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Curso

Técnico Superior de Segurança no Trabalho

Módulo 6

Agentes Biológicos
Técnico Superior de Segurança no Trabalho
2
Módulo 6 – Agentes Biológicos

Ficha técnica

Título Agentes Biológicos

Autor Daniela Fernandes

Área temática Agentes Biológicos

Público a que se Formandos do curso de Técnico Superior de Segurança no Trabalho


destina

Características Agentes Biológicos


técnicas

Aprofundar conhecimentos em relação aos Agentes Biológicos


associados a Ambiente de Trabalho, nomeadamente:

Objetivos - Saber identificar / avaliar os riscos Biológicos


- Definir medidas de Controlo
- Implementar a Legislação aplicável

OMS, Manual De Segurança Biológica em Laboratório - Terceira edição


Segurança e Saúde no Trabalho: Avaliação e Controlo de Riscos;
Fontes
Almedina, Coimbra;
Miguel, Sérgio (1995), Manual de Higiene de Segurança do Trabalho

Especificações Guia de Acompanhamento


técnicas

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Módulo 6 – Agentes Biológicos

Índice
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 5
2. DEFINIÇÕES ................................................................................................................................... 5
3. ABORDAGEM À MICROBIOLOGIA .............................................................................................. 7
3.1 PRINCIPAIS AGENTES BIOLÓGICOS ................................................................................... 9
3.1.1 BACTÉRIAS ...................................................................................................................................... 9

3.1.2 VÍRUS ............................................................................................................................................. 14

3.1.3 PARASITAS: VERMES E PROTOZOÁRIOS .................................................................................. 15

3.1.4 MICROFUNGOS ............................................................................................................................. 16

3.2 Modo de acção dos diferentes microrganismos patogénicos ................................................ 17


3.3 Condições ideais de multiplicação dos microrganismos ........................................................ 19
4. ACTIVIDADES COM EXPOSIÇÃO AOS AGENTES BIOLÓGICOS ........................................... 23
4.1 Exemplos de riscos laborais ................................................................................................... 24
4.2 Classificação dos agentes biológicos (Segundo o Dec. Lei 84/97) ....................................... 24
4.3 NOTIFICAÇÃO ....................................................................................................................... 26
5. Avaliação dos riscos, controlo e prevenção ............................................................................ 27
5.1 Condições a ter em conta quando em presença de substâncias biológicas perigosas ......... 28
5.2 Medidas de Prevenção ........................................................................................................... 28
5.3 PRINCÍPIOS GERAIS DE PREVENÇÃO............................................................................... 28
5.4 Práticas de Trabalho Seguro .................................................................................................. 29
5.5 Redução dos riscos de exposição .......................................................................................... 29
5.6 Controlo de riscos de exposição dos trabalhadores aos agentes biológicos......................... 30
5.6.1 MEDIDAS DE CONTROLO ............................................................................................................. 30

6. Confinamento ............................................................................................................................... 30
7. Vigilância médica ......................................................................................................................... 31
7.1 Vacinação ............................................................................................................................... 32
8. Formação/Informação ................................................................................................................. 32
9. Transmissão das Doenças Infecciosas ..................................................................................... 32
9.1 Vias de Transmissão .............................................................................................................. 33
9.2 Vias de Exposição .................................................................................................................. 34
9.2.1 EXPOSIÇÃO POR VIA RESPIRATÓRIA ........................................................................................ 34

9.2.2 EXPOSIÇÃO POR VIA CUTÂNEA.................................................................................................. 35

9.2.3 INGESTÃO ...................................................................................................................................... 36

10. RÓTULO, MANIPULAÇÃO E TRANSVASE ................................................................................ 36


10.1 Informações do rótulo ....................................................................................................... 36

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10.2 Manipulação ...................................................................................................................... 36


10.3 Transvase.......................................................................................................................... 37
10.4 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO .................................................................................. 38
10.4.1 EPC – EQUIPAMENTOS DE PROTECÇÃO COLECTIVA ......................................................... 38

10.5 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI ..................................................... 39


10.5.1 Blusas, batas, fatos, toucas e aventais ....................................................................................... 39

10.5.2 Óculos de proteção, óculos de segurança e viseiras de proteção facial ..................................... 39

10.5.3 Máscaras .................................................................................................................................... 39

10.5.4 Luvas .......................................................................................................................................... 40

11. MEDIDAS DE HIGIENE ................................................................................................................ 40


11.1 HIGIENE PESSOAL - área da restauração, clínica, laboratorio, entre outras ................. 40
11.2 Higiene das instalações .................................................................................................... 42
11.3 Esterilização e Desinfecção .............................................................................................. 42
11.4 Plano de emergência e medidas a tomar ......................................................................... 43
11.5 Plano de emergência ........................................................................................................ 43
11.6 Medidas de emergência em laboratórios microbiológicos ................................................ 44
11.7 Material de emergência ..................................................................................................... 46
11.8 Acidentes e Incidentes envolvendo Agentes Biológicos ................................................... 46
11.9 DERRAMES: ..................................................................................................................... 46
11.10 Doenças Profissionais ....................................................................................................... 47
11.11 Síndroma do Edifício Doente ............................................................................................ 48

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1. INTRODUÇÃO

“Todos os anos, cerca de 320 000 trabalhadores morrem em todo o mundo devido a doenças
contagiosas, dos quais cerca de 5 000 na União Europeia. Nos últimos 10 anos, a cobertura dos
meios de comunicação social sensibilizou a opinião pública para os riscos biológicos, como o
antraz (devido às atividades bioterroristas), a síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e a
ameaça da gripe aviária. Mas os agentes biológicos são omnipresentes e, em muitos locais de
trabalho, os trabalhadores correm riscos biológicos muito graves.”

Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho. 2007

A proteção dos trabalhadores é um processo abrangente, envolvendo a avaliação dos riscos devido à
exposição a agentes biológicos, identificação dos agentes causadores de risco, a possibilidade de
propagação na coletividade e o tempo de exposição efetiva ou potencial dos trabalhadores.

A avaliação dos riscos permite formular orientações para a aplicação de medidas de proteção dos
trabalhadores de agentes biológicos perigosos, bem como de agentes cuja perigosidade ainda não
esteja definida. Permitirá, ainda, ao empregador submeter os trabalhadores a exames de saúde, de
modo a acompanhar a evolução do seu estado de saúde e, se necessário, adotar as medidas
preventivas adequadas.

Riscos biológicos - incluem infeções agudas e crónicas, parasitoses, reações alérgicas e tóxicas
Exemplos:
• Infeção: bactérias, vírus, e fungos
• Parasitoses: protozoários
• Reação alérgica: pólen e esporos de fungos
• Inclui ataques e mordeduras de animais domésticos ou selvagens

Figura 1 – Infeções associadas aos riscos biológicos (Fonte: www.google.pt)

2. DEFINIÇÕES

Agentes biológicos – são microrganismos (bactérias, vírus, protozoários, fungos), incluindo os


geneticamente modificados, as culturas de células e os endoparasitas humanos suscetíveis de
provocar infeções, alergias ou intoxicações.

Microrganismo - qualquer entidade microbiológica, celular ou não celular, capaz de replicação ou de


transferência de material genético.

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Microrganismo geneticamente modificado (MGM) - um microrganismo cujo material genético foi


modificado de uma forma que não ocorre naturalmente por reprodução sexuada e/ou por recombinação
natural.

Cultura celular - a multiplicação in vitro de células, a partir de organismos multicelulares.

Nível de confinamento - o conjunto das medidas que, no local ou área de trabalho, garantem as
condições de segurança e saúde adequadas à realização do trabalho ou manipulação de agentes
patogénicos.

Agentes biológicos patogénicos - agentes biológicos capazes de originar doença.

Parasitas – Agentes biológicos sem capacidade de se reproduzir fora de um corpo vivo


(hospedeiro)

Patogénicos oportunistas – Agentes biológicos que vivem e se reproduzem no ambiente


normal, mas em determinadas circunstâncias podem causar doenças se entrarem no
organismo e as defesas deste estiverem deficitárias.

Agentes biológicos comensais - agentes biológicos que não apresentam qualquer perigo e que se
fixam na pele e/ou entram no organismo, alojando-se nos aparelhos respiratório e digestivo.

Infetividade – conjunto de qualidades específicas do agente que lhe permite vencer barreiras externas
e penetrar noutro organismo vivo, multiplicando-se aí com maior ou menor dificuldade.

Patogenicidade – capacidade do agente infecioso, uma vez instalado no organismo invadido, produzir
sintomas em maior ou menor proporção dentro dos hospedeiros infetados.

Infeções alimentares – resulta da ingestão de alimentos contendo microrganismos patogénicos, que


colonizam no hospedeiro (Ex: Salmonella, Shigella, Bacillus cereus, vírus da Hepatite A).

Intoxicações alimentares – resulta da ingestão de alimentos contendo substâncias tóxicas – as


toxinas. (toxina do Clostridium botulinum).

Infeção – invasão das células do corpo e produção de toxinas.

Exotoxinas - são libertadas para o exterior da bactéria quando está viva (bactérias gram-
positivas e gram-negativas).

Endotoxinas – toxinas que só se libertam para o exterior apenas quando a bactéria morre.
(Acontece especialmente com bactérias gram-negativas).
Moléculas biologicamente potentes, com importantes atividades biológicas
principalmente relacionadas com processos inflamatórios.
Há estudos que apontam para uma associação entre a exposição a endotoxinas e o
desenvolvimento de sintomatologia pulmonar e doença sistémica.

Alergia – Estado de sensibilidade com resposta inflamatória perante a presença de moléculas


exógenas ao organismo (xenobíóticas), causando mal-estar e desconforto. No caso de
hipersensibilidade pode conduzir à morte (por choque anafilático – resposta inflamatória extrema e
generalizada)

Exemplos:
- Esporos e toxinas (bactérias e fungos)
- Pólens
- Pele, penas e pelos de animais

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Virulência – capacidade de um bioagente produzir casos graves ou fatais. Relaciona-se com a


produção de toxinas e a sua capacidade de multiplicação no organismo invadido.

Poder Invasivo – capacidade do agente infecioso iludir ou escapar ao sistema imunológico do


hospedeiro (inibindo / diminuindo a resposta celular e/ou humoral)

Imunogenicidade – capacidade do agente induzir imunidade no hospedeiro

Transmissibilidade – Maior ou menor facilidade com que o agente passa de um hospedeiro para
outro. Relacionado com a sua capacidade de sobrevivência fora do organismo

Epidemia – origem em 2 vocábulos gregos


EPI – “sobre”
DEMOS – “população”
A ocorrência, numa comunidade ou região, de casos de doença, acidente, malformação congênita,
comportamento especificamente relacionado com a saúde ou outros acontecimentos relacionados com
a saúde que ocorre em um determinado momento e espaço, é um fato até aqui normal, já que
interagimos com o ambiente e outras formas de vida. Um surto epidêmico ocorre quando há um grande
desequilíbrio com o agente (ou surgimento de um), sendo este posto em vantagem. Este desequilíbrio
é comum quando uma nova estirpe do organismo aparece (mutação) ou quando o hospedeiro é
exposto pela primeira vez ao agente.
Pandemia - é uma epidemia (uma erupção de uma doença infeciosa) que se esparrama por uma
região grande (por exemplo, um continente), ou até mesmo pelo mundo.
Endoparasita - Em ecologia, chamam-se endoparasitas aos parasitas que vivem no interior do corpo
do hospedeiro, como é o caso de muitas bactérias e das tênias. Invadem o corpo do hospedeiro para
alimentar-se ou procriar-se. Os endoparasitas aproveitam da proteção, fornecida pelo hospedeiro,
utilizam-se do processo digestivo do hospedeiro para se alimentar, quando o mesmo não se alimenta
do próprio sangue do hospedeiro, e ainda é no interior do hospedeiro que os endoparasitas se
reproduzem ou desenvolve uma fase de sua vida, quando o mesmo apresenta uma fase de vida livre
e outra no hospedeiro.

