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Introdução................................................................................................................................... ...........3
Disfunção de ombro............................................................................................................................... 4
Linfedema............................................................................................................................................... 5
Dor.......................................................................................................................................................... 6
Alteração postural.................................................................................................................................. 7
Fibroses.................................................................................................................................................. 7
Déficit de mobilidade.............................................................................................................................. 7
Fadiga..................................................................................................................................................... 8
Fraqueza muscular................................................................................................................................. 8
Paresia e plegias..................................................................................................................................... 9
Disfunção erétil..................................................................................................................................... 10
Trismo................................................................................................................................................... 10
Mucosite oral........................................................................................................................................ 11
Hipersecreção....................................................................................................................................... 11
Atelectasia............................................................................................................................................ 11
Tosse ineficaz........................................................................................................................................ 12
Náusea e vomito................................................................................................................................... 12
Amputação........................................................................................................................................... 13
Estenose vaginal................................................................................................................................... 13
Incontinência fecal................................................................................................................................ 13
Constipação fecal................................................................................................................................. 13
Edema pulmonar.................................................................................................................................. 14
24 disfunções Oncológicas
para Fisioterapia
INTRODUÇÃO
1 minhado para fisioterapia para melhorar a reserva
funcional pulmonar enquanto realiza seus exames de
A assistência fisioterápica tem ganho espaço risco cirúrgico.
na área da oncologia com expectativas crescentes de
expansão. Isto vem acontecendo, principalmente, de-
vido aos avanços dos tratamentos oncológicos e seus
bons resultados em aumentar o tempo de vida, mas
com consequentes impactos na qualidade de vida
dos pacientes devido às sequelas e eventos adversos
dos tratamentos.
Tanto o câncer quanto o seu tratamento são
agressivos e podem se manifestar em diferentes par-
tes e sistemas do organismo humano e desta forma
gerar disfunções, que muitas vezes podem ser preve-
nidas ou tratadas pela fisioterapia.
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para Fisioterapia
pelos efeitos tóxicos da quimioterapia e desta forma reabilitar precocemente permite um melhor prog-
morrem facilmente, o nóstico com os resultados da reabilitação, uma vez
que gera a necessidade da medula óssea em produzir que criar novos caminhos neurais para reconhecer os
novas células sanguíneas rapidamente para viabilizar padrões normais de funcionamento orgânico, em ca-
um adequado carreamento de oxigênio pelas hemá- sos crônicos, será sempre um desafio para as ciências
cias, adequada defesa orgânica pelos leucócitos ou da saúde.
mesmo uma adequada estagnação do sangue pelas
plaquetas, ou seja, os exercícios aeróbicos podem
prevenir complicações como anemia, infecções e san-
gramentos que podem ser motivo da interrupção do
tratamento de quimioterapia que poderá ter impacto
no resultado do plano terapêutico em busca da cura.
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ões imobilizadas. Desta forma, a disfunção de ombro diagnóstico e em 50% nos estágios intermediários, já
é um problema esperado após linfadenectomia ou em fases avançadas está presente em aproximada-
radioterapia. mente 87% em crianças acometidas por câncer.
As disfunções de ombro estão presentes em Aproximadamente 58% a 80% dos doentes
cerca de 50-100% dos pacientes que realizam linfa- adultos com câncer hospitalizados sofrem de dor.
