Sei sulla pagina 1di 5

Uma breve exposição da vida de William Carey, como missionário na Índia.

1. A INFÂNCIA E A JUVENTUDE DE CAREY

William Carey nasceu em uma família pobre, em 1761, perto de Northampton, na


Inglaterra. Seu pai era um tecelão que trabalhava em casa em uma máquina de tear. Durante
a infância, Carey teve uma vida normal, marcada por simplicidade. Eventualmente tinha
problemas alérgicos que o impediram de realizar seu desejo de trabalhar como jardineiro.
Quando bem jovem, aos dezesseis anos, não podendo mexer com flores, iniciou como
aprendiz de sapateiro. Carey ficou nessa profissão até os 28 anos de idade. Ele converteu-se
aos dezoito anos e ingressou na Igreja Batista, um dos menores grupos dissidentes de seus
dias. Na sua “Investigação”, referiu-se à denominação de que fazia parte como batista
particular. Após sua conversão, desenvolveu o hábito de estudar a Bíblia nas horas livres.

Com dezenove anos, William Carey se casou com Dorothy, cunhada de seu patrão.
Dorothy era cinco anos mais velha do que Carey, não sabia ler e logo revelou um
temperamento difícil. No casamento reinava pouca harmonia e, para dificultar ainda mais a
vida familiar os problemas econômicos eram comuns, tornando-se mais intensos com o
crescimento da família e a responsabilidade de Carey no cuidado de sua cunhada e de quatro
sobrinhos, após a morte do seu patrão.

Durante certo tempo William Carey acumulou as funções de pastor, professor de


tempo parcial e sapateiro na sua pequena aldeia. Na verdade, desde a juventude ele atuara
como pregador leigo, mas só em 1785 recebeu o convite para ser pastor em uma pequena
igreja batista. Mais tarde foi chamado para pastorear uma igreja maior em Leicester, mas
mesmo assim ainda precisava trabalhar em outras atividades para sustentar a família. Como
pastor, Carey revelava uma preocupação muito grande com o estudo. Quem chegasse em sua
humilde casa, caracterizada pelas lindas flores que ele mesmo cultivava, sempre o encontraria
com um livro. Foi durante seus anos de pastorado, marcados especialmente pela leitura, que
Carey passou a desenvolver sua visão missionária, concluindo, para surpresa da igreja e dos
ministros cristãos de seus dias, que a evangelização do mundo era a principal responsabilidade
da noiva de Cristo.

Uma das dificuldades que William Carey teve que enfrentar para incutir a necessidade
do envio de missionários às nações. Carey expõe argumentos lógicos e teológicos
apresentando-os como fundamentos para o envio de missionários aos pagãos, frisando
especialmente que o Reino de Cristo tem que ser proclamado a toda a terra. Num sermão
sobre Isaías 54.2-3, dirigido a um grupo de pastores batistas em Nottingham, no dia 31 de
maio de 1792, Carey reforçou os apelos constantes da sua “Investigação” e pronunciou a frase
que se tornou célebre como a filosofia de trabalho do grande missionário: “Realizar grandes
coisas para Deus; esperar grandes coisas de Deus.”
Em junho de 1793, ele e sua família partiram para a Índia Carey chegou em Hooghly no
dia 11 de novembro de 1793, marcando o início da grande era das missões além mar,
promovidas pela Inglaterra e Estados Unidos. Em virtude da oposição da Companhia das Índias
Orientais, a família Carey foi para o interior da Índia e, logo depois, para Malda. Ali, William
Carey de dedicou a aprender a língua bengali e se aventurou numa tradução do Novo
Testamento para essa língua. O trabalho, contudo, revelou-se um fracasso, pois Carey não
tinha habilidade em redação, conhecia muito pouco da dinâmica da língua e a tradução
tornou-se ininteligível. Isso não desanimou o infatigável missionário que refez a tradução até
que pudesse ser compreendida pelo povo bengalês.

