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INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como escopo fazer uma concisa e precisa abordagem
sobre A RELEVÂNCIA DO TESTAMENTO NO CONTEXTO ACTUAL DAS
FAMÍLIAS ANGOLANAS, CASO CONCRETO DO MUNICÍPIO DE BENGUELA.
A família vem sofrendo várias transformações nas últimas décadas, em detrimento da
evolução das sociedades. A vida moderna exige certas adaptações e mudanças no
comportamento da sociedade sob todos os aspectos inclusive no âmbito da família.

Nestes termos, a luz do art. 35.º da Constituição da República de Angola,


podemos extrair que a família é objecto de protecção do Estado, em virtude do papel
fulcral que ela tem na sociedade. Esta função do Estado, manifesta-se de forma
diferente. Ela verifica-se na regulação das relações sociais no casamento ou na união de
facto, ou ainda em caso de ruptura da família.

Assim, as formas da família são diversas. Elas dependem de factores sociais,


culturais, económicos e afectivos. Elas podem assumir-se como famílias extensas,
famílias e famílias monoparentais que na verdade nos interessa no nosso trabalho.
Enquanto núcleo fundamental da sociedade é ela (família) que se carrega de transmitir
valores morais e culturais aos seus membros, o que faz com que cada pessoa possa
desenvolver-se de acordo com as normas estabelecidas na sociedade. A família
desenvolveu-se desde a comunidade primitiva como sendo o núcleo básico da
sociedade. Ela tem funções sociais muito grandes que estão dirigidas para a educação
dos filhos, para a sua sobrevivência e satisfação das suas necessidades.

Como pontificou ex ilustra professora Maria do Carmo Medina que “à família é


reconhecida uma função de natureza estabilizadora cuja preservação interessa à
evolução da própria sociedade. Por isso, ela deve ser apoiada e protegida pelo
Estado”.1

No entanto, quero frisar que o instituto do testamento não é uma garantia


jurídica voltada somente para pessoas com grande património. Contrariamente, do
ponto de vista jurídico, o instituto do testamento é garantido a todos que tenham
capacidade de faze-lo, como proclama o art. 2188.º do Código Civil.

Curiosamente, a ausência do testamento a nível das famílias, emana de um


raciocínio erróneo de que o valor dos bens é tão pequeno que não preciso de testamento.
Mas o testamento vale mais do que imagina. Mesmo que algumas das coisas que possui
não tenham um valor monetário elevado, talvez tenham um grande valor sentimental, e
isso não pode ser mensurado. Se alguém não indicar no testamento quem deve receber
esses tesouros, talvez isso provoque desavenças na família, que persistirão durante
décadas. E isto é um facto real na sociedade angolana.

É relevante dizer aqui, que o instituto do testamento é de grande valia para


determinar a salvaguarda que protejam os bens deixados aos sucessores que podem vir a

1
MARIA, do Carmo Medina, Direito de Família, Escolar Editora, 1ª edição, Lobito, 2010, p. 25.

1
dilapidar rapidamente o património acumulado ao longo de toda uma vida, instituindo
regras e requisitos para se usufruir da herança.

Outrossim, o testamento é importante para que a pessoa possa declarar a sua


última vontade, definir em vida a forma de direccionar os bens existentes para seus
herdeiros ou para terceiros. Trata-se de um ato unilateral, solene e revogável, pelo qual
alguém dispõe de seu património, depois da morte, ou faz outras declarações de última
vontade.

O testamento é um dos documentos mais importantes que alguém pode criar


durante a vida. Nele pode definir claramente quem será o tutor dos seus filhos menores,
quem herdará seus bens, quando eles serão herdados e que condições devem ser
satisfeitas para que recebam os bens.

Todavia, se alguém falecer e não tiver um testamento válido, o tribunal não terá
instruções suas e consequentemente, não será possível saber como está pessoa gostaria
que seus bens fossem distribuídos.

Portanto, criar um testamento nos força a encarar a nossa própria mortalidade, e


lidar com a morte não é fácil. Mas a feitura do mesmo é pertinente para a garantia da
estabilidade social, afectiva e patrimonial e concomitamente inibir problemas a nível
das famílias.

2
DEFINIÇÃO E DELIMITAÇÃO DO TEMA

Ex lege, o testamento é o “acto unilateral e revogável pelo qual uma pessoa


dispõe, para depois da morte, de todos os seus bens ou de parte deles”.2

Ora, o testamento é um acto pessoal, que não pode ser feito por um representante
nem ficar ao arbítrio de outrem e que deve conter a clara expressão da vontade do seu
autor, sendo nulo aquele em que a vontade apenas se encontre expressa por
monossílabos ou sinais, em resposta a perguntas que lhe fossem feitas.

Porém, a interpretação dos testamentos deve ser a mais consentânea com a


vontade do testador, conforme o texto do testamento; é admitida prova complementar,
mas não poderá ser considerada a vontade do testador que não tenha o mínimo de
correspondência.

O testador deve ter capacidade física e mental, além de idade mínima de 18


anos. Não existe idade máxima para testar.
O testamento pode ser público que aquele que é feito pelo notário no seu livro de
notas (art. 2205.º). E o testamento cerrado é aquele que é escrito e assinado pelo
testador ou por outra pessoa a seu rogo, ou escrito por outra pessoa a rogo do testador e
por este assinado e, finalmente, aprovado por notário (art. 2206.º nº 1).

