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Equipe Técnica
Adriana Mascarenhas (FAMASUL)
Mayra Batista Bitencourt Fagundes (UFMS)
Adriano Marcos Rodrigues Figueiredo (UFMS)
Cícero de Oliveira Tredezini (UFMS)
Leonardo Francisco Figueiredo Neto (UFMS)
Daniel Frainer (UEMS)
Luis Carlos da Silva (UFMS)
Luiz Eliezer (FAMASUL)
Daniela Teixeira (UFMS)
Daniela Vasconcelos (UFMS)
Giovani Gianetti (UFMS)
Larissa de Souza (UFMS)
Marcos Meaurio (UFMS)
Mateus Meaurio (UFMS)
Keila Ramires (UFMS)
3
LISTA DE FIGURAS
Figura 3.1. Produção, consumo e comércio mundiais de carne de frango, 2010-2015, em 10³ toneladas
equivalentes de carne pronta para cozinhar. .......................................................................................... 26
Figura 3.2. Consumo de carne de frango dos principais países, 2010-2015, em 10³ toneladas
equivalentes de carne pronta para cozinhar ........................................................................................ 27
Figura 3.3. Participação dos principais países no consumo mundial de carne de frango, 2015
(expectativa).......................................................................................................................................... 28
Figura 3.4. Produção de carne de frango dos principais países, 2010-2015, em 10³ toneladas
equivalentes de carne pronta para cozinhar. ....................................................................................... 29
Figura 3.5. Importações de carne de frango dos principais países, 2010-2015, em 10³ toneladas
equivalentes de carne pronta para cozinhar. ....................................................................................... 30
Figura 3.6. Participação dos principais países nas importações mundiais de carne de frango, 2015
(expectativa).......................................................................................................................................... 30
Figura 3.7. Exportações de carne de frango dos principais países, 2010-2015, em 10³ toneladas
equivalentes de carne pronta para cozinhar. ....................................................................................... 31
Figura 3.8. Participação dos principais países nas exportações mundiais de carne de frango, 2015
(expectativa).......................................................................................................................................... 32
Figura 3.9. Produção de rações para avicultura de corte, Brasil, 2001-2011, em mil toneladas.......... 35
Figura 3.10. Produção, Consumo e Exportação de carne de frango, Brasil, 1990-2014, em mil
toneladas equivalentes de carcaça. ...................................................................................................... 36
Figura 3.11. Valor bruto da produção de frango, Brasil, 2000-2015, em bilhões de Reais (valores
corrigidos para janeiro de 2015). .......................................................................................................... 36
Figura 3.12. Capacidade de alojamento de matrizes de corte, Brasil, 2007-2015................................ 37
Figura 3.13. Alojamento de pintos de corte por macrorregião brasileira, 2011-2015*. ...................... 37
Figura 3.14. Produção brasileira de pintos de corte, 2011-2015*. ....................................................... 38
Figura 3.15. Participação dos principais estados segundo o peso total das carcaças abatidas, Brasil,
2014....................................................................................................................................................... 39
Figura 3.16. Peso médio das carcaças de frangos abatidos nos principais estados, Brasil, 1997-2014.
............................................................................................................................................................... 40
Figura 3.17. Avicultura em MS: produção, consumo (no Brasil), exportação de carne de frango, 2003-
2014....................................................................................................................................................... 41
Figura 3.18. Consumo per capita de carne de frango em Mato Grosso do Sul e Brasil, 2000-2014..... 41
Figura 3.19. Rebanho de Aves (galos, frangos, frangas e pintos) em Mato Grosso do Sul, 2012, em mil
cabeças. ................................................................................................................................................. 42
Figura 3.20. Rebanho dos principais municípios segundo o IBGE, 1990-2012. .................................... 43
Figura 3.21. Localização e detalhamento da avicultura de Mato Grosso do Sul em 2014, segundo o
Programa Nacional de Sanidade Avícola............................................................................................... 44
Figura 3.22. Evolução da produção de pintos de 1 dia e ovos férteis incubados em Mato Grosso do
Sul, 2010-2014....................................................................................................................................... 45
Figura 3.23. Evolução da produção de ovos em entrepostos com inspeção federal (SIF) e estadual
(SIE) em Mato Grosso do Sul, 2010-2014.............................................................................................. 46
Figura 3.24. ICN do emprego formal da Criação de Aves, 2012............................................................ 47
Figura 3.25. ICN do Emprego Formal do Abate de Aves e Suínos. ........................................................ 47
Figura 3.26. Massa salarial da atividade de criação de aves, Mato Grosso do Sul, 2006-2013, em
milhões de Reais (valores corrigidos para 2013). ................................................................................. 48
4
Figura 3.27. Pessoal ocupado da atividade de criação de aves, Mato Grosso do Sul, 2007-2013, em
pessoas. ................................................................................................................................................. 48
Figura 3.28. Massa salarial da atividade de abate de suínos e aves, Mato Grosso do Sul, 2006-2013,
em milhões de Reais (valores corrigidos para 2013). ........................................................................... 49
Figura 3.29. Pessoal Ocupado na Indústria de abate de suínos e aves no Estado de Mato Grosso do Sul
(2007 - 2013). ........................................................................................................................................ 50
Figura 3.30. Participação no consumo intermediário total da produção de aves em Mato Grosso do Sul,
2012 (R$ mil). ....................................................................................................................................... 51
Figura 3.31. Participação no consumo intermediário total do abate de aves em Mato Grosso do Sul,
2012 (R$ mil). ....................................................................................................................................... 52
Figura 3.32. Vendas interestaduais de criação de frangos e outros galináceos, de Mato Grosso do Sul
para outros Estados, 2012...................................................................................................................... 54
Figura 3.33. Compras interestaduais de criação de frangos e outros galináceos, de Mato Grosso do Sul
provenientes de outros Estados, 2012. .................................................................................................. 55
Figura 3.34. Vendas interestaduais de abate de aves, de Mato Grosso do Sul para outros estados, 2012.