denectomia radical, devido a câncer de cabeça e pes- Todavia, segundo a OMS, cerca de 80% a 90%
coço, e 29-60% das linfadenectomias modificadas e da dor relacionada ao câncer pode ser relativamente
a radioterapia pode ser um fator de risco adicional a aliviada com analgésicos e drogas adjuvantes. Sendo
longo prazo. que 10% a 20% são de difícil tratamento e são consi-
deradas como “dor com baixa resposta ao opióide”
LINFEDEMA
3 devido a inviabilidade de aumentar as doses terapêu-
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5 ALTERAÇÃO POSTURAL
Alterações posturais são possíveis de surgir
em pacientes com câncer de mama seja pela retirada
de um grande volume de mama, seja devido a pos-
turas antálgicas consequentes a outras disfunções;
assim como nos tumores de cabeça e pescoço como Embora a prevalência ou incidência de déficit
consequência de sequelas de lesão de nervo acessó- de mobilidade não tenha sido, ainda, adequadamen-
rio ou mesmos em tumores do sistema músculoes- te estudada nesta população de pacientes com cân-
quelético devido a assimetrias causadas por ampu- cer, é fato que o repouso prolongado, muitas vezes in-
tações. duzido pelo mal estar provocado pela doença ou seu
tratamento, reduz a massa muscular geral podendo
enquadrar os pacientes na síndrome do imobilismo, a
FIBROSES
6
qual defino como sendo “conjunto de sinais e sinto-
mas manifestos pelas disfunções orgânicas geradas
Os tratamentos oncológicos, em especial a
devido a redução de nutrientes e oxigênio carreáveis
radioterapia e a cirurgia podem desencadear proces-
pelo sistema cardiovascular cujo potencial funcional
sos fibróticos devido a regereração do tecido lesado
tem influência direta do nível de atividade física”. Ou
pela radiação ou cicatriz e manipulação cirúrgica res-
seja, se o sistema musculoesquelético está ativo, o
pectivamente. Adicionalmente a redução da mobili-
mesmo ativará o sistema cardiovascular e desta for-
dade provocada por efeitos adversos do tratamento,
ma será melhor distribuído oxigênio e nutrientes a
disfunções psico-emocionais ou dor pode favorecer o
todas as células do organismo e assim será possível
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potencializar um sistema orgânico, em disfunção ou dentes do sistema vascular para receber um adequa-
doente, a reagir e buscar a resolução da causa da dis- do aporte de oxigênio e nutrientes, assim como eli-
função/doença, ou pelo menos será possível prevenir minar os dejetos do seu metabolismo e desta forma
a redução da mobilidade como consequência ou cau- manter o equilíbrio das suas funções.
sa das disfunções orgânicas.
A fisioterapia é a principal intervenção para FADIGA
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prevenir ou reabilitar esta disfunção considerando di-
ferentes recursos terapêuticos como fortalecimento A National Comprehensive Cancer Network
muscular, treino de marcha, treino de transferência (NCCN) definiu a fadiga como uma sensação subjeti-
e ou prescrição de órteses como bengalas, muletas e va, persistente e penosa de cansaço ou exaustão físi-
andadores. ca, emocional e/ou cognitiva relacionada ao câncer
ou seu tratamento que é desproporcional a atividade
8 DESCONDICIONAMENTO CAR- recente e interfere com a funcionalidade habitual.
DIOVASCULAR E PULMONAR ASSO- Cerca de 61-99% dos pacientes recebendo tratamen-
to oncológico apresentam fadiga, em especial nos
CIADO À DISPNEIA CRÔNICA pacientes que recebem quimioterapia citotóxica, ra-
dioterapia, transplante de medula, tratamento com
A redução da mobilidade reduz a utilização
modificadores de resposta biológica ou possuem do-
do sistema musculo- esquelético o que tende a pro-
ença metastática. Entre 20% a 40% dos pacientes a
vocar uma redução da carga imposta ao sistema car-
fadiga pode estar presente anos após finalizar o tra-
diovascular, cujo principal órgão é o coração o qual
tamento curativo.
também é um músculo estriado esquelético. Desta
forma quando reduzimos a carga imposta a ele, o
mesmo tende a reduzir o seu trofismo e consequen-
temente o seu potencial de contração, ou seja, sua
força e resistência.
Se a velocidade ou o volume de sangue que
são ejetados pelo coração for reduzido, os pulmões
também terão uma redução da sua funcionalidade o
que tende a piorar as trocas gasosas podendo mani-
festar sintomas crônicos como dispneia.