JUSTIFICAÇÃO DO TEMA
Para a maioria das pessoas é um tabu pensar na própria morte e, justamente por
isso, a discussão de um planeamento sucessório acaba ficando relegada a um futuro
incerto. Só que pelos percalços da vida, nem sempre é possível realizar um testamento
no tempo oportuno. Por isso, que como estudante finalista do curso de direito, pretendo
trazer em reflexão a importância deste instituto para a estabilidade social e patrimonial
para as famílias.

IMPORTÂNCIA DO TEMA
Partindo do pressuposto de que a família é o núcleo fundamental da sociedade, e
sem a família não há sociedade e vice-versa, o instituto do testamento é de suma
relevância no seio das famílias, pois muitos dilemas têm suscitado nas famílias, que
efectivamente vêm desencadear na destruturação das famílias. Nesta questão, referimo-
nos precisamente quando um dos cônjuges falece, emerge dificuldades na partilha da
herança por falta de testamento.

2
Art. 2179., nº 1 do Código Civil.

3
PROBLEMA DO TEMA
O tema que pretendemos defender suscita algumas inquietações, sendo certo que,
a luz do art. 35.º da Constituição da República de Angola, este preceito vem dar ênfase
da importância da família na sociedade. É do nosso conhecimento que muito são os
conflitos que vão suscitando a nível das famílias por questão de herança, resultante
obviamente da falta de testamento.
Ora, face o disposto no parágrafo anterior, podemos extrair o problema de
investigação o seguinte:

O quê que está na base de muitas famílias não terem a cultura de elaborar o
testamento?
Do ponto de vista jurídico o instituto do testamento tem sido eficiente a nível das
famílias angolanas?
Até que ponto o instituto o testamento contribui na estabilidade social e
patrimonial das famílias?

OBJECTIVOS

Objectivo geral:
Com o nosso tema pretendemos reflectir a relevância do testamento a nível das
famílias. Um olhar minucioso no Município de Benguela.

Objectivos específicos:

 Analisar o instituto do testamento e o seu objectivo;


 Saber ab initio se as famílias têm dado importância ao instituo do
testamento;
 Reflectir as razões que levam as famílias negligenciarem a feitura do
testamento;
 Conhecer as tipologias do testamento;

METODOLOGIA
Todo trabalho, seja qual for, terá de ter um método que é o caminho pelo qual o
mesmo irá percorrer. E este trabalho munir-se-á também de métodos que irão ajudar a
desenvolver esta temática.

A realidade do objecto de estudo, propiciará na pesquisa a utilizar os seguintes


métodos:

 Pesquisa bibliográfica;
 Método indutivo e dedutivo;
 Método analítico e histórico.
 Entrevista (dialogar com algumas famílias sobre o nosso tema).

4
ÍNDICE PROVISÓRIO

 Introdução
 Definição e Delimitação do tema
 Objectivos e pertinência do Tema
 Justificação do Tema
 Importância do tema
 Metodologia

Cap. I- O DIREITO DA FAMILIA


1.1.Evolução histórica do direito da família.

1.2.Noção jurídica de família.

1.3.Tipologias de família.

Cap. II- O CASAMENTO E A UNIÃO DE FACTO COMO FONTE DO


TESTAMENTO
2.1. Conceito de ambos os institutos.

2.2. Pressuposto inerente ao casamento e união de facto

2.3. Análise do art. 35.º da Constituição da República de Angola.

Cap. III- A RELEVÂNCIA DO INSTITUTO DO TESTAMENTO NO


DIREITO ANGOLANO.
3.1. As várias espécies de sucessão.
3.2. Entendimento do Testamento.
3.3. Análise dos arts. 2182.º e 2188.º do Código Civil.
3.4. A família angolana e o instituto do testamento.
3.5. A relevância do património na estabilidade económica das famílias.
3.6. Reflexão do testamento no direito comparado.

 Conclusão
 Recomendações
 Bibliografia

5
BIBLIOGRAFIA

Fonte legislativa

REPÚBLICA DE ANGOLA, Constituição, Imprensa Nacional - E. P., 2010.

REPÚBLICA DE ANGOLA, Código da Família, Escolar Editora, Lobito, 2009.

REPÚBLICA DE ANGOLA, Código Civil, Escola Editora, Lobito, 2009.

REPÚBLICA DE ANGOLA, Anteprojecto de Código da Família, 2016.

REPÚBLICA DE ANGOLA, Decreto Presidencial nº 36/15, de 30 de Janeiro (Regime


Jurídico do Reconhecimento da União de facto por Mútuo Acordo e Dissolução da
União de Facto Reconhecida).

Fonte doutrinaria

ARAÚJO, Raul Carlos Vasques e NUNES, Elisa Rangel, Constituição da República de


Angola Anotada, Luanda, I Tomo, Gráfica Maiadouro, 2014.

ABRANTES, Pedro e KATÚMUA, Mbangula, Curso de Sociologia, Escolar Editora,


Angola, 2014.

CORTE - REAL, Carlos Pamplona, Curso do Direito das Sucessões, Sociedade Editora,
Lisboa, 2012,

CURY, Augusto, As Regras de Ouro dos Casais Saudáveis, Academia, São Paulo,
2015.

