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DocuME. 'Tos:
A. •ÃLISE TRADICIO. 'AL E HER.ME>"ÊUTICA CO�TEMPORÂ .EA

Introdução
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O fil óso fo inglês Bertrand Rus el 095 ·9), ao e screver um lnro obre O
entendimento da História, lembrava seus leitores que nas umver idades os h1s ­
tonadores profissionais dão aulas de dois tipos : cursos gerais, que são lembrados
apenas o ba rance para assegurar a obtenção dos créditos, e cursos tóp icos espe­
cíficos para aqueles que se dedicarão, por rodas as suas vidas, ao ensino da Hi
tôria aqueles que , por sua ez ens inarão H: stóna a ourros tantos.. O meu objeto ,
nec;te trabalho , é a His t ór i a co �o um prazer como um meio agradável e úul de
usar o tempo livre". A preocupação com a fmição da Hi stória não deve , efetiva­
mente ser subestimada po is, um dos fundamentos da atividade i ntelectual con­
siste no prazer derivado do conhecimento. Este livro , à s em elhança daquele de
Be rtrand Ru ssel, busca levar o leitor a fruição da Antiguidade Clá sica por me10
da apre entação e análise de documentos. O público a q ue se destina esta obra
nao e re tringe aos graduandos em História, mas engloba professores umvers itários
e aluno de História, Letras , Ciências ociaís, Filosofia, Política, Arqueologia, assim
como professo res de pnm e.ro e segundo graus e todos o intere sados em geral.
Henn lrénee Marrou 0965 1538) ressaltava que "seria necessário também, e cre,er
11, ros de boa vulgarizaçã o, verídic os mas que estejam ao alcance do homem co­
mum, para alimentar a cultura geral sob a forma ma is ampla".
Pretend e- e, portanto , que o público deste livro seja bas tante amplo e hete­
rogêneo I so significa que os níveis de análise e interpretação dos documentos
se lecionado s deverã o, necess ariamente, adequar- se aos d iferentes le itores. Este
livro, como um instrumento de trabalho, também, para professores de letras clás­
sicas, nao pode d ispensar a apre entação, a título de exemplo, de textos no original
latino o u grego , seguido d e comentános de caráter filol ógico, assim como não
pode deixar de apresentar texto traduzido s ao vernáculo para u o da maioria
de le 1tore que não domina aquelas língua s . 1 'ão se es pera que todos os leitores
acompanhem to do os co mentário , nem que as ênfas es hi t óricas , arq ueológicas
e ftlológ1cas , entre outras , da análise específica se1am reproduzíveis por todos
os I e ito re Tão seria natural upor que pe soas, com intere es e conhecimentos
diversos , fosse m capazes, o u esuvessem interessadas em e tudar os documentos
da me sma forma que os diferentes especialista . ainda menos e deve exigir do
leitor atraído, principalmente, pelo deleite da leitura do textos! 1 o entanto , os
textos aqui s elecionado podem ser lidos, com facilidade , por todos e os comen­
tários. embora de profundi dade ariada, permitem ao leitore de campos e interes-
es nzmho ob e n ar como trabalham o s diferente_ especíali ta .

