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PARASITOLOGIA

PARTE I

____________________
Roteiro de Aulas Práticas

Técnicas para o Diagnóstico das


Principais Parasitoses Humanas

Profª Socorro Rocha

Feveriro/2019
Socorro Rocha Parasitologia 1

Índice
Pág.

Introdução

Principais parasitos do homem nas Américas .................................................. 03

Biossegurança .................................................................................................. 04

Procedimentos Técnicos em Parasitologia ....................................................... 05

Exame Parasitológico de sangue ..................................................................... 05

Coleta de sangue venoso ................................................................................. 06

Exame Parasitológico de fezes ........................................................................ 08

1. Exame a Fresco 14

..........................................................................................................

2. Método Direto 15

............................................................................................................

3. Método de Lutz ou de Hoffmann, Pons e Janner 16

.......................................................

4. Método de Baermann-Moraes 17

....................................................................................

5. Método de Rugai, Mattos e Brisola 18

...........................................................................

6. Método de Faust 19

........................................................................................................

7. Método de Craig 20

.......................................................................................................

8. Método de sedimentação por centrifugação 20

..............................................................
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9. Método de Kato-Katz 22

................................................................................................

10. Método de Willis 24

.....................................................................................................

11. Método do Swab anal modificado 25

...........................................................................

12. Hematoxilina Férrica 26

...............................................................................................

13. Método de Sheather’s 27

..............................................................................................

14. Método de Kinyoun modificado ........................................................ 28

15. Método de Harada e Mori. 29

Fórmulas de Reativos e Soluções .................................................................... 2

Referências ....................................................................................................... 2
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Introdução

Em muitas regiões, as parasitoses representam problemas médico-sanitários de


grande importância, pela freqüência com que ocorrem e, especialmente, pela
possibilidade de determinarem acometimentos orgânicos capazes, às vezes, de
incapacitarem os indivíduos atingidos. Mais do que pela mortalidade resultante, essas
doenças preocupam pela capacidade de comprometer o desenvolvimento normal das
crianças e limitar a capacidade de trabalho dos adultos. Mas, além de limitar a capacidade
de produção, as parasitoses geram, em suas formas mais graves, um exé7rcito de
enfermos que pesam nos orçamentos familiares e no do Estado pela improdutividade ou
pelos custos da assistência médica e hospitalar que requerem.
Reconhecendo este problema, a Organização Mundial de Saúde (OMS) relacionou
cinco doenças parasitárias entre as seis doenças infecciosas que afligem a humanidade
atualmente. São elas: Malária, leishmaniose, tripanosomíase, oncocercose e
esquistosomose. Mais de um bilhão de pessoas são afligidas por parasitas.
As parasitoses, sobretudo as intestinais, são ainda muito comuns no Brasil e em
outros países onde vigoram semelhantes condições favorecedoras, representadas
sobretudo por deficiente saneamento básico e má educação para a saúde. Para o
diagnóstico dessas infecções o exame de fezes é fundamental. Em geral singelo, de
baixo custo e razoavelmente eficiente, ele suplanta os méritos pertinentes a outras
táticas, calcadas em subsídios imunológicos, por exemplo, devendo ser satisfatoriamente
estimulado e divulgado. No Brasil, entretanto, é curioso reconhecer que, apesar dessas
ponderações, o exame parasitológico das fezes não merece a devida atenção por parte
de médicos e laboratoristas.
Por isso, nosso maior objetivo nesta disciplina não é tentar fazer com que os alunos
simplesmente memorizem (“decorem”) o conteúdo programático, e sim contribuir para
que possam desenvolver uma visão crítica e consciente da realidade que envolve a
Parasitologia na atualidade.

Campina Grande, Fevereiro, 2019.


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Principais protozoários que parasitam o homem nas Américas

Nome científico Doença causada Material para o


diagnóstico
laboratorial
Acanthamoeba spp. Meningoencefalite amebiana Fezes
granulosa
Babesia spp. Babesiose Sangue
Balantidium coli Balantidiose, Balantidíase Fezes
Blastocystis hominis - Fezes
Cryptosporidium spp. Criptosporidiose Fezes
Dientamoeba fragilis - Fezes
Endolimax nana - Fezes
Entamoeba coli - Fezes
Entamoeba hartmanni - Fezes
Entamoeba histolytica Amebíase intestinal e extra- Fezes
intestinal
Giardia lamblia Giardíase Fezes
Iodamoeba butschlii - Fezes
Isospora belli Isosporose Fezes
Leishmania spp. Leishmaniose Cutânea ou Visceral Sangue, pele
Naegleria fowleri Meningoencefalite amebiana Fezes
primária
Plasmodium falciparum Malária Terçã maligna Sangue
Plasmodium malariae Malária quartã benigna Sangue
Plasmodium vivax Malária Terçã benigna Sangue
Sarcocystis spp. Sarcosporidiose Fezes
Toxoplasma gondii Toxoplasmose Sangue (Imunologia)
Trichomonas vaginalis Tricomoníase Urina
Trypanosoma cruzi Doença de Chagas Sangue

Principais helmintos que parasitam o homem nas Américas

Nome científico Doença causada Material para o


diagnóstico
laboratorial
Ascaris lumbricoides Ascaridíase Fezes
Ancylostomatidae spp. Ancilostomatidose (amarelão) Fezes
Echinococcus granulosus Hidatidose Sangue (Imunologia
)
Enterobius vermicularis Enterobiose, oxiurose Fezes (região
perianal)
Fasciola hepatica Fasciolose Fezes
Hymenolepis nana Himenolepíase Fezes
Mansonella ozzardi - Sangue
Onchocerca volvulus Oncocercose, cegueira dos rios Pele (biópsia)
Schistosoma mansoni Esquistossomose mansônica Fezes
Strongyloides stercoralis Estrongiloidíase Fezes
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Taenia saginata Teníase Fezes


Taenia solium Teníase, cisticercose (infecção Fezes
larval)
Trichuris trichiura Tricuríase, tricocefalose Fezes
Wuchereria bancrofti Elefantíase, Filariose de Bancrofti Sangue
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BIOSSEGURANÇA: conceito e importância

Aplicação do conhecimento, das técnicas e equipamentos à prevenção pessoal,


laboratorial e à exposição ao meio ambiente, de agentes potencialmente infecciosos ou
que possam causar danos à saúde ou à natureza.

NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA

1 - Pesquisas que utilizam microorganismos que não causam doença em humanos


adultos saudáveis. Não é necessária a aplicação de barreiras de contenção. Utilizado em
laboratórios de ensino básico.

2 - Manipulação de um grande espectro de agentes de risco moderado, presentes na


comunidade e associados a doenças humanas que variam quanto à severidade. Devem
ser usados equipamentos de contenção primária e barreiras secundárias.

3 - Manipulação de agentes potencialmente letais e de alto risco por exposição ou


agentes exóticos.

4 -Nível mais alto de contenção - unidade geográfica e funcionalmente independente de


outras áreas. Requer barreiras de contenção e equipamentos de segurança biológica
especiais.

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)

Roupas de laboratório (Jaleco); Luvas; Calçados fechados; Protetor ocular/facial;


Pipetador automático; Pêra de borracha.

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPC)

Chuveiro – lava-olhos – CSB

NORMAS DE BIOSSEGURANÇA

As atividades de ensino, pesquisa e de prestação de serviços em laboratório requerem


do professor, do técnico e do aluno uma série de cuidados, justificados pelo risco à saúde,
em função do manuseio de material biológico, bem como da utilização de vidraria,
equipamentos e produtos químicos. Em geral, a natureza infecciosa do material biológico
de trabalho no laboratório é desconhecida. Recomenda-se tratar toda e qualquer amostra
humana e/ou animal como sendo potencialmente infectante.

1 - É obrigatório o uso de jaleco branco, bem como o uso de sapatos fechados.

2 - O trabalho deve ser executado num ambiente organizado, com muita atenção e de
forma cuidadosa.

3 - Não é permitido fumar, comer ou beber, bem como conservar alimentos no recinto do
laboratório.

4 - Antes de iniciar cada experiência, é necessário ler com atenção a técnica a ser
executada.
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5 - Vidraria e equipamentos danificados não devem ser utilizados.

6 - Em caso de risco para os olhos, devem ser usados óculos de proteção.

7 - O manuseio de substâncias voláteis ou tóxicas deve ser feito na capela de segurança


biológica.

8 - Em caso de manuseio de material com alto grau de risco biológico, deve-se utilizar
luvas.

9 - O material contaminado com produtos químicos ou agentes biológicos deve ser


tratado adequadamente e/ou descartado em recipientes apropriados, contendo
sinalização específica do risco.

10 - Ao término das atividades no laboratório, bem como logo após a execução de


técnicas específicas, as mãos devem ser cuidadosamente lavadas com sabão líquido e
enxugadas com toalha de papel.

PROCEDIMENTOS TÉCNICOS EM PARASITOLOGIA

EXAME PARASITOLÓGICO DE SANGUE

O exame parasitológico de sangue constitui valioso recurso para o diagnóstico das


doenças parasitárias, cujos agentes apresentam formas evolutivas sanguícolas.
Várias doenças parasitárias, tais como: malária, filariose, doença de Chagas, e
mais raramente a leishmaniose visceral e toxoplasmose, especialmente na sua fase
aguda podem ser diagnosticadas pelo encontro do parasita no sangue circulante.