CUSTEM, Chantal Van, A Família Recomposta, Entre o Desafio e a Incerteza, Instituto


Piaget, Lisboa, 2001.

DE CAMPOS, Diogo Leite, Lições de Direito da Família e das Sucessões, Almedina,


Coimbra, 2ª ed., 2010.

DE JESUS, Erivaldo, A Bíblia Como Fonte Histórica do Direito, São Paulo, 2ª ed.,
2013.

DE CAMPOS, Diogo Leite, Lições de Direito da Família e das Sucessões, Almedina,


Coimbra, 2010.

DE SINGLY, François, Sociologia da Família Contemporânea, Edições Texto &


Grafia, Lisboa, 2011.

GIMENO, Adelina, A Família. O Desafio da Diversidade, Instituto Piaget, Lisboa,


2001.

KELLER, Timothy e KELLER Kathy, O Significado do Casamento, Nova vida, São


Paulo, 2012.

6
KEMP, Jaime, O Marido Que Quero Ser, Mundo Cristão, 2004.

MEDINA, Maria do Carmo, Direito de Família, Escola Editora, Angola, 2011.

SOLMI, Enrico, Esposos Hoje. O Matrimónio Sacramento, Paulus Editora, 2016.

WHITE, Ellen G., Fundamentos do Lar Cristão, Casa Publicadora Brasileira, São
Paulo, 2ª ed., 5ª Impressão, 2010.

Artigos em on-line
www.mundoadvogados.com,br

www.nossagente,net

www.ebah.com.br

www.morganbrglund.com.br

7
CAPÍTULO I - O DIREITO DA FAMÍLIA
1.1.Evolução histórica do direito da família

A família constitui uma instituição central em diversas sociedades e tempos


histórico. De igual modo a sua origem no fenómeno natural da procriação e da
propagação da espécie. Mas é sobre tudo um fenómeno social, pois através dos tempos
se tem verificados que nela não intervêm factores biológicos. Nela intervém outros
factores de ordens sociais e económicas.

O início de toda vida tem origem na família, ela é um instituto que rege as
relações em um todo; não tem como existir alguém que não descenda de uma geração
anterior ou que seja parente, mesmo que distante, de uma determinada família.

A família é entendida como sendo o núcleo fundamental de sociedade que se


constitui com base a vínculos naturais ou jurídico e pela decisão livre de duais pessoas
de sexos diferentes de contraírem matrimónio. Por isso, é mister asseverar que as
formas de vida familiar são diversas. Elas dependem de factores sociais, culturais
económicos e afectivos. Elas podem assumir-se como famílias extensas, famílias
monoparentais.3

Os sociólogos advogam a família como um elemento chave para a compreensão


da sociedade total. Assetam em que a família é uma instituição fundamental e durável,
fornecendo uma espécie de denominador comum para o conjunto da cultura, na qual as
diversas partes podem diferir substancialmente entre si noutros aspectos. Assentam em
que o estudo da família fornece uma compreensão da estrutura política e social, do
desenvolvimento económico e biológico concluindo que a chave da compreensão da
interacção entre o desenvolvimento e a mudança social reside na família.

Na visão de DIOGO DE CAMPOS e MÓNICA DE CAMPOS, “é a família que


humaniza o ser humano, fazendo a ponte para o ser com os outros através da
demonstração do amor”.4

A família desenvolveu-se desde a comunidade primitiva como sendo um núcleo


básico da sociedade. Ela tem funções sociais muito grandes que estão dirigidas para a
educação dos filhos, para a sua sobrevivências e satisfação das necessidades. A
legislação angolana, nomeadamente o código da família (Lei nº 1/88 de 20 de
Fevereiro) considera como fontes de relações familiares o parentesco, o casamento a
união de facto e a finidade como está previsto no art. 7.º do CF.

A família é objecto de protecção do Estado em virtude do papel fulcral que ela


tem na sociedade. Está função do Estado manifesta-se de forma diferente. Ela verifica-

3
Raul ARAÚJO e Elisa NUNES, Constituição da República de Angola Anotada, Tomo I, Luanda, 2014,
p. 291.
4
Diogo DE CAMPOS e Mónica DE CAMPOS, Lições de Direito da Família, reimp. 3ª ed., Almedina,
Coimbra, 2017, p. 13.

8
se na regulação das relações sociais no casamento ou na união de facto ou ainda no caso
da ruptura da relação do casal.

É o que vem plasmado no art. 35.º da C.R.A “a família é o núcleo fundamental


da organização da sociedade e é objecto de especial protecção do Estado, quer se
funda em casamento, quer em união de facto, entre homem e mulher”.

Outra questão relevante a realçar é o cristianismo no âmbito da família, pois ela


é a maior prova poder do cristianismo que se pode apresentar ao mundo é a de uma
família bem ordenada, bem disciplinada. Isso recomenda a verdade como nenhuma
outra coisa o pode fazer, pois é um testemunho vivo de seu poder sobre coração. A
melhor prova do cristianismo é o tipo de carácter gerado pela sua influência. As acções
falam mais alto que a mais positiva profissão de piedade.5

Nestes termos, uma família bem ordenada, bem disciplina fala mais em favor do
cristianismo do que qualquer sermões que se pode pregar. Uma família assim da prova
de que os pais foram bem sucedidos em seguir as instruções de Deus, e que seus filhos o
servirão na Igreja. Sua influência aumenta, pois, a medida que comunicam, recebem
para tornar a comunicar.