3. ABORDAGEM À MICROBIOLOGIA

A vida humana está intimamente relacionada com os microrganismos, abundantes no solo, no mar e
no ar. Invisíveis a olho nu, esses seres oferecem evidências de sua existência.

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Figura 2 – Seres Vivos divididos em 5 Reinos (Fonte: www.google.pt)

PLANTAS, ANIMAIS E
FUNGOS

PROTISTA - Protozoários e
Fitoflagelados (formas
primárias unicelulares
ou unicelulares coloniais)

MONERA – Procariontes
(incluindo as bactérias)

Figura 3 – Microrganismos presentes no solo (Fonte: www.google.pt)

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REINO MICROORGANISMOS TIPO DE CÉLULAS


ANIMAL Helmintos Eucariótica
VEGETAL Nenhum Eucariótica
PROTISTA Protozoários Eucariótica
FUNGI Fungos Eucariótica
MONERA Bactérias Procarióta
Vírus Acelular

Figura 4 - Relações biológicas dos microrganismos patogénicos (Fonte: www.google.pt)

3.1 PRINCIPAIS AGENTES BIOLÓGICOS

3.1.1 BACTÉRIAS
As bactérias são seres unicelulares, procariotas (sem um núcleo verdadeiro), com uma estrutura muito
simples, o que lhes permite replicarem-se muito rapidamente caso encontrem nutrientes, temperatura,
pH, humidade e concentração de oxigénio favoráveis.
Um aspeto muito importante das bactérias é a capacidade que algumas têm para produzir esporos,
que mais não são do que formas resistentes que lhes permitem sobreviver, por vezes durante muitos
anos a situações adversas tais como: temperaturas extremas, falta de água ou nutrientes, etc.

Figura 5 – Bactérias solo (Fonte: www.google.pt)

Figura 6 - Exemplo de profissionais expostos a bactérias e formas de contágio (Fonte: www.google.pt)

As bactérias podem ser classificadas segundo vários tipos:

- Quanto ao tipo de respiração;


aeróbias- as que utilizam oxigénio na respiração.
anaeróbias- as que não utilizam oxigénio na respiração.
facultativas- as que podem viver com ou sem oxigénio

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- Quanto á forma :
esféricas- cocos
em forma de bastonetes- bacilos
em forma de saca-rolhas- espirilos
em forma de vírgula- vibriões
- Os cocos podem apresentar-se com disposições diferentes :
isolados- micrococos
aos pares- diplococos
em cadeia- estreptococos
em cacho de uvas- estafilococos

Figura 7 – Estrutura de uma bactéria (Fonte: www.google.pt)

- Quanto á coloração, com técnica de Gram, as bactérias podem corar :


De roxo- as Gram positivo (Gram +)
De vermelho- as Gram negativo (Gram -)

Geralmente, as infeções bacterianas de origem alimentar são referidas simplesmente como infeções
alimentares. Os principais sintomas são diarreias, dores abdominais, vómitos, desidratação e, por
vezes, febre, aparecem após um período de incubação que pode durar umas horas ou vários dias, e
podem prevalecer durante um período que pode variar entre um dia e uma semana.

Tabela 1 - Bactérias Implicadas em Doenças de Origem Alimentar


Alimentos mais
Alimentos notificados no RASFF*
Género Espécies / Estirpes frequentemente
(Março 2005 -Agosto 2006)
associados
Bacillus B. cereus Arroz, Cereais, Cacau
Pratos de carne, Leite UHT
Vegetais Massas demi-frescas
Alimentos que Mistura de especiarias
tenham tido contacto (curcuma)
com o solo ou com Peixe

B. licheniformis Alimentação dietética
(crianças)
Brucella Leite cru
Derivados de
animais
contaminados

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Campylobacter C. jejuni Alimentos proteicos Coelho


crus ou pouco Frango
cozinhados Manteiga
Lacticínios
Clostridium C. botulinum Carnes
insuficientemente
curadas ou sem
conservantes
Conservas caseiras
de carnes ou
vegetais
C. perfringens Manejamento
inadequado
Refrigeração lenta
Alimentos aquecidos
a baixa temperatura
Escherichia E. coli Água ou alimentos Carne vaca, Chá de limão, Queijo Brie
com contaminação Mexilhão
fecal Salame
Produtos à base de leite
Listeria L. monocytogenes Leite Bacon entremeado, Carne de cavalo,
Derivados do leite Carne de vaca cozinhada, Filetes de
Saladas Pangasius, Halibute, Linguiça, Paté,
Queijo de leite cru, Queijo fumado,
Peixe (Pangasius hypophthalmus),
Salame, Salmão fumado
Sushi
Salmonella S. Enteritidis Frango Carne porco, Carne vaca, Codornizes,
S. typhimurium Pato Frango, Pato, Peru, Ovos
Peru
Ovos
S. Aberdeen, S. Agona, Alimento para crianças, Bacon, Leite
S. Bardo, S. Bareilly, S. para crianças, Camarão, Carne de
Bilu, S. coelho, Carne porco, Carne de javali,
Blockley,S.Cerro, Carne de vaca, Chá de ervas, Chouriço,
S.choleraesius, Curcuma (especiaria), Foie gras,
S.Cubana, S. Gabon Frango, Ganso, Gelado
S. Derby, S. Dublin, S. Gengibre, Javali
Gold Coast, S. Leite em pó, Leite para bebés,
Hadar, S. Indiana, S. Linguiças, Mexilhão, Pato, Peru,
Infantis, S. Pimenta moída, Pintada, Queijo cabra,
Johannesburg, S. Queijo fresco, Queijo pasteurizado,
Livingstone, Ração de peixe, Rebentos de soja,
S.Mbandaka, S. Sementes de colza, Sementes de
Meleagridis, sésamo, Vitela
S. Mgulani, S.
Minesota, S.
Montevideo, S. Napoli,
S. Oranienburg, S.
Orion, S. Panama, S.
Salamae, S. Paulo, S.
rissen, S.salamae, S.
Senftenberg, S.

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Stourbrige, S. Virchow,
Grupo B, Grupo C,
S. typhi Água
S. paratyphi
Shigella S. dysenteriae Saladas, Leite, Aves
Produtos hortícolas
Staphylococcus S. aureus Carne, Leite, Ovos e Marisco
derivados Peixe
Resulta da Queijo de leite cru
manipulação
Alimentos ricos em
proteína e água
Streptococcus S. pyogenes Leite cru, gelados,
saladas,
mariscos
Vibrio V. cholerae Peixe, marisco e Camarão
V. parahaemolyticus moluscos crus ou
V. vulvinicus insuficientemente
cozinhados
V. alginolyticus Camarão
Yersinia Y. enterocolitica Leite cru, Aves,
Carnes, Mariscos,
Vegetais
* RASFF- Rapid Alert System for Food and Feed

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Figura 8 - Classificação das bactérias de importância médica (Fonte: www.google.pt)

Importância das bactérias


DECOMPOSITORAS: devolvendo ao meio ambiente as moléculas que estavam na estrutura dos seres
vivos e na composição de seus dejetos, reciclam e fertilizam o solo, garantindo a continuidade da vida.
FIXAÇÃO DO NITROGÉNIO ATMOSFÉRICO (N2) nas suas estruturas celulares. Outras libertam
nitratos (NO-3) no solo, fertilizando-o.

ALIMENTOS - na produção de iogurtes, queijos, leites fermentados, vinagre e bebidas.

PRODUZEM antibióticos, vitaminas, acetona, metanol, butanol e outros.

TRATAMENTO DE ESGOTOS na degradação dos resíduos orgânicos. Nas Unidades de reciclagem


de lixo, são utilizadas na produção de adubos de compostagem.

BIOTECNOLOGIA: São as principais ferramentas da engenharia genética

CIRURGIA PLÁSTICA: A toxina botulínica, produzida pelas bactérias da espécie Clostridium


botulinum tem a capacidade de paralisar a musculatura, relaxando-a. É conhecida pelo nome comercial
de Botox, muito usada pelos cirurgiões plásticos, em pequenas quantidades, para a atenuação de
rugas e marcas de expressão.

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3.1.2 VÍRUS
São as formas de vida mais simples, constituídas unicamente por material genético que precisam
sempre de um hospedeiro (ser vivo que é infetado) para se poderem reproduzir. Não são seres
unicelulares. São partículas com várias formas geométricas características, constituídas por um ácido
nucleico e proteínas.
O mecanismo de infeção mais comum é a introdução do seu material genético nas células do
hospedeiro, onde se replicam à custa da célula até à sua destruição, passando então a infetar outras
células. As doenças provocadas por vírus denominam-se viroses.

Figura 9 - Exemplo de profissionais expostos a vírus e formas de contágio (Fonte: www.google.pt)

Tabela 2 - Vírus Implicados em Doenças de Origem Alimentar


Alimentos
notificados no
Alimentos mais frequentemente
Vírus RASFF*
associados
(Março 2005
- Agosto 2006)
Astrovírus
Hepatite A Água
Marisco
Saladas
Hepatite E Água
Rotavírus Fruta
Saladas
Transmissão fecal-oral (a transmissão
pessoa a pessoa é a mais frequente)
Vírus de Norwalk (também Água Framboesas,
designados norovirus, calcivírus) ostras cruas
* RASFF- Rapid Alert System for Food and Feed

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3.1.3 PARASITAS: VERMES E PROTOZOÁRIOS


Os vermes e os protozoários são parasitas, isto é organismos que vivem sobre ou no interior de outro
organismo (o hospedeiro), beneficiando desta associação enquanto prejudicam o hospedeiro, do qual
geralmente obtêm nutrientes.

Figura 10 – Características dos parasitas (Fonte: www.google.pt)

Figura 11 - Exemplo de profissionais expostos a parasitas e formas de contágio (Fonte:


www.google.pt)

As Doenças de Origem Alimentar provocadas por estes parasitas são muito menos frequentes do que
as de origem bacteriana.
Estes parasitas, que são muito maiores do que as bactérias, podem crescer e atingir o estado adulto
no trato gastrointestinal do homem, ou ser diretamente ingeridos por consumo de tecidos de animais
contaminados. Nalguns dos casos os sintomas podem durar várias semanas ao fim das quais
diminuem ou desaparecem, para posteriormente reaparecerem.
Entre os principais parasitas causadores de Doenças Origem Alimentar encontram-se Giardia lamblia,
G. intestinalis, Cryptosporidium parvum (protozoários) e Trichinella spiralis; (verme).

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Tabela 3 - Parasitas Envolvidos em Doenças de Origem Alimentar

Alimentos mais frequentemente Alimentos notificados no


Género Espécies associados RASFF*
(Março - Agosto 2006)
Cryptosporidium C. parvum Leite, Água, Vegetais
Transmissão oral-fecal
Também ocorre transmissão
indivíduo-indivíduo
Diphyllobothrium Salmão
Outros peixes
Entamoeba E. histolytica
Giardia G. lamblia Alimentos ou águas expostos a
(ou contaminação fecal
intestinalis)
Ascaris A.
lumbricoides
Anisakis A. simplex Salmão, Bacalhau, Badejo, Bacalhau seco
Arenques, etc. Sardas
Esta larva encontra-se no músculo de Tamboril
muitos peixes
Taenia T. saginata
T. solium
Trichinella T. spiralis Javali
Porco
Músculo de animais que comem
carne
Cyclospora C. Água e alimentos contaminados com
cayetanensis fezes

3.1.4 MICROFUNGOS
São seres vivos, uni ou pluricelulares, eucariotas, que podem provocar doenças no homem.
Os fungos não produzem clorofila; isto significa que eles não podem sintetizar açúcares, desta forma
eles devem obter os seus nutrientes externamente (noutros organismos).
São considerados microrganismos heterotróficos, incapazes de sintetizar o seu próprio alimento,
obtendo a sua alimentação a partir de matéria orgânica inanimada ou nutrindo-se como parasitas de
hospedeiros vivos.

