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Ex-Edil entre os candidatos à cabeça de lista em Maputo

Pág. 2
Naíta Ussene

Eleições autárquicas reféns do Parlamento

CNE suspende candidaturas Pág. 4


LOTARIA PRÓXIMA, 27ª EXTRACÇÃO DA LOTARIA 07/07/2018
26ª EXTRACÇÃO 1º PRÉMIO -2.000.000,00MT

1º - 14849 - 1.250.000,00MT PREVISÕES DE JACKPOT

2º - 08449 - 60.000,00MT 1 PRMIO DE TOTOBOLA - 125.474,79MT

3º - 28755 - 30.000,00MT 1 PRMIO DE TOTOLOTO - 1.633.125,16MT
 
  VALOR DO 1º PRÉMIO DO JOKER - 250.000,00MT
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TEMA
TEMADA
DASEMANA
SEMANA
2 Savana 06-07-2018

Divergências obrigam CP a adiar eleições internas

Intrigas fragmentam camaradas na capital


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E
stá instalado um clima de blicos cujo ingresso passa pelo crivo Cinco nomes saídos das bases estão é vice-chefe da bancada da Frelimo Depois da humilhação de 2008,
cortar à faca entre os cama- eleitoral. na corrida. Trata-se de Edson Ma- na Assembleia Municipal de Mapu- Eneas Comiche teme que a sua repu-
radas ao nível do comité da Porém, frelimistas da capital exigiam cuácua, eleito pelo círculo de KaMa- to, enquanto Fernando Sumbana Jr. tação seja manchada, visto que as ba-
cidade de Maputo. O mau que, se Mabjaia tencionasse entrar na vota, Fernando Sumbana Jr. e Gilber- foi ministro de Turismo nos gover- ses não simpatizam com a sua figura.
ambiente resulta da falta de con- corrida, deveria renunciar ao cargo de to Mendes, pelo círculo de Kapfumo, nos de Joaquim Chissano e Armando Ao que apurámos, Eneas Comiche
sensos dos nomes que deverão primeiro-secretário para estar nivela- Samora Machel Jr. pela Associação Guebuza. Sumbana Jr foi também condicionou a sua a corrida à existên-
encabeçar a lista do partido para do com outros candidatos. dos Combatentes da Luta de Liber- ministro da Juventude e Desportos cia de garantias de que a sua figura é
as eleições autárquicas do próxi- Sucede que Mabjaia não estava inte- tação Nacional (ACLLN), Razaque na administração Guebuza. consensual ao nível das bases.
mo dia 10 de Outubro. Ao que o ressado em abandonar o cargo. Manhique, pelo Kahlamankulo e Com as novas entradas, o leque de Devido ao suspense, a Frelimo, ao
No seio do partido ao nível da capital, João Matlombe, pelo distrito Muni- preferências mudou para Razaque nível central, viu-se obrigada a adiar
SAVANA apurou, Eneas Comi-
Mabjaia não é bem visto, muito por cipal Kamubukwana. Manhique, Fernando Sumbana Jr. e a eleição interna para o próximo fim-
che, forçosamente afastado a um
culpa do entendimento generalizado Desse grupo, segundo as mesmas Samora Machel Jr. -de-semana.
possível segundo mandato, em
de que o seu nome está completa- fontes, o desejo da direcção do par-
Setembro de 2008, dando lugar a mente linchado na praça pública. A tido na cidade é que os membros le- 2UHJUHVVRGH&RPLFKH" 7XGRSDFtÀFR
David Simango, poderá estar de questão da oferta do tractor ao presi- vassem à CP os nomes de Razaque Preocupada com as divisões internas Contactado pelo SAVANA na ma-
regresso como cabeça de lista da dente da República, Filipe Nyusi, um Manhique, Fernando Sumbana Jr. e e, sentindo-se acossado pela oposi- nhã de quarta-feira, Francisco Mab-
Frelimo em Maputo, mas o actual presente entretanto rejeitado, foi uma Samora Machel Júnior. ção devido à perca de popularidade jaia disse que a reunião que culmina-
presidente da comissão do Plano e das menos bem conseguidas deci- na maior e mais importante autar- ria com a eleição dos três nomes foi
Orçamento na Assembleia da Re- sões de Mabjaia, o que lhe valeu uma $SRVWDLQLFLDLV quia do país, a CP usou seus pode- adiada devido a questões organiza-
pública estará a exigir garantias. enorme vaia pública. No passado dia 13 de Junho, teve lu- res discricionários e incluiu o nome cionais.
Do leque das investidas mal sucedi- gar, na cidade de Maputo, a reunião de Eneas da Conceição Comiche na Segundo Mabjaia, a Frelimo tem
A confusão é tão grande que até a das também figura a organização das de divulgação de alguns documentos lista dos últimos três candidatos a se- muitos quadros e o processo de can-
chefe da brigada central do partido marchas de saudação de Filipe Nyusi eleitorais, incluindo as directivas da rem escrutinados para cabeça de lista. didatura está aberto para todos, o que

Eneas Comiche Samora Machel Jr. Gilberto Mendes Edson Macuácua Fernando Sumbana Jr.

para a cidade de Maputo, Margarida pelos ganhos alcançados na governa- CP para o processo autárquico. Para além da sua passagem, aparen- faz com que o trabalho das equipas
Talapa, se mostrou incapaz de ultra- ção do país. Quase todas as marchas No encontro, foram avançados os no- temente, bem sucedida na direcção responsáveis pela tramitação proces-
passar. tiveram uma adesão muito fraca, fac- mes de Samora Machel Jr., filho do da capital entre os anos 2003-2008, sual seja enorme.
Devido à situação, a Comissão Polí- to visto por alguns camaradas como primeiro presidente do Moçambique Comiche é das poucas figuras cuja “Para além da escolha dos candida-
tica (CP) optou por adiar as eleições uma vulgarização da figura do presi- Independente, Samora Machel, do imagem ainda não está totalmente tos a cabeça de lista, temos também a
internas e retirar do comité da cida- dente do partido. actor e empresário da área cultural, ensombrada por diversos escândalos missão de eleger 64 candidatos e seus
de, dirigido por Francisco Mabjaia, O SAVANA sabe que, mesmo com Gilberto Mendes e do advogado, associados às elites frelimistas, so- suplentes às assembleias municipais”,
os poderes de gestão e condução do essas nódoas, Mabjaia só se rendeu Isálcio Mahanjane. bretudo, na componente da gestão da disse Francisco Mabjaia, que negou
processo de eleição dos candidatos a depois da direcção do partido, ao A ideia da Frelimo na cidade de Ma- coisa pública. que a direcção nacional do partido
“cabeça de lista” mais os 64 concor- nível central, ter exarado um ofício a puto é de que apostando na juventu- Para a surpresa de autarcas da capital tenha tomado o controlo do processo
rentes à Assembleia Autárquica. proibir o primeiro-secretário de en- de se pode cativar o grande eleitorado do país, Eneas Comiche foi empurra- eleitoral.
A reunião, que culminaria com a es- trar na corrida eleitoral. jovem que abunda na capital, preten- do pelos membros da Frelimo, ao ní- “As eleições internas visando a esco-
colha de três nomes, que depois su- As fontes dizem que, uma vez vedado são que entra em choque com a idade vel da cidade, em Setembro de 2008, lha dos nossos candidatos à direcção
biriam à CP para efeitos de homolo- de entrar na disputa, o primeiro-se- de Francisco Mabjaia. numa controversa eleição interna. No dos órgãos locais são dirigidas pelos
gação e validação e, daí, sair o cabeça cretário ignorou os órgãos e mono- No entanto, por exigência dos mem- seu lugar foi eleito David Simango, comités locais, pelo que, no nosso
de lista, estava, inicialmente, marcada polizou o processo, procurando ma- bros, sobretudo das bases, a lista foi actual edil da capital. caso, não será excepção. O comité da
para esta sexta-feira e sábado. nipular as bases a apostar em figuras aberta e alargada a outros interessa- Diversas vezes, Eneas Comiche foi cidade é que vai dirigir a eleição dos
Com o adiamento, a previsão é que o do seu interesse, em detrimento de dos. Foi daí que entraram os nomes acusado de ser uma pessoa de mau nossos candidatos”, reagiu.
encontro se realize nos dias 13 e 14 outras candidaturas. de Edson Macuácua, João Matlombe, trato, sobretudo no que respeitava à Mabjaia nega que haja intrigas inter-
de Julho. Tendo-se apercebido da situação, os Fernando Sumbana Júnior e Razaque satisfação dos interesses clientelistas nas e garantiu que o seu partido está
Ao SAVANA, Francisco Mabjaia grupos preteridos entraram em acção Manhique. dos camaradas. unido e pronto para apoiar os candi-
confirmou o cancelamento da sessão, e instalou-se a confusão. Edson Macuácua é deputado e pre- Contudo, a candidatura de Comiche datos que serão a aposta das bases.
mas nega que derivou de divisões Não havendo condições para a supe- sidente da primeira Comissão da está bloqueada na medida em que a Sobre a chamada de Comiche para a
internas. De acordo com o primeiro- ração das divergências, a nível local, Assembleia da República (AR) pela directiva da Frelimo, sobre eleições corrida, Mabjaia limitou-se a referir
-secretário da Frelimo ao nível da
o barulho chegou à chefe da brigada bancada da Frelimo, João Mothombe autárquicas, obriga que o candidato a que os estatutos da Frelimo abrem
capital do país, o adiamento resulta
central, que tentou gerir a situação, é vereador dos Transportes no muni- cabeça de lista passe pelo escrutínio espaço para qualquer membro con-
da complexidade dos procedimen-
mas sem sucessos. cípio de Maputo, Razaque Manhique local. corra a qualquer cargo, desde que não
tos, visto que há muitas candidaturas
cujos processos devem ser analisados
com precisão para evitar erros.

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Fontes próximas do partido indicam
que a confusão surge a partir do mo-
mento em que Francisco Mabjaia
manifesta o interesse em ser candida-
to à presidência do Conselho Autár-
quico de Maputo.
A directiva da Frelimo, aprovada para
o efeito, não proíbe que titulares de
cargos mais altos do partido ao nível
da base concorram aos cargos pú- Atanásio Marcos Nobre dos Santos Helena Taípo Lourenço Bulha
TEMA DA SEMANA
Savana 06-07-2018 3

viole os regulamentos internos. lista da Renamo na corrida à presi- da CPN, órgão que, para além validar, Este órgão, recorde-se, tinha, ain-
Questionado sobre a intenção de fa- dência do Conselho Autárquico da tem a prerrogativa de deliberar sobre da para aquele dia (terça-feira) uma
zer parte da lista dos candidatos, o cidade de Maputo. a introdução/remoção de mais nomes reunião que, na verdade, não chegou
mais alto responsável da Frelimo na Nesta terça-feira, a Renamo elegeu e definir quem serão, efectivamente, acontecer porque, segundo soubemos
cidade de Maputo referiu que a di- a lista dos 64 membros candidatos a os cabeças de lista para os 53 conse- de Arlindo Bila, delegado da Rena-
rectiva do partido não impede que ocupar os assentos para a Assembleia lhos autárquicos, em que este partido mo ao nível da cidade de Maputo,
isso aconteça, contudo, por vontade Autárquica disponíveis para a capital, diz que vai concorrer. aguardava pelas listas dos outros can-
própria, optou por não concorrer. da qual Venâncio Mondlane não se A lista dos candidatos a ocupar os tos do país, pois, o processo decorria
O SAVANA falou com algumas fi- fez presente. assentos na autarquia da cidade de a nível nacional.
guras cujos nomes constam na cor- É que, em termos práticos, a lista Maputo acompanhada pelos respec- Bila assegurou que a CPN iria se
rida eleitoral, mas declinaram abor- aprovada nesta terça-feira não está tivos suplentes foi submetida à con- pronunciar dentro de 10 dias, que co-
dar a matéria, alegando que ainda é dotada de qualquer valor vinculativo, sideração da CPN, momentos após o meçaram a contar a partir da última
prematuro para falar de assuntos que uma vez que, ainda irá passar do crivo Amisse Cololo António término da reunião desta terça-feira. terça-feira.
ainda carecem da decisão do partido.

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Enquanto os camaradas ao nível da

MESTRADO/
capital se digladiam, no município da
Matola, o ambiente parece calmo. O
mesmo já não se verifica nas cidades
da Beira e de Nampula, outro mu-

MBA
nicípio estratégico, onde o choque
resultante da derrota da intercalar
do passado mês de Março continua
evidente.

2018
Para o município de Nampula,
aventa-se a possibilidade da Frelimo
voltar a apostar no candidato Amis-
se Cololo António ou no empresário
José Chaquira.
Informações em poder do SAVA-
NA indicam que para o município da
Matola, está quase garantida a apos-
ta no actual edil, Calisto Cossa, cujo
desempenho no município tem me-
recido rasgados elogios. Porém, Ca-
listo contará com a concorrência de
Milagre Manhique, um antigo chefe
do posto administrativo da Machava.
Na cidade da Beira apontam-se os
nomes do antigo primeiro-secretário
provincial, Lourenço Bulha, da go-
vernadora provincial, Helena Taipo,
bem como do Reitor da Universidade
Zambeze, Nobre dos Santos, que di-
rigiu o processo eleitoral no XI Con-

BOLSAS
gresso da Frelimo.

MBA/Mestrado em MBA/Mestrado em
Gestão de Empresas Gestão de Projectos
Calisto Cossa
Contudo, o jovem jornalista e delega-
do da Televisão de Moçambique, na
Beira, Atanásio Marcos, também não MBA/Mestrado em
Gestão de Sistemas
desarma e continua com os lobbies
junto às bases do partido para mere-
cer confiança dos frelimistas.

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Integrados em Qualidade,
Frelimo
Parece cada vez mais evidente que a Ambiente e Segurança
carruagem onde viaja o colectivo da
Renamo rumo ao processo eleitoral
de Outubro depende da locomotiva
dirigida pela Frelimo.
É que, depois de comunicar que, até
ao fim desta quarta-feira, a Comissão
Política Nacional (CPN) da Renamo
ratificaria e divulgaria os nomes de Candidate-se às bolsas parciais
cabeças de lista eleitos pelas bases, o
órgão mudou de posição e prolongou
a divulgação para próxima semana.
Esta mudança verifica-se depois da
Frelimo ter, também, adiado o pro-
cesso de eleições internas ao nível
da cidade de Maputo para a próxima Para mais informações contacte:
semana.
Contudo, é quase certo que o ex-de- Secretariado da Escola de Pós-Graduação
putado do Movimento Democrático Celda Mondlane: (+258) 84 29 59 213
de Moçambique (MDM), Venâncio
E-mail: imonjane@isctem.ac.mz
Mondlane, que recentemente anun-
ciou a sua desvinculação do partido
de Daviz Simango, vai encabeçar a
TEMA DA SEMANA
4 Savana 06-07-2018

Frelimo marginalizou e até combateu o islão


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A
ntigo e sensível, o debate “De forma geral, a política do gover-
sobre o islão em Moçambi- no alienou os muçulmanos e provo-
que voltou a estar na ordem cou uma oposição religiosa – aberta
do dia, desde que eclodiram ou latente – ao regime. Em 1979, a
ataques inspirados no fundamenta- Renamo fazia denúncias, pela voz
lismo islâmico no norte de Cabo de Ossufo Momade (futuro general
Delgado. Entretanto, num artigo e futuro chefe do Departamento de
científico de 2002, o americano Éric Assuntos Religiosos da guerrilha),
Morier-Genoud, doutorado sobre a como a destruição de mesquitas, a
política da Igreja Católica Romana proibição de praticar a religião e a
em Moçambique colonial, alertava obrigação imposta aos muçulmanos
para o aumento de reivindicações da de comer macaco”, destaca, acres-
comunidade islâmica, longamente centando que, a guerrilha e seu apoio
marginalizada e até combatida pela rodesiano exploraram a dimensão
Frelimo marxista-leninista. anti-religiosa e, mais especificamen-
te, anti-muçulmana da Frelimo.
De acordo com o artigo intitulado Há relatos de muçulmanos, como os
“O islão em Moçambique após a ismaílis, que totalizavam alguns mi-
independência: história de um po- lhares, que deixaram o país em 1975
der em ascensão”, historicamente, sob a ordem de Agha Kan, após
o islão foi hostilizado pelo Estado Militares ajudam a reconstruir casas incendiadas por insurgentes no norte de Cabo Delgado alguns levantes de tendência anti-
colonial português, o que perdurou -asiática no centro do país.
refere o artigo, acrescentando que, “Para tanto, posicionou-se como acabou sendo dura para o islamismo.
até ao início dos anos 1960. “A propósito dos outros muçulma-
como corolário, o Estado vai então um partido de vanguarda, optou por “Se esta política não tinha a inten-
Trata-se de uma hostilidade baseada nos asiáticos, uma parte abando-
aplicar uma “política de dificultação uma economia planejada e centrali- ção de incidir mais sobre o isla-
na relação entre o nacionalismo por- nou o país, deixando um ou alguns
administrativa” com o islão e com as zada e adoptou uma política anti-re- mismo do que sobre outra religião,
tuguês e o catolicismo, simbolizado membros da família a cuidar dos
outras religiões. ligiosa. O objectivo desta última era a formação cristã da maioria dos
pela Concordata assinada entre o bens e das empresas”, refere.
Entretanto, nos primeiros anos da promover o marxismo e o ateísmo dirigentes do partido-Estado e, so-
Vaticano e Portugal, em 1940, um Não tem dúvidas da marginalização
independência, a Frelimo dedicou- em substituição à religião”, destaca o bretudo, daqueles que lidavam com
acordo que estabelecia uma aliança e até combate do islão. “Antes da
-se à construção de um Estado so- autor, acrescentando que a coorde- o assunto da religião, acabaram por
estratégica entre Lisboa e a Igreja independência e mesmo até 1979,
cialista e laico, mas seguiu-se uma nação da nova política anti-religiosa tornar esta política mais dura com os
Católica, estipulando que o Estado esta religião foi marginalizada, quiçá
luta aberta entre o Estado e as con- do partido-Estado incluía os servi- muçulmanos”, explica.
ajudaria a Igreja nas colónias e que combatida, pelo poder em vigência”,
fissões religiosas, quando, no Con- ços secretos. “Para dar alguns exemplos, a proibi-
daria a ela o monopólio da educação remata, lembrando que a política
gresso de 1977, o terceiro, o partido ção de comer porco não foi levada
dos africanos. muçulmana da Frelimo tinha sido
adoptou o “marxismo-leninismo” Combate cerrado em consideração, sendo até vista
“Isto forçou os governos coloniais um “fiasco”.
como ideologia oficial e decidiu Para o académico Éric Morier-Ge- como hipocrisia por determinados
em Moçambique a marginalizarem Só no fim de 1980 é que o Gover-
detentores de poder (presidente
as outras religiões a fim de esta- proceder à construção plena e efec- noud, se a política anti-religiosa da no decidiu abandonar sua política
Samora Moisés Machel incluso), o
belecer o poder dos católicos e as- tiva de uma sociedade “socialista” em Frelimo visava a religião, no geral, anti-religiosa e substituí-la por uma
que fez com que os soldados muçul-
segurar o sucesso de suas escolas”, Moçambique. a sua aplicação não foi uniforme e política de enquadramento de con-
manos fossem forçados a comer esta
carne e chiqueiros fossem impostos fissões.
em zonas e quarteirões muçulma- “A Frelimo deu-se conta de que
sua política anti-religiosa não tra-
(OHLo}HVDXWiUTXLFDVUHIpQVGR3DUODPHQWR nos. Da mesma forma, em 1982,
zia apenas problemas, mas também
quando o governador de Maputo

