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Outubro de 2013

SPO

Psicóloga Fernanda Moedas

PERTURBAÇÕES DO COMPORTAMENTO NA INFÂNCIA E NA ADOLESCÊNCIA:


SUGESTÕES DE INTERVENÇÃO

[Cadernos (In)formativos]1
Cadernos (In)formativos PERTURBAÇÕES DO COMPORTAMENTO NA INFÂNCIA E NA ADOLESCÊNCIA: SUGESTÕES DE INTERVENÇÃO

ÍNDICE
PERTURBAÇÕES DO COMPORTAMENTO NA INFÂNCIA E NA ADOLESCÊNCIA …………………………………………………………………………………………………. Pág. 2
A - PERTURBAÇÃO DE OPOSIÇÃO E DESAFIO ………………………………………………………………………………………………………………………………………………….. Pág. 2
CARATERIZAÇÃO E DIAGNÓSTICO …………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………… Pág. 2
CAUSAS ………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….. Pág. 3
EVOLUÇÃO ……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………… Pág. 3
B - PERTURBAÇÃO DA CONDUTA ……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………. Pág. 4
CARATERIZAÇÃO E DIAGNÓSTICO …………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………… Pág. 4
CAUSAS ………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….. Pág. 5
EVOLUÇÃO ……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………… Pág. 5
SUGESTÕES DE INTERVENÇÃO ……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….. Pág. 6
REFERÊNCIAS ………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….. Pág. 7

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Cadernos (In)formativos PERTURBAÇÕES DO COMPORTAMENTO NA INFÂNCIA E NA ADOLESCÊNCIA: SUGESTÕES DE INTERVENÇÃO

PERTURBAÇÕES DO COMPORTAMENTO NA INFÂNCIA E NA ADOLESCÊNCIA


As crianças e jovens com perturbações do comportamento, consoante a gravidade e frequência das manifestações de atitudes e de comportamentos inadequados tendem a
despertar no adulto sentimentos de repulsa ou de afastamento ou, pior ainda, de desafio à autoridade exercida. Estas manifestações costumam ter um impacto muito
importante ao nível da relação com os outros e levantam muitas questões acerca das melhores maneiras de as ajudar, tanto no momento presente como para o seu futuro,
por forma a minimizar um prognóstico que se avizinha pouco claro. Para os efeitos deste documento, iremos debruçar-nos sobre dois tipos de perturbação: a Perturbação
de Oposição e Desafio (POD) e a Perturbação da Conduta (PC).

A - PERTURBAÇÃO DE OPOSIÇÃO E DESAFIO (POD)

CARATERIZAÇÃO E DIAGNÓSTICO
É uma perturbação em que (ainda) não é possível recorrer a provas laboratoriais ou a métodos tecnológicos de diagnóstico. O diagnóstico é realizado a partir de dados
colhidos através de entrevistas com a criança, com a família, com os Docentes. Metodologias como estas permitem caraterizar os comportamentos e as atitudes destas
crianças. Não admira portanto que se afirme que para efetuar o diagnóstico desta perturbação é necessária uma equipa multidisciplinar que observe diferentes áreas de
avaliação, recorrendo a diferentes Instrumentos.
A Perturbação pode confundir-se com má educação, maldade e/ou teimosia, possíveis de observar na generalidade das crianças e adolescentes. Contudo as diferenças
residem na frequência, durabilidade e gravidade destes comportamentos: o comportamento destas crianças com a Perturbação de Oposição e Desafio (POD) é
permanentemente hostil, não cooperante, desafiante para a figura da autoridade, e, pela sua intensidade e frequência, acaba por interferir no seu normal funcionamento,
assim como no funcionamento de todos quantos as rodeiam.
Geralmente estas crianças ou jovens despertam nos outros sentimentos de antipatia, pois há muito de destrutivo nos seus comportamentos, especialmente no que diz
respeito à sua relação com os outros.

Caraterísticas mais comuns da POD:


- Encoleriza-se
- Discute com os adultos
- Desafia ou recusa cumprir os pedidos ou regras dos adultos
- Aborrece deliberadamente as outras pessoas
- Culpa os outros dos seus erros ou mau comportamento
- É suscetibilizado ou perturba-se facilmente com os outros
- Sente raiva ou está ressentido
- É rancoroso ou vingativo

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Notas importantes para efeitos de diagnóstico:


 Estas atitudes terão de ser frequentes e observáveis em diversos contextos. Terão ainda de ser mais intensas ou mais graves e mais duradouras do que seria de
esperar nas crianças da mesma idade. Para crianças com mais de 5 anos, os sintomas devem ocorrer pelo menos uma vez por semana, num espaço de pelo menos 6
meses.
 Muitas vezes a POD surge associada a outras perturbações também com reflexos ao nível dos comportamentos. As mais frequentemente associadas são a Perturbação
de Hiperatividade com Défice de Atenção (PHDA), a Perturbação de Ansiedade e Depressão.
 Podem também existir outros problemas associados ou não, que inclusive podem originar manifestações atitudinais e comportamentais idênticas tais como o
consumo de drogas ou perturbações orgânicas (lúpus, porfíria, entre outras) (neurológicas ou não). Um aspeto importante a ter em conta na distinção desta
perturbação de outros problemas é o facto de a POD geralmente ter o seu início na primeira infância, ao passo que no caso dos outros problemas, geralmente as suas
manifestações e o seu impacto no aproveitamento escolar é recente.
 Prevalência desta perturbação: as estatísticas mostram resultados que diferem consoante as populações, mas apontam para valores que oscilam entre 1% e 15%
entre crianças e jovens.