Figura 12 - Exemplo de profissionais expostos a fungos e formas de contágio (Fonte: www.google.pt)

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INCLUEM LEVEDURAS E BOLORES.


Leveduras – Em geral, as leveduras reproduzem-se assexuadamente por gemulação, um
processo em que uma nova célula, designada célula filha, é formada pela célula parental a
partir de uma protuberância designada gema.
A Saccharomyces ellipsoideus é a levedura do vinho e a Saccharomyces cerevisiae a da
cerveja, a qual possui numerosas variedades obtidas a partir de culturas artificiais.
Além de se utilizar na produção da cerveja, é também o agente fermentativo utilizado no fabrico
do pão.
Devido à sua composição e ação química, as leveduras são muito utilizadas em medicina
contra as avitaminoses (raquitismo e escorbuto), furunculoses, dermatoses e perturbações
intestinais.

Bolores
• são filamentos ramificados
• têm várias formas, tamanhos e cores
• necessitam de oxigénio
• Alguns exemplos: Aspergillus, Fusarium, Penicillium, Cladosporium, Trichoderma
• são utilizados no fabrico de alguns alimentos, como queijo o Roquefort
• são indicadores de más condições de armazenamento (pão, chouriço...)
• produzem aflatoxinas (toxinas B1,B2,G1,G2,M1 e M2) que são compostos carcinogénicos,
que atacam os órgãos moles.
• as aflatoxinas são compostos relativamente estáveis em produtos alimentares.
• A primeira descoberta de aflatoxicose ocorreu em 1960 e foi denominada Doença “X” dos
perus, sendo responsável pela morte de mais de 100 000 perus.

3.2 MODO DE ACÇÃO DOS DIFERENTES MICRORGANISMOS PATOGÉNICOS


- por invasão direta, com todas as complicações provocadas pela sua presença;
- por produção de enzimas e de toxinas, que são difundidas no organismo humano;
As toxinas produzidas pelas bactérias têm uma ação patogénica perigosa. Existem milhares de
espécies de microrganismos, mas apenas um número reduzido apresenta risco para a saúde humana.

Alguns destes, como as bactérias e alguns fungos, têm a capacidade de produzir toxinas – exotoxinas,
caso sejam libertadas durante o período de vida do microrganismo, endotoxinas caso a sua libertação
se efetue após a morte e desintegração do microrganismo.

Exotoxinas - são libertadas para o exterior da bactéria quando está viva (bactérias gram-
positivas e gram-negativas).

Endotoxinas – toxinas que só se libertam para o exterior apenas quando a bactéria morre.
(Acontece especialmente com bactérias gram-negativas).
Moléculas biologicamente potentes, com importantes atividades biológicas
principalmente relacionadas com processos inflamatórios.
Há estudos que apontam para uma associação entre a exposição a endotoxinas e o
desenvolvimento de sintomatologia pulmonar e doença sistémica.

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Figura 13 - Representantes da flora normal de importância médica (Fonte: www.google.pt)

Figura 14 – Doenças associadas aos Agentes Biológicos (Fonte: www.google.pt)

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Tabela 4 – Infeções de origem alimentar


Infecções de origem alimentar
Características e Período de
Infecção Microrganismo Alimentos
Incubação
S. typhimurium Enterotoxina e Citotoxinas
Salmonelose Carne, peixe, ovos, produtos lácteos
S. enteritidis 8-48 h
Campilobacteriose C. jejuni Normalmente 2-10 dias Leite, porco, aves, água
L. Meningites e aborto
Listerioses Produtos cárneos e lácteos
monocytogenes Período variável
Diarreia e colite E. Colite hemorrágica
E. coli Leite cru, carne mal passada
coli 24-72 h
S. sonnei
Shigelose 24-72 h Ovos e derivados
S. flexneri
Náuseas, vómitos e fadiga
evoluindo para paralisia Conservas que não sofreram o
Botulismo C. Botulinum
muscular, diplopia e morte 12- tratamento térmico adequado
72 h
Náuseas, vómitos e dores Alimentos deixados várias horas à
Estafilocócica S. Aureus
abdominais 2-6 h temperatura ambiente
Diarreia aquosa, náuseas e Pratos de carne preparados com
--- C. perfringens
dores abdominais 8-16 h antecedência
Tipo emético Bacillus cereus Náuseas e vómitos 1-6 h Pratos com arroz
Dores abdominais
Pratos com cereais, puré de batata e
Tipo diarreico Bacillus cereus espasmódicas e diarreia 4-16
carne picada
h

3.3 CONDIÇÕES IDEAIS DE MULTIPLICAÇÃO DOS MICRORGANISMOS

15
minutos

30
minutos

Figura 15 – Duplicação das bactérias (Fonte: www.google.pt)

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Módulo 6 – Agentes Biológicos

Fatores intrínsecos (relacionados com o próprio alimento) que afetam o crescimento


microbiano

- pH

- Atividade da água (aw)

- Presença ou ausência de Oxigénio

- Nutrientes disponíveis

- pH - Constituintes antimicrobianos

- Atividade da água (aw) - fornece uma indicação da água disponível no alimento para o
microrganismo se desenvolver ou sobreviver.
Intervalo: 0 - 1,0

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21
Módulo 6 – Agentes Biológicos

- Presença ou ausência de Oxigénio

- Nutrientes disponíveis - Processo pelo qual os organismos vivos obtêm energia, em forma de
alimento, para o crescimento, manutenção e reparação.

Os principais tipos de nutrição são:


- a nutrição heterotrófica - característica dos animais, fungos e algumas bactérias;
- a nutrição autotrófica - característica das plantas e da maioria das bactérias
- a nutrição por absorção - tipo de alimentação em que o movimento de um fluido ou de uma
substância dissolvida atravessa uma membrana celular.
Por exemplo, nos animais, o alimento solúvel é absorvido para o aparelho circulatório através
das células que constituem o tubo digestivo.
Nas plantas, a água e sais minerais são absorvidos do solo através das células da raiz.

- Constituintes antimicrobianos - São agentes químicos que inibem o crescimento de


microrganismos.
O cloreto de sódio (sal de cozinha) é o agente antimicrobianos mais antigo.
Ácidos orgânicos (acético, benzóico, propanóico e sórbico), são usados como agentes
antimicrobianos em alimentos com baixo valor de pH.

Nitratos e nitritos são utilizados para inibir o crescimento da bactéria Clostridium botulinum em
alimentos que contenham carne crua (linguiça, presunto, bacon e salame).

Dióxido de enxofre e sulfitos são usados para controlar o crescimento de microrganismos em


frutas secas, sucos e vinhos.

Nisin e natamicina, são usados para inibir o crescimento de bactérias e fungos.

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Módulo 6 – Agentes Biológicos

Fatores extrínsecos que afetam o crescimento microbiano

- Temperatura
- Tempo
- Humidade relativa
- Presença de gases
- Presença e actividade de outros organismos

- Temperatura

Figura 16 – Gama de temperaturas para microrganismos procarióticos (Fonte: www.google.pt)

 Abaixo dos 5ºC existem bactérias que se reproduzem, mas muito, muito lentamente.
 Abaixo dos -12ºC as bactérias já não se multiplicam.
 Abaixo dos -18ºC os microrganismos apenas “adormecem” e estão prontos a “acordar”
quando as temperaturas forem favoráveis.

O frio apenas inibe os microrganismos!

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23
Módulo 6 – Agentes Biológicos

 As temperaturas perto do ponto de ebulição da água (100ºC) e durante um determinado


período (min ou seg.) a maior parte dos microrganismos não resistem e morrem. Contudo,
para alguns esporos bacterianos só será garantida a sua destruição a temperaturas superiores
a 120ºC.

- Humidade relativa
• Muito elevada: condensação - multiplicação
• Muito baixa: perda de humidade - inibição.

- Presença e concentração de gases


• Oxigénio ou ar
• Atmosfera anaeróbia
• CO2
• Ozono

- Presença e atividade de outros organismos


• Inibição ou destruição de um microrganismo pelo outro
• Interferência

4. ACTIVIDADES COM EXPOSIÇÃO AOS AGENTES BIOLÓGICOS

Os agentes biológicos com efeitos nocivos para a saúde das pessoas em geral, podem formar-se por
diversos processos biotecnológicos onde ocorre produção e/ou utilização destes agentes. Poderão
estar expostos a agentes biológicos com riscos para a sua saúde em vários sectores de atividades,
nomeadamente:

Atividades agrícolas e em unidades de produção alimentar: O leite não tratado, por


exemplo, pode ser veículo de infeções bacterianas e a manipulação de azeites vegetais pode
ocasionar doenças cutâneas.

Atividades ligadas à pecuária: Contacto com animais ou produtos de origem animal. O sector
profissional ligado à criação e abate de aves é agora um sector que exige cuidados especiais.

Atividades ligadas à saúde e a laboratórios: Os riscos biológicos a que os trabalhadores se


expõem derivam do contacto direto ou indireto com doentes ou cadáveres infetados. Nos
laboratórios o risco será devido ao manuseamento de microrganismos, patogénicos ou
desconhecidos, ou do contacto com animais para experimentação, por exemplo.

Atividades em unidades de recolha, transporte e eliminação de resíduos: Os detritos são


um meio ideal para a proliferação de microrganismos.

Trabalho em instalações de tratamento de águas residuais: As águas residuais podem


veicular diversas doenças.

Trabalho em matadouros

Indústria das farinhas e rações

Indústria da madeira e da cortiça

Indústria têxtil, entre outras,..

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24
Módulo 6 – Agentes Biológicos

Os riscos biológicos incluem infeções agudas e crónicas, parasitoses, reações alérgicas e


tóxicas, provocadas por distintos agentes biológicos ou seus constituintes.

Exemplos:
• Infeção: bactérias, vírus, e fungos
• Parasitoses: protozoários
• Reação alérgica: pólen e esporos de fungos
• Inclui ataques e mordeduras de animais domésticos ou selvagens

4.1 EXEMPLOS DE RISCOS LABORAIS


Refeitório – Intoxicações alimentares como salmonelose, botulismo
Lixo – Infeções de pele
Esgoto – leptospirose em trabalhadores da rede de esgoto
Vestiários/duches – Locais com más condições de higiene permitem a proliferação
de fungos, vírus etc.