CNE de mãos atadas


tentou mais uma vez evitar que os era contra produtiva na medida em
estabelecimentos comerciais fechas- que servia os interesses da ‘reacção’
sem durante a Ide Ul-Adha (Festa do e da guerrilha que nascia”, refere o
Sacrifício) e os chefes muçulmanos estudioso, acrescentando que o islão
foram protestar junto ao presidente, passou do silêncio a reivindicações
este perguntou se os comerciantes fundamentais.
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O
não poderiam ‘simplesmente’ trans- Sobre o futuro da religião, anotava
Porta-voz da Comissão de tutela administrativa do Estado a minal. Agora, sucede que este ferir a festa para o domingo, dia de em 2002 que o islão conhecia um
Nacional de Eleições que estão sujeitas as autarquias locais regime caiu e não existe uma le- repouso oficial em Moçambique”, movimento reformista que estava a
(CNE), Paulo Cuinica, e, por fim, a proposta de revisão da gislação que permita a recepção aponta. avançar, sobretudo graças (ou entre)
anunciou, esta quarta- lei 7/2013, de 22 Fevereiro, alterada de candidaturas nas condições Refere que o partido-Estado proi- aos jovens que estuda(va)m no ex-
-feira, a suspensão do início da e republicada pela lei 10/2014 de 23 actuais. biu o ensino do Alcorão às crianças, terior.
recepção das candidaturas para de Abril, relativo à eleição dos titula- “Não temos um comando que proibiu o uso do cofió nas cidades, “Até o presente, o reformismo ou
as quintas eleições autárquicas res dos órgãos das autarquias locais. nos diga o que acontece caso nos distritos e nas sedes do partido, wahabismo propagou-se quase que
de 10 de Outubro, cujo arran- O avanço do processo eleitoral, se- o cabeça de lista caia, será que além de determinar o fim das pere- exclusivamente através do Conselho
que estava programado para gundo Cuinica, depende da aprova- sobe imediatamente a pessoa a grinações à Meca. Islâmico. Contudo, surgiu um novo
esta quinta-feira. Em causa ção das leis que estão encalhadas no seguir ou vai se levar numa nova Da mesma forma, prossegue, fechou movimento (Ansar Al-Suna) e pode-
está, segundo explicou Cuini- Parlamento. lista?”, questionou. É neste pris- as portas de mesquitas e madras- mos cogitar que, uma vez quebrado
ca, a falta de uma lei processual “Vamos esperar para que as leis se- ma, prosseguiu, que a CNE não sas em diversas províncias, dentre o monopólio do Conselho, surgirão
que operacionalize os comandos jam aprovadas e daí fazermos a re- sabe como actuar,que se decidiu as quais Niassa e Inhambane e, em novas organizações. Assim, o refor-
constitucionais introduzidos programação. O calendário já está pela suspensão do arranque, esta alguns casos, a Polícia ou o adminis- mismo provavelmente será mais di-
pela recente revisão pontual da baralhado desde o momento em que quinta-feira, da recepção das ins- trador aproveitavam para confiscar e versificado e multiforme no futuro.
Constituição da República, pela crições de candidaturas. Porém, queimar a literatura religiosa encon- Isto não quer dizer que a ascensão
não estamos a receber as candidatu-
o SAVANA apurou que foi a trada nos locais de reza. do wahabismo seja inevitável ou ir-
Assembleia da República (AR). ras que seria a partir desta quinta-
Frelimo na CNE que argumen- “Os administradores tentavam fe- reversível”, previa.
-feira,” observou.
tou que não há espaço para se char as escolas corânicas, confiscar os Lembrava ainda que, em 1996, os
Trata-se de leis que deviam ter Referiu que a CNE revirou toda a
receber as candidaturas na base livros religiosos e forçar as crianças a adeptos do islão exigiram sem su-
sido aprovadas nos dias 21 e 22 legislação a ver se encontrava uma
da actual legislação, bloqueando frequentarem as missões”, observa, cesso que os Ides fossem declarados
de Junho, na III sessão extraor- lei que lhes permitisse operaciona- o processo tal como aconteceu na como dias feriados e contestaram
dinária da AR, inviabilizada pela lizar os comandos introduzidos pela anotando que, evidentemente, esta
Assembleia da República. o pré-projecto de lei da família de
bancada da Frelimo. São três as revisão pontual da CRM, mas nada política não permaneceu incólume a
O jornal apurou igualmente que 2000 para depois prever o aumento
leis em causa que a CNE precisa foi encontrado. resistências por parte das populações
a extraordinária da Assembleia
para avançar com os prepara- Isto porque o novo texto constitu- e de certos administradores. das reivindicações.
da República deverá acontecer
tivos do processo eleitoral: A cional estabelece, no seu artigo 289, Assinala que a política anti-religiosa “Podemos pensar que este tipo de
na segunda quinzena deste mês
proposta de Lei 2/97 de 18 de que a eleição do presidente do Con- da Frelimo teve consequências de- reivindicação irá continuar, senão
e as eleições realizadas em No-
Fevereiro, que estabelece o qua- selho Autárquico (antes designado sastrosas, como revoltas que eclodi- aumentar, pois o islão possui uma
vembro. Para o pleito eleitoral
dro jurídico para a implantação presidente do Município) é feito ram na província de Cabo Delgado, base social e política importante e
estão inscritos 17 partidos polí-
das autarquias locais; a proposta através de uma lista plurinominal nomeadamente, a revolta de Mo- muitos aspectos do Estado pós co-
ticos, duas coligações e quatro
de alteração da lei 7/97 de 31 de enquanto que na anterior legislação grupos de cidadãos eleitores pro- címboa da Praia em 1980, quando lonial ainda permanecem ‘cristãos’ e
Maio que estabelece o regime era feita por via de uma lista uni no- ponentes. danças muçulmanas foram proibi- fazem pouco caso dos muçulmanos”,
das. alertava.
TEMA
PUBLICIDADE
DA SEMANA
Savana 06-07-2018 5
SOCIEDADE
6 Savana 06-07-2018

Armando Inroga deixa TVM debaixo de elogios e críticas

Bom para uns, intrometido para os outros!


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Por Abílio Maolela

O
ex-ministro da Indústria custas da empresa, e a redução de roga desejou aos trabalhadores da
e Comércio foi exonera- número de telemóveis de alguns TVM que “mantenham o brio e
do, esta terça-feira, pelo dirigentes, que chegavam a ter distinção profissional que tem re-
Conselho de Ministros, três. sultado na melhoria contínua do
órgão que o nomeou a 13 de Fe- A fonte sublinha que Inroga era processo de digitalização” e espe-
vereiro passado, fundamentando muito exigente com os subalter- ra que “no final possamos, como
a decisão com a paroquial “con- nos (administradores e directo- moçambicanos, celebrar o que
veniência de serviço”. res), contrariamente aos gestores espero vir a ser o melhor processo
anteriores, que pouco se preocu- de digitalização de África”.
Fontes do canal público avançam pavam com a produção de cada Inroga entende que a TVM tem
que a exoneração foi a pedido de um deles, para além de ter banido potencial de liderar o mercado,
Armando Inroga, devido ao mau os “lambe-botas”, que inundam na era digital, pela capacidade e
ambiente que se vivia no canal. os gabinetes das instituições pú- rigor com que todos os seus pro-
Mas outras fontes argumentam blicas e estatais. fissionais têm estado a trabalhar
que a iniciativa não foi de Inroga, A exoneração, segundo a nossa no processo.
mas do Primeiro Ministro, Carlos fonte, “caiu bem para os nossos Assim, com a exoneração de
Agostinho do Rosário. Segun- chefes, porque voltam a contro- Armando Inroga, Eduardo Fer-
do as mesmas fontes, Inroga era Armando Inroga esteve 140 dias a frente da Televisão de lar a televisão, mas para nós é um nando, um dos administradores
uma fonte de problemas devido Moçambique retrocesso”, disse, sublinhando executivos da TVM, irá assu-
à sua arrogância. Emília Moiane, haver um “grupo de choque” que mir, interinamente as funções de
de Comunicação Social (CSCS), que se verificou na rádio pública, PCA. Ao que apurámos, Fernan-
membro do Comité Central da conforme determina a Consti- nunca concordou com a sua no-
com a entrada de Faruco Sadique. do será assessorado por Emília
Frelimo e directora do Gabinete tuição da República no nº 3, do meação por questões tribais.
Acrescenta também que tinha re- Moiane.
de Informação (Gabinfo), terá artigo 50, algo que não acontecia “A TVM sempre foi gerida por
tomado o processo de progressão Não é a primeira vez que o Con-
tido um papel determinante na pela primeira vez. Chegou mes- pessoas do sul do país, excepto o
nas carreiras. selho de Administração da TVM
queda de Inroga. mo a submeter um processo junto seu fundador”, disse.
Entre outras acções levadas a tem um presidente interino.
A situação, dizem, tornou-se in- do Tribunal Administrativo, soli-
sustentável para Inroga, depois cabo por Inroga consta a elimi- ´0DQWHQKDPREULRH Em 2000, o então director do
citando a impugnação da sua no- nação dos esquemas fraudulentos GABINFO Arlindo Lopes assu-
de a TVM ter erradamente vei- GLVWLQomRSURÀVVLRQDOµ
meação, devido aos vícios legais de abastecimento de combustí- Armando Inroga miu essas funções, após a exone-
culado um vídeo em que supostos de que enfermava.
“jihadistas” assumiam a decapita- vel, em que alguns trabalhadores Na sua mensagem de despedida, ração de António Botelho Moniz,
A preocupação, ignorada pelo abasteciam as suas viaturas às partilhada nas redes sociais, In- através da resolução nº 7/2000.
ção de dez pessoas no distrito da governo, parece ter tido mérito,
Mocímboa da Praia, em Maio. pois, nos seus quatro meses de
Na verdade, o vídeo já circulava gestão daquela empresa pública,
no YouTube desde Janeiro e nun- o economista foi acusado de “in-
ca foi confirmada a sua autenti- tromissão” nos assuntos editoriais,
cidade. facto que lhe colocou em “quere-
O caso terá levado à suspensão, las” com o chefe da Redacção.
por ordens de Armando Inroga, Fontes da Televisão, ouvidas pelo
do director de Informação, Gil-
berto Nhantumbo, do chefe de
Redacção, Cláudio Jone, e do au-
SAVANA, revelam que, aquan-
do da segunda volta das eleições Anuncie a sua marca, produto e serviços, na
intercalares de Nampula, o PCA
tor da notícia, o jornalista Pascoal
Malate.
Supostamente pressionado por
cessante insurgiu-se contra a in-
dicação do jornalista Cremildo
SAVANA FM . Proporcionamos para si pa-
Lipangue para a cobertura da
“invisíveis ordens superiores”, Ar-
mando Inroga terá sido obrigado
campanha eleitoral do candidato
da Renamo, Paulo Vahanle, devi-
cotes promocionais, contacte-nos através de:
a reinstalar os suspensos nos seus do aos seus trabalhos pouco favo-
cargos, ficando com a sua auto-
ridade hierárquica severamente
ráveis ao partido no poder.
84 1440048, 82 8944278 ou ainda através do
afectada. (ORJLRV
Inroga, que substitui no cargo o
jornalista Jaime Cuambe, chegou
Outra fonte da empresa apon-
ta o PCA cessante como uma
e-mail: radiosavana100.2@mediacoop.co.mz
à televisão pública debaixo de crí- pessoa que queria mudar a face
ticas dirigidas por alguns sectores
da sociedade que viam nele um
da televisão pública, priorizando
os recursos humanos, que são o
SAVANA 100.2 FM
“comissário político”. garante do sucesso de qualquer
Um dos críticos da sua nomeação organização. Porém, encontrou
foi o MISA-Moçambique, que resistências.
emitiu uma nota de imprensa, A fonte conta que, à sua chega-
alegando que a nomeação de um
político, sem nenhum histórico
na comunicação social, constituía
“um rude golpe e revês” na am-
da, Inroga reunia-se, diariamen-
te, com os trabalhadores, prática
que deixou de fazer parte da sua
agenda, depois da polémica em
Visite agora e mantenha-se informado,
bição de o país caminhar rumo
à plena liberdade de imprensa e
de expressão, sobretudo no que
concerne à independência e im-
relação ao citado vídeo “jihadis-
ta”, que actuam na província de
Cabo Delgado
O ministro de Armando Guebu-
(integridade & independência)
parcialidade dos órgãos de comu- za, no seu último mandato, pros-
nicação do sector público.
O MISA incidia a sua preocu-
pação no facto de a nomeação
não ter sido antecedida por uma
consulta ao Conselho Superior
segue a fonte, estava a liderar um
processo de reforma compulsiva
de alguns históricos da televisão,
que não queriam ceder o espaço
aos mais novos, processo igual ao
https://www.savana.co.mz
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Sociedade civil critica atraso na criação


da alta autoridade
3RU$UJXQDOGR1KDPSRVVD

O
rganizações da sociedade recursos naturais e minerais em Mo- No entanto, lamenta que passado Explicou que o MIREME contratou (VWDGRWHPVXDV
civil moçambicanas mani- çambique, fortalecendo o papel de- este tempo ainda haja projectos cuja um consultor para ajustar o modelo UHVSRQVDELOLGDGHV
festaram terça-feira preo- senvolvimentista do sector extractivo implementação viola a exigência das de actuação da AAIE à realidade na- Em representação da CTA, José
cupação com o atraso na em Moçambique”. consultas comunitárias, tornando esta cional. Mendes disse que a responsabilidade
instalação da Alta Autoridade da Tomás Viera Mário, director executi- acção em meros formalismos admi- “Não se cria uma AAIE sem nenhum social não pode substituir o papel do
Indústria Extractiva (AAIE), consi- vo da Sekelekane, narrou a trajectória nistrativos. propósito, temos de criar um modelo Estado de prover infra-estruturas às
derando a entidade importante para do sector extractivo no país e falou Denunciou a ilegalidade do DUAT que responda às nossas necessidades. comunidades.
a eficácia da fiscalização das activida- das dificuldades e conquistas. da Anadarko, alegando que não se- Já temos o primeiro draft e, dentro Apontou que a construção de estra-
des e controlo das receitas do sector. Dividiu por duas etapas o período de guiu os trâmites legais. Apesar de das, a electrificação dos distritos, a
de seis meses, vamos apresentar uma
exploração dos recursos naturais no saudar as melhorias registadas no abertura de furos de água, entre ou-
diálogo com as multinacionais, en- proposta final ao público”, disse.
Entende a sociedade civil que a país, sendo o primeiro entre 1998- A questão da responsabilidade social tros são papéis específicos do Esta-
AAIE poderá ajudar na mitigação 2007, altura em que se instalaram a tende que é preciso que se estabe-
das multinacionais foi outro assunto do que não podem ser tributados às
das injustiças de que as comunidades leçam mecanismos permanentes de
Sasol, Vale, Kenmare, entre outras abordado no encontro. multinacionais.
contacto, consulta e monitoria entre
residentes nas zonas com recursos multinacionais. Para Mendes, o mais importante na
as empresas, governo e sociedade ci- Jaime Neto, deputado da Frelimo na
naturais são alvo. Explicou que foi um período no qual relação com as multinacionais é fazer
vil, para que os recursos não se tor- Assembleia da República e vice-pre-
Os reassentamentos, compensações e havia um sigilo total e completo em nem uma maldição. cumprir a lei que estabelece que 25%
sidente da Comissão de Agricultura,
o facto de as comunidades não colhe- torno dos contratos deste sector e que Defendeu, por isso, a instalação da da produção deve ficar no país para a
Economia e Ambiente, entende que
rem nenhum benefício da exploração ninguém poderia solicitar qualquer AAIE, que vai contribuir para a miti- sua industrialização. É neste prisma
é preciso que se clarifique a participa-
dos seus recursos são aspectos críticos informação sobre aqueles documen- gação de conflitos. que diz que é possível criar uma in-
ção das empresas no âmbito da res-
que podem ser resolvidos pela insti- tos. Esta ideia foi replicada por outros in- dústria nacional de gás que vai gerar
tuição. Este facto, de acordo com o director ponsabilidade social, tendo por isso
tervenientes, que questionaram os re- emprego aos moçambicanos.
Criada por força do artigo 25 da lei executivo da Sekelekane, contribui apelado ao apoio da sociedade civil Criticou o facto do executivo estar a
presentantes do governo sobre o pon-
20/2014, de 18 de Agosto, Lei de mi- bastante para que os processos de to de estágio da instalação da AAIE. na melhoria da proposta. adquirir autocarros para transporte
nas, a AAIE devia ter sido instalada reassentamento agravassem o sofri- Respondendo a essas preocupações, Referiu que muitas propostas de lei público movidos a diesel enquanto
em 12 meses após a aprovação da lei mento das populações. Marcelina Joel, directora do Gabine- vêm do executivo e já com prazos há gás localmente.
pela Assembleia da República. O segundo período, para Tomás Vie- te Jurídico do Ministério dos Recur- apertados são enviadas aos parlamen- Lançou um olhar para o grafite de
Passados quatro anos sem que a enti- ra Mário, vai de 2008 a 2018, caracte- sos Naturais e Energia (MIREME), tares, que, por isso, não têm muito Ancuabe em Cabo Delgado, des-
dade fosse instalada, as organizações rizado pelos grandes projectos de gás, disse que, por manifesta sobreposição campo de manobra para fazerem as tacando que seria importante que, a
da Sociedade Civil ergueram a voz grafite e rubis, na província nortenha de competências e atribuições entre consultas necessárias. nível nacional, houvesse movimenta-
para exigir os devidos esclarecimen- de Cabo Delgado. o Instituto Nacional de Petróleos, Manifestou abertura dos parlamen- ções para a construção de uma fábri-
tos sobre o assunto. Descreveu este período como tendo entidade reguladora, e o Instituo Na- tares no que for necessário, mas tam- ca de baterias para o abastecimento
Peritos do sector, membros do gover- sido marcado pela publicação dos cional de Minas, bem como o minis- bém mostrou indignação com o facto local.
no, parlamentares e membros da so- contratos, a partir de 2013, graças à tério na sua intervenção neste sector, de a responsabilidade social da Sasol Disse não fazer sentido que, produ-
ciedade civil reuniram-se numa mesa pressão exercida pelas organizações o governo recomendou a resolução não responder às verdadeiras necessi- zindo grafite, o país continue a im-
redonda sob o lema “ governação de da sociedade civil. daquelas questões. dades das populações. portar baterias recicladas.

&DULFDWXUDGH-RDQD0DWVRPEH

Liberdade de imprensa de novo em julgamento


N
unca antes na história de Quessanias Matsombe. de Sousa é que devia aparecer na cari- papel da caricatura como arma
Moçambique um jorna- No seu depoimento ao tribunal, Ma- catura, porque ele é que era o respon- de comunicação saudável, des-
lista se tinha sentado no tias Guente afirmou que a caricatura sável pela supervisão bancária e não qualificando qualquer leitura
banco dos réus devido envolveu Joana Matsombe, porque eu”, afirmou. descontextualizada do quadro
à publicação de uma caricatura, ela personificava o falhanço do Banco
temático em que a peça humo-
pelo que o dia 29 de Junho ficará de Moçambique na sua função de fis- 1mRKiWH[WRVHPFRQWH[WR
rística em causa foi inserida no
na história do jornalismo e do calização no colapso do Nosso Banco. - jornalistas
sistema judicial moçambicano. Matsombe foi visada, uma vez que Ouvidos como testemunhas, os jor- suplemento “Canalha”.
falou em nome do Banco de Mo- nalistas Jeremias Langa e Fernando “Somente um indivíduo com
Nessa data, durante cerca de oito çambique e deu garantias de que o Lima defenderam o recurso à cari- uma imaginação altamente fértil
horas de audiência, o editor exe- sistema financeiro moçambicano catura como um meio aceitável no e sob efeitos de uma substância
cutivo do semanário Canal de estava sólido, mesmo perante sinais jornalismo, desvalorizando qualquer psicotrópica é que pode entender
Moçambique, Matias Guente, irrefutáveis de que algumas institui- ligação entre a peça humorística do que esta caricatura retrata uma
compareceu perante o Tribunal ções financeiras navegavam em águas Canal de Moçambique e a intensão relação amorosa entre as perso-
Judicial da Cidade Maputo para turvas, frisou. de denegrir Joana Matsombe. nagens”, rematou Lima.
responder em relação a uma ca- Matias Guente assinalou que a cari- “A caricatura tem de ser lida num
O Tribunal marcou as alegações
ricatura em que o jornal retrata a catura é um género universal aceite contexto em que a actuação do Banco
finais para dia 16 do mês corren-
antiga administradora do Banco em jornalismo e que é usado para en- de Moçambique, como regulador do
de Moçambique, Joana Mat- fatizar patologias sociais, enquadran- sistema financeiro moçambicano era te. Mas o SAVANA apurou que
Editor do “Canal de Moçambique” em o advogado de Matias Guente,
sombe, acompanhada pelo ex- do-se dentro da liberdade de impren- contestada em vários textos publi-
tribunal
-governador da mesma entidade sa e de expressão. cados pelo Canal de Moçambique”, João Trindade, submeteu um
Ernesto Gove, ambos em fato de Por sua vez, a queixosa afirmou que a Matsombe, que pede uma pena de afirmou Jeremias Langa. pedido nesta quarta-feira ao Tri-
banho e em situação de relaxe. forma como foi tratada pelo Canal de um ano de prisão (artigo 229 e 231 De maneira nenhuma, prosseguiu, a bunal para antecipar a data das
A acção foi precisamente inten- Moçambique afectou o seu casamen- do Código Penal) para Guente e uma caricatura deve ser entendida como alegações, tendo em conta que na
tada por Joana Matsombe por to e traduz uma corrente de pensa- indeminização de dois milhões de uma insinuação de que Joana Mat- data marcada estará fora do país.
se sentir difamada, caluniada e mento que ainda olha para as mulhe- meticais. sombe mantinha uma relação não Apesar de ser a primeira vez que
desonrada na caricatura e num res como pessoas incapazes. Joana Matsombe considerou-se in- profissional com Ernesto Gove.
uma caricatura sobe a tribunal,
conjunto de peças jornalísticas “Ao ser tirada na caricatura daquela justamente tratada como responsável “Ninguém pensa que os administra-
que acompanha a paródia. dores do Banco de Moçambique de- há outros processos em curso so-
forma, é como se fosse uma mulher pelo sector de supervisão do banco
“Abalou o meu casamento”, de- não séria, há em Moçambique pes- central moçambicano, quando essa senvolvam outra actividade além das bre outros “cartoons” publicados
clarou Joana Matsombe, durante soas que pensam que as mulheres não função era exercida por Valdemar de suas funções profissionais”, defendeu pelo jornal, tendo o seu editor
a audiência, na presença do ma- são competentes e que só ascendem Sousa. Jeremias Langa. executivo sido já ouvido por enti-
rido, o empresário de hotelaria a cargos através de favores”, disse “Acho que o administrador Valdemar Fernando Lima também realçou o dades judiciais.
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10 Savana 06-07-2018