Trabalhando em Malda numa fábrica de anil, enfrentando terríveis problemas familiares


como se verá a seguir, Carey não desanimou. Além de se empenhar firmemente na tradução
da Bíblia, Carey também atuava como pregador, fundava escolas e, em 1795, inaugurou uma
igreja batista em Malda que contava com quatro membros ingleses. É verdade que o povo
bengalês comparecia às centenas para ouvir a mensagem do evangelho, mas ao fim de sete
anos de trabalho em Malda, Carey não tinha sequer um convertido que pudesse apresentar
como fruto do seu ministério.

Em 1800, William Carey deixou Malda e transferiu-se para Serampore, um território


dinamarquês perto de Calcutá. Ali ele permaneceu até o fim de sua vida. A lado de Josué
Marshman e William Ward, Carey passou a viver um tempo maravilhoso de trabalho em
equipe marcado por oração, respeito, mútua cooperação e compromisso sério com a obra do
Senhor. Marshman, Ward e Carey formavam o conhecido “Trio de Serampore” que conduziu a
missão a um notável sucesso.

Com dedicação sem igual, disposto a sacrificar seus bens, tempo e qualquer outra coisa
a que pudesse se apegar, dono de um caráter dócil e uma vida santa, Carey organizava escolas
(ele organizou, inclusive, o colégio Serampore para treinamento de evangelistas nativos),
ensinava línguas orientais no colégio de Fort William em Calcutá e continuava seus esforços na
tradução da Bíblia que verteu inteira para três idiomas: bengalês, sânscrito e marathi. Além
disso, traduziu porções da Bíblia para inúmeras outras línguas, ainda que a qualidade de seu
trabalho não fosse muito apreciada pelos críticos.

Em Serampore o trabalho evangelístico era intenso. Apesar disso, as conversões


aconteciam muito lentamente. A evangelização era também uma parte importante do
trabalho em Serampore e um ano após o estabelecimento da missão os missionários se
alegraram com o primeiro convertido. No ano seguinte houve mais convertidos, mas de modo
geral a evangelização progrediu lentamente. Cerca do ano 1818, depois de 25 anos de missões
batistas na Índia, havia mais ou menos 600 convertidos batizados e mais alguns milhares que
compareciam às aulas e cultos. Dorothy Carey morreu em 1807 e, seis meses depois do seu
sepultamento, o viúvo se casou com Charlotte Rumohr. O casamento foi feliz e durou até
1821, quando Charlotte morreu. Durante seu tempo de convivência o casal dedicou-se ao
trabalho de tradução, pois Charlotte tinha grande habilidade lingüística. Após sua morte,
Carey, aos 62 anos de idade, se casou com Grace Hughes, dezessete anos mais jovem do que
ele e que se demonstrou extremamente solícita no cuidado do marido que passara a ter
frequentes problemas de saúde.
O trabalho de Carey na Índia foi extraordinário. O pai das missões modernas, além das
realizações mencionadas acima lutou contra a queima de viúvas e o assassinato de crianças.
Ele tinha uma visão missionária muito à frente do seu tempo, dedicando-se à causa cristã sem
desrespeitar os aspectos da cultura local que não feriam os valores revelados por Deus nas
páginas da Bíblia. Ademais, lutou pela formação de uma igreja autóctone, com a Bíblia na
língua do povo, com uma liderança nativa e traços distintivos que não fossem importados da
Europa.

O primeiro obstáculo que William Carey teve que enfrentar para realizar seu alvo de
evangelização dos pagãos foi a sua própria igreja. Reinava em seu tempo a idéia de que a
Grande Comissão não se aplicava aos cristãos em geral, mas exclusivamente aos apóstolos
diante de quem o Senhor ressurreto a enunciou. Esse pensamento estava fortemente
associado a uma teologia hipercalvinista que tirava da igreja o dever de anunciar as boas novas
aos perdidos das nações distantes. Conta-se que quando o jovem pastor apresentou as suas
ideias revolucionárias para a época a um grupo de ministros, um deles lhe disse: “Jovem,
sente-se. Quando Deus quiser converter os pagãos, ele o fará sem a sua ajuda ou a minha”.
Carey reagiu contra essas ideias. Realçou o dever da igreja de evangelizar os povos e disse que
se a Grande Comissão se restringisse aos apóstolos, então a ordem de batizar também estaria
restrita a eles. Ademais, argumentou, se só aos apóstolos se aplicam as determinações da
Grande Comissão, os ministros que têm pregado o evangelho a outros povos têm agido sem
autorização de Deus para tanto e a presença constante de Cristo prometida na Grande
Comissão também não se aplica a ninguém além dos ouvintes originais.