A Inspeção-geral do Trabalho lançou uma campanha de inspeção em hospitais, unidades de saúde e laboratórios de
análises clínicas, na região centro e sul do país, com o objetivo de avaliar as condições de trabalho em estabelecimentos
com risco de exposição a agentes biológicos.
Quanto à ação propriamente dita, a mesma envolveu 16 Inspetores do Trabalho, em equipas de 2,
pertencentes às unidades orgânicas regionais de Coimbra, Figueira da Foz, Castelo Branco/ Covilhã,
Leiria, Lisboa, Vila Franca de Xira/Santarém, Almada/Barreiro e Évora/Beja, acompanhados por
representantes das diversas Administrações Regionais de Saúde. Foram visitados 23
estabelecimentos de saúde, dos quais 9 públicos e 14 privados, envolvendo um universo de 7274
trabalhadores. Por departamentos, foram inspecionados 2 unidades de anatomia patológica, 2 de
hemodiálise, 15 blocos operatórios/cirurgia, 1 bloco de partos, 12 laboratórios, 1 lavandaria e 1 cozinha.
Da análise feita à documentação requerida nas visitas, nomeadamente aos relatórios de acidentes de
trabalho e de doenças profissionais dos estabelecimentos, verificou-se que entre os anos de 1998 e
2002 existiram nos mesmos:
- zero acidentes de trabalho mortais;
- 491 acidentes de trabalho não mortais
- 2 registos de doenças profissionais.

4.2 CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES BIOLÓGICOS (SEGUNDO O DEC. LEI 84/97)


Os agentes biológicos são classificados, conforme o seu nível de risco infecioso, nos
seguintes grupos:

a) Agente biológico do grupo 1 – o agente biológico cuja probabilidade de causar doenças no


ser humano é baixa;
b) Agente biológico do grupo 2 – o agente biológico que pode causar doenças no ser humano
e constituir um perigo para os trabalhadores, sendo escassa a probabilidade de se propagar na
coletividade e para o qual existem, em regra, meios eficazes de profilaxia ou tratamento;
c) Agente biológico do grupo 3 – o agente biológico que pode causar doenças graves no ser
humano e constituir um risco grave para os trabalhadores, sendo suscetível de se propagar na
coletividade, mesmo que existam meios eficazes de profilaxia ou de tratamento;
d) Agente biológico do grupo 4 – o agente biológico que causa doenças graves no ser humano
e constitui um risco grave para os trabalhadores, sendo suscetível de apresentar um elevado nível
de propagação na coletividade e para o qual não existem, em regra, meios eficazes de profilaxia
ou de tratamento.
O agente biológico que não puder ser rigorosamente classificado num dos grupos definidos no
número anterior deve ser classificado no grupo mais elevado em que pode ser incluído.

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Módulo 6 – Agentes Biológicos

Figura 17 – Classificação dos agentes biológicos de acordo com o seu nível infecioso (fonte:
www.google.pt)

GRUPO 1 - RISCOS PARA OS TRABALHADORES

O Microrganismo tem pouca probabilidade de provocar enfermidades humanas ou


enfermidades de importância veterinária. Ex.: E. coli, Bacillus subtilis

a) Resíduos provenientes de serviços gerais (como gabinetes, salas de reunião, salas de


convívio, instalações sanitárias, vestiários etc. );
b) Resíduos provenientes de serviços de apoio (como oficinas, jardins, armazéns e outros);
c) Embalagens e invólucros comuns (papel, cartão, mangas mistas, e outros de idêntica
natureza)
d) Resíduos provenientes da hotelaria.
GRUPO 2 – RISCOS PARA OS TRABALHADORES

A exposição ao agente patogénico pode provocar infeção, porém, dispondo-se de medidas


eficazes de tratamento e prevenção, o risco de propagação é limitado.

Ex.: bactérias – Clostridium tetani, Strep pneumoniae, Stap aureus;


vírus – EBV, herpes;
fungos – 25ateter albicans;
parasitas – Plasmodium, Schistosoma)

e) Material ortopédico: talas, gesso e ligaduras gessadas não contaminados e sem


vestígios de sangue;
f) Fraldas e resguardos descartáveis não contaminados e sem vestígios de sangue;
g) Material de proteção individual utilizado nos serviços gerais e de apoio, com exceção do
utilizado na recolha de resíduos;
h) Embalagens vazias de medicamentos ou outros produtos de uso clínico e /ou comum,
com exceção dos incluídos no grupo III e no grupo IV;
i) Frascos de soros não contaminados, com excepção dos do grupo IV;
GRUPO 3 – RISCOS PARA OS TRABALHADORES

O agente patogénico pode provocar enfermidades humanas graves, podendo propagar-se de


uma pessoa infetada para outra, porém, existe profilaxia e/ou tratamento.
Ex.: bactérias – Bacillus anthracis, Mycobacterium tuberculosis;
vírus – hepatites B e C, HIV

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Módulo 6 – Agentes Biológicos

j) Todos os resíduos provenientes de quartos ou enfermarias de doentes infeciosos ou


suspeitos, de unidades de hemodiálise, de blocos operatórios, de salas de autópsia e de
anatomia patológica, de patologia clínica e de laboratórios de investigação;
k) Todo o material utilizado em diálise;
l) Peças anatómicas não identificáveis;
m) Resíduos que resultam da administração de sangue e derivados;
n) Sistemas utilizados na administração de soros e medicamentos
o) Sacos coletores de 26ateter orgânicos e respetivos sistemas;
p) Material ortopédico: talas, gesso e ligaduras gessadas contaminados ou com vestígios
de sangue; material de prótese retirado a doentes
q) Fraldas e resguardos descartáveis contaminados ou com vestígios de sangue;
r) Material de proteção individual (EPI) utilizado em cuidados de saúde e serviços de apoio
geral em que haja contacto com produtos contaminados ( como luvas, máscaras, aventais
e outros)
GRUPO 4 – RISCOS PARA OS TRABALHADORES

Os agentes patogénicos representam grande ameaça para as pessoas e animais, com fácil
propagação de um indivíduo ao outro, direta ou indiretamente, não existindo profilaxia nem
tratamento.
Ex.: 26atet Ebola

s) Peças anatómicas identificáveis, fetos e placentas;


t) Cadáveres de animais de experiência laboratorial;
u) Materiais cortantes e perfurantes: agulhas, 26ateteres e todo o material invasivo;
Figura 18 –Consequências para os trabalhadores de acordo com a exposição ao nível infecioso
(fonte: www.google.pt )

Figura 19 –Características dos Agentes Biológicos por grupo de risco (fonte: www.google.pt )

4.3 NOTIFICAÇÃO
As atividades que envolvam riscos de exposição a agentes biológicos deverão proceder à notificação
ao Instituto de Desenvolvimento e Inspeção das Condições de Trabalho (agora Autoridade para as
Condições do Trabalho) e à Direcção-Geral da Saúde mediante o preenchimento do modelo criado
pelo IDICT para o efeito.
Sempre que se registarem modificações substanciais nos processos ou nos procedimentos com
possibilidade de repercussão na segurança ou saúde dos trabalhadores, deve ser feita uma nova
notificação.

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Figura 20 – Notificação à ACT(Fonte: Manual Sobre o Regime de Proteção nos Acidentes em


Serviço e Doenças Profissionais, Direcção-Geral da Administração Pública, 2002)

5. AVALIAÇÃO DOS RISCOS, CONTROLO E PREVENÇÃO

A proteção dos trabalhadores baseia-se fundamentalmente na avaliação dos riscos de exposição, os


quais são determinados, por um lado pelas características dos agentes envolvidos na atividade e por
outro, pela adequação das instalações, equipamentos e práticas de trabalho.
A identificação dos riscos faz-se levando em consideração vários parâmetros, dos quais há a referir os
seguintes, sem carácter cumulativo:
- Natureza e grupos dos agentes biológicos, de acordo com o seu risco infecioso
- Tempo de exposição dos trabalhadores a esse agente.
- Quantidade do agente no material que se manipula
Nas atividades que impliquem a exposição a várias categorias de agentes biológicos, a
avaliação dos riscos deve ser feita com base no perigo resultante da presença de todos esses
agentes.
- Vias de entrada no organismo
- As informações técnicas existentes sobre doenças relacionadas com a natureza do
trabalho
- Os potenciais efeitos alérgicos ou tóxicos resultantes do trabalho

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Módulo 6 – Agentes Biológicos

5.1 CONDIÇÕES A TER EM CONTA QUANDO EM PRESENÇA DE SUBSTÂNCIAS


BIOLÓGICAS PERIGOSAS
- Identificação do grupo de risco biológico
- Identificação da substância através da sua composição ( fórmula- rótulo )
- Identificação do tipo de substância perigosa (símbolo e/ou código - rótulo )
- Avaliação da segurança da embalagem em que a substância está contida, no que respeita à
possibilidade de derrame ou lenta evaporação e consequente contaminação do ar.
- Definição dos cuidados necessários para a sua manipulação.
- Condições de armazenagem no que respeita ao local e definição das condições adequadas de
ventilação e temperatura.
- Condições de transvase.

5.2 MEDIDAS DE PREVENÇÃO


Acão na Origem
• Seleção dos equipamentos de trabalho
• Substituição dos microrganismos
• Alteração do processo
• Encerramento do processo

Acão no Ambiente
• Higiene e limpeza sanitária
• Limpeza e desinfeção
• Ventilação
• Controlo de acessos (roedores, insetos, etc...)
• Sinalização

Acão no Trabalhador
• Informação sobre os riscos
• Formação sobre os métodos de trabalho aplicáveis
• Diminuição sobre o nº de pessoas expostas
• Vestuários específicos para o trabalho

Acão na saúde
• Vigilância da saúde: exames, procedimentos individuais, registos, vacinação…

5.3 PRINCÍPIOS GERAIS DE PREVENÇÃO


1º - Controlo na Fonte Eliminação ou redução da exposição: eliminação, isolamento ou contenção
do risco

Exemplos:
- Sistema de ventilação com filtros HEPA
- Uso de Câmaras de Segurança Biológica
- Áreas de confinamento

2º - Limpeza

Exemplos:
- Destruição do material contaminado (uso de contentores para material biológico)
- Desinfeção (ex: Lixiviação)
- Esterilização (ex: Autoclavagem)

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Módulo 6 – Agentes Biológicos

3º - Informação, Treino e Formação


Exemplos:
- Uso de EPI’s (ex: bata, avental, luvas de latex, máscaras, óculos de proteção e botas, etc)
- Formação em Práticas de Trabalho Seguro

5.4 PRÁTICAS DE TRABALHO SEGURO


Exemplos:
-Vacinação (imunização ativa)
- Normas de Higiene Pessoal (ex: lavar mãos)
- Elementos de Proteção Barreira (EPI’s e Zonas de Confinamento)
- Cuidado com elementos e objetos cortantes
- Esterilização e desinfeção correta de instrumentos e Superfícies

NUNCA:
- Comer, beber, fumar, aplicar cosméticos, lentes de contacto ou guardar comida em áreas onde
Agentes Biológicos sejam utilizados ou armazenados
- Pipetar com a boca, ou entrar em contacto direto com Agentes Biológicos
- Deixar portas ou janelas abertas, trazer visitas ou animais, durante experiências ou processos
produtivos que envolvam Agentes Biológicos.

5.5 REDUÇÃO DOS RISCOS DE EXPOSIÇÃO

Se existir, como resultado da avaliação, um risco para os trabalhadores, este deve evitar-se, se
possível, ou reduzir-se ao mais baixo nível. O empregador deve proceder, sempre que possível à
substituição de agentes perigosos por outros agentes que, em função das condições de utilização e
no estado atual dos conhecimentos, não sejam perigosos ou causem menos perigo para a segurança
ou saúde dos trabalhadores.

Se tal não for viável, devem implementar-se as seguintes medidas:

- Estabelecer procedimentos de trabalho adequados e utilizar medidas técnicas


apropriadas para evitar ou minimizar a libertação de agentes biológicos. Exemplo:
minimizar a formação de bioaerossóis utilizando cabines de segurança biológica ou
extração localizada

- Reduzir ao mínimo possível o número de trabalhadores expostos

- Adotar medidas de proteção coletiva complementadas com medidas de proteção


individual quando a exposição não puder ser evitada por outros meios

Nota: Os equipamentos de proteção individual (EPI) podem constituir eles próprios uma fonte
de contaminação. No caso das luvas, por exemplo, devem unicamente ser utilizadas para
determinadas tarefas de risco e imediatamente descartadas, pois podem contribuir para a
disseminação de agentes infeciosos.