Zinave cria clubes do ambiente


Por Abílio Maolela

O
Parque Nacional de Zina- nos animais com maior mobilidade Em entrevista aos jornalistas, Johann Europa e América do Norte, pois, as cos do país, a par dos Parques Na-
ve (PNZ), localizado no (elefantes). Mayer, da African Expedition, con- áreas visitadas são potenciais no “Sa- cionais do Arquipélago do Bazaruto,
noroeste da província de Para além dos Clubes Amigos do firmou terem ficado maravilhados fari”, a paixão de seus clientes. Gorongosa, Limpopo, e Quirimbas;
Inhambane, está a criar Ambiente, o PNZ está a desenvolver com o que observaram nos Parques Sublinhe-se que o PNZ é uma das e das Reservas Nacionais do Niassa,
Clubes Amigos do Ambiente, uma um projecto da agricultura de con- de Banhine e Zinave e prometeu re- oito áreas de conservação descritas Chimanimani e Especial de Mapu-
iniciativa que visa consciencializar servação, que consiste na capacitação gressar ao país com turistas vindo da como potenciais pontos ecoturísti- to.
a população sobre a importância da dos agricultores locais na aplicação
conservação do ecossistema. de técnicas agrárias que permitem a
produção em solos secos.
O projecto, que envolve 60 crian- Segundo o coordenador do projecto
ças de três escolas primárias, duas comunitário, João Vaz, a iniciativa
do distrito de Mabote, província envolve 160 agricultores, na comu-
de Inhambane e uma do distrito de nidade de Muchisso, uma das 10
Massangena, na província de Gaza, comunidades da zona tampão, po-
consiste na capacitação de alunos rém, neste momento, abrange duas
em matérias de conservação e está associações de 40 agricultores cada,
avaliado em 225 mil meticais, finan- que cultivam uma área de um hec-
ciados pela Peace Parks Foundation tare cada.
(co-gestora do PNZ), e pela BIO- “A meta é cobrir oito machambas
FUND, através do projecto Abelha este ano”, garante Vaz, revelando que
e estima-se que esteja a beneficiar, o projecto iniciou, em 2017, e tem
directamente, 600 alunos e, indirec- uma duração de três anos, estando
tamente, 1500 alunos. avaliado em 500 mil meticais.
A novidade foi tornada pública, Cultivando milho, amendoim e fei-
semana finda, durante a visita dos jões jugo e nyemba, os camponeses
jornalistas àquele Parque, no âmbito sentem-se felizes pelo projecto e
da translocação de cerca de 100 ani- consideram-no como uma oportu-
mais, provenientes da África do Sul, nidade de melhorarem a produção.
no quadro do projecto de restaura- António Abacar acrescenta que a
ção daquela área de conservação, sua instituição tem partilhado tam-
levado a cabo pela Administração bém as receitas com as comunidades,
Nacional das Áreas de Conservação através da alocação dos 20% da re-
(ANAC) em parceria com a Peace ceita proveniente das nossas acções
Parks Foundation. para as comunidades.
Segundo o Técnico na Área de Pla-
nificação e Apoio Comunitário, Hil- 100 animais reintroduzidos...
ton Manuel, a iniciativa pretende Na semana finda, o PNZ recebeu
incutir nos petizes uma mentalidade cerca de 100 animais, entre zebras
conservacionista, de modo que te- (47), bois-cavalos (20) e elefantes
nham noção da protecção da biodi- (30), subindo para mil o número
versidade e da importância do PNZ total de animais já reintroduzidos,
nas suas vidas. desde 2016. O plano para este ano,
“Pensamos que os Clubes dos Ami- segundo o administrador do parque,
gos do Ambiente podem ajudar-nos passa por reintroduzir mil animais
na difusão da informação, a nível este ano.
das comunidades, através de danças, O processo de restauração do PNZ,
teatro, entre outras acções”, disse a com uma área de 4000 km², ini-
fonte. ciou, em 2016, e surge no âmbito do
Refira-se que, nas salas anexas da acordo co-gestão celebrado entre a
Escola Primária Completa de Ma- ANAC e a PPF, que prevê a injeção
canguissana, os jornalistas assistiram de USD 20 milhões nos próximos
uma peça teatral exibida por alunos cinco anos para o desenvolvimento
daquela escola, retratando os prejuí- do parque, desde a introdução de
zos provenientes da exploração ile- animais até ao desenvolvimento de
gal da fauna e da flora. infra-estruturas e das comunidades
Sublinhe-se ainda que, durante a vivendo na zona tampão.
conferência internacional do turis- “Sentimo-nos satisfeitos em relação
mo baseado na natureza, diversos ao processo, na medida em que sen-
especialistas, que partilharam as suas timos que a população animal está
experiências, falaram da necessidade a crescer”, disse Abacar, confiante
dos países africanos apostarem na na reintrodução de mais de seis mil
formação da população local para animais até 2020.
garantir uma gestão sustentável dos Dos animais já reintroduzidos não
recursos, para além de investir nas há registo de entrada de nenhum
infra-estruturas, em particular nas predador, pelo facto da população
vias de acesso, factores-chave para o animal ainda ser reduzida para a sua
desenvolvimento do turismo. alimentação.
Localizado numa zona assolada, fre- Para além da restauração da fauna
quentemente, pela seca, o PNZ tem bravia, o PNZ está a erguer infra-
sido alvo de acções de exploração -estruturas de suporte, com destaque
ilegal da flora e fauna bravia pela po- para escritórios, residências admi-
pulação, que vê no local a “solução” nistrativas, trabalhadores e turistas,
dos seus problemas. de modo a garantir a sua sustenta-
Aliás, o administrador do Parque, bilidade.
António Abacar, revelou, em Maio
último, durante a visita do governa- Oportunidades no turismo…
dor de Inhambane, Daniel Tchapo, Refira-se que, no dia da nossa che-
que entregaram, à Polícia, 147 armas gada, o SAVANA cruzou-se com
apreendidas nos últimos três anos. um grupo de quatro turistas sul-
À comunicação social, Abacar avan- -africanos, que se encontram num
çou que, para combater estas acções, períplo de 23 dias pelo país para
o PNZ conta com 53 fiscais, 25 dos identificar oportunidades de fazer
quais recrutados este ano, para além turismo nos Parques Nacionais de
de ter adquirido uma avioneta para Banhine, Zinave, Gorongosa e na
a fiscalização aérea e colocado chips Reserva do Niassa.
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Savana 06-07-2018 11
NO CENTRO DO FURACÃO
12 Savana 06-07-2018 Savana 06-07-2018 17

Salomão Muchanga termina mandato na liderança do PJ

Era uma vez um líder destemido!


Por Armando Nhantumbo

F
oi, ao longo de aproxima- ragem, bravura e determinação na património, é que estão avaliados em o mais ideal do momento, até que a
damente 10 anos, o rosto de defesa das causas da juventude e dos mais de um milhão de dólares. classe o alerta de estar a pregar em
uma das mais interventivas moçambicanos em geral. Agora é a proposta de alteração, nos terreno impróprio. Muchanga na hora do adeus:
organizações da socieda- Salomão Muchanga dirigiu os desti- estatutos, da idade para concorrer à É tempo de se retomar à sala. Cada

“Estávamos a interromper o
de civil moçambicana. Homem de nos do PJ num dos momentos mais presidência do movimento que pro- candidato tem 10 minutos para apre-
fortes convicções, recusou-se, com críticos na história democrática do voca acesos debates na sala, onde sentar as linhas mestres dos seus ma-
palavras e com actos, ser apenas um país (2008-2018), durante o qual alguns vêem nos limites de 21 a 29 nifestos.
habitante do seu país. Pelo contrário, assistiu-se a revezes nas liberdades de anos uma forma de coarctar o direito Terminou a votação e os resultados
ergueu, mesmo com canos apontados opinião e de expressão, com persegui- de concorrer por parte de jovens com mostram uma eleição bastante renhi-

ciclo e a religião do silêncio”


contra si, ele que foi sempre combati- ções e assassinatos a todos que ousas- 30 anos ou mais. da. Mas a contagem dos votos, que no
do pelo regime, a bandeira da cidada- sem e ousam questionar a governação Para os opositores da proposta, ali início está taco a taco, está a deixar
nia até às zonas mais rurais do país. do dia. está uma clara violação à Constitui- muita gente com os nervos à flor da
No dia 29 de Junho de 2018 encerrou Mas não se fez de rogado. Abando- ção da República de Moçambique, pele, até que, já no fim, o candidato

N
uma etapa no seu percurso como ac- nou, várias vezes, o conforto e as salas que considera jovem em até 35 anos da lista B se afirma como o vencedor
tivista, cedendo a liderança do Parla- climatizadas para escrever, com seu de idade. com 45 votos contra 38 do candida- o seu discurso de des-
mento Juvenil (PJ). Esse é Salomão Mais uma vez, Muchanga vai se le- to da lista A. Foi preciso esperar por pedida, Salomão Mu-
próprio punho, a sua história nas pá-
Muchanga, ou simplesmente o líder, vantar para explicar que a essência da perto de 21 horas para se confirmar changa recuou ao pas-
ginas da jovem democracia moçam-
proposta é mesmo para evitar os ata- o novo líder do PJ, David Fardo, 25 sado para lembrar o
como é carinhosamente tratado pe- bicana, tomando a dianteira nos mo-
anos de idade. surgimento e o sinuoso percurso
los seus próximos. Líder carismáti- mentos mais cruciais da vida do país. ques e humilhações porque passou,
Já vai tomar posse o novo elenco do de um movimento que, mais tar-
co, deixa um pesado desafio ao seu Quando o país parecesse, para muitos, ele que, vezes sem conta, teve de en-
PJ para os próximos cinco anos e, de, viria a fazer furor no país.
sucessor, David Fardo, um jovem de estar num beco sem saída, Muchanga, golir sapos daqueles que descreviam o
25 anos, que herda a mais destemida mobilizador nato, levava centenas de PJ como um movimento incongruen- mais tarde, é o jantar de gala. Mas
Disse que Moçambique precisava
organização juvenil de Moçambique. pessoas às ruas para se manifestarem te por defender causas da juventude e antes, há afinações de aparelhagem
de jovens que sonhassem algo que
contra a guerra convencionalmen- ser dirigido por alguém acima dessa para uma noite dançante. Minutos
nunca tinha acontecido no país.
Várias vezes eleito figura de ano pe- te designada tensão político-militar, faixa etária. após o início do jantar, começam as
“Quando fundamos, se prome-
los principais jornais do país, fora da contra as dívidas ocultas, contra os “É por vocês. Não precisam passar surpresas. São os reconhecimentos ao
teu no país que em três meses
alçada do regime, Salomão Muchan- assassinatos políticos entre outros te- pela mesma humilhação que eu pas- agora presidente emérito.
este movimento iria desaparecer.
ga fez a passagem de testemunho na mas sensíveis. sei”, reage. Uma obra de arte com o desenho de
Sentimo-nos felizes que, nove
liderança do PJ, numa histórica As- A imagem de um cidadão envergan- A criação de um Comité de Conse- Salomão Muchanga vai surgir para anos e seis meses depois, estamos
sembleia-Geral que teve lugar na ci- do uma t-shirt preta estampada com lheiros volta a dividir opiniões, com a posteridade. Era só o começo por- Muchanga liderando manifestantes pela paz e cessação das hostilidades em 2016
firmes, determinados e presentes
dade de Xai-Xai, a capital provincial a fotografia de Gilles Cistac, a preto e “Os tiros não enfraquecem a liberdade” – Salomão Muchanga, em marcha de repúdio contra o assassinato do constitucionalista alguns dos participantes a defende- que havia mais. E um dos momentos na história contemporânea de sofridas, de perseguições tidas e de é preciso dizer isso, que alguns
de Gaza, o principal bastião da Freli- branco, e com a mão direita suspensa, Gilles Cistac, em 2015 rem que os poderes daqueles organis- mais marcantes é a projecção de um Moçambique”, destacou, conside- dificuldades vividas, mas porque os não compreenderam, pensavam
mo, por sinal o partido que congrega dedo indicador a sugerir o célebre “é para sempre a história de um líder pela falecida académica Iraê Lundin, provincial de Gaza. Está para acon- mo de consulta esvaziam os poderes vídeo com depoimentos de figuras rando o dia 29 de Junho, a data da jovens entenderam que se tratava de que fosse só um momento de
os seus maiores detractores. ou não é”, de Samora Machel, bem que marcou, do seu modo, toda uma lembra um dos históricos encontros tecer a II Assembleia-Geral Eleito- do novo presidente. influentes em diversos sectores de ac- transição, como um dia especial uma luta colectiva, juntos venceram. a gente se encontrar, que fosse
Vamos perguntar-lhe, à margem da defronte de um contingente policial, geração. organizados pelo PJ da sua era, a ral, evento que vai marcar a histórica “Quando se diz, por exemplo, que tividades, desde o jornalista Salomão depois de uma marcha de grandes “Era preciso buscar a discussão para um momento de entretenimen-
Assembleia, sobre tal coincidência, fortemente armado, afirmando que Muchanga não era apenas de mar- Conferência “Pensar Moçambique” sucessão na liderança de um dos mais qualquer decisão importante a ser Moyana até à activista de direitos desafios. fazer nascer a luz, porque era um rio to, mas mesmo aqueles que não
ao que, sorridente, desdramatiza, res- “os tiros não enfraquecem a liber- chas. Quando julgasse pertinente, que, em Julho de 2016, juntou cerca activos movimentos da sociedade ci- tomada pelo presidente deve ter o humanos, Alice Mabota, todos eles Disse que, com a criação do PJ, sem nascente, uma manhã sem or- compreenderam, compreendem
pondendo que se trata de simples des- dade”, ou a imagem de um cidadão reunia centenas de cidadãos em salas de 400 pessoas de diferentes extrac- vil. parecer favorável do Comité de Con- enaltecendo as qualidades do líder. os jovens estavam a dizer que país valho”, disse Muchanga para quem hoje”, anotou, ele que acredita
centralização, ele que acha que tem de vestido de camiseta azul com “stop climatizadas da capital ou em som- tos, numa reunião subordinada à “Ju- A sessão de abertura vai ser marcada selheiros, que é presidido pelo pre- Mas jornalistas e editores, profissio- querem. havia uma escuridão, mas que graças que, com a mesma unidade, a luta
se quebrar o entendimento de que é guerra” como palavras de ordem, e bras frondosas nos bairros, para pen- ventude e a Agenda da Paz”. pela bombástica intervenção do até sidente emérito, isso é condicionar, nais com quem Salomão Muchanga “Ao aceitarmos o desafio, estáva- à união foi possível vencer as vicis- triunfará sempre.
em Maputo onde tudo acontece. empunhando um megafone, numa sarem Moçambique. Foi a histórica Conferência que re- então presidente do PJ que, em meio sobremaneira, a actuação do novo criou profundas amizades ao longo Para Muchanga, quase 10 anos
mos a dizer que algo muito sim- situdes do Rovuma ao Maputo e do
À parte as coincidências, é o fim de marcha pela paz e pela cessação das A imagem em que aparece ladeado comendou a criação de um painel a recados e desabafos, se curva peran- presidente do PJ”, murmura um jo- dos anos, são aqueles que mais se evi- depois, o PJ representa, hoje, a
ples: que Moçambique deve nos Zumbo ao Índico.
uma era que ficou marcada por co- hostilidades militares, documentam pelo filósofo Severino Ngoenha e composto por reconhecidas figuras te os seus para agradecer pelo cami- vem nas nossas proximidades. denciam no vídeo, que também inclui contemplar. Um Moçambique in- imagem viva, activa e vibrante da
Para ele, as diversas acções desenvol-
da sociedade civil e hospedado pelo nho que “juntos percorremos”. Finalmente, Salomão Muchanga e o clusivo. Estávamos a construir um coragem da juventude moçambi-
depoimentos de jovens do PJ. vidas um pouco por todo o país, in-
PJ, que se propunha a monitorar o Era o último discurso como presi- seu elenco cessam as funções, ao que espaço alternativo do exercício da cana, uma juventude que se em-
Como está distante de nós, não dá cluindo nas províncias e nos distritos,
diálogo político entre o Governo e a dente do PJ, mas continua a ser trado se segue uma saudação efusiva pelos democracia, mas que também os penha na vida política, económi-
para ver se deixa cair alguma lágrima representam a expressão máxima do
Garante novo presidente do PJ: Renamo sem, no entanto, nunca ter por líder, ele que foi proclamado pre- participantes. Mas a tarde já vai lon-
de emoção ou não. Porque o vídeo jovens defendessem os interesses exercício da cidadania. ca e social do país.
sido aceite pelas partes. sidente emérito da organização. ga e os debates deverão dar lugar ao dos moçambicanos”, destacou Na hora do adeus, diz que uma
era mesmo longo, anuncia-se a in- “Estabelecemos um movimento de
“Queremos tornar a A sua bravura lhe valeu o epíteto de
persona non grata para o regime do
dia, sobretudo, durante a governação
Os trabalhos agora estão a cargo da
Mesa da Assembleia-Geral, que vai
conduzir a sessão que se vai prolongar
almoço.
Só mesmo ao cair da tarde é que irá
iniciar o mais aguardado momento
terrupção da projecção para dar lugar
a outros momentos. Sobe ao palco o
Muchanga, para quem em cada
época há jovens que compreen-
cariz revolucionário. Nós não repre-
sentamos um pique nique, nós não
luta como a do PJ deve constituir
agenda para gerações e gerações
porque as pessoas passam, mas a
juventude um poder” músico Becky, o autor da música so- dem e assumem o seu papel na representamos um espaço de encon-
de Armando Guebuza, o presidente pela noite adentro. do dia: o processo eleitoral. Benja- sociedade. agenda fica e tem de ser conso-
bre a obra de Salomão Muchanga na tro de pessoas, representamos um
que chegou a afirmar, em sede da As- Depois da apresentação das actas da mim Lucas Ernesto, pela lista A, e Para ele, é necessário também lidada.
defesa da causa da juventude. movimento e é preciso compreender
sembleia da República, que Moçam- Assembleia-Geral Constituinte e da David Xavier Fardo, pela lista B, dois “Não vou falar do que consegui-

P
“Dei muitas voltas à procura de um perceber a dimensão política do por que o fizemos: não havia espaço
bique precisava de um Parlamento última Assembleia, são apresentados jovens anónimos, encabeçam as duas mos porque a sociedade também
ara o novo presidente do PJ, o grande desafio é homem com forças. Encontrei Sa- PJ, porque “estávamos também a em Moçambique. Os espaços esta-
Juvenil com “jovens de verdade”. dos relatórios de progresso e finan- listas para a sucessão de Muchanga. sabe o que conseguimos, o mun-
dar continuidade do legado do seu antecessor. lomão Muchanga em Moçambique. ocupar um vazio organizacional vam formatados. Era preciso escolher
Trata-se, como ele próprio costuma ceiro e o respectivo parecer do Con- Caem em terra todos os prognósticos do sabe o que conseguimos. Nós
David Xavier Fardo, até então coordenador Salomão Muchanga é o homem de na sociedade, a estabelecer um um lado, mas nós não escolhemos um
dizer, de dar uma nova esperança selho Fiscal, bem como o parecer de sobre a possível ascensão dos mediá- formamos, em Moçambique, um
distrital do PJ, em Chókwè, Gaza, está ciente forças e de trabalho. Ajuda a nós espaço livre de qualquer tipo de lado, escolhemos um caminho, um movimento credível”, precisou.
dos ataques que lhes esperam, mas promete não recuar. para os moçambicanos, por isso, a uma das auditoras independentes da ticos membros do PJ, esses que inte- controlo ideológico, nacional e in- caminho longo, duro e espinhoso,
luta continua até que a vitória triunfe. praça. gram o corpo técnico da organização jovens a pensar o futuro do país. Es- E, já de voz embargada, disse:
“Uma das estratégias é não combater o inimigo, mas ternacional, a interromper o ciclo mas aceitámo-lo porque havia ne- “vocês têm a missão de continuar.
É a história de um homem natural Segue-se o debate dos instrumen- e que têm a missão de manter a agre- cutemo-lo, jovens, veremos o país a
dar a perceber ao inimigo qual é o nosso real posicio- e a religião do silêncio. Estávamos cessidade de fazer um processo autó- Nós fizemos a mínima parte,
do Posto Administrativo de Xinava- tos. Um dos polémicos membros do miação em pé e não a componente crescer. Não se canse, pai, vá à frente
namento. Quando o inimigo descobre que está perante a dizer também que a juventude nomo”, destacou, acrescentando que, vocês têm a responsabilidade de
ne, distrito de Manhiça, na província PJ quer saber onde estão os mais de político-organizacional. com a sua luta”, canta em changana,
a uma massa de jovens pensantes e com ideias, acaba não precisava estar numa sala de mais do que um sonho, era preciso fazer muito mais. São muito mais
de Maputo, que há 10 anos acreditou um milhão de dólares que, segundo Benjamim Ernesto e David Fardo uma das línguas mais faladas no sul
percebendo a causa”, disse. espera e que podia estabelecer o transformar a ideia em realidade. jovens e acredito muito mais ca-
num sonho, um sonho que, em 2008, ele, foram anunciados em Fevereiro têm alguns minutos para conquistar de Moçambique.
Para David Fardo, o mais importante é perseguir os seu próprio percurso na socieda- “Conseguimos porque percebemos pazes do que nós fizemos”.
até podia parecer ilusão, mas que hoje último pelo então presidente, quando simpatias dos jovens eleitores. Becky, também natural de Xinavane, de moçambicana e que era possí- que a situação primária era a unidade.
objectivos do PJ. “Um dos nossos maiores objectivos é “Podemos ser combatidos, perse-
tornar a juventude um poder em Moçambique”, acres- se tornou num movimento que ultra- manifestou, pela primeira vez, o pla- É durante esse momento que um dos vai ceder o palco à banda “Vafana va vel um movimento da juventude Fecundamos a unidade para encon- guidos, podemos passar dificul-
centou. passa as fronteiras nacionais. no de abandonar a presidência. ideólogos da lista A irrompe num cír- Unanga”, um agrupamento de jovens estabelecer-se no país sem apoio trar a coesão e uma visão estratégia dades, podemos ser caluniados,
Ciente de estar a herdar a liderança duma das mais Imediatamente, Salomão Muchanga culo onde jornalistas e editores tro- que vai levar os participantes ao delí- daquele que detém o poder políti- do que era necessário. Somos todos mas a luta não deve parar porque
interventivas organizações da sociedade civil moçam- A histórica sucessão vai usar da palavra para esclarecer cavam dedos de conversa. Convenci- rio, com a sua excelente combinação co e sem o apoio daquele que quer diferentes, mas há uma causa comum a vitória cresce devagar”, frisou,
bicana, Fardo diz que os moçambicanos devem esperar É manhã de sexta-feira. Perto de 100 que nunca dissera haver tal valor nas do de ter encontrado mais eleitores, de voz e batuque. Afinal, já é madru- deter o poder político”. e a causa do PJ está acima das pes- saudado por ruidosas salvas de
muito mais do PJ nos próximos tempos. Xavier Fardo, o jovem que se segue na liderança do PJ jovens juntam-se numa sala de um contas da organização, mas, isso sim, começa a apresentar o manifesto do gada. É tempo para o descanso ou Reviveu memórias de sevícias soas. Algumas ficaram pelo caminho, palmas.
estabelecimento hoteleiro da capital que os activos do PJ, que incluem o seu candidato, que o descreve como para a diversão nocturna para alguns.
DIVULGAÇÃO
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Água: evitar futuras crises