Manuseio da amostra

É necessário muito cuidado ao manusear todas as amostras laboratoriais e deve-


se sempre usar luvas de borracha.
As amostras de sangue devem ser consideradas como potencialmente
infecciosas. Como sérios patógenos podem ser transmitidos pelo sangue (ex., vírus da
imunodeficiência humana- HIV, vírus da hepatite B) é necessário ter grande cuidado ao
coletá-lo e processá-lo. São riscos particulares:
a) Cortes e ferimentos - jogue fora agulhas ou lancetas usadas em um recipiente
descartável após ser embebido em solução desinfetante. Não reutilize lancetas. Não
deixe lancetas usadas jogadas pelo laboratório. Não use recipiente de vidro lascado ou
estilhaçado.
b) Contaminação de pele machucada ou de membrana mucosa - cubra qualquer
machucado com curativos impenetráveis. Evite derrubar sangue na pele ou na membrana
mucosa. Pipetar com a boca é absolutamente proibido. Se o sangue for derramado na
pele, lave imediatamente a área afetada com água e sabão ou com solução de hipoclorito
a 5%, se o sangue atingir os olhos, eles devem ser lavados com grande quantidade de
água. Qualquer derramamento de sangue em superfície do laboratório deve ser
embebido em solução de hipoclorito e depois lavado com um pano umedecido com
hipoclorito.
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Execução:

Material necessário:
1. Seringa para punção venosa ou lanceta apropriada descartável.
2. Lâminas cuidadosamente limpas e secas.
3. Lâmina com ângulo cortado para distensão do material; de preferência uma de acrílico.
4. Algodão.
5. Álcool, iodo e éter.
6. Suporte para colocar as lâminas.

Colheita do sangue
O sangue para exame pode ser colhido por punção venosa, ou por picada
percutânea. Para a picada percutânea os locais mais usados são a polpa digital do anular
esquerdo ou o lóbulo da orelha onde a pele é fina e há boa irrigação sanguínea, em casos
mais raros por escarificação da pele.
Com algodão molhado em álcool isopropílico ou ainda em álcool a 70%, limpa-se
a superfície escolhida espera-se secar e pratica-se a picada com a profundidade
requerida pelo
caso.
Por sangramento natural ou após ligeira pressão, o que é mais frequente, sai
pequena gota de sangue, a qual poderá ser examinado, por um dos processos a seguir:
Um detalhe importante: ao se fazer a picada, o dedo ou o lóbulo da orelha devem
estar bem secos. Caso estejam molhados pelo desinfetante ou pelo suor, haverá
hemólise das hemácias.

Coleta de sangue venoso

O exame parasitológico de sangue constitui valioso recurso para o diagnóstico dos


parasitos que apresentam formas evolutivas sanguíneas. Várias doenças parasitárias,
tais como: malária, filariose, doença de Chagas, e mais raramente a leishmaniose
visceral e toxoplasmose (especialmente na sua fase aguda) podem ser diagnosticadas
pelo encontro do parasita no sangue circulante. Além disso, o sangue venoso é usado
para a maioria absoluta dos exames feitos dentro do laboratório.

É necessário muito cuidado ao manusear todas as amostras laboratoriais e deve-se


sempre usar luvas de borracha. As amostras de sangue devem ser consideradas como
potencialmente infecciosas. Como sérios patógenos podem ser transmitidos pelo
sangue (ex., vírus da imunodeficiência humana - HIV, vírus da hepatite B e C), é
necessário ter grande cuidado ao coletá-lo e processá-lo.

A punção é feita em veia comum periférica; geralmente colhemos no antebraço e


dorso da mão, pois são os lugares mais fáceis. Uma punção adequada é uma das
principais etapas para a correta realização de exames laboratoriais. Quando a punção é
realizada com segurança e comodidade, proporcionando um mínimo de incômodo e de
dor, seu cliente fica satisfeito e carrega uma boa impressão de seus serviços.
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Coleta com agulha e seringa:

Questionar sobre o preparo para a coleta, como por exemplo, condições de jejum.
Preparar todo o material de coleta na presença do paciente, mostrando que agulha e
seringa são descartáveis. Retirar a agulha da embalagem e encaixar a mesma na
seringa. Descolar o êmbolo da seringa. Rotular o
(s) tubo (s) com etiquetas contendo a identificação do paciente.
Deixar o braço do paciente bem estendido. Verificar se o bisel da agulha está voltado
para cima.
Garrotear o braço, próximo ao local escolhido.
Selecionar a melhor veia através de observação e principalmente do tato.
Fazer a anti-sepsia do local a ser puncionado com álcool a 70% e esperar secar.
Não tocar o local da veia depois de limpo.
Retirar a capa protetora da agulha.
Esticar a pele do braço com o polegar a fim de facilitar a penetração da agulha.
Pedir ao paciente que mantenha a mão fechada durante a penetração da veia.
Pegar a seringa e colocar o dedo sobre o mandril da agulha, para guiá-la durante a
introdução na veia.
Posicionar a agulha na pele sobre a veia que vai ser puncionada, paralelamente a ela
e, lentamente, penetrar em seu interior (o ângulo da seringa em relação ao braço varia
de 30 a 45º, de acordo com o local).
Um ligeiro afrouxamento da resistência à penetração da agulha indica a introdução
na veia. Entretanto, nem sempre esse afrouxamento é percebido. O sangue deverá fluir
para dentro da seringa, espontaneamente. Quando isto não ocorrer, tentar aspirar
lentamente um pouco de sangue.

Segurar firmemente a seringa para evitar que a agulha se movimente durante a


aspiração. Ao retirar a quantidade de sangue necessário, soltar o garrote, retirar a agulha
com o auxílio de uma mecha de algodão seco, exercendo pressão sobre o local da
punção, por cerca de 1 a 2 minutos, evitando assim a formação de hematomas e
sangramentos. Se o paciente estiver em condições de fazê-lo, oriente-o para que faça
pressão até que o sangramento pare. Manter o braço em posição horizontal sem
dobrá-lo.
Retirar a agulha da seringa e descartá-la em recipiente adequado, na presença do
paciente. Transferir o sangue colhido para tubos ou frascos, com ou sem anticoagulante,
de acordo com os exames solicitados.
Escorrer lentamente o sangue pelas paredes dos frascos ou tubos, sem provocar a
formação de espuma. Se possível, tampar os frascos e tubos, para evitar evaporação ou
contaminação.
Os tubos com anticoagulante devem ser invertidos várias vezes, lentamente, pois uma
agitação violenta causa hemólise. Os tubos com gel também devem ser invertidos várias
vezes para ativação mais eficaz do processo de coagulação. Aplicar uma bandagem
anti-séptica (como “blood stop”) no local da punção.

Coleta com tubo a vácuo (sistema Vacutainer):

Siga todos os passos para o início da punção, descritos no item anterior (coleta
com seringa).

Quebrar o lacre da agulha e enroscá-la no adaptador do sistema a vácuo.


Com o bisel da agulha voltado para cima e o tubo de coleta dentro do adaptador,
puncionar o local escolhido.
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Pressionar o tubo de coleta com o polegar e/ou indicador, como se estivesse aplicando
uma injeção. Retirar o garrote tão logo o sangue flua para dentro do tubo coletor,
porém, se a veia for muito fina o garrote deverá ser mantido e a mão do paciente deverá
estar aberta.
Fazer uma contrapressão no adaptador para prevenir mudanças da agulha e facilitar a
remoção do tubo. Se necessário, colocar outros tubos específicos a cada um dos
exames solicitados.
Homogeneizar suavemente os tubos com anticoagulante e/ou com gel.
Retirar a agulha com o auxílio de uma mecha de algodão seco e proceder como
indicado no item anterior.

Métodos de Exames

Direto: a gota de sangue é colhida no centro de uma lâmina, coberto com lamínula e
examinado imediatamente após, pois a coagulação é rápida, caso queira retardar a
coagulação, pode adicionar uma a duas gotas de salina. Levando-se essa preparação ao
microscópio poderão ser vistos os parasitos sanguícolas vivos porventura existentes.

Método do micro-hematócrito: coletar sangue venoso citratado ou com EDTA e encher ¾


de um tubo capilar. Vedar a ponta do tubo por aquecimento ou plasticina. Centrifugar por
2 minutos para microfilárias ou 4 minutos para tripanossomas. Deitar o tubo capilar numa
lâmina e prender as extremidades com fita adesiva para manter o tubo sem rolar.
Observe ao microscópio a área entre as células vermelhas e o plasma. Microfilárias
móveis e tripanossomas podem ser vistos.

Em esfregaços: Existem dois tipos fundamentais de esfregaços:

O esfregaço em camada delgada e esfregaço em camada espessa conhecidos


também, respectivamente por gota estirada e gota espessa. Ambos muito utilizados. O
primeiro é mais usado para identificação da forma e espécie de vários parasitos, pois
quando é bem feito os mesmos aparecem nitidamente. Já o segundo é mais utilizado em
diagnóstico epidemiológico.

A gota espessa é um método de enriquecimento, isto é, a gota de sangue é


disposta em uma pequena área e então examinada. Os parasitos aí presentes podem ser
diagnosticados com muita economia de tempo, mas a sua identificação específica é
dificultada.

Esfregaço em camada delgada:

a) Colocar uma gota de sangue na extremidade direita de uma lâmina (essa deve estar
apoiada
sobre a mesa).
b) Pegar outra lâmina, segurar por cima com a mão direita e com uma inclinação de 45 o,
encostar
adiante da gota.
c) Deixar a mesma se espalhar pela superfície de contato das duas lâminas.
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d) Puxar a gota espalhada até o fim da lâmina.


e) Secar por agitação vigorosa imediatamente (se não secar rápido haverá hemólise das
hemácias).
f) Corar pelo Giemsa ou Leishman.