Um segundo obstáculo ao ministério de William Carey foi a Companhia das Índias


Orientais. Stephen Neill escreve:O momento da chegada de Carey à Índia não era propício para
a fundação de uma missão. A Companhia das Índias Orientais, companhia comercial que se
transformara gradualmente num império e que era então o poder dominante da Índia,
suspeitava dos missionários e hostilizava sua chegada, não tanto por questões religiosas, mas
por temer as perturbações provocadas pelo Evangelho, o que poderia abalar o controle
sempre incerto de determinadas regiões. Carey e sua família viram-se, de fato, na situação de
imigrantes ilegais, sujeitos de um momento para outro a serem deportados. O problema com
a Companhia das Índias Orientais foi resolvido quando Carey e sua família se mudaram para o
interior, desaparecendo da vista de todos.

O terceiro obstáculo ao ministério de Carey (e talvez o mais difícil) foi a sua esposa.
Desde o início Dorothy se opusera á ida de Carey à Índia e se recusara a ir com ele. Juntamente
com outro missionário, John Thomas, Carey chegou a partir sem a esposa. A viagem, porém,
foi interrompida por motivos burocráticos quando o navio ainda estava na Inglaterra. Por esse
tempo, Dorothy mudou de ideia e resolveu partir com o marido e seus quatro filhos pequenos
(um deles com apenas três semanas).

Estando já na Índia, Carey, como já dito, se viu forçado a partir para o interior em face
da oposição da Companhia das Índias Orientais. Na ocasião, Dorothy, mais uma vez, revelou-se
uma mulher inadequada como esposa de missionário. Ela se mostrou cada vez mais abalada
psicologicamente. Ademais, instalada em meio a pântanos, a família viu-se em circunstâncias
deploráveis e Dorothy ficou muito doente, exigindo, juntamente com os filhos, a total atenção
do marido. A situação só melhorou quando ele conseguiu se transferir para Malda onde foi
trabalhar como capataz numa fábrica de anil. Ali, porém, Dorothy demonstrava que sua saúde
mental estava em notável declínio. Com a morte de um dos filhos, que então contava com
cinco anos, a esposa de Carey enlouqueceu totalmente.

A demência de Dorothy teve resultados trágicos para a família. Um deles se fez sentir na
educação dos filhos. Carey, além de viver constantemente ocupado com inúmeras tarefas, era
um homem muito dócil, incapaz de ser rígido com as crianças. A mãe, no estado em que se
encontrava, não tinha condições de suprir a ausência e falhas do pai na correção dos meninos
que cresceram como vadios indisciplinados. Foi a interferência firme da Sra. Marshman e a
posterior dedicação de Charlotte Rumohr, a segunda esposa de Carey, que impediram que os
filhos de Carey se perdessem totalmente. A grande luta de Carey com a doença de sua esposa
findou-se em 1807, quando Dorothy faleceu aos 51 anos de idade. Foi o fim de um triste
obstáculo para a obra missionária que jamais contou com o real apoio daquela mulher, mesmo
em seus dias de saúde física e psíquica.