- Adotar medidas seguras para a receção, manipulação e transporte de agentes


biológicos

- Utilizar meios seguros para a recolha, armazenamento e evacuação de resíduos,


incluindo recipientes seguros e identificados e o seu tratamento prévio

- Sinalizar adequadamente os locais (perigo biológico, proibição de fumar, etc.)

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Módulo 6 – Agentes Biológicos

- Estabelecer planos de emergência para fazer face à libertação acidental de agentes


biológicos, especialmente no caso dos grupos 3 e 4.

5.6 CONTROLO DE RISCOS DE EXPOSIÇÃO DOS TRABALHADORES AOS AGENTES


BIOLÓGICOS

5.6.1 MEDIDAS DE CONTROLO


As medidas de controlo devem ser tomadas quer previamente à laboração, através da conceção das
instalações e da utilização de dispositivos, nomeadamente, equipamentos e instrumentos que deverão
ser usados para contenção dos materiais perigosos na origem, quer através de medidas a tomar
durante a fase de laboração.
As medidas estruturais, quer em termos de instalações quer em termos organizativos, sem prejuízo
daquelas que lhe são atribuídas na lei, são da responsabilidade da entidade empregadora, seja ela
pública ou privada.
Todo o pessoal técnico, administrativo e auxiliar deve contribuir para o controlo através da observação
de boas práticas e das regras de funcionamento.

6. CONFINAMENTO

Conjunto de medidas destinadas a constituir barreiras entre o m.o. infeciosos a serem manipulados e
o operador (e em última análise a própria comunidade). Estes objetivos são atingidos tendo como base
o Design das instalações e as Práticas de Trabalho Seguro

Figura 21 – Medidas de Confinamento (fonte: Manual De Segurança Biológica em Laboratório -


Terceira edição)

Nível 1
• Pode estar próximo de áreas públicas, mas as portas devem permanecer fechadas
• Trabalho a ser realizado só em cima da bancada
• Superfícies (chão, teto, paredes e mobília) laváveis

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Módulo 6 – Agentes Biológicos

• Se janelas abertas, então recurso a redes para insetos


• Lava-olhos e lavatório disponíveis
• Casacos e batas guardados em locais distintos
• Limpeza e desinfeção adequadas, a intervalos regulares

NÍVEL 2 (a anterior, mais)


• Afastado de áreas públicas, e as portas devem ser de auto- fecho
• Sinalização à entrada
• Informação e formação do pessoal
• Autoclavagem ou desinfeção antes de retirar o material das instalações
• Uso de Câmara de Segurança Biológica de Classe I ou II
• Minimizar produção de aerossóis
• Plano de emergência (ex: derrames)
• Linhas de vácuo com filtros HEPA
• Batas só para uso dentro das instalações
• Uso de luvas de latex

NÍVEL 3 (as anteriores, mais)


• Afastado de outros edifícios gerais, e acesso controlado
• Existência de uma “zona cinzenta”; e de chuveiro no perímetro
• Área sob pressão negativa, relativamente ás outras áreas envolventes
• Ar de exaustão deve ser filtrado (filtro HEPA)
• Uso de lavatório de mãos-livres
• Janelas inquebráveis e fechadas
• Formação intensa do pessoal
• Bata de apertar atrás, e autoclavada antes de ir para a lavandaria
• Programa de Vigilância Médica recomendado

Nível 4 (as anteriores, mais)


• Isolamento físico da área, com acesso bloqueado
• Entrada só a pessoal autorizado e registo em livro de presenças. Ninguém pode trabalhar sozinho
• Uso de Câmaras de Proteção Biológica de Classe III e/ou fatos de proteção de pressão positiva
• Medidas extra de segurança para ventilação, tratamento de lixos, e serviços de gás e água

7. VIGILÂNCIA MÉDICA

A periodicidade mínima dos exames de vigilância da saúde dos trabalhadores é estabelecida pela
legislação e deve constar do plano mínimo de vigilância médica; todavia, no caso em que estão
envolvidos agentes biológicos, esta periodicidade pode ser alterada pelo médico do trabalho e o exame
anterior a qualquer exposição possível é particularmente relevante.

Os procedimentos mais importantes são os seguintes:


Registo da história clínica e profissional do trabalhador Avaliação individual do estado de saúde do
trabalhador Vigilância biológica, sempre que necessária Rastreio de efeitos precoces e reversíveis.
De referir a necessidade de o médico emitir a ficha de aptidão sempre que se realizarem exames de
admissão, periódicos e ocasionais com cópia ao responsável dos recursos humanos da empresa,
devendo ser indicado que outras funções o trabalhador poderia desempenhar caso exista inaptidão.

O responsável pelos serviços de segurança, higiene e saúde no trabalho deve ser informado pelo
médico do trabalho – se não forem a mesma pessoa - sempre que as condições de trabalho tenham
efeitos prejudiciais sobre o estado de saúde dos trabalhadores. Em caso de necessidade, o médico do
trabalho pode solicitar o acompanhamento pelo médico assistente do centro de saúde a que pertence
ou por outro médico indicado pelo trabalhador.

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Módulo 6 – Agentes Biológicos

Deve ser dado especial relevo à atualização do plano individual de vacinação, nomeadamente no que
toca às vacinas incluídas no Plano Nacional de Vacinação, sem prejuízo de outra vacinação ou
imunização específica tornada necessária pelo tipo de agente existente.
Se um trabalhador sofrer uma infeção ou outra doença que possa ter sido provocada pela exposição
a agentes biológicos no local de trabalho, o médico do trabalho ou a entidade responsável pela
vigilância da saúde dos trabalhadores proporá a todos os trabalhadores sujeitos a exposição idêntica
a avaliação do seu estado de saúde; neste caso, deve ser repetida a avaliação dos riscos de exposição.
Cada trabalhador deverá ter uma ficha clínica individual cujos dados são acessíveis unicamente ao
médico do trabalho responsável pela vigilância da saúde dos trabalhadores e devem ser conservadas
durante 10 anos após a cessação da exposição. O prazo de conservação poderá ir até 40 anos em
casos especiais.

7.1 VACINAÇÃO
Medida de proteção primária Evitar que os trabalhadores sejam fontes de contágio para outros
trabalhadores e para a comunidade.
A vacinação é gratuita para o trabalhador, cabendo ao empregador os encargos inerentes nos termos
do artigo 23.º do Decreto-Lei nº 109/2000 de 30 de Junho, competindo-lhe ainda informar os
trabalhadores em relação às vantagens e aos inconvenientes da vacinação e da falta de vacinação.
Artigo 13.
Vacinação dos trabalhadores
1 - Se existirem vacinas eficazes contra os agentes biológicos a que os trabalhadores estão ou
podem estar expostos, a vigilância da saúde deve prever a vacinação gratuita dos trabalhadores
não imunizados.
2 - O empregador deve assegurar que os trabalhadores sejam informados das vantagens e dos
inconvenientes da vacinação e da falta de vacinação.
3 - A vacinação deve obedecer às recomendações da Direcção-Geral da Saúde, ser anotada na
ficha médica do trabalhador e registada no seu boletim individual de saúde.

Evita: absentismo por doença, evolução da doença para estado crónico, e/ou a morte do trabalhador

8. FORMAÇÃO/INFORMAÇÃO

Aos trabalhadores deve ser assegurada formação e informação adequadas sobre:

A - Riscos potenciais para a saúde


B - Precauções a tomar para evitar a exposição aos riscos existentes
C - Normas de higiene
D - Utilização dos equipamentos e do vestuário de proteção
E - Medidas de atuação em caso de incidentes

As formas utilizadas para divulgar a informação podem ser variadas, mas podem através de instruções
escritas (procedimentos de boas práticas, nomeadamente atuação em caso de acidentes ou incidentes
graves), afixação de cartazes e formação em sala.
Os trabalhadores ou os seus representantes têm o direito de conhecer as informações contidas no
relatório previsto no artigo 10º do Decreto-Lei nº 84/97 que o empregador deve elaborar,
nomeadamente ao que toca ao número de trabalhadores expostos, às medidas de prevenção e
proteção adotadas e ao plano de emergência para agentes dos grupos 3 ou 4.

9. TRANSMISSÃO DAS DOENÇAS INFECCIOSAS

As doenças infeciosas transmitem-se através de uma cadeia - cadeia epidemiológica


Agente causal ou invasor - agente biológico causador de doença (bactéria, vírus, fungos,
etc.):

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Módulo 6 – Agentes Biológicos

Reservatório - local onde o agente vive e se multiplica e do qual depende para a sua
subsistência (homem, animal, planta, solo, etc.);
Porta de saída e porta de entrada - local de saída e entrada, respetivamente, do agente
biológico - orifícios naturais (boca, nariz, ânus, pele etc.);
Via de transmissão - meio de transporte utilizado pelo agente para alcançar o hospedeiro -
águas, alimentos, insetos, homem (fezes, urina, gotículas de saliva);
Hospedeiro suscetível - pessoa ou animal que permite a subsistência do agente podendo ou
não, contrair doença.

9.1 VIAS DE TRANSMISSÃO

Figura 22 – Vias de Transmissão dos Agentes Biológicos (fonte: Manual De Segurança Biológica em
Laboratório - Terceira edição)

Figura 23 – Vias de entrada dos Agentes Biológicos (fonte: Manual De Segurança Biológica em
Laboratório - Terceira edição)

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Módulo 6 – Agentes Biológicos

9.2 VIAS DE EXPOSIÇÃO


São várias as vias pelas quais o indivíduo pode ser contaminado por substâncias ou preparações
perigosas, a saber: via cutânea, via respiratória ou via digestiva.
A maioria das substâncias muito tóxicas, tóxicas, tóxicas para o sistema reprodutor, nocivas, irritantes
sensibilizantes, carcinogénicas ou mutagénicas, penetram no organismo humano, através das vias
respiratórias.
A inalação é de longe a forma mais importante de uma substância biológica perigosa interatuar com o
funcionamento do organismo humano, porque ao ser arrastada pelo ar respirado ela atinge os pulmões
e pode difundir-se através do sangue por uma área de 50-100m2.
Comparativamente, uma substância que penetre no organismo humano através da pele, tem apenas
disponível uma área média de cerca de 1,8m2.
Em condições de trabalho a exposição cutânea e oral estão associadas, já que as mãos sujas
(contaminadas) ao levar alimentos ou cigarros á boca, promovem a absorção oral e por isso a
contaminação por via cutânea é reforçada pela contaminação por via digestiva.
Em rigor as três formas de contaminação estão intimamente associadas e na maioria dos casos
ocorrem simultaneamente, embora com graus de extensão diferentes consoante a natureza da
substância biológica perigosa para a saúde.

