneamente, das duas. Trata-se de uma escolha difícil porque, não optar,
implica automaticamente que qualquer uma das situações se imponha.
Este tipo de conflito está relacionado com os valores pessoais e com os
comportamentos que o indivíduo exige e teme de si mesmo, porque envolve toda a
problemática da clarificação dos valores pessoais.
Conflito Atração-Repulsão
A pessoa encontra-se perante dois aspetos da mesma situação e qualquer decisão tem
vantagens e desvantagens. Estes, talvez sejam os conflitos mais comuns, porque se referem à
existência de um objeto ou situação que tem características positivas e agradáveis mas que,
também, tem características negativas e desagradáveis.
Este tipo de conflito surge entre indivíduos, devido a diferenças individuais de sexo,
valores, crenças, nível social, estatuto, cultura, etc., podendo ter, de modo geral, as
seguintes razões:
Em parte, são as limitações dos recursos que faz com que exista competição em
qualquer sistema. Sempre que um grupo resolve fazer uma partilha equitativa surgem
divergências, porque há pessoas que se consideram sempre prejudicadas.
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1.1.3. Conflitos intragrupo
A forma dos trabalhos e estrutura organizativa do grupo deve ser coerente e sempre
que possível reduzir as ambiguidades existentes no grupo, quanto a papeis e estatutos, tendo
que ser estes últimos devidamente definidos e coerentes entre si e o grupo.
Muitas das causas de tensões surgem de forma externa ao grupo, tensões intergrupos
que se manifestam nas relações com outros grupos dentro da mesma organização, por vezes
com natureza diferente.
O conflito tem um papel positivo na organização. Cabe ao gestor ou lider geri-lo de
forma eficaz para a sua organização.
O conflito pode ocorrer devido a uma série de razões: Disputa de papéis; Escassez de
recursos; Mal entendidos; Diferenciação de tarefas; Orientação diferente quanto ao tempo
necessário para a tarefa ou concretização dos objetivos; Estrutura e relações efetuadas.
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Dentro de uma organização, os conflitos podem surgir entre os diferentes grupos,
como por exemplo: o grupo de produção, de marketing, etc. É sempre necessário analisar a
dinâmica dos processos de grupo para averiguar qual é o processo causal e origem do conflito.
O conflito ocorre a diversos níveis: Latente, Percebido, Sentido, Manifesto, Desfecho.
Nos grupos onde existe muito conformismo, não existe criatividade estagnando a vida
no grupo.
As tensões são fator de ideias, progresso na concretização de soluções. É necessário
haver troca de ideias e um nível mínimo ideal de conflito para que a organização seja criativa
e competitiva.
Cabe ao líder melhorar as tensões e promover lideranças democráticas adequadas aos
contextos organizacionais e situações para que o diálogo entre todos impere no sentido de
haver respeito por si e cada um, nos seus valores pessoais e profissionais.
Duas dimensões são importantes para se resolver os problemas que levam ao conflito:
Cooperação e Assertividade.
Competição / Triunfar: Assim não se coopera. Cada um tenta atingir as suas metas.
Justifica-se quando:
- Emergência requer ação rápida
- Ações impopulares mas essenciais
- Auto-defesa, impedir os outros de acumular vantagens
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Acomodação / Submissão: Forma não assertiva, em que se negligencia os seus
objetivos e preocupações em favor do outro. Justifica-se quando:
- Situação emocionalmente explosiva
- Harmonia é muito importante para atingir resultados
- Conflito de personalidades dificilmente resolúvel
A Atitude Auto-Afirmativa
A atitude de auto-afirmação também pode ser chamada «assertividade». Este termo tem
origem no verbo «to assert» que significa afirmar.
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Através de:
- Estabelecendo a sua própria escala de prioridades;
- Dizendo “não” sem ter necessidade de se justificar;
- Procurar aquilo que realmente deseja;
- Pedir explicações sempre que não percebeu alguma coisa;
- Tentar saber qual a imagem que os outros têm de si próprio.
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1.4.3. Efeitos negativos dos conflitos
Fases do Conflito
Para tentar solucionar os conflitos, deve sempre ter em linha de conta:
• A análise de cada situação é importante para encontrar a solução para o problema.
• Deve-se evitar que os conflitos ou as causas que mantêm os conflitos não se arrastem.
• Analisar os factos que estão na sua origem.
• O mesmo problema pode ter interpretações diferentes e cada um dos interlocutores
pode atribuir também valores diferentes, por isso é importante analisar os processos de
comunicação entre os elementos do grupo.
• Analisar os objetivos de cada interlocutor e os seus desacordos e métodos para atingir
as suas metas.
• Qual a natureza e discussão dos métodos.
• Os valores que cada elemento apresenta sobre os mesmos factos e realidade do
problema.
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Gerindo Conflitos
Quando colocado numa posição de gestor do conflito:
• O primeiro passo deverá passar por uma abordagem da visão de cada uma das partes.