O quarto fator que pode ser citado como obstáculo ao trabalho de William Carey foi sua
chocante dificuldade com traduções. Como visto acima, Carey não conseguia se fazer entender
quando escrevia uma sentença, de forma que sua obra sofria sérios e justos ataques de
qualquer pessoa que tivesse paciência para avaliá-la. Para piorar a situação, em 1812 ocorreu
um incêndio que destruiu anos de seu intenso e difícil trabalho de tradução. O modo como
Carey superou tudo isso foi através da perseverança. De fato, Carey era um homem que nunca
desistia. Nada fazia com que ele interrompesse sua obra. Se ao final de uma tradução ele
descobria que o texto era de difícil compreensão, ele retomava pacientemente o trabalho e
fazia tudo outra vez, até que o resultado fosse satisfatório para os leitores. Mesmo quando
suas traduções foram queimadas em 1812, esse incansável missionário aceitou o fato como
manifestação da vontade de Deus e iniciou tudo outra vez com zelo ainda mais intenso.

O último obstáculo que Carey enfrentou em seu trabalho missionário foi decorrente
da chegada de novos missionários enviados da Inglaterra a Serampore pela Sociedade
Missionária Batista. De fato, com a chegada desses missionários a paz da missão de Serampore
chegou ao fim. Os novos obreiros se recusaram a se submeter à liderança dos veteranos e
também não aceitaram adotar o estilo de vida e filosofia de trabalho do “Trio de Serampore”.
Assim, o resultado inevitável foi a divisão. Então, os missionários mais novos se afastaram e
formaram a União Missionária de Calcutá.

A Sociedade Missionária Batista, a que Carey estava ligado desde que fora fundada por
sua própria influência, tinha por esse tempo líderes que sequer o conheciam pessoalmente.
Esses líderes deram apoio aos missionários jovens que eles próprios haviam nomeado. Por
tudo isso, em 1826, a Missão de Serampore cortou relações com a Sociedade Missionária
Batista. Como resultado desse rompimento, terríveis problemas financeiros começaram. Não
havia como a missão de Carey se sustentar e também suprir as necessidades dos diversos
postos missionários ligados a ela sem o apoio da Inglaterra. Carey, como em outras ocasiões,
também soube lidar com esse obstáculo ao trabalho do Senhor. A solução foi simples: auto-
humilhação. Carey e Marshman, vendo que não havia meios de continuar sem o sustento da
Sociedade, se submeteram novamente e ela. Assim, foi dada continuidade ao trabalho até que
a morte, o último oponente, se levantou. Contra esse obstáculo o corajoso missionário não
teve como lutar. William Carey morreu em 1834.

A obra de Deus não carece necessariamente de ministros que apresentam os padrões de


grandeza que o mundo exalta. Carey era apenas um pobre sapateiro, com limitações notáveis
oriundas de problemas familiares e até mesmo carente de certos dotes intelectuais. Foi ele,
contudo, que deu o impulso inicial ao grande século das missões transculturais, tornando-se
famoso em todo o mundo e influenciando vidas até os dias modernos. William Carey sequer
teria saído da Inglaterra caso não fosse dono de um espírito perseverante, capaz de enfrentar
pacientemente qualquer obstáculo e prosseguir sem esmorecer na perseguição de seus ideais.
Não resta dúvida que, sob o ponto de vista humano, o sucesso de Carey foi devido à sua
firmeza e pertinácia. O trabalho do Senhor muitas vezes revela-se lento e tardio em frutificar.
Todo homem de Deus deveria atentar para esse fato e não nutrir no coração a danosa
tendência de se comparar com outros que, aparentemente, têm tido mais sucesso no
ministério, nem se sentir frustrado em expectativas muitas vezes vaidosas de ver multidões
diante de si, sedentas por ouvi-lo. A história das missões e, especificamente, a vida de William
Carey mostram que muitas vezes o plano de Deus na obra missionária não é a conversão
numerosa dos ouvintes, mas o fortalecimento da fidelidade dos pregadores. Muitas vezes, o
campo de trabalho de Deus é seu próprio servo. A história do pai das missões modernas,
se afigura como fonte de instrução, estímulo, exemplo e correção. Por meio dela não
somente se detecta parte do que Deus realizou no grande século das missões
ultramar, mas também é possível sentir o coração inclinado para novos desafios e
para a expectativa de que ainda nesta geração o Senhor reavive a sua obra em todo
o mundo.

Potrebbero piacerti anche