Por Dinis Juizo1

A
Barragem dos Pe- escassez sobre as utilizações indicados os volumes espe- como Acordo do IncoMaputo, ciada aos seguintes factos: das obras da barragem de
quenos Libombos, de água e evitar dramas e per- rados de água que devem ser assinado entre Moçambique, ‡ ,QWHQVLGDGH H GXUDomR GD Moamba-Major;
localizada na Bacia das económicas importantes garantidos para Moçambique, Suazilândia e África do Sul, seca, num contexto de de- ‡,QWURGX]LUXPDUHIRUPDGRV
do Rio Umbelúzi, que resultem da ausência de num total de 91 Mm3 num ano no ano 2002 em Joanesburgo mandas mais altas que as LQVWUXPHQWRV ÀQDQFHLURV
é a principal fonte de abaste- antecipação de medidas de médio, determinados a partir por ocasião da Cimeira da Ter- dos anos iniciais de opera- ao dispor das autoridades,
cimento de água doméstica à mitigação. A bacia do Umbe- de duas estações localizadas ra. Deste acordo somente se ção da barragem, levaram a em especial a tarifa da água
Região Metropolitana de Ma- lúzi, pela sua relevância como nos dois principais cursos de avançou com a construção da que a BPL não pudesse, por bruta, que é muito baixa,
puto que integra os territórios fonte de água, é um caso de água da bacia do Umbelúzi adutora que permite mobili- si, responder às necessida- tomando o devido cuidado
dos Municípios de Maputo, estudo importante de onde na Suazilândia, a Estação GS3 zar, por ano, cerca de 22 Mm3 des; de salvaguardar a equidade
Matola, Boane e também se se podem extrair lições sobre no Black Umbelúzi e a Estação de água da albufeira da bar- ‡ 'HVFRRUGHQDomR SUROLIHUD- social e garantir o direito
alarga para a Vila de Marra- medidas de gestão de água GS10 no White Umbelúzi, es- ragem da Corumana, numa ção de assimetrias no do- humano à água;
cuene. A situação de escassez apropriadas para o país e com tando esta última estação loca- primeira fase, esperando-se mínio de informação, au- ‡ ,QWURGX]LU UHIRUPDV LQVWLWX-
de recursos hídricos com que viabilidade para serem adap- lizada a montante da albufeira que, a breve trecho, a segun- sência de mecanismos ou cionais com vista a garantir
se debate a bacia do Umbelúzi WDGDVjVFRQGLo}HVHVSHFtÀFDV do M´njoli. Esta última esteve, da fase, de igual capacidade, fóruns alargados de discus- uma estrutura de gestão
gera uma situação de crise de de outros centros urbanos. até muito recentemente, ino- SRVVD HQFRQWUDU ÀQDQFLDPHQ- são para a partilha, falta de com meios para exercer um
água para os diversos utiliza- A bacia do Umbelúzi, de di- peracional, tendo voltado a to. Entretanto, mesmo em dispositivos transparentes efectivo controlo das diver-
dores com particular destaque mensões relativamente pe- operar no primeiro semestre relação a esta intervenção, a na tomada de decisão, que sas utilizações de água exis-
para o abastecimento de água quenas (5400 Km2), é partilha- de 2018 por insistência de Mo- falta de progresso na constru- criam fricção e insatisfação tentes na bacia;
urbana e para a agricultura. da com outros dois Estados: a çambique para que fosse pos- ção do sistema de bombagem de segmentos da socieda- ‡&ULDUXPIyUXPGHGLVFXVVmR
Esta experiência, relativamen- República da África do Sul e VtYHO D ÀVFDOL]DomR GR DFRUGR e de tratamento de água não de marginalizados e que SHUPDQHQWH FRP LQÁXrQFLD
te nova, parece estar paulati- o Reino da Suazilândia. Esta Pode-se dizer que os dados permite que se possa apro- sofrem perdas económicas na tomada de decisão sobre
namente a torna-se usual e a sua dimensão transfronteiriça disponíveis mostram que a veitar esta água para mitigar VLJQLÀFDWLYDV gestão de recursos hídricos
replicar-se por outros centros faz com que os seus recursos Suazilândia tem vindo a cum- os efeitos da crise de água. A ‡%DL[RQtYHOGHLQIRUPDomRH da bacia;
urbanos ao longo do país com sejam compartilhados prin- prir o acordo assinado. En- barragem de Moamba Major educação dos utilizadores ‡ 3URPRYHU D SDUWLOKD GD LQ-
destaque para as cidades de cipalmente com a Suazilân- tretanto, é importante realçar é indicada como a maior e sobre métodos de poupan- formação para reduzir as-
Nampula, Lichinga, Angoche, dia uma vez que a extensão que este acordo é, em si, muito principal infra-estrutura que, ça de água; simetrias, alinhar os planos
Nacala, só para citar algumas. da bacia na RAS é limitada fraco e desajustado ao quadro a médio prazo, pode aliviar ‡%DL[RXVRGHIRQWHVDOWHUQD- sectoriais para evitar dese-
Foi na esteira desta nova rea- e com poucas utilizações de actual do direito internacio- o cenário de escassez de água tivas de água, como a água quilíbrios na distribuição
lidade de disponibilidade de água. Na bacia do Umbelú- nal de água, mesmo quando para a região metropolitana da chuva. espacial e temporal das de-
recursos hídricos, períodos zi destacam-se duas obras de comparado com o estabelecido do Maputo; após longos anos ‡ $WUDVRV QD PRELOL]DomR GH mandas de água;
de estiagem mais longos que gestão de água: a Barragem no Protocolo da SADC sobre GH GLÀFXOGDGHV GH ÀQDQFLD- ‡3URPRYHUDHGXFDomRVREUH
UHFXUVRV ÀQDQFHLURV SDUD D
os historicamente observa- de M´njoli, com cerca de 160 cursos de água compartilha- mento, as obras arrancaram construção de infra-estru- o uso racional da água, ges-
dos, que foi organizada uma Mm3, e, em Moçambique, a dos. Não são claras as razões em 2012, com recurso a fun- turas de gestão de água; tão da demanda e preserva-
reunião no dia 13 de Junho Barragem dos Pequenos Li- tana de Maputo, que conso- uma demanda da água para abastecimento de água para ses de água: (i) escassez física que levam a que ainda não se ‡ )UDFR FRQKHFLPHQWR RX ção ambiental. Em especial,
dos do Governo Brasileiro,
de 2018, pelo Observatório bombos (BPL) com cerca de me cerca de 82 Mm3/ano, e rega rondando os 36 Mm3. As consumo humano. Uma vez (quando os recursos hídricos tenha elaborado um acordo ac- inexperiência com secas ex- é preciso que os sacrifícios
mas foram interrompidas ain-
do Meio Rural (www.omrmz. 380 Mm3. Os principais usos a irrigação de cerca de 3000 demandas de água aqui refe- que a situação hidrológica não são menos do que as necessi- tualizado alinhado com estes tremas e de longa duração derivados da escassez de
da no seu começo devido a
RUJ  SDUD D UHÁH[mR DEHUWD D são a irrigação num total de hectares de culturas diversas, ridas não incluem prováveis evoluiu satisfatoriamente as dades); (ii) escassez económica novos paradigmas de gestão nesta bacia. água sejam equitativamente
problemas internos no Brasil e
todos interessados com vista cerca de 30.000 hectares na com destaque para a banana demandas para a produção restrições de água foram agra- (quando a falta de infra-estru- para uma bacia tão importante partilhados e que se evitem
GHÀQDQFLDPHQWRGDSDUWHGR
DLGHQWLÀFDUDVVDtGDVQHFHVVi- Suazilândia, o abastecimento (gera cerca de US$ 50 milhões de cerca de 1,7 MW de energia vadas até à suspensão total da turas é que impõe o limite de como a do Umbelúzi, apesar situações em que, enquanto
Governo Moçambicano e não Nessa base, o debate produziu
rias para mitigar os efeitos da de água à região metropoli- por ano em exportações), com pela central instalada, que po- alocação da água para rega na disponibilidade); e, (iii) escas- de haver muito trabalho con- alguns bairros suburbanos
se vislumbra data concreta da as seguintes recomendações
deriam requerer acima de 200 bacia, mantendo-se os 80% de sez institucional (que deriva junto feito entre os dois países ÀFDP VHP iJXD GXUDQWH
sua retomada. A mobilização para que, no futuro, se evitem
Mm3 por ano considerando alocação para o abastecimento dum quadro de governança de para o estabelecimento dum dias seguidos, se assista, ao
da água subterrânea, embora ou se reduzam os impactos
uma queda total de 30 m. urbano de água que durante água desajustado e incapaz de novo acordo mais moderno. mesmo tempo, à continua-
com baixa capacidade, permi- das crises de água:
A crise de água começou os primeiros meses de 2018 lidar com gestão adequada do Uma outra abordagem na ges- ção de rega de jardins, lava-
tiria alcançar outros 22 Mm3 ‡ 5HJXODPHQWDU DV OHLV TXH
quando as reservas de água tinha visto a sua alocação des- recurso). gem de carros e enchimento
tão da crise de água no Umbe- de reforço ao abastecimento permitem a gestão da água,
na albufeira da BPL regista- cer até 50% como resultado da As crises de água resultaram lúzi, que tem sido protelada há de piscinas com água da
de água, somente agora é que no geral, com destaque para rede;
ram uma queda acentuada contínua redução das reservas em muitos casos da combina- bastante tempo, e que agravou teve início; todavia, não foram a Lei de Águas de 1991 e a ‡eLPSRUWDQWHTXHVHGHÀQDP
entre os anos de 2014 e 2016, de água. Paralelamente as es- ção de dois ou três dos facto- as consequências vividas, está concluídas as obras de ligação Lei da Gestão de Calamida- e implementem políticas
como resultado da combina- tas medidas, foram suspensas res mencionados. Por isso, a relacionada com a necessida- para o real aproveitamento des de 2014; públicas que incentivem e
ção de dois factores: (i) a redu- as actividades de geração de gestão da água requer sempre de de se ter uma visão mais deste recurso. Relativamente ‡ $FHOHUDU D FRQVWUXomR GH generalizem, tanto na ci-
ção contínua dos escoamentos energia e a extracção de iner- uma abordagem multidimen- alargada das soluções para o ao aproveitamento da água infra-estruturas de armaze- dade de cimento como nos
na bacia devido à escassez da tes no curso de água do Um- VLRQDO SDUD D LGHQWLÀFDomR GR abastecimento de água à re- subterrânea, é importante namento e de gestão e água bairros suburbanos, a insta-
chuva; e, (ii) o crescimento das belúzi. conjunto de intervenções ne- gião metropolitana através do realçar a necessidade de se to- nas três bacias do sul do lação de sistemas de recolha
utilizações de água na albufei- Olhando para o cenário de cessárias para debelar ou evi- investimento em infra-estru- marem as devidas precauções país previstas para o abas- de água da chuva.
ra. Esta situação levou a que crise de água que se vive na tar a crise turas de gestão de água que no seu aproveitamento seguro tecimento de água a Ma-
as autoridades, seguindo as região sul podemos notar si- As sociedades têm a tendên- permitam a mobilização dos e acautelar riscos associados à puto. Muito em particular,
regras de operação previstas milaridades no que se passa, cia de somente reagirem a si- recursos hídricos das bacias degradação da qualidade de é necessário ultrapassar as
nesta albufeira, introduzis- ou passou, já com outras ci- tuações de crise consumada, do Incomáti e do Maputo. Es- água devido à intrusão salina barreiras para a rápida con- 1 Dinis Juízo é docente da Faculda-
sem restrições de consumo, dades e países do mundo de o que implica maiores custos tas medidas infra-estruturais e aos impactos sobre os escoa- clusão das obras das novas de de Engenharia, desde 1993, e
primeiro, a 75% para a agri- onde sempre é possível ex- socioeconómicos comparati- estão previstas nos planos do mentos de base no rio Incomá- estações de tratamento e doutorou-se em Lund/Suécia em
culta em 2016, posteriormente trair lições para aprimorar os vamente com medidas ante- governo e no Acordo Com- ti. bombagem de água a partir Hidrologia e Gestão de Recurso Hí-
agravadas para 50%; simul- métodos de gestão aplicados. cipadas. Moçambique possui preensivo de Partilha de Água Decorre desta avaliação que a da albufeira da Corumana dricos. Tem mais de 50 publicações
taneamente, introduziram- Estas experiências mostram um acordo de partilha de água das bacias do Incomáti e do crise de água que se vive nesta e que se dê a devida prio- científicas nesta área. É membro da
-se restrições de 75% para o que existem três tipos de cri- com a Suazilândia onde estão Maputo, também conhecido região do país pode ser asso- ULGDGH DR ÀQDQFLDPHQWR Associação AQUASHARE.
OPINIÃO
18 Savana 06-07-2018

Cartoon
EDITORIAL
Para a Frelimo, boicote legislativo
pode ser um tiro a sair pela culatra

C
ontados a partir desta sexta-feira, quando este jornal sair à
rua, faltam rigorosamente noventa e seis dias até 10 de Ou-
tubro, a data oficialmente proclamada para a realização das
quintas eleições autárquicas em Moçambique.
Em circunstâncias normais, onde se deve incluir o período de sub-
missão e validação das candidaturas, depois de suprimidos todos os
potenciais vícios, e ainda a campanha eleitoral, este espaço de tempo
já de si é bastante limitado.
Esta limitação de tempo será agora ainda mais agravada devido ao
impasse que se instalou na Assembleia da República, onde os ins-
trumentos legais que devem operacionalizar o processo eleitoral se
encontram encalhados.
E pelas exigências que são feitas pela bancada da Frelimo como
condição para a aprovação do pacote legislativo eleitoral, há razões
para acreditar que ou as eleições terão de ser adiadas, ou um acordo
interino terá de ser feito para permitir a sua realização na data ini-
cialmente prevista.
Depois da chefe da sua bancada, Ivone Soares, ter reagido imediata-

Uma ética para náufragos


mente ao posicionamento da Frelimo com acusações de chantagem,
o Secretário Geral da Renamo, Manuel Bissopo, já veio esta semana
a público assegurar que a desmobilização dos seus guerrilheiros pode

H
ser concluída dentro dos próximos três meses. á ideias que valem ouro por- todo o lado se procuram intérpretes, ponsabilização num processo em que
Depois daquelas declarações, Bissopo deslocou-se à Gorongosa, que quebram o ciclo do mi- cada potência reage da sua maneira. as necessidades do futuro sobrepõem
onde a maioria dos guerrilheiros se encontram posicionados. Num metismo em que muitas vezes O filme segue o que se passa do lado por uma vez as contas com o passado.
momento como este, é difícil não acreditar que os dois factos este- as sociedades ficam reféns e americano. E aí, à beira de ser orde- Em vez de uma estafada acusação so-
com isso aliviam-nos da pena de Ta- nada a nível global uma agressão aos bre as contas do passado, a consciência
jam relacionados.
lião e da regra de que as relações co- alienígenas, os dois cientistas lá deci- de que em muitas situações da vida
Se as palavras de Bissopo não são uma tentativa de distração, este é munitárias se devem reger pelo lema fram a linguagem e as intenções da- não só há duas possibilidades: ganhar
um sinal positivo, e mostra o interesse e a determinação da Renamo «olho por dente, dente por dente». queles. ou perder, o que aliás nos ensina a ma-
em não ser o agente responsável pelo descarrilar do processo de paz. Como a ideia que sustenta o  plot  do Os alienígenas afinal só trazem uma turidade.
Mais importante, ainda, mostra uma organização com um nível de filme Arrival, de Denis Villeneuve, o mensagem. Propõem  uma ética para Era apenas converter a pirâmide das
mais interessante filme de ficção cien- náufragos: a humanidade só sobrevi- prioridades: em vez de nós, todos. Per-
maturidade que até muito recentemente poucos talvez seriam ca-
tífica da década: a soma que não dá resto verá se romper com a lógica da soma gunto, porque não há-de a necessida-
pazes de reconhecer. A Renamo sabe que tem responsabilidades no zero. a zero e os homens interiorizarem, a) de imperiosa de construir um futuro,
sucesso deste processo, e que o seu papel não se deve resumir apenas Tentemos explicá-la. Comecemos só unidos produzirão vantagens, b) dado que o presente está estafado e o
a exigências infindáveis à outra parte, e que o melhoramento da sua por definir que  um jogador de somas só pela generosidade o conhecimen- passado foi de conflito, unir as forças
imagem pública oferece-lhe oportunidades de um bom desempenho a zero  é alguém comprometido até to se esclarece. Dizem estes alieníge- políticas no que podem oferecer para
ao tutano com a tese maniqueísta nas com as mãos em forma de estrela: salvar o futuro?
eleitoral.
de que em todas as situações da vida abandonar o orgulho da força e de se Que é que separa hoje ideologicamen-
Mas se a Frelimo tiver de persistir na sua posição de que todos os só há duas possibilidades: ganhar ou «querer ter mais razão» é a via, só pelo te os partidos maioritários, que seja
passos seguintes dependem única e exclusivamente deste processo perder, não existindo uma terceira «impoder» nos salvamos.    maior do que a necessidade de que
de desmobilização e desmilitarização da Renamo, então deve ficar hipótese.
Claro que esta é uma perspectiva con- o país seja desatolado da política de
claro que as eleições já não poderão ser a 10 de Outubro, dado que Na maior parte dos desportos é assim
trária à que Trump, absolutamente somas a conta zero que o naufragou?
e a dinâmica político-militar da his-
sendo realizadas dentro do actual quadro legal, elas correm o risco fora do seu tempo, quer impor com o Ver o outro como inimigo e não como
tória do mundo pautou-se pelas somas
de estarem em inconformidade com as novas disposições constitu- seu jogo de contas a zero. E que con- adversário político trouxe o quê, de
a zero.
vinha começar a ser reflectida também qualitativo à vida do povo? Como é
cionais. Até Hiroshima, a guerra era um jogo de
nos países pobres, como Moçambique. que se usa o diálogo como uma per-
Os órgãos de administração eleitoral, que há muito têm sido alvo de somas a zero, pois o estado que perdia
Sem ser militante de nada, não me pa- manente manobra de dilação política
críticas severas devido ao laxismo que têm evidenciado durante as cedia territórios ou ficava sob tutela,
rece uma má ideia começar a pensar e não com a efectiva intenção de re-
sujeito à “ganância” do vencedor, e ha-
eleições, e particularmente a sua tendência de servilismo ao partido via um vencedor e um vencido. que não existem dois blocos em con- solver diferendos?  
Frelimo e ao aparelho securitário do Estado, podem fazer tudo que A ameaça nuclear mudou tudo, de tenda e que procuram afanosamente O que precisa um partido não é de
lhes compete fazer, mas estarão limitados pelo tempo que lhes é im- repente estávamos diante de um jogo «soluções finais» para a exclusão do um exército, mas de ideias novas, ou
em que todos perdem. O que mudou outro mas que antes urge uma terceira de uma coragem nova, que lhe pers-
posto pelos legisladores.
inclusive o modo de ver a política e a solução, inclusiva. petivem projectos políticos que pela
Se os legisladores lhes oferecerem prazos apertados há um risco Foi a descoberta súbita da soma que sua originalidade seria escândalo  não
diplomacia.
maior de uma eleição mais imperfeita do que aquilo a que já nos Hoje, toda a verdadeira diplomacia não dá resto zero que levou à constitui- serem acolhidos pelo inteiro espectro
habituamos, e isso será apenas deitar mais lenha à fogueira. O actual democrática valida o princípio de que ção da «geringonça» em Portugal e à político. O que o outro bloco necessita
conflito decorre, em parte, precisamente de eleições que pelo menos vale a pena fazer concessões, (o que formação de um governo apoiado por não é de mais conflitos artificiais mas
um jogador de somas a zero consideraria toda a esquerda em Portugal, o que de esclarecimento político que galva-
para uma das partes, não foram suficientemente credíveis.
uma derrota) – estabelecem-se assim não fora possível durante quarenta nize com respostas novas velhas per-
A não realização das eleições prejudica a Renamo porque priva os anos. De repente deram-se conta, que guntas, e que isso seja visto como uma
compromissos estáveis, em vez de so-
seus membros de ocuparem lugares nas estruturas das diversas au- luções insidiosas e finais. as motivações que tinham em comum tal novidade que seria um escândalo
tarquias que seriam seguramente ganhas por ela em vários pontos do Ao tentar uma ilustração do conceito talvez fossem suficientes para negociar não serem acolhidas pelo inteiro es-
país, mas acima de tudo penaliza o governo pela imagem de instabi- da  soma que não dá zeros (explicita- por cima das diferenças que os separa- pectro político.  O que o actual siste-
lidade política no país que tal facto projecta para o resto do mundo, mente referido num diálogo) o filme é vam e isso virou o jogo. ma político precisa é de convergências
pertinentíssimo na actual contingên- Não creio que em Moçambique hou- e consensos e não de exacerbamentos
e da sua perceptível incapacidade de gestão do conflito que o opõe
cia político-militar. vesse nada a perder numa manobra políticos, alimentados a somas de res-
à Renamo. Uma pequena sinopse: uma frota de semelhante. to zero.
Nesta última perspectiva, o expediente político da bancada da Freli- discos voadores chega à terra, posi- Imaginemos que os líderes políticos Porque o futuro também pode ficar a
mo pode vir provar ser um tiro a sair pela culatra. ciona-se em lugares estratégicos do moçambicanos descobrem que a saída zeros e aí a derrota significa um estado
planeta – mas por que não agem? Por para a crise só pode ser uma corres- a menos que zero.