............................................................................................................................................................... 56
Figura 3.35. Compras interestaduais de abate de aves, de Mato Grosso do Sul provenientes de outros
estados, 2012. ........................................................................................................................................ 57
Figura 3.36. Vendas interestaduais do comércio atacadista de aves, de Mato Grosso do Sul para outros
Estados, 2012. ....................................................................................................................................... 58
Figura 3.37. Compras interestaduais de comércio atacadista de aves, de Mato Grosso do Sul
provenientes de outros Estados, 2012. .................................................................................................. 59
Figura 3.38. Participação dos principais municípios de Mato Grosso do Sul na exportação de carne de
aves fresca, refrigerada ou congelada (SCN 30103), 2012. .................................................................. 60
Figura 3.39. Exportação de aves vivas de Mato Grosso do Sul, 2012. ................................................. 61
Figura 3.40. Exportação de ovos de galinha e de outras aves de Mato Grosso do Sul, 2012. .............. 62
Figura 3.41. Exportação de carne de aves fresca, refrigerada ou congelada de Mato Grosso do Sul,
2012. ...................................................................................................................................................... 62
Figura 3.42. Cadeia Produtiva de Frangos de Corte de Mato Grosso do Sul. ....................................... 66
Figura 3.43. Atividades executadas pela empresa integradora.............................................................. 67
5
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.1. Produção, consumo e mercado internacional de carne de frango no mundo, 2010-2015,
em 10³ toneladas equivalentes de carne pronta para cozinhar. .......................................................... 27
Tabela 3.2. Composição da ração de frangos de corte por nutriente, Brasil, 2007. ............................. 35
Tabela 3.3. Evolução da participação do milho e da soja na produção de ração na avicultura, Mato
Grosso do Sul, em toneladas. ................................................................................................................ 53
Tabela 3.4. Unidades frigoríficas e produtos ligados à avicultura autorizados para exportação, Mato
Grosso do Sul, 2015. ............................................................................................................................. 64
6
LISTA DE QUADROS
Quadro 2.1 Descrição das classes CNAE na cadeia produtiva da avicultura de corte. ........................ 11
Quadro 2.2. Os multiplicadores econômicos resultantes da matriz de insumo-produto. ................... 21
Quadro 3.1. Fluxograma Genético na cadeia da avicultura de corte brasileira. ................................... 33
Quadro 3.2. Raças de frangos de corte no Brasil: linhagens genéticas, empresas detentoras e países
de origem, 2007. ................................................................................................................................... 34
Quadro 3.3. Setores envolvidos em sistemas de integração de aves no Brasil, 2014............................ 65
7
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS 3
LISTA DE TABELAS 5
LISTA DE QUADROS 6
SUMÁRIO 7
1 INTRODUÇÃO 8
2 MÉTODOS E PROCEDIMENTOS 10
4 REFERÊNCIAS 72
8
1 INTRODUÇÃO
cadeia estudada, desde a compra de insumos para a produção agropecuária até o destino final
(consumidor, exportação ou estoques).
Neste contexto, o presente estudo tem como objetivo principal construir uma Matriz
Insumo-Produto para a cadeia produtiva da avicultura de corte no Mato Grosso do Sul. Essa
metodologia permite melhor compreensão da estrutura produtiva que envolve as atividades
dessa cadeia, ao registrar os fluxos de bens e serviços. Seus resultados fornecem um
panorama detalhado da estrutura produtiva desse setor produtivo, que permite avaliar o grau
das relações intersetoriais da economia e os impactos em face de uma variação na demanda
final.
Especificamente, para se alcançar o objetivo principal, foram mapeados todos os
segmentos da cadeia produtiva da avicultura de corte. Também foram estimados o Consumo
Intermediário (CI) e o Valor Adicionado (VA), os quais permitem analisar a remuneração dos
fatores de produção em cada segmento.
Posteriormente, através da MIP, foram estimados os multiplicadores diretos e indiretos
e o efeito-renda do valor adicionado, da renda, do emprego e dos impostos para cada variação
monetária da demanda final. Além dessa análise serão analisados os efeitos que o
encadeamento deste pode provocar tanto no próprio setor quanto na economia como um todo,
gerando, assim, o crescimento econômico. Esse conhecimento pode promover o embasamento
necessário à tomada de decisões, com vistas em melhorar o seu desempenho.
O presente trabalho está dividido em cinco seções além desta introdução. A segunda
trata da metodologia para o mapeamento e para a construção da matriz insumo-produto da
cadeia da avicultura de corte, assim como, os procedimentos para avaliar encadeamentos de
ligações entre setores evidenciando aqueles setores-chave, campos de influência e
multiplicadores de impacto. A penúltima seção apresenta reservada aos resultados e
discussões. E, por fim, as considerações finais do trabalho.
10
2 MÉTODOS E PROCEDIMENTOS1
1
Este capítulo segue o procedimento análogo ao das cadeias de soja e milho, partes da presente pesquisa. Aqui
se relata especificamente a cadeia da avicultura de corte.