• A melhor forma de lidar com o assunto será conversar com os indivíduos de forma separada
e privada.
• Durante a conversa deve-se tentar separar informações e emoções.
• Terá de ser um ouvinte atento e desprovido de cargas valorativas.
• Coloque-se numa posição de neutralidade.
• Procure despersonalizar o tema.
• Tente alterar o ponto de vista de cada uma das partes quanto ao conflito.
• Não se limite a ouvir: Tente enquadrar o tema na forma como é visto.
• Aprofunde o interesses mencionados se estes não apontam para uma solução.
Tipos de Negociação:
Ganho-Ganho
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porque ambas as partes ficam satisfeitas, mas porque melhora o seu nível de entendimento e
relação.
Ganho-Perda
Alguns conflitos não podem ser resolvidos a não ser por uma via de ganho-perda.
Conflitos em torno de factos engendram um vencedor. Similarmente, quando está em jogo um
resultado indivisível que é procurado por ambas as partes, (por exemplo uma promoção)
muito raramente se verificará outro desenvolvimento que não uma posição de
vencedor/vencido.
Perda-Perda
Ocorre sempre que um conflito tem resultados negativos para ambas as partes. Como a
designação implica, as situações de vencido/vencido não satisfazem ninguém, contudo não
são tão invulgares como se poderia supor.
Na Negociação:
• Escuta ativa
- Estabeleça contacto visual
- Vá mostrando interesse na conversa
- Não use gestos que sirvam de distração
- Faça regularmente perguntas
- Tente parafrasear o seu interlocutor
- Não interrompa nem fale ao mesmo tempo
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2. Inteligência emocional na gestão de comportamentos
2.1. Emoções
Conceito de emoção
A importância das pessoas saberem lidar com as suas emoções em situações de tensão
da vida moderna tem gerado vários debates sobre inteligência emocional.
Aceites ou não, os conceitos sobre o controlo e aproveitamento produtivo das
emoções humanas causam polémica e geram mudanças no modo de compreensão das relações
das pessoas no trabalho e com as suas próprias vidas.
O norte-americano Daniel Goleman, jornalista e psicólogo, da Universidade de
Harvard, conseguiu acender ainda mais a polémica com o seu livro “Inteligência Emocional”.
A teoria revolucionária que redefine o que é “Ser Inteligente”, questiona o velho mito
de que devemos sobrepor a razão à emoção. Ela sugere a busca de um equilíbrio entre ambas
e, mais ainda, que é possível usar inteligentemente a emoção.
Goleman propõe no seu livro que podemos lidar com as emoções, assim como lidamos
com a matemática e a física, tendo maior ou menor talento segundo o nosso grau de Q. E.
(Quociente Emocional). Para ele, o conhecido Q. I. (Quociente de Inteligência Intelectual) é
insuficiente para determinar se alguém poderá ter sucesso ou não na vida, pois mede apenas
algumas das funções cerebrais, especialmente a capacidade de fazer conexões lógicas e
racionais. O psicólogo diz ainda que é preciso aprender a controlar e dominar pelo menos
parcialmente os impulsos negativos, como a ansiedade, melancolia, ira ou os ímpetos
repressores, e que as “pessoas precisam perceber emocionalmente a si mesmos e aos outros”.
Dessa forma, as tensões da vida moderna – como o risco de demissão, stresse,
mercado competitivo e falta de tempo para o lazer – são situações que tendem a alterar o
estado emocional de grande parte das pessoas, levando-as até ao seu próprio limite físico e
psíquico. O resultado é o desequilíbrio emocional. Percebendo a gravidade deste problema,
as empresas passaram a incorporar o auto-conhecimento, a autoconsciência, a empatia, a
auto-aceitação e a intuição como palavras de ordem, transformando os funcionários no foco
das atenções.
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razão para o surgimento dessas sensações indefinidas. As mesmas pessoas mostram-se
frequentemente incapazes de definir a intensidade das suas emoções, mesmo quando lhes
pedem para classificá-las como subtis, intensas ou esmagadoras. Se não for capaz de avaliar a
intensidade dos seus sentimentos, não poderá definir até que ponto esses sentimentos o estão
a influenciar, e àqueles que o cercam.
• Ser Dotado de Empatia: Reconhece os sentimentos dos outros? Compreende por que sentem
de determinada maneira? Identifica-se com a situação ou as motivações alheias? Empatia é a
capacidade de “sentir como” outras pessoas, de sentir as emoções dos outros como sentimos
as nossas. Quando temos empatia, as emoções alheias ressoam dentro de nós. Percebemos
intuitivamente quais são esses sentimentos, sua intensidade e suas causas. Para alguns é
difícil, mas outros são tão bons nisso que conseguem literalmente ler os sentimentos de
alguém como se fossem um livro.