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e Naita Ussene Eugénio Arão (Inhambane) Fax: +258 21302402 (Redacção)
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OPINIÃO
Savana 06-07-2018 19

Política Monetária
Por João Mosca

O
Banco de Moçambique crise permanece, o Banco de Mo- créditos vencidos e ou reestrutu- estas não devem ser desfasadas das em 1984, Moçambique vivenciou
(BM), como qualquer çambique tem procurado alcançar rados, principalmente de empresas realidades e muito menos do co- momentos dramáticos que conduzi-
Banco Central (BC), é res- os objectivos de qualquer Banco públicas e também os associados às nhecimento existente na sociedade, ram à sua desindustrialização. Essas
ponsável pela estabilidade Central e acima apresentados. De- imparidades que, em virtude da crise nos investidores e nas organizações instituições, assim como o BM, de-
do sistema financeiro, assegurar a pois da inflação e da taxa de câmbio em vigor, cresceram de forma expo- interessadas e especializadas inter- veriam fazer uma análise mais séria
condução da política monetária, terem disparado em 2016 e 2017, o nencial em todos os bancos – estes nacionais. sobre os insucessos e sobre os efeitos
principalmente a inflação, manejan- Metical apreciou-se, sobretudo em custos são repassados para a econo- O Banco de Moçambique tem negativos das suas políticas. Poder-
do para o efeito dois instrumentos consequência dos seguintes facto- mia. Por isso, são de pouca valia, os emitido discursos que não corres- -se-ia começar por avaliar o envol-
principais: a taxa de juros e a taxa de res: (1) a subida dos preços inter- apelos do BM para uma mais rápida pondem à realidade, no que respei- vimento do Banco Central nas cha-
câmbio. As reservas em divisas têm nacionais do carvão e do alumínio baixa de juros dos bancos. ta à situação da economia real. Por madas dívidas. Os “Chicago boys”
por objectivo principal assegurar os consequente aumento do volume O BM tem procurado, através de exemplo: (1) existem mais que dú- nem sempre têm razão. E, quando
pagamentos externos e a estabiliza- das exportações que representam determinadas medidas, assegurar vidas quanto às taxas de crescimento opinam com base em observações
ção das duas taxas acima referidas. quase 70% das receitas externas; (2) a estabilidade e a redução de riscos oficiais; (2) o investimento continua em visitas relâmpago e leituras de
Para além da função emissora, um do efeito da redução da procura, so- dos bancos comerciais. Actuou sobre a diminuir; (3) não é verdade que a textos oficiais, quase nunca têm ra-
BC possui também a função regu- bretudo de bens importados; (3) do dois bancos. Muita discussão existiu economia, no seu conjunto, esteja a zão. São geralmente conhecedores
ladora e de supervisão da actividade aumento da oferta de bens agrícolas e existe sobre os critérios, os proce- criar um fluxo positivo de emprego; dos dogmas neoclássicos, mas bas-
bancária, de gestão das reservas in- (alimentares) internos devido a fac- dimentos a oportunidade das medi- (4) o ambiente de negócios continua tante ignorantes da economia en-
ternacionais, assegurando assim o tores climatéricos favoráveis; e, (4) das e sobre a transparência e isenção a decair induzindo as empresas a fe- quanto ciência social.
pagamento da dívida externa, tanto da estabilização de alguns preços em das opções de saída das dificuldades charem, criando desemprego; (5) a Para terminar, deixo algumas su-
pública como a privada. função de uma certa tranquilidade que justificaram as intervenções re- dívida pública aumenta; (6) persiste gestões: (1) o BM deve ser caute-
Taxas de juros e de câmbio compe- no conflito armado no Centro do gulatórias. o não pagamento dos compromissos
loso nas suas intervenções públicas,
titivas, menores riscos na cobertura país (por exemplo, dos transportes). O Banco Central teve períodos de da dívida; (7) a instabilidade políti-
das transacções e um sistema finan- não reduzindo as análises ao sector
Embora seja muito importante, o elevada permissividade: por exem- ca e de segurança em Cabo Delga-
ceiro estável, são necessárias para a Banco de Moçambique enfatiza, plo, será que a economia moçam- monetário (às variáveis nominais
do não encontrou soluções; (8) os
competitividade da economia, um sem fundamentação, o efeito do pri- bicana permite tantos bancos? Ou da economia) - a economia é muito
impasses políticos nas negociações
bom ambiente de negócios, para a meiro factor. As reservas cambiais deixou funcionar uma das máximas mais que inflação, taxas de juro e de
sobre a descentralização e o desar-
credibilidade externa de um país e foram assim restabelecidas, também da teoria neo-liberal que defende câmbio; (2) o Banco de Moçambi-
mamento não contribuem para a
para incentivar a poupança domés- por via das mais valias provenientes a entrada e saída não reguladas de que deveria ser menos vulnerável às
melhoria da imagem do país. Nestas
tica e o investimento interno e ex- do sector de hidrocarbonetos e o não agentes económicos do mercado? pressões políticas, interna e externas,
condições, não se pode dizer que a
terno. reembolso total do serviço da dívida. Não será que alguns bancos se su- economia está a recuperar. É falso. procurando preservar o princípio da
Parece evidente que nenhuma dessas A apreciação do Metical, como um portaram como agências cambiais A sociedade, os investidores e as independência operacional de um
condições está presentes em Mo- dos factores de controlo da inflação, e em actividades especulativas com organizações internacionais sabem Banco Central e das políticas mone-
çambique. Com a crise em vigor, a tem efeitos positivos ao permitir as diferenças e flutuações das taxas disso e, portanto, discursos do Banco tárias e cambiais; (3) o BM deverá
situação piorou. Antes de 2016, a uma certa estabilidade cambial, ela de câmbio e os elevados spreads e Central desajustadas das realidades aprofundar a sua função de regula-
política monetária foi criticada por gera também um efeito negativo demais comissões? Será que as in- possuem efeitos boomerang. dor, incluindo as tentativas de com-
alguns economistas, pelos seguin- sobre as empresas exportadoras e tervenções do BC resolveram estes Em resumo, o controle da inflação e, portamentos de cartel do sistema
tes razões: (1) manutenção de uma sobre os produtores internos que problemas? Que problemas se evi- em consequência da taxa de juros, a bancário (4) a função de supervisão
taxa de câmbio sobrevalorizada em vêm as importações e os donativos taram com as ditas intervenções? redução do Estado e do peso do or- não pode revelar fragilidades (5) o
defesa do consumo (principalmen- em desiguais condições concorren- Será que a forma de estabelecer as çamento na economia e a liberaliza- Banco Central não pode patrocinar
te urbano), sendo um dos factores ciais, em relação as quais a política taxas de câmbio e de juros, contém ção dos mercados, são os objectivos conflitos de interesse como os referi-
que dificultou a competitividade económica e monetária pouco tem comportamentos de cartel entre os centrais (chamadas “variáveis-objec- dos pela Comissão Central de Ética
da economia e a rentabilidade das actuado. Num ambiente de grande bancos supervisionados pelo Banco tivo”) dessas políticas. A estabilidade Pública.
empresas exportadoras; (2) teve difi- liberalismo económico e de ausência de Moçambique? macroeconómica, o investimento, Por razões de espaço, não são apre-
culdade em manter a inflação baixa, de qualquer proteccionismo da pro- Relativamente à divida interna que o crescimento, o emprego, o rendi- sentadas as relações existentes entre
praticando oferta monetária expan- dução nacional, as importações de o Banco de Moçambique alerta nos mento e a eficiência, acontecerão, as actuais políticas monetária e fiscal
siva para assegurar o crescimento de bens de consumo tornaram-se mais últimos tempos, existem vários pon- segundo essas correntes, por arrasto (orçamental), que possuem, entre si,
alguns sectores (sobretudo de servi- baratas, ao competir com a produção tos de vista. Primeiro, o BM sabia, ou da estabilização das duas variáveis. E em alguns casos, funções comple-
ços) e o financiamento de uma po- interna. devia saber desses valores, na medida isso nem sempre é verificável! Desde mentares e, em outros casos, efeitos
lítica orçamental também expansiva; Por outro lado, o Banco Central em que é o sistema bancário que fi- a adesão ao FMI e o Banco Mundial mutuamente anuladores.
(3) houve renitência ou encontrou mantém a política monetária de nancia as empresas públicas e subs-
resistências políticas para constituir suporte à dívida interna, não regu- creve a quase totalidade dos bilhetes
um fundo soberano de reservas em lando a compra dos bilhetes de te- do tesouro; qual o posicionamento
divisas, por ser contrária à expansão souro pelos bancos comerciais e no do BM acerca das pressões políticas
do investimento público e ao suporte mercado secundário. Este aspecto, para que os bancos comprem a dí-
de um orçamento cujas despesas al- não só afecta a dívida pública que vida pública e baixem as respectivas
cançaram quase 50% do PIB. continua a crescer de forma insus- taxas de juro? Por que apenas recen- Email: diariodeumsociologo@gmail.com
Em resumo, o BM, antes da desig- tentável, como reduz a oferta de temente o BM manifesta publica- Portal: http://oficinadesociologia.blogspot.com
nada crise da dívida, foi um supor- dinheiro para financiar o sector pri- mente essa preocupação? Despertou 587
te de uma “política económica da vado e as famílias, facilitando, pelas agora para a função de regulador?
abundância” em sectores não pro-
dutivos e não produtores de bens
leis do mercado, que os bancos co-
merciais mantenham taxas de juro
Por outro lado, a dívida pública é
da responsabilidade do Governo. Se Uma coleção
ç internacional [10]
para o mercado interno, suportou elevadas. Dificulta-se o investimento por um lado o Banco Central deve
um Estado consumidor e ineficiente e a recuperação económica. A polí- regular a participação dos bancos
de recursos (defesa e sustentação do tica monetária e cambial presente na dívida, compete ao Governo e
poder), protegeu o consumo de elites reflecte uma realidade preocupan- ao Parlamento a monitoria desse
e da população urbana, e sufocou a te: o prime rate divulgado pelo BM assunto. Não existe uma “invasão”
emergência do empresariado nacio- permanece acima dos 20%, sendo a de funções por parte de Banco de
nal de pequena e média dimensão, inflação prevista (e a verificada em Moçambique e, por outro lado, uma
tornando-se mais difícil ser eficiente 2017) bastante inferiores. Isto é, o desresponsabilização do poder legis-
e com espírito capitalista, embo- BM permanece, como antes, muito lativo e do executivo?
ra ainda sem grande acumulação. rígido no ajustamento da política A direcção de qualquer Banco Cen-
Fruto do liberalismo imposto pelas monetárias em relação ao evoluir da tral e dos governadores em particu-
instituições internacionais, posta em economia real e na relação entre os lar, tem de ser de grande discrição,
causa nas economias desenvolvidas a diferentes indicadores da economia moderação e cautela nas suas inter-
favor de um proteccionismos merca- monetária e cambial. venções públicas. Alguns discursos
do interno, para assegurar emprego Os bancos comerciais repassam para do Governador do Banco de Mo-
e riqueza no seu país, a economia o mercado os custos relacionados çambique foram despropositados na
moçambicana acentuou a sua carac- com a imobilização dos depósitos forma, com juízos de valor que de-
terística de consumidora de bens de obrigatórios no Banco Central, que vem ser evitados e, mais grave, com
consumo importados. O crescimen- são uma fracção importante sobre acusações à gestão de alguns bancos
to do emprego formal era pouco sig- o volume dos depósitos dos bancos sem demonstração de provas. Se,
nificativo e o crédito para a produção comerciais, que estes remuneram por um lado, as declarações públi-
nacional, pouco relevante. aos seus depositantes. Repassam cas devem criar expectativas positi-
No presente momento, em que a também os custos associados aos vas, sobretudo para os investidores,
OPINIÃO
20 Savana 06-07-2018

Pesadelo solar
A
cidade de Tete tem muito pouco descobri que a suruma, contrariamente ao Madjakunene, após regressar da sua ombros e pelo pescoço duas, três, quatro
em comum com o resto da pro- que muita gente pensa, por ignorância, machamba de milho e feijões – e depois de, estranhas máquinas que o Mandjakunene
víncia da qual é capital. Embuti- ou afirma, por aproveitamento político como era evidente, consumir meio quilo nunca tinha visto na vida.
da naquela depressão, com aquele e profissional, não é uma droga: é uma ou mais de xima com carne seca, porque
Quando o chinês chegou ao sítio onde
microclima que a asfixia de calor e secura e erva, e quando consumida nessa condição, a suruma, além de dar muita energia e
não só estimula o cérebro e a mente, muita abertura mental, também provoca estava Mandjakunene, só apanhou um par
a aridez dos seus solos, configura mais uma
como também funciona como um forte muita fome –, estava sentado à sombra da de chinelos sem dono, um chapéu de palha
extravagância da natureza. Esta sensação,
tonificador muscular. sua cabana a fazer as contas sobre o que ia meio acabado, meia carteira de suruma
todavia, dissipa-se tão-logo se ponham 30 O Quirino Madjakunene é um exemplo acontecer a seguir.
ou 40 km de distância em relação a si, seja meio consumida e uma folha de bananeira.
típico daquilo que estou a dizer. Natural E o que ia acontecer a seguir era óbvio: Do Mandjakunene, da mulher e dos filhos,
para o Songo, seja para o Zumbo, seja para dessas terras, quando o conheci nesses tinha, logo que o Sol se pusesse, de ir
Mutarara, ou, ao Norte, para Tsangano ou meados dos anos ‘80, nos seus 56 anos, não “no palaca”, ou seja, às trincheiras abertas nem! Tinham-se evaporado no meio do
Angónia. só era forte – mental e fisicamente –, como no meio do bosque pelas mãos e enxadas matagal, e o Sol estava a meio para se pôr
Vou falar aqui da experiência pessoal que continuava a levar a rotina que cultivava da comunidade, ao sabor da invenção para lá das montanhas. Quando este chinês
tenho sobre viagens que se podem fazer desde os 7 anos de idade, como toda a e da necessidade de sobrevivência, para voltou para a viatura, eu explodi numa
de carro da cidade de Tete até aos altos gente da zona. Uma rotina de pastoreio, ali passar a noite, de modo a escapar às gargalhada incontrolável.
das terras de Angónia, porque as fiz várias dos 7 aos 14 anos de idade, e de agricultura incursões de homens armados, que tanto
vezes, no mínimo 7. Terras altas, terras de O chinês era o Kok Nam e a “artilharia”
– curvado com a enxada sobre a terra, sob podiam ser de um lado como de outro: uns
montanhas, terras de nomes bons, terras sóis e chuvas –, dos 14 anos em diante. vinham de capacete, bem fardados; outros de que o camponês tinha tido medo eram
de nomes originais, onde começamos a Mas também uma rotina de consumo descalços e um pouco esfarrapados. Mas máquinas fotográficas, com lentes de
descobrir, desde logo, nomes como Fonte ritual de um charuto comprido de suruma todos tinham a mesma motivação: a fome. diferentes diâmetros. O Kok entrou no
Boa, Água Boa, Ntengo wa Mbalame, que, forte de Angónia, a qual, como todos nós Então não havia que escolher. carro, olhou para trás e perguntou – «Estás
na língua nativa, significa “a árvore do sabemos, ou pelo menos eu sei, é de fama Madjakunene tinha comido a sua ração de a rir-te de quê, Fernando Manuel?»
pássaro”, uma vez que ntengo é “árvore” e internacional. leão, a família estava a preparar as condições
mbalame é “pássaro”. Mas também temos Aqui abro um parêntesis para dizer que para ir “no palaca”, e ele entretido a fazer as – Nada, chairman!
Ntengo wa Mudzi, sendo mudzi “um” ou em 1990 fui a Amsterdão, e num dos contas do milho que ia vender ao Malawi, – Porque é que aquele camponês fugiu de
“solitário”; portanto, “a árvore solitária”. drug stores descobri na ementa uma que se do feijão que ia vender ao Malawi, da mim?
E cascatas e riachos de águas cristalinas, que chamava Cannabis sativa angoniensis. Disse batata que ia vender ao Malawi, porque em – Ele estava convencido de que ias comê-lo
nos cantam aos pés, quando passamos. E então ao holandês – «Essa suruma é de um Moçambique não valia a pena, visto que vivo.
pores-do-sol espectaculares e maravilhosos, dos distritos da minha terra.» ninguém comprava: ninguém do Governo
– Achas que sou capaz de comer uma
onde o Sol é uma bola de fogo que beija os – Qual terra? chegava lá.
cumes das montanhas dos contrafortes da – Moçambique. De repente, o seu sexto sentido foi chamado pessoa viva?
Marávia e Angónia. Terra boa e generosa, – Porque dizes isso? para um pormenor: na picada que passava – Não, Kok. Eu não. Nem viva, nem morta,
gente boa e generosa. Na verdade, ali não – Porque angoniensis vem de Angónia, um pelo limite da aldeia, tinha acabado de nem cozida. Mas ele sim.
é o trabalho que dignifica o homem; é o dos distritos de Moçambique. estacionar um carro pesado, um jipe de – Ora essa!
homem que o dignifica, porque, por mais Demo-nos um abraço muito forte. fabrico soviético. Em poucos segundos, o “Ora essa” digo eu, hoje, porque passados
mandrião que se seja, é-se obrigado a Só que, quando conheci esta terra que era instinto de sobrevivência ou medo
trabalhar. generosa, ela estava dilacerada pela guerra, transformou-se em pânico, quando do jipe 40 anos, quando me lembro desta história,
Foi nesta terra que, em meados dos anos ‘80, e isso sentia-se no ar e na forma como as desceu um homem de pele clara, claramente ainda tenho uma vontade incrível de me rir.
parei pela primeira vez e, entre outras coisas, pessoas viviam. Naquela tarde, Quirino um chinês, que trazia pendurados nos dois E é isso que estou a fazer. Ajude-me lá!

SACO AZUL Por Luís Guevane

Dívida oculta: um sapo!


E
ngolir sapos implica algum sa- ca acção visível, pouca contundência diante nha aqui o seu espaço. Entretanto, perante quererem investigar a proveniência da
crifício por parte de quem é de “casos quentes” envolvendo políticos, essa suposta vontade colectiva revela-se a riqueza de Lula; agora já “mechem” com o
forçado a fazê-lo. Há países e esse “vasto programa” perde eco. A Socie- sombra da corrupção. Temer. Nas nossas bandas isso ainda não
governos que, perante um gru- dade moçambicana continua à espera do Os altos níveis de corrupção e do suposto é corrupção. De tal modo que, por força
pinho influente, não os engolem fa- esclarecimento, por exemplo, do caso das conformismo por parte de quem de direito, do hábito, fomentou-se a dívida ocul-
cilmente; dão muita luta. No caso de dívidas ocultas. A acção do Estado nesse por exemplo, em Moçambique, são percep- ta mesmo à revelia da Assembleia da
Moçambique pode ser que se force sentido poderá corresponder ao seu com- tíveis quando se questiona, por exemplo, os República. Se não tivesse sido o grito
esse acto quando acompanhamos que prometimento no combate aos crimes, por actos de Dilma Rousseff e de Lula da Silva. lá de fora tudo continuaria na fervura
o nosso Estado está a registar progres- exemplo, de natureza económico-financei- Ela passou por um impeachment em decor- política habitual, com a crise econó-
sos na luta contra a corrupção. De que ra. rência do crime de responsabilidade (devi- mica a doer por culpa da mão externa,
luta e de que corrupção é que se estaria Uma reflexão séria e aberta pode ajudar do a autorização de créditos suplementares com o capitalismo a revelar-se cruel no
a falar? Algum protagonismo é aflo- países como Cabo Verde, Guiné Bissau, sem anuência do Senado). O Lula, “ho- desenvolvimento dos africanos.
rado quando se coloca como exemplo São Tomé e Príncipe, Angola, e outros, mem do povo”, por seu turno, foi acusado
dessa luta o vasto programa de reforma incluindo Moçambique, a valorizarem a e condenado por actos de corrupção. Mo- Cá entre nós: o politicamente correcto,
legislativa, bem como a ratificação de equidistância que a Sociedade exige e que tivações que levaram Lula a ver o sol aos nos discursos de ocasião, em conferências
instrumentos jurídicos internacionais não é mais do que o respeito pelo prin- quadradinhos, de tanto terem-se tornado internacionais, são um caminho suave
para municiar de forma eficaz o com- cípio de que ninguém está acima da Lei. “normais”, nas nossas bandas, configuram para proporcionar menos luta e maior
bate ao fenómeno. Ou mudam-se as leis, ou os políticos, ou o simplesmente motivações políticas de uma aceitabilidade ao acto do “engolir do sapo”;
É claro que o “vasto programa de re- povo. Dentro daquilo que é o “modismo” de elite pouco ou nada tolerante à ascensão de um processo que muitos ainda não aceita-
forma legislativa”, teoricamente, faz ocasião vamos ouvindo que todos os gover- um pobre ao poder. Ah, só por causa de uns ram e nem se querem conformar. As cha-
parte do empoderamento das institui- nos africanos estão preocupados e querem quatro imóveis, uns dois carros e umas contas madas dívidas ocultas enchem a boca dos
ções em prol da luta contra a corrupção combater a corrupção. Como medir essa bancárias? Esses brasileiros fervem em pouca moçambicanos: ou engolimos esse sapo ou
em Moçambique. Porém, perante pou- preocupação? O politicamente correcto ga- água. O samba enlouqueceu-os ao ponto de cuspimo-lo.
DESPORTO
Savana 06-07-2018 21

Votou contra a realização do mundial 2026 no solo africano

Moçambique em maus lençóis na CAF!