11
⁄
( ⁄
), (I)
Em que:
Quadro 2.1 Descrição das classes CNAE na cadeia produtiva da avicultura de corte.
[( ) ( ) ], (II)
( ) (III)
Outras variáveis também são utilizadas, com base em dados secundários, com intuito
de complementar a compreensão da dinâmica da cadeia produtiva em análise, entre as quais:
i) Rebanho e abate (CONAB, IBGE, IAGRO-MS, SEPAF-MS, USDA)2; ii) número de
empregos (RAIS/MTE e IBGE); massa salarial (RAIS/MTE); iii) consumo intermediário e
valor adicionado dos elos da cadeia (IBGE e SEMADE); iv) indicadores da indústria
2
As respectivas instituições fontes dos dados são indicadas entre parênteses.
14
que a compõem. Portanto, ele prevê um diagnóstico inicial, documental, o qual será validado
pelas entrevistas com os agentes-chave e a corroboração pelos dados da matriz de insumo-
produto.
Nesta perspectiva, foram entrevistados agentes de todas as unidades frigoríficas de
abate da avicultura em conversas in locu ou por telefone. Em alguns casos, os agentes eram
mais vinculados à “produção” dos frangos de corte (elos de engorda), ou elos mais associados
às granjas.
X = exportações;
M = importações;
W = remunerações, inclusive encargos sociais e contribuições parafiscais pagos a residentes;
Wnr = idem a W, pagos a não residentes;
Wa = rendimentos dos autônomos (rendimento misto);
EOB = excedente operacional bruto;
Tm = impostos sobre produção e importação, incluindo outros impostos ligados à produção (Cofins,
PIS/Pasep, etc);
Sb = subsídios à produção.
Na estimativa do PIB da cadeia das aves adota-se a ótica da produção que, além de
requerer menor volume de informações e ser a ótica adotada nos trabalhos antes citados, é
passível de operacionalização, conforme a visão sistêmica da cadeia produtiva e dadas as
informações estatísticas de insumo-produto. Porém, as informações estatísticas sobre os
impostos indiretos sobre produção e importação são associadas ao produto e não ao setor,
dificultando o cálculo do PIB a preços de mercado para cada setor.
Nesse sentido, o procedimento de cálculo é o mesmo praticado pelo IBGE em relação
ao cálculo do PIB nacional: i) calcula-se o VA (valor adicionado, igual à diferença entre o
valor de produção e o consumo intermediário) de cada setor da cadeia produtiva; ii) calculam-
se os impostos de todos os produtos do cadeia produtiva; iii) somam-se os resultados de (i) e
(ii) para se obter o PIB a preços de mercado da cadeia produtiva. O cálculo utiliza dados da
Matriz de Insumo-Produto de Mato Grosso do Sul, com ano-base em 2010, atualizada para
2012 com base na pesquisa das Contas Regionais do IBGE.
Para isolar os impactos da cadeia da avicultura de corte dentro da economia de Mato
Grosso do Sul deve-se considerar a contribuição de cada segmento da sua cadeia produtiva e
as inter-relações sobre aquisições e vendas para outros setores da economia.
Para adequar a metodologia de estimativa do PIB do agronegócio sul-mato-grossense
aos procedimentos usuais de contabilidade nacional, praticados pelo IBGE, foram utilizadas a
base de dados regional. Assim, o produto do agronegócio representa a produção de todas as
unidades produtoras de bens e serviços inter-relacionadas com a agropecuária em ligações a
montante e a jusante, avaliando a preços de consumidor, separando os efeitos do complexo da
avicultura de corte separadamente3.
3
Para maior detalhamento da construção da Matriz Insumo Produto para o estado de Mato Grosso do Sul, ver:
http://famasul.com.br/public/area-produtor/794-relatorio-de-pesquisa-mip-matriz-insumo-produto.pdf
17
PIBIIIk VA
qk
PCk zqk CVAq
(10)
19
Em que: PIBIIIk = PIB do agregado III para agropecuária sem a avicultura de corte (k =
1) e complexo da avicultura de corte (k=2); z qk = valor dos insumos da agroindústria
Vários tipos de multiplicadores podem ser utilizados para estimar os efeitos das
mudanças ocorridas como: i) produto dos setores da economia; ii) renda recebida pelas
famílias em cada setor por causa dos novos produtos; iii) emprego (postos de trabalho em
termos físicos) que está sendo gerado em cada setor devido ao novo produto; iv) o valor
adicionado que é criado por cada setor da economia através dos novos produtos (Miller e
Blair, 2009).
O procedimento metodológico para elaboração dos efeitos diretos e indiretos de
emprego e renda do trabalho, descrita por Porsse (2002), quantificar os empregos gerados a
partir de um aumento da demanda final em cada setor da economia.
Considerando o equilíbrio entre oferta e demanda, supondo ainda que não existam
variações no nível de estoques, todo aumento de demanda corresponde a um aumento da
produção. Portanto, a variável que permitirá formar o elo entre o aumento da demanda e seu
impacto no nível de emprego é a produção.
O emprego será relacionado à produção por meio de uma relação linear com o cálculo
de um coeficiente de emprego, definido como a relação entre o número de trabalhadores e a
produção desse setor. Permanecendo constante esse coeficiente, a qualquer aumento na
produção corresponderá proporcionalmente um aumento no nível de emprego.