Assim, nova organização familiar, como qualquer outra, tem problemas e


consequências. Essas consequências podem ser positivas e negativas, grandes e
pequenas. A sociedade e as nações são afectadas pela família contemporâneas através
de debate morais, sociais e económicos.

É mister dizer que hoje a família deixou de ser simplesmente voltada para a
procriação, e passou a ser uma entidade que visa o afecto, a solidariedade, a igualdade e
a liberdade, ou seja, a protecção da pessoa humana e a sua dignidade passou a ser da
família moderna.

1.2. Noção jurídica de família.

O termo família advém da expressão latina famulus, que significa “escravo


domestico”, que designava os escravos que trabalhavam de forma legalizada na
agricultura familiar das tribos ladinas, situadas onde hoje se localiza a Itália.6

Nestes termos, o vocábulo família pode ter muitos significados, no âmbito das
ciências humanas, como a sociologia, a antropologia ou o direito. Para nosso estudo
importa-nos o conceito trazido pelo direito.

5
Cfr. Ellen G. WHITE, Fundamento da Lar Cristão, 2ª ed., Casa Publicadora Brasileira Tatuí, São Paulo,
2010, p. 17.
6
“O Conceito de Família e sua Evolução Histórica”.<https://investidura.com.br>.
Consultado aos 11 de Março de 2019.

9
Hodiernamente a definição de família e o seu papel numa comunidade estão a
ser desafiadas e explorados. A nova organização familiar, como qualquer outra, tem
problemas e consequências. Essas consequências podem ser negativas, grandes e
pequenas. Comunidade e nações são afectadas pelas famílias contemporâneas através de
debates morais e comunidade política também é afectada pelas famílias. Muitos
subtópicos encontrados na política, como casamento, aborto, violência domestica, são
vistos como questões separadas, contudo, esses tópicos podem ser encontrados
directamente associados à instituição família.

Segundo ROSEMARY RUETHER, reflecte que nunca houve apenas uma forma
da família. O próprio termo, de facto, requer definição porque abrange várias realidades
distintas das relações sociais e económicas humanas, de parentesco e não parentesco,
dentro das famílias e também para além delas. Essas relações têm sido muito maleáveis
nas sociedades humanas ao longo dos séculos mudando para reflectir diferentes funções
desempenhados por parentes e grupos familiares em relação à sociedade7.

Pois, o estudo de direito de família exige que tenhamos, antes demais, uma noção
do que é a família. É um conceito que não pode ser entendida apenas de forma
dogmática, porque ele está em correlação com a própria realidade económica, cultural e
social das diferentes sociedades humanas.

Quando falamos em família, costumamos pensar em modo modelo com qual


estamos mais familiarizados e o tomamos como padrão de normalidade, funcionalidade,
a dita família nuclear

Assim, o vocábulo família pode possuir vários significados para as diversas


áreas das ciências humanas, máxime no direito. No entanto, para os fins deste estudo
limitar-se-á aos conceitos trazidos pela ciência jurídica.

Segundo DONATI a “família é aquela relação que nasce especificamente na


base do casal homem/mulher para regular suas interacções e de troca de modo não
casual”.8

A ideia de família pode também ser entendido no sentido amplo como “a família
é aquele formada além cônjuges ou companheiros, e de seus filhos, abrange os parentes
da linha recta ou colateral, ou como os afins”.9

Por seu turno, família no sentido restrito é a comunidade formada pelos pais
(casamento ou união de facto) e a da família.

Actualmente nota-se a tendência de uma maior intervenção do estado nas


relações familiares, visando não só a solução consensual dos conflitos familiares, como
ainda protecção dos membros mais débeis da família e sobre tudo intervindo na defesa

7
Rosemary RUETHER, Christianity and the Making of the Modern Family, New Bacon Press, 2001, p.
18.
8
Donati, P., Manual de Sociologia da Família, Bari: Laterza, 1998, p. 127.
9
“O Conceito de Família e sua Evolução…”, cit..
10
dos direitos da criança quando se mostre que os titulares da autoridade paternal não
estão a exercê-los de acordo com a lei.

Do ponto de vista do direito a “família é um conjunto de normas jurídicas que


disciplinam as relações familiares – casamento, parentesco, afinidade e adopção e a as
relações jurídicas que se estabelecem e desenvolvem na dependência de famílias
(obrigação de alimento)”.10

Segundo MARIA MEDINA, direito da família “são em geral direito de tutela os


interesses das pessoas que fazem parres da comunidade familiar. Ou ainda como um
grupo social relacionado entre si por obrigações e direitos recíprocos.”11

É mister apontar a função promotora do direito da família no âmbito dos


comportamentos dos membros da família e da defesa dos legítimos interesses dos seus
membros tal como são tutelados por lei. É certo que questões de natureza
eminentemente política se vão repercutir no direito de família, como sejam a defesa dos
direitos fundamentais da pessoa humana à liberdade e à igualdade, a posição da mulher
na sociedade, a política de cada país em relação ao aumento ou diminuição da
população.

O direito da família compreende duais divisões fundamentais: o direito


matrimonial, refente ao casamento como acto e como estado, compreendendo as
relações pessoais e patrimonial dos cônjuges; e o direito da filiação. Também este
incluindo uma face patrimonial e outra pessoal.12

1.3.Tipologias de família

Temos a família extensa ou a grande família estabelecida com base no parentesco.