Esfregaço em gota espessa:

a) Colocar 0,5cm3 de sangue na lâmina.


b) Com o canto de outra, espalhar essa gôta numa área de 1cm 2.
c) Deixar secar ao ar durante 6 à 36 horas.
d) Entre 6 à 36 horas (não ultrapassar esse período) corar pelo Giemsa (uma gota de
solução estoque por ml de solução tampão).
e) Deixar em repouso 30 minutos.
f) Lavar e examinar.
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EXAME PARASITOLÓGICO DE FEZES

Métodos de Exame

Para o diagnóstico das parasitoses intestinais, podem ser utilizados métodos


diversos, tais como pesquisa dos parasitos em materiais coletados no exame
proctológico, provas sorológicas e intradérmicas, devendo, no entanto, na rotina, ser
tentado o método parasitológico das fezes, considerando-se a simplicidade, custo e
especificidade das técnicas usadas no procedimento de tal método.
O exame microscópico deve ser composto por no mínimo três procedimentos
distintos: um exame direto a fresco, uma técnica de concentração de fezes e um método
específico para larvas de helmintos.
Os métodos laboratoriais descritos a seguir são bastante simples e eficientes. É
aconselhável que se faça uma apreciação macroscópica das fezes a serem examinadas,
pois, determinada a consistência das mesmas, será mais fácil selecionar os métodos
adequados, podendo ainda ser evidenciada a existência, em alguns casos, de proglotes
de Taenia spp. ou de helmintos adultos, como Ascaris lumbricoides e Enterobius
vermicularis.
Em fezes líquidas, há menor concentração de elementos a serem revelados, sendo
esse tipo de material inadequado para pesquisa de larvas. Por outro lado, quando
emitidas recentemente ou quando nelas se evidencia muco ou sangue, é necessária a
pesquisa de formas vegetativas de Entamoeba histolytica, por exame a fresco ou por
coloração pela hematoxilina férrica.
Fezes esbranquiçadas, de pacientes recentemente submetidos a exame
radiológico do tubo digestivo, são geralmente impróprias para investigação pelas
diferentes técnicas.
Havendo esteatorréia, as fezes são esbranquiçadas, fétidas e com aspecto
engordurado. As fezes enegrecidas, pastosas e pegajosas, semelhante a piche, são
típicas de melena, ou seja, das hemorragias digestivas altas. Nas chamadas
enterorragias, há eliminação de sangue ainda vermelho. As hemorragias subclínicas ou
ocultas, isto é, as que não se evidenciam pela inspecção, podem ser descobertas pela
pesquisa do pigmento hemático nas fezes, através das provas da benzidina ou do
guáiaco (pesquisa de sangue oculto nas fezes).
Nas icterícias obstrutivas, extra- ou intra-hepáticas, as fezes se tornam descoradas
por falta de pigmento biliar, sendo comparáveis à massa de vidraceiro. Os pigmentos
existentes normalmente nas fezes, e responsáveis por sua coloração característica, são
o estercobilinogênio e estercobilina, resultantes de transformações operadas pelas
bactérias intestinais sobre as moléculas da bilirrubina.

Coleta e transporte das amostras

Devido à fragilidade natural de vários parasitas intestinais e da necessidade de


manter a morfologia para correta identificação, a confiança do diagnóstico microscópico
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deixa de existir se as fezes não forem coletadas corretamente. O paciente deve ser
orientado para acondicionar a amostra (cerca de 30 g) em um frasco limpo e seco, que
possua tampa, de preferência larga e rosqueada. Há vários coletores especialmente
fabricados para este fim; alguns já trazem uma espátula que facilita a coleta do material.
É importante rotular o recipiente para evitar troca de amostras. Na impossibilidade de
enviar o material de imediato ao laboratório, o mesmo pode ser conservado em geladeira
por um prazo máximo de 72 horas.
Se a amostra for muito pequena ou se estiver contaminada com urina ou terra, não
deverá ser aceita. Neste caso o paciente deve ser orientado a realizar nova coleta. Devido
à produção de cistos, ovos ou larvas não ser uniforme ao longo do dia ou do ciclo do
parasito, é recomendável que o paciente realize colheitas múltiplas, em dias alternados.
Se o clínico solicitar “Parasitológico de fezes seriado”, o paciente deve coletar uma
amostra de fezes por dia, durante três dias alternados, encaminhando-as separadamente
ao laboratório. Caso o clínico solicite “Parasitológico de Fezes - MIF”, o paciente fará a
coleta do mesmo modo, acumulando as amostras em um recipiente com conservante
(MIF), que só será enviado ao laboratório ao término das três coletas. Atualmente, é
comum o clínico solicitar “ Parasitológico de fezes frescas e MIF ”, na mesma
requisição. Neste caso, primeiro colhe-se o MIF e depois a amostra isolada.

Exame macroscópico

O exame macroscópico é uma etapa valiosa da rotina do exame de fezes, que


infelizmente é negligenciada por muitos laboratórios. Este exame compreende os
seguintes procedimentos:

1 - Observar a consistência da amostra. Anotar a presença de muco ou sangue, cor e


cheiro. Normalmente as fezes são moldadas, de consistência pastosa, de cor castanho-
clara, com cheiro sui-generis, numa quantidade não superior a 150 gramas. Tudo em
adulto normal e na dependência da alimentação ingerida no dia anterior.
2 - Examinar a superfície da amostra para identificar parasitas (Ex: proglotes de Taenia
spp., vermes adultos de Enterobius vermicularis).
3 - Desmanchar as fezes com um bastão para verificar a presença de vermes adultos
(Ex: Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura ou ancilostomídeos).

Importante:

Vermes adultos, se encontrados, devem ser examinados e imediatamente


identificados. As tênias são identificadas especialmente pelo exame de proglotes
grávidas. Como os ovos de Taenia solium são infectantes para o homem, deve-se tomar
muito cuidado ao manipular as amostras. Quando se examina uma proglote grávida, ela
deve ser fixada em formol a 10% e depois clarificada por imersão em glicerina ou solução
de lactofenol (1:1). As ramificações uterinas podem ser mais bem evidenciadas pela
injeção de pequena quantidade de tinta nanquim dentro do útero ou poro genital. Pode-
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se utilizar uma seringa de 1 ml com agulha de calibre 25 para injetar a tinta. O anel deve,
então, ser comprimido com uma leve pressão entre lâminas de vidro.

1 - Exame a fresco (Pesquisa de trofozoítos nas fezes)

A) Fundamento:

Este método deve ser executado em material recentemente emitido (prazo não
superior a 30 minutos, segundo a maioria dos autores, pois os trofozoítos são
rapidamente destruídos). É um método utilizado para a triagem de material e deverá ser
executado antes de qualquer outro método parasitológico. É indicado para pesquisa e
identificação de flagelados, ciliados e amebídeos nas fezes, cuja caracterização é
facilitada tendo-se por base a morfologia e o tipo de movimentação destes protozoários.
O método pode, também, evidenciar cistos de protozoários, ovos e larvas de helmintos.
Os trofozoítos são melhor observados em fezes líquidas, ou fezes que contenham muco
ou sangue, bem como em fezes pastosas. Para comprovação dos tipos de protozoários
evidenciados por este processo, é bastante útil a coloração pela hematoxilina férrica. Por
não se tratar de método de enriquecimento, pode deixar de diagnosticar algumas
parasitoses, devendo, portanto, ser usado em conjunto com outras técnicas.
Quando há a necessidade de ser feita a pesquisa de trofozoítos, e o paciente só
emite fezes sólidas, semi-sólidas ou pastosas, é preciso que o paciente tome um
purgativo salino (sulfato de sódio) na noite anterior ao exame. Quando não for possível
colher e analisar o material no prazo máximo de 30 minutos, deve-se entregar ao paciente
um frasco contendo um fixador e pedir-lhe que misture com esse líquido certa quantidade
de fezes recém-eliminadas (duas partes do fixador para uma de fezes). O fixador de
Schaudinn é um dos melhores para este propósito, pois permite conservar o material
durante várias semanas ou meses, para coloração e exame no momento oportuno.
Porém, por ser extremamente tóxico, pode ser substituído pelo fixador de Junod (SAF).

B) Material:

 Solução fisiológica; bastão de vidro ou palito de madeira; lâmina; lamínula.

C) Procedimento:

1 - Colocar sobre uma lâmina, se possível previamente aquecida a 370 C, uma gota de
solução fisiológica (pode-se deixar a lâmina alguns minutos em uma estufa a 37ºC).
2 - Colher o material (aproximadamente 0,5 g) com um bastão, que é mergulhado em
diferentes pontos da amostra e, de preferência, nas porções que tenham muco ou
sangue, o que aumenta a possibilidade de se encontrar parasitos sob a forma
vegetativa.
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3 - Misturar o material colhido com a gota de solução fisiológica, fazendo-se uma


suspensão homogênea. Cobrir com lamínula e observar ao microscópio com aumento
de 100 e 400 X.

2 - Método Direto

A) Fundamento:

O Método direto é simples de realizar, além de ter um baixo custo. Sua eficácia,
porém, é pequena, porque não executa enriquecimento e pode deixar de diagnosticar
algumas parasitoses. É particularmente interessante para demonstrar o Blastocystis
hominis nas fezes, pois este protozoário é destruído quando se utilizam métodos de
enriquecimento (devido à água), dando um resultado falso-negativo. Ocasionalmente,
também pode ocorrer a ecdise dos ovos maduros de Schistosoma mansoni, quando se
utiliza água nos métodos de enriquecimento, restanto apenas a casca sem o miracídeo,
o que dificulta o diagnóstico. No método direto, não ocorre a ecdise e pode-se inclusive
observar a movimentação do miracídeo (sem adição de Lugol). Muitos artefatos e outros
elementos estruturados podem ser observados: glóbulos vermelhos, glóbulos brancos,
macrófagos, epitélio de mucosa, fungos, células vegetais não-digeridas, grãos de pólen
e pêlos. Pode haver eosinófilos, indicando uma reação imunoalérgica que pode estar
relacionada com uma infecção parasitária ou com algum outro alérgeno, como pólen ou
alimento. Produtos da lise de eosinófilos em degeneração formam os cristais de Charcot-
Leyden, que aparecem como cristais finos com extremidades pontiagudas. Sua presença
indica que ocorreu reação alérgica imune.

B) Material:

 Solução fisiológica; solução de Lugol; bastão de vidro ou palito de madeira; lâmina;


lamínula.