Consumos;
Perturbações
orgânicas
Perturbação
PHDA de Ansiedade
POD e Depressão

CAUSAS:
Hereditárias ou devidas ao meio, pensa-se que ambas poderão dar o seu contributo em proporções variáveis conforme cada criança. Alguns estudos levam-nos a supor que
estas pessoas utilizam “partes” erradas do cérebro quando pretendem controlar os impulsos e interpretam mal, como as crianças autistas, os sinais não-verbais. No caso
concreto das POD tendem a interpretar como hostis os sinais neutros. Apesar da falta de clareza a este nível, embora estes casos apresentem prognósticos complexos, prevê-
se sempre alguma eficácia para as intervenções que visem estruturar o meio em que a criança ou o jovem se insere.

EVOLUÇÃO:
A evolução desta perturbação, depende de diversos fatores. Quanto mais intensas e precoces forem as manifestações de POD, pior o quadro evolutivo.
Nos casos em que se reúnem bastantes fatores desfavoráveis, no início da idade escolar a POD aparece associada a baixa autoestima. Posteriormente surgem manifestações
de comportamentos disruptivos, competências sociais pobres e atraso na aprendizagem. A manterem-se aquelas manifestações, surgem retenções, suspensões e expulsões
escolares. Há ainda tendência para o abuso de substâncias psicoativas e para assumirem comportamentos de risco. Tendem bastante a surgir associadas perturbações
emocionais e dificuldades de aprendizagem complexas. Nos casos em que a evolução é ainda menos favorável tende a instalar-se a Perturbação da Conduta.

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B - PERTURBAÇÃO DA CONDUTA (PC)

CARATERIZAÇÃO E DIAGNÓSTICO
É mais grave do que a Perturbação de Oposição e Desafio (POD), da qual parece ser uma versão mais intensa. Contudo os jovens com Perturbação da Conduta (PC) podem
ter melhores competências sociais que os que possuem a POD. Por sua vez tendem a ter piores resultados académicos.
Esta perturbação surge como o que parece ser um padrão repetitivo e persistente de desprezo pelos direitos dos outros e pelas regras de convivência social.

Uma vez mais o diagnóstico é realizado a partir de dados colhidos através de entrevistas com a criança, com a família, com os Docentes. Metodologias como estas permitem
caraterizar os comportamentos e as atitudes destas crianças. É necessária uma equipa multidisciplinar que observe diferentes áreas de avaliação, recorrendo a diferentes
Instrumentos.

Caraterísticas mais comuns da POD:


1. Agressão a pessoas ou animais
- Ameaças e intimidação a outros;
- Início frequente de lutas físicas;
- Utilização de objetos como armas (paus, facas, tijolos, pistolas)
- Crueldade física com os animais;
- Crueldade física com as pessoas;
- Roubo com confrontação da vítima (assalto).
2. Destruição da propriedade
- Fogo;
- Outras formas de destruição.
3. Roubo ou abuso de confiança
- Arrombamento (casas, carros);
- Mentiras para obter favores e bens, ou para evitar trabalho;
- Roubo de objetos sem confrontação (“Gamar”).
4. Violação grave das regras
- Ficar fora à noite com frequência e sem consentimento dos pais, com início antes dos 13 anos;
- Fuga de casa pelo menos duas vezes;
- Falta às aulas, com início antes dos 13 anos.

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Notas importantes para efeitos de diagnóstico:


 Terão de existir pelo menos 3 destes comportamentos no último ano, e pelo menos 1 nos últimos 6 meses.
 Podem também existir outros problemas que deverão ser “excluídos”: os quais podem originar manifestações atitudinais e comportamentais idênticas tais como o
consumo de drogas ou perturbações orgânicas.
 Um aspeto importante a ter em conta na distinção desta perturbação de outros problemas é a insegurança de pessoas ou bens.
 Muitas vezes a PC surge associada a outras perturbações também com reflexos ao nível dos comportamentos. As mais frequentemente associadas são a Perturbação
de Hiperatividade com Défice de Atenção (PHDA), a Perturbação de Oposição e Desafio (POD) e a Perturbação de Ansiedade e Depressão. Os adolescentes com PC
usam muitas vezes substâncias ilícitas, assim como álcool e tabaco.
 Apresentam risco de suicídio.

Consumos;
Álcool,
tabaco
Perturbação
PHDA de Ansiedade
PC e Depressão

POD

CAUSAS:
Pensa-se que estas pessoas terão um funcionamento anómalo do cérebro, no que diz respeito à estruturas responsáveis pelas questões da empatia e do remorso,
indispensáveis a uma eficaz cooperação entre as pessoas. Considera-se que tanto os fatores ambientais como os genéticos poderão dar o seu contributo em proporções
variáveis conforme cada criança.