É a família parental formada por um lanço de pessoais, unida por uma ascendência
comum, ligadas por fortes lanços de solidariedade e como uma comunidade de interesse
económico.

A família monogâmica é estruturada no casamento único e exclusivo nos


cônjuges.

A família poligâmica ou melhor dizendo poligenica é aquela em que o marido se


apresenta ligado por lanços de casamentos validos com mais simultaneamente

A C.R.A., reconhece apenas, as uniões monogâmicas entre um homem e uma


mulher pondo de parte aceitação de famílias monoparentais, ou seja, de pessoas do
mesmo sexo. Essas uniões podem basear-se no casamento ou união de facto, devendo os
mesmos serem celebrados ou reconhecidos nos termos legalmente definidos.

10
Ana PRATA, Dicionário Jurídico, “Voz: Conceito de Família”, Vol. I, 5ª Edição., Almedina, Coimbra,
2008.
11
Maria MEDINA, Direito de Família, 1ª Edição, Escolar Editora, Lobito-Angola, 2011, p. 18.
12
Cfr.: Diogo DE CAMPOS, Lições de Direito da Família e das Sucessões, 2ª ed., Almedina, Coimbra,
2010, p. 28.

11
Assim podemos destacar os diferentes tipos de famílias na visão de Pedro
Abrantes e Mbangula Katúmua:13


Família nuclear, composta por pais e filhos, a viverem na mesma casa;

Família alargada, quando inclui a coabitação na mesma casa de pais,
filhos e outros parentes (avos, tios, primos, etc);
 Família recomposta, quando inclui os filhos um dos pais e um novo
companheiro, que se torna padrasto/ madrasta.
Para além dos tipos de famílias já citado, existe ainda os seguintes tipos de
família:

 Família pluriparental, “é um tipo de família mosaico que também


chamado pode ser chamado de família reconstituídas ou recomposta, ou
seja, é composta apenas por um dos pais (geralmente, a mãe) e os
filhos.”14
 Família monoparental, “entende como entidade familiar a comunidade
formada por qualquer dos pais e seus descendentes.”15

13
Pedro ABRANTES e Mbangula KATÚMUA, Curso Sociologia, Escolar Editora, Angola, 2014, p. 152.
14
<https://jus.com.br>.
15
<https://jus.com.br>. Consultado aos 11 de Março de 2019.

12
Cap. II- O CASAMENTO E A UNIÃO DE FACTO COMO FONTE DO
TESTAMENTO
2.1. Conceito de casamento e união de facto

No direito Romano, cujas concessões de casamento e da dissolução da sociedade


conjugal tiveram profundas repercussões na cultural mundial, designavam por affecttus
ou affectio maritalis16, a intenção do marido de tratar uma mulher com dignidade de
esposa. Ou seja, elevando-a ao seu nível e associa-la a todos os seus destinos, como se
de marido e mulher se tratassem. Suponha-se, por isso, que existiria entre ambos a
convivência e duração da vida em comum em que compartilha bens, ao concretizarem a
nível social aquela intenção.17

Enquanto, ainda hoje, o vínculo conjugal nasce de contrato, da troca de


declaração de vontade inicial, obviamente não é o que sucede a nível do nosso direito,
pois para nós o vínculo matrimonial resulta de um acto de vontade entre um homem e
uma mulher, constitutiva de um vínculo que perdura independentemente dessa vontade
inicial, salvo os casos, prefixados no ordenamento, de interrupção ou de dissolução do
vínculo.

Desde o início dos tempos o matrimónio é considerado um meio para se formar


uma família na sociedade, dessa forma, a Igreja era um facto importante para tal
formação, uma vez que sua chancela era o que tornava homem.

Por outro lado, a evolução da família, antigamente a constituição da família era


feita por meio do casamento como referido no parágrafo supra, mas com a evolução da
sociedade o reconhecimento de outra formais de constituição de família mudando
gradualmente até os nossos dias que uma outra forma de família que é a união de facto.

A expressão união de facto é típica da nossa ordem jurídica, mas noutras


realidade jurídica recebe nomes diferentes que é o caso da França que chamam de
“união livre” e no ordenamento jurídico brasileiro designam de “união estável”.

No entanto, na nossa realidade jurídica, o casamento não é única da família, mas


também a união de facto, como vem previsto no nº 1 do art. 35.º da C.R.A.

 Conceito de casamento
Nos termos do art. 20.º do C.F diz que “o casamento é união voluntária entre
um homem e uma mulher, formalizado nos termos da lei com objectivo de estabelecer
uma plena comunhão de vida”.

16
Segundo VIRGÍLIO QUEIRÓS e SOFIA MIRANDA, affectio maritalis, é a vontade, animo, intenção
dos cônjuges em manter e fazer perdurar a sua união, ou seja, afeição conjugal. Virgílio QUEIRÓS e
Sofia MIRANDA, Breviário Latim-Português, 2ª ed., Quid Juris, Lisboa, 2009, p. 29.
17
Leite de OLIVEIRA, A Affectio Maritalis e a União livre: Actualidade do Direito Romano, 1990, apud,
Edmara da COSTA, A União de Facto e sua Protecção Jurídica: Paralelismo entre o Direito Português e
Angolano, Existe? [Dissertação, 2014 – pp. 113 – on-line], Universidade Autónoma de Lisboa, Lisboa, p.
17. Disponível em: <www.repositorio.aul.pt >. Consultado aos 18 de Fevereiro de 2018.