Miller e Blair (2009) descrevem os três efeitos gerados na economia: emprego direto,
emprego indireto e o efeito-renda. A metodologia consiste em associar a matriz inversa de
Leontief aos coeficientes de emprego dos setores da economia, os quais fornecem o número
de empregos gerados direta e indiretamente para uma variação da demanda final. Utilizando,
por sua vez, a matriz de coeficientes técnicos para calcular a inversa de Leontief, tem-se
calculado o número de empregos gerados direta, indiretamente e pela indução, a partir de um
incremento na demanda final das famílias.
21
e DI e D (I-A)-1 (17)
Onde:
eDI = vetor do multiplicador direto e indireto do emprego;
eD = vetor dos coeficientes diretos do emprego;
(I – A)-1 = matriz dos coeficientes técnicos do modelo de Leontief.
No emprego indireto, qualquer aumento da produção de um bem final estimula a
produção de todos os insumos requeridos para a sua produção. Desse modo, um aumento na
demanda em um setor específico provoca aumento da produção não apenas do setor, mas
também dos bens intermediários (insumos) gerando empregos indiretos. Assim, o cálculo dos
multiplicadores indiretos deve ser realizado pela diferença
(17)-(16).
Havendo a endogeneização do consumo das famílias é possível calcular os
multiplicadores do tipo II, e assim obter o chamado efeito-renda ou o efeito induzido. Neste
caso, utiliza-se a matriz de Leontief do modelo fechado para encontrar o multiplicador total,
que será de efeitos diretos, indiretos e induzidos:
e DII eD (I-A)-1 (18)
Onde:
eDII = vetor do multiplicador direto, indireto e induzido do emprego;
eD = vetor dos coeficientes diretos do emprego;
I A
1
= matriz dos coeficientes técnicos do modelo de Leontief fechado.
A diferença entre eDII (total no modelo fechado) e eDI (total no modelo aberto) fornece
o efeito-renda (induzido). Desta forma, é possível encontrar também o multiplicador indireto,
pois o multiplicador total é a soma dos multiplicadores direto, indireto e induzido.
Essas mesmas funções, apresentadas acima, podem ser empregadas para calcular os
multiplicadores para qualquer outra variável que compõe o Valor Adicionado. Neste trabalho,
além dos multiplicadores de renda serão calculados os multiplicadores do valor adicionado,
renda e impostos.
(1958), foram usadas como meio de identificar setores-chave da economia. Esta identificação
baseia-se no pressuposto de que algumas atividades têm o potencial de gerar um maior
crescimento através de suas ligações para trás (backward linkage- BL) e para frente (forward
linkage - FL), estimulando o restante da economia, o que permite ser utilizada como
ferramenta de planejamento econômico.
Consideram a estrutura interna da economia dentro de um modelo de insumo-produto
determinando o encadeamento dos setores a montante e a jusante, sendo classificados como
setores para trás, que estimam o quanto um setor demanda dos outros setores, e índices para
frente, que informam o quanto um setor é demandado pelos outros setores da economia.
Para Rasmussen e Hirschman, valores maiores do que um dos índices de ligações
indicam setores acima da média e, portanto, setores-chave para o crescimento da economia. A
formulação do cálculo efetivo do índice de ligação para frente segue a equação (18).
FLi Z
j
ij (18)
Onde: FL representa o forward linkage ou ligação para frente; Z seria uma matriz de
Leontief; i os setores demandantes na linha da matriz Z (vendas). Esse multiplicador é
interpretado como o aumento total na produção de todos os setores quando há aumento
unitário pela demanda final da atividade i. O índice de ligação para trás segue a equação (19).
BL j Z
i
ij (19)
Onde: BL representa o backward linkage ou ligação para trás; Z seria uma matriz de
Leontief; j os setores demandados pelo setor i (insumos comprados por i). Esse multiplicador
é interpretado como um aumento na produção da atividade j quando há aumento unitário em
toda a demanda final.
Para comparações das matrizes, são desenvolvidos índices normalizados. Calcula-se
para cada linha ou coluna da matriz de Leontief a relação entre o seu coeficiente médio e a
média total dos coeficientes (Feijó et al., 2013).
Esses índices podem ser normalizados tomando-se seu coeficiente médio em relação à
média total dos coeficientes. Então, definindo-se a média de cada indicador de ligação e a
média total dos coeficientes da matriz de Leontief tal como sugerido por Porsse (2002) podem
ser normalizados utilizando as equações (20) e (21) que possibilitam a identificação de
setores-chave, ou seja, índices normalizados com valores superiores à unidade evidenciam
setores com comportamento acima da média, portanto, setores-chave da economia regional.
Para fins deste trabalho, os indicadores relevantes são estes de (20) e (21).
24
1
BLj
BL*j n (20)
1
BLij
n2 i j
1
FLi
FL*i n (21)
1
FLij
n2 i j
Segundo Guilhoto (2011) a identificação dos setores-chave pode ser entendida como
os setores em que os índices BL e FL apresentam valor superior a 1. Estes são setores cujas
atividades econômicas exercem uma influência maior do que a média em toda a economia.
F( ) (22)
25
Sendo assim, a influência total de cada coeficiente técnico, ou de cada elo da matriz
insumo produto, é dada por (23):
n n 2
S ij f kl ( ij ) ,
(23)
k 1 l 1
Em que Sij é o valor associado à matriz e que, portanto, permite desenvolver uma
hierarquia dos coeficientes técnicos baseada em seus campos de influência, de forma que os
coeficientes diretos que possuírem os maiores valores serão aqueles com os maiores campos
de influência dentro da economia (GUILHOTO, 2004; KALUFF; KURESKI, 2014).
