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Resumo. A iluminação de uma residência é um fator crucial para o bem estar das pessoas, para uma boa comodidade
visual e para a realização das atividades de forma mais eficiente. Como a maioria das residências não tem nenhum
dimensionamento associado a sua construção, este artigo trata do projeto luminotécnico de uma residência, onde a
iluminação dos diversos cômodos será dimensionada de acordo com a NBR 5413, respeitando todos os padrões nela
impostos. Depois de realizados todos os cálculos necessários para a determinação do fluxo luminoso por ambiente,
verificou-se a necessidade de um aumento na potência instalada, pois, o fluxo luminoso atual era muito inferior ao
adequado. Em seguida foi realizado uma análise no tipo de lâmpada adequado para uma eventual implantação. As
lâmpadas analisadas foram as Fluorescente compactas e as LED, onde inicialmente foi calculado o número de
lâmpadas necessárias para atingir o fluxo luminoso em cada cômodo. As lâmpadas fluorescente compactas tem um
baixo investimento inicial, mas as LED se mostraram como uma melhor alternativa, visto que mesmo com um
investimento inicial alto, o retorno financeiro pode ser extraído já nos primeiros anos de uso.
1. INTRODUÇÃO
A iluminação é responsável por 19 % dos gastos com energia elétrica em todo o mundo. No Brasil apenas 24%
consumo pode ser atribuído a iluminação, e entre estes, 35% é atribuído ao setor residencial. O consumo de energia
elétrica devido a iluminação é uma parte considerável dos gastos em uma residência familiar, sendo o seu uso racional e
eficiente uma forma de reduzi-lo. Grande parte dos gastos com iluminação se da pelo fato desta estar sendo utilizada
inadequadamente e este fato ocorre principalmente devido à ausência de um projeto luminotécnico. Assim este projeto
se torna uma solução indispensável na hora de se projetar um ambiente qualquer, seja ele, residencial, comercial ou
industrial.
As lâmpadas utilizadas nos projetos também são de grande importância, pois suas eficiências variam de acordo
com os seus tipos e isto pode ser um fator crucial na redução dos consumos. No mercado as lâmpadas de LED ganham
força a cada dia devido ao seu alto tempo de vida, boa eficiência (Principalmente quando comparadas as
incandescentes.), não se utilizar magnésio na sua construção (Facilita no descarte.) etc. As lâmpadas Fluorescentes
Compactas tem um tempo de vida útil inferior as lâmpadas de LED e apresentam magnésio. As eficiências entre elas
variam de acordo com o fabricante, segundo Osram (2014), escolhida para a realização deste projeto, a eficiência das
compactas em lumens/W é na casa de 50 lumens/W enquanto a LED chega aos 75 lumens/W
Este projeto tem como enfoque principal realizar uma análise sobre a iluminação de uma residência, baseando-se
nos requisitos da NBR 5413, visando à adequação da iluminação do local através acréscimo ou do decréscimo na
potência das lâmpadas. A partir do cálculo da quantidade de lumens necessário por ambiente será realizado um estudo
de qual lâmpada (Fluorescente compacta e LED) é mais adequada de tal forma a se aproveitar as luminárias que já estão
instaladas.
2. PROJETO LUMINOTÉCNICO
O projeto luminotécnico pode ser definido como o equilíbrio entre a utilização de luz natural e luz artificial, com o
intuito de garantir conforto visual, funcionalidade e economia para as edificações em geral. Este também tem a função
de garantir um consumo de energia de modo eficiente.
Segundo Pascoalini e Lellis (2011) a necessidade de desenvolver um bom projeto luminotécnico, torna-se cada vez
mais necessária, pois, apesar dessa consciência estar sendo adquirida cada vez mais, atualmente 75% de toda a
iluminação de escritórios, por exemplo, é baseada em iluminação ineficiente e desatualizada. Ainda para Pascoalini e
Lellis (2011) um bom projeto luminotécnico envolve gestão e utilização do espaço, portanto, pode melhorar o
desempenho de uma organização em 15%
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Disciplina: Técnicas de Conservação e Uso Eficiente de Energia (2014.2)
Num projeto luminotécnico a iluminação de uma residência é dimensionada com base em fatores como, tipo de
aplicação (residencial, industrial ou comercial), idade, cor das paredes, do teto e do piso etc. Estes, são utilizados para
melhorar o desempenho da iluminação, de tal forma a garantir uma comodidade visual adequada as pessoas que
circularão entre o ambiente. No próximo ítem será descrito todo o projeto luminotécnico realizado neste projeto.
