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UDESC 2018
Foi desenvolvida por H. Bethe e J. H. Van Vleck durante o mesmo período em
que Linus Pauling propusera a TLV.
Era bastante apreciada por físicos porém desconhecida aos químicos até os anos
50, cerca 20 anos depois de sua publicação. Tal fato se deu devido a TLV explicar
de maneira eficaz as propriedades dos compostos de coordenação até então
conhecidos.
2
São 6 as funções de onda que descrevem os 5 orbitais d:
3
A TCC assume que a interação entre o centro metálico e seus ligantes é de
natureza puramente eletrostática. Quando o metal está isolado, na fase gasosa,
seus 5 orbitais d possuem todos a mesma energia (ditos degenerados).
z
E
x ou
y
Orbitais d degenerados
Centro metálico isolado
(fase gasosa)
4
z
Centro metálico
Orbitais d com energia acrescida
(campo esférico de ligantes)
5
Se um determinado ligante está localizado ao longo de um dos eixos cartesianos x,
y ou z, este ligante irá interagir em maior escala com os orbitais d que também
estão alinhados sobre estes eixos.
E
dx2-y2 e dz2
6
Em contrapartida, os orbitais d restantes: dxy, dxz e dyz, que estão localizados entre
os eixos cartesianos, não irão interagir significativamente com os ligantes, a
repulsão eletrônica será reduzida e suas energias irão decrescer.
E
dx2-y2 e dz2
eg
Δo
t2g
dxy, dxz, dyz
Por fim, a diferença energética entre os dois grupos de orbitais (eg e t2g) é
denominada Δo onde o subíndice “o” denota um campo cristalino octaédrico (Oh).
8
Resumindo temos:
eg
E
dx2-y2 e dz2
x Δo
E
3 2 eg
∆o = E𝑒𝑔 + E𝑡2𝑔
5 5
3
∆
5 𝑜
Uma maneira bastante Δo
2
− ∆𝑜
conveniente para medir a 5
magnitude do Δo é a utilização
t2g
da técnica chamada
espectroscopia eletrônica.
10
Sabendo que grande parte dos compostos de coordenação são coloridos, é fato
que estes estão emitindo radiação eletromagnética na região visível do espectro
eletromagnético.
11
A ideia básica do experimento é a seguinte:
E
Estado excitado
Estado fundamental
hν
(luz)
t2g t2g
t2g1eg0 t2g0eg1 12
No caso do complexo [Ti(OH2)6]3+ a promoção do elétron (transição eletrônica)
ocorrerá quando a energia incidida sobre ele for 20.300 cm-1 ou 493 nm.
Problema: Como conhecer o valor energético ideal, para a transição ocorrer?
13
Espectro eletrônico do íon complexo [Ti(OH2)6]3+ em solução aquosa.
0,20
3+
[Ti(OH2)6]
max = 493 nm
0,15
Absorvância (u.a.)
0,10
menor valor de λ maior valor de λ
(maior energia) 0,05 (menor energia)
0,00
300 400 500 600 700 800 900
(nm)
14
Número de onda (𝝂 / cm-1) e Comprimento de onda (λ / nm)
número de ondas
por cm
1,0 cm
15
Conversão – Número de onda × Comprimento de onda
2,98 × 10−7 𝑚
x = 3.35 × 106 oscilações por metro (m-1)
16
Energia de Estabilização do Campo Cristalino - EECC
17
Energia de Estabilização do Campo Cristalino - EECC
Os mesmos cálculos podem ser efetuados para todos os outros sistemas eletrônicos
dn.