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H
da principais que tõe ubjacent
.lpre·enur algumas
&,r:1 mrroduÇJ_0 d 3 mi , J que rege
e
ram a eleçào de tema abor ª0s
mjlt·e e .1s pre dado . documento levada a cabo, amplamente, durante a Idade .\1édia (Lozano 19 7:69)
ro. -u:i
docurnen partta da noção de que ena po ível mostra r a _ co1 ·a tal como. realmente. aconte­
ceram" ( ,v1e e eigeintlich gewe en), na palavras de L eopold von Ranke ( 1 2➔
7
\'II, cf �Iarrou 1966:'-13; .\larwi c k 19 6:34---í0). Pode me ·mo afirmar- e que e te
do documento
A ana,1.1se tradicional po ·iti,1 mo fundou a moderna c1ênc1a h1stónca.
, ào é à toa que outro grande propugnador da critica documental tenha ido
definido tradic1onalmente como um texto e crno à di
0 documento foi 29.33) .1hnn.1, a que a habi(1
Barthold Georg �1ebuhr (1811) e rud10 o da Ant1gu1dade Clá 1ca, poi a erudição
dor fu:,tel de Coubnge· O filológica con t1tu 1u um pilar indi pen ável para a análi e textual De fato. apena
. do ht 'rona , d -·
po ,1ç:io
ste em reurar do d ocu 1ento:, o qu� comem e nada ac a
de do hi:,tonJdor con: i ? re _ o conhecimento aprofundado da linguagem utilizada no docume nto permite a
entos de n:.1da .er. m.1 :,e fo,,e fe1t.1 com idéia precon­
cenrJr A leirur:i do:, docum e�ecuçào de uma sólida crítica mtema. Hoje não é difícil aber que o u o da pala,ra
supo to do1 procedimemo, lü ico. de, e na m er
cebidJ.•. _.\ parc ir de·te pre _ a\ do por Pedro ÁlYare Cabral não seria po h-eJ e portanto. que um documento
;idot:id o:i denominJdo . com enuonalmente. de cnt1c.1 e'\:tern.1 e c ntica intern a que a coloca· e em ua boca devena er po terior a Cabral. o me mo não e pa a
implícita ne ·t.1 abordagem de, er J er le,ada�
A bu.:-ca da , er:ind:ide do rebto com documento ma1 antigo . Apenas uma grande erudição um domíruo exau ti,o
cabo. em pnmeiro lug:ir. por um estudo do .1 pecto· e'\.terno - <lo documemo A da língua grega e !arma permite Julgar e termo e pecífico deYenam er coo 1de ­
maten3hda de do texto de,·en:1 ser que t 1onad:i. e po ta :'i pro .1 h:n ena mcom­ rado- , erdadeiro ou e púrio O u o de termo anacrômco permite que-,tionar a
paubiltdJde entre a data e crita no texto e sua compo:, 1 çàc t.,.u? Por exemplo ,erac1dade das afim1açõe de um documento A im Ca 10 D10 e cre,·endo no
um texto d:itilografado não pode .;er antenor ::l m,·ençào u.l • j� u.na de e cre,·er século te rceir o da era cn tã, relata o acontecimento do final da república romana
nem o u o da impren a pode preceder Gt..tember� C.1 ·o um texto d.uilografado
(4➔ a.C.) a parnr de conceito da ua própria época
apre_ente uma :1 -·matura de Júl10 Cé,J.r prime,ro .éculo a C ) pode concluir-,e O a a mo de Cé ar declararam- e, ao me mo tempo como re pon -á, e,
pela cn11ca e:-..iem:1, marena . do documento que e·te é tàl o pela ua eliminação e como libertadore do pm·o· na Yerdade entretanto, fizeram
lm texto e.crito Jpr e .:-enra, também, uma �er_e de mforma • e que podem uma coo ur ação impiedo a e lançaram a cidade na de ordem quando e m1 C1a, a
a1udar a caract erizar o documento como ,·erd... cte.ro ou fal o A n u _nterna ,·i a
a ter um gm·erno e táYe! .-\. Democr acia. de fato. parece ter um nome ,u-;to e por
,·enficar ·e há moti,o para dm .dar J.1 ua autenticidade de, ido .1 info rmaçõe- meio da i anomia. pa rece trazer a todo direito igua1 ·ua.., con equenc1a entre­
tanto, não cond i zem com eu nome A :-Ionarquia. por ua parte oa mJ.l nu
1mero s1meL. Cm tipo de 1mero .m.lhança multo comum e o anacroni mo e
garante, de maneira pr ática. a melhor admini tração. Afinal, é m:11 t.ícil encon­
um do umento afirm:i que dom ?eur ! 'iu .. r>do ..:-ub 1 a a ern do �I • para pro­
trar um único homem exc elente do que muito " (Dio, Hi. toria, 4➔.2
c!Jmar a ln depedênci.1 do Bra il, utiliz< u· e a \ 13 Anch 1 era, pode e n tataHe
que o documento é fa/ o, poi· não h:n 1� em 1 22, e a rodm 1a É pr , a, el que A monarquia tratada por Cá io Dio refere-,e ao go\'emo impenal de início
3mbo O ca,o apre enrado.: para ilu trar a crítICa externa e rnterna pareçam do éculo tercei ro, ob a dina tia do· evero , épo c a em que o próprio D 1 0 er. iu
por dema 1- ób, 1º- e 1mpr0\ j, e. e realmente o são. a práuca, apena., um co­ como cônsul (229 d.C ) O imperador chamado então, de dominu:, ·enhor), era
n hecimento aprofundado
efen, amente, um monarca . o entanto, o u o de se termo e c onceito. pJ.ra tratar
da· e ndiçõe materiai e h 1 tónc.a de m erção do
documen to permue Ie,·ar a e.. 1-io J - crítica do ª" a. -.;mato de Júlio Cé ar não reflete nem a terminologia nem a po_ 1çõe
extern.1 e mternJ poht1c:1s em Jogo no pe r íodo da nar rat1,·a. Logo o texto de D 10 Cá. io reflete ma 1 -
Ta mbém O e tudo da_ fonte di. ponh·ei p:ir:i o autor antigo e se u ace 0 ua própria época do que a do início do p rincipado
ª e1a· (Que/Jenfor ch unv)
o apre enta- e como um trabalho arduo. s vezes, a re-
• .a te.xrual ª uma f o
f,�rencr moderna ciência hi tórica, ba eada na c rítica fa c tual do documento e-.­
nte é explícna como o faz A.n tótele em ua Coml1CUI- cnto, urgiu JU tamente, como re ultado da ação de ela 1 cLta e e.tabeleceu o
cao de Arena
termo da anáh e textual tradicional.
O membro da co nu --30 e.cre,·eram
C enado) eon I _t1ra, de mem e deram a pú'Jlico o eguínte: a bou/'e
. .
um cargo anua l e b ro_ d e m.11 de tnma an de idade tendo exero'do
em receber remunera ::lo·
a rcomes 0 . dentre e te os generai . o· no,e O passado e o presente:
secrelinos -;agr
os of1c1ai da gu '-' ado · 0 e,,mandame o ca, ale1ros, ' o� chefe da tnbo · a História e a hermenêutica contemporânea
ardª· o ma g1 tr'ªd
os dez te oureir ' re ·ourew do ben acro� da Deu ·a :\tena
o d0 outro deu
- e CAri tótele Arhenaion Poli reia, 30, 1-2l A Hi tória continua endo o conhec1mento por meio do documento
em empre ha,
uma cn · açao
- clara e
f,orma, no ent
a nto' e ta
direta de documento. De qualquer (Carrard 1986:49) ma· redefmiram-se os conceito de Hí tória e de documento.
hermenêut1ca .
uroida como uma rea ào à fal tfJ Cacão de
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90·· S62) re corda a. distinção entre "os e vento s q u e o co rr
La u rent S tern (19 . . e r a m (r
se u respei to (h1stona rerum gestaru m) . De ac o r d es
rela to a
gestae) e. nosso - podem mudar, mas nossa o co,n
a Tito Lívio não pretendia chegar a descrever o passado tal qual tena ocor­
. tu1ça- o, os eventos passa dos nao compreen.,,,a~o
boa 1n . acre scentado). De fato, nao _ desces rido ( wie es eingenthch gewesen), pois, como os pensadores têm ressal tado, isto
se deve c o n fu n d ir p assa do e r
ei,entos m u da" (gnfo . . , . e é algo impossível e irrelevante Impossível, na medida em que não se possuem
