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06/08/12 UNIDADES DISCURSIVAS NA FALA CULTA DE SÃO PAULO

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UNIDA DES DISCURSIVA S


NA FA LA CULTA DE SÃ O PA ULO

Paulo de Tarso Galembeck (UEL/C LC H)

Pre lim inare s

Este trabalho te m por obje tivo discutir os proce dim e ntos de e struturação de e nunciados caracte rísticos da língua
falada (de nom inados unidade s discursivas) e de suas parte s com pone nte s, e m diálogos sim é tricos. Adota-se ,
com o hipóte se de trabalho, o fato de que as unidade s discursivas constitue m unidade s pragm áticas (e não ape nas
sintáticas) e , assim , apre se ntam proce ssos variados de e struturação, incorporam dados do conte x to e da situação,
e re fle te m o proce sso de e laboração do te x to conve rsacional.

O córpus do trabalho é constituído pe los inqué ritos n o 062, 333, 343 e 360, pe rte nce nte s aos arquivos dos Proje tos
NUR C /SP. Esse s inqué ritos e stão publicados e m C astilho e Pre ti (1987) e de cada um de le s foi e x traído um tre cho
corre sponde nte a 20 m inutos de gravação.

A e x posição com põe -se duas parte s. Na prim e ira, de dicada à fundam e ntação te órica, discute -se o m odo
pragm ático da linguage m e e x põe -se o conce ito de unidade discursiva.

Fundam e ntação Te órica

O modo pragmático da linguagem

C astilho (1989) de fine a língua falada (por e le de nom inado “língua oral”) com o o m odo pragm ático da linguage m .
C om e fe ito, a língua falada apre se nta um a e struturação do e nunciado fragm e ntária e truncada, caracte rizados
pe los anacolutos, falsos com e ços, re pe tiçõe s, truncam e ntos, pausas, proce ssam e nto incom ple to da inform ação;
para suprir e ssas lacunas, e la se se rve dos dados do conte x to e da situação de e nunciação.

O apoio nos dados conte x tuais e situacionais é de vido às condiçõe s de produção da língua falada. Ela é re alizada
se m plane jam e nto pré vio (plane jam e nto local), e m um local e m om e nto de te rm inados e num a situação de
inte ração dire ta e ntre os inte rlocutore s; de sse m odo, ne la se tornam e vide nte s os dados indicativos do
proce ssam e nto ve rbal, da situação da e nunciação e da pre se nça dos inte rlocutore s. Justa m e nte a pre se nça de sse s
dados confe re à língua falada um caráte r m odular, algo com o um a e strutura inacabada, que re ve la (ainda que
parcialm e nte ) as e tapas da form ulação do e nunciado.

O ra, a unidade habitualm e nte conside rada com o form a canônica de e struturação do e n unciado (a frase , sim ple s
ou com ple x a) não se aplica à língua falada, pe los m otivos e x postos a se guir. Inicialm e nte , cabe conside rar que a
frase , na língua e scrita, possui lim ite s nítidos, re pre se ntados visualm e nte pe la inicial m aiúscula e (ge ralm e nte )
pe lo ponto final. Na língua falada, ao contrário, e sse s lim ite s não e x iste m , porque os e nunciados são produzidos
aos jatos, aos borbotõe s, e sua de lim itação te m m uito de intuitivo.

Alé m disso, na língua falada, a construção do e nunciado é pe rm e ada pe los fe nôm e nos caracte rísticos de ssa
m odalidade de re alização lingüística (pausas, inse rçõe s, truncam e ntos) e por m arcas da pre se nça dos
inte rlocutore s (m arcas de subje tividade e inte rsubje tividade ). Esse s fe nôm e nos tam bé m não são conside rados na
frase , e nquanto unidade e strutural.

É pre ciso, pois, postular um a nova unidade , que le ve e m conta os “andaim e s” da construção do te x to falado
(citados no parágrafo ante rior), as m arcas do plane jam e nto local do e nunciado e o caráte r m odular de ssa
m odalidade de re alização.

Ne sse se ntido, C astilho (1989), e stabe le ce u a unidade discursiva, conce ito que se rá discutido na se qüê ncia de sse
trabalho.