A
notícia de que Moçam- magna reunião dos gestores do datura de Marrocos, na qual ex- a força da nossa congregação”.
bique votou, no passado futebol internacional. clui o nosso País da família do Por fim, nesta nota que não foi
mês de Junho, contra Esta posição deixa muitas zo- futebol africano e do propósito de enviada para Moçambique, Ah-
a realização, em 2026, nas da penumbra, pois, a ter sido união para a integração do fute- mad Ahmad chamou a todos os
no solo africano (Marrocos), do emanada essa ordem superior es- bol africano no mundo. presidentes da federações africa-
campeonato do Mundo, a favor taríamos numa clara interferência Nesta nota – que naturalmente nas de “queridos amigos”, agrade-
da candidatura da coligação li- do poder político no desporto, o não foi enviada para Moçambi- cendo, uma vez mais, “por se uni-
derada pelos Estados Unidos da que não só é contraproducente que por ter favorecido a terceiros rem resolutamente na mesma luta
América (EUA), continua a fazer como não é aceite pela FIFA. na concepção da CAF – Ahmad pelo triunfo de nossas profundas
correr muita tinta. Outrossim, Ahmad saudou os países africa- convicções africanas, desportivas
esta posição não só abriu um mau Traição? nos que votaram na candidatura e amigáveis”.
precedente, como também dei- Mas, seja como for, o facto é que de Marrocos por, neste acto, te- Sabe-se que nas eleições que
xou o país em maus lençóis jun- o voto depositado por Moçam- rem demonstrado, aos olhos do colocaram Ahmad Ahmad no
to da Confederação Africana de bique aos americanos não caiu mundo, uma “atitude eminente- poder, em substituição do cama-
Futebol, CAF, tendo em conta muito bem na CAF, órgão que mente positiva”. ronês Issa Hayatou, que perma-
Alberto Simango Jr, presidente da FMF rege o futebol a nível do conti-
os entendimentos anteriormen- Adiante, o presidente da CAF neceu no cargo cerca de 30 anos,
te havidos aquando da eleição nente africano. Não que a CAF referiu que o voto depositado por Moçambique, através de Alberto
por Alberto Simango Júnior, pre- esperasse pelo triunfo dos marro-
de Ahmad Ahmad para dirigir um país africano a outro dá corpo Simango Júnior, votou no malga-
sidente da Federação Moçambi- quinos, mas porque considera ter
aquele organismo. ao seu projecto mais importante, xe.
cana de Futebol (FMF), ignorou sido uma traição, em toda a regra, enquanto CAF, de estabelecer Ahmad Ahmad apelou, na altura,
Na verdade, o actual presidente a candidatura de um país africano da FMF aos ideais de união, de uma grande família de futebol a todos os filiados a apoiarem in-
da CAF tinha apelado a todos os para votar na coligação EUA, Ca- irmandade, de coerência e de so- africano. condicionalmente a candidatura
seus filiados a apoiarem, de forma nadá e México. lidariedade africana, defendidos Em alusão ao voto depositado dos Marrocos, ao mesmo tempo
franca e massiva, a candidatura Para justificar a decisão, a FMF pela gestão deste organismo, ago- por Moçambique e mais 10 paí- que prometeu reunir forças no
de Marrocos e, porque nenhum referiu que este sentido de voto ra presidido pelo malgaxe Ahmad ses africanos que preteriram a futebol africano para convencer a
país se opôs a isso, o volte face de tratou-se, na verdade, de uma Ahmad. realização do Mundial 2026 no comunidade mundial da validade
Moçambique causou muita estra- orientação do governo moçam- Como prova do mal-estar que Marrocos, o presidente da CAF desta candidatura e da sua capaci-
nheza . bicano, concretamente por con- causou o favorecimento de Mo- argumentou, na referida nota, a dade organizacional.
Reza a estória que foi durante a siderarem os EUA um parceiro çambique à organização tripar- que o jornal português Público De referir que esta foi a quinta
realização da 68ª edição do Con- estratégico do nosso País em vá- tida do Mundial-2026 no con- teve acesso, “que da minha parte candidatura falhada do Marrocos
gresso da Federação Internacio- rios domínios da vida económica tinente americano, o presidente estaria sempre mobilizado para depois de ter se candidatado a
nal de Futebol (FIFA), a 13 de e social. Ou seja, que Alberto Si- da CAF endereçou uma nota de apoiar a coesão africana no mun- acolher o mundial de 1994 (EUA),
Junho, em Moscovo, na Rússia, mango Júnior foi apenas portador agradecimento a todos os países do do futebol, bem como as ini- 1998 (França), 2006 (Alemanha) e
que Moçambique, representado de uma “ordem superior” naquela africanos que votaram na candi- ciativas e acções que demonstrem 2010 (África do Sul).

Proliferação de “professores” de xadrez nas escolas privadas


Agenda Cultural
FMX queixa-se ao MEDH Cine-Gilberto Mendes

A
Federação Moçambi- a modalidade de xadrez como pela respectiva federação interna- Sextas, Sábados, Domingos e Feriados 18h30
cana de Xadrez (FMX) disciplina opcional, em alguns cional.
manifestou, através de
um ofício enviado ao
casos, sem estarem devidamente
credenciados para tal.
Ademais, justifica-se a federação,
isso faz com que tenhamos no
Apresenta a peça“My Love”
Ministério de Educação e De- país xadrezistas mal formados.
senvolvimento Humano, Minis-
tério da Juventude e Desportos
Para a Federação Moçambicana
de Xadrez esta prática, recorrente,
“Queremos convidar a estas pes-
soas e entidades a se aproximarem
Maputo Waterfront
e Instituto Nacional de Despor-
to, a sua profunda preocupação
não ajuda as crianças ao conheci- à FMX de modo a obterem os Todas Sextas, 19h
mento adequado da modalidade, requisitos para o licenciamento,
com a existência, ultimamente, visto que muitos desses professo- pois somos pelo ensino uniformi- Jantar Dancante com Alexandre Mazuze
de professores de xadrez que res não obedecem às regras meto- zado do xadrez no país”, lê-se no
leccionam nas escolas privadas, dológicas de ensino estabelecidas ofício. Todos Sábados, 19h
Música com Zé Barata ou Fernando Luís
DStv apoia Tang So Do Chefs Restaurante

A Todas Sextas, 19h Música ao vivo


DStv vai viabilizar a Sabe-se que o Tang Soo Do não é Segundo os dados disponíveis, o
participação do nosso uma modalidade olímpica, o que custo da operação custou à em-
país na a 15ª Edição do faz com que enfrente muitas difi- presa perto de um milhão de me-
Campeonato do Mundo culdades. Grosso modo, os atletas ticais.
de Tang Soo Do. O evento vai moçambicanos têm enfrentado Para Paulo Leandro, Director
realizar-se de 13 a 15 de Julho, dificuldades para arcar com os -Geral da Multichoice Moçam- 1HFURORJLD‡1HFURORJLD‡1HFURORJLD‡1HFURORJLD
do corrente ano, na cidade de custos de deslocação para a parti-
bique, o apoio da sua instituição
Greensboro, Carolina do Norte, cipação em competições interna-
nos Estados Unidos da América. cionais, uma situação que limita a
enquadra-se no âmbito da sua CARLOS MENDES OLIVEIRA
exposição do talento moçambica- actuação socialmente responsável.
Refira-se que, como era de espe- Calane da Silva, Chico Ivo, Alves Gomes e Ana Maria,
A selecção nacional será compos- no além-fronteiras.
ta por 21 atletas e dois técnicos, e Entretanto, neste ano a DStv rar, os integrantes da selecção na- Fernando Lima, Naíta Ussene, João Costa (Funcho),
tem como missão, nesta desloca- aliviou os custos da selecção na- cional manifestaram-se eufóricos Haroon Patel comunicam o falecimento do seu ca-
ção a Greensboro, alcançar títulos cional, assumindo a participação com o apoio recebido por parte marada e amigo Carlos Mendes Oliveira. À família
mundiais nas diferentes catego- da delegação composta por 23 daquela multinacional de televi- enlutada apresentam as suas sinceras condolências.
rias. elementos. são por assinatura.
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DESPORTO
22 Savana 06-07-2018

MOZAMBIQUE ROVUMA VENTURE S.p.A.


ANÚNCIO PÚBLICO PARA MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS JURÍDICOS AOS FINANCIADORES EM CONEXÃO COM O PROJEC-
TO DE FINANCIAMENTO DE UM PROJECTO DA ÁREA 4 NA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

Mozambique Rovuma Venture S.p.A (“MRV”) convida os IDGHVWDFDQGRRVFRQKHFLPHQWRVHVSHFLDOL]DomRHH[SHULrQ-


HVFULWyULRVGHDGYRJDGRVGHYLGDPHQWHTXDOLÀFDGRVTXHVH FLD GR HVFULWyULR FRP SURMHFWRV GH WUDQVDFo}HV ÀQDQFHLUDV
PRVWUHPLQWHUHVVDGRVDVXEPHWHUDVXDPDQLIHVWDomRGHLQ- DEUDQJHQGR DJrQFLDV GH H[SRUWDomR GH FUpGLWR EDQFRV LQ-
teresse (“Manifestação de Interesseµ SDUDDSUHVWDomRGH WHUQDFLRQDLVHRXWURVJUXSRVGHÀQDQFLDPHQWRHHPSDUWL-
VHUYLoRVMXUtGLFRVSDUDREHQHItFLRGHHSDUDSUHVWDURVVHU- FXODUTXDOTXHUH[SHULrQFLDFRPSURMHFWRVGHÀQDQFLDPHQWR
YLoRVFRPRFRQVXOWRUMXUtGLFRDDJrQFLDVGHH[SRUWDomRGH GHSURMHFWRVGH/1*HRXWURVSURMHFWRVGHHQHUJLDGHJUDQ-
FUpGLWR H ÀQDQFLDGRUHV LQVWLWXFLRQDLV UHODWLYDPHQWH D XP GHGLPHQVmR
SURSRVWR SURMHFWR GH ÀQDQFLDPHQWR GH XP SURMHFWR /1* 2VQRPHVGRVDGYRJDGRVGRHVFULWyULRTXHLUmRSUHVWDURV
RQVKRUHDVHUGHVHQYROYLGRHPUHODomRjÉUHDGD%DFLDGR VHXVVHUYLoRVQHVWDTXHVWmREHPFRPRRVGHWDOKHVUHODWLYRV
5RYXPDQD5HS~EOLFDGH0RoDPELTXH RVUHIHULGRVVHUYL- DRVVHXVSRQWRVIRUWHVTXDOLÀFDo}HVHH[SHULrQFLDUHOHYDQWH
oRVMXUtGLFRV“Serviços Jurídicos ao Projecto de Financia- LQFOXLQGRXPDOLVWDGDVWUDQVDFo}HVHPTXHWHQKDPWUDED-
mento”  (P SDUWLFXODU D 059 SODQHLD GHVHQYROYHU GXDV OKDGRQRV~OWLPRVWUrVDQRVTXHVHPRVWUHPUHOHYDQWHVDRV
XQLGDGHV GH OLTXHIDFomR RQVKRUH HP$IXQJL QD SURYtQFLD ÀQDQFLDPHQWRVGHVFULWRVDFLPD 
GH&DER'HOJDGRQR1RUWHSDUDGHVHQYROYHUHSURFHVVDU ,QIRUPDomRGHWDOKDGDVREUHRHQWHQGLPHQWRGRHVFULWyULR
JiVQDWXUDOH[WUDtGRGD%DFLDGR5RYXPDRIIVKRUHHP0R- GDVSURYiYHLVSULRULGDGHVHTXHVW}HVTXHVHUmRLPSRUWDQWHV
oDPELTXH R´Projecto”). SDUDRVÀQDQFLDGRUHVHPFRQH[mRFRPRSRWHQFLDOÀQDQFLD-
PHQWRGR3URMHFWR
ÂMBITO DOS SERVIÇOS 3URSRVWDÀQDQFHLUDSDUDRVVHUYLoRVDVHUHPSDJRVDRHV-
2VVHUYLoRVDVHUHPSUHVWDGRVLQFOXHPRVVHJXLQWHV FULWyULRFDVRVHMDVHOHFLRQDGR
‡5HDOL]DomRGH´GXHGLOLJHQFHµFRPEDVHQRVFRQWUDWRVFR- 4XDOTXHURXWURIDFWRUSDUDDOpPGDH[SHULrQFLDGRHVFUL-
PHUFLDLVIXQGDPHQWDLV WyULRTXHFRQVLGHUHTXHGLIHUHQFLDRXUHIRUoDDHTXLSDGH
‡5HYLVmRGDÀFKDWpFQLFDGHÀQDQFLDPHQWRSDUDR3URMHFWR WUDEDOKRTXDQGRFRPSDUDGDDGHRXWURVFRQFRUUHQWHV
HODERUDGDSHORFRQVXOWRUÀQDQFHLUR 2REMHFWLYRGHVWDLQIRUPDomRHGRFXPHQWRVpRGHLGHQWL-
‡3UHVWDomRGHVHUYLoRVGHDVVLVWrQFLDM~ULGLFDDRVÀQDQFLD- ÀFDURVHVFULWyULRVGHDGYRJDGRVTXDOLÀFDGRVTXHWHQKDP
GRUHVQRSURFHVVRGHQHJRFLDomRHGRFXPHQWDomRSDUDRÀ- SURYDGR D VXD FDSDFLGDGH H H[SHULrQFLD UHFHQWH UHOHYDQWH
QDQFLDPHQWR a ser considerada para um potencial convite para apresen-
‡5HYLVmRSUHVWDomRGHDVVLVWrQFLDQDHODERUDomRGHYiULRV WDomRGHSURSRVWDSDUDRV6HUYLoRV-XUtGLFRVDR3URMHFWRGH
DFRUGRV GH ÀQDQFLDPHQWR GH JDUDQWLDV HQWUH RV FUHGRUHV Financiamento.
TXHVHPRVWUHPQHFHVViULRVHSUHVWDomRDVVLVWrQFLDQRSUR- $ 059 LUi DYDOLDU RV GRFXPHQWRV DFLPD VROLFLWDGRV H VH
FHVVRGHSUHHQFKLPHQWRGHWRGDVDVFRQGLo}HVSUHFHGHQWHV VDWLVIHLWD LUi LQFOXLU R HVFULWyULR GH DGYRJDGRV QD OLVWD GH
DRSULPHLUROHYDQWDPHQWRGRFUpGLWR FRQYLWH SDUD D DSUHVHQWDomR GH SURSRVWD SDUD RV 6HUYLoRV
‡&RODERUDUFRPHJHULUFRQWULEXLo}HVGHFRQVXOWRUHVORFDLV -XUtGLFRVDR3URMHFWRGH)LQDQFLDPHQWR
HP 0RoDPELTXH TXH VHUmR PDQWLGRV QD EDVH GH DFRUGRV (VWH LQTXpULWR QmR GHYHUi FRQVLGHUDUVH FRPR XP FRQYLWH
separados) SDUDDDSUHVHQWDomRGHSURSRVWDVHQmRUHSUHVHQWDRXFRQV-
‡$FRQVHOKDURVÀQDQFLDGRUHVHPTXDOTXHUTXHVWmRUHJXOD- WLWXLTXDOTXHUSURPHVVDRIHUWDREULJDomRRXFRPSURPLVVR
WyULDRXOHJDOUHODFLRQDGDFRPR3URMHFWRHFRPRÀQDQFLD- GH TXDOTXHU WLSR SRU SDUWH GD 059 SDUD D FHOHEUDomR GH
PHQWRSURSRVWR qualquer acordo ou contrato com qualquer escritório de ad-
‡(PLWLUSDUHFHUHVOHJDLVH YRJDGRVTXHHVWHMDDSDUWLFLSDUQHVWHLQTXpULWR
‡5HDOL]DUTXDLVTXHURXWUDVWDUHIDVTXHVHFRQVLGHUHPFRV- 7RGRVRVGDGRVHLQIRUPDo}HVGLVSRQtYHLVQDFDQGLGDWXUD
WXPHLUDVQRSURFHVVRGHÀQDQFLDPHQWRRXRXWUDVTXHVHMDP QmR VHUmR FRQVLGHUDGRV FRPR XP FRPSURPLVVR SRU SDUWH
VROLFLWDGDVSHORVÀQDQFLDGRUHV GD059SDUDDFHOHEUDomRGHTXDOTXHUDFRUGRRXFRQWUDWR
Somente os escritórios de advogados que tenham prova- QHPDWULEXLGLUHLWRVDRHVFULWyULRGHDGYRJDGRVSDUDUHFOD-
GRDVXDFDSDFLGDGHHH[SHULrQFLDUHOHYDQWHUHFHQWHSDUDD PDUTXDOTXHULQGHPQL]DomRSRUSDUWHGD059
SUHVWDomR GRV VHUYLoRV DFLPD PHQFLRQDGRV SDUD SURMHFWRV 2VGDGRVHLQIRUPDo}HVFODUDPHQWHGHVWDFDGRVFRPR´FRQ-
VLPLODUHV VHUmR FRQVLGHUDGRV SDUD XP SRWHQFLDO FRQYLWH ÀGHQFLDOµTXHIRUHPGLVSRQLELOL]DGRVQDEDVHGHVWHLQTXp-
SDUDDSUHVHQWDomRGHSURSRVWDQRkPELWRGRVVHUYLoRVDFL- ULWR VHUmR WUDWDGDV FRPR FRQÀGHQFLDLV SHOD 059 ([[RQ-
PDGHVFULWRV2VDGYRJDGRVTXHVHMDPSURSRVWRVSHORVHV- 0RELO0RoDPELTXH/LPLWDGDH(QL5RYXPD%DVLQ6S$H
FULWyULRVGHDGYRJDGRVHOHJtYHLVSDUDRDVVXQWRHPDSUHoR VXDVDÀOLDGDVHQmRVHUmRGLYXOJDGRVDSHVVRDVRXHPSUHVDV
GHYHPLQFOXLUSURÀVVLRQDLVGHGLUHLWR,QJOrV QmRDXWRUL]DGDV$059UHVHUYDRGLUHLWRGHSDUWLOKDUWRGRV
RVGDGRVHLQIRUPDo}HVUHFHELGDVFRPSRWHQFLDLVÀQDQFLD-
DOCUMENTOS SOLICITADOS dores.
Os escritórios de advogados interessados neste convite po-
GHPDSUHVHQWDUDVXD0DQLIHVWDomRGH,QWHUHVVHHPSDUWLFL- As submissões de Manifestação de Interesse deverão ser
SDUQXPFRQFXUVRDWUDYpVGRHQYLRGDVVHJXLQWHLQIRUPD- recebidas pelas 17 horas de acordo com o horário de Ma-
omRSDUDmichael.o.strode@exxonmobil.com puto, do dia 20 de Julho de 2018 (Segunda-Feira).
Quaisquer custos incorridos pelos escritórios de advogados
 8PD FySLD GLJLWDOL]DGD GRV GRFXPHQWRV GH UHJLVWR GH QDSUHSDUDomRGD0DQLIHVWDomRGH,QWHUHVVHVHUmRGDLQWHLUD
LGHQWLÀFDomRGDHQWLGDGHOHJDOHGDSHVVRDGHFRQWDFWR UHVSRQVDELOLGDGHGRVHVFULWyULRVGHDGYRJDGRVHSRUHVWHV
'HWDOKHVGHTXDOTXHUWUDEDOKRUHFHQWHTXHRHVFULWyULRWH- VHUmRFREHUWRVQDVXDSOHQLWXGHQmRH[LVWLQGRTXDOTXHUGL-
QKDHIHFWXDGRUHSUHVHQWDQGRÀQDQFLDGRUHVSDUDSURMHFWRV UHLWRGHUHHPEROVRSHOD059HDHVWHVHVFULWyULRVGHDGYR-
VLPLODUHVTXHTXDOLÀTXHPRHVFULWyULRSDUDDSUHVHQWHWDUH- JDGRVQmRDVVLVWHRGLUHLWRGHUHWRUQRSRUSDUWHGD059
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DESPORTO
Savana 06-07-2018 23

MOZAMBIQUE ROVUMA VENTURE S.p.A.


PUBLIC ANNOUNCEMENT FOR EXPRESSIONS OF INTEREST
PROVISION OF LEGAL SERVICES FOR LENDERS IN CONNECTION WITH A PROJECT FINANCING
OF AN AREA 4 PROJECT IN THE REPUBLIC OF MOZAMBIQUE