entos obJetivos 10tang1veis e a n a rrat iva h i" sto,
1ato do Passado, acon tecim n ca 0 senão fragmentos mínimos do passado mas, impossível também, porque tudo des­
cês Raymon d Aron (s/d: 1 1 ) ressaltava q u e "a m es ma p a la vra re•
Pensador fran . . 1ere- crever, ainda que fosse factível, acabaria por nada explicar, esvaziando de sentido
se à realida de histón ca e ao conhecimento d e 1 a d envado. H is tó n a des ig na o relato Irrelevante, pois o presente só se interessa pelo passado em função de s 1
. � . que os l 1omens es f , a um
só tempo' O passad o e a c1encia orçam-se em ela bo ra r a
Partir
próprio e d o futuro. Bruce G Trigger ( 1 989 778) constatou , recentemente, q u e "há
desse passado". Nas línguas modernas apenas o a lemao - cons e rva u ma d"f 1 eren ça um apoio crescente para a 1dé1a que não é possível uma compreensão obietiva
clara entre História obietiva, o Passado, , .
que passou e não volta mais ( die G esc1 .
11c1ne
da história ou do comportamento humanos". A subjetividade subpcente a toda
emmaliges Gescheh en) e a Histona como narrat1 a , criação e mpre no e d
o pre-
compreensão histórica, explicitada tantas vezes pelos pensadores antigos, tem sido
. .
. cf. Stierl ressaltada pelo moderno pensamento histórico (Fox 1993:47). Na verdade, já o
sente (die Hlscone; : 1 975). Os r� mano tal � e_z tenha m melh or op osto os
acontecimentos (res gestae) a sua recnaçao na memona, n u ma n a rrativa ( memon poeta alemão Goethe reconhecia que "toda ação é, imediatamente , teona" , to­
, · ' • - e, uma recnação const a a dos os atos, inclusive os relatos, são resultados de modelos de interpretação (Maier
rerum gestarum) A memona, por d e fmiçao, nte no presen-
te, do passado enquanto representação, enquanto imagem impressa na m ente 1 984 86)
.A A própna razão, a maneira de compreender e interpretar a sociedade e o
relação entre a representação na memória e a real i da d e é mediada , sutil e indir
eta mundo, seja estaticamente, seia nas suas transformações, é histoncamente deter­
rnmada (Koppenberg 1 989. 1 0 1 1 ) . David Lowental ( 1985:41 2) resume bem a relati­
Utcum � �e erit, iuu � bit tamen rerum gestarum memoriae principis terrarum "idade do discurso histórico ao afirmar que "é muito melhor considerar que o
_
pop uh pro umh parte et 1psum consuluisse . . Quae ante conditam condendamve passa do sempre tem sido a lterado do que pretender que sempre foi o mesmo . .
u rbem poeticis mag1s decora fabulis quam mcorrupt1 rerum gestarum monumentis não podemos evitar a refacção constante do nosso patrimônio, pois cada ato de
tr� duntur, ea nec aclfirmare nec refellere m animo est (Tit o Lívio, Ab urbe con­ reconhecimento altera o que sobrevive". A oposição entre fatos e interpretações,
dita 1 , 3,6) n.1 base do positivismo oitocentista em busca das "evidências" históricas, tem sido,
igualmente desmantelada O uso do termo evidência pelos anglo-saxões para
"Como quer que seia, será agradáve l relatar, da melhor maneira possível, refenr se aos fatos, acontecimentos ou dados objetivos parece particularmente
os feitos do mais import ante dos povos A sig111f1c.1 t 1vo A evidência , enquanto "aquilo que é visíve l " , não se confu nde com
q u i l o q u e s e refere a o p eríodo antes
da fundação ou do pró pno P l ano d e . a realidade, sendo, antes, algo a er decifrado, visto ( Partner 1 986 · 1 05)
cnaçao- da cidade foi t ra n smitido ma1 pelo
encanto da poesia' do que por Fv1dênc1,1s, nada evidentes no sentido corriqueiro da palavra , não podem
monumento m tegros dos a c o n tecimentos Não e
pretende , aqu i. , ne m con f'1rmar funcfar ,1s mterpretações mas, ao contrário, são estas que criam as evidências e os
nem nega r tais relato s. "
fatos (Somek.twa & Smith 1 988 · 1 5 2). A oposição entre fatos e teonas mostra-se,
.
Tito Lív1 0 (59 a e - 1 7 d
. , e ) descr . eve , ele maneira admiráve l , a '.'>UbJe. t1. v1- nest,1 perspcct1 v.1, artificial e enganosa (Tabaczynsky 1 984 : 2 1 ) . Até mesmo a dife-
da de mev nav el do relato . 1 ença entre lw,tória e mito tem sido posta em questão. O presidente da Associação
. . h tston co As palavras u tilizadas tornam daras as que...,toes
ce ntrais do disc urso l11st0 nco o ret1to cios a co Anwti c.111,1 de Historiadores William H . McNeill ( 1 986 .8-9) chegou ao ponto de
gestarum) nad a p n t e c i m e n t o s (mem oria rerum ped11 .10., seu'> colegas norte-americanos que reconhecessem que não produziam
ode con, f11. m.u . . ,
dem onst rar , . ( a dfirmJr e), mostran do fi rme za ({11 1111/,1 �), n em "H'rd,1clcs etern.t'.'> e u111versa 1s", mas uma "história mítica" (mytlm,wry) As raízes
, ser. e nga no'.'>O ( relieliere), q
con vém ( decer), p o r ter esca pado ela memória . O rela to ue
d.1 e plt<.ac .1 0 histórica encontram-se sempre, no presente , nas sociedades e cul­
de beh• ·'lJ)'.u en-, ci.t. , condiz com o d ec o ro ela t 1 acl iç c1 0 01 al ( e1tc , o-
ra fabu11s· tra, dundu tur,1'.'> de dcte1 111 1 11 .1dos período , nas quais se msere o h 1sto11ador (Burgu iere
b ula s cabe e h eg
r ) A {;'/ ª
•1 Ju J,.i, , htM0 1 1a t ra cl 1 1onal
, , . ' opoe-se .ios fatos , d.i .
" , s f3 -
1982•LJ 27) F. Fu ret ( 1 967), por exemplo, e seu estudo sobre "o.., intelectuais fran­
ar aos' fato
· s " ' com o F1 pro punha C1cero (J fabulis ad Jact.1 u emre,
Cic . Rep . 2 ' 3 f111 ) , , ceses e o estruturalismo" não seriam po síveis no século passado, assim como não
·, r·tto L1v 10 refe i·e-.� '> e, .ao fe1tos como " m o n u m e ntos in t eg i os dos poderia haver u ma interpretação marxista da H istóna no século XVI I I'
aconteci me ntos
, , po rta nto t·1111h:.em
tí. nção d as fáb _ ' • ,
como "l emb 1 .1 11 as" (mon umen l.1 ) e u ..., .di s- A aceitação da subjetividade da História deve ser ligada a dois processos
ulas ctr,t-se tao-so
se m ad ulteraçã , ' me nte, no fato (1 e te1 em '>ido potenc1alm en te, ''t ra zid:is d.1 vida mtele tua! do sé ulo XX Em primeiro lugar, ao míluxo da Fil osofia deve
0 , na memória . r na
deix • a m uit ( lrac/u mur 1ncor up u � 111 0n u men r1s) A me mó ser creditada ::i d ifu são d a própria noção de sub1ern:idJcle Todo conhecimento ,
o esc, ap
. ar (fallere) e · .1-�•) das
di versas a fir - e, l:lu
n.to
. ,, l demonstrar a fi rmeza (fim11r, nao .1pcnas, nem especificamente , o conhec1mento do passado, mas toda a com-
mações (a
dfirma re ).
]e im pcm1adé de J'inévita/Jlc .<,u/J;ectJvité du d1scours hiswnque j'en suis
per uade, J /u�coJre, c'e t a u fond /e rêve cl'un histonen - ct ce rêve esr lres
fortemenl cond1t1onn é p.ir /e m1/Jeu cl:1m lequel /Ja1gnc en cffet ccc histonen