26
Figura 3.1. Produção, consumo e comércio mundiais de carne de frango, 2010-2015, em 10³
toneladas equivalentes de carne pronta para cozinhar.
Tabela 3.1. Produção, consumo e mercado internacional de carne de frango no mundo, 2010-
2015, em 10³ toneladas equivalentes de carne pronta para cozinhar.
Figura 3.2. Consumo de carne de frango dos principais países, 2010-2015, em 10³ toneladas
equivalentes de carne pronta para cozinhar
Figura 3.3. Participação dos principais países no consumo mundial de carne de frango, 2015
(expectativa).
interna. O Brasil e a Argentina estão prestes a capturar uma fatia maior do mercado russo,
como resultado da recente proibição dos embarques de carne de frango a partir da UE,
Estados Unidos, Canadá, Austrália e Noruega para a Rússia.
Figura 3.4. Produção de carne de frango dos principais países, 2010-2015, em 10³ toneladas
equivalentes de carne pronta para cozinhar.
Figura 3.5. Importações de carne de frango dos principais países, 2010-2015, em 10³
toneladas equivalentes de carne pronta para cozinhar.
Figura 3.6. Participação dos principais países nas importações mundiais de carne de frango,
2015 (expectativa).
Figura 3.7. Exportações de carne de frango dos principais países, 2010-2015, em 10³
toneladas equivalentes de carne pronta para cozinhar.
Figura 3.8. Participação dos principais países nas exportações mundiais de carne de frango,
2015 (expectativa).
A cadeia da avicultura de corte brasileira à montante pode ser vista como alimentação
(milho, soja, premix outros nutrientes), dominada por grandes empresas como: Basf, Bayer,
Degussa, Rhône-Poulenc e Ajinomoto) e genética.
Fonte: Embrapa Aves e Suínos, elaboração do BNDES, citado por Jesus Jr et al (2007).
Importadas: Ag Ross, Cobb Vantress, Hybro, Isa Vedette, MPK, Arbor Acres,
Avian, Shaver e Hubbard.
Conforme o Quadro 3.2, é possível verificar que a maioria das linhagens de frango de
corte são importadas ou controladas por empresas de capital estrangeiro, com destaque para o
grupo Tyson que detém a empresa Cobb-Vantress, possuidora da maior granja de matrizes
para genética da América Latina no município de Água Clara-MS, e considerado o líder
global na criação de frangos de corte, conforme o próprio sítio eletrônico da empresa
(http://www.cobb-vantress.com/languages/portuguese/about-cobb/our-history). O grupo
Tyson Brasil teve recentemente (2014) sua aprovação pelo CADE para ser vendido ao grupo
JBS, portanto, numa mistura de capital norte-americano e brasileiro.
34
Quadro 3.2. Raças de frangos de corte no Brasil: linhagens genéticas, empresas detentoras e
países de origem, 2007.
Tabela 3.2. Composição da ração de frangos de corte por nutriente, Brasil, 2007.
COMPONENTES PORCENTAGEM DO TOTAL EM PESO
Macronutrientes 99,54%
Milho 65,00%
Farelo de soja 20,00%
Farelo de trigo 1,03%
Farinha de carne 4,49%
Sorgo 1,80%
Trigo/triticale/trigilho 2,00%
Calcário 1,46%
Fosfato bicálcico 0,57%
Sal 0,33%
outros ingredientes e gorduras 2,86%
Premix 0,46%
Vitaminas 0,02%
Microminerais 0,07%
Aminoácidos 0,19%
Outros aditivos 0,18%
Total 100,00%
Fonte: Sindirações, elaboração BNDES, citado por Jesus et al (2007).
A produção brasileira de rações para frangos de corte é crescente de 2001-2011
(Figura 3.9), mas com pequena oscilação no período após 2011.
Figura 3.9. Produção de rações para avicultura de corte, Brasil, 2001-2011, em mil toneladas.
Fonte: Sindirações: Boletins Informativos, diversos anos. OBS.: Para 2015 é previsão.
Figura 3.10. Produção, Consumo e Exportação de carne de frango, Brasil, 1990-2014, em mil
toneladas equivalentes de carcaça.
Figura 3.11. Valor bruto da produção de frango, Brasil, 2000-2015, em bilhões de Reais
(valores corrigidos para janeiro de 2015).
70
60
R$ bilhões de janeiro de
50
40
30
2015
20
10
0
Ano
Fonte: MAPA, 2014.
elevação para patamares próximos aos de 2011, indicando o bom momento para produção e
exportação de carne de frango, e ainda consequência também dos maiores preços de carne
bovina, seu substituto.
A mesma evolução pode ser detectada na Figura 3.14, que mostra a evolução da
produção de pintos de corte no Brasil. Nesta figura, é possível ver nos dados mensais que
existe uma elevação no período recente (2014-2015), devida principalmente aos resultados da
região Sul.
560
540
2011
520 2012
2013
500 2014
2015
480
460
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Na região Sul, o destaque no peso total das carcaças abatidas em 2014 foi o Paraná
(27%), seguido de Santa Catarina (17%) e o Rio Grande do Sul (13%), os três principais
estados no país para esta variável (
39
Figura 3.15). Neste abate, Mato Grosso do Sul computa apenas 3%, a 8ª posição no
ranking nacional.