Vale acre sce ntar que o conce ito de unidade discursiva foi ante riorm e nte postulado - com outras de signaçõe s - por
outros autore s. Entre e le s são m e ncionados Halliday, 1967 (“unidade de inform ação”), C hafe , 1980 (“unidade de
idé ia”), Gülich e R ath, citados por Marcuschi, 1986 (“unidade com unicativa”).

Unidade discursiva

C astilho (1989) conce itua unidade discursiva (UD) com o “um se gm e nto de te x to caracte rizado se m anticam e nte por
pre se rvar a proprie dade de coe rê ncia te m ática da unidade m aior, ate ndo-se com o arranjo te m ático se cundário ao
proce ssam e nto inform ativo de um subte m a, e form alm e nte por se com por de um núcle o e de duas m arge ns,
se ndo facultativa a figuração de stas”.

O m e sm o A. (op. cit.) assinala que a UD constitui e sse ncialm e nte um a re pre se ntação se m ântica da ce na, por isso
a se gm e ntação da m e sm a le va e m conta o fato de e la constituir um a particularização do tópico e m andam e nto.
Ape sar disso - e agora já não são palavras do citado Autor - há ce rtos sinais caracte rísticos da língua falada que
contribue m para a ide ntificação e de lim itação da UD, sobre tudo os m arcadore s conve rsacionais e a pausa.

A unidade discursiva com põe -se de um núcle o e das m arcas e sque rda e dire ita, se ndo facultativa a re pre se ntação
de stas. Ve jam -se alguns e x e m plos:

ME N MD

é que hoje :: de ntro da


nossa profissão ainda m ais
um a ve z falando ne la...

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até pare ce que sou né ? não


(1) uhn uhn
e m PO Lgado por e la... acha?
o::... que com a e m pre sa e nte nde ?
privada hoje e m dia e la
ate nde m uito m e lhor que
as e ntidade s públicas

(Inq. 062, l. 850-854)

pe nse i e m faze r
Diplom acia se m pre
se m pre se m pre ...
(2) m as::... Ø
de pois... por um a
sé rie de circunstancias
não foi possíve l

(Inq. 360, l. 1524-1526)

no colé gio... norm alm e nte


te m m uitas profe ssoras que
ficam bate ndo nos alunos
(3) Ø né ?
para não de ix ar...se
e nvolve r por m áquinas e t
ce te ra

(Inq. 062, l. 816-818)

e le se de dica MUItíssim o
a... tanto a... carre ira de
(4) Ø Ø
procurador com o de
profe ssor

(Inq. 360, l. 1187-1189)

C om o já se viu pe los e x e m plos apre se ntados, a se gm e ntação dos constituinte s da UD não se base ia e m um a
articulação line ar. Justifica o que foi dito o fato de as m arge ns inse rire m -se tam bé m no núcle o e , tam bé m , a
circunstancia da se gm e ntação da UD le var e m conta dados não-ve rbais e as particularidade s da e nunciação. Alé m
disso, fica claro que ape nas o núcle o é obrigatório, se ndo facultativa a re pre se ntação das m arge ns.

C abe obse rvar que a e x pre ssão “unidade ” não é aqui tom ada no se ntido e m que é e m pre gada nas dive rsas
corre nte s e struturalistas. C om e fe ito, a construção da UD corre sponde às e scolhas pe lo falante e fe tuadas para
satisfaze r as ne ce ssidade s de situação e spe cífica de inte ração ve rbal; por e sse m otivo, a unidade discursiva não
corre sponde a um a e strutura padronizada e de finida. Aliás, com o assinala C astilho (1989), a UD não é cate górica,
m as proble m ática, pois - com o já se disse - e la se liga às ne ce ssidade s im e diatas do falante e sua e struturação
le va e m conta os dados não-ve rbais da situação.

Em um te x to m ais re ce nte (C astilho, 1998), o m e sm o Autor assinala que a de lim itação e a se gm e ntação das UDs
se gue m o crité rio se m ântico, pois se base iam e m um a com pre e nsão do te x to, de ntre outras possíve is. C om o cada
usuário da língua de se nvolve e straté gias inte rpre tativas próprias, fica e vide nte que há m ais de um a se gm e ntação
possíve l.

As Parte s da UD

O núcleo

O núcle o da UD é constituído por um a ou m ais de um a frase nom inal ou ve rbal (oração). Se houve r duas ou m ais
frase s ve rbais (oraçõe s), e las pode m e struturar-se por coorde nação ou por subordinação.