"E tou convencido da inevitável su bJellvidade do d iscu rso h1stónco Estou


convencido a Hi tóna é, no fundo, o son ho de um h istoria dor - e este sonho é
grandemente condicionado pelo meio no qual se msere este h i stori ador"

Palavras fortes que dão bem a noção do c a m i n h o percorrido pela históna


científica, neste século, cm direção aos condicionamen to s c o n temporâneos da
mterpretaçao do passado ( hanks & Ti l l ey 1 987: 1 et passim) Para l elamente à filo­
<;ofia, a linguí t1ca e a emiót1ca viriam infl uenciar, decisivamente, o estudo de todas
a c1ênc1as, em particu lar as hum anas A noçao d e q u e todo conhecimento ex­
pressa-se necessanamente, como um d1'>curso i m p l ico u o reconhecimento da
importância de sua autona e de seu públ i co, ass i m como da forma e conteúdo
desse discurso A aceitação da noçao de subjetividade, p or s1 mesma , não responde
ª questão central· por que diferentes h 1 stonadores têm d i ferentes pon tos de vista'
A autoria do discurso histórico, entretan to, sign i fi c a q u e o prod u tor do tex to , ª
}e ne suis ni hellénisle ni l.1tin1�ce \Ja1 i l m , emble q u a la condJCwn d \
panir dos seus interess es individuais e coletivos, visa co,
fazer crescer, no seu públi meltre assez de soin, de p.lllence de mode ... ue ec d .menuon 11 ec.uc po-, 1/Jle
enti mentos e sensações: a uctor o qu e faz cr es­
autor, nada mais é d o q u e a q uele d'acquénr a vé.e les texts de /' \nt1qwre n1ecque ec romame, une famI11ance uffi :mre
cer (augere) "Hi.sto nadores espec
íficos i nterpretam o passad o d i fe rente mente p r.
o
Je veux dire une fam1/Jamé qw permette, don une prauque �an ... dou1e con,c,curn �
causa dos po ntos d e vist · a. pess oais • e co n si go
dos i nteresses d e classe q u e traz em de /:i ph1/osophíe occiden c.1/e, cl mrcrroger a J.i for, /,1 d1fferen e qu1 nou e, nc a
(Tn gger 1 989 778 ).
distance d'une penséc ou nou.., reconn.m-,om I ongme de la nôcre er /J pro 1mtCé
A narrativa ' O rela to _ . refle- q111 clemeure en dépir de ccl elo1gnemcnc que nous creu.,on., 'i,W., ce -.e
X ões Os te rmos e mp
com
. o construçao discursiva ' passa ao cen tro d as
, a d os para referir- se a o discurs o histo nco co n d u zem -n. os
reg , .
à diege ,s dos greg
os·· det·ª lh·amento descnção ( Pl a ta o Repu, b l i. ca 3 9 2d · ) · Assun, "Não sou helen ista ou l.ttinista . J\las me parece u que, com a cond1çao de
Fra nz Goerg Ma
ier 0 984 : 89) a r·irm ava
' ' ', . s mas dedicar m u ito esforço, p.tciência, modb,t1a e atenção, er,1 possl\el adqumr, om
dle'Se is' não recr 'JUe "o texto h istóri co não e mimesi ' o
• . ,
ia ' c om o 1 m 1 taça o, a rea l id ra b al h os te:vios da Antigu1 d i de greg,1 e romana, uma f.tmili.mdade su 1ciente, quero dizer
JUnçã 0 d e a ções a d e , m a s con siste e m u m t ª
esp a rsa s, por part e do · m - se d
h istoria d o r Os a l e mã es u l ·l 1 t ·za
21

outro, neg.un a , a hdade de conceitos corno "luta d e ela s e " o u "re, o lução·· p ara
o períod;, há quem con 1dere o u"o de expre õe como ód10 a marg o " inade­
qu.1do . De qu.1lque r form a e,se d1c cur o pretende er um a imples de cnçio da
re.1/id.1de an.íli. e do di cur o permite JU ta mente, e tuda r qu a lque r d ocumento
c omo construção complex a , e truturada, com autori a público e obieuvo espe­
cífi cos Est a , tah ez, a m a ior aqui. 1çà o da moderna em1ótica pa ra o e tudo d a
História
O e ·tudo do d1 cur o h1 tónco é, contudo, part1culam1ente complexo A mter­
penetraç ào entre a interpreta ção e o a contecimento obJettvo impo s1b1lita a
e-xecução de um a de cnção do fatos· retorna ndo ao exemplo cita do aCima , como
descreve r a� a in a to políticos e revoluções em recorrer a conceito 7 O aconte­
cimentos a s morte e a s alteraçõe polític a descr ito no docu mentos , só ã o
mteligh eis em um d1 curso lógico, com uma sequência de a rgumento epara r
"fato· de interpretações torn a - e uma t a refa inútil Ao contrário, o estudo do
relatos como con truções di curs1, as permite uma visão c ríttca dos moti, o e ob­
Jeti, os subpcente a todos os d1 cur o