Mozambique Rovuma Venture S.p.A (“MRV”) invites H[SHULHQFH ZLWK SURMHFW ÀQDQFLQJ RI /1* SURMHFWV DQG
LQWHUHVWHG ODZ ÀUPV WKDW DUH GXO\ TXDOLÀHG WR VXEPLW RWKHUODUJHVFDOHHQHUJ\SURMHFWV
WKHLU H[SUHVVLRQV RI LQWHUHVW ´Expression of Interest”) 7KHQDPHVRIWKHDWWRUQH\VLQ\RXUÀUPZKRZLOOZRUN
WRSHUIRUPOHJDOVHUYLFHVIRUWKHEHQHÀWRIDQGVHUYHDV RQ WKLV PDWWHU WRJHWKHU ZLWK GHWDLOV RI WKHLU VWUHQJWKV
OHJDOFRXQVHOWRH[SRUWFUHGLWDJHQFLHVDQGLQVWLWXWLRQDO TXDOLÀFDWLRQV DQG UHOHYDQW H[SHULHQFH LQFOXGLQJ D OLVW
OHQGHUVLQUHVSHFWRIDSURSRVHGSURMHFWÀQDQFLQJRIDQ RI WKH WUDQVDFWLRQV ZKLFK WKH\ KDYH ZRUNHG RQ GXULQJ
RQVKRUH/1*SURMHFWWREHGHYHORSHGLQUHODWLRQWR$UHD WKHODVWWKUHH\HDUVUHOHYDQWWRWKHÀQDQFLQJVGHVFULEHG
RIWKH5RYXPD%DVLQLQWKH5HSXEOLFRI0R]DPELTXH DERYH 
VXFK OHJDO VHUYLFHV WKH ´Provision of Legal Services $GHWDLOHGGLVFXVVLRQRI\RXUÀUP·VXQGHUVWDQGLQJRI
for Lendersµ ,QSDUWLFXODU059LVSODQQLQJWRGHYHORS WKHOLNHO\SULRULWLHVDQGLVVXHVWKDWZLOOEHLPSRUWDQWWR
WZRRQVKRUHOLTXHIDFWLRQWUDLQVDW$IXQJLLQWKHQRUWKHUQ OHQGHUVLQFRQQHFWLRQZLWKWKHSRWHQWLDOÀQDQFLQJRIWKH
SURYLQFHRI&DER'HOJDGRWRGHYHORSDQGSURFHVVQDWX- 3URMHFW
UDOJDVH[WUDFWHGIURPRIIVKRUH5RYXPD%DVLQLQ0R]DP- <RXUSURSRVHGIHHVIRUWKHVHUYLFHVWREHSDLGWR\RXU
ELTXH WKH´Project”). ÀUPLIVHOHFWHG
$Q\RWKHUIDFWRUEHVLGHV\RXUÀUP·VH[SHULHQFHWKDW
SCOPE OF WORK \RX WKLQN GLIIHUHQWLDWH DQG VWUHQJWKHQ \RXU WHDP IURP
7KHVFRSHRIWKHZRUNLQFOXGHVWKHIROORZLQJ WKDWRI\RXUFRPSHWLWRUV
‡3HUIRUPGXHGLOLJHQFHZLWKUHVSHFWWRWKHNH\FRPPHU-
FLDOFRQWUDFWV 7KH SXUSRVH RI WKH LQIRUPDWLRQ DQG GRFXPHQWV LV WR
‡5HYLHZWKHÀQDQFLQJWHUPVKHHWSUHSDUHGE\WKHÀQDQ- LGHQWLI\ TXDOLÀHG ODZ ÀUPV WKDW KDYH WKH SURYHQ FDSD-
FHFRXQVHOIRUWKH3URMHFW ELOLW\DQGUHFHQWUHOHYDQWH[SHULHQFHWREHFRQVLGHUHGIRU
‡ $VVLVW OHQGHUV LQ WKH QHJRWLDWLRQ DQG GRFXPHQWDWLRQ SRWHQWLDOLQYLWDWLRQWRWHQGHUIRUProvision of Legal Ser-
IRUWKHÀQDQFLQJ vices for Lenders.
‡5HYLHZDVVLVWLQWKHGUDIWLQJRIWKHYDULRXVFUHGLWVH-
FXULW\DQGLQWHUFUHGLWRUDJUHHPHQWVWKDWZLOOEHUHTXL- 059 ZLOO HYDOXDWH WKH DERYH UHTXHVWHG GRFXPHQWDWLRQ
UHGDQGDVVLVWLQWKHIXOÀOOPHQWRIDOOFRQGLWLRQVSUHFH- DQGLIVDWLVÀHGZLOOLQFOXGHWKHODZÀUPLQWKHOLVWIRU
GHQWWRÀUVWGUDZGRZQ LQYLWDWLRQWRWHQGHUIRUProvision of Legal Services for
‡ /LDLVH ZLWK DQG PDQDJH LQSXW IURP ORFDO FRXQVHO LQ Lenders.
0R]DPELTXH ZKRZLOOEHUHWDLQHGSXUVXDQWWRVHSD-
UDWHDUUDQJHPHQWV  7KLVHQTXLU\VKDOOQRWEHFRQVLGHUHGDVDQLQYLWDWLRQWR
‡$GYLVHOHQGHUVRQDQ\OHJDORUUHJXODWRU\PDWWHUVUHOD- ELG DQG GRHV QRW UHSUHVHQW RU FRQVWLWXWH DQ\ SURPLVH
WHGWRWKH3URMHFWDQGWKHSURSRVHGÀQDQFLQJ RIIHUREOLJDWLRQRUFRPPLWPHQWRIDQ\NLQGRQWKHSDUW
‡5HQGHUOHJDORSLQLRQVDQG RI059WRHQWHULQWRDQ\DJUHHPHQWRUDUUDQJHPHQWZLWK
‡3HUIRUPVXFKRWKHUWDVNVDVPD\EHFXVWRPDU\IRUÀ- \RXRUZLWKDQ\ODZÀUPSDUWLFLSDWLQJLQWKLVHQTXLU\
QDQFLQJVRIWKLVW\SHRUDVRWKHUZLVHVSHFLÀHGE\OHQ-
ders. $OO GDWD DQG LQIRUPDWLRQ SURYLGHG ZLWKLQ WKH DSSOLFD-
WLRQVKDOOQRWEHFRQVLGHUHGDVDFRPPLWPHQWRQWKHSDUW
2QO\ODZDGYLVRU\ÀUPVWKDWKDYHSURYHQFDSDELOLW\DQG RI059WRHQWHULQWRDQ\DJUHHPHQWRUDUUDQJHPHQWZLWK
UHFHQWUHOHYDQWH[SHULHQFHVRIVXSSO\LQJWKHDERYHUHTXL- \RXQRUVKDOOLWHQWLWOH\RXUODZÀUPWRFODLPDQ\LQGHP-
UHGVHUYLFHVIRUVLPLODUSURMHFWVZLOOEHFRQVLGHUHGIRUD QLW\IURP059
SRWHQWLDOWHQGHUIRUWKHVFRSHRIVHUYLFHGHVFULEHGDERYH 'DWD DQG LQIRUPDWLRQ FOHDUO\ PDUNHG DV ´FRQÀGHQWLDOµ
$WWRUQH\VWKDWDUHSURSRVHGE\HOLJLEOHODZÀUPVIRUWKLV SURYLGHGSXUVXDQWWRWKLVHQTXLU\ZLOOEHWUHDWHGDVFRQ-
matter must include English law practitioners. ÀGHQWLDO E\ 059 ([[RQ0RELO 0RoDPELTXH /LPLWDGD
DQG(QL5RYXPD%DVLQ6S$DQGWKHLUDIÀOLDWHVDQGZLOO
REQUIRED DOCUMENTS QRWEHGLVFORVHGWRQRQDXWKRUL]HGSHUVRQVRUFRPSDQLHV
&RPSDQLHVLQWHUHVWHGLQWKLVLQYLWDWLRQPD\VXEPLWWKHLU 059UHVHUYHVWKHULJKWWRVKDUHDOOGDWDDQGLQIRUPDWLRQ
([SUHVVLRQRI,QWHUHVWWRSDUWLFLSDWHLQDWHQGHUSURFHVV received with potential lenders.
E\SURYLGLQJWKHLQIRUPDWLRQEHORZWR All submissions for the Expression of Interest must be
michael.o.strode@exxonmobil.com received no later than 1700 hours or 5.00 p.m. on July 23,
6FDQQHGFHUWLÀHGFRS\RIWKHUHJLVWUDWLRQGRFXPHQWV 2018 (Monday), Maputo date and time.
OHJDOHQWLW\QDPHDQGFRQWDFWSHUVRQ
'HWDLOVRIDQ\UHFHQWZRUN\RXUÀUPKDVXQGHUWDNHQ $Q\FRVWVLQFXUUHGE\WKHLQWHUHVWHGODZÀUPVLQSUHSD-
UHSUHVHQWLQJOHQGHUVIRUVLPLODUSURMHFWVWKDWTXDOLI\\RXU ULQJWKH([SUHVVLRQRI,QWHUHVWVKDOOEHVROHO\WKHHQWLUH
ÀUPIRUWKLVDVVLJQPHQWKLJKOLJKWLQJ\RXUÀUP·VNQRZ- UHVSRQVLELOLW\RIWKHODZÀUPVDQGVKDOOEHIXOO\ERUQE\
OHGJH H[SHUWLVH DQG H[SHULHQFH ZLWK SURMHFW ÀQDQFH VXFKODZÀUPVZKLFKZLOOQRWEHHQWLWOHGWRDQ\UHLPEXU-
WUDQVDFWLRQVLQYROYLQJH[SRUWFUHGLWDJHQFLHVLQWHUQDWLR- VHPHQWE\059DQGVXFKODZÀUPVVKDOOKDYHQRUHFRXU-
QDOEDQNVDQGRWKHUOHQGHUJURXSVDQGLQSDUWLFXODUDQ\ VHWR059
CULTURA
24 Savana 06-07-2018

Concerto Marrabentar adiado


P
or imperativos de última deixar-me absorver como músico zimbo e a Banda Kakana nos vêm
hora, foi adiado o concer- pela Waltz ou o Rock, senão pela habituando, ressalvando a preser-
to musical de Wazimbo e Marrabenta que hoje faz o meu es- vação e a elevação do ritmo, com
a Banda Kakana, primei- tilo de vida”, relevou Wazimbo. objectivo de divulgá-lo pelo mundo
ramente agendado para o passado Num cenário de desenvolvimento e imortalizar clássicos moçambi-
dia 28 de Junho em curso, no Ci- musical africano, e sendo moçam- canos como “Elisa Ngomara Saia”,
nema Scala, em Maputo. bicano com consciência de que a apresentando ainda composições
Marrabenta sempre foi um ritmo inéditas, numa produção de Aza-
Porque o concerto antecedia uma que envolve o homem e a mulher, rias Arone com arranjos do Nelton
digressão internacional de Wazim- um ritmo de partilha, de estilos e Miranda, com o primeiro a repre-
bo e a Banda Kakana, o evento fica identidade, Wazimbo, em finais sentar a nova geração de produto-
por marcar para uma nova data, de 2015, abraçou o sonho de ca- res musicais. Com Marrabentar,
após o regresso dos artistas do pé- tapultar para novos patamares a estamos diante de um encontro de
riplo que os levará a escalar Cana- Marrabenta, tomando a iniciativa
gerações, trazendo à luz o passado,
dá, Inglaterra, Portugal e, de volta, de juntar-se à Banda Kakana, par-
presente e o futuro da Marrabenta.
África do Sul, respectivamente. Wazimbo e Yolanda Chicane tilha assim o palco com a jovem e
Ainda de acordo com Wazimbo,
Esta tournée configura a matura- talentosa Yolanda Chicane, para
“Marrabentar não é apenas um dis-
ção de um sonho iniciado no ano The Calgary Folk Music Festival: de partilhar uma história musical juntos “Marrabentar” em CD, que
co, é uma forma de contar a História
de 2012, quando Wazimbo deci- “Wazimbo é um dos cantores ex- de Moçambique, unindo gerações e será lançado no Canadá durante a
digressão. “Com o CD Marraben- e revelar a identidade cultural de um
diu voltar aos palcos internacio- traordinários do canto. Ele pode apresentá-la ao público além-fron-
nais, participando em festivais e tar, propomo-nos trazer, junto do País, é como um pai dando continui-
fazer a voz enfumaçada de Billy teiras. A Marrabenta comporta
outras plataformas internacionais, tio Wazi, uma nova abordagem na dade aos ensinamentos para que os
Hollyday’s, poderia fazê-lo invo- uma História de um ritmo que sur-
com objectivo de divulgar e aju- cando instantaneamente o auge ge dentro da segregação colonial e, grande conversa em torno da velha mais novos não percam a sua iden-
dar a consagrar a música popular dos clubes que em 1930 foram um com a força que carrega, abre portas e nova geração da música moçam- tidade. Agora também são os filhos
moçambicana, particularmente a sucesso.” para um diálogo cultural, acabando bicana, abrindo espaço para que a a demonstrar o que aprenderam e a
Marrabenta, no panorama musical É nesse contexto de afirmação por se estabelecer como o ritmo de juventude sinta cada vez mais orgu- garantir a preservação da tradição.
internacional. da música moçambicana além- consenso para uma identidade cul- lho deste ritmo, e para que o mundo É ainda um convite expresso para
Em 2012, com vista a retomada da -fronteiras que, “no fim da digres- tural Moçambicana. Pessoalmente, descubra outras vozes, que o País rebentar as cordas e estoirar a voz,
sua internacionalização, Wazimbo são, ficou claro em mim que era em casa, a Marrabenta sempre foi produziu depois da Independência deixando para trás a inércia. Agora,
fez uma digressão que o condu- preciso apresentar um novo CD, e o prato diário, daí que muito rapi- Nacional”, frisou Yolanda Chicane. juntos iremos Marrebentar para o
ziu a Canadá, Portugal e Brasil, eu queria um CD que fosse para damente me identifiquei com ela Este disco caracteriza-se por uma mundo”, finaliza.
onde deixou marcas que não pas- “Arrebentar”, um CD “maningue e, sendo Africano, não foi possível tonalidade diferente da que o Wa- A.S
saram despercebidas à opinião de nice” no dizer moçambicano, a fim

Deltino Guerreiro
apresenta “Eparaka”
O
Centro Cultural Franco- do norte de Moçambique, aliadas a
-Moçambicano (CCFM) letras conscientes cantadas em por-
acolhe, nesta sexta-feira, tuguês, inglês e macua, o seu álbum
06 de Julho, às 20:30h, o “Eparaka” (benção/abençoado) deu
concerto “Eparaka” (benção/aben- a Deltino prémios e presenças em
çoado), do músico moçambicano grandes festivais em Moçambique
Deltino Guerreiro. Neste concer- e no estrangeiro.
to, Deltino vai partilhar o palco Em 2015, Deltino foi revelação
com os artistas Azagaia e Stewart masculina no Ngoma Moçambi-
Sukuma. que. Em 2016 ganhou o prémio de
melhor voz masculina pelo Ngoma
Para o concerto “Eparaka”, Delti- Moçambique.
no Guerreiro será acompanhado Deltino Guerreiro já desfilou a sua
pelos músicos Stélio Mondlane classe no Festival AZGO, Festa
(bateria), Hélder Gonzaga (baixo), da Música e Sakifo Festival (Ilhas
Dodó Milisse (guitarra eléctrica), Reunião).
Amâdio Cossa (percussão) e Marta A música mais famosa de Deltino
(coros). Guerreiro intitulada, “Sonho” levou
O som de Deltino Guerreiro é Deltino a fazer uma colaboração
uma mistura de influências, fruto com a grande artista de origem
das suas vivências de norte a sul inglesa Joss Stone. No momento,
do país. Com sonoridades que vão Deltino encontra-se em estúdio a
do Soul e R&B à tradição musical gravar o segundo álbum. A.S
Dobra por aqui
SUPLEMENTO HUMORÍSTICO DO SAVANA Nº 1277 ‡ DE JULHO DE 2018

O ANTES...

E O DEPOIS, SEGUNDO AC.


2 Savana 06-07-2018 SUPLEMENTO Savana 06-07-2018 3
OPINIÃO
Savana 06-07-2018 27

Abdul Sulemane (Texto)


Ilec Vilanculo (Fotos)

O que dizer?
M
uitas vezes, quando vemos certas figuras a conversarem, tenta-
mos imaginar o assunto que podem estar a tratar. Essas figuras
têm sempre alguma coisa para falar. Não importa as suas áreas
de actuação.
Desta vez é difícil imaginar o que estas individualidades podem estar a
falar. Tentamos perceber o que podem estar a tratar. Muitas vezes, quando
não temos algo importante para dizer chegamos ao ponto de falar de
banalidades. Não que seja o caso destas figuras que fazem parte deste
informal. Foi com muito esforço que procuramos entender o tema de
conversa entre elas.
Dizemos isso primeiro por causa desta primeira imagem onde Noor Mo-
made, da agência de viagem Cotur, confidencia com Nazira Abdula, Min-
istra da Saúde. Vemos que Noor Momade faz um esforço para convencer
a ministra. O que também percebemos é que Nazira Abdula está a fazer
um enorme esforço para entender o que ouve.
Sempre que nos encontramos com alguém, mesmo que não seja das nos-
sas relações, procuramos interagir com ela. Agora, se for num convívio,
assunto não falta para abordar. Mesmo que seja para ser cordial. Não digo

Ilec Vilanculo
que seja o caso desta segunda imagem onde aparecem Thomas Selemane
e Naíta Ussene, fotojornalista do SAVANA. Tentamos entender a par-
tilha de gestos. Deve ser a forma encontrada para fazer a digestão depois
de uma refeição.
Estas atitudes fazem com que algumas pessoas fiquem admiradas com
estes comportamentos. Mesmo tentando esconder não deu para disfarçar
a situação. Vejam como Jorge Ferrão, reitor da Universidade Pedagógica,
faz o seu comentário face à situação de que falamos acima. O seu comen-
tário fez com que João de Abreu, Presidente do Instituto de Aviação Civil
de Moçambique, desviasse o seu olhar para testemunhar o que estamos a
referir. Nisso tudo, há pessoas que aproveitaram a situação para algumas
gargalhadas bem abertas. Não é para menos. Há coisas de que só podemos
rir para não chorar. É o que estão a fazer Agostinho Vuma, Presidente da
CTA, José Graça, António Grispos e Carlos Mussanhane.
Sobre esta última imagem não sabemos o que dizer. Será que Oswaldo
Peterburgo, vice-Ministro do Trabalho, Emprego e Segurança Social está
conter a risada com receio de levar um murro de Namoto Chipande pelo
par de óculos que ostenta. Há situações que podemos evitar para não
correr o risco de ficar com um olho roxo. Reparem o punho cerrado de
Namoto Chipande.
Ilec Vilanculo
À HORA DO FECHO
www.savana.co.mz EF+VMIPEFt"/0997t/o 1278

iz- se
D
IMAGEM DA SEMANA Naíta Ussene
D i z - se.. .

t/PTCBTUJEPSFTQPMÓUJDPTEPQBÓTFTUÈRVFOUFVNBTÏSJFEPQSPHSBNBTVM-
BGSJDBOPi$BSUF#MBODIFwEBFTUBÎÍPEFUWTVMBGSJDBOB.OFU0QSP-
grama mostra como mais de uma centena de carabinas checas, CZ, foi
USBOTBDDJPOBEBQBSB.PÎBNCJRVF WJB1PSUVHBM UFOEPQBSUFEFTUBTBSNBT
BDBCBEP OBT NÍPT EF GVSUJWPT FOWPMWJEPT OP BCBUF EF SJOPDFSPOUFT OP
Krueger Park. Da lista dos implicados, fazem parte dois empresários por-
UVHVFTFT BFTQPTBEFVNBEWPHBEPDPNMJHBÎÜFTBPFOHFOIFJSPEPQMB-
OBMUP VNDIFGFEFQPMÓDJBFN.BHVEF VNGVODJPOÈSJPEPNJOJTUÏSJPEP
*OUFSJPSFVNFYHPWFSOBEPSRVFSFJWJOEJDBTFSEFTDFOEFOUFEF(VOHV-
OIBOB#FSOBSEJOP3BGBFM PDIFGFEBQPMÓDJB FOUSFWJTUBEPOPQSPHSBNB 
EJ[RVFWBJBWBOÎBSDPNVNJORVÏSJUP&WFOUVBMNFOUF BTÏSJFWBJQBTTBS
OVNDBOBMNPÎBNCJDBOP DPNBSFTQFDUJWBUSBEVÎÍP

t0VUSPSFMBUØSJPCPNCBEFWFUFSSFWPMWJEPPTOFVSØOJPTEPNJOJTUSP1)%
&OUÍPOÍPÏRVFBTFHVOEBNBJPSFYQPSUBÎÍPEF.PÎBNCJRVF BTFHVJS
BPDBSWÍP ÏBIFSPÓOBRVFQPSDÈQBTTB WJOEBEP"GFHBOJTUÍPFBDBNJOIP
EB&VSPQB &TUJNBTFRVFTØFNWBMPSBDSFTDFOUBEPQBSBPQBÓT BIFSPÓOB
EFJYF FOUSFHPSKFUBTFTVCPSOPT DFSDBEF64%NJMIÜFT1FMPTWJTUPT 
os barcos da Proindicus, apesar da sofisticação e dos milhões gastos, têm
EJmDVMEBEFTFNEFUFDUBSPTDBSSFHBNFOUPTRVFWÐNEFCBSDPËWFMBBUÏË
costa do norte de Moçambique.

t$PNPYFSJGFEBEF4FUFNCSPFPDIFGFEBQFUSPMÓGFSBFTUBUBMBDPNQBSBS
OPUBTTPCSFPFYFDVUJWPEPGBMJEPi/PTTP#BODPw EFWFUFSQBTTBEPEFT-
QFSDFCJEBBSFDFOUFBRVJTJÎÍPEPFYFDVUJWPEBQFUSPMÓGFSBEFCBOEFJSB VN
RVBESPRVFTBJVQFMBQPSUBEPTGVOEPTEPCBODPEPTTPOIBEPSFTEP"UMBT

Moçambique é paraíso da heroína


Mara para o banco nigeriano ali para os lados do matadouro da capital.
4FSÈRVFFTUÈBQFSEFSMFUBMJEBEFPSFWØMWFSEPYFSJGF

t"JOEBOPCBODPEPTTPOIBEPSFT IÈNVEBOÎBTEFUPQPEFQPJTEBQFRVFOB
– relatório da UE SFWPMVÎÍPRVFFTUÈBJNQSJNJSOPHSVQPBBRVJTJÎÍPGFJUBOB4BGBSJDPNEP
2VÏOJB0BDUVBM$&0 0SMBOEP$IPOHP FTUÈEFTBÓEBF QBSBPTFVMVHBS 