O tipo de e struturação fre qüe nte (corre sponde nte a 78% das ocorrê ncias) são os pe ríodos com postos por
subordinação, ou por coorde nação e subordinação:

(...) m as a coisa m ais difícil de ntro


da profissão do ve nde dor você
re alm e nte ... é conse guir m ante r
oito horas naque le te rritório de
(5) L1
trabalho SEM sair de lá... e MAIS
um a ve z e u... e u ve jo a influê ncia
do clim a e tudo m ais... se é um
clim a tal talve z até m e ajude ...

(NUR C /SP, 062, l. 241-246)

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te m se cre tária... que que re m


(6) L2 sa/sabe r o porque :: o m otivo que
que r falar com aque la pe ss::a
tudo isso né ?

(NUR C /SP, 360, p. 1061-1063)

O s proce ssos de e struturação m e ncionados corre sponde m ao que Halliday (1989) de nom ina e m aranhado ou
e nre dam e nto gram atical (“grammatical intricacy”). Se gundo o citado Autor, e sta é um a caracte rística do discurso
oral, no qual as oraçõe s se suce de m se m um plano de finido, já que ne ssa m odalidade de re alização lingüística
ocorre o plane jam e nto local, no m om e nto da re alização do discurso. Aliás, as m arcas do e nre dam e nto gram atical
(pausas, truncam e ntos, vários níve is de e ncaix am e nto) e stão re pre se ntadas nos dois e x e m plos citados e e las
be m e vide nciam o plane jam e nto local.

12% das ocorrê ncias analisadas consiste m e m pe ríodos com postos por coorde nação:

(A inform ante trata dos proce dim e ntos de se le ção de pe ssoal).

e ntão aí ne sse caso de ix a de se r TÃO


im portante o fator idade ... m as isso é
(7) L2 pouco porque ah::... na ponta de cim a da
pirâm ide né ( ) os os as as ne ce ssidade s
são be m m e nore s...

(NUR C /SP, 360, l. 1023-1026)

Me sm o nos casos de coorde nação são e ncontrados os fe nôm e nos que caracte rizam o plane jam e nto local (pausas,
he sitaçõe s, truncam e ntos, inse rçõe s pare nté ticas).

O e x am e dos proce ssos de e struturação do núcle o re ve la que ne sse se gm e nto m anife stam -se os proce ssos que
caracte rizam o m odo pragm ático da linguage m . Em bora o núcle o ve icule o conte údo proporcional (ou se ja, a
inform ação), e m sua e struturação e vide ncia-se a articulação m odular, a form ulação “aos jatos” que caracte riza a
língua falada. Ne ssa e struturação tam bé m se m anife stam os “andaim e s” da construção (re pre se ntadas pe las já
citadas m arcas de plane jam e nto ve rbal) e os sinais da pre se nça dos inte rlocutore s (m arcadore s conve rsacionais do
falante e do ouvinte que se insinuam no núcle o).

As margens da UD

As m arge ns da UD são form adas por e le m e ntos de nature za dive rsa: sinais paralingüísticos ou ciné sicos (ge stos,
e x pre ssõe s faciais); supra-se gm e ntos (e ntoação, e le vação da voz, alongam e ntos, pausas); e le m e ntos
se gm e ntais (e x pre ssõe s não-le x icalizadas, e le m e ntos le x icais, proposiçõe s).

A margem esquerda

C om o já foi e x posto ante riorm e nte , a m arge m e sque rda te m a função de introduzir ou “pre parar” o conte údo
proposicional, e x pre sso por m e io do núcle o da UD. A e ssa função principal agre gam -se outras funçõe s
com ple m e ntare s, re alizadas pe los dife re nte s m arcadore s conve rsacionais que ocupam e sse se gm e nto da UD. A
re spe ito da sobre posição de funçõe s, cabe le m brar que dive rsos autore s (Marcusch i, 1989; Urbano, 1993;
Gale m be ck e C arvalho, 1997) m e ncionam , de ntre as caracte rísticas dos m arcadore s, o caráte r m ultifuncional.

As funçõe s m ais fre qüe nte s das m arge ns e sque rdas são m e ncionadas a se guir. As funçõe s citadas corre sponde m
a 87% do total dos casos e m que e sse se gm e nto é pre e nchido.