Atividades enc aminhadas

1 Ca ractenze o u rgimento da c1ênc1 a histórica n o co ntexto d.1 h1:::.tón a in­


telectual do éculo XIX

O h ,t.o:-icismo de Ranke surg u no contexto de uma reação ao racwnal smo fran­


em gran­ rês a 'J J•mnisrno, a o cons,derar falsas as teorias abstratas do conhecimento. Ranke,
.1 , erd:1de seq 111aJ Draus {1985:'20 et passim), considerava que a verdadeira teor•a científica
políuco filo ofo proc 1� cor1pree11der o sentido profundo e ndividual dos aconteci mentos históricos.
e truturado por autore Opunha-se, 1gua 1 mente, à filosofia ideal'sta da história de Hegel, ao considerar a h,s­
, 1 a ndo ob eu, c.ofil reto bem dehnea- tór a universal como u ma total dade global com posta de inúmeras histórias específi­
u.1 e ·pre ao 1mphc.1 empre ilmJ e t<:tK.l per-,uJ 1, J Ade- caB, cada uma delas com identidade própria e intransponível . Por excelência, as histórias
hnonco que que r prm ar que o que diz e , erdade .1presenta ra nac1ona,l) constituíam os centros de atenção do historiador Em termos metodológicos,
Lozano 19 - 2 1 0 gnfo acre centado) I e efe110 , e rdade ton­ buscava se o conhecimento exato e preciso dos acontecimentos, deixando de lado a
mente na preten ·o d1 ur 1\ a de de cre, er a realida de wl qual e on · espec1..,laçífo filosófica. Na medida em que os acontecimentos tenh a m ocorrido objeti­
pnnapa · elemento de d1ferenc1ação do dt cur o 1ent ífico em rdªçao vamente, ra rea idade, haveria apenas uma verdade histórica, a ser, simplesmente, des­
fie ào lm e empio pemute a, ah.1 r o alc:rnce do eno , erd ad e coberta pelo historiador.
ef
F ra de ten.. a luta de ela e politlla no quarw ec ulo a C , wrn ou-,e
m I a eze aluu ima go e 2. C a racterize o p a pel da erudição filológica na crítica documenta l tradicional.
Rico e pobre encara, a m - e com um o d 10 amar•
quando a re, oluçao
- acontena ha, 1a e:-.ecui.õe en ma J e e 10 '>, c.o n fo c o , de
� ,1
I ere do- part <.C' 0 00 to eJt. te e ro1x· 19 3
propnedade ao meno
do l'd :.9 Os documentos escritos devem ser analisados fi101ogicamente em três sentidos ·
O autor de e re, e a pe· quanto ao vocabulário, à morfologia e à sintaxe. O estudo de todas as palavras utiliza­
a I gun acontecimento do • éculo I\ a . C • con10 se ço
na reI ata e , c a bo U
das, em particular sua eti mologia, polissemia e contextos de uti li zação, constitui a
erdade O' b ' 13 De fato, u m ar
mterpretat1 contu do , ut1hza - '> e d e . . cf primeira fase da aná lise. Isso permitirá estabelecer, entre outras coisas, o nível de ve-
t (
�no e pecífico , não compartilhad o por inúmero e p ec i � h

ood 1 9 9 64- 3 · Há que m con
1dere que não ha, ,a ela e na Ant1 �
gu1� d a d e
2
ANÁLISE DOCUMENTAL E ANTIGUIDADE CLÁSSICA

Os docu me ntos e sua seleção

u .1 d i <;ao hbto1 1ogr.l l 1L,1 om,,d ·rava como doLumento h1.stóri co te\.tos
esc 1 1tos, em part i ui.ir ref e1 ent ·s .1 h istó 1 ia política scncro .� ensu A i n <la h �Je, nos
cursos de let ras Ussi as, 1x11 ,delamente ,1os ursos de Il istória, costu m�H,e ignora r
tod.1 produç:i o literária niio-clássi a . Judith P. II.t l lett 0 993 49) cita o e\.emplo de
ai ·•rio Maximo como paracligmútico onsicleraclo, no iniuo cio século passado,
por N 1ebu hr orno im port.1nt 1ss1mo, de 1clo ao uso e.la su.1 obr.1 F;icu cr D,cr,1
Memo1.1 b1fo1 na Ichlde M ·• d1,1 e no Ren,1sc1m nto, fo , 1 eleg,1do, ,1 partu de me.idos
e.lo secu lo '\.IX, ao esqu cim ,nto, sej.1 n s cun 1cu lo!:í, sei,1 n.1s colcçoes de .1 uto1 es
.111\ lgos O ml.'smo pode i ia ser estendido .1 uma 1mens1tbo de auton.!s ,1n ttgos. D ·st ,1
forma , cent1 .1 ndo-se ,m a ont • ,m en tos polít icos da elite e no:-, pouco:-, a u t o 1 'S
ons1de1 .1dos "cl:tss1cos", '),. ·Iu1- e a maior parte da h istória e cL1 cu l r u r:1 .1nt 1ga:-,
das núss.1s relle õ ·s. No enta nto, a tendência das ciências huma n.1s t e m sido p 1 i­
, ikg1,1r a mult 1pl tc.1çii de objetos, de abordagens e, conseqüentementc, de fontes
de 1nfo1 m.1çao (lggers 1 98<1: l 95;20 l er p.issim) , orie nt,1 çiio qu • sera scguic.Lt nt.!s­
ta col et :t nea
Fst,1 colerao de docu m •ntos desti na-s , a um só te mpo, a u m.1 gam,1 de
leito1 es qul.! ompreenc.le h1stor1.1do1 es, ·Ltssicistas, :irqu •ólogos , antro pólogos ,
arqu1tetl)1>, h1sto1 t.1d01es da .1 1te, filósof os, cientistas político:-, ' o publ ico em ger,11
Po1 1s1>0 serao 1ncl uidos, entre os t i pos d ' do u mcntos, esc1 itos d1 er1>os, como
poL's1.1s, l 1l (ao, historias, ms ·Jiçoes, reflexões filosóficas, pol t t i as; sera .1 presen­
t.1c.l.1 , ,1 i nd.1, . cult ura m:1t ·ria ! · as s cer:1 micos, pmtura s pariet a is. Toe.los es:-.es
e.lo u mcnto:-, ser:io interpret.1dos como discu rsos a s •rem lidos como resultados da
el.1bo1 .1,ao hu m,1 n.1, evita ndo falsas oposições entre diferentes t ipos de evidên ·ias,
m.11eri.11s e te tu.1 is (Sherratt 1 990:82 1 )- são todos, igua lment ', produtos d a cultura.
A s ·l e�;ao de docu mentos procu rou evit.1 1 a repr luçao e.Li noçao de " p 1 i nc 1 pa 1s"
eventos, .tutores ou monumentos "su periores" . Este o ptincipal risco de u ma cole­
t :1 nea mduzii o leitor .1 con:-,iderar que ali est:í reproc.lu z1c.lo " a q u i l o que e m a is
11npo1 tant •" J a for,1111 disc u tidas, nesta int1 oduçao, ,1 suhJet 1 1c.lac.le e parcia lidadt>
1nev1t,1 veis do ll a balho c1enttf 1co e não a beria rcf orç ,li u m a Llls.1 noç a o de obje­
t ividade e e a ustividade induzindo o leito1 a crer q u e aqu i esta ria m os documen­
ros inclispensa veis.
Ao cont rario, a sek<,·ão p 1 ocurou .1branger um gra nde espectro d e t emas,
de t ipos diversos de documentos, a n a l isados a p,1rt 1 1 d.1s d i fe re n t es ciências hu­
manas Sem descu idar do e1 ud1to e do grandioso, 111c l u 1 1 am-se o corriqueiro e o
comezinho ( rhe recon'r} of rhc cverrcl,n 01 the mund,l lll', nas pala v ras de Giddens
J.7