18
Cálculo da EECC em sistemas eletrônicos dn
19
Note que para o sistema eletrônico d4, duas possibilidades estão acessíveis:
eg
E eg E
t2g t2g
t2g3eg1 t2g4eg0
20
Cálculo da EECC em sistemas eletrônicos dn – Baixo Spin
21
Correlação entre ΔO e P
ΔO
Compostos de
Spin Alto
ΔO < P
P
E (cm-1)
Compostos de
Spin Baixo
ΔO > P
22
Particularides da energia de emparelhamento (P)
23
Particularidades da energia de emparelhamento (P)
24
Exemplo: [Fe(S2CNR’R’’)3]
Compostos de
Spin Alto
EECC= 0
μef (μB)
Composto de
Spin Baixo
EECC= -10/5 Δo + 2P
𝑍+. 𝑍−
𝐸=
4𝜋𝜀0 𝑟
• Processo Exotérmico;
• Aumento de Zef;
• Concentração de carga;
• Aumento da interação
eletrostática metal/ligante;
27
Evidências experimentais da EECC
28
Evidências experimentais da EECCC
29
Complexos tetraédricos
30
A geometria tetraédrica pode ser obtida quando 4 dos 8 ligantes são retirados do
cubo em posições específicas:
Complexo tetraédrico
Nesta orientação, os ligantes não interagem com os orbitais “e” (dz2 e dx2-y2), que
estão sobre eixos cartesianos (na face do cubo), e interagem fracamente com os
orbitais “t2” dxy, dxz e dyz que estão entre os eixos cartesianos.
31
Análise da interação entre os orbitais “e” e a aproximação dos ligantes:
32
Análise da interação entre os orbitais “t2” e a aproximação dos ligantes:
Fraca sobreposição
de orbitais
33
Desta forma, tendo-se como base o centro de gravidade do sistema (baricentro),
os orbitais t2 elevam-se a 2/5 do Δt enquanto os orbitais e tem suas energias
reduzidas em -3/5 do Δt. O diagrama de energia de um sistema tetraédrico é
exatamente o inverso ao sistema octaédrico.
E 2 3
∆t = E𝑡2 + E𝑒
5 5
t2
34
Conclusões:
35
Comparativo energético: ΔO vs. Δt
O complexo [CoB(Ph)(CH2Ph2)3I]
36
Cálculo da EECC em sistemas eletrônicos dn (compostos Td)
37
Comparativo de valores de EECC em compostos Oh e Td
38
Fatores que influenciam a magnitude de Δo e Δt
1. Carga elétrica do íon metálico: Quanto mais carregado, menor será o raio iônico
do metal e por consequência maior será sua concentração de carga. Outro fator
importante é que os ligantes estarão mais próximos do centro metálico.
Em linhas gerais para íons complexos que diferem apenas no NOX do metal,
compostos com NOX 2+ apresentam valores de Δo 50% menores
(aproximadamente) quando comparados aos com NOX 3+.
39
2. Natureza do metal: Dentro de uma mesma série de transição não há uma
considerável diferença no desdobramento do campo cristalino, porém dentro de um
mesmo grupo (3d → 4d → 5d) as diferenças são significativas.
Esta é uma tendência geral para todos os grupos do bloco “d”. Para compostos do
bloco 4d e 5d raramente são observados complexos de tipo alto-spin. Fatores: (a)
altos valores de Δo, (b) baixos valores de P, (c) elevados números de coordenação
e (d) altos estados de oxidação.
40
Com base nos itens 1 e 2 descritos previamente, é possível traçar um perfil geral
para a influência do íon metálico nos valores de energia de desdobramento do
campo cristalino:
campo fraco Mn(II) < Ni(II) < Co(II) < Fe(II) < V(II) < Fe(III)
< Cr(III) < Co(III) , Ru(III) < Mo(III) < Rh(III) <
Pd(II) < Ir(III) < Pt(IV) campo forte
41
3. Geometria e Número de coordenação: O campo cristalino é ~ 50 % maior para
complexos Oh se comparados a sistemas Td quando considera-se mesmo metal, NOX
e ligantes.
Δo = 15.200 cm-1
Δo = 21.900 cm-1
43
Para alguns ligantes típicos em química de coordenação, uma série foi montada
com base na capacidade destes desdobrarem o campo cristalino (Δo e Δt). A esta
relação, atribuiu-se o nome “série espectroquímica”.