Mecanismos cognitivo-comportamentais e
inatividade física são fatores de risco para o desen-
volvimento de fadiga relacionada ao câncer. Embora
nem sempre seja claro a origem da fadiga, psíquica ou
física, o tratamento fisco à base de exercícios aeróbi-
cos têm se mostrado efetivo em melhorar o sintoma
e a qualidade de vida em quem desenvolve fadiga.
10 FRAQUEZA MUSCULAR
Considerando este raciocínio fisiológico, se O desenvolvimento de fraqueza muscular
um paciente que apresenta intolerância ao esforço em pacientes com câncer pode estar relacionado à
for estimulado à prática regular de atividade física ae- hipotrofia muscular gerada pela falta de substrato
róbica, o mesmo tenderá não apenas a reabilitar uma proteico que compõe a musculatura (sarcopenia), o
adequada função cardiovascular e pulmonar, mas que pode ocorrer por consumo energético excessivo
também prevenir disfunções em diferentes sistemas pelo tumor em expansão ou pela baixa ingesta caló-
orgânicos, uma vez que todos sistemas são depen-
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para Fisioterapia
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incontinência persistente após prostectomia radical. anti-neoplásicos podem contribuir para o trismo.
Os principais fatores de risco para IU pós-
-prostatectomia radical são as anormalidades de con-
tratilidade do detrusor pré-existentes, idade avan-
çada (atrofia esfincteriana e degeneração neural),
ressecção transuretral ou radioterapia prévia, trau-
ma, lesão em medula espinhal, nova obstrução devi-
do a recidiva, contratura no colo da bexiga, estenose
uretral, doença de Parkinson, demência, medicações,
assim como inadequada habilidade e experiência do
cirurgião podem determinar a frequência de inconti-
nência pós-operatória. Existe também a relação de IU
aumentada em hospitais que realizam menos de 20
prostatectomias radicais por ano. Um estudo longitudinal demonstrou que o
Pacientes que recuperam a continência têm trismo estava presente antes do início do tratamento
5 x mais chance de recuperar a potencia sexual. oncológico em 47% dos pacientes, e após cirurgia a
taxa aumentou para 71% e após cirurgia seguida de
14 DISFUNÇÃO ERÉTIL radioterapia a incidência foi de 79%.
A restrição da movimentação mandibular em
Disfunção erétil é o efeito colateral mais co- pacientes com câncer de cabeça e pescoço resulta
mum em homens com câncer de próstata, principal- em dificuldades nas atividades de vida diária como
mente após prostatectomia radical e entre dois a três alimentação, mastigação, deglutição, respiração e
anos após radioterapia. fala. Além disso, interfere na higiene oral, aumentan-
Muitos pacientes não relatam esta disfunção do o risco de broncoaspiração de conteúdo oral con-
aos médicos, assim como os médicos muitas vezes taminado, interfere na nutrição o que contribui para
não investigam esta disfunção no acompanhamento a perda de peso, fragilidade imunológica, perda de
do tratamento oncológico. Todavia entre os pacien- massa muscular, fraqueza e fadiga, provoca dificulda-
tes que queixam de pobre ereção dentificou-se que des para examinar a orofaringe e para obtenção de
48% foram tratados com braquiterapia, 61% com ra- tratamento dental adequado. Todas estas disfunções
dioterapia externa e 23% com prostatectomia radical somadas às alterações estéticas e psíquicas tendem a
e nunca haviam tentado utilizar medicamentos ou ter grande impacto na qualidade de vida dos pacien-
equipamentos para auxiliar na disfunção erétil. tes.