9.2.1 EXPOSIÇÃO POR VIA RESPIRATÓRIA

A maior parte das substâncias com riscos de agentes biológicos entram no organismo humano através
do sistema respiratório.
Nos pulmões efetuam-se trocas gasosas ao nível das células havendo contacto direto entre a corrente
sanguínea e a corrente gasosa, o que faz com que os produtos biológicos inalados possam provocar
danos de forma muito efetiva.
Isto ocorre, porque ao nível dos alvéolos a vigilância é pouco efetiva e o número de defesas ativadas
do organismo é muito baixo pelo que através dos alvéolos as substâncias biológicas prejudiciais
penetram muito rapidamente no organismo humano.
As substâncias biológicas prejudiciais à saúde penetram no sistema respiratório superior através do
nariz, garganta, traqueia e brônquios, os quais retêm as partículas de maiores dimensões quando se
apresentam pela forma granulométrica determinada.
Quando em forma de gás algumas muito solúveis na água provocam grande irritação nas vias
respiratórias superiores, nariz e garganta, mas como se encontram dissolvidas são retidas na camada
aquosa da membrana bronquial, não atingindo os pulmões pelo que não entram facilmente na corrente
sanguínea.
As substâncias insolúveis podem provocar edema pulmonar porque ultrapassam rapidamente a
membrana dos brônquios.
Algumas substâncias solúveis em água podem também acabar por provocar edema pulmonar, porque
a irritação que provocam a nível dos brônquios aumenta a resistência à passagem do ar, e origina a
retenção de água no pulmão (edema).

Valores Limites de Exposição para Substâncias Nocivas Existentes no Ar nos Locais de


Trabalho
Os valores limites servem para interpretar os resultados obtidos por comparação aos valores de
concentração dos produtos inalados pelos trabalhadores nos seus postos de trabalho: são portanto
valores de referência que representam níveis de exposição aceitáveis, e que permitem verificar,
quando a concentração de uma substância quantificada no local de trabalho pode causar alterações
da saúde.
Estes valores de exposição estão fixados em diversos países, por instrumentos legais ou normas.
Em Portugal estão contemplados na Norma Portuguesa NP 1796 de 1988 homologada no Diário da
República, III Série, n.º 23 de 28 de Janeiro de 1988. Tem como descritores (Segurança ocupacional;
substâncias tóxicas; substâncias perigosas; ambiente trabalho; condições físicas de trabalho).

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No caso de agentes biológicos perigosos, cuja via de penetração é, essencialmente, a respiratória,


torna-se necessária a utilização de máscaras ou semi-máscaras ligadas a dispositivos filtrantes (filtros
químicos de características diferentes segundo o tipo de produto em causa, filtros de poeiras, filtros de
aerossóis ou filtros combinados) ou de equipamentos de respiração autónomos, alimentados por ar
comprimido, em garrafas, ou por compressor especial externo.

9.2.2 EXPOSIÇÃO POR VIA CUTÂNEA


Uma importante via de exposição humana a uma substância biológica é sem dúvida a epiderme, já
que as paredes foliculares e as glândulas sebáceas possuem elevada permeabilidade, o que facilita a
sua entrada no organismo.
O grau de permeabilidade da pele é em função do tipo de pele e da substância biológica á qual está
exposta. No corpo humano existem células epiteliais de diferente espessura e características, as quais
conferem à pele diferentes permeabilidades.
Em geral as substâncias biológicas no estado liquido ou dissolvidas têm maior facilidade em atravessar
a epiderme, que as substâncias sólidas.
A pluralidade de uma substância, é outro especto que condiciona a sua penetração no organismo
através da pele. As substâncias apolares atravessam mais facilmente a pele que as substâncias
polares.
Um outro especto a ter em conta ao caracterizar a facilidade com que uma substância penetra na
epiderme é o fluxo sanguíneo na região exposta. A permeabilidade é inversamente proporcional à
espessura da pele por isso pode dizer-se que se observa a seguinte ordem de permeabilidade:

• Sola dos pés


• Palma das mãos
• Barriga
• Costas
• Pernas, braços
• Zona genital

Cortes na pele, irritação ou esfolamento aumenta a permeabilidade o mesmo sucedendo quando o


índice de hidratação é elevado.
Para além de terem a capacidade de penetrar no organismo através da pele, há certas substâncias
que afetam localmente a zona da pele com a qual estão em contacto, provocando irritações que
poderão originar dermatites.

Das irritações provocadas na pele resultam:


• Remoção de camadas de líquidos;
• Desidratação;
• Precipitação de proteínas;
• Oxidação.

Certas substâncias afetam a pele, não de forma imediata, mas lentamente ao longo do tempo, dizem-
se substâncias sensibilizantes.
Há sensibilizantes que requerem um tempo de exposição longo, até que se manifestem os efeitos. Há
sensibilizantes que provocam sensibilização à luz solar.
Naturalmente todas as substâncias que irritam a pele irritam também os olhos e existem substâncias
que para além da irritação, afetam gravemente o nervo cóptico.
Agentes biológicos agressivos podem penetrar no corpo humano através de vias cutâneas. Em casos
destes, é fundamental a utilização de vestuário adequado:
Botas, aventais, luvas, viseiras, óculos e fatos completos, estanques ou simplesmente isolantes, são
equipamentos indispensáveis.

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9.2.3 INGESTÃO
As substâncias biológicas são introduzidas no sistema gastrointestinal através da boca, com trânsito
pelo esófago antes de atingirem o estômago. Todas as substâncias que afetem a pele afetam também
o sistema gastrointestinal provocando sangramento, perturbações e deformações.
Podem provocar efeitos graves nas paredes de todo o sistema gastrointestinal com as quais entram
em contacto.
Todavia, de um modo geral já transitavam ao nível da boca e esófago onde foram absorvidas, mas
depende da sua natureza e das condições do meio.
Alguns agentes biológicos prejudiciais á saúde a um nível físico, como sucede com as substâncias que
alteram a frequência dos movimentos peristálticos dos intestinos.
O fígado tem também a capacidade de rejeitar as substâncias ou processos metabólicos de forma a
reduzir a sua perigosidade. Contudo, ele próprio está muito sujeito a intoxicação uma vez que está
fortemente exposto.
Uma das funções do fígado é a excreção da bilirrubina que é um produto metabólico do grupo “heme”da
hemoglobina.
Diariamente, no organismo humano, são formados cerca de 300 mg de bilirrubina (este valor poderá
ser superior se houver perda de glóbulos vermelhos) que têm que ser excretados sob pena de
bloquearem a atividade do fígado.
Os efeitos adversos de algumas substâncias Biológicas perigosas resultam de impedirem a excreção
da bilirrubina.
A prevenção da ingestão (via digestiva) de substâncias biológicas perigosas só pode ser conseguida,
normalmente, por uma disciplina de trabalho que implica a abstenção de comer, beber ou fumar nos
locais onde é possível a contaminação (excetuando casos acidentais muito especiais).

10. RÓTULO, MANIPULAÇÃO E TRANSVASE

10.1 INFORMAÇÕES DO RÓTULO


A primeira informação de que o utilizador pode dispor sobre a natureza de dado composto ou
preparação, é aquela que existe no rótulo da embalagem que o contém.
O rótulo para além da identificação da substância, mostra ainda o perigo que decorre para o homem e
para o ambiente da utilização daquela substância. Indica também as precauções a tomar quando da
recolha do produto. É, por isso, de todo o interesse e conveniência que as substâncias ou preparações
biológicas se encontrem devidamente rotuladas.

Embalagem
A segurança da embalagem em que se transporta resíduos biológicos é sem dúvida um especto de
elevada importância. Pela mesma razão que não se devem pôr em contacto espécies que possam
interatuar e aumentar a sua perigosidade, também se não devem recolher substâncias em recipientes
com os quais possam reagir ainda que lentamente.
Para além do material de constituição da embalagem, há que ter também em conta a forma como estas
são transportadas, havendo necessidade de acautelar e proteger a embalagem por forma a que esta
se não danifique durante o transporte.
Por outro lado, a sua estanquicidade deve ser perfeita para que não possam libertar vapores perigosos
em veículos sem ventilação.

10.2 MANIPULAÇÃO
A manipulação de resíduos biológicos, obedece a regras definidas pelo tipo de substância.
As substâncias tóxicas, exigem proteção pessoal (E.P.I.) a nível cutâneo e de vias respiratórias.
Consoante o índice de perigosidade, será necessário o uso de luvas e máscara, ou mesmo a
manipulação em câmara exaustora, ou outro tipo de exaustão em no caso de ambiente não confinado.

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Transporte
O transporte de resíduos biológicos exige cuidados decorrentes da sua natureza propriedades e
perigosidade e quantidades a transportar.
O transporte de pequenas quantidades de substâncias ou preparações não especificas, obedece a
regras de segurança análogos a os do seu manuseamento, para além de os contentores que as contêm
deverem estar devidamente protegidos contra a possibilidade de derrame ou quebra.

10.3 TRANSVASE
É por vezes necessário proceder ao transvase de um sólido ou líquido da sua embalagem original para
contentor de recolha e transporte.
Nestas circunstâncias, deve atender-se a que a nova embalagem deverá ter características de
estanquicidade e segurança pelo menos idênticas às da embalagem inicial. Para além disso, quem
procede ao transvase deve proteger-se consoante as indicações fornecidas pelo rótulo e as fichas de
segurança que devem acompanhar a substância ou preparação
Deve proceder-se ao transvase em local adequado quanto ao arejamento e temperatura, e, se
necessário, fazer-se acompanhar dos agentes protetores (EPIs) considerados adequados. Em alguns
casos, é totalmente desaconselhado proceder à operação de transvase sem um acompanhante.
Quem procede ao transvase deve ser capaz de reproduzir integralmente o rótulo da substância, para
que nenhuma das indicações do rótulo original se perca.
É ainda aconselhável a existência de cópia da ficha de segurança na proximidade do local da utilização
do agente.

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10.4 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

10.4.1 EPC – EQUIPAMENTOS DE PROTECÇÃO COLECTIVA


São equipamentos que possibilitam a proteção do pessoal do laboratório, do meio ambiente e da
pesquisa desenvolvida. São exemplos:

Figura 24 – Equipamentos de Proteção Coletiva (fonte: Manual De Segurança Biológica em Laboratório


- Terceira edição)

1- Isolamento ambiental e funcional do trânsito em geral.


2 - Segundo a localização do exaustor (ver Capítulo 4).
3 - Dependente dos agentes utilizados no laboratório.
4 - Por exemplo, janela, circuito fechado de televisão, comunicação em dois sentidos.
* - Ar filtrado de alta eficiência.

CABINES DE SEGURANÇA
As Cabines de Segurança Biológica constituem o principal meio de contenção e são usadas como
barreiras primárias para evitar a fuga de aerossóis para o ambiente.

FILTRO HEPA
Os filtros HEPA “High Efficiency Particulate Air” são feitos de papel de fibra de vidro com 60 mm de
espessura e sustentadas por lâminas de alumínio. As fibras do filtro feitas de uma trama tridimensional

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remove partículas do ar que flui através dele, por inércia, intercetação e difusão. Tem capacidade para
filtrar partículas com eficiência igual ou maior que 99,99%. Cuidados especiais com o ambiente e a
troca do pré-filtro aumentam a expectativa de vida do filtro HEPA.

FLUXO LAMINAR DE AR
Massa de ar dentro de uma área confinada movendo-se com velocidade uniforme ao longo de linhas
paralelas.

10.5 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI


O equipamento e a roupa de proteção pessoal podem servir de barreira, minimizando o risco de
exposição a aerossóis, salpicos e inoculação acidental. A roupa e o equipamento escolhido dependem
da natureza do trabalho a efetuar. Deve vestir-se roupa de proteção quando se contacta com agentes
biológicos.

10.5.1 Blusas, batas, fatos, toucas e aventais


As blusas devem ser totalmente abotoadas. Contudo, batas e fatos de mangas compridas e de apertar
atrás dão melhor proteção do que as blusas, são preferidos nos laboratórios de microbiologia e quando
se trabalha com câmaras de segurança biológica.
Quando necessário, podem envergar-se aventais por cima dos fatos ou das batas, a fim de dar uma
proteção adicional contra o derrame de produtos químicos ou biológicos, tais como sangue ou fluidos
de culturas.
Deve existir uma lavandaria nas instalações ou perto delas.