(a) Plane jam e nto ve rbal

Essa função é e x e rcida pe los m arcadore s não-le x icalizados (ahn::, uhn::) ou ce rtas e x pre ssõe s (bom , e ntão).
C om fre qüê ncia, e sse s m arcadore s são alongados, o que significa que e le s tam bé m atuam com o pre e nche dore s
de pausas:

(8) (A inform ante afirm a que re lutar e m colocar a filha na e scola de bale ).

é h não quis pô-la até agora m as e la


é MUIto::... que bradi::nha e la:: faz
L1
os tre je itos e :: vira pirue ta e faz...
pare ce de borracha

(NUR C /SP, 360, l. 1397-1400)

(9) (O inform ante trata da inte rrupção das obras da Av. Paulista).

bom ::... tinha sido plane jado e stava


e m e x e cução e ::... de re pe nte não
L1 ficou bom ... e ntão isso dá para se ntir
que tinha m uita política... com m uita
força por trás disso né ?

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(NUR C /SP, 343, l. 381-385)

(b) C oe são

Na m arge m e sque rda pode m figurar m arcadore s de valor coe sivo, cuja função é indicar a continuidade tópica (e ,
e ntão, m as, aí):

(10) (Este e x e m plo re pre se nta a se qüê ncia do e x e m plo ante rior).

m as você sabe que é inte re ssante


pôr porque na m aiori/na grande
L2
m aioria das ve ze s... aquilo se torna
tão chato que a criança de siste

(NUR C /SP, 360, l. 1404-1403)

(c) C oncordância ou discordância

A concordância ou a discordância tam bé m se e ncaix am e ntre as form as de continuidade tópica e são indicadas,
re spe ctivam e nte , pe los m arcadore s é , sim , ce rto, e não:

(...) é o tal ne gócio e u não m e


pre ocupo m uito com a m é dia...
(11) L2
pra m im inte re ssa o indivíduo né ?
(...)

não... e u às ve ze s m e pre ocupo


com ... digam os com a m é dia pe lo
L1 se guinte ... e u m e pre ocupo com o
que que e u e stou contribuindo
com o be m da m é dia ou não

(NUR C /SP, 343, l. 568-578)

(12) (O s inform ante s tratam da pe rda da ve ge tação que circundava São Paulo).

L2 m as é o progre sso né ?

ce rto... se ria o progre sso que


L1 e stá che gando né ? dize m que é o
progre sso... dize m né ? se i lá

(NUR C /SP, 062, l. 64-71)

(d) Avaliação ou com e ntário

Esta função é indicada por m arcadore s proposicionais de opinião (não se i se , acho que ) ou de e locução (dize m
que ):

acho e acho (...) acho que a


te le visão brasile ira ... irá e ncontrar
do ponto de vista ficcioNAL... irá
(13) L1
e ncontrar o se u cam inho... e
atravé s da tão m alfalada
TEle nove la...

(NUR C /SP, 333, l. 381-384)

Dize m que e stá surgindo


agora... a... com putação...
(14) talve z você possa dize r m ais
algum a coisa do que e u ne sse
cam po...

(NUR C /SP, 062, l. 1019-1022)

(e ) Envolvim e nto do ouvinte

Ne sse caso, a m arge m e sque rda é re pre se ntada pe los m arcadore s olha, ve ja be m , ve ja você (e asse m e lhados),
por m e io dos quais o falante e nfatiza, de form a indire ta, a re le vância do que vai se r dito:

(15) (O inform ante trata das e spe cializaçõe s m é dicas).

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olha m e sm o com as
e spe cializaçõe s... te m as boas
e spre /e spe cializaçõe s as que dão
L1 dinhe iro ... e ntão por e x e m plo
posso te citar se você ... diz que ...
otorrino é um a coisa que dá m uito
dinhe iro... psiquiatra pô... dando
fortunas... ce rto?...

(NUR C /SP, 062, l. 664-668)

R e gistrou-se ape nas um a ocorrê ncia e m que o e nvolvim e nto do ouvinte é re alizado por m e io de um vocativo:

H. você e scre ve u qualque r coisa


m uito inte re ssante sobre a a
Marília Me dalha e e u pe rdi e sta
(16) L2
sua::... o que foi que você
disse sobre a a Marília
Me dalha...