EVOLUÇÃO:
Cerca de 1/3 dos rapazes com PC ao crescerem serão adultos com perturbações da personalidade.
No caso das raparigas o mais comum é evoluírem para perturbações de humor ou ansiedade.
Há ainda tendência para o abuso de substâncias psicoativas e para assumirem comportamentos delinquentes.
70% das crianças com PC serão adultos sem essa Perturbação. Contudo isso não significa a ausência de outras perturbações psiquiátricas.

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SUGESTÕES DE INTERVENÇÃO
O tipo de intervenção é muito semelhante na POD e na PC.
Deverá ser Coerente e Multidisciplinar, tanto mais se tivermos em
conta que estes casos tendem a dividir os diferentes intervenientes na
sua vida, incluindo os próprios pais.

Terapêutica médica Intervenção comportamental


Não existem medicamentos específicos nem para a (Para além da intervenção com a criança - Psicólogo e
POD nem para a PC. Contudo poderão associadas. Equipa Multidisciplinar)
Estar atento a reações e/ou a efeitos secundários Sugestões para Pais e Professores

Os fármacos podem ser úteis,


conforme os casos, i. é: a sua
Estabelecer as consequências para os comportamentos da
sintomatologia e a reação à Fármacos mais comuns nestes União, diálogos frequentes entre “parceiros” (pais e criança (adequadas a cada caso). Evitar o uso de dinheiro e
própria terapêutica. casos: (juntos ou em separado) Escola…). castigos ou prémios (reforços) extremos. Preferir os de menor
Picoestimulantes (mesmo em duração e impacto e aplica-los o mais cedo possível (de
Em qualquer dos casos é Lembrar sempre que se trata de um processo longo,
muito importante que se casos em que o défice de atenção preferência imediatamente após o comportamento da
não seja muito evidente); requerendo persistência, muitas derrotas e algumas criança). Prever sempre a possibilidade de dar algum reforço à
tenha efetuado um conquistas. Não existem “curas” milagrosas mas sim
diagnóstico correto. Antipsicóticos atípicos; criança, mesmo que por um motivo muito simples. Acarinhá-la
intervenções com impacto positivo. sempre que possível.
Habitualmente também se Estabilizadores de humor;
tratam os sintomas Estabelecer plano de intervenção antecipando Ignorar comportamentos que não mereçam ser destacados.
Antidepressivos momentos de crise. Evitar reações descontroladas (a
decorrentes de outras
perturbações associadas. “quente”). Envidar esforços no sentido de reagir de forma calma às
provocações e atitudes da criança. Todas as respostas dos
Escolher poucos comportamentos de cada vez a ser adultos serão para a criança modelos/exemplos de respostas
modificados. adequadas.
Os ambientes devem ser seguros (vigiados; pouco Descobrir interesses da criança e utilizá-los sempre que
propício a acidentes) e de preferência estruturados possível. Permitir nesses casos algum trabalho de grupo.
(preparando e antecipando rotinas).
Estabelecer horários e tempos limites para a criança ver VT e
Estabelecer regras muito consistentes e constantes que para jogar jogos virtuais.
devem ser aplicadas por todos, incluindo a família
alargada (padrinhos, avós…). Os pais devem tentar manter-se saudáveis (tentando
descansar bem, manter vida social, atividades de lazer…) e
Dar ordens muito claras. unidos. Devem tentar proporcionar à criança alguma atenção e
oportunidade para desabafar.

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REFERÊNCIAS
ANTUNES, Nuno Lobo (2099). Mal-entendidos. Da Hiperatividade à Síndrome de Asperger, da Dislexia às Perturbações do Sono. As Respostas que Procura. Lisboa: Verso da
Kapa
APA (2002) DSM-IV-TR – Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais. Lisboa. Climepsi.
ESTRELA, M. T. (1994). Relação pedagógica, disciplina e indisciplina na aula. Porto: Porto Editora.
PERRENOUD, P. (1995). Ofício de aluno e sentido do trabalho escolar. Porto: Porto Editora.
PICADO, Luís (2009). A Indisciplina em Sala de Aula: Uma abordagem Comportamental e Cognitiva. Porto: ISCE.
SAMPAIO, Daniel (2000) Indisciplina: Um signo geracional? Coleção: Cadernos de Organização e Gestão Curricular. Editora: Instituto de Inovação Educacional.
SAMPAIO, D. (1996). Voltei à escola. Lisboa: Editorial Caminho.
SANTO, Bruno; NASCIMENTO, Daniela; SILVA, Maria João Silva; Antunes, Nuno Lobo (2012). Seminário Perturbações de Comportamento na Infância e Adolescência. PIN -
Progresso Infantil. Núcleo de Défice de Atenção e Hiperatividade, Perturbações do Comportamento e Humor. Hospital Privado da Boa Nova. 28 de setembro de 2012.

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