10.5.2 Óculos de proteção, óculos de segurança e viseiras de proteção facial


A escolha do equipamento para proteger os olhos e a cara contra salpicos e impactos de objetos
depende da operação a efetuar.
Óculos normais ou graduados podem ser fabricados com uma armação especial que permite inserir
lentes na frente da armação, utilizando um material inquebrável que acompanha a forma do rosto, ou
ser equipados com proteções laterais (óculos de segurança).
Os óculos de segurança não fornecem porém uma proteção adequada contra salpicos, mesmo
quando acompanhados de proteção lateral. Nesse caso, devem utilizar-se óculos de proteção (tipo
óculos de soldador) que protegem contra salpicos e impactos, por cima dos óculos graduados ou lentes
de contacto (que não oferecem proteção contra perigos biológicos ou químicos).
As viseiras de proteção facial são feitas de plástico inquebrável, ajustam-se à cara e são seguras à
cabeça por tiras ou por uma touca.

10.5.3 Máscaras
Ao proceder a trabalhos de alto risco (por exemplo: limpeza de um derrame de material infecioso) pode
ser necessário utilizar material de proteção respiratória. A escolha do respirador depende do tipo de
perigo(s).
Existem respiradores com filtros permutáveis: proteção contra gases, vapores, partículas e
microrganismos; é imprescindível que o filtro escolhido corresponda ao tipo apropriado de respirador.
Para assegurar a proteção ideal, o respirador deve ser instalado na cara do operador e testado. Os
respiradores auto-suficientes, com abastecimento de ar integral, asseguram uma proteção total.
As máscaras utilizadas em cirurgia foram concebidas para a proteção dos doentes e não asseguram
a proteção respiratória dos operadores. Alguns respiradores descartáveis (ISO 13.340.30) foram
concebidos para assegurar a proteção contra a exposição a agentes biológicos.

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10.5.4 Luvas
Durante certas manipulações laboratoriais pode ocorrer a contaminação das mãos. Estas são
igualmente vulneráveis a ferimentos causados por objetos cortantes.
No trabalho normal de laboratório e no manuseamento de agentes infeciosos, sangue e fluidos
corporais, usam-se geralmente luvas descartáveis de látex, vinilo ou nitrilo, microbiologicamente
aprovados, semelhantes às utilizadas em cirurgia. Pode igualmente recorrer-se a luvas reutilizáveis,
mas tem de assegurar-se a lavagem, remoção, limpeza e desinfeção adequadas das mesmas.
Devem tirar-se as luvas e lavar bem as mãos, após manusear materiais infeciosos, trabalhar em
câmaras de segurança biológica e antes de sair do laboratório. Depois de utilizadas, as luvas
descartáveis devem ser eliminadas com os resíduos laboratoriais infetados.
Reações alérgicas como dermatite têm sido assinaladas em laboratórios e entre outros trabalhadores
que utilizam luvas de látex, particularmente nas que contêm pó. Devem estar disponíveis alternativas
às luvas de látex com pó.
Devem utilizar-se luvas de malha de aço inoxidável, sempre que existir a probabilidade de exposição
a instrumentos cortantes, como nas autópsias. Estas luvas protegem contra cortes mas não contra
perfurações.
Tais equipamentos, não devem ser utilizados fora dos locais do laboratório.

11. MEDIDAS DE HIGIENE

A utilização de medidas de higiene que evitem ou dificultem a dispersão de agentes biológicos fora do
local de trabalho inclui:
− Proibição de comer, beber ou fumar nos locais de trabalho
− Fornecimento de vestuário de proteção adequado
− Instalações sanitárias e vestiários adequados
− Existência de colírios e anticéticos
− Correta armazenagem, verificação e limpeza dos EPI
− Destruição, se necessário, do vestuário de proteção e EPI contaminados
− Interdição de levar para casa vestuário de proteção e EPI contaminados
− Definição de procedimentos para recolha, manipulação e tratamento de amostras de
origem humana ou animal
− Descontaminação e limpeza de instalações

Principais Microrganismos Transmitidos devido à Inadequada Higiene Pessoal


• Staphylococcus aureus;
• Escherichia coli;
• Salmonella typhi;
• Shigella spp.;
• Listeria spp.;
• Streptococcus spp.;
• Vírus da hepatite.

11.1 HIGIENE PESSOAL - ÁREA DA RESTAURAÇÃO, CLÍNICA, LABORATORIO, ENTRE


OUTRAS
Quando lavar as mãos:
– Depois de vestir o uniforme, antes de iniciar o trabalho e após cada intervalo;
– Quando se utilizar os sanitários;
– Após manipular ou tocar em equipamentos sujos;
– Após manipular sacos e/ou caixotes de lixo, restos de produtos alimentares e
embalagens;
– Quando se iniciar o manuseamento de alimentos ou se mude de tarefa e/ou
preparação;
– Antes de colocar ou mudar as luvas;

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– Após tocar no cabelo, olhos, boca, ouvidos ou nariz;


– Depois de manipular produtos químicos ou equipamentos de limpeza;
– Depois de se assoar, tossir ou espirrar;
– Depois de fumar, beber ou comer.

Para uma correta lavagem das mãos deve-se seguir sequencialmente as seguintes regras:
1. Molhar as mãos e os antebraços (até aos cotovelos) com água quente corrente;
2. Ensaboar bem as mãos e os antebraços com sabonete líquido desinfetante;
3. Lavar cuidadosamente os espaços entre os dedos, as costas das mãos, polegar e
unhas (usar uma escova adequada que deverá ser mantida limpa e seca entre as
utilizações);
4. Passar por água corrente quente;
5. Ensaboar novamente as mãos, esfregando-as enquanto se conta até 20;
6. Passar por água corrente quente;
7. Secar com toalhas de papel descartáveis de utilização única que devem ser
colocadas em recipiente próprio, com tampa acionada pelo pé.

LAVAGEM DAS MÃOS


– Lavar com detergente neutro (ph 5.5)

DESINFECÇÃO DAS MÃOS


– Lavar com antisséptico (clorhexidina, iodopovidona)
– Friccionar com antisséptico (álcool a 70º)
– Friccionar com desinfetante com base alcoólica, sem água (Sterillium, Promanum,
Hibisol)

Adornos Pessoais
Não deve ser permitida a utilização de qualquer tipo de adornos (por exemplo, joias, relógios, pulseiras,
brincos, piercings), dada a possibilidade de poderem soltar-se e ir para os alimentos. Pode ser
permitido o uso de aliança se esta for lisa e não constituir perigo para o trabalhador.

Cabelo, Barba e Uso de Toucas

O risco de contaminação de produtos alimentares associados a cabelos não se reduz a perigos físicos.
É possível encontrar no couro cabeludo microrganismos patogénicos, tais como o Staphylococcus
aureus.
Os cabelos devem ser lavados regularmente com champô.
Devem ser utilizadas toucas/barretes de modo a cobrir todo o cabelo. Para segurar a touca e o cabelo
não se devem usar ganchos ou molas.
Embora não seja aconselhável que os trabalhadores do sexo masculino usem barba e/ou bigode, caso
usem, o uniforme deve incluir proteção adequada para a barba e bigode.
A utilização de máscaras naso-bocais, que devem ser colocadas tapando simultaneamente a boca e
o nariz dos operadores, deverá ser seguida sempre que estejam a ser realizadas tarefas que
necessitem de um nível superior de higiene, nomeadamente quando são manuseados produtos de alto
risco.
Unhas
As unhas devem ser usadas curtas, limpas e sem verniz.
Aquando da lavagem das unhas deve existir igualmente a preocupação da limpeza das unhas.
O sabonete líquido deve ser colocado diretamente na escova das unhas, devendo as unhas serem
escovadas debaixo de água corrente.
É proibida a utilização de unhas postiças.
Comportamento Pessoal – Tossir, Espirrar e Cuspir
Se esporadicamente o trabalhador tossir, ou espirrar, deve proteger a boca e o nariz com um toalhete
e lavar as mãos de seguida, mudando também a peça do uniforme protetor da barba/bigode no caso
dos homens.

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11.2 HIGIENE DAS INSTALAÇÕES


• Procedimentos de limpeza:
• Remover os resíduos sólidos, com ajuda de utensílios apropriados - aspirador, vassoura,
raspador, escova;
• Lavar com água e detergente;
• Enxaguar com água corrente;
• Aplicar o desinfetante de acordo com as indicações do fabricante.

11.3 ESTERILIZAÇÃO E DESINFECÇÃO


LIMPEZA – destina-se à remoção da matéria orgânica e descontaminação de superfícies, através da
Acão mecânica, na qual se utiliza água e detergente. Obtém-se uma redução de 90% dos
microrganismos. Precede a desinfeção e esterilização.
DESINFECÇÃO - técnica que se destina à eliminação de microrganismos indesejáveis, pela aplicação
de um desinfetante. Pode ser de alto, médio ou baixo nível
ESTERILIZAÇÃO – técnica que elimina todos os organismos vivos (incluindo esporos). Mas não se
consegue esterilizar o hospital.

Figura 25 – Tipos de esterilização (fonte: Manual De Segurança Biológica em Laboratório - Terceira


edição)

Figura 26 – Tipo de agentes usados nas atividades de Higiene (fonte: Manual De Segurança Biológica
em Laboratório - Terceira edição)

ESTERILIZAÇÃO – instrumentos e material contaminado

• Autoclavagem – 20 min. a 121ºC (calor húmido)

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• Calor Seco – 2 h a 170ºC (estufa)

• Radiações ionizantes (ex: UV)

• Vapores químicos – formaldeído, óxido de etileno – compostos muito tóxicos

ESTUFA AUTOCLAVE

Figura 27 – Equipamentos de esterilização (fonte: www.google.pt )

11.4 PLANO DE EMERGÊNCIA E MEDIDAS A TOMAR


Qualquer laboratório que trabalhe com microrganismos infeciosos deve estabelecer medidas de
segurança apropriadas aos riscos inerentes aos organismos e animais manipulados.

Um plano de emergência escrito para acidentes em laboratório e instalações para animais é uma
necessidade em qualquer serviço que trabalhe com ou guarde microrganismos dos Grupos de Risco
3 ou 4 (laboratório de confinamento – Nível 3 de segurança biológica e laboratório de confinamento
máximo – Nível 4 de segurança biológica).

As autoridades sanitárias nacionais e/ou locais devem participar na elaboração do plano de preparação
para casos de emergência.

11.5 PLANO DE EMERGÊNCIA


O plano deve indicar os procedimentos operacionais:
1. Precauções contra desastres naturais, por exemplo, incêndio, inundação, tremor de terra e explosão
2. Avaliação do risco de perigo biológico
3. Medidas a tomar em caso de exposição acidental e descontaminação
4. Evacuação de emergência de pessoas e animais presentes nos locais
5. Tratamento médico de urgência de pessoas expostas e feridas
6. Vigilância médica das pessoas expostas
7. Tratamento clínico das pessoas expostas
8. Investigação epidemiológica
9. Continuação das operações depois do acidente.