C) Procedimento:

1 - Colocar sobre uma lâmina, uma gota de solução fisiológica e outra de Lugol, em
diferentes pontos.
2 - Colher o material (aproximadamente 0,5 g) com um bastão, que é mergulhado em
diferentes pontos da amostra e, de preferência, nas porções que tenham muco ou
sangue, o que aumenta a possibilidade de se encontrar parasitos sob a forma vegetativa.
3 – Colocar sobre cada uma das gotas, o material colhido, fazendo-se uma suspensão
homogênea. Cobrir com lamínula e observar ao microscópio com aumento de 100 e 400
X.

3 - Método de Lutz (1919), ou de Hoffmann, Pons e Janner (1934).


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A) Fundamento:

Este método é baseado na sedimentação espontânea em água, através da ação


da gravidade, sendo eficaz para ovos e larvas de helmintos e cistos de protozoários. É
muito valioso para a pesquisa de ovos pesados, como os de Schistosoma mansoni. No
caso de evidenciação do Schistosoma, é aconselhável substituir a água destilada por
solução fisiológica, para evitar a liberação (ecdise) do miracídeo. Não sendo utilizada a
solução de Lugol, até mesmo a movimentação do miracídeo, de seus cílios e das suas
células em flama (solenócitos), poderá ser observada.

B) Material:

 Solução fisiológica, água destilada ou água de torneira.


 Solução de Lugol.
 Frasco de Borrel ou similar; bastão de vidro ou palito de madeira; tela metálica ou
tecido de náilon com cerca de 80 a 100 malhas/cm2, ou gaze cirúrgica dobrada em
quatro. Cálice cônico de 125 a 250 ml de capacidade. Lâmina, lamínula, pipeta (opcional).

C) Procedimento:

1 - Colocar a amostra a examinar (2 a 5 g de fezes) em um frasco de Borrel com


aproximadamente 10 ml de água. Se necessário, para haver amolecimento, deixar
em repouso por 10 a 20 minutos.
2 - Misturar bem com o bastão de vidro. Adicionar mais 20 ml de água.
3 - Filtrar a suspensão através da tela ou gaze para o cálice de sedimentação. Os detritos
contidos na tela são lavados com mais água, até completar o volume do cálice. Deixar
em repouso de 2 a 24 horas.
4 - Findo este tempo, observar o aspecto do líquido sobrenadante para tomar uma das
duas alternativas:
a) o líquido está turvo: descartá-lo cuidadosamente sem levantar o sedimento e
colocar mais água até completar o volume anterior, ressuspender o sedimento e deixar
por mais 1 hora em repouso. Este procedimento pode ser repetido por duas ou três vezes,
até que o sobrenadante fique relativamente claro.
b) O líquido está limpo e o sedimento bom: proceder à colheita do sedimento para
exame.
5 - Existem duas técnicas de se colher o sedimento para exame:
a) introduzir uma pipeta até o fundo (com a ponta oposta obliterada) e colher uma
gota do sedimento.
b) desprezar o líquido sobrenadante cuidadosamente, homogeneizar o sedimento e
colher uma gota do mesmo.
6 - Colocar o material colhido numa lâmina, adicionar uma gota de lugol, homogeneizar,
colocar uma lamínula e examinar com aumentos de 100 e 400 X.
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4 - Método de Baermann-Moraes (específico para pesquisar larvas de helmintos nas


fezes)

A) Fundamento:

Este método é um processo baseado no termo-hidrotropismo positivo das larvas.


É utilizado para a extração de larvas de nematóides do solo e a pesquisa, em fezes, de
larvas de Strongyloides stercoralis. Eventualmente, larvas rabditóides ou filarióides de
Ancylostomatidae são encontradas nas fezes, o que pode ocorrer em material colhido e
examinado após 24 horas, ou em pacientes com constipação intestinal. Neste caso, as
larvas devem ser coradas pelo Lugol, procedendo-se, então, ao diagnóstico morfológico
diferencial
Fezes pastosas ou semilíquidas devem ser colocadas em gaze dobrada maior
númenro de vezes. O material muito liquefeito não se presta para este método.
É importante lembrar que a amostra de fezes deve ser recente e colhida sem
qualquer líquido conservador. Havendo suspeita clínica de estrongiloidose (é comum
haver a presença de acentuada eosinofilia), é recomendável proceder de acordo com a
seguinte técnica: solicita-se ao paciente uma amostra de fezes correspondente a todo o
volume de uma evacuação, material que deverá ser enviado ao laboratório o mais
rapidamente possível; divide-se esse material em várias porções (até 10, se possível) e
efetua-se a técnica de Baermann-Moraes em cada uma delas. Com esse procedimento
é possível eliminar os resultados falso-negativos na grande maioria dos pacientes.

B) Material:
 Funil com Borracha;
 vidro de relógio; tubo de centrífuga;
 tela metálica; gaze cirúrgica; termômetro; lâmina; lamínula; solução de Lugol;
 Aparelho de Baermann.

C) Procedimento:
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1 - Montar um funil de vidro ou plástico com 5 a 8 cm de diâmetro, tendo adaptado à sua


haste um tubo de borracha, que é mantido fechado por uma pinça de pressão. Apoiar o
funil em um suporte (aparelho de Baermann).
2 - Colocar um vidro relógio de 10 cm de diâmetro sob o tubo de borracha pinçado.
3 - Colocar sobre o funil uma tela metálica, e sobre esta uma gaze dobrada quatro vezes.
4 - Encher o funil com água aquecida a 40-450 C, até ultrapassar a parte inferior da tela
contida pelo funil.
5 - Depositar, sobre a gaze, 8 a 10 gramas de fezes.
6 - após 60 minutos, pode-se coletar o material a ser examinado de duas maneiras:
a) abrir a pinça e coletar cerca de 5 ml do líquido no vidro relógio, examinando-o ao
microscópio com pequeno aumento, ou diretamente, com o auxílio de uma lupa.
b) abrir a pinça e coletar cerca de 5 ml do líquido em um tubo cônico, centrifugando-
o embaixa rotação (500 a 1000 rpm), durante um minuto. Desprezar o sobrenadante e
colocar o sedimento em uma lâmina, cobrir com lamínula e observar ao microscópio com
pequeno aumento. Em caso de positividade, corar com Lugol e observar com aumento
maior, para melhor identificação.

5 - Método de Rugai, Mattos e Brisola (específico para pesquisar larvas de helmintos


nas fezes)

A) Fundamento:

Trata-se de um método aprimorado do de Baermann que, além de prático,


econômico e higiênico, possui as mesmas indicações e eficiência.

B) Material:

 Gaze; Lugol; termômetro; pipeta; lâmina; cálice cônico de 125 a 250 ml; vidro de
relógio; tubo de centrífuga.

C) Procedimento:

1 - Utilizar o próprio recipiente que acondiciona as fezes (desde que o mesmo não seja
maior que
o diâmetro da abertura do cálice). Retirar a sua tampa e envolvê-lo em um pedaço de
gaze dobrada em quatro, sobre a sua abertura e repuxar as pontas para trás.
2 - Introduzir o recipiente no interior do cálice, fixando-o contra as paredes, sob pressão,
em posição levemente inclinada.
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3 - Colocar água, em temperatura de 40-450 C, pelas paredes do cálice, até cobrir toda a
extensão da abertura do recipiente coberto pela gaze, evitando-se a formação de bolhas
de ar.
4 - Deixar em repouso de 60 a 90 minutos. Sem retirar o recipiente, colher no fundo do
cálice,com o auxílio de uma pipeta, cerca de 3 ml do líquido. Proceder conforme uma das
opções abaixo:
a) colocar o líquido no vidro relógio, examinando-o ao microscópio com pequeno
aumento, ou diretamente, com o auxílio de uma lupa.
b) colocar o líquido em um tubo cônico, centrifugando-o em baixa rotação (500 a 1000
rpm), durante um minuto; desprezar o sobrenadante e colocar o sedimento em uma
lâmina, cobrir com lamínula e observar com pequeno aumento ao microscópio. Em caso
de positividade, corar com Lugol e observar com aumento maior, para melhor
identificação.

6 - Método de FAUST (Centrífugo-flutuação)

A) Fundamento:

Este método baseia-se na centrífugo-flutuação de cistos de protozoários, de ovos


e larvas de helmintos, em uma solução de sulfato de zinco, cuja densidade é 1,180 ( 33
g%). Os ovos pesados, como os de Schistosoma, não são evidenciados por este método.
Trata-se de técnica de escolha para pesquisa de cistos de protozoários.

B) Material:

 Solução de sulfato de zinco (d=1,180); solução de Lugol; frasco de Borrel; funil de


vidro; tubo de centrifugação de 13 x 100 mm; alça de platina; lâmina; lamínula; bastão
de vidro.

C) Procedimento:

1 - Preparar uma suspensão contendo uma parte de fezes para 10 partes de água ( 20
ml), em um frasco de Borrel ou similar. Misturar bem com um bastão de vidro.
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2 - Filtrar a suspensão através de uma gaze dobrada quatro vezes, usando-se um funil
de vidro ou plástico e recolher o filtrado em um tubo de centrifugação.
3 - centrifugar a suspensão de fezes, durante um minuto, a 1000 rpm.
4 - Desprezar o sobrenadante e ressuspender o sedimento em água destilada até  ¾
do tubo.
5 - Repetir as operações indicadas nos itens 3 e 4 até que o líquido sobrenadante torne-
se límpido.
6 - Desprezar o sobrenadante da última lavagem e colocar, no tubo, 2 a 3 ml de solução
de sulfato de zinco.
7 - Homogeneizar bem o sedimento.
8 - Adicionar mais 2 a 3 ml de solução de sulfato de zinco, misturar bem o sedimento e,
em seguida, completar o volume até, aproximadamente, ¾ do tubo. Recentrifugar a 1000
rpm, durante um minuto.
9 - Retirar o material a examinar da película que se forma na superfície da suspensão
centrifugada, através de uma alça de platina, fazendo três a quatro tomadas do
material da superfície, colocando-o no centro de uma lâmina.
11 - Adicionar uma gota de Lugol e cobrir com lamínula para o exame microscópico, com
aumento de 100 e 400 X.