3. METODOLOGIA
O projeto foi realizado numa residência que está situada na cidade de Mossoró, no bairro Alto de São Manoel. Esta
tem uma área total iluminada de 110,8 m², sendo tal iluminação realizada a partir de lâmpadas fluorescente compactas.
As lâmpadas utilizadas na instalação atual são fluorescente compactas de 10 e 15 W. As luminárias utilizadas são de
fluxo direto e geral-difuso.
As luminárias de fluxo geral-difuso suportam a instalação de até quatro lâmpadas de bulbo E27 de até 40 W e tem
um fluxo luminoso máximo de até 7000 lumens. As luminárias de fluxo direto tem uma potência máxima de 30 W,
suportam a instalação de apenas uma lâmpada e tem um fluxo máximo de 600 lumens. As Figuras 1 e 2 mostram os
tipos de luminárias atualmente instaladas na residência.
Na Tabela 1 será descrita a situação atual da residência, mostrando os cômodos da casa, a quantidade de lâmpadas
utilizadas, o fluxo luminoso das lâmpadas instaladas, o fluxo luminoso por cômodo, bem como o consumo mensal, em
Kwh, considerando que as lâmpadas permanecem em atividade por 5 horas diárias.
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Disciplina: Técnicas de Conservação e Uso Eficiente de Energia (2014.2)
A atual norma que regulamenta os projetos de iluminação é a NBR 8995, porém a mesma não trata do setor
residencial, trata apenas do setor comercial e industrial. Devido a esse fato, a norma em que se baseia este artigo é a
NBR 5413, que é uma versão anterior a norma atual, mas trata de projetos residenciais. Para o cálculo da iluminação
adequada foi utilizado o método dos lumens, que é descrito de acordo com a equação 1:
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Área
Fator de utilização
Fator de depreciação
Através da consulta da NBR 5413 foram extraídos os fatores de iluminância média e o fator de depreciação, já o
fator de utilização foi calculado de acordo com dados fornecidos nos catálogos das lâmpadas e as características do
recinto.
A iluminância de cada cômodo foi definida de acordo com o a idade, tipo de tarefa a ser realizada e tipo do
ambiente.
Na residência moram 4 pessoas, sendo 2 adultos e 2 crianças, portanto foram adotados valores de iluminância
diferentes nos quartos, onde no dos adultos foi adotado o valor de 100 Lux e nos outros dois foram adotados 150 Lux. A
iluminância da cozinha e da área de serviço também difere do restante dos cômodos e então foi adotado um valor de
200 Lux. Nos cômodos restantes foi adotado um valor de 100 Lux.
Fator de Utilização
O fator de utilização é definido a partir da multiplicação da eficiência do recinto pela eficiência da luminária, de
acordo com a equação 2.
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A eficiência do recinto foi determinada através de uma tabela presente na NBR 5413, onde se levou em
consideração o índice do recinto e as cores das paredes, do teto e do piso. Já a eficiência das luminárias foi extraída a
partir das informações presentes em catálogos dos fabricantes. Como as luminárias de fluxo geral-difuso e de fluxo
direto são todas iguais, adotou-se 1,00 de acordo com o valor estabelecido pelo fabricante.
Fator de depreciação
O fator de depreciação “ʄ” é definido como o inverso da depreciação, conforme mostra a equação 3.
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ʄ = 1/d
O parâmetro “d” é definido de acordo com o tipo de ambiente (limpo, normal ou sujo) e o tempo médio entre as
manutenções. Considerando o ambiente limpo e o tempo entra manutenções de 7500 horas, a depreciação estabelecida
pela NBR 5413 é o valor de 0,88. Assim o fator de depreciação resultante é de 1,13.
Levando-se em consideração estes parâmetros, foram realizados os cálculos do fluxo luminoso necessário para
cada ambiente. A Tabela 2 ilustra o fluxo luminoso calculado para cada um dos cômodos.
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Disciplina: Técnicas de Conservação e Uso Eficiente de Energia (2014.2)
Depois de realizado o cálculo do fluxo luminoso necessário para cada ambiente, a próxima etapa é a escolha do
tipo de lâmpada mais adequada para uma eventual implantação.
Optou-se pela utilização de três potências distintas, para cada um dos tipos de lâmpada, para que não se
ultrapassasse muito o número de lumens nem que o mesmo ficasse abaixo do valor calculado, pois isto prejudicaria o
objetivo do projeto. O consumo mensal das lâmpadas foi calculado para um período de funcionamento de 5 horas
diárias e o custo por Kwh, de acordo com a COSERN, é de R$ 0,32.