1 l. l 11 tH\ l.' I do dt·t .t lli t ·, co n1,t."i n ·i.11, t' 1w1 m,, n 0 n . 1,1 1, d1
111\ 1 • t i lt'\ l, . , , xclu1-i\'O dos. " g1. 1 ndl's l n. t os " U h 1 il\ l' l t)fN , l ) ,I 11• 1 1
i 9K7: ()c; ) () , •
L s1 Ut lo · 10 1 1.1, 1 l\st· 1 1 l\do o .1 u 1 0 1 11.1s ( t t t ll llst, 1 1 H 1 ,1 .-. l' no 1 1H• 1 0 t u l 1 1 1 1 . d , (l (:01 1 t l usao, 111
ll' ,ll' l'SS t\'l'1s' pt'lo . S � 1 t a,
nll 'Il 1 ' (jl l' 1),10 l' [) t lSl-> l \ 1..• l l' l-> l l lt l ,l i o ' t ) J l l( j l l l' I I O s l . tl l l 1 1 1 1 1 do o l l' to no ( < ll\ll',tu d.is ,1ho 1 cl.1g 'l\S h1sto 1 1 og1 . t f 1t ,IS soh 1 e n l t'lll,1 l' 0
'SS· ·I I I() I IS, l i l • ,, o g r··1 11
t.tl vc /., l1 t sllt•t'l pots .1 int 't ,1<;.10 ·nt r t' .1s rh.1 m,1 d,1s , "
St' Ill () l•iud ito ",l lt 1 l l )
l
. Jll't ,odo, 7 l l i hl1og 1 ,t i 1 ,1 ( 0 1 1s u l t .1d,1
dttlsO, n 1 )() j)l ll,1 1 ,l i\ ·1 "
1 •