7 – Método de Craig (pesquisa de cistos de protozoários)

Procedimento:

1 - Diluir cerca de 10 g de fezes (do tamanho aproximado de uma ervilha) em 10 ml de


água.
2 - Filtrar com tela de náilon ou gaze para um tubo de centrífuga, através de um funil.
3 - Centrifugar a 1000 rpm durante 5 minutos.
4 - Desprezar o sobrenadante, recolher o sedimento com pipeta e examinar ao
microscópio.

8 - Método de Ritchie ou Método de Blagg (sedimentação por centrifugação)

Este método possui algumas variáveis na execução e conservação das fezes,


conforme descrito a seguir:
 Método de Ritchie (formol-éter): utiliza formol a 10% para conservar as fezes.
 Método de Blagg (MIFC): utiliza o MIF para conservar as fezes.
 Coprotest: processo simplificado da sedimentação por centrifugação,
disponível comercialmente.

A) Fundamento:
Este método é baseado na utilização de material fecal preservado em líquido
conservador de MIF, formol a 10% ou SAF, onde o material é emulsionado e fixado,
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podendo ser examinado após uma hora ou semanas, sem que ocorram alterações de
trofozoítos e cistos de protozoários, ou ainda, ovos de helmintos.

B) Material:
 Solução de Lugol; líquido conservante; éter sulfúrico (ou acetato de etila); tubo
cônico para centrifugação; lâmina; lamínula; rolha de borracha; gaze cirúrgica dobrada
em quatro; swab de algodão.

C) Procedimento (método de Ritchie ou Blagg):

01- Colocar cerca de 2 g de fezes coletadas de várias partes do material fecal em


recipiente contendo ( mais ou menos 10 ml de água corrente ou solução salina a
0,85%.

02- Filtrar a suspensão através de gazes dobrada quatro vezes, e receber o filtrado em
tubo de centrífuga.

03- Centrifugar 1 minuto a 2.500rpm.

04- Decantar o sobrenadante e adicionar 1 a 2 ml de água ou solução salina a 0,85% ao


sedimento antes de ressuspende-lo. Complete com água ( ou solução salina a 0,85%
- 2/3 do volume do tubo. Agitar e centrifugar por um minuto.

05- Repetir a etapa 4, até que o sobrenadante se apresente relativamente claro.


06- Depois que o último sobrenadante é decantado, ressuspender o sedimento com 1 a
2 ml de formol e completar o volume da suspensão com 10 ml de formol a 10%.
Deixar em repouso duranre 5 minutos.

07- Adicionar 3 ml de éter ou acetato de etila, fechar o tubo e agitar vigorosamente, na


posição invertida por 30 segundos. Retire a tampa com cuidado, longe do rosto, pois
o vapor orgânico pode provocar um jato de detritos fecais.

08- Centrifugar por 1 minuto.

OBS: QUATRO CAMADAS SE FORMARÃO:

1ª - Sedimento no fundo do tubo contendo parasitos.


2ª - Camada representada pelo formol.
3ª - Tampão de detritos fecais
4ª - Camada de éter na superfície

09- Afrouxar e separar o tampão de detritos das paredes do tubo com um estilete fino, e
com cuidado decantar as três camadas superiores. Limpar com Swab de algodão as
paredes do tubo, removendo os detritos.

10- Uma pequena quantidade de líquido que permanece nas paredes do tubo escorre
para o fundo do sedimento. Misturar o líquido e o sedimento, preparando as lâminas
para a pesquisa de ovos, larvas e cistos. (colocar uma ou duas gotas de lugol).
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D) Procedimento (Coprotest):

1 - O paciente coleta as fezes diretamente na cavidade do Coprotest, fecha e agita por


dois minutos. Envia ao laboratório.
2 - No laboratório, recolher a amostra em um tubo de centrífuga, acrescentar 3 ml de éter
ou acetato de etila; agitar bem e centrifugar por três minutos a 1000 rpm. Desprezar o
líquido sobrenadante.
3 - Acrescentar duas gotas de Lugol ao sedimento, agitando levemente o tubo.
4 - Colher uma gota do sedimento, colocá-la entre lâmina e lamínula e examiná-la ao
microscópio (100 e 400 X).

9 – Método de Kato-Katz

A) Fundamento:

É uma técnica qualitativa e quantitativa, que permite, pelo uso de material


clarificante, uma boa visualização dos ovos de helmintos porventura existentes na
fezes. É muito usado para o diagnóstico e contagem dos ovos de Schistosoma mansoni,
Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura e Ancylostomatidae (neste último, o diagnóstico
só é possível quando as lâminas são examinadas no máximo até duas horas após sua
preparação, pois, uma vez decorrido maior tempo, os ovos se tornarão transparentes e
pouco visíveis; ocorre o mesmo com os ovos de Hymenolepis nana; para os demais ovos
não há prazo para a pesquisa e, se necessário, é viável guardar as lâminas e examiná-
las em ocasião oportuna). Fezes diarreicas ou diluídas em conservador não se prestam
para realização do método. Existem Kits comerciais disponíveis para esta técnica.

B) Material:

 Solução de verde-malaquita; papel celofane semipermeável cortado em pedaços


de 25 x 35 mm e mergulhado na solução de verde-malaquita por, pelo menos, 24 horas;
palito de madeira ou espátula;
 Tela metálica (marca IBRAS - São Bernardo do Campo, nº 120, fios, urdume e
trama: 0,09mm; ou outra com malhas de 200 micra) - nas malhas desta tela só passam
ovos de helmintos e detritos menores do que eles.
 Placa plástica perfurada ou cartão retangular de 4 x 3 x 0,137 cm de espessura,
com orifício central de 6 mm de diâmetro; lâmina; papel absorvente (higiênico).
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C) Procedimento:

1 - Colocar sobre um pedaço de papel higiênico, as fezes a serem examinadas. Colocar


a tela sobre as fezes, pressionando-a com um palito ou espátula.
2 - Colher o material peneirado e depositar no orifício da placa ou cartão, que deve estar
sobre uma lâmina.
3 - Após encher completamente o orifício, retirar o cartão, deixando as fezes sobre a
lâmina de vidro.
4 - Cobrir as fezes com lamínula de celofane, inverter a lâmina e apoiá-la em papel
higiênico, pressionando-a contra o papel para que ocorra a formação de uma camada
delgada entre lâmina e lamínula.
5 - Aguardar 60 minutos e examinar todos os campos ao microscópio (100 X), fazendo a
contagem dos ovos de cada espécie (separadamente). Os ovos de Schistosoma são
melhores de ver ao fim de 24 horas.
6 – Multiplicar o nº de ovos encontrados pelo fator de conversão (24), o que
corresponderá ao nº de ovos por grama de fezes (a quantidade de fezes contida no
volume que passa pelo orifício é de aproximadamente 41,7 mg. Assim, o número de ovos
contados estará contido em 41,7 mg de fezes, que multiplicado por 24 resulta em 1.000,8
mg).

D) Cálculo:

 Aceitando-se que a evacuação média de uma pessoa é de 100 g de fezes por dia, é
possível calcular o número de ovos por dia multiplicando-se o resultado por 100. Pode
ser obtida uma contagem mais precisa se o volume de fezes de 24 horas for guardado
e pesado. Neste caso multiplica-se o resultado pelo peso total em gramas do material
das 24 horas.
 Para determinar o número de vermes fêmeas existentes, divida o número de ovos/dia
pelo número médio diário de ovos produzidos por uma fêmea. (Ex: Ascaris lumbricoides
- 200.000ovos/dia)
 A carga total de vermes é obtida pela multiplicação do resultado anterior por dois,
visto que proporcionalmente há um macho para cada fêmea, em infecções médias.
 As contagens de ovos clinicamente significativas são as seguintes:
 Ancylostomatidae spp. - 4.500 a 14.000 ovos/g de fezes indicam a presença de
70 a 350
vermes.
 Ascaris lumbricoides - mais de 16.000 ovos/g de fezes indicam a presença de ao
menos 16 vermes.
 Tricuris trichiura - 300.000 ovos/g de fezes indicam a presença de cerca de
seiscentos vermes, o que indica infecções sintomáticas. Menos de 10.000 ovos/g
de fezes estão associados a infecções assintomáticas.
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10 - Método de Willis

A) Fundamento:

O método de Willis foi originalmente preconizado para pesquisa de ovos de


Ancilostomídeos nas fezes, pois trata-se de um método específico para “ovos leves”
(pouca densidade); todavia, pode revelar a presença de outros ovos de helmintos, como
Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura, Enterobius vermicularis e até ovos de
Schistosoma mansoni. Na solução saturada de cloreto de sódio os ovos de helmintos,
por sua menor densidade, tendem a subir, indo ficar aderidos à superfície inferior da
lâmina colocada na parte superior do líquido.
B) Material:

 Cloreto de sódio (sal de cozinha, NaCl); frasco de Borrel ou similar; lâmina;


lamínula; bastão de vidro.

C) Procedimento:

1 - Diluir 10 g de fezes em um frasco de Borrel, utilizando uma solução saturada de sal


(37g de NaCl/100ml de H20);
2 - Completar o volume até a borda do frasco;
3 - Colocar na borda do frasco uma lâmina, que deverá estar em contato com o líquido;
4 - Deixar em repouso por cinco minutos;
5 - Retirar rapidamente a lâmina, invertendo-a em seguida.
6 - Cobrir com lamínula e examinar ao microscópio com aumento de 100 X (o uso de
Lugol é opcional).

11 – Método do Swab anal modificado (Graham, 1941)

A) Fundamento:

Este método é baseado na aderência a uma fita adesiva transparente (tipo “durex”)
de ovos encontrados na região anal e perianal. É bastante eficaz para ovos de Enterobius
vermicularis, podendo ocasionalmente serem evidenciados ovos de outros helmintos,
como Taenia spp., Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura, etc.
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Deve-se fazer a coleta pela manhã, antes que o paciente tome banho ou defeque,
porque os ovos são geralmente depositados na região perianal à noite.