Ligantes de
“campo fraco” I- < Br- < S2- < SCN- < Cl- < NO3- , F- < HO- <
ox2- < OH2 < NCS- < CH3CN < NH3 < en <
Ligantes de
bpy < phen < NO2- < PR3 < CN- < CO
“campo forte”
Cl S N C
E eg
a – [CrCl6]3-
b – [Cr(dtp)3]
a
> Δo
b c – [Cr(NH3)6]3+
c
d d – [Cr(CN)6]3-
t2g
Força do ligante
44
Alguns exemplos de complexos octaédricos e tetraédricos
45
Energia de Estabilização do Sítio Octaédrico - EESO
Ti3+ 1 t2g1, eg0 e1, t20 20.100 8.930 96,2 64,1 32,1
V3+ 2 t2g2, eg0 e2, t20 19.950 8.870 190,9 127,0 64,0
V2+ 3 t2g3, eg0 e2, t21 12.100 5.380 174,0 51,5 122,0
Cr3+ 3 t2g3, eg0 e2, t21 17.400 7.730 250,0 74,0 176,0
Cr2+ 4 t2g3, eg1 e2, t22 14.000 6.220 101,0 29,8 71,0
Mn3+ 4 t2g3, eg1 e2, t22 21.000 9.330 151,0 44,6 106,0
Mn2+ 5 t2g3, eg2 e2, t23 7.500 3.330 0,0 0,0 0,0
Fe3+ 5 t2g3, eg2 e2, t23 14.000 6.220 0,0 0,0 0,0
Fe2+ 6 t2g4, eg2 e3, t23 9.350 4.160 44,7 29,9 14,8
Co2+ 7 t2g5, eg2 e4, t23 9.200 4.090 88,0 58,7 29,3
Ni2+ 8 t2g6, eg2 e4, t24 8.500 3.780 122,0 36,2 86,0
Cu2+ 9 t2g6, eg3 e4, t25 12.000 5.330 86,1 25,5 60,6
(1)Valoresobtidos experimentalmente para [M(OH2)6]n+;
(2)Valorescalculados, considerando Δt = 4/9 ΔO;
(2)Impossível calcular pois a espécie [Co(OH ) ]3+ é baxio spin.
2 6
46
Distorções Tetragonais do Sistema Octaédrico
Geometria D4h
“z-in”
Geometria D4h
Geometria Oh “z-out”
47
Originalmente as distorções não são favorecidas, pois resultam em perda da
energia de ligação interatômica, porém em alguns casos específicos, este
fenômeno é bastante comum (ex.: Distorção Jahn-Teller).
48
Partindo-se da geometria octaédrica e considerando as possibilidades de “z-in” e
“z-out” temos os seguintes comportamentos:
E
eg dz2
dx2-y2
Geometria D4h
“z-in”
t2g dxz, dyz
dxy
Oh D4h
49
ii. Ao afastarmos o ligante ao longo do eixo z (“z-out”), o orbital dz2 interagirá
menos com este ligante e sua energia é diminuída. Assim todos os demais
orbitais que possuem uma componente geométrica em “z” também terão
suas energias reduzidas. Para a manutenção do equilíbrio, os demais
orbitais terão suas energias aumentadas na mesma proporção.
E
eg dx2-y2
dz2
Geometria D4h
“z-out”
t2g dxy
dxz, dyz
Oh D4h
50
Resumindo temos:
E dx2-y2 eg d z2
1 1
2 2
δ1 δ1
1 1
2 2
d z2 dx2-y2
baricentro
dxy
dxz, dyz
2 1
3 3
δ2 1 δ2
3 2
dxz, dyz 3
t2g dxy
D4h Oh D4h
Geometria D4h Geometria D4h
“z-out” “z-in”
51
Exemplo 1: O complexo [Ti(OH2)6]3+, sistema d1, configuração eletrônica t2g1eg0.
eg
E
Problema: Como o nível t2g possui 3 orbitais
com a mesma energia, a presença de
t2g apenas um elétron irá desestabilizar esta
configuração.
t2g1eg0
E
Oh D4h
52
Evidência experimental da distorção tetragonal: Espectroscopia eletrônica
dz2
eg
dx2-y2
dxz, dyz
t2g
dxy
Oh D4h
Caso não ocorresse o fenômeno de “z-in”, não seria possível visualizar duas
transições eletrônicas para o complexo [Ti(OH2)]3+. Mas sim apenas uma em um
campo octaédrico.