40
Figura 3.15. Participação dos principais estados segundo o peso total das carcaças abatidas,
Brasil, 2014.
Em termos de peso médio das carcaças dos frangos abatidos, existe um crescimento no
peso médio, e deve-se ressaltar que existem diferentes raças envolvidas, com diferentes pesos
conforme o destino do animal abatido. O peso médio do animal de Mato Grosso do Sul tem
estado entre os três maiores em toda a série avaliada (1997-2014), chegando ao máximo de
2,57 kg por animal em 2012. O peso médio da carcaça do estado está muito próxima ao de
MT, SC e SP (
Figura 3.16).
41
Figura 3.16. Peso médio das carcaças de frangos abatidos nos principais estados, Brasil, 1997-
2014.
2006. De outro lado, o consumo desta carne sul-mato-grossense dentro do estado cresceu
cerca de 4,7% ao ano4.
Figura 3.17. Avicultura em MS: produção, consumo (no Brasil), exportação de carne de
frango, 2003-2014.
Figura 3.18. Consumo per capita de carne de frango em Mato Grosso do Sul e Brasil, 2000-
2014.
4
As estimativas de consumo tomaram como base a evolução do consumo per capita nacional divulgada pela
UBABEF, e também os dados de consumo de carne de frango da POF para os estados.
43
A cadeia produtiva de aves no estado de Mato Grosso do Sul vem evoluindo ao longo
dos anos 2000, embora com oscilações. O mapa do rebanho municipal de aves pode ser visto
na
Figura 3.19.
Figura 3.19. Rebanho de Aves (galos, frangos, frangas e pintos) em Mato Grosso do Sul,
2012, em mil cabeças.
44
Os dados do IBGE para 2012 (data base para a pesquisa de mapeamento, e último ano
disponível para os municípios na Pesquisa Pecuária Municipal do IBGE) mencionam um
efetivo de galos, frangos, frangas e pintos da ordem de 22 milhões de cabeças, principalmente
concentrados nos entornos de Sidrolândia, Dourados, Itaquiraí e Caarapó (Figura 3.20). Se
considerar o polo de Dourados (contendo Dourados, Caarapó, Glória de Dourados, Fátima do
Sul e Itaporã), este polo se aproxima do rebanho de Sidrolândia, constituindo assim dois
importantes locais de avicultura de corte no estado. Outra região de interesse é em Aparecida
do Taboado, cuja indústria trabalha em grupo com a de Itaquiraí (Grupo Pluma).
5
Os autores agradecem ao IAGRO pelo pronto atendimento às necessidades da pesquisa.
46
Figura 3.21. Localização e detalhamento da avicultura de Mato Grosso do Sul em 2014, segundo o Programa Nacional de Sanidade Avícola.
Conforme a Figura 3.22, em 2014, foram 148 milhões de pintos de um dia produzidos
no estado, para 143 milhões de ovos férteis produzidos em MS e entrada de outros 76 milhões
de ovos de outros estados, incubados em MS. Estes números já indicam haver algum espaço
para ampliar a produção de ovos férteis no estado.
Figura 3.22. Evolução da produção de pintos de 1 dia e ovos férteis incubados em Mato
Grosso do Sul, 2010-2014.
A postura comercial estaria sendo realizada em 2 entrepostos com SIF e 9 com SIE,
com capacidade de alojamento de 1.330.000 galinhas e 153.000 codornas, em Terenos, São
Gabriel d‟Oeste e Maracaju, com evolução ascendente da produção total de ovos com SIF e
descendente para aquelas com SIE, conforme a Figura 3.23, alcançando um total de 23,3
milhões de dúzias (com SIF e SIE).
48
Figura 3.23. Evolução da produção de ovos em entrepostos com inspeção federal (SIF) e
estadual (SIE) em Mato Grosso do Sul, 2010-2014.
Figura 3.24). Ressalta-se que este comportamento está muito associado ao perfil
produtivo do município e reflete a importância da atividade nestes locais. Ainda com ICN
positivos, mas menores que 1, aparecem São Gabriel do Oeste, Dois Irmãos do Buriti, Rio
Brilhante, Douradina, Dourados, Deodápolis, Vicentina, Caarapó e Laguna Caarapã. Ou seja,
esses municípios tem expressivo número de empregados formais na atividade,
proporcionalmente ao estado como um todo.
Figura 3.26. Massa salarial da atividade de criação de aves, Mato Grosso do Sul, 2006-2013,
em milhões de Reais (valores corrigidos para 2013).
Em termos de pessoal ocupado na criação de aves, entre 2007 e 2013, a Figura 3.27
evidencia a queda após 2010, mas sempre em torno de 12.500 trabalhadores nos últimos 3
anos. Estatisticamente, não é possível afirmar que existe uma taxa de crescimento ou
decrescimento no período 2007-2013.
Figura 3.27. Pessoal ocupado da atividade de criação de aves, Mato Grosso do Sul, 2007-
2013, em pessoas.
51
Figura 3.28. Massa salarial da atividade de abate de suínos e aves, Mato Grosso do Sul, 2006-
2013, em milhões de Reais (valores corrigidos para 2013).
6
Infelizmente, para a informação do abate de aves, esta informação não estava disponível em face da agregação
metodológica na classificação nacional de atividades econômicas, o qual relata a informação do agregado abate
de aves e suínos, não distinguindo aves dos suínos.