Programas de reabilitação peniana podem
prover melhora. O reforço educacional para uma
adequada aderência precoce ao tratamento pode ser 16 MUCOSITE ORAL
essencial para minimizar fibroses no corpo cavernoso
e desta forma obter um melhor prognóstico para o A mucosite oral é uma inflamação, com pos-
problema. sível ulceração da mucosa bucal e formação de pseu-
domembrana e fonte potencial de infecções com ris-
co de morte. A dor está presente em 69% dos casos e
TRISMO
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pode acarretar dificuldade na alimentação (56%), na
hidratação e na fala. Perda de peso tende a acontecer
O trismo é definido como a inabilidade de em cerca de 34% dos pacientes. Portanto tende a ter
abrir a boca completamente, sendo que uma distân- impacto na qualidade de vida dos pacientes enquan-
cia menor do que 35 mm entre os incisivos é prediti- to está presente.
vo de trismo. Os principais fatores de risco para tris- Sua incidência pode chegar a 100% em pa-
mo são: tumores em região próxima a musculatura cientes recebendo quimioterapia após transplante
de fechamento de boca, radiação na articulação tem- de medula ou que recebem radioterapia em cabeça
poromandibular ou músculos da mastigação, parti- e pescoço, com cerca de 50% dos pacientes manifes-
cularmente no músculo pterigóide medial e as cirur- tando grau 3 e 4 em uma classificação de 1 a 4 sendo
gias de cabeça e pescoço, além de possíveis eventos 4 o grau mais grave.
adversos da quimioterapia como fadiga, mialgia e
miosites. Desta forma, os 3 principais tratamentos
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HIPERSECREÇÃO
17 Atelectasia é o termo utilizado para expres-
sar a falta de expansão dos alvéolos em uma parte
A hipersecreção é uma disfunção que pode do pulmão ou do pulmão inteiro devida a uma ausên-
estar presente em diversos diagnósticos clínicos de cia de ventilação consequente à obstrução total ou
doenças. Ela representa uma superprodução de parcial de um brônquio. Quando este tipo de colap-
muco pelas células endócrinas do pulmão na tentati- so ocorre, outras áreas do pulmão tentam compen-
va de proteger o órgão de possíveis agentes agresso- sar a perda ventilatória na tentativa de manter uma
res. Quando estes agentes estão presentes repetida- adequada troca gasosa com os vasos que irrigam o
mente, mas com baixo grau de toxicidade por dose, pulmão os quais irão levar sangue oxigenado para o
tende-se a desenvolver uma hipersecreção crônica, restante do organismo.
como o que acontece com os fumantes que desenvol- Os principais fatores que podem causar obs-
vem doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), to- trução ou colapso alveolar são: infecção, sangramen-
dos estes criam um ambiente favorável a proliferação to, hipersecreção, anestesia geral, cirurgia abdominal,
de microorganismos (umidade e calor), aumentando, objetos estranhos, derrame pleural, pneumotórax,
desta forma, seu risco de desenvolver infecções, em falta de mudança de postura quando em decúbito
especial se não realizarem adequada higiene brôn- prolongado no leito, respiração superficial, trauma
quica diária ou ficarem expostos a ambientes com grave e tumores obstrutivos.
grande carga de microorganismos infectantes como é O diagnóstico pode ser realizado associan-
o ambiente hospitalar. do informações clínicas como dispneia, taquicardia e
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baixa saturação arterial de oxigênio associados a exa- rio) estes pacientes tendem a ter mais dificuldade de
mes de imagem. serem desmamados da ventilação mecânica, o que
tende a aumentar seu tempo de internação hospita-
lar, aumentar o risco de infecções, o risco de progre-
dir na síndrome do imobilismo e consequentemente
um pior prognóstico para sua sobrevivência.
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AMPUTAÇÃO
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vico. Durante o esforço o músculo puboretal contrai cular pulmonar. Desta forma o sangue tende a entrar
ao invés de relaxar e mantém o canal anal fechado. nos alvéolos (edema pulmonar) dificultando as tro-
Também tem sido sugerido que o problema seja de- cas gasosas essenciais para manutenção da vida. O
vido a uma insuficiente força propulsiva gerada pelo segundo mecanismo pode ocorrer por aumento da
assoalho pélvico. permeabilidade capilar, nesta condição há uma exa-
gerada passagem de líquido do capilar pulmonar para
dentro do alvéolo devido a uma alteração anatômica
ou funcional da permeabilidade da membrana alvéo-
lo capilar. Este mecanismo é comum de ocorrer quan-
do o nível de proteína no sangue cai.
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