13
Dai que o casamento é a relação em que os dois sexos opostos se aceitam um ao
outro como diferentes e aprendem e crescem por meio desta aceitação. Por isso, que
mundivência de Timothy Keller e Kathy Keller é aceitável quando dizem que “o
casamento é a relação monogâmica entre um homem e uma mulher”.18

 Conceito de união de facto


“A união de facto consiste na convivência sexual comum entre um homem e uma
mulher como se de marido e mulher se tratasse, sem a existência de um casamento
formalizado. Todavia, união de facto encerra uma vivência de carácter duradouro entre
um homem e uma mulher segundo figurino marital”. 19

2.2. Pressuposto inerente ao casamento e união de facto

 Pressuposto da existência do casamento20

a) Diversidade de sexo
Um dos pressupostos para que a celebração do casamento se efectiva é a
existência de diversidade de sexo. Esta diversidade é exigida por lei, pois o fim do
casamento é estabelecer entre os cônjuges uma pela comunhão como vem prevista no
art. 20.º CF. Logo, descarta-se a possibilidade de comparação do casamento como
outros tipos de união interpessoais do mesmo sexo, o exemplo típico nesse caso é o
homossexualismo.

Por outro lado, a CRA impõe também esta obrigatoriedade de diversidade de


sexo declarando que a “família quer se funde em casamento quer em união de facto,
entre um homem e uma mulher.”21

À luz da imposição legal, fica refutado a ideia de casamento de pessoas do


mesmo sexo. Consagrado a ideia de que a base do casamento há um acto pelo qual um
homem e uma mulher se encontram. Mas há determinados ordenamentos jurídicos22,
permitem a celebração de casamento de pessoas do mesmo sexo.

b) Duais declarações de vontade


No momento da celebração do casamento é essencial a existência de uma
declaração de vontade por pare de cada um dos nubentes.

O casamento como negocio jurídico bilateral, pressupõe que sejam emitidas duas
declarações de vontade e a omissão de declaração por pare de qualquer dos nubentes é
causa de inexistência. No caso de casamento celebrado por procuração, pode esta ter
deixado de produzir efeitos em virtude da sua revogação por do mandante ou por
caducidade em virtude da morte deste, ou por esta procuração ferida de falsidade. A

18
Timothy KELLER e Kathy KELLER, O Significado do Casamento, Vida Nova, São Paulo, 2012, p.20.
19
Maria MEDINA, Direito da Família, Escolar Editora, Lobito, 1ª ed., 2012, p. 347.
20
Ibedem, p. 179.
21
Cfr. nᵒ 1 do art. 35. ᵒ Constituição da República de Angola.
22
É o caso de Portugal, Brasil, Estados Unidos, Argentina, França, Holanda, Bélgica, Espanha, Canada,
África do Sul, Dinamarca, Uruguai e o Reino Unido.

14
falta de declaração de vontade por parte do nubente torna inexistente o mútuo
consentimento em que ele se vai estruturar.

Nas palavras de MARIA MEDINA, “é evidente que a exigência da existência


de duais declarações de vontade pressupõe a presença física de duas pessoas, ao auto
por parte dos nubentes, e se por absurdo, o casamento for realizado com a presença de
um só, ele será obviamente inexistente”.23

c) Intervenção do conservador do registo civil.


O art. 34.º do CF, declara que no acto da celebração do casamento é essencial a
intervenção:

 Dos nubentes, podendo um deles ser representado por um procurador;

Do funcionário do registo civil, pressupõe dizer que o casamento deve ser
celebrado por um funcionário competente do registo civil, que é em regra o
conservador ou o seu substituto legal. Logo a intervenção do funcionário com
competência para a prática de acto é outro requisito essencial à existência do
casamento. Nos casos em que o casamento por pessoa sem a competência
mesmo investida de autoridade pública ou até por um terceiro sem quaisquer
poder para o acto, é irrelevante perante a ordem jurídica. Só o casamento urgente
permite a celebração do casamento sem a presencia do competente funcionário
do registo civil, mas em condições especiais e sujeito a homologação posterior.
 De duas testemunhas, a solenidade corresponde a um verdadeiro rito que é
seguido durante o acto, no qual são chamados a intervir os nubentes e o
conservador do registo civil bem com duas testemunhas que servem como se
disse para fazer prova da identidade dos nubentes e da realização do próprio
acto. As servem ainda atestar a capacidade matrimonial dos nubentes e como
demonstração da importância social que é dada ao acto do casamento, como acto
que não se circunscreve à esfera privada dos nubentes e repercute-se no meio
social em que eles vivem.
Portanto, de acordo ao CF persistem determinados pressupostos de existência do
casamento sem os quais o casamento não chega a existir na ordem jurídica. Quando se
verifica a inexistência jurídica do casamento não há necessidade de propor qualquer
acção para a declaração de inexistência.

