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Módulo II

O ENGAJAMENTO E A MOTIVAÇÃO
ENGAJAMENTO — MÓDULO II — O ENGAJAMENTO E A MOTIVAÇÃO

Lição 1 – O engajamento e a
motivação
1. Diferença entre engajamento e motivação

Engajamento e motivação significam a mesma coisa?

A resposta é não!

Engajamento e motivação são termos que não devem ser


confundidos, embora seja difícil falar de um sem falar do outro.
Isso porque os temas possuem dependência entre si e muitas
vezes se convergem. Já vimos no primeiro módulo que
engajamento não se resume a ter compromisso com algo ou
estar motivado. Isso se deve ao fato de que engajamento é uma
construção social, emocional e cognitiva, que depende de vários
fatores, e a motivação é apenas um deles, que pode ser
influenciada por fatores intrínsecos ou extrínsecos.

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Vamos conversar um pouco sobre motivação.

Desde Maslow, com sua teoria da hierarquia das necessidades humanas, até os dias de hoje, são
muitas as teorias que buscam uma explicação sobre a motivação humana. Podemos citar, por
exemplo:
 A Teoria da Autoeficácia, de Bandura, que trata da autoestima e da crença nas próprias
habilidades como impulsionador da motivação;
 A Teoria do Reforço, de Skinner, que versa sobre a possibilidade de o comportamento das
pessoas ser influenciado e controlado por meio do reforço desse comportamento; e
 A Teoria da Expectação, de Vroom, que busca entender como a motivação influencia no
comportamento das pessoas.
Sinta-se à vontade para pesquisá-las, caso queira aprofundar seus conhecimentos.
Neste curso, entretanto, vamos mergulhar no trabalho de Daniel H. Pink, ávido pesquisador do
tema motivação. Em seu livro, Motivação 3.0, ele nos convida a repensar práticas existentes
até hoje dentro das organizações.

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2. A sociedade e seus “sistemas operacionais”

Segundo Daniel Pink, toda sociedade tem seu “sistema


operacional”. Quando Pink fala de um “sistema operacional” da
sociedade, ele parte da analogia com os computadores e outros
hardwares, nos quais manipulamos uma série de softwares e
aplicativos. Um exemplo disso, é o dispositivo que você está
utilizando agora. Caso esteja realizando esse curso em um
computador, para que esse arquivo com o texto fosse aberto, ele
usou um software que, para funcionar, precisou de algum sistema
operacional, tais como Windows, Linux, Android, entre outros. O
que nos passa despercebido é que, para que possamos fazer isso,
existe um sistema operacional complexo que roda por trás de tudo
com uma série de regras, normas, conjecturas, instruções,
comandos, entre outras coisas.
Para Pink, a sociedade também tem seus sistemas operacionais,
os quais possuem um conjunto de premissas que definem o
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comportamento humano.

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A esses sistemas deu os nomes de Motivação 1.0, Motivação


2.0 e Motivação 3.0.

Vamos conhecer um pouco cada um deles?

Motivação 1.0
A Motivação 1.0 nasce nos primórdios da existência da vida
humana e da organização social em grupos, quando os maiores
impulsos humanos eram a sobrevivência e a perpetuação da
espécie. Imagine, por exemplo, como era viver num mundo
hostil, cheio de feras e outras adversidades e ainda assim Crédito imagem: Pixabay

conseguir sobreviver, sustentar e proteger os descendentes. O


que motivava as pessoas nessa época eram impulsos
essencialmente biológicos.

No entanto, com a evolução das relações sociais e as


descobertas que foram revolucionando a história da existência

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humana, tais como fogo, fala, símbolos escritos, metalurgia,


entre tantas, a sociedade tornou-se mais complexa e
demandou um sistema operacional novo, capaz de operar
regras básicas de comportamento, objetivando frear as
normas anteriores, baseadas somente em impulsos
essencialmente biológicos.

Motivação 2.0
É no contexto descrito anteriormente, no qual a vida social
tornou-se mais complexa, que nasce a Motivação 2.0: um
sistema balizado por recompensas e punições, ou seja, o
sistema operacional definiu as regras que permeariam a Crédito imagem: Pixabay

sociabilidade e deveriam ser seguidas. Se o comportamento


fosse alinhado ao esperado pelo sistema operacional
vigente, o indivíduo poderia viver em grupo; caso contrário,
seria punido pelo grupo.
Tal sistema de recompensas e punições supriu muito bem a

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sociedade até pouco tempo; melhor dizendo, até meados


da era industrial ou do século XX. Foi, por exemplo, com
base na Motivação 2.0, que Frederick W. Taylor concebeu
o que ele chamou de Gestão Científica. Afirma Pink, que a
abordagem de Taylor colocava os trabalhadores como
peças de uma grande máquina, que, fazendo
corretamente o trabalho, estaria a máquina funcionando
perfeitamente. Assim, para que isso acontecesse, bastava
recompensar o comportamento desejado e punir o
indesejado. Isso é Motivação 2.0, um sistema de
recompensas e punições.
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Entretanto, as mudanças sociais e econômicas ocorridas


no século XX e sua influência na cultura, nos levou a um
salto qualitativo da vida social. Saímos de uma sociedade
industrial para uma sociedade da informação. Foi no
desenrolar desse período que muitos pesquisadores
começaram a questionar a Motivação 2.0. E é nesse
contexto que mais uma vez o sistema operacional come

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começa a exigir uma nova reconfiguração, um upgrade.


É daí que emerge a Motivação 3.0.