53
Exemplo 2: O complexo [Cu(OH2)6]2+, sistema d9, configuração eletrônica t2g6eg3.
E
eg Problema: Como o nível eg possui 2 orbitais
com a mesma energia, a presença de um
elétron desemparelhado irá desestabilizar
t2g
esta configuração.
t2g6eg3
E
1.4
2+
[Cu(OH2)6]
1.2 dx2-y2
eg dz2
1.0
Absorvância
0.8
dxy
0.6
t2g
0.4
dxz, dyz
0.2 Oh D4h
0.0
450 600 750 900 1050 1200 1350 “z-out”
(nm)
55
Exemplo 3: O complexo K3[CoF6], sistema d6, configuração eletrônica t2g4eg2.
E
eg Problema: Como o nível t2g possui um
orbitais com ocupações distintas, haverá
uma distribuição desigual de energia.
t2g
t2g6eg3
E
Oh D4h
56
Espectroscopia eletrônica do complexo K3[CoF6]
dz2
eg
dx2-y2
dxz, dyz
t2g
dxy
Oh D4h
Caso não ocorresse o fenômeno de “z-in”, não seria possível visualizar duas
transições eletrônicas para o complexo [CoF6]3-, mas sim, apenas uma em um
campo octaédrico.
57
Lembrete:
Assim:
58
Lembrete:
Em alguns casos onde a distorção Jahn-Teller está presente não é possível afirmar
se teremos z-in ou z-out com base no diagrama de desdobramento energético do
campo cristalino. Entretanto dados estruturais (experimentais) podem revelar
tendências:
59
O Efeito Jahn-Teller em Compostos Quelatos
60
Devido a distorção tetragonal no eixo-z (elongação) – Efeito Jahn-Teller – a
configuração geométrico-espacial mais estável do complexo [Cu(en)2(OH2)2]2+
(abaixo, esquerda) e seu arranjo trans-direcionado:
61
Anéis quelatos tendem a restringir distorções sofridas por compostos octaédricos
desde que o ângulo de “mordida” seja adequado entre os átomos coordenantes.
62
Complexos quadrado-planares
“z-out”
E dx2-y2
eg
dxy
t2g
quadrado-planar
dz2
dxz, dyz
Oh D4h D4h
63
Esta geometria pode ser obtida quando íons metálicos com sistema eletrônico d8
e alguns metais d9 (casos específicos) interagem com ligantes de campo forte
(mais a direita da série espectroquímica).
Devido a alta energia do orbital dx2-y2, este tende a permanecer vazio e assim a
energia de emparelhamento P é menor que Δqp logo, sempre teremos complexos
de spin-baixo nesta geometria.
“z-out”
Exemplos: Sistema eletrônico d8. dx2-y2
[Ni(CN)4]2- dxy
[PdCl4]2-
[Pt(NH3)4]2+ dz2
dxz, dyz
[AuCl4]-
D4h D4h
64
Ocorrência:
65
Distorção Tetragonal vs. Geometria Quadrado-Plana: O caso do Au(II)
dx2-y2
dz 2
dxz, dyz
66
Explicação: Como o ouro é um metal da terceira série de transição (5d) o
desdobramento de seus orbitais d é cerca de 80% maior que no cobre. Neste caso o
elétron desemparelhado ocupará o orbital dx2-y2 de elevada energia.
dx2-y2
Reação de desproporcionamento:
e-
dxy
𝑛ℱ𝐸 𝑜
dz2 ln 𝐾 =
𝑅𝑇
dxz, dyz
𝑲 = 𝟑, 𝟏 × 𝟏𝟎𝟏𝟑
Au2+ d9 Au3+ d8
67
Distorção Tetragonal vs. Geometria Quadrado-Plana: Espectros Eletrônicos
70
A série de Irwin-Williams
Ba(II) < Sr(II) < Ca(II) < Mg(II) < Mn(II) < Fe(III) < Co(III) , Ni(II) < Cu(II) > Zn(II)
71