52
Figura 3.29 revela que o pessoal ocupado no abate de suínos e aves aumentou de 6.576
pessoas em 2006 para 9.819 em 2013. Entretanto, nos três últimos anos da série (2011-2013)
esta evolução não pode ser dita estatisticamente não nula.
53
Figura 3.29. Pessoal Ocupado na Indústria de abate de suínos e aves no Estado de Mato
Grosso do Sul (2007 - 2013).
Figura 3.30). São R$ 389,226 milhões de Valor bruto da produção com um consumo
intermediário de R$ 293,273 milhões, ou seja, um valor adicionado de R$95,953 milhões na
criação de aves.
55
PRODUÇÃO DE AVES
COMBÚSTIVEIS E LUBRIFICANTES
3% R$ 9,204 milhões
Com relação ao abate de aves, foi realizado o cálculo a partir dos dados extraídos da
pesquisa obtendo a estrutura a seguir: matéria-prima (76%); Serviços de terceiros (5%);
energia elétrica (2%); combustíveis e lubrificantes (1%); e outros (16%). Para um valor bruto
da produção de R$ 614,457 milhões, tem-se um consumo intermediário de R$ 526,945
milhões e um valor adicionado de R$ 87,512 milhões, ou seja, um valor adicionado maior na
criação de aves do que no abate de aves.
56
Figura 3.31. Participação no consumo intermediário total do abate de aves em Mato Grosso
do Sul, 2012 (R$ mil).
A partir dos dados da ração e estimativas de consumo desta pelas aves, foi estimada a
evolução da participação do milho e da soja na produção de ração para aves de corte, no
período de 1997 a 2014. Para a produção de aves de cada ano, tem-se reportada a quantidade
de toneladas de milho em grão, de farelo de soja e da soja em grão necessária para produzir
este farelo de soja. Assim, em 1997 existia um consumo de ração que requeria 250 mil
toneladas de milho, para 170,7 mil toneladas de soja em grão (ou 134,8 mil toneladas na
forma de farelo de soja). Para 2014, seriam 589 mil toneladas de milho para 317 mil toneladas
de farelo de soja (equivalentes a 401,7 mil toneladas de soja em grão) (
57
Tabela 3.3).
58
Com respeito às vendas interestaduais, é possível identificar 95% das vendas para o
Rio Grande do Sul, no caso de criação de frangos, tem-se o valor de ovos, galos e matrizes.
(Figura 3.32).
59
Figura 3.32. Vendas interestaduais de criação de frangos e outros galináceos, de Mato Grosso
do Sul para outros Estados, 2012.
Figura 3.33), que neste caso são insumos de toda ordem comprados nas CNAEs dos
criadores de frangos.
61
Figura 3.34. Vendas interestaduais de abate de aves, de Mato Grosso do Sul para outros
estados, 2012.
Figura 3.35. Compras interestaduais de abate de aves, de Mato Grosso do Sul provenientes de
outros estados, 2012.
Figura 3.36. Vendas interestaduais do comércio atacadista de aves, de Mato Grosso do Sul
para outros Estados, 2012.
Figura 3.37. Compras interestaduais de comércio atacadista de aves, de Mato Grosso do Sul
provenientes de outros Estados, 2012.
Os produtos gerados ao final da cadeia são bastante variados, incluindo: ovos comuns,
ovos férteis, pintainhos, matrizes recriadas, frangos congelados inteiros, carne, partes de
frangos, couro, miúdos, envelopados, pacotes, inter-folhados etc. Existe uma unidade
frigorífica que exporta apenas frango congelado e envia as sobras (miúdos) para a Bahia,
conforme relatos. Outras unidades apresentam exportação de cortes variados, sendo os
principais municípios exportadores, em porcentagem do valor exportado: Sidrolândia (60%),
Caarapó (22%) Itaquiraí (15%), Aparecida do Taboado (2%) (Figura 3.38).
Figura 3.38. Participação dos principais municípios de Mato Grosso do Sul na exportação de
carne de aves fresca, refrigerada ou congelada (SCN 30103), 2012.
Outros
Aparecida do 0,4% 0,0%
Taboado
1,9%
Itaquiraí
15,4%
Caarapó
Sidrolândia
22,0%
60,3%
A exportação de aves vivas de Mato Grosso do Sul foi em 2012 da ordem de US$ 5
milhões (FOB), e os principais destinos foram o Equador (49%), o Peru (25%), Venezuela
(20%) e Paraguai (7%) (
67
Fonte: Elaborado pelos autores, base de dados MDIC, 2015 e Sistema Aliceweb, 2012.
Com relação aos ovos de galinha, existe uma exportação da ordem de US$ 2.3 milhões
(FOB) em 2012, e destes 83% são destinados à Colômbia e 17% à Venezuela (Figura 3.40).
Essencialmente são ovos férteis destinados a estruturação de matrizeiros.
Figura 3.41, dos cerca de US$ 265.4 milhões (FOB), os principais destinos foram:
Japão (26%), Arábia Saudita (23%), China (16%), Bélgica (5%), Emirados Árabes Unidos
(5%), Hong Kong (4%), Alemanha (3%) e Cingapura (3%).
69
Figura 3.40. Exportação de ovos de galinha e de outras aves de Mato Grosso do Sul, 2012.
Fonte: Elaborado pelos autores, base de dados MDIC, 2015 e Sistema Aliceweb, 2012.
Figura 3.41. Exportação de carne de aves fresca, refrigerada ou congelada de Mato Grosso do
Sul, 2012.