Motivação 3.0
Nos tempos atuais, um dos maiores desafios das
organizações está em ter pessoas engajadas e que
apresentem bom desempenho em resultados. A fórmula
clássica para que as pessoas se motivem a apresentar
bons resultados é que exista uma recompensa, ou seja,
uma premiação pelo resultado obtido.
Atualmente, entretanto, o sistema de recompensas e Crédito imagem: Pixabay

punições nem sempre funciona. Para tarefas mecânicas e


de menor complexidade é possível que esse sistema traga
resultados positivos; porém, para aquelas com maior
grau de complexidade, que exijam maior uso de
raciocínio e criatividade, estudos têm mostrado que o
sistema de recompensas e punições da Motivação 2.0 não

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funciona.
Várias pesquisas que procuram entender as motivações
humanas demonstram essa afirmação. Aqui, vamos citar a
do Pesquisador em Economia Comportamental Dan Ariely,
que serviu como base para Pink desenvolver o conceito
Motivação 3.0.
Ariely, na Índia, recrutou 87 indivíduos para uma de suas
pesquisas. Eles deveriam participar de jogos e executar
outras tarefas de diferentes graus de complexidade,
exigindo criatividade ou concentração. Um terço deles
receberia US$ 0,50 para atingir suas metas de desempenho
diário, o outro grupo US$ 5,00 e o terceiro US$ 50,00.
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Quem obteve o melhor desempenho?

Se você respondeu que foi o grupo com a maior


recompensa, infelizmente errou!

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Outros pesquisadores em economia comportamental como por exemplo


Sam Glucksberg, psicólogo da Princeton University, dos Estados Unidos, e
vários outros que poderíamos citar aqui, realizaram experimentos da
mesma natureza, obtendo resultados similares. O que ficou constatado é
que, a depender do grau de complexidade da atividade ou trabalho
executado por uma pessoa, a recompensa financeira nem sempre será o
estímulo que resultará na entrega do melhor resultado. Por quê?
A resposta para essa pergunta começou a ser construída na década de
1940 pelo pesquisador Harry F. Harlow, que, a partir de suas experiências
com símios, apontou a existência do que ele chamou de terceiro impulso.
Isso porque a motivação para a ação não se relacionava mais aos fatores
biológicos como a sobrevivência e perpetuação da espécie, mas era um
impulso relacionado à tarefa em si. No caso, os símios executaram tarefas
do experimento sem que lhes fosse oferecido nenhum estímulo ou
recompensa externa (comida, água, brinquedos, etc) e observou-se que
essas tarefas eram executadas por fornecerem uma recompensa intrínseca,
relacionada ao êxito na conclusão da atividade.

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Já em 1969, o psicólogo Edward Deci realizou um estudo do


mesmo gênero. Ele utilizou estudantes universitários como
participantes, dividiu-os em dois grupos, dos quais um
receberia recompensa e o outro não e usou o famoso
quebra-cabeça conhecido como “Cubo Soma” para o
experimento. O desafio proposto era montar o maior
número possível de diagramas com o cubo.

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Nessa experiência, o grupo sem recompensas extrínsecas obteve desempenhos superiores aos
recompensados financeiramente, de modo que, depois de vários experimentos similares e com
o apoio de outros pesquisadores parceiros, Deci concluiu que quando existem recompensas
externas, há a diminuição do interesse interno. Foi exatamente o que aconteceu com o
experimento na Índia. Recompensas externas podem até funcionar para tarefas mais simples,
que requeiram somente a execução de passos predefinidos; no entanto, tarefas complexas,
que exijam maiores níveis de concentração, criatividade e imaginação tendem a serem
limitadas quando sua execução for condicionada a recompensas extrínsecas.

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E por que estamos falando desses


experimentos?
Qual a relação disso com engajamento e a
Motivação 3.0?

Isso tudo é pertinente pelo fato de que engajamento não está


relacionado a recompensas externas (extrínsecas), pois na
sociedade da informação, as pessoas passaram a ver a vida sob
outra ótica. Isso se deve ao fato de termos todo o acesso às
mais variadas tecnologias de informação e comunicação e ao
salto de qualidade proporcionado por tantos avanços
tecnológicos, econômicos e culturais. Estar conectado com
valores e princípios, buscar a realização de um propósito e fazer Crédito imagem: Freepik
do mundo um lugar melhor para as pessoas, tornaram-se
máximas no mundo atual. O sistema operacional da Motivação
3.0 é um sistema no qual as recompensas e punições têm papel
ineficiente quando se trata de direcionar as pessoas a alguma
ação. Elas agora estão em busca da satisfação resultante
daquele impulso descrito por Harlow: a satisfação intrínseca!

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Veja o exemplo da Wikipédia. O que move milhares de


pessoas em todo o mundo a produzir, editar, corrigir e
disponibilizar verbetes em uma enciclopédia livre, on-line e
gratuita, sem nada receber por isso? A resposta está na
motivação 3.0! As pessoas são engajadas pelo propósito de
levar informação e pela satisfação intrínseca de ser o agente
realizador disso. As pessoas agora querem ir além, guiam-se
por propósitos e querem estar conectadas a algo maior, ou
seja, buscam algo pelo qual se engajar.
E foi o húngaro Mihaly Csikszentmihalyi que nos deu uma
visão sistematizada sobre os motivos intrínsecos e como
Crédito imagem: Wikipédia.org
eles guiam as pessoas. O autor definiu o conceito de Flow
para explicar como ocorre esse processo.
Esse será o objeto de estudo da próxima lição. Aguardamos
você por lá!

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Final da lição 1

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