B) Material:

 Lâmina preparada de acordo com o item 1 do procedimento; tubo de ensaio de 150


x 15mm ou abaixador de língua.

C) Procedimento:

1 - Recortar um pedaço de fita adesiva de 2 cm de largura por 10 cm de comprimento e


colar, em suas extremidades, tiras de papel, deixando cerca de 4 cm de superfície
adesiva exposta;
2 - A fita assim preparada é colocada sobre uma lâmina de microscópio limpa e
desengordurada;
3 - No momento do exame a fita é destacada da lâmina, puxando-se as tiras de papel. A
face não adesiva é aplicada contra o fundo de um tubo de ensaio, mantendo-se a posição
da fita segura pelo indicador e polegar nas tiras de papel, nas quais deverão ser anotados
os dados do paciente (nome, idade, data e resultado do exame).
4 - Para efetuar a coleta, o operador abre com a mão esquerda a prega anal do paciente
e com a direita aplica a parte gomada contra a região anal e perianal, exercendo suficiente
pressão para a aderência dos ovos aí presentes.
5 - Após a coleta, a fita é distendida novamente com a face adesiva sobre a lâmina, tendo-
se o cuidado de evitar a formação de pregas e bolhas de ar.
6 - Examinar o preparado diretamente ao microscópio, com aumento de 100 x. A fita de
celofane pode ser liberada deslocando-se uma de suas pontas da lâmina e colocando-se
uma a duas gotas de xilol sobre ela, antes do exame.

12 - Hematoxilina Férrica (Coloração de protozoários intestinais)

A) Fundamento
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Esta técnica é geralmente empregada para fezes diarreicas, e baseia-se na


coloração de cistos e trofozoítos, em material previamente fixado, para melhor
identificação de protozoários intestinais.

B) Material

 Conservador de Schaudinn (ou SAF); soro sangüíneo inativado; álcool a 50%, 70%,
80%, 90% e absoluto; álcool iodado a 70%; alúmen de ferro a 2%; solução aquosa de
hematoxilina férrica a 0,5% (preparada, no mínimo, com 48 horas de antecedência);
creosoto; bálsamo-do-Canadá; lamínula; placas de Petri; tubos de centrífuga; xilol.

C) Procedimento

1 - Centrifugar o material conservado em SAF e usar o sedimento para coloração;


2 - Decantar o sobrenadante e adicionar três gotas de soro sangüíneo inativado;
homogeneizar e fazer esfregaço sobre uma lamínula;
3 - Colocar a lamínula dentro de uma placa de Petri contendo fixador SAF por 2 a 5
minutos;
4 - Passar o esfregaço no álcool a 50% - 2 minutos;
5 - Passar o esfregaço no álcool a 70% iodado - 2 minutos;
6 - Passar o esfregaço no álcool a 90% - 2 minutos;
7 - Passar o esfregaço no álcool a 70% - 2 minutos;
8 - Passar o esfregaço no álcool a 50% - 2 minutos;
9 - Lavar em água corrente - 2 minutos;
10 - Colocar no alúmen de ferro a 2% - 5 a 10 minutos;
11 - Lavar em água corrente - 2 minutos;
12 - Corá-los numa solução aquosa de hematoxilina a 0,5% - 5 minutos;
13 - Lavar em água corrente - 2 minutos;
14 - Colocar o esfregaço em solução aquosa de ácido acético a 7% - cinco minutos;
15 - Lavar em água corrente - 2 minutos;
16 - Diferenciar em alúmen de ferro a 2%, até que o esfregaço adquira uma coloração
cinzento- azulada clara;
15 - Lavar em água corrente - 5 a 10 minutos;
16 - Desidratar nos álcoois a 70%, 80%, 90% e absoluto, permanecendo dois minutos em
cada um deles;
17 - Clarificar no creosoto, que poderá ser aquecido ligeiramente;
18 - Passar o esfregaço pelo xilol e montar com uma gota de bálsamo-do-Canadá;
19 - Examinar ao microscópio, utilizando objetiva de imersão de grande aumento.

13 - Método de Sheather’s (ou flutuação em açúcar)

A) Fundamento:
Esta é uma técnica especial para demonstração de oocistos esporulados ou
esporocistos de coccídios intestinais, particularmente de Sarcocystis hominis e de
Sarcocystis suihominis.
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B) Material:
 Solução de Lugol; Solução saturada de açúcar; Solução fisiológica; lâmina;
 Tubo de centrifugação; papel celofane; elástico; gaze; frasco de Borrel.

C) Procedimento:

1 - Misturar em partes iguais fezes e solução fisiológica de NaCl;


2 - Filtrar a suspensão em gaze dobrada em duas partes;
3 - Recolher o filtrado em um tubo de centrífuga, completando até a metade;
4 - Completar o tubo com solução saturada de açúcar;
5 - Cobrir o tubo com um pedaço de plástico (lamínula) ou papel celofane transparente e
fixá-lo com elástico;
6 - Homogeneizar bem, por agitação;
7 - Caso necessário, complete o volume com solução saturada de açúcar até atingir a
borda do tubo;
8 - Cobrir com lamínula e centrifugar por cinco minutos ou deixar em repouso durante
uma hora;
9 - Retirar a lamínula, colocar sobre uma lâmina e examinar com aumento de 400 X.

14 – Método de Kinyoun modificado (pesquisa de Cryptosporidium spp.)

1 - Realizar um esfregaço com o sedimento fecal em uma lâmina


2 - Deixar secar à temperatura ambiente
3 - Fixar ao calor em bico de bunsen e deixar esfriar
4 - Cobrir o esfregaço com Fucsina e aguardar de 3 a 5 minutos
5 - Lavar em água corrente
6 - Retirar o excesso de corante com a solução álcool-ácido
7 - Cobrir o esfregaço com azul de metileno e aguardar 30 segundos
8 - Lavar em água corrente, retirando o excesso; deixar secar
9 - Observar ao microscópio óptico com objetiva de 100x.

Esta técnica dá uma coloração de boa qualidade, onde os cistos coram-se de rosa
brilhante, ficando facilmente identificáveis.
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15 – Método Harada e Mori (Pesquisa de larvas)

A) Fundamento:

Esse método baseia-se na identificação microscópica de larvas de nematóides que


emergem de amostras fecais cultivadas no papel-filtro em tubo de ensaio. O
procedimento é especialmente útil no diagnóstico de infecções humanas pelo Necator
americanus, Ancylostoma duodenalis e Strongyloides stercoralis.

B) Material:

Material fecal não preservado ( fezes armazenadas sob refrigeração não deverão ser
utilizadas).
Fita de papel-filtro de 15 x 1cm, ou 15 x 2cm com uma dobradura no meio.
Tubo de ensaio ou tubo Cõnico de centrífuga.
Rolha de borracha.
Água

C) Procedimento:

1- Espalhar 0,5 de fezes frescas no papel-filtro, formando um esfregaço fecal fino e


uniforme, em um dos lados da fita, exceto nas áreas de 4cm distante de ambas as
extremidades.
2- Introduzir a fita de papel em um tubo de ensaio ou cônico com 4 ou 5mL de maneira
que a água não contate as fezes.
3- Fechar o tubo com rolha de borracha, conservando-o na posicão vertical durante 10
a14 dias, à temperatura de 25-30C. Papel de celofane ou de polietileno, fixado por
meio de um anel de borracha, pode substituir a rolha de borracha, para prevenir a
dessecação. Durante todo tempo, o tubo deve ser manter em temperatura de 10-
25C
4- No fim do período de incubação, colher, com longa pipeta, a água do fundo do tubo,
a fim de observar se existem larvas filarióides através da microscópia.
5- Ou pode centrifugar o tubo a 500rpm para observação microscopica.
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FÓRMULAS DE REATIVOS E SOLUÇÕES

1 - Solução de Lugol

A solução de Lugol, indicada para corar cistos de protozoários ou matar larvas de


helmintos para exame microscópico, possui a seguinte fórmula:

Iodo(cristais 5g
Iodetodepotássio . 10 g
Águadestilada q.s.p. . 100 ml

2 - Solução Conservadora MIF


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MIF é a sigla de um conservador muito difundido, cujas iniciais significam


Mertiolato, Iodo e Formol.

Águadestilada .. 250 ml
Solução de mercúrio-cromo a 1.500 250 ml
Formol 25 ml
Glicerina 5 ml

Obs: O MIF originalmente descrito por Sapero, realmente continha Mertiolato, Iodo e
Formol. Atualmente, seguindo a modificação proposta pelo prof. Oliveira Coutinho, o
Mertiolato foi substituído por mercurocromo; e o Iodo, sob a forma de Lugol, é adicionado
no momento do exame em lâmina. Por isso o nome do conservante foi modificado para
MIFC (a letra C corresponde ao sobrenome do prof. Coutinho).

3 - SAF

São as iniciais dos componentes de um dos fixadores mais largamente usados


hoje. É muito útil para fezes formadas e para fezes diarreicas, conservando bem os cistos
e os trofozoítos. Por essa característica substituiu o fixador de Schaudinn (que é
extremamente tóxico), para execução da técnica de hematoxilina férrica, no diagnóstico
de trofozoítos de ameba e Giardia.

Acetato de sódio . 1,5 g


Ácido acético . 2,9 ml
Formol a 40% . 4,0 ml
Água destilada 92,5 ml

PARASITOLOGIA
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Socorro Rocha Parasitologia

PARTE ll

___________________

Coprologico funcional

PROFª:SOCORRO ROCHA

Fevereiro de 2019

COPROLOGIA: -- ESTUDO DAS FEZES PARA FINS DIAGNÓSTICOS

FEZES: - Material de eliminação que não foi assimilado durante os processos digestivos
e que é expulso para o exterior através do ânus.

