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NEWSLETTER LICINIA DE CAMPOS - 26-nov-18

Será que a acidez da dieta afeta a saúde e o bem estar?

A tendência de dietas equilibradas entre ácido e alcalino – paralelamente às dietas promotoras de


hortifrútis “alcalinos” e desencorajamento dos “ácidos” carnes, laticínios e alimentos processados – tem
sido amplamente divulgados por décadas. Mas na verdade o que uma dieta alcalina significa? Há
evidências suficientes para dar suporte ao seu uso para a saúde total, e em particular à saúde óssea?

A confusão e o interesse a respeito da influência do equilíbrio ácido-alcalino abunda devido em parte à


popularidade entre as celebridades e entusiastas da saúde (não acadêmicos), que propagaram versões de
uma dieta alcalina como cura para tudo, para uma ampla gama de doenças, de câncer a doenças cardíacas.
Já há alguma pesquisa dando suporte aos benefícios deste padrão alimentar – fazendo valer a pena o que
um padrão alimentar alcalino representa e falar um pouco de ciência ao redor desta dieta popular.

Antes de colocar as evidências, dois pontos comuns na confusão devem ser esclarecidos. Primeiro, o
equilíbrio ácido-alcalino em questão NÃO é o do sangue. O pH do sangue humano é mantido estritamente
em cerca de 7,4 (7,35 a 7,45). Os pulmões e rins não se poupam para manter o pH bem controlado já que
as consequências das mudanças do pH sanguíneo podem colocar a vida em risco. A condição básica de
uma dieta alcalina é de que o que uma pessoa consome influencia o quanto o organismo tem de
compensar para responder à refeição ingerida.

O segundo ponto é o conceito de alimentos sendo “ácidos” ou “alcalinos” em sua composição, por si
próprios, contra seu efeito potencial no organismo. Suco de limão ou tomates, por exemplo, são ácidos.
Mas quando ingeridos, promovem alcalinidade. O pH real do alimento não dita o efeito direto no
organismo. Ao contrário, seu “conteúdo em ácido renal potencial” (ou PRAL em inglês), de um alimento
– é um valor que mede a excreção ácida na urina – e que determina o que entra no contexto do equilíbrio
ácido – alcalino.

DIETA E pH

Os alimentos podem ser categorizados pelo seu PRAL como formadores de acidez ou de alcalinidade.
Alimentos com teor ácido negativo são considerados alcalinos (principalmente hortifrútis) ao passo que
grãos, carnes, leite e derivados , pescado, refrigerantes e cerveja são formadores de ácidos, significando
que eles possuem um teor ácido positivo.

Diferentes sistemas do corpo mantêm diferentes níveis em pH, com alguns mais regulados de perto que
outros. O pH de cada sistema tem uma função específica, e certos níveis em pH podem incrementar certas
funções. Por exemplo, o estômago mantém um pH bem ácido em 1,2 a 3.0 para que possa quebrar as
proteínas dietéticas e eliminar patógenos ingeridos. Os fluidos intra celulares variam entre levemente
ácidos e levemente alcalinos, mas o meio ambiente alcalino dentro das células (adquirido supostamente
pela promoção da dieta alcalina) otimiza as funções celulares.