t •st I no t t'I I1l' I1 1 l,•snl ll de lJtt,tk]\ l l't p wd u -.1 0 1 nt l'l t· t t u .l i ( S t 1 ,t us· , I C)t) 1, 2 Fspt·t 1.t l 1 st.1s, t 0 1 11 11do, k , ,1 1 1 1 .1 t ,1ho u m •st u do 111. 1 is . 1 p 1 o t u 11cl.1do, q u e
cult u1.. 1s 1,t i , su1 g1d.1 com l t o n t 1 .1 pos 1ç.1 0 ,1 u m• 1 t. 1 )
pop u 1 •1 1 t' do 1 1 1, irn lut, no t ,11,0 dos c lot u mt·ntos t l.1ss1t os, .1 ( ll,1m;1d.1 < 1111C .1 lt'\ w.1/ ( 1\ 1.11 1 t h.11 1 l)(> 1 )
A ,·., l ot t 7,' ,•.· tll l1 ci 1 k I t) l) 1 2 1 0 , 2 1 2 ) , t· m hp1 . 1 h u !-.qU m tt• n
n.1 s c l t t l'!-.
. ( lk t' 1 t. , Fs1 .1 , 1s.1 o c., 1.1/>d t •c111 H't1/c> do t •>.to .1 p.1 1 1 1 1 dos m.1 11usn 1tos 0 1 1g 1 n.1 1s, L,thendo
tr. t �· •1 0 c , du st \ .1 e popu l .1 u t
. .
d 1z.1 11d o s
g.1 1 .1 1 •l
tI t• l1 ,ts t• t iltur as t·ru d ,t.1
1 1..• d t u m mo d t•l o 1
lt p ol lnt .t i 11..11 os t't t os do1-> t op1st .1s, ,1s intt·1 pnt.1, Ot'-" pust t't 10 1 t's, o l's\,I ht'lct tll1t'l1l tl d.i
t'sJl t'l lltttda .
de an '
.1hsl ' ( l', 1ns l)ttlg 1 986 , om, n.10 podl' i gno1 .1 1 .1 l ll\ ·1.1 ,H l 011 Sl.l t1\ . l'11 l t ._•' 1 .1r
,1 n1 las Al'tw,t log1,1 d.ts u 1p1,1s d 1 spon1, t• 1 s, ,1 t 1 1 1 1 ,t d.1 p 1 n, t't1 tl't1t 1.1 , li ,lt ,10 d,1 d.1 1 . 1 , 1d1.•ll­
t t l 1 t .1 , .1 0 d.1 0 1 1 g1.•11 1 , hust ,t d,ts l ollt t.'S ( (Judk11 /01st / w ng) A ''>t.1 , 1 1 l 11. .1 l''.\ l l'I ll;I ,
(run an 1 99 1 1 9)
.1b1 .1 11gc 1 d1kr ·nt 's t ,l l t.'gtl1 1 . 1s l ot'll tn ·nt ' 11,"· 1 11,1 \ t't i,t l , do t t· t o , 1->L'glll'·st.· ;1 t 1 1t 1 t ,1 1 11\L't n.1, .1 p.1 1 1 1 1 d,1 l t ngl l.1gt•111 1.·m p 1 e g.1d a 1.
Os tI O l lll\l.111tls• J)roc u i .1m . t t'>.lo�
(C;...tu ' ep1g1 .II ·s. l l'St()S .11(\ l lt.'tllogKos n,, •rs• • IS• • t •1111lk1
.t l dos costutnt's MKt,t is n t ,1 dw, 1 ' 0 1 l i tn , ,t c1 1t 1c. 1 d,1 s1 1 1 l' · 1 1d.1tk, t':...11 1d.w 1.' ,1 d l't t:1 -
1r;1nsm1!. 1t1 os. 1)<.:•l• 1 11 • 1c.lir·1 ,.
n m1 n.11,,.1 ( 1 dos f'.t t os t",p1.•ctl 1co'> c11.1dos tkv · st't' ktt.1
JS ;l l )01·c.l,l r, " 11�· textos' filosó fJCos, . pocsi.t s , locum1.. n t os ol 1 1.1 1s , leis I sso
0., ' [l••'- i·riiit li':,'\
,1 , .1 1 tL'CLtdt' de docum entos d 1spo n l \ eis l' •o m . is t t 1t 1c.1 1 t lolog 1 c1 t t•,1 u .1l 1.1 mhl'tn poss u i -. u .1 ... pa 1 l 1t ul.1 1 1d. 1 dt·s morl olog1.1 ,
ao kitor f.1Jnil i.1J iz.ir· se com d i fe- 1, 1 n1.1 t.' , d1.1 u 0nit .1 e s1nu on11.. ,1mt·nt · es1ud.1d.1 s , fo, m.1 111 . 1 h,1s1..' do com1..• nt . 1 1 H )
nwnt.l l 1 m p< t' .tos pes qu 1s. ido res
rença s de ,in:íltsl' que cada categ01 1.1 docu l i ngu 1st 1 o e, udito p ·nas p.1 1 .1 d.11 o s,1bo1 d,t c1it 1 t ,1 l 1lolog1 ·a . u m e ·1..• m p l o do
p1 op1 1n , t• 1 n.1cu l o b;1 :, t ,1 1 . 1 ·
" C\1.1s l'tn pe1 0 d 1 1 e 1 , os u . 1 1 • m " , l 1.1se d o .1 nc1onc110 / ) D 1 1 1 1 -. ( 23), s ·n.1
Anãlise docum ental e sua divers idad e 1 1 .1 duz1d.1 , n.1 modl'rn.1 no1 m. 1 utlt.1 do po1 tugu">:, prn " f\l.1s, ·olltudo, d 1 1 -, ()s t't um.1
co1s,1", n.1 l tngu.1gem l.1 l.1da, 1t•n,1 mos .tlgo como " mas , ou d11 •1 um., t Ots. 1 .1 , Ot t:s"
Os donunl'ntos podem se i .1n,ilb.1dos de multipl.1 s manl'i1 . 1 s tendo t·m ,·ist.,, .ert.1s p.t l.1, 1 .1 s 1. . 1 11.1m •m desu1->o, com .1 l,11 1 11.1 rcm ("cois.1"), l'nqu.into .1 colo ·.1, .Hl
em part1cul.ir, os n1ve1s de profund1d.1de do estudo, as d iferentes d 1 st 1 pl111.1s e os p1 onom tn.t l encl 11i .1 t.' rud1t.1 do , e 1 bo no f u t uro ( " dll vos 1.•1") coe 1st e, .1go 1 , 1 , com
d i ferentes p;1rad1gm.1s ou modelos he1 menêutKos protu n d1d.1de ele u m.1 .111.1ltse o uso coloqui,tl do verbo 1 1 , no p1 esent ' , u n id .10 mltn1ti, o (''\ ou d11 •r") Apen.1s
, ana segundo a espec1.t l1z.1ç;10 do e-.tud1oso e .1 e pectat1v. do puhltt o F.,te l i \ ro, o e...1u do ! ilologKo det .i lh.1do perm i t e , po11.1 nto, .1 ·ompr ·ens.10 lo t •xto ( l i
ao \'Olt.1r-se par.1 um publico hete, ogêneo, composto de profossorl's un i , er-.1t.1no�, 1 %6 1 1 5 , 1 d)
estud.1111es e le i gos, .1p resentar.1 .1n.li 1ses rderentes .1 dift>rentcs d<.K umentos, qul' \t1.• .1qui, tratou-st.• do do umento enqu.mto te,1 0 escnto .1 , ·rd.1de, l a mbem
sat1st.1,am estes trt'-., 111, ei s de pro-tund1d.1de Isso n.io apen.b, n<.::m p1 111cip.tlnwn1e, os , es1 1g1os 111.11 •n.11s e .1s .1 1 tes, por l':\.emplo, constituem tk cumento.-, s c1 1t1..' 1 1os
.1n.1lttKos d1..•s ntos .ll'1111.1, port�111to, u1e1s p.11.1 os te,tos c1->c1 1tos, nao podem ser .1plt­
para sat i sfazer os d1fe 1 entes publicas, mas p.1 1 :1 sen·ir orno e emplo e modelo de
analises .1profund.1das e e--.equl\ eis O mesmo pode sei sten hdn, mur.His mur:md1.\ c.1 dos, d 1 1 1.•t.1men1e, .1 out1 ,1::, formas, 11.\0-, erba1s, de docunwnt.1ç�10 o ent.1 1110, lü
.tlgum.ts 1. ons1 k1 ,11,;Õ1..'s tk c1 1 atcr ge1 ,ll , ,1 pltc\\ e is ,1 todos os do ·umt·nros, e que
pa ra as abord.1gen s d.1s d i ferentes d1snplin.1s h istóiia, h lolog1,1 , .1 1 qu eologi.1
st·n 1 1.10 p.11.1 norte;1r os com ·nt.11 1os tl'Cidos, em d1fe1entes 111ve11->, nest,1 coldJnea
Há mu i tos modelos de a 1ülise docu me n t a l . Rde ri ndo-se :i textos l'.'><.1t1os e
Fm prnne 1 1 0 l ug.1 1 , con.-,1d1..• 1,1ni-:,e todos os do umentos, e'>critos ou 1üo . como di.s­
voltando-se pa ra estudantes, ,1lgun pro ed11nentos têm sido 1 es s:dtado s por dife­
t ur,o.s . Fnqu.1nto d 1s ursos, possuem, necessanamente, autona e publico e, como todo
rentes ,t utore.-, Alguns onselhos p rat 1 lOS e bJ'>lJnte s i m p l e s s,10 lem l)l,tclos l'lll
discurso, têm estruturas superficiais e profundas A auto11a pode ser me.l i \ 1dual ou
manua is de ,unplo uso e merecem ser 1tados (d ouschi 1 980:•1-9): k1lll t ,ls suces· toll'll\ .1, m.1teri.il ou intelectu.1I. Um ec.ltfíoo pode ter sido nstru1c.lo, m.llerLtl mente,
sivas do texto de\'em ser .-,egu1d.1 pel.1 const1tu
1ç.i o de u m.1 l)lbliog1 .t l i.t P 1 •11 1c.1 e po, d1\e1 sos oper.mos .1 part i r de uma plant.1 de auton.t 111c\1v1du.1l de certo a rquiteto .
p recisa. Cada p.ir:ígr.1 to de,e
·er re um1do no -.eu conteudo su bst:r n ci,t l . O omen· O publico pode ser 111dh 1du.i l ou coleti\ o, homogêneo ou hete1ogêneo Uma carta
tário deve incluir det.1lhe
- sobre o autor e a 1 rcu nstân u.1s histó ric:i s. Ou t ros pro· de 1Cero ;1 um .muga podia ser de t111,1da, ongmalmente, .1 um un1co md1, íduo mas,
põem um rotei ro mai ao te, sido publicad,1, oltou-se p.1ra um público ,1mplo e ,.m,1do.
det.1 lhado (cf. Lozan o e' .'.\1t t re 1 978 1 28- 1 � 1 )-
. � - Aspectos exter nos , com e tudo da tipologia d e fon te s (te'\.t o de f,cc.i o, A estru t u ra de superfic 1 e de um discurso corre ponde à ·ua seqüência ex­
leg,slattvo ' ep1· •t01 ar "
. .. , . � etc ) , 1ugar de ong em e d .na ç:l o do t e. to, estilo e 3 rac t erisuc:is plícita de e lementos constitut1 o Par.ígrafos sucessivos de u m texto a p resentam
1mgu . 1sttcas . . · c . ·
. '· 2 · Resu mo, co n 1.
tmdo em u m a s 111op e do texto, 3 Co nt ext . o h i t on ideias concatenadas, enquanto u m edifício apresent,1 u rna p l a n t a , funcionalmen­
co, mse nn do O te _ . ec o · te ordenada , de seus apo ento E se são os aspectos Yisíveis da organização de
. t 0 em qua dro· cronol óg1co geogr:ífico.; e ten1J t 1 c os ( e g
nonua , cultura p 0I't · u ' to ,
• Jca, guerra) especifico . 'f Explica çã o detal 11Jd .l do d ocu m_ en, . u m discur o ua e t rutura p rofunda, de acesso indireto, mediado pelo r a c iocínio
envol vendo u ' ·
m est u dO mm uc1 .
oso do t ermo · u t i l12Jdo e m e u c o nt e:x. t o ,
·"º
Especificidades do e tudo da Ant1gu 1dade Clá 1ca
2 R •füt.1 :-L l re .1 :-1gnt ltL ,1 ·.10 l.1 111terd1,L 1pltn,1 n l.idt.' t.· ,u 1 11n1 ort.111L 1.1 p.u ,1
t':-tu i ) i.i nt 1gu1d.1 !e l.1�:-1c.1