70
Fonte: Elaborado pelos autores, base de dados MDIC, 2015 e Sistema Aliceweb, 2012.
Existem autorizações para exportar para diversos países, para carne de aves ''in
natura'', miúdos de aves ''in natura'', produtos de origem animal, carne mecanicamente
separada de ave, produtos a base de carne de aves, matéria prima para fins opoterápicos 7 e
laboratoriais, produtos não comestíveis-subprodutos, preparados de carne, e matéria prima
para ração animal (pet food). Em geral, as plantas mais completas (com mais autorizações
para exportar) são as do grupo JBS Foods, que também teve detectada autorização para
exportação de produtos a base de carne de aves na unidade JBS de Campo Grande (Tabela
3.4).
7
São preparações obtidas a partir de glândulas, outros órgãos, tecidos e secreções animais conforme
Resolução Normativa 10/78 (ANVISA, sd).
(<http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/especificos/apresentacao1_orientacao_regulado.pdf>. Acesso em
09.03.2015)
71
Tabela 3.4. Unidades frigoríficas e produtos ligados à avicultura autorizados para exportação, Mato Grosso do Sul, 2015.
UNIDADE FRIGORÍFICA
Preparados de carne x x x x x
A cadeia produtiva de aves em Mato Grosso do Sul pode ser descrita essencialmente
como uma cadeia em que o ente principal é a indústria integradora e processadora,
similarmente ao exposto por Sakomura (2014) (Quadro 3.3).
Firma
integradora
Galpão
Abate e Mão-de-obra
Pintinhos Ração
comercialização Energia
Cama
Os vários níveis comumente encontrados nos vários estudos estaduais também são
observados no estado de MS e são controlados pelas empresas integradoras (praticamente
100% de produtores integrados) (Figura 3.42), sendo tipicamente grandes grupos como o JBS
Foods, BRF Brasil Foods e Pluma.
73
GRANJAS DE
PRODUTORES DE INCUBATÓRIOS E
MILHO E SOJA MATRIZEIROS
FÁBRICA DE
ÓLEO E FARELO FRIGORÍFICOS
PROCESSADORES
INTEGRADOS
CONTROLADA CENTROS DE
PELA DISTRIBUIÇÃO E MERCADO MERCADO
INTEGRADORA ATACADISTAS DOMÉSTICO EXTERNO
Ainda devem ser acrescidos à cadeia, além dos elos de controle da integradora
(fabricação de ração, matrizeiros/incubatórios, frigoríficos/processamento), as granjas de
corte, os elos de distribuição no mercado doméstico e externo, e os vários elos de suporte
como fornecedores de medicamentos e vacinas, prestadores de serviços, agentes financeiros,
de transporte e logística e outros. Sempre numa cadeia controlada pela integradora de modo a
garantir o padrão e sanidade dos produtos. Portanto, a empresa integradora seleciona os
integrados, faz o projeto técnico, implanta o aviário, fornece a assistência técnica, fornece os
pintos de 1 dia, fornece a ração, contrata e organiza o transporte, fornece os medicamentos,
realiza o abate e comercialização, e organiza a remuneração e formas de pagamento (Figura
3.43).
74
Seleção dos
integrados
Remuneração
Projeto
e formas de
técnico
pagamento
Abate e Implantação
comercialização do aviário
Empresa
Integradora
Medicamentos,
Assistência
vacinas,
técnica
desinfetantes
Transporte Fornecimento
(pintos, ração, de pintos de 1
frangos) dia
Fornecimento
da ração
Com respeito às formas de pagamento praticadas pelas indústrias aos seus integrados
em geral envolvem índices técnicos que darão maior ou menor resultado financeiro. Esses
índices envolvem o ganho de peso, a conversão alimentar (CA), a idade de abate e a
mortalidade.
Os lotes são avaliados por tudo o que acontece do início ao final de cada ciclo, para se
indicar se a produção foi eficiente, o que às vezes é indicado como “Índice de Eficiência de
Produção” (IEP) ou fator de produção (FP), conforme a indústria.
Em que:
CA = Conversão alimentar = ;
Existem tabelas que avaliam se os índices resultantes foram considerados bons ou não.
Por exemplo, uma referência indica que é: péssimo se IEP< 200; Ruim para IEP de 200 a
220; Regular para IEP de 220 a 230; Bom para IEP de 230 a 240; Ótimo para IEP de 240 a
250; e Excelente para IEP > 250. Assim, as tabelas avaliam os índices técnicos e cada
empresa adota a sua conforme a exigência de mercado, se por um produto mais pesado, por
77
exemplo. O pagamento ao produtor será então uma porcentagem sobre o valor líquido da
venda dos frangos vivos (kg), ou porcentagem fixa (contrato), corrigida pelos índices
técnicos, ao preço do dia da retirada. Então, imagine um caso em que a participação seja 12%
e que os índices técnicos indiquem uma correção de 0,74 (indicada por uma tabela da
indústria integradora e nem sempre transparente ao público), isto daria uma participação
reduzida para 12 x 0,74 = 8,88%. Então se um produtor recebesse R$2,70/kg de frango vivo, e
tivesse um galpão de 1.200 m² com 15 cabeças por m², com peso médio de 2,3 kg por frango,
ele teria uma receita de:
3.5 Gargalos
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em: <http://apps.fas.usda.gov/psdonline/circulars/livestock_poultry.PDF> , Acesso em
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