Para manter o equilíbrio do pH, alguns sistemas tem de dar suporte aos outros. Por exemplo, a matriz
óssea contém um reservatório alcalino na forma de cálcio e magnésio. O sangue contém seu próprio efeito
tamponante, mas se houver uma carga dietética muito pesada em ácidos prolongada, estes mecanismos
se tornam insuficientes, os rins podem sinalizar a liberação de minerais tamponantes da matriz óssea para
manter o pH sanguíneo.
Um padrão alimentar rico em proteínas aumenta a carga ácida total, mas não resulta em mudanças na
química do sangue ou do pH. Porque os rins enviam minerais tamponantes, como fosfato de cálcio e
carbonato de cálcio, para manter o pH do sangue nos 7,4 sadios. Contudo, esta mesma dieta também
pode mudar a química urinária. Diminui o magnésio urinário, citrato e pH, ao passo que o cálcio urinário,
ácido úrico e fosfato aumentam. O excesso de proteínas dentro de uma dieta PRAL pode diminuir a
densidade óssea quando for prolongada, se não adequadamente equilibrada com alimentos ou
suplementos ricos em álcalis, como o potássio, magnésio e bicarbonato. Se houver minerais tamponantes
disponíveis em quantidades adequadas, então o organismo pode lidar com a carga altamente ácida dos
alimentos. Mas se a dieta não suprir o suficiente destes minerais ou se torna deficiente em padrões ácidos
alimentares com o tempo, e então o organismo tem de retirar os tamponantes minerais de seu depósito
de armazenamento – a matriz óssea do esqueleto. Com o tempo, emprestar estes tamponantes pode
desmineralizar os ossos e aumentar o risco para cálculos renais. Isto explica a associação entre dietas ricas
em hortifrútis alcalinos com melhora da densidade mineral óssea.

Efeitos dos padrões das dietas ácidas e alcalinas

Padrões alimentares ricos em proteínas animais, laticínios e grãos refinados e pobre em hortifrútis são
dietas formadoras de ácidos com PRAL alto. A maioria das dietas ocidentais é bem pobre em potássio e
magnésio, mas rica em sódio e clorídio. Com o tempo, isto pode resultar em acidose induzida pela dieta,
de baixo grau, mas metabolicamente crônica.

Além disso, consumir grandes quantidades de sódio pode exacerbar a acidose metabólica dietética. Dietas
ricas em sódio aumentam condições associadas à osteoporose em mulheres, ao passo que o potássio
dietético equilibra estes efeitos. Embora as dietas ocidentais estejam associadas com osteoporose, o pH
urinário não parece predizer as fraturas ósseas ou as densidades minerais ósseas em alguns estudos.
Outras consequências de dietas ricas em PRAL incluem o aumento do risco para desgaste muscular e
formação de cálculos renais – e possivelmente osteoporose, embora estes dados sejam conflitantes e
mais pesquisas são necessárias para confirmar a ligação definitiva.

Nas dietas alcalinas – ricas em potássio, magnésio e bicarbonato dos hortifrútis – encontrou-se variedade
de benefícios em potencial. Além da ingestão rica em hortifrútis ser associada com baixos teores de
osteoporose, doenças cardiovasculares, câncer e outras doenças crônicas, as dietas alcalinas em particular
podem oferecer benefícios específicos.

Descobriu-se que as dietas alcalinas preservam a massa muscular em idosos e mulheres, possivelmente
pelo suprimento adequado de potássio e magnésio dietético. Como a massa muscular é importante na
queda e prevenção de fraturas, estas descobertas podem ser significativa à saúde óssea. Ao passo que
uma dieta alcalina aumenta o pH da urina, a qual com alguns ajustes pode reduzir a perda urinária de
cálcio, os efeitos da saúde óssea permanecem inconclusivos.

Uma dieta alcalina demonstrou também reduzir o risco de outras doenças crônicas, inclusive derrame e
hipertensão, assim como otimizou as funções da memória e da cognição. O pH dentro de cada célula do
organismo é responsável pelo PRAL, e um pH alcalino dentro da célula aumenta a função enzimática, com
benefícios na saúde. Além disso, estudos animais e celulares indicam que um baixo pH (ácido) dentro das
células pode dar suporte à proliferação do câncer, mas não há dados clínicos ainda para dar suporte a
estes estudos.
No seu amago, uma dieta alcalina é simplesmente mais rica em hortifrútis, o que por si própria dá suporte
a benefícios em saúde. E embora algumas versões de dietas alcalinas recomendem evitar alimentos
“ácidos”, como carnes, laticínios e grãos, uma estratégia melhor seria se focar em ingestão proteica
adequada – e depois simplesmente desfrutar de um padrão alimentar saudável globalmente aceitável.

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