Fluorescente compacta
As lâmpadas utilizadas são do fabricante OSRAM e foram consideradas três potências distintas, são elas 10 W, 15
W e 23 W, estas tem preço médio, respectivamente, de 6, 8 e 10 R$. A Tabela 3 expressa as lâmpadas utilizadas em
cada cômodo de acordo com suas potências em watt e o fluxo luminoso em lumens.
Com a adequação da iluminação utilizando lâmpadas fluorescente compacta, o consumo mensal com iluminação
vai passar de 42,3 Kwh para 93,6 Kwh. A Tabela 4 detalha os gastos necessários na aquisição das lâmpadas, consumo
anual e os gastos anuais com iluminação.
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Disciplina: Técnicas de Conservação e Uso Eficiente de Energia (2014.2)
Lâmpadas de LED
As lâmpadas utilizadas são do fabricante OSRAM e foram consideradas três potências distintas, são elas 6 W, 11
W e 13 W, estas tem preço médio, respectivamente, de 25, 35 e 50 R$. A Tabela 5 expressa as lâmpadas utilizadas em
cada cômodo de acordo com suas potências em Watt e o fluxo luminoso em lumens.
Com a adequação da iluminação utilizando lâmpadas de LED, o consumo mensal com iluminação vai passar de
42,3 Kwh para 53,2 Kwh. A Tabela 6 detalha os gastos necessários para a instalação das lâmpadas, bem como o seu
consumo anual.
Depois de destacados os gastos necessários para a adequação do sistema de iluminação, será detalhado, no
próximo item, qual será o tipo de lâmpada mais adequado depois de um período de utilização.
De acordo com o fabricante o tempo de vida útil lâmpadas fluorescente compactas é de 8000 horas
(aproximadamente 5 anos, quando utilizadas pôr 5 horas diárias), enquanto as LED possuem um tempo de vida útil de
40.000 horas (aproximadamente 20 anos, quando utilizadas pôr 5 horas diárias). A análise dos custos será realizada ao
longo de 20 anos, considerando um ciclo completo de duração das lâmpadas de LED e que as tarifas sobre a energia
elétrica permaneçam constantes. A Figura 3 mostra como se comporta os custos com o sistema projetado ao longo de 20
anos.
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Disciplina: Técnicas de Conservação e Uso Eficiente de Energia (2014.2)
Conforme o gráfico apresentado é possível a visualizar a diferença entre os custos obtidos com os dois tipos de
lâmpada, onde inicialmente o custo R$ 1160,00 com a aquisição das LED’s, já com as compactas é de R$ 286,00.
Ainda de acordo com o gráfico é visível que ao passar dos anos irá haver um retorno financeiro ao se utilizar as
lâmpadas de LED.
5. Conclusão
De acordo com os valores de fluxo luminoso calculados para cada cômodo, é visível a deficiência apresentada na
iluminação atual, onde o déficit chega a 3700 lumens na cozinha.
As duas lâmpadas utilizadas conseguiram atingir o fluxo luminoso adequado. Na utilização das lâmpadas
fluorescente compactas é notório o baixo investimento inicial necessário para a sua aquisição. Já paras as LED, este é
cerca de 4 vezes maior. Devido ao fato das LED consumirem menos energia, para a geração do mesmo fluxo luminoso,
a redução na conta de energia já pode começar a ser percebida desde o primeiro mês, embora apenas a partir do 5 ano é
possível ter um retorno financeiro sobre o sistema que utiliza lâmpadas fluorescente compactas.
É possível afirmar que mesmo com um aumento no consumo mensal de energia, a residência passará a ter uma
maior comodidade. Por fim, é necessário realizar a implantação de mais lâmpadas, sendo as LED uma melhor
alternativa devido ao seu baixo consumo e o maior tempo de vida útil. Devido ao alto investimento inicial, na aquisição
das lâmpadas de LED, aconselha-se que a troca das lâmpadas seja realizada de acordo com o fim da vida útil das
lâmpadas que estão em uso.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. 5413: Iluminação de interiores. Rio de Janeiro: Ltc
Editora, 1992.
PANTOJA e Carmona - Luminárias. Disponível em: <http://www.pantojaecarmona.com.br/>. Acesso em: 18 jan. 2015.
PASCOALINI, Juliana e LELLIS, Leonardo. PHILIPS – Soluções para Arquitetura Corporativa. 2011.