Pressuposto da união de facto


Os pressupostos definidos na lei para o reconhecimento da união de facto, estão
previstos no art. 113.º no C.F. que são:

23
Maria MEDINA, op. cit., p. 181.

15
a) Coabitação marital do homem e da mulher pelo período consecutivo de pelo
menos 3 anos: este pressuposto exige a comunhão de cama, mesa e habitação,
com a criação de laços de interdependência afectiva, social e económica entre os
companheiros.
A coabitação marital, pressupõe a comunhão de cama, mesa e habitação, com a
criação de lanços de interdependência afectiva, social e económica entre os
companheiros.
Nestes termos, se houver uma relação de amável entre homem e uma mulher,
sem a coabitação comum, não se configura a união de facto. Sendo certo que, a
lei estipula para a coabitação é de 3 anos, sem soluções de continuidade. É a
natureza estável da união e sua perduração no tempo que é tomada em conta
para ser operado o reconhecimento.

b) Capacidade matrimonial de ambos os membros do casal: este pressuposto


exige a capacidade do homem e da mulher, o que implica que ambos têm
capacidade para contrair casamento em geral e também que entre eles não exista
impedimentos dirimentes relactivos;

c) A singularidade da união: relactivamente este pressuposto a lei obriga que a


união de facto seja exclusiva, o que implica que ela seja singular, de um único
homem com uma única mulher.

A questão da singularidade, reflecte a aceite do principio da monogamia que é


fundamental ao instituto do casamento e, consequentemente ao instituto da união
de facto reconhecida.24
É mister dizemos que para que se opere o reconhecimento da união de facto, não
é imprescindível que durante toda a sua vigência se configurem os pressupostos
legais do reconhecimento reactivos à capacidade matrimonial, ao mútuo
consenso e á singularidade.
2.3. Análise do art. 35.º da Constituição da República de Angola

Começamos analisar o art. 35.º CRA, fazendo uma analogia com o art. 16.º da
Declaração Universal dos Direitos do Homem “1. A partir da idade núbil, o homem e a
mulher têm o direito de casar e constituir família, sem restrição alguma de raça,
nacionalidade ou religião. Durante o casamento e altura da sua dissolução ambos têm
direitos iguais. 2. O Casamento não pode ser celebrado sem o livre e pleno
consentimento dos futuros esposos. 3. A família é o elemento natural e fundamental da
sociedade e tem direito à protecção desta e do Estado.”

A CRA, traz-nos a ideia que a família esta ligada a união entre pessoas de sexos
diferentes. Logo a família é entendido como núcleo fundamental da sociedade.
Francesco Carnelutti, diz “a forma microscópica e originária do Estado chama-se

24
Maria MEDINA, op. cit, p. 354.

16
família”25 (prima societas in cogniugio est).26 Por outro lado, família que se constitui
com base em vínculos naturais ou jurídicos e pela decisão livre de duais pessoas de
sexos diferentes de contraírem matrimónio.

O nº 1 do 35.º da CRA, a família enquanto núcleo fundamental da sociedade é


ela que se encarrega de transmitir valores morais e culturais aos seus membros o que faz
com que cada pessoa possa desenvolver-se de acordo com as normas estabelecida na
sociedade. As formas de vida familiar são diversas. Elas dependem de factores sociais,
culturais, económico e afectivos.

Ora, a família desenvolveu-se desde a comunidade primitiva como sendo o


núcleo básico da sociedade. Ela tem funções sociais muito grandes que estão dirigidas
para a educação dos filhos, para a sua sobrevivência e satisfação das suas necessidades.
A família é o objecto de protecção do Estado em virtudes do fulcral que ela tem na
sociedade. Vale ainda dizer que a função de protecção do estado verifica-se, da mesma
forma, na criação de mecanismo de assistência à família assegurando que não exista
violência domestica.27

Relativamente, a constituição da família a CRA, reconhece apenas as uniões


monogâmicas entre um homem e uma mulher. Essa união pode basear-se no casamento
ou união de facto, devendo o mesmo serem celebrados nos termos da legalmente
definidos.

No nº 2 do art. 35.º CRA, faz referência que à constituição de família é um


direito constitucional, e funda-se na autonomia de vontade das partes,28 isto quer dizer
que as pessoas são livres de constituírem, ou não família. Assim, sendo ninguém pode
ser obrigado a constituir família ou a ter como cônjuges uma pessoa que ela não queira.

Já o nº 3, diz respeito a igualdade entre o homem e mulher no seio familiar é


resultado do princípio democrático de igualdade das pessoas assim como o princípio da
igual consagrado no nº 1 do artigo 23.º “1º todos são iguais perante a constituição e a
lei”.

O princípio da igualdade aparece pela primeira vez no artigo 1.º da Declaração


do direito da Virgínia (Estados Unidos da América) de 1976 “todos os homens nascem
igualmente livres e independentes, têm direitos certos essências e naturais dos quais
não podem, por nenhum contrato, privar nem despojar sua posteridade: tais são direito
e gozar a vida e a liberdade com o meio de adquirir e possuir propriedade, de procurar
obter felicidade”.

25
Francesco CARNELUTTI, Arte do Direito, Escola Editora, Lisboa, 2012, p. 14.
26
Atmologicamente quer dizer que: a origem da sociedade é a família.
27
Cfr. Raul ARAUJO e Elisa NUNES, Constituição da República de Angola Anotada, Tomo I, Luanda,
2014, p. 292 – 293.
28
De acordo com ANA PRATA, autonomia de vontade “é o princípio segundo o qual dentro dos limites
estabelecido na lei, a vontade livremente expressa tem um poder de criar, modificar e extinguir relações
jurídicas”. Ana PRATA, “Dicionário Jurídico, voz: autonomia de vontade”, Vol. I, 5ª ed., Almedina,
Coimbra, 2009.