COMPOSIÇÃO DAS FEZES:

As fezes em geral se compõe de: 75 % de água e 25 % de maté – ria sólida


formada por 30 % de bactérias mortas, 10 a 20 % de gorduras, 10 a 20 % de material
inorgânico, 2 a 3 % de proteínas e 30 % de restos, alimentares não digeridos e
constituintes secos de sucos digestivos, como pigmentos biliares e células epiteliais
descamadas.
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Socorro Rocha Parasitologia

A grande quantidade de gordura deriva de ácidos graxos, não absorvidos a


dieta, gordura formada pelas bactérias e gorduras das células descamadas.

MECÔNIO:

- Primeira fezes da vida

- Excreção intestinal expulso por via retal pelo recém nascido, nos 3 primeiros dias de
vida.

- Tem cor: - castanho esverdeado.

- Diariamente: - 4 a 6 deposições durante os 3 primeiros dias de vida.

- REAÇÃO ÁCIDA, SEU pH: - É em torno de 6,1 é constituído por bílis, células de
descamação do tubo digestivo, suco intestinal e gordura.

- O Mecônico contém bilirrubina - ( pigmento de bíli ) é um produto da oxidação


das massas, a biliverdina ( pigmento biliar verde escuro ), que conferem a sua
cor esverdeada.

TEMA: pH fecal

FUNDAMENT0
O pH fecal indica se a reação das fezes é ácida ou básica, pois o pH das
fezes está relacionado ao pH da dieta alimentar e com os gazes desprendidos durante o
processo de putrefação.
O pH ácido é predominante na fermentação, sendo observado na má
absorção de carboidratos, devido fermentação parcial bacteriana dessas substâcias no
intestino delgado.
O pH alcalino é predominante na putrefação e em ditas ricas em proteinas.

As condições para preparo do paciente:


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Socorro Rocha Parasitologia

 Evitar o uso de antibióticos


 Evitar o uso de talco, laxantes e supositórios
 Evitar contaminação com urina

As condições da amostra:
 A amostra deverá ficar em lugar com temperatura ambiente, prazo máximo 24
horas. Conservar até 3 dias em geladeira, caso não seja possível enviar ao
laboratório no prazo de 24 horas.
 As amostras que estiverem em frasco de medicamentos, as que apresentam
fungos na superficie e as que estiverem contaminadas com urina não serve para
análise.
 Evitar coleta da amostra após uso de contraste radiológico ( Bário, Bismuto)

MATERIAIS

 Cálice de sedimentação
 Fita para urinálise
 Bastão de vidro
 Microscopio,
 Tela de náilon ou gaze dobrada
 Frasco de Borrel ou similar
 Água

PROCEDIMENTO

1. Acrescentar em média 10 ml de água no recipiente contendo as fezes


2. Emulsionar com o bastão de vidro ou similar
3. Coar para o cálice com gaze dobrada
4. Mergulhar imediatamente a fita de urinálise
5. Examinar a mudança de cor da almofadinha no local da reação de pH comparando-
a visualmente com a cor e o valor numérico da escala fornecida junto as fitas.

O valor de referência: Normal: 6,8 a 7,2 Lactentes: 5,0 a 6,0

TEMA: Corpos redutores fecais ou Substância Redutora

FUNDAMENT0

A pesquisa de corpos redutores nas fezes é utilizada para detectar deficiências


congênitas ou causadas por lesão não específica de enzimas da mucosa intestinal,
especialmente as dissacaridases (lactase e sacarase). Normalmente os açúcares são
rapidamente absorvidos no Intestino delgado proximal. Se isto não ocorrer, eles
permanecem na luz intestinal causando a diarréia osmótica. A má absorção dos
diferentes açúcares ocasionada por estas deficiências enzimáticas determina o
aparecimento das Substâncias Redutoras nas fezes, além da queda no pH das mesmas.
Apesar da sacarose não ser um açúcar redutor, ela está sujeita à hidrólise ácida no
intestino, sendo então liberados açucares redutores que são avaliados como substâncias
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Socorro Rocha Parasitologia

redutoras. Resultados falsamente negativos são encontrados em pesquisa feita em


material fecal não recente, devido à fermentação dos açúcares causada pelas bactérias
intestinais. A reação será positiva para todos os monossacarídeos e dissacarídeos
quando estão presentes nas fezes.

As condições para preparo do paciente:


 Evitar o uso de antibióticos
 Evitar o uso de talco, laxantes e supositórios
 Evitar contaminação com urina

As condições da amostra:
 A amostra deverá ficar em lugar com temperatura ambiente, prazo máximo 24
horas. Conservar até 3 dias em geladeira, caso não seja possível enviar ao
laboratório no prazo de 24 horas.
 As amostras que estiverem em frasco de medicamentos, as que apresentam
fungos na superficie e as que estiverem contaminadas com urina.
 Evitar coleta da amostra após uso de contraste radiológico ( Bário, Bismuto)

MATERIAIS
 Cálice de sedimentação
 Fita para urinálise
 Bastão de vidro
 Tela de náilon ou gaze dobrada
 Água

PROCEDIMENTO
6. Acrescentar em média 10 ml de água no recipiente contendo as fezes
7. Emulsionar com o bastão de vidro ou similar
8. Coar para o cálice com gaze dobrada
9. Mergulhar imediatamente a fita de urinálise
10. Examinar a mudança de cor da almofadinha no local da reação de glicose,
comparando-a visualmente com a cor da escala junto as fitas.

O valor de referência: Qualitativo: Positivo (quando há mudança de cor na glicose)


Negativo(quando não há mudança de cor na
glicose)

TEMA: Pesquisa de Leucócitos nas fezes

FUNDAMENT0

A presença de leucócitos nas fezes indica processo inflamatório da luz intestinal. Para
confirmação da presença do processo infeccioso há necessidade da demonstração do
agente através do exame bacterioscópico ou técnicas de isolamento e cultura. O exame
microscopico dos leucócitos nas fezes é útil na diferenciação de determinadas doenças
bacterianas nas quais os leucócitos estão ausentes.
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Presença de leucocitos nas fezes:

 Colite ulcerativa crônica


 Disenteria bacilar
 Abscessos
 Fístulas do sigmóide, reto e ânus
 Shigelose
 Salmonelose
 Yersinia
 Escherichia entero-invasiva

Ausência de Leucócitos nas fezes:

 Cólera
 Diarréia por Escherichia não invasiva
 Parasitas como Giardia lamblia, Entamoebas

MATERIAIS

 Microscopio,
 Cálice de sedimentação
 Bastão de vidro
 Tela de náilon ou gaze dobrada
 Frasco de Borrel ou similar
 Água
 Lâminas
 Lamínulas
 Luvas

PROCEDIMENTO

 Colocar a amostra a examinar ( 2 a 5g de fezes) em um frasco de borrel com


aproximadamente 10 ml de água.
 Caso necessário, para amolecimento, deixar em repouso por 10 minutos
 Misturar bem com o bastão de vidro e adicionar mais água.
 Filtrar a suspensão através da tela ou gaze para o cálice de sedimentação
 Deixar em repouso de 2 a 24 horas.
 Após este tempo, observar o aspecto do líquido sobrenadante para tomar uma das
alternativas:
 Se o líquido está turvo, descartá-lo cuidadosamente sem levantar o sedimento e
colocar mais água até completar o volume anterior, ressuspender o sedimento e
deixar por mais 1 hora em repouso.
 Se o líquido está limpo e o sedimento bom, proceder à colheita do sedimento para
exame;
 Essa colheita do sedimento pode ser desprezando cuidadosamente o líquido
sobrenadante ou,
 Introduzindo uma pipeta com extremidade externa obstruída com o dedo até o fundo
do cálice, retirar e colocar o dedo rapidamente, recolhendo pequena parte do
sedimento.
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 Colocar uma gota do sedimento no centro da lâmina;


 Cobrir o material com a lamínula;
 Levar ao microscopio sob o aumento 10 e 40x
 Examinar em ziguezague contínuo

RESULTADO

Focalizar 10 campos microscopicos, contando a eventual presença de leucócitos


polimorfonucleares.
Quando a soma for igual ou superior a 50 leucócitos em 10 campos, indica agressão
do trato intestinal.

VALOR DE REFERÊNCIA: normal de 0 a 6 leucócitos por campo

TEMA: Pesquisa de Leucócitos nas fezes por coloração

1.0 PROCEDIMENTO TÉCNICO:

- Colocar uma gota de solução de azul de metileno de lofler no centro da lâmina.


- Com o auxílio de um bastão de vidro ou palito de madeira, pegue uma pequena
porção da amostra de fezes e misture completa e cuidadosamente com a gota
de solução de azul de metileno. Dê prefrência pela porção de fezes que tiver
muco.
- Colocar uma lâminula sobre a mistura e deixe em repouso por 3 á 5 minutos
para corar os núcleos.
- Observar no microscópio em campos de 40x.
- Focalizar 10 campos microscópicos, contando a eventual presença de
leucócitos polimorfonucleares.
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Socorro Rocha Parasitologia

INTERPRETAÇÃO:

- A soma igual ou superior a 50 leucócitos em 10 campos, indica agressão na


mucosa do trato intestinal.