De certo ponto de vi6t . d Anti9ui l de CI ,,51c 5e ut1I z ri • p r


recon&tru1r a 6oc1edride nti9 e uri6 t n5form õe6. e fonte5 fornecld 15 pel 6 d 1sc1-
plin 6 .. u ili re&": rqueologi forneceri 06 d do6 m U:ri is; numl6m tfc . " u ili re M

6 moed 6: a literc1tur , 6 obr 6 f1 ccion i6: e s6im por dia nte. Alguns e6peci li6t
ne.6686 áreas e6pecffica6, como o rque61ogo Leo �lein (1993·729), p rtem do pre6su­
po6to de que há di6Ciplinas que produzem e e6tud m fonte6, enqu nto Hi6t6ria inte·
9raria a toda6 elas em um d i6Cur6o e plic tivo articulado. E66a bordagem, contudo,
um 66 tempo desvaloriza e desart1cul a6 di6ciplina6 e o conheci mento derivado d
e6pecificidade de cada disciplina. A divi6ão entre "produ ão de documentos·· e "elabo­
ração de um d i6cur6o holÍ6tico interpretativo" 6epara prát 1 ca6 1 ndis6oluvei6.
Cada disciplina tem sua e6pec1fic1dade, seja de objeto, 6eja de erud1 ão A históri
da arte e a arqueologia utiliza m-6e de uma pletora de técnica6 de obten ão e aná li6e
documental que exigem u m conheci mento aprofundado particular. No entanto, não 6e
l 1 m 1tam a produzir fato6 para a Hist6ria Po r outro lado, a interd i6cipli naridade não 6e
h1,ton.1 rom,rn.1 tem sido cln 1 d icl.1 se1a seg u n d o .1 e\ o l u ,10 polit 1c.1 de resume à junção de fonte6 de natureza diversa, ma6 con61ste na articu lação da6 di­
Ron1.1 . seia por '.>lia e:xpans.1o mllit.u (801 necque L'· l\lornet 1 9'6 "i 1 8 ) A'.> cll\ 1soe, versas abordagfJne em um di6cur5o Único e coerente O e6tudo do uso de arcos do triunfo
pol ít1c,1s s:io p.1 r11cul armenre c!.11,1s l\l on.1 rqu1a (seculos Vl l l \ I , 1 . C ), Hepubliu pelo6 romano6, por exemplo, envolve a conjunção das metodologias, simultaneamente.
P,llnua (séculos \'-!\ ,1 C ), Repu blic.1 Ol igarqull.t (seudos I I I I I I l ), Gul· 1 1 ,1s C1rn da arqueologia, lingüÍ6tica, literatura. história da a rte e hi6tÓria etr,cto sfJneu: não se
trata de 60mar "fontes", mas de coordena r e articular abordagens (Wallace-Hadrill 1990).
(ate 30 a C ), Pn nupado (30 a C - 1 93 d ) , Dom m,1clo 0 93 cl C . em cl 1 a n 1 e) Este
últuno pode ser d 1 \id1clo n o penado d,1 cnse do séc u l o l l I (2.35-268 cl C ) , seguido
do período cio lmpéno Crist:1o (séc u l os I\ -V) (cf PtgJniol 1 976) A l t 1 e 1 .1 t u 1 ,1 l a t i na 3 Refüt.1 sobre as rela ões ntre as informaçõe� t ,tu.tis e n1.1tena1s.
divide-se, norm,tlme n te em q u ,llro fases ( ardoso 1 989: J 0- 1 l ) . p1 i 1111 t 1 ,a (sec ulo
VIII - 250 a C.), helenbtica (2 50-81 ,1 A opo6ição entre evid ência6 materiais e l iterárias tem servido, tanto a arqueó­
) , cl.1 ss1c,1 ( 1 e p u b l i ca n a ele 81 ,1 1 3 a C '
august 1,1n,1 , de •13 ,1 C. ,1 1 J cl logo6 como a historiadores da Antig uidade, como uma maneira de evita r a necessária
e Julio l.1 u cl1,1 , d e l J cl a 68 cl ), e pos-clú ss 1c.1
articulação desses dois aspectos Indissociáveis da cultura . O recurso à idé 1 a d e oposi­
ção entre vestíg ios arqueológicos e textos antigo6 encobre, na verdade, a falta de in­
teresse pelo conjunto da6 evidências. Até me6mo o caso espi nhoso da chamada "ques­
Ativ idade s enc ami nha das tão homérica", em gera l tratada, de maneira estanque, por literatos, h istoriadore6 e
arqueó logos, tem m u ito a g a n h a r com a J u nção de dados e a bord a g e n s. S h erratt
1 . Hellita sobre a pr" to
. . .• c1,1 , no cl iscu r.<;o h 1 sto1 1co 1 ra cl 1 u o n,1 1 , e1 O re h'
--e1 01111n.1n (1990:821) ponderou, há pouco, que "esta reconstrução da história da épica homérica
po 1,llico- mil11ar e ' no e,impo e1 os est ud , res·
os d,1ss1cos,
. cios chamac!os "g1 , 1 n des , au to

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