M
WFN)ÏMEFS4BOUPT VNBOUJHPHFTUPSEBOPTTBDFSWFKFJSBOBDJPOBM#BODB
ais um relatório interna- proibidas não sejam detectados nos SFMBÎÍPFOUSFBTVCJEBEF'JMJQF/ZVTJ moçambicana anima mesmo.
cional que corrobora o que pontos de trânsito em Moçambique. e a reconfiguração do tráfico.
há muito tem vindo a ser Recentemente, prossegue o documen- "BWBMJBÎÍPJOEJDBRVFVNHSVQPBS- t1FMPTQJPSFTNPUJWPT PVUSBDPNQBOIJBEFCBOEFJSB EFTUBGFJUBBEPTQÈTTB-
narrado sobre Moçambi- UP UFNTFPCTFSWBEPFN.PÎBNCJRVF mado de alegada inspiração islâmica, SPTBÏSFPT WPMUPVËTNBODIFUFTQPSGBMUBEFNPMBQBSBQBHBSDPNCVTUÓWFM
que: que o país é uma passagem de ní- PTVSHJNFOUPEFOPWPTHSVQPTFTUSBO- que tem atacado aldeias em Cabo "HBTPMJOFJSBOBDJPOBMKÈFSB PTCSJUÉOJDPTBOVODJBSBNRVFOÍPEÍPNBJT
vel sem guarda para estupefacientes. geiros, mais pequenos, controlados à Delgado, estará a tentar entrar no DSÏEJUPFBOØWFMDPNQBOIJBIPMBOEFTPOJHFSJBOBTØWFOEFBQSPOUPQB-
distância. tráfico de droga - embora no de can- HBNFOUP0TQBTTBHFJSPTQBHBNPUSBOTUPSOP
Financiado pela União Europeia, o 0&OBDUFOUFOEFRVFUBJTHSVQPTQP- nabis.
estudo do projecto Enact, implemen- dem ser o resultado da luta contra tra- t&DPNPVNBNÈOPUÓDJBOÍPWFNTØ PTEBDPNQBOIJBiMPXDPTUwEPMPHP
0 SFMBUØSJP JOEJDB RVF B DPTUB MFTUF
tado pelo Instituto de Estudos de ficantes na Tanzânia e das apreensões EPQBQBHBJPUBNCÏNFTUÍPFNNBVTMFOÎØJT)ÈVNBDSJTFEFUFTPVSBSJB
africana está a desempenhar um pa- OB FNQSFTB F TF OÍP GPS GFJUB VNB OPWB JOKFDÎÍP EF DBQJUBM  CZFCZF
Segurança e Interpol, refere que exis- BPMBSHPEBDPTUBEP2VÏOJBFNQVS- pel preponderante no tráfico de dro- jactos rápidos ...
tem indicadores que apontam para o rando-os para sul. HB UFOEPPDPSSJEP EFTEF WÈSJBT
crescimento do tráfico de heroína em /FTUFTHSVQPT iPNPWJNFOUPEFESP- apreensões de heroína pela parceria t3ÈQJEBGPJBQBTTBHFNEPBSSPHBOUFDPOTVMUPSJOUFSOBDJPOBMQFMBUFMFWJTÍP
Moçambique. HBT Ï GFJUP QPS QFTTPBT DPOUSBUBEBT F OBWBMEFQBÓTFTOPPDFBOP¶OEJDP FTUBUBM"JOEBOÍPFTUÍPBSSPMBEBTUPEBTBTRVFTUÜFT QFMPRVFTFmDBTFN
Entre 10 e 40 toneladas de heroína pagas por trabalhos específicos, geral- "EJmDVMEBEFFNGB[FSQBTTBSBESPHB saber se as zangas começaram nas suas incursões pela área editorial que
são anualmente traficadas em Mo- mente atribuídos por telefone, What- pela Ásia central e Europa de Leste PCSJHBSBNËJOUFSWFOÎÍPEP1..BTWBJGFMJ[PQFUJ[QPJTDPOTFHVJVQBT-
çambique, diz o relatório. sApp ou em Blackberry, que são cripto- tem feito crescer o tráfico pela chama- TBSBQSJNFJSBFOUSFWJTUBQØTNBOEBUPEPmMIPNBJTRVFSJEPEBOBÎÍP
0OPSUFEF.PÎBNCJRVFÏBQPSUBEF grafados”, refere o documento. da “rota austral”, acrescenta-se.
FOUSBEBEBESPHB RVFÏQSPEV[JEBOP "QFTBS EF OÍP DPOIFDFS PT QPSNF- t.BTUBNCÏNBQFSHVOUBRVFOÍPRVFSDBMBSÏ BUÏRVBOEPPTRVFGPSBN
"ESPHBFOUSBQFMBDPTUBEP¶OEJDPF
"GFHBOJTUÍP OPSFT EP EPDVNFOUP  P QPSUBWP[ EB EFMFHBEPTDPNPQPEFSEFUPNBSEFDJTÜFTJSÍPTFDPOWFODFSEFRVFBRVJMP
segue depois por estrada para a África
É atirada na costa do Índico por pe- Polícia da República de Moçambique Ï VNB JOTUJUVJÎÍP EF TFSWJÎP QÞCMJDP  OÍP VNB NÈRVJOB EF QSPQBHBOEB
EP4VM BQBSUJSEFPOEFÏFOWJBEBQBSB
quenos barcos em praias ou entra por 13.
*OÈDJP%JOB EJ[RVFÏQSFDJTP política dedicada à causa do cinquentenário?
WÈSJPT NFSDBEPT  NBT TPCSFUVEP QBSB
portos e cais de menor dimensão, mas ter em conta a localização do país e
a Europa.
UBNCÏNFNDPOUFOUPSFTQFMPQPSUPEF a sua extensa costa, que o tornam um t.FOPTSÈQJEBTQBSFDFNTFSBTFMFJÎÜFTBVUÈSRVJDBTNBSDBEBTQBSB0VUVCSP
/BDBMB  VN EPT NBJPSFT F NBJT NP- " IFSPÓOB TFHVF QPS FTUSBEB QBSB B
QPOUP EF QBTTBHFN JODPOUPSOÈWFM /PT DÓSDVMPT QBSMBNFOUBSFT BWFOUBTF B QPTTJCJMJEBEF EF VN BEJBNFOUP
dernos do país, que o relatório diz ser África do Sul, escondida nos motores QBSB/PWFNCSPTFBFTDPMJOIBEPCBSVMIPDPOTFHVJSSFVOJSFNTFTTÍPFY-
Mas assegura que as autoridades estão
controlado por redes criminosas. de carros ou ocultada de outras for- USBPSEJOÈSJBFN+VMIP1BSBKÈB$/&EFDJEJVOÍPBDFJUBSDBOEJEBUVSBT
a tomar medidas para proteger a linha
Há ainda droga que entra por terra, mas.
fronteiriça.
pela fronteira porosa com a Tanzânia, " NBJPS QBSUF EB IFSPÓOB RVF QBTTB t/FNSÈQJEBTOFNMFOUBTTÍPBTMVUBTJOUFTUJOBTRVFFTUÍPBBHJUBSPTDBNB-
i5FNPT QSPWBT FWJEFOUFT EF BQSFFO-
UBM DPNP FOUSBN UBNCÏN QFRVFOPT QFMP 0SJFOUF F «GSJDB "VTUSBM FTUÈ B SBEBTBPOÓWFMEBDBQJUBM"CSJHBÏQFMBPDVQBÎÍPEVNBQPTJÎÍPEPUPQP
sões diárias nos aeroportos, nos por-
traficantes tanzanianos e de outros tos, em alguns pontos que são linhas caminho dos mercados na Europa, OBEJTQVUBEBDBEFJSBNBJTDPOGPSUÈWFMOBDJEBEFEBTBDÈDJBT&DPNPP
países a norte. de entrada na fronteira terrestre”, re- iRVFTÍPNVJUPNBJTSFOUÈWFJTEPRVF CBSVMIPFSBDBEBWF[NBJTFOTVSEFDFEPS B$1UFWFEFUPNBSDPOUBEPSF-
i/P DBTP EF .PÎBNCJRVF  PT USBm- os mercados africanos”. DBEP4BVEBEFTEPTUFNQPTFNRVFVNTFSWJEPSQÞCMJDPTFEJ[JBQSJNFJSP
GFSF*OÈDJP%JOBi)ÈUBNCÏNEBEPT
cantes de droga consolidaram o seu Por exemplo, um grama de heroína no sacrifício e último nos benefícios...
FWJEFOUFT EF VN DPNCBUF DFSSBEP B
domínio sobre o mercado”, lê-se no qualquer pretensão de práticas cor- DVTUBDFSDBEFEØMBSFTOP2VÏOJB 
documento. mas no Reino Unido custa cerca de 60 t$PNPmMIPEPQSJNFJSPQSFTJEFOUFBCBUFSDPNPQÏ PTDBNBSBEBT RVF
SVQUJWBT EFOUSP EB DPSQPSBÎÍP QPMJ- UFNFNBDBOEJEBUVSBEPQBTUPS7FOÉODJP BWFOUBNBQPTTJCJMJEBEFEFSF-
0TUSBmDBOUFTSFGPSÎBSBNPTTFVTWÓO- DJBM)ÈFWJEÐODJBTDMBSBTRVFBDUPTEF FOB%JOBNBSDBDIFHBBPT SFGFSF
DPSSFSBVNSFOPNBEPFDPOPNJTUBRVFVNEJBGPJWBJBEPBmNEFBCSJS
culos com elites políticas moçambi- combate à corrupção estão em curso”, o estudo.
espaço para o triunfo dos porcos...
canas, intensificando o controlo das SFNBUPV%JOB OVNBFOUSFWJTUBBdw. 0TBWVMUBEPTSFDVSTPTmOBODFJSPTEPT
rotas oferecidas pelo território, acres- barões da droga conseguem facilmen-
centa. Efeito Nyusi te comprar políticos e autoridades Em voz baixa
$PN CBTF FN FOUSFWJTUBT  PT BVUPSFT 0SFMBUØSJPBTTJOBMBRVFDPNBBTDFO- frágeis. t2VFNFTUÈQFMBTCBOEBTNPÎBNCJDBOBTÏPDIFGFEP(PWFSOPEPTOPTTPT
do estudo apontam a existência de TÍP EF 'JMJQF /ZVTJ BP QPEFS  BMHVOT 0QSPKFDU&OBDUÏJNQMFNFOUBEPQFMP antigos colonizadores, ele próprio filho de um colonizado com raízes em
mecanismos institucionalizados para traficantes podem ter perdido in- Instituto de Estudos de Segurança e .PÎBNCJRVF7FNFTUSFJUBSBTSFMBÎÜFTDPNBTBVUPSJEBEFTEF.BQVUP 
a ocultação de apreensões de drogas nVÐODJB MFWBOEPBVNBSFPSHBOJ[BÎÍP Interpol e conta com a participação mas como não há bela sem senão, resta rezar para que o fantasma do
pesadas no país e esquemas para per- NBEFJSFJSP"NÏSJDP4FCBTUJÍPOÍPFOTPNCSFBWJTJUB
do negócio. EB *OJDJBUJWB (MPCBM DPOUSB P $SJNF
mitir que contentores com substâncias 0EPDVNFOUPOÍPFYQMJDBBTSB[ÜFTEB 0SHBOJ[BEP5SBOTOBDJPOBM
Savana 06-07-2018 13
EVENTOS

EVENTOS
0DSXWRGH-XOKRGH‡$12;;9‡1o 1278

Social Mozambique lança anuário


sobre responsabilidade social
U
m anuário lançado sexta- tacam neste âmbito”.
-feira passada em Maputo, Os dados são apresentados em for-
numa cerimónia que juntou ma de texto e imagens num livro no
empresários, representan- qual, de acordo com Manave, todas as
tes do Governo, organizações não- empresas podem expor as suas activi-
-governamentais e sociedade civil, dades de responsabilidade social sem
no auditório do BCI, revela que as pagar nada.
empresas apoiaram mais a educação O evento do lançamento contou
e saúde na responsabilidade social com a presença do director nacional
em 2017. da Acção Social, Moisés Gomes, em
representação do Ministério do Gé-
Segundo os proponentes, o instru-
nero, Criança e Acção Social, que
mento visa incentivar a responsabili-
analteceu o papel deste anuário para
dade social nas empresas que operam
o desenvolvimento da acção social
no país, dando-lhes maior visibilida-
das empresas que operam no país.
de.
Neste que é o primeiro anuário a ser “Para nós é mais uma plataforma que
lançado, pelo menos vinte empresas vai ajudar o governo a realizar aqui-
que operam em Moçambique ex- lo que é o seu objectivo, fazer crescer
puseram as suas actividades de res- cada vez mais a acção social no país”.
ponsabilidade social, onde, de acordo O Anuário de Responsabilidade
com os dados constantes na platafor- Social é propriedade da Social Mo-
ma, as empresas preferem mais apoiar zambique, uma empresa fundada por
as áreas da educação e saúde. dois jovens (Celso Manave e Victor
Celso Manave, um dos mentores da Holanda). A Social Mozambique
iniciativa e co-fundador da Social pretende produzir o anuário todos os
Mozambique, dona do projecto, des- anos, onde espera aumentar o núme-
tacou que o objectivo é “incentivar a ro de empresas, sendo esta “uma for-
reponsabilidade social nas empresas, ma de publicitar e fazer conhecer as
dando visibilidade às que mais se des- suas organizações”.

SB leva 11 empresários moçambicanos à Conferência Transregional

O
Standard Bank (SB) Ao levar a delegação de empresários As conferências transregionais do
Moçambique apresen- nacionais, o banco pretendia dar-lhes Grupo Standard Bank tiveram início
tou as potencialidades a oportunidade de interagir com in- em 2016, com o objectivo de desen-
de investimentos que o vestidores de outros pontos do con- volver a capacidade do continente
País oferece, numa conferência tinente africano e expandirem os seus africano de apoiar e expandir o comér-
transregional, que decorreu, na negócios, para alavancar a economia cio intra-africano.
Nigéria, entre os dias 2 e 4 de nacional. As mesmas demonstram o compro-
Julho, com o objectivo de pro- Durante o evento, houve um espaço misso do Standard Bank em construir
mover o comércio entre os países dedicado à promoção do potencial do ecossistemas financeiros e de infra-
africanos. relacionamento estratégico de África -estrutura, para realizar todo o poten-
com a China, na concretização das po- cial transfronteiriço da África; apoiar
Para participar no encontro or- tencialidades de crescimento total do
o crescimento sustentável, geração de
ganizado pelo Grupo Standard continente, através do investimento e
Bank, no qual estiveram presen- empregos e de riqueza em cada país
comércio entre os dois povos.
tes líderes governamentais e os do continente, bem como impulsio-
Importa realçar que, neste capítulo, o
mais proeminentes investidores Standard Bank Moçambique iniciou, nar uma integração mais profunda
do continente, o banco levou um em Abril de 2017, a conversão de Me- dos mercados africanos na economia
grupo de 11 empresários mo- ticais para Yuan (moeda chinesa), com global.
çambicanos, representando os vista a facilitar as transacções comer- Igualmente traduz a capacidade do
sectores de transportes, alimen- ciais entre Moçambique e China. Standard Bank em Moçambique e
tação, financeiro, tecnologia en- Com efeito, as facturas de importação todo o continente africano de forne-
tre outros de capital importância directa em moeda chinesa (Yuan) pas- cer serviços financeiros universais que
para o desenvolvimento sócio- saram a ser pagas nesta moeda, evitan- ajudam indivíduos, empresas e países
-económico do País. do custos cambiais adicionais. a avançarem.
14
16 Savana 06-07-2018
EVENTOS

Cornelder angaria novos Universidade


clientes no Zimbabwe Politécnica gradua
A 117 estudantes
Cornelder de Moçambi- Moçambique, o encontro teve por bwe, é altura de se fortalecer o rela-
que, SA (CdM), conces- objectivo angariar novos clientes e cionamento económico e financeiro
sionária dos Terminais ouvir o feedback dos actuais, com entre o Zimbabwe e Moçambique.

O
de contentores e de carga vista à melhoria dos serviços pres- Por sua vez, Cleophas Manyepwa,
geral do Porto da Beira, organizou, tados. da Associação dos Transitários do Instituto Superior Na ocasião, Maria Juliana
recentemente, em Harare, capital “Foi um encontro bastante produ- Zimbabwe, a conferência foi muito Universitário de Tete anunciou que, no âmbito das
do Zimbabwe, uma conferência tivo, uma vez que muitas das preo- boa, pois serviu para abrir um es- (ISUTE), uma uni- actividades de extensão, o
para promover as oportunidades cupações que foram colocadas tive- paço de diálogo entre as duas par- dade orgânica da ISUTE vai desenvolver pro-
existentes no corredor logístico da ram resposta imediata no encontro. tes, o que é muito importante, uma Universidade Politécnica, gra- jectos de pesquisa aplicada e
Beira. Esperamos realizar mais encontros vez que existia muita incerteza por duou, recentemente, 117 estu- acções de formação de curta
desta natureza, no futuro, noutros parte dos agentes económicos zim- dantes nas áreas de Adminis- duração para a comunidade
países vizinhos como a Zâmbia e o babueanos, devido à falta de infor- tração e Gestão de Empresas, local, orientados para o saber
O evento, que reuniu pouco mais
Malawi”, referiu Jan de Vries. mação sobre as potencialidades do Ciências Jurídicas, Estudos fazer.
de 200 operadores económicos de
O administrador delegado da Cor- corredor logístico da Beira. de Desenvolvimento, Enge- O ISUTE vai, ainda, dar o
Moçambique e Zimbabwe, entre
nelder de Moçambique fez uma Abordado, igualmente, momentos nharias (Civil, Eléctrica, Me- seu apoio aos programas de
empresas de transporte e logística,
avaliação positiva da conferência, após a conferência, Augusto Abu- cânica e Ambiental), Psicolo- desenvolvimento da província
agentes transitários e aduaneiros,
destacando o facto de a empresa do, director executivo da empresa gia Clínica e Organizacional, de Tete, através da operacio-
assim como clientes da Cornelder
ter angariado novos clientes para Portos e Caminhos de Ferro de Ciências de Educação, Gestão nalização dos memorandos
de Moçambique, serviu, igualmen-
te, para dar a conhecer as poten- o corredor logístico da Beira, para Moçambique – CFM centro, re- de Recursos Humanos, Ges- e outros instrumentos as-
cialidades do Porto da Beira no além de a empresa ter colhido al- feriu que o mais importante neste tão de Empresas e Adminis- sinados com os ministérios
manuseamento da carga geral e gumas ideias sobre como melhorar momento é a realização de inves- tração Pública. do Trabalho, Emprego e Se-
contentorizada. ainda mais os serviços prestados. timentos para garantir a fluidez do gurança Social e da Saúde,
De acordo com Jan de Vries, admi- Para Dave Popatlal, presidente da tráfego na linha férrea de Machi- Esta é a terceira vez que aquela que preconizam a formação
nistrador delegado da Cornelder de Associação Moçambique-Zimba- panda, para o porto da Beira. unidade orgânica da Universi- técnico-profissional, estágios
dade Politécnica coloca qua- académicos e profissionais e
dros no mercado de trabalho, desenvolvimento de pesquisa

UniLúrio doa livros à Escola


sendo que, dos 117 graduados, em diferentes áreas.
103 são do regime presencial e “Vamos, igualmente, imple-
14 à distância. mentar outros instrumentos
Dirigindo-se aos graduados, assinados com outras orga-

Secundária de Muatala Maria Juliana Manuel, directo-


ra do ISUTE, disse estar con-
fiante que estes transformarão
nizações governamentais e
não-governamentais, visando
a realização de actividades

N
o conhecimento adquirido que fortalecem o processo de
o âmbito da doação de num instrumento de mudança ensino e aprendizagem, bem
cerca de 22 mil livros por na província e no País. como o exercício profissional
parte da Books For Áfri- “Terminaram aqui mais uma nas áreas de formação da uni-
ca, a Universidade Lúrio etapa das vossas vidas que, versidade”, acrescentou.
(UniLúrio) procedeu, nesta terça- acreditamos ser fundamental Importa realçar que a cerimó-
-feira, à doação de livros de diver- para o vosso futuro. Por isso, nia contou com a presença do
sas temáticas à Escola Secundária ansiamos rever os nossos ideais governador da província de
de Muatala, em Nampula, como em cada um de vocês e assistir Tete, Paulo Auade, do reitor
forma impulsionar o acesso ao co- à vossa progressão, em termos da Universidade Politécnica,
nhecimento, através de bibliotecas profissionais e pessoais”, afir- Narciso Matos, e de outros
equipadas que facilitem o processo mou a directora. convidados.
de ensino e aprendizagem.

Falando sobre o gesto que simbo- Francisco Noa acredita no impac- Por outro lado, o director da Es-
liza a relação com as escolas secun- to dos livros doados na mudança cola Secundária de Muatala, Or-
dárias, o Reitor da UniLúrio, Fran- de mentalidades e na contribuição lando Óscar Muarabo, reconhece
cisco Noa, defendeu que “o livro é o para a formação dos alunos daque- o gesto da UniLúrio, por acreditar
maior depositário do conhecimen- la escola. Aliás, a doação dos livros na importância estratégica dos li-
to”, por isso considera não só or- significa o comprometimento da vros doados que vão capitalizar o
gulho, como também uma missão UniLúrio em servir a comunidade conhecimento, permitindo maior
de impulsionar o conhecimento, em vários níveis, estreitando laços excelência no processo de ensino
a doação feita para a escola acima com os futuros potenciais estudan- e aprendizagem na instituição que
referenciada. tes. dirige.

Moreira Chonguiça é novo Embaixador do Grupo Entreposto


O
Grupo Entreposto e o et- um impacto cada vez mais relevan- aos desafios das uniões forçadas superior introduzindo aspectos de parceria agora segue-se a todas as
nomusicólogo e saxofonis- te junto dos clientes e beneficiários. bem como de gravidezes precoces natureza social nomeadamente: a empresas do Grupo Entreposto,
ta moçambicano Moreira Recorde-se que a parceria entre o no país. Lembre-se que, de acordo segurança rodoviária e o combate que para mim é importante para
Chonguiça rubricaram, Grupo e o saxofonista data o ano com o Índice Demográfico de Saú- aos casamentos prematuros”, afir- poder elevar aquilo que são as di-
nesta quarta-feira, na cidade de de 2013 e de lá esta parte várias ini- de 2011, Moçambique ocupa a 10ª mou Nuno Sousa, PCE do Grupo ferentes vertentes de oportunidade
Maputo, uma parceria através da ciativas com sucesso foram desen- posição a nível mundial com altas Entreposto. de negócio para além de só estar
qual Moreira Chonguiça é consa- volvidas. Neste sentido para além taxas de casamentos prematuros. Por sua vez, Moreira Chonguiça re- num palco a tocar”, disse.
grado como novo embaixador do Refira-se que a “marca” Moreira
fazer promover a venda dos pro- “É uma parceria que leva uma feriu: “sinto-me muito honrado por
Grupo Entreposto. Chonguiça está cada vez mais des-
dutos de Entreposto Auto, ambos história de cinco anos pautada por representar uma grande empresa” e
tacada: com o lançamento do seu
decidiram abraçar causas sociais. um enorme sucesso e satisfação das acrescentou: “hoje estamos a legi-
mais recente álbum conjunto com
Trata-se de um acordo de parce- Daí que no âmbito da responsabi- partes e, portanto, este memorando timar que o namoro que começou Manu Dibango “M&M – Moreira
ria com duração de dois anos e vai lidade social de ambas instituições hoje representa exactamente isso, há cinco anos está a sortir efeito e Chonguiça e Manu Dibango”, bem
alargar o raio de acção do músico iniciarão ainda neste ano um con- vontade de dar sequência a um tra- quem está a vencer com isso não é como a sua nomeação como mem-
a todas as empresas, marcas e ini- junto de acções tais como: palestras balho numa determinada conjun- o Moreira mas sim a cultura mo- bro do Ashinaga Africa Initiative
ciativas de responsabilidade social motivacionais, de educação cívica tura e, nesta fase, queremos elevar çambicana através do JAZZ. Não no Japão (uma das maiores organi-
do Grupo, permitindo a criação de entre outras com vista a responder a nossa parceria para um patamar obstante a isso, a extensão desta zações filantrópicas do mundo).

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