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Após a anamnese, peça para que a paciente se dirija ao banheiro, retire toda sua roupa
(inclusive calcinha e sutiã), esvazie a bexiga e vista o avental descartável com a abertura para
a frente. Realize o exame físico geral primeiro e depois o específico.
Lembre-se: você deve estar com jaleco de mangas compridas, calçado fechado,
cabelos presos, unhas aparadas curtas, sem acessórios tipo anéis, pulseiras, colares e brincos
longos que possam cair sobre a paciente ou atrapalhar o exame físico.
● Inspeção dinâmica: levantar os braços estendidos partindo dos joelhos até sobre
a cabeça e retornar, lentamente; comprimir as mãos sobre os quadris jogando os
cotovelos para frente. Observar retrações da pele, retrações ou desvio dos mamilos.
Lembrete: pedir antes para a paciente tirar os braços da camisola, senão ela não conseguirá
levantar os braços e nem você conseguirá observar suas mamas. Em seguida, peça para ela
vestir a camisola e se deitar.
● Palpação grosseira (mão espalmada) e fina (ponta dos dedos), de todos os quadrantes.
Lembretes: NÃO ESQUECER DE PEDIR PARA A PACIENTE COLOCAR AS MÃOS ATRÁS
DA NUCA! Abrir a camisola um lado de cada vez para não expor demais a paciente.
Obs: Depois da palpação das mamas você irá realizar a palpação do abdome. Lembre-se de
pedir para que ela abaixe os braços e os coloque ao longo do corpo e peça para que ela já
coloque as pernas nas perneiras (posição de litotomia) para relaxar a musculatura do abdome
para facilitar a palpação. Ou então, ela poderá estar deitada, mas com as pernas apoiadas
(levantar a parte inferior da mesa ginecológica para apoiar as pernas da paciente) e nunca
pendentes, sem apoio. Lembre-se de cobrir a paciente desde o abdome até os pés nesta fase
do exame.
Exame especular:
● Coleta de secreção vaginal do fundo de saco posterior para exame a fresco ou teste
das aminas (KOH), quando necessário.
● Inspeção da cérvice (colo uterino): tamanho (hiper, normo ou hipotrófico), forma
do orifício externo do canal cervical (circular, em fenda transversa), coloração,
características da superfície da mucosa (presença de ectopia friável ou não), presença
de lesões ou secreções.
● Coleta de material (se for exame preventivo) da junção escamo-colunar (JEC) utilizando
a espátula de Ayre para a ecto cervice e a escovinha cervical para o canal.
● Limpar o colo com algodão embebido em soro fisiológico retirando as secreções e
enxugar com gaze ou algodão.
● Realizar o Teste de Schiller, aplicando a solução de Lugol (ou de Schiller) em todo o
colo uterino com algodão. Secar com gaze e observar se é negativo (todo o epitélio
escamoso do colo se cora) ou positivo (quando há alguma área que não se corou).
● Fazer a remoção do espéculo liberando primeiramente o colo, torcendo em seguida
o parafuso para ir fechando as lâminas do espéculo lentamente, aproveitando para
visualizar as paredes vaginais na retirada, cuidando para não pinçar a pele ou a mucosa
da paciente.
● Descartar todo o material contaminado (luvas, espéculo, pinças, gazinhas, algodão,
espátula, escovinha) no lixo próprio para este fim.
● As embalagens plásticas e de papel dos materiais descartáveis podem ser desprezadas
no lixo comum reciclável.
Obs: Há espéculos com mecanismo de abertura através de alavanca com trava, os quais não
possuem a borboleta-parafuso.
Toque bimanual:
Lembretes: apague e retire o foco de luz de perto da paciente. Retire as luvas e calce uma
luva nova na mão direita (se for destro), lubrificando os dedos indicador e médio com vaselina
líquida. Não encoste o bico da almotolia na sua luva. Realize o toque vaginal de pé, com o
pé direito (se for destro) apoiado na escadinha e seu cotovelo apoiado na sua coxa para não
jogar muito do seu peso sobre a paciente. Se for canhoto, as posições das mãos e pernas são
invertidas. Lembre-se de fazer pressão sempre em direção posterior, na região da musculatura
do períneo, e nunca em direção ao pubis.
● Com os dedos anelar, mínimo e polegar da mão que faz o toque afaste os grandes e
pequenos lábios da paciente, introduzindo primeiramente o dedo médio na vagina e em
seguida o dedo indicador, aprofundando em direção ao colo, em ângulo posterior.
● Teste a elasticidade das paredes vaginais, abrindo seus dedos no canal vaginal, e
observe se há nodulos ou septos.
● Palpe os fundos de saco vaginais (fórnices) observando se estão livres ou ocupados,
dolorosos ou não.
● Palpe o colo uterino, observando sua posição e mobilidade, se é dolorosa ou não.
● Jogando o colo para cima, em direção anterior, procure palpar o útero que deverá estar,
na maioria das pacientes, entre os dedos vaginais e a mão abdominal, no caso de
úteros em anteversoflexão (AVF).
● No caso de úteros em retroversoflexão (RVF), você irá palpá-lo com seus dedos
vaginais no fundo de saco posterior.
● Se o útero estiver em posição intermediária (medioversão), é provável que você não
consiga palpá-lo.
● Observe a forma, o volume e os contornos do útero, se são regulares ou lobulados,
caso esteja palpável.
● Direcione os dedos vaginais à direita, e depois à esquerda, do colo uterino fazendo
pressão para cima, e com a mão abdominal, tente palpar os ovários respectivamente
nas fossas ilíacas direita e esquerda, lateralmente ao útero. Observe forma, volume e
consistência dos ovários. Os ovários são órgãos com sensibilidade dolorosa, portanto
não os comprima demais para não causar dor.
● Nos úteros em medioversão e retroversão, a palpação dos ovários é bem dificultada ou
impraticável.
● As tubas uterinas normalmente não são palpáveis, a não ser que estejam com volume
aumentado.
Finalização do exame:
● Após o toque bimanual, retire sua luva descartando-a no lixo de material contaminado, e
abaixe o lençol cobrindo as pernas da paciente, até os pés.
● Avise que o exame já acabou e que ela pode se levantar e se dirigir ao banheiro para
vestir sua roupa.
● Fique perto da paciente enquanto ela se levanta e desce da mesa ginecológica pois
pode ocorrer vertigem e queda da paciente se ela fizer isso muito rápido, principalmente
se ela estava muito ansiosa durante o exame.
● Peça para que ela não tranque a porta do banheiro com chave.
● Descarte a parte do papel lençol da maca que foi usada para a paciente, recobrindo a
mesma com um papel novo. Dobre o lençol de cobrir, deixando o ambiente preparado
para a próxima paciente.