(NUR C /SP, 333, l. 534-536)

(f) Introdução de tópicos ou subtópicos

O s m arcadore s agora e e ntão tam bé m e x e rce m a função de introdutore s de novos tópicos (assuntos) e
subtópicos. No e x e m plo a se guir, ve rifica-se que a inform ante e stá tratando das filhas adole sce nte s e introduz,
com o subtópico, o diálogo que procura m ante r com as filhas:

agora... e u acho que ::... e u...


e spe ro não:: te r proble m as com
(17)
e la porque ... nós m ante m os um
diálogo assim be m abe rto sabe ?

(NUR C /SP, 360, l. 51-54)

O fato de a m arge m e sque rda apre se ntar form as e funçõe s tão variadas constitui um índ ice se guro da im portância
de sse se gm e nto na e struturação do e nunciado. Pode -se afirm ar, pois, que a m arge m e sque rda não se lim ita a
introduzir a UD, m as tam bé m te m um pape l re le vante no e stabe le cim e nto e m anute nção das re laçõe s e ntre os
inte rlocutore s e na se qüê ncia tópica. No plano inte racional, a m arge m e sque rda pe rm ite de finir e e stabe le ce r os
papé is e x e rcidos pe los inte rlocutore s (falante e ouvinte ) e a form a de atuação de cada um de le s. No plano da
se qüê ncia tópica, e sse se gm e nto torna-se re sponsáve l pe la coe são e ntre as parte s do tópico e m andam e nto e
pe la introdução de novos tópicos e subtópicos. Por causa de ssa pluralidade de funçõe s, pode -se adm itir que a
função que C astilho, (1989) atribui à m arge m e sque rda (introduzir e pre parar o núcle o) de sdobra-se e m várias
funçõe s associadas, que dão a e sse se gm e nto um pape l re le vante no e stabe le cim e nto e m anute nção do
re lacionam e nto e ntre os participante s da inte ração ve rbal.

A margem direita

A m arge m dire ita dife re nte m e nte da m arge m e sque rda, te m um a única form ação, à qual corre sponde um a função
claram e nte de finida. C om e fe ito, o se gm e nto e m e studo é re pre se ntado por m arcador le x ical de valor fático (né ?,
sabe ?, ce rto?, e nte nde ?) por m e io do qual o locutor busca a aprovação ou a concordância do inte rlocutor:

(18) (O inform ante fala do se u trabalho com o e nge nhe iro).

ce rto e u sou:: um ::... um


circuitozinho pe que nininho de ntro de
um proce sso grande ... (...) e se e u
L1 (saio) dali ou não basicam e nte e u
posso não inte rfe rir... no proce sso
global... m as e u que ria e nte nde r
e sse proce sso né ?

(NUR C /SP, 343, l. 582-587)

O s m arcadore s de busca de confirm ação que são e m pre gados no final dos turnos conve rsacionais tam bé m
funcionam com o sinalizadore s de passage m e x plícita do turno para o outro inte rlocutor. É o que se ve rifica no
e x e m plo a se guir:

e ntão te m é h::... o paulistano é


m ais fe chado m e sm o e u acho que ::
(19) L2 um a das influê ncias se ria a
nature za e o nosso próprio clim a
e nte nde ?

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é o clim a te m re alm e nte um a


L1 influê ncia diR Eta no com portam e nto
das pe ssoas inclusive nas atitude s

(NUR C /SP, 062, l. 170-175)

C om e ntários C onclusivos

O e x am e das unidade s discursivas (e de suas parte s com pone nte s) re ve la que as m e sm as constitue m unidade s
pragm áticas (e não sintáticas) e , assim , apre se ntam proce ssos variados de e struturação, incorporam dados do
conte x to e da situação, e re fle te m o proce sso m odular de construção dos e nunciados da língua. C om e fe ito,
ve rificou-se que o núcle o pode se r e struturado de dife re nte s form as, m as ne le se m anife stam proce ssos
caracte rísticos da língua. As m arge ns, por sua ve z, apre se ntam configuraçõe s e funçõe s variadas (sobre tudo a
m arge m e sque rda) e pode m insinuar-se no núcle o da UD.

R e fe rê ncias Bibliográficas

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