17
Todavia, o princípio da igualdade é um dos princípios estruturante dos direitos
fundamentais29, ela pode ser entendida enquanto igualdade formal (igual jurídica),
própria do Estado liberal e igual material que prevê que as pessoas sejam iguais mas
baseadas em pressupostos bem claros, ou seja, não se pode tratar duais pessoas como
iguais verdadeiramente não sejam. Portanto, este princípio empoe um tratamento
jurídico idêntico a todos que se encontrem em situação idêntica ou similar.

Já o nº 4, sendo que ao Estado incumbi proteger a família, dai através de lei o


Estado regula os requisitos e os efeitos do casamento e da união de facto bem como
relactivo a sua dissolução.

No nº 5, consagra a dignidade do direito fundamental ao princípio da igual legal


dos filhos, matéria que era apenas regulada pela legislação ordinária, nomeadamente o
art, 128 do CF “os filhos têm iguais direitos e estão sujeitos aos mesmos deveres para
com os pais, estejam ou não munidos para o casamento”.

O nº 6, visa proteger a criança em todos os âmbitos, uma vez que eles são
indefesos e vulneráveis. Assim, Assembleia Geral das Nações Unidas, aprovou a 20 de
Novembro de 1989 a convenção sobre os direitos da criança que estabelece os direitos
fundamentais das crianças sejam eles civis e políticos assim como direitos económicos,
sociais e culturais de todas as crianças.

Dai que as politicas publicas relactivos as crianças têm como objectivo a


protecção e desenvolvimento harmonioso da criança em que se enquandram o acesso ao
ensino, a protecção da sua saúde as melhores condições de vida e ensino.

Finalmente o nº 7 faz alusão a promoção harmonioso e integral dos jovens e


adolescentes, deve ser criadas politicas de prevenção da criminalidade juvenil. No
âmbito do seu dever de agir o Estado tem obrigação de adoptar politicas que promovam
o desenvolvimento harmonioso e integral dos jovens e adolescentes, bem como criar
condições para a efectivação dos seus direitos políticos, económicos, sociais e culturais,
devendo estimular as organizações juvenis para prosseguimento de fins económicos,
culturais, artísticos recreativos, desportivos, ambientais, científicos, educacionais,
patrióticos e de intercâmbio juvenil internacional.

Cap. III- A RELEVÂNCIA DO INSTITUTO DO TESTAMENTO NO


DIREITO ANGOLANO.
3.1. Entendimento do testamento.

29
“Direitos fundamentais são direitos garantidos pelo Estado através da Constituição”. Isabel ROCHA
et al., Introdução ao Direito 10ª Classe, Porto Editora, Porto, 2013, p. 69.

18
O fundamento da sucessão pode render-se em dois sentidos: qual o fundamento do
fenómeno sucessório aqui interesse responde a existência de uma sucessão mortis
causa, quais os motivos que levaram a estabelecer a devolução sucessória em certos
termos, nomeadamente a estabelecê-la nos quadros da família transmitindo-se os bens a
certos familiares mais próximo.

Por morte do titular dos direitos e das obrigações, há necessidade socialmente


sentida de que aqueles e estás “adquiram” um novo titular; caso o contrario, as coisas
sem proprietário transformar-se-iam em res nullius,30 sujeitas à apropriação do primeiro
que as ocupasse os créditos extinguir-se-iam, bem como as obrigações. A ordenação dos
bens, o comércio jurídico a própria ordem social estaria sujeitos a constantes rupturas e
perturbações.31

Do latim sucedere (de sub + cedere), significa não só um vir depois com também
por forca do prefixo (sub), um ocupar lugar de. Como se vê, é um termo mais rico e
abrangente

Consta do art. 2.224.º do CC o conceito legal de sucessão murtis causa32. Ali se


diz ser ela “o chamamento de uma ou mais pessoais a titularidade das relações
jurídicas de uma pessoa falecida e a consequente devolução dos bens que a está
pertencia”.

Segundo DIOGO CAMPOS, sucessão “toma no seu sentido mais lato designa
uma sequência temporal entre dois fenómenos – um dos quais se segue, (sucedem), a
outro”33

30
Res nullius, etimologicamente significa “coisa de ninguém; isto é, que a ninguém pertence; território
“sem dono”, é caso dos animais no seu ambiental natural (não domésticos) são res nullius”. Virgílio
QUEIROZ e Sofia MIRANDA, Breviário Latim – Português, 2ª ed., Quid Iuris, Lisboa, 2009, p. 169.
31
Diogo CAMPOS, Lições de Direito da Família e das Sucessões, 2ª ed., ver. e act., Almedina, Coimbra,
2012, p. 445.
32
Quer dizer “por causa da morte. Direitos e deveres que os herdeiros adquirem por morte de um
familiar”. Virgílio QUEIROZ e Sofia MIRANDA, op. cit., p.128
33
Diogo CAMPOS, op. cit., p. 453.

19
3.2. As várias espécies de testamento.

3.3. Análise dos arts. 2182.º e 2188.º do Código Civil.

3.4. A família angolana e o instituto do testamento.

3.5. A relevância do património na estabilidade económica das famílias.

3.6. Reflexão do testamento no direito comparado.

20

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