Como documento operativo escrito, o Plano de Emergência deve contemplar:

• Avaliação dos Riscos Biológicos (por área / posto)


• Medidas aplicáveis no caso de exposição acidental, e descontaminação

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• Tratamento médico de emergência para as pessoas expostas e lesionadas (inclui Primeiros- Socorros
e pessoal com formação específica)
• Vigilância médica das pessoas expostas
• Identificação precisa dos Agentes Biológicos tóxicos ou infeciosos (por área / posto)
• Localização das zonas de risco elevado

Ao elaborar este plano, prever a inclusão dos seguintes pontos:


1. Identificação de organismos de alto risco
2. Localização de zonas de alto risco, por exemplo, laboratórios, zonas de armazenagem, instalações
para animais
3. Identificação de pessoal e populações a risco
4. Identificação do pessoal responsável e suas obrigações, por exemplo, responsável da segurança
biológica, pessoal de segurança, autoridade sanitária local, médicos, microbiologistas, veterinários,
epidemiologistas, bombeiros e polícia
5. Listas de serviços de tratamento e isolamento que podem receber pessoas expostas ou infetadas
6. Transporte de pessoas expostas ou infetadas
7. Listas de fontes de soro imune, vacinas, medicamentos, material e fornecimentos especiais
8. Provisão de material de emergência, por exemplo, roupa de proteção, desinfetantes, conjuntos para
derrames químicos e biológicos, material e equipamentos de descontaminação.

11.6 MEDIDAS DE EMERGÊNCIA EM LABORATÓRIOS MICROBIOLÓGICOS

Ferimentos por picadas, cortes e abrasão


A pessoa acidentada deve retirar a roupa de proteção, lavar as mãos e qualquer outra zona afetada,
aplicar um desinfetante cutâneo apropriado, e se necessário consultar um médico. Deve notificar-se a
causa do ferimento e os organismos implicados, e manter registos médicos corretos e completos.
Ingestão de material potencialmente infecioso
Tirar a roupa de proteção e consultar um médico. Identificar e notificar às autoridades o material
ingerido e as circunstâncias do incidente, e manter registos médicos corretos e completos.
Formação de aerossóis potencialmente infeciosos (fora de uma câmara de segurança biológica)
Todas as pessoas devem evacuar a área afetada e as que tenham sido expostas devem ser
encaminhadas para um médico. O supervisor do laboratório e o responsável da segurança biológica
devem ser informados imediatamente. Ninguém deve entrar na sala durante um espaço de tempo
apropriado (por exemplo, 1 hora), para permitir a evacuação dos aerossóis e o depósito das partículas
mais pesadas. Se o laboratório não tiver um sistema central de exaustão do ar, a entrada deve ser
retardada, por exemplo, de 24 horas.
Devem colocar-se sinais indicando que a entrada é proibida. Após este prazo, a descontaminação
deve continuar controlada pelo responsável da segurança biológica.
Deve utilizar-se roupa de proteção apropriada e proteção respiratória.
Recipientes partidos e substâncias infeciosas derramadas
Recipientes partidos contaminados com substâncias infeciosas e substâncias infeciosas derramadas
devem ser cobertos com panos ou papel absorvente. Estes são depois regados com um desinfetante
que fica a atuar durante o tempo devido. O pano ou papel e o material partido são então retirados; os
fragmentos de vidro devem ser manipulados com pinças.
A área contaminada deve então ser esfregada com um desinfetante. Se para retirar o material partido
forem utilizados apanhadores, estes devem ser esterilizados em autoclave ou imersos num
desinfetante eficaz. Panos, papéis e esfregões utilizados para limpar devem ser colocados num
recipiente de resíduos contaminados.
Todas estas ações devem ser efetuadas com luvas.
Se formulários ou outros documentos impressos ou escritos à mão estiverem contaminados, a
informação neles contida deve ser copiada e o original deitado para o recipiente de resíduos
contaminados.

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Quebra de tubos contendo material potencialmente infecioso dentro de centrifugadoras que


não têm recipientes estanques
Se ocorrer ou se suspeitar de uma quebra enquanto a máquina está em funcionamento, parar o motor
e deixar a máquina fechada durante uns 30 minutos para permitir o depósito do material. Se a quebra
for descoberta quando a máquina para, voltar a fechar a tampa imediatamente e esperar cerca de 30
minutos. Nos dois casos, o responsável da segurança biológica deve ser informado. Para todas as
operações seguintes devem utilizar-se luvas resistentes (por exemplo, de borracha espessa), cobertas,
se necessário, com luvas descartáveis. Para retirar restos de vidro, devem utilizar-se pinças
guarnecidas ou não de algodão.
Todos os tubos partidos, fragmentos de vidro, recipientes e o rotor devem ser colocados num
desinfetante não-corrosivo cuja eficácia contra o organismo implicado é conhecida. Os tubos intactos
e arrolhados podem ser colocados em desinfetante num recipiente separado e depois
recuperados.
A cuba da centrifugadora deve ser esfregada com o mesmo desinfetante numa diluição apropriada e
esfregada de novo, lavada com água e seca. Todos os materiais utilizados na limpeza devem ser
considerados como resíduos infeciosos.

Quebra de tubos encerrados em recipientes de centrifugação fechados


(copos de segurança)
Todos os recipientes de centrifugadora fechados devem ser carregados e descarregados numa
câmara de segurança biológica. Se houver suspeita de quebras dentro do recipiente, a tampa de
segurança pode ser relaxada e o recipiente esterilizado em autoclave.
Como alternativa, o recipiente de segurança pode ser quimicamente desinfetado.

Incêndio e desastres naturais


Os serviços de socorros em caso de incêndio e outros desastres devem participar à elaboração de
planos de preparação para emergências.
Devem ser informados antecipadamente da localização das salas que contêm materiais
potencialmente infeciosos.
Será benéfico organizar uma visita do pessoal desses serviços ao laboratório para ficar a conhecer o
traçado dos locais e seu conteúdo.
Depois de um desastre natural os serviços de emergência locais ou nacionais devem ser prevenidos
dos riscos potenciais existentes dentro e/ou perto dos edifícios do laboratório.
Só devem entrar nos locais acompanhados de um membro devidamente formado do pessoal. Os
materiais infeciosos devem ser recolhidos em caixas estanques ou sacos descartáveis resistentes.
A equipa de segurança biológica é que deve determinar, com base em regulamentos locais, o que
deve ser recuperado ou eliminado.

Serviços de emergência: quem contactar


Os números de telefone e endereços das pessoas e serviços abaixo designados devem estar afixados
nas instalações de modo bem visível:
1. A própria instituição ou laboratório (a pessoa que telefona ou o serviço que recebe a chamada pode
não conhecer bem o endereço e a localização)
2. O diretor da instituição ou laboratório
3. O supervisor do laboratório
4. O responsável da segurança biológica
5. Os serviços de incêndio
6. Hospitais/serviços de ambulâncias/pessoal médico (nomes de postos de saúde, departamentos,
e/ou pessoal médico se possível)
7. Polícia
8. Médico
9. Técnico responsável
10. Os serviços de água, de gás e de eletricidade.

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11.7 MATERIAL DE EMERGÊNCIA

O material de emergência seguinte deve estar disponível:


1. Mala de primeiros socorros incluindo antídotos universais e especiais.
2. Extintores de incêndio apropriados, cobertores para fogo.
Também se sugere o material a seguir, mas que pode variar segundo as circunstâncias locais:
1. Roupa de proteção total (fatos especiais de uma só peça, luvas e touca – para incidentes implicando
microrganismos dos Grupos de Risco 3 e 4)
2. Máscaras respiratórias completas com filtros apropriados para produtos químicos e partículas
3. Aparelhos de desinfeção das salas, por exemplo, pulverizadores e vaporizadores de formol
4. Macas
5. Utensílios, como martelos, machados, chaves-inglesas, chaves de parafusos, escadotes, cordas
6. Equipamento para marcar e sinalizar a área de perigo.

11.8 ACIDENTES E INCIDENTES ENVOLVENDO AGENTES BIOLÓGICOS

Apesar das medidas de proteção tomadas poderá ocorrer acidente de trabalho/serviço ou incidente,
pelo que é importante conhecer os procedimentos a desencadear nestas circunstâncias.
Assim, em caso de acidente de trabalho resultante da exposição a agentes biológicos perigosos
aplicar-se-á o regime geral dos acidentes de trabalho.

Figura 28 - Participação de acidente em serviço no caso particular dos agentes biológicos (Fonte:
Manual Sobre o Regime de Proteção nos Acidentes em Serviço e Doenças Profissionais, Direcção-
Geral da Administração Pública, 2002)

11.9 DERRAMES:
1 – Isolamento da área (evitar o alastramento da contaminação)
2 – Seguir os procedimentos de desativação biológica (desinfeção e esterilização)
3 – Comunicação ao pessoal das áreas adjacentes
Medidas Básicas para limpeza de derrames biológicos:
- Procedimento escrito de limpeza e desinfeção
- Uso de luvas de latex, roupa protetora e óculos de segurança
- Demarcar a zona de derrame
- Sinalizar com o placar de “Derrame – Risco Biológico”

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- Usar o desinfetante químico adequado (ver diluição correta, data de validade, e compatibilidades
físico-químicas)
- Uso de material absorvente
- Uso de sacos de uso único – autoclaváveis, à prova de fugas e com marcação – Risco Biológico
Uso de tenazes para agulhas, material cortante e vidro partido
- Preenchimento da ficha incidente/acidente reportando todo o pessoal afetado (direta ou
indiretamente)

Figura 29 – Material para derrames (fonte: Manual De Segurança Biológica em Laboratório - Terceira
edição)

11.10 DOENÇAS PROFISSIONAIS


Doença profissional é, por definição, aquela que consta da Lista de Doenças profissionais, assim como
a lesão corporal, a perturbação funcional ou a doença não incluídas na lista são indemnizáveis desde
que se prove serem consequência, necessária e direta, da atividade exercida e não representem
normal desgaste do organismo Qualquer médico que suspeite de uma doença profissional deve
proceder à sua participação obrigatória ao Centro Nacional de Proteção Contra os Riscos Profissionais.

Figura 30 - Participação de acidente em serviço no caso particular dos agentes biológicos (Fonte:
Manual Sobre o Regime de Proteção nos Acidentes em Serviço e Doenças Profissionais, Direcção-
Geral da Administração Pública, 2002)

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11.11 SÍNDROMA DO EDIFÍCIO DOENTE


• Irritação ocular
• Secagem da mucosa nasal
• Secagem e desconforto da faringe
• Tosse
• Fadiga
• Cefaleias – Dores de cabeça
• Mialgias – Dores musculares
• Irritação cutânea
• Tonturas
• Dificuldade de concentração
Alguns possíveis agentes (provavelmente em misturas):
• Fumo de tabaco
• Gases de combustão (Ex: cafeteiras)
• Contaminantes exteriores (Ex: fumos de carros) por inadequados sistemas de ventilação
• Formaldeído (de conglomerados, espuma de ureia-formaldeído)
• Lã de vidro (das condutas de ventilação)
• Solventes orgânicos (colas, adesivos, etc.)
• Contaminantes Biológicos
• etc.
Considerações:
• Mais comum em edifícios com sistemas de ar reciclado
• Adecta mais as mulheres e pessoal liberal
• É um problema real (não é psicossomático). Diminui a qualidade de vida, potencia o stress, diminui
a produtividade
• Tratamentos com recurso a estímulos à imunidade, antialérgicos ou antidepressivos não tiveram
sucesso
• Fatores de predisposição:
- Atopia (suscetibilidade individual a ter alergias)
- Antecedentes de sobre-exposição a contaminantes ambientais
- Uso de computadores e fotocopiadores
- Trabalho sedentário, repetitivo e aborrecido

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Figura 31 - Identificação de possíveis poluentes na qualidade do ar interior do ambiente industrial e


hospitais
(fonte: Manual De Segurança Biológica – J. J. Amaral Mendes)

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