TEMA: Pesquisa de Sangue oculto nas fezes

FUNDAMENT0

A maioria das provas para pesquisa de sangue em amostras biológicas se vale dos
efeitos catalíticos dos compostos do heme sobre a oxidação de substâncias orgânicas
como a benzidina, o guáiaco fenoftaleina e outras. Dos produtos de desdobramento de
hemoglobina, apenas a hematina retém esta atividade de peroxidase, que está presente
também na mioglobina e em certas enzimas vegetais. Cumpre-se lembrar:
 Pequena atividade fecal de peroxidase pode originar-se de carne da dieta ou,mais
raro, de substâncias vegetais.
 Pequenas quantidades de sangue podem não ter significação clínica.
 O sangue cora a dejeção em negro (melena), quando provém de hemorragia alta
, gátrica ou duodenal, que ultrapasse 50ml.
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Socorro Rocha Parasitologia

 Indívudos perfeitamente normais perdem entre 1 e 3ml sangue por dia nas fezes,
ao que parece de abrasões mínimas da mucosa da nasofaringe e da boca, assim
como do trato gastrintestinal.
 A presença nas fezes de sangue visível ao olho não é normal. Quando presente
em forma de estrias, sobre a superficie externa do bolo fecal, sugere hemorroidas
ou anormalidades do ânus, mas pode também provir de lesões mais alta do colon.
Se o tempo de trânsito for muito rápido, o sangue das partes altas, como o
estômago e o duodeno, pode aparecer vermelho vivo ou vermelho escuro nas
fezes.
 Pode haver sangramento contínuo de lesão duodenal ou gástrica sem que haja
alteração da cor da massa fecal, em vista da exiguidade dessa hemorragia, assim
como se podem observar fezes quase negras nas putrefações intestinais, sem a
presença de sangue.
 A existência de melena não implica necessariamente em hemorragia ativa atual.
Até cinco dias após uma única instilação de sangue no estômago, podem se notar
as fezes da cor de breu, ou semelhante a borra de café, e as provas de sangue
oculto podem permanecer positivas por várias semanas.
 A pesquisa deve ser precedida de dieta rigorosa por quatro dias, das quais se
incluem:

 Não comer carne vermelha, beterraba, cenoura e abóbora


 Não usar medicamentos irritantes da mucosa gástrica (antiflamatórios,
corticoides, ácido acetilsalicilico, ferro e vitamina C
 Não ingerir verduras, sucos artificiais e refrigerantes
 Evitar o uso de laxante e bebidas alcoólicas
 Evitar sangramento das gengivas durante o período da dieta

Pesquisa de Sangue oculto nas fezes usando o reativo de Mayer]


Reação de Mayer-Johannessen:

A fenoftaleina é reduzida pelo zinco para anidrido ftálico, o qual, oxidado pelo oxigênio
desprendido da água oxigenada pelo sangue, se transforma de novo em fenoftaleina.
Como o meio é alcalino, ela assume a coloração vermelha.

MATERIAIS

 Peróxido de hidrogênio a 3%
 Reativo de Meyer- Johannessen: Fenoftaleina ……………….............. 2,0g
Hidróxido de potássio anidro.......... 20,0g
Água destilada q.s.p...................... 100,0ml
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Zinco em pó ................................ 10g


 Tubo de ensaio

PROCEDIMENTO

Preparo do Reativo de Meyer: Aquecer até ferver, acrescentando o zinco para obtenção
de descoloração completa, filtrar, guardar em frasco âmbar com um pouco de zinco em
pó no fundo do recipiente.

Pesquisa do sangue oculto: colocar em um tubo de ensaio 5 ml de uma diluição de


fezes próximo a 5%, acrescentar 0,5 a 1.0, ml do reativo de Mayer e depois duas a
quatro gotas de água oxigenada a 3%.

Leitura do teste: Se houver sangue, surge de imediata coloração vermelha. Reações


muito fracas devem ser desprezadas e coloração rosa-pálido também não tem
significação.

Obs: Existe no comercio Kit como Feca-Cult e/ou Coloscreen com a técnica de
cromatografia para pesquisa de sangue oculto.

TEMA: Dosagem da gordura fecal – Esteatócrito

FUNDAMENT0

A determinação da gordura das fezes permite diagnosticar a esteatorréia, que


consiste em perda de gordura acima do nível considerado normal.
A maior parte de gordura fecal se compõe de ácidos graxos saturados e não
saturados, porque as gorduras neutras são hidrolisadas na posição superior do intestino
delgado pelas lipases. A deficiência de lipase, em geral devido a doença pancreática
aumenta a proporção de gordura neutra, portanto, doença grave do fígado e do trato biliar
ressecções ou fístulas são capazaes de produzir estatórreia, causando em geral ictéricia
e anormalidades da química do sangue.
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Os ácidos graxos da gordura fecal normal não são exatamente os da dieta mas,
pode ser produzidos por ação bacteriana e descamação epitelial.

MATERIAIS

 Tubo capilar para microhematócrito


 Cálice de sedimentação
 Bastão de vidro
 Microcentrífuga
 Cartão de leitura para microhematócrito

PROCEDIMENTO

Diluir 10g de fezes em 5ml de água. Homogeneizar bem, em seguida encher o tubo de
microhematócrito.
Centrifugar por l5 minutos e em seguida realizar a leitura da parte sólida (S) que
corresponde a 1ª camada e da gordura (G) que corresponde a 3ª camada.

Cálculo : G x 100 = %
G+S

Valores de Referência: O coeficiente de retenção de gordura de adultos e crianças


normais é de 95% ou mais, embora em prematuros possa ser muito mais baixo.

VALOR NORMAL : 2% em crianças acima de 45 dias


VALOR MÁXIMO : 25% na 1ª Semana de vida vai reduzindo até 13% na 4ª sem.

OBS: Valores aumentados em recém nascidos alimentados com leite de vaca e


baixos nos de aleitamento natural.

RESUMO DOS MÉTODOS DE DIAGNÓSTICOS PARA AS PRINCIPAIS


PARASITOSES

Leishmaniose Tegumentar:
1. Pesquisa do parasito:
o Fragmento da borda da úlcera
o Punção da úlcera ou linfonodo

2. Escarificação da úlcera ou borda.


o Corado pelo Giemsa ou Leishmam

3. Reações Imunológicas:
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o Reação de Montenegro (teste cutâneo de hipersensibilidade tardia)

Trypamossoma cruzi
1. Fase aguda: exame de gota espessa (corado pelo giemsa)
2. Fase crônica: pesquisa do parasito
a. Xenodiagnóstico: Diagnóstico indireto: método de escolha para
demonstrar o parasito na fase crônica
b. Reação de Machado Guerreiro: sorologia

Trichomonas vaginalis
1. Colheita direta de material com alça de platina: corado com Giemsa ou no meio
de Pavlova.

Giárdia lamblia
1. Fezes formadas: MIF ou Faust
2. Fezes diarréicas: MIF ou SAF

Entamoeba histolytica
1. Fase Aguda (eliminação de trofozoítos)
a. Fezes coradas pela técnica de hematoxilina férrica
b. Cultura no meio de Pavlova

2. Fase Crônica (eliminação de cistos)


a. Método de Faust
b. Método de sedimentação por centrifugação
c. Método de sedimentação espontânea

Toxoplasma gondii
1. Testes sorológicos:
a. Reação de Sabin Feldman (RSF)
b. Reação de Imunofluorescência Indireta (RIF): mais usado, tanto na fase
aguda como na fase crônica.

Métodos Schistossoma mansoni


1. Métodos diretos (evidencia o ovo do parasito)
a. EPF (Exame parasitológico de fezes)
b. Método de Kato-Katz

2. Métodos indiretos (evidenciação imunológica do parasito)


a. Intradermorreação: leitura após 15 minutos
b. Reação de fixação de complemento: possui alta sensibilidade e
especificidade.

Teníase e Cisticercose
1. MIF
2. Tamização: lavagem em peneira fina do bolo fecal e identificação das
proglotes.

Ascaris lumbricóides
1. MIF
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Ancilostoma duodenale e Necator americanus


1. Pesquisa de ovos (enquanto há fezes normais e evacuações diárias)
a. Método de Hoffman, Pons e Janner
b. MIF (método de Blagg)
c. Flutuação (método de Willis)

2. Pesquisa de Larvas (enquanto há constipação)


a. Método de Bermann-Moraes
b. Método de Rugai

Strongyloides stercoralis
1. Diagnóstico de certeza é dado por:
a. Método de Bermann-moraes ou de Rugai

Enterobius vermicularis ou Oxyuris vermicularis


1. Diagnóstico pelo método da fita adesiva ou Graham
a. Ralizado ao amanhecer, antes do banho e repetido em dias sucessivos
caso seja negativo.

Wuchereria bancrofti (filariose)


1. Biópsia de linfonodo infartado e pesquisa do parasito
2. Exame de sangue: gota espessa (mais utilizado) corado pelo Giemsa para
pesquisa de microfilarias

PRINCIPAIS SIGLAS

A) MIF (Metiolato, Iodo, Formol)


B) SAF (Acetato de Sódio, Ácido acético, Formol)

PRINCIPAIS MÉTODOS

A) MÉTODO DE FAUST: centrífugo-flutuação. Usado para pesquisa de cistos e


protozoários
B) MÉTODO DE LUTZ (HOFFMAN, PONS E JANER): sedimentação espontânea.
Usado para diagnosticar ovos ou larvas de helmintos, ou larvas de
protozoários.
C) MÉTODO DE WILLIS: flutuação espontânea. Usado para pesquisa de ovos de
helmintos (principalemente ancilostomindeos).
D) MÉTODO DE BAERMANN-MORAES: usado para pesquisa de larvas
presentes em fezes frescas, em cultura ou pesquisa de focos de larvas
infectantes no solo.
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Socorro Rocha Parasitologia

E) MÉTODO DE RUGAI: usado para pesquisa de larvas presentes em fezes


frescas, em cultura ou pesquisa de focos de larvas infectantes no solo, porém
de execução mais fácil.
F) MÉTODO DE KATO-KATZ: método quantitativo usado para o diagnóstico e
contagem de ovos de Schistossoma mansoni, Ascaris lumbricoidis,
Ancilostomas.
G) MÉTODO DE STOLL-HAUSHEER: usado para contagem de ovos de
ancilostomas e nematelmintos.

Referências

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laboratorial das enteroparasitoses. Brasília, 1987.

CIMERMAN, B.; CIMERMAN, S. Parasitologia humana e seus fundamentos gerais.


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CIMERMAN, B.; FRANCO, M. A. Atlas de Parasitologia – Artrópodes, Protozoários e


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para o diagnóstico das parasitoses humanas. Rio de Janeiro: Atheneu, 2002.
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PESSÔA, S. B.; MARTINS, A. V. Pessôa Parasitologia Médica. 11. ed. Rio de Janeiro:
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