• Remediar Danos Emocionais: Sabe pedir desculpas? Na qualidade de seres humanos, todos
cometemos deslizes emocionais e magoamos pessoas. Contudo, devemos aprender a
reconhecer e a reparar aquilo que fizemos. Para tal, temos de assumir responsabilidades,
pedir perdão e procurar reparar. O que pode significar uma transformação da nossa atitude,
se esta magoar alguém? Não é uma tarefa fácil, mas, se não procurarmos colocá-la em
prática, os nossos erros envenenarão permanentemente os nossos relacionamentos.
O termo inteligência emocional foi introduzido por Peter Salovey e Jonh Mayer, mas
foi Daniel Goleman quem divulgou o conceito.
Para Salovey e Mayer, a inteligência emocional compõe-se de uma série de aptidões
que servem para a apreciação e a expressão justa das próprias emoções e das emoções dos
outros e para utilizar a sua sensibilidade para se motivar, planificar e concretizar objetivos da
sua vida.
Goleman por seu lado explica que entre as características de inteligência emocional,
encontramos as aptidões que nos permitem motivarmo-nos a nós próprios e de se preservar
face à frustração, de controlar as nossas pulsações e de estar em condições para adiar as
nossas fontes de gratificação; de regular o nosso humor e fazer com que o stresse não nos
impeça de pensar, de ser empáticos e de manter a esperança na vida.
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Segundo a International Society of Applied Emotional Inteligence (ISAEI), a
Inteligência Emocional apresenta 10 características:
Examinemos a estratégia:
- Perceber a emoção do indivíduo;
- Reconhecer a emoção como uma oportunidade de intimidade e transmissão de experiência;
- Escutar com empatia, legitimando os sentimentos do indivíduo;
- Ajudar o indivíduo a nomear e verbalizar as emoções;
- Impor limites e, ao mesmo tempo, ajudar o indivíduo a resolver os seus problemas.
“A principal diferença entre um sábio e um tolo é que o tolo não é capaz de aprender com os
seus erros.” Provérbio chinês
“Todas as emoções são, em essência, impulsos para agir, planos instantâneos para lidar com
a vida que a evolução nos infundiu.” Daniel Goleman
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- Mente Racional: denomina a parte de nossa mente que analisa, raciocina e aplica conceitos
elaborados pelo pensamento.
- Mente Emocional: denomina a parte de nossa mente que tem atitudes reflexas, reativas e
oriundas de vivências emocionais do passado não resolvidas pela mente racional.
Com relação a esta terceira área domínio, mencionamos duas técnicas que apresen-
tam recursos úteis para a auto-motivação.
- A primeira e a mais simples de todas é a técnica que consiste em dividir uma grande tarefa
em tarefas menores de execução mais fáceis, evitando sentimentos de ansiedade, stress e
frustração;
“...as memórias emocionais podem ser guias imperfeitas para o presente.” Daniel Goleman
“Essas duas mentes, a emocional e a racional, operam em estreita harmonia na maior parte
do tempo, entrelaçando os seus modos de conhecimento para nos orientar no mundo.” Daniel
Goleman
• Empatia - reconhecer sentimentos nas outras pessoas, entrando em sintonia com as suas
manifestações verbais e não-verbais.
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• Gestão dos Relacionamentos - a habilidade de nos relacionarmos com os outros; resolução
de conflitos; negociação; coesão de grupo.
Esta provavelmente é a mais sensível das áreas abordadas pela inteligência emocional
e exige um tratamento estratégico mais amplo.
“As pessoas com prática emocional bem desenvolvida têm mais probabilidade de se sentirem
satisfeitas e serem eficientes nas suas vidas, dominando os hábitos mentais que fomentam a
sua produtividade; as que não conseguem exercer algum controle sobre a sua vida emocional
travam batalhas internas que prejudicam a sua capacidade de se concentrarem no trabalho e
pensar com clareza.” Daniel Goleman
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• Sensações agradáveis ou desagradáveis como a alegria, o prazer, a repulsa, a dor, a
calma, a apatia, etc. Todas as emoções têm um cariz agradável ou desagradável. Estas
sensações são asseguradas por zonas cerebrais que foram identificadas como zonas de prazer
ou desprazer. São estas sensações agradáveis ou desagradáveis que orientam os
comportamentos, no sentido de procurar as primeiras e evitar as segundas.
• Uma avaliação cognitiva que passa pelos nossos valores, ideais e princípios, destina-se a
determinar se a situação que se desenrola é aceitável ou inaceitável, correta ou incorreta,
justa ou injusta, bela ou feia, etc. As avaliações cognitivas estão sempre presentes e
associadas às emoções. Esta avaliação cognitiva é adquirida por processos de socialização,
pela cultura e pelos valores que encarnamos, etc.
• Competência Pessoal: Estas competências determinam como nos gerimos a nós próprios.
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• Competência Social: Estas competências determinam a forma como lidamos com as
relações.
“ Quando os homens fracassam, o que lhes faltou não foi inteligência: foi paixão” Struther